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2.

5 Impulsos e Transformadas no Limite


Propriedades do Impulso Unitário
O impulso unitário ou função delta de Dirac δ(t) não é uma função no sentido matemático estrito.
Ela pertence a uma classe especial conhecida como funções generalizadas ou distribuição, cujas
definições são estabelecidas por regras de atribuição♠ .
A função generalizada δ(t) é definida com o auxílio de uma função ordinária v(t) que é contínua em
t=0:
v(t) é qualquer área

só existe sobreposição no ponto t=0

para quaisquer t1 e t2 envolvendo a origem (inclusive t1= −∞ e t2=+∞, ou, t1= 0− e t2=0+ ).
♠[A regra atribui um número, v(0) ou 0, à expressão do lado esquerdo de (1).]

Esta regra também se aplica a impulsos no domínio da frequência, δ(f ).

____________________________________________________

No caso particular onde v(t)=1:


δ(t) só existe no ponto t=0
sendo ϵ arbitrariamente pequeno.
Isto significa que δ(t) tem área unitária, concentrada no ponto discreto t=0, inferindo-se também que:

Representação gráfica:
A representação de Aδ(t−td) está mostrada na Figura 2.5-1, onde a letra A próximo da seta significa que
o impulso localizado em t=td tem área/peso igual a A:

Aδ (t − t d )
Recordação (seção 2.2): Formas de ondas aproximadas

Se ~
z (t ) se aproxima de z(t) e o erro quadrático é pequeno, e também, se
e , então, aplicando-se o teorema de Rayleigh à diferença
resulta:
erro em frequência erro no tempo

Como a ordem de grandeza do erro no domínio da frequência é o mesmo que no domínio do


~
tempo, pode-se utilizar Z ( f ) como boa aproximação para Z(f).
~
Exemplo: será usado adiante que, se ~
z (t ) = lim δ ∈ (t ) ≅ δ (t ) = z (t )  Z( f ) ≅ Z( f )
∈→0
__________________________________________________
Impulsos no limite:

Embora o impulso fisicamente não exista, há várias funções convencionais que exibem todas as
propriedades de δ(t) no limite, quando algum parâmetro ∈ tende a zero.

Se a função δϵ (t) é tal que:

então,

Adendo: No Exemplo 2.2-3 foi estudado o pulso sinc com largura 1/τ=1/2W:

A área sob a curva de z(t) é dada por: Z(f = 0) = Z(0) = A/2W = A × (1/2W),

ou seja, o produto entre o valor de pico e a meia-largura do pulso sinc. # fim do adendo
Exemplo: Funções impulsos δϵ (t) no limite:

Área = (1/ε)×(ε) = 1
Área unitária

lim  v(t )δ ∈ (t )dt = v(0)
∈→0
−∞

−ε ε
lim δ ∈ (t ) = δ (t )
∈→0

__________________________________________
1 t v ' ' ( 0) 2
No caso δϵ (t) = Π ( ) , recorre-se a série de McLaurin: v(t ) = v(0) + v' (0)t + t + ... , e
∈ ∈ 2!
+∞
 v(0) +∈/ 2 v ' ( 0)
+∈/ 2
v ' ' ( 0)
+∈/ 2
  v' (0) v' ' (0) ∈3 
lim  v(t )δ ∈ (t )dt = lim  dt +  tdt +  t 2
dt + ... = lim v ( 0 ) + 0 + + ... = v(0)
 ∈ −∈/ 2 ∈ −∈/ 2 2 !∈ −∈/ 2  ∈ 2 !∈ 12 
∈→0 ∈→0 ∈→ 0
−∞ 
c.q.d.

Propriedades do impulso:

a) Replicação
Importante!!

Ou seja, a convolução de v(t) com δ(t−td) resulta na própria função, v(t), deslocada de (t−td).
___________________________________
Prova: sabendo-se que δ(−t) = δ(t) (intuitivamente), e, , tem-se
isto será mostrado adiante
+∞ +∞ +∞
v(t ) * δ (t − t d ) = 
−∞
v (λ ) δ [(t − t d ) − λ ]dλ =
inverter sinal

−∞
v (λ ) δ [λ − (t − t d )]dλ = 
−∞
v (λ ) δ [λ − m]dλ = v ( m) = v (t − t d )

na qual se fez m=(t−λ) e se aplicou a definição de impulso (2.5-1), para um impulso em λ=m [vide
item b) a seguir].

b) Amostragem

Ou seja, seleciona/ amostra o valor de v(t) em t=td, o ponto onde δ(t−td) está localizado.
___________________________________
Prova: direto da própria definição (2.5-1).
c) Multiplicação

Ou seja, o valor da função em t=td, isto é v(td), passa a ser igual à área do impulso δ(t−td).

d) Mudança de escala

Portanto, em relação à variável independente t, a função δ(αt) atua como δ(t)/|α|, ou seja, tem sua área
reduzida (aumentada) em 1/|α| no caso em que α >1 (α <1) .

Corolário: Fazendo-se α = −1, mostra-se a propriedade de simetria do impulso: δ(−t) = δ(t) .


como havia sido previsto intuitivamente
e) Relação com a função degrau unitário
Sabendo-se que:

t
1, t > 0
obtém-se: 
−∞
δ ( λ ) dλ = 
0, t < 0
= u (t ) , degrau unitário (9c)

du (t )
Corolário (derivada = inversa da integral) : δ (t ) = (9d)
dt

Exemplo: Teorema da replicação


Δ +∞
a) Esboçar o gráfico da função trem de impulsos, definida por rep T [δ (t )] =  δ (t − nT ) ,
para n inteiro. n = −∞

b) Esboçar o gráfico de repT [v(t )] = v(t ) * repT [δ (t )] , onde v (t ) = A Π (t / τ ) , para τ < T.


______________________________________________
Solução:
a) Gráfico de repT[δ(t)]:

repT [ ]
*

b) Usando-se a propriedade de replicação, obtém-se

+∞ +∞ +∞
repT [v(t )] = v(t ) *  δ (t − nT ) =
n = −∞
 v(t ) * δ (t − nT ) =
n = −∞
 v(t − nT )
n = −∞
Impulsos em Frequência

Seja v(t)=A um sinal de energia infinita (que, em princípio, não teria transformada de Fourier).

+∞

 v(t )
2
E[v(t )] = dt = ∞
−∞

Ao se tentar calcular a sua transformada de Fourier


usando-se a definição, seria obtido:

+∞ +∞ +∞
A
 
− j 2πft − j 2πft
V( f ) = v(t ) e dt = Ae dt = e − j 2πft
−∞ −∞
− j 2π f −∞

+∞
A
V( f ) = [cos(2π f t ) − jsen (2π f t )] = ??
− j 2π f −∞
Em outras palavras, existe a dificuldade de se calcular a integral da exponencial complexa* :
+∞


−∞
e − j 2π ft dt = ??

(integral em t, expoente negativo)

*Obs: esta integral será calculada adiante!

Contudo, a transformada de Fourier de v(t)=A pode ser obtida no limite, considerando-se que:

A sinc2Wt
Área = A

Sendo conhecido o seguinte par de TF : ,


1 f
lim Π  = lim δ ∈ ( f ) , ϵ = 2W ]:
pode-se proceder ao cálculo da TF no limite [lembrar que ∈→ 0∈
 ∈  ∈→0
ℑ{v(t )} = ℑ{lim A sinc2Wt} = lim ℑ{ A sinc2Wt}
W →0 W →0

e daí estabelecer que:


Interpretação:

Aδ(f) O espectro da função


constante no domínio do
tempo é um impulso no
f domínio da frequência.
0

Este resultado concorda com a intuição, observando-se que um sinal constante não apresenta nenhuma
variação temporal e, portanto, seu conteúdo espectral deve estar confinado em f = 0 (sinal DC).
________________________________________________________________________________________________________________________________

Pode-se conferir esta alegação matematicamente, usando-se (2.5-1) e a TF inversa, isto é:

(trocando t por f ), e:
f
inversa
ou seja, de fato, v(t)=A. v( f ) = Ae j 2πft
______________________________________________________________________________________

Além disso, usando a definição de TF para A=1, conclui-se que: 1 ↔ δ(f) , e assim,
∞ ∞ ∞

 v(t )e dt → ℑ[1] =  1e dt = δ ( f ) → e
− j 2πft − j 2πft − j 2πft
ℑ[v(t )] = V ( f ) = dt = δ ( f )
−∞ −∞ −∞
a integral da exponencial complexa é igual ao impulso! (integral em t, expoente negativo)

Forma alternativa de demonstração:

Usar o pulso retangular: v(t ) = lim AΠ (t / τ ) = A


τ →∞

e o par de transformada de Fourier:


f

Assim, calcula-se a transformada de Fourier no limite para mostrar ♠ que:


relação usada por Carlson
v(t) =  A ↔ A δ(f)
______________________________________________
♠Prova:

Fazendo-se ϵ=1/τ obtém-se τlim ... = lim ... , e daí:


→∞ ∈→ 0

1 f
ℑ{v(t )} = ℑ{lim AΠ (t / τ )} = lim ℑ{ AΠ (t / τ )} = lim Aτ sincfτ = A lim sinc  = A lim δ ∈ ( f ) = Aδ ( f )
∈→0 ∈ ∈
τ →∞ τ →∞ τ →∞
relação usada por Carlson  ∈→0

novamente.
Dado que: v(t)=
______________________________________________
a) Generalização de (3.5-11):
Recorrendo ao teorema da modulação complexa (2.3-6), isto é:

generaliza-se (2.5-11) para o caso onde w(t ) = v(t )e jωct = Ae jωct , para mostrar que: w(t) ↔ W(f), onde
fasor individual
w(t) = = W(f)
informando-se que o espectro de um fasor individual é um impulso em f =fc .

b) Cosseno eterno
Foi visto na Seção 2.2 que a condição essencial da análise espectral usando a definição de transformada
de Fourier é que o sinal seja não periódico (sinal de energia).
Este não é o caso da função cosseno eterno ... a menos que se use o impulso em frequência (ou seja,
TF no limite).
Recorrendo-se ao teorema da modulação real (2.3-7), ou seja:

e (2.5-11), torna-se possível obter a TF do cosseno eterno:

(continua...)

___________________________________________
Obs:
c) Seno eterno
|V(f)|

v(t ) = Asen (ω c t + φ ) = A cos(ω c t + φ − 90 ) o


A/2 A/2

f
A j (φ −900 ) A 0 -fc fc
v(t ) ↔ e δ ( f − f c ) + e − j (φ −90 )δ ( f + f c )
2 2 argV(f)
φ −900
-fc
A jφ
Asen (ω c t + φ ) ↔ − j [e δ ( f − f c ) − e − jφ δ ( f + f c )] f
2 fc
−(φ−900) ± j 90 o
Obs: ± j = e
d) Transformada de Fourier da Série de Fourier

Como a série de Fourier se refere a sinais periódicos de potência, em princípio, ela também não
poderia exibir uma transformada de Fourier no sentido estrito.
Isto também pode ser superado com o uso do impulso (ou seja, TF no limite).
________________________
Série de Fourier = espectro discreto e bilateral de linhas (ou raias).
Transformada de Fourier da série de Fourier = espectro contínuo de impulsos em frequência.
_________________________
soma de fasores
Dado:

fasor individual
usando-se (12)

e o princípio de superposição de efeitos (teorema da linearidade), se obtém:

v(t) ↔

um espectro contínuo.

Por que contínuo? ? Explicar!!

Espectro discreto × contínuo:

τ/T0 = 1/5: τ = 1/20, T0 = 1/4, f0= 4

v(t) = soma de linhas


i) Série de Fourier:
A n
c n (nf 0 ) = sinc
5 5
espectro Linhas
sinc n/5=0 , n/5=±1, ±2,...
f = nf0 = n4  n =±5, ±10,...
−5 5 10 n
nf0τ = n4(1/20) = n/5

Espectro discreto = para se recuperar v(t) deve-se somar os fasores: c(nf0) exp(−jnf0t).
soma de impulsos ℑ−1
ii) Transformada de Fourier: ↔
v(t) = integral (da soma) de impulsos
espectro Impulsos

Espectro contínuo = para se recuperar v(t) deve-se integrar os impulsos com áreas c(nf0) para obter os fasores.
Exemplo: Obter a transformada de Fourier do trem de impulsos com período T0 , cuja série de
Fourier é dada por
função original série de Fourier
1
x (t ) = rep T δ (t ) =  δ (t − nT0 ) =  e j 2πnf 0t
n T 0 n

(Exercício: demonstrar esta relação!)


______________________________________________
Solução: Aplicando-se (3.5-14a-b), série de Fourier
1 j 2π nf0 t
= e
n T0
transformada da série de Fourier

com cn=1, e sabendo-se que f0=1/T0, obtém-se

x (t ) = repT δ (t ) =  δ (t − nT0 ) ↔ X ( f ) = f 0  δ ( f − nf 0 )
n n

x(t) X(f)
trem de impulsos no tempo trem de impulsos em frequência

... 1 ... ↔ ... f0f


0
...
-2T 0 -T0 T0 2T 0 t -2f0 -f0 f0 2f0 f
#

Exemplo 2.5-1: Impulsos e Espectros Contínuos


A forma de onda senoidal na figura abaixo tem frequência constante fc , exceto para o intervalo
−1/fc < t < 1/fc , onde a frequência muda para 2fc . Deseja-se determinar seu espectro.

fc 2fc fc

1/f c= τ /2

Este é um exemplo de sinal com modulação em frequência (FM)*.


O sinal v(t) pode ser escrito como a soma de três parcelas, considerando-se que τ = 2/fc :

Cosseno eterno na frequência fc , com um ‘janela’


em −1/fc < t < 1/fc , na qual será inserido o termo em 2f c
Pulso de RF, no intervalo −1/fc < t < 1/fc ,
na frequência 2fc , e que é inserido na
_______________________________________ ‘janela’.
* Poucos espectros de FM têm soluções analíticas (continua...)
_________________________________________________________
Para o cálculo da TF empregam-se as seguintes relações:
(2.2-9ª-b): =A ↔ =Aτ (9a-b)

(2.3-7):

(2.5-13):

resultando em

o qual é um espectro contínuo, com componentes impulsivas e não não-impulsivas. (continua...)

, τ = 2 / fc
_________________________________________________
O gráfico de V(f) está desenhado na Figura 2.5-4b (apenas para a porção positiva do espectro)

Sinal com apenas duas frequências? Errado!

Superposição de (Aτ/2) sinc(f−f c)τ com (Aτ/2) sinc(f−2f c) τ

Espectro com componentes


em todas as frequências

#
Funções Degrau e Sinal

Definição: função degrau unitário

Definição: função sinal

não exibe simetria


(espectro complexo)

Obs: 1
u (t ) = (sgn t + 1)
2
exibe simetria ímpar
(espectro imaginário e ímpar )

Função sinal (sign ou signum)


A função sign é o caso limite do sinal de energia z(t) mostrado na Fig. 2.5-6, onde ,
quando b → 0 (para t > 0).

v(t ) = e −bt u (t )

−v(−t ) = −e − b ( − t ) u (−t ) = −e + bt u (−t )

A função z(t) é escrita como:

a qual pode ser interpretada como: , a1 = 1 e a2 = −1

tal qual discutido no Exercício (2.3-1), que garantia que:

(continua...)
Recordação: na Seção 2.2 foi visto que, dado

se obtém:

Foi visto ainda que:

tal que

Então, do Exercício (2.3-1), se:


=0
ocorre:
__________________________________
Portanto, de

extraem-se a1 = 1 e a2 = −1: então (a1 + a2 ) = 0 e (a1 − a2 ) = 2,

e daí:
(continua...)

__________________________________________________________________

Portanto, como ℑ[lim z (t )] = lim ℑ[ z (t )] = lim Z ( f )


b →0 b →0 b →0

vem

e tem-se um novo par de TF: (espectro imaginário e ímpar )

Observe-se que o espectro é imaginário puro, pois “sgn t” é uma função ímpar no tempo.

(continua...)
_________________________________________________
O espectro de amplitudes (módulo) da função sinal está desenhado na figura abaixo:

espectro de
magnitudes

área total nula

Observe-se que |ℑ{sgn t}| tende para +∞ quando f = 0+, e, para −∞, quando f = 0− .

Porém, exatamente em f = 0, deve-se lembrar da propriedade da área, isto é, se w(t) ↔ W(f), tem-se
∞ ∞

 w(t )e dt , e daí, W (0) =  w(t )dt , ou seja, W(0) é igual a área


− j 2πft
por definição: W( f ) =
−∞ −∞

sob a curva [ou então, a componente DC ou valor médio de w(t)].


Como w(t) = sgn t é uma função ímpar, sua área líquida é nula, e assim, o espectro ℑ[sgn t] não exibe
impulso em f = 0 (ver o caso da função degrau a seguir). não tem componente DC!
(continua...)

Função degrau unitário


Esta função é muito empregada na teoria de Fourier, pois auxilia a representar sinais causais: qualquer
função temporal multiplicada por u(t) será nula para t < 0.

Esta função pode ser considerada como o limite de v(t) quando b→0, sendo:

não possui simetria

Desafio: explicar por que a TF de (2.5.15a), no limte quando b→∞,


não conduz à expressão correta para U(f) !!??

___________________________________
Porém, não exibe simetria, e não pode se beneficiar do resultado do Exercício (2.3-1), pois não pode ser escrita na
forma:
___________________________________
Contudo, lembra-se que
(valor médio = 1/2)

e portanto, usando (2.5-11) e (2.5-17):


(espectro complexo)
= U(f)
(continua...)
_______________________________________________
O espectro de amplitudes da TF do degrau está desenhado na figura abaixo:

Neste caso, o degrau u(t) tem valor médio:


T /2 T /2
1 1 1T 1
T →∞ T   1dt = lim T
u (t ) = lim u (t )dt = lim =
T →∞ T T →∞ 2 2
−T / 2 0

Consequentemente, seu espectro deve incluir um impulso, δ(f )/2, da mesma forma que a transformada
de um sinal periódico com valor médio c(0) deve incluir um termo DC igual a c(0)δ(f).

Generalização do ‘Teorema da Integração’:

Na Seção 2.3 foi visto que, se (área sob a curva = 0)

então,

A seguir, generaliza-se este teorema para o caso em que a área integrada é não nula.
Convoluindo-se u(t) com um sinal de energia arbitrário v(t), tem-se:
pela definição

desde que u(−λ + t) = u(t −λ ) = 0, para λ > t, e, u(t −λ ) = 1 para λ < t.


_____________________________________________________________________________________________

u(−λ)
1
λ
u(t−λ) 0
1
λ (continua...)
t 0
_________________________________________________

Recorrendo-se ao teorema da convolução:

e ao resultado (2.5-18), qual seja: w(t ) = =W( f ) =U( f )

se obtém:

Usando-se (propriedade da multiplicação por impulso) V(f) δ(f) = V(0) δ(f), conclui-se que:

teorema da integração generalizado


Esta relação se reduz ao caso da Seção 2.3 quando V(0) = 0. #

Impulsos no Tempo
A TF de um impulso pode ser deduzida partindo-se de:

quando τ→0, ou seja, quando o pulso temporal tem largura nula e altura infinita (impulso no limite).
Por sua vez, o ´sinc fτ ´se alarga e tende a função constante unitária.

Ou seja, no limite ocorre:


A impulso no limite
ℑ{lim Π (t / τ )} = lim{ A sinc fτ }  ℑ{ A lim δ τ (t )} = A lim{sinc fτ }  ℑ{ Aδ (t )} = A
τ →0 τ τ →0 τ →0 τ →0
impulso no limite
gerando-se:

(t) ↔

A interpretação de (2.5-21) é que um impulso no tempo contém todas as componentes de frequências,


com todas elas tendo a mesma amplitude.
Considerações Gerais

a) Observe-se que é o dual de .

Estas relações refletem casos extremos do fenômeno de espalhamento recíproco:


“Um sinal de impulso com duração nula tem largura espectral infinita, enquanto um sinal constante
com duração infinita tem largura espectral nula”

b) Aplicando-se o teorema do delay: à

obtém-se

ou, equivalentemente

Porém, por definição

o que permite concluir que

(integral em f , expoente positivo)


Esta integral permite provar o teorema integral de Fourier (ver a seguir).

c) Dado que

sendo v(t) uma função contínua e com TF dada por V(f) = ℑ[v(t)], mostra-se que a TFI realmente é v(t).
________________________________________________________________
Prova:
A partir das definições de TF direta e inversa: V(f )

Integra em λ depois em f

Integra em f depois em λ

Contudo, nota-se que a integral entre colchetes corresponde a (2.5-23), para td = λ, cujo resultado é
igual a δ(t−td) = δ(t−λ).

Com isso,

Usando a propriedade da replicação: , conclui-se que ℑ-1 [V(f)] = v(t).


c.q.d.
d) Pode-se estabelecer uma relação entre impulso unitário e degrau unitário através da integral

e) Diferenciando ambos os lados de (2.5-25), chega-se a outra relação entre δ(t) e u(t):

a qual apresenta um impulso como uma derivada de uma descontinuidade degrau.

f) O teorema da diferenciação (2.3-8), em conjunto com as relações (2.5-22) e (2.5-26), ou seja:

podem agilizar o cálculo de certas transformadas de Fourier

Procedimento:
• diferenciar repetidamente o sinal v(t) até que uma ou mais descontinuidades degrau apareçam.
• devido a (2.5-26), a próxima derivada ( a n-ésima) inclui um impulso: Ak δ(t−tk).
• com isso, ocorre que

sendo w(t) uma função não impulsiva.


• transformando (2.5-27a) através de (2.3-8), e usando (2.5-22):

• se W(f) for conhecido, resolver para extrair V(f).


Exemplo 2.5-1: Raised Cosine Pulse
A Figura 2.7-7a mostra uma forma de onda chamada de raised cosine pulse:

A primeira derivada de v(t) é:


aplicar a regra da cadeia

que não tem nenhuma singularidade degrau

A segunda derivada é:
aplicar a regra da cadeia
2
d 2 v(t ) π  A πt  1 
= −  cos Π 
τ  2 τ  2τ 
2
dt
a qual apresenta singularidades degrau
em t = ± τ.

(continua...)

2
Dado: d 2 v(t ) π  A
e πt  1 
= −  cos Π 
τ  2 τ  2τ 
2
___________________________________________ dt
a terceira derivada será:
aplicando a regra da cadeia
2
d 3 v(t )  π  A  π d π t  t  πt d 
= −     cos  × Π  + cos × [u (t + τ ) − u (t − τ )]
 τ  2  τ τ   2τ  τ dt
3
dt   dt 
2
π  A  π  πt  t  πt 
= −  −   sen × Π  + cos × [δ (t + τ ) − δ (t − τ )]
τ  2  τ  τ  2τ  τ 
πt π (±τ )
Como cos δ (t ± τ ) = cos δ (t − τ ) = −δ (t − τ ) (multiplicação por impulso), então
τ τ

que tem a forma de

Note-se que a primeira parcela tem forma semelhante à primeira derivada, e assim:
2
 π  dv(t )
w(t ) = − 
 τ  dt (continua...)
2
 π  dv(t ) Obs:
w(t ) = − 
 τ  dt
2 2 2
d 3 v(t )  π  dv(t )  π  A π  A
= −  +  δ (t + τ ) −   δ (t − τ )
 τ  dt τ  2 τ  2
3
dt

Aplicando a TF se obtém:

Após alguns cálculos algébricos, isola-se V(f):

(continua...)

O espectro de amplitudes de V(f) está


desenhado na Fig. 2.5-7c, para f ≥ 0.

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