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Disserte sobre o seguinte tema:

“Democracia representativa e desigualdades no Brasil”


Referências:
OXFAM BRASIL. Democracia inacabada: um retrato das desigualdades
brasileiras. São Paulo, 2021, p. 33-59.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo:
Companhia das Letras, 2019, cap. 5 e 7.
SINGER, André; ARAUJO, Cicero; BELINELLI, Leonardo. Estado e
democracia: uma introdução ao estudo da política. Rio de Janeiro:
Zahar, 2021, p. 177-192.

Data de envio: 06/10

Valor: 5 pts
Critérios de correção:
a) utilização dos textos de referência: 2,0 pts
b) construção da argumentação sobre o tema: 2,0 pts
c) domínio da escrita formal: 1,0 pt

Democracia representativa e desigualdades no Brasil


Desigualdades de todo tipo enraizadas na cultura de um país ex-colônia
Muito com os muito ricos. Muito pouco com os muito pobres
Desigualdade mais acentuada quanto a raça e gênero
Tributação percentualmente maior para os mais pobres
Índice de gini, de renda domicial per capta, apresentava decréscimo desde
2002, estagnou em 2016-17.
Desigualdade urbano-rural
No acesso à saúde, desigualdade com pretos e pardos, com pobres, com
nortistas e nordestinos, e trabalhadores informais
Muito após a abolição da escravidão, e pós promulgação da constituição
cidadã, o brasil ainda não divide a riqueza por meio de educação, saúde e
saneamento, pois continua um país injusto profundamente desigual.
Educação nunca foi direito de todos. Embora não proibidos, aos escravos era
dificultado o acesso.
Em tempos coloniais, até para os libertos era difícil o acesso. Apenas para
elites
Na educação, nacionalismo é bem diferente de civismo. Uma coisa é instruir as
crianças para serem bons cidadãos; outra é instigar o amor por uma pátria,
evocando ufanismo, sentimentos e um glorioso passado inexistente.
Durante o Estado Novo o investimento do PIB em educação caiu de 1% para
menos que isso. No governo de JK esse número permaneceu estagnado.
No brasil, no inicio do século 20, 80% da população era analfabeta.
Correlação negativa entre educação no meio rural e concentração de renda.
As desigualdades podem impactar a democracia brasileira de diversas formas. Quando falamos
em representação política, é fácil ver isso: mulheres negras são o maior grupo demográfico do
Brasil e o menor grupo no Congresso Nacional Anielle Franco, diretora executiva do Instituto
Marielle Franco

LER SEM DISTRAÇÃO


FAZER UM TEXTO COMPREEENDENDO AS MAIORES DESIGUALDADES
(RACIAL, DE GÊNERO, SOCIAL, ECONÔMICA), E COMO ESSAS VÃO
LEVAR À MAIOR DESIGUALDADE GERAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA: A
POLÍTICA. DEMOCRACIA REPRESENTATIVA – ONDE VÁRIOS GRUPOS
NÃO SÃO DEVIDAMENTE REPRESENTADOS.

A desigualdade no Brasil é historicamente enraizada. Desde quando se iniciou


a ideia daquilo que se chamara “Brasil”, durante o período colonial, já convivia
nestas terras a desigualdade em várias de suas formas – das mais discutidas,
racial, de gênero, social, política, econômica. Por conseguinte, é claro que
esses preconceitos e desigualdades, tão inerentes à nossa sociedade,
influenciariam no nosso sistema político, ainda mais em um sistema
representativo; neste caso, democracia representativa.
Além de enfatizar desigualdades, aqui vale um adendo para a democracia
representativa no Brasil. Com tantas épocas desde sua criação, a democracia
mudou bastante no mundo, mesmo porque este atravessou diversas mais
experiências autoritárias do que democráticas. Diante disso, é notório que a
democracia moderna – tal qual vivenciamos hoje – é bem diferente da
democracia ateniense de centenas de anos atrás. Hoje em dia, como
argumentam André Singer, Cicero Araujo e Leonardo Belinelli em sua obra
Estado e Democracia, a representatividade é tida como solução para a
inviabilidade física e temporal de reunir todos os cidadãos de um estado-nação
para deliberar em uma assembleia. Em Atenas apenas um grupo minoritário
era considerado cidadão – destituídas as mulheres, os escravos e os
estrangeiros -, apenas os homens livres nascidos em Atenas. Naquela
organização os homens não eram tantos como são nos países modernos e sua
maior ocupação era a política, o planejamento e a tomadas das decisões da
pólis. Já que os escravos trabalhavam na produção e as mulheres cuidavam da
casa, os cidadãos atenienses eram livres para fazer política. No entanto, ainda
segundo a obra Estado e Democracia, o pensador liberal Benjamin Constant
argumenta que a liberdade moderna é estar livre da política, ou seja, o homem
moderno tem tantas ocupações que não deve ser obrigado a ter a política
como mais uma delas, devendo caber aos representantes. De certo modo, a
democracia representativa tira do cidadão o encargo político, alegando este a
um candidato que lhe represente os interesses e objetivos. No entanto,
arraigadas várias desigualdades sociais no país, é legitimada a democracia
representativa no Brasil? De fato há representação na nossa sociedade
contemporânea?
Diante das nossas atuais situações política e social, refletidas nos textos de
apoio dessa atividade, depreende-se que não, não há de fato representação
política no Brasil. No que há de representação, esta ainda é mínima, embora
tenha sido muito difícil alcança-la ao longo dos anos de Brasil republicano.
Quantos às desigualdades, uma informação retirada do relatório Democracia
Inacabada, da Oxfam Brasil, expressa bem a falta de representação política da
sociedade brasileira: “As desigualdades podem impactar a democracia
brasileira de diversas formas. Quando falamos em representação política, é
fácil ver isso: mulheres negras são o maior grupo demográfico do Brasil e o
menor grupo no Congresso Nacional”. Com isso, é notório o desnível que
impede a concreta legitimação de representação no Brasil. Diante de um
quadro em que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), 56,1% dos brasileiros são negros ou pardos, e, de acordo com a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) 51,8% da
população brasileira é formada por mulheres, mas que, na política, diversos
levantamentos são unânimes em 0assinalar que a política brasileira ainda é
dominada por homens brancos, comprova-se que a democracia representativa
do Brasil padece pelas desigualdade sociais, inerentes a um país ex-colônia
exploratória.
Depreende-se, portanto, que para solucionar o problema da representatividade,
é necessário primeiramente resolver o problema do preconceito. É necessário
combater estruturalmente essas organizações de preconceito criadas no
imaginário da sociedade brasileira desde os tempos coloniais. Para começar, a
desigualdade de gênero só será sanada na política quando o machismo for
banido da nossa sociedade. Lilia Schwarcz, em seu livro Sobre o Autoritarismo
Brasileiro, argumenta que a

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