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IAC recomenda maior dosagem de zinco no plantio canavieiro

Ribeirão Preto SP
Março - 2015
Ano 8 - Nº 81
R$ 10,00

22ª Agrishow: Feira


destaca investimento
em tecnologia contra
pessimismo econômico

Safra 2015/16: Estimativas


indicam pequeno
crescimento no volume
de moagem de cana

Etanol: Demanda por anidro


deve aumentar em 1,3 bilhão
de litros nesta temporada

MECANIZAÇÃO
Colheita atinge 84,8% em São Paulo
REVISTA
CADERNO TERRA & CIA: Produtores do Centro-Oeste apostam em CANAMIX |sustentável
agricultura MARÇO | 2015 1
2 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015
Carta ao leitor

Expediente

Heranças da mecanização
Diretor: Plínio César

Foto: Divulgação
Gerente de Comunicação: Luciana Zunfrilli

Redação
Editor Chefe: Doca Pascoal
Reportagem: Marcela Servano
Colaboração: Alexandre Andrade Lima, Plinio Nastari,
José Osvaldo Bozzo, Lara Moraes, Luiz Albino Barbosa
e Ulisses Rocha Antuniassi
Foto da capa: Ale Carolo / alecarolo.com
Editor Gráfico: Jonatas Pereira / Creativo Artwork

Publicidade: Alexandre Richards (16) 98828 4185


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Fernando Masson (16) 98271 1119
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Plínio César (16) 98242 1177
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Assinaturas:
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Eventos:

A
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Pesquisa do Instituto de Economia Agrícola (IEA), em parceria com a Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral (CATI), mostra que a mecanização da colheita da cana-de-
-açúcar no Estado de São Paulo cresceu 3,5% na safra agrícola 2013/14, em relação ao
Contatos com a redação: ciclo anterior. No total, cerca de 85% da lavoura canavieira foi colhida por máquinas no referi-
reportagem@canamix.com.br do período.
Esse crescimento da mecanização, sob o pilar legal de marcos regulatórios, é irreversí-
ISSN: 2236-3351 vel e traz reflexos importantes para o desenvolvimento do setor No que diz respeito ao meio am-
biente, milhões de toneladas de gases de efeito estufa estão deixando de ser emitidos na atmos-
Outras publicações do Grupo Agrobrasil fera, por conta da redução gradativa da queima da cana.
Guia Oficial de Compras do Setor Sucroenergético Também há mudanças no perfil da mão de obra, que precisa de maior qualificação para
Portal CanaMix
operar o maquinário agrícola. O corte mecanizado também estimulou a criação de novas tecno-
logias, tanto para a agrícola, quanto para a indústria, que passou a receber cana crua e identifi-
cou a necessidade de adequar seus equipamentos.
Considerando que o fim total das queimadas está próximo, vale lembrar que o setor su-
croenergético e a indústria de base precisam se manter atentas ao desenvolvimento de adequa-
ções tecnológicas que permitam atender a demanda com eficiência. Em um cenário de econo-
mia estagnada, crise política, falta de crédito e desconfiança do mercado, o setor canavieiro tem
Grupo Agrobrasil que se reinventar.
Av. Brasil, 2780 De qualquer forma, especialistas afirmam que a safra 2015/16 será maior. Algumas
CEP 14075-030 - Ribeirão Preto - SP ações do governo, como aumento da mistura do etanol anidro à ga-
(16) 3446 3993 / 3446 7574
solina, de 25% para 27%, e a volta da CIDE - reivindicação do setor
para resgatar o diferencial tributário do etanol em relação à gasolina
www.canamix.com.br
-, podem ser um pequeno alento para colocar um freio na queda do
segmento canavieiro. Boa leitura!
Artigos assinados, mensagens publicitárias e o
caderno Marketing Canavieiro refletem ponto de vista
dos autores e não expressam a opinião da revista. Plinio Cesar, diretor
É permitida a reprodução total ou parcial plinio@canamix.com.br
dos textos, desde que citada a fonte.

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4 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015
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Guia de Compras SA
PG ÁREA ADMINISTRATIVA PG ÁREA AGRÍCOLA PG ÁREA INDUSTRIAL

BANCOS - INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.......................... COLHEDORAS DE CANA............................................... BOMBAS CENTRÍFUGAS..............................................
4 SICOOB............................................... (16) 3456 7407 29 CIVEMASA........................................... (16) 3382 8222 9 EQUIPE................................................ (19) 3426 4600
CONSULTORIA - ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL........ EPI - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL...... BOMBAS ESPECIAIS....................................................
16 ARAUJO RTC....................................... (16) 3237 0208 16 ARAUJO RTC....................................... (16) 3237 0208 9 EQUIPE................................................ (19) 3426 4600
17 DATAGRO............................................ (11) 4133 3944 FUNGICIDAS................................................................ CABOS DE AÇO............................................................
CONSULTORIA - GESTÃO AMBIENTAL......................... 2 BASF DO BRASIL..................................0800 0192 500 16 ARAUJO RTC....................................... (16) 3237 0208
16 ARAUJO RTC....................................... (16) 3237 0208 HERBICIDAS................................................................ CLARIFICANTES...........................................................
CURSOS E TREINAMENTOS......................................... 56 BASF DO BRASIL..................................0800 0192 500 18 PROSUGAR......................................... (81) 3267 4759
13 MOURA LACERDA................................ (16) 21011076 IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS........................................ DESCOLORANTES........................................................
ENTIDADES E ASSOCIAÇÕES....................................... 29 CIVEMASA........................................... (16) 3382 8222 18 PROSUGAR......................................... (81) 3267 4759
4 SICOOB............................................... (16) 3456 7407 IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS PEÇAS E SERVIÇOS....... EMPILHADEIRAS.........................................................
EDITORA, PUBLICIDADE E EVENTOS........................... 29 CIVEMASA........................................... (16) 3382 8222
29 EMPIZA EMPILHADEIRAS.........................1935713000
35 AGROBRASIL – CANAMIX/TERRA&CIA.(16) 3446 7574 INSETICIDAS................................................................
EPI - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL......
FEIRAS, SIMPÓSIOS E EVENTOS................................. 2 BASF DO BRASIL..................................0800 0192 500
16 ARAUJO RTC....................................... (16) 3237 0208
30 AGRISHOW.......................................... (11) 3598 7832 MATURADORES E REGULADORES DE CRESCIMENTO.
MEDIDORES, TRANSMISSORES DE VAZÃO E NÍVEL....
27 AGROBRASILIA................................... (61) 3339 6542 56 BASF DO BRASIL..................................0800 0192 500
17 DATAGRO............................................ (11) 4133 3944 MUDAS........................................................................ 7 DWYLER.............................................. (11) 2682 6633
45 GRUPO IDEA....................................... (16) 3514 0631 2 BASF DO BRASIL..................................0800 0192 500 PRODUTOS E SISTEMAS CONTRA INCÊNDIO..............
SEGURADORAS / CORRETORAS.................................. PLANTADORAS DE CANA............................................. 16 ARAUJO RTC....................................... (16) 3237 0208
51 KAPSEG.............................................. (16) 3633 9595 29 CIVEMASA........................................... (16) 3382 8222 55 ARGUS................................................ (19) 3826 6670
SITES / VIDEOS - DESENVOLVIMENTO........................ TRANSBORDOS............................................................ QUÍMICA - PRODUTOS E DERIVADOS..........................
39 RGB.................................................... (16) 3947 1343 29 CIVEMASA........................................... (16) 3382 8222 24 ASHER................................................ (16) 3969 8999
SISTEMAS - CONTRA INCÊNDIO..................................
16 ARAUJO RTC....................................... (16) 3237 0208
55 ARGUS................................................ (19) 3826 6670

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Sumário

Foto: Ale Carolo / alecarolo.com


10 Cooperativismo
- Cooperativa reaquece economia
40 Portal CanaMix
- IBGE confirma expectativa de safra
da Mata Sul de Pernambuco nacional recorde em 2015
- Garantia-Safra: mais segurança
para os agricultores familiares

12 Opinião
- Plínio Nastari: Perspectivas
- Milho safrinha ganha força
para safra 2015/16
para o mercado de açúcar - Programa de gestão rural quer
atender 1.100 produtores em MS
- Conab e entidades arrozeiras

20 Capa
- Mecanização da colheita atinge
iniciam levantamento de custos
de produção nesta quarta

o
84,8% em São Paulo

Foto: Divulgaçã
Agrishow 2015
Tecnologia Agrícola Feira investe em
ra
tecnologia cont
Foto: Biosev

IAC recomenda maior dosag ec on ôm ico


em de zinco no pessimismo
plantio de cana

42
26

28 Mercado
- Demanda por anidro deve aumentar
em 1,3 bilhão de litros

Eventos 48 Sustentabilidade

32 - Calendário de eventos 2015


- Produtores do Centro-Oeste apostam
em agricultura sustentável

Marketing Canavieiro 50 Corporativo

34 - John Deere é considerada uma das


- Lesaffre muda nome para Phileo

empresas mais éticas do mundo


52 Pecuária
- Novo conceito em nutrição faz bezerros
ganharem peso
Safra 2015/16
36 - Projeções indicam safra
maior em 2015/16 54 Milho
- Santa Helena lança híbridos de milho para safrinha

8 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


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Cooperativismo

Cooperativa reaquece economia


da Mata Sul de Pernambuco
Apesar do governo pernambucano não ter investido na reativação da Usina
Pumaty, em Joaquim Nabuco, PE, a receita estadual tem crescido devido a ação
de uma cooperativa agrícola que arrendou e reabriu a unidade em novembro do
ano passado. Nos últimos quatro meses, a Secretaria da Fazenda já arrecadou
R$ 4,2 milhões com o ICMS da produção de 24,6 milhões de litro de etanol

Foto: Divulgação

Nos últimos quatro meses, a Secretaria da Fazenda de Pernqambuco já arrecadou R$ 4,2 milhões com o ICMS da
produção de 24,6 milhões de litro de etanol na Usina Pumaty, reativada pelos cooperados da AFCP

Da Assessoria no de uma cooperativa, tomaram a inicia- etanol hidratado na unidade, já foram mo-
tiva de arrendar e gerir a Usina Pumaty, a ídas 333 mil toneladas de cana que pode-

A
experiência dos fornecedores de qual estava fechada desde 2012, a fim de riam ter ficado no campo, ou parte desse
cana-de-açúcar da Zona da Mata não perder suas plantações por falta de total ter sido moído em usinas de esta-
Sul do Estado tem sido exitosa e unidade industrial para moer a safra. Des- dos vizinhos.
surpreendido até os mais otimistas. Os se modo, de novembro do ano passado Com a cana esmagada em Puma-
agricultores, que se organizaram em tor- pra cá, com a reativação da produção de ty, já foram produzidos 24,6 milhões de

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Foto: Unida
litros do combustível, arrecadando R$
33,9 milhões. A expectativa da coopera-
tiva, a depender do clima, é atingir uma
moagem de 500 mil tons até o início de
abril, quando a safra acaba. Os efeitos
positivos não param por aí com a rea-
bertura da usina. Mais de 3 mil postos
de trabalho agroindustriais foram abertos
até agora. O fato tem gerado um efeito di-
reto na economia da Região, que enfren-
tava dificuldade após Pumaty fechar em
2012, haja vista que são municípios com
vocação e tradição canavieiras.
Tais resultados positivos também
têm chegado aos cofres do Estado, mes-
mo sem o governo ter investido recurso
na reativação do parque fabril, apesar de
ter prometido o apoio no fim da gestão
de Eduardo Campos. Com a produção de
24,6 milhões de litros de etanol por Pu-
maty, a Secretaria da Fazenda arrecadou
R$ 4,2 milhões em ICMS. Além disso, a
Pasta tem recebido o imposto indireto
gerado pela reativação da usina, através
da retomada de toda a cadeia produtiva
da cana e da movimentação comercial na
maior parte da Zona da Mata Sul.
“Até o momento, cerca de R$ 21
milhões já foram pagos aos produtores
pela cana fornecida à Pumaty e mais R$
1,5 milhão com o pagamento salarial dos
277 trabalhadores da unidade, além de
R$ 1 milhão com o arrendamento da usi-
na”, informa Frederico Pessoa de Quei-
Para Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP, a região da Mata
roz, vice-presidente da Associação dos Norte vem sofrendo com a falta de usinas para moagem, prejudicando
Fornecedores de Cana de Pernambuco o progresso econômico do local, que tem tradição canavieira
(AFCP), que é uma das duas entidades
responsáveis pela cooperativa que arren- dois anos. Há uma possibilidade de ser já na próxima safra, reativar Cruangi, fe-
dou e reabriu a usina. O outro órgão é o produzido também açúcar ao longo do chada deste 2012 em Timbaúba, na Mata
Sindicato dos Cultivadores de Cana de período. “Contudo, tudo dependerá da Norte. “Essa região vem sofrendo com
PE, presidido por Gerson Carneiro Leão. necessidade do mercado consumidor e a falta de usinas para moagem, prejudi-
As entidades antecipam que man- de mais crédito para fazer a qualificação cando o progresso econômico do local,
terão a experiência na próxima safra, do maquinário necessário para tal fabri- que tem tradição canavieira. É preciso fa-
que começará em setembro deste ano. cação”, diz Queiroz. zer com a Zona Norte o mesmo que mos-
O contrato de arrendamento de Puma- O dirigente conta ainda que há a in- tramos ser possível fazer na Sul”, defen-
ty pela cooperativa foi de dois anos com tenção de expandir a iniciativa para ou- de Alexandre Andrade Lima, presidente
chance de renovação por mais outros tra usina fechada no Estado. O desejo é, da AFCP.

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Opinião

Perspectivas para o mercado de açúcar


*Plinio Nastari pliado sobre as exportações.

Foto: Ale Carolo / alecarolo.com


Dado que metade ou mais de me-

O
açúcar tem sido uma das com- tade dependendo do ano, da cana é con-
modities mais fascinantes a se- vertida em etanol, principalmente con-
rem seguidas. Suas intercone- sumida internamente, a produção de
xões com o mercado de energia, através açúcar e as exportações têm uma liga-
do etanol e da bioeletricidade e, mais re- ção direta com os fatores de influencia
centemente, do biogás e do biometa- do mercado de etanol. É por isso que o
no, tem trazido crescentes desafios ana- Brasil se tornou um fundamento tão im-
líticos e oportunidades aos diferentes portante. Historicamente, no entanto,
agentes do mercado. este aumento é um evento recente.
Por nossa observação, as variá- Foi só em 1989 que as exporta-
veis que influenciam de forma mais in- ções de açúcar foram privatizadas no
tensa as tendências de açúcar tem sido: Brasil, e os volumes de exportação au-
mudanças nas taxas de câmbio das ori- mentaram de 1,5 milhão de toneladas
gens mais relevantes, a produtividade nesse ano, para o recorde de 28,0 mi-
agrícola, o custo da logística interna e lhões de toneladas tel quel em 2010, vo-
para exportação aos destinos, a inten- lume que desde então caiu para 24,1 mi-
sidade da diversificação, os custos dos lhões de toneladas em 2014.
fatores de produção, a existência de O Brasil alcançou sua posição de
acordos comerciais e de parceria eco- destaque na produção e as exportações
nômica, e finalmente o ambiente regula- a partir do alto grau de sua diversifica-
tório e de investimento - se não o real, a ção para o etanol, que começou no final
percepção que se tem dele. de 1970 como uma estratégia de gover-
Sabemos que, enquanto a beterra- no desenvolvida para reduzir a depen-
ba açucareira é a matéria-prima predo- dência do país por importações de ga-
minante em muitas partes do mundo, e solina. Diversificação que permitiu que
que os ganhos de produtividade recen- os açúcares contidos no melaço, geral-
tes mais expressivos foram observados mente vendidos a desconto sobre o açú- do que varia de 185,4 a 381,3 bilhões de
em beterraba não em cana, 80% de açú- car, passassem a ser fixados a um preço dólares, dependendo se o custo da dívi-
car mundo de hoje vêm da cana, e que mais próximo do equivalente em açúcar, da evitada é levado em consideração.
o Brasil e a Índia permanecem como os apesar de ainda em níveis mais baixos Os instrumentos de intervenção
maiores produtores, com a Tailândia durante a maior parte do tempo. Ironica- que desencadearam esta diversifica-
crescendo sua área cultivada em ritmo mente, as importações de gasolina ain- ção foram eliminados em parte duran-
acelerado nos últimos anos. da são um dos problemas que afetam a te os anos 1980, e o resto deles duran-
Mais de 1/3 da cana do mundo economia brasileira hoje, apesar de re- te a fase de desregulamentação de 10
é produzida no Brasil, uma origem que gistros significativos a favor do etanol anos entre 1989 e 1999. Em 2002, a
hoje responde por 42,7% das exporta- desde então. percepção era de que a indústria tinha
ções mundiais, com apenas 29,8% de O etanol permitiu que 2,41 bilhões uma intervenção mínima do governo e
sua cana dedicada à exportação de açú- de barris de gasolina fossem substituí- era competitivo, com um custo de pro-
car, o que significa que qualquer coisa dos desde 1975, para um país com re- dução em equivalente de açúcar a granel
que afete a proporção de cana consu- servas de petróleo de 16,61 bilhões de de 5,5 centavos de dólar por libra-pe-
mida internamente tem um impacto am- barris, e um valor de gasolina substituí- so FOB, e um custo para o etanol ani-

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REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 13
Opinião
dro de 68,1 centavos de dólar por ga- da na Organização. Em 2002, a CE foi das da rápida mecanização da colhei-
lão ex-mill, o que significava que tinha o segundo maior exportador de açúcar, ta e plantio. A mecanização intensa foi
uma competitividade robusta com gaso- com exportações de 7,5 milhões de to- implementada para o cumprimento de
lina. As perspectivas de expansão para o neladas por ano. crescentes restrições ambientais e tam-
etanol no mercado de combustíveis pa- O Órgão de Solução de Controvér- bém pela pressão de custos trabalhistas
reciam limitadas apenas pela capacida- sias da OMC determinou que a Comuni- mais elevados.
de para abastecer os mercados interno e dade Europeia revisse sua Política Co- O motor que forneceu a maior par-
de exportação. mum para o Açúcar, o que levou a uma te do açúcar que cobriu a crescente de-
A nova tecnologia dos carros flex- profunda reorganização do setor na manda do mundo, de repente parou a ex-
-fuel, capazes de utilizar qualquer pro- Comunidade. Desde então, a partir da pansão de sua capacidade de moagem.
porção de etanol hidratado ou gasolina ação da Comissão Europeia, a indústria Será necessária uma mudança profunda
com etanol, e a preferência dos consu- tem sido gradualmente desregulamen- de confiança para reverter a aversão atu-
midores altamente positiva em relação tada, e o próximo passo neste processo al por novos investimentos em expansão
a esses veículos que, desde então, fo- vai acontecer em 2017, quando as quo- da capacidade de moagem, que não só
ram responsáveis por mais de 80% de tas de produção de açúcar serão com- deixou de se expandir, mas desde 2008
todas as vendas de automóveis, trou- pletamente abolidas. com a crise da indústria brasileira fe-
xe a perspectiva de uma rápida expan- Devido à relevância do Brasil chou 83 fábricas, na maior parte absor-
são de mercado. Na verdade a aceita- como exportador de açúcar no mun- vidos ou consolidados pelas usinas mais
ção do consumidor tem sido tão grande do, as alterações na taxa de câmbio en- próximas. A moagem de cana deve per-
que, em dezembro de 2014, 67% da tre o dólar e o Real têm desempenha- manecer no curto prazo na faixa de 570
frota de veículos leves foi composta por do um papel relevante na determinação a 590 milhões de toneladas no Centro-
carros flex. dos preços nominais do açúcar negocia- -Sul, e entre 57 e 60 milhões de tonela-
No Brasil toda a gasolina vendi- dos no mercado mais líquido e transpa- das no Norte-Nordeste.
da no país é misturada com etanol ani- rente, o mercado de futuros de Nova Ior- Apesar de esmagamento de cana
dro em um nível de mistura padrão de que. Desde 2000, esta taxa de câmbio ter estabilizado, e o fato de que pode até
25% em volume, o que poderá aumen- passou 1,72 para 3,96, depois de volta cair no médio prazo se a reestruturação
tar para 27% no futuro próximo. Uma para 1,53, e, mais recentemente, voltou da dívida não for possível ou bem-suce-
grande onda de investimentos foi for- a 2,85 reais por dólar. dida, mudanças na produção de açúcar
mada, e uma indústria que já era gran- Desde 2009, a fortuna do Bra- ou nos níveis de produção de etanol ain-
de mais do que dobrou de tamanho em sil no que tange a açúcar tem sido pre- da podem acontecer devido à grande fle-
apenas nove anos. A moagem de cana judicada por uma série de fatores, que xibilidade da capacidade industrial. Estas
passou de 293,05 milhões de toneladas tem influenciado o seu desempenho tan- mudanças podem acontecer em reação
em 2001/02, para 620,0 milhões de to- to como produtor quanto como exporta- ao que temos denominado Preços de
neladas em 2010/11. dor: a intervenção do governo no preço Equivalência, um estatística desenvolvi-
Esta expansão só foi superada, doméstico da gasolina, vendida a preços da pela DATAGRO no início de 1999 para
tanto em termos relativos quanto abso- subsidiados aos consumidores durante medir diáriamente os preços de açúcar,
lutos, pela expansão do uso do milho a maior parte dos últimos seis anos (só para uso doméstico e para exportação,
para produção de etanol nos EUA, cujo recentemente este lag inverteu, e é moti- bem como de etanol anidro e hidratado,
volume aumentou 1,6 para 14 bilhões vo de incerteza a decisão sobre qual será em uma base comum de centavos de
de galões, entre 2000 e 2014. o preço de referência da gasolina); con- dólar por libra peso FOB Santos de açú-
Foi também em 2002 que o Bra- dições climáticas adversas desde 2009 car bruto a granel equivalente.
sil liderou um esforço juntamente com alternando chuva e seca excessiva, com A flexibilidade industrial trazida da
a Tailândia e a Austrália para desafiar a ocorrência de geadas e florescimen- diversificação está permitindo que os
os subsídios da União Europeia sobre to da cana; e o aumento dos custos de produtores brasileiros reajam mais rapi-
suas exportações de açúcar na Organi- produção causados por serviços eleva- damente às mudanças de preços do que
zação Mundial do Comércio (OMC), a dos de dívida gerados desde a crise fi- os produtores de outras regiões. Ela ex-
maior e de maior alcance em suas im- nanceira de 2008/09, juntamente com plica o aumento na produção de açúcar
plicações disputa comercial já realiza- as consequências operacionais profun- de 33,0 milhões de toneladas tel quel em

14 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


2009 para 38,00 milhões de toneladas continuados esforços para reduzir cus- partir de um programa liderado pelo go-
tel quel em 2010, em resposta ao au- tos e aumentar a produtividade. verno de conversão da área plantada de
mento dos preços naquele ano. E tam- Movendo o foco para a Índia, ob- arroz para cana. Considerando a produ-
bém a redução na produção de açúcar servamos uma maior estabilidade desde tividade atual, a Tailândia poderá produ-
observada no período de 2012-2014, de 2008, apesar de o preço da cana regula- zir entre 18 e 19 milhões de toneladas de
38,3 para 35,50 milhões de toneladas do pelo governo permanecer desvincula- açúcar em 2018. Com umo consumo in-
tel quel, em resposta aos preços menos do dos preços de mercado do açúcar. O terno de apenas 2,5 milhões de tonela-
atrativos. Alternativamente, tem causado governo da Índia está inclinado a renovar das, a Tailândia surge como um forte ex-
grandes mudanças na produção de eta- o subsídio à exportação de açúcar no ní- portador, com uma posição geográfica
nol, que atingiram recordes sucessivos vel de 4.000 rúpias por tonelada (equiva- privilegiada próxima de crescentes mer-
em 2013 e 2014, e que devem se repe- lente a 65,5 dólares), com o objetivo de cados na Ásia.
tir novamente em 2015, apesar de todos exportar até 1,4 milhão de toneladas em A Rússia, que já importou mais de
os problemas e incertezas relacionadas 2015, restringindo-o a usinas que pro- 5 milhões de toneladas de açúcar por
à remuneração de etanol e gasolina. duzam etanol, proporcionando assim um ano, em 2014/15 vai importar menos de
Desde 2012, a proporção de cana incentivo para a sua diversificação . 900 mil toneladas. A produção de beter-
direcionada para açúcar caiu de 50,3% A Índia tem uma capacidade de raba da Rússia continua a expandir se
para 43,6% em 2014, e a de etanol subiu produção de açúcar instalada de 31 mi- beneficiando de tarifas de importação
de 49,7% para 56,4%. Para 2015 (safra lhões de toneladas, e deve-se esperar que variam de 171 a 240 dólares por to-
15/16), a DATAGRO projeta mais uma que a produção atual de cerca de 26 mi- nelada, durante o ano. A união aduaneira
nova safra orientada para o etanol, com lhões de toneladas valor branco (contra criada na região tem reforçado os laços
cerca uma variação marginal de 0,8% da 24,27 milhões de toneladas na safra an- comerciais entre a Rússia e os países vi-
cana sendo direcionada para o etanol. terior) aumente gradualmente para o ní- zinhos, que também se beneficiaram de
Sem novos investimentos em mo- vel de 29 a 30 milhões de toneladas no ganhos significativos de produtividade
agem, os produtores brasileiros tem médio prazo. Esse desempenho é es- em beterraba.
mantido foco em reduções de custos, perado por conta do PIB da Índia con- As tarifas, o comércio e os acor-
uma vez que são atualmente quase três tinuar expandindo rapidamente (7,5% dos de parceria económica (APE) tam-
vezes superiores aos observados em em 2014), e por conta do aumento de bém continuam desempenhando um
2002, e sobre a aplicação, sempre que consumo de alimentos industrializados papel importante na determinação co-
possível de uma maior diversificação em como resultado de uma renda mais ele- mércios de fluxo e no desenvolvimento
direção à bioeletricidade, e a novos usos vada e melhor distribuída. regional da indústria. Iniciativas para au-
para bagaço e palha para o etanol de se- Enquanto a Índia continua a ser o mentar as tarifas de importação na Indo-
gunda geração e o biogás e biometano. maior consumidor de açúcar do mun- nésia, o recente acordo comercial entre
Há uma clara tendência de au- do, provavelmente irá manter sua posi- a Tailândia e Coréia, os APE entre a CE
mento da produção de etanol a partir ção como um fator de swing, alternando e países latino-americanos selecionados
do milho em unidades anexas às insta- anos de superávit e déficit, dependen- principalmente Colômbia e Peru, o forta-
lações de processamento de cana, de- do do clima e da concorrência local com lecimento da união aduaneira dos países
vido ao relativamente baixo preço do outras culturas alimentares. da Europa Oriental liderados pela Rússia,
milho no interior, por conta do elevado Na Tailândia, observamos também e o recente acordo entre os EUA e o Mé-
custo de nossa deficiente logística. No um caminho de expansão constante. En- xico, com concessões mútuas em sua
norte do Mato Grosso e em Goiás, o mi- quanto a atual safra está sendo afetada integração de açúcar, são exemplos de
lho tem um preço na faixa de 2,3 a 3,5 pela seca, as exportações podem chegar como acordos tem desempenhado papel
dólares por bushel, um preço convidati- a um recorde de 8 milhões de toneladas relevante na consolidação de mercados.
vo para qualquer produtor de etanol bem em 2014/5, com estoques finais ainda Neste contexto geral, o mercado
estabelecido. mantendo um nível elevado de cerca de mundial continua sofrendo o impacto de
O desafio para a indústria de açú- 8,05 milhões de toneladas. elevados estoques. A safra comercial de
car e etanol do Brasil repousa na neces- A área cultivada com cana pode 2014/15 (Outubro-Setembro) está indi-
sidade de uma regulação mais transpa- crescer até 74% nos próximos três anos, cando um déficit inferior ao inicialmente
rente de o mercado de combustíveis, e de 1,48 para 2,57 milhões de hectares, a estimado, em função de produções aci-

REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 15


Opinião

ma do esperado principalmente na CE, em 0,35 milhão de toneladas. Durante o Brasil, que irá definir a competitividade
Rússia e Índia. O balanço mundial de mesmo período, a CE aumentou a pro- relativa entre o etanol e a gasolina, in-
açúcar na mais recente atualização da dução em 2,10 milhões de toneladas, a fluenciando o mix de produção de açú-
DATAGRO indica um déficit de 818 mil Tailândia em 0,61 milhão de toneladas, car e álcool, e se vai haver um resgate da
toneladas valor bruto em 2014/15 (outu- e a Índia em 0,90 milhão de toneladas. parcela altamente endividada da indús-
bro / setembro). No mesmo período, o consumo tria brasileira;
Este déficit vai manter a relação mundial de açúcar subiu 7,27 milhões • Consequências da eliminação
estoque-consumo ao nível de 45% no fi- de toneladas, de 166,87 para 174,14 das quotas de produção de açúcar na
nal de setembro de 2015, um nível que milhões de toneladas. O consumo da Europa;
é suficiente para manter mercados bem Índia subiu 0,94 milhão de toneladas, • movimentos da taxa de câmbio
abastecidos. Um déficit acumulado de nos EUA em 0,37 milhão de tonela- entre o dólar norte-americano e: o Real,
7 milhões de toneladas seria necessá- das, no México em 0,28 milhão de to- o Euro, o baht tailandês, a rupia indiana,
rio para trazer reduzir esta relação em 4 neladas, e no Brasil em 0,21 milhão de e o rublo russo;
pontos percentuais. toneladas. • A intensidade da diversificação
Enquanto o Brasil, México e Rús- O açúcar continua sendo um tema na direção do etanol na Índia, Tailândia,
sia têm reagido a preços mais baixos de complexo. A sua importância como ali- Colômbia e Filipinas;
açúcar desde 2012 outras geografias, mento e matéria-prima industrial para • A velocidade da conversão de
por razões variadas que vão de merca- um número de aplicações que vão desde arroz tailandês para cana;
dos isolados a reação atrasada, não res- os aminoácidos, as vitaminas, os ingre- • O impacto dos preços mais bai-
ponderam a estes sinais de preços. dientes alimentares, os intensificadores xos do petróleo na Nigéria e outros paí-
Nos últimos dois anos, desde de sabor, o ácido cítrico, os plásticos, ses relevantes para o mercado de açú-
2012/13, a produção mundial de açú- e produtos farmacêuticos significa que car na África; e
car caiu 2,80 milhões de toneladas, de continuará sendo tema de intensa inves- • A decisão final e eventual acordo
176,12 para 173,32 milhões de tonela- tigação e análise. Sua interligação com sobre o açúcar entre os EUA e o México.
das equivalentes de açúcar em bruto. O energia já é grande e crescente.
Brasil reduziu sua produção de açúcar
em 4,57 milhões de toneladas, o Méxi- Os principais elementos a serem *Plinio Nastari é mestre e doutor
co em 0,70 milhão de toneladas, os EUA seguidos são, no nosso ponto de vista: em economia agrícola e presidente da
em 0,31 milhão de toneladas, e a Rússia • O regulado preço da gasolina no DATAGRO.

16 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 17
Tecnologia Agrícola

18 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 19
Capa

Mecanização da colheita
atinge 84,8% em São Paulo

Fotos: Embrapa

Colheita mecanizada alcança 84,8% dos 5.497.118 de hectares destinados à produção canavieira na
safra agrícola 2013/14 do estado de São Paulo, crescimento de 3,5 % em relação à safra anterior

20 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


Da Redação nº 11.241, editada em 2002, que deter- diz se são áreas mecanizáveis ou não. No
mina o fim das queimadas de cana-de- entanto, é possível constatar que o índi-

D
os 5.497.118 de hectares desti- -açúcar em áreas mecanizáveis em 2021. ce de colheita mecanizada para o total do
nados à produção de cana na sa- Já em áreas não mecanizáveis, a lei pre- estado está em uma posição intermediá-
fra agrícola 2013/14 do estado vê a erradicação da queima da palhada ria para as metas estabelecidas.
de São Paulo, 84,8% da área foram co- para 2031. O índice de mecanização entre as
lhidas por máquinas, o que corresponde Outro importante marco regulatório regiões produtoras de cana-de-açúcar
a 4.659.684 de hectares, crescimento de é o Protocolo Agroambiental de 2007, um dos Escritórios de Desenvolvimento Rural
3,5 % em relação à safra 2012/13. O le- acordo de intenções entre o setor públi- mostra que há uma heterogeneidade en-
vantamento é do Instituto de Economia co e privado, que definiu o fim da queima tre as várias regiões produtoras do esta-
Agrícola (IEA), em parceria com a Coor- da palha em áreas mecanizáveis no ano do, analisadas no documento em termos
denadoria de Assistência Técnica Integral passado. Já para as áreas não mecanizá- de abrangência geográfica dos EDRs.
(CATI), que considera a safra agrícola o veis, inferiores a 150 ha e que possuem O estudo traz uma tabela que indica 15
período compreendido de setembro de declividade superior ao limite (12%) das EDRs com índices de mecanização aci-
2013 a novembro de 2014. máquinas colhedoras, o limite de quei- ma da média estadual (84,8%) e que jun-
Os dados integram a pesquisa ma está definido para 2017. Consideran- tos representam 50,5% do total de área
“Previsão e Estimativas de Safra do Es- do metas intermediárias, o estudo aponta em produção da cana-de-açúcar.
tado de São Paulo”, feita em novembro que a colheita mecânica está adiantada, O documento destaca que oito des-
de cada ano em todos os municípios com estimativa de 80% para 2016 em sas regiões encontram-se com mecani-
paulistas. As informações são captadas áreas mecanizáveis e 20% em áreas não zação superior a 90%, caso de Araçatuba,
por técnicos das Casas de Agricultura da mecanizáveis. Andradina e Assis, regionais que contêm
CATI. No estudo, os responsáveis devem O levantamento não identifica as menos de 5% da área de corte estadual.
informar o percentual de área colhida por áreas em produção pertencentes às usi- Por outro lado, regionais como Orlândia e
máquinas, sendo possível calcular tanto nas ou aos fornecedores. Também não Ribeirão Preto, que participam com apro-
o índice de mecanização por Escritórios
de Desenvolvimento Rural (EDR), como
o índice para o estado ou qualquer ou-
tra abrangência geográfica de interesse.
De acordo com a última pesqui-
sa, realizada em novembro de 2014, na
comparação entre as safras 2012/13 e
2013/14, a área mecanizada mostrou
uma variação positiva de 5,2%, enquanto
a área em produção de cana-de-açúcar
praticamente não se alterou, registran-
do um recuo de apenas 0,09%. O estudo
mostra, portanto, que houve avanço da
mecanização da colheita canavieira so-
bre áreas que antes eram colhidas ainda
manualmente por trabalhadores rurais.
A partir desse índice de mecani-
zação canavieira é possível acompanhar
a evolução da colheita mecânica e ava-
liar o cumprimento de dois marcos re-
gulatórios criados para garantir a prote-
ção ambiental e erradicação da queima
Estudo permite o acompanhamento da evolução da colheita mecânica para
da palha da cana-de-açúcar no Estado de avaliar o cumprimento de marcos regulatórios criados para garantir a proteção
São Paulo. Uma delas é a Lei Estadual ambiental e erradicação da queima da palha no Estado de São Paulo

REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 21


Capa

ximadamente 6,5% da área de corte esta- na-de-açúcar com áreas inferiores a 150 como 4,4 milhões de toneladas de ga-
dual, apresentam pouco mais de 70% de hectares, dois fatores que limitam a me- ses de efeito estufa (GEEs), o equivalente
mecanização. Esses resultados, segundo canização, de acordo com o Protocolo à emissão anual de 77,5 mil ônibus mo-
a pesquisa, talvez tenham como justifica- Agroambiental Paulista. Nessas regiões, vidos a diesel. As empresas signatárias
tiva as características de relevo. portanto, a margem de tempo para a me- do Protocolo Agroambiental do Setor Su-
Na região de Piracicaba, por exem- canização deve seguir as determinações croenergético, por exemplo, são respon-
plo, o índice de colheita mecânica é de da Lei nº 11.241/2002. sáveis hoje por 94% da produção paulis-
72,7%, portanto abaixo da média. Lá exis- Meio ambiente - Com a colhei- ta e 48% da produção nacional de etanol.
tem dificuldades para aumentar a meca- ta mecanizada, sem o uso do fogo, hou- O apelo ambiental das leis que de-
nização, por conta da declividade do solo ve na safra agrícola 2013/14 uma re- terminam o fim das queimadas é positi-
que impede o uso de colhedoras, além do dução de 26,7 milhões de toneladas de vo, com benefícios para a saúde da po-
grande número de fornecedores de ca- poluentes emitidos na atmosfera, assim pulação. No entanto elas têm modificado

22 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


Foto: Brasil IndyMedia
Foto: Marco Aurélio Esparza / Panoramio
Último estudo do IEA e CATI
mostra que, na safra 2013/14,
a demanda por trabalhadores
na colheita foi estimada
em 51,7 mil cortadores,
cerca de 18 mil a menos em
relação ao ciclo anterior

Protocolo Agroambiental de 2007, acordo de


intenções entre o setor público e privado do
Estado de São Paulo, definiu o fim da queima da
palha em áreas mecanizáveis no ano passado

o cenário agrícola em algumas regiões pacto da colheita mecânica sobre o em- Essas regiões, assim como ou-
do Estado. Isso porque produtores de pe- prego de cortadores de cana-de-açúcar. tras em que o processo de mecanização
queno porte estão arrendando suas ter- Na safra 2013/14, a demanda por traba- se intensifica e é irreversível, ainda me-
ras ou migrando para outras culturas em lhadores na colheita foi estimada em 51,7 recem atenção pelas questões sociais
decorrência da proibição da queima da mil cortadores, cerca de 18 mil a menos que os marcos regulatórios impuseram
cana, pois a baixa remuneração do se- em relação ao ciclo anterior. De acordo a essa classe trabalhista. O documento
tor e a desvantagem econômica em fazer com o EDR de Orlândia, segundo maior destaca a preocupação de se estabele-
a colheita mecanizada em pequenas áre- em área de produção, a mecanização é cer políticas voltadas para os cortado-
as acaba excluindo esses produtores na de 77,3%, mas ainda há cerca de 6 mil res, seja no processo de requalificação
produção canavieira. cortadores na região. Barretos, Catandu- ou no controle do desemprego, ques-
Mão de obra - O índice de meca- va e Presidente Prudente demandam jun- tões não contempladas na formulação
nização permite também mensurar o im- tos cerca de 10 mil cortadores manuais. dos marcos regulatórios.

REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 23


Capa

24 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 25
Tecnologia Agrícola

IAC recomenda maior dosagem de zinco no


plantio de cana
Estudos sugerem o dobro da dose, que poderá viabilizar ganhos
de 16% na produtividade da primeira safra
verá elevar a produtividade média atual, que ção do tolete e foliares. “Embora seja uma

Foto: Biosev
está em torno de 80 toneladas por hectare. opção viável, essas formulações têm custo
As informações integram a edição atualiza- elevado para o produtor e, além disso, não
da do Boletim 100, manual oficial de reco- são capazes de fornecer os dez quilos, por
mendação de adubação e calagem para o hectare, de zinco necessários para a obten-
Estado de São Paulo. Dados referentes à sa- ção da produção máxima”, afirma. Segundo
fra de 2012/13 indicam que a canavicultu- o pesquisador, essas soluções também não
ra paulista ocupa 5,53 milhões de hectares, suprem a necessidade da cana durante todo
que representam 21% da área total do Esta- o período cultivado, que pode chegar a cin-
do. Segundo Mellis, cerca de 60% dos cana- co anos. Este quadro pode levar à necessi-
Segundo nova recomendação do IAC, a aplicação viais podem estar deficientes em zinco. dade de novas aplicações, encarecendo ain-
de zinco na adubação do plantio de cana deve
ser o dobro do usual no sulco de plantio O pesquisador ressalta, no entanto, da mais o procedimento.
que a completa análise de solos é impres- Diante disso, o IAC tem desenvol-
Da Redação cindível para avaliar a necessidade de adu- vido estudos em parceria com empre-
bação com zinco. “A aplicação de zinco só sas privadas para viabilizar a aplicação

A
aplicação de zinco na adubação do será recomendada quando os teores dispo- da dose recomendada. Nos últimos anos,
plantio de cana-de-açúcar deve ser níveis desse micronutriente estiverem bai- o Instituto conduziu experimentos em
de dez quilos por hectare, no sulco xos”, observa. O estudo que originou essa áreas comerciais, onde o sulfato de zin-
de plantio, em solos de baixa fertilidade. A nova recomendação foi financiado pela Fun- co foi aplicado na forma líquida, na co-
recomendação é do Instituto Agronômico dação de Amparo à Pesquisa do Estado de brição do tolete e com fertilizante granu-
(IAC) da Secretaria de Agricultura e Abas- São Paulo (Fapesp) e integra um programa lado. “Este fertilizante contem oxi-sulfato
tecimento de São Paulo, que sugere a apli- de pesquisas com micronutrientes em ca- de zinco desenvolvido para aplicação no
cação do dobro da dose até então indica- na-de-açúcar, que vem sendo conduzido há sulco de plantio, por meio de uma tercei-
da. Pela nova tabela de adubação de plantio uma década em todas as regiões produto- ra caixa adubadeira exclusiva acoplada ao
do IAC, a correção da dose em solos defi- ras de cana do Estado. O programa também sulcador”, explica Mellis, que coordena o
cientes em zinco poderá viabilizar ganhos conta com a parceria da iniciativa privada. programa com micronutrientes em ca-
de 16% na produtividade da cana na primei- A forma de aplicação é atualmente o na-de-açúcar do IAC, juntamente com o
ra safra. De acordo com o agrônomo Estê- principal entrave na adoção de doses maio- pesquisador José Antonio Quaggio.
vão Vicari Mellis, além de aumentar a pro- res de micronutrientes em cana. Para solu- Impactos - Os pesquisadoresa acre-
dutividade, a aplicação da nova dosagem é cionar esse problema, Melli diz que as em- ditam que essa nova recomendação de
capaz de proporcionar o efeito residual nas presas de fertilizantes têm disponibilizado aplicação de zinco em cana-de-açúcar terá
soqueiras e aumentar a produtividade da formulações NPK contendo micronutrien- efeito direto na produção e, consequente-
cana nas safras subsequentes. tes. “Porém essa prática pode não ser efi- mente, na geração de etanol e açúcar, pro-
As pesquisas realizadas pelo IAC caz devido à segregação dos grânulos, que porcionando saltos de eficiência ao setor.
mostram que o ganho médio na produtivi- resulta em uma aplicação desuniforme”, ex- Eles alertam que a adoção dessa nova tec-
dade da cana é de 10% na primeira e segun- plica o pesquisador do IAC, que é coordena- nologia deverá provocar um aumento no
da soqueiras. “Com uma única aplicação no do pela Agência Paulista de Tecnologia dos consumo de zinco em campos paulistas,
plantio, o aumento da produção pode che- Agronegócios (APTA). Uma outra alternativa situação que poderá exigir adaptações das
gar a 36 toneladas por hectare, em três sa- proposta pelo mercado está nas soluções empresas de fertilizantes e de máquinas
fras de cana”, afirma Mellis. O resultado de- multielementares para aplicações na cobri- para atender o mercado. (com assessoria)

26 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


Realização

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Apoio
REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 27
Ministério do Ministério de Agricultura,
Secretaria de Agricultura, Abastecimento
e Desenvolvimento Rural - SEAGRI-DF Desenvolvimento Agrário Pecuário e Abastecimento
Mercado

Demanda por anidro deve


aumentar em 1,3 bilhão de litros
Da Redação

Foto: Divulgação
D
esde o dia 16 de março, as gaso-
linas comum e aditivada vendidas
nos postos de todo o Brasil pas-
saram a conter uma mistura de 27% de
etanol anidro, acréscimo de 2% em rela-
ção ao que era utilizado (25%) até essa
data. Este aumento da mistura deve ele-
var a demanda por anidro em 1,36 bilhão
de litros até março de 2016, de acordo
com cálculos da Datagro, consultoria es-
pecializada no setor sucroenergético. O
cálculo considera tanto o consumo adi-
cional de 923 milhões de litros, por conta
As gasolinas comum e aditivada vendidas nos postos de todo o Brasil contêm, desde o dia 16 de
da mistura, como também a projeção de março, uma mistura de 27% de etanol anidro, acréscimo de 2% em relação à mistura anteior
crescimento da frota flex cujas estimatia-

Foto: Arquivo Unica


vas apontam para um acréscimo de de-
manda da ordem de 443 milhões de litros
do biocombustível.
A decisão do Governo Federal de
aumentar o percentual de etanol anidro
na gasolina foi avaliada como positiva
pela União da Indústria de Cana-de-Açú-
car (Unica). De acordo com a presiden-
te da entidade, Elizabeth Farina, as usi-
nas e destilarias estão preparadas para
atender o aumento de demanda e desta-
ca que esta ação do governo integra a lis-
ta de reivindicações que podem ajudar o
setor a se recuperar de um longo perío-
do de crise. “Após mais de um ano de
discussões e intenso trabalho para che-
gar a essa decisão, o aumento da mis-
tura de etanol traz benefícios ao setor e
mostra que o governo enxerga que eta-
nol é importante dentro da matriz energé-
tica”, disse. A presidente da Unica, Elizabeth Farina, afirma que as usinas e destilarias estão
O governador do Estado de São preparadas para atender o aumento de demanda por etanol anidro

28 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


Paulo, Geraldo Alckmin, chegou a sugerir

Foto: Twitter Katia Abreu


30% como percentual ideal para a mistu-
ra do etanol anidro à gasolina. A ministra
da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
to, Kátia Abreu, rebateu dizendo que a
mistura foi fixada em 27% e não vai ul-
trapassar este limite, alegando que “o
percentual de 30% não foi testado, não
está em discussão e seria ilegal”. O per-
centual permitido pela lei 13.033/2014
vai de 18% a 27,5%. Acima disso, se-
gundo ela, o Ministério da Agricultura te-
ria de aprovar nova legislação no Con-
gresso Nacional e realizar um conjunto
de estudos para garantir segurança aos
consumidores.
Testes realizados pelo Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes) da
Petrobras sobre o impacto da mudança
nos motores movidos à gasolina aponta-
ram que a nova mistura não comprome-
te o desempenho, o consumo e nem o
desgaste das peças dos veículos. A deci-
são do Conselho Interministerial de Açú-
car e Álcool (Cima) de aumentar a mistu-
ra para 27% teve como base os estudos
realizados nos últimos meses pela Asso- Ministra Kátia Abreu afirma que a mistura foi fixada em 27% e não
ciação Nacional dos Fabricantes de Veí- vai ultrapassar os limites legais definidos em 2014
culos Automotores (Anfavea). Testes de
durabilidade também estão sendo reali- O setor sucroenergético ainda luta sentaria um incremento de 231 milhões
zados pela Anfavea em motores exclusi- para que o porcentual de mistura do eta- de litros na demanda por anidro nos pró-
vamente movidos à gasolina. nol anidro à gasolina seja elevado nova- ximos 12 meses, aumentando a deman-
Por ainda não haver um estudo mente e atinja o teto da banda aprovada da total pelo biocombustível em quase
conclusivo sobre a ação da mistura de pelo governo em setembro passado, de 1,6 bilhão de litros no período, de acor-
27% de etanol anidro à gasolina em ve- 27,5%. Esse 0,5 ponto porcentual repre- do com cálculos da consultoria Datagro.
ículos movidos apenas com o combus-
tível fóssil, o Cima decidiu por precau-
ção não alterar a mistura da gasolina
premium, a pedido da Anfavea. A gaso-
lina premium, mais cara, é utilizada, por
exemplo, para abastecer veículos impor-
tados não flex. Uma nova reunião entre
representantes da indústria produtora de
etanol e da indústria automobilística com
o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante,
está marcada para o dia 8 de abril, quan-
do serão apresentados os últimos testes
de durabilidade realizados pela Anfavea.

REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 29


30 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015
2 2 ª F e i r a I n t e r n a c i o n a l d e Te c n o l o g i a A g r í c o l a e m A ç ã o

O DNA do
Agronegócio

Um ambiente de atualização profissional,


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do setor e onde grandes tecnologias são de fato
das maiores e mais
demonstradas durante o evento.
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REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 31


Calendário
Fevereiro
02 a 06/02 02 a 06/06
SHOW RURAL - COOPAVEL / Cascavel - PR BAHIA FARM SHOW / Luís Edu
14 a 23/06
EXPOTRÊS / Três Lagoas - MS
17 a 21/06
Março FEICORTE / São Paulo - SP
03 a 05/03
FENICAFÉ / Araguari - MG 30/06 a 03/07
09 a 13/03 EXPOCAFÉ / Três Pontas - MG
EXPODIRETO COTRIJAL / Não me Toque - RS
25 e 26/03
MECANIZAÇÃO / Ribeirão Preto - SP 08 a 10/07
FERSUCRO / Maceió - AL
10/07
SUGAR & ETHANOL SUMMIT
Abril
13 a 17/04 15 a 17/07
TECNOSHOW COMIGO / Rio Verde - GO VII Simpósio Tec. de Prod. de C
27/04 a 01/05 29 e 30/07
AGRISHOW / Ribeirão Preto - SP INSECTSHOW / Ribeirão Preto

Maio
05 a 08/05
EXPOZEBU - / Uberaba - MG
05 a 08/05 11 a 13/08
FORIND NE - SUCRONOR / Olinda - PE TECNOCARNE / São Paulo - S
12 a 16/05 25/08
AGROBRASILIA DATAGRO / Sertãozinho - SP
13/05 25/08 a 28/08
IX ISO DATAGRO / New York - EUA FENASUCRO / Sertãozinho - S
20 e 21/05 27/08
HERBISHOW / Ribeirão Preto - SP NETWORK CANAMIX / Sertão
27 e 28/05 29/08 a 06/09
WORKSHOP AGROENERGIA / Ribeirão Preto - SP EXPOINTER / Esteio - RS
32 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015
de Eventos 2015
Junho Setembro
23 e 24/09
uardo Magalhães - BA VARIEDADES DA CANA / Ribeirão Preto - SP
A À definir
S
XIV SEMINÁRIO DO GERHAI / Ribeirão Preto - SP
21 e 22/09
14ª CONF. INTERNAC. DATAGRO / São Paulo - SP

Julho Outubro
06 a 08/10
TUBOTECH / São Paulo - SP
06 a 08/10
2014 / Londres ABTCP / São Paulo - SP
21 a 23/10
Cana-de-açúcar / Piracicaba SP GATUA / Ribeirão Preto - SP
28 e 29/10
o - SP 16º SBA / Ribeirão Preto - SP

Agosto Novembro
11 e 12/11
SP 7º CONG. NAC. DE BIOENERGIA / Araçatuba - SP

SP

ozinho - SP Dezembro
02 e 03/12
REDUÇÃO DE CUSTOS / Ribeirão Preto - SP
REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 33
Marketing Canavieiro

John Deere é considerada uma das


empresas mais éticas do mundo
porque “entregamos ao mundo produ-
tos e serviços que efetivamente mudam a
vida das pessoas para melhor, seja atra-
vés de alimentos, infraestrutura ou ener-
gia. E ainda mais importante que fazer a
coisa certa, sei que a John Deere faz do
jeito certo, sem corromper as comunida-
des em que se encontra, pelo contrário,
sempre buscando melhorar a qualidade
de vida de seus funcionários e da cidade
de onde vivem”.
O Ethisphere é um instituto global
que promove padrões avançados de prá-
ticas comerciais éticas, cujo objetivo é
desenvolver a confiança corporativa e o
sucesso dos negócios. Para alcançar os
eleitos anualmente a empresa analisa mi-
lhares de candidatura e elabora um quo-
ciente ético. Cinco categorias são avalia-
das para indicar os destaques: cidadania
e responsabilidade corporativa; progra-
ma de ética e compliance; governança
corporativa; cultura ética; liderança, ino-
vação e reputação.
Allen: “O foco dos nossos negócios está alinhado aos valores da empresa, A John Deere é líder mundial no
integridade, qualidade, inovação e comprometimento, que conferem à fornecimento de serviços e produtos
John Deere a confiança dos clientes por diversas gerações”
avançados e está comprometida com o
sucesso dos clientes, que cultivam, co-

A
Deere & Company figura – pela “O foco dos nossos negócios está lhem, transformam e enriquecem a ter-
nona vez consecutiva – no ranking alinhado aos valores da empresa, inte- ra para enfrentar a crescente deman-
as “Empresas Mais Éticas do gridade, qualidade, inovação e compro- da mundial por alimentos, combustíveis,
Mundo”, em pesquisa realizada pelo metimento, que conferem à John Dee- habitação e infraestrutura. Desde sua
Ethisphere Institute e divulgada no início re a confiança dos clientes por diversas fundação, em 1837, a John Deere tem
de março. O ranking mostra as empresas gerações. Seguiremos trabalhando ardu- oferecido produtos inovadores de alta
globais que se destacam na promoção de amente para honrar tal confiança”, disse qualidade, contribuindo para a constru-
melhores práticas em ética empresarial e Samuel Allen, presidente e diretor execu- ção de uma tradição de integridade.
em responsabilidade social corporativa. tivo da Deere & Company.
Na edição 2015 estão contempladas 132 A Analista de Marketing da John Mais informações:
empresas, de 21 países, que abrangem Deere, Luiza Lisboa, que começou com www.JohnDeere.com
mais de 50 setores industriais. estagiária, diz que acredita na empresa www.JohnDeere.com.br

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REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 35
Safra 2015/16

Projeções indicam safra maior


em 2015/16
Estimativas do setor para a temporada que começa oficialmente no
dia 1º de abril apontam que a moagem vai superar as 570 milhões de
toneladas registradas no ciclo 2014/15. Mix será mais alcooleiro

Fotos: Ale Carolo / alecarolo.com

Moagem de cana-de-açúcar na safra 2015/16 deve crescer 4% na região Centro-Sul, segundo a consultoria Safras e Mercado

Da Redação de produção mais alcooleiro. De acor- produzidos 12,29 bilhões de litros de


do com a consultoria Safras e Mercado, etanol anidro no Brasil. As unidades in-

O
aumento da mistura de eta- o volume do etanol a ser misturado ao dustriais da região Centro-Sul serão res-
nol anidro à gasolina, que des- combustível derivado do petróleo deve ponsáveis por 13 bilhões de litros nesta
de o dia 16 de março subiu de chegar a 14,2 bilhões de litros na safra temporada que começa oficialmente dia
25% para 27%, fará com que as usinas e 2015/16, volume 17,98% superior ao re- 1º de abril, alta de 18,18% em relação à
destilarias brasileiras optem por um mix gistrado no ciclo passado, quando foram safra 2014/15.

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A produção total de etanol no Bra-
sil, considerando o anidro e o hidrata-
Datagro acredita que o percentual
do - usado nos veículos flex - deve cres- de cana moída destinada à
cer 11,12% e alcançar 30,7 bilhões produção de etanol no Brasil
deve subir de 56,9% para 57,7%
de litros. Na região Centro-sul, o volu-
me deve chegar a 28,5 bilhões, cresci-
mento de 11,33% em relação ao ciclo
2014/15. Já as usinas e destilarias da
região Norte-Nordeste devem moer ou-
tros 2,2 bilhões de litros, crescimento
de 8,48 em relação à temporada ante-
rior, de acordo com a consultoria.
A moagem da safra 2015/16 deve
crescer 4% no Centro-Sul, segundo a
Safras e Mercado. Nessa região, onde
estão as maiores áreas de canaviais
do País, as unidades industriais devem
processar 598 milhões de toneladas de
cana, ante as 575 milhões de toneladas
do ciclo passado. Somada à produção
estimada para o Norte-Nordeste, a mo-
agem brasileira deve alcançar 661 mi-
lhões de toneladas de cana-de-açúcar,
volume 4,26% maior do que o registra-
do na safra passada.
Em sua primeira estimativa para
a safra 2015/16, a consultoria Datagro
acredita que o volume de cana moída na
região Centro-Sul, a partir de 1º de abril
de 2015, deverá alcançar 584 milhões
de toneladas, crescimento de 2,3% em
relação ao ciclo 2014/15. Com a pro-
dução da região Norte-Nordeste estima-
da em 58 milhões de toneladas (alta de
1%), as usinas e destilarias do País vão
processar juntas um total de 642 mi-
lhões de toneladas de cana, 14,5 mi-
lhões de toneladas a mais (2,3%) do que
na temporada passada.
A produção de açúcar no Brasil mais alcooleira, pois o mercado interna- registrados na safra 2014/15 para
deverá alcançar 35,48 milhões de tone- cional de açúcar dá sinais de que será 51,6% no próximo ciclo. Já na região
ladas na safra 2015/16, sendo 32 mi- mais ajustado, com um excedente ex- Norte-Nordeste, a diferença será maior,
lhões de toneladas sob responsabilidade portável de 24,25 milhões de toneladas. com previsão de 57,2% ante os 56,4%
das usinas do Centro-Sul e 3,48 milhões A Datagro acredita, portanto, que registrados na temporada passada.
de toneladas referentes às unidades in- o percentual de cana moída destinada à Plínio Nastari afirma que o volume
dustriais da região Norte-Nordeste. De produção de etanol no Brasil deve subir de etanol estimado para a safra 2015/16
acordo com o presidente da Datagro, de 56,9% para 57,7%. Na região Centro- vai testar os limites de produção do bio-
Plínio Nastari, a safra 2015/16 deve ser -Sul o aumento estimado sobe de 50,5% combustível no Brasil. A consultoria pre-

REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 37


Safra 2015/16
vê uma produção total de 29,11 bilhões
de litros, volume de supera o recorde
do ciclo 2014/15, quando as destilarias
brasileiras produziram 28,19 bilhões de
litros.
A maior oferta de etanol terá refle-
xos no consumo interno, que este ano
deve ser 4,6% superior ao ciclo pas-
sado, alcançando 24,74 bilhões de li-
tros. A Datagro projeta um crescimen-
to de 4%, ou 11,49 bilhões de litros, no
consumo de anidro, etanol que é mistu- Plínio Nastari acredita que a safra 2015/16 será mais alcooleira, pois o mercado internacional de
açúcar dá sinais de que será mais ajustado, com um exportável de 24,25 milhões de toneladas
rado à gasolina. Já o consumo de eta-
nol hidratado poderá alcançar 14,25 bi-
lhões de litros, 5,2% superior ao volume usinas e destilarias do Centro-Sul do milhões de toneladas registrado no ci-
consumido na safra 2014/15. A previ- País devem moer 592 milhões de to- clo passado. “Além da capacidade indus-
são de aumento leva em consideração o neladas, volume 3,7% superior ao al- trial, outra variável importante para definir
aumento da mistura de anidro à gasoli- cançado na safra 2014/15. Para o ciclo a capacidade efetiva de moagem de cada
na, de 25% para 27%, a partir do segun- 2015/16, o Pine estima que a produ- região é o número de dias de chuva, que
do trimestre de 2015. ção deve alcançar 26,4 bilhões de li- normalmente limita a operação das usi-
O que também deve impulsionar tros, volume 1,4% superior ao registra- nas”, informa o relatório da empresa.
o aumento do consumo interno, segun- do no ciclo passado. Do total produzido, A produção estimada de açúcar,
do Nastari, é a redução do Imposto so- 11,2 bilhões de litros deverão ser de eta- no entanto, deverá sofrer queda de 1% e
bre Circulação de Mercadorias e Servi- nol anidro - alta de 2,9% - e outros 15,2 atingir, segundo a consultoria, 77,1 mi-
ços (ICMS) incidente sobre a gasolina bilhões de litros - alta de 0,4% - serão lhões de toneladas no ciclo 2015/16. O
e o etanol hidratado, no Estado de Mi- de hidratado. Já a produção de açúcar ATR estimado em 135 quilos por tonelada
nas Gerais. Para o consultor, o cresci- deve chegar a 33 milhões de toneladas, de cana esmagada foi calculado de acor-
mento da frota flex no mercado também crescimento de 3,2% em relação à sa- do com as perspectivas pluviométricas
vai causar impacto positivo na oferta. fra anterior. mais próximas das médias históricas, já
“O impacto destas medidas é determi- Como ocorreu na safra passada, o que a variável é muito sensível ao volu-
nante para o balanço oferta-demanda de mix de produção (açúcar e álcool) deverá me de chuvas durante a safra. Em rela-
etanol, impactando o mix de produção”, pender para o etanol, com 56% da produ- ção ao mix de produção, a INTL FCStone
observa Nastari. ção, 0,4% superior ao ciclo 2014/15, de estima que as usinas produzam, em mé-
Já em relação ao ATR, Plínio acordo com o banco Pine. Já percentual dia, 57,7% de etanol e 42,3% de açúcar.
Nastari acredita que na próxima safra de produção do açúcar terá um leve cres- Para a Archer Consulting, as usi-
o índice deve ser superior ao do ciclo cimento de 0,3%, atingindo 43,3%. Ape- nas e destilarias da região Centro-Sul
2014/15. Ele atribui o crescimento es- sar de mostrarem crescimento em volu- do Brasil deverão processar 573,69 mi-
timado de 1,6% no teor de açúcar to- me, os dados do relatório da instituição lhões de toneladas de cana-de-açúcar
tal recuperável ao fato de que a crise hí- indicam que a quantidade de sacarose na na safra 2015/16. O volume é 0,62%
drica que atinge algumas lavouras não cana deverá ser menor na safra 2015/16. superior ao volume previsto para o ci-
prejudicou a produtividade dos cana- O índice de ATR (Açúcar Total Recuperá- clo 2014/15. A consultoria estima que a
viais. O previsão é reforçada pelos da- vel) deverá ser de 134,5 quilos por tone- produção de açúcar permaneça estável
dos pluviométricos registrados nos últi- lada de cana esmagada, queda de 1,4%. em 32,21 milhões de toneladas na próxi-
mos três meses que, apesar de estarem De acorco dom a consultoria INTL ma temporada. Já a produção de etanol
abaixo do normal, ainda sim são supe- FCStone, a moagem de cana-de-açúcar deve crescer 1%, chegando a 26,26 bi-
riores aos registrados no mesmo perío- no Centro-Sul deverá alcançar 571,02 lhões de litros, dos quais 10,88 bilhões
do do ciclo passado. milhões de toneladas na safra 2015/16, de litros serão de anidro e 15,38 bilhões
Pela previsão do banco Pine, as levemente superir ao volume de 570,1 serão de hidratado (alta de 1,5%).

38 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 39
IBGE confirma expectativa de safra
Da redação nacional recorde em 2015
A segunda estimativa de 2015 para a
safra nacional de cereais, legumino-
sas e oleaginosas prevê safra recorde,
sa na terceira safra (-19,4%), milho na se-
gunda safra (7,5%), sorgo em grão (6,2%) e
triticale (10,5%). Os três principais produtos
milhões de toneladas.
O estado de Mato Grosso é o maior
produtor de grãos, com uma participação
com a produção total de 199,6 milhões (arroz, milho e soja), chegam a representar de 23,3% do total nacional, seguido do Pa-
de toneladas, resultado 3,5% superior à 91,5% das estimativas da produção e res- raná (18,4%) e Rio Grande do Sul (16,2%),
safra obtida em 2014, que atingiu 192,8 ponderam por 85,3% da área a ser colhida. que, somados, representaram 57,9% do
milhões de toneladas. Os dados fazem A produção de soja deverá ser 9,8% maior; total nacional. Em números absolutos o in-
parte do Levantamento Sistemático da a do arroz (2,6%); a do milho poderá cair cremento mais significativa entre as safras
Produção Agrícola de fevereiro, divulgada 4,2%. Os números do IBGE indicam que a 2014/2015 ocorreu na produção de soja,
hoje (10), pelo Instituto Brasileiro de Geo- área a ser colhida será 1,5% maior, atingin- que vai superar em 1 milhão de tonela-
grafia e Estatística (IBGE). Apesar da ma- do 57,2 milhões de hectares. Em 2014, a das a safra do ano passado, atingindo 8,4
nutenção das expectativas de safra recor- área colhida foi 56,3 milhões de hectares. milhões. O Levantamento Sistemático da
de, quando comparada às previsões de Entre os três principais produtos, o maior Produção Agrícola é uma pesquisa men-
janeiro, os números indicam uma queda crescimento na área a ser colhida foi a soja, sal de previsão e acompanhamento das
de 1,8 milhão de toneladas (-0,9%). 3,9% maior do que em 2014. A área a ser safras dos principais produtos agrícolas.
Segundo o IBGE, dentre os 26 prin- colhida pelos dois produtos diminuiu: a do As informações são obtidas por meio das
cipais produtos, 12 apresentaram varia- arroz deverá ser 1,8% menor e a do milho comissões municipais e regionais; conso-
ção percentual positiva na estimativa de 1%. Mesmo apresentando redução de 2,8% lidadas em nível estadual pelos grupos de
produção em relação ao ano anterior, em relação à produção do ano passado, a coordenação de Estatísticas Agropecuá-
com destaque para produtos em grãos Região Centro-Oeste, concentra o maior vo- rias e posteriormente, avaliadas, em nível
como aveia, com crescimento de 23,6%; lume de produção de cereais, leguminosas nacional, pela comissão Especial de Pla-
cevada (23,1%); feijão, na primeira safra e oleaginosas, com 80,6 milhões de tonela- nejamento Controle e Avaliação das Esta-
(9,6%); soja (9,8%) e trigo (21,6%). das; seguido da Região Sul, com 75,7 mi- tísticas Agropecuárias, constituída por re-
Entre os 14 produtos produtos com lhões de toneladas; do Sudeste, 18,8 mi- presentantes do IBGE e do Ministério da
variação negativa destacam-se algodão lhões de toneladas; Nordeste, 18,9 milhões Agricultura, Pecuária e do Abastecimento.
herbáceo em caroço (-7,8%); batata - ingle- de toneladas; e da Região Norte, com 5,5 Fonte: Agência Brasil

Garantia-Safra: mais segurança para os agricultores familiares


P ara amenizar o prejuízo com a perda
de safra devido à estiagem ou ao ex-
cesso de chuva, agricultores do Nordes-
tia-Safra é verificar se sua localidade ade-
riu ao programa. Para participar, o municí-
pio deve assinar o Termo de Adesão com
fra. O pagamento do boleto deve ser feito
em uma agência da Caixa Econômica Fe-
deral ou correspondente bancário, dentro
te e do Semiárido brasileiro, contam com o governo estadual e, em seguida, definir a do prazo definido para o seu município. A
o apoio do Garantia-Safra, uma ação do quantidade de agricultores que serão be- adesão deve ser realizada antes do plantio.
Programa Nacional de Fortalecimento da neficiados em sua jurisdição. Além dis- Você sabia - O Benefício Garantia-Safra
Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministé- so, é necessário que haja perda compro- é pago pelo Governo Federal com recursos do
rio do Desenvolvimento Agrário (MDA). vada de, pelo menos, 50% da produção de Fundo Garantia-Safra, composto por contri-
Quem pode participar - Podem par- feijão, milho, arroz, mandioca e algodão. buições do agricultor, do município, do estado
ticipar do Garantia-Safra, agricultores fa- Para se inscrever, o agricultor deve procu- e da União. Na safra 2014/2015, o valor anual
miliares com renda familiar mensal de, até, rar o escritório local de assistência técni- do benefício é de R$ 850. A quantia é paga em
um salário mínimo e meio, e que possuem ca ou o Sindicato dos Trabalhadores Ru- cinco parcelas mensais. Em quatro anos, 3,7
área total a ser plantada de, no mínimo, 0,6 rais do município onde vive. Em seguida, milhões de agricultores familiares aderiram ao
hectares e, no máximo, cinco hectares. O deve procurar a Prefeitura para receber o Garantia-Safra. Fonte Original: Portal do Minis-
primeiro passo para ter acesso ao Garan- boleto e fazer a adesão ao Garantia-Sa- tério do Desenvolvimento Agrário

40 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


Milho safrinha ganha força Programa de gestão rural quer
para safra 2015/16 atender 1.100 produtores em MS

C om os preços pouco interessantes neste momento, o tri-


ticultor busca aproveitar a elevação do dólar para comer-
cializar a safra estocada. Ele também já está focando no plan-
O programa Negócio Certo Rural (NCR), que leva ferramen-
tas de gestão personalizada a pequenos produtores rurais
tem a meta de realizar 1.100 atendimentos em 2015 no esta-
tio da safra 2015/16, fazendo a análise comparativa entre o do, segundo o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em
trigo e o milho safrinha para definir a melhor opção. Mato Grosso do Sul (SENAR/MS). Na capacitação, instruto-
Se no ano passado a rentabilidade do trigo frente ao res da entidade oferecem assistência técnica e orientações de
milho era bem mais interessante, já que havia pouco produ- como aprimorar as atividades, alavancar os negócios e redu-
to no mercados nacional e internacional, desta vez, o milho zir custos com a produção. Nesta quinta-feira (19) novas tur-
tem vantagem. Os preços do grão praticamente permanece- mas iniciarão o treinamento nos seguintes municípios: Igua-
ram estáveis na casa do R$ 20 durante os meses de fevereiro temi, Rio Verde, Terenos, Ponta Porã, Maracaju, Dourados,
de 2013 e 2014, enquanto o trigo sofreu retração no período. Sidrolândia, Anaurilândia, Chapadão do Sul e Corumbá. A de-
No Paraná, de acordo com o Deral, a área de plantio manda foi encaminhada pelos sindicatos rurais possibilitando
deve retrair 2%, de 1,38 milhão de hectares para 1,36 milhão a formação de 18 turmas. Deste total, 12 cursos acontecerão
de hectares. Mesmo assim, se o clima não atrapalhar – como em assentamentos rurais. Segundo a coordenadora educacio-
as chuvas na colheita do ano passado – a produção pode ba- nal do SENAR/MS, Maria do Rosário de Almeida, o programa
ter recorde: 4,1 milhões de toneladas. “Apesar da área cair de atende uma lacuna que existe no setor rural, principalmente
forma geral, avançou no Norte do Estado. nas pequenas propriedades, que é a inserção de um siste-
Isso porque houve atraso no plantio e na colheita de ma de planejamento de custos e receitas. “O alcance do NCR
soja, deixando o milho safrinha fora da janela ideal de tra- é abrangente, pois, no primeiro momento explica a importân-
balho. Por isso, os produtores acabaram optando pelo tri- cia de se anotar todos gastos e ganhos que o produtor possui
go. Sem dúvida, os valores de comercialização do milho es- e no final da capacitação oferece assistência técnica e dicas
tão mais atrativos neste momento”, explica o técnico do Deral para multiplicar os ganhos, como, por exemplo, investindo em
Hugo Godinho. (V.L.) Fonte: Folha Web outras culturas ou criações”, detalhou. Fonte Original: G1.

Conab e entidades arrozeiras iniciam levantamento


de custos de produção nesta quarta
C omeça nesta quarta-feira (18) o levan-
tamento de custos de produção do ar-
roz irrigado no Estado pela Companhia Na-
ciação dos Arrozeiros de Uruguaiana. Os
trabalhos serão desenvolvidos por téc-
nicos da Conab matriz e de sua superin-
mar as planilhas da Conab com a realida-
de do produtor do Estado, garantindo mais
tranquilidade no campo. “A Federação da
cional de Abastecimento (Conab), conforme tendência no Estado, com participação da Agricultura sempre defendeu a revisão dos
adiantado pela reunião da Câmara Seto- FARSUL e demais entidades envolvidas. custos de produção do arroz e do preço
rial da Cadeia do Arroz no mês passado. A Os outros painéis acontecem no Sindica- mínimo”, afirmou Schardong.
Companhia prometeu revisar suas planilhas to Rural de Cachoeira do Sul (20), na As- O preço mínimo do arroz é uma fer-
de custos, que servem de base para o preço sociação Rural de Pelotas (24) e no Sin- ramenta de política agrícola que garante
mínimo, após pressão das entidades do se- dicato Rural de Santo Antônio da Patrulha aos produtores rurais uma renda mínima
tor. Além disso, tabelas específicas de cus- (26), todos às 8h. Francisco Schardong, necessária nos casos de queda de preços
tos de produção para o arroz, pleito antigo presidente da Câmara Setorial e da Co- do mercado.Fonte: Assessoria de Imprensa
dos produtores rurais, devem ser criadas. missão do Arroz da FARSUL, comemora Federação da Agricultura e Pecuária do Rio
O primeiro encontro será na Asso- o início das atividades que devem aproxi- Grande do Sul - FARSUL

Sugestões através do e-mail redacao@canamix.com.br


Para saber mais, acesse: www.canamix.com.br | twitter: @canamix

REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 41


Agrishow 2015

Feira investe em tecnologia


contra pessimismo econômico

Fotos: Ale Carolo / alecarolo.com


Organizadores da
Agrishow destacam
que a Feira acontece
em um momento
delicado da economia,
mas têm esperança
na “sensibilidade”
do Poder Público em
relação à manutenção
de políticas que
alavanquem o
agronegócio brasileiro

Marcela Servano produção e também promete oferecer sidente da Agrishow 2015 e da Federa-
soluções e alternativas para os peque- ção da Agricultura e Pecuária do Estado

O
ano de 2015 é visto com mui- nos produtores. A feira acontece de 27 de São Paulo (Faesp), o público espera-
ta desconfiança e pessimismo de abril a 1º de maio, no Km 391 da Ro- do é de cerca de 160 mil visitantes do
econômico para diversos seto- dovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, Brasil e do exterior. O é público forma-
res do País. Neste cenário desfavorá- em Ribeirão Preto, SP. do maciçamente por produtores, agricul-
vel, a 22ª edição da Agrishow, maior Mesmo com os problemas enfren- tores, empreendedores rurais, empresá-
feira de agronegócio da América Latina, tados por alguns segmentos do agrone- rios e lideranças setoriais.
pretende apostar na agricultura de pre- gócio, a expectativa de público e vendas “Felizmente, tudo está acontecen-
cisão, em tecnologias que aumentem a é positiva. Segundo Fabio Meirelles, pre- do conforme o nosso planejamento pré-

42 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


Fábio Meirelles acredita que na
Agrishow deste ano é possível superar
os R$ 2,7 bilhões em negócios
gerados na edição de 2014, mesmo
diante das incertezas econômicas


vio. A feira está praticamente toda co- da Indústria de Máquinas e Equipamen-
mercializada e agora intensificamos as tos (Abimaq), principal realizadora da
formas de divulgação do evento, para Agrishow, o sucesso de negócios vai
garantir o fluxo de visitantes, como tem depender da sinalização do governo fe-
ocorrido nos anos anteriores”, ressal- deral de que as regras para o financia- “Felizmente, tudo
tou Meirelles. mento agrícola da atual safra não serão está acontecendo
Em números gerais, a Agrishow mudadas. Pastoriza defende o anúncio
espera manter os índices de 2014, com antecipado do Plano Agrícola e Pecuá- conforme o nosso
aproximadamente 800 marcas em ex-
posição, em uma área de 440 mil².
rio para a safra 2015/16, previsto para
maio ou junho.
planejamento
Para atender o elevado volume de vi- “A antecipação do plano safra prévio. A feira está
sitantes, vão ocorrer melhorias na in-
fraestrutura, como a recuperação de
poços artesianos, reparos em tubula-
ções, reservatório de água, ampliação
e mudança do layout do estacionamen-
to, aprimoramento do credenciamento
e convites impressos que irão agilizar a
entrada do público.
Os avanços em infraestrutura na
edição de 2015 também contemplam
melhorias do calçamento, colocação
evita um buraco negro em um cená-
rio que já é de incertezas para o setor”,
disse Pastoriza. Segundo ele, seria
“espetacular” se o anúncio do plano
fosse antecipado e anunciado durante
a Agrishow 2015.
Segundo a ministra da Agricultu-
ra, Kátia Abreu, a equipe econômica do
governo entende a força do agronegó-
cio para a economia brasileira e disse
acreditar que os ministérios do Plane-

praticamente toda
comercializada e
agora intensificamos
as formas de
divulgação do
evento, para garantir
o fluxo de visitantes,
de bancos, ampliação das áreas com jamento e da Fazenda não deixarão fal- como tem ocorrido
sombra dentro da feira, além de praças tar recursos para a safra 2015/16. No
de alimentação mais modernas com entanto, ela sinalizou que os juros para nos anos anteriores”
Food Trucks e melhorias no acesso wifi a próxima safra serão maiores do que
à internet. os praticados atualmente. Diante disso,
De acordo com Carlos Pastori- Carlos Pastoriza declarou que espera
za, presidente da Associação Brasileira “sensibilidade” do governo federal para

REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 43


Agrishow 2015

a manutenção dos juros e dos recur-


sos para financiamento da safra agrí-
cola 2015/16.
Novas Tecnologias - A Feira é
considerada uma vitrine de lançamen-
tos, tendências e tecnologias para o
agronegócio. Neste ano a Agrishow
apostará na agricultura de precisão:
tecnologia de informação baseada no
princípio da variabilidade do solo e cli-
ma que visa o aumento da produtivi-
dade. Durante a mostra, o produtor vai
encontrar máquinas, implementos agrí-
colas, tratores e inúmeras especialida-
des necessárias para as atividades no
campo, que lhe assegurem acesso às
mais modernas tendências do agrone-
gócio. Segundo os organizadores, uma
feira como a Agrishow propicia conta-
tos e condições para o agricultor to-
mar conhecimento do aprimoramen-
to necessário para a gestão de sua
propriedade.
Pequenos produtores - Como
ocorreu em anos anteriores a Agrishow
2015 vai dedicar novamente um espa-
ço especial para pequenos e médios
produtores. O presidente da Agrishow
destacou que a participação desta ca-
tegoria é muito importante, pois os pe-
quenos e médios são os que mais so-
frem com momento atual do País e
precisam encontrar soluções seguras
para enfrentar a crise.
O evento também receberá um
número expressivo de jovens agriculto-
res, que participam do programa “Jo-
vem Agricultor do Futuro”, uma parceria
da feira com a Faesp e Serviço Nacio-
nal de Aprendizagem Rural (Senar). O
objetivo do programa é desenvolver
competências básicas, gerais e de em-
preendedorismo relacionadas às ativi-
dades agropecuárias, com a interface
das empresas rurais que abrem cam-
pos de aprendizagem em cumprimen-
Carlos Pastoriza acredita que o sucesso de negócios na Agrishow vai
to à lei 10.097/2000 – Lei da Aprendi- depender da sinalização do governo federal de que as regras para o
zagem. O público alvo são os filhos de financiamento agrícola da atual safra não serão mudadas

44 REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015


1 Realizado com sucesso, com a presença

25 e 26 de MARÇO
de mais de 650 profissionais do setor

2
HERBISHOW 14º
Seminário sobre Controle de Plantas Daninhas na Cana

3 11º SEMINÁRIO SOBRE CONTROLE DE PRAGAS DA CANA

9º Grande Encontro sobre

4
VARIEDADES DE
CANA-DE-AÇÚCAR
14º PRODUTIVIDADE &

5 REDUÇÃO DE CU$TO$
DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA

20 anos

REVISTA CANAMIX | MARÇO | 2015 45


do e frequentando instituição de ensino
técnico profissional conveniada com a
empresa.
Agrishow e a Crise - Mesmo que
todos os indicadores apontem uma cri-
se, Fábio Meirelles, afirma que o agro-
negócio segue como o principal seg-
mento para segurança, sustentação e
consolidação da economia e desenvol-
vimento do País. Tem colaborado de
duas formas: no fornecimento de ali-
mentos a preços competitivos, atenu-
ando os efeitos da inflação; e na ga-
rantia de exportações, colaborando,
assim, para evitar um declínio maior na
balança comercial.
Para os organizadores, a Agrishow
2015 acontece em um momento em que
se torna imperativo que o Poder Público
veja com seriedade a necessidade, não
só do desenvolvimento econômico, como
também social do Brasil, adotando medi-
das objetivas e principalmente conduzindo
com seriedade os negócios do País.
Negócios – A movimentação de
negócios na Feira deve crescer cerca de
10% este ano, mesmo patamar de cres-
cimento ocorrido na comparação das fei-
ras de 2013 e 2014. É o que estima o
presidente de honra da Agrishow, Mau-
rilio Biagi Filho, mesmo ressaltando que
a esperança do agricultor está baixa. “O
sujeito prefere guardar dinheiro a inves-
tir. Agricultor é sempre otimista, mas este
ano estamos com a falta de esperança e
esse estado de espírito pode prejudicar a
Agrishow”, disse.
Maurilio Biagi Filho: “O sujeito prefere guardar dinheiro a investir.
Segundo Fábio Meirelles, o agro-
Agricultor é sempre otimista, mas este ano estamos com a falta de negócio ainda é o grande sistema de
esperança e esse estado de espírito pode prejudicar a Agrishow”
segurança da economia brasileira. Ele
disse que os juros altos podem ge-
produtores e trabalhadores rurais. mandem formação profissional. No âm- rar consequências no mercado inter-
A Lei de Aprendizatem determi- bito desta lei, aprendiz é o jovem que no e externo, mas, assim como Bia-
na que todas as empresas de médio e estuda e trabalha, recebendo, ao mes- gi, destacou que na Agrishow deste
grande porte contratem um número de mo tempo, formação na profissão para ano é possível superar os R$ 2,7 bi-
aprendizes equivalente a um mínimo de a qual está se capacitando. Deve cur- lhões em negócios gerados na edição
5% e um máximo de 15% do seu qua- sar a escola regular (se ainda não con- de 2014, mesmo diante das incertezas
dro de funcionários cujas funções de- cluiu o Ensino Médio) e estar matricula- econômicas.

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Produtores do Centro-Oeste apostam em agricultura sustentável
Lesaffre muda nome para Phileo
Novo conceito em nutrição faz bezerros ganharem peso
Santa Helena lança híbridos de milho para safrinha

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Sustentabilidade

Produtores do Centro-Oeste apostam


em agricultura sustentável
P
rodutores agrícolas da região Cen-

Foto: Wesley Bertuol / Panoramio


tro-Oeste do Brasil têm buscado
estabelecer um equilíbrio entre a
expansão das lavouras e a preservação
do Cerrado. Conscientes em relação à
importância das práticas sustentáveis
na agricultura, os produtores têm inves-
tido em inovações tecnológicas, aliadas
a boas práticas que ajudaram a alavan-
car a região como referência na utilização
de técnicas que agregam produtividade à
sustentabilidade.
O uso racional da água e a aplica-
ção de tecnologias adaptadas estão en-
tre as principais práticas utilizadas pelos
agricultores para preservar os recursos
naturais da região. Dados da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em-
brapa) apontam que, no Cerrado - bioma Vista aérea da AgroBrasília, que este ano acontece de 12 a 16
predominante no Centro-Oeste brasileiro de maio, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci
- a área desmatada por ano caiu 54% de
2002 a 2010, para menos de 6,5 mil qui- Coopa-DF criou a AgroBrasília - Feira In- taria de Agricultura, Campo, Emater-DF
lômetros quadrados. ternacional dos Cerrados, evento que está e Ministério da Agricultura, Pecuária e
De acordo com o presidente da Co- em sua 8ª edição e tem se destacado Abastecimento (Mapa), permite que os
operativa Agropecuária da Região do Dis- como celeiro de inovações e realização visitantes conheçam um espaço deno-
trito Federal (Coopa-DF), Leomar Cenci, de negócios junto às melhores empre- minado Unidade de Referência Tecnoló-
os produtores da região produzem com sas do setor e agricultores competentes e gica (URT), onde fica instalada a Integra-
consciência ambiental. “Sabemos que interessados em conhecimento. “A agri- ção Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF),
para produzir com eficiência é preciso cultura do DF ainda tem muito a crescer, um sistema de produção de grãos, fi-
ter também muita responsabilidade, prin- mas precisa de algumas definições, es- bras, madeira, energia, leite ou carne na
cipalmente, no que diz respeito ao meio pecialmente, em relação à questão fun- mesma área.
ambiente. Práticas como o plantio dire- diária, que acaba travando alguns inves- “A ILPF é uma estratégia de produ-
to, que protege o solo, os barramentos timentos. No entanto, em termos gerais, ção que integra atividades agrícolas, pe-
de contenção feitos nas estradas rurais, o agricultor da região tem conhecimento, cuárias e florestais, realizadas na mes-
entre outras ações, já fazem parte do dia tecnologia e disposição para investir do ma área, em cultivo consorciado, em
a dia dos nossos produtores, e contri- desenvolvimento do setor”, afirma Cenci. sucessão ou em rotação, buscando efei-
buem para a proteção dos nossos recur- Em 2015, a AgroBrasília acontece tos sinérgicos entre os componentes do
sos hídricos”. de 12 a 16 de maio, no Parque Tecnoló- agroecossistema”, explica o pesquisa-
Para ajudar o Planalto Central a se gico Ivaldo Cenci. O evento, uma parce- dor da Embrapa Cerrados, Lourival Vile-
transformar em um pólo agropecuário, a ria entre a Coopa-DF, Embrapa, Secre- la. Desde que o espaço foi implantado,

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Foto: Larissa Melo / Sistema FAEG
De acordo com o presidente da Coopa-DF, Leomar Cenci, os produtores
da região produzem com consciência ambiental

os pesquisadores vêm realizando Dias forto térmico aos animais e produção de região belíssima, de terras altas e planas
de Campo para demonstrar a evolução madeira para serraria e de mourões para e de clima ameno, onde a agricultura bra-
do sistema. O objetivo é conduzir a uni- cerca”, diz Vilela. sileira mostra toda a sua exuberância”.
dade até o corte de todas as árvores para AgroBrasília - A Feira possui loca- O Parque Tecnológico Ivaldo
obter informações sobre a produtividade lização estratégica, no centro de uma re- Cenci está localizado no km 05 da BR
e viabilidade econômica. gião onde são cultivados mais de 500 mil 251, em propriedade da COOPA-DF.
Embora ainda não seja uma prá- hectares, abrangendo DF, Goiás, Minas Possui área de 500 mil m² onde es-
tica muito utilizada pelos produtores do Gerais e Bahia, com condições de solo e tão instalados campos demonstrati-
DF, existe um grande potencial para que de clima representativas do Centro-Oeste vos das principais empresas (públicas
a ILPF passe a ser adotada tanto nas pe- brasileiro. Isso permite a difusão de ino- e privadas) do agronegócio brasileiro,
quenas, quanto nas grandes proprieda- vações e a realização de negócios das área de dinâmica para máquinas e im-
des. “Naquelas propriedades com foco melhores empresas do setor com agricul- plementos agrícolas e espaço destina-
em produção de leite, por exemplo, o tores competentes e interessados em tec- do à apresentação de soluções para a
sistema ILPF poder conferir maior con- nologia. Segundo os organizadores, “uma agricultura familiar.

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Corporativo

Lesaffre muda nome para Phileo


Empresa francesa de nutrição e saúde animal anuncia novo
nome, identidade visual e lança website
pla especialidade contribui para a criação

Ilustrações: Phileo-Lesaffre
de soluções inovadoras e modernas, que
respondem às atuais e futuras demandas
das indústrias de pecuária, suína, avícola e
aquícola, desde as mais tradicionais até as
mais intensivas”, afirma Navarro.
Sobre a Phileo - Com 30 anos de
experiência e 114 empregados ao redor
do mundo, a Phileo é uma empresa de
destaque na indústria de alimentação ani-
mal. Sua capacidade inovadora e seu co-
nhecimento do processo de fabricação
permitem atender as mais importantes de-
mandas da indústria de produção animal.
Com presença mundial, a Phileo está co-
nectada com seus mercados com capaci-
dade de se adaptar de maneira eficaz às

A
unidade de negócios Lesaffre Animal o desempenho dos animais. Comprometi- exigências de seus consumidores. A Phi-
Care anuncia novo nome e passa a dos com o desafio de alimentar um mun- leo é uma das empresas pertencentes a
se chamar Phileo. A empresa deci- do com população crescente, acreditamos um grupo familiar baseado no norte da
diu adotar uma nova identidade corporativa, que a qualidade da ração animal será fun- França: Lesaffre.
por isso além de mudar o nome da unidade damental no atendimento de recursos nu- Sobre a Lesaffre - A Lesaffre se tor-
de negócios, lançamos novo logotipo e we- tricionais de todos. Por isso, encontrar nou uma companhia multinacional e multi-
bsite, explica o gerente Técnico-Administra- novas soluções para atender as necessi- cultural comprometida com o fornecimento
tivo da Phileo Lesaffre Animal Care no Bra- dades das gerações futuras é um desafio do que há de melhor, em cada uma de suas
sil, Alfredo Navarro. que nós, da Phileo, vamos abraçar”. áreas de atuação, como Produtos para Pa-
“O novo nome foi retirado do verbo Pesquisa & Desenvolvimento - Es- nificação, Sabor e prazer do alimento, Bem-
grego amar. Esta palavra conjuga noções de tar sempre à frente trazendo inovações ao -estar humano, animal e vegetal, Nutrição e
cuidados, respeito e proteção. Sobre o logo, mercado exige constantes investimentos Saúde e Biotecnologia industrial.
agora em formato de espiral, ilustra novo em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). Atualmente, a Lesaffre empre-
‘momentum’ e atitude de olhar para o futuro. Para isso, a Phileo tem uma equipe de P&D ga 7.700 pessoas em mais de 70 sub-
Juntando forças com esta marca evocado- que trabalha em parceria com universida- sidiarias localizadas em cerca de 40 paí-
ra está uma nova filosofia, igualmente retum- des e instituições de pesquisas de todo o ses. Desde 1853, a inovação tem estado
bante: ‘Criando Vida’”, destaca o executivo. mundo, além de sua equipe de engenhei- no coração do desenvolvimento da com-
Ele ressalta o papel da empresa no ros, nutricionistas, biólogos, zootecnistas panhia em estreita colaboração com seus
desafio de dobrar a produção de alimentos e médicos veterinários. clientes e parceiros, promovendo assim
até 2050 sem aumento de área para ali- Entre as especialidades desta equi- uma inovação com confiança, de forma
mentar um planeta com 9 bilhões de pes- pe, estão a pesquisa fundamental in vitro, a alimentar e proteger o planeta mais efi-
soas. “Uma empresa respeitada na agri- o desenvolvimento de processos industriais cientemente. Para Navarro, o nome Phileo
cultura e pecuária, a Phileo trabalha no e sua posterior validação através de estu- se encaixa perfeitamente com a filosofia
desenvolvimento de soluções nutricionais dos científicos, in vivo em instituições de do Grupo. “Trabalhando juntos para ali-
inovadoras capazes de melhorar a saúde e pesquisa e em testes de campo. “Esta tri- mentar e proteger melhor o planeta”.

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Pecuária

Novo conceito em nutrição faz


bezerros ganharem peso

U
m novo conceito de nutrição de
bezerros permite que os animais
cheguem no período de desma-
me, aos 10 meses, com mais de 300
quilos, viabilizando ao produtor pular

Foto:Divulgação
toda a fase de recria e abater os animais
quase um ano mais cedo. É o que afirma
o médico veterinário, Rodrigo Meirelles,
ao se referir à adoção da ração Confinat-
to 3R, desenvolvida pela Agroceres Mul-
timix em parceria com a Fazenda 3R, no
Mato Grosso do Sul. O produto integra
uma estratégia nutricional direcionada
para bezerros, aliada à qualidade gené-
tica dos animais e o manejo adequado.
Segundo o zootecnista Hélio de
Biasi, esta nova estratégia nutricional
garante ao produtor um incremento de
35 quilos no peso final do bezerro. “A
Fazenda 3R tem conquistado resultados
superiores à média nacional, com ga-
nho de peso diário acima de 900 gra-
mas. Dessa maneira, ela conseguiu um
acabamento invejável, além de agregar Lançamento do Confinattor3R aconteceu na Fazenda 3R, no Mato Grosso do Sul
valor na ordem de 33% no valor final da
comercialização”, afirma o especialista. ele, desde a implantação, a rentabilida- peso nos bezerros, além de dar um aca-
Biasi explica que a cria é a fase de de cresceu mais de 30% acima da mé- bamento invejável, permitindo uma redu-
melhor resposta na suplementação. “É dia praticada pelo mercado. “Hoje em ção do ciclo deste bezerro, que encurta
onde conseguimos uma maior eficiên- dia qualquer negócio é focado em re- o período de abate para até 14 meses de
cia alimentar. A ração não deve funcio- sultados e rentabilidade. Com a valo- idade”. Redução do período de produção
nar como um substituto de capim, mas rização do gado de cria, a prioridade é da carne bovina em 10 meses, aumen-
sim uma suplementação. Nossa experi- ter bezerros mais pesados na desmama. to no giro no campo, viabilizando uma
ência mostra que o uso correto da téc- Este conceito é uma tendência irreversí- ampliação da produção de carne sem
nica de creep-feeding permite expressar vel, por isso é importante entender que aumento de área, otimização de mão-
o máximo potencial genético dos ani- vendemos ‘desmama por quilo’, que é -de-obra na propriedade, melhor acaba-
mais”, disse. uma característica que vem dominando mento de carcaça, melhor score corpo-
O empresário Rubens Catenac- a comercialização”. ral da vaca para alimentar o rebanho e
ci, proprietário da Fazenda 3R, destaca Catenacci também ressalta a im- maior valor agregado no preço da car-
o aumento da rentabilidade como prin- portância de reduzir o ciclo de produção. ne estão entre os principais benefícios
cipal vantagem deste sistema. Segundo “Esta ração Confinatto 3R coloca muito da novidade.

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Foto: Denilson Rodrigues
Segundo Rubens Catenacci, proprietário da Fazenda 3R, desde a implantação a rentabilidade
cresceu mais de 30% acima da média praticada pelo mercado

“Abater o animal mais jovem signi- cidades de Figueirão, Alcinópolis e Ca- perdas e do estresse, facilitando o de-
fica também uma carne de melhor qua- mapuã, a fazenda possui há 25 anos um senvolvimento do animal; e a Nutrição,
lidade na mesa do consumidor. A redu- trabalho pioneiro em genética Nelore, fo- pelo uso de sistema de creepfeeding
ção do tempo de abate de 24 meses em cado na produção de bezerros diferen- aliada a um fornecimento de pastagem
média para 14 meses é quase a metade ciados, o chamado Nelore de Ciclo Cur- de qualidade, antes mesmo da desma-
do tempo de produção. Mas, todas es- to. O rebanho atual possui cerca de 5 ma, garantindo assim maior ganho de
tas vantagens dependem de um mane- mil animais, entre bezerros, matrizes e peso em menos tempo.
jo adequado no período pós-desmame”, reprodutores. Com os resultados alcançados, a
explica, apontando ainda a facilidade de O sistema de produção conta com 3R também atua em outras frentes pro-
implantar este sistema na propriedade três principais frentes de trabalho: Ge- dutivas, como a comercialização de sê-
entre as vantagens. “A grande inovação nética, através do uso da matriz Bada- men dos reprodutores 3R, resultado do
está na simplicidade de implementação. lada da 3R, reprodutores PO superiores intenso trabalho de seleção genética, e o
Ela não depende de instalações sofisti- e investimento em tecnologia de ponta; mais recente projeto de integração com
cadas para ser aplicada”, afirma. Manejo, sanitário e de estrutura diferen- a agricultura – diversificação que tornará
Fazenda 3R - Localizada em Mato ciada, feito de forma inteligente – con- a produção mais sustentável, garantindo
Grosso do Sul, com propriedades nas tribuindo assim para a diminuição das ganhos de propriedade.

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Milho

Santa Helena lança híbridos de milho


para safrinha
Alta produtividade e precocidade são destaques entre as
características mais importantes na escolha do híbrido para
a segunda safra pela equipe técnica da empresa
Marcia Midori

Foto:Divulgação
C
omo definir qual híbrido de mi-
lho é mais adequado para o plan-
tio desta segunda safra de acor-
do com as condições de investimento e
manejo da propriedade? Quais caracte-
rísticas devem ser levadas em conside-
ração na escolha do material? Qual será
a melhor estratégia para o plantio? Estas
foram algumas das perguntas respondi- Santa Helena Sementes lançou na Showtec dois híbridos com as
tecnologias PW e PRO 2 especialmente para a safrinha
das pela equipe técnica da Santa Helena
Sementes para produtores de milho do ao glifosato, ressalta Franco. “Este lan- 134 dias, no máximo”.
Mato Grosso do Sul durante a feira Sho- çamento se encaixa muito bem ao ciclo Com altos indicadores de sanidade
wtec, que aconteceu em Maracaju, MS. desta região”. e produtividade, o SHS 5560 pode alcan-
Para a escolha do híbrido, produti- Já o híbrido SHS 7990PRO2, tam- çar até 120 sacas por hectare. “Este é um
vidade, precocidade e sanidade são algu- bém lançado na feira, se destaca pela alta dos híbridos de milho convencionais de
mas das características mais importan- produtividade e na eficiência no controle maior produtividade em nossa região, su-
tes apontadas pelos especialistas para de lagarta. “É um dos materiais de maior perando as expectativas dos produtores”,
garantir boa eficiência e rentabilidade no potencial produtivo no Estado. Estudos diz o especialista.
campo. Diante deste quadro, híbridos comprovam até 152 sacas por hectare Para o coordenador de Marketing
com boa adaptação no Estado, preco- em São Gabriel”, afirma o especialista. da Santa Helena Sementes, Anderson
ces para ter desenvolvimento e colheita Ele lembra, ainda, da grande participação Rodrigues, a participação da empresa na
no período desejado e com boa produ- de mercado dos híbridos já consolidados, Showtec 2015 foi uma oportunidade de
tividade podem representar uma melhor como o 2B 339HX e o SHS 5560. esclarecer dúvidas dos produtores da re-
rentabilidade para o produtor, explica o Produtividade e híbridos precoces gião e contribuir neste momento de de-
técnico da Santa Helena Sementes, Iran - Em período de plantio para a segunda cisão para a safrinha do Estado. “Nossa
Júnior Franco. safra brasileira, produtividade e híbridos presença foi muito importante não ape-
Pensando neste cenário, a empre- precoces estão entre as principais ca- nas para ajudar os produtores que par-
sa lançou, durante a feira, dois híbridos racterísticas procuradas pelo produtor do ticiparam, como também para trocar ex-
com as tecnologias PW e PRO 2 espe- Mato Grosso do Sul. Neste cenário, o hí- periências e entender as necessidades
cialmente para a safrinha. O 2B 647PW é brido 2B 339HX esteve entre os mais pro- especificas de acordo com a realidade
um material de alta produtividade, adap- curados. Com ampla adaptação e estabi- de produção do Estado, além de solidifi-
tado as condições de clima e solos da re- lidade na região, ele tem a precocidade car cada vez mais a nossa parceria com a
gião, além de oferecer a melhor tecnolo- procurada pelo produtor, explica Franco. Fundação MS”, encerrou o executivo. (da
gia para controle de lagartas e resistência “Aqui no Estado, o produtor colhe em até Assessoria)

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