Frequentemente, crianças em idade escolar (entre 10-20%), queixam-se de
dor musculoesqueletica, iniciando aos 3 anos (quando é menos frequente) e
tendo seu pico aos 14 anos. Porém, apesar de comum, o diagnóstico diferencial correto é indispensável para descartar outras etiologias da dor, já que uma cronicidade pode vir a prejudicar o bem-estar de toda a família e comprometer a qualidade de vida de todos.
Dos 3 aos 12 anos as crianças de ambos os gêneros apresentam
caracteristicas das dores benignas dos membros, conhecida como dores do crescimento. As mesmas são de caráter noturno (muitas vezes iniciando no fim da tarde, porém nunca pela manhã), não limitante ao exercício físico e sem claudicações, são simétricas e não se limitam a uma articulação apenas, dsendo mais frequente em coxas, perna e fossa poplítea, não responde ao exame físico e não há resposta sistêmica. A criança que porta a dor do crescimento não tem alteração nos marcos de desenvolvimento, pode apresentar hipermobilidade articular e a dor é intermitente.
Durante a avaliação, são realizadas perguntas a respeito da história clinica
da dor, questionando a respeito de: local, duração, frequência, ritmo, padrão, intensidade, fatores de agravamento e de alívio. Questões relacionadas ao comportamento da criança, possíveis manifestações sistémicas, o efeito das medidas farmacológicas e não farmacológicas e antecedentes pessoais e familiares.
A partir daí, são realizadas manobras de rastreio para que se descartem
alterações que possam estar causando essa dor, tais como escoliose, instabilidade patelar, displasia de quadril, dentre outras doenças. Exemplo, a manobra de dobrar a coluna sem dobrar os joelhos, além de avaliar flexibilidade toracolombar pode-se observar se há gibosidade na região dorsal (teste de Adam).
Tendo realizados os testes específicos da região da dor para descarte da
doença, a dor musculoesquelética deve ser acompanhada e deve-se tranquilizar a criança e os pais quanto a benignidade da dor.