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A MODERNA AGRICULTURA
INTENSIVA v o l . it
A RTUR PR IM A VESI
Engenheiro Agronomj e Doutor em Agronomia, Professor de Agricultura Geral,
Diretor do Instituto de Solos e Culturas, Universidade
de Santa Maria, RGS, Br a s i l
A N N A MARIA PR IM A VESI
Engenheira Agrônoma e Doutora em Agronomia da Cadeira de Agricultura Geral,
Coordenadora-Geral do Instituto de Sol os e Culturas, da Universidade
de Santa Maria, RGS, Brasil
19 6 5
S. A. M O IN H O S R I O G R A N D E N S E S , P ô rto Alegre,
que, com sua generosidade, colaborou valiosam ente
na edição desta obra.
U n i v e r s i t y o f Bristol
D e p a r tm e n t of A g r icu ltu r e a n d H orticulture,
R esearch Station, Long A sh to n , m a io de 1 9 6 4
PREFÁCIO
É u m a grande satisfação p ara mim escrever um prefácio dêste im
p o rta n te livro, versando sôbre as demonstrações visuais das deficiências
minerais em culturas tropicais e subtropicais.
A verificação destas demonstrações é a base do m étodo visual de
reconhecimento de carência minerais em culturas, que causam a limitação
das colheitas, t a n to em qualidade, como em q u a n tid a d e e, em casos
extremos, provocam o fracasso to ta l das mesmas.
O m étodo visual, e somente um dos v a n o s m étodos de diagnóstico
usado pelos técnicos em agricultura, visando o aum ento da produção
agrícola e foi aplicado, com grande sucesso, já há m uitos anos, em zonas
tem peradas.
Êste m étodo possui a grande v a n ta g e m de poder ser usado, ta n to
pelos técnicos em agricultura, como pelos agricultores inteligentes, no
p ro p n o campo, sem precisar recorrer a aparelhos ou e quipam entos espe
cializados, fora o livro, com as ilustrações apropriadas. Por isso, p a rti
cularm ente im p ortante, podermos fazer julgam entos preliminares das
causas de fracassos das colheitas e de podermos fazer rápidas supervisões
das condições das culturas, em grandes áreas cultivadas.
0 m étodo visual, com as ilustrações dos sinais de deficiências de
m u itas culturas, foi elaborado d e ta lh a d a m en te para as culturas te m p e
radas, mas nen hu m livro compreensível foi editado, ainda, a êsse respeito,
com j elação a culturas tropicais e subtropicais, e, p ortanto, esta obra é
muitíssimo oportuna. Ademais, este m etodo possui um a im p ortância tôda
especial nos trópicos e subtrópicos, porque estas áreas necessitam, com
uigência, a u m e n ta r a produção agrícola e elevar o nível nutricional e o
pad rão de vida das suas populações.
Árvores frutíferas e m uitas outras culturas perenes, facilmente podem
ser incluídas na aplicaçao do diagnóstico visual.
Por todas essas razões, êste livro é u m a ajuda valiosa aos esforços
feitos p a ia a u m e n ta r as safras e a qualidade dos produtos tropicais e
subtropicais, e deve ser, por isso, m uito bem recebido por todos os que
se ocupam com a produção agrícola e com o bem estar das comunidades
rurais dos trópicos e subtrópicos.
T. W allace
U niversity of Bristol
D e p a r tm e n t o f A gricu ltu re a n d H orticulture,
R esearch Station, Long A sh to n , M a y , 1 9 6 4 .
VORWORT
D as E rk e n n e n von Pflanzenm angelerscheinungen h a t für die m oderne
L a n d w irtsc h a ft eine im m er noch w achsende B edeutung. Die Pflanze
be n ötigt ausser W asser und K ohlendioxyd 12 N ährstoffe. Diese müssen
der Pflanze in a u fn e h m b a rer F o rm und im jeweils für die Pflanze rich
tigen V erhältnis zur Verfügung stehen, d a m it hohe E r n te n von g u te r
Q u a litä t eing ebrach t w erden können. A uf eine u ngenügende V ersorgung
m it den P flanzennährstoffen reagiert die Pflanze n ic h t n u r durch eine
geringere Leistung. Sie zeigt V e rä nd e ru ng en in ihrem W uchs, ihrem
Aussehen u nd besonders in der A u sbildung der B lätter. Diese V e rä n
derungen bezeichnen wir als M a n ge lsy m ptom e . Je d e r Pflan zen nährstoff
h a t ganz b e stim m te Aufgaben in der Pflanze zu erfüllen. Bei M a n g e l an
einem N ä h rsto ff werden diese A ufgaben nich t gelöst. D o rt, wo die Pflanze
noch im A u fb a u w a r oder wo ältere Pflanzenteile bereits für die n a c h
w achsenden O rgane K o h le n h y d ra te und andere Stoffe produzierten, setzt
n u n ein U m b a u oder A b b a u ein. Je nachdem , welcher N ä h rsto ff fehlt
oder welche N ä h rsto ffe der Pflanze fehlen, tre te n V ergilbungen oder
N ekro sen auf, allgemein V e rän de run gen der n a türlic he n Farb e, des Zus
ta n d e s und der Form , die dann auch noch die Pflanze für einen Schädlin
gsbefall em pfindlicher m achen können. Diese V e rä n de rung en oder Schäden
erscheinen an ganz b e s tim m te n Stellen. Die S y m p to m e des K -M an gels
sehen anders aus als die des C a-M an gels usw. Je besser nun die V e r ä n
derungen oder Sy m p to m e , die an der Pflanze bei N ä h rs to ffm a n g e l auf-
tre te n, b e k a n n t sind, u m so sicherer k a n n allein aus dem Aussehen der
Pflanze geschlossen w erden, wo die U rsache der E rn ä h ru n g sstö ru n g liegt.
Die rein visuelle B e tr a c h tu n g k a n n w irksam du rch B e n u tz u n g einer L up e
oder eines M ik rosko ps (schon bei 100-facher V ergrösserung) u n te r s tü z t
werden.
Es ist sehr zu begrüssen, dass der Verfasser, H e rr Professor Dr. A.
Prim avesi, nach eigener E r f a h ru n g und F o rsc h e rtä tig k e it diese so w ich
tigen K e nntnisse zum N u tz e n der L a n d w irtsc h a ft hier zu sam m engestellt
hat. M ögen seine B e m m ü h u n g e n von Erfolg g ekrö nt werden.
W. B ussler
T e c h n i s c h e U n i v e r s i t ä t B er lin
I n s t i t u t fü r P f l a n z e n e r n ä h r u n g ,
B o d en ch em ie und B oden b iologie
B er li n , M ä r z 1 9 6 4 .
PREFÁCIO
O reconhecimento de deficiências vegetais tem, para a agricultura
m oderna, um a im portância sempre maior. Como sabemos, a p la n ta neces
sita, além de água e gás carbônico, doze nutrientes. Êstes necessitam estar
a disposição da p la n ta em forma assimilável, e n u m a relação adequada,
a fim de que consigamos altas colheitas de boa qualidade. A p la n ta reage
a um a alim entação deficiente, não somente através de um a menor pro
dução. Ela apresenta diferenças no seu desenvolvimento, na sua aparência
e, sobretudo, na formação das folhas. E stas modificações são conhecidas
como “sintomas de deficiência” .
C ad a n u trie n te da p lanta tem a sua ação específica a cum prir no
vegetal. N a falta de um nu trien te, estas ações não podem ser realizadas.
Ah, nas partes da p la n ta que, ainda, se acham em desenvolvimento, ou
nas partes mais velhas do vegetal que estão já fornecendo minerais a
órgãos novos, começa, agora, um a reconstrução e decomposição das m a
térias vegetais. D ependendo qual ou quais nutrientes faltem ao vegetal,
aparecem necroses, modificações da cor normal, do estado e da form a da
planta, que podem torná-la mais suscetível a um a praga. E stas modifi
cações ou danos aparecem em lugares determ inados na planta. Os sinto
mas da deficiência de potássio apresentam -se diferentes dos da deficiência
de cálcio, etc. Q uanto melhor conhecidas as modificações ou sintomas,
que aparecem na p la n ta por deficiência mineral, t a n to mais acertada-
m en te podemos concluir, baseados som ente na aparência vegetal, onde
está a causa do distúrbio nutricional. O reconhecim ento p u ra m e n te visual
pode ser com plem entado eficazmente, através do uso de um a lupa ou de
um microscópio (já com um au m e n to de 100 vêzes).
É m uito louvável que o autor, o Sr. Professor Dr. A. Primavesi,
te n h a reunido tão im p ortantes conhecimentos com base em pesquisas e
experiências próprias, a bem da agricultura. Sejam êsses esforços de g ra n
de utilidade às lavouras.
W. B ussler
U n i v e r s i d a d e d e Berlin
Instituto d e N u tr iç ã o V e g e t a l,
Q u í m i c a d o S o lo e B io l o g i a d o S o lo
B er li n , M a r ç o d e 1 9 6 4 .
FOREWORD
Effective and profitable produ ctio n of all crops depends in large
m easure on the c o ntinuing supply of essential n u trie n t elements in such
q u a n tit y as to meet the grow th needs of the individual crop especies.
Rarely is it possible to achieve satisfactory production levels of good
q u ality crops solely from n ativ e soil fertility. Since m an has achieved con
siderable knowledge as to the n u tr ie n t element needs of plants, it is now
possible to su pp lem en t the n u tr ie n t supplying power of each kind of soil
with chemical fertilizers and soil a m en dm en ts, b y intelligent soil and crop
m a n a g e m e n t practices to increase the effectiveness of production systems.
I he identification of n u tr ie n t deficiency sy m p to m s in each species of
crop plant, has great usefulness. In m a n y situations, the p ro m p t application
of substances carrying th e deficient e le m e n t(s) m a y restore th e crop to
high p rod uctiv ity. In a n y case, the occurrence of deficiency sym ptom s
serves as the w arn in g t h a t serious problems of plant n u tritio n m u st be
solved, if recurrence of retarded crop grow th and inferior q u a lity are to
be avoided.
In addition to the use of deficiency sym p to m s as a guide to good
crop m ana g e m e n t, the m anager needs to give consideration to "hidden
h u n g e r”, which is a condition of limited n u trie n t supply t h a t retards
grow th and reduces crop qu ality, b u t is no t sufficiently severe as to
produce visible deficiency sym ptom s. C rop n utrition ists are steadily de
veloping new knowledge as to the range of n u trie n t element c o n te n t t h a t
will insure o p tim u m o p p o r tu n ity for crop d evelopm ent and m a tu rity .
1 hese cu rre n t levels of n u trie n t sup ply are d eterm ined by rapid analytical
m eth ods applied to index portions of th e p artic u la r crop — such as, fully
developed yo u n g leaves, leaf petioles, or segments of the stem, as m ay
be ap pro priate. Along w ith such p la n t tissue testing, the use of rapid
m etho ds of soil testing prior to th e growing season, provides a powerful
tool of m a n a g e m e n t for the efficient crop m anager.
T h e se applications of science and technology t h a t insure more plen
tiful production of crops, along with desired levels of q uality, are helping
to raise the prod uction levels of food, fiber, and livestock feed in all
p a rts of the world. T h e dependence of m an on the p ro d u c ts of th e land
dem and fuller use of our n a tu ra l resources to meet the growing needs
of the people. T h e a d v a n c e m e n t of h u m a n welfare in each n a tio n depends
on high levels of p roduction for all crops and pastures, in th e v a rie ty
p e rm itte d b y the n a tu ra l resources of land, climate, and v e getation, under
the wise m a n a g e m e n t of skilled cultivators.
H o w a r d B. S p r a g u e
Em eritus Professor o f A g r o n o m y
P e n n sy lv a n ia S ta te U niversity
U n iv e r sity Park, P e n n s y lv a n ia , U. S. A.
July 2 4 , 1 9 6 4
PALAVRAS INTRODUTÓRIAS
A riqueza e a prosperidade do Brasil dependem da fertilidade dos
nossos solos. 1 odo nosso problem a econômico resulta afinal da decadência
das nossas terras im p iedosam ente exploradas. N ã o se verificaria a a tu al
elevação de preços se a produção não houvesse encarecido, e esta jam ais
encareceria ta n to se não decaísse por unid ad e de área, a cada ano. O
fato é que produzim os m u ito menores colheitas com maiores despesas.
Maiores, porque os solos decaídos requerem cada vez mais trato.
O N o r te do Brasil, em grandes partes, é quase infértil. M ais de um
têrço do E stad o de São Paulo é constituído de cerrados e cam pos de
barba-d e-bo de, e, no e n ta n to , êste E sta d o e alguns do N o r te a n tig a m e n te
ofereceram uberríssim as colheitas aos nossos antepassados, possibilitando
considerável d esenvolvim ento ao nosso país.
O nosso problem a apre se n ta ainda g rand e dificuldade porque não
conhecemos c o m p le ta m e n te as causas da diminuição catastrófica das co
lheitas. Sabem os que esta é em p a rte devida à erosão e ao esgo tam ento
do solo, e que precisamos adubá-lo com m a té ria orgânica e sais minerais;
m as não temos conhecim ento integral de tu d o q u a n to está falta n d o às
nossas terras. G era lm e n te acontece surgir n u m ano de sêca um a moléstia
que exterm ina de um a vez só d e te rm in a d a cultura. Ora, até que se m ande
fazer o exame da lavoura, até que se suspeite ser o fenômeno d ev a s ta d o r
devido apenas a u m a deficiência ainda não identificada, até que se pro
videncie o exame do solo, que m u ita s vêzes não revela a causa do mal,
o te m p o corre e tô d a a c u ltu ra se perde. M u ita s vêzes, em conseqüência
dêsse fato, o lavrador, a rru m a d o , a b a n d o n a a sua terra, p ro cu rand o t r a
balho na cidade.
M a s não é tudo. Às vêzes os exames da te rra foram feitos com a n te
cedência e a a d ub a çã o efe tu a d a conforme prescrições que se diriam ade
quadas, e, contudo, o resultado em m uitos casos é catastrófico. Q u a n ta s
vêzes tivem os o p o rtu n id a d e de ob serv ar que especialm ente o milho, o
algodão, o arroz, etc., ad ub a d o s com fertilizantes, aliás caros, pereceram,
ao passo que, não adubados, proporcionaram colheitas, em bora pequenas.
Por quê?
P orque o balanço dos c o njuntos químicos é m u ito mais complexo do
que im aginamos. T odos os elementos existem, em certas relações e pro
porções, nos cham ado s “com pou nd s", e êstes c on juntos químicos devem
ser c u id a d o sa m e n te equilibrados, a fim de proporcionarem boas colheitas.
N ã o se fazem por e n q u a n to exames químicos da terra, nem das folhas, que
XVIII
M o n teir o L obato
SUMMARY
“Deficiências M inerais em C u ltu ra s", a h and bo ok o u t of the trilogy a bout
modern, intensive agriculture, deals with the visual symptoms of mineral
deficiencies on plants as well as the problems of an adequate commercial
dressing.
In a scheme abo ut the “com pound sy stem " of n u trie n ts, the efficiency
of minerals is shown, their sinergisme or reciprocal im peachm ent.
A planta
Dedicarno-nos muito a êste problema por estarmos conven indica tu d o
cidos de que não h á nada de estranho e misterioso na agricul
tura. U m a safra nunca traz surpresa. J á a plantinha de 6 a
8 semanas permite a avaliação da sa f ra vindoura. E x a m in a n d o
o desenvolvimento radicular, consegue-se perceber m uita coisa.
A raiz alimenta a planta e da alimentação depende o rendimento.
A planta indica a te x tu ra e e stru tu ra do solo agrícola, o p H ,
o teor em minerais, tudo, enfim , que precisamos saber para
podermos avaliar a sa fra ( 1 3 7 ) .
D iag n ó stico
H o je em dia fala-se muito a respeito do diagnóstico químico q u ím i c o foliar
foliar. Êste nada mais é que um aperfeiçoamento do velho
método N E U B A U E R ( 1 1 9 ) . Foi o professor L. K E H R E N
que introduziu esta prática no Brasil. Faz já tempo que no m undo
inteiro os agrônom os e cientistas reconheceram a insuficiência
da análise química do solo (110, 151).
?
D IS P O N IB IL ID A D E D O S N U R IE N T E S
Elem entos
M u itas vêzes, tam bém um a calagem , especialm ente um a so- m enores e
bre-calagem , pode provocar sintom as pronunciados de carência, m aiores
m icro-m acro-
porque em lugar de m obilizar elem entos, com o o faz o p H baixo, n u trien tes
liga-os (1 4 5 ).
D evem o-nos liv ra r da idéia de que os elem entos m enores são
m enos im p o rtan tes que os elem entos m aiores. O nitrogênio, o
.fósforo, o potássio, o m agnésio e o cálcio são tão essenciais p a ra
a nu trição da plan ta como o boro, o cobre, o m anganês, o zinco
e o ferro , porque a im portância de cada um é a m esm a. O que é
d ife re n te é u n icam ente a q u antidade absorvida, que é g ran d e ou
4 RELAÇÕES RECÍPROCAS DOS MINERAIS
Relações
recíprocas A presença ou ausência de outros elem entos n u tritivos são
e n t r e os igualm ente im portantíssim as. A té h á pouco, conhecia-se apenas
elem entos
a Lei do M ínim o (9 0 ). M as essa lei não é tudo. A s ligações
dos com pounds ’ e as relações recíprocas entre os diversos ele
m entos são m uito m ais com plexas e im portantes do que se sus
peitava. O "co m p o u n d ” é um a associação de elem entos cujas re
lações recíprocas são responsáveis pelos difíceis problem as
da nutrição vegetal. P o r exem plo, a carência de potássio dim inui
m uito a soluhilidade do horo e do fó sto ro , provocando assim
igualm ente um a deficiência pronunciada dêsses elem entos. O
horo é o elem ento essencial p a ra a boa distribuição do fósforo
na planta. De outro lado, a carência de potássio provoca um
excesso fictício, mas m uito indesejável de cálcio e m agnésio,
enquanto sua aplicação unilateral causa, especialm ente nos pastos,
a deficiência pronunciada de m agnésio, que provoca a "teta n ia
do gado (176 A ) . O boro tem um a ligação com o cobre, que é
elem ento indispensável para o vigor e resistência da p la n ta ; o
vegetal está perdendo seu tu rg o r tornando-se mole e suscetível
a qualquer prag a e m oléstia. O cobre por sua vez contribui bas
tante para a disponibilidade de zinco e m anganês, provocando,
se faltar, m anifestações de deficiências dêsses m inerais. Ge-
ralm ente predom inará a m anifestação da deficiência em zinco,
m as na verdade o que falta é som ente potássio. Êsse fato m ostra
a razao porque um a deficiência pode ser c u rad a pela sim ples apli
cação dum elem ento bem d iferente daquele que se suporia ne
cessário. 1 ai fenôm eno contribui tam bém p a ra to rn a r o caso das
deficiências tão m isterioso.
M as êstes são por enquanto som ente os fatores que têm de
ser observados im periosam ente. A gora, com preender-se-á, por
que o exam e quím ico ou biológico do solo raram ente pode d ar
resultados satisfatórios. 1 al exam e nunca leva em conta os
fatores das associações "co m p ounds” , recíprocos ou antípodas
dos elem entos d iversos; nunca leva em conta a influência do
p H , do com plexo troca-adsorção, do clim a e da estru tu ra do
solo. M ostra, apenas, o que a plan ta poderia en co n trar no solo
quando todos os fatores fôssem favoráveis. G eralm ente, porém ,
tais fatores não são favoráveis e por isso o exam e não tem m uito
valor prático (1 0 4 ).
Análise
quím ica
A análise quím ica foliar já se aproxim a bem mais da v er
foliar dade na indicação das necessidades reais da planta. M as existem
cei tos fatos que ainda são contrários ao uso exclusivo da a n á
lise quím ica foliar.
ANÁLISE FOLIAR
do vegetal ou do ram o. p ara onde êle foi tran sp o rtad o das partes
inferiores, que se acham m aduras. D evem os tira r as am ostras
ex atam en te de onde a deficiência estiver aparecendo, isto é, no
caso de potássio, da p arte in ferio r.
Q u a n d o tirar
A dem ais, em m uitos casos existe um estado bem precário de a am ostra
cálcio, boro, m anganês, zinco, etc., no solo e na planta, m as em f oliar
A base d e cada
A adubação quím ica é sem pre relacionada com o teo r húm ico adubação
e a e stru tu ra do solo e, quando faltam êstes, o solo se to rn a rá quím ica é a
m atéria
salgado pelos adubos com o no deserto de Gobi, e nunca dará orgânica
colheita econôm ica. A base de cada adubação quím ica é sem pre
um a adubação orgânica, seja de m assa verde, seja de estrum e.
E vai a re g ra : “ quanto m elbor o solo, tan to m elhor o efeito da
adubação .”
T am b ém sem pre devem os lem b rar que cad a cu ltu ra tem o seu
p H próprio. P ode acontecer, por exem plo, que falte potássio e
m agnésio em um a cu ltu ra acidófíla m as, pela fó rm u la im própria
do adubo quím ico aplicado, resulte um a depressão da safra , ou
até m esm o o fracasso da cu ltu ra, especialm ente pela elevação
inadequada do p H .
X
8
S IS T E M A DOS COMPOUNDS
DE MINERAIS
Mo,
ro
comp und
6,5-72
o z o to I //fó s fo r o
compound I / / compound
Cu t pH 55-6,8
pH 4 ,5 - 6 ,o spH 4,8-6,5
Mn
H5,o
Reações entre
as a s s o c i a ç õ e s D istinguím os quatro associações de com plexos m in e ra is:
1 ) a associação nitrogênio-fósforo-potássio, a m ais im portante
de tôdas, que assum e a posição chave na nutrição da planta.
2) a associação de potássio.
3) a associação de nitrogênio.
4) a associação de ferro.
Leis naturais
A A g ricu ltu ra é m uito simples, mas tem os de conhecer
as leis biológicas da natureza, se não tudo perm anecerá como
até hoje, p ara m uitos som ente “ um jôgo de so rte”. P o r isso d e
vemos lem brar que tudo quanto êste livro ensina não adianta
nada p ara a A g ricu ltu ra se não fôr realizado em harm onia bio
lógica (1 3 8 ). A escolha do adubo é tão im portante como o p ró
prio adubo. E x istem diversos adubos azóticos, potássicos, fos-
fáticos, etc., com reação em parte ácida e em parte básica, o que
F A L T A D E N U T R IE N T E S 9
M eta b o lism o
vegetal fo rm a
A sensibilidade ou tolerância da planta, baseada no seu m eta
as v a rie d a d e s bolismo particu lar, sem pre indica — no caso da deficiência de
vários elem entos — qual dêles dom inará. E sta dom inância não
depende do n u trien te, m as das particularidades da planta e não
da espécie. E esta particu laridade fo rm a as variedades e é a
base da criação de novas linhagens.
T o l e r â n c i a as
d eficiências Ê ste fato pode p arecer estranho, m as de outro lado conhece
mos m uito bem plantas da m esm a espécie m ais tolerantes a
certas deficiências, (6 3 ) ou m elhor, m enos exigentes quanto a
certos m inerais. T em os por exem plo, variedades de m ilho que
sofrem m uito a deficiência de zinco, enquanto outras quase não
precisam dêle. Tem os variedades de batatinhas ( Solanum tu
berosum L ) que quase desaparecem , porque so frem m uito a
deficiência em boro, enquanto outras não acusam sua falta, ainda
que plantadas no mesmo campo. É igualm ente sabido que, por
exem plo, um a vaca leiteira holandesa só dá boa ordenha quando
recebe m uitos fo rtifican tes, enquanto um a o u tra da m esm a raça
fornece a m esm a q u antidade de leite sem nenhum a forragem
adicional.
O m etabolism o p articu lar de cada planta constitui tam bém
a razão p o r que tantos sintom as de carência até hoje foram
mal interpretados. É bem n atu ral que a m aioria fôsse de opinião
que, se se tratasse dum a deficiência da te rra, todos os vegetais
teriam de denunciá-la igualm ente. P o r que não acontece isto?
N ão há tam bém pessoas que perm anecem sãs no meio dum a
ep id em ia? Será que elas não são contam inadas? Sim, são, m as
apresentam resistência,superando a contam inação.
N a A gricultura, quando falam os dos m inerais, devemos dizer
m enos exigente em lugar de resistente, porque a resistência con
tra, por exem plo, a falta de boro nada m ais é que a m enor e x i
gência dum a planta q uanto a êsse elemento.
OS N U T R IE N T E S VEGETAIS
Água
T em os, em prim eiro lugar, a água que sem pre constitui fato r
lim itante da vegetação. P o r isso, os m étodos da lavoura devem
A G U A , Og e C O 2 F A T Ö R E S D A P R O D U Ç Ã O 11
ser sem pre relacionados com este fato. E hoje sabem os todos,
que a conservação ou recuperação do estado fô fo (1 5 7 ) do
solo é o único meio de conservar a adequada um idade da nossa
te rra de cultura.
M as, além do aum ento da capacidade re te n to ra do solo, pelo
trata m en to adequado com m atéria orgânica, podem os igualm ente
d im inuir a tran sp iração dos vegetais por um a adubação quím ica
adequada. P la n ta s com um a seiva “ cheia” possuem um plasm a
viscoso e tra n sp ira m m enos que plantas com seiva “ vazia” , isto
é, seiva pobre. Com um a adubação de boro, potássio, fó sforo e
cálcio aum enta a produção p o r área, m as dim inui o gasto de água
por kg de substância sêca (176, 1 6 5 ). Com um a adubação nitroge-
nada porém , a tran sp iração e o gasto de ág u a aum entam .
Sódio
Sabe-se que o sódio faz parte de quase todos os tecidos vege
tais. E specialm ente no algodão e linho ( L in u m usitatissim um L .)
■encontra-se em elevada concentração. A s funções do sódio são
parecidas com as do potássio e pode êle su b stitu ir o potássio com
vantagens até um a proporção d e i : 4 — só d io : potássio.
Parece de que o sódio não é sem pre essencial p ara a vida
das plantas, m as, em certos casos beneficia o seu desenvolvi
m ento. Podem os distinguir 4 grupos de plantas quanto à neces
sidade que têm dêste e lem en to :
4 Grupos de
plan tas qu a n to
I o) plantas que precisam o sódio p a ra o seu desenvolvim ento
à necessidade ó tim o ;
e m sódio
2o) plantas que são beneficiadas de certo modo, seja qual
fôr, pela presença de s ó d io ;
3o) plantas que toleram a substituição parcial de potássio
pelo s ó d io ;
4 o) plantas que não podem u sar de m aneira nenhum a o sódio,
mesmo que falte o potássio (6 4 ).
In to leran tes
ao sódio E n q u an to as cultu ras de milho, batatinhas, soja (G lycins
m a x. L .) m ourisco, feijão ( P haseolus vulgaris E .) , alface
(Lactuca sativa E .) , centeio (Secale cereale E .), girassol e de
algum as v erd u ras não podem u sar de m aneira nenhum a o sódio,
o algodão, o trigo, o tom ate fjcw W fw w M ill.)[
a cevada (H o rd e u m s a tiv u m ), o sorgo, o linho, a aveia ( A v e na
FÓSFORO 1
Beneficiados
B eneficiadas pelo sódio são som ente algum as verd u ras de pelo sódio
raízes carnudas, como sal são, nabo ( Brassica napus L .) , rab a
nete ( R aphanus sa tivu s L .) , b eterrab a ( B eta vulgaris L .) ,
acelga (B e ta vulgaris var. e ic h L .) , e b eterrab as de açúcar, que
são b astan te in significantes p a ra a nossa a g ric u ltu ra tropical
e subtropical.
A um enta a
O sódio au m enta a capacidade reten to ra de água pelo vegetal, capacidade
ocupa lugares vazios na seiva (U n id a d e P o rta d o ra ) que podiam reten to ra d o
vegetal
ser ocupados p o r tóxicos (1 4 8 ), e finalm ente au m enta conside
ravelm ente, ju n to com o cálcio (em um a p roporção de Ca : N a
— 14 : 6 ) (1 7 4 ), o rendim ento, a elasticidade e a qualidade em A u m en ta a
qualidade de
geral de fibras. N ão en tra no fluído celular, m as fica no fluído fibras
N a m aioria das plantas o sódio serve apenas p ara ocupar nas O c u p a lu g ares
l iv r e s n a s
células lugares que, em caso de deficiência em potássio, podiam células
Fósforo
O fó sfo ro ocupa o principal papel no desenvolvim ento vegetal
e pode ser considerado como o elem ento chave da vida, porque
e n tra em todos os processos onde houver m o v im e n to : enzim as
da respiração, nos crom ossom as, nas núcleo-proteínas e o e n
contram os, por isso, nas sem entes, m eristem a, brotos, etc., em
grandes quan tid ad es. É indispensável à divisão celular e move-
se sem pre das partes já desenvolvidas p a ra as em desenvolvi
m ento ( 1 0 ) .
É absorvido pela planta como íon H 2PO.f (5 9 ) e não sofre
tran sfo rm ação n enhum a den tro do vegetal aparecendo em todos
com postos orgânicos na planta, como em proteínas, ácidos nucléi-
cos, em am inoácidos básicos, etc., em sua fo rm a original, de alta
oxidação. É altam ente móvel den tro da p lanta e se locomove,
em caso de escassez, para as partes em form ação. A cum ula-se
nas sem entes e frutos. In flu i m uito na form ação de flôres e
frutos.
O fósforo controla a produção de açúcar, que se to rn a a n o r
mal quando êle falta. E m quase tôdas as nossas te rra s de cul
tu ra o fó sfo ro é deficiente por ser fixado em ligações insolú
16 MOBILIZAÇÃO DE FÓSFORO
Fósforo
fixado no P o r isso, é ridículo haver quem esteja propagando irracional
m ente altas q u antidades de adubos fosfatados. O que tem os de
fa z e r e m prim eiro lugar é m obilizar os f os fatos fixados no solo.
D único meio de m obilizá-los consiste na acidez húm iea isso e
na adubai ao com m assa orgânica que revitalize o solo. E xiste um
balanço delicado entre P : F e e um a fo rte dependência de P : B.
O solo n ã o
s u p o rt e mas Se a A g ricu ltu ra opera sob o ponto de vista de que o solo é
sim , u m ent
som ente suporte, seria então m uito m elhor e m uito m ais eco
nômico larg ar mão, o mais cedo possível, da lavoura e p lantar
som ente em soluções n u tritivas.
Q uando, porém , tratam o s o solo como um ser vivo, que é de
fato, e segundo as regras biológicas, não é difícil alcançar co
lheitas boas e econômicas.
E quando há quem defende a tese de que os nossos solos de
cultu ra precisariam de um as 5 toneladas por hectare de fosfatos
p ara p roporcionar colheitas boas, sabemos que não se precisa
encher prim eiro o com plexo de troca-adsorção com fó sfo ro até
so brar tam bém um pouco para as nossas culturas, m as que basta
fornecer um pouco de hum o que m anterá aproveitáveis os
200 a 250 k g /h a que aplicam os, e que g aran tirão com m aior
certeza um a boa colheita do que as 5 toneladas referidas (1 3 1 ).
A fixação de fósfo ro após a destruição da m atéria orgânica no
solo, pelas queim adas e pela m onocultura, é tão fo rte que o ca
racterístico de quase tôdas nossas terras de cu ltu ra é a deficiên
cia pronunciada em fósforo. G eralm ente só 1% do P 0 4 é dis
ponível. E studando os sintom as da deficiência em fósforo, cada
agricultor perceberá quão sério é o estado da sua lavoura em
relação a êsse elemento.
Enxofre
A pesar de ser o e n x o fre um dos m aiores nutrientes das plan
tas, raram en te é considerada a sua falta. H á certas espécies de
plantas, e estas não são raras, — como por exem plo, tôdas da fa-
fam ília das brassicáceas que incluem o repôlho (B cassica oletacea,
a ar. capitata L .) , couve ( Brassica olevacca L .) , brócolo, couve
brussela, couve-flor ( Brassica oleracea, var. b o trytis L .) , couve-
rabanete, etc., — que usam o en x o fre p ara produção de proteínas.
E las tran sfo rm am o en x o fre em cistina, um am inoácido que
fo rm a p ioteína. E m b o ra o en x o fre entre altam ente oxidado
na planta, só o radical S H e n tra como .grupo ativo em m uitas
enzim as que atuam no anabolismo ou catabolism o de carboidra-
ENXÖERE. CÁLCIO 17
A b s o rv id o m as
in ap ro v eitáv el
P o rém , a deficiência em fe rro se ap resen ta m ais facilm ente do
que se possa supor, porq u e não som ente um a calagem fo rte,
m as tam b ém a deficiência em potássio, um a aplicação fo rte de
fó sfo ro , um teo r elevado em zinco, cobalto, m anganês ou
cobre no solo, d eterm in am a deficiência em ferro. Isso não
indica que as p lantas não absorvam o ferro , m as que não podem
usá-lo por ser precipitado pelos outros m etais. A deficiência de
ferro n a p lan ta, com o característico da clorose, quase sem pre
indica fôlhas com alto teo r em fe rro insolúvel e por isso in a p ro
veitável p a ra a form ação da clorofila.
E specialm ente as árv o res fru tífe ra s, co n íferas, serrad ela e tr e
m oço são facilm ente su je ita s a esta deficiência, m an ifestan d o a
clorose de ferro , a m ais com um de tô das, porque resu lta da im
possibilidade de a p lan ta p ro d u z ir clorofila.
B oro, fator
an im ad o r de A falta de boro, com o dos o u tro s elem entos raros, com ex-
m eristem a e cessão do M o, v erifica-se com m aior freqüência em solos n eu
v egetativo tro s ou alcalinos, ou em te rra s com calagem excessiva, p orque
são ligados aí em c o n ju n to s inaproveitáveis. M as, p o r o u tro lado.
em solos ácidos, êles podem ser m obilizados em tal q u antidade
que a su a lixiviação se to rn a m uito fácil e p o r isso êles desapa
recem com pletam ente dos solos.
M ig ração
de açúcar O boro, cu ja função está ligada à do cálcio, existe espe
cialm ente no m eristem a e foi reconhecido com o an im ad o r dos
pontos de crescim ento, tan to nas raízes, como nas p artes su
p eriores das plantas. Ele favorece tan to a m igração de açú car e
carb o id rato s em geral, como a distribuição do cálcio, e desem penha
im p o rtan te papel na elaboração de p ro teínas, sendo ativo em
vários processos de o xi-redução. Seu papel principal é em
um a enzim a de respiração. A form ação de sem entes é m uito
d eficiente (1 ) q u an d o falta o boro e pode até não se dar.
V erifica-se um d e sa rra n jo no sistem a condutor.
E laboração
de p ro teín as A deficiência em boro m an ifesta-se sem pre m ais pro n u n ciad a
em anos secos, causando então, às vêzes, m uitos p reju ízo s, m as
se norm aliza nos anos chuvosos (1 7 2 ).
Com o aum ento da te m p e ra tu ra e adubações fo sfáticas, a u
m en ta igualm ente a necessidade das plantas em boro ( 1 1 9 ).
Q u e r dizer, em épocas quentes e sêcas a deficiência é m ais p ro
nunciada. O boro é tam bém responsável pela perm eabilidade
COBRE, MANGANÊS 21
C o b te , fator
O cobre é sem pre deficiente quando há excesso de m atéria do cloroplasto
orgânica no solo. A parece sem pre em te rra s p antanosas recém
drenadas, razão pela qual se cham a “ D oença de R eclam ação” (4 8 j.
Pode-se aceitar como reg ra a seg u in te: “ Q u an to m ais hum o
houver, tan to m ais cobre a planta necessita.’’
Isto é m uito facilm ente explicável, porque o hum o é em
sum a, azòto e o cobre, com o antip o d a do nitrogênio dá firm eza
às células vegetais. S abendo que o nitrogênio provoca um cres
cim ento considerável do tam anho das células, apreciam os ainda
m ais a ação reg u lad o ra do cobre. F un cio n a como ativ ad o r de
várias enzim as, como por exem plo, n a oxidase e tirosinase, e
tom a p arte na form ação de clorofila (9 1 ). F o ra disso, o cobre
tem influência m agna na form ação de flôres e fru ta s. C ontudo,
pode se c u rar um a deficiência em cobre com um a pulverização
com 1 g ram a de cobre em 6 0 litros de água, ou, em o utras
palavras, com um a diluição de 1,6 : 1.000.000. U m a adubação
com cobre depende m uito das p articu larid ad es do solo e do
clim a e pode v ariar en tre 1,2 k g /h a até 200 k g /h a de sulfato
de cobre (6 3 ) .
A deficiência encontram os em terren o s encharcados ou te rra s
palúdicas recém d renadas, em gleys, pseudogleys, podsóis, areias
puras, solos de m atérias g ran iticas e em solos aluviais ricos
em cálcio.
E specialm ente pastos perm an en tes são m uito beneficiados
com um a adubação de cobre.
Fator da
e n z im a de
O m anganês é um fa to r da enzim a de respiração, pro v av el
resp iração m ente m u itas vêzes ju n to com o fe rro . T am bém faz p a rte da
enzim a responsável pela síntese de proteínas. V isivelm ente,
êle tam bém tom a p a rte na conveniente distribuição dos o u tro s
elem entos na planta.
Z inco, O zinco é um dos m ais sensíveis elem entos raro s, facilm ente
catalisad o r
d eficitário na p lanta, p orque inaproveitável. P rin cip alm en te em
pom ares, nas legum inosas e nos cereais, o zinco desem penha
papel im p o rtan te e foi provado que em especial nos países tr o
picais a sua deficiência é das m ais com uns (1 3 5 ).
O zinco é p o r isso elem ento bastan te eficiente no trata m en to
de certas doenças fitopatológicas.
O zinco tem a sua m aio r im p o rtân cia em enzim as de re s
p ira ç ã o ; a tu a especialm ente com o catalisador no d esd o b ra
m ento de diversos com postos fosfatados e carb o id ratad o s (1 4 1 ).
É essencial na p rodução de au x in a.
A assim ilação do zinco, pela planta, depende não som ente da
potência rad icu lar, do p H , da um idade e da e stru tu ra do solo,
m as tam bém da p resença de Cu e M g ( 4 5 ) , que in flu em a lta
m ente sôbre a assim ilação dêste elem ento.
CLORO, ALUMÍNIO 23
C loro,
E n contram -se em certas cu ltu ras, especialm ente na de algodão, regulador
fum o. cevada, a lfa ia ( M edicago sativa L .) e m ilho, co n centra da pressão
osm ótica
ções de clorino (1 6 6 ).
Sabe-se que acelera um pouco a m atu ração e atu a como
um dos com ponentes na regulação da pressão osm ótica das
células. A credita-se tam bém que é parcialm ente responsável
pelo balanço dos cations na seiva vegetal.
P rovavelm ente o cloro tem o seu papel principal (7, 11) na
fotólise da água. Sôbre o solo o cloro tem ação peptizante. A n i
m a igualm ente a form ação de am inoácidos, m as inibe a absorção
de fósforo (1 5 3 ). N ão existem , porém , indícios de que as plantas
so fram q ualquer m odificação pela deficiência dêste elem ento.
Segundo M IY A M O T O (1 1 3 ) o cloro em fo rm a de 2 - Clore-
til - T rim etil - am ônio = clo rat (G O C = clor-cholin-clorat)
aum enta consideravelm ente a resistência das p lan tas contra ele
vadas concentrações de sal, quando a sem ente fô r subm ergida
d u ra n te 24 horas em um a solução de 0,5 % 0 0 0 , o que pode ser
im portan te p a ra os arro zais perto de P elotas, que, de vez em
quando, so frem a invasão do m ar. O 0 0 0 age inibindo
o desenvolvim ento vegetal, que na cu ltu ra de cereais é apreciado
porque dim inui a palha em casos de elevadas aplicações de N ,
evitando assim o acam am ento.
M o lib d én io ,
ativ ad o r d o D escobriu-se que o m olibdénio é estim u lad o r das b actérias
n o d u lad o ras e pode ser cham ado o “ re sp o n sá v el” pela capacidade
da p lan ta em u sa r d iretam en te amorno. N em tô d as as plan tas
p recisam de m olibdénio p a ra o seu m etabolism o.
M as não som ente tôdas as legum inosas necessitam de m olibdê-
nio p a ra a sua nodulação. sendo inaptas a fix a r nitro g ên io na
ausên cia dêsse n u trie n te (7 6 ). m as tam bém os tom ateiros ( 8 ) ,
couve-flor (1 2 8 ), alface ( 1 8 7 ) , b ete rrab a de açúcar, e m u itas
á rv o res, com o Caesalpinioideas, P apilionoideas, M im o so id ea s etc.
L ocaliza-se no floem a, no câm bio e p arên q u im a vascular, e u e r
dizer, em todos os tecidos que se distinguem pela elevada a tiv i
dade re sp ira tó ria ( 6 9 ) . T e m in flu ê n cia decisiva sôbre a redu-
tase dos n itra to s e n itrito s, acum ulando-se g ran d e s q u an tid ad es
destes nas fôlhas deficien tes de Mo (167, 149).
Com o o cálcio favorece a m obilidade de M o no solo, êste p o r
sua \ ez aum enta a absorção de cálcio pelo vegetal, de m odo que
um a adubação de M o (0,20 — 0,50 k g /h a d e 'm o lib d a to de
am ô n io ) exerce o m esm o efeito que um a calagem de 1,5 a 2
to /h a (1 4 9 ).
b o i a de sua ação na redução de n itrato s e em enzim as de
resp iração , o M o inibe a ação das fo sfatases e atua. pois, con-
trà ria m e n te ao zinco.
N a fru tic u ltu ra alcançam -se os m elhores resultados com a
adubação de M o ( su lfato de m olibdénio) em associação com
boro ( b o r a x ) , zinco (su lfa to de zinco) e m anganês (p e rm a n
g an ate de p o tássio ) (161, 162).
E m te rra s alcalinas, o M o pode provocar um a deficiência
ag u d a de Cu no gado (1 1 2 ).
V anádio
Ê de c e ito m odo ligado ao ferro, m as não se conhecem ainda
p erfeitam en te as suas funções na planta. P o d e ser usado por
alguns vegetais em lu g ar de Mo.
C obalto
D e m o n stra esppcialm ente eficiência na adubação de h o r
taliças. O s sinais típicos da d eficiência não são ain d a bem conhe
cidos (4 0 ) . Q uase todos os pastos p erm anentes são deficientes
em cobalto, p reju d ican d o seriam ente o gado vacum e ovino.
0.5 kg por ha m istu rad o com su p e rfo sfa to é o su ficiente p a ra
m e lh o ra r êstes pastos (1 1 2 ). N ão tem influência d ire ta no
crescim ento e no desenvolvim ento das plantas, porém , a sua fim -
C H U M B O , S IL ÍC IO 25
Chumbo
E m te rra s leves (a re ia ) e pobres, com postos de chum bo p r o
vocam aum entos seguros nas safras de aveia (4 0 ).
Desconhece-se ainda a atuação dêsse m etal d entro do m etabo
lismo vegetal.
A P L IC A D O A O S O L O
Q u antidades
N itrogênio j 45 a 120 k g /h a su lfato de am ônio de adubos
l 60 a 160 k g /h a salitre do Chile
P otássio .............. 50 a 180 k g /h a cloreto de potássio
F ó s f o r o ................200 a 400 k g /h a su p erfo sfato
Cálcio .................. 600 a 2.000 k g /h a pó calcário
M agnésio ........... 12 a 120 k g /h a su lfato de m agnésio
E n x o fre ..............10 a 20 k g /h a en x ô fe am arelo
B oro .....................2 a 25 k g /h a b ó ra x
M anganês ......... 12 a 30 k g /h a (d a d a m áx im a 100 k g /h a ) sul
fato de m anganês ou cloreto de m anganês
Cobre .................. 2 a 50 k g /h a (d a d a m áx im a 250 k g /h a ) sul
fato de cobre
Zinco .................. 1 a 2 k g /h a (d a d a m áx im a 40 k g /h a ) sulfato
d e zinco
F e rro .................. 5 alO k g /h a su lfato de ferro
Sódio .................. 15 a 40 k g /h a m u rato de sódio (sa l com um )
Cloro .................. 5 a 20 k g /h a cloreto de sódio
M o lib d ê n io 0,02 a 2 k g /h a m olibdato de sódio ou de am ônio
Iôdo .....................0,8 g r / h a iôdo
Cobalto ................0,5 a 2 k g /h a su lfato de cobalto.
C O N S ID E R A Ç Õ E S G E R A IS SÖBRE A ADUBAÇÃO
1) o de a necessidade da c u ltu r a ;
2 ) o do pHl requerido pela c u ltu r a ;
3) o da época do p la n tio ;
4 ) o do efeito sôbre o solo.
C ulturas
À prim eira vista parece isso um pouco estran ho, m as com acidófilas
três exem plos sim ples se com p reen d erá que é de m agna im
portância.
1.° — Q uan d o se aduba, p o r exem plo, um jabuticabal ou serin
gal com azôto e fosfato , usando-se salitre do C hile e hiper-
fosfato, as cu ltu ras fracassam na certa, ap esar de precisarem
de azôto e fosfato.
P o r que fracassam ?
P orque as re fe rid a s plantas são m uito acidófilas, não suportando
a correção do p H pelo sódio (1 6 3 ). U sa-se g eralm ente am ônio
e não n itra to de sódio p a ra a sua dieta.
O btém -se o efeito desejado só com su lfato de am ônio e su-
perfosfato.
C u ltu ra s
2.° — C u ltu ras ir r ig a d a s : O salitre do Chile tam bém não irrigadas
é indicado p ara cu ltu ras irrig ad as, como a do arro z, no vale de
P a ra íb a e no R io G rande do Sul, porque sob condições anae-
róbias, os n itrato s são reduzidos a n itrito s que constituem , em
form a livre, um poderoso tóxico p ara os vegetais.
mica com pleta. E stan d o o trig al, por exem plo, no E stad o de
São P aulo, onde se plan ta êste cereal na época da sêca, e sendo
COM O ADUBAR
S alitre do Chile.
S alitre de potássio.
S alitre su lfo n itrato de am ônio ou “ L eu n asalp eter” .
Calciocianam ida.
S u lfato de am ônio.
A m oniato de cálcio.
N itra to de am ônio.
N itrocálcio P etro b rás, etc.
S ulfato de
am ônio T o d o s os adubos am o n iatad o s são de p ro n ta reação, especial
m ente adequados para a adubação em co b ertu ra. A conselha-se, p o
rém , aplicá-los som ente em solos com boa calagem , porque
a p re se n ta m reação ácida. L em bram os que, n a presença de am ô-
nios, eleva-se m uito o g asto de ág u a pelas plantas. P o r isso,
só se pode a d u b a r com êstes fertilizan tes quando h á perspectiva
de m u itas chuvas ou quan d o se tra te de te rra s irrigadas.
E m te rra s mal d ren ad as os adubos am oniatados são os únicos
que devem ser usados, porque os dem ais, especialm ente os n i
tra to s, so frem tra n sfo rm a ç õ es que ap resen tam reações tóxicas.
A dubo ideal p a ra adubações em co b ertu ra, aconselha-se sem
p re u sa r 1 /3 e, no m áxim o, a m etade do adubo n itrogenado,
necessário na época do plantio. N u n c a convém d istrib u ir todo
nitro g ên io em u m a vez só p o rq u e :
gânica, pois não som ente o teor em n itrogênio cresce considera- orgânica"
Sulfato de
É o m ais ácido de todos adubos potássicos e o m enos aconse potássio
lhável. O bservam os tam bém , que o resultado de seu em prego
é o m enor, relativam ente aos o u tro s fertilizan tes potássicos, a tin
gindo, na m aioria dos casos, só a m etade do efeito, como o cloreto
de potássio.
resu ltad o s alcançados com o lcainit são sup erio res aos do cloreto
de potássio, ap esar de p o ssu ir igualm ente um alto te o r em cloro.
C arb o n ato
potássio D eve vir logo depois do k a in it q u an to ao seu valor com o adubo.
O s dem ais adubos potássicos e n tram em ordem de aplicação se
g undo os seus conteúdos em o u tro s m inerais e elem entos.
Adubos
orgânicos Sem d ú v id a nenhum a, os adubos orgânicos de potássio são
p otássicos su p erio res aos in orgânicos.
E strum es
h valiosíssim o o estru m e dos g alinheiros, das cabras, carn ei
ros e tam bém o estru m e de cu rral que é p rincipalm ente adubo
potássico e fo sfatad o , p orque g eralm ente perde, p o r tratam en to s
inadequados, o seu nitrogênio.
Escória d e
É um p ro d u to ótim o que resu lta da fabricação do aço, quando Thom as
são usados p a ra êste fim as cham adas “ m inettes". R eage m ais
devagar de que o su p e rfo sfa to e p o r isso constitui fonte de fó sfo ro
por m ais tem po. T em o seu m áxim o efeito em solos levem ente áci
dos.
A sua m aior vantagem está provavelm ente no alto teor de cálcio
e silício — que contribuem p ara a m elhor disponibilidade do ácido
fosfórico no solo — e de seu — m uitas vezes variável — teor em
elem entos m enores, com o de M n, B, Z n, Cu, Co e Mo.
Com o todos os fo sfato s p raticam en te não se m ovim entam no
solo, devem ser bem m istu rad o s com a te rra até uns 15 cm de
pro fu n d id ad e. A conselha-se a adubação fo sfatad a, quando feita
38 ADUBOS FOSFÁTICOS
T r ic á lc io -
fosfato Êste é um p ro d u to inglês, de lenta reação, m uito bom , m as
não p ro p o rcio n a os m esm os resultados que os o u tro s adubos fos-
fáticos já citados.
Fosfatos Êles são, sem exceção, de lenta reação, e som ente podem ser
n atu rais
u sados com êx ito em solos levem ente ácidos. É tam bém in te re s
san te lem b rar que o silicato de alum ínio e o fo rm iato de ferro
facilitam a reação b en eficiad o ra dêstes fertilizan tes n atu rais. Isto
é in teressan te, p orque em nossos solos tropicais g eralm en te se
en co n tram êsses dois fato res.
A g ra n d e v antagem dêstes fo sfatos em nossos solos é que não
podem ser rap id am en te ligados em c o n ju n to s inaproveitáveis e
por isso podem co n stitu ir, p o r u n s dois ou trê s anos, um estoque
de fosfato n a te rra .
H iperfosfato
É um fo sfa to n a tu ra l da A frica francesa, com 44 % de cálcio
e 2 7 % de ácido fo sfó rico assim ilável. É um ótim o adubo fo s
fatad o m as de lenta reação e só deve ser usado em cu ltu ras
p erenes com o a do café, etc., m as nunca na de batatin h as, trigo
ou v e rd u ra s, onde se q u eira um resu ltad o im ediato.
T o d o s os fo sfato s, é im p o rtan te dizê-lo, devem ser aplicados
en tre 5 e 15 cm de p ro fu n d id ad e e n u n ca em c o b ertu ra, p orque
o fó sfo ro tem a p articu larid ad e de fica r im óvel no solo. P e r
m anece onde foi aplicado e, quando não é apro v eitad o pela p lanta,
liga-se com o u tro s elem entos do solo, tam bém sem d e ix a r o
lu g ar em q ue se acha.
Fósforo
orgânico
C inza de ossos.
C inza de arro z.
E stru m e de cu rral.
Cinza de ossos
É, sem a m en o r dúvida, um dos m elhores adubos fo sfáticos,
em b o ra de lenta reação. É ótim o p a ra am bientes ácidos, e por
isso parece tam bém m uito ap ro p riad o p a ra as nossas te rra s tr o
picais, porém depende da decom posição pelos m icrorganism os,
não sendo assim ilado em solos inertes.
C inza de arroz
Como já foi dito, é um adubo ótim o de p ro n ta reação, rico
em potássio e fó sfo ro .
Preparo de
O s excrem entos do gado m ais a palha que constitui seu leito, estru m e valioso
em bebidos em u rin a do p ró p rio gado, ficam am ontoados, sem pre
em cam adas de 40 cm em um a só vez, em lu g ar cim entado e
cercado, com bom dreno na base, até form arem depósitos de mais
ou m enos 4 m etros de altu ra. O estrum e, 2 a 3 dias depois de ser
colocado na esterqueira, é bem socado p a ra ev itar a fe rm e n ta
ção aeróbia. O lugar do m onte de estrum e deve ser coberto,
ao m enos com sapé ou folhas de b ananeiras e, de vez em quando,
irrigado com u rin a de gado. D epois de 12 sem anas de ferm en
tação o estrum e fica m aduro, pronto, p a ra ser aplicado no campo.
N ão se deve a p re se n ta r com bolor, nem com to rrõ es duros, mas
como um produto friável e m arro m e nem deve te r cheiro ácido,
nem ser sêco. Depois de espalhado no cam po, precisa ser incor
porado logo, p a ra não p e rd e r o nitrogênio disponível.
A ssim , com adubo bem p reparado, consegue-se sem pre o efeito
esperado. T al adubo é o m ais valioso para a nossa ag ricultura. Sem
o conveniente preparo, como é usado geralm ente no país, o estrum e
não tem m ais valor do que o bagaço ou palha, porque fica p ri
vado de tôdas as p ropriedades que lhe confere o trato adequado.
ADUBOS CALCÁRIOS
Adubos
calcário s
O s m ais conhecidos adubos calcários são e n tre n ó s :
C arb o n ato
d e C álcio
E s ta cal tem um efeito um pouco in fe rio r ao da cal v ir g e m :
a co rreção do p H é m enos in ten sa e a p recip itação da te rra
a m o rfa m enos p ro n u n ciad a tam bém .
ADUBOS CALCÁRIOS 41
T odos os dolom itos e pós calcários, quando finam ente m oídos. D olom ite e
o utros pós
estão, quanto ao valor n u tritiv o , m uito acim a da cal virgem calcários
ou carbonato de cálcio, especialm ente por causa do seu teor
em m agnésio, que pode a tin g ir até 45 % . A correção do p H
é, porém , m uito fraca. A lém disso, a reação dêstes adubos
é bem m ais lenta e por isso podem ser usados em m aior quan
tidade. pois um a boa p arte dêles fica com o reserva no solo.
Êstes pós calcários devem ter p referên cia aos adubos cal
cários em nossas lavouras, em solos com um p H m ais ou menos
norm al, porque não desequilibram tão fàcilm ente o balanço das
associações dos elem entos. Êles proporcionam tam bém resu lta
dos m uito m elhores de que a cal p u ra, porque nunca desequili
bram o balanço de cálcio-m agnésio, que é m uito delicado. P o r
centagens m aiores que 15% de MgCO% são porém desfavoráveis.
A plicação dos
Lem bram os quanto à p rática da aplicação dos adubos calcá adubos
rios, que deve sem pre ser feita segundo o tipo de solo e a neces calcários
Mo
E xiste em form a de m olibdato de sódio ou am ônio para pul
verizações das cu lturas. P a ra a adubação usa-se, na E u ro p a e
E. U. A., su p e rfo sfa to m olibdenizado, contendo a tonelada de
adubo 0,5 kg de molibdato.
Co
U sa-se como su lfato de cobalto.
Mn
E x istem na form a de sul fatos, que é a m ais com um, m as tam
bém em form a de cloreto (M n C D ).
Si
E x iste como silicato de sódio.
Cálcio.
P>oro.
Zinco e M anganês.
X itrogênio.
M agnésio.
Épocas úm idas
A s épocas úm idas e de cluivas prolongadas provocam m ani
festações de carência devidas aos seguintes e le m en to s:
Cálcio.
Potássio.
44 ÉPOCA UO A PA R EC IM EN TO DA DEFICIÊNCIA
E x cesso cie c h u v a :
N itro g ên io .
M agnésio.
C obre.
N itro g ê n io ( N ) .
F ó s fo ro ( P ) .
P o tá ssio ( K ) .
Infecção
secundária
E m m u ito s casos en co n tram os um a infecção secu n d ária ao
tecido caren te, p o r b actérias e fungos, com o p o r exem plo, no
caso da deficiên cia em potássio, m agnésio, cobre, boro e de
zinco p rin cip alm en te. A ssim , as b a ta tin h as, tom ates, fum o e b a
n a n e ira s ( M u s a paradisíaca E .) , e m u itas o u tra s p lantas, estão
su je ita s a essas infecções, que não são a causa do colapso, m as
um a co n seqüência da fra q u e z a do tecido vegetal. Ê sse fa to criou
a opinião in fu n d a d a de que as bactérias e os fu ngos são os re s
ponsáveis pelos sin to m as patológicos ( 1 5 0 ).
Q uanto a
m anifestação Q u a n d o as fô lh as de u m a p lanta denunciam um a vez certa
d as deficiências deficiência, podem os fic a r convencidos de que é êsse o últim o
sinal de debilidade que a p lan ta a p re se n ta an tes de m o rre r.
J á m uito an tes, ela vin h a sofrendo a falta de um ou v á iio s
elem entos sem que fôsse to m ad a n en h u m a p ro v id ên cia p a ra
salvá-la. A s análises da te rra não revelavam n ada, e as a n á
lises quím icas das fô lh as não fo ra m feitas e, quando feitas, a
época e o lu g a r da am o strag em , m u itas vêzes, p re ju d ic a ra m o
resu ltad o .
FATORES QUE PROVOCAM A DEFICIÊNCIA
Fatores q u e
São m uitos os fatores que podem d eterm in ar a deficiência m ine provocam
ra ’ dos vegetais. deficiências
1. 2 .
efeito s gerais
p lan tas com p ou co efeito s locais
crescim ento clorose e m anchas necróticas
fo lh a s m u ito eretas
a) h) a) b) c)
A sp e c to to ta l F ô lh a s d um F ô lh a s q u a s e C lo ro se e n tr e os Á r e a s n e c r ó tic a s ;
da p la n ta : verd e escu ro sem p r e en - n ervos, d as fô c lo r o s e in c l u i n
a m a r e la d a ; a n o r m a l, e s t r e i c r e s p a d a s ; com lh a s ; m a n c h a s d o ta m b ém as
fô llia s d um ta s e p e q u e n a s ; m u ita s p o n tin h a s ir r e g u la r e s : n ervuras se
v e r d e -a m a r e lo fr e q ü e n te m e n te n e c r ó tic a s , to r n a m -s e n e c u n d á r ia s ;
a n o r m a l; com d e s c o lo r a ç ã o as m argen s n e c r ó tic a s ; r o s e ta s d e f ô
com eça n a s purpúrea; c r ó tic a s e n r o la a s p e c to d e “ m o lh a s n a s p o n ta s
m argen s e às v ê z e s , en c r e s- d a s p a r a b a ix o ; s a ic o ” . d o s r a m o s ; e n tr e
p o n ta s , fo r m a n d o padas. M anchas p o n ta n e c r ó tic a , N ecro se que n ós c u r to s;
o “ V ” típ ic o : p a r d a c e n t a s ; as m anchas n ecr ó c o m eç a n a s m u ita s fô lh a s
n e c r o se d a s fô lh a s fô lh a s v e lh a s tic a s p a r e c e n d o m argens e peq u en as;
d e s fo lh a ç ã o seca m , to r n a n d o -s e fe r r u g e m ; p o n ta s; m an ch as n ecr ó
p r e m a tu r a . m arrom escu ro a s p e c to g e r a l : d e s fo lh a ç ã o tic a s ta n t o no
a té p reto . bronzeado; co m p le ta , lim b o e
N e n tr e n ó s c u r to s , p r e m a tu r a , c o m e p e c ío lo s , com o
d e s fo lh a ç ã o i n ça n d o n a b a s e do 110 tr o n c o :
(n it r o g ê n io ) te n s a ; r a íz e s pau nôvo. c r e sc im e n to
(f ó s f o r o ) fin a s e f r a c a s ; A s f ô lh a s n ã o p a r a lis a d o ,
fr u to s n u m e r o s eca m a n te s . d e s fo lh a ç ã o
s o s, p e q u e n o s, m u ito p r e c o c e
se c o s , d e c a s c a Mg e in t e n s a .
gro ssa .
( m a g n é s io ) Zn
( z in c o )
(p o tá s s io )
DEFICIÊNCIAS M INERAIS
B ) N A S F Ô L H A S S U P E R I O R E S M A IS N O V A S , D O Á P IC E .
progredindo de cim a para baixo
1. 2. 3.
clorose sem m orte dos pontos
vegetativos m orte dos pontos de sem clorose
crescim ento as vêzes m urchidão
com m anchas
sem m anchas necróticas clorose fraca p erm anente
necróticas
a) b) c) a) b) a)
AS DEFICIÊNCIAS EM PARTICULAR
A deficiência
Como se pode facilm ente verificar, podem os d istin g u ir com aparece
tôda clareza duas variedades de d e fic iê n c ias: prim eiro
DeslocaçVo
A razão desta d iferen ça é bem sim p le s: ou fixação
H á elem entos de fácil m ovim entação den tro da planta, os dos e lem en to s
Página oposta :
F ig . 6 — D e f i c i ê n c i a e m n i t r o g ê n i o n a l a r a n j e i r a . A s f o l h a s s e a p r e s e n t a m i n t e i r a m e n t e c l o r ó t i c a s ,
m a i s n a s m a r g e n s e p o n t a s d o q u e na bas e. Os b r o t o s n o v o s m o r r e m . A d e s f o l k a ç ã o é i n t e n s a .
Prancha 1
Proncho 2
NITROGÊNIO
D E F IC IÊ N C IA
A deficiência em azóto não é som ente a que prim eiro foi no
tada pelo hom em , m as tam bém a que é m ais facilm ente identi
ficável. O teo r de nitrogênio no solo oscila en tre 1 a 4 toneladas
por hectare, estando a m aior p a rte ainda em estado de m atéria
orgânica, não im ediatam ente aproveitável pela planta.
1) como n itrato ( N O s ) ;
2 ) como am ônio ( N H i ) .
Como o nitrogênio°
é o elem ento essencial na produção
1 3
de dJptor hmitan‘e
o crescim znio
proteínas, e n tra em ligação com quase todos os elem entos, pois é
necessário para o crescim ento e desenvolvim ento de todos os teci
dos vivos. A ssim , a deficiência em nitrogênio é sem pre um
proem inente fa to r de lim itação do crescim ento das plantas.
P á g i n a oposta:
F ig . 4 — D e f i c i ê n c i a e m n i t r o g ê n i o n a ca n a - d e - a ç ú c a r . A s f o l h a s c l o r ó t i c a s t o r n a m o c a n a v i a l
in te ir o u m p o u c o a m a r e l a d o . A cl o ro s e d a s f o lh a s i n f e r i o r e s a f e t a , p o r ú l t i m o , a p l a n t a i n t e i r a ,
exc et o o f e i x e a pi c al . O t e c i d o f i c a c l o r ó t ic o p r i m e i r o n a s p o n t a s e, d e p o i s ao s l ad os d a n e r v u r a
p r i n c i p a l , c o m n e c r o s e do te c id o afetado. A s folhas m o rrem com pletam ente e ca e m .
A s raízes
m orrem
A s raízes das plantas deficientes em nitrogênio apresentam -se
na p rim eira fase vegetativa, m ais desenvolvidas do que o norm al,
m as depois se to rn am necróticas e m orrem .
A coroação é m uito deficiente, lim ita-se as p artes inferio res da
planta ou galhos.
1 am bém os botões são atingidos pela clorose. T orn am -se am a
relos e caem. Form am -se poucos fru to s, gran d es e pálidos.
A M E N D O IM
( Ar ac ht s A s fôlhas m ais velhas ficam am arelas e com o tem po quase
hyp o g a ej) brancas. O s caules tingem -se levem ente de verm elho. A s plantas
( 22)
são de aspecto raquítico e clorótico, pouco ram ificadas. F o r
m am -se poucos nódulos.
ALGO D O EI RO
( G o ssy pi utt i N o algodão a deficiência em nitrogênio produz plantas peque
hirsutum L .)
( 182)
nas com folhas reduzidas e cloróticas. F altam quase com pleta
m ente os ram os laterais e som ente poucas “ m açãs” se desen
volvem.
M a io r nível d e
azôto nos É interessante saber que enquanto o nitrogênio aparece som ente
ram o s d e frutos
em quantidades reduzidas nas fôlhas e ram os, os ram os de
fru to s e os fru to s possuem ainda um alto nível de azôto. Isso
facilm ente se explica pela tendência que tem a planta de abas
tecer seus órgãos rep ro d u to res à custa das suas partes vege-
tativas.
A m edida que a clorofila vai desaparecendo, o pigm ento
am arelo, norm alm ente coberto de verde, vai aparecendo. D á-se
um a descoloração das células vegetativas, acom panhada do desen
volvim ento dum pigm ento verm elho, conhecido como *‘antocia-
n in a ” . (F ig . 2, P ran ch a 1).
É m uito com um observar que a côr das fôlhas m uda do verde
ao am arelo, dêste a v árias “ nuances” de verm elho até o roxo,
antes que se tornem m arrons, m orrem e caem.
P odem -se resu m ir os sintom as de deficiência em nitrogênio
no algodão como se s e g u e :
ARROZ
O a rro z é um a cu ltu ra que precisa de m uito nitrogênio, de ( O ryza sati va )
m uito m ais que as o u tras gram íneas. P o r isso é m uito sensível (132)
A particu larid ad e do a rro z irrigado está em u sar exclusivam ente U sa som ente
NH,
o azôto em form a de am ônio ( N H i ) . N os solos pantanosos
ou nos cam pos irrigados ou mal drenados um a adubação com
salitre do Chile pode estra g a r com pletam ente o arrozal, porque
em condições úm idas e m ais ou m enos anaeróbias, os nitrato s
ficam reduzidos a nitritos. O s n itrito s, num a certa concentração,
são tóxicos m uito fortes p a ra os vegetais.
P ró p rio p a ra o arro z é por isso o su lfato de am ônio ou o u
tro s adubos am oniatados.
Poucos e finos
O arro z, quando deficiente em nitrogênio, ap resenta aspecto colm os
inteiram ente clorótico. A s plan tin h as sem vigor, vão am are
lando a p a rtir das pontas das fôlhas in ferio res, progredindo a
clorose aos lados da veia principal. T ê m som ente poucos colmos,
e êstes são m uito finos. As fôlhas in ferio res m orrem subita
m ente e caem enquanto a planta tende a am adurecer precoce-
m ente. O a rro z cachei a antes do tem po, form ando som ente
espigas e sem entes mal desenvolvidas e pequenas. A duba-se com
150 a 300 kg de su lfato de am ônio.
B A N A N EIR A
O aspecto geral é retard ad o e clorótico. A s fôlhas in fe rio ( M usa
res são de um am arelo vivo, secam e caem. A b an aneira neces paradisíaca )
(132)
sita m uito nitrogênio, de p re fe rê n cia em fo rm a orgânica.
54 DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO
B A T A T IN H A
(Solanum
N itro g ên io é o fa to r lim itante do crescim ento das b ata ti
tuberosum ) nhas. G eralm ente um a adubação em azóto, em form a de fe r
(181)
tilizantes quím icos ou orgânicos, é usada nos cam pos de plantio
com ercial. Como H O U G H L A N D revelou, na prim eira parte da
vida vegetativa, elas precisam som ente de 1/12 do nitrogênio
exigido na segunda parte. P lan tas deficientes em nitrogênio
são pequenas, fracas e cloróticas. E m estado avançado as m a r
gens esbranquiçadas dos lóbulos enrolam e finalm ente a ; fôlhas
in ferio res caem. ( Fig. 12, P ran ch a 1).
A sa fra em tubérculos é m uito reduzida, sendo pequenos e
de qualidade in ferio r.
Solos arenosos com p H baixo e baixo teo r húm ico são g e
ralm ente deficientes em nitrogênio.
N este caso, só é eficiente um a adubação orgânica e depois,
pouco antes do plantio, um a adubação leve com salitre do Chile.
C A FEE IR O
( Coffea E sta deficiência é tão com um em nossos cafèzais que todos
arabica ) os plantadores estão bem fam iliarizados com ela. T odos êles
(132, 48)
conhecem o aspecto das plantas que apresentam tôdas as suas
p artes um pouco cloróticas. A s fôlhas na base dos brotos e
C lorose, as m ais novas, ap resentam os prim eiros sintom as. D eve-se te r
p rim e iro na
base dos isso bem presente no espírito, porque os prim eiros sintom as
b ro to s e nas nunca aparecem no pau, já velho, m as exatam ente na hase dos
fôlhas
term inais hrotos novos e depois nas suas pontas. D istinguem -se facilm ente
os brotos novos do pau velho pela casca, pois esta é verde nesses
brotos, ao passo que no caule velho é m arrom -cinzento ou hege.
Em casos de deficiência, esta casca não é verde, m as clorótica
ou m esm o am arela, b ran ca ou um pouco averm elhada, segundo
a variedade.
Como tam bém a deficiência em zinco causa um a clorose p ro
nunciada, devem os n o tar que em casos da deficiência dêsse ele
m ento o aspecto clorótico é localizado no lado noroeste do pé
enquanto o lado do sudeste oferece ainda aspecto norm al. O
lado da m aior insolação é sem pre o m ais afetado.
N o caso da deficiência em nitrogênio as fôlhas m udam de côr
igualm ente no pé inteiro chegando ao verde am arelado, sem
m anchas necróticas.
O s b otões caem
A coroação geralm ente é reduzida à base dos brotos e q u a n
do é boa, m uitos dos botões se to rn am tam bém cloróticos e
caem, causando considerável quebra da safra.
A s fôlhas atacadas caem precocem ente, causando severa des-
folhação. Cham am os, porém , a atenção p ara os sintom as bem
parecidos à deficiência de nitrogênio, m as geralm ente acom pa
nhados de várias o u tras m anifestações, como na deficiência de
m agnésio, etc.
DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO 55
Sintom as de
M ais fáceis de co n fu n d ir são ainda as m anifestações folia-
res causadas pelos danos radiculares, como cinturação das raízes, radiculares
C lorose das
M as em todos êstes casos de feridas radiculares podem os nervuras
observar um a p ro n u n ciad a clorose das nerv u ras. A fôlha in
teira fica apenas um pouco clorótica enquanto as n erv u ras são
dum a côr am arela. Êsse fenôm eno nunca pode ser provocado
pela falta de nitrogênio. O s ataques bacterianos das raízes só
se dão geralm ente em casos da deficiência em cobre, onde as
raízes ap resentam feridas com exsudações resinosas. A s bac
térias invadem , podendo p ro n u n ciar tam bém a cham ada “ clo
rose das n e rv u ra s”.
O s pés deficientes em nitrogênio crescem pouco, os entrenós
são curtos, dando ao pé aparência tufosa.
A credita-se que m uitas vêzes a aração fu n d a perto dos pés,
causando um a sangria forte, seja a razão desta deficiência,
porque o sistem a rad icu lar reduzido não pode satisfazer às
necessidades da copa em nitrogênio.
Com estrum e com bate-se m elhor esta deficiência.
D anos da
O nitrogênio g eralm ente se esgota m uito depressa nos can a q ueim ada
viais porque o abastecim ento em m atéria o rgânica é quase nulo,
especialm ente nas fazendas que usam colhêr com a cortadeira.
56 DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO
Palha en ie .ra d a O s canaviais com a palha enleirada têm sem pre vida m aior ;
a palha enleirada im pede a proliferação de inço, ao m enos em
cada segunda fileira. Com 140 k g /h a de salitre do Chile c o rri
ge-se a deficiência.
CENOURA
( Daucus
F ôlhas de côr verde claro, m ais tarde am arelecem as m ais
velhas. O s pecíolos são extrem am ente fracos (1 7 9 ).
(179)
CO U V E-FLO R
( Brassica
F ôlhas novas de verde pálido. As fôlhas m ais velhas desco-
oleracea, loram p a ra um a cô r alaran jad a, às vêzes roxeada, secam e
v a r . b ot ry ti s )
(181) caem (1 8 1 ).
O plantio de verd u ras com estrum e evita êste mal.
FUMO
( N i c o ti a n o O controle do abastecim ento em nitrogênio no fum o é da
la b a c u m ) m aior im portância, porque determ ina a qualidade da fôlha. O s
F u m o leve: com
p o u c o azôto fum os finos de cigarros devem ser cultivados até com deficiência
Fum o "pesado”
com abundância de nitrogênio p ara produzirem fôlhas finas. A s fôlhas para
d e azôto charutos devem , porém , ser cultivadas com lu x uriöse abaste
cim ento de azôto, para produzirem o fum o “ pesado” , apreciado
neste artigo.
M esm o, porém , que o fum o deva ser produzido com deficiên
cia em azôto, não deve êste faltar, m as sim, ser-lbe proporcio
nado, não passando o certo ponto de um m ínim o necessário, para
o fum o am ad u recer convenientem ente.
O prim eiro sinal da carência em nitrogênio é o reduzido cres
cim ento que pode ser até p a ra lisa d o ; ao mesmo tem po a planta
perde a côr verde norm al.
Depois, as fôlhas m ais velhas tornam -se am arelas e tanto mais.
quanto m ais verdes eram . Finalm ente assum em um a côr m a r
rom , m orrem e caem.
DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO 57
Ê de conhecim ento geral que plantas criadas com deficiência B aixo teo r de
nicotina
em nitrogênio tam bém apresentam baixo teor de n ic o tin a ; espe
cialm ente quando falta êste elem ento a p a rtir da coroação.
D e fi c i ê n c i a
perm anente
O s pés que sofrem perm anente deficiência em nitrogênio são
fracos, de fo rm a irre g u la r e com pouco crescim ento. A s ram as
m o rrem e verifica-se considerável “ dieback” . Êsses pés quase
nunca m orrem inteiram ente, m as perm anecem enfezados.
A s fru ta s são em núm ero reduzido, de casca lisa, m acia e
m uito fina. A s poucas que vingam são grandes.
“ D ieback” cham am os ianques a m orte dos pés, que com eça
nas pontas dos brotos e pro g ride de lá para baixo. (F ig . 7, P r a n
cha 1).
Tam bém aqui a p erda de côr é o prim eiro sinal desta d efici TO M A T EIR O
( L ic o p e rs ic u m
ência. Inicialm ente a clorose aparece nas pontas das folhinhas c s c u le n tu m )
(46)
m ais novas. E stas folhinhas perm anecem estreitas e pequenas.
A côr da n e rv u ra das fôlhas m uda dum verde-am arelado para
o pu rp ú reo , o qual é ainda acentuado no lado in fe rio r da fôlha.
O s pecíolos e caules tornam -se fibrosos e — às vêzes — ta m
bém roxos, como as n ervuras.
O s botões torn am -se am arelos e caem, devido à m orte dos
cabelos das raízes, o que significa um a redução de carboidratos
para a planta . A s fru ta s, que vingam , são cloróticas, pequenas e
fibrosas, quando verdes, e dum verm elho m uito escuro quando
m aduras. A s a fra é conseqüentem ente m uito reduzida.
X
Fit; 14 — Q u an d o há d e fic iê n c ia em fó sfo r o , o a lg o d ã o é de ta m a n h o red u zid o ,
de côr ver d e escu ro , com fo lh a s e s tr e ita s e p e q u e n a s. O â n g u lo d o s p ecío lo s com
o g a lh o s é m u ito fech ad o.
66 DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO
E m t ô d a s as
partes em
É sabido q ue tôdas as células vegetais contêm fósforo e que
m ovim ento êste elem ento é necessário p a ra a divisão das células. P o r isso,
êle se en co n tra concentrado nos pontos vegetativos, no m eriste-
m a, em um a palav ra, em todos os lugares onde se processa o de
senvolvim ento. A s sem entes contém tam bém considerável q u an
tid ad e dêste elem ento, em vista das necessidades do germ e, pois,
o fó sfo ro é necessário p ara a reprodução dos vegetais.
O fósforo é sem pre conduzido p ara as p artes do vegetal que
se acham em desenvolvim ento.
1 /5 a 1 /1 0
da q uantidade A p esar da im p o rtân cia enorm e dêsse elem ento na vida vege
d e azô to tal, a sua assim ilação é som ente de um quinto a um décim o da
as s im i la d o
qu an tid ad e de azôto assim ilado.
M anifestações
d e d ef ic iê nc ia A s m anifestações da carência em fó sfo ro nunca são tão p ro
nunciadas como as de n itrogênio, potássio ou outros elem entos.
P o rém , pode-se n o ta r um a sensível redução do crescim ento. As
plantas são pequenas, com folhas bem reduzidas, eretas, de côr
verde escuro. M uitas vêzes, faltando o fósforo, o potássio d e te r
m ina a produção anorm al de açúcar, da qual resulta a descolo
ração ro x a das n erv u ras, pecíolos ,caules e tam bém do tecido
das fôlhas novas. A s p lan tas que sofrem deficiência em fósforo
só am adurecem tard iam en te e têm tendência a p rolongar o
tempo de crescim ento. In felizm ente, a carência em fó sfo ro é
sem pre o prim eiro sinal da erosão interna, e por isso, pode-se
im aginar que não existe em nosso país te rra de c u ltu ra que não
seja d eficiente nesse elem ento. A lém disso, o benefício dum a
adubação fo sfó rica é m uito pequeno, quando não há no solo
bastante m atéria orgânica, pois esta im pede a p ro n ta ligação do
fosfato.
A M E N D O IM
( Ar achi s
A p lan ta é pequena, de um aspecto m uito ereto, de côr verde
hypogaea) escura, até azulada. O ângulo das fôlhas é agudo. O s caules e
(22)
n e rv u ra s são finas, m uitas vêzes averm elhados. A s fôlhas novas
nascem cloróticas. A form ação de nódulos é escassa.
P á p in a s s e g u i n t e s :
F ig . 16 A — D e f i c i ê n c i a e m f ó s f o r o n o cafe eir o.
F ig . 2 0 — Q u a n d o h á d e f i c i ê n c i a d e f ó s f o r o , a s f ô l h a s d o b r ô t o n ô v o da m a c i e i r a s ão d e c ô r v e r d e -
escuro, estreitas, s e m l u s tr o e c o m pe c ío lo s , eos nervos prin cipais, averm elhados. As fôlhas do
ponto vegetativo apresen tam ta m b ém um tom averm elhado no verso, especialm ente nas margens.
F ig . 21 — D e f i c i ê n c i a d e f ó s f o r o no milho.
F ig . 22 — F ô lh a s d e p ê s s e g o . A d e f i c i ê n c i a d e f ó s f o r o a p a r e c e g e r a l m e n t e ao m e s m o t e m p o q u e a
d e p o t á s s i o . A cl oro se e a d es c o l o r a ç ã o v e r m e l h a sã o d e v i d a s à d e f i c i ê n c i a d e f ó s f o r o e a n e c r o s e
d a s m a r g e n s , à d e f i c i ê n c i a d e p o tá s s io .
Prancha 3
Prancha 4
DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO 67
D e fic iê n c ia em fó s fo r o na b a ta tin h a .
DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO 69
B A T A T IN H A
A absorção do fósfo ro tem estreitas relações com a do n itro ( S o la n u m
gênio, som ente que a do prim eiro é de 1/5 a 1/12 da do tu b e ro s u m )
(22)
segundo.
As plantinhas novas são um pouco m enores e fracas e, es
pecialm ente na prim eira p arte da vida, de crescim ento m uito
retardado. Mas, m ais tarde. quando o sistem a rad icular está bem
desenvolvido, elas crescem bem depressa e têm a tendência de
continu ar o seu crescim ento quando as b atatin h as em solo rico
de hum o já estão am adurecendo. A s plantas são altas, delgadas,
finas e de um verde-escuro.
CA FE E IR O
A deficiência dêste elem ento é um tanto difícil de se reconhecer ( Coffea
porque não existem sintom as m uito expressivos. arabica )
(132)
O s sintom as mais evidentes s ã o :
Fi K . 18 — Os ú n ic o s sin to m a s da d e fic iê n c ia em fó s fo r o no fu m o sã o a cô r
v er d e -e sc u r o d as fô lh a s, q ue sã o m u ito e s tr e ita s, e o â n g u lo p eq u e n o d a s fô llia s
com o ca u le.
LARAN
JEIR A S E Com a carência de fó sfo ro as fôlhas ficam pequenas e o c res
OUTROS cim ento das árvores é reduzido. A s fôlhas mais velhas perdem
CITR U S
(57, 58) a côr verde e o lustro, tornando-se um tanto cinzentas e por fim .
bronzeadas. A lgum as destas fôlhas apresentam mais tard e m an
chas necróticas, parecendo queim adas. E stas m anchas são mais
E m p é s no vo s
pronunciadas no início do período vegetativo. O s pés novos têm
poucas fôlhas, d errubam as fôlhas afetadas e apresentam um “ die-
back” m oderado. D ão poucas flòres e nenhum a fru ta é desen
volvida.
As fru ta s dos pés velhos têm casca ásp era e grossa. Q uase E m p é s velh os
M IL H O
O desenvolvim ento é m uito vagaroso, especialm ente na p ri ( 181)
m eira época da vegetação quando falta o fósforo. M esm o no mi-
74 DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO
REPÓLHO
( Brassica olera- E m tôdas as brassicáceas a deficiência em fósforo produz ge
cea, var. ralm ente na face in fe rio r da fôlha um a pigm entação p u rp ú rea
c a p ita ta )
( 181) que é mais pronunciada perto das n ervuras e das m argens. (F ig .
22, P ran ch a 4 ) . A s fôlhas mais velhas am arelam , secam e caem.
DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO 75
TO M A T EIR O
T am bém nesta planta o prim eiro sintom a é um a pigm entação ( L y c o p e rs ic u m
p u rp u re a na face in fe rio r da fô lh a e do pecíolo. A côr verm elha e s c u le n tu m )
(46)
pode aparecer a princípio som ente em m anchas que abrangem
m ais tard e todo o lim bo; p o r fim a p ró p ria n e rv u ra se to rn a
purp ú rea. O s caules são finos, altos e fib ro s o s ; os folíolos es
treitos e m enores do que norm alm ente, com m arg ens que se c u r
vam para baixo. A plan ta só com eça a p ro d u zir fru to s m uito
tarde.
Se as fôlhas in ferio res secam, to rn am -se pretas.
P á g in a o p ox t a:
Fi g. 29 — F u m o . F a l ta d e p o tá s s io . A s m a r g e n s e p o n t a s d a s f ô l h a s in f e r i o r e s s ão cl o r ó t ic a s . O
l i m b o c u r v a - s e para, c i m a . d e v i d o à p a r a d a d e c r e s é i m e n t o d a s m a r g e n s . P o n t o s cl o r ó t ic o s . d e p o i s
v e r m e l h o s , com ce rd r o m a r t a e s p a l h a m - s e p o r to d a fä l le n . g a e fi c a m uito crespa. As áreas m ortas
Prancha 5
26
FIG.
Prancha 6
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 77
]’ á g i li II II p o x t li :
Fi g. 27 — A cl oro se i r r e g u l a r d a s fô l li a s , m a i s v e l h a s , é a p r i m e i r o s i n a l da falta, de p o tá s s io 1 1 0
ca fé . Lo g o. á r e a s i r r e g u l a r e s a m a r e l a s a p a r e c e m . e s p e c i a l m e n t e n a s p o n t a s e m a r g e n s , e s p a l h a n d o - s e
depois por to d o o lirribo. Estas áreas morrem lago e ca e m parcialm ente. As fôlhas perm anecem
às r e z e s p o r m u i t o t e m p o no pé.
As " m a ç ã s "
não abrem bem
E sta queda p rem atu ra das fôlhas é a causa de as m açãs não
poderem desenvolver-se convenientem ente, perm anecendo m uito
pequenas e im aturas.
M uitas dessas m açãs deixam de a h rir e a fib ra é de péssim a
qualidade. (P ra n c h a 5 ).
ARROZ
(132, 43) A s q uantidades em potássio requeridas pelo arro z são m uito
altas. E m cam pos irrigados ou em terrenos pantanosos a lavagem
de potássio é alta e por isso a quota da adubação em potássio é
bastante elevada. ( fig. 2 4 ).
P o r isso a deficiência em potássio é um a das m ais p ro n u n
ciadas no arroz. O co rre em conseqüência, geralm ente, um a ta
que por H c lm inthosporium ( “ K a lib rie f” ). O arroz fica pequeno,
os colm os são fracos e as sem entes, mal desenvolvidas, m uitas
vêzes, são chôchas devido a m á nutrição. A ssem elham -se os sin
tom as m uito à B russone. A s fôlhas são de côr verde-azulado,
quando novas. N as fôlhas m ais velhas desenvolvem -se m anchas
necróticas, irregulares, tornando-se m arrom -castanho ou av er
m elhadas. A s fôlhas que envolvem o cacho são finas, com pri
das com m anchas cloróticas irregulares, que logo se to rn am necró
ticas, assum indo um a côr m arrom -carregado (132, 4 3 ).
rX'
BATATA-
DOCE
O p rim eiro sin to m a da d eficiência em potássio é o constituído
( Ipoinoea p o r fôlhas irreg u lares p in tad as com m anchas cloróticas. M ais
batatas )
(44) ta rd e a po n ta e p a rte s p ró x im as am arelecem , to rn am -se necró-
ticas e caem . M anchas necróticas desenvolvem -se no limbo in
teiro , in d ependentem ente das áreas necróticas das m argens e
p ontas, que se desenvolvem tam bém p ara dentro, o tecido copa
p a ra baixo. M ais ta rd e a fôlh a in teira m u rch a e cai. (F ig . 26,
P ra n c h a 6 ) .
A queda das fôlhas pode ser tão ab u n d an te que os batatais fi
cam m uito des folhados e só p roduzem colheitas insignificantes.
Como a batata-doce tem de ser cultivada em te rra s ácidas,
p a ra ev itar a sarn a ( “ scab” ) , é m uito com um que v árias defi
ciências apareçam .
C A F E E IR O
(132, 48) E m nossas te rra s velhas de c u ltu ra a deficiência em potássio
é m uito com um . M esm o em te rra s m ais novas de c u ltu ra pode
m os n o ta r o fato. N o m om ento em que o potássio da dieta da
plan ta se ap resen ta d eficiente, o café to rn a-se suscetível a p r a
gas e m oléstias. E specialm ente as p ragas do cafeeiro se desen
volvem com g ra n d e rapidez em cafèzais deficientes em potássio.
Como o café é m uito exigente em potássio, a m aioria dos ca-
feicultores considera a deficiência neste elem ento um a “ p a rti
c u la rid a d e ” do cafeeiro.
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 83
Q u e d a das
O s prim eiros sintom as são o crescim ento um pouco retardado fô lh as na época
e a queda anorm al das fôlhas em tem pos úm idos, especialm ente d a flo rescên cia
na época da florescência.
A s fôlhas das ram as novas são um pouco m enores e um tanto
cloróticas. O s brotos têm tendência a cair antes de enlenhar.
A redução do crescim ento é b astan te pronunciada.
A s fôlhas velhas e m aduras, no pau do ano a n terio r e as da
base dos brotos do ano em curso, to rn am -se m ais cloróticas.
M anchas irregulares, am arelas, aparecem , com eçando g e ral
m ente na ponta e nas m argens, progredindo p a ra o in terio r e
à base da fôlha. A s áreas desbotadas, acentuadam ente am are
las. tornam -se m arro n s e m orrem , caindo facilm ente. (F ig . 27,
P rancha 6 ) . E x iste a tendência de fo rm ar raízes adventícias.
F o ra da época de florescência as fôlhas perm anecem , às vêzes,
por m uito tem po no pé, quando o tem po fô r sêco. E m tem pos ch u
vosos a desfolhação pode ser m uito séria.
C A N A -D E -
Tam bém na cu ltu ra da cana a falta de potássio é bem conhecida. ACÚCAR
O potássio é necessário no período de m aior desenvolvim ento da 7 4, 106,
107, 132)
cana. N essa época, a cana absorve m uito potássio e todos sabem
que a cana é um dos vegetais que m ais consom e potássio. C al
cula-se que num a te rra boa para cana devem -se e n c o n tra r:
4 0 k g /h a de nitrogênio intrico,
2 0 k g /h a de nitrogênio am oniatado,
100kg/ha de fó sfo ro solúvel,
150 k g /h a de potássio solúvel.
"D oença de
O potássio não to rn a som ente a cana resisten te a m uitas do Fichi”
enças e à sêca m as au m en ta tam bém a riqueza do caldo, o que é
m uito im portante.
Especialm ente em solos irrig ad o s o potássio se to rn a facil
m ente deficiente. T am bém isso acontece em solos mal drenados,
encontrando-se nêles o que é conhecido en tre os cultivadores
de cana como “ doença de F ic h i” , porque apareceu prim eiro nas
Ilhas de F ichi. A “ doença de F ic h i” deixa a cana sem fôlhas,
com exceção do feixe apical, dando ao canavial um a aparência
m uito estranha.
M anchas
As fôlhas deficientes são p rim eiram ente de côr verde-escuro. v erm elhas na
A deficiência anuncia-se prim eiro nas pontas e nas m argens veia p r in c i p a l
l ig-, 2 8 — F o r a d a n e c r o se d a s p o n ta s e m a r g e n s , n o ca so da d e f ic iê n c ia em p o
tá s sio , as m a n c h a s d e u m v e r m e lh o -v iv o n a n e r v u r a p r in c ip a l sã o o sin to m a m a is
c a r a c te r ístic o . O c a sio n a u m a d e s fo lh a ç ã o fo rte q u e p o d e ir a té o fe ix e a p ica l.
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 85
CEBOLA
N as cebolas não se verifica sem pre a paralisação ou re ta rd a (167)
m ento do crescim ento quando falta o potássio. N a m aioria dos
casos o crescim ento é m ais ou m enos norm al. M as depois, as
pontas das fôlhas m ais velhas se to rn am am arelo-cinzento e até
am arelo -esb ran q u içad o ; e essa descoloração pro g ride para baixo
até que as fôlhas m urcham . A s áreas m urchas exibem te x tu ra
fina com o sêda. e tornam -se um tan to en rugadas, como papel
crepom.
CENOURA
Fôlhas m ais velhas, um pouco cloróticas, tornam -se pardas ( D a u c u s carota )
quando secam. A s raizes são finas e pontudas. (1 8 0 )
FU M O
O fum o re q u e r gran d es q u antidades de potássio e so fre m uito (4, 43, 98,
facilm ente da deficiência dêste elem ento. E o que pode p arecer ( 100)
A p arência
e nferrujada
A s fôlhas m ais velhas ap resen tam p rim eiro u m a clorose m a r
ginal e p ontinhos em todo o lim bo, p ontinhos êsses que m ais
ta rd e assum em c ô r verm elho-vivo com cen tro s m ortos. A s fô
lhas en crespam fortem en te. T o d o s os po n tin h o s m o rrem e a
á re a do tecido m o rto se alarga, até que êles se reúnem . A p lanta
in te ira assum e a ap arên cia de estar e n fe rru ja d a . A s suas p artes,
ain d a verdes, são de v erde-escuro e m esm o verde-azulado.
A s áreas m o rtas caem, dando à fôlha o aspecto de estar rasgada.
A n tes que ap areçam os pontos m ortos o tecido foliar se cu rv a
um pouco p a ra cim a, atrib u in d o -se isso ao fato de p a ra r o c res
cim ento das m arg en s eloróticas, enquanto p ro g rid e o das dem ais
p artes da fôlha. M ais ta rd e a fôlha in te ira fica m uito crêspa, m as
poucas são as fôlh as que caem. A p lan ta in teira fica logo m a n
chada, salvo os botões, que co nservam um aspecto m ais ou m e
nos norm al, porque o potássio é rem ovido dos tecidos m ais ve
lhos p a ra êles, a fim de salvá-los. (F ig . 29, P ra n c h a 5 ).
D iíninui a
r e s : s t ê n c :a
A deficiência em potássio pode ser observada desde as plan-
tin h as m ais novas até as m ais velhas. E m casos d a deficiência
dêsse elem ento a p lan ta não resiste aos ataques bacterianos que
causam m anchas nas fôlhas, m anchas das quais re su lta o co
lapso to tal do tecido foliar.
O potássio, em todo caso, a ju d a a m a n ter a fô rça e o vigor da
planta. N as fôlhas sêcas a deficiência de potássio p roduz ra s
gões e as to rn a de péssim a q u a lid a d e ; falta-lhes arom a, elasti
cidade e capacidade de m a n te r o fogo.
L A R A N JE IR A
E OUTROS O prim eiro sin to m a é a queda excessiva de fôlhas no tem po da
C IT R U S florescência. Q u an d o a deficiência está se to rn an d o m ais acen
43)
tu ad a, aparecem a d efo rm ação das fôlhas que copam e arcam p a ra
cim a e p a ra baixo, devido ao parado crescim ento das n e rv u ra s
p rincipais — falta de boro, que não existe m ais em form as dispo
níveis, p o r causa da falta de um meio dissolvente — e um a clorose
p rogressiva. O s galhos novos são m uito fracos e im plantados sem
m u ita firm eza. A s fôlhas dêstes galhos são pequenas. E m m u i
tos casos aparece associada à deficiência em cobre, m an ifestad a
pelas im pregnações resinosas nas fôlhas e cascas. O cresci
m ento quase se paralisa, especialm ente nas copas dos pés m ais
velhos, com a tendência de d e rru b a r os galhos novos an tes de
enlenhar.
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO
"F errugem " A deficiência em potássio sem pre produz sem entes de m á
d o feijão
qualidade. U m a boa p arte delas é chôcha. P o r isso, tam bém p o r
causa da ap arên cia dos sintom as foliares, esta carência é com u-
m ente cham ada " fe rru g e m ", porém não tem nad a de com um com
a ferru g em provocada pelos fungos.
A lfafa, trifólio,
e r v i l h a c a , etc.
N as Íegum inosas com fôlhas estreitas e pequenas, como o al
fa fa , trifó lio ( T r ifo liu m in c a rn a tu m ), ervilhaca ( Vicia sativa
E .) , etc., a deficiência aparece com pontinhos pequenos, b rancos
ou am arelos nas m argens das fôlhas. O tecido onde aparecem
os pontinhos m o rre logo. M ais ta rd e , tam bém o tecido en tre os
pontinhos to rn a-se clorótico, am arelece, to rna-se m a rro m e fin al
m ente m orre. N estas Íegum inosas os sintom as progridem das
p ontas dos b rotos p ara baixo, isto é, das fôlhas m ais novas para
as m ais velhas.
E m casos de severa deficiência os sintom as da clorose m a rg i
nal são m uito pronunciados. M as nunca é a fetad a a área pró x im a
da n e rv u ra principal, nem a base foliar. Com o o potássio é de
m uito fácil m ovim entação d entro da planta, é tra n sp o rta d o dos
tecidos m ais velhos p ara os m ais novos.
M A M O E IR O
( Carica p a p a y a ) Com o as m elancias e abóboras, tam bém o m am ão precisa de
(132) bastan te potássio p a ra fo rm a r as suas fru ta s, v erd ad eiro s depó
sito dêsse e le m e n to ; é com um a falta dêsse elem ento nessas
cu ltu ras.
Com eça nas fôlhas in fe rio re s um a clorose nas pontas dos ló
bulos. F o rm am -se tam bém m anchinhas cloróticas, espalhadas
p o r tô d a a fôlha, com exceção da base. E sta s áreas cloróticas
to rn am -se n ecróticas e caem logo, dando à fô lha um a aparência
de te r sido rasg ad a.
Logo a fôlha in te ira cai. E m tem pos úm idos, dá-se um a intensa
X desfolhação da p lanta. E m épocas sêcas, as fôlhas podem ficar
pen d u rad as ain d a p o r m uito tem po no pé antes de cair.
O m am oeiro d eficiente em potássio é sem pre sobrecarregado
'•■r.* f I- de fru ta s , que perm anecem pequenas. N en h u m a delas alcança
W .;, o tam an h o norm al e tô d as são pouco sucosas.
A c arg a enorm e de fru ta s pequenas é sinal típico da defici
ência em potássio. N ão é ra ro tam bém que em bom n úm ero as
fru ta s se ap resen tem d efo rm ad as, x
Frutas inchadas O característico nas fru ta s é que a p a rte que fica do lado da
na parte que
f ic a d o l a d o da flo r é m uito inchada, parecendo às vêzes, um balão com cabo.
flor
Nas espigas
A s espigas são de m uito pouco valor n u tritiv o e, em casos
g raves, o m ilho não vale m uito m ais que a palha n a n u trição de
anim ais. A s pon tas das espigas são chôchas. A s sem entes são
p au p érrim as em p ro teín as, contendo som ente f é c u la ; e são facil
m ente caru n ch ad as. A s sem entes da p o n ta são g ran u lad as, m as os
g rão s não são g ra ú d o s e só têm casca, (pie é de cór branca.
A s fôlhas
enrolam Êsse enrolam ento causado pela falta de potássio não deve ser
co n fu n d id o com o que é causado pela deficiência de cálcio.
Q u an d o as fôlhas enrolam p o r causa da falta de cálcio, nunca
são igualm ente encrespadas, com o são quando falta potássio.
E n ro lam as fôlh as tam bém quando as raízes são “ c in tu ra d a s”
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 93
F ig . 3 7 — M a n ch a s n e c r ó tic a s ir r e g u la r e s, q u e se u n e m a á r e a s b r a n q u e a d a s e
p r o g r id e m d a s m a r g e n s p a r a d en tro d a fô lh a , sã o o p r im e ir o s in to m a . A s fô lh a s
sã o b a sta n te c r e sp a s . O v e r so d a s fô lh a s é, m u ita s v ê z e s, a m a relo , ex ib in d o
n e r v u r a v er m e lh a . A s fr u ta s d efo rm a d a s a m a d u r ecem d e s ig u a lm e n te , fo r m a n d o c a
v e r n a s n a p o lp a d u r a .
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 95
bem antes do plantio das nossas o u tras culturas. E por isso êle
pode serv ir como plan ta teste em nossas te rra s de cultura, ad v e r
tindo em tem po o agricultor, a fim de que adube a sua te rra com
potássio, antes de plan tar, por exem plo b atatinhas, algodão, fumo
ou o utras culturas. T em os no pessegueiro o m elhor indicador da
fertilidade das nossas te rra s e p o r isso vale a pena plantá-lo nas
beiras dos nossos cam pos, p a ra que sem pre saibam os o que as
nossas culturas necessitam .
REPÒLHO
O bservam os prim eiro um a pigm entação ro x a nas m argens
das costas das fôlhas, pigm entação essa que progride entre as
nervuras. Alais tard e essa pigm entação se to rn a bronzeada ou
parda. M anchas necróticas espalham -se no limbo inteiro, exceto
na base da fôlha. A s cabeças são pequenas e soltas. ( fig. 3 6 ).
P ig . 3 8 — A s fô lh a s a p r e se n ta m a p o n ta e m a r g e n s n e c r ó tic a s . A p o n ta m o rre
e en ro la -se . N a cevad a a s p o n ta s a m a rela s d a s fô lh a s , q u e ex ib em g r a n d e n ú m e ro
d e p o n tin h o s v er m e lh o s, sã o p r o e m in e n te s, n o ca so da d e f ic iê n c ia em p o tá ss io .
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 97
P á g i n a o p o s t a :
F ig . 42 — B an an a-m açã. A fôlha do m e io fica m uitas vêzes deform ada e branca quando há
f a l t a d e cál cio. A s p o n t a s d a s fôlhas ca e m . Partes requ eim adas aparecem nas fôlhas v e lh a s . O
ca c ho é e s t é r i l n a m a i o r p a r t e .
F ig . 4 9 — D e f i c i ê n c i a d e cál cio n a macieira. A s fôlhas desen volvem áreas necróticas que depois
d e m o r r e r f o r m a m u m a c ô r m a r r o m - v i v o . G e r a l m e n t e a s m a r g e n s e s tã o m o r t a s . E m v á r i o s ca so s os
n e r v o s mo r r em , p r i m e i r o , a p r e s e n t a n d o u m a d e s c o l o r a ç ã o es c u r a .
Página seguinte:
F ig . 3 3 — A s f ô l h a s c l o r ó t i c a s , com. m a r g e n s e p o n t a s n e c r ó t i c a s sã o c a r a c t e r í s t i c a s d a d e f i c i ê n c i a
e m p o t á s s i o no m i lh o. A s e s p i g a s t ê m p o n t a s g r a n u l a d a s , m a s a p e n a s c o m s e m e n t e s i n t e i r a m e n t e
chôchas, de côr branca.
F ig . 5 3 — N o p e s s e g u e i r o , as f ô lh a s d o s p é s n o v o s e n r o l a m - s e . m u r c h a m , e a p r e s e n t a m p o n t a s
m o r t a s q u a n d o f a l t a o cálcio. E m p é s m a i s ve lh o s , u m a cl or o s e p r o n u n c i a d a a p a r e c e , com as n e r
vu ras pigm en tadas de verm elho. V erifica-se extremo “dieback” .
Prancha 7
Prancha Ö
CÁLCIO
O cálcio é um elem ento fu ndam ental no m etabolism o vegetal.
A cum ula-se principalm ente nos caules e nerv u ras.
Lixiviação
N o solo está facilm ente sujeito a lixiviação, especialm ente em
form a de bicarbonato. A ge nos solos como reg u lad or da ab so r
ção dos elem entos m enores e na planta como seletor e neutrali-
zador dos ácidos e tóxicos, funcionando como um verdadeiro n e u tralizad o r
Infecções
F reqü en tem en te m orre o ponto vegetativo do galho ou da planta.
secu n d árias N ão é raro que infecções secundárias façam co n fu n d ir a d e fi
ciência de cálcio. A ssim , por exem plo, (2 4 ) o Y -virus das b a
tatinhas, as veias pretas do repolho, a Pernospora da p a rreira e
a B o try tis da alface se desenvolvem som ente em vegetais que
prim eiro sofrem de deficiência em Ca.
L iq uificação
de frutos A "liq u ificação " de tom ates e outros frutos, que são por fora
aparentem ente saos (5 ) e que am adurecem prem aturam ente, é
provocada pela deficiência de Ca.
M argens
foliares P lan tas m uito calciófobas, que sofrem de falta de Ca, osten
requeim adas
tam um a clorose m arginal, m uito lim itada, nas fôlhas apicais
(1 8 1 ).
Se aparece a deficiência de M g sim ultaneam ente com a de
Ca, um a adubação com M g acarreta efeitos tóxicos dêste n u
trien te (1 8 1 ).
M orte do ponto
vegetativo G eralm ente, a deficiência em cálcio produz plantas relativa
m ente grandes, com m uito poucos botões e m enos fru tas ainda,
por causa de esterilidade das flores. O cálcio é essencial para o
crescim ento vegetal e a sua deficiência afeta seriam ente em
m uitos casos os pontos vegetatives, causando a deform ação das
fôlhas, sua necrose e até a m orte do ponto de crescim ento.
Raizes bulbosas
A s raízes são igualm ente afetadas, aparecendo bulbosas, tu
fosas, cu rtas e cheias de áreas m ortas.
N unca devem os co n fu n d ir a ação do cálcio na vida da planta
com a do pó calcário, com ação principalm ente no solo e na
reação do solo. T an to os solos ácidos como os solos alcalinos
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO 101
A M E N D O IM
(22)
A s folhas m ais velhas apresentam pequenas depressões na
p arte in ferio r. D esenvolvem -se mais ta rd e áreas necróticas em
am bas as p artes do limbo foliar. O ápice da plan ta é tufoso e
compacto. As fôlhas novas perdem a cór no ápice, podendo
ficar até esbranquiçadas. A parece um a necrose m arginal escura.
F orm am -se m uitos nódulos, mas grande parte das cascas são
vazias.
BA N A N E IR A
( Musa A b ananeira é p lanta que precisa de consideráveis quantidades
pa ra disíaca) de cálcio. P o r isso, apesar das raízes potentes, ela sofre com
(132)
facilidade a deficiência em cálcio. G eralm ente a bananeira re
cupera-se em tem pos chuvosos, em que as suas raízes podem
p en etrar em cam adas m ais p ro fundas, porém , há m uitos casos em
que ela não se recupera e o pé fica estéril.
B rôto clorótico O prim eiro sintom a desta deficiência é o brôto branco que
abre, m as cujo tecido é tão fino e mole que se rasga depressa.
— E m casos m oderados a fôlha nova é deform ada, exibindo
um a pigm entação ro x a no lado de cima. A s partes rasgadas da
fôlha enrolam facilm ente ficando encaracolada. P artes requei-
m adas aparecem nas fôlhas m ais velhas. E m casos graves, a
Cachos quase
estéreis
bananeira não solta m ais cacho. E m casos m oderados, o cacho
fo rm a apenas duas ou três c arreiras de fru tas, sendo estéreis
tôdas as dem ais flôres. A banana-m açã é especialm ente m uito
intolerante à falta de cálcio. A ssim , não é raro que a safra fique
reduzida a um quinto e até um oitavo do pêso com um . (F ig .
41, P ra n c h a 7 ).
pH próprio
U m a cal agem do bananal não traz som ente g rande vantagem
para a colheita m as a ju d a tam bém a dom inar m ais facilm ente o
inço especialm ente os capins acidófilos. A lém disso, a bana
n eira é m uito g rata à elevação do p H , porque p re fere am biente
meio neu tro e o p H ótim o para ela é p H 5,6 até 6,8. suportando
p erfeitam en te m esmo um p H levem ente alcalino.
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO 103
O cálcio não se tran slo ca dentro da planta das partes mais velhas
p ara as p artes novas, como acontece com o potássio ou o fósforo.
Com a deficiência de cálcio, o abastecim ento dos tubérculos nesse
elem ento é especialm ente negligente.
nam -se logo necróticas, às vêzes, den tro de poucas horas. Bem
no centro delas form am -se círculos m ais pálidos com um tecido
m uito quebradiço. E ssas áreas m ortas caem logo, ficando a fo
lha m uito d efo rm ad a e recortada. M o rre a gem a apical.
Com o prosseguim ento da clorose, as fôlhas tom am , às vêzes,
u m a côr bem am arelada.
Q uando a deficiência de cálcio aparece ju n to com a de zinco,
— caso que é m uito com um — as fôlhas ficam tam bém ondula
das, cheias de pontinhos necróticos, espalhados por todo o lim
bo. N os casos da dupla deficiência, porém , a desfolhação não é
tão pronu n ciad a e não se dá tão depressa como no caso da d e fi
ciência em zinco, som ente. ( Fig. 45, P ra n c h a 13).
C A N A -D E -
A cana-de-açúcar é m uito sensível à falta de cálcio, o que pode AÇÚCAR
ser atribuído tanto à sua exigência em p H como à sua tendência
de acum ular cálcio no seu tecido. O p H m ais adequado p a ra a
cana é o que fica en tre 6,5 a 7,2. A opinião de que a cana, como pH próprio
COUVE-
FLOR
A s fôlhas têm as suas m argens enroladas. A s m argens clo-
<Brassica róticas, onde cessou o crescim ento, são rasgadas, porque o tecido
oleracea, v a r .
b o tr y tis ) fo liar con tin u a ainda crescendo, exercendo pressão sôbre a
( 181)
borda. U m a clorose m uito lim itada desenvolve-se na m argem ,
que m ais ta rd e to rn a-se necrótica (1 8 1 ).
FUMO
Q u a n d o o cálcio é d e fic ie n te , o fu m o a p r e s e n t a a n o r m a lid a d e s ( N ic o ta n u m
110 c r e s c i m e n t o . C alcu la-se q u e o q u e c a u s a e sp e c ia lm e n te essa s ta b a c u m )
" V ira-cabeça”
O p rim e iro sin to m a d a d e fic iê n c ia e m cálcio é o d e se n v o lv i
m e n to d u m a cô r v e rd e-c la ro n os p o n to s de crescim en to , c u ja s
fo lh a s se e n r o la m , a r q u e a n d o p a r a b a ix o . A s f ô lh a s v ã o m o r
re n d o em se g u id a, d as p o n ta s e m a r g e n s p a r a a base, a té a m o rte
c o m p le ta do p o n to veg etativ o .
Q u a n d o n ã o se d á o p e r e c i m e n t o to ta l d o p o n t o d e c r e s c i m e n to ,
as f ô lh a s n o v a s a p a r e c e m d e f o rm a d a s , d e v id o a o c o la p so do
tec id o d a s p o n ta s e m a r g e n s . A s fô lh a s m a is v e lh a s p o d e m s e r
p e rfe ita m e n te n o rm ais. P o u c o a pouco, a p la n ta in teira e stará
c o m p r o m e tid a , se o te m p o c o n ti n u a r sêco. C o m o c o m ê ç o d a
c h u v a , o p o n to v e g e ta tiv o se r e c u p e r a , ao p a sso q u e a s fô lh a s
m a is v e lh a s a p r e s e n ta m a in d a a d eficiên cia.
As fôlhas
E n q u a n t o o p o n to d e c re sc im e n to a d q u ir e u m a c ô r c lo ró tica,
engrossam
as dem ais p a rte s d a p lan ta são d u m v e rd e-e sc u ro a n o rm a l, e ao
m e s m o te m p o e m que o p o n to v e g e ta tiv o m o r re , a s fô lh a s v elh as
e n g r o s s a m . E m c a s o s g ra v e s , d e p r o lo n g a d a d e fic iê n c ia e m cálcio
p o d e m a p a re c e r m a n c h a s n e c ró tic a s e sp a lh a d a s sô b re as fô lh as
v elh as.
Q u a n d o , d u r a n t e o e s ta d o d e a g u d a d e f ic iê n c ia e m c á lcio , se
d e se n v o lv e m ram as laterais, os seus p o n to s term in ais tam b ém
e n tra m em co lap so e m orrem .
A s flôres
As flô res m urcham an te s de form ar sem entes. G eralm en te m urcham
a d e fic iê n c ia em cálcio to r n a - s e a g u d a q u a n d o c o m e ç a a f l o r e s
cên cia. D e s e n v o lv e m - s e ig u a lm e n te m a n c h a s p r e ta s n o s c au les
e pecíolos. P l a n ta s d e fic ie n tes e m cálcio c o m a s f ô lh a s d e f o r
m a d a s ou g ro ss a s e crescim en to p aralisad o e a n o rm a l, p ro d u z e m
um fum o de péssim a q u a lid a d e. Com um a calag em adequada
êsse m al p ode se r re m e d ia d o .
LA R A N JE IR A
R aram en te acontece aparecer em c u ltu ras c ítrica s u m a d efi EOUTROS
c iê n cia e m cálcio c o m s in to m a s fo lia re s p r o n u n c ia d o s . E m solos C IT R U S
(25, 132)
m u i t o á c i d o s , p o r é m , p o d e - s e v e r i f i c a r ê s s e f a t o , e, n e s s e c a s o ,
112 DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO
L IN H O
P la n ta s são com pactas. M orrem os pecíolos. Á pice é clo- ( 180)
rótico.
Cálcio no solo
O cálcio é indispensável p ara o tecido em crescim ento e pode
se en co n trar em solos ácidos, os quais, apesar de possuírem um a
capacidade m ínim a em re te r cálcio, podem conter êsse elem ento
em m u ita quantidade, especialm ente quando êle deriva de um a
“ ro ch a-m ater” com alto teor de cálcio.
As raízes
O desenvolvim ento das raízes é m uito deficiente quando há
falta de cálcio. E las quase não desenvolvem cabelos, são grossas
bulbosas e curtas. E n q u an to a cutícula engrossa, produzindo boa
porção de pequenas raízes igualm ente grossas, cu rtas e bulbosas,
as raízes m orrem das pontas p a ra cim a, quando a deficiência é
m ais pronunciada.
M anchas p retas, de tecido m orto, se desenvolvem igualm ente
espalhadas nas raízes.
Como as raízes se desenvolvem anorm alm ente, o crescim ento da
á rv o re é tam bém m uito retardado, ao passo que as fôlhas não
d em onstram ainda sintom a nenhum . O s galhos novos, depois
de crescer uns palm os, apresentam fôlhas com áreas necró-
ticas. A s pontas e, às vêzes, tam bém as m argens foliares, se
enrolam p ara baixo.
Fôlhas
enroladas A s áreas m ortas tornam -se logo de um m arrom -escuro (T ig.
49, P ra n c h a 7 ).
O s galhos mais novos m orrem em conseqüência da m orte das
p ontas radiculares. O “ dieback”, isto é, a m orte dos galhos novos
do pé, pode ser considerável.
M IL H O
(50) E stá provado que a m aior quantidade de cálcio se encontra nas
fôlhas do milho. O milho é m uito exigente quanto ao cálcio.
C onsiderando-se que o p H adequado para o milho híbrido fica
en tre 5,7 e 7,2, quando êle é cultivado em solos ácidos com um
p H de 4,8 até 5,5, encontra-se num am biente desfavorável onde
o cálcio é facilm ente lavado, tornando-se por isso deficiente.
P ossuím os m uitas variedades de milho, criadas de modo a
se to rn arem tolerantes à deficiência de cálcio, em vista do fato
de precisarm os cultivar o milho, na m aioria das vêzes, em am
bientes pobres nesse elemento.
A deficiência em cálcio geralm ente se to rna patente em plantas
novas pelas fôlhas brancas, dobradas e de pontas grudadas.
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO
F ig . 51 — Q uando fa lta o
cá lcio a s fô lh a s do m ilh o n ô v o
sã o q u a se b r a n c a s com as p o n
ta s gru d ad as.
PESSE-
Como nos o u tro s pom ares, nos de pessegueiros os prim eiros sin G U E IR O
tom as m anifestam -se nas raízes. A s raízes novas são an o rm a l (63)
m ente grossas, cu rtas e curvadas. A m aior p arte m o rre quando
alcança o com prim ento en tre u m a dez centím etros, com eçando
o seu perecim ento das pontas p a ra cima. O característico é a
tendência a fo rm a r raízes novas, que b ro tam pouco distantes das
pontas das raízes deficientes. O com prim ento das raizes, porém ,
é em todos os casos m uito reduzido.
M urchidão
P és novos, m udados p a ra solos deficientes em cálcio, a p re sen F ô lh a s
tam a m urchidão das fôlhas que perm anecem enroladas depois uns enro lad as
TRIGO
(23, 132) A deficiência em cálcio no trigo denuncia-se pelo crescim ento
m uito retardado. A s plantas são fracas e raquíticas. N as fôlhas
superiores aparece um a clorose leve e m anchas e linhas brancas
ou bege. V ariedades m ais exigentes em cálcio enrolam logo as
fôlhas quando com eça um período sêco e o crescim ento fica
inteiram ente paralisado.
A s pontas dos colmos ficam estéreis e brancas.
P á g in a o p o s t a :
F ig. 5 7 ■—- B a t a t a - d o c e . N a d e f i c i ê n c i a d e m a g n é s i o a s fô ll ia s são cl o ró t ic a s , c o m as n e r v u r a s
a i n d a v e r d e s . N a s v a r i e d a d e s de b a t a t a - d o c e d e P u e r t o R ic o , ju n t a - s e à cl orose a p i g m e n t a ç ã o de
a n to c i a n i n o , d a n d o à f ôlh a u m a co lo raç ão v e r m e lh a . A s á r e a s n e c r ó t i c a s caem .
Fig . 5 8 — D e f i c i ê n c i a de m a g n é s io no ca fee iro . TJtrva cloro se p r o n u n c i a d a c o m m a n c h a s ir r e g u l a r e s
a p a r e c e n a s f ô lh as , e s p e c i a lm e n te n a s p o n t a s e aos lad o s d a n e r v u r a p r i n c i p a l e d a s s e c u n d á r i a s .
O t e ci d o, m a i s t a r d e n e c r ó t i c o , c om de s co l o ra ç ã o de m a r r o m - c i n z e n t o , c a i m u i t o d e p r e s s a , s e n d o
e x t r e m a m e n t e q u e b r a d iç o .
Prancha 9
. F IG . 61
FIG. 59
FASE
INICIAL
Sßf'
Proncha 10
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO 119
F ig . 52 B — D e f ic iê n c ia d e cá lcio na ce v a d a .
N esta plan ta, a deficiência em cálcio a p resen ta típica m anifes- VI^ I,RA
tação nas fôlhas.
E n q u an to os galhos do ano em curso têm pouco crescim ento, as
fôlhas apicais ap resen tam m argens cloróticas, em p arte com ple
tam ente carentes de clorofila, m o stran d o som ente um a pigm en
tação am arela. A fôlha in teira é p in ta d a de m an ch inhas cloró
ticas um pouco aguadas. O “ dieback” das ram as pode ser con
siderável. T êm boa coroação, m as desenvolvem -se poucas uvas
nos cachos; a m aioria das flô res ficam estéreis.
Página oposta:
F ig . 59 — < D eficiência de magnésio na. c a n a - d e - a ç ú c a r . Nas fôlhas cloróticas aparecem prim eiro
pon tin h as tran sparen tes q u e m a i s t a r d e se c ol o re m d e ro x o e marrom. M ais ta rd e a fôlh a in te ir a
m o r r e , o s t e n t a n d o uma. c ô r m a r r o r n - c l a r a c o m i m p r e g n a ç õ e s e s c u r a s .
F ig . 61 — N o caso d a d e f i c i ê n c i a e m m a g n é s i o n o f u m o , as t ô l h a s i n f e r i o r e s de s b o ta m , p r i m e i r o ,
C o m o p r o g r e s s o d a cl o ro se , t o m a m a c ô r a m a r e l a a t é b r a n c a , s e m p r e c o m a s n e r v u r a s v e r d e s .
MAGNÉSIO
D E F IC IÊ N C IA
C have da
clorofila Como o m agnésio é o fato r principal na form ação da clorofila
e adem ais é com panheiro do fósforo, tornando-o móvel dentro da
planta, podemos im aginar o papel im portante dêsse elem ento na
vida vegetal. A lém disso, tom a parte na form ação de todos os
Form a óleos, óleos e g o rd u ras vegetais, form ando tam bém as cêras que p ro
ccras, etc.
tegem os vegetais contra a scca ou condições desfavoráveis do
solo.
G eralm ente a deficiência aparece em época avançada do desen
volvim ento vegetal, m uitas vêzes devido às chuvas excessivas ou
sêca prolongada.
O "m osaico’
O típico desta deficiência é que a planta inteira, de baixo para
cima pode ser afetad a, exceto o feixe apical, que nunca sofre
dessa deficiência.
A clorose progride das pontas e m argens para o centro das
fôlhas entre as nervuras, m as geralm ente não atinge a base foliar.
A s nerv u ras perm anecem verdes. Como a clorose causada
pela deficiência em m agnésio sem pre se desenvolve do ponto
central do tecido situado entre as nervuras, apresenta o quadro
típico dessa deficiência, isto é, o “ m osaico” , sendo a nervura
verde, o tecido m ais próxim o delas verde-claro e o tecido m ais
distanciado am arelo.
O s característicos desta deficiência são:
1) o “ m osaico” :
2) pontinhos necróticos no centro das áreas cloróticas.
fru ta s. A desfolhação pode a tin g ir tal g rau que as árv o res fi
cam com pletam ente desnudas. O colapso com pleto do feijão
não é raro.
A qui se pode ap o n tar como curiosidade — m as o fato é por si
m uito lam entável — que v árias fam ílias de árv o res estão desa
parecendo com pletam ente do nosso globo te rre stre por causa da
falta de m agnésio que elas não toleram . E specialm ente na E u
ro p a O cidental nota-se êsse fato porque se tra ta principalm ente
de árv o res usadas p a ra alam edas. H o je em dia essas árvores
não ostentam senão os troncos e galhos m ortos, testem unhos de
solados dum a época m ais feliz.
ARROZ
A s fôlhas são estriad as de verde-pálido. Com eça um a necrose (1 3 2 )
m arginal. A s fôlhas m o rrem m uito ráp id o e caem.
B A N A N E IR A
Como a b an an eira é p lan ta que pro d u z enorm e quan tid ad e de (1 3 2 )
tecido verde, o seu consum o em m agnésio é b astan te alto. E sp e
cialm ente nos pom ares essa d eficiência cau sa m uitos prejuízos.
A deficiência em m agnésio tam bém se v erifica com ela m uito
freqüentem ente, tal como nas á rv o re s fru tífe ra s.
A s ban an eiras d eficientes em m agnésio desenvolvem -se p r i
m eiro norm alm ente. M ais tard e, quando o pé solta o cacho, as
fôlhas m ais velhas com eçam a a m a re le ce r; pontas e m argens das
fôlhas logo se to rn a m necróticas como tam bém o tecido en tre
as n erv u ra s secundárias. Às vêzes, as p rim eiras fôlhas m orrem
em poucos dias, ficando p e n d u rad as nos pés.
O s cachos produzem um n ú m ero ano rm al de fru to s pequenos A norm al
núm ero de
em posição m uito densa. N ão é ra ro de o b servar, depois de
pequenos
um as c a rre iras de flôres estéreis, a co ntinuação do cacho, ig u al
m ente com excesso de fru tin h a s, que nu n ca se desenvolvem bem.
O que é típico nesta deficiência é que não se desenvolvem
tecidos acen tu ad am en te escuros, com o acontece nas ou tras. O
tecido necrótico é sem pre dum a cô r m arro m -v iv o ou alaran jad o .
O p reju ízo econôm ico é considerável p orque ra ra m e n te as
bananas atingem preço no m ercado e em geral não têm nenhum
valor com ercial, devido ao tam an h o m uito pequeno e da polpa
sêca.
124 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO
CENOURA
( D a u c u s carola) H á , de início, um a cio rose geral das fôlhas, que apresentam
(63), m ais tard e pontinhos m arrons ou am arelos nas pontas dos ló
bulos. A s plantas são m enores que norm alm ente e as cenouras
m ais pálidas.
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO
F ig . 6 0 — Q u a n d o fa lta o m a g n é s io n a d ie ta d a s ce b o la s, as fô lh a s m a is v e lh a s
o sten ta m m a n c h a s o v a is, c lo r ó tic a s , n a s p o n ta s . M a is ta r d e a s fô lh a s in te ir a s
tom am u m a cô r a m a rela e c o la p sa m . V e ja o q u a d ro c a r a c te r ís tic o d e sta d e f ic iê n c ia .
COUVE
A s fôlhas m ais velhas são m osqueadas de áreas cloróticas que FLO R
podem ser tan to am arelas, averm elhadas até p u rp u ra d a s. A s (181)
FUM O
N o fum o, a deficiência de m agnésio g eralm ente é denom inada (94,
“ m osaico” ou “ sand d ro w n ” , porq u e é p rev alen te em solos a re 98)
L A R A N JE IR A
E OUTROS A deficiência em m agnésio constitui praticam ente um dos
C ITR U S m aiores problem as em tôdas as plantações cítricas. N o N orte
(20, 25,
132) do Brasil, já foi com batida eficazm ente em 1912, m as depois o
tratam en to foi abandonado pelos citricultores, sem que houvesse
nenhum a razão para isso, pois as perdas pela falta de m agnésio
perm anecem altas.
D eficiência
no outono
O s sintom as da deficiência podem aparecer durante tôda a
época de crescim ento, mas geralm ente são mais pronunciados na
últim a p arte do verão, quando as frutas estão am adurecendo.
Q uando aparecem os prim eiros sintom as da deficiência, as fô
lhas estão com tam anho norm al e m aduras.
P rim eiro, aparecem m anchas am areladas irregulares nas fôlhas
m ais próxim as das fru tas. E stas m anchas juntam -se, form ando
faixas am arelas de am bos os lados da nerv u ra principal. E stas
áreas alargam -se e, finalm ente, apenas as pontas e bases das fô
lhas perm anecem verdes, o que produz um a form a sem elhante a
D esfo lh açao um “ V ” verde, cujo vértice coincide com a ponta da fôlha. Em
com pleta
casos pronunciados, as fôlhas tornam -se com pletam ente am a
relas. Q uando um a boa p arte das fôlhas é afetada, elas caem na
prim eira onda de frio, num a sêca prolongada ou em outro tem po
desfavorável. Q uando o tem po é favorável, elas podem conti
n u ar ainda m uito tem po no pé.
F ig . ( ) 2 — A d e fic iê n c ia em m a g n é s io n o s c itr u s c a u sa u m a m a r e le c im e n to d a s
f(d h a s n o s g a lh o s d a s fr u ta s . A clo ro se co m eç a p erto d a n e r v u r a p r in c ip a l, e s p a
lh a n d o -se d a í por tô d a a fô lh a . (A d e fic iê n c ia d e cá lcio n o s lim o e ir o s a p r e se n ta -se
com id ê n tic o s sin to m a s.)
A ltern ân cia
G eralm ente estas árv o res p roduzem , num ano, poucas ou de safra b oa
nenhum a fru ta s, o que perm ite que o pé se recupere um pouco, e ano de
repouso
e, no ano seguinte, dê um a s a fra m uito rica. N os anos em que
130 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO
A s frutas n ã o
se c o n serv am
A s fru tas de pés com deficiência de m agnésio geralm ente são
n o tran sp orte m enores, sem pre causando dificuldades ao tran sp o rte , pois não
se conservam convenientem ente.
A lém disso, essas fru ta s têm um teor bem baixo em vitam ina
C e acidez e apresentam um a casca e polpa pálidas.
A deficiência em m agnésio se verifica especialm ente em solos
leves com p H baixo en tre 4,5 a 5, por causa da intensa lavagem
do m agnésio.
E m solos com um p H acim a de 5. o m agnésio é lig a d o ; especial
m ente em solos calcários, a fertilização com m agnésio é m uito
im portante.
LEGU
M IN O S A S
A s sem entes e plantas in teiras de legum inosas contêm geral
(63, 182) m ente o duplo e até o triplo de m agnésio das gram íneas. Como o
m agnésio não som ente faz p arte da molécufa de clorofila, m as
tam bém é m uito im portante p ara a produção de óleos vegetais,
êle é necessário, especialm ente, pelas legum inosas de sem entes
grandes, as quais m uitas vêzes são plantadas para a produção
de óleo, p. ex., a soja.
Como T R U O G verificou nos seus experim entos, um excesso de
m agnésio aum enta m uito m ais a assim ilação de fósforo do que
um a adubação com fosfato. Isso m ostra que êstes dois n u tri
entes têm estreitas relações na alim entação vegetal. N as legu
m inosas existe m uito m ais m agnésio acum ulado do que fósforo.
D e outro lado, um abastecim ento abundante com potássio a u
m enta a absorção de m agnésio, m as a exigência da p lanta tam bém
aum enta. Igualm ente, a fixação de azôto é m uito m ais intensa
quando a legum inosa é abastecida com suficiente magnésio.
A s m anifestações da deficiência em m agnésio variam se
gundo a variedade de legum inosa.
Soja
(153) N a soja e feijão-fava (cow -pea) a deficiência dêsse elem ento
causa um a aparência de m aturação precoce. A s m argens das
fôlhas enrolam -se p ara baixo e um a clorose progride en tre as
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO 131
M A C IE IR A
M uitas vêzes, os solos de pom ares contêm m enos m agnésio do (181)
que necessário p ara a satisfação das exigências das árvores.
Isso, pode ser atrib u íd o , em p arte, ao uso contínuo de fe rtili
zantes e, por outro lado, às chuvas pesadas do v erão, ao salitre
do Chile e aos adubos calcários sem teo r em m agnésio.
O s sintom as desta deficiência são m uito pronunciados. P r i
m eiram ente as fôlhas tom am um a côr verde-escuro, como se
tivessem lu x u ria n te dieta em nitrogênio. M ais tard e, as fôlhas
m ad u ras, na base dos galhos do ano em curso, ap resentam um a
clorose m arginal e m anchas cinzentas en tre as n erv u ras. E ssas
m anchas, m uitas vêzes, alargam -se até as m arg ens das fôlhas.
A côr cinzenta nun ca dem ora m ais que um a hora. tornando-se
depois m arro m e até m arrom -escuro. E m poucos dias, a fôlha
se en ru g a e cai. A desío lh ação é tan to m ais fo rte q u anto mais
nôvo fôr o pé. A desíolhação se dá especialm ente na base dos
galhos, enquanto o crescim ento não é afetado.
E m pés ad u lto s as fôlhas a fetad as não caem tão facilm ente
como em pés novos. Com o. o m agnésio é essencial para o fo r
necim ento adequado de carb o id rato s, produzidos pela árvore,
da deficiência sem pre resulta um crescim ento retardado.
A s fru ta s são an o rm alm en te pequenas, num erosas, pálidas e
de qualidade in fe rio r.
M E L A N C IA
A deficiência de m agnésio é m uito com um nas cu ltu ras das ( C itrullus
m elancias e provoca o que é denom inado “ m ancha p re ta ” . Kstes rulgaris )
(132)
sintom as são com uns, porque g eralm en te se usa um a adubação
em N : P : K na cova, om itindo-se o m agnésio. E m cam pos não
adubados, a "m an ch a p re ta ’’ é m uito m enos o b servada e, quando " m ancha p r e t a ”
aparece, n unca é d esastrosa, porque o equilíbrio do potássio
“ com pound” não foi p ertu rb ad o pela adubação u n ilateral de um
dos seus com ponentes. Com o já foi esclarecido quando trata m o s
de o u tra s cu ltu ras, a adubação unilateral de potássio provoca sé
rios danos por causa do balanço desequilibrado pelo cálcio ou
pelo m agnésio.
D eficiência em
Como a deficiência em m agnésio sem pre aparece prim eiro na m agnésio
época vegetativa, os prim eiros sintom as na m elancia são co nsti As m argens
rasgam
tuídos por um a clorose m osqueada nas fôlhas m ais velhas e p o n ti
nhos necróticos de côr m arro m -escu ro , espalhados por todo o limbo
134 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO
O s sintom as desta deficiência sem pre podem ser facilm ente m ilh o ^
reconhecidos.
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO 135
F ig . 65 N a s fô lh a s <lo p e sse g u e ir o , m a is p r ó x im a s da b a se d o s g a lh o s n o v o s,
a p a recem m a n c h a s c lo r ó tic a s , b o r d a d a s d e p ú r p u r a . E s ta s m a n c h a s to rn a m -se lo g o
n e c r ó tic a s , e x ib in d o o q u a d ro típ ic o d a d e fic iê n c ia em m a g n ésio .
G eralm ente depois das prim eiras chuvas pesadas do verão, ^ S|, E^0
quando as fôlhas já estão m ad u ras, os prim eiros sintom as de de- ( 63, 1 3 2 )
A s fôlhas in ferio res ap resen tam prim eiro m anchas irreg u lares, ^ o u v E ^ tc
espalhadas em todo lim bo foliar, que se encrespa levem ente. (ís i)’
E m estado avançado essas áreas cloróticas am arelecem ou
branqueiam , vão m o rren d o e caindo. A s m argens das fôlhas —
as p rim eiras partes afe ta d a s da íôlha — to rn am -se m arrons.
E m estado avançado é fácil de reconhecer, m as é preciso sem pre
não co n fu n d ir as m anifestações da deficiência em m agnésio com
as em potássio, onde as fôlhas torn am -se levem ente ro x as não
sendo m osqueadas.
VIDEIRA
A s fôlhas do meio das ram as ap resen tam m anchas irreg u lares, (63)
aguadas, as quais m ais ta rd e to rn am -se necróticas, tom ando um a
côr m arrom .
E ssas m anchas necróticas — a princípio de côr verde — fi
cam espalhadas por todo o limbo foliar, que se encrespa leve
m ente. A s m argens dessas fôlhas enrolam um pouco quando a
necrose m arginal se vai estabelecendo. A s fôlhas m ortas a p re
sentam um tom levem ente p u rp ú reo .
Em fôlhas novas, a clorose intervenal e a necrose m arginal, são
m uito com uns apresen tan d o o q u ad ro típico de tecido am arelo
com veias verdes.
P ode-se acrescen tar que a deficiência em m agnésio é um a
das m ais freq ü en tes e m ais sérias em todos os vinhedos. ( fig. 7 0 ).
BORO
D E F IC IÊ N C IA
M uito com um
e m n o sso país
Convém no tar, antes de tudo, que esta deficiência é um a das
m ais com uns em nosso país, causando o fracasso total de m uitas
culturas, especialm ente da m andioca, batatinha, café, banana,
citru s e fum o. A m aioria, porém , atrib u iu os sintom as desta ca
rência a vírus, bactérias, fungos, brocas e ou tras pragas e
m oléstias, ap esar de não ser devida a nenhum a dessas causas.
Infecções A dm itim os, porém , que m uitas vêzes um ataque secundário, —
secu n d árias
24, 135) seja pelas bactérias, seja pelos insetos — pode ocorrer, estragando
por com pleto a planta já enfraquecida. M as êsses ataques nunca
são a causa dêsses sintom as, mas som ente a conseqüência desta
deficiência.
M o rre o ponto
veg etative
O fenôm eno típico desta deficiência é que as fôlhas do brôto
perdem o seu brilho, enquanto um a clorose m oderada se desen
volve, m ostrando-se sem pre m ais fo rte na base do que na ponta
das fôlhas. O ponto vegetative en tra logo em colapso, m orrendo
em seguida. Cessa o crescim ento da planta (1 6 ).
Superbrotaçáo
"envassoura-
A m orte do ponto de crescim ento segue-se sem pre um a super-
brotação da planta que continua viva. E ssa brotação supera
bundante se dá especialm ente em volta dêsse ponto m orto. E m
casos severos m o rre a planta in teira de cima para baixo, sem que
as fôlhas m urchem prim eiro e sem que h aja clorose nenhum a.
Os botões caem. Caem tam bém as fru ta s novas, quando a
deficiência aparece m ais tard e na época. M uitas fôlhas ficam
deform adas. A deficiência em boro é sem pre m ais fo rte em tem
pos secos. E m anos chuvosos pode desaparecer com pletam ente e
a m esm a gleba que não deu sa fra por causa da deficiência em
boro, pode p ro d u zir bem.
1 e 2 — A lfa c e 3, 4 e 5 — B a ta ta -d o c e (3 d e fic ie n te , 4 n o r m a l)
( Lactuca nativa) (Ipomcea bat at as)
"Cork '
A s 1ru tas como as n erv u ras das fôlhas, exibem o característico
“ c o rk ” interno e externo.
São especialm ente ex ig en tes: arroz, milho, café, citrus, m an
dioca, couve-flor, etc. (1 0 8 ).
ALFACE
( L a c tu c a A gravidade desta deficiência tem estreitas relações com a
saliva ) um idade da terra, isto é, em tem pos secos a deficiência é m uito
(7 6 )
m ais pronunciada e pode desaparecer com pletam ente em tem pos
chuvosos. O sintom a característico na alface é a deform ação das
folhas de m aior crescim ento ( “ coração” ) . A s pontas dessas
folhas ficam cloróticas, pintadas, assum indo mais tarde um a a p a
rência de terem sido queim adas. O crescim ento se paralisa, tanto
o do ponto vegetativo, como das m argens foliares, do que resul
tam fôlhas um tanto crespas e dobradas para o verso. O s pon
tinhos cloróticos aum entam em tam anho e núm ero nas fôlhas
m ais novas, enquanto as m ais velhas nunca são afetadas. A p a re
cem m anchas p retas tam bém nos pecíolos e nos caules e fin al
m ente o ponto de crescim ento m orre.
ALGO-
D O E IR O
Q uando plantinhas bem novas são afetadas, as plantas inteiras
(7 6 ) podem m orrer.
A s fôlhas do ponto vegetativo tornam -se cloróticas e — em
casos mais sérios — os botões abrem m as caem sem poder fo r
m ar frutos. De modo que os algodoeiros, sofrendo da deficiên
cia em boro, produzem m uito poucos frutos. O crescim ento te r
m inal fica paralisado, enquanto cresce anorm al quantidade de
galhos laterais; as plantas aparecem tufosas e envassouradas,
ficando sem pre pequenas.
A M E N D O IM
(22) A s fôlhas m aduras têm áreas côncavas no lado inferior. F o r-
m am -se m anchas necróticas perto da m argem ( 2 2 ).
ARROZ
(8 1 , 1 3 2 ) Reage p rontam ente à falta de boro. Se houver deficiência
de B, M n, Z n ou Cl o arro z nunca chega a am adurecer (8 1 ).
BA N A N EIR A
(1 3 2 )
A deficiência em boro é, segundo a variedade de bananeira,
m ais ou m enos pronunciada. A banana-m açã é especialm ente
m uito intolerante a esta deficiência.
\
F ig . 72 — B eni 1 10 in íc io (las m a n i
fe s ta ç õ e s <la d e fic iê n c ia em b oro, a
b a n a n e ir a q u a se n ã o a p r e s e n ta d esco
loração n en hu m a, a p e sa r da clo ro se
p r o n u n c ia d a do p o n to v e g e ta tiv o . M a n
ch a s p a r d a c e n ta s , aguadas a p a rec em
no m eio da fô íh a , p erto da n erv u ra
p r in c ip a l. M a n ch a s p r e ta s e a m a r e la
d as su r g em no tro n co q u e é cô r-d e-ro sa .
P o d e-se n o ta r tam b ém u m tom ro sa d o
n a s b eir a s d os p e e ío lo s ; as fô lh a s v e
lh a s sã o d e fo r m a d a s. O te c id o d a s s u a s
p o n ta s m orre e ca i. As p o n ta s das
fô lh a s são p r o n u n c ia d a m e n te r e p a r ti
d as.
146 DEFICIÊNCIA DE BORO
B A T A T IN H A
(1 5 5 ) E m solos leves, m uito arenosos, a deficiência em boro não é
ra ra em nosso país. Principalm ente os tubérculos das b atatinhas
são seriam ente afetados, perdendo com pletam ente o valor co
m ercial.
M orre o ponto
vegetative
O s sintom as nas plantas só raram ente podem ser observados.
O único que sem pre aparece é o crescim ento tufoso das plantas,
que, devido ao elevado n úm ero de brotos laterais, perm anecem
pequenas. A s fôlhas são m ais grossas que norm alm ente e as
m argens dos lóbulos se enrolam fortem ente. O s pecíolos to r
nam -se am arelos e m uito quebradiços e, em casos graves, surge
um a pigm entação rosada e até mesmo p u rpúrea. O s pontos
vegetatives, como as m argens das fôlhas m ais velhas, m orrem .
"Sarna" E m solos pobres de m atéria orgânica e com e stru tu ra de-
liciente, um a calagem pode desequilibrar de tal m aneira a dieta
de boro, que a colheita fica inutilizada pela “ S a rn a ” .
C rescim ento
O s entrenós, tanto na planta como nos estolhos, são muito
curtos. O s tubérculos produzidos têm um a casca grossa, áspera
com excreções escuras e, em casos graves, cobertos, como se
fô ra um eczema. F erv en d o estas b atatinhas, um a boa parte delas
fica inaproveitável, com pletam ente aguada, porque estão despro
P olpa aguada vidas de am ido. Às vêzes, mesmo a polpa está cheia de m anchas
d uras e m arro n s e acontece, não raram ente, que o centro dêstes
tubérculos é m uito fibroso ou óco. N ão som ente as batatinhas
C e n tro óco
são m enores que norm alm ente, m as tam bém seu núm ero é bas
tan te reduzido. E stão , m uitas vêzes, cobertas de “ sa rn a ” . Q uando
cozidas, a casca g ru d a na polpa que tem gôsto am argo.
E m tem pos chuvosos, o mesmo terreno pode produzir um a boa
sa fra de batatinhas norm ais.
DEFICIÊNCIA DE BORO 149
C A F E E IR O
(1 )3 2 ) Como o cafeeiro é planta dum am biente pouco ácido, tendo na
sua te rra natal um p H 5 e suportando p erfeitam ente um pH de
Exigente em
elem en to s 4,5, podem os concluir que esta rubiácea é bastante exigente em
elem entos raros. A ssim , não é fato raro perderem os nossos ca-
feeiros consideravelm ente em volum e, podendo isso acontecer,
em solos mais leves, nos prim eiros 6 a 8 anos de cultura. Em
solos argilosos, principalm ente em te rra roxa legítim a, podem os
contar uns 30 a 40 anos com safras boas.
T em -se como reg ra entre os cafeicultores que o cafeeiro p e r
d u ra enquanto a raiz não esbarra na rocha.
E sgotam ento da
terra em S ignifica isso que o cafeeiro esgota a terra, procurando o seu
elem en to s alim ento em cam adas do solo cada vez mais profundas e que
m orre quando acaba de esgotar a terra. M as, o esgotam ento do
solo não abrange todos os m inerais. O terreno de um cafèzal
abandonado, geralm ente produz safras mais ou m enos boas de
milho, feijão, etc. O solo não fica, portanto, tão esgotado que
nada m ais possa produzir. Do que geralm ente falam os é dos
cham ados elem entos m aiores, como o fósforo, o nitrogênio e o
potássio.
E os elem entos m enores?
Os elem entos
O cafeeiro é planta m ais exigente em elem entos m enores que
responsáveis
pela q u a lid a d e
a m aioria das nossas culturas. N ão existe cu ltu ra agrícola que
e x ija tantos elem entos raro s como o cafeeiro. N em mesmo o
arroz. O que faz a qualidade do café não é tanto o som bream ento,
m as sim o abastecim ento adequado em elem entos raros.
"D ieback”
e sup erb ro ta- A deficiência em boro, quando aparece sozinha, causa, além do
“ dieback” dos brotos e do envassouram ento, fôlhas mais escuras,
reduzidas em tam anho, com um tom purpúreo. A s fôlhas
assum em um a posição horizontal, form ando um ângulo reto com
DEFICIÊNCIA DE BORO 151
CANA DE
O seu crescim ento é sem pre retard ad o e a planta apresenta ACÚCAR
m anchas aguadas nas fôlhas apicais, dando-lhes a aparência de (132, 106)
estriadas. M ais tard e desenvolvem -se lesões verm elhas que ra
cham. Em haixo do ápice, as canas ap resentam estrias m arrons.
M o rre o brôto term inal. G eralm ente com o início da seca, isto
é, quando com eça a safra, as canas racham , exibindo um a côr
verm elho-vivo que abrange tam bém gran d e p arte do seu in
D esco lo ração
terior. Essas canas, que, às vêzes, são descoloradas em dois verm elha da
terços, nada acusam por fora. São de péssim a brotação quando cana p o r dentro
Com as rach ad u ras das canas apresen ta-se tam bém um “ co rk ” "C ork”
cebola
(1 6 7 )
A s plantas têm um a aparência c a ra c terístic a : m al desenvolvi
das e to rtas.
A côr das fôlhas varia de v erde-pardo até verde-azulado-escuro.
A s fôlhas m ais novas desenvolvem com m anchas características
am arelas, irregulares. Lesões aparecem , seguidas pela rach ad u ra
do lado sup erio r das fôlhas básicas. A s fôlhas tornam -se retas e
quebradiças. O s bulbos são pequenos e fibrosos.
CENOURA
(7 0 ) A s fôlhas apresentam prim eiro m argens am areladas que m ais
ta rd e ficam com um a coloração averm elhada que avança para
o in terio r da fôlha. A s raízes m ostram largas e p ro fu n d as ra-
chaduras.
L A R A N JE IR A
E OUTROS A s p rim eiras notícias desta deficiência chegaram da Á fric a do
C IT R U S Sul, depois tam bém da F ló rida, C alifórnia e do Brasil.
(2 5 , 53, 54)
N a F ló rid a esta deficiência em boro é denom inada “ fru ta d u ra ”
por causa das im pregnações resinosas e gelatinosas na casca
e polpa.
O s prim eiros sinais da deficiência, são pequenas m anchas
aguadas, tran sp aren tes nas fôlhas, as quais caem antes de secar.
M uitas fôlhas são defo rm ad as na base por um crescim ento a d i
cional. R esulta um a desfolhação p rem atu ra e séria do pé acom e
tido. Supõe-se que a desfolhação é devida à m á form ação das
raízes que im pedem o abastecim ento norm al da árv o re em água,
resultando a m urcha precoce das fôlhas.
’’C o r k ” d a s
nervuras C aracterístico é o alargam ento das nerv u ras que racham e
apresentam “ cork" na su perfície superior da fôlha. A com panham
êsses sintom as a m orte dos galhos: o “ dieback” das árvores.
O s frutos
novos caem
U m a gran d e p arte das fru ta s cai quando têm m ais ou menos
um diâm etro de 1,5 a 2 cm até um diâm etro de 4 cm. T ôdas
essas fru ta s dem onstram um a escura descoloração lira n te a
m arro m que abrange o albebo (m esocarpo) da casca. E stas f r a ti
nhas, quando p artid as com faca, dão a sensação de se estar c o r
tando queijo. A descoloração escura e até mesmo preta atribui-se
a im pregnação resinosa do tecido. (F ig . 79, P r a n c h a ll) .
D epósitos d e
b orracha na A s fru ta s m ad u ras são m uitas vêzes mal form adas, com um
casca, a lb e b o albebo anorm alm ente grosso e com depósitos de borrach a no
e polpa
albebo e na polpa, em volta do eixo da fru ta. A s fru ta s são
DEFICIÊNCIA DE BORO 157
LEGUMI-
A pesar de ser m uito m odesta a necessidade das plantas desta NOS AS
espécie nesse elem ento, não podem elas v egetar com pletam ente (1 7 , 35)
sem boro.
N ecessidade
U m a tonelada de alíafa contêm som ente a porção m ínim a de m inim a
30 g de boro, m as, m uitos solos nem podem fornecer esta peque
nina quantidade.
A absorção de boro tem relações com o abastecim ento de ou
tros elem entos, especialm ente o de potássio.
F ig . 80 — O p o n to (le c r e s
cim en to to m a u m a cô r a m a
re lo -v iv o com um tom lev e de
ver m e lh o .
158 DEFICIÊNCIA DE BORO
N o m e io : C rotalária
T rifó lio
A s fôlhas prim eiro am arelecem e m ais tard e to rn am -se verm e
lho-vivo. D epois elas assum em um a côr m arrom , secam e
m orrem .
Lespedeza
A s fôlhas não desbotam m as tom am som ente um a pigm enta ( Lespedeza
ção p u rp ú rea, como se fôssem queim adas pela geada. A pigm en capitata
M ch x.)
tação verm elha a fe ta som ente as m argens e pontas das fôlhas su (6 3 )
periores. M ais tarde, esta anorm al descoloração espalha-se por
todo limbo foliar, inclusive pelas nerv u ras. A s partes a fe ta
das m orrem prim eiro, depois de tom arem um a côr m arrom -es-
curo e depois da m orte desbotam , ficando m arrom -claro. Êsses
sintom as, além de serem m ais pronunciados nas fôlhas superio
res, podem aparecer tam bém nas fôlhas inferio res.
M A C IE IR A
E sta deficiência é m uito com um nos pom ares e se verifica (1 2 , 63 )
tan to em solos ácidos, como em neu tro s e alcalinos, em trechos
m uito secos ou m uito úm idos.
A parece, porém , com m aior freqüência, e m ais pronunciada,
em anos secos, o que é a regra.
C onform e A. B. B U R R E L , a deficiência desenvolve-se mais
seriam ente um as 2 a 8 sem anas depois da queda das pétalas.
U m “ co rk ” ex tern o se desenvolve nas fru tin h a s novas de tôdas
as variedades, m as, segundo a variedade, um as apresentam so
m ente um “ c o rk ” superficial, enquanto o u tras exibem um “ co rk ”
interno que estrag a com pletam ente a fru ta , que se racha. M uitas
fru tin h a s novas caem.
N ervuras
M ais tard e na época vegetativa as fôlhas das ram as novas des sa lien tes
botam um pouco, enquanto as n e rv u ra s pigm entam -se de ver-
160 DEFICIÊNCIA DE BORO
" C o r k ” ex tern o
O “ co rk ” ex tern o pode desenvolver-se já duas sem anas depois
da queda das pétalas. A parecem áreas cinzentas, aguadas, na
superfície das fru tin h a s novas. M ais ta rd e desenvolvem -se lesões
escuras e d uras, e como elas estão na superfície, esta se racha
por causa do crescim ento da fru ta. A su perfície das fru ta s to r
na-se rachada, enrugada, áspera e geralm ente as fru ta s seriam ente
afetad as caem, quando têm uns 3 cm de diâm etro. F ru ta s com
pouco “ c o rk ” podem perm anecer no pé.
"C ork” interno
O “ c o rk ” interno, tam bém pode desenvolver-se desde a segun
da sem ana depois da queda das pétalas.
Á reas redondas, aguadas, aparecem na polpa das fru ta s, que
m udam logo de côr, tornando-se m arrom -escuro. E ssas áreas
jrodem aparecer em todos os lugares da polpa.
Q uando o “ c o rk ” in tern o se desenvolve ta rd e na época v egeta
tiva as m açãs podem am adurecer, m as as m anchas escuras ficam
sêcas e têm um p alad ar decididam ente am argo causando o “ hi
t t e r ” das m açãs, — que se consegue c u ra r com um a adubação de
162 DEFICIÊNCIA DE BORO
M A M O E IR O
(C a r ic a p a p a y a ) A parecem m anchas pardacentas, aguadas tanto nas fôlhas e
(1 3 2 ) fru ta s como tam bém no tronco. Essas m anchas são form adas de
tecido necrótico e são por isso sem pre duras.
A s fru tas atingidas caem m uitas vêzes precocem ente ou m u r
cham no pé.
Q uando m aduras, elas são bastante pedrentas. A s suas se
m entes são sem pre chôchas.
N o deco rrer do verão, geralm ente se quebra a parte apical
do pé porque o tecido, em p arte m orto, não resiste mais ao vento.
D á-se em seguida um brotam ento dem asiado em volta do ápice
quebrado.
M A N D IO C A
( M anihot
E m v árias p artes do nosso país, a deficiência em boro é m uito
u ti lis s im a ) com um nos m andiocais, especialm ente porque são usados p ara
(1 3 2 )
a lavoura da m andioca solos pobres e leves.
" E nvassoura-
m ento”
Ê ste fenôm eno é com um ente conhecido pelo nome de “ envas-
souram ento da m andioca” .
O aspecto dum a planta adu lta afetad a é o se g u in te : superbro-
tação lateral de tôdas as ram as. O s brotos, porém , são finos e
raquíticos e de com prim ento reduzido. A s suas fôlhas são g e ra l
m ente d eform adas, m iúdas e com os lóbulos o ra lisos o ra en-
carquilhados.
E stas fôlhas am arelecem logo, tornando-se m ais tarde b ro n
zeadas.
O ponto vegetativo da plan ta m orre e form a-se um em ara
nhado dos brotos em volta dêsse ponto de crescim ento m orto.
H á casos em que a brotação das ram as é tão abundante que o
pé de m andioca fica inteiram ente coberto com êles, que form am
tufos com aparência de vassoura.
Daí vem a denom inação vu lgar de “ envassouram ento” .
DEFICIÊNCIA DE BORO 163
É fato bem conhecido que tôdas as p lan tas da fam ília das g ra- MI,L“ ° 125
m íneas têm m enor necessidade de boro do que. por exem plo, as 63)
legum inosas, as v erd u ras ou as árvores fru tíferas. P o r isso, r a r a
m ente podem os en co n trar conseqüências devastadoras por falta de
boro em nossas culturas de milho híbrido. Porém , provoca íre-
K iíí. 85
tod os da m esm u m a n eir a . A s fô lh a s m a is n o v a s to rn a m -se um ta n to clo r ó tic a s ,
os p ecío lo s sã o m a is cu rto s e ra c h a d o s lo n g itu d in a lm e n te . M u ita s fô lh a s tê m a
p on ta p a rtid a . A s fô lh a s c e n tr a is são d efo rm a d a s.
A s ra izes são m al d e s e n v o lv id a s, d efo rm a d a s, fin a s com m a n ch a s e s c u r a s na c a sc a .
Q u an d o se corta a raiz p ode se o b se rv a r o tão fam o so “ co r a çã o m a rro m " , e, p o r
isso, a d e fic iê n c ia em boro tem o nom e de “ d o en ça do co ra çã o m arrom
166 DEFICIÊNCIA DE BORO
M u it a s espigas
pequenas
A plan tin h a in teira é um tanto clorótica, de tam anho m enor do
a que o norm al, com tendência a pro d u zir m uitas espigas. E stas
espigas são, porém , c u rta s,fin as, apresentando unilateralm ente
sem entes chôchas e enrugadas, sem pre do lado da espiga que
fica voltada p ara o colmo. (fig . 8 4 ).
"O relh a A s fôlhas novas não abrem , são altam ente cloróticas e a p re
branca”
sentam a "o re lh a b ran ca” sinal típico desta deficiência. Q uando
o tecido basal das fôlhas colapsa, a descoloração é ainda m ais p ro
nunciada, surgindo em seguida a m orte do ponto vegetativo.
N as fôlhas m aduras o tecido entre os nervos secundários é es
branquiçado. A s fôlhas apicais são com pletam ente brancas e
m orrem . D epende, porém , m uito da variedade, porque um a boa
p a rte das nossas variedades é altam ente tolerante à deficiência
em boro.
NABOS,
BETER
A deficiência de boro nas safras das diversas raízes como as
RABAS, beterrabas, rabanetes, etc., são conhecidas sob o nom e de “ co
RABANETES
(84, 140) ração m a rro m ” (nos E .U .A . como “ brow n h ea rt disease” e na
E u ro p a como “ H erz-T ro ck en fäu le” ) .
O prim eiro sintom a são m anchas escuras nas raízes, geralm ente
nas partes m ais grossas. A s plantas enfraquecem gradualm ente.
A s fôlhas são m enores que norm alm ente e os peciolos das fôlhas
centrais m ais curtos. A prim eira im pressão é dum crescim ento
Peciolos
rachados
m uito tufoso. E las tom am conseqüentem ente um a coloração va
riável que parece um a m istura de am arelo e verm elho, d istri
buídos em m anchas por tôdas as fôlhas. A s fôlhas afetadas a p re
sentam as tão fam osas rach aduras longitudinais. M uitas vêzes,
as fôlhas têm pontas partidas.
O ponto vegetativo to rn a-se um pouco d o ró tico , e, am arelando,
m orre, depois de enrolar por dentro, (fig . 8 5 ).
"Coração
m arrom ” A s raízes nunca atingem tam anho n o rm a l São to rtas e d e fo r
m adas, com um a descoloração cinzenta da casca, que é áspera,
enrugada e rachada. A s raízes cortadas apresentam o tão famoso
coração m arrom , isto é, áreas aguadas de côr m arrom -escuro.
DEFICIÊNCIA DE BORO 167
BETERRABAS
A s raízes apresentam excepcional fibrosidade, enquanto o ROXAS
tecido da raiz é pálido e m uito aguado. ( Be ta r u l g a r i s )
(63)
SALSÃO
A s tolhas irregularm ente m anchadas de m arrom , prim eiro ( i 34)
som ente nas m argens, mais tarde. porém , em todo o limbo, são
os prim eiros sinais.
O s caules são m uito quebradiços e linhas m arro n s aparecem
entre as n ervuras. F in alm en te aparece o tão conhecido e falado
“ racho’’ em form a de cruz. P o r isso esta deficiência em boro
tem nos E. U . A. o nom e de “ C rack stem ” . 'C ra ck stem ”
TO M A TEIR O .
N o tom ateiro a deficiência aparece especialm ente em lavou (46. 163)
ras m uito m altratadas.
O caule fica p retejad o no ápice enquanto num erosos brotos
laterais se desenvolvem , dando a p lan ta um a aparência m uito
tu fo sa. O tronco é fraco e o ponto de crescim ento enrola para
dentro, am arelece e m orre. O tecido co n d u to r perece. O mais
característico é que os pecíolos e n e rv u ra s ficam m uito q u e b ra
diços.
As raízes desenvolvem -se pessim am ente, escurecendo, e a p re
sentando as pontas d efinhantes.
O s fru to s freq ü en tem en te são cobertos de áreas escuras e
sêcas, devidas aparen tem en te ao colapso do tecido, rachando em
volta do caule.
T R IG O
A deficiência em boro aparece especialm ente em te rra s p a n (18)
tanosas recém -drenadas, como em solos pu ram en te arenosos e
paupérrim os. Dá-se um perfilh am en to anorm al.
A s fôlhas novas apresentam lin h as e m anchas brancas. A s
espigas, m uitas vêzes, não aparecem e as que surgem são es
téreis.
168 DEFICIÊNCIA DE FORO
13
Prancha 14
D E F IC IÊ N C IA D E F O R O 159
N a aveia, a falta de boro provoca a cham ada " W eissflissig k eit” , Av*£9)
isto é, as espigas têm flôres norm ais, m as não produzem sem en
te nenhum a. Q u ando vão am adurecendo, as espigas vão bran-
queando em vez de am arelecerem . Caso a deficiência se m ani
feste mais cedo, as plantas m orrem antes de encachar.
O prim eiro sintom a é um a clorose d iiu sa nah fôlhas mais v i d e i r a
P á g i n a s a li t e r i o r e s :
P k a x c s A 11 :
F iu . 79 — D e f i c i ê n c i a em b or o n a l a r a n j e i r a . A s f o l h a s um /m ur o c l o r ó t i c a s a p r e s e n t a m m a n c h a s
t r a n s p a r e n t e s , a g u a d a s , p a r d a c e n t a s . M u i t a s f ô lh a s sã o d e f o r m a d a s . Os n e r v o s d e s s a s f ô lh a s a l a r
ga m -s e, r a c h a m r a p r e s e n t a m o " co rk "’.
A s f r u t a s sã o d u r a s , com le sõe s e s c u r a s na cas ca e i m p r e g n a ç õ e s resinosas na po lp a e. no ulbebo.
P rancha 12:
Fig . 1 0 6 — D e f i c i ê n c i a d e m a n g a n ê s no t o m a t e i r o . O te c id o d a s f ô lh a s d e s b o ta a t é f ic a r e m a m a
relo-esb r a n g wiç ad o , e n q u a n t o as n e r v u r a s p e r m a n e c e m tOrrde-escv.ro. P o n t i n h o s necróticas que
se t o r n a m p r e t o s , a p a r e c e m es p a lh a d o s p o r to d a a fôlha.
P rancha 13:
F ig . 101 — D e f i c i ê n c i a , c o m b i n a d a d e z in c o e m a n g a n ê s n o ca f e e ir o . A s f ô l h a s da p o n t a do g a lh o
s ão m u i t o p e q u e n a s e cl o ró t ic a s . U m a d e s f o l h a ç ã o in t e n s a se v e r i f i c a . A s f ô l h a s a p r e s e n t a m p a r
c i a l m e n t e o q u a d r o tí p i c o da. d e f ic i ê n c ia , e m m a n g a m s. P o r o u t r o la do , f o r m a m r o s e ta s e e x i b e m
u m a n e c r o s e m a i o r do q u e n a s i m p l e s d e f i c i ê n c i a de m a n g a n ê s , q u e d e v e s e r a t r i b u í d a à fa l t a d e z in c o .
Fig . 1 0 2 — D e f i c i ê n c i a c o m b i n a d a de z in co e m a n g a n ê s n a c a n a - d e - a ç ú c a r . O te c i d o e n tr e as
v e ia s v e r d e s d e s b o ta . A s p o n t a s d a s f ô lh a s . com to m v e r m e lh o , f ic a m t o t a l m e n t e r a s g a d a s .
170 DEFICIÊNCIA DE BORO
P rancha 14:
Fig. 121 ■
— Deficiência de f e r r o na la r a n je i r a . .U f ô lh a s m a is noras do b r ô to apresentam u ma
de s co l o ra ç ã o a m a r e l a , e n q u a n t o a,s f ô lh a s p r ó x i m a s a p r e s e n t a m - s e p i n t a d a s . .1 x f ô lh a s m a i s noras
p o d e m a d q u i r i r u m a c ô r clara c a t é b r a n c a e d o m es m o mod o as n e r v u r a s , i n ic ia lm e n te a in d a
ve r d e s , d e s b o t a n d o to t a lm e n t e .
ENXOFRE
D E F IC IÊ N C IA
E nxofre,
A pesar de ser o e n x o fre mu dos elem entos principais na n u elem ento
trição de m uitas plantas, a sua deficiência raram ente se verifica. principal
Plantas q ue
P orém , verifica-se tam bém a deficiência neste elem ento, es o u sam em
pecialm ente nas plantas que o usam em m aior quantidade para m aiores
quantidades
a form ação de suas p roteínas, como, por exem plo, as legum inosas,
várias v erd u ras, o fumo, o algodão, o café, os citrus e a cana-de-
açúcar.
A deficiência em e n x o fre pode ser facilm ente confundida com
a deficiência em nitrogênio, devido ao fato de, no caso da defi
ciência de e n x o fre, a form ação de proteínas so fre r dim inuição.
— O nitrogênio tam bém não form a nada m ais na planta senão
proteínas. — A s fôlhas m ais novas, porém , sem pre são m ais clo-
róticas do que as velhas, quando faltar e n x o fre na dieta, por ser
êste um elem ento pouco móvel den tro da planta.
A p a r e c e nas
Pode-se d a r como reg ra que esta carência se m anifesta sem pre plantas novas
110 início da época vegetativa, quando reina sêca e, geralm ente,
é suprid a pelas p rim eiras chuvas.
Ponto
() fenôm eno típico desta deficiência é a clorose geral de um vegetativo
am arelo até o am arelo pálido, — sem pre m ais pronunciada no afetado
ALGO-
D O E IR O As plantas perm anecem pequenas, são fracas e cloróticas. As
(6 3 ) fôlhas podem até em branquecer, tom ando em estado mais avan
çado um aspecto bronzeado.
A q uebra da safra é considerável.
CA FEEIR O
(1 3 2 ) A pesar de ser esta deficiência pouco comum em outras cul
turas, em nossas lavouras de café aparece, quando os cafèzais
são velhos e esgotados. Aí. não constitui aspecto fora do comum.
A clorose que é provocada pela falta de en x o fre é bem p a re
cida com a falta de nitrogênio, mas é m uito mais forte porque
as fôlhas deficientes em nitrogênio encontram -se mais para
dentro do pé, enquanto as carentes em enxofre, ficam mais
expostas, bem na p e rife ria do mesmo, (p o n ta dos galhos).
A s fôlhas apicais assum em um a posição m uito característica
no galho, form ando um ângulo reto com o caule. A côr de ama-
relo-claro, mosqueado. pode desbotar até ficar quase branca.
O pior desta deficiência é que a qualidade do café é bem in
ferior e quase perde o seu valor comercial.
U m a adubação com 40 a 60 k g /h a de gêsso rem edeia o mal.
CANA DE.
AÇÚCAR Desenvolve-se um a clorose geral em tôda a planta. As fôlhas
( 101)
de verde-pálido, especialm ente as do ápice, ficam levem ente a v e r
m elhadas, como se fôssem queim adas pelo sol. A s plantas são
pequenas e finas devido às pouquíssim as e fibrosas raizes.
LEGU-
M IN O S A S
E specialm ente em áreas irrigadas ou mal drenadas o en x o fre
(53) é facilm ente deficiente, causando um am arelecim ento geral da
planta. Desenvolvem -se pontinhos necróticos nas fôlhas. A al-
fa fa responde, em m uitos casos, favoravelm ente a um a adubação
sulfúrica.
Infecção
secundária A té pouco tem po, a deficiência em cobre não era m uito co
nhecida e a ação benéfica da calda bordalesa era atrib u íd a u n i
cam ente a sua ação fungicida.
P ode isso ser devido às infecções secundárias de bactérias
e fungos que invadem as feridas causadas por essa carência.
boram elas geralm ente consideradas causadoras das m anifes
tações aparentem ente patológicas realm ente provocadas pela
falta de cobre.
E xsudações
resinosas M as de outro lado, a ninguém podia passar despercebido, que
as plantas acom etidas tinham exsudações resinosas, especialm ente
as árvores fru tíferas.
"M urcha”
Q uase todos conhecem a “ m u rch a” do fumo, do tom ateiro e da
batatinha, as fru tas escurecidas, e as vezes rachadas das laran
jeiras, a m orte m isteriosa da alface nos viveiros, as varas de água
nas macieiras, as pontas moles, m as não podres das cenouras, as
folhas cartuchos em espiral do trigo, etc. São m uitas essas
m anifestações e bem diferentes, mas devidas tôdas elas a um a
única deficiência, a do cobre.
" D o e n ç a da
ocupação” E sta deficiência é m uito comum em tôdas as te rras de várzeas
drenadas, em campos irrigados, em solos turfosos, em terra s
ricas em m atéria orgânica e em todos os lotes m uito acidi ficados.
N a H olanda ela recebeu o nome de “ doença da ocupação” porque
apareceu em todos os trechos recém -ocupados pelo homem, isto
é, nas terras ganhas do oceano.
F otossíntese
(7 0 ) O cobre é um dos elem entos m ais im portantes na fotossíntese
das plantas e por isso não há ação da enzim a polifenol-oxi-
dase. quando êle falta. A carência de cobre sem pre provoca
tam bém a de zinco.
M as, de outro lado, existem tam bém plantas que precisam do
cobre sem ter aquela enzima. Sem pre falta ácido ascórbico na
deficiência de cobre.
DEFICIÊNCIA DE COBRE 177
N ecessidade
A necessidade de cobre varia m uito segundo o solo. H á solos de cobre
na F ló rid a onde 250 k g /h a de sulfato de cobre são aplicados u su
alm ente, enquanto na H olanda se usam 5 0 k g /h a, em M ichigan
10 k g /b a , em N ew S outh W ales (A u s trá lia ) som ente 2,5 k g /h a , 10 k g / h a
n o B r a s il
proporcionando o m áxim o efeito. O Brasil, com mais ou m enos
10 kg ha, está en tre os países m oderados, em relação à adubação
em cobre. O cobre está faltando especialm ente na parte baixa do
Rio G rande do Sul.
Nos casos em (pie quantidades m ínim as de su lfato de cobre
proporcionam bom efeito, não é tanto a falta de cobre m as so
m ente um a interação entre zinco e cobre, que é desfavorável.
G eralm ente esta deficiência é provocada pelo desequilíbrio en
tre A" : Cu.
O s sintom as m ais com uns são, com o já foi m encionado, a Sin to m as
m ais c o m u n s
m urcha da p arte su perior da planta, as exsudações e excreções
de borracha nas fru tas, ram os, troncos, folhas e raizes com con
seqüentes feridas.
M urcha do
As folhas nas extrem idades das hastes conservam -se perm a
nentem ente m urchas, recuperando-se um pouco d u ran te a noite
e piorando de dia. E m épocas chuvosas as plantas m orrem
dentro de 24 horas. N ão existe clorose pronunciada, m as as
m argens e pontas extrem as dos lóbulos às vêzes secam. O cres
cimento fica paralisado e os tubérculos — na região dos olhos
— apresentam exsudações resinosas e um a podridão branca.
Q uando o tubérculo é cortado transversalm ente e com prim ido
entre os dedos, sai um a m assa branca dos vasos, que quase sem
pre se acha invadida de bactérias. A s plantas m ortas apresentam
as fôlhas descoloradas de m arrom escuro, e penduradas no pé.
C A N A -D E-
ACÚCAR N ão é raro encontrar-se um a cana, especialm ente em solos
(1 3 2 ) m uito ácidos e hum osos, que tem as suas fôlhas até a m etade
enroladas e penduradas. A s fôlhas apicais são um tanto cloró-
ticas com m anchas cinzentas. A m urcha das fôlhas é neste caso
tam bém um fato r decisivo na redução do crescimento. O pen dão
não abre. A cana atacada pela m urcha produz sem pre colmos finos
que facilm ente se deitam . A quebra do rendim ento é considerável,
(fig. 9 3 ).
C A FEEIR O
(1 3 2 ) A deficiência em cobre — ao menos em nossos caíèzais — é
facilm ente dom inada pela deficiência de zinco. A pesar disso, ela
existe em gran d e escala. A dom inância do zinco não indica que
a deficiência em cobre não existe, porque sabemos todos m uito
D eficiência bem que raram ente podem aparecer duas deficiências de uma
em cobre
d o m in a d a pela associação m ineral em um a fôlha só e que só raram ente, em
d e z in c o
alguns casos, aparece em um pé. A deficiência em cobre fica
apenas coberta pelas m anifestações da outra deficiência. M as
como o cobre sem pre está em deficit em nossos solos, encontram os
tam bém em nossos cafèzais as m anifestações desta carência em
todos os pés que forem um pouco mais tolerantes à deficiência em
zinco.
DEFICIÊNCIA DE COBRE 179
"D ieback”
padrão
A desfolhação e o “ dieback” nestes pés são m enos pronuncia
dos do que nos casos da deficiência em zinco, m as são, ainda a s
sim bastante fortes.
A m orte dos ram os novos por causa de deficiência em cobre
é o padrão neste sentido, e a denom inação “ dieback” foi es
pecialm ente inventada para a m orte dos brotos, quando deficien
tes em cobre.
CEBOLA
(6 3 ) E specialm ente quando as plantadas em várzeas tu rfo sas, as
cebolas só produzem bulbos pequenos, de um a côr de am arelo-
pálido. A s escam as dos bulbos são anorm alm ente finas. Essas
cebolas, carentes de firm eza, apodrecem facilm ente. E m casos
graves pode haver um a quebra total da safra. (fig . 9 8 ).
CENOURA
(4 7 )
A s fólhas tendem a m u rch ar em dias ensolarados. As raízes
são pouco sólidas, com m anchas moles — ( “ podridão branca” ).
FUM O
( 100) E sta deficiência aparece m ais em solos ricos em hunio, do que
em solos pobres. P ode ser provocada especialm ente por um a
adubação fo rte em nitrogênio, num solo esgotado.
"M urcha” O crescim ento é pequei o. A s fólhas superiores m urcham nos
dias quentes, mas se recuperam du ran te a noite. N o dia seguinte
elas m urcham de nôvo, e já mais acentuadam ente. Finalm ente elas
se apresentam perm anentem ente m urchas. O s caules das flôres
tam bém não têm mais fórça para ficar eretos e a produção de
sem entes é m uito escassa. ( fig. 9 5 ).
P a ra com bater essa deficiência basta um a pulverização com
um a solução de 16/100.000 a 8/100.000, o que eqüivale mais
ou m enos 8 gram as de sulfato de cobre em 100 litros de água.
L A R A N JE IR A
EOUTROS
A deficiência em cobre é, com exceção da de boro, a mais
C IT R U S com um em todos os laran jais e culturas de citrus. O cobre, como
o boro e o cálcio, é um dos principais responsáveis pelo tão fam oso
DEFICIÊNCIA DE COBRE 181
e tem ido "d ieb ack ” das laran jeiras, fato êste conhecido pelo nom e "T risteza"
vulgar de "triste z a " . (2 5 )
O s prim eiros sintom as são varas de água. delgadas e com
pridas. com folhas anorm alm ente grandes, um pouco deform adas
e, com a n e rv u ra principal curvada para cima. E stas varas moles,
logo assum em a fo rm a dum " S ”. N este estado, o pé aparece
ao observador como especialm ente vigoroso. (F ig . 96, P ra n c h a
14).
M ais tarde, quando a deficiência é m ais aguda, surgem logo
folhas pequenas, que caem depressa, em conseqüência do “ dieba
ck” dos galhos. N o pau velho as folhas são grandes, de côr escura,
às vêzes com ponta p artid a e m uitas vêzes d eform adas. ( Isso ó
especialm ente típico em " g ra p e -fru its ” ) .
Em casos m uito sérios, um a clorose das fôlhas começa, a p re
sentando-se som ente um a rêde de n erv u ras finas, de verde-es-
curo. N este estado as ram as e galhos geralm ente desenvolvem
M últip lo s
m últiplos brotos cloróticos, com pequenas fôlhas que logo caem.
Os brotos m orrem em seguida.
Exsudações
de resina
B rota g rande núm ero de varas de água. E xsudações de re
sina aparecem na casca e no pau, como tam bém nas raízes.
E m épocas sêcas, essas exsudações secam, acum ulando-se nos
pés. E m tem pos chuvosos, dissolvem-se logo na água. Assim ,
são em parte lavadas, dando às vêzes a im pressão ilusória de
haver m elhorado a exsudação de resina.
Excresccncias
escuras na
A s fru ta s que estão am adurecendo são um tanto irreg u lar
m ente form adas, cobertas dum a excrescência m arrom , que es
curece com o tem po e pode tornar-se até preta em fru tas bem
m aduras. E sta cam ada escura e áspera, pode cobrir em certos
casos a fru ta inteira como um couro.
DEFICIÊNCIA DE CORRE 183
Só a form a
d ivalente é Como som ente a form a divalente de m anganês é aproveitável
aproveitável para as plantas, a disponibilidade dêste elemento tem m uitas
relações com os outros fato res do solo.
O fato r mais im portante neste sentido é, sem dúvida nenhum a,
o próprio pH do solo e a presença de zinco e m agnésio.
Respiração
enzim al Reconheceu-se que o m anganês é 11111 dos fatores da respiração
enzim al, associado, por um lado, com o ferro e, por outro, com
o nitrogênio. E stá provado que um abastecim ento suficente em
m anganês pode dim inuir o efeito prejudicial às culturas dum a
te rra mal arejada.
M anganês e
am ónio O aproveitam ento dos am ónio-íons na te rra é especialm ente
m elhor em presença do m anganês. D. I. A R N O N (1 0 ) dem ons
trou além disso, que neste caso as plantas crescem m uito m elhor
com um a aduhação am ouiatada do que com fertilizantes nitra-
tados.
Isso m ostra estreita ligação de nitrogênio com o m anganês
no m etabolism o da planta.
N itratos
arm azen ad o s É interessante lem brar que os sintom as da m aior deficiência em
q u a n d o fa l t a m anganês aparecem sem pre nos lugares que têm m aior teor em
o m anganês
nitrogênio, e que, por outro lado, as plantas deficientes em m an-
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS 187
C lorose e
Os sintom as gerais da deficiência em m anganês são um a elo- n erv u ras verdes
rose pron u n ciad a das fôlhas m ais novas do broto e um a clorose
m oderada das fôlhas vizinhas, com tôdas as n erv u ras até as
finas de verde-escuro. M anchas esbranquiçadas aparecem espe
cialm ente no centro do limbo. P o n tin h o s necróticos são espa
lhados por tô d a a fôlha. exceto nas nerv u ras. A desfolhação
como o “ dieback” no café. citru s e pom ares é considerável. Os
pés m orrem das pontas dos brotos para baixo, como acontece
tam bém no caso da deficiência em zinco, boro e cobre.
ARROZ
Com o o a rro z é um a planta acidóíila, gostando dum p H baixo, (1 3 2 )
êle logicam ente deve estar apto a abso rv er consideráveis q u an
tidades em m anganês, zinco e ferro . P ro v av elm ente êle precisa P la n ta exigente
em elem entos
de m aiores q u antidades dêstes elem entos do que tôdas as outras
lavouras. O a rro z irrig ad o assim ila som ente o am ônio e por
isso não pode tra n s fo rm a r o seu n itro g ên io em am inoácidos
sem o m anganês.
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS
Rêde de
A s fôlhas mais novas aparecem m osqueadas de m anchas cloró nervuras verde
ticas com um a rêde de n e rv u ra s verde-escuro e até m esm o escuro na
folha clorólica
verde-azulado. Com o progresso da deficiência, a fôlha se to rn a
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS
P o n tinhos
M ais tard e, pontinhos pardacentos aparecem espalhados por necróticos
tôda a área clorótica da fôlha e pecíolos.
L A R A N JE IR A
T am bém nos citrus, os sintom as da deficiência em m an E OUTROS
ganês aparecem quase sem pre ju n to s com os de zinco. N a C ali C ITR U S
( 30 A )
fórnia, denom ina-se esta deficiência “ clorose de m a rl” , isto é.
clorose das te rra s calcárias, e em N ova Z elândia, “ clorose p in
ta d a ’’ ou “ fôlha m osqueada” .
As fôlhas superiores torn am -se um tanto cloróticas. com um a
rêde de n erv u ras verdes. M as a clorose não é tão pronunciada
como na deficiência em zinco ou ferro. (F ig . 105. P ran ch a 15).
Com o progresso da deficiência, tam bém a descoloração se
to rn a m ais pronunciada. O tecido assum e um a côr que vai de
verde-claro até o verde-am arelado, aparecendo ao m esm o tem
po — em certas variedades da p lan ta — m anchas brancas no
tecido intervenal. E m caso extrem os, as áreas intervenais to r
nam -se dum alaranjado-vivo, especialm ente em “ grape fru its ” e
Sin to m as
limões. Podem os o b servar que os sintom as são sem pre m ais p ro pronunciados
nunciados nas p artes som breadas da árvore. U m a desfolhação nas partes
som breadas
m uito in ten sa pode dar-se quando a deficiência de m anganês
aparece ju n to com a de zinco.
E m casos m oderados os sintom as foliares desaparecem com
o d eco rrer da época de verão. E m casos graves, pontinhos n e
cróticos espalham -se por tôda a fôlha, sobrevêm um a desfo lh a
ção intensa com o tam bém um a perd a considerável em galhos
novos do ano em curso. A s fru ta s são um pouco m ais claras
e m ais ácidas m as êsses sintom as são m uito difíceis de distinguir.
H á sem pre redução da sa fra q u an d o as fôlhas estão se ria
m ente afetad as.
194 DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS
LEGU-
M IM O SA S E m solos com alto teor de m atéria orgânica e igualm ente ele
( 181) vada um idade efetiva, com um p H relativam ente alto, o m anga
nês sem pre falta. Q uase tôdas as terras neutras e alcalinas ou
calcárias provocam esta deficiência.
A s fôlhas^ são verde-claro e até mesmo am arelas, com n e r
v u ras de cor verde-escuro. M anchas m arrons aparecem 110
tecido clorótico. 1am bém os cotilédones das legum inosas, com
m aiores sem entes, podem m o strar m anchas m arrons 1 1 0 seu cen-
tio . A hase das tôlhas nunca é afetada. A s prim eiras fôlhas
que m ostram esses sintom as são as mais superiores, e conseqüen
tem ente mais novas. O ponto vegetativo pode m orrer. Depois
de um a chuva forte, o quadro pode m udar com pletam ente, porque
então as fôlhas velhas são cloróticas, enquanto as recém -desen-
\ oh idas podem ser norm ais. N ão é raro que sintom as m ode
rados apareçam e desapareçam quando a iilanta está mais de
senvolvida, isto é, quando as suas raízes alcançam cam adas mais
p ro fu n d as do solo.
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS 195
A m en d o im
As folhas m ais novas, atacadas de clorose, não apresentam as
características n erv u ras verdes. M ais tard e as fôlhas afetad as
ficam bronzeadas.
A lfafa
A presen tam um a pronunciada clorose intervenal, e um desen (63)
volvim ento m uito retard ad o . A s plantas são fracas e pequenas.
20 a 50 q u ilo s/h ectare de sulfato de m anganês corrigem com
pletam ente êstes sintom as. A s plantas se recuperam , tom ando
a côr norm al, atingindo tam anho tam bém norm al.
G eralm ente a alfafa e o tri fólio são m uito tolerantes quanto à T rifó lio
TR IG O
( 101)
O tecido intervenal das folhas é clorótico, dando a aparência
de estriado de branco. A s panículas são vazias ou produzem
só grãos pequenos.
ZINCO
D E F IC IÊ N C IA
A u r é o l a da s
A clorose começa nas m argens e pontas das fôlhas velhas, manchas
geralm ente excluindo a base. N as áreas cloróticas logo aparecem necróticas
m anchas necróticas, com um centro m ais claro e um halo, isto é,
um a auréola destacada, que é o característico das m anchas
Fôlhas
necróticas da deficiência em zinco. P o r causa dêsse halo esta pequenas
deficiência em zinco foi p o r m uito tem po a trib u íd a a bactérias
que podem p ro d u zir m anchas necróticas da m esm a form a. Além
disso, os tecidos cl or óticos das fôlhas são em geral secu ndaria
m ente atacados p o r fungos ou bactérias e, por causa disso, não
se rem ediou a deficiência antes de em p reg ar fungicida com base
em zinco.
DEFICIÊNCIA DE ZINCO 199
P ú g i n a s a n t e r i o r e s :
Fôlha branca
A fôlha que envolve o cacho é m uitas vêzes branca e não pode
abrir-se, porque é m uito encrespada. Tam bém a p ró p ria espiga
é m uito contorcida e as panículas, com descoloração m arrom -
claro, são chôchas.
Isso acontece especialm ente em terrenos de solo prêto, com
um idade estagnada, isto é, em solos pantanosos, hum osos, mal
drenados.
C orrige-se esta deficiência com um a adubação de 12 quilos
por hectare de su lfato de zinco e 2,5 k g /h a de sulfato de cobre.
B A T A T IN H A
(1 5 5 , 63)
A s plantas nunca atingem um tam anho norm al. A s fôlhas to
m am um a posição levem ente vertical, enquanto as m argens dos
lóbulos se enrolam p ara cima. Os lóbulos são m enores e os en-
trenós m ais curtos que norm alm ente. A planta in teira é mais
ereta.
M ais tarde m anchas irregulares de côr cinzento-m arrom e até
m esm o bronzeadas aparecem (geralm ente prim eiro nas fôlbas
m édias) no tecido clorótico. Podem envolver até o brôto, caules
e pecíolos em casos graves.
O tecido afetado é côncavo e m orre logo. A s fôlhas se e n ro
lam inteiram ente. O s tubérculos são pequenos e leves.
C A F E E ÍT D
,(.132) E sta deficiência é mais comum em nossos cafèzais e geral
m ente causa o m ais fo rte “ dieback” dos cafeeiros.
A prim eira indicação desta deficiência é dada pelo aspecto
geral dos pés no tem po da colheita. A pesar de os pés estarem
DEFICIÊNCIA DE ZINCO 201
U m exam e cuidadoso sem pre revela o aparecim ento das pri- "Mancha
m eiras folhinhas pequenas com o desenho típico da deficiência
em z in c o : são cloróticas, m uitas vêzes com as m argens fo rte
m ente onduladas, a veia principal ainda de verde norm al, e
apresentam pontinhos cloróticos e depois necróticos, especial
m ente nas m argens com a tão típica auréola am arela. P ode haver
um ataque secundário de bactérias do tecido necrótico, o que a u
m enta m uito as m anchas.
H á um a intensa desfolhação dos galhos de baixo para cima,
provocando a acentuação do efeito de “ ro setas” , nas pontas dos "Rosetas”
galhos. O s pontinhos necróticos das fôlhas m orrem , e m uitas
vêzes caem.
B A N A N EIR A
(1 3 2 ) A deficiência m ais tem ida por todos os bananicultores é a de
zinco. M uitos bananais já tiveram de ser abandonados p o r causa
DEFICIÊNCIA DE ZINCO 203
As fô lh a s se
Os prim eiros sintom as são um a clorose leve entre as n ervuras, dobram
bem como um a fita verm elha, m uito estreita, nas m argens das
íôlhas mais velhas. N este ponto, as folhas dobram -se. Segue-se
então rapidam ente um a clorose m ais pronunciada, com a necrose
do tecido que assum e um a côr m arrom -escuro e até m esm o preta.
Q uando a clorose está com eçando, a ponta da fôlha m o rre em
poucos dias, sendo a área m orta sem pre b o rdada dum a fita estreita
dourada, de côr m uito viva. A parecem tam bém pontinhos dou
rados no tecido clorótico. A s íôlhas atacadas são fortem ente ra s
gadas porque o tecido colapsa depressa, não resistindo m ais ao
vento. A s p artes do tecido caem e neste estado dá-se sem pre um
ataque secundário fungiano. As fôlhas ficam cheias de pontinhos
Infecção
prêtos q ue provocam em poucas h oras a sua m orte total. As fôlhas f u n g ia n a
m ortas ficam pen d u rad as no pé. M anchas com descoloração
preta aparecem no tronco, enquanto os caules apresentam um a
côr rósea pronunciada. A fôlha m ais nova perm anece enrolada,
m orren d o tam bém , da ponta e base p ara a p arte m édia, quando
as dem ais p artes do pé já estão m ortas.
Não s o lt a m
A s bananeiras atacadas não soltam cacho m orrendo sem pre
em pouco tem po.
0 tronco cortado tran sv ersalm en te, apresen ta um as m anchas
m arron s, não m uito acentuadas.
"M al do
N os E. U. A. esta deficiência cham a-se “ brôto b ran co ” . E m P a n a m á ’"
nosso país tem nom es diferentes. H á quem equipare esta d e fi
ciência ao “ M al do P a n a m á ” , porque seus sintom as foram des
critos pela prim eira vez no Panam á. P orém , o ” Mal do P a n a m á ”
é um a doença fúngica. P ode ser que seja idêntica à deficiên
cia em zinco, na qual tam bém os fungos realizam o últim o se r
viço de destruição.
M istura de
U m a pulverização das ban an eiras deve ser feita com a seguinte p u lv e r iz a ç ã o
m is tu r a :
100 litros de água,
1,0 kg de cálcio hidratado.
140 gram as de su lfato de zinco
150 gram as de su lfa to de m anganês,
50 gram as de bórax.
206 DEFICIÊNCIA DE ZINCO
M i s t u r a de
3 g de bórax, adubação
10 g de su lfato de zinco,
10 g de sulfato de m anganês,
15 g de sulfato de cobre.
Q uando os pés novos sofrem esta deficiência, o tronco assum e Em pés novos
C A NA -D E-
V eja-se deficiência em m anganês. AÇÚCAR
FUMO
O típico nesta deficiência, é que sem pre as fôlhas inferiores 1100. 63)
perdem prim eiro a côr nas pontas e m argens. Som ente áreas
pequenas ostentam um a clorose m ais p ronunciada e são cercadas
pela auréola típica desta deficiência.
Infecção
E m geral, dá-se um a infecção secundária de bactérias, que c secundária
m uitas vêzes co n fu n d id a com a v erd ad eira causa do mal. O s
entrenó s são m uito curtos e por isso as fôlhas ficam m uito juntas.
As fôlhas são m uito grossas.
É preciso cuidado p ara não c o n fu n d ir êsses sintom as com os
da deficiência em potássio. M as a d iferen ça m ais pronunciada
é que no caso dum a deficiência em potássio as p rim eiras areas
que caem são as das m argens e das pontas das fôlhas. A s n e r
vuras finas nunca são afetad as e o colapso em geral é m uito
mais lento do que na carência de zinco.
L A R A N JEIR A
E OUTROS
A deficiência em zinco é tão com um em tôdas as citricu ltu ras C IT R U S
(|iie pode ser designada com o deficiência habitual dos laranjais. Doença
francesa”
É geralm ente conhecida como “ doença fran cesa” ( “ fren ch in g ” ) . (30)
208 DEFICIÊNCIA DE ZINCO
F ô lh as
pequenas Folhas pequenas e entrenós curtos são fatos característicos.
e en t re n ó s
L m casos agudos, as fôlhas são m uito pequenas, com tendência
a assum ir um a posição bem ereta.
DEFICIÊNCIA DE ZINCO 209
M A C IE IR A
(6 3 ) 1ambém nos pom ares a deficiência em zinco traz m uitos p re
juízos.
Especialm ente nas glebas arenosas, o zinco é m uitas vêzes
bastante deficiente, (fig . 115).
Rosetas
e fôlhas A s “ ro setas’" nas m acieiras, que aparecem no início da época
pequenas
chuvosa são bem características, como tam bém os galhos duros,
eretos, em cu jas pontas as fôlhas são pintadas. M uitas dessas
fôlhas não têm mais do que 3 cm de com prim ento e 0,8 cm de
largura. Com exceção dessas rosetas term inais, as ram as podem
ser com pletam ente desnudadas de fôlhas.
E m baixo das p artes afetadas brotam depois galhos com fôlhas
norm ais, as quais, m ais tarde, na época de desenvolvim ento se
to rn am tam bém pintadas e tortas.
DEFICIÊNCIA DE ZINCO 211
As f r u ta s são
A form ação de botões é seriam ente restrin g id a e as fru ta s que poucas e
vingam são geralm ente pequenas e deform adas. O s galhos com e pequenas
Como as “ espigas b ran cas” são m uito com uns em nossos trigais,
já fo ram consideradas como inevitáveis, e às vêzes mesmo como
um a peculiaridade do trig o brasileiro. A ssim não é, porém , tr a
tando-se som ente da falta de zinco.
A crescentando-se 12 k g /h a de su lfato de zinco na m istu ra de
fertilizantes, não som ente as espigas brancas desaparecerão m as
tam bém as espigas serão m aiores e as sem entes mais g raúdas.
CHUCHU
U m a das plantas m ais sensíveis a esta deficiência é o ( S e c h iu m
chuchu. A s suas folhas ficam extrem am en te pintadas, e ap re edu le)
(1 3 2 )
sentam som ente aos lados das n erv u ras um pouco de clorofila.
A reas necróticas irreg u lares espalham -se rapidam ente por tôda a
fôlha. A s folhas ficam um pouco crespas, fu rad as e caem
logo. A deficiência pode ser tão g ran d e que o pé m orre dentro
de poucos dias.
I’ <i p I n a o p o s t (I :
Tripo
A clorose g eralm ente não ocorre por fa lta r efetivam ente o O ferro n ão
falta, m as é
fe rro no solo, m as porque êle se acha ligado em com plexos ina- ligado
proveitáveis para os vegetais. A ssim , só as fo rm as orgânicas de
ferro divalente são aproveitáveis pelo vegetal, enquanto tam bém
as trivalentes e inorgânicas possam ser absorvidas pelas plantas.
U m a adubação fo rte em cálcio ou fosfato, a deficiência em po
tássio, ou g ran d es q u antidades de zinco, cobre ou m anganês po
dem provocar facilm ente esta clorose, causada pela falta de ferro .
(31, 179).
ARROZ
É bem conhecido que o arroz é um a planta que precisa de
bastante elem entos raros para o seu desenvolvim ento norm al.
Especialm ente o ferro, o m anganês e o zinco são elem entos
que êle não pode dispensar na dieta.
LEGU
Especialm ente a so ja está sujeita, às vêzes à deficiência em M IN O S A S
ferro, quando o solo h a ja recebido um a sobrecalagem . N otam os (6 3 ),
Soja
(6 3 ) A s fôlhas superiores am arelecem e se enrolam um pouco.
Com o tempo, tôdas as fôlhas novas e tam bém as nervuras
tornam -se brancas.
N um erosos pontinhos necróticos — atribuídos à toxidez do
m anganês — aparecem logo nas m argens das fôlhas. N este es
tado, as plantas não se recuperam mais com a pulverização.
A m en d o im
O am endoim é tam bém bastante suscetível a esta deficiência,
ao passo que a a lfa fa se m ostra m uito tolerante a ela.
Solução 1 % Como é m uito difícil d istinguir de inicio entre a deficiência
d e sulfato
de ferro em ferro e em m anganês, aconselha-se pulverizar um a planta
DEFICIÊNCIA DF FERRO 210
As fôlhas term inais dos galhos desbotam até um verde quase MACIEIRA
(1P1. 167)
branco e caem. As vêzes, os brotos secam. A s fru tas têm partes
intensam ente coloridas, enquanto o fundo é pálido. (1 6 7 ).
caem. (95, 9 8 ).
Pig. 122 — As fôlhas, nas plantinhns novas, são crespas, ostentando uma clorose
moderada. As nervuras permanecem verdes e as margens dos lóbulos enrolam-so
para cima.
222 DEFICIÊNCIA DE MOLIBDÊNIO
É c o m o se
faltasse azôto G eralm ente êsses sintom as de deficiência são os m esm os de
um baixo nível azótico, som ente as folhas apresentam -se m uito
m osqueadas.
T O M A T E IR O
(6 3 ) N as p lantinhas novas as fôlhas in feriores começam a osten
ta r um a cio rose com as veias principais e secundárias ainda de um
verde-claro e um encrespam ento m oderado, enquanto as m argens
dos lóbulos enrolam -se p a ra cima. N o estado final, as pontas e
m argens dos lóbulos m o rrem ; as fôlhas recém -desenvolvidas
são, a pi incípio, norm ais, m as logo apresentam tam bém aspecto
clorótico.
G eralm ente em terras b arren tas provenientes de "serp e n tin a",
esta deficiência ocorre com m uita facilidade.
O rd em segundo
R elacionam os as m anifestações de deficiência nu tritiv as nas os elem entos
plantas segundo os elem entos, p a ra facilitar a observação da
sem elhança visível en tre as diversas m anifestações de carências
nas dem ais plantas. P ro cu ram o s sem pre escolher as plantas mais
opostas nas suas m anifestações de carências, de modo que não
será difícil qualificar as deficiências de cu lturas, não tra tad a s
aqui, segundo os exem plos.
Sabe-se agora, p o r exem plo, quais os elem entos que m anifes M anifestações
da clorose
tam prim eiro a sua deficiência nas p artes superiores e quais nas
p artes in ferio res, m ais velhas da planta. Sabe-se, por exem plo,
que, nos casos da falta de potássio ou m agnésio, a clorose está
com eçando nas m argens e pontas das fôlhas, m uitas vêzes sem
atin g ir a base destas, enquanto na falta do boro ela começa na
base, p ro g red in d o p a ra a ponta foliar e que a deficiência de
ferro ataca prim eiro o centro do limbo.
São conhecidas as deficiências que proporcionam um a clorose
geral — com o a do nitrogênio, a do zinco, a do e n x o fre, etc. —
que se m an ifestam pela clorose do tecido, e esta onde as n e r
vuras perm anecem até o fim verdes, como no caso do m anganês,
no do m agnésio e no do ferro.
V a lo r da tabela
e squem ática
A tabela esquem ática das deficiências a ju d a rá m uito a desco
b rir com facilidade o que não foi explicado neste livro. U m a
vez que se tenha a noção da natureza da carência em foco, bas
ta rá ler com atenção tôdas as m anifestações dessa carência, ve
rificando o que prevalece no caso particular.
P od ia ser am pliada a relação das cu ltu ras de que tratam os, m as
não é necessário fazê-lo, porque cada lavrador que queira saber
o que está faltando na sua lavoura poderá consegui-lo facilm ente,
desde que conheça bem as experiências contidas neste livro.
A ssim , nunca lhe será difícil a p u ra r qual a deficiência em
questão.
Planta teste
L 111 m étodo sim ples é p lantar em tôdas as lavouras — de
vez em quando — um a planta teste, como um pessegueiro ou
um pé de fum o.
O pessegueiro nôvo, especialm ente, é a m elhor planta teste para
as deficiências em potássio, nitrogênio, fósforo, cálcio, zinco e
m agnésio. O rubim ( L eo mt ru s sib.), planta que encontra-se em
tôdas as beiradas de estradas e cam inhos, é teste excelente p ara
o m anganês, enquanto a m andioca deve servir para reconhecer
a falta de boro. O fum o é ótim o teste p ara as deficiências em
boro, cobre, potássio, nitrogênio, cálcio, m agnésio, m anganês,
e n x o fre e zinco.
O pessegueiro é m uito im portante porque indica as deficiências
antes de as lavouras serem plantadas. O fum o serve especial
m ente para identificar nas lavouras em pé a deficiência reinante.
O m elhor teste para a falta de fósforo seria a cana da variedade
C O 290, que, com 2 meses de idade, apresenta pronunciada pig
m entação p u rp ú rea nas fôlhas, quando há carência de fósforo.
cálcio.
A deficiência a p a re c e :
N IT R O G Ê N I O
FÓSFO RO
P O T Á S S IO
C Á L C IO
M A G N É S IO
FERRO
BORO
COBRE
M ANGANÊS
E tilen o
A ssim acontece, por exem plo, com o fato de um a adubação com
etileno au m e n ta r o rendim ento das batatinhas, batata-doce, m an
dioca, etc. em 70% e a coroação do trifó lio em 100%.
H orm ô n io s
Sabem os m uito acerca dos cham ados fito-honnônios. T êm -se
realizado com êles experiências com m uito êxito, m as não pode
m os ain d a explicar p erfe ita m en te sua atuação.
As plantas e
os elem en to s Infelizm en te, p o r m uito tem po, o hom em se ju lgou tão sup erio r
m enores
a tudo que, sabendo que as plantas contêm , por exem plo, ele
m entos m enores, não chegou à conclusão de que estas precisam
dêles p ara o seu p ró p rio m etabolism o e, de que não arm azenam
tais elem entos p ara beneficiar o hom em e o seu gado. F oi tard e,
quase ta rd e dem ais, que êle verificou isso.
Da m esm a m aneira, o hom em aproveitava as vitam inas, sem
consid erar que a p ró p ria planta tam bém necessitava delas, pois
se assim não íôsse não as produziria.
" A u x in a '’
K O E G E R , de U tre c h t, provou que os cereais em germ inação
em item um órgão, o “ coleoptite” , que produz o horm ônio “ a u x in a ”
com pletam ente indispensável p ara o seu crescim ento. O uím i-
cam ente puro, a “ a u x in a ” é incom paravelm ente m ais fo rte do que
os horm ônios hum anos. A p e sa r disso, 10 bilhões de plantinhas
de m ilho contêm som ente 1 g ram a dêsse horm ônio.
A “ a u x in a ” som ente p resente nos germ es e no m eristem a, p re
cisa, p ara a sua form ação, de boro e cálcio. Se bem que êsses
elem entos só sejam necessários em quantidades infin itam en te
m ínim as, fa lta tam bém a “ aux in a ’, o que parece inconcebível,
dada a aparen te insignificância dêsses traços m ínim os.
Vitam ina C
V itam ina B E stam os cientes de que a form ação da vitam ina C está estre ita
m ente ligada à presença de boro e cobre, que a vitam ina B e
e seu com plexo não podem ser produzidos quando falta o m ag-
FATORES DE PRODUÇÃO 231
nésio. XT m esm a ordem de idéias, lem bram os tam bém que sem
m agnésio e vitam ina B, as folhas, como a pele hum ana, se en
rugam .
Sabem os que sem m anganês, zinco, boro, cobre e ferro não há Cobre, M n,
Z n , B, F e
respiração, nem nas plantas nem nos anim ais, ou 1 1 0 h o m e m ;
sabemos que sem cálcio aparecem m uitas anom alias, tanto na C álcio
planta, nos anim ais e no hom em , como intoxicações nas plantas,
nervosism o e raquitism o no hom em , etc.. que são a conseqüência
da falta dêste elem ento.
N esta altu ra tem os de lem b rar que a água é geralm ente fato r
de crescim ento e que só em últim o lu g ar lhe dam os atenção.
232 A AGUA NA PRODUÇÃO
Irrigação
A irrigação, que p roporcionou a vida dos astecas no M éxico,
está g a ra n tin d o a vida do povo nipônico, está pondo a Itália nas
condições de e x p o rta r trig o e arroz.
Q uerem os lem b rar que 1 hectare irrigado dá alim ento p ara
6 a 8 pessoas, enquanto 1 h ectare sem irrigação alim enta apenas
duas pessoas.
E gito
N o E g ito não h á vida sem irrigação, e esta é ali tão velha
como a h istó ria do país. E desde que foi co n stru íd a a g ran d e
rep resa de M ak w ar, os dois m ilhões de hectares de te rra nas
beiras do R io N ilo constituem um a das regiões m ais férteis da
A frica. E constrói-se hoje a rep resa de " A s s u a n ” no N ilo
A zul, que deve g a ra n tir ainda m aior abundância para aquêle país.
P alestina
j á 64 anos antes de C risto, a P alestin a dispunha dos m ais am
plos aquedutos su b terrân eo s, as cham adas " ío g a ra s” que fo rn e
ciam não som ente água p a ra as cidades, m as tam bém p a ra a
a g ricu ltu ra. A li, um terren o irrigado é 5 a 10 vêzes mais p ro
dutivo do que sem irrigação. E o G overno de Israel sabe que
pode g a ra n tir a existência de m ais 4 m ilhões de habitantes,
desde que irrig u e de nôvo o seu te rritó rio p ró x im o do Rio J o r
dão, como está fazendo.
Irrigaçao por
aspersão A lém disso, é um fato provado — especialm ente pelas g randes
experiências feitas no P e ru — que as plantas irrig ad as por
asp ersão ficam quase isentas de pragas.
A fofice
U m solo fôfo, dum a e stru tu ra bem arejad a, fornecerá sem pre
colheitas m ais altas, m ais seguras e de m elhor qualidade do que
um solo decaído. O m elhor m étodo de conserv ar a água em
nossas te rra s de c u ltu ra é flocular o solo.
Adubação
c o m bactérias Cabe re la ta r tam bém aqui as experiências do cientista h ú n g aro
A. Y. G O T T H A R D T , q u e fêz criações de bactérias nos seus so
los d u ra n te 6 anos, paralelam ente a 2.100 lavouras m antidas pe
los processos com uns. O bteve nas suas cu ltu ras um aum ento das
sa fra s — em relação à m édia das lavouras com uns — de 30 a
9 8 % , especialm ente nas de tom ates, beterrab as e frutas.
D O GLOBOl
402371