Mecânica dos Solos 2

Aterros sobre Solos Moles

Profª Dra. Stela Fucale

Universidade de Pernambuco
 Aterros sobre Solos Moles

Introdução, Características de Solos Moles, Formação de Solos Moles, Investigação Geotécnica,

Comportamento de Argilas Moles, Soluções Construtivas, Instrumentação e Monitoramento.
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Introdução
Solos moles e seus problemas...

Exemplo rodovia em trecho sobre solo mole Exemplo do efeito de recalques diferenciais em solo mole
Aterros

Problemas do ponto de vista técnico: Problemas do ponto de vista construtivo:

- Estabilidade dos aterros logo após a - Tráfego dos equipamentos de construção

construção (capacidade de suporte do solo) - Amolgamento da superfície do terreno, devido ao
- Recalques dos aterros ao longo do tempo lançamento do aterro
(primário e secundário) - Riscos de ruptura durante a construção
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Introdução
Definição
Solos moles são caracterizados por ter baixa consistência à
penetração, usualmente com NSPT inferiores a 4 golpes, onde o teor
argiloso do solo lhe confere características coesivas e compressíveis.
São constituídos ainda por teores de areia e siltes, isto é, areias
argilosas fofas ou silte areno-argilosos recentes, datando do período
Quaternário.
ABNT NBR 6484 (2001) e Massad (2010)
Aterros

Nestes depósitos há presença de matéria orgânica, húmus, oriunda

da decomposição de matéria vegetal e animal, o que lhe proporciona
cores escuras, de cinza a preto.
Spannenberg (2003) e Massad (2010)

Ocorrem em regiões litorâneas, baixadas, se espalhando por todo o

país.
Oliveira (2006)
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Características de Solos Moles
Classificação de Solos

- Baixa resistência
- Baixa Permeabilidade
- Alta Compressibilidade

Índices Físicos e Teor de Argila

Aterros

As argilas moles se caracterizam por

apresentar valores altos de umidade natural
(w), elevados limites de liquidez (wL ) e
elevados limites de plasticidade (wP).

São solos de origem sedimentar (aluvionar)

e saturados (NA elevado) .
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Características de Solos Moles
Exemplo de perfil de subsolo e umidade natural de Solo Mole

Obra de Galpão na BR-101

Aterros

Gusmão, Gusmão Filho, Maia e Oliveira (2005)

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Características de Solos Moles
Aterros Imagens de terrenos constituídos de solos moles

Ramanini (2018)
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Formação de Solos Moles

As características dos depósitos são diferenciadas da seguinte

maneira:

Pelo processo de deposição

Fluvial: ocorrem nos leitos dos rios ou em planícies alagadiças
Deltaico-fluvial: ocorrem quando há deposição dos sedimentos de um rio em
um lago (SPANNENBERG, 2003)
Marinhos ou costeiros: são ocasionados pela flutuação do nível relativo do
mar ao longo de milhares de anos
Aterros

Pelo meio de deposição

Água salgada, água doce ou água salobra

Pelo local de deposição

Praias, canais de mar e demais áreas litorâneas, planícies de inundação e
várzeas
Massad (2010)
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Formação de Solos Moles

Solos Moles de Origem Fluvial

Deposição de sedimentos em planícies de inundação ou várzeas dos rios

Nas partes mais baixas das planícies alagáveis pelas cheias de rios ocorre a
decantação de sedimentos mais finos (argilas e siltes) podendo haver
estratificações e intercalações com areias finas.

Heterogeneidade horizontal
Aterros

Devido à topografia variada das grandes áreas e às características dos rios de

planície, que formam e abandonam meandros, há predominância de materiais
finos tanto no leito dos rios quanto na carga (suspensão)

Heterogeneidade vertical

Espessuras das camadas moles: 1 a 7 metros

Exemplos brasileiros: Pantanal matogrossense, áreas de igapós do Amazonas, bacias do

Alto Xingu, regiões do alto e médio rio São Francisco. Massad (2010)
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Formação de Solos Moles

Solos Moles de Origem Fluvial

Aterros

Vázea do Rio Pinheiros - SP

Massad (2003)
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Formação de Solos Moles

Solos Moles de Origem Marinha

Formação de sedimentos marinhos das planícies devido ao ingresso e

regresso do mar ao logo do tempo (variações do nível relativo do mar)

No período Quaternário ocorreram dois ciclos de sedimentação:

- Pleistoceno e Holoceno: cerca de 15 mil anos atrás

Aterros

As formações marinhas mais antigas são fortemente pré-adensadas devido

ao rebaixamento de cerca de 150m no nível do mar

Há intercalações com camadas arenosas

Espessuras das camadas moles: podem chegar a 70 metros

Massad (2010)
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Formação de Solos Moles

Solos Moles de Origem Marinha

Aterros

Via dos Imigrantes - SP

Massad (2003)
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Programa de Investigação
Etapas
Reconhecimento: nesta etapa procura-se obter todo o tipo de
informação necessária ao desenvolvimento do projeto, através de
documentos existentes (mapas geológicos, fotos aéreas, literatura
especializada) e visita ao local.

Prospecção: obtém-se, nesta etapa, as características e propriedades

do subsolo, de acordo com as necessidades do projeto ou do estágio
em que a obra se encontra. Assim, a prospecção pode ser divida em
Aterros

fase preliminar, complementar e localizada.

Acompanhamento: Esta etapa tem a finalidade de avaliar o

comportamento previsto e o desempenhado pelo solo, sendo
geralmente feita através de instrumentos instalados antes e durante a
construção da obra para a medida da posição do nível d’água, da
pressão neutra, tensão total, recalque, deslocamento, vazão e outros.
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Investigação Geotécnica

Investigação Preliminar:
• Determinação da Estratigrafia do área de estudo;
• Realização de sondagens a percussão (NBR 6484/2001).
• Principais informações:
 Identificar a extensão e a profundidade das camadas de solos moles
no depósitos, do solo subjacente
 Identificar o nível do lençol freático ao longo do depósito. A
investigação pode ser acompanhada pela obtenção de amostras
(pelo menos uma) por camada (shelby Diâmetro = 60 a 100 mm)
Aterros

 Caracterizar e classificar o depósito de solos moles (umidade, limites

de consistência, granulometria, peso específico, etc.)

Investigação Complementar:
• Obtenção dos parâmetros geotécnicos propriamente ditos.
 Ensaio de laboratório e de campo
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Investigação Geotécnica
Investigação Complementar

Ensaios recomendados de serem realizados (mais comuns)

Laboratório
- Complementação dos ensaios de caracterização (ex: porcentagem de
matéria orgânica em peso NBR 13600 – ABNT, 1996 ou o método da Embrapa,
1997)
- Ensaios de adensamento
- Ensaios triaxiais
Aterros

Campo: Complementação das sondagens

- Ensaios de cone (CPT), mais recentemente piezocone (CPTU);
- Ensaios de palheta de campo;
- Quando adequado ensaios de permeabilidade “in-situ”.

Após estudos avaliar as alternativas possíveis para construção do aterro.

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Investigação Geotécnica
Aterros Principais parâmetros obtidos de ensaios de laboratório e de campo - solos moles
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Investigação Geotécnica

Perfil geológico-geotécnico de um depósito do Rio de Janeiro (RJ)

Aterros

Almeida e Marques (2014)

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Investigação Geotécnica
Perfil de umidade natural (A) e de Variação do IP com o limite de liquidez
limites de Atterberg e peso específico (B) Solos Moles do Rio de Janeiro
Solos Moles do Rio de Janeiro
Aterros

Nascimento (2009)

Classificação de acordo com wL:

- H Alta plasticidade (50 a 70%)

Almeida e Marques (2014) - V Muito alta plasticidade (70 a 90%)
- E Extremamente alta plasticidade (> 90%)

BS 5930 – BSI (1999)

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Investigação Geotécnica
Aterros Características Geotécnicas de Alguns Solos Moles

Almeida e Marques (2014)

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Investigação Geotécnica
Vantagens e Desvantagens dos Ensaios de Laboratório e de
Campo aplicados a Solos Moles
Aterros

Almeida (1996)
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Aterros Sobre Solos

Moles
Obrigada pela atenção!
Prof.ª Dra. Stela Fucale
Universidade de Pernambuco