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FISIOLOGIA DA SEMENTE

Flavio Popinigis

SfllADF
1985
~Popínigis
En,eaheiro Agrônomo
PH.D-em T•cnologia de Semeal~ p,t]a
~ppi Stale UníYtt"S.ity

fl/lOLOGIA

DA
/EfflEnTE

2~EDIÇÃO

BRASfLIA-DF
1985
Capa: Foto pelo autor 1 de uma plãntufa de. soja (Glydne nm;x L Merrill)

Dia~ação:

Nuno R. Vieira
Luis Cados Croz R.

Esta ediçao teve a participaç-ao financeira parcial da ABEAS,

J ~ edição 1977
2~ edição l 9i~5

Popinigis, Flávio
Fisiologia: da semente. Brasília.. .s.ed ... 1985.
289p.

l. Sementes-Fis.iologia.

CDD: 631.521
D..........-~ •
I" 1 ii::.u1-cio
• -,a ...~o
i! ... .
.i:u-1.,..;,

De.couidos oito anos do lançamento da 1~ ediçlo do ~!Fisiologia da Semen-


te...,~ cle continua praticamente o imico em portugues 1 a cobrir e;s~a área específica.
da Tecnologia de Sementes.
Por e5itar e~rito em linguãgem a.c€ssiveJ e de forma didâtka~ tem :sido adota-
do como livro tc:x to em diYe.rs.a.5i Escola.1- e Façuld.ades d-e Agronomia que ofer-ecem
disciplinas relacionadas à produ.çã'o e tecnologia de sementes. Esgotado há mais de
um ano. sua reimpressã"o toro.a-se inadiávcl.
Progressos significa tivos oc-0rnra.n1 desde a 1~ impre~o até ª-P.!r~ te, prin-
cipalmEm te em relaç~"o aos testes de vigor e ao annazenamen to de.~1emertte..s recal~
citrantes;. Tod.avia 1 como este é um lino que ,isa uma abordagem geral 1 _na qual .os
testes e estudos específicos nlto s.ff'o apresentad.o~ em pro fundi d s.det deddimos reµn~
pri.m.i-lo sem ma.ióre.s ampliações de modo a preservar seu caráter abrangente ~ intro.-
dut6rio ao assunto. Aqueles que necessitarem aprofundar sew; conhecirnento:s, em
ire.as espedficasi tedo de recorrer aos artigos e trabalh.o, cientffic.o;s perth1ente-s.
Agradecemos .a todos aqt.:.eles que tem aos estimulado ao longo de nrnsa.
carreira profiss:ion 3.l, .a. c:ontinwrr aprendendo e ao m~o t.ernpo tnrn.srrritindo .aos
-que se iniciam no ç:ampc da.!i sementes, os conhecimentos. que pudemos alCàI1Ç3I na
vivencia da e-la boraçãô e implant:1:Ç[O de program3.:!!i, na. partkina,c ão em ~
reuruõt.s.t senrin:irio5> simpósios e congre5,i;.rn.;, na orienta.ç.ão d,e estudantes e na de
pToduç~ío e controle d-e- qualidade de se.mentes.
Esta nO"Va e diçã'o é apenas mais um a etapa na in tenn:inã.vel tarefa de servir;
esperamos que contribua para a fonnaç!o de muitos sementeiros e se constitua em
util apoio ao desenvolvimento de programas de sementes em todo o mundo.

Brasi1i~ abril de 1985.

OAlITOR
Introdução

Na agricultura modemtlJ a.semente é 'insumo dos mata importantd,. e com-


tituf.1e no fator primeiro do suce!J$0 oufracasw dll ~ o . peis e/4 contêm todas
as potencialidades produ.ffl'tU da planta; é através déla q~e oi aperfeiçoamenr:os in-
ttoduzidos pelo me/Jwramento genético dtJ espécte mó levados até e ogricu. ltOT.
A.ssim,. programa! de sementes $0mente florescem quanda existem progTtmUJJ de
m.elhoramen to genético deSt!nVOfvendo melhores aatiwzres; esres progr(1111Ql podem
entril promo1Jer ltiptda e i/iaa. multiplir..·afão e dbseminllção dessa, cultooTetS.
A produção pode lt!1" i,..fen:a, J capacidade genética dtJ. Jemen. te,, mas r, uu•
ca :iUperior,. pois nenhuma pnitica agrü:ola, como adubação, trato$ cu.!turaiJ e mane-
jo da cu/turo. pode aumentar a produtividade alêm dos limit.eJ impa1to1 pela .sanen■-
te; por cu tro llldo. a mmorill da& práticas e iruumoi agricokll destinam-se a pom itír
a complua ex.premi;, do potencial genêtico e faiovgico da Jiet11 ente. A grande WJt-
ta.gem d!l$ sementes em relação aot demaa·s in.rumos. é que 8.âo utilizadas em 1J€que-
nB.i .quanridade!j {e portanto de menor tua to). e podem ser rapitlamente multipli•
coil4s..
Paucos seres humano:J têm co11SCiência de quão imponan te e ma1t1Yilhosa ê
uma umente. A semente é up,a porção de Jlida. C'Ujá t principais {ri.nções são dar
continuidade à vida do. espécie e de di!JsemíntMD.; para rumprir eJ.ms frmçõn. a
umm te contém embriões, (plan t.at m inúscu/as.) capazes de c,e scer e de desen IJOOO-
Je em plan tat adultas. A ~ a ,emente constitu~se nc do de ligaçao en.tn a paS$l1T
do e uma noM cera+iio, 1endo a porradora dos cam.cteres he:re.ditdrioj da e:spe~
Nas espécies que se reproduzem pelo. umen te. ela é. o começo e o r1m das
plantas.,. pois o n.ascimento desta$,, ocorre com a germinação da semente e.. apói a
/ ~ da planta_. todos os seuf l)Tocessos hiologftüs são dirigidos para a (l'(,Hlu-
ção de nova:r sementes. e com estas culminam.
Em muitoi casoJ a semen.te é o único meio de sobre-vivén.cia das espécies;
sendo uma porção dt! vida protegida. por um invólucro resi1ten te e protetor. e-la lUT
porta rondiçõe$ arbentU de ambiente ctra~es do tt;m.pQ.. que a f or,nt1, esporofítica
(plan. ra) não su.portana. Sua função di1semí11t1dora é faPOrecida pela adaptação do
invólucro protetor. o qua(. .a.tn1l'e:t da presença de espinhos,. ganchos. pêlos. rugosi-
dades. asas e ou tt.as estruturas, facilitam o tTansporte por aninu.z.ts. vento e âgurfl..
A /em das :rum funções em relaçao à própria espécie, a semen. te foi e ca:n·
tinutJ sendó de f wulamen lfll "importância pora o gênero humano. A lêm de servir
romo principal fonte de alimento e de substánâas nurrittwl~ tais como carboidra-
tOt protein.as e gordurtzs, ela ti!].)e pt1pel preponderante no in feio e na tustenfaf40
da di,ilizaç6o. pois esta somente c,nneçou. quando o homem de3e0briu a funpq d.ti
semente.
- fll -
A de1tcoberta de qu.e as sementt!:3 de algwnas pum tas silvestres usadas para
alin-u~ntaçiio podiam ser gw1r-dndas e seme.adas para prod1.Jzir lwv.,u ptan.ras, deu
inicio a agricultura r pt!:tm.itiu ao h01nem abando,ulr a IJ'id.a emm te e as migrações
a cada mudança de estação, A ,cyfrn, o homem estabelece ri resiJem. ·ia perm.anen-
te e aparecermn as primeiras vtúw, corn a dfrisão do trabalho, e iniónTam-ftr a.1t pri~
meims cil-'iliz.açôés.
No Brasil, o conhecimento da importância da sen·i ente se nwnifestou. atro-
ve~ da ewboraçiió dt~ programas e::..'"'[)ec(ficos de produção de sanentes dentrr tH
quais o su b-pro.1,,wmu, A GIPLA. 1V é o e..x.emplo rnai!; recen. te.
Em vis.ta do vertiginoso crescimento do Programa Brasileiro de San.entes,
houve um (l14niento conJ.id-r;:rá-.lel no nú.mero dt.· técnif'os t:m.10/ndos 1u.:s'fle provatna.,
t!: conseqüentemente oco"eu um aw-nen to de demanda de trôna.mf;.'nto na área. de
sem1?ntcs. Como co,rn·eqiU,u~iaJ- _forom c.rladas discl°pUnas de semente nos cursos de.
Agronomia, :f criados 1}!l intensífic.a.dos ot cursos de Pôs-Graduai:iio em seme1Ut.·s.
Um âos maiores problemas dotj cstl.ldan te~ e técnicos in tat:ssados em ler e
estudar dti..•ers,;..-,s aspectos na área de .11rmcme1t, é n falta dç disponibilidade de lite-
:raru.r.a. sohre o a!f.1amto_. em Hngua pc1t fU!,""-7.1.esa, E mesmo em inglêi, as refen~nc'ias so·
bre o assunto sempre foro.m basta.ntt: ftrigrnentadm, diriculran.do o acesso & injbr-
maçã.::-i, !J n.?io ser àqueks que riPe,r;.'jem o prin'lég"io de cstwJar ern a~~um centro d~
em·"ino no ex terior1 onde 1 'sementes··· fosse um assunto• con..,;,fde.rodo importante.
Somente a partir dt· 19 72 i: que ::.1.~rgirarri as prime.ira!! o f.1ras (em in,glfs/,
aglutinando os infonnaçõe.s esparsa.,'!.. F-loje existen1 ex{.'t:lentes livros sobre "Siok 1-

gia' ·, '' Via.bUidt,de '\ ''Ecologia ·•• "Patologia': •'DormêncÍil. ' 1 e ·'Tecnologia" de se-
mentes, bem como periôdü,vJs e.speclfkos sobre Pesquisa e Tl?cnologia de senu.m tes.
Com o in l'l-4 ito dt.· Cf)ú.iborar f'O.m () programa brasileiro d e ~emente,), o pre-
sente Urro foi elabora.do visando propicia! bibliografia específica aos cursos de se·
mentes. profi}.~WJres e túnicos atuante nesta atea1 e.nfocam-ú.-., aspectos de frsiolog~
de sementes! os quais pela prirnrirll. vez ençonfl'a.m-se ditp(mli•eis em lfngua p,oríu-
guesa.

O Autor

-!V-
Agnu:lecimeotOi

A minha esp,osa Jtle"'USIJ e filha Fabitme~ conSi::lgro o~ mais sinceros sentimen-


tos de gratütiio niio SrJmente ~ki constante apoio e e?U,""Orajamf:nto como ram!Jim
pela paciént.:ia e ~--·--ompreensà{J re,ebido-s durante o período em q[Jt.: este lh,·ro foi ela-
borado_
l\'a da..boraçào deste li1..t.ro {..'l'..mtou-se tmn.bim. com o e5.timu}a, a m'ril:.a
construtiva. e a.~ m,iesük:s dos cokgas e am igo.r, [}las Pacheco Cmnargo, C:irlos
Vecchi. Sergio R, F. Fagundes e Natan Raisen-uzn, do A G/PLANi e Bill R. Gregrr
da M ississippi Sta te Un ivers.ity, aG"í: quais apr~:sento mais agradecim ento-1
Um agradeômt:n.to e5:J}eCWl apresento ao am~"'V Nww R. Vieira pelas reri&
s6et de portu5--.,ués., pelas instruções sobre formato e diagrtrmflçãô e prindpa/me7ite
pelas po.l.t:a·ra5 d-e inc.enmv.
A o amigo L !lis Carlos Out R_. agradeço pew.s i~truçôes tipogniru::as e pa-
/in.rras de ánbno para que a obra fosse compie tad.lL.
Valiosa colaboro.çio foi tambêm reet:."'bkkz dw-a.nre a~ rdrias fases de elabo-
'flf-W do preJ;en te liJm1-, pek, seguinte pessoal tecnit.."O e de apoio, ao qual e'Ctemo
meu.1 mai"!t sinceros a.gradecimentos.-
Dh,,frw Silva e Eleus,e Cardoso J1achado - Re/erén.du Bibliográficas;
Ck·ber Machado. Edir Antt5nio Gome~ Cwlo:s Albt:rto Fabres C'..,..1rre.a e
Constantino Pereira Filho - desenh-.,s, figur~ e grdficos; Glória. Maria Sih-•t:.~úa de
A lbwJu..e..rqw:.\ Fá úrna Apaiedda Rodrigues, LucJ.1i.o GcmÇtJMS Cbsta, Mana Regtna
Silffl Sá, Sàgio da Sih,u San tof., Lisabete Go~":!lbe:s .Muniz e Mirim, de Fátima Vas,
concelún Vidra - Do tilografio..
Aos A u tore!i e E-dttores cujas ci taçõe1 apcue(...---em neste lflJ.ro, meus- agnuie-
cimen tos pela gentil e. pron. ta permis~v concedida paro reproduz. ir e apre.senLU
seus resultados_, f¼,·•·w--as e gnifioos...
Finalmente .ao Minis.tério da Agrtcu ltura que a trovés do rub-prog,ama
A GIPL4l'•l p.romottt;11 a divulgação não somente d1;"'Ste livm, mas também de vario.s
e importantes aspectos dí1 Técnologin de Sementes, enriquecendo wbrernaneim
.o btbliogmfia ne.~~ ó.re.a. no B.rasi( agradeto a oponu.n"iti.aàc de oferecer esta contri-
buição a.o Progranw Brasileiro de Sementes.

O Autor

-V-
APRESENTAÇÃO

Representa esta publicação_, o frnto de esforços desenvoh•iâos pelo ·Srib-Pro-


groma A GJPLAN, no sentido de qu1;,~ sejam con.cifia.dos os 4$pec tos técnu~os de pro-
dução e de pesquisa búsica. ~
Assim, julgamos que 1;,~l·te trabalho, elabohido pt:lo Dt, FLÁVIO POPflVIGIS,
PhI\ em Te.enologia de Senu~ntes1 con.tribuitá para melhor visualização da comple-
xidade da parce!tJ fl'iÜJlógica de .~erncntei bem eomo enseiarti à Técnicos ,e Estudan·
tcs uma fonte ine{WJ táYel de consultas e.nvofoe,ido a problenuítica sementes-.
Cab e•nos ressalta,1 que a presen re publicação, norteada também pelo sadio
propósitrJ de conttibtúr para o drserwoh·ifnento da indt.Htrialização nacional de
semen res_, finaliza a 1elaçao dt.· trabalhos técnicos editados w.:'lo St-1 brhograrna
ACIPLAN.
Nesta oporrurr idade, mantfestamos as nossas congtatu lnçõe s. ao autor por mais
e5th~ útil e t:.'<Cf:lente tmbalha técnico e."'tecutado, 1;,~ saltentamos cmn Justiça, os
nossos agrtidedrm:·ruos a todos aq1.J.eles ~•ue, direta e/ou indir'~tarrwnte concorreram
para a imµfun. ta.yilo e desenvowime.n to do PLA.lVO NA C10l'·lAL DE SEMENTES,

Bras(Ua, ago~to de 1977

Sl.!.'R GIO REbS4 TO FRANCO FAGU'VDES


Engenheiro Agtônomo

- V!I -
INDICE

J - FORM.AÇÃO E C01'1CEll'O FUNCIONAL DA SEMENTE

A - FOR.MAÇÃ O DA SEMENTE . . . . . . . _ _ _ _ _ . . . . . . . . . _ _ _ . . J
J - A FI or . _ . . . . . . . . . . . . ; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2 - Ôvulo (mega:sporàn g:io) . . . . . . . . . . . . _ _ . . . ...... ... . l
3 - Pólen (micro ~oro) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... .. . ... . 3
4 - Fertilizayá""o dupla (singamia) ............. ,..... ... . 4
5 - Em briã'o das dkotilidône as . . . . . . . _ . . . . . . ...... ... . 5
6 - Ern brrao da~ mono cotiledõncas. . . . . . . . . . . . . ~ __ . . . ... . 7

B - CONCEITO FU NC 10N AL . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . . . . _ . . . . 7
1 - Cob cr( ura protetora . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . 8
2 ~ Eb:.o embrionário . . ~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3 - T e.-ddo de reserva . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . 1O
a - Localizaçãti da.s. res.enra s . _ _ _ _ . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . 1O
b - Sub rtânçias. de reserva . . . . . . . . . . . . . . . _ . . .. _ . . . . 12

D- MATURAÇÃO DA SEMEN'fE

A - MODIFJCAÇÕES NO TEOR DE UMIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . 19

B - M0D IF lC AÇÕES NO TAMANHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

C - MODIFICAÇÕES NO PESO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . 22

D - ;\•tODIFICAÇÕES NO PODER GERMINATIVO . . . . . . . . . . . . . . 28

E - MOD1FJCAÇÕ ES NO VJGO R . . . . . . _ . . _ . . . . . . . . . . . . . . _ 32

F - OUfRAS MO Dl FJC AÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Ill -FISIOLOGIA DA GERMINAÇÃO

A - CONCEITOS __ . . . . . . . . . . . . ...... __ . . . . . . . . . . . . . . . 39

B - PATORE.4S QUE AFETAM A GERMINAÇÃO ............... 40


1 - Âgua . ■ 1, ■
..■ ■ ■ ■
1 1,■ • 1, ■ - 4C
- • .. • 'I 1 "I 'I r • • • • 1, - - - - • - 1 p •

-IX -
a - Reidr atação ( embebiçjo) . . _ _ _ . . . . . . . . . . . . _ _ _ _ _ _ 40
b - Velocidade de embebiçá""o _ _ _ _. . . . . . . . . . . . _ . _ . _ . . 41
e - Rebçõe:s s-em-ente/água no solo ......... _____ . . . . . 50
2 - Tem _per atura . _ . _ _ . _ . _ _ . . . . . . . . . _ . _ . _ . . . . . . . . . _ 58
a - Temperaturas. c.a.rdi.n.ai:s de ge.rmJnaç-rio . . . . . . . . . . _ _ _ _ 58
b - Rel a~ó es s.emente/temper at ur.a. no s.olo . . . . . . _ . _ . _ _ _ _ 62
e - Inj úr fa por resfriamento . . . . . . . . . . . . . . . . _ _ _ . . . . . 63
d - ReJaçócs se.mente/o.x:igênio/temperatura _ . . . . . . . . . . . . 66
3 - Oxigénio . . . . . . . . . . . . . . . . _ _ _ _ _ . . . . . . . . . . . . . _ _ . 67
4 - Luz . . . . . . . . _ _ . _ _ _ . _ _ _ . . . . . . . . . . . . . . _ . _ _ . . . . 6 8

IV - DORJrltNCL\

A -DO.RMtNCLI\ E SOSREYJ~NCJA ..... ____ . __ . ___ . . . . . 75

B - VANTAGENS E DESVA.NTAGENS DA DORJ,1tNCIA .... __ . _ _ 76

C - TIPOS DE DORMJ:.NCJA .....•......... _________ . . . . . 76


1 - Do rmencla pnmána
& ' • . ___ _. _ _ __ T • • •
76 • • • • • • • • • • _ • _ • __

"'--i-- - Donm:- nem


- :secunlJ.i:l.na
,i...:: -
. • • • • . • • • . . • • _ . . • _ _ _ . _ _ . • • • • 77

D - CAUSi\.S DE DORMl:.NCL\ _ . T •••••••••••••••••• ____ • • 78

E - M.l!TODOS PAR.A SUPER.AR A DORM.~NCIA . __ ..... 87 T • • • • •

1- Es.cari.fic:içáo m eci nica . . . . . _ . __ . _ _ _ . _ _ . _ . _ . . . . . . . 8 7


2- Escarificação ádda . . . _ . . . . . . . . _ . _ _ . . _ . _ . . . . . . . . . 89
3- Tratamento com água quente . _____ . _ . . . . . . . . . . . . . . . 89
4 - La.vagem em água corrente _ _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . 90
5- Secagem pré via . _ . _ _ . _ _ _ _ . . . . . . . . . . . . . . . . _ _. . _ __ 9 O
6- Pr-é----e sfriarnento _ . . . . . . . . . T • • • • • • • • 90• _ • • • • _ _ _ _ • • •

7- E:stratifica~~::io . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . __ ___ __ 91 T • • • •

8- Embebição -em nitrato de p.Jtás.s.io . . . . . . . . . . . . _ . __ . _ . . 9 l


9 - Germinação a t-emp,eratura suhótima . __ . _ .. _ . _ . _ . _ . . . . 92
1O - Exp 1)S.içao à luz . . . . . . . . . • . . _ _ . . . . . _ . . _ _ . _ . . . . . . 92
l l - Excisá""o do emb ri!l'o . . _ _ _ _ _ T _ T • • • • • • • • 92 • • • • • • • • • • • •

F - TEORIAS DE DORMlNCIA ■■■ ,11,,1,1 ■ .1.1 ■ .11. ■ .1•--- .. •••r ■ 'I 93


V- RFSPíRAÇÃO

A - CADEJA. RESPIRATÔ RIA . . . . . . . . . . . . . . T • • • • • • • • • • • • • 97

B - VELOCIDADE RFSPlRATÓRlA . . • . . . . . . . . . . ~ ....... _ . 99

e - FA tOR.ES QUE AFETAM A RE.sP~çÃo _ T •••••••••••••• 103


1 - Teor d e umidade _ . . . . . . _ _ _ . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . 103
2. - Tem J;Je,rat ura . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . _ .. . . . . .. . . . . 1M
3 - Permeabilidade das membranas ...................... 104
-X-
4 - Ox:iginio . , . , . . . , T • , T • • + • T • T T • T • , •• , • , • • , • , • • • 1O5
5 - Lu.2:. . . . . • . . . . T • , • • • • • • • • • • • • , • • • • • • • • • • • • • • • l O5

D -MOCANiSMOS RESPlRATÓR.10S DA SOiENTE . , , . , .. 106 T • , T •

1 ~ Glicólise . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . , , . . . . . . . . . . l 07
2 - Ciclo de Krebs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
3 - Via de pentoses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . l 11
4 - Ciclo gliox fico . . : . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . , . . . 112

V1 - METABOLISMO DURANTE A GERMINAÇÃO

A-REATIVAÇÃO DAS ORGANELAS E MACROMOLECULAS . ~ .. 116

B - METABOLISMO DE CARBOIDRATOS . . ~ . . . . . . . . . . . . . . . . 122


1 - Degrada~â"o doam.ido ..... ·. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . l 25
a - Hidrólise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
b - Fo sforu lise T • • • • • • • • • • • • • • l 26
• • • , • • • • • • • • , • , • •

2 - Utilização dos. produto$ da degradação do amido . . . . . . . . . . 129

C - ~tETABOLISMO DE LIPIDES , ........... , . , .. , ....... 131

D - METABOLISMO DAS PR OTEl1'l AS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 6

E - METABOLISMO DE FOSFATOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ~ 140

VU-DEfERIORAÇÃO DE SEMENTES

A ~ DEFlN IÇÃO . . . . , . . . , . , . . . . . , .. T • • • • • • • • • • • • • • • • • 145

B - TR ANSFO &\IAÇÕES DEGENERATIVAS . . . . . . . . . . . . . . . . . 14S

C - CARACTERISTlCAS DA DETERIORAÇÃO ~ ..... , ... , .... l47


1 - lnieY!tab ilida.de . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . , , . , . . . . . 14 7
2 -- Ine11-e rsibilid.ade. . , . . . . , . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . 14 7
3 - Mini.rua na maturjdade f1siold gica ~ _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 7
4 - Variável com a espécje T • • • • • • • • • • • l 48
• • • • • • • • • • • • • • • •

- - ·e. 1 entre lotes _ , . _ , . . . . , , _ . .


5 - \t~a.na,,, 14G:
T • T , _ • • , • , , • , • , • ,

D -TEORIAS SOBRE DETERJORAÇÃO ~ .................. ~ 149


1 - Esgotamento das reservas alimentares _ . . . . . . , . . . . . . . . . . 149
2 - Exaust!o das reservas a níveJJoca1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 S l
3- Coagulaçá'o do protoplasma . _ ...................... 151
4- Irrat iva-çlo das enzimas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ~ 151
S- A parechnento de ácidos graxos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2
6- Degeoe1açã0 das membranas celulares • . • ~ . . . . . . , . , . . . . , 15 2
7 - Ataque por fungos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 S3
8 - Acumulaç.ã'o de substãncias tóxicas ...... ~ .. , . , .. , . ~ , ~ 153
9 - Acum ulaçio de muta.g-ens . . . , . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . 153 T

-XI -
1O - Degradaç[o de ácidos nuclejcm . . . . . . . . . . . •. . . . . _ _ _ . _ _154
11 - Radia1;-[o ionizante . . . . . . . , . . , . , , . . . . . . . _ _ _ _ _ . . . . 154

VIII- QUALIDADE FISIOlÔGICA DA SEMENTE

A - DEFINIÇÕES . . . . . . . . T • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ~ • • _ l S7

B - LONGEVIDADE ...... _ ............ ___ . _ . __ T T ••••• 157

C - GEfiliIN A Ç.i\0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ___. _.. _. l 94

D - 'VIGOR DE SEMENTE . T •••••••••••••••••••••••••• .' 19S


1 - De fini~-ão de 1tigor de semente . . . _ .. . . . . . . . . . . . . . . . T • 196


2 - Manifes:tarões de vigor . _ . _ ~ . _ _ _ . _ . . . _ _ _ . . . . T • • • • • 197


3 - Causas· de bJi"(o vigi:x iern 5-emente.s. . . . . . . . . . . . . . . • . . • . 198


4 - Vigor r. púpulaÇáo inicial . . . . . , .. , . . . . . , ... , ... _ ... ]98
5 - Vigc.1:r e desempenho das plantas . , .... , . , .. , . . . . . . . . ; 199

E - FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE F.L5l0lÓGICA DA


SEMENTE
l ~ Fatores. genéticos . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3 r • •

2 - Adversidades durante o desenvolvimento da .semente ___ .... 203 T

3 - Adversidades no campo 1 após a m at uraçãó fi.sioló gica e a.I1tes da


collieita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . 204 T • • T • • • •

4 - Grau de maturid.ade . . . . . . . . , , . . . . . , . . . . . . . . . . . . . 207


5 - Tamanho da s.em~nte . . . . . . . . . , , . , . . , . . . . ~ • . . • ~ • _ . 207
6 - Densidade da semente . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . 208
7 - Injúrias rnecâ nk as na colheita e be-neficia.mento _ ~ ~ 209 T • T • T • • •

8 - Injúrias: t érnücas na. secagem da semente . . . . . . . . . ~ 2l 4 T • T T • •

9 - Teor de umidade da .s.emente durante o armazenamento . . .. 216 T •

1O - Condições arnb ientais no arma.z.em . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218


a - Umidade relativa do ar . . . . . . . . . , . . . . . . . ~ . . . . . . . 218
b - Temperatura da semente . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 224
e - Regra prática para predizer 8 longevidade da semente .... 224
11 - Tipo de embalagem T • • • • • • • • 225• • • • • • • • • • • T • T • • T • • • •

a - Em balage.m. ~nneá,..·eis ã umidade . . . . . . . .. 225 r • • • • • • •

b - Em baw.ge.ns
l ~ - • . ;i
senuperrnea veis iC unu "dad . . , ..,. .
e . . . , . . . . . . . . . . ..:.....,.ó
e - Embalagens irnpermeá veis à umidade • . . . • • . . . • • . . • • 227
12 - Ataques por insetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 228 r ••••

13 - Ataque por Í\lflgos . . • . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . 23 2


a - Fungos de campo • . . . . . . • . . . . . . . • . . . . . . . • . . . . 232
b - Fungos do armau namento . 23 3 T • • • • • • • • •• T • • • • • • • • T

F - PRESERVAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLóGICA DA SEMENTE 235


l - Con diçõe:s d e annaze11arnento . . _ . . . . . . . • . . • . . . . . . - . . 238
a - Armazenamento a euno prazo (até 9 meses) . . . . . . . . . . 238
b - Armazenamento a. médio praro para estoques reguladores
{1 8 meses) . . . . . . . . . . T • 239 • • • • • , , • • • • • • , • • , • • • •

-Xlt-
e - Anna.zc na.mento a fongo prazo . , .. , , . . , . . , . , . . . . , 239
2 - P rogn6 lit. ir.o da ]ongevj dade d-a sem.cnt e no am1azém . . , , , . , , 239

IX - AVALLi\ÇÃO D.A QUALIDADE FISIOlÓGICA

A -AMOSTRAC~E['i.·I DO LOTE DE SEMENTE ......... , ..... , . 249

B - TESTES DE VIABllJDADE , .... , ..................... 250


1 - ·r. este. d -e gl;:.':nlLlrtiiÇi::10
~ ·. ·· r , • • , • • , , . , . . . . . . . . • • , , , , • • , , • ·2-<;0
~-
a - Obt-.:mçio da semente . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . , . , . 251
b - Número de sem c:-n. t ,~ s _ . . _ . , . , . , , . . , , , , . . . , . , . . , 25 l
e - Substrato . . , . , .· . . . . . . . . , . . . . . , . . . . . . . . . , .. 251
d - T r.m pr.ratur.a _ . . . . . . , . , , . . , . . , . , . . . . . . . . , , . . 2 52
e - Equip.arneiir.o e material neçes.s;.üio .. , , ... , , ........ 252.
f - Ava lia ção d~ phlntula:; _· . . . . , .... , , .. , , . . , . , ... 253
2 T este -1..j e areia
- ' , . . . , , , . , . . . . . . , . . . . , , , . . . , . . . . . . . 2·,;; : :, ..
3 - Test t ik tet rnzó lio . . . , . , . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . , 2 5 6
a - Fundamentos do te-ste . . ~ . . . , , . . . . , . . . . . . , • . . . . 25 7
'
b - E.q u1pame-ntu ~
necessano . . . , . . . . .. , , . , , . , . . , , . , . , 2•-·'1
~) ,
e - Ob tençâo e númem de s~mt'.n tes. . . . . . . , . . , . . . . , . . , 25 8
d - Pr~ps.ro da wluç.fü de tetrazôlio .... , .. , . , , , . , . , .. 25~.
e - Snlll~'.ãO <l 8 lac.lofenoJ _ . __ . . . , . . . . , . . . , . , . . , , .. 259
f - 1· en-tperat ura . . . . . . . . . . . . . . . , .. , . . . . . . . , , ... .,L.. .;:-c;i ~•-·

g - Preparo da :-.:em-en1e parn. o teste . . . . . . . . . . . . . . . , . . . 2 59


h - Reação de col01açã1J . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 261
i - Preparo das. seme.nte;s para i nterpretaçáu . . . , . . . . . , . . . 262
j - Avaliação das sementes , . . . . , , . . , . , . . . , . , . . , . . , 2 62

C - TESTES DE VIGOR . . . , . . , . , . . . . . , . , . . . . . , . . . . , . . . . 271


1 ~ Te-st es d ire ~os. . . . . . . . .. , . , . . . , , , . . , . . . . . , . . . , . . . 271
"',,.. - T t:~Jes
-....., · 1n
. d.ir-e t o.:.~ .. , ....... , . , ..... , , , , . , , .... , .....··)'7, l
3 - Descrição -e uso dos: t es.te:s . , , . . . , , . , . , , . , , . . , . . . . . . . 27 2
a - Teste de. frio . . . . . . , . . , . . . . . . . , . , , . . , .. ·, , . . . 2 72
b - Velocidadt'! rje -ernr.rgtncia no can1po ........ , . , , . , . 274
e - Popu la-ç.,:\o ~ 1mc ' ' 'ta 1 . . . . . . , . . , . . . . , . . . . . • . . . . , . . 27, -'i
d - Peso da matéria '\i'e.rde. da;s plautas ....... , .......... 276
e - Peso da rnatéria seca das plantas ~ . . . , . . , . , , . . , . , , . 27(,
f - Primeira contagem . . . . . . , . . . . , , . . . . . . . , . . . . . , 276
g - Velocidade de germinaçSo . , .... , ........... , ... 277
h- Cre)Cimento da plâutula , ... , . , .. , . , , .. , .. , . , , .. 277
j - Com primcn to da. raiz . . . . . , . . . . . . . . , . . . . , . . . . . , 278
j - Transferência de matéria seca . , .. , .. , . , ... , .. , .. , 278
1 - Genninaçro à baixa temperatura , . , . _ ... , .. , . , •. _ , 278
m - hncrs:ã'o em água que nt~ _ _ _ _ . . _ _ _ , _ . _ _ , . • . _ _ • _ . . 278
n - Te:st e de sub me não . . . . . . . , . . . . , . . . . . . . . . , . , . . 279
o - Imersão em s.olu.çío os.rnótka . . . . . . . . , . , . . , . . . . _ • 279
p - lmeTSâ'o em soluç.Ko tôxica . , ....... , , .• , .. , .. , .. 279
q - Teste d e t etrazólio , , . . . . , . . , , . , . . , . . , = . • • • • . . 279
- XIII -
r - Co nd ut ivi dad e d~ t rica _ _ . _ _ , . . , . . , , . . . . . , . . , . , . 281
s - T t;::or de â cid os. gra.\.üs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 l
t - T e:sle de i.::-:,:a u..s Ufü _ _ . _ _ . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . 282
u - Teste de re s.pi n1 ção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 2
, . - ·1· esr i_:- GAf"A
_, • .> - - - - • . . . . • . . • • . . . . - . • . . . • • . • . • • 2~3
o:.:

x - Teste de envelhecimento preço,;:;e , .. , . , ........... 285


\ . - Camad.1 d e 1i_io 11) m u-íd o . . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2S S

- XIV-
I - FOR.MAÇÃO E CONCEITO
FUNCIONAL DA SEMENTE

A. FORMAÇÃO DA SEMENTE

A semente repre.s.en ta o .inicio- de uma nova geração e sporofítica e o prir


me.iro passo, na sua. formaçãe, é a abertura do botlo floral, que correspoode à matu-
ridade sexuaJ da planta (espo rófi to).

1- A Flo.r

A flor além de outras estrutu~ c.on ~ os órgãos .sexuais da planta, o


J

androc.eu e o gíneceu. O androceu~ órgão mascullnoj é con~tituido pelos estmnes.., os


quais prod ~m e liberam os microsp oros, comumen te chamados: grãos
de pó]en. O gineceu. órgão feminino .. é constituldo p,or um ou mais pistilos... Cada
pistilo ,t composto de ovário~ eSitilet~ e -estigma. O estigma consi~te de um tecído
gla.n dular cuja siec:re.ç[o e.stirnuJa a genn.inaçio dos grãos de pólen. O estilete é um
filarnen to de conexão entre o es:t igrna e o ovário. O m:ário é a parte basal do pistiJo ..
onde se msenvolv,e o ôvulo 1 ta.rn bém chamado rnega spo rãngio.

A Fi.__gura 1 mostra um esquema das princip.ti$ estruturas da. flor.

2 - ÓVUJo (~egasporângio)
O ó,;,'7Jlo ou rn e.gasporângio é o precursor da semente. Nonnahnente, ,ê
constituído das seguintes partes:
funículo
integuni en tos.
micrópila
nuc:e]a
sac:o embrionário

O :funículo é o suporte do ôvu1o e o liga à placenta. Quando completarnen-■


te madura. a semente separa~:se do funículo e, no ponto de abscisJo. permanece uma.
cicatriz visível denominada "hllo~'.

Os integurnen tos s;i"o camadas que se 1de:sénvolvem a parlir <la base da nuce-
~ envohi-endo-a quase que completam.ente, ficando apenas urna pequena abertura
-l-
..---

/ F'!LAME "-1 TO

1-i'.igura l - lliagra.ma m o:i.tr.ando il: i=stru lura da ftor.

denominada m icrópila. Po dcm haver um (lU dois in tegumentos e1ivol venda a nu cela.
Quando o óvulo apre santa apenas um i.n ttgum-ento, é denominado unitégmioo;
quando são dois, hitégmico_

A micrúpil a é um a a~ rtura loe-aliz ada no pon tt) onde (J::;: in tegurnen tos se
encontram. Pode scr forrnaua por apen.a.s um, ou por ambos in wgumen t()s, Pode
ainda S.t~r ra-sa ou profunda, depi::mden do da ef,pess.ura dos integu.rni~ ntns._

A nu ce (a ~ o co 1pü do óvulo e oo ntém o saco ém b rionário. Esse corpo é


envolvido pelos ili tcgurnen tos. A nuceia serve de alimcn to ao cm brião durante o
seu drsenv(}lvimento, podendo ser .abs.ocvida completa ou parcialrnc-nte. Quan<lo
náo é crunple tamente ahwrvitla durante o desenvolvimento do embrião, pe nnanece
como tecido de reserva na semente madura, tomando entxo a denominaç.ão de
"perisp c-nna~ ~.

O :saco -embrionário ou gam-etófito feminino está implantado nú tecido


nucelar (Figura 2). 'O ,aco embrionário t{pi~o c:::ontémt a princípio~ oito .núcleos...
Três <le.stes is.olarn-s.c e-m pequenas células, agrupadas em posiç[o oposta ã micrópila~
-2-
___ C:i6.LA IA.

----- ------

-------

IMT [Q UM DITO!-

OO~fll!IIU,

-----

Fig:u.11i 2 - Dia:~ama d a V".Ji::ã"o lonsi tudinal de um ÓV\lJo, mos.trnnà1.., o $.J.co embrionârio e d C"mai.5.
-C:5ttu tu ra.s.

e r.i::mstituem as antípodas. Outros t.re.s. tamb6n isolam-se em céluw e grupam-s.e


junto à micrópila. Des:ta;s~ a célula C"-entraJ dife.renieia-s.c no gameta feminino~
dcn ominado oosfora; as duas la terd.i5 5:-ão chamadas. ~i n-ê.rgide:s, No centro do saco
embrionário fie am os dois nu.ele os restantes e sJo chamados. núcleos. polares. Em
i

a.Jgun ~ ~s, estes nú-c.J eos fond-em-se- fom1ando o ""'nú-cko sec Lrndári o,,.

3 - Pólen (micrnsporo)

O grão de pólen ou micros.poro ê cons.ütuído de uma ou duas células. gene-


~rativas .. wna célula vegetativa .. e uma cobertura protetora. O pô1en forma-se na antc-
ra, a qual é uma e srrurur-a componente do estame. Na maio ria das espécies apenas
uma célula gencra tiva ocorre- no grão de pólen, a q uai divide-se somente após a
germinaçáo des.te. Porém em outras. e-spêciesi essa dh:isã'o po<lc ter lugar ante:s mes.-
mo da :rua deiscéncfa, quando então duas céluJas. generatiV'.:..tS podem ser observadas
no grão de: pó!e n,

O grão de póJen é envoJvido por uma cobertura prot-etorai forma.da por


itu.as membranas: .uma ex tem a (-e xina) e outra iJ1tem a (in tina). A exin a germnente é
-3-
cutinizada e apresenta espitlhos e desenhos caractt: rí s.tico&. A exina é in tenompida
em alguns ponto-si forrnan<lo poros através dos quais oc:mre a protrmâo do tubo po-
Hnicu por ocasião da germilrn{ão do grão de pólen (Figura 3}.

A po1iniza~ão ocorre quando o gráo d.e pólen entra em conta.to com o


estigma. A seguir, o grão de pôlen absorYe a -secreção e xudada pelo es.Ligma e genni·
na~ de.senvoli.,·endo llin tubo polfnico, que é o resultado do crescimento da celub
vegetativa. O nibo políni-co cresce atJa1,-"és. do e-s.1ilc-tej até atingir o óvulo. Através
do tu b Oi desloca•:se a cé-lufa ou as células generatí..., as prer..e. n te s no gr[o de pôi en,
Quando há apenas uma cêluJa g-e nerativa no grão de pólen por ocas.ião da polini-
zação.. e~ta s.ofre uma divisã"o mitótica durante o seu deslocamento alrn.1i't:S do tubo~
forrn ando duas células c-spcrm áticas.


NIJCL[ O 6 EJiillE:RATIVO

figura ) - Di:::1.g:rarn a ck um .~.ão di:: pók ri..

4 fertilização dupla {singamia)


Chegando ao óvulo, o tubo polínico ptnetra-o através da micrópila, libe·
rando as duas célula~ espe rrnáticas (espennas.) no interior do saco embrionário
(Figura 4 ),

Ocorre t.n 1[o a s.ingnmia, ou fertilizaç.ao dupla: o núcleo de um e spcnna


,me----sc aos nu cleos p o-1 ar-e s, co n s.ü tu indo um nu.de o trip16 ide, denominado núcleo
do endospenna primário; o nucleo do outro espenna focunda a oosf.era, dando
origem ao zigt:i to.

dh"i:sf1t:5- ::::uces~ivas do z.igotoi dar-se-á a formação do embrião~ en_quari-


Por
to que_ por djvisõe s do núclc o do i;;n dosperm a primário, forma-se-á o tecido de
rese.r.ra denominado endos.pi.::-.rmai predominante nas sementes. das monoootiledõ·
neas,

4
5 - Em briio das dkotiledõn~

O cmbriJo das d..içoti.Jed6neas ,é e-onstituido por um ei..xo embrionário e


dois cotilédones. Os cotilédones servem apenas como órgão de armazenamento d.e
reservas ai imentidas des:ti.nadas a fonieccr energia, e moJéculas orgân iças capazes
de sustentaT o criescimento do embrião, durante i:l gemtinaçifo da semente. Quando
a plântula resultante tom a-se au totró fica, o:s eotilédone s: já exauridos secam e e aem.
O ci.."(o ernbrionário é composto de tres. partes.: o tpicôtilo ou plúnmla, que ê a p~"'te
situada acima do ponto de ligação dos coti.Jé.done$ ao eixo; a radíçula na extremida-
de inferior do e-i x.o; e o hipoc.6 tilo, en trr a ~l díc ufa e os cotilé doncs. A plú.mula po~
de consistir apena~ de um grupo de ce lulas merist emá t ic.as ~ como na s.ernen te de
repolho, ou do me riste ma apical mais. algum as. folhas. em bnonáTia-s ~ corno na seme n-
te de amendoim (Figura '5)_ Da radfoula rnsulta a rail primária 1 quando a semente
~rmina.

CÉLULAS
~PEFHIIÁTI

·····•....
POLI' NICO

SACO
-EM8RI0NA Rm 0

·'

ANTIPOOAS
J

NUCLEO
SECUN D.AR ló

_-----... OOSFERA
'-......_ N UCEL:A
.....
·-.... SINÉ RGfOAS

INTEGUMENTO S
,.
FUNICULO

Fit1,J ra 4 - Diagrama mostra.neto a fertiliz.ação d up La.

-5-
__/TEGUME~Tô

r
EPICOTfLO OU
PLÚMULA

.
H ! POCOTILO

"""'-...___ J

-......, RADJCULA

TE GU MENTO

C OTILEOONE

F'OLHAS

HIPOCÓTILO

RADICULA

Figura 5 - Diagrílm.a da .c-,(',Çfo longitudinal 4-as semenu:s: a) de repollw (Browea olerat:.ei1 var.
bJ de: a.mcndoirn (Ai"achii hypcigde:tt Ll. nH.1s.trando su;;1s ,;:struEura:;_
czip!t2ta)

-6-
6 - Em l1riâu ti~ mon oeotik-d6nca:s

O ernbrifio d;1s rnonoç("Jti[i;:.dônea) é i:::on:::tituído €~scncia!.rnentc por um


eixo em brio□ ário e. um cotilédone (F igu. ra 6).

O e otilé done é cha.rn a.d o -e seu te] o ou escudete e fica em e on ta to com i:l
endospe rm a. Ao l ad,c;i opo s.to ao i:: seu telo, pode- ,estar p rc s.en te -:J ma peque na protu-
berãnci a, o '\:pêbla~-to'\ (0nsidcrado o rud.itne:nto do segundo cotilédorie-.

O eixo embilonário é c.i;,nstituídu por uma plúmula ou eplcótilo na -ex tremi•


dade supe rlor ~ de onde. se ungin.arãc:1 a) primeiras. fóUi as. A phim ula é cn 'Volvida por
uma bai r.ih a pro te. tom , o c.oleú ptilo. Na ex trcmidad(: inf.c rior do ei.xo em brio.n.á r~o 1_

i.::-ncontra-.s.e a r::1.J[c1..ila, Ja qual .;e originm·o as. raízes.. A radfou]a ê e-nvolvjda pm


uma bainhai ~~ ~ 1col eorri1.a' i.
PERICARPO +
TEG-UMENTO

ALEURONA

ENOOSPERMA
-......,_
. . . ._, ESCUTELO

fr.âi.ii[iii ~ COLE:ÓPTILO
----.FOLHAS
PLUMULA
~ Htp-q cd1 IL o
RADICULA
_,. COLEORRI ZA
----✓--

---CANADA PRETA

Fi,gun 6 - Di.a,glama eh :=:eçà'o kmgitudt:mtl d,11. s:.erneiHe<le milho, (lf.a mtJ.ys L.) ntm.~ando sua:5-
e~tru tura-s-

B - CONCEITO FUNClONAL

Os elementos básicos da estrutura da semente sâ'o: te:gumento, embrião e


tecido de n-serva. Do ponto de vjsta funcional, a semente é compos.ta de- uma cober-
tura protetora, um eixo embrionário e um tecido de reserva. A semente do tomatei-
fOi na figura 7. ilustra estes. três comp onc-n te s..
-7-
.
,e,

----T~ICOMAS --•
Q

o
i5.
,,_e,
....:ii
Ir,,.

TEGUMENT0 e
.J:J
o
e.li

,, t.•
\ ENDOSPERMA

". \\ 1-

=3
"\ COTILÉDONES
~
-j

Figura 7 - Di2:garn~ <la e~trur:ura d.a: semente d-e lOmatdro. (Lyc-op1:.7fitçm .uculmâJm L.)
m [)St:ra-d.o a co tertl..i!i:1! pro tet(irn. o eixo em brionirio, -e o teci-à o de te serva. (Se:gu.ndo May-cr e
Po]j.akoff-~."lfti<: r. 1).
(Rcpío,d.~i do d e :",brL·r. A.1t e A, Pa lj ako,ff...~:;o,ti,c-r - Th e gei:min-íltion -r;if - ~ 1966, co.rn pcr-
mi~o d.a Per_pm o~ 1-'~ess lnc. ~ ~ew Y ofk}.

1 - Co bertu:ra protetora

É a estrutura ex terna 1 que delimita a semente. Pode consistir apenas do


tcgumento, e em .alguns cas.us 1 também do pericarpo. O tegurnento é uma cobertor.a
constituída por carnadlls celulaTes originá.rias dos integumento~ ovulare-1.. O perica:r-
po ê originário da pare de (fo ovário. Em aígun s casos~ ele se desenvolve .intim:a::mente
Hga.do ao tegum-ento, sendo impos.si:.,.·el iderrtificar quaJqu~r ponto delimitante 1
como no ,aso das. scr:nellt(:;!s d~ várias gramíneas. Nestast toma o nome de- cariopse.
S a f igurn 8 está il ustrn da a cadopsc da ave ia.

As funções. da cobcrtu ra ex tema são:


a) manter unidas as partes .internas da semente;

b) proteger as partes internas contra choque:s e abrasõe.s;

e) se r,.,ir com o ban-eira .à entrada de m.icroorganismos na. :semente;

d) regular a ve kJcidade de reidra t.aç.ão da se.rnen te, evitando ou dimi-


nu i.n do possíveis danos e au..~dos pel~ p~ssõe s desenvolvidas duQO-
te a embebição~
-8-
e) regular a velocidade das trocas gasosas (oxigênio e gás carbôniço);

f) regular a ge.nninação~ çau~.ando donnencia (ern alg1Jns c.aso:s)_

Em suma,. a co bértura prnt-e Vm1 tem funções prote tma, 1eguladora e


delim.itante.

2 - Ei..~o em brion:.frio

T ern fu nç[o reprodu ti ,,a -sendo capaz de in:teiar divisf.1€ s. celuiares~ e de


cre:sc1;:r. E- a parte vital da S-.';:m,ente, É um "eixo~\ pmqu-e inicia o crescimento em
duas "r.iireçticl i : p ar.:i as raí:z.e s. e para o caule_ O e:L'(o embrion ârfo ~ ral.ment-e é pç-
qut. □ o em relaç:fo .ãs outras partes. da serni:.nte. A Figura 9 ilw.tr.a a relação entre i:'.)
tam.anh o do em bti ao, do-s. tecidos de reser,,ra e d.a c-0 bertura protetCJ ra, em sementes
d-e trigo.

...............
-----........ TR ICO hl AS
....

.............__ P( FH CARPO +., TE 8UII E NTO


{ CARIOPS E)
ALEURONA
~~-ENOOSPERNA

.,.
COLE:DPTfLO

--FOLHAS
,
~-PLUNULA
.,.
HIP0C0TILO
,t

RADICULA

----.----~- COLE:O AIUZ A

F:igu.ra 8 - Djagrarna d:a. semente de aveia {A J.1,ena !ltlroa L.)

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