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13/12/2021
Número: 1066245-58.2021.4.01.3400
Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL
Órgão julgador: 13ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 16/09/2021
Valor da causa: R$ 1.000,00
Assuntos: Exercício Profissional
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional ALEXANDRE AMARAL DE LIMA LEAL (ADVOGADO)
(AUTOR)
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (REU)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
84353 10/12/2021 17:10 Sentença Tipo A Sentença Tipo A
4059
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Distrito Federal
13ª Vara Federal Cível da SJDF
SENTENÇA
Assinado eletronicamente por: EDNA MARCIA SILVA MEDEIROS RAMOS - 10/12/2021 17:10:48 Num. 843534059 - Pág. 1
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Alega que “a Resolução nº 2.297, traz uma odiosa norma que determina ao
Profissional Médico, sob pena de processo administrativo de natureza ético-
disciplinar, que NÃO participe de perícia em que o assistente técnico escolhido pela
parte seja um profissional fisioterapeuta ou outro profissional da saúde, que não seja
médico”.
É o relatório.
Decido.
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deferimento da suspensão que se pleiteia, fixando, ainda, multa de R$ 100.000,00 (cem mil
reais) por dia, em caso de descumprimento da ordem.
“(ii) O deferimento de medida liminar, inaudita altera pars , para determinar a suspensão
dos efeitos dos § 2º do art. 14 da Resolução CFM nº 2.297/2021, em sede de Tutela de
Urgência, ante a probabilidade do direito vindicado e a urgência que o caso requer para
evitar maiores prejuízos ao direito coletivo dos profissionais fisioterapeutas e dos direitos
difusos dos litigantes em geral, pelas razões adensadas; Ao final, a DECLARAÇÃO DE
NULIDADE do artigo 14, §2º da Resolução CFM nº 2.297, de 18 de agosto de 2021,
pelas inconstitucionalidades e ilegalidades articuladas na presente peça de ingresso”.
Do Amicus Curiae
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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSO SUBJETIVO.
PEDIDO DE INGRESSO COMO AMICUS CURIAE. INTERESSE INSTITUCIONAL
COLABORATIVO E DEMOCRÁTICO. INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA DE LESIVIDADE
JURÍDICA. IRRECORRIBILIDADE. ART. 138 DO CPC. AGRAVO NÃO CONHECIDO. 1.
Cabe ao amicus oferecer sua opinião sobre a causa, sobretudo nas questões técnico-
jurídicas de maior complexidade. Assim, a tradução literal para “amigo da corte”,
ainda que possa ser insuficiente para expressar o papel que desempenha, bem
sintetiza a razão de ser eminentemente colaborativa do instituto. 2. O instituto do
amicus curiae, historicamente, caracterizava-se pela presunção de neutralidade de sua
manifestação, tanto na experiência romano-germânica, quanto na tradição anglo-saxônica.
3. Aos amicus cabia apresentar elementos de fato e de direito que, por qualquer
razão, escapassem do conhecimento dos juízes, assegurando a paridade de armas
entre as partes, atuando de forma presumidamente imparcial. 4. A experiência norte-
americana demonstra que os amici curiae ao longo do tempo perderam sua presumida
imparcialidade (SORENSON, Nancy Bage, The Ethical Implications of Amicus Briefs, 30 St.
Mary's L.J. 1225-1226. 1999). 5. A Suprema Corte americana alterou sua Rule 37 com o fito
de clarificar quais os aspectos aptos a justificar a atuação da figura, independentemente de
seus eventuais interesses: “1. A manifestação de amicus curiae que chame a atenção do
Tribunal para uma questão relevante que ainda não tenha sido comunicada pelas partes
pode ser de grande ajuda para o Tribunal. A manifestação de amicus curiae que não
sirva a este propósito sobrecarrega o Tribunal, e sua juntada não é recomendável. A
manifestação de amicus curiae pode ser apresentada apenas por um advogado admitido a
praticar perante este Tribunal, conforme previsto na regra 5.” (Rules of The Supreme Court
of The United States. Part VII. Rule 37. Brief for an Amicus Curiae) 6. A doutrina do tema
reconhece que há uma multiplicidade de interesses a orientar a atuação do colaborador da
Corte, o que não macula a ratio essendi da participação. O eventual interesse individual não
pode ser o fundamento a justificar seu ingresso; não se confundindo com o interesse
tipicamente subjetivado das partes, nem com o interesse institucional, de viés colaborativo e
democrático, que constitui o amicus como um representante da sociedade. (SCARPINELLA
BUENO, Cássio. Amicus Curiae no Processo Civil brasileiro: um terceiro enigmático. 2012.
p. 121-122). 7. O amicus curiae presta sua potencial contribuição com a jurisdição, mas não
se submete à sucumbência – nem genérica, nem específica - apta a ensejar o interesse de
recorrer da decisão que, apreciando o pedido de ingresso, não vislumbra aptidão
contributiva suficiente para a participação no caso concreto. A manifestação do amicus não
pode ser imposta à Corte, como um inimigo da Corte. 8. O ingresso do amicus curiae, a
par do enquadramento nos pressupostos legais estabelecidos Código de Processo
Civil – notadamente que a causa seja relevante, o tema bastante específico ou tenha
sido reconhecida a repercussão geral –, pode eventualmente ser obstado em nome do
bom funcionamento da jurisdição, conforme o crivo do relator, mercê não apenas de
o destinatário da colaboração do amicus curiae ser a Corte, mas também das balizas
impostas pelas normas processuais, dentre as quais a de conduzir o processo com
eficiência e celeridade, consoante a análise do binômio necessidade-
representatividade. 9. O legislador expressamente restringiu a recorribilidade do amicus
curiae às hipóteses de oposição de embargos de declaração e da decisão que julgar o
incidente de resolução de demandas repetitivas, conforme explicita o artigo 138 do CPC/15,
ponderados os riscos e custos processuais. 10. É que o amicus curiae não se agrega à
relação processual, por isso não exsurge para ele uma expectativa de resultado ou mesmo
uma lesividade jurídica a ensejar a recorribilidade da denegação de seu ingresso. O status
de amicus encerra-se no momento em que se esgota – ou se afere inexistir – sua
potencialidade de contribuição ou sugestão (COVEY, Frank. Amicus Curiae: Friend of
The Court. 9 DePaul Law Review, nº 30. 1959, p. 30). 11. A irrecorribilidade da decisão do
Relator que denega o ingresso de terceiro na condição de amicus curiae em processo
subjetivo impede a cognoscibilidade do recurso sub examine, máxime porque a
possibilidade de impugnação de decisão negativa em controle subjetivo encontra óbice (i)
na própria ratio essendi da participação do colaborador da Corte; e (ii) na vontade
democrática exposta na legislação processual que disciplina a matéria. 12. Agravo
regimental não conhecido. (RE 602584 AgR, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/
Acórdão: LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 17/10/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
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DJe-065 DIVULG 19-03-2020 PUBLIC 20-03-2020)
Do mérito
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PUBLIC 07-06-2019).
"Com efeito, naqueles campos em que, por sua alta complexidade técnica e dinâmica
específica, faleçam parâmetros objetivos para uma atuação segura do Poder Judiciário, a
intensidade do controle deverá ser tendencialmente menor. Nesses casos, a expertise e a
experiência dos órgãos e entidades da Administração em determinada matéria poderão ser
decisivas na definição da espessura do controle. Há, ainda, situações em que, pelas
circunstâncias específicas de sua configuração,a decisão final deva estar preferencialmente
a cargo do Poder Executivo, seja por seu lastro (direto ou mediato) de legitimação
democrática, seja em deferência à legitimação alcançada após um procedimento amplo e
efetivo de participação dos administrados na decisão.
Deveras, é induvidoso que tais decisões - dado os contornos técnicos de alta densidade e o
amplo alcance de seus efeitos sociais, especialmente se considerada, à luz do princípio da
precaução, a perspectiva de proteção da saúde - devem ter apoio em diversos fundamentos
relacionados à complexa dinâmica de avaliação das questões envolvidas.
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A matéria em questão é regulamentada pela Lei 3.268/57, que assim
prescreveu:
(...)
j) fixar e alterar o valor da anuidade única, cobrada aos inscritos nos Conselhos Regionais
de Medicina; e (Incluído pela Lei nº 11.000, de 2004)
"Art . 14. Conforme artigo 465 do Código de Processo Civil, o juiz nomeará perito
especializado no objeto e na natureza da perícia. A perícia com fins de determinação de
nexo causal, avaliação de capacidade laborativa/aptidão, avaliação de sequela/valoração
do dano corporal, requer atestação de saúde e definição do prognóstico referente ao
diagnóstico nosológico, o que é, legalmente, ato privativo do médico.
(...)
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§ 2º É vedado ao médico realizar perícia médica na presença de assistente técnico
não médico. Nesse caso, o médico perito deve suspender a perícia e informar
imediatamente ao magistrado o seu impedimento".
Por sua vez, colhe-se do parecer ministerial encartado sob id. 823299100 a
seguinte fundamentação, a qual adoto como razões complementares de decidir:
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acordo com sua formação e expertise específicas.
O Código de Processo Civil, por sua vez, define o perito como o profissional hábil a auxiliar
o juízo quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico. Estabelece,
ainda, que os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados, além
dos órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal
ao qual o juiz está vinculado, consoante se depreende dos dispositivos a seguir:
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento
técnico ou científico.
§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos
técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o
juiz está vinculado.
§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de
divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de
consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria
Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos
técnicos interessados.
§ 3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do
cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a
experiência dos peritos interessados.
§ 4o Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos
arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará
ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade.
§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a
nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão
técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização
da perícia.
Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido,
independentemente de termo de compromisso.
§ 1º Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento
ou suspeição.
§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das
diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos,
com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.
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O fato de a Lei n. 12.842/2013 atribuir privativamente ao médico a realização de perícia
médica e exames médico-legais, excetuados os exames laboratoriais de análises clínicas,
toxicológicas, genéticas e de biologia molecular (inciso XII do art. 4º), assim como a
atestação médica de condições de saúde, doenças e possíveis sequelas (inciso XII do art.
4º) [rectius, inciso XIII], não exclui a possibilidade de que profissionais de saúde de outras
áreas executem atividades similares no âmbito de sua
respectiva competência.
Ou seja, que realizem perícia e atestação fisioterapêutica, odontológica, psicológica, entre
outros.
Descabido, com efeito, que tais dispositivos sejam interpretados de forma tão restritiva, a
ponto de se compreender que seria ato privativo do médico a execução de qualquer perícia
e atestação em saúde.
A própria redação da norma não permite que se chegue à conclusão defendida na inicial
pelo Conselho Federal de Medicina, uma vez que o art. 4º da Lei n. 12.842/2013 enumera
os atos de perícia médica e atestação médica, indicando, assim, que haveria outros tipos de
perícia e atestação de
condições de saúde que poderiam (e, em alguns casos, deveriam) ser executados por
outros profissionais.
Ora, a possibilidade de que outros profissionais de saúde subscrevam laudos periciais e
executem atestação de condições de saúde é admitida amplamente em nosso ordenamento
jurídico, corroborando o equívoco de se proceder a uma interpretação restritiva da Lei n.
12.842/2013 e que, a rigor, beneficia apenas a classe médica e não o usuário do serviço
pericial de saúde.
(...)
Como exemplo, pode-se citar a Resolução nº 75/2009 do Conselho Nacional de Justiça que,
ao dispor sobre os concursos públicos para ingresso na carreira da magistratura em todos
os ramos do Poder Judiciário nacional, estabelece, em seu art. 60, que o exame
psicotécnico pode ser realizado por médico psiquiatra ou psicólogo. Veja-se (grifos nossos):
Art. 60. O candidato, no ato de apresentação da inscrição definitiva, receberá, da secretaria
do concurso, instruções para submeter-se aos exames de saúde e psicotécnico, por ele
próprio custeados.
§ 1º Os exames de saúde destinam-se a apurar as condições de higidez física e mental do
candidato. O exame psicotécnico avaliará as condições psicológicas do candidato, devendo
ser realizado por médico psiquiatra ou por psicólogo.
§ 2º O candidato fará os exames de saúde e psicotécnico com profissional do próprio
tribunal ou por ele indicado, que encaminhará laudo à Comissão de Concurso.
§ 3º Os exames de que trata o "caput" não poderão ser realizados por profissionais que
tenham parente até o terceiro grau dentre os candidatos.
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.
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§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por
equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará:
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III - a limitação no desempenho de atividades; e
IV - a restrição de participação.
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência.
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em
todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso
universal e igualitário.
(…)
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pessoa com deficiência devem
assegurar: comunidades, inclusive na zona rural.
2.Os Estados Partes promoverão o desenvolvimento da capacitação inicial e continuada de
profissionais e de equipes que atuam nos serviços de habilitação e reabilitação.
3.Os Estados Partes promoverão a disponibilidade, o conhecimento e o uso de dispositivos
e tecnologias assistivas, projetados para pessoas com deficiência e relacionados com a
habilitação e a reabilitação.
Os dispositivos da Lei Brasileira de Inclusão e da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência reforçam e necessidade de se regulamentar a perícia fisioterapêutica, uma
vez que tanto a avaliação da deficiência, como o diagnóstico e intervenção precoces,
dependerão de atuação de vários profissionais da saúde.
(...)
Por fim, registre-se que a atuação de profissionais de outras áreas do conhecimento, a
exemplo da fisioterapia, como assistentes periciais, em suas respectivas zonas de expertise,
tem sido aceita na seara trabalhista, conforme se depreende dos entendimentos a seguir
colacionados:
VALIDADE. É válido o laudo pericial elaborado por fisioterapeuta para estabelecer o nexo
de causalidade entre o quadro patológico e a atividade laboral, bem assim a extensão do
dano, desde que precedido de diagnóstico médico.
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fáticas em que prestado o trabalho, de modo a identificar possível nexo de causalidade,
desde que seja diagnosticada a enfermidade por documentação médica.
Tais razões evidenciam não só a relevância do trabalho exercido por profissionais de outras
áreas da saúde, como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, mas, sobretudo, que o
dispositivo questionado pelo Coffito cria restrição não prevista na legislação, merecendo,
assim, procedência o pedido de anulação formulado na inicial".
Nada obstante, por possuir natureza secundária, tal poder deve ser exercido
à luz de lei preexistente, sendo vedado, portanto, inovações na ordem jurídica.
Intimem-se.
(assinado eletronicamente)
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