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Uninove – Dir.

Exatas II – Engenharia Civil

Disciplina: Patologia de Estruturas

Aulas 04 e 05: Patologias em


Fundações
Prof. Ednilson Silva Ribeiro

E-mail: ednsr@uni9.pro.br

28/09/2021 e 05/10/2021

1
Conteúdo a ser abordado
AULAS 4 e 5

• Conteúdo: Patologias das fundações .

• Objetivo: Apresentar os problemas encontrados nos diversos tipos de fundações.

2
GEOLOGIA

Ciência da terra que trata de sua origem, composição


(estrutura), de seus processos internos e externos e de
sua evolução, através do estudo das rochas.

GEO = terra;
LOGOS = estudo

É objeto da Geologia o estudo dos agentes de


formação e transformação das rochas, da composição
e disposição das rochas na crosta terrestre.
GEOLOGIA
Mineralogia
Petrografia
Geologia Sedimentologia
Física
Estrutural
Teoria Ou Geomorfologia
Geral
Geologia Paleontologia
Histórica Estratigrafia
GEOLOGIA
Mineração
Economia
Petróleo
Aplicada Problemas de engenharia
Fundação estradas
Engenharia Barragens, túneis
Água subterrânea
Materiais, etc.
GEOLOGIA
ENGENHARIA: emprego dos conhecimentos geológicos para a solução de certos
problemas de Engenharia Civil, principalmente na abertura de túneis e canais,
implantação de barragens, construção de estradas, obtenção de água subterrânea,
projeto de fundações, taludes, etc.
GEOLOGIA
GEOLOGIA DE ENGENHARIA ABRANGE:
Condições a Geomorfologia - responsável pelo estudo das formas superficiais de relevo
Geo = “Terra”; morfo = “forma”; logia = estudo
GEOLOGIA
GEOLOGIA DE ENGENHARIA ABRANGE:
Estratigrafia – é o ramo da geologia que estuda as camadas das rochas e sua relação
de distribuição no espaço e no tempo
GEOLOGIA
GEOLOGIA DE ENGENHARIA ABRANGE:

Água subterrânea das formações geológicas

➢ Lençol freático
➢ Aquífero
MINERAIS
São substâncias sólidas naturais, inorgânicas e homogêneas que possuem
composição e estrutura atômica definidas. São formados naturalmente por
cristalização (ou recristalização), e em reações químicas entre sólidos e
líquidos presentes nas diferentes camadas do planeta Terra.
MINERAIS
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MINERAIS
Dureza 1. Talco; 6. Ortoclase;
2. Gesso; 7. Quartzo;
É dada pela resistência de um mineral à abrasão ou 3. Calcite; 8. Topázio;
ao risco. Mede-se com a ajuda da escala de Mohs 4. Fluorite; 9. Corindo;
5. Apatite; 10. Diamante
GEOLOGIA
APLICAÇÕES DA GEOLOGIA EM PROJETOS DE ENGENHARIA CIVIL

Atividades de superfície
a) Obtenção de materiais para construções em geral
b) Construção de estradas, corte em geral e minas a céu aberto
c) Fundações de edifícios
d) Obtenção de água subterrânea
e) Barragens de terra e aterros em geral
f) Túneis e escavações subterrâneas
GEOLOGIA
APLICAÇÕES DA GEOLOGIA EM PROJETOS DE
ENGENHARIA CIVIL

Atividades de profundidade

a) Abertura (escavações) de túneis para uso civil

b) Escavações de Minas em profundidade

c) Cavernas para hidroelétricas


GEOLOGIA
APLICAÇÕES DA GEOLOGIA EM PROJETOS DE ENGENHARIA
CIVIL

Atividades especiais

a) Engenharia de Petróleo
b) Engenharia Geotécnica em geral
c) Engenharia do meio Ambiente
ROCHAS
ROCHAS
DEFINIÇÃO DE ROCHA
Uma mistura consolidada de um ou mais minerais em um sólido inorgânico
(nunca gás ou líquido) formados por uma composição química equilibrada,
resultante de milhões de anos de processos inorgânicos (ação do calor, pressão, etc).

As rochas, arquivos que relatam a história da


Terra

A mineralogia e a textura que caracterizam a rocha são determinadas


pela sua origem geológica, ou seja, onde e como se formou.
TIPOS DE ROCHAS

De acordo com a sua génese (modo de


formação) as rochas podem ser
classificadas em TRÊS grandes grupos:
ROCHAS MAGMÁTICAS ou ÍGNEAS
ignis = fogo
Basalto Granito

Formada pelo resfriamento do magma


(lava de vulcão) em contato com a
atmosfera (água ou ar) ou no interior da
crosta terrestre, consequente consolidação
de material, resulta nas chamadas rochas
Gabro
magmáticas

As rochas magmáticas são as mais abundantes na crosta e


resultam do magma.
ROCHAS MAGMÁTICAS ou ÍGNEAS

ROCHAS INTRUSIVAS ROCHAS EXTRUSIVAS

Granito Basalto
AS ROCHAS MAGMÁTICAS PODEM
SER DE DOIS TIPOS!
ROCHAS INTRUSIVAS OU PLUTÓNICAS
ROCHAS MAGMÁTICAS ou ÍGNEAS
A identificação das rochas magmáticas tem por base a análise da
composição química da rocha, bem como da sua cor e textura…

Tamanho, forma e arranjo dos minerais na rocha

TEXTURA VÍTREA
TEXTURA FANERÍTICA ou TEXTURA AFANÍTICA ou Não se conseguem
GRANULAR AGRANULAR identificar minerais
Minerais de pequena dimensão ou
Minerais de grande dimensão
invisíveis à vista desarmada
ROCHAS EXTRUSIVAS OU VULCÂNICAS

O magma que chega na superfície se chama de


Vidro vulcânico
vulcanismo que em contato com a atmosfera, o material
fundido perde parte dos voláteis e passa a se chamar lava.
Dessa solidificação e do resfriamento da larva resultam
riólitos, dacitos, andesitos, basaltos e vidro vulcânico.

Logo demoram menos Basalto


tempo a arrefecer, não
havendo tempo para a
formação de cristais!
ROCHAS METAMÓRFICAS
ROCHAS METAMÓRFICAS
O que aconteceu
com esse tipo rocha?
Gnaisse

Formam-se no interior da crosta terrestre a


partir de rochas pré-existentes...
Mármore

Em profundidade, sofreram a ação dos agentes do metamorfismo, altas pressões,


ação de fluídos mineralizantes (soluções químicas) e altas temperaturas,
ocorrendo uma alteração em sua estrutura e composição mineralógica, ou seja,
metamorfosear a rocha. Minerais dissolvidos, agindo como cimento.
ROCHAS METAMÓRFICAS

Através dos seguintes fatores:

Ao serem sujeitas a pressões e temperaturas diferentes das que foram


originadas, as rochas vão sofrer “alterações” mineralógicas e texturais,
sem mudarem de estado físico.
ROCHAS METAMÓRFICAS
... podem mudar a disposição e
orientação dos minerais e ainda a sua
constituição.

Se mudam os minerais ou a sua


orientação, ficamos na presença de
uma rocha diferente: uma rocha
metamórfica
ROCHAS METAMÓRFICAS
Como vou eu saber que estou a observar
uma rocha metamórfica…? A foliação, quando o
metamorfismo é de um grau mais
As rochas evidenciam FOLIAÇÃO elevado, pode ainda traduzir-se
numa característica/textura muito
Orientação e alinhamento dos minerais em própria: a xistosidade!
planos aproximadamente paralelos
Exemplos de rochas metamórficas
ROCHAS SEDIMENTARES
Fatores de meteorização e erosão Rocha meteorizada pelo gelo

- Água da chuva e do mar/rios

Feito pelo vento

Rocha
meteorizada
por árvores
ROCHAS SEDIMENTARES

Durante o transporte, os materiais


sólidos vão sofrendo sucessivas
alterações!
ROCHAS SEDIMENTARES
3. SEDIMENTAÇÃO

A sedimentação consiste na
deposição dos materiais e difere
conforme o tipo e tamanho de
sedimentos e o agente de
transporte. Geralmente os
sedimentos depositam-se
formando uma sucessão de
camadas – os estratos.
ROCHAS SEDIMENTARES
ESTRATIFICAÇÃO

É a divisão do solo em camadas, determinando suas resistividades e respectivas profundidades.


Os solos, em sua maioria, não são homogêneos e sim formados por diversas camadas de resistividades
diferentes.
Essas camadas são normalmente horizontais e paralelas à superfície do solo.
NATUREZA DOS SOLOS
Sensação ao tato
Plasticidade Resistência do solo seco
Patologia de Estruturas

• Patologia das Fundações

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Patologia de Estruturas

• Patologia é a ciência que estuda a origem, os mecanismos, os sintomas e a natureza das


doenças.

• Assim essa ciência pode ser compreendida como o estudo do desvio daquilo que é
admitido como a condição normal ou esperada de algo, ou seja, uma anormalidade, que
conflita com a integridade ou comportamento habitual do elemento.

• Nesse estudo, estabelecem-se os termos e descrevem-se os processos de evolução os


mecanismos dos fenômenos deletérios e os sintomas de descaracterização do elemento,
investigando e classificando as causas, origens e sintomas do dano ou da doença
incidente sobre um corpo deletério.

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Patologia de Estruturas

• Dessa forma, a patologia das construções é a ciência


que procura de forma sistêmica, estudar os defeitos
incidentes nos materiais construtivos, componentes e
elementos ou na edificação como um todo, buscando
diagnosticar as origens e compreender os
mecanismos de deflagração e de evolução do
processo patológico, além das suas formas de
manifestação.

• Por outro lado, os problemas nem sempre são


identificados de forma imediata e interpretados de
modo legível e evidente.
• É necessário adotar, em alguns casos:
processos e sequências de inspeções cuidadosas e bem definidas,
fundamentados em análises apoiadas em ensaios de diferentes tipos para se
chegar a uma conclusão verdadeira que promova a remediação mais adequada
à imperfeição instalada
35
Patologia de Estruturas

• A patologia das construções também estabelece a


definição e o procedimento de técnicas, métodos,
ensaios e processos de avaliação e análises das
anomalias.

• Logo pode-se dizer que a patologia das construções


é o estudo dos aspectos inerentes às doenças das
edificações.

• No entanto, cabe destacar que o envelhecimento


natural não é um problema patológico.

• Envelhecer dignamente é um processo natural e


desejado para as edificações.

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Patologia de Estruturas

• Por outro lado, a correta interpretação da anomalia instalada


nos sistema nem sempre promoverá o sucesso da intervenção.

• É necessário conhecer as alternativas de recuperação mais


adequada para cada tipo de defeito.

• Uma medida corretiva inadequada pode, além de não estancar


o processo patológico, potencializá-lo, tornando a intervenção
onerosa ou, como em muitos casos, maquiando os problemas
instalados.

• As anomalias, deficiência que se observam superficialmente nos


elementos são chamadas de manifestações patológicas.

• Uma manifestação patológica é tudo aquilo que se vê, se


observa e se apresenta como indicativo de um problema

• Como exemplo: podem-se citar fissuras, manchamentos de superfície,


mudança de coloração, desintegração, deformações e flechas excessivas,
quebras, escorrimentos ou desplacamento.
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Patologia de Estruturas

• Na patologia das construções, há diversos conceitos e termos empregados, pode-se correlacionar a patologia das
construções como a patologia na área médica, que é mais frequente no cotidiano, como exposto no quadro abaixo

• Além da descrição elementar dos termos, é possível compreender a severidade de cada danos nos exemplos.

TERMOS DEFINIÇÃO PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES PATOLOGIA MÉDICA

Manifestações São os problemas visíveis ou observáveis, Fissuras, trincas, manchamentos, Dor de cabeça, enjoo, tontura.
patológica indicativos de falhas do comportamento deformações, mofo
normal
Fenômeno É a raiz do problema, na qual se deve focar Corrosão, eflorescência, recalque. Câncer, depressão
para a solução
Inspeção É o check-up, quando o patológico ou Avaliar a estrutura regularmente ou Avaliar a pessoa para saber a
médico avalia o seu paciente, aprovando a quando houver um fato condição atual de saúde.
condição ou solicitando novos exames ou extraordinário de interesse.
ensaios
Anamnese É o estudo dos antecedentes, nessa etapa, Conversa com síndico e moradores Análise de histórico do paciente e
deve-se escutar dos usuários e pacientes o antigos, análise de projeto, dos familiares, verificação de
que estão sentindo. verificação do estado dos prédios exames anteriores.
vizinhos.

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Patologia de Estruturas

• Na patologia das construções, há diversos conceitos e termos empregados, pode-se correlacionar a patologia das
construções como a patologia na área médica, que é mãos frequente no cotidiano, como exposto no quadro
abaixo

• Além da descrição elementar dos termos, é possível compreender a severidade de cada danos nos exemplos.

TERMOS DEFINIÇÃO PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES PATOLOGIA MÉDICA

Ensaios não São ensaios / exames que não danificam o Esclerometria, pacometria, ultrassom Medição de pressão febre,
destrutivos paciente ultrassom
Ensaios semi- São ensaios / exames que causam Extração de corpos de prova, pull-out Biópsia, exame de sangue
destrutivos pequeno dano ao paciente
Diagnóstico É a explicitação e o esclarecimento das Corrosão, eflorescência, recalque. Cancêr depressão.
origens, mecanismos, sintomas e agnetes
causadores do fenômeno ou problema
patológico
Profilaxia São as medidas preventivas para que o Manter o cobrimento correto das Escovar os dentes cinco vezes ao
problema não ocorra armaduras, fazer uso adequado da dia, manter uma alimentação
construção, manter a pintura da saudável, praticar exercícios
fachada íntegra

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Patologia de Estruturas
Vida útil das edificações

TERMOS DEFINIÇÃO PATOLOGIA DAS PATOLOGIA MÉDICA


CONSTRUÇÕES
Prognóstico São as medidas preventiva para Manter cobrimento correto Perda da visão, expansão
que o problema não ocorra das armaduras, fazer uso do câncer para outros
adequado órgãos, morte.
Terapia São as medidas para neutralizar Refazer elemento corroído Quimioterapia, remédios,
o fenômeno, devolvendo o com proteção da armadura, praticar esportes
desempenho ou a qualidade de retirar sobrecarga, reforçar
vida ao paciente. É o estudo das estrutura.
intervenções corretivas viáveis.

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Patologia de Estruturas
Vida útil das edificações

• A degradação prematura das edificações


ou suas partes, e a consequente redução
de desempenho, é um problema
frequente em todo o mundo.

• Esta deterioração ocorre devido,


sobretudo, ao envelhecimento precoce
das mesmas, o qual geralmente é
desencadeado pela baixa qualidade dos
materiais de construção empregados, por
problemas de projeto e execução e falta
de manutenção.
Patologia de Estruturas
Vida útil das edificações

• No que se refere à sustentabilidade, modelo


conceitual, o qual combina sistematicamente
os conceitos de qualidade (durabilidade),
funcionalidade e Custo do Ciclo de Vida e
impacto ambiental.

• O projeto de uma estrutura deve buscar o


equilíbrio entre esses três fatores, atingindo o
nível de excelência (nível de realização 3).
Patologia de Estruturas
Desempenho das Edificações

• Segundo a Norma, para que uma edificação


tenha um desempenho adequado deve-se
buscar junto ao usuário a captação dos
requisitos de desempenho.

• Com base nestes requisitos qualitativos


(segurança, resistência, conforto, boa
estética, etc.) devem-se estabelecer os
critérios de desempenho (estabilidade
estrutural, resistência ao fogo, conforto
térmico e acústico, durabilidade, etc) por
meio de resoluções normativas prescritivas
vigentes.
Patologia de Estruturas
Durabilidade das Edificações

• De acordo com a ISO 13823 (2008), durabilidade é a capacidade de uma estrutura ou de seus
componentes de satisfazer, com dada manutenção planejada, os requisitos de desempenho11 do
projeto, por um período específico de tempo sob influência das ações ambientais, ou como
resultado do processo de envelhecimento natural.

• O conceito de durabilidade associa-se diretamente à vida útil. Refere-se às características dos


materiais e/ou componentes, às condições de exposição e às condições de utilização impostas
durante a vida útil da edificação. Destaca-se que a durabilidade não é uma propriedade intrínseca
dos materiais, mas sim uma função relacionada com o desempenho dos mesmos sob
determinadas condições ambientais.

• O envelhecimento destes resulta das alterações das propriedades mecânicas, físicas e químicas,
tanto na superfície como no seu interior, em grande parte devida à agressividade do meio
ambiente. Para Mehta e Monteiro (2008) “uma vida útil longa é considerada sinônimo de
durabilidade”.
Patologia de Estruturas
Vida útil das edificações

• Com isso, destaca-se a importância do manual do


usuário no qual devem estar descritas as atividades e a
frequência das ações de manutenção necessárias para a
garantia da VUP da edificação, similar ao já difundido na
indústria automobilística, onde ao se comprar um
veículo o proprietário recebe um manual que indica o
tempo ou a quilometragem necessária para cada ação
de manutenção.

• Caso o usuário descumpra esses limites ele perde a


garantia do produto, pois a indústria automobilística
entende que sem as manutenções indicadas não é
possível garantir a “vida útil” do automóvel.
Patologia de Estruturas
Vida útil das edificações

A recém-lançada Norma de Desempenho


brasileira (NBR 15575:2013) indica a VUP em
três níveis: um Mínimo (M); um Intermediário
(I); e, um superior (S), sendo o primeiro
obrigatório (Ver representação esquemática na
tabela apresentam-se os valores de vida útil de
projeto (VUP), em anos, especificada pela
norma brasileira de desempenho para cada
sistema da edificação para os níveis mínimo
(M) e superior (S).
Patologia de Estruturas
Vida útil das edificações
Periodicidade das inspeções segundo a Lei complementar nº 441 da cidade
de Santos, no Estado de São Paulo:

Tipo Idade da conclusão da Período de vistoria


obra
(I) Sobrados plurihabitacionais e Até 30 anos A cada dez anos
edifícios com até três pavimentos Mais de 30 anos A cada cinco anos
- tipo
(II) Edifícios com mais de três Até 30 anos A cada cinco anos
pavimentos-tipo e até nove De 31 anos até 60 anos A cada três anos
pavimentos-tipo Mais de 60 anos
A cada ano.
(III) Edifícios com mais de nove Até 30 anos A cada cinco anos
pavimentos-tipo Mais de 30 anos A cada ano
Patologia de Estruturas
Patologia das Fundações

ORIGEM DAS PATOLOGIAS


EM ESTUDOS REALIZADOS DE OBRAS QUE APRESENTARAM PATOLOGIAS DE FUNDAÇÕES NO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL CONSTATOU-SE A SEGUINTE DISTRIBUIÇÃO PARA AS ORIGENS E CAUSAS:
-INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA ------ 34,50%
-ANÁLISE E PROJETOS ---------------- 20,70%
-EXECUÇÃO ------------------------------ 15,90%
-EVENTOS PÓS CONSTRUÇÃO ------ 28,90%

EVENTOS PÓS CONCLUSÃO :


1-ALTERAÇÃO DO NIVEL D’ ÁGUA
2-ALTERAÇÃO DO USO DA EDIFICAÇÃO
3-CHOQUES DE UMA MANEIRA GERAL
4-CRAVAÇÃO DE ESTACAS
5-ESCAVAÇÕES DE VIZINHOS PARA REALIZAÇÕES DE SUBSOLOS

Fonte: Prof Meirelles Carvalho.


Patologia de Estruturas
Patologia das Fundações

O que são Fundações ?

São elementos estruturais cuja função é a transferência de


cargas da estrutura para a camada resistente de solo.
Patologia de Estruturas
Patologia das Fundações
Etapas Importantes

• Determinar o número de furos de sondagem, bem como a sua localização;

• Analisar um perfil de sondagem;

• Saber escolher a fundação ideal para determinada edificação;

• Especificar corretamente o tipo de impermeabilização a ser utilizada em


alicerce;

• Especificar o tipo de dreno e a sua localização.


Patologia de Estruturas
Patologia das Fundações
Etapas Importantes
Patologia de Estruturas
Patologia das Fundações
Causa de patologias em fundações

• Ausência ou falhas nas


investigações dos solos;
• Número insuficiente de
sondagens;
• Erro de localização;
• Procedimentos fraudulentos;
• Influência da vegetação;
• Presença de matacões.
Patologia de Estruturas
Patologia das Fundações

Investigação insuficiente –
acaba não refletindo as
condições reais do solo
Patologia de Estruturas
Patologia das Fundações

Ocorrências
singulares – Zonas
Cársicas
Patologia de Estruturas
Patologia das Fundações

Ocorrências
singulares – Zonas de
Mineração
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Causa de patologias em fundações

Problemas envolvendo o comportamento do solo:


• Adoção de perfil de projeto otimista;
• Existência de aterro assimétrico;
• Falta de travamento em duas direções no topo das
estacas;
• Não observação da flambagem das estacas muito
esbeltas, dependendo das cargas nominais da
superestrutura.
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Causa de patologias em fundações

Problemas envolvendo o desconhecimento do comportamento real das


fundações:

• Adoção de sistemas de fundações diferentes;


• Recalques diferenciais;
• Adoção de fundações profundas para solos compactados assentes a
camada compressível;
• Elementos de fundação como reforço.
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Causa de patologias em fundações

Problemas envolvendo a estrutura de fundação:

• Erro na determinação das cargas atuantes na fundação;


• Erros no dimensionamento de vigas de equilíbrio, etc;
• Armaduras densas;
• Armaduras das estacas tracionadas calculadas sem verificar a fissuração.
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Causa de patologias em fundações

Problemas envolvendo as especificações construtivas:

• Cota de assentamento;
• Tipos e características do solo;
• Tensões admissíveis adotados;
• Características do concreto;
• Recobrimento da armadura.
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Causa de patologias em fundações

Execuções-falha:
Envolvendo o elemento estrutural
da fundação:
• Adensamento deficiente e
vibração inadequada do concreto;
• Estrangulamento de seção de
pilares enterrados;
• Junta de dilatação mal
executada.
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Causa de patologias em fundações


Execuções-falha:
Problemas genéricos:
• Erros de locação;
•Falta de limpeza da cabeça
de estaca para vinculação
ao bloco;
•Flexão dos elementos
cravados.
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Causa de patologias em fundações

Eventos pós-conclusão da
fundação:
a. Carregamento próprio da
superestrutura;
b. Movimento da massa do solo;
c. Vibrações ou choques.
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Situações Reais e Práticas – Comportamento da Fundação
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações – Recalque e adensamento

https://www.youtube.com/watch?v=DWhkR31lrxQ
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Problemas devidos a vegetação em contato com as fundações
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Situações Práticas
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Deformações devido a origem do terreno
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Fundações superficiais - Aterros
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Adensamento inadequado do solo


Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Flambagem da estaca devido a esbeltez da peça


Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Trincas típicas de patologias devido a fundação


Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Trincas típicas de patologias devido a fundação


Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Trincas típicas de patologias devido a fundação


Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Trincas típicas de patologias devido a fundação


Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Trincas típicas de patologias devido a fundação


Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Os problemas que ocorrem na vida de uma fundação são:

Relativos ao solo – Descrição das patologias envolvendo o solo como


causador do problema;

Relativos a mecanismos – problemas causados pela ausência de identificação


de mecanismo causador de mal comportamento ou colapso;

Desconhecimento do comportamento real das fundações – cada tipo de


fundação mobiliza cargas e deforma de maneira específica, o que afeta o
desempenho da estrutura apoiada sobre as mesmas;
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Origem das patologias

Relativos à estrutura de
fundação – aqueles
problemas causados pelo
projeto ou detalhamento
estrutural do elemento de
fundação;

Relacionados as
especificações construtivas,
ou sua ausência.
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Tabela – Problemas típicos decorrentes de ausência de
investigação para os diferentes tipos de fundações
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Falta de investigação geotécnica
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Classificação dos Solos
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

PRINCIPAIS ITENS A VERIFICAR:


•1-NÍVEL D’ÁGUA averiguar com poço de maior diâmetro
•2-QUALIFICAÇÃO DO SOLO – ARGILAS, SILTES AREIAS E PEDREGULHOS
•3- RESISTÊNCIAS DOS SOLOS – No. DO SPT
•4- COTA DA BOCA DO FURO DE SONDAGEM E LOCAÇÃO EM PLANTA
•5- INTERPRETAÇÃO GEOTECNICA DO TERRENO
•6- ERROS COMUNS
• sondagens e topografia já feita pelo incorporador
• ENTENDA-SE QUE A AMOSTRAGEM DE RESISTÊNCIA SE INICIA A PARTIR DO PRIMEIRO METRO
PERFURADO, NESTA SITUAÇÃO CONTA-SE O No. DE GOLPES PARA DESCER 15 cm EM TRES SERIES,
PORTANTO 45 cm, DESCE-SE O TUBO POR 55 cm COBRINDO O SEGUNDO METRO E DAÍ PARA FRENTE
REPETE-SE A OPERAÇÃO ATÉ O FINAL DO FURO. PARA O No. de SPT VALEM OS DOIS ÚLTIMOS
AVANÇOS DE 15 cm.
• DE UMA MANEIRA GERAL EXECUTA-SE UM FURO POR 400m2 EM PLANTA DE CONSTRUÇÃO, E O
FURO TERMINA COM TRÊS SERIES DE SPT > 40 GOLPES, PARA OBRAS DE SOBRADOS SPT>20.
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Sintomas

TRINCAS
• DEVIDO AS FUNDAÇÕES

• DEVIDO A ESTRUTURA

• DEVIDO AOS MATERIAIS CONSTITUINTES DA EDIFICAÇÃO


Não sendo ruptura , temos de uma maneira geral fissuras trincas
ou mesmo aberturas , sendo todas elas produzidas por esforços
de tração , que se manifestam nos três casos acima
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Devido as fundações

RECALQUE TOTAL
2- RECALQUE DIFERENCIAL;
3- RECALQUE DISTORCIONAL OU POR ADERNAMENTO
• RECALQUE POR SOLOS HETEROGÊNEOS;( 2 e 3)
• SITUAÇÃO DE CORTE/ATERRO; ( 2 e 3)
• RECALQUE POR CARGAS DESBALANCEADAS;(2)
• RECALQUES POR DIFERENÇAS DE TIPOS DE
COMPORTAMENTO DE FUNDAÇÃO.( 2 e 3 )
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Recalque diferencial
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Processo de Ruptura
Regra da mediatriz
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Recalque por solos heterogêneos Situação de Corte / Aterro
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Situação de Corte / Aterro


Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

RECALQUES POR DIFERENÇAS DE TIPOS DE


Recalque por cargas COMPORTAMENTO DE FUNDAÇÃO
desbalanceadas
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

Trincas cuja origem não se deve as fundações –


Estrutura

Não existência de verga – contra-verga;


Deformações de Laje;
Balanços Excessivos;
Vigas com deficiência de estribos;
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Deformações de Lajes
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Balanços Excessivos Vigas com deficiência de estribos
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

TRINCAS DEVIDO AOS MATERIAIS CONSTITUINTES DA EDIFICAÇÃO


•RETRAÇÃO HIDRÁULICA;
•TEMPERATURA;
•AUSÊNCIA DE CAL NAS ARGAMASSAS DE REVESTIMENTOS;
•ETC.

IDENTIFICAÇÃO DAS TRINCAS DE ORIGEM NAS FUNDAÇÕES


• TRINCA SE EXTENDE ATÉ O TERRENO DE APOIO DAS FUNDAÇÕES
• TRINCA DEVE SURGIR NAS DUAS FACES DA PAREDE
• TRINCA A 45 GRAUS ( GRANDE POSSIBILIDADE)
• FICAR RESTRITA A ANDARES SUPERIORES
• MOVIMENTAÇÃO COM O TEMPO PARA MAIOR E PARA MENOR.
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Trincas e Fissuras – Identificação e Diferenças

NÃO HÁ UMA NORMALIZAÇÃO PARA DISTINÇÃO DE TRINCAS E FISSURAS MAS A


PRÁTICA INDICA:
• FISSURAS ABERTURA < = 0,5 mm
• 1,0 mm > TRINCA ABERTURA > 0,5 mm
• RACHADURA entre 1,0 mm e 1,5 mm
• FENDA > 1,5 mm
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações
Trincas e Fissuras
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

[Classificação de danos em paredes


[National Coal Board(1975),
Boscardin& Cording (1989),
Burland(1995), CIRIA (2003)].
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

TABELA DE VELOCIDADE DE RECALQUES


Considerar aceitáveis, os seguintes valores:
•Até 100 microns/dia – prédios em construção – fundações profundas
•Até 200microns/dia – prédios em construção – fundações diretas
•Até 30microns/dia – prédios construídos há mais de 1(um) e menos de
5(cinco) anos.
•(*) até 10microns/dia – prédios construídos há mais de 5 anos.
•(*) Se a maioria dos pinos tiver velocidade de 10, analisar novamente.
• Valores de recalques maiores que os do item 2, são considerados
merecedores de atenção.
Patologia de Estruturas Patologia das Fundações

LIMITE DE RECALQUES TOTAIS


• SAPATAS ≈ 3 cm
• ESTACAS ≈ 10 mm
• TUBULÕES ≈ 2 cm
• SAPATAS E RADIER PODEM ROMPER COM MAIOR FACILIDADE.
•ESTACAS E TUBULÕES PARA ROMPER SOMENTE EM CASOS EXTREMOS, É
CONSIDERADO ROMPIDO AS ESTACAS COM RECALQUES SUPERIORES A 10% DO
SEU DIAMETRO.
Patologia de Estruturas

Adensamento do Solo

https://www.youtube.com/watch?v=uiZZl4AmgoM
Patologia de Estruturas

BIBLIOGRAFIA

- AZERADO, Hélio Alves de. O edifício até sua cobertura. São Paulo: Edgard Blücher, 2004.
- BORGES, Alberto de Campos. Prática das pequenas construções. São Paulo: Blucher, 2009. v.1
- YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. São Paulo: Pini, 2006.
- FERRAZ, J. C. F. Urbs Nostra. Arquitetura e Tecnologia. São Paulo: Pini, 1991.
- GRAEFF, E. A. Edifício. São Paulo: Projeto, 1986.
- NEUFERT, E. ; Arte de Projetar em arquitetura. São Paulo Gustavo Gili do Brasil, 1976.
- SALGADO, J. Técnicas e Práticas Construtivas para Edificação. Ed. Erica, São Paulo, 2008.
- AMBROZEWICS, Paulo Henrique Laporte. Construção de Edifícios: Do Início ao Fim da Obra. São Paulo:
Pini, 2015.
- ABEF – Manual de Especificações de Produtos e Procedimentos – Associação Brasileira de Empresas
Engenharia de Fundações e Geotecnia.
- Planos de Aula – Meirelles Carvalho – Engenharia e Projetos S/C Ltda

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Patologia de Estruturas

INSTITUTOS, ASSOCIACOES, NORMAS, ARTIGOS TECNICOS E SITES DE CONSTRUCAO:

ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland (www.abcp.org.br)


ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas (www.abnt.org.br)
ANTAC - Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (www.antac.org.br)
Capes - www.capes. gov.br (link "periódicos")
Comunidade da Construcao - www.comunidadedaconstrucao.com.br
IBRACON - Instituto Brasileiro de Concreto (www.ibracon.org.br)
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (www.ipt.br)
Revistas Ed. Pini (www.piniweb.com): A CONSTRUCAO, AU e TECHNE
Bancos de dissertações e teses: www.capes. gov.br
www.infohab.org.br
www.habitare.org.br

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FIM

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