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Breve histórico da Saúde

Pública no Brasil.
Redes de Atenção á Saúde
Colonização e Império.
• Como sabemos, antes da chegada dos portugueses
em território brasileiro, os povos indígenas já
habitavam há centenas de séculos;
• Sabe-se que os povos indígenas já tinham
enfermidades comuns à população, porém essas
doenças pioraram com a chegada dos portugueses;
• Doenças que eram comuns na Europa não existiam
no Brasil;
• Importante lembrar que os povos indígenas não
tinham imunidade para essas novas enfermidades
que chegaram junto com os europeus, a
consequência disso foi a morte de centenas de
indígenas.
Colonização e
Império.

• Muito pouco (ou quase nada) durante os 389 anos de


duração da Colonização e Império foi feito na saúde
pública no Brasil;
• Não haviam politicas públicas estruturadas, muito
menos construção de centros de atendimento à
população;
• Além disso, o acesso a tratamento e cuidados
médicos dependia da classe social: pessoas pobres e
escravos viviam em condições duras e poucos
sobreviviam às doenças que tinham. As pessoas
nobres e colonos brancos, que tivessem terras e
posses, tinham maior facilidade de acesso a médicos
e remédios da época. Portanto, suas chances de
sobrevivência eram maiores.
Chegada da Família
Real- 1.808
• Com a chegada da Família Real
portuguesa ao Brasil, em 1808, e a sua
vontade em desenvolver o Brasil para que
se aproximasse da realidade vivida em
Portugal, uma das primeiras medidas foi a
fundação de cursos universitários.
• Foram criados cursos de Medicina,
Cirurgia e Química, sendo os pioneiros: a
Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro e o
Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital
Militar de Salvador.
Chegada da Família
Real- 1.808
• Inicialmente, a instituição que se dedicava ao
atendimento de saúde gratuito no Brasil eram as
Santas Casas. A primeira organização foi
instalada em Santos, em 1543. Em seguida, Bahia,
Espírito Santo, Rio de Janeiro, Olinda e São Paulo
também receberam entidades do tipo.
• Porém, apesar de tratarem enfermos dos navios
dos portos e moradores das cidades, as Santas
Casas não empregavam saberes científicos. Isso
só foi ocorrer com a transferência da Corte
portuguesa para o Brasil, em 1808. Com a vinda
da Carlota Joaquina e do Dom João VI,
fundaram-se as primeiras faculdades medicina na
colônia portuguesa.
Vídeo
• A história da saúde pública no Brasil – 500 anos na busca de
soluções

https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8&t=826s
Caridade, filantropia e saúde: o papel das
Santas Casas de Misericórdia
• A ligação entre entidades religiosas e tratamentos de saúde é
bastante forte e existe desde a colonização do Brasil.
• As Santas Casas de Misericórdia são uma dessas entidades que se
destinaram a prestar assistência médica às pessoas. Foram, durante
décadas, a única opção de acolhimento e tratamento de saúde para
quem não tinha dinheiro.
• Elas eram fundadas pelos religiosos e, num primeiro momento,
conectadas com a ideia de caridade – entre o século XVIII e o ano de
1837.
Caridade, filantropia e saúde: o papel das
Santas Casas de Misericórdia
• A Confederação de Santas Casas de Misericórdia (CMB), explica da
seguinte maneira o financiamento para saúde na época: “desde sua
origem, até o início das relações com os governos (especialmente na
década de 1960), as Santas Casas foram criadas e mantidas pelas
doações das comunidades, vivendo períodos áureos, em que
construíram seus patrimônios, sendo boa parte destes tombados
como patrimônio histórico.”
• Antes da Constituição de 1824, algumas das santas casas no Brasil
eram: as Santas Casas de Santos (1543), Salvador (1549), Rio de
Janeiro (1567), Vitória (1818), São Paulo (1599), João Pessoa (1602),
Belém (1619), entre diversas outras.
Caridade, filantropia e saúde: o papel das
Santas Casas de Misericórdia

• De 1838 a 1940, as santas casas


mudaram seu propósito e começaram a
agir por meio da filantropia, que é, de
acordo com a CMB, uma forma de
“tornar a ajuda útil àqueles que dela
necessitam”. Mais importante do que
bens, a filantropia seria a orientação das
pessoas e a preocupação com o seu bem-
estar futuro.
Mudanças nas políticas de saúde
durante o Império.
• Em 1822, depois que D. Pedro I declarou independência, a saúde
pública funcionava principalmente a partir de órgãos de vistoria,
D Pedro I criou órgãos para vistoriar a higiene pública
principalmente na nova capital brasileira, o Rio de Janeiro. As
cidades, com enfoque no Rio de Janeiro, que era a capital do
Brasil, sofriam com a disseminação de doenças associadas a falta
de higiene. As principais endemias eram febre amarela, peste
bubônica, malária e varíola.
• A cidade, além de sofrer diversas mudanças urbanas, como
calçamento de ruas e iluminação pública, também visava a
higienizar o centro urbano – de maneira sanitária e social.
Mudanças nas políticas de
saúde durante o Império.

• A higienização sanitária deveria ocorrer


por conta das recorrentes endemias de
febre amarela, peste bubônica, malária e
varíola, doenças associadas à falta de
saneamento básico e de higiene.
• Os esgotos, na época, corriam a céu
aberto e o lixo era depositado em valas.
• Assim, o alvo da campanha pela saúde
pública nesse princípio de século XIX foi
estruturar o saneamento básico.
Saúde pública na República: as vacinas e os
sanitaristas.
• Com a declaração do fim da escravidão em 1888, o país ficou
dependente de mão de obra imigrante para continuar no cultivo de
insumos que eram a base da economia brasileira, principalmente o
café.
• Entre 1900 e 1920, o Brasil ainda era refém dos problemas sanitários
e das epidemias.
• Para o governo, o crescimento do país dependia de uma população
saudável e com capacidade produtiva, portanto era de seu interesse
que sua saúde estivesse em bom estado.
Saúde pública na República: as vacinas e os
sanitaristas.
• Os sanitaristas comandaram esse período com campanhas de saúde,
sendo um dos destaques o médico Oswaldo Cruz, que enfrentou
revoltas populares na defesa da vacina obrigatória contra a varíola –
na época, a população revoltou-se com a medida, pois não foram
explicados os objetivos da campanha e do que se tratavam as vacinas.
• As ações dos sanitaristas chegaram até o Sertão Nordestino,
divulgando a importância dos cuidados com a saúde no meio rural.
Lá, porém, as pessoas eram muito pobres e continuavam em
moradias precárias, vitimadas por doenças mesmo com a
disseminação de vacinas.
Revolta da
Vacina- 1904.
• Histórias do Brasil - A Revolta da Vacina

https://www.youtube.com/watch?v=6i6v9f_aWjg
Republica Velha. Criação das CAPS.
• A lei de criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões, de 1923, é
considerada a primeira lei de previdência social. Também conhecida
como Lei Elói Chaves, nome do autor do projeto, ela concedia aos
trabalhadores associados às Caixas ajuda médica, aposentadoria,
pensões para dependentes e auxílio funerário.

• Os trabalhadores as criaram para garantir proteção na velhice e na


doença.
• Após a Revolução de 1930, o novo Ministério do Trabalho
incorporou as CAPS e passou a tomar providências para
que essa garantia trabalhista fosse estendida a um
número significativo de trabalhadores.
• Após 1945, os Institutos de Aposentadoria e Pensões
expandiram suas áreas de atuação, que passaram a
incluir serviços na área de alimentação, habitação e
saúde.
Criação das • Essa ampliação de funções, porém, não foi acompanhada
da necessária reformulação da sua gestão financeira, o
IAPS. que acarretou sérios problemas posteriormente.
• A falta de um planejamento central foi também
responsável por graves disparidades na qualidade do
atendimento oferecido às diversas categorias
profissionais.
• Em novembro de 1966, todos institutos que atendiam
aos trabalhadores do setor privado foram unificados no
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
Período Getulista: o começo da organização
das leis.
• Com a presidência de Getúlio Vargas, houve reformulações no
sistema a fim de criar uma atuação mais centralizada, inclusive
quanto à saúde pública.
• O foco de seu governo foi o tratamento de epidemias e endemias,
sem muitos avanços, pois os recursos destinados à saúde eram
desviados a outros setores.
• O dinheiro recolhido através das contribuição dos trabalhadores para
os IAPS estavam indo para outras áreas como por exemplo a
industrialização do País.
Era Getulista
• A Constituição de 1934,
promulgada durante o governo
Vargas, concedia novos direitos
aos trabalhadores, como
assistência médica e “licença-
gestante”.
• Além disso, a Consolidação das
Leis Trabalhistas de 1943, a CLT,
determina aos trabalhadores de
carteira assinada, além do
salário mínimo, também
benefícios à saúde.
Anos 50 e a 3ª Conferência Nacional da Saúde.
• Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde.
• Foi a primeira vez em que houve um ministério dedicado
exclusivamente à criação de políticas de saúde, com foco
principalmente no atendimento em zonas rurais, já que nas cidades a
saúde era privilégio de quem tinha carteira assinada.
• As Conferências Nacionais de Saúde tiveram um papel muito
importante na consolidação do entendimento da importância da
saúde pública no Brasil .
• A 3ª Conferência Nacional de Saúde ocorreu no
final de 1963 e apresentou diversos estudos sobre
a criação de um sistema de saúde. Duas bandeiras
principais nessa conferência:
• 1. A criação de um sistema de saúde para todos, o
3ª Conferência direito à saúde deveria ser universal;
Nacional da 2. A organização de um sistema descentralizado,
Saúde. visando ao protagonismo do município.

Porém, a ditadura militar, iniciada em março de


1964, sepultou as propostas poucos meses depois.
A saúde pública durante a ditadura militar
(1964-1985).
• A saúde sofreu com o corte de verbas durante o período de regime
militar e doenças como dengue, meningite e malária se
intensificaram.
• Houve aumento das epidemias e da mortalidade infantil, até que o
governo buscou fazer algo.
• Uma das medidas foi a criação do INPS (1966), que foi a união de
todos os órgãos previdenciários que funcionavam desde 1930, a fim
de melhorar o atendimento médico.
• Passou-se a enxergar a atenção primária de pacientes cada vez mais
como responsabilidade dos municípios; os casos mais complexos
eram responsabilidade dos governos estadual e federal.
Planos de Saúde
• Os planos de saúde surgiram no Brasil na década de 1950 porque havia
um descontentamento com o atendimento oferecido até então pelo
Instituto de Aposentadorias e Pensões (IAPS). As indústrias
automobilísticas começaram a se estabelecer no país durante o governo
de Juscelino Kubitschek e queriam uma força de trabalho mais
saudável. Assim, nasceram os primeiros planos de saúde coletivos”.
• A saúde suplementar, a partir daí, só se expandiu. Nos anos de 1960,
nasceram as primeiras cooperativas de saúde do país. Por iniciativa da
Associação Médica Brasileira (AMB), em 1967, foi criada a primeira
Unimed, que posteriormente constituiu-se em um sistema espalhado
por todo o país.
• Depois surgiram outros planos de saúde (medicina de grupo /
medicina privada) como a Blue Life, a Golden Cross e
outros..... Vários outros planos
• Com esse crescimento da saúde suplementar, muitas pessoas
começaram a se interessar por planos individuais, mesmo que
não estivessem ligadas a uma empresa. “Então, as
seguradoras viram a oportunidade de começar a investir na
área da Saúde – algo que de fato só foi regularizado na década
de 1980. Foi uma grande evolução do setor”.
• Em 1993, a Previdência parou de bancar o sistema de saúde e
até hoje o Governo luta para conseguir recursos para manter o
Sistema Único de Saúde (SUS)”,
Ditadura militar e saúde.
• Durante os anos de 1970, mesmo no
auge do milagre econômico, as verbas
para saúde eram baixas: 1% do
orçamento geral da União.
• Em 1976, quase 98% das internações
eram feitas em hospitais privados.
• Além disso, o modelo hospitalar
adotado fez com a que a assistência
primária fosse relegada a um segundo
plano. Não existiam planos de saúde do
governo, gratuitos, oferecidos a
população, somente os privados e o
saneamento básico chegava a poucas
localidades.
Anos 80 e o princípio da saúde pública como
direito.
• O movimento sanitarista foi de importância ímpar ao entendimento
de saúde pública, do conceito de saúde e também da evolução do
direito à saúde no Brasil.
• A reforma sanitária se refere às ideias de uma série de mudanças e
transformações necessárias à saúde.
• Sua composição era de técnicos da saúde (médicos, enfermeiros,
biomédicos), professores universitários e acadêmicos (alunos),
intelectuais, partidos políticos, diferentes correntes e tendências e
movimentos sociais diversos.
Anos 80 e o princípio da saúde pública como
direito.
• Ao fim da ditadura, as propostas da Reforma Sanitária foram reunidas
num documento chamado Saúde e Democracia, enviado para
aprovação do Legislativo.
• Uma das conquistas foi a realização da 8ª Conferência Nacional da
Saúde em 1986.
• Pela primeira vez na história, foi possível a participação da sociedade
civil organizada no processo de construção do que seria o novo
modelo de saúde pública brasileiro.
8ª Conferência Nacional da Saúde
• A 8ª Conferência teve sua Comissão Organizadora presidida por Sergio Arouca, uma
das principais lideranças do Movimento da Reforma Sanitária.
• Os eixos temáticos da conferência eram compostos por três itens:
• 1) saúde como direito;
• 2) reformulação do Sistema Nacional de Saúde; e
• 3) financiamento do setor.

• Essa conferência foi tão importante pois desde o seu tema – “saúde como direito
de todos e dever do Estado”. O relatório da conferência teve suas principais
resoluções incorporadas à Constituição Federal de 1988.
A Constituição de 1988 e a criação do SUS: o
direito à saúde como dever do Estado.
• A Constituição Federal de 1988 foi o primeiro documento a colocar o
direito à saúde definitivamente no ordenamento jurídico brasileiro.
• A saúde passa a ser um direito do cidadão e um dever do Estado.
• A Constituição ainda determina que o sistema de saúde pública deve
ser gratuito, de qualidade e universal, isto é, acessível a todos os
brasileiros e/ou residentes no Brasil.
• O Sistema Único de Saúde foi regulado posteriormente pela lei 8.080
de 1990, em que estão distribuídas todas as suas atribuições e
funções como um sistema público.
A história da saúde suplementar no Brasil
• 1956 – Juljan Czapski funda a Policlínica Central, em São Paulo,
primeira empresa de planos de saúde do país
• 1967 – É organizada a primeira cooperativa médica brasileira
• 1988 – Constituição define a Saúde como direito de todos e dever do
Estado, criando o SUS
• 1998 – Lei 9.656 regulamenta os planos e seguros de saúde,
formalizando responsabilidades contratuais
• 2000 – É instituída a criação da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS)
• 2014 – Crise econômica no Brasil faz com que mercado de saúde
suplementar se retraia
• 2019 – Saúde suplementar tem perspectiva de retomar crescimento.
Revisando.....
• História da saúde pública no Brasil

• https://www.youtube.com/watch?v=L7NzqtspLpc&t=228s
Exercício
• Faça leitura dos slides abaixo e escreva no seu caderno, os principais
acontecimentos sobre o Histórico da saúde no Brasil
Breve Histórico das
RECAPITULANDO.......... Políticas de Saúde no
Brasil
1. Brasil Colônia → 1500 a 1808
2. Império enfermo → 1808 a 1889
História das 3. República Velha → 1889 – 1930
4. Institucionalização da saúde pública na “Era
Políticas de Vargas” → 1930 – 1945
Saúde no 5. Luta pela democratização da saúde → 1945 a
1964
Brasil 6. Retorno a Racionalidade → 1964 – 1985
7. Recentes tentativas : sucesso? 1985
Descobrimento do Brasil

Médico → raros → baixos salários e amedrontados com


perigos

Brasil Colônia medo de submeter-se a tratamentos


População →
→ 1500 a 1808
Prefere submeter-se a purgantes e
sangrias (curandeiros e indígenas)

Varíola → motivo de óbito

Doenças infectocontagiosas → afastamento e


isolamento dos doentes
Fundação São Vicente, primeira Vila fundada no Brasil Colônia.
1. Brasil Colônia → 1500 a 1808
2. Império enfermo → 1808 a 1889
3. República Velha → 1889 – 1930
História das 4. Institucionalização da saúde pública na
"Era Vargas” → 1930 – 1945
Políticas de
5. Luta pela democratização da saúde →
Saúde no 1945 a 1964
Brasil: 6. Retorno a Racionalidade → 1964 –
1985
7. Recentes tentativas : sucesso? 1985
Império enfermo → 1808 a 1889
• Chegada da Família Real Portuguesa → 1808
• Introdução da medicina europeia → físicos, cirurgiões-barbeiros,
boticários e cirurgiões dentistas.
• Doentes ricos → assistência médica na Europa
• 1813 e 1815 → na Bahia e Rio de Janeiro → criação de academia
médico cirúrgica → virou Escola de Medicina
• 1828 → inspetoria dos portos → “porto” →lugar vital para economia
nacional
História das Políticas de Saúde no Brasil
1. Brasil Colônia → 1500 a 1808
2. Império enfermo → 1808 a 1889
3. República Velha → 1889 – 1930
4. Institucionalização da saúde pública na "Era Vargas” → 1930 – 1945
5. Luta pela democratização da saúde → 1945 a 1964
6. Retorno a Racionalidade → 1964 – 1985
7. Recentes tentativas : sucesso? 1985
República Velha → 1889 – 1930

➢ Desorganização dos serviços de saúde, nos primeiros anos da República →


ocorrência de novas ondas epidêmicas no país (varíola, febre amarela, peste
bubônica, febre tifoide e cólera).

➢ Falta de Hospitais públicos → somente entidades filantrópicas → trabalho


voluntário → depósito de doentes com objetivo mantê-los isolados da
sociedade
República Velha → 1889 – 1930
• 1900 - Início do século XX – século da ciência, progresso, da eletricidade, da engenharia e da medicina

• No Brasil existem muitas epidemias como febre amarela, varíola, cólera, malária, tuberculose, peste. Os
navios não querem aportar no Brasil, pois há referencia as “costas pestilentas do Brasil” (medo de “pegar”
doenças).

• “Os ricos tem seus médicos, seus doutores”.

• Não há atendimento médico aos “pobres” que recorrem a benzedeiras e caridade (atendimento
filantrópico nas Santas Casas)

• “No começo do século XX a população pobre só dispunha de atendimento filantrópico nos hospitais de
caridade mantidos pelas igrejas”
República Velha → 1889 – 1930
Modelo Assistencial Campanhista Sanitarista
Imigrantes não querem vir para o Brasil → falta trabalhador para cultura do café e fábricas (Final da escravatura
há necessidade os imigrantes, para expansão do café).
Oswaldo Cruz é nomeado para Diretoria Geral de Saúde → vacinação obrigatória.
Militares contra vacina obrigatória → Revolta contra a vacina obrigatória → REVOLTA DA VACINA - 1904
Na décadas de 1910 e 1920 a “indústria nacional” → péssimas condições de trabalho → 1917 – greves nas
fábricas
Explode a gripe espanhola com mais de 500 mortos em 2 meses; o governo e a saúde publica não conseguem
fazer nada (atribuída a um castigo dos céus).
1923 – Lei Elói Chaves → regulamenta as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs); Financiada pelas
empresas, trabalhadores e União.
“As CAPs são a 1ª vez que o estado interfere para criar um mecanismo destinado a garantir ao trabalhador
algum tipo de assistência”
1923 – Lei Elói Chaves → regulamenta as Caixas de
Aposentadorias e Pensões (CAPs); Financiada pelas empresas,
trabalhadores e União.

“As CAPs são a 1ª vez que o estado interfere para criar um


mecanismo destinado a garantir ao trabalhador algum tipo de
assistência”
República Velha
→ 1889 – 1930 “Com a CAPs o direito é desigual, só conseguem organizar as CAPs
nas empresas que pertencem a categorias como marítimos e
ferroviários”

Médico Geraldo Paula Souza traz para o Brasil o modelo de Saúde


Publica (importado dos Estados Unidos), implantando os Centros
de Saúde, com objetivo social e educativo, não tendo mais um
caráter “policialesco”. (Educadores Sanitários)
História das Políticas de Saúde no Brasil
1. Brasil Colônia → 1500 a 1808
2. Império enfermo → 1808 a 1889
3. República Velha → 1889 – 1930
4. Institucionalização da saúde pública na "Era Vargas” → 1930 – 1945
5. Luta pela democratização da saúde → 1945 a 1964
6. Retorno a Racionalidade → 1964 – 1985
7. Recentes tentativas : sucesso? 1985
• Getúlio Vargas toma posse como presidente e promete
governar para os pobres (“pai dos pobres”).
• Os latifundiários de café perdem o poder e quem passa a ter
o domínio econômico é os empresários e os industriais.
• 1933 → Getúlio cria o Instituto de Aposentadoria e Pensões
dos Marítimos (IAPs)
• “logo todas as categorias profissionais terão os seus IAPs
Institucionalização para substituir as caixas que são poucas e ineficientes.” e
que os trabalhadores vão descontar “fração mínima” dos
da saúde pública na seus salários para depois ter assistência médica,
aposentadoria e pensões após uma vida de trabalho
"Era Vargas” → 1930 produtiva”.
– 1945 • Na estrutura dos IAPs a presidência é de pessoa de
confiança do presidente da república com participação de
trabalhadores e patrões na gestão.
• Os IAPs arrecadam muito dinheiro e este foi usado para
financiar a industrialização.
• A lógica dos IAPS é semelhante a de “seguro de vida”, paga-
se um longo período para ter direito a aposentadoria, quem
não paga, não tem direito, e também não tem direito a
assistência a saúde.
• O trabalhador era protegido por garantias mínima
• O sistema previdenciário é constituído pelos IAPs → dinheiro usado
para investir na industrialização do país, parte mais cara que os
empresários não querem investir (ex. construção da usina de Volta
Redonda).
• É criado ao Fundação SESP para combater a malária e proteger os
Institucionalizaçã “soldados da borracha” (financiado pelo governo Americano, pois a
borracha é necessária a guerra) → tem como objetivo combater
o da saúde epidemias pelo interior do Brasil.
pública na“Era • Saúde publica → combater as principais endemias (febre amarela,
doença de Chagas, malária e esquistossomose) e a Previdência que
Vargas” → 1930 – proporciona assistência médica curativa para quem tem direito
1945 • “A ação do estado no setor de saúde se divide claramente em 02
ramos. De um lado a Saúde Pública de caráter Preventivo
coordenada através de campanhas e de outro lado a Assistência
Médica de caráter curativo, conduzida através da Previdência
Social” → Dicotomia Preventivo X Curativo:
História das Políticas de Saúde no Brasil
1. Brasil Colônia → 1500 a 1808
2. Império enfermo → 1808 a 1889
3. República Velha → 1889 – 1930
4. Institucionalização da saúde pública na "Era Vargas” → 1930 – 1945
5. Luta pela democratização da saúde → 1945 a 1964
6. Retorno a Racionalidade → 1964 – 1985
7. Recentes tentativas : sucesso? 1985
Luta pela democratização da saúde → 1945
a 1964
• . americana na saúde → grandes hospitais com especialistas concentram
Influencia
atendimento de grandes regiões e colocam em segundo plano postos de saúde e
ambulatórios que são estruturas de custo mais baixo (os hospitais tem alto custo em
equipamentos e medicamentos) → ampliação de médicos especialistas.

“A estrutura e o funcionamento dos grandes hospitais atende interesses crescentes de uma


florescente indústria farmacêutica e de equipamentos médicos”.

Hospitais maiores e mais complexos → centros de excelência (aumento industrias + aumento


hospitais + aumento equipamentos)
• 1950 → TV Tupi, em São Paulo
• 1950 → Criação do Ministério da Saúde
• 1953 → Criação da Petrobrás
• Em 1954 – sob pressão - Getúlio Vargas se suicida → Juscelino
Kubistchek ganha as eleições para presidência: período
Luta pela desenvolvimentista.
democratização • Implantação da indústria automobilística. Construção de Brasília avanço
da industrialização, abertura para capital estrangeiro → aumento dos
da saúde → trabalhadores.
• Ideia da unificação do IAPs → trabalhadores eram contrários pelo medo
1945 a 1964 do “nivelamento por baixo”).
• Surgem as medicinas de grupo: empresas que prestam atendimento
médico aos trabalhadores das empresas que as contratam (não são
todos IAPs que prestam assistência médica)
História das Políticas de Saúde no Brasil
1. Brasil Colônia → 1500 a 1808
2. Império enfermo → 1808 a 1889
3. República Velha → 1889 – 1930
4. Institucionalização da saúde pública na "Era Vargas” → 1930 – 1945
5. Luta pela democratização da saúde → 1945 a 1964
6. Retorno a Racionalidade → 1964 – 1985
7. Recentes tentativas : sucesso? 1985
Revolução de 1964 → Militares tomam o poder
indicado Presidente Castello Branco

Perseguição, prisões, tortura, censura/ repressão


política

→ 1964 – Ditadura / Arroxo salarial = que empobrece a população

1985 Êxodo Rural / Aumento da mortalidade infantil /


Sucateamento da saúde publica

“A ditadura permitiu uma deterioração das condições de


vida da população tanto pelo aumento da miséria das
cidades, quanto pela mudança de ênfase dos
investimentos em saúde. Até então a saúde pública
sempre tinha mais recursos do que a assistência médica.
A ditadura vai inverter esta relação, diminui muito os
investimentos na saúde pública”.
→ 1964 – 1985
1966 / 1967 → Unificação do sistema previdenciário, no
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) - incluindo
trabalhadores do comércio, indústria e serviços.
Juntando-se todas as contribuições num só instituto; é
formada uma enorme massa de dinheiro, um orçamento
maior do que o da nação.

“O INPS concentrou uma estrutura única todos os Institutos


relacionados com a previdência social. Só quem contribuiu
pode usufruir da previdência”.

1970 → momento de euforia do brasileiro com Copa


(México).

Governo Federal faz obras gigantescas para impulsionar o


crescimento econômico do país (Transamazônica, ponte Rio
Niterói, Usina Hidrelétrica de Itaipu – maior do mundo) com
recurso da Previdência → financiamento do privado pelo
público.
→ 1964 – 1985
INPS realiza a assistência médica ao trabalhador → para ampliar o
número de hospitais são criadas linhas de financiamento a fundo
perdido para que a iniciativa privada construa hospitais para
ampliação do número de leitos, visando ampliar leitos hospitalares.

Extensão da previdência aos trabalhadores rurais: criação do


Funrural.

INPS → maior orçamento da história usado sem controle pelo


governo; não há fiscalização da utilização dos recursos pelos
hospitais. Permite fraudes porque não há fiscalização do gasto
realizados pelos serviços contratados pelos INPS

“Em meados de 70 a previdência conheceu sua maior expansão em


número de leitos disponíveis em cobertura e na massa de recursos
arrecadados”.

Surgem os movimentos de saúde lutando contra a política de saúde


do governo.
1964 – 1985
Epidemia da meningite → não podia ser divulgada (o governo falava em “boatos alarmistas de subversivos e casos
isolados”)

Surge o movimento de saúde na periferia. Juntos trabalhadores da saúde, estudantes e população – começam
experiências em algumas cidades com a ampliação da Atenção Básica.

1980 → Movimento em ativa = com eleição dos conselhos populares.


“O movimento de saúde integrado por participantes dos movimentos populares e por trabalhadores da saúde
passou a interferir também na formulação de políticas de saúde. A pressão do movimento não permitia que o
governo tomasse medidas sem levar em conta as reinvindicações dos trabalhadores da saúde”.

O “milagre brasileiro” foi pago com o aumento da mortalidade infantil, da malária, da hanseníase, dos acidentes
de trabalho, dos surtos de poliomielite, etc.

Criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS) unindo todos os órgãos de assistência
médica no Instituto Nacional de Assistência Médica e Social (INAMPS) e os de previdência no INPS, sendo os
recursos financeiros controlados pelo IAPAS.
Retorno a Racionalidade → 1964 – 1985
Saúde Falida → Estrutura seguro saúde: o dinheiro sai do caixa das contribuições;
Enquanto a economia cresce o “dinheiro” aumenta, na crise, é maior o número de aposentadorias, de pensões e de
pessoas que necessitam de assistência médica mais do que de contribuições entrando no sistema, ou seja, sai mais
dinheiro do que entra.

O investimento nas empresas do governo era deficitário porque subsidiava a indústria através de preços e tarifas
públicas.

Nos anos 70 o INPS emprestou dinheiro a fundo perdido para construção de hospitais, depois mandou os clientes para
esses hospitais e pagou as contas. Quando os donos desses hospitais se consideraram capitalizados, se descredenciaram
diminuindo o numero de leito. Portanto, esse dinheiro nunca voltou para previdência. E a população ficou sem
assistência médica.

Durante a ditadura, a saúde pública foi deixada de lado, voltando epidemias antigas como cólera e surgindo novas como
a AIDS.

Sistema de Saúde : Hospitalocêntrico, Centralizado, Excludente, Corrupto →


Modelo Assistencial Médico Privatista
História das Políticas de Saúde no Brasil
1. Brasil Colônia → 1500 a 1808
2. Império enfermo → 1808 a 1889
3. República Velha → 1889 – 1930
4. Institucionalização da saúde pública na“Era Vargas” → 1930 – 1945
5. Luta pela democratização da saúde → 1945 a 1964
6. Retorno a Racionalidade → 1964 – 1985
7. Recentes tentativas : sucesso? 1985
Recentes tentativas : sucesso? 1985
Movimento da reforma sanitária

1986 = 8ª Conferência Nacional de Saúde.


Conferência de Saúde existe desde 1941 mas os trabalhadores da saúde e representantes do movimento
popular só puderam participar em 1986 na 8ª Conferência Nacional de Saúde

1987 criação do SUDS que aprofundava os AIS, mas ainda não se conseguia controlar a iniciativa privada e
havia concentração de poder nos governos estaduais.

1988 = SUS aprovado na Constituinte

A assistência médica privada opõe resistência e sabota essas ideias.


“Na visão das empresas de medicina de grupo a saúde e a doença são ótimas fontes de lucro”.
Recentes tentativas : sucesso? 1985
1990 – Lei 8080 e 8142

Implantação do SUS difícil

1994 = lançada a Internet......Crise na previdência se aprofunda = “rombo na previdência”

1994 = lançamento do PSF = assistência domiciliar a população. Deve garantir ações de promoção e
prevenção.

1995 = abertura da Internet ao público

Planos de Saúde = exigem autorização do governo para aumentar mensalidade dos associados.
Posse de Fernando Henrique Cardoso – 1995 a 2002 presidente – 2 mandatos
Recentes tentativas : sucesso? 1985
Organizações Sociais em Saúde (OSS) → entidades privadas sem fim lucrativos.
Gestão não é pública (hospital novo, com equipamentos na garantia, infraestrutura impecável, garantem
autonomia, salários maiores, com pouco controle publico. Não dão autonomia ao serviço publico,
demonstrando que o privado é melhor. OSS questionadas pela justiça).

2002 a 2010= posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva → previdência falida = reforma

Doença fonte de lucro não interessa sistema universal de qualidade

Outros inimigos = “eu não tenho nada a ver com isto” falta de responsabilidade sanitária, terceirização para
as OSSs e porta de entrada dupla para hospitais públicos, com atendimento diferenciado para quem tem
convenio (investigada em alguns casos pelo Ministério publico).
Avanços e problemas do SUS – parte do cotidiano de
todos brasileiros – Índios, transplantes, referencias
internacionais pesquisas e tecnologias, formação de
Recentes profissional, vacinas, atendimento de emergência,
garantia da qualidade da água, etc.
tentativas :
sucesso? SUS mais importante e avançada política de social do
Brasil, pública, popular e democrática, que aponta para
1985 justiça social.
SUS atende a mais de 1 milhão de pessoas por dia.
Referências:
• https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-
vestibular/conheca-a-historia-da-saude-publica-no-brasil/

• http://www.nesp.unb.br/mobilizasaude/?p=412

• https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos30-
37/PoliticaSocial/IAP

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