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Texto Teorico I
Texto Teorico I
estudo do Direito
Unidade I:
Financeiro e a Atividade
Financeira do Estado
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Unidade: Introdução ao estudo do Direito Financeiro e a
Atividade Financeira do Estado.
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existentes nos demais ramos.
O Direito Financeiro se relaciona com outros ramos do Direito, como se
segue:
Direito Constitucional: vários institutos, regras e princípios do Dir.
Financeiro, se encontram no texto constitucional, e a forma de se
interpretar a Constituição se aplica a ele.
Direito Administrativo: o Direito Financeiro nasceu do Direito
Administrativo isso faz com que as duas matérias não sejam totalmente
independentes, pois a existência de instrumentos de Direito
Administrativo que serve ao Direito Financeiro cria um „link‟ entre elas.
Ex: empenho (ato pelo qual o administrador concretiza a despesa
pública), receita pública (objeto de arrecadação por meio de ato
administrativo).
Direito Tributário: o Direito Tributário surgiu do Direito Financeiro.
O objeto deles é comum: o estudo do TRIBUTO. Enquanto o Direito
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temos que voltar um pouco na história e identificar as mudanças ocorridas no
conceito de Atividade Financeira do Estado nos períodos clássico e moderno.
Atividade financeira nada mais é do que aquela atividade que busca meios
para atingir o bem comum.
O período clássico, ligados ao Estado liberal, tem como principal
característica o não intervencionismo do Estado a economia, isso se dava com
base na idéia que as leis financeiras eram imutáveis assim como as leis
científicas, e os desajustes econômicos se recomporiam por si só, sem
necessidade que o Estado interviesse para o balanceamento econômico.
Um dos principais propulsores deste
pensamento foi Adam Smith, economista e filósofo
escocês, considerado o pai da economia moderna,
pois foi peça fundamental para formação do
liberalismo econômico. Uma das suas principais
obras foi “Uma investigação sobre a natureza e a
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externa e segurança da ordem interna, cuja atribuição não podia encarregar à
iniciativa privada.
Porém, para que o Estado desempenhasse tais atividades, necessitava de
recursos para arcar com essas despesas públicas, e para que isso fosse
possível tributava o patrimônio dos particulares, tributação esta denominada
neutra, pois não via na tributação um meio de modificar a estrutura social e a
conjuntura econômica.
Importante ressaltar que neste período a tributação era feita de forma
equivalente, ou seja, todos eram tributados na mesma proporção, pois o
Estado não levava em consideração as condições de cada contribuinte. Desta
forma a atividade financeira do Estado não visava lucro, e sim a arrecadação
de valores para suportar as despesas públicas, isto é, as finanças públicas
tinham finalidades exclusivamente fiscais.
Já no fim do século XIX, considerado período
Moderno, com a Crise de 29, a “mão invisível” do
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Guerra Mundial, pois a intervenção estatal se
tornaria fundamental para a recuperação mundial
pós-guerra.
Neste período houve um aumento brusco das
atribuições do Estado, e como conseqüência, o
Estado passou a utilizar as finanças públicas como
Jonh Maynard Keynes (1883-1946) instrumento desta intervenção estatal na economia.
Outra característica marcante do período
moderno foi a personalização do imposto, pois o Estado parou de tributar de
forma equivalente todos os contribuintes e passou a levar em consideração,
sempre que possível, as condições e características de cada um, ficando assim
mais justa, porque cada cidadão passou a pagar imposto na medida de sua
capacidade contributiva, de sua aptidão econômica de pagar tributos (CF, art.
145, § 1º).
A partir da década 1970, o modelo defendido pelo Keynesianismo, foi
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o tempo, o desenvolvimento e principalmente do desejo do governante que
está no poder. Observe que não se pode confundir necessidade pública com
necessidade individual ou coletiva.
Vejamos primeiro qual o conceito de geral do termo necessidade:
Dicionário MiChaelis
necessidade
sf (lat necessitate) 1 Aquilo que é absolutamente necessário. 2
Indispensabilidade. 3 Inevitabilidade. 4 O que não pode ser de modo diverso do
que é. 5 O que tem de ser. 6 Fatalidade. 7 Impulso orgânico. 8 Precisão
instante e urgente; aperto, apuro. 9 Pobreza, míngua, miséria. 10 Carência ou
falta de coisas preciosas. Antôn (acepções 9 e 10): fartura, abastança.
Necessidade individual é aquela que diz respeito unicamente ao indivíduo,
normalmente satisfeita pelo esforço do próprio indivíduo, tais como as
necessidades com alimentação e vestuário. A necessidade coletiva, por sua
vez, é aquela relacionada à carência supra-individual de um agrupamento
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Já vimos que a finalidade atividade financeira é o de proporcionar recursos
econômicos para o custeio da manutenção e funcionamento do Estado.
Acaba que os fins da atividade financeira coincidem com as próprias
finalidades da atuação estatal, que se destina à satisfação das necessidades
públicas, que aumentam conforme crescimento do Estado moderno.
3.2. NECESSIDADES PÚBLICAS
Podemos dizer que, atualmente, a atividade financeira do Estado está
vinculada à satisfação de três necessidades públicas básicas, inseridas na
ordem jurídico-constitucional: Prestação de Serviços Públicos, Exercício
Regular do Poder de Polícia e Intervenção do Estado no Domínio Econômico.
Prestação de Serviços Públicos: Uma das formas de satisfação
das necessidades públicas se dá por meio de serviços públicos.Para
Celso Antônio Bandeira de Mello, “serviço público significa prestação
utilidade ou comodidade material fruível diretamente pelos
administrados, prestado pelo Estado ou por quem faça suas vezes, sob
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coletividade, independentemente da personalização dos
beneficiários;
Seletividade: porque são selecionados dentre toda a
massa de serviços que podem ser prestados numa
comunidade;
Não-reciprocidade: porque o Estado não tem obrigação
de retribuir em serviços a importância a ele paga pelo
particular a quem se dirigem.
Coercibilidade: são coercitivos, prestados no geral em
decorrência da soberania do Estado;
Exercício Regular do Poder de Polícia: é o poder
discricionário que o Estado tem de restringir o exercício dos direitos
individuais em benefício do interesse público. Está abalizado no
princípio da predominância do interesse público sobre o particular.
O Código Tributário Nacional, em seu art. 78, conceitua Poder de
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poder da Administração Pública, fundado no princípio da prevalência
do interesse público sobre o interesse privado. Por isso é
denominada polícia administrativa, que tem como objetivo manter a
ordem pública em geral. Já o Poder DA Polícia, denominada Polícia
Judiciária, tem como escopo a investigação de crimes e
contravenções penais, cabendo somente aos órgãos auxiliares da
Justiça.
Intervenção do Estado no Domínio Econômico:
Segundo Diógenes Gasparini (“Direito Administrativo”, 6ª ed., São
Paulo, Saraiva, 2001, p. 614), a intervenção do Estado no domínio
econômico pode ser conceituada como “todo ato ou medida legal que
restringe, condiciona ou suprime a iniciativa privada em dada área
econômica, em benefício do desenvolvimento nacional e da justiça
social, assegurados os direitos e garantias individuais”. A livre
iniciativa é consagrada na Constituição Federal como princípio
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Por Direção e Indução: Por meio desta o Estado estimula
ou desestimula a prática de determinadas atividade
econômicas. Ex: financiamento imobiliário barato, juros
baixos, utilização extra-fiscal dos tributos, etc.
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para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal e temos as leis
orçamentárias anuais (LOA‟s), as leis de diretrizes orçamentárias
(LDO‟s) e os planos plurianuais (PPA‟s), conforme o artigo 165,
incisos I, II e III, da CF/88.
Resoluções do Senado têm importância no que se refere
à suspensão da execução, no todo ou em parte, de lei ou de decreto
declarados inconstitucionais por decisão do Supremo Tribunal
Federal.
Tratados e convenções internacionais - assinadas pelo
Poder Executivo, revogam ou modificam a legislação financeira
interna e serão observadas pela que lhes sobrevenha. Transformam-
se em fontes do Direito Financeiro, após sua aprovação pelo
Congresso Nacional, por Decreto Legislativo.
Medida Provisória é fonte do Direito Financeiro, mas com
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Atos Normativos são atos escritos das autoridades
administrativas que complementam a lei ou o decreto regulamentar
com o objetivo de torná-los aplicáveis. Temos como exemplo as
portarias, pareceres normativos, instruções normativas, atos
declaratórios, avisos etc.
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Referências
HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. 18. ed. São Paulo: Atlas,
2009.
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de direito financeiro. 2. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
GRAU, Roberto Eros. A Ordem econômica na Constituição de 1988. 11 ed.
Nacional: Malheiros Editores, 2006.
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Responsável pelo Conteúdo:
Professora Rossana Perillo
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