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Grupo 1 - É Possível o Altruísmo Entre Animais
Grupo 1 - É Possível o Altruísmo Entre Animais
R A RAFAEL
R A RAFAEL
ÒSCAR CUSÓ
A natureza das mães é espantosa. Sua devoção desata a espiral da vida a ponto de, em certas
ocasiões, se suicidarem em prol de seus descendentes. A fêmea do polvo Graneledone boreopacifica
protege seus ovos durante 53 meses –o mais longo período de incubação já registrado. Quanto mais
tempo, mais os embriões se desenvolvem. Aumentando de tamanho, a probabilidade de serem
depredados no oceano diminui. Assim que os ovos se rompem, a mãe morre, exausta. Outras mães
dão até um passo adiante: se deixam devorar. A aranha da espécie Diaea ergandros alimenta seus
filhotes com ovos não fertilizados e com sua própria carne. Os canibais matricidas ficam maiores e
mais fortes. Pelos filhos, as mães matam e se deixam matar.
Há casos em que o benfeitor não tem nenhum interesse aparente. Em 2008, dois cachalotes-pigmeus
–mãe e filho– encalharam numa praia na Nova Zelândia. Depois da tentativa fracassada de vários
voluntários, um golfinho se aproximou para guiá-los através do banco de areia em direção ao mar
aberto. Em 2011, cientistas viram um auxílio oposto nos Açores. Uma família de cachalotes havia
adotado um golfinho com a coluna vertebral torta. O infiltrado viajava, comia e brincava com os
gigantes. Pode ser que seu tamanho tenha confundido o instinto materno do matriarcado. Ou talvez,
simplesmente, não fosse considerado uma ameaça. Em maio de 2012, pesquisadores observaram um
grupo de baleias jubarte impedindo, com caudas e barbatanas, que orcas comessem um filhote de
baleia cinzenta. A vigilância durou seis horas e meia, mas de nada serviu, pois o filhote já estava morto
antes da chegada delas. A proteção pode se dever a uma antiga rixa entre as baleias assassinas e as
jubarte. Adultos com cicatrizes são geralmente aqueles que brigam com as orcas. Essas marcas que
permanecem por toda a vida são resultado dos ataques sofridos pelos mesmos quando eram
pequenos. Sob este trauma e o instinto protetor, as jubartes socorreram o filhote de baleia cinza.
Embora seja possível que elas não tivessem consciência da identidade externa do resgatado.
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