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PRIMAVESI

A MODERNA AGRICULTURA
INTENSIVA v o l . it

DEFICIÊNCIAS MINERAIS EM CULTURAS


NUTRIERO C PRODUCfiD VEGETAL
A MODERNA AGRICULTURA INTENSIVA Vol. II

DEFICIÊNCIAS MINERAIS EM CULTURAS


NUTRIÇÃO E PRODUÇÃO VEGETAL
POR

A RTUR PR IM A VESI
Engenheiro Agronomj e Doutor em Agronomia, Professor de Agricultura Geral,
Diretor do Instituto de Solos e Culturas, Universidade
de Santa Maria, RGS, Br a s i l

A N N A MARIA PR IM A VESI
Engenheira Agrônoma e Doutora em Agronomia da Cadeira de Agricultura Geral,
Coordenadora-Geral do Instituto de Sol os e Culturas, da Universidade
de Santa Maria, RGS, Brasil

19 6 5

O ficinas Gráficas da L IV R A R IA DO GLOBO S. A.


Pôrto A le g r e - Brasil
D E D IC A T Ó R IA

Ao Professor Dr. José M a ria n o da R ocha Filho,


M agnífico R eitor da U niversidade de S a n ta M aria ,
lídimo orientado r da interiorização do Ensino Superior,

ao Professor Dr. A ry B ento Costa,


Digníssimo D iretor da F a c u ld a d e de A gronom ia da U SM ,

nossa hom enagem especial.


empresas

S. A. M O IN H O S R I O G R A N D E N S E S , P ô rto Alegre,
que, com sua generosidade, colaborou valiosam ente
na edição desta obra.

Comp. M E L H O R A M E N T O S de São Paulo S. A.


pela cessão dos clichês.
Agradecemos sinceram ente a todos que p resta ra m a
sua gentil colaboração.
FOREWORD
It gives me m uch pleasure to write a foreword to this im p o r ta n t book,
on the subject of signs of mineral deficiencies in tropical and subtropical
crops.
I he recognition of these signs forms the basis of the visual m ethod
of recognising m ineral deficiencies in crops causing limitations in yields
and q u a lity and, in the most extrem e conditions, to tal failures.
The visual m ethod is only one of a n u m b e r of diagnostic m ethod s
used by agricultural experts to increase crop production and has heen
applied with great success for a n u m b e r of years on te m p e ra te crops.
1 he m eth od has the great a d v a n ta g e in t h a t it can be used b oth
by experts and the more intelligent farm ers on growing crops in the
field, w ith o u t any special a p p a r a tu s or e qu ip m e nt o th e r t h a n the book
with the a p p ro p ria te illustrations in colour. F or these reasons it is parti-
culary valuable for m ak in g prelim inary ju d g e m e n ts of the causes of crop
failures and for m aking rapid surveys of crop conditions over large areas
of farm land.
T h e visual m eth od , w ith th e illustrations of the hunger signs for
m a n y crops, has been discussed in great detail for te m p e ra te crops, b u t
no such com prehensive book has previously appeared for tropical and
subtrop ical crops, hence the present volume is especially welcome. M o ­
reover, th e m etho d has a very special in the tropics and subtropics since
th ere are areas where th ere is an urgent need for greatly increased pro­
duction in crops in order to raise the n utritio na l levels and s ta n d a rd s of
living of the peoples. T h e broadleaved trees and bush crops and the
m a n y perennial crops grown are also especially well suited for the appli­
cation if the visual m ethod.
F o r all these reasons the book should prove a valuable aid in the
efforts th a t are being m ade to increase the yield and q u a lity of tropical
and subtropical crops and th us should receive a w a rm welcome from all
concerned in crop production and in the welfare of farm ing com m unities
in the tropics.
T. W allace

U n i v e r s i t y o f Bristol
D e p a r tm e n t of A g r icu ltu r e a n d H orticulture,
R esearch Station, Long A sh to n , m a io de 1 9 6 4
PREFÁCIO
É u m a grande satisfação p ara mim escrever um prefácio dêste im ­
p o rta n te livro, versando sôbre as demonstrações visuais das deficiências
minerais em culturas tropicais e subtropicais.
A verificação destas demonstrações é a base do m étodo visual de
reconhecimento de carência minerais em culturas, que causam a limitação
das colheitas, t a n to em qualidade, como em q u a n tid a d e e, em casos
extremos, provocam o fracasso to ta l das mesmas.
O m étodo visual, e somente um dos v a n o s m étodos de diagnóstico
usado pelos técnicos em agricultura, visando o aum ento da produção
agrícola e foi aplicado, com grande sucesso, já há m uitos anos, em zonas
tem peradas.
Êste m étodo possui a grande v a n ta g e m de poder ser usado, ta n to
pelos técnicos em agricultura, como pelos agricultores inteligentes, no
p ro p n o campo, sem precisar recorrer a aparelhos ou e quipam entos espe­
cializados, fora o livro, com as ilustrações apropriadas. Por isso, p a rti­
cularm ente im p ortante, podermos fazer julgam entos preliminares das
causas de fracassos das colheitas e de podermos fazer rápidas supervisões
das condições das culturas, em grandes áreas cultivadas.
0 m étodo visual, com as ilustrações dos sinais de deficiências de
m u itas culturas, foi elaborado d e ta lh a d a m en te para as culturas te m p e ­
radas, mas nen hu m livro compreensível foi editado, ainda, a êsse respeito,
com j elação a culturas tropicais e subtropicais, e, p ortanto, esta obra é
muitíssimo oportuna. Ademais, este m etodo possui um a im p ortância tôda
especial nos trópicos e subtrópicos, porque estas áreas necessitam, com
uigência, a u m e n ta r a produção agrícola e elevar o nível nutricional e o
pad rão de vida das suas populações.
Árvores frutíferas e m uitas outras culturas perenes, facilmente podem
ser incluídas na aplicaçao do diagnóstico visual.
Por todas essas razões, êste livro é u m a ajuda valiosa aos esforços
feitos p a ia a u m e n ta r as safras e a qualidade dos produtos tropicais e
subtropicais, e deve ser, por isso, m uito bem recebido por todos os que
se ocupam com a produção agrícola e com o bem estar das comunidades
rurais dos trópicos e subtrópicos.
T. W allace

U niversity of Bristol
D e p a r tm e n t o f A gricu ltu re a n d H orticulture,
R esearch Station, Long A sh to n , M a y , 1 9 6 4 .
VORWORT
D as E rk e n n e n von Pflanzenm angelerscheinungen h a t für die m oderne
L a n d w irtsc h a ft eine im m er noch w achsende B edeutung. Die Pflanze
be n ötigt ausser W asser und K ohlendioxyd 12 N ährstoffe. Diese müssen
der Pflanze in a u fn e h m b a rer F o rm und im jeweils für die Pflanze rich­
tigen V erhältnis zur Verfügung stehen, d a m it hohe E r n te n von g u te r
Q u a litä t eing ebrach t w erden können. A uf eine u ngenügende V ersorgung
m it den P flanzennährstoffen reagiert die Pflanze n ic h t n u r durch eine
geringere Leistung. Sie zeigt V e rä nd e ru ng en in ihrem W uchs, ihrem
Aussehen u nd besonders in der A u sbildung der B lätter. Diese V e rä n ­
derungen bezeichnen wir als M a n ge lsy m ptom e . Je d e r Pflan zen nährstoff
h a t ganz b e stim m te Aufgaben in der Pflanze zu erfüllen. Bei M a n g e l an
einem N ä h rsto ff werden diese A ufgaben nich t gelöst. D o rt, wo die Pflanze
noch im A u fb a u w a r oder wo ältere Pflanzenteile bereits für die n a c h ­
w achsenden O rgane K o h le n h y d ra te und andere Stoffe produzierten, setzt
n u n ein U m b a u oder A b b a u ein. Je nachdem , welcher N ä h rsto ff fehlt
oder welche N ä h rsto ffe der Pflanze fehlen, tre te n V ergilbungen oder
N ekro sen auf, allgemein V e rän de run gen der n a türlic he n Farb e, des Zus­
ta n d e s und der Form , die dann auch noch die Pflanze für einen Schädlin­
gsbefall em pfindlicher m achen können. Diese V e rä n de rung en oder Schäden
erscheinen an ganz b e s tim m te n Stellen. Die S y m p to m e des K -M an gels
sehen anders aus als die des C a-M an gels usw. Je besser nun die V e r ä n ­
derungen oder Sy m p to m e , die an der Pflanze bei N ä h rs to ffm a n g e l auf-
tre te n, b e k a n n t sind, u m so sicherer k a n n allein aus dem Aussehen der
Pflanze geschlossen w erden, wo die U rsache der E rn ä h ru n g sstö ru n g liegt.
Die rein visuelle B e tr a c h tu n g k a n n w irksam du rch B e n u tz u n g einer L up e
oder eines M ik rosko ps (schon bei 100-facher V ergrösserung) u n te r s tü z t
werden.
Es ist sehr zu begrüssen, dass der Verfasser, H e rr Professor Dr. A.
Prim avesi, nach eigener E r f a h ru n g und F o rsc h e rtä tig k e it diese so w ich­
tigen K e nntnisse zum N u tz e n der L a n d w irtsc h a ft hier zu sam m engestellt
hat. M ögen seine B e m m ü h u n g e n von Erfolg g ekrö nt werden.

W. B ussler

T e c h n i s c h e U n i v e r s i t ä t B er lin
I n s t i t u t fü r P f l a n z e n e r n ä h r u n g ,
B o d en ch em ie und B oden b iologie
B er li n , M ä r z 1 9 6 4 .
PREFÁCIO
O reconhecimento de deficiências vegetais tem, para a agricultura
m oderna, um a im portância sempre maior. Como sabemos, a p la n ta neces­
sita, além de água e gás carbônico, doze nutrientes. Êstes necessitam estar
a disposição da p la n ta em forma assimilável, e n u m a relação adequada,
a fim de que consigamos altas colheitas de boa qualidade. A p la n ta reage
a um a alim entação deficiente, não somente através de um a menor pro­
dução. Ela apresenta diferenças no seu desenvolvimento, na sua aparência
e, sobretudo, na formação das folhas. E stas modificações são conhecidas
como “sintomas de deficiência” .
C ad a n u trie n te da p lanta tem a sua ação específica a cum prir no
vegetal. N a falta de um nu trien te, estas ações não podem ser realizadas.
Ah, nas partes da p la n ta que, ainda, se acham em desenvolvimento, ou
nas partes mais velhas do vegetal que estão já fornecendo minerais a
órgãos novos, começa, agora, um a reconstrução e decomposição das m a ­
térias vegetais. D ependendo qual ou quais nutrientes faltem ao vegetal,
aparecem necroses, modificações da cor normal, do estado e da form a da
planta, que podem torná-la mais suscetível a um a praga. E stas modifi­
cações ou danos aparecem em lugares determ inados na planta. Os sinto­
mas da deficiência de potássio apresentam -se diferentes dos da deficiência
de cálcio, etc. Q uanto melhor conhecidas as modificações ou sintomas,
que aparecem na p la n ta por deficiência mineral, t a n to mais acertada-
m en te podemos concluir, baseados som ente na aparência vegetal, onde
está a causa do distúrbio nutricional. O reconhecim ento p u ra m e n te visual
pode ser com plem entado eficazmente, através do uso de um a lupa ou de
um microscópio (já com um au m e n to de 100 vêzes).
É m uito louvável que o autor, o Sr. Professor Dr. A. Primavesi,
te n h a reunido tão im p ortantes conhecimentos com base em pesquisas e
experiências próprias, a bem da agricultura. Sejam êsses esforços de g ra n ­
de utilidade às lavouras.
W. B ussler

U n i v e r s i d a d e d e Berlin
Instituto d e N u tr iç ã o V e g e t a l,
Q u í m i c a d o S o lo e B io l o g i a d o S o lo
B er li n , M a r ç o d e 1 9 6 4 .
FOREWORD
Effective and profitable produ ctio n of all crops depends in large
m easure on the c o ntinuing supply of essential n u trie n t elements in such
q u a n tit y as to meet the grow th needs of the individual crop especies.
Rarely is it possible to achieve satisfactory production levels of good
q u ality crops solely from n ativ e soil fertility. Since m an has achieved con­
siderable knowledge as to the n u tr ie n t element needs of plants, it is now
possible to su pp lem en t the n u tr ie n t supplying power of each kind of soil
with chemical fertilizers and soil a m en dm en ts, b y intelligent soil and crop
m a n a g e m e n t practices to increase the effectiveness of production systems.
I he identification of n u tr ie n t deficiency sy m p to m s in each species of
crop plant, has great usefulness. In m a n y situations, the p ro m p t application
of substances carrying th e deficient e le m e n t(s) m a y restore th e crop to
high p rod uctiv ity. In a n y case, the occurrence of deficiency sym ptom s
serves as the w arn in g t h a t serious problems of plant n u tritio n m u st be
solved, if recurrence of retarded crop grow th and inferior q u a lity are to
be avoided.
In addition to the use of deficiency sym p to m s as a guide to good
crop m ana g e m e n t, the m anager needs to give consideration to "hidden
h u n g e r”, which is a condition of limited n u trie n t supply t h a t retards
grow th and reduces crop qu ality, b u t is no t sufficiently severe as to
produce visible deficiency sym ptom s. C rop n utrition ists are steadily de­
veloping new knowledge as to the range of n u trie n t element c o n te n t t h a t
will insure o p tim u m o p p o r tu n ity for crop d evelopm ent and m a tu rity .
1 hese cu rre n t levels of n u trie n t sup ply are d eterm ined by rapid analytical
m eth ods applied to index portions of th e p artic u la r crop — such as, fully
developed yo u n g leaves, leaf petioles, or segments of the stem, as m ay
be ap pro priate. Along w ith such p la n t tissue testing, the use of rapid
m etho ds of soil testing prior to th e growing season, provides a powerful
tool of m a n a g e m e n t for the efficient crop m anager.
T h e se applications of science and technology t h a t insure more plen­
tiful production of crops, along with desired levels of q uality, are helping
to raise the prod uction levels of food, fiber, and livestock feed in all
p a rts of the world. T h e dependence of m an on the p ro d u c ts of th e land
dem and fuller use of our n a tu ra l resources to meet the growing needs
of the people. T h e a d v a n c e m e n t of h u m a n welfare in each n a tio n depends
on high levels of p roduction for all crops and pastures, in th e v a rie ty
p e rm itte d b y the n a tu ra l resources of land, climate, and v e getation, under
the wise m a n a g e m e n t of skilled cultivators.
H o w a r d B. S p r a g u e
Em eritus Professor o f A g r o n o m y
P e n n sy lv a n ia S ta te U niversity
U n iv e r sity Park, P e n n s y lv a n ia , U. S. A.
July 2 4 , 1 9 6 4
PALAVRAS INTRODUTÓRIAS
A riqueza e a prosperidade do Brasil dependem da fertilidade dos
nossos solos. 1 odo nosso problem a econômico resulta afinal da decadência
das nossas terras im p iedosam ente exploradas. N ã o se verificaria a a tu al
elevação de preços se a produção não houvesse encarecido, e esta jam ais
encareceria ta n to se não decaísse por unid ad e de área, a cada ano. O
fato é que produzim os m u ito menores colheitas com maiores despesas.
Maiores, porque os solos decaídos requerem cada vez mais trato.
O N o r te do Brasil, em grandes partes, é quase infértil. M ais de um
têrço do E stad o de São Paulo é constituído de cerrados e cam pos de
barba-d e-bo de, e, no e n ta n to , êste E sta d o e alguns do N o r te a n tig a m e n te
ofereceram uberríssim as colheitas aos nossos antepassados, possibilitando
considerável d esenvolvim ento ao nosso país.
O nosso problem a apre se n ta ainda g rand e dificuldade porque não
conhecemos c o m p le ta m e n te as causas da diminuição catastrófica das co­
lheitas. Sabem os que esta é em p a rte devida à erosão e ao esgo tam ento
do solo, e que precisamos adubá-lo com m a té ria orgânica e sais minerais;
m as não temos conhecim ento integral de tu d o q u a n to está falta n d o às
nossas terras. G era lm e n te acontece surgir n u m ano de sêca um a moléstia
que exterm ina de um a vez só d e te rm in a d a cultura. Ora, até que se m ande
fazer o exame da lavoura, até que se suspeite ser o fenômeno d ev a s ta d o r
devido apenas a u m a deficiência ainda não identificada, até que se pro ­
videncie o exame do solo, que m u ita s vêzes não revela a causa do mal,
o te m p o corre e tô d a a c u ltu ra se perde. M u ita s vêzes, em conseqüência
dêsse fato, o lavrador, a rru m a d o , a b a n d o n a a sua terra, p ro cu rand o t r a ­
balho na cidade.
M a s não é tudo. Às vêzes os exames da te rra foram feitos com a n te ­
cedência e a a d ub a çã o efe tu a d a conforme prescrições que se diriam ade­
quadas, e, contudo, o resultado em m uitos casos é catastrófico. Q u a n ta s
vêzes tivem os o p o rtu n id a d e de ob serv ar que especialm ente o milho, o
algodão, o arroz, etc., ad ub a d o s com fertilizantes, aliás caros, pereceram,
ao passo que, não adubados, proporcionaram colheitas, em bora pequenas.
Por quê?
P orque o balanço dos c o njuntos químicos é m u ito mais complexo do
que im aginamos. T odos os elementos existem, em certas relações e pro­
porções, nos cham ado s “com pou nd s", e êstes c on juntos químicos devem
ser c u id a d o sa m e n te equilibrados, a fim de proporcionarem boas colheitas.
N ã o se fazem por e n q u a n to exames químicos da terra, nem das folhas, que
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sempre dariam esclarecimentos satisfatórios. Assim acontece porque êsses


exames dependem do tem po e do lugar onde as am ostras foram colhidas
e n ad a esclarecem sôbre as relações dos elementos no solo e na planta.
A penas podem dar uma impressão b r u ta q u a n to ao estado do solo ou dos
elementos absorvidos pela planta. N unca, porém, indicam se êles poderão
ser aproveitados. O aprov eitam en to dos elementos n u tritiv os depende da
existência ou ausência dos demais elementos do “c o m p o u n d ” e da e stru ­
tu r a do solo.
Devemos ter sempre em mente, que a terra é o espaço vital da
planta! N inguém pode m o stra r melhor tôdas as condições adversas do
solo encontradas pela planta do que a própria planta. Assim sendo, que
há de mais n atural e adequado do que observar na p la n ta o que é que
a prejudica na terra?
Êste livro possibilita ao lavrador inteligente reconhecer p r o n ta m e n te
as deficiências existentes no solo. E êsse reconhecim ento lhe evitará o
mêdo às “moléstias assustadoras" — as quais aum e n ta m , de ano para
ano, em nossas lavouras, — porque o habilita a atalhá-las, e n q u a n to ho u­
ver tempo. N inguém mais se verá na contingência, por exemplo, de perder
o seu mandiocal por causa de “envasso u ra m e n to ”, o seu to m a ta l por
causa de “v ira-cabeça” , a sua p lantação de fumo por causa de “m u rc h a ”
ou ferrugem, e seu milho por causa da “q u e im a ”, o seu arroz por causa
da “brussone”, o seu bananal por causa do ““m a l-d o -p a n a m á ”, etc. I n ú ­
meras doenças que causam mêdo perdem a sua temibilidade, porque o
lavrador lhes conhece as causas e, assim, as pode co m b ater p ron tam en te.
É incalculável o benefício que êste livro tr a r á a nossa lavoura, pois
se evitarão muitos prejuízos no futuro se o lavrador souber descobrir, pelo
aspecto das plantas, as causas do mal, causas que tal aspecto denuncia
com a maior eloqüência. A produção b a ra te a rá consideravelm ente, porque
os riscos da lavoura diminuirão.
Com esta obra, a lavoura tropical vo ltará a ser altam ente lucrativa
e segura. É fato m uito conhecido que a lavoura tropical é im ensam ente
mais difícil do que a dos países de clima moderado, porque carece do
benéfico som bream ento pela neve. Era dificílimo controlar as reações
químicas em nossos solos, pois não havia um meio eficiente de observá-las.
Agora, porém, êste livro vem oferecer um processo de observação e con­
trole de tud o o que acontece com as nossas terras, por intermédio da
própria planta.
Por isso é que, de agora em diante, o próprio lavrador se to rn a rá
“médico de sua lavoura. E sta é uma das obras básicas da agricultura
moderna. As plantas m anifestam as suas necessidades por mil modos,
que constituem como que um a linguagem, e êste livro é o intérprete
seguro dessas manifestações, ou um dicionário que permite a compreensão
dessa linguagem.
Eng.° Agr.° C i r o A l b u q u e r q u e
São P a u lo , 31 de agôsto de 1964
ÍND IC E DOS CAPÍTULOS
In tro d u ç ã o ..................................................................................................... 1
Sistema de associações minerais ......................................................... 8
M acro n u trie n te s ....................................................................................... 12
Micro n u t r i e n t e s .......................................................................................... 19
Consideração geral sôbre a du bação .................................................... 29
A dubos nitrogenados ............................................................................... 31
A dubos potássicos ....................................................................................... 35
Adubos fosfáticos ....................................................................................... 37
A dubos c a l c á r i o s .......................................................................................... 40
Dem ais elementos nu tritivo s ................................................................. 43
L u g a r da primeira m anifestação de d e f i c i ê n c i a ................................ 46
Deficiência de nitrogênio ......................................................................... 51
Deficiência de fósforo ................................................................................ 65
Deficiência de potássio .............................................................................. 76
Deficiência de c á l c i o ................................................................................... 99
Deficiência de magnésio ............................................................................ 120
Deficiência de boro .................................................................................... 142
Deficiência de enxofre ............................................................................... 171
Deficiência de cobre ................................................................................... 176
Deficiência de m anganês ......................................................................... 186
Deficiência de zinco ................................................................................... 197
Deficiência de ferro .................................................................................... 215
Deficiência de molibdênio ...................................................................... 220
Conclusão ........................................................................................................ 223
Controle do seu diagnóstico .................................................................. 225
R esum o da ação recíproca dos elementos ......................................... 227
Considerações finais .................................................................................. 230
Bibliografia ..................................................................................................... 234
Resumo em inglês ( S u m m a r y ) ............................................................. X X I
R esum o em alemão (Z u sa m m e n fa ssu n g ) ....................................... X X I I I
índice dos T e m a s ...................................................................................... 241
ERROS TIPOGRÁFICOS

“A lu ta co ntra o êrro tipográfico tem algo de homérico. D u ra n te


a revisão os erros se escondem, fazem-se po sitivam en te invisíveis.
M as, assim que o livro sai, tornam -se visibilíssimos, verdadeiros
sacis a nos b o ta r a língua em tôdas as páginas. T r a ta -s e de um
verdadeiro mistério que a ciência ainda não conseguiu decifrar . .

M o n teir o L obato
SUMMARY
“Deficiências M inerais em C u ltu ra s", a h and bo ok o u t of the trilogy a bout
modern, intensive agriculture, deals with the visual symptoms of mineral
deficiencies on plants as well as the problems of an adequate commercial
dressing.

In a scheme abo ut the “com pound sy stem " of n u trie n ts, the efficiency
of minerals is shown, their sinergisme or reciprocal im peachm ent.

A survey of the n u trie n t reaction as of their a d e q u a te application is


given. Special a tte n tio n is paid to the fact t h a t a commercial dressing
is w ithout effect in tropical and subtropical zones on soils with a high
bulk density, low hum us level and little intensive microlife.

T h e c u sto m a ry Brazilian commercial fertilizers are tre a te d with con­


sideration to their reaction on soil and plant. E m ph asis is given to the
lime problem, which is not only considered as a pH corrector b ut
especially as a p lant n u trie n t, thus, resulting different points of view
relative to its application.

Classification according to the sym to m s of deficiencies and not accor­


ding to the different crops, also enables the reader to identify hunger
signs in crops, not m entioned in this handbook.

Each c h a p te r tre a tin g a mineral shortage is preceded b y a su m m a ry


of the m ost ch aracteristic s y m p to m s of this lack, before it is ta k en in
the special consideration of crops. In this book: Rice, cotton , bananas,
coffee, sugar cane, tobacco, manioc, sweet potatoes, tree melons, soja,
peanuts, citrus, ananas, corn, as well as apples, peaches, grapes, w heat,
potatoes, legumes and vegetables, which grow in the subtropical zones
of Brazil are treated. 120 plates, partially colored, p artially in black and
white, illustrate th e shortage sym ptom s. T h ere is not only a detailed
description of the sym ptom s, b u t also the exact localization of their first
ap pearan ce on the plant and the general impression the p la n t or crop
tra n s m its when suffering from this very defficiency. T h e shortage of zinc
on coffee trees, for example, provokes the fading of th e green color on
the sun side of the tree and is stronger on d ry places.

A v ery suitable subject index serves as a “k e y " and enables the


easy identification of the lack. F o r exam ple: the basis and points of buds
r o t t e n : calcium s h o r t a g e ; little, green fruits sh e d : phosphorus sh o rta g e ;
XXIV

gum blisters: copper shortage; a. s. o. According to these observations,


the reader finds where he m a y m ake research and identifies then the
shortage definitively, com paring all this observations with the sy m p to m s
given in th e handbook.

1 he m am objective of this handb oo k is to enable the progressive


farm er and agronom ist to recognize, on the camp, th e shortage which
the culture suffers and to allow the im m ediate rep aratio n to save the
endangered crop.
ZUSAMMENFASSUNG
In “Deficiências M inerais em C u ltu r a s ” — des als H a n d b u c h gedach ten
zweiten Bandes einer Serie über die m oderne, intensive L a n d w irtsc h a ft —
werden die Problem e der M angelerscheinungen an Pflanzen und der
entsprechenden D ü n g u n g behandelt. Ein vom Verfasser entw ickeltes
Schema der reziproken W irk u n g der einzelnen N ährstoffe, das “C o m po und
— S y s te m ”, fü h rt in die Probleme der Sinergismus oder der H e m m u n g
der einzelnen E lem en te ein.

Eine Ü bersicht über B e d eu tu ng und W irk u n g der einzelnen N ä hrsto ffe


sowie ihre zweckmässigste A usb ringu ng werden be handelt. Besondere
B e a c h tu n g wird auf die T a ts a c h e verw endet, dass die H a n d e lsd ü n g u n g
in den tropischen und subtropischen G ebieten nu r dann w irkt, wenn der
Boden gar und krümelig ist und einen genügenden H u m u sg eh a lt besitzt,
um ein vielfältiges M ikrobenleben zu gewährleisten. Anschliessend werden
die in Brasilien verfü gb aren H a ndelsd üng er und ihre spezifische W irk u n g
auf Boden und Pflanze beh an delt und vor allem gezeigt, dass eine K alk u n g
oftm als nicht so sehr der K orrektion des p H , als der P fla n z e n e rn äh ru n g
dienen soll, wobei andere G e sic h tsp u n k te der A u sbringung herrschen.

Die O rd n u n g nach M angelerscheinungen und n icht nach K u ltu re n


soll es dem Leser ermöglichen, an der Auswahl von S y m p to m e n auch
identische M ängel an K u ltu re n zu erkennen, die hier nicht besprochen
werden. E in füh ren d zu jeder M angelerscheinung wird eine Z u sam m e n fa s­
sung aller charak teristischen M e rk m a le gegeben, die in der Regel v o rh e r­
rschend sind, ehe auf die speziellen K u ltu re n übergegangen wird.
Es werden b eh andelt: Reis, Baumwolle, B ananen, Kaffee, Zuckerrohr,
T a b a k , M a n ih o t, Süsskartoffeln, B aum m elon en , Soja, Erdnüsse, Z itru s­
früchte, A nanas, M ais, aber auch Äpfel, Pfirsiche, W ein, W eizen, K artoffeln
und Gemüse, die in den subtropischen Zonen Brasiliens ge b a u t werden.

120 Bildtafeln, teils farbig, teils schwarz-weiss, illustrieren die M a n ­


gelsym ptom e. Es wird jeweils n ich t nu r das S y m pton an sich, sondern
auch genau die Lokalisierung des ersten A u ftre te n s an der Pflanze und
die G e sam terschein un g der Pflanze angegeben. So, zum Beispiel, bei
Z inkm angel das einseitige Vergilben der K affeebüsche auf der Sonnenseite,
sowie das stärk ere A u ftreten an trockeneren Plätzen. Ein zweckmässig
geordnetes Sachregister dient als “Schlüssel" und erm öglicht die einfache
Identifizierung des Mangels. Zum Beispiel: K n ospen faulen teilweise an:
XXVI

K alkmangel. — Kleine, grüne F rü c h te werden abgeworfen: Pho sp h o r­


m a n g e l . — G um m ifluss: K upferm ang el, usw. Der Leser findet also, je
nach seiner Beobachtung, angegeben, u n te r welchem M angel er zu suchen
hat, und kann dann nach vergleichenden B eobachtungen feststellen, w orum
es sich effektiv handelt.

D er H auptzw eck dieses H andbuches ist es, sowohl den fortschrittlichen


L an dw irten , als auch den A gronomen die M öglichkeit zu geben, an Ort
und Stelle, ohne langwierige U ntersuchungen, den M angel festzustellen
und durch Sofort m assnah men eine gefährdete K u ltu r noch zu retten.
INTRODUÇÃO
M uitas vezes o lavrador encontra-se ante um d ile m a : ou reco­
nhece logo de que sofre sua cultura, ou perde-a tòda em poucos
dias. Mas, como conhecer a causa do mal ?

A rem essa de am o stras de te rra para a análise química (116, H á m istério


na A gricultura
137, 139, 175) às entidades especializadas é, às vêzes, de re­
sultados demorados e, aliás, nem sempre revelam o mal. A
análise química foliar poderia revelar com m aior presteza
e segurança o que está faltando, mas, é também, dem orada
como as análises biológicas, com fungos A sp erg illu s niger
( 1 1 4 ), C unnigham ella ( 9 6 ) , A zo to b a ctcr ( 1 4 3 ), etc. Como
proceder então ? N a d a mais restará a fazer senão deixar
perecer a c ultura? H o je em dia a lavoura j á é muito difícil.
A s terras cansadas e esgotadas não produzem bem, e além disso
quase cada ano aparece nova moléstia desconhecida, que alarm a
os plantadores. E quando se espera que o adubo químico, caro
e difícil de a rra n ja r, proporcione m elhor colheita, aparece su ­
bitamente um a moléstia nunca vista, que tudo estraga. O de­
sespero invade a casa dos lavradores e muitos perdem a con­
fiança, abandonam a sua terra e procuram emprego nas cidades.

A planta
Dedicarno-nos muito a êste problema por estarmos conven­ indica tu d o
cidos de que não h á nada de estranho e misterioso na agricul­
tura. U m a safra nunca traz surpresa. J á a plantinha de 6 a
8 semanas permite a avaliação da sa f ra vindoura. E x a m in a n d o
o desenvolvimento radicular, consegue-se perceber m uita coisa.
A raiz alimenta a planta e da alimentação depende o rendimento.
A planta indica a te x tu ra e e stru tu ra do solo agrícola, o p H ,
o teor em minerais, tudo, enfim , que precisamos saber para
podermos avaliar a sa fra ( 1 3 7 ) .

D iag n ó stico
H o je em dia fala-se muito a respeito do diagnóstico químico q u ím i c o foliar
foliar. Êste nada mais é que um aperfeiçoamento do velho
método N E U B A U E R ( 1 1 9 ) . Foi o professor L. K E H R E N
que introduziu esta prática no Brasil. Faz já tempo que no m undo
inteiro os agrônom os e cientistas reconheceram a insuficiência
da análise química do solo (110, 151).
?
D IS P O N IB IL ID A D E D O S N U R IE N T E S

Pode-se acrescentar que o cham ado diagnóstico das folhas


p ro p riam en te dito é a análise quím ica do tecido foliar, dos
pecíolos, e de outros tecidos vegetais, como a dos brotos novos,
porque nem sem pre é a fôlha a parte analisada. Especialm ente
q uanto ao café ( C offea arabica, L ) , a laran jeira ( C itrus sinen­
sis [LI O sb eck ), etc., usam os, em m uitos casos, brotos e ram as
p a ra a análise. Ê ste m étodo já é um passo p a ra diante. Com êle
vemos m ais de perto as necessidades e possibilidades das plantas
relativam ente aos n u trien tes do solo.
D isp o n ib ilid ad e
dos n utrientes D igam os possibilidade, porque em m uitos casos os sais m i­
nerais encontram -se em q uantidades suficientes no solo, m as
inaproveitáveis para os vegetais. O aproveitam ento de certos
m inerais depende m uito dos seguintes fatores ( 1 4 5 ) :

1) das p articularidades da te x tu ra e e stru tu ra do solo; do


com plexo de tro c a -a d so rçã o ;
2 ) do teor húm ico do solo e da m icrovida;
3) do m icroclim a e da um idade do s o lo ;
4 ) do p H ;
5) da presença ou ausência de outros elem entos n u tritiv o s;
6 ) do pF .

ag ricultores A té hoje m uitos são de opinião que tudo depende de “ ex istir


inteligentes ou não um certo elemento no solo. M as já sabem os que a A g ri­
conseguem boa
lav o u ra c u ltu ra é m uito com plexa. E n q u anto os solos apresentavam g ra n ­
de fertilidade tudo era fácil. H oje, os fatos m udaram com ple­
tam ente e só os m ais inteligentes sabem ainda produzir econo­
m icam ente. A gora, como a A g ricu ltu ra exige que se conheçam
tanto as leis natu rais, como a O uím ica e a Física, sua dificuldade
acom panhou essas ciências.

T extura e A te x tu ra e e stru tu ra do solo, e com ela o complexo de troca-


Estrutura
do Solo adsorção, determ inam a fixação dos n utrientes no solo, a form a
dessa fixação ou a sua perda pela lavagem. (1 3 1 ).
Hum o e
m icrovida O ácido húm ico e os seus com postos proporcionam , na m aio­
ria dos casos, a disponibilidade dos nutrientes, especialm ente
do fó sfo ro e de vários elem entos m enores. O hum o possibilita
a vida m icrobiana (1 4 5 ) que é responsável pela e stru tu ra do
solo e disponibilidade dos sais m inerais.

O c lim a O m icroclim a, em particu lar, e o m acroclim a das estações,


em geral, têm enorm e influência na disponibilidade ou defici­
ência de um m ineral (6 3 ). O potássio e o m agnésio são facil­
m ente lavados, e especialm ente em épocas úm idas sua deficiência
EXIGÊNCIA VEGETAL EM MINERAIS 3

é m ais acentuada, enquanto o cálcio, o boro, etc., são m uito


influenciados pela sêca e, ao passo que, em anos secos, a cultu ra
pode chegar a perecer p o r cau sa dessas deficiências, em anos
úm idos pode ser perfeitam ente norm al no m esm o lote de te rra.
D epende a influ ên cia do clima, porém , decisivam ente da es­
tru tu ra do solo e de sua perm eabilidade.

O p H foi reconhecido há m uito tem po como fa to r essencial O pH


na n utrição das plantas. A s p lantas acidófilas são as que su ­
po rtam ou toleram ou até necessitam quan tid ad es relativam ente
gran d es de m agnésio, m anganês, zinco, cobre, boro, etc. De
ou tro lado, elas não precisam de cálcio em g ran des quantidades
p a ra o seu m etabolism o.

A s p lantas que gostam dum am biente n eu tro ou m esm o alca­ T o lerância e


exigência d o s
lino, são, por sua vez, m uito tolerantes à deficiência da m aior vegetais

parte dos elem entos m enores, precisando som ente quantidades


relativam ente m ínim as dêles, m as são bastante exigentes em
elem entos principais ou m aiores. N u m p H desadequado estão
ligados, ou m obilizados parcial ou totalm ente, elem entos neces­
sários, que desaparecem ou se to rn am nestas q u antidades tóxicas
para os vegetais e disso resu lta em m uitos casos um a depressão
considerável do crescim ento, da sa fra e, às vêzes, o colapso
total da cultura.
A í vem os a razão p o r que, especialm ente as plantas que
gostam de um p H baixo, como o arro z, o café, a m andioca,
etc., são especialm ente sensíveis à fa lta dos elem entos m enores,
que lhes são necessários em escala relativam ente larga. P o r
isso, a “ triste z a ” do cafeeiro e da la ra n je ira, a “ cabeça-branca” do
a rro z , o “ en v asso u ram en to ” da m andioca, a “ m u rc h a” do fum o,
etc., são m anifestações bem conhecidas devidas à deficiência
em elem entos raros. P o rém , em nossos casos, não se tra ta dum
p H alto dem ais, m as do em pobrecim ento total da nossa te rra
p o r causa da acidificação e, p o r isso, de fácil lixiviação dos
nossos solos.

Elem entos
M u itas vêzes, tam bém um a calagem , especialm ente um a so- m enores e
bre-calagem , pode provocar sintom as pronunciados de carência, m aiores
m icro-m acro-
porque em lugar de m obilizar elem entos, com o o faz o p H baixo, n u trien tes
liga-os (1 4 5 ).
D evem o-nos liv ra r da idéia de que os elem entos m enores são
m enos im p o rtan tes que os elem entos m aiores. O nitrogênio, o
.fósforo, o potássio, o m agnésio e o cálcio são tão essenciais p a ra
a nu trição da plan ta como o boro, o cobre, o m anganês, o zinco
e o ferro , porque a im portância de cada um é a m esm a. O que é
d ife re n te é u n icam ente a q u antidade absorvida, que é g ran d e ou
4 RELAÇÕES RECÍPROCAS DOS MINERAIS

m ínim a. E xperim enta-se, porém , om itir um desses elem entos


m enores da dieta vegetal e se verá a sua im portância.

Relações
recíprocas A presença ou ausência de outros elem entos n u tritivos são
e n t r e os igualm ente im portantíssim as. A té h á pouco, conhecia-se apenas
elem entos
a Lei do M ínim o (9 0 ). M as essa lei não é tudo. A s ligações
dos com pounds ’ e as relações recíprocas entre os diversos ele­
m entos são m uito m ais com plexas e im portantes do que se sus­
peitava. O "co m p o u n d ” é um a associação de elem entos cujas re ­
lações recíprocas são responsáveis pelos difíceis problem as
da nutrição vegetal. P o r exem plo, a carência de potássio dim inui
m uito a soluhilidade do horo e do fó sto ro , provocando assim
igualm ente um a deficiência pronunciada dêsses elem entos. O
horo é o elem ento essencial p a ra a boa distribuição do fósforo
na planta. De outro lado, a carência de potássio provoca um
excesso fictício, mas m uito indesejável de cálcio e m agnésio,
enquanto sua aplicação unilateral causa, especialm ente nos pastos,
a deficiência pronunciada de m agnésio, que provoca a "teta n ia
do gado (176 A ) . O boro tem um a ligação com o cobre, que é
elem ento indispensável para o vigor e resistência da p la n ta ; o
vegetal está perdendo seu tu rg o r tornando-se mole e suscetível
a qualquer prag a e m oléstia. O cobre por sua vez contribui bas­
tante para a disponibilidade de zinco e m anganês, provocando,
se faltar, m anifestações de deficiências dêsses m inerais. Ge-
ralm ente predom inará a m anifestação da deficiência em zinco,
m as na verdade o que falta é som ente potássio. Êsse fato m ostra
a razao porque um a deficiência pode ser c u rad a pela sim ples apli­
cação dum elem ento bem d iferente daquele que se suporia ne­
cessário. 1 ai fenôm eno contribui tam bém p a ra to rn a r o caso das
deficiências tão m isterioso.
M as êstes são por enquanto som ente os fatores que têm de
ser observados im periosam ente. A gora, com preender-se-á, por
que o exam e quím ico ou biológico do solo raram ente pode d ar
resultados satisfatórios. 1 al exam e nunca leva em conta os
fatores das associações "co m p ounds” , recíprocos ou antípodas
dos elem entos d iversos; nunca leva em conta a influência do
p H , do com plexo troca-adsorção, do clim a e da estru tu ra do
solo. M ostra, apenas, o que a plan ta poderia en co n trar no solo
quando todos os fatores fôssem favoráveis. G eralm ente, porém ,
tais fatores não são favoráveis e por isso o exam e não tem m uito
valor prático (1 0 4 ).

Análise
quím ica
A análise quím ica foliar já se aproxim a bem mais da v er­
foliar dade na indicação das necessidades reais da planta. M as existem
cei tos fatos que ainda são contrários ao uso exclusivo da a n á ­
lise quím ica foliar.
ANÁLISE FOLIAR

F azen d o -se o diagnóstico quím ico da fôlha, tem os de observar


rigorosam ente o s e g u in te :

1) que o tecido vegetal seja sem pre colhido em lugar onde a


deficiência ap arece;
2) que èsse tecido sem pre se ja colhido no m om ento em que
a deficiência está aparecendo e não m uito tem po depois.

N ão se observando essas condições, os enganos podem ser


tão g ran d es que o m étodo se to rn a duvidoso.

Como sabem os, a deficiência se m anifesta na parte in fe rio r Lugar da


deficiência
(1 0 1 ) ou na superio r da planta, segundo a m obilidade do ele­
m ento em questão, no íntim o da planta. É por isso m uito im ­
p ortante não colhêr em q ualquer lugar o tecido vegetal para a
análise quím ica, m as ex atam en te onde a deficiência está a p a­
recendo.
D e o n d e tirar
Como o potássio, por exem plo, é de g ran d e m obilidade no a am ostra
interior da planta, não ad ian ta tira r a am ostra da parte superior foliar

do vegetal ou do ram o. p ara onde êle foi tran sp o rtad o das partes
inferiores, que se acham m aduras. D evem os tira r as am ostras
ex atam en te de onde a deficiência estiver aparecendo, isto é, no
caso de potássio, da p arte in ferio r.
Q u a n d o tirar
A dem ais, em m uitos casos existe um estado bem precário de a am ostra
cálcio, boro, m anganês, zinco, etc., no solo e na planta, m as em f oliar

épocas b astante úm idas e m uito favoráveis á absorção dêsses


m inerais, ela pode ser boa, assim que a planta deficiente se re ­
cupere, apesar de a cu ltu ra já ter sido seriam ente prejudicada
pela deficiência em época a n te rio r m ais sêca (6 3 ). A contece
por isso, m uitas vêzes, que a fôlha, apresen tan d o ainda o quadro
típico de c e rta deficiência, contenha já quantidade bastante do
elem ento deficiente, por ter tido a oportu n id ad e de abastecer-se
clêle. C olhendo-se então a am o stra do tecido vegetal para o
exam e quím ico, êste só pode revelar que h á por exem plo bas­
tante boro, m anganês, zinco, etc., na planta. A doença da
cultura to rn a-se assim m isteriosa e será a trib u íd a a um virus
ou a qualq u er o u tra causa estranha. P ropaga-se por isso (n o
E stado de São P au lo ) o plantio de feixas testes, nos campos.
Isto é, feixas com adubações diversas, feitas atrav és do campo,
indicando assim a adubação m ais ad equada p a ra com aquela
cultura. A desvantagem é que dem ora quase um ano antes de
saber o que falta e fo ra disso não ad ian ta nada em culturas ro ­
tativas, porque, por exem plo, onde o trigo não m ed ra m ais o
centeio ou m ourisco dão ainda sa fra s m uito com pensatórias. Isso
significa sim plesm ente, que cada c u ltu ra tem o u tras possibilidades.
6 ANALISE FOLIAR
D iagnóstico
v isual foliar P o r isso, o diagnóstico visual foliar assum e sem pre m aior
im portância em nossa lavoura, em vista do s e g u in te :

1) Como consta o que está faltando à cu ltu ra, possibilita


socorro p ronto, o que significa em m uitos casos a salvação da
sa fra ;
2 ) obriga o agricu lto r a observar as suas culturas, prevenindo
assim , pela p ro n ta correção, danos m aio res;
3) pode sem pre ser com plem entado, em casos duvidosos, pelo
exam e quím ico foliar.

O exam e químico das fôlhas torna-se m uitas vêzes dispen­


sável. E xistem , contudo, casos em que as deficiências a p re ­
sentam m anifestações tão sem elhantes que som ente o exam e
quím ico poderá esclarecer do que se trata. M as devemos sern-
p re dar a m aior im portância ao diagnóstico visual e saberm os que
o exam e químico como suplem ento nunca falhará, porque nesse
caso o tecido vegetal da am ostra é colhido no lugar adequado.
Se assim não fôr, terem os de co n tar com enganos m uito grandes
na análise quím ica fo liar quando realizada por leigos, o que
a p riv a de tôdas as vantagens relativas à análise quím ica do solo.
C um pre por isso ensinar os lavradores, prim eiro por via do dia­
gnóstico visual foliar, as necessidades das plantas, fam iliari­
zá-los com os lugares onde aparecem as deficiências; em casos
m ais claros, deverão êles reconhecer a deficiência. N ão adianta
nad a colhêr, por exem plo, fôlhas in feriores de um pé de m a n ­
dioca ( M anihot utilissim a P o h l) que sofre de “ envassouram ento” ,
p orque na m aioria dos casos as fôlhas mais velhas estão ainda
suficientem ente abastecidas de boro e assim nunca podem revelar
qual a deficiência de que a planta sofre.
D evem os acrescentar que o diagnóstico visual foliar e o
diagnóstico radicular são na m aioria dos casos os exam es que
darão m elhores resultados, pois excluem enganos, m ostrando
claram ente os fatos da p ró p ria vida da planta.
T o lerân cia
das plantas Conhecemos plantas acidófilas, m uitas vêzes hostis ao calcário,
m as não ao cálcio, conhecemos plantas hostis ao potássio, e x i­
gentes em fósforo, m odestas quanto ao nitrogênio, etc. E , cada
vez que aprendem os algum a coisa nova, acham os mais in teres­
sante, m ais fascinante e mais bela a A gricultura.
A A G R IC U L T U R A N Ã O C O N S I S T E S E N Ã O N O U S O
D A S L E IS N A T U R A IS E M F A V O R D O H O M E M - N U N ­
CA PO R É M , N O A B U SO D ELA S.
Erosão
Fom os para um distrito onde houve certa vez — e isso não
faz m uito tem po — m uita riqueza devido ao algodão ( G ossy-
COM O ADUBAR

pilim h irsu tu m L ) . M as tô d a ela desapareceu de um dia para


o utro. A g o ra o d istrito é pobre, tão pobre que o desespero in ­
vadiu m uitas casas de lavradores. S erá possível que o algodão
h a ja esgotado tanto a te rra ? N ão era som ente o algodão,
m as especialm ente as queim adas e as conseqüências da m ono­
cu ltu ra que aceleravam a erosão in tern a de m aneira assustadora.
A erosão não é som ente o a rrastam en to superficial da te rra,
nem só a lavagem de n u trien tes, m as tam bém a fixação destes,
em ligações inaproveitáveis (1 3 1 ).
É difícil p a ra o lav rad o r reconhecer a erosão in tern a sem
ensino adequado, m as lhe é m uito possível saber, p o r meio das
p ró p rias plantas, o que está faltando n a sua te rra . N ão se deve
esquecer porém , nu n ca o s e g u in te :

“ É bom ad u b ar, m as não ad ian ta nad a fazê-lo se não ex istir A adubação


quím ica
hum o no solo” , q uer dizer, m icrovida que proporcione um a es­
tr u tu r a fôfa.
O p ró p rio adubo não é assim ilável pela plan ta se esta não
pode desenvolver o seu sistem a rad icu lar e se não encontra su ­
ficiente um idade no solo. Q u ando é absorvido, em m uitos casos
som ente é arm azenado. (1 2 4 ) sem que possa ser aproveitado,
porque faltam os catalisadores e p ortadores. Q uase sem pre, só
por meio de bactérias êle to rn a-se aproveitável, e só com a ju d a
de m até ria orgânica, êle m antém -se disponível.
P o r isso, deve ser lem b rad o : “ N ão é suficiente saber quais
são os m inerais que faltam no solo. Êsse conhecim ento só tem
valor, quando sabem os tam bém com o devem os ad u b ar e como
deve ser a e s tru tu ra do solo.”

A base d e cada
A adubação quím ica é sem pre relacionada com o teo r húm ico adubação
e a e stru tu ra do solo e, quando faltam êstes, o solo se to rn a rá quím ica é a
m atéria
salgado pelos adubos com o no deserto de Gobi, e nunca dará orgânica
colheita econôm ica. A base de cada adubação quím ica é sem pre
um a adubação orgânica, seja de m assa verde, seja de estrum e.
E vai a re g ra : “ quanto m elbor o solo, tan to m elhor o efeito da
adubação .”
T am b ém sem pre devem os lem b rar que cad a cu ltu ra tem o seu
p H próprio. P ode acontecer, por exem plo, que falte potássio e
m agnésio em um a cu ltu ra acidófíla m as, pela fó rm u la im própria
do adubo quím ico aplicado, resulte um a depressão da safra , ou
até m esm o o fracasso da cu ltu ra, especialm ente pela elevação
inadequada do p H .
X
8

S IS T E M A DOS COMPOUNDS
DE MINERAIS

Mo,
ro
comp und
6,5-72

o z o to I //fó s fo r o
compound I / / compound
Cu t pH 55-6,8
pH 4 ,5 - 6 ,o spH 4,8-6,5

Mn
H5,o
Reações entre
as a s s o c i a ç õ e s D istinguím os quatro associações de com plexos m in e ra is:
1 ) a associação nitrogênio-fósforo-potássio, a m ais im portante
de tôdas, que assum e a posição chave na nutrição da planta.
2) a associação de potássio.
3) a associação de nitrogênio.
4) a associação de ferro.
Leis naturais
A A g ricu ltu ra é m uito simples, mas tem os de conhecer
as leis biológicas da natureza, se não tudo perm anecerá como
até hoje, p ara m uitos som ente “ um jôgo de so rte”. P o r isso d e­
vemos lem brar que tudo quanto êste livro ensina não adianta
nada p ara a A g ricu ltu ra se não fôr realizado em harm onia bio­
lógica (1 3 8 ). A escolha do adubo é tão im portante como o p ró ­
prio adubo. E x istem diversos adubos azóticos, potássicos, fos-
fáticos, etc., com reação em parte ácida e em parte básica, o que
F A L T A D E N U T R IE N T E S 9

c igualm ente necessário levar em consideração. O pH não é so­ O pH próprio

m ente im po rtan te para um bom rendim ento e p ara a resistência


da cultu ra às m o lé stia s; o pró p rio p H indica se um a cultura é
exigente ou toleran te ou m odesta q uanto à necessidade de ele­
m entos raro s e quanto a fofice.
A ssim , p o r exem plo, a m andioca ou o arro z, com um pH 5
a 6, necessitam m uito mais elem entos raro s do que o trigo ou o
a lfa fa com p H 6,5 até 9, pois estas plantas são bastante tole­
rantes à deficiência daqueles elem entos. A m aioria dos ele­
m entos m enores, especialm ente o m anganês, zinco, cobre e boro
torna-se logo insolúvel quando o p H sobe. A insolubilidade é
a tr ib u íd a :
1) às ligações que êstes elem entos form am ;
2) à falta de solubilizadores, isto é, de o utros elem entos m e­
nores que ajudem a m an ter os prim eiros m obilizados.
Isso tudo dem o n stra que um a deficiência em certos m inerais
não é sem pre um a deficiência absoluta m as sim, m uitas vêzes,
um a deficiência relativa, porque os n u trien tes se acham em liga­
ções inaproveitáveis para as p lantas, apesar de se encontrarem
no s o lo ; fato êste im portante.
N ão basta apenas o reconhecim ento das deficiências, mas ta m ­
bém o da reação en tre as associações “ com p o u n d s” dos diversos
adubos.

P o r êste sistem a de associações, é m ais fácil im aginar o si- S u b stitu ição


d o s m inerais
nergism o en tre os diversos m inerais. no com plexo
troca-adsorção
A substituição dos m in erais no com plexo de troca adsorção
da potássio-associação é bem conhecida (1 8 9 ). O cálcio é substi­
tuído pelo m agnésio, êste pelo potássio e aquêle pelo sódio, o
que significa que o sódio é o m ais difícil de rem over do com plexo
de troca-adsorção. P o r o u tro lado, o sódio pode m obilizar os
elem entos de seu “ com pound” presos no com plexo de adsorção
entran d o no lu g ar dêles. A d ificuldade está som ente em se saber
como rem over depois o sódio. A única coisa que dom ina ainda
êste elem ento é a acidez húm ica.

N ão é n en h u m a novidade que a adubação com um elem ento "Lei do


M ínim o"
to rn a os o u tro s elem entos da associação deficitários, em parte
por causa de desequilíbrio de “ co m pound” e em parte por que
causa depressão na absorção dos o u tro s elem entos.

J á L IE B IG pregou a reg ra da “ Lei do M ínim o” (8 5 ). Êle não "D o m in àn cia de


d eficiências"
estava, porém , bem ciente do porquê da existência dessa lei.
F altou-lh e a noção da reciprocidade dos elem entos dum a asso­
ciação que tudo explica, m as isso não m uda a lei, apenas am ­
plia-a (2 6 ). O bservam os que raram en te aparecem duas deficiên-
10 S E N S I B I L I D A D E V E G E T A L À F A L T A M IN E R A L

cias do m esm o “ com pound”, ao m esm o tempo. Som ente depois de


rem over um a deficiência, a outra, antes dom inada, aparece tam ­
bém. Isto não quer dizer que a o u tra deficiência não exista,
m as som ente que está dom inada em suas m anifestações pela
m ais forte.

M eta b o lism o
vegetal fo rm a
A sensibilidade ou tolerância da planta, baseada no seu m eta­
as v a rie d a d e s bolismo particu lar, sem pre indica — no caso da deficiência de
vários elem entos — qual dêles dom inará. E sta dom inância não
depende do n u trien te, m as das particularidades da planta e não
da espécie. E esta particu laridade fo rm a as variedades e é a
base da criação de novas linhagens.
T o l e r â n c i a as
d eficiências Ê ste fato pode p arecer estranho, m as de outro lado conhece­
mos m uito bem plantas da m esm a espécie m ais tolerantes a
certas deficiências, (6 3 ) ou m elhor, m enos exigentes quanto a
certos m inerais. T em os por exem plo, variedades de m ilho que
sofrem m uito a deficiência de zinco, enquanto outras quase não
precisam dêle. Tem os variedades de batatinhas ( Solanum tu ­
berosum L ) que quase desaparecem , porque so frem m uito a
deficiência em boro, enquanto outras não acusam sua falta, ainda
que plantadas no mesmo campo. É igualm ente sabido que, por
exem plo, um a vaca leiteira holandesa só dá boa ordenha quando
recebe m uitos fo rtifican tes, enquanto um a o u tra da m esm a raça
fornece a m esm a q u antidade de leite sem nenhum a forragem
adicional.
O m etabolism o p articu lar de cada planta constitui tam bém
a razão p o r que tantos sintom as de carência até hoje foram
mal interpretados. É bem n atu ral que a m aioria fôsse de opinião
que, se se tratasse dum a deficiência da te rra, todos os vegetais
teriam de denunciá-la igualm ente. P o r que não acontece isto?
N ão há tam bém pessoas que perm anecem sãs no meio dum a
ep id em ia? Será que elas não são contam inadas? Sim, são, m as
apresentam resistência,superando a contam inação.
N a A gricultura, quando falam os dos m inerais, devemos dizer
m enos exigente em lugar de resistente, porque a resistência con­
tra, por exem plo, a falta de boro nada m ais é que a m enor e x i­
gência dum a planta q uanto a êsse elemento.

OS N U T R IE N T E S VEGETAIS

Funções dos É conveniente dar um breve relance de olhos sôbre as fu n ­


e lem en to s
ções dos elem entos, m esmo que sejam bem conhecidas.

Água
T em os, em prim eiro lugar, a água que sem pre constitui fato r
lim itante da vegetação. P o r isso, os m étodos da lavoura devem
A G U A , Og e C O 2 F A T Ö R E S D A P R O D U Ç Ã O 11

ser sem pre relacionados com este fato. E hoje sabem os todos,
que a conservação ou recuperação do estado fô fo (1 5 7 ) do
solo é o único meio de conservar a adequada um idade da nossa
te rra de cultura.
M as, além do aum ento da capacidade re te n to ra do solo, pelo
trata m en to adequado com m atéria orgânica, podem os igualm ente
d im inuir a tran sp iração dos vegetais por um a adubação quím ica
adequada. P la n ta s com um a seiva “ cheia” possuem um plasm a
viscoso e tra n sp ira m m enos que plantas com seiva “ vazia” , isto
é, seiva pobre. Com um a adubação de boro, potássio, fó sforo e
cálcio aum enta a produção p o r área, m as dim inui o gasto de água
por kg de substância sêca (176, 1 6 5 ). Com um a adubação nitroge-
nada porém , a tran sp iração e o gasto de ág u a aum entam .

O oxigênio, m uito necessário à n u trição das plantas — 50 % Oxigênio


da substância sêca é oxigênio — fo rm a óxidos e outros com ­
plexos de co n ju n to s orgânicos. N ão h á falta desse elem ento, se
a te rra fô r fôfa. Êle aum enta a perm eabilidade do citoplasm a
para a água.

O carbônio que as plantas têm de assim ilar em fo rm a de gás Gájg ^


carbônico é proveniente em p arte do a r — 0,03% — e em p a rte
do solo — 2 a 6 % , — onde é liberado pela decom posição da m a­
téria orgânica. P o r isso, a im portância da “ som bra de v ento” não
deve ser subestim ada (1 4 6 ), porque um a c u ltu ra de, por exem ­
plo, girassol, ( H elianthus a n n itu s) , necessita 40.000 kg de gás
carbônico p o r hectare. E stas q u antidades provindas do solo são
levadas pelo vento se não ex istir um a proteção. P o r outro lado,
sabem os que não há fotossíntese sem C 0 2 e da fotossíntese de­
pende finalm ente tôda vida vegetal do nosso globo.
O gás carbônico é geralm ente um fato r deficiente em nossas
lavouras. “ S om bra de v en to ” e adubação orgânica darão
conta desta exigência de tôdas as plantas. L em bram os que o
fato r de carb o id rato s assum e, no m ínim o, a m esm a im portância,
na vida veg etal, que q u alq u er n u trien te m ineral. N as legum i-
nosas, porém , êle é ain d a m ais im portante, constituindo aí o
fa to r vital, devido ao g ran d e consum o de carbônio pelas bac­
térias nodulacloras que, em casos de deficiência dêsse elem ento,
to rn am -se parasitas, m atando a planta (1 3 3 ).
MACRO N U TR IEN TES
N itrogênio
O nitrogênio faz p arte dos três prim eiros n utrientes vege­
tais reconhecidos, e o símbolo N[PK dom ina ainda a m aioria
das "fertilizaçõ es” dos nossos campos.

am inas e Êste n u trien te form a na p lan ta todos am inoácidos e fin al­


proteínas
m ente tam bém as proteínas. É um processo em que m uitas
enzim as atuam , onde U nidades P o rta d o ra s” (T rä g e rein h e ite n ;
carrier u n it) são ativas e onde diversos m etais, como Mo, Fe,
Cu, M n, atuam como catalisadores (111 A ).
A tuam como
enzim as A s proteínas são um dos com ponentes plásticos que form am
o tecido vegetal, fazem p arte decisiva do protoplasm a celular
e constituem a reserva energética da sem ente. A lém disso, são
tam bém as proteínas que desem penham funções enzim áticas
nos núcleos celulares.
A plan ta absorve de p referência nitratos, m as está tam bém
habilitada a assim ilar amoníaco, especialm ente com dim inuída
concentração de H + íons. Ela p refere N H 3. A assim ilação
de N H 3 depende porém , da presença de M n, enquanto a assi­
m ilação de N 0 3 depende da presença de Mo. E x iste um ba­
lanço m uito delicado entre N : Cu e um m enos delicado entre
N :O a .

N H 3 não pode ser arm azenado na plan ta como N 0 3 (1 5 3 ).


Êle tem de ser aproveitado im ediatam ente ou é de nôvo elim i­
nado. O seu aproveitam ento depende da presença de carboi-
dratos.
N a ag ricu ltu ra m oderna o nitrogênio ou azôto é quase sem pre
deficiente, sendo, nos solos europeus, o elem ento que mais
falta (1 3 4 ).
H á diversas fontes de nitrogênio no solo, além do com plexo
m ineral, onde geralm ente existe em escassas proporções. E n tra
no solo pela fixação m icrobiana, pela m atéria orgânica e pelos
adubos com erciais (147, 178).
A adubação orgânica — tanto de m atéria verde ou de e stru ­
m e de curral — é um dos meios m ais aconselháveis de restau-
íai o deficit em azoto. Conhece-se a legum inosa como adubação
verde por excelência e como restau rad o ra do baixo nível ni-
POTÁSSIO 13

trogênico. P orém , não é o azôto acum ulado pelos nódulos radi-


culares, m as a p ró p ria m assa verde, cortad a ainda p rem a tu ­
ram ente. que, na sua decom posição, fornece o tão necessário
azôto (1 7 8 ). E x iste pois a possibilidade de u sar qualquer cul­
tu ra com o adubação verde, especialm ente colza ( Brassica napus
var. o leifcro) e m ourisco ( F agopyrum escu len tu m ) , m as tam ­
bém sorgo ( S o rg h u m vulgare, P e r s .) , m ilho ( Zca m ays L .) , etc.,
porque é bem conhecido o cansaço do solo devido a repetidas cul­
tu ra s de legum inosas, que provocam o unilateral desenvolvim en­
to de nem atóides ou pseudom onas.
O s adubos com erciais possuem todos o inconveniente de não
poderem ser usados continuadam ente, por causa de seus resí­
duos indesejáveis, como, por exem plo, N a, S 0 4, etc., que têm
influência p rejudicial sôbre a e stru tu ra e, finalm ente, sôbre a
fertilidad e absoluta do solo.

O potássio, ju n to com o Ca, responsável pela hidratação celu­ Potássio

lar (6 8 ) , é o g ran d e catalizador, en trando — como o m agnésio —


no fluído celular. S intetiza aqui, de água e carboidratos, os a ç ú ­
cares e am idos e m igra parcialm ente, na época de m aturação, de
volta ao solo. N ão faz p arte de nenhum com posto orgânico,
C atalisad o r
apesar de um a fração, m ais ou m enos 3 0 % , estar reu n id a bastante form a açúcar
firm e às p ro teín as do protoplasm a, som ente se desprendendo na e am idos

época da m aturação (1 2 2 ). É m uito m óvel den tro da planta,


igual ao nitrogênio, m agnésio e fó sfo ro , e é tão facilm ente la­
vado pela água, que até chuvas contínuas ou a água da irrigação
podem lixiviá-lo das fôlhas.
Por o u tro lado, o potássio aum enta a robustez do tecido vege­
tal pela rápida form ação de lignina, como m ostram as ex p e riê n ­
cias do D epartam ento da A g ric u ltu ra da U n iv ersid ade de T óquio.
A s plantas torn am -se m ais resistentes a ataques fungianos, bac-
terianos e de insetos, como provou a E stação E x p erim en tal de
K ü n teh o f, A lem anha. Igualm ente as plantas bem providas de
potássio resistem m elhor ao frio e a sêca, devido à m aior visco­
sidade do plasm a. N o m om ento em qne au m en ta a tran sp iração ,
a planta p refere, na sua assim ilação, potássio, cálcio e fósforo,
e rejeita o nitrogênio (1 5 3 ). D en tro do solo é igualm ente de
g rande m obilidade. Em clim as úm idos, é facilm ente lixiviado,
enquanto em clim as árid o s logo sobe à su perfície do solo. a u ­
m entando desproporcionalm ente o pl 1, ju n to com o m agnésio,
sódio e cálcio (so lo d isação ).
E m nossos solos de cu ltu ra é facilm ente deficiente. A a d u b a­
ção potássica é de q u alq u er m an eira problem ática, porque em
m uitos tipos de solos o potássio é fixado. E specialm ente no Rio
G rande do Sul, os adubos potássicos raram en te trazem resultado
com pensatório, m esm o em casos de grave deficiência dêste n u tri­
14 SÓDIO

ente. O problem a pode estar, ou na sim ultânea falta de outros n u ­


trien tes, ou na presença de o utros alcalinos terrosos de pouca u ti­
lidade p a ra os vegetais, que usam as m esm as “ U nidades P o rta d o ­
ras (1 4 4 ), como podem fazer, por exem plo, o rubídio e o césio
(R b , C s) (169 A ) . Calagens m aciças, a p a rtir de 2 to /h a , red u ­
zem radicalm ente a disponibilidade de K (9 3 ).
O m elhor adubo potássico é o estrum e de aves, de ovelhas e
cabras, m as tam bém m uito valiosos são o estrum e do curral em
com um , a cinza de arro z, a cinza de fogão, etc. É claro que,
quando não se a rra n ja adubo orgânico, deve-se usar adubo
quím ico, como cloreto de potássio, salitre de potássio, sulfato de
potássio ou kainit. P re fe rê n c ia em nossas te rra s te rá geralm ente
o kainit, adubo potássico su perior aos outros. O m enos acon­
selhável em nossos solos ácidos seria o sulfato de potássio, por
causa da sua reação m uito ácida. M as tem os de escolher sem pre
os adubos segundo as nossas culturas. Q uando querem os a d u ­
bar a batatin h a escolhemos cloreto de potássio, enquanto que para
a adubação de algodão, milho híbrido ou trigo ( T riticum aesti-
v u m L .) deve ter a p referên cia o kainit ou outro adubo potássico
com reação básica.

Sódio
Sabe-se que o sódio faz parte de quase todos os tecidos vege­
tais. E specialm ente no algodão e linho ( L in u m usitatissim um L .)
■encontra-se em elevada concentração. A s funções do sódio são
parecidas com as do potássio e pode êle su b stitu ir o potássio com
vantagens até um a proporção d e i : 4 — só d io : potássio.
Parece de que o sódio não é sem pre essencial p ara a vida
das plantas, m as, em certos casos beneficia o seu desenvolvi­
m ento. Podem os distinguir 4 grupos de plantas quanto à neces­
sidade que têm dêste e lem en to :

4 Grupos de
plan tas qu a n to
I o) plantas que precisam o sódio p a ra o seu desenvolvim ento
à necessidade ó tim o ;
e m sódio
2o) plantas que são beneficiadas de certo modo, seja qual
fôr, pela presença de s ó d io ;
3o) plantas que toleram a substituição parcial de potássio
pelo s ó d io ;
4 o) plantas que não podem u sar de m aneira nenhum a o sódio,
mesmo que falte o potássio (6 4 ).

In to leran tes
ao sódio E n q u an to as cultu ras de milho, batatinhas, soja (G lycins
m a x. L .) m ourisco, feijão ( P haseolus vulgaris E .) , alface
(Lactuca sativa E .) , centeio (Secale cereale E .), girassol e de
algum as v erd u ras não podem u sar de m aneira nenhum a o sódio,
o algodão, o trigo, o tom ate fjcw W fw w M ill.)[
a cevada (H o rd e u m s a tiv u m ), o sorgo, o linho, a aveia ( A v e na
FÓSFORO 1

sativa ), a ervilha ( P isn m sa tivu m ) , e algum as v erd u ras toleram


a substituição de certa q u antidade de potássio pelo sódio, m as
não são beneficiados por êle.

Beneficiados
B eneficiadas pelo sódio são som ente algum as verd u ras de pelo sódio
raízes carnudas, como sal são, nabo ( Brassica napus L .) , rab a ­
nete ( R aphanus sa tivu s L .) , b eterrab a ( B eta vulgaris L .) ,
acelga (B e ta vulgaris var. e ic h L .) , e b eterrab as de açúcar, que
são b astan te in significantes p a ra a nossa a g ric u ltu ra tropical
e subtropical.

A um enta a
O sódio au m enta a capacidade reten to ra de água pelo vegetal, capacidade
ocupa lugares vazios na seiva (U n id a d e P o rta d o ra ) que podiam reten to ra d o
vegetal
ser ocupados p o r tóxicos (1 4 8 ), e finalm ente au m enta conside­
ravelm ente, ju n to com o cálcio (em um a p roporção de Ca : N a
— 14 : 6 ) (1 7 4 ), o rendim ento, a elasticidade e a qualidade em A u m en ta a
qualidade de
geral de fibras. N ão en tra no fluído celular, m as fica no fluído fibras

ex tracelu lar e parece te r um a influência na pressão osm ótica do


vegetal.
É som ente indispensável na vida de plantas halo filas que são,
porém , to d as silvestres.

N a m aioria das plantas o sódio serve apenas p ara ocupar nas O c u p a lu g ares
l iv r e s n a s
células lugares que, em caso de deficiência em potássio, podiam células

ser ocupados por outros cations tóxicos.


Sôbre o solo tem ação peptizante, d estruindo a sua fertilidade.

Fósforo
O fó sfo ro ocupa o principal papel no desenvolvim ento vegetal
e pode ser considerado como o elem ento chave da vida, porque
e n tra em todos os processos onde houver m o v im e n to : enzim as
da respiração, nos crom ossom as, nas núcleo-proteínas e o e n ­
contram os, por isso, nas sem entes, m eristem a, brotos, etc., em
grandes quan tid ad es. É indispensável à divisão celular e move-
se sem pre das partes já desenvolvidas p a ra as em desenvolvi­
m ento ( 1 0 ) .
É absorvido pela planta como íon H 2PO.f (5 9 ) e não sofre
tran sfo rm ação n enhum a den tro do vegetal aparecendo em todos
com postos orgânicos na planta, como em proteínas, ácidos nucléi-
cos, em am inoácidos básicos, etc., em sua fo rm a original, de alta
oxidação. É altam ente móvel den tro da p lanta e se locomove,
em caso de escassez, para as partes em form ação. A cum ula-se
nas sem entes e frutos. In flu i m uito na form ação de flôres e
frutos.
O fósforo controla a produção de açúcar, que se to rn a a n o r­
mal quando êle falta. E m quase tôdas as nossas te rra s de cul­
tu ra o fó sfo ro é deficiente por ser fixado em ligações insolú­
16 MOBILIZAÇÃO DE FÓSFORO

v e is , geralm ente só l / 0 de P no solo é disponível. A m aioria dos


nossos solos têm a p ro nunciada capacidade de converter o fós­
foro assim ilável em form as inaproveitáveis graças à deficiente
vida m icrobiana.

Fósforo
fixado no P o r isso, é ridículo haver quem esteja propagando irracional­
m ente altas q u antidades de adubos fosfatados. O que tem os de
fa z e r e m prim eiro lugar é m obilizar os f os fatos fixados no solo.
D único meio de m obilizá-los consiste na acidez húm iea isso e
na adubai ao com m assa orgânica que revitalize o solo. E xiste um
balanço delicado entre P : F e e um a fo rte dependência de P : B.
O solo n ã o
s u p o rt e mas Se a A g ricu ltu ra opera sob o ponto de vista de que o solo é
sim , u m ent
som ente suporte, seria então m uito m elhor e m uito m ais eco­
nômico larg ar mão, o mais cedo possível, da lavoura e p lantar
som ente em soluções n u tritivas.
Q uando, porém , tratam o s o solo como um ser vivo, que é de
fato, e segundo as regras biológicas, não é difícil alcançar co­
lheitas boas e econômicas.
E quando há quem defende a tese de que os nossos solos de
cultu ra precisariam de um as 5 toneladas por hectare de fosfatos
p ara p roporcionar colheitas boas, sabemos que não se precisa
encher prim eiro o com plexo de troca-adsorção com fó sfo ro até
so brar tam bém um pouco para as nossas culturas, m as que basta
fornecer um pouco de hum o que m anterá aproveitáveis os
200 a 250 k g /h a que aplicam os, e que g aran tirão com m aior
certeza um a boa colheita do que as 5 toneladas referidas (1 3 1 ).
A fixação de fósfo ro após a destruição da m atéria orgânica no
solo, pelas queim adas e pela m onocultura, é tão fo rte que o ca­
racterístico de quase tôdas nossas terras de cu ltu ra é a deficiên­
cia pronunciada em fósforo. G eralm ente só 1% do P 0 4 é dis­
ponível. E studando os sintom as da deficiência em fósforo, cada
agricultor perceberá quão sério é o estado da sua lavoura em
relação a êsse elemento.

Enxofre
A pesar de ser o e n x o fre um dos m aiores nutrientes das plan ­
tas, raram en te é considerada a sua falta. H á certas espécies de
plantas, e estas não são raras, — como por exem plo, tôdas da fa-
fam ília das brassicáceas que incluem o repôlho (B cassica oletacea,
a ar. capitata L .) , couve ( Brassica olevacca L .) , brócolo, couve
brussela, couve-flor ( Brassica oleracea, var. b o trytis L .) , couve-
rabanete, etc., — que usam o en x o fre p ara produção de proteínas.
E las tran sfo rm am o en x o fre em cistina, um am inoácido que
fo rm a p ioteína. E m b o ra o en x o fre entre altam ente oxidado
na planta, só o radical S H e n tra como .grupo ativo em m uitas
enzim as que atuam no anabolismo ou catabolism o de carboidra-
ENXÖERE. CÁLCIO 17

tos e proteín as, como 1 1 0 ácido lipóico. T em u m a função decisiva


na assim ilação clorofiliana. A ge como coenzim a na form ação de
proteínas de ácidos g rax o s e am inoácidos.
Q uando h á deficiência de en x o fre , acum ulam -se diversos com ­
postos p rim ário s de nitrogênio nos tecidos sem poder ser sin te­
tizados.
A s folhas contêm en tre 0,02% (cen teio ) até 2,1% (couve)
de S. N in g u ém pode esquecer o cheiro de um a fcilha de repolho
ou couve em decom posição, cheiro desagradável de TLS (g ás
su lfíd ric o ).
As brassicáceas precisam m ais de e n x o fre do que de fósforo,
cálcio ou m agnésio. P o r isso, um a adubação de certas culturas
com gêsso (su lfa to de cálcio) tem mais sucesso do que só com
cálcio. D a m esm a m aneira, em certas condições, a aplicação de
sulfato de am ônio (u m subproduto da fabricação de aço, como o
super fosfato , produzido pelo processo do ácido sulfúrico e cpte
contém bastante su lfato de cálcio) dá m ais resultado do que
adubos fosfáticos ( 6 3 ) .
A deficiência em e n x o fre em estado pronunciado é m uito p a ­
recida com a de azôto pelas razões acim a explicadas ( 3 ) .
G eralm ente o conteúdo de e n x o fre do ar, da chuva e da m a­
téria orgânica, basta p a ra a produção de colheitas boas. Em
casos de deficiência, o su p e rfo sfa to com 6 0 %> de sulfato de cálcio
é a m elhor fonte de S.

O m ais potente dissolvente de cálcio no solo é, sem dúvida C álcio


n e u tralizad o r
nenhum a, o gás carbônico ( C 0 2). A ssim o cálcio quase sem pre e "p en eira”

está disponível, enquanto existe na te rra agrícola — fo ra em


solos m uito ácidos onde se encontra fix ad o — e, tam bém é
m uito facilm ente lavado, em fo rm a de bicarbonato de cálcio.
O cálcio n a vida da plan ta é usado como cim ento entre as cé­
lulas e como “ p en eira’’ na lam ela central das paredes celulares,
onde filtra os o u tro s elem entos que en tram na célula. Se não
fôsse o cálcio, os su bprodutos dos ácidos orgânicos seriam
tóxicos p a ra as p ró p ria s plantas, m as, n eutralizados pelo cál­
cio. não fazem mal. A ssim , por exem plo, o ácido oxálico é
convertido em oxalato de cálcio (8 2 ). M esm o plantas acidó-
filas, como a seringueira, m o rrem se não encontram um pouco de
cálcio no solo (2 3 ).

O cálcio constitui fato r essencial no m eristem a das raízes e é E s tim u lad o r


da parte do
co-responsável pelo próprio funcionam ento das pontas radicula- m eristem a
res. O cálcio é tam bém um dos fato res que regulam a respiração
das plantas, fazendo-as resistentes à sêca. Sem cálcio os poros
perdem a sua elasticidade, ficando abertos, dilacerados e sali­
entes.
18 MAGNÉSIO

E x istin d o um balanço m uito delicado entre cálcio-m agnésio-


potássio-boro na planta, facilm ente pode aparecer um excesso,
por exem plo, de potássio que, na realidade n ad a m ais é que a
deficiência em cálcio ou m agnésio. N ão existe seletividade ve­
getal na absorção de cálcio. N ão se transloca no vegetal.
M agnésio
G eralm ente as colheitas contêm mais cálcio do que m agnésio,
e a deficiência varia com a te rra, a sa fra e a cultura. A pesar
disso podem os a firm a r que devemos todo o verde no m undo
ao m agnésio (1 9 1 ). O m agnésio é o “ elem ento chave” na m olé­
cula de clorofila. E som ente a clorofila pode cap tar a energia solar
possibilitando a vida vegetal. T om a igualm ente parte em m uitas
enzim as que sintetizam ácidos graxos, am inoácidos e peptídios.
Seguindo êste cam inho, que começa com o m agnésio, passa pela
clorofila e a vida vegetal, culm inam os na vida anim al e hum ana.
C onsiderando-se o papel que o m agnésio desem penha na assim ila­
ção de fosfatos pelas plantas, nas quais êle faz com panhia ao fós­
foro, conduzindo-o sob a fo rm a de fosfato de m agnésio ao lugar
próprio que ocupa na planta, podem os dizer que o m agnésio é
um dos elem entos chave da vida terre stre , porque a êle se deve
todo o verde, ao verde a fotossíntese das plantas e o crescim ento
destas, e sem planta não há anim al e sem anim al e planta não
há hom em , exceto o esquimó.
A o m agnésio devem os a u n ifo rm id ad e do desenvolvim ento,
da florescência e da m aturação das nossas colheitas. D esem ­
penha tam bém im portante papel na form ação de óleos e cêras
vegetais, possibilitando em m uitas regiões a vida vegetal, apesar
da escassez de ág u a (1 6 9 ).
Solos arenosos sofrem facilm ente a deficiência de Mg.
MICRO N U TR IEN TES
O s elem entos raro s ou m enores são aqueles que existem em
concentração m ínim a no solo, porém , não são m enos im portantes
que aqueles que encontram os em concentrações fortes. L ogica­
m ente. p o r m uito tem po a ação desses elem entos ficou oculta para
o m undo, sendo o boro o prim eiro dêles a ser reconhecido como
necessário à vida vegetal (1 8 6 ). A u m en tam especialm ente a
resistência das plantas c o n tra a sêca, sendo aqui os m ais ativos,
Cu. B, M n e Co, aum entando especialm ente as colheitas de al­
godão e m ilho consideravelm ente ( 1 ) , e M n e M o beneficiam o
desenvolvim ento rad icu lar em clim a quente (5 6 ).
A s deficiências destes elem entos são m uito com plexas, porque
m uitas vêzes as plantas sofrem de deficiência de vários dêsses
elem entos sim ultaneam ente, m anifestando som ente a deficiência
de um ou mesmo não m an ifestan d o a de nenhum dêles. F o ra isso,
os elem entos m enores têm o característico consistente que a
gravidade da sua deficiência depende m uito da estação, isto é,
do frio, calor, sêca ou um idade do tem po. O clim a a fe ta as
necessidades da cu ltu ra em elem entos m enores, ou a disponibi­
lidade das associações dêles.
D em ais, êles têm o característico de reag ir de form a bastante
tóxica, quando existem em quan tid ad es m aiores.

Sabem os que o fe rro existe em duas Valencias na te rra e que parte da


c lorofila
o equilíbrio destas duas Valencias na planta é m antido pelo m ag ­
nésio. S om ente o fe rro divalente parece ser utilizável pelo vegetal.
A p esar de o ferro ex istir em g randes quan tid ades no solo a
planta pode s o fre r a sua falta, porque não é capaz de u tilizar
ferro inorgânico m as som ente ferro orgânico. A p lanta necessita
m uito de pequenas quantidades de ferro , que den tro da p lan ta —
ao co n trário do que é no solo —• é m uito sensível. A clorose
provocada p o r um a calagem fo rte ou um a adubação fo sfa tad a
forte é bem conhecida. M as tam bém pode ser provocada por alia
solubilidade de M n, Z n, e Cu.
A clorose m ais séria é a provocada pela calagem excessiva
de um solo, porque a p lan ta absorve g ran d es q uantidades de
com postos de fe rro , que inutilizáveis, ocupam lugares básicos
d entro da p lan ta (1 7 9 ).
20 FERRO, BORO

O fe rro tom a p a rte n a form ação da clorofila, provavelm ente na


síntese do núcleo pirrólico que form a o núcleo da m olécula da
clorofila (1 2 9 ). T am b ém tom a p a rte ativa num a enzim a de
resp iração (5 4 ).

A b s o rv id o m as
in ap ro v eitáv el
P o rém , a deficiência em fe rro se ap resen ta m ais facilm ente do
que se possa supor, porq u e não som ente um a calagem fo rte,
m as tam b ém a deficiência em potássio, um a aplicação fo rte de
fó sfo ro , um teo r elevado em zinco, cobalto, m anganês ou
cobre no solo, d eterm in am a deficiência em ferro. Isso não
indica que as p lantas não absorvam o ferro , m as que não podem
usá-lo por ser precipitado pelos outros m etais. A deficiência de
ferro n a p lan ta, com o característico da clorose, quase sem pre
indica fôlhas com alto teo r em fe rro insolúvel e por isso in a p ro ­
veitável p a ra a form ação da clorofila.
E specialm ente as árv o res fru tífe ra s, co n íferas, serrad ela e tr e ­
m oço são facilm ente su je ita s a esta deficiência, m an ifestan d o a
clorose de ferro , a m ais com um de tô das, porque resu lta da im ­
possibilidade de a p lan ta p ro d u z ir clorofila.

B oro, fator
an im ad o r de A falta de boro, com o dos o u tro s elem entos raros, com ex-
m eristem a e cessão do M o, v erifica-se com m aior freqüência em solos n eu ­
v egetativo tro s ou alcalinos, ou em te rra s com calagem excessiva, p orque
são ligados aí em c o n ju n to s inaproveitáveis. M as, p o r o u tro lado.
em solos ácidos, êles podem ser m obilizados em tal q u antidade
que a su a lixiviação se to rn a m uito fácil e p o r isso êles desapa­
recem com pletam ente dos solos.

M ig ração
de açúcar O boro, cu ja função está ligada à do cálcio, existe espe­
cialm ente no m eristem a e foi reconhecido com o an im ad o r dos
pontos de crescim ento, tan to nas raízes, como nas p artes su ­
p eriores das plantas. Ele favorece tan to a m igração de açú car e
carb o id rato s em geral, como a distribuição do cálcio, e desem penha
im p o rtan te papel na elaboração de p ro teínas, sendo ativo em
vários processos de o xi-redução. Seu papel principal é em
um a enzim a de respiração. A form ação de sem entes é m uito
d eficiente (1 ) q u an d o falta o boro e pode até não se dar.
V erifica-se um d e sa rra n jo no sistem a condutor.

E laboração
de p ro teín as A deficiência em boro m an ifesta-se sem pre m ais pro n u n ciad a
em anos secos, causando então, às vêzes, m uitos p reju ízo s, m as
se norm aliza nos anos chuvosos (1 7 2 ).
Com o aum ento da te m p e ra tu ra e adubações fo sfáticas, a u ­
m en ta igualm ente a necessidade das plantas em boro ( 1 1 9 ).
Q u e r dizer, em épocas quentes e sêcas a deficiência é m ais p ro ­
nunciada. O boro é tam bém responsável pela perm eabilidade
COBRE, MANGANÊS 21

do citoplasm a p ara vários cations, os quais não podem en­


tra r na célula caso fa lta r o boro (1 5 0 ). É igualm ente respon­
sável pela distribuição do cálcio na planta, m as não pela assi­
milação dêste nu trien te. E x iste m boas relações entre os nti-
crorganism os da rizo sfera e planta, o que P E I V E cham a de
simbiose tró fica. e que se tra n sfo rm a em parasitism o, quando
faltar o boro.

C o b te , fator
O cobre é sem pre deficiente quando há excesso de m atéria do cloroplasto
orgânica no solo. A parece sem pre em te rra s p antanosas recém
drenadas, razão pela qual se cham a “ D oença de R eclam ação” (4 8 j.
Pode-se aceitar como reg ra a seg u in te: “ Q u an to m ais hum o
houver, tan to m ais cobre a planta necessita.’’
Isto é m uito facilm ente explicável, porque o hum o é em
sum a, azòto e o cobre, com o antip o d a do nitrogênio dá firm eza
às células vegetais. S abendo que o nitrogênio provoca um cres­
cim ento considerável do tam anho das células, apreciam os ainda
m ais a ação reg u lad o ra do cobre. F un cio n a como ativ ad o r de
várias enzim as, como por exem plo, n a oxidase e tirosinase, e
tom a p arte na form ação de clorofila (9 1 ). F o ra disso, o cobre
tem influência m agna na form ação de flôres e fru ta s. C ontudo,
pode se c u rar um a deficiência em cobre com um a pulverização
com 1 g ram a de cobre em 6 0 litros de água, ou, em o utras
palavras, com um a diluição de 1,6 : 1.000.000. U m a adubação
com cobre depende m uito das p articu larid ad es do solo e do
clim a e pode v ariar en tre 1,2 k g /h a até 200 k g /h a de sulfato
de cobre (6 3 ) .
A deficiência encontram os em terren o s encharcados ou te rra s
palúdicas recém d renadas, em gleys, pseudogleys, podsóis, areias
puras, solos de m atérias g ran iticas e em solos aluviais ricos
em cálcio.
E specialm ente pastos perm an en tes são m uito beneficiados
com um a adubação de cobre.

Q uase sem pre o m anganês aparece ligado ao zinco e tam ­ M anganês


catalisador
bém a deficiência dêstes dois m etais m an ifesta-se c o n ju n ta ­
m ente. E m geral, a deficiência em m anganês aparece em solos
que recebem um a cal agem e estão recém drenados, com alto
teo r húm ico e elevado nível freático. A aveia, o a rro z da sêca,
as ervilhas, as b eterrab as de açúcar, etc. são especialm ente m uito
exigentes q uanto a êste metal.
É tam bém , como o cobre e zinco, um catalisad or e atu a es­
pecialm ente na redução de nitrato s. P rov av elm ente funciona
como aceitador de eletrônios na assim ilação fotossintética (1 2 0 ).
A s funções m ais im portantes estão em algum as enzim as resp i­
22 MANGANÊS, ZINCO

ra tó ria s, onde a tu a em c o n ju n to com o fe rro e na síntese das


p ro te ín a s ( 1 5 9 ).
E m solos m al a re ja d o s, n itra to s são sem pre a fo n te p re fe ­
rid a de nitrogênio, porque o oxigênio dos n itra to s pode a tu a r
como recep to r de hidro g ên io na resp iração celular. M as em
p resen ça de suficiente m anganês, as plantas aproveitam o am o ­
níaco m uito m elhor (6 0 ).
A g rav a-se a deficiência de m anganês em p artes bem a d u b a­
das com nitrogênio. A s p lantas arm azenam g ran d es q u a n tid a ­
des de am inoácidos que não podem sin tetizar e tra n s fo rm a r em
p ro teín as (6 7 ).
O M n, Z n e B estão in tim am ente entrelaçados em sua atuação.
N ão são lixiviados com facilidade, ao con trário , em te rra s su b ­
m ersas ou m uito úm idas, sobem à superfície. Aí a razão
porque ra ra m e n te faltam em te rra s irrig ad as de a rro z ( O ryza■
sativa L .)
E m te rra s com boa percen tagem de húm us, m as m uito ácidas,
o M n pode ser m obilizado em tais qu an tid ad es que se to rn a
p reju d icial por ligar o Fe. E m solos secos, como ladeiras ensola­
rad as, falta com facilidade (1 0 4 ).
Infelizm ente não se conhecem bem ain d a todos os fatores
que con tro lam a disponibilidade de m anganês. P rov av elm en te
o m anganês divalente é ap roveitável p a ra as plantas.
O m ais p otente reg u lad o r neste caso é o p ró p rio p H do solo.

Fator da
e n z im a de
O m anganês é um fa to r da enzim a de respiração, pro v av el­
resp iração m ente m u itas vêzes ju n to com o fe rro . T am bém faz p a rte da
enzim a responsável pela síntese de proteínas. V isivelm ente,
êle tam bém tom a p a rte na conveniente distribuição dos o u tro s
elem entos na planta.

Z inco, O zinco é um dos m ais sensíveis elem entos raro s, facilm ente
catalisad o r
d eficitário na p lanta, p orque inaproveitável. P rin cip alm en te em
pom ares, nas legum inosas e nos cereais, o zinco desem penha
papel im p o rtan te e foi provado que em especial nos países tr o ­
picais a sua deficiência é das m ais com uns (1 3 5 ).
O zinco é p o r isso elem ento bastan te eficiente no trata m en to
de certas doenças fitopatológicas.
O zinco tem a sua m aio r im p o rtân cia em enzim as de re s­
p ira ç ã o ; a tu a especialm ente com o catalisador no d esd o b ra­
m ento de diversos com postos fosfatados e carb o id ratad o s (1 4 1 ).
É essencial na p rodução de au x in a.
A assim ilação do zinco, pela planta, depende não som ente da
potência rad icu lar, do p H , da um idade e da e stru tu ra do solo,
m as tam bém da p resença de Cu e M g ( 4 5 ) , que in flu em a lta ­
m ente sôbre a assim ilação dêste elem ento.
CLORO, ALUMÍNIO 23

A deficiência de zinco não precisa ser um a efetiva falta dêste


elem ento, m as pode ser m otivada tan to pela fixação em com ­
postos insolúveis (p H a lto ), como pela falta de “ m obilizadores”
(O u e M g ).

C loro,
E n contram -se em certas cu ltu ras, especialm ente na de algodão, regulador
fum o. cevada, a lfa ia ( M edicago sativa L .) e m ilho, co n centra­ da pressão
osm ótica
ções de clorino (1 6 6 ).
Sabe-se que acelera um pouco a m atu ração e atu a como
um dos com ponentes na regulação da pressão osm ótica das
células. A credita-se tam bém que é parcialm ente responsável
pelo balanço dos cations na seiva vegetal.
P rovavelm ente o cloro tem o seu papel principal (7, 11) na
fotólise da água. Sôbre o solo o cloro tem ação peptizante. A n i­
m a igualm ente a form ação de am inoácidos, m as inibe a absorção
de fósforo (1 5 3 ). N ão existem , porém , indícios de que as plantas
so fram q ualquer m odificação pela deficiência dêste elem ento.
Segundo M IY A M O T O (1 1 3 ) o cloro em fo rm a de 2 - Clore-
til - T rim etil - am ônio = clo rat (G O C = clor-cholin-clorat)
aum enta consideravelm ente a resistência das p lan tas contra ele­
vadas concentrações de sal, quando a sem ente fô r subm ergida
d u ra n te 24 horas em um a solução de 0,5 % 0 0 0 , o que pode ser
im portan te p a ra os arro zais perto de P elotas, que, de vez em
quando, so frem a invasão do m ar. O 0 0 0 age inibindo
o desenvolvim ento vegetal, que na cu ltu ra de cereais é apreciado
porque dim inui a palha em casos de elevadas aplicações de N ,
evitando assim o acam am ento.

B aixos pH m obilizam sem pre altas quan tid ad es de A l (1 8 2 A ). A lum ínio


acum ulado nas
E xcessos de A l absorvido pelas plantas se acum ulam nas raízes
(7 5 ) , reduzindo consideravelm ente a translocação de fó sfo ro do
solo para o sistem a v ascular da p lan ta (1 9 5 ). E xcessos de a lu ­
m ínio podem provocar, desta m aneira, um a deficiência de fo s­
fato, que não pode ser co rrig id a pela adubação.
M uito pouco se sabe até ho je sôbre o alum ínio no m etabolis-
imo das plantas. E x iste porém considerável quantidade de
plantas que são bastan te to leran tes a concentrações elevadas
de alum ínio e até acum ulam sais de alum ínio nos seus tecidos
( 6 ) . E specialm ente o algodão, a b atatin h a, a aveia, o arroz,
as brassicáceas e algum as legum inosas, acum ulam m aiores q u an ­
tidades de alum ínio, especialm ente nas raízes, enquanto por
exem plo, excessos de m anganês se acum ulam em todos os te ­
cidos da plan ta (1 1 5 ). O alum ínio, em fo rm a de aníon, blo­
bloqueia
queia o fó sforo nas raízes, que pode ser m obilizado pelos oxa- fosfatos
latos ou citratos na planta. M as êstes aníons perdem o seu
poder quando os alum ínio-íons são m enos h id ratad o s (1 1 7 ).
24 M O L I B D É N I O , V A N A D IO , C O B A L T O
m obilizador
e le m e n to s de A cred ita-se nos círculos cien tífico s agrícolas, que o alum ínio é
fa to r poderoso n a m obilização dos elem entos raro s, ta n to no
solo, q u a n to n a p lanta, onde ocupa posição chave, co n tro lan d o
todos os elem entos que são absorvidos pela planta. T em -se a cer­
teza de que tam bém in flu i de certo m odo na fo rm ação da fib ra
de algodão ( 4 9 ) .

M o lib d én io ,
ativ ad o r d o D escobriu-se que o m olibdénio é estim u lad o r das b actérias
n o d u lad o ras e pode ser cham ado o “ re sp o n sá v el” pela capacidade
da p lan ta em u sa r d iretam en te amorno. N em tô d as as plan tas
p recisam de m olibdénio p a ra o seu m etabolism o.
M as não som ente tôdas as legum inosas necessitam de m olibdê-
nio p a ra a sua nodulação. sendo inaptas a fix a r nitro g ên io na
ausên cia dêsse n u trie n te (7 6 ). m as tam bém os tom ateiros ( 8 ) ,
couve-flor (1 2 8 ), alface ( 1 8 7 ) , b ete rrab a de açúcar, e m u itas
á rv o res, com o Caesalpinioideas, P apilionoideas, M im o so id ea s etc.
L ocaliza-se no floem a, no câm bio e p arên q u im a vascular, e u e r
dizer, em todos os tecidos que se distinguem pela elevada a tiv i­
dade re sp ira tó ria ( 6 9 ) . T e m in flu ê n cia decisiva sôbre a redu-
tase dos n itra to s e n itrito s, acum ulando-se g ran d e s q u an tid ad es
destes nas fôlhas deficien tes de Mo (167, 149).
Com o o cálcio favorece a m obilidade de M o no solo, êste p o r
sua \ ez aum enta a absorção de cálcio pelo vegetal, de m odo que
um a adubação de M o (0,20 — 0,50 k g /h a d e 'm o lib d a to de
am ô n io ) exerce o m esm o efeito que um a calagem de 1,5 a 2
to /h a (1 4 9 ).
b o i a de sua ação na redução de n itrato s e em enzim as de
resp iração , o M o inibe a ação das fo sfatases e atua. pois, con-
trà ria m e n te ao zinco.
N a fru tic u ltu ra alcançam -se os m elhores resultados com a
adubação de M o ( su lfato de m olibdénio) em associação com
boro ( b o r a x ) , zinco (su lfa to de zinco) e m anganês (p e rm a n ­
g an ate de p o tássio ) (161, 162).
E m te rra s alcalinas, o M o pode provocar um a deficiência
ag u d a de Cu no gado (1 1 2 ).
V anádio
Ê de c e ito m odo ligado ao ferro, m as não se conhecem ainda
p erfeitam en te as suas funções na planta. P o d e ser usado por
alguns vegetais em lu g ar de Mo.
C obalto
D e m o n stra esppcialm ente eficiência na adubação de h o r­
taliças. O s sinais típicos da d eficiência não são ain d a bem conhe­
cidos (4 0 ) . Q uase todos os pastos p erm anentes são deficientes
em cobalto, p reju d ican d o seriam ente o gado vacum e ovino.
0.5 kg por ha m istu rad o com su p e rfo sfa to é o su ficiente p a ra
m e lh o ra r êstes pastos (1 1 2 ). N ão tem influência d ire ta no
crescim ento e no desenvolvim ento das plantas, porém , a sua fim -
C H U M B O , S IL ÍC IO 25

ção principal se relaciona com a produção das vitam inas do com ­


plexo B. A sua ação está bem ligada à do m agnésio.

Chumbo
E m te rra s leves (a re ia ) e pobres, com postos de chum bo p r o ­
vocam aum entos seguros nas safras de aveia (4 0 ).
Desconhece-se ainda a atuação dêsse m etal d entro do m etabo­
lismo vegetal.

A ntigam en te ao silício foi a trib u íd a a resistência da palha dos Silício


em grandes
cereais m as isso som ente pelo fato de que a palha contém consi­ q u an tid ad es
na fôlha dos
deráveis q u antidades dêste elem ento (1 4 2 ). Como os vegetais
encontram g ran d e quantidade dêsse eleinento no solo, um a adu-
bação com silicato de sódio só tra rá efeito quando o solo fô r d e fi­
ciente em fó sfo ro (1 4 8 ).

W A G N E R conseguiu co n statar que as plantas com pouco F altan d o


s il íc i o , as
silício nas células eram m ais suscetíveis ao m íldio do que as p la n ta s ficam
outras (1 7 7 ). m ais suscetiveis
ao " m i l d e w ”

Som ente em solos m uito deficientes em fó sforo, um a adubação


com silicato de sódio au m en ta a s a fra de cereais (8 9 ).
H A L L e M O R R IS O N (6 1 ) concluíram q ue o silício aum enta A juda a
absorver
a capacidade da p lan ta em ab sorver fo sfatos, o que foi confirm ado fosfatos
por K N I C K H A N N (8 5 ).
A ADUBAÇÃO
A deficiência T em o s de re ssa lta r que o efeito dos n u trie n te s no solo sôbre
in d ic a a inapro-
veitabilidade a p lan ta depende de inúm eros fato res, e não som ente da sim ples
m as n ão a
inexistência
presença. E n tre êles destacam -se, sobretudo, a potência ra d i­
d o nutriente cular — que é a habilidade específica da p lanta de assim ilar êste
ou aquêle n u trie n te — o teo r do solo em m até ria orgânica, e s­
pecialm ente no que diz respeito a m icrovida e a acidez húm ica, a
q u alid ad e dos colóides orgânicos e inorgânicos (q u alid ad e do
hum o, tipo de a rg ila ; m o n tm orilonita, ilita, bentonita, m uscovita,
e tc .), o p F , o p H , a e s tru tu ra da cam ada arável, o teo r em calcário,
as varied ad es de m icro rg an ism os que vivem n a riz o sfe ra da
p lan ta e que a beneficiam ou danificam ( 8 3 ) , e finalm ente a p re ­
sença ou ausência de o u tro s sais nutritivos.
Sabem os a g o ra que a adubação é necessária e que a p ró p ria
p lan ta indica a sua deficiência, porém , a deficiência em si, só
diz que êste ou aquêle n u trie n te não pode ser apro v eitad o pelo
vegetal. P o d e ser já absorvido, com o acontece com o fe rro , n i­
tro g ên io , fó sfo ro , etc., sem p oder ser aproveitado. P o d e e x istir
em fo rm a inassim ilável no solo. P o d e e x istir em fo rm a assim i­
lável e ap roveitável pelo vegetal, m as é desequilibrado pela a b so r­
ção excessiva de um o u tro n u trien te , como por exem plo, acon­
tece facilm ente com o cobre em presença de m uito nitrogênio.
P o d e ser q ue se enco n tre em fo rm a assim ilável no solo, porém ,
não ser assim ilado por te r o u tro s íons que ocupam , de p re fe ­
rência, as “ U n id ad es P o rta d o ra s,’’ como rubídio e potássio, d e­
p endendo, pois, de m ohilizadores, com o m agnésio e potássio,
que a ju d em a alcançar um lu g a r nas U . P. P ode ser tam bém
que existam inibidores no solo, como, p o r exem plo, o cloro, que
inibe a fácil absorção do fó sfo ro , sem que aquêle en tre com êste
em ligação quím ica.
M as pode ser tam bém que o p ró p rio solo possua um a e s tru ­
tu ra desfav o ráv el à absorção dos n u trien te s, im pedindo o a b u n ­
d an te desenvolvim ento radicular. À s vêzes fa lta a um idade e
o u tra s vêzes existe dem ais. P o r isso, m uitas vêzes lança-se m ão
da pulverização das fôlhas com os n u trien te s m enores, quando a
absorção do solo fô r enigm ática dem ais. P o rém , em casos de
u m bloqueio do elem ento d en tro da plan ta por causa da assim i­
lação de o u tro s sais, inúteis p a ra a dieta vegetal, tam bém êste
m étodo falh ará.
Q U A N T ID A D E S D E A D U B O S 27

O principal de um a adubação bem sucedida, é pois, sem a m enor


dúvida, o m elhoram ento da e stru tu ra do p róprio solo e o equi­
líbrio dos processos biológicos, quím icos e físicos do solo.

E n q u an to existe um desequilíbrio qualquer, a adubação se


to rn a sem pre incerta na sua eficiência (1 3 1 ).
Sabem os ag o ra que em cada adubação é necessário prevenir
estritam en te o d esarran jo do balanço dos elem entos em pregados
com outros elem entos, e, além disso, conhecerm os a ação bene-
íiciadora e a tóxica dos elem entos raros.
P o r isso dam os a seguir um a relação básica das quantidades
de m inerais que podem ser aplicados de um a vez só.

A P L IC A D O A O S O L O

Q u antidades
N itrogênio j 45 a 120 k g /h a su lfato de am ônio de adubos
l 60 a 160 k g /h a salitre do Chile
P otássio .............. 50 a 180 k g /h a cloreto de potássio
F ó s f o r o ................200 a 400 k g /h a su p erfo sfato
Cálcio .................. 600 a 2.000 k g /h a pó calcário
M agnésio ........... 12 a 120 k g /h a su lfato de m agnésio
E n x o fre ..............10 a 20 k g /h a en x ô fe am arelo
B oro .....................2 a 25 k g /h a b ó ra x
M anganês ......... 12 a 30 k g /h a (d a d a m áx im a 100 k g /h a ) sul­
fato de m anganês ou cloreto de m anganês
Cobre .................. 2 a 50 k g /h a (d a d a m áx im a 250 k g /h a ) sul­
fato de cobre
Zinco .................. 1 a 2 k g /h a (d a d a m áx im a 40 k g /h a ) sulfato
d e zinco
F e rro .................. 5 alO k g /h a su lfato de ferro
Sódio .................. 15 a 40 k g /h a m u rato de sódio (sa l com um )
Cloro .................. 5 a 20 k g /h a cloreto de sódio
M o lib d ê n io 0,02 a 2 k g /h a m olibdato de sódio ou de am ônio
Iôdo .....................0,8 g r / h a iôdo
Cobalto ................0,5 a 2 k g /h a su lfato de cobalto.

P o d er-se-ia discutir m uito a respeito dessas quantidades. E sco lh a se m p re


a q u antidade
Aconselham os, porém , apenas o que é p ru d e n te : m enor!

1) ad u b ar sem pre em q u an tid ad es m oderadas ;


2 ) escolher sem pre a dosagem m enor quando não se sabe qual
é a m elhor.
E m solos decaídos tende-se a u sa r q u antidades exageradas
de m icron u trien tes (1 0 4 ), porque falta a reação, devido o lim i­
tado “ volum e ú til” (1 9 0 ) do solo.
Se as quantidades necessárias p ara corresponderem à d e fi­
ciência da te rra forem m uito elevadas, nun ca as aplicarem os de
PULVERISAÇÃO

lim a vez só, p orque — com o já foi explicado — o equilíbrio dos


“ co m p o u n d s" às vêzes é m uito delicado, e um choque fo rte, que
não som ente desequilibra o balanço en tre os elem entos m as ta m ­
bém en tre os m icro rg an ism os, tr a r á sem pre m uito m ais p re ­
juízo que benefício (1 3 0 ).
Ig n o ra n d o as necessidades ex atas do solo em elem entos raro s,
as quais não têm n ad a a v er com as das cu ltu ras, que são m uito d i­
feren tes (ad u b a-se, por exem plo, na F ló rid a, E . U . A ., com 250
k g /h a de su lfa to de cobre p a ra a tin g ir o m áxim o efeito, enquanto
na A u strá lia já se alcança tal efeito com 2 k g /h a ) — devem os
sem pre ad u b ar com as q u an tid ad es m enores aqui m encionadas,
p a ra ev ita r um a reação tóxica.
Q u an to s aos elem entos raro s, é m ais conveniente pulverizá-los em
rep etid as aplicações com 3 a 6 sem anas de intervalo, em vez de
usá-los com o adubo e aconselham -se neste caso as q u an tid ad es
seguintes p o r 100 litro s de á g u a :
C obre ...................50 a 200 g su lfato de cobre
M a n g a n ê s ...........100 a 200 g su lfato de m anganês, ou M nClo
(2 0 0 g )
B oro .....................10 g b ó ra x
Z inco ............. . .100 a 200 g sulfato de zinco m ais um adesivo
F e rro ...................50 g su lfato de ferro, c itra to de fe rro ou . . .
NaFeNH4
M o lib d ê n io 20 g m olibdato de am ônio
N eu tralizam -se sem p re com 1 kg de cal extinto.
E m épocas sêcas aconselham -se escolher a m en o r dessas q u a n ­
tid ad es p ara a pulverização. O que sem pre perm anece in v a riá ­
vel é a q u an tid ad e de á g u a : 100 litros, e a da cal ex tin to 1 kg
(calculam -se necessários 2.000 1 por 1 h a ) .
A s recom endações d a q u antidade d iferem m uito e enquanto
os am ericanos sem pre au m en tam as suas, aplicando os m icro-
n ü trie n te s em q u an tid ad es de m acro n u trien tes, os russos tendem
a d im in u ir cad a vez m ais as suas q u an tidades. A ssim , por ex em ­
plo, nos E . U. A. u sam -se 50 k g /h a de b ó ra x , n a R ú ssia 2
k g /h a . E n q u a n to os am ericanos usam 1.000 g de M nSCU p o r
100 litro s de ág u a p a ra pulverização, os russos usam 20 g.
A fo ra os m étodos de adubação, onde o adubo pode ser dis­
trib u íd o sobre o cam po todo ou ser colocado sim plesm ente no
sulco do -plantio, que aliás é sem pre m enos usado por causa do
m au efeito sôbre as sem entes quando en tra em co n tato d ireto com
as m esm as, e a pulverização da cu ltu ra, que se usa especialm ente
em c u ltu ra s perenes, com o p om ares, bananais, cafèzais, etc., e em
cu ltu ras anuais, a fixação do n u trie n te em apreço é g rande.
S u rg e agora, sem pre m ais, u m terceiro m étodo, o do tra tam en to
da sem ente, com n u trie n te s m enores em pó ou soluções.
COM O ADUBAR

Êste tratam en to não visa tanto cobrir o déficit do solo em


nu trien tes, pré-fornecidos à sem ente, m as de d a r o m elhor “ s ta r t”
possível às p lantinhas novas, que, desenvolvendo um poderoso
sistem a radicular, estão aptas a re tira r do solo os n utrientes
necessários, mesmo sob difíceis condições.
O s russos tratam as suas sem entes com soluções de 20 m g /
litro, de Cu, M n, Zn, em form a de sul fatos, e asseguram que
o efeito eqüivale a um a adubação norm al do cam po, sendo po­
rém m uito m ais b arato e mais seguro (1 9 3 ). D eve-se pro v ar
ain d a que, após o tratam en to da sem ente, as plantas estão e fe ­
tivam ente em condições de re tira r do solo. os 2 a 10 k g /h a dos
respectivos nutrien tes. O s aum entos de sa fra p o r êste m étodo,
são individuais e sem pre m aiores que 20 % .

C O N S ID E R A Ç Õ E S G E R A IS SÖBRE A ADUBAÇÃO

D eve-se fazer a adubação de acordo com os q u atro seguintes Pontos de


vi st a d a
pontos de v is ta : adubação

1) o de a necessidade da c u ltu r a ;
2 ) o do pHl requerido pela c u ltu r a ;
3) o da época do p la n tio ;
4 ) o do efeito sôbre o solo.
C ulturas
À prim eira vista parece isso um pouco estran ho, m as com acidófilas
três exem plos sim ples se com p reen d erá que é de m agna im ­
portância.
1.° — Q uan d o se aduba, p o r exem plo, um jabuticabal ou serin ­
gal com azôto e fosfato , usando-se salitre do C hile e hiper-
fosfato, as cu ltu ras fracassam na certa, ap esar de precisarem
de azôto e fosfato.
P o r que fracassam ?
P orque as re fe rid a s plantas são m uito acidófilas, não suportando
a correção do p H pelo sódio (1 6 3 ). U sa-se g eralm ente am ônio
e não n itra to de sódio p a ra a sua dieta.
O btém -se o efeito desejado só com su lfato de am ônio e su-
perfosfato.
C u ltu ra s
2.° — C u ltu ras ir r ig a d a s : O salitre do Chile tam bém não irrigadas
é indicado p ara cu ltu ras irrig ad as, como a do arro z, no vale de
P a ra íb a e no R io G rande do Sul, porque sob condições anae-
róbias, os n itrato s são reduzidos a n itrito s que constituem , em
form a livre, um poderoso tóxico p ara os vegetais.

3.° — Q uerem os ad u b ar um trigal com um a adubação q u í­ C u lturas

mica com pleta. E stan d o o trig al, por exem plo, no E stad o de
São P aulo, onde se plan ta êste cereal na época da sêca, e sendo
COM O ADUBAR

ad u b ad o com a m istu ra p ro n ta de origem e stran g e ira , o b se r­


va-se um crescim ento inicial m uito bonito m as, depois, o trigal
perece sem razão visível.
P o r que ?
P o rq u e o n itro g ên io acelerou dem asiadam ente o crescim ento
ju v en il das folh as, enqu an to as raízes, achando facilm ente o
alim ento, quase não se desenvolveram . E n tra n d o a época da
sêca, as raízes não p u d eram abastecer as plantas super-desen-
volvidas com a ág u a n ecessária e o trig o teve de p erecer ou na
m elhor hipótese, teve de a m ad u recer precocem ente, não dando
ren d im en to nenhum . Se fa lta r nitro g ên io e queren d o fo rn e ­
cê-lo ao solo, devem os a d u b a r a c u ltu ra a n te rio r à do trig o ,
p o r exem plo, a de b atatin h as, de m ilho, etc., com o n itrogênio
necessário.
ADUBOS NITROGENADOS
Adubos
E n tre os adubos quím icos azotados distinguim os especialm ente: azotados

S alitre do Chile.
S alitre de potássio.
S alitre su lfo n itrato de am ônio ou “ L eu n asalp eter” .
Calciocianam ida.
S u lfato de am ônio.
A m oniato de cálcio.
N itra to de am ônio.
N itrocálcio P etro b rás, etc.

E x istem ainda m uitos o utros adubos azotados, m as êstes são


os que podem os en co n trar no país.

O salitre do Chile, como adubo azotado n a tu ra l contém , além Salitre d o C h ile

do azôto, especialm ente sódio e boro. O sódio põe, no B rasil,


êste adubo em destaque relativam ente aos outros, porque é po­
deroso m obilizador de fo sfato s e su b stitu to parcial de p o tás­
sio. O boro, quase sem pre deficiente em nossas te rra s é in g re­
diente valioso dêsse adubo.
D esaconselha-se, porém , com pletam ente o seu uso contínuo e
rotineiro, porque o poder desfloculador (p e p tiz a n te) do sódio
é grande, acarretan d o m ás condições físicas ao solo, ou m elhor,
provoca o desm oronam ento da e stru tu ra fo fa, assentando-se
o solo em cam adas d u ras, mal a re ja d a s e m al providas de água
e de difícil penetração às raízes (62, 131).
T em êle ação m ais lenta, tal com o os adubos am oniatados e
por isso, não acelera tan to o crescim ento e, conseqüentem ente,
o gasto de água da planta.
N as cu ltu ras da sêca, o azôto deve ser ad m in istrad o na cul­
tu ra anterio r.

E xistem , desde 1918, especialm ente na E u ro p a, g randes in ­ Salitre sintético

d ú strias de salitre sintético que captam o nitrogênio gasoso do


a r segundo o m étodo H A B E R -B O S C H (1 9 1 0 ). Ê ste m étodo de
produção de salitre sintético foi m ais tard e desenvolvido em
quase todos os países.
32 ADUBOS N1TROGENADOS
C ianam ida
É o p rim eiro adubo sintético, p roduzido por fix ação de N
atm o sférico . Êle deve ser usado som ente em solos pesados e
em cu ltu ras acidófilas, p orque ap esar do cálcio, tem reação
ácid a e, além disso, age m elhor em solos bem tam ponados.
P a ra tôdas as o u tra s cu ltu ras com o a do algodão, das v e r­
d u ras, etc., só deve ser usado em te rra s pesadas de boa fe rtili­
dade, que, aliás, são ra ra s em nossas latitudes.
T e m a calciocianam ida a g ra n d e vantagem de reag ir otim a­
m ente em solos ácidos, su p eran d o então todos os o u tro s adubos
azotados. M as, com o já foi dito, só deve ser usado p a ra cu ltu ras
acidófilas, como a do a rro z da sêca, da batatinha, etc.
C o n siderando-se a sua reação fo rtem en te herbicida, a sua
aplicação tem de ser feita com m uita cautela (1 3 1 ).
A conselha-se a sua a p lic a ç ã o :

1) ao m enos 5 a 6 sem anas antes do plantio ou s e m e a d u ra ;


2 ) de 12 a 15 cm de p ro fu n d id a d e, no m ínim o.

N ão se observando êsses preceitos, h a v e rá p erd a total da sa­


fra, pois a p rodução será de palha sem nada de sem ente.
T o d o s os cianatos são h erbicidas fortes.

S ulfato de
am ônio T o d o s os adubos am o n iatad o s são de p ro n ta reação, especial­
m ente adequados para a adubação em co b ertu ra. A conselha-se, p o ­
rém , aplicá-los som ente em solos com boa calagem , porque
a p re se n ta m reação ácida. L em bram os que, n a presença de am ô-
nios, eleva-se m uito o g asto de ág u a pelas plantas. P o r isso,
só se pode a d u b a r com êstes fertilizan tes quando h á perspectiva
de m u itas chuvas ou quan d o se tra te de te rra s irrigadas.
E m te rra s mal d ren ad as os adubos am oniatados são os únicos
que devem ser usados, porque os dem ais, especialm ente os n i­
tra to s, so frem tra n sfo rm a ç õ es que ap resen tam reações tóxicas.
A dubo ideal p a ra adubações em co b ertu ra, aconselha-se sem ­
p re u sa r 1 /3 e, no m áxim o, a m etade do adubo n itrogenado,
necessário na época do plantio. N u n c a convém d istrib u ir todo
nitro g ên io em u m a vez só p o rq u e :

1) é facilm ente lix iv ia d o ;


2 ) ninguém sabe com o c o rre rá o ano.

E m anos secos, o nitrogênio pode ser a causa do fracasso da


c u ltu r a ; em anos chuvosos, a adubação inicial se perde, e a
a p la n ta na época da m aior necessidade de azôto não o encon­
tra m ais. P o r o u tro lado, pode provocar o acam am ento dos
cereais. A adubação em co b ertu ra é por isso, sem pre aconse­
lhável (1 3 6 ).
ADUBOS N1TROGENADOS 33

Cada adubaçao orgam ca, seja de estrum e, comj)osto ou m assa Ad“bos


1 , , 1, - a . . x orgânicos
verde, e tam bém um a adubaçao em nitrogênio (a z o to ). a zotados

N aturalm en te, a m aior p arte deste nitrogênio está ainda p rêsa


em proteínas e têm de ser libertada pelas bactérias.
A ssim , p o r exem plo, um a adubaçao com bagaço ou palha cons­
titui inicialm ente o co n trário de um a adubaçao azotada. As
bactérias ocupadas na decom posição da m atéria orgânica, rica em
carboidratos, fixam todo azoto disponível do solo, surgindo p ri­
m eiro um a pronunciada deficiência em nitrogênio. Depois da
decom posição, porém , o solo dispõe de b astante nitrogênio, e n ri­
quecido tam bém com hum o de reserva.

G uano, quando bem tratad o , é um dos m elhores adubos azo- Guano


tados, porque é igualm ente rico em fósfo ro . P o rém , guano é de
m uito diversa com posição. G eralm ente é rico em nitrogênio am o-
niatado (11 a 16 % ) , que é facilm ente volátil. C ham a-se êste
g u a n o : guano nitrogenado.
Q uando, por ferm entação, perde gran d e p arte do seu N , p e r­
m anece som ente a sua riqueza em fosfatos. R azão pela qual se
denom ina êste estrum e d e p o is: G uano fosfático. (2 0 a 25 %
P O i ) . G raças a sua riqueza em elem entos m enores, K (2 a
4% ) e C a , é insuperável na h o rticu ltu ra ( 3 4 ) . G uano, que é es­
tru m e de aves m arítim as, é in dustrializado no P erú . M as tam bém o
B rasil dispõe dêsse valiosíssim o adubo, p o r exem plo, no litoral
paulistano. 1'ora do seu teor em nitrogênio e fó sforo, o guano
contém cálcio, potássio e vários m inerais m enores.

U m a adubação verde, co rtad a em flor. nu n ca constitui enri- A d u b a ç a o verde

quecim ento do solo em hum o, m as sim, um a adubação rica em


nitroigênio que estim ula intensam ente a vid a m icrobiana.
P o r isso tem os sem pre de d istin g u ir a v ariedade da m até ria
o rg ân ica com que se fêz a adubação, e segundo essa variedade
devem os aplicá-la 6 a 12 sem anas antes do plantio (1 3 4 ).
Precisam os liv rar-n o s da idéia de q ue som ente os nódulos das
legum inosas enriquecem o solo com a z ô to : q u alquer m atéria
o rgânica nova — co n stitu íd a de 60 °/o p roteínas — é tam bém
um a adubação azotada.
T em os de esp erar, porém , a liberação do n itrogênio, o que
segundo a fibrosidade da m atéria orgânica, dem ora m ais ou
m enos tem po ( 6 a 10 sem anas no v e r ã o ) .

N inguém pode negar as enorm es vantag en s da adubação or- V antagens da

gânica, pois não som ente o teor em n itrogênio cresce considera- orgânica"

velm ente m as. e isso é de im portância m agna, a vida m icrobiana


é fantasticam en te estim ulada. V ida m icrobiana significa nad a
m enos do que cim entação biológica dos agregados da te rra , isto
ADUBAÇÃO VERDE

é, da e stru tu ra do so lo ; sig n ifica em o u tra s palavras, resistência


c o n tra a erosão e as la v a g e n s ; é a conservação do solo ( 5 2 ) .
P o ré m só obtem os êstes benefícios se a m assa verde, é picada
su p erficialm en te e não quan d o é in co rp o rad a m uito fundo no
solo (1 3 7 ).
ADUBOS POTÁSSICOS
Adubos
Só é possível ap o n tar poucos adubos potássicos de im p o r­ potássicos
quím icos
tância para a adubação em nosso p a ís :
C loreto de potássio.
S u lfato de potássio.
C arbonato de potássio.
Cianato de potássio.
K ainit.
Cinzas, etc.
C loreto de
É o m ais com um , porém aconselha-se su b stitu ir de vez em potássio
quando por o utros adubos potássicos, porque a reação de cloro
não é m uito favorável ao solo, especialm ente nos clim as tr o ­
picais. A p esar de, tan to o cloreto como o su lfato de potássio, pos­
suírem reação n eu tra, agem como adubos ácidos sôbre o solo.
E m solos bem tam ponados esta reação é in significante, porém
em solos decaídos e leves pode hav er conseqüências graves.
O cloro, que em pequenas q uantidades é benéfico p a ra m uitas
plantas, anim ando a form ação de am inas, possui ação altam ente
desfloculante sôbre o solo.
N ão é lixiviado, nem e n tra no com plexo de sorpção. devido à
sua carga elétrica negativa, m as fo rm a ácidos fo rtes (H C 1 ),
piorando tanto o p H como a e stru tu ra da cam ada arável.
D eve-se evitar um a adubação potássica ju n to à fosfatada,
porque o cloro inibe a p ro n ta absorção dêste n u trie n te (1 5 3 ).
A conselha-se, p a ra conseguir benefícios do potássio, que é
n u trien te im portantíssim o, tro c a r os adubos potássicos e de p ra ­
ticar, de vez em quando, um a adubação verde, p a ra elim inar,
por via biológica, o cloro em excesso.

Sulfato de
É o m ais ácido de todos adubos potássicos e o m enos aconse­ potássio
lhável. O bservam os tam bém , que o resultado de seu em prego
é o m enor, relativam ente aos o u tro s fertilizan tes potássicos, a tin ­
gindo, na m aioria dos casos, só a m etade do efeito, como o cloreto
de potássio.

É, especialm ente no B rasil, su p erio r a todos os outros fe rtili­


zantes potássicos, por causa do seu alto te o r em m agnésio. O s
36 ADUBOS POTÂSSIOOS

resu ltad o s alcançados com o lcainit são sup erio res aos do cloreto
de potássio, ap esar de p o ssu ir igualm ente um alto te o r em cloro.
C arb o n ato
potássio D eve vir logo depois do k a in it q u an to ao seu valor com o adubo.
O s dem ais adubos potássicos e n tram em ordem de aplicação se­
g undo os seus conteúdos em o u tro s m inerais e elem entos.
Adubos
orgânicos Sem d ú v id a nenhum a, os adubos orgânicos de potássio são
p otássicos su p erio res aos in orgânicos.
E strum es
h valiosíssim o o estru m e dos g alinheiros, das cabras, carn ei­
ros e tam bém o estru m e de cu rral que é p rincipalm ente adubo
potássico e fo sfatad o , p orque g eralm ente perde, p o r tratam en to s
inadequados, o seu nitrogênio.

M uito apreciável é tam bém o valor da cinza da casca de arro z


e de o u tras cinzas orgânicas. E specialm ente a cinza de a rro z,
su b p ro d u to m uito incôm odo em tôdas as m áquinas beneficiado-
ras de a rro z , íe p re se n ta adubo valioso em potássio e fó sfo ro
p a ia a nossa A g ricu ltu ra. É, além disso, rico em p erm an g a n ate
de potássio.
’’M u l c h
system ” U m dos fato res de fertilid ad e m ais apreciáveis e m enos escla­
recidos ate hoje é a acum ulação de potássio disponível em q u a n ­
tidades consideráveis em baixo de um a c o b e rtu ra som breadora
do solo (184, 185). Se o solo estiv er coberto com palha, casca
de ai roz ou q u alq u er o u tro resíduo orgânico, — pode ser até
capim cortado e não recolhido — o teo r da te rra em potássio
aum en ta, independentem ente do potássio lavado pela chuva da
m assa som breadora. Êste aum ento de potássio só pode ser ex-
phcado com a m obilização do potássio das ligações inaprovei-
taveis da te rra , devido à m ais intensa vida m icrobiana (1 3 3 )
A efe tiv a m obilização de j)otássio se dá na ordem de í,2
m qu. 0 g, ou em o u tras palavras, 40 kg por hectare em um
ano.
ADUBOS FOSFÁTICOS
Fósforo
D istinguim os duas espécies de f os f a to s : os n atu rais e os quí­
micos. O s tos fatos n atu rais são denom inados segundo sua origem .
P o r e x e m p lo :
Fosfato de Flórida.
A patite (S u é c ia ).
H ip e rfo sfa to (A lg e ria ).
K oprolito ( R ú ssia ).
F o sfa to de O linda, etc.
S u p e rfo sfa to
Dos fo sfato s quím icos é de valor “ sta n d a rd ” o super fosfato. O u ­
tros apreciáveis prod u to s quím icos são o tricalcio fosfato (u m
produto inglês) e o “ E scó ria de T h o m a s” (u m p ro duto alem ão ).
O super fosfato é o “ sta n d a rd ” que sem pre serve p a ra a com para­
ção dos outros adubos fosfatados. Êle é de p ro n ta reação e superior
a todos os o u tro s p rodutos quím icos desta espécie. O super-
fosfato é o único fo sfato en tre nós que dá resultado, tanto nos
solos alcalinos como nos solos ácidos, m as deve-se lem brar na
aplicação deste fertilizan te que não ad ian ta usá-lo em q u a n tid a­
des dem asiadam ente grandes. A plan ta abastece-se de fosfato no
prim eiro têrço da sua vida. Se ain d a se dá m ais tard e um a ab­
sorção de fósforo, é som ente por um consum o de luxo, sem valor
econômico. Como o superfosfato é de p ro n ta reação, é tam bém
logo fixad o em ligações inaproveitáveis na terra, e, por isso, cada
excesso de adubação só é dispendioso e não tem efeito.

Escória d e
É um p ro d u to ótim o que resu lta da fabricação do aço, quando Thom as
são usados p a ra êste fim as cham adas “ m inettes". R eage m ais
devagar de que o su p e rfo sfa to e p o r isso constitui fonte de fó sfo ro
por m ais tem po. T em o seu m áxim o efeito em solos levem ente áci­
dos.
A sua m aior vantagem está provavelm ente no alto teor de cálcio
e silício — que contribuem p ara a m elhor disponibilidade do ácido
fosfórico no solo — e de seu — m uitas vezes variável — teor em
elem entos m enores, com o de M n, B, Z n, Cu, Co e Mo.
Com o todos os fo sfato s p raticam en te não se m ovim entam no
solo, devem ser bem m istu rad o s com a te rra até uns 15 cm de
pro fu n d id ad e. A conselha-se a adubação fo sfatad a, quando feita
38 ADUBOS FOSFÁTICOS

em linha, ju n to com u m a de esterco, que a u m en ta con sid erav el­


m ente a disponibilidade do fo sfa to ( 3 4 ) .

T r ic á lc io -
fosfato Êste é um p ro d u to inglês, de lenta reação, m uito bom , m as
não p ro p o rcio n a os m esm os resultados que os o u tro s adubos fos-
fáticos já citados.

Fosfatos Êles são, sem exceção, de lenta reação, e som ente podem ser
n atu rais
u sados com êx ito em solos levem ente ácidos. É tam bém in te re s­
san te lem b rar que o silicato de alum ínio e o fo rm iato de ferro
facilitam a reação b en eficiad o ra dêstes fertilizan tes n atu rais. Isto
é in teressan te, p orque em nossos solos tropicais g eralm en te se
en co n tram êsses dois fato res.
A g ra n d e v antagem dêstes fo sfatos em nossos solos é que não
podem ser rap id am en te ligados em c o n ju n to s inaproveitáveis e
por isso podem co n stitu ir, p o r u n s dois ou trê s anos, um estoque
de fosfato n a te rra .

H iperfosfato
É um fo sfa to n a tu ra l da A frica francesa, com 44 % de cálcio
e 2 7 % de ácido fo sfó rico assim ilável. É um ótim o adubo fo s­
fatad o m as de lenta reação e só deve ser usado em cu ltu ras
p erenes com o a do café, etc., m as nunca na de batatin h as, trigo
ou v e rd u ra s, onde se q u eira um resu ltad o im ediato.
T o d o s os fo sfato s, é im p o rtan te dizê-lo, devem ser aplicados
en tre 5 e 15 cm de p ro fu n d id ad e e n u n ca em c o b ertu ra, p orque
o fó sfo ro tem a p articu larid ad e de fica r im óvel no solo. P e r ­
m anece onde foi aplicado e, quando não é apro v eitad o pela p lanta,
liga-se com o u tro s elem entos do solo, tam bém sem d e ix a r o
lu g ar em q ue se acha.

Fósforo
orgânico
C inza de ossos.
C inza de arro z.
E stru m e de cu rral.
Cinza de ossos
É, sem a m en o r dúvida, um dos m elhores adubos fo sfáticos,
em b o ra de lenta reação. É ótim o p a ra am bientes ácidos, e por
isso parece tam bém m uito ap ro p riad o p a ra as nossas te rra s tr o ­
picais, porém depende da decom posição pelos m icrorganism os,
não sendo assim ilado em solos inertes.

C inza de arroz
Como já foi dito, é um adubo ótim o de p ro n ta reação, rico
em potássio e fó sfo ro .

N ão resta d ú v id a que o estrum e de cu rral, q u an d o devi­


dam ente tra ta d o , é su p erio r a todos os adubos, por causa
d a sua atuação poli form e. In felizm ente, o que se designa g e­
ADUBOS FOSFÁTICOS 39
ralm ente como estrum e é nem pálida som bra do que devia ser
o estrum e de curral. (V e ja o livro S B IO C E N O S E D O S O L O
N A P R O D U Ç Ã O V E G E T A L " , S an ta M aria, 1964).
U m estru m e adequadam ente prep arad o , contém g randes q u an ­
tidades de potássio, certa porção de fosfato, consideráveis q u a n ­
tidades de nitrogênio disponível, m aiores q u an tid ades de n itro ­
gênio de lenta reação. A lem disso, é o adubo m ais valioso, o que
revela o enriquecim ento do solo em hum o e é o m aior estim u-
lador da vida m icrobiana da te rra .

Preparo de
O s excrem entos do gado m ais a palha que constitui seu leito, estru m e valioso
em bebidos em u rin a do p ró p rio gado, ficam am ontoados, sem pre
em cam adas de 40 cm em um a só vez, em lu g ar cim entado e
cercado, com bom dreno na base, até form arem depósitos de mais
ou m enos 4 m etros de altu ra. O estrum e, 2 a 3 dias depois de ser
colocado na esterqueira, é bem socado p a ra ev itar a fe rm e n ta­
ção aeróbia. O lugar do m onte de estrum e deve ser coberto,
ao m enos com sapé ou folhas de b ananeiras e, de vez em quando,
irrigado com u rin a de gado. D epois de 12 sem anas de ferm en ­
tação o estrum e fica m aduro, pronto, p a ra ser aplicado no campo.
N ão se deve a p re se n ta r com bolor, nem com to rrõ es duros, mas
como um produto friável e m arro m e nem deve te r cheiro ácido,
nem ser sêco. Depois de espalhado no cam po, precisa ser incor­
porado logo, p a ra não p e rd e r o nitrogênio disponível.
A ssim , com adubo bem p reparado, consegue-se sem pre o efeito
esperado. T al adubo é o m ais valioso para a nossa ag ricultura. Sem
o conveniente preparo, como é usado geralm ente no país, o estrum e
não tem m ais valor do que o bagaço ou palha, porque fica p ri­
vado de tôdas as p ropriedades que lhe confere o trato adequado.
ADUBOS CALCÁRIOS
Adubos
calcário s
O s m ais conhecidos adubos calcários são e n tre n ó s :

Cal v irg em e cal h id ra ta d a .


G êsso (s u lfa to de c á lc io ).
C arb o n ato de cálcio.
P ó de cham iné.
D olom ito.
D iv erso s tipos de pós calcários com o os dos “ F e rtiliz a n te s
I t a ú ” , da “ A d u c a l” , etc.

Cal virgem F in a m e n te m oída, é a cal de m aior efeito corretivo. A reação


é tã o veem ente que p re c ip ita o solo, dan d o -lh e u m a e s tru tu ra
sô lta e fô fa , p o rém d ificilm en te perm ite o restabelecim ento dos
m icro rg an ism o s.

Poderoso A cal c o rrig e sensivelm ente o p H do solo e, com isso, tam b ém


c o r r e t o r do
a flo ra. O sapé. a sam am baia, etc., desaparecem com u m a sim ­
ples calagem de m ais ou m enos 1.800 a 2.000 k g /h a de cal
virgem . P a r a fa z e r d esap arecer o m ato acidófilo, a cal v ir­
gem é ideal, p o rq u e tem reação altam en te cáu stica e co rrig e
com m u ita veem ência o p H . T em os de co n sid e ra r, porém , que
a co rreção d u ra d o u ra do p H não se prom ove pela sim ples a p li­
cação de cal, m as pela incen tiv ação da m icro vida. Q u an to m aio r
a q u a n tid ad e de cal aplicada, tan to m ais d esequilibrado é o sis­
tem a das associações m in erais e ta n to m ais p re ju d ic a d a a rni-
cro v id a ( 9 6 ) . A c o rre ç ão do p H p o r um a única calagem em
nossos solos, b a sta n te ácidos, não é som ente an tieconôm ica m as
até p reju d icial. M esm o a lfa fa cresce bem em solo de p H 4,5
se recebe u m a adub ação com cálcio (1 5 8 ). D e m o n stra isso,
que esta c u ltu ra p ro c u ra o n u trie n te cálcio. O que nós devem os
v isa r não é som ente a c o rreção do p H , m as an tes a n u triç ã o das
c u ltu ra s e equilíbrio da m icrovida.

C arb o n ato
d e C álcio
E s ta cal tem um efeito um pouco in fe rio r ao da cal v ir g e m :
a co rreção do p H é m enos in ten sa e a p recip itação da te rra
a m o rfa m enos p ro n u n ciad a tam bém .
ADUBOS CALCÁRIOS 41

O sulfato de cálcio é de incom parável valor, especialm ente GÊSSO

p ara tôdas as espécies de brassicáceas, com o o repolho, a couve,


etc. Gêsso é um ótim o adubo p a ra todos os solos arenosos, — com
um com plexo de tro ca-adsorção delicado e frágil, — e p a ra tôdas
culturas acidófilas, porque a correção do p H é quase nula. P o r
exem plo, as batatinhas, batata-doce ( Ipouioea batatas, L a m .),
café, etc., deviam ser adubadas com esta fo rm a de cal.

O s adubos calcários desta espécie são superiores às cais Po de cham iné

puras, m as seu efeito depende m uito do g rau da m oagem e


dos integ ran tes com plem entares. D e outro lado, a reação p ro ­
nunciadam ente cáustica e, às vêzes, ligações tóxicas de elem entos
raros, aconselham certos cuidados com êstes adubos. É con­
veniente aplicá-los sòpiente em solos com bom teo r húm ico e
ao m enos um as 8 sem anas antes do plantio. Se isso não fò r
observado m uitas vêzes sobrevêm o fracasso da cultura.
A correção do p H é boa, porém bem m enor do que a provo­
cada pela cal virgem . P o r outro lado, o pó de cham iné facilita
a assim ilação do potássio pelas plantas, o que explica tam bém
o seu efeito, pois a m anutenção de equilíbrio do “ com pound"
está com isso g arantida.

T odos os dolom itos e pós calcários, quando finam ente m oídos. D olom ite e
o utros pós
estão, quanto ao valor n u tritiv o , m uito acim a da cal virgem calcários
ou carbonato de cálcio, especialm ente por causa do seu teor
em m agnésio, que pode a tin g ir até 45 % . A correção do p H
é, porém , m uito fraca. A lém disso, a reação dêstes adubos
é bem m ais lenta e por isso podem ser usados em m aior quan­
tidade. pois um a boa p arte dêles fica com o reserva no solo.
Êstes pós calcários devem ter p referên cia aos adubos cal­
cários em nossas lavouras, em solos com um p H m ais ou menos
norm al, porque não desequilibram tão fàcilm ente o balanço das
associações dos elem entos. Êles proporcionam tam bém resu lta­
dos m uito m elhores de que a cal p u ra, porque nunca desequili­
bram o balanço de cálcio-m agnésio, que é m uito delicado. P o r ­
centagens m aiores que 15% de MgCO% são porém desfavoráveis.

A plicação dos
Lem bram os quanto à p rática da aplicação dos adubos calcá­ adubos
rios, que deve sem pre ser feita segundo o tipo de solo e a neces­ calcários

sidade da cu ltu ra, e não unicam ente segundo as necessidades da


correção do p H . A ssim , um solo m eram ente arenoso não su ­
porta m ais do que en tre 500 a 700 k g /h a de pó calcário de um a
só vez, enquanto um solo argiloso pode ser adubado, sem perigo,
com 2.000 k g /h a dêsse pó. O perigo du m a sob recai agem consiste
no s e g u in te :
ADUBOS CALCARIOS

a ) d eseq u ilib rar o balanço do “ c o m p o u n d ” ;


b ) f ix a r to d o s os elem entos ra ro s ;
c) m a ta r os m icro rg an ism o s.

O s elem entos ra ro s só são n o rm alm en te disponíveis em am ­


b ien te ácido. E sp ecialm en te o m anganês, o zinco e o fe rro são
logo fix ad o s pela calagem , e em vez de um b en efício tem os de
c o n ta r com p re ju íz o s. P o r isso, é co n v eniente a aplicação de
v árias e m o d erad as p orções de cálcio e n u n ca um a adubação
m aciça e única. C onvém re c o rd a r tam bém que o cálcio deve ser
sem p re espalhado p o r todo o cam po e nunca colocado no sulco,
com o os o u tro s adubos.
OS DEMAIS ELEMENTOS NUTRITIVOS
O s dem ais
Dos dem ais elem entos não é necessário falar, porque não há elem en to s
m uito que escolher para a adubação e pulverização. D ispom os
geralm ente dum a form a só.

Mo
E xiste em form a de m olibdato de sódio ou am ônio para pul­
verizações das cu lturas. P a ra a adubação usa-se, na E u ro p a e
E. U. A., su p e rfo sfa to m olibdenizado, contendo a tonelada de
adubo 0,5 kg de molibdato.

Co
U sa-se como su lfato de cobalto.

Mn
E x istem na form a de sul fatos, que é a m ais com um, m as tam ­
bém em form a de cloreto (M n C D ).

Si
E x iste como silicato de sódio.

Q uase sem pre é usado na form a de b ó rax , que é tetrab o rato de B


sódio, e raram en te em sua fo rm a de ácido bórico, que é m uito
m enos solúvel no solo. O s borossilicatos e boratos de potássio
usam -se, às vêzes, p a ra pulverizações.

Pode-se o b servar que as carências ou deficiências p re ju d i­ É poca da


carcncia
ciais dos diversos elem entos se verificam principalm ente em pronunciada

épocas certas. Épocas de sêcas prolongadas provocam m a n ife s­ Épocas sêcas


tações patológicas devidas aos seguintes e le m e n to s:

Cálcio.
P>oro.
Zinco e M anganês.
X itrogênio.
M agnésio.

Épocas úm idas
A s épocas úm idas e de cluivas prolongadas provocam m ani­
festações de carência devidas aos seguintes e le m en to s:

Cálcio.
Potássio.
44 ÉPOCA UO A PA R EC IM EN TO DA DEFICIÊNCIA

E x cesso cie c h u v a :

N itro g ên io .
M agnésio.

C h uvas q u en tes em época fria , te rra s h u m o s a s :

C obre.

A s épocas fria s p ro v o cam m a n ife sta çõ es de deficiência devi­


das aos elem entos s e g u in te s :

N itro g ê n io ( N ) .
F ó s fo ro ( P ) .
P o tá ssio ( K ) .

E m épocas c o n trá ria s às referid as, as p lan ta s podem recu p e­


ra r-s e das suas deficiên cias e, p o r isso, m uitos fo ra m enganados,
su p o n d o n ão terem elas so frid o de deficiências m as sim de
doença, ja q u e houve n u m ano o fracasso com pleto da c u ltu ra ,
en q u an to no o u tro a colheita foi n o rm al, ap e sar de o te rre n o da
plan tação ser o m esm o e co n ter, p o rta n to , os m esm os elem entos.

Infecção
secundária
E m m u ito s casos en co n tram os um a infecção secu n d ária ao
tecido caren te, p o r b actérias e fungos, com o p o r exem plo, no
caso da deficiên cia em potássio, m agnésio, cobre, boro e de
zinco p rin cip alm en te. A ssim , as b a ta tin h as, tom ates, fum o e b a­
n a n e ira s ( M u s a paradisíaca E .) , e m u itas o u tra s p lantas, estão
su je ita s a essas infecções, que não são a causa do colapso, m as
um a co n seqüência da fra q u e z a do tecido vegetal. Ê sse fa to criou
a opinião in fu n d a d a de que as bactérias e os fu ngos são os re s ­
ponsáveis pelos sin to m as patológicos ( 1 5 0 ).

S upom os serem do conhecim ento geral as reg ra s da aduba-


ção com ercial.

Q uanto a
m anifestação Q u a n d o as fô lh as de u m a p lanta denunciam um a vez certa
d as deficiências deficiência, podem os fic a r convencidos de que é êsse o últim o
sinal de debilidade que a p lan ta a p re se n ta an tes de m o rre r.
J á m uito an tes, ela vin h a sofrendo a falta de um ou v á iio s
elem entos sem que fôsse to m ad a n en h u m a p ro v id ên cia p a ra
salvá-la. A s análises da te rra não revelavam n ada, e as a n á ­
lises quím icas das fô lh as não fo ra m feitas e, quando feitas, a
época e o lu g a r da am o strag em , m u itas vêzes, p re ju d ic a ra m o
resu ltad o .
FATORES QUE PROVOCAM A DEFICIÊNCIA
Fatores q u e
São m uitos os fatores que podem d eterm in ar a deficiência m ine­ provocam
ra ’ dos vegetais. deficiências

A ssim , por exem plo, podem êstes sofrer a deficiência em ni­


trogênio num solo de alto teor húm ico. Isto acontece na p ri­
m avera quando ainda falta um idade e calor p ara anim ar a vida
m icrobiana. O m esmo acontece em tôdas as épocas frias e chu­
vosas com o potássio, que não pode ser assim ilado pelas raízes
das plantas.
É certo que tem os de aceitar m uitas deficiências como ine­
vitáveis, m as existem o u tras que podem e devem ser corrigidas.
Q uanto m ais duro e decaído o solo, tanto m aio r será o n ú ­
m ero das deficiências vegetais, im possíveis de rem over pela
sim ples adubação do elem ento d eficitário. A prévia recupe­
ração da e stru tu ra fô fa e da m icrovida do solo são indispensá­
veis para o êxito da correção da carência m ineral.
LU G A R DA P R IM E IR A
M A N IFESTA Ç Ã O DA D E F IC IÊ N C IA
H á d eficiên cias que se m a n ife sta m p rim eiro n a p a rte in fe rio r
da p lan ta, ou n as fo lh as m ais velhas e m a d u ra s, com o a do
n itro g ê n io , do fósforo, do potássio, do m agnésio, do zinco, do
sódio e do m olibdênio. O s sintom as p ro g rid e m en tão , de b aix o
p a ra cim a, a fe ta n d o a p la n ta in teira, com exceção da p a rte
apical.
M A N IFESTA Ç Õ ES DE
A ) N A S F Ô L H A S I N F E R I O R E S , M A IS V E L H A S
p ro g re d in d o de baixo p a ra cim a

1. 2 .

efeito s gerais
p lan tas com p ou co efeito s locais
crescim ento clorose e m anchas necróticas
fo lh a s m u ito eretas

a) h) a) b) c)

A sp e c to to ta l F ô lh a s d um F ô lh a s q u a s e C lo ro se e n tr e os Á r e a s n e c r ó tic a s ;
da p la n ta : verd e escu ro sem p r e en - n ervos, d as fô ­ c lo r o s e in c l u i n ­
a m a r e la d a ; a n o r m a l, e s t r e i­ c r e s p a d a s ; com lh a s ; m a n c h a s d o ta m b ém as
fô llia s d um ta s e p e q u e n a s ; m u ita s p o n tin h a s ir r e g u la r e s : n ervuras se­
v e r d e -a m a r e lo fr e q ü e n te m e n te n e c r ó tic a s , to r n a m -s e n e ­ c u n d á r ia s ;
a n o r m a l; com d e s c o lo r a ç ã o as m argen s n e­ c r ó tic a s ; r o s e ta s d e f ô ­
com eça n a s purpúrea; c r ó tic a s e n r o la ­ a s p e c to d e “ m o ­ lh a s n a s p o n ta s
m argen s e às v ê z e s , en c r e s- d a s p a r a b a ix o ; s a ic o ” . d o s r a m o s ; e n tr e
p o n ta s , fo r m a n d o padas. M anchas p o n ta n e c r ó tic a , N ecro se que n ós c u r to s;
o “ V ” típ ic o : p a r d a c e n t a s ; as m anchas n ecr ó ­ c o m eç a n a s m u ita s fô lh a s
n e c r o se d a s fô lh a s fô lh a s v e lh a s tic a s p a r e c e n d o m argens e peq u en as;
d e s fo lh a ç ã o seca m , to r n a n d o -s e fe r r u g e m ; p o n ta s; m an ch as n ecr ó ­
p r e m a tu r a . m arrom escu ro a s p e c to g e r a l : d e s fo lh a ç ã o tic a s ta n t o no
a té p reto . bronzeado; co m p le ta , lim b o e
N e n tr e n ó s c u r to s , p r e m a tu r a , c o m e ­ p e c ío lo s , com o
d e s fo lh a ç ã o i n ­ ça n d o n a b a s e do 110 tr o n c o :
(n it r o g ê n io ) te n s a ; r a íz e s pau nôvo. c r e sc im e n to
(f ó s f o r o ) fin a s e f r a c a s ; A s f ô lh a s n ã o p a r a lis a d o ,
fr u to s n u m e r o ­ s eca m a n te s . d e s fo lh a ç ã o
s o s, p e q u e n o s, m u ito p r e c o c e
se c o s , d e c a s c a Mg e in t e n s a .
gro ssa .
( m a g n é s io ) Zn

( z in c o )
(p o tá s s io )

O u tra s deficiên cias há que se m a n ifestam prim eiro na p a rte


su p e rio r da p lan ta, ou no b ro to nôvo, isto é, nas p a rte s a in d a
em pleno desenvolvim ento, como acontece na de cálcio, de boro,
de cobre, de m an g an ês, de fe rro e de e n x o fre .
G eralm ente um a deficiência se distingue m uito de outra, e
na m aioria das plantas não h á dificuldade em reconhecê-las.
Em algum as variedades de gram íneas, como o trigo, o milho,
etc., é, às vêzes, difícil d istin g u ir com certeza a deficiência de
nitrogênio da de m agnésio.
A presentam os a seguir o esquem a das m anifestações das d i­
versas deficiências de nossas culturas.

DEFICIÊNCIAS M INERAIS
B ) N A S F Ô L H A S S U P E R I O R E S M A IS N O V A S , D O Á P IC E .
progredindo de cim a para baixo

1. 2. 3.
clorose sem m orte dos pontos
vegetativos m orte dos pontos de sem clorose
crescim ento as vêzes m urchidão
com m anchas
sem m anchas necróticas clorose fraca p erm anente
necróticas

a) b) c) a) b) a)

N en h u m a F ô lh a s e F ô lh a verde- N erv u ra s C lorose fra ca -Vpice p e r m a ­


m a n ch a n e r v u r a s u n i­ clara, todos m a rro n s, q ue com eça n en te m e n te
n e c r ó tie a ; fo rm em e n te n erv o s verde- fô lh a s m a is n a b a se d as m urcho;
c ô r cla ra a té c lo r ó t ic a s ; a z u l-e sc u r o s ; n o v a s a r q u e a ­ fô lh a s e sobe e x s u d a ç õ e s de
branca: côr ama m a n ch a s d as p a ra b aixo p a ra a p o n t a ; b o rra c h a n o s
p r in c ip a l relo-esb ran - c lo r ó tic a s e com as m a r­ fô lh a s to rta s g a lh o s e
nervuras q u iç a d a ; n e c r ó tic a s g e n s e n r o la ­ d efo rm a d a s r a íz e s ;
v er d e s n en h u m a esp a lh a d a s d as u m p ouco com p o n ta e x c reçõ e s r e s i­
a fe ta d a s m a n ch a p or tod o o c r e s p a s : às p a rtid a ; n o sa s na c a s ­
p o r ú ltim o . n e c r ó tie a : lim b o ; v ê z e s, d e s c o ­ co la p so da ca ; B ro to s
ex tre m id a d e b a se e p o n ta lo r a çã o q ue b a se d a s f ô ­ m ú lt ip lo s :
Fe
d a m argem da fôlh a ch eg a a té ao lh a s. m u ita s v a r a s
( fe r r o ) en ro la d a p a ra a fe ta d a s p or b ran co; M orre o p o n to de á g u a :
baixo. Fôlha ú lt im o ; p ro g rid e d e c r e sc im e n ­ a p a recem f ô ­
cop a p ara às v êz es, en- da p on ta da to ; “ e n v a sso u - lh a s a n o r m a is
cr esp a d a s. fôlh a p a r a a r am en t o " , a s ­ g ra n d es,
S Mn b a se ; m a n ch a s p ecto da “ d ieb a ck " ex­
n e c r ó tic a s m ar p la n ta : tu fo sa ; c e ssiv a d as
(en x o fre) (m a n g a n ê s ) g in a is recaem , m i t o s : le sõ e s á rvores:
fô lh a de a s ­ e sc u r a s, d e s c o ­ f r u t a s : às v ê ­
p ecto recortad o lo ra çã o cla ra , zes ra c h a d a s,
A s fô lh a s “ co r k " in ter n o e x c r e s e ê n c ia s
v elh a s ficam e e x ter n o , q u e ­ r e sin o s a s
v er d e -e sc u r o . da e x c e ss iv a na casca :
M orre o p on to d e f r u t o s ; ra íz e s com
v e g e tn tiv o ; r a íz e s com fe r id a s.
m orrem os pe- p o n ta s m ortas, P o d r id ã o
cío lo s n as com d e sc o lo r a ­ b ra n ca .
p la n ta s n o v a s: ção e s c u r a , f i ­
Cu
n a s á rv o r es: b ro sa s, p r iv a ­
“ d íe b a c k ” . e d a s d e a m id o s (c o b r e )
e x c e s s iv a des- ( a g u a d a s ) :
fo lh a ç ã o ; p o ­ ca sca á sp e ra
d rid ã o dos e e sc u r a ,
b o tõ e s : r a íz e s : (sa rn a . S c a b ).
cu rta s,
B
g r o ssa s, t u f o ­
sa s e bulbo- (bo.ro)
s a s ; m a n ch a s
n e c r ó tic a s .
P o d r id ã o sê e a .
Ca
( c á lc io )
48
MANIFESTAÇÕES DAS DEFICIÊNCIAS
MANIFESTAÇÃO DA DEFICIÊNCIA 49

AS DEFICIÊNCIAS EM PARTICULAR

A deficiência
Como se pode facilm ente verificar, podem os d istin g u ir com aparece
tôda clareza duas variedades de d e fic iê n c ias: prim eiro

A ) aquelas em que os m inerais são tran sp o rtad o s das partes


mais velhas cia planta para os pontos de crescim ento, isto
é, para as p artes em desen v o lv im en to ;

B ) aquelas em que os m inerais perm anecem fixados nas p a r­


tes m aduras, isto é, m ais velhas da planta, faltando nas
p artes novas ain d a em crescim ento.

DeslocaçVo
A razão desta d iferen ça é bem sim p le s: ou fixação
H á elem entos de fácil m ovim entação den tro da planta, os dos e lem en to s

quais, em casos da deficiência, são tirados das partes desenvol­


vidas e m ad u ras e tran sp o rtad o s para as partes em crescim ento,
como acontece com o nitrogênio, potássio, fósforo, m agnésio,
zinco e molibdênio.
A ssim , podem os o b servar a deficiência nestes m inerais p ri­
m eiro nos tecidos m aduros, de onde foram deslocados.
O u tro s elem entos, de difícil m ovim entação den tro da planta,
ficam em seus lugares nos tecidos m aduros, m esm o quando o
tecido em desenvolvim ento esteja sofren d o sua falta, como acon­
tece com o cálcio, boro. ferro , m anganês, cobre e enxofre. P o r
isso anotam os as p rim eiras m anifestações de carências nas partes
m ais novas, ainda em crescim ento, especialm ente nos pontos
apicais dos vegetais.
O q u e o bservar
P a ra reconhecer um a deficiência, isto é, para saber em que para reconhecer
" c a s a ” procurá-la no quad ro esquem ático, tem os de in d ag ar o deficiência?
s e g u in te :

a) folhas de baixo ou de cima ?


b) cio rose ou não ?
c) clorose irreg u lar ou re g u la r?
d) m anchas necróticas ou não ?
e) n erv u ras cloróticas ou verdes ?
f) clorose com eçando nas pontas e m argens?
g) clorose com eçando na base ?
h) clorose m ais p ro n u n ciad a no meio do limbo ?
ij deform ação das fôlhas?
i) encrespam ento das fôlhas ?
1) desfolhação forte ou não ?
m) irreg u larid ad es nas fru tas ? etc.
50 MANIFESTAÇÃO DA DEFICIÊNCIA

S eg undo essas m anifestações pode-se en q u a d ra r facilm ente a


d eficiência no esquem a a n te rio r e, sabendo-se m ais ou m enos do
q u e se tra ta , p ro c u ra r a c o n firm a ção na descrição p a rtic u larizad a
que se en co n tra no livro, co m p aran d o a fôlha da p lanta que so­
fre a deficiência em estudo com a fig u ra que ali se acha.
Com o as deficiências g eralm en te têm m an ifestaçõ es bem d ife ­
ren tes não é difícil a p u ra r qual a deficiência que se tra ta . N ão
se p recisa saber de cor as m an ifestações de cada fôlha em p a r­
ticu lar. O s desenhos a ju d a m à aquisição do costum e de e n te n ­
d er a “ lín g u a ” das p lantas.
A ssim , em pouco tem po, cada um saberá, à sim ples vista de
um a p lan ta deficiente, seja de pequeno p o rte ou seja um a árv o re,
o que lhe está faltan d o . E o conhecim ento da carência eqüivale
ao início da cu ra, porque n inguém d e ix a rá perecer, por exem plo,
as suas b atatin h as ou o seu pom ar, etc., sabendo qual a causa que
lhes provoca a m o rte sem ag ir c o n tra essa causa.
D eve ser o efeito dêste “ dicionário da língua fo lia r” : p erm i­
tir que, ao têrm o s conhecim ento do que falta a um a cu ltu ra, nos
seja possível to m a r m edidas que debelem o mal.
Com isso, a a g ric u ltu ra se to rn a rá m ais pró sp era, m ais econô­
m ica e m ais bela p a ra todos.

Página oposta :

f 2 — D e /í e f f n c t a d e n üroarên io mo afg o d ã o . AToíam-ae aa m a rg en a e p o n fa a daa / # / , a a in /e r (o r e a


cloroticas e até am arelas, com p o n tin h os e m an ch as p u rp ú r e a s . — O p é é m uito p equ en o, com
a s p e c t o i n t e i r a m e n t e c l o r ó t i c o , q u a s e s e m r a m o s l a t e r a i s e co m m u i t o p o u c a s “ m a ç ã s ” .

F ig . 6 — D e f i c i ê n c i a e m n i t r o g ê n i o n a l a r a n j e i r a . A s f o l h a s s e a p r e s e n t a m i n t e i r a m e n t e c l o r ó t i c a s ,
m a i s n a s m a r g e n s e p o n t a s d o q u e na bas e. Os b r o t o s n o v o s m o r r e m . A d e s f o l k a ç ã o é i n t e n s a .

f y 7 _ .D e /fc iê n c ía a,a n ü r o p ê n io n oa («fw m m oaaa Z — A Z/afa, g _ & oja. A a pbnW nAma „ „ « « a


s a o m a i s p á l i d a s . M a i s t a r d e a s f ô l h a s m a i s v e l h a s f i c a m a m a r e l a s ou m e s m o douradas co m as
m a r g e n s um. p o u c o e n r o l a d a s . A cl o ro s e q u a s e n u n c a c o m e ç a n a s p o n t a s .

f f f . 12 — 4 * d a M a f e i r * a ^ r e a e n ía m mo caao d e d ,/f c M „ c f a em a z ô f o , mm« rforoae


„ r o ^ n d e daa m arp en a e p o n fa a p a r a d en fra do fú abo. .4a m a te r n a enredam p a r a c im a , a a a „ m ,n d a
a f ô l h a uma. c ô r e s b r a n q u i ç a d a e m o r r e n d o logo.
FIG. 2

Prancha 1
Proncho 2
NITROGÊNIO
D E F IC IÊ N C IA

O nitrogênio é o elem ento básico na produção de am ido e Trat°s eerais


proteínas.

A deficiência em azóto não é som ente a que prim eiro foi no­
tada pelo hom em , m as tam bém a que é m ais facilm ente identi­
ficável. O teo r de nitrogênio no solo oscila en tre 1 a 4 toneladas
por hectare, estando a m aior p a rte ainda em estado de m atéria
orgânica, não im ediatam ente aproveitável pela planta.

T o d as as plantas usam o n itro g ên io :

1) como n itrato ( N O s ) ;
2 ) como am ônio ( N H i ) .

P re fere m , geralm ente, a fo rm a de n itrato s. Sem pre p re ­


cisam m ais azôto na prim eira fase da vegetação do que na
segunda. E las podem d em o n strar a deficiência em nitrogênio
d u ran te a vida inteira. Sabem os que a form ação de clorofila está
ligada ao teo r em p ro teín a do tecido vegetal.

Como o nitrogênio°
é o elem ento essencial na produção
1 3
de dJptor hmitan‘e
o crescim znio
proteínas, e n tra em ligação com quase todos os elem entos, pois é
necessário para o crescim ento e desenvolvim ento de todos os teci­
dos vivos. A ssim , a deficiência em nitrogênio é sem pre um
proem inente fa to r de lim itação do crescim ento das plantas.

P á g i n a oposta:

F ig . 4 — D e f i c i ê n c i a e m n i t r o g ê n i o n a ca n a - d e - a ç ú c a r . A s f o l h a s c l o r ó t i c a s t o r n a m o c a n a v i a l
in te ir o u m p o u c o a m a r e l a d o . A cl o ro s e d a s f o lh a s i n f e r i o r e s a f e t a , p o r ú l t i m o , a p l a n t a i n t e i r a ,
exc et o o f e i x e a pi c al . O t e c i d o f i c a c l o r ó t ic o p r i m e i r o n a s p o n t a s e, d e p o i s ao s l ad os d a n e r v u r a
p r i n c i p a l , c o m n e c r o s e do te c id o afetado. A s folhas m o rrem com pletam ente e ca e m .

Fig. 10 — Quando há deficiência em nitrogênio, as f ô lh a s do pessegueiro apresentam -se


c l o r ó t i c a s , v e r d e - c l a r a s , e a t é a m a r e l a s e h eg es, e m e s t a d o a v a n ç a d o , co m m a n c h a s de c ô r v e r m e lh o -
v i v o a os la do s d a s n e r v u r a s s e c u n d á r i a s ,
52 DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO
C o n d i c io n a os
r a m o s laterais É uni fato bem conhecido que o desenvolvim ento progressivo
de ram os laterais é sem pre condicionado ao abastecim ento em
nitrogênio. O aspecto geral da p lanta carente em N é clorótico.
A s fôlhas m ais velhas am adurecem , secam e caem.

A s raízes
m orrem
A s raízes das plantas deficientes em nitrogênio apresentam -se
na p rim eira fase vegetativa, m ais desenvolvidas do que o norm al,
m as depois se to rn am necróticas e m orrem .
A coroação é m uito deficiente, lim ita-se as p artes inferio res da
planta ou galhos.
1 am bém os botões são atingidos pela clorose. T orn am -se am a­
relos e caem. Form am -se poucos fru to s, gran d es e pálidos.

A M E N D O IM
( Ar ac ht s A s fôlhas m ais velhas ficam am arelas e com o tem po quase
hyp o g a ej) brancas. O s caules tingem -se levem ente de verm elho. A s plantas
( 22)
são de aspecto raquítico e clorótico, pouco ram ificadas. F o r­
m am -se poucos nódulos.

ALGO D O EI RO
( G o ssy pi utt i N o algodão a deficiência em nitrogênio produz plantas peque­
hirsutum L .)
( 182)
nas com folhas reduzidas e cloróticas. F altam quase com pleta­
m ente os ram os laterais e som ente poucas “ m açãs” se desen­
volvem.

M a io r nível d e
azôto nos É interessante saber que enquanto o nitrogênio aparece som ente
ram o s d e frutos
em quantidades reduzidas nas fôlhas e ram os, os ram os de
fru to s e os fru to s possuem ainda um alto nível de azôto. Isso
facilm ente se explica pela tendência que tem a planta de abas­
tecer seus órgãos rep ro d u to res à custa das suas partes vege-
tativas.
A m edida que a clorofila vai desaparecendo, o pigm ento
am arelo, norm alm ente coberto de verde, vai aparecendo. D á-se
um a descoloração das células vegetativas, acom panhada do desen­
volvim ento dum pigm ento verm elho, conhecido como *‘antocia-
n in a ” . (F ig . 2, P ran ch a 1).
É m uito com um observar que a côr das fôlhas m uda do verde
ao am arelo, dêste a v árias “ nuances” de verm elho até o roxo,
antes que se tornem m arrons, m orrem e caem.
P odem -se resu m ir os sintom as de deficiência em nitrogênio
no algodão como se s e g u e :

1) as fôlhas novas são um tanto mais pálidas, perdendo i


côr com a idade, torn ando-se am arelas, e passando por
tôdas as nuances de verm elho até o m arrom , m orrem e
caem ;
2 ) é reduzido o tam anho das fôlhas e pecíolos;
3) as plantas são fracas e de tam anho re d u z id o ;
DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO 53

4 ) são poucas ou nenhum a as ram as laterais;


5) são poucos e curtos os galhos de frutos devido à p arali­
sação do crescim ento apical, ao qual se segue a form ação
dos p rim eiros h o tõ e s;
6 ) são poucas as flôres, que se lim itam às m ais baixas r a ­
mas do pé.
ABACAXI
N ecessita b astan te nitrogênio p a ra a form ação de frutos, que ( Ananas
são pequenos e mais ácidos quando faltar êste n u triente. sa ii v u s)
(132)
A deficiência em nitrogênio provoca plantas pequenas, clo-
róticas que assum em um a côr am arelo-vivo. A s fôlhas mais
novas m ostram m argens averm elhadas, sendo elas as prim eiras
atingidas. A s fôlhas m ais velhas conservam até o fim um a leve
tonalidade esverdeada.
A L FA rA
( Medicago
De aspecto geral am arelado. sati va ) ( 6 5 )

ARROZ
O a rro z é um a cu ltu ra que precisa de m uito nitrogênio, de ( O ryza sati va )
m uito m ais que as o u tras gram íneas. P o r isso é m uito sensível (132)

à falta dêsse elemento.

A particu larid ad e do a rro z irrigado está em u sar exclusivam ente U sa som ente
NH,
o azôto em form a de am ônio ( N H i ) . N os solos pantanosos
ou nos cam pos irrigados ou mal drenados um a adubação com
salitre do Chile pode estra g a r com pletam ente o arrozal, porque
em condições úm idas e m ais ou m enos anaeróbias, os nitrato s
ficam reduzidos a nitritos. O s n itrito s, num a certa concentração,
são tóxicos m uito fortes p a ra os vegetais.
P ró p rio p a ra o arro z é por isso o su lfato de am ônio ou o u ­
tro s adubos am oniatados.

Poucos e finos
O arro z, quando deficiente em nitrogênio, ap resenta aspecto colm os
inteiram ente clorótico. A s plan tin h as sem vigor, vão am are­
lando a p a rtir das pontas das fôlhas in ferio res, progredindo a
clorose aos lados da veia principal. T ê m som ente poucos colmos,
e êstes são m uito finos. As fôlhas in ferio res m orrem subita­
m ente e caem enquanto a planta tende a am adurecer precoce-
m ente. O a rro z cachei a antes do tem po, form ando som ente
espigas e sem entes mal desenvolvidas e pequenas. A duba-se com
150 a 300 kg de su lfato de am ônio.

B A N A N EIR A
O aspecto geral é retard ad o e clorótico. A s fôlhas in fe rio ­ ( M usa
res são de um am arelo vivo, secam e caem. A b an aneira neces­ paradisíaca )
(132)
sita m uito nitrogênio, de p re fe rê n cia em fo rm a orgânica.
54 DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO
B A T A T IN H A
(Solanum
N itro g ên io é o fa to r lim itante do crescim ento das b ata ti­
tuberosum ) nhas. G eralm ente um a adubação em azóto, em form a de fe r­
(181)
tilizantes quím icos ou orgânicos, é usada nos cam pos de plantio
com ercial. Como H O U G H L A N D revelou, na prim eira parte da
vida vegetativa, elas precisam som ente de 1/12 do nitrogênio
exigido na segunda parte. P lan tas deficientes em nitrogênio
são pequenas, fracas e cloróticas. E m estado avançado as m a r­
gens esbranquiçadas dos lóbulos enrolam e finalm ente a ; fôlhas
in ferio res caem. ( Fig. 12, P ran ch a 1).
A sa fra em tubérculos é m uito reduzida, sendo pequenos e
de qualidade in ferio r.
Solos arenosos com p H baixo e baixo teo r húm ico são g e­
ralm ente deficientes em nitrogênio.
N este caso, só é eficiente um a adubação orgânica e depois,
pouco antes do plantio, um a adubação leve com salitre do Chile.

C A FEE IR O
( Coffea E sta deficiência é tão com um em nossos cafèzais que todos
arabica ) os plantadores estão bem fam iliarizados com ela. T odos êles
(132, 48)
conhecem o aspecto das plantas que apresentam tôdas as suas
p artes um pouco cloróticas. A s fôlhas na base dos brotos e
C lorose, as m ais novas, ap resentam os prim eiros sintom as. D eve-se te r
p rim e iro na
base dos isso bem presente no espírito, porque os prim eiros sintom as
b ro to s e nas nunca aparecem no pau, já velho, m as exatam ente na hase dos
fôlhas
term inais hrotos novos e depois nas suas pontas. D istinguem -se facilm ente
os brotos novos do pau velho pela casca, pois esta é verde nesses
brotos, ao passo que no caule velho é m arrom -cinzento ou hege.
Em casos de deficiência, esta casca não é verde, m as clorótica
ou m esm o am arela, b ran ca ou um pouco averm elhada, segundo
a variedade.
Como tam bém a deficiência em zinco causa um a clorose p ro ­
nunciada, devem os n o tar que em casos da deficiência dêsse ele­
m ento o aspecto clorótico é localizado no lado noroeste do pé
enquanto o lado do sudeste oferece ainda aspecto norm al. O
lado da m aior insolação é sem pre o m ais afetado.
N o caso da deficiência em nitrogênio as fôlhas m udam de côr
igualm ente no pé inteiro chegando ao verde am arelado, sem
m anchas necróticas.
O s b otões caem
A coroação geralm ente é reduzida à base dos brotos e q u a n ­
do é boa, m uitos dos botões se to rn am tam bém cloróticos e
caem, causando considerável quebra da safra.
A s fôlhas atacadas caem precocem ente, causando severa des-
folhação. Cham am os, porém , a atenção p ara os sintom as bem
parecidos à deficiência de nitrogênio, m as geralm ente acom pa­
nhados de várias o u tras m anifestações, como na deficiência de
m agnésio, etc.
DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO 55

Sintom as de
M ais fáceis de co n fu n d ir são ainda as m anifestações folia-
res causadas pelos danos radiculares, como cinturação das raízes, radiculares

lagartas que comem os cabelos radiculares, etc. T am bém o


ataque bacteriano das raízes origina um a clorose sem elhante à
do nitrogênio (E ig . 3, P ra n c h a 7 ).

C lorose das
M as em todos êstes casos de feridas radiculares podem os nervuras
observar um a p ro n u n ciad a clorose das nerv u ras. A fôlha in ­
teira fica apenas um pouco clorótica enquanto as n erv u ras são
dum a côr am arela. Êsse fenôm eno nunca pode ser provocado
pela falta de nitrogênio. O s ataques bacterianos das raízes só
se dão geralm ente em casos da deficiência em cobre, onde as
raízes ap resentam feridas com exsudações resinosas. A s bac­
térias invadem , podendo p ro n u n ciar tam bém a cham ada “ clo­
rose das n e rv u ra s”.
O s pés deficientes em nitrogênio crescem pouco, os entrenós
são curtos, dando ao pé aparência tufosa.
A credita-se que m uitas vêzes a aração fu n d a perto dos pés,
causando um a sangria forte, seja a razão desta deficiência,
porque o sistem a rad icu lar reduzido não pode satisfazer às
necessidades da copa em nitrogênio.
Com estrum e com bate-se m elhor esta deficiência.

N ão há nada m ais triste do que um canavial deficiente em C A N A -D E -


AÇÚCAR
nitrogênio. O aspecto é péssimo. A cana é pequena, fina e ( Saccharum
cfficinarum )
d u ra com m uito poucos colmos, enquanto as fôlhas são cloró- (132, 74)
ticas até am arelas. A s fôlhas velhas secam e caem. Às vêzes,
as canas são mais averm elhadas. A qualidade da cana não se
deprecia m uito, m as o rendim ento por hectare é reduzidíssim o.
E m diversas variedades aum enta a fibrosidade, continuando,
porém , norm al a pureza do caldo; nos casos extrem os a pureza
é um pouco m aior em relação aos o utros canaviais devido a m a­
turação precoce d a cana.
É bem conhecido o fato de a p ureza da cana a u m en tar a p a rtir
do m om ento em que o crescim ento se acaba, isto é, a p a rtir do
m om ento em que está cessando à absorção do nitrogênio (com o
tam bém dos o u tro s elem en to s), e b aix ar no dia em que se inicia de
nôvo o crescim ento (E ig . 4, P ra n c h a 2 ) .
P o r isso pode-se facilm ente im aginar que a cana deficiente
em nitrogênio alcance m ais cedo um a pureza alta, que os cana­
viais sãos da m esm a zona.

D anos da
O nitrogênio g eralm ente se esgota m uito depressa nos can a­ q ueim ada
viais porque o abastecim ento em m atéria o rgânica é quase nulo,
especialm ente nas fazendas que usam colhêr com a cortadeira.
56 DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO

E m b o ra o co rte a m ão seja m ais caro, recom pensa, porque evita


a queim ada danosa.
D anosa pelos seguintes m o tiv o s:

1) priva o canavial de tô da m atéria o rg â n ic a ;


2 ) p reju d ica seriam ente os pontos de re n o v a ç ã o ;
3 ) provoca a acidificação da terra, esterilizando-a, a não se r
que se tom em contra-m edidas.
G eralm ente, canaviais queim ados têm de ser renovados.

Palha en ie .ra d a O s canaviais com a palha enleirada têm sem pre vida m aior ;
a palha enleirada im pede a proliferação de inço, ao m enos em
cada segunda fileira. Com 140 k g /h a de salitre do Chile c o rri­
ge-se a deficiência.

A deficiência em nitrogênio na cebola revela-se geralm ente


ccPa> m uito cedo. O crescim ento das plantinhas é retardado, as fôlhas
ficam curtas, finas — pouco diâm etro — e de côr verde-am a-
relada. M ais tard e, as pontas das fôlhas tornam -se averm elhadas.
A s fôlhas mais velhas m orrem .

CENOURA
( Daucus
F ôlhas de côr verde claro, m ais tarde am arelecem as m ais
velhas. O s pecíolos são extrem am ente fracos (1 7 9 ).
(179)

CO U V E-FLO R
( Brassica
F ôlhas novas de verde pálido. As fôlhas m ais velhas desco-
oleracea, loram p a ra um a cô r alaran jad a, às vêzes roxeada, secam e
v a r . b ot ry ti s )
(181) caem (1 8 1 ).
O plantio de verd u ras com estrum e evita êste mal.
FUMO
( N i c o ti a n o O controle do abastecim ento em nitrogênio no fum o é da
la b a c u m ) m aior im portância, porque determ ina a qualidade da fôlha. O s
F u m o leve: com
p o u c o azôto fum os finos de cigarros devem ser cultivados até com deficiência
Fum o "pesado”
com abundância de nitrogênio p ara produzirem fôlhas finas. A s fôlhas para
d e azôto charutos devem , porém , ser cultivadas com lu x uriöse abaste­
cim ento de azôto, para produzirem o fum o “ pesado” , apreciado
neste artigo.
M esm o, porém , que o fum o deva ser produzido com deficiên­
cia em azôto, não deve êste faltar, m as sim, ser-lbe proporcio­
nado, não passando o certo ponto de um m ínim o necessário, para
o fum o am ad u recer convenientem ente.
O prim eiro sinal da carência em nitrogênio é o reduzido cres­
cim ento que pode ser até p a ra lisa d o ; ao mesmo tem po a planta
perde a côr verde norm al.
Depois, as fôlhas m ais velhas tornam -se am arelas e tanto mais.
quanto m ais verdes eram . Finalm ente assum em um a côr m a r­
rom , m orrem e caem.
DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO 57

F ig . 5 — D e fic iê n c ia de n itr o g ê n io n o fu m o. X ota-se a a p a r ê n c ia clo ró tien da


p la n ta . ,\s fô llu is in fe r io r e s m orrem logo, a ssu m in d o u m a cô r e s c u r a in d e s e já v e l.
M a n ch a s n e r r á tic a s ap arecem n a s fô lh a s am a rela d a s, q u e logo m orrem .

A fôlha sêca m ostra, em alto g rau , a deficiência em nitrogênio. Fòlha "sê ca ’


inferior
E la é de tam anho reduzido e tam bém su a côr é afetada, d ife re n ­
ciada com os vários m étodos de “ c u ra ” . O arom a é in fe rio r,
devido a m atu ração precoce das fôlhas.
N as fôlhas de fum o p a ra charutos, a deficiência pode até es­
tra g a r por com pleto o valor com ercial dêste artigo.

Ê de conhecim ento geral que plantas criadas com deficiência B aixo teo r de
nicotina
em nitrogênio tam bém apresentam baixo teor de n ic o tin a ; espe­
cialm ente quando falta êste elem ento a p a rtir da coroação.

A identificação da carência em azôto é às vêzes um pouco d i­ L A R A N JEIR A


( Citru s
fícil porque tal carência não ap resen ta sem pre sinais m uito p a r­ sinensis)
E OUTROS
ticulares. C IT R U S
Q uando o nitrogênio falta perm anentem ente, as fôlhas novas
pouco se desenvolvem , ficando pequenas, frágeis, com côr pá­
58 DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO

lida. A m aioria dos botões caem, como tam bém um a grande


p arte das folhas (F ig . 6, P ra n ch a 1).
Se as árv o res encontram b astante nitrogênio no início das chu­
vas e som ente m ais ta rd e o azôto se to rn a deficiente, as fôlhas se
ap resentam pintadas de verde e am arelo, ou ficam m esm o intei­
ram ente am arelas e caem. Êstes sintom as aparecem fre q ü e n te ­
m ente em laran jais que foram arados e, devido a sangria, o vo­
lum e das raízes é reduzido. Especialm ente em tem pos chuvosos
ou em lotes irrig ad o s êstes sintom as se agravam .

D e fi c i ê n c i a
perm anente
O s pés que sofrem perm anente deficiência em nitrogênio são
fracos, de fo rm a irre g u la r e com pouco crescim ento. A s ram as
m o rrem e verifica-se considerável “ dieback” . Êsses pés quase
nunca m orrem inteiram ente, m as perm anecem enfezados.
A s fru ta s são em núm ero reduzido, de casca lisa, m acia e
m uito fina. A s poucas que vingam são grandes.
“ D ieback” cham am os ianques a m orte dos pés, que com eça
nas pontas dos brotos e pro g ride de lá para baixo. (F ig . 7, P r a n ­
cha 1).

LE G U M I­ M esm o as diversas legum inosas respondem favoravelm ente a


NOSAS
( 122) um a adubação azotada, e N O R M A N v erificou experim entalm ente
que, na ausência de nitrogênio, nunca podem alcançar o m áxim o
rendim ento, m esm o quando estão bem noduladas. D a germ in a­
ção até o início da nodulação percorrem geralm ente 3 a 4 se­
m anas quando a planta necessita N do solo.

A m biente A inoculação das legum inosas é um a coisa bem com um , como


p róprio para
o i n o c u la n t e tam bém o fato de que as d iferentes variedades de legum inosas
precisam de linhagens, “ stra in s” , p róprias de bactérias nodu-
ladoras ( rizóbios), p a ra p roduzirem bem. D eve-se lem brar, po­
rém, que as diversas espécies de rizóbios precisam tam bém de
condições adequadas de vida, especialm ente de um p H a p ro ­
priado. P o r isso, a cal agem adequada é um a prática essencial
no plantio de legum inosas inoculadas.

Adubação É aconselhável aplicar um a leve adubação azotada nas legu­


a z o ta d a
m inosas de sem entes pequenas — como a a lfa fa , o trifólio, a
ervilhaca, etc. — p ara facilitar o desenvolvim ento juvenil dessas
plantas. É m uito conhecido que as plantas carentes de n itro g ê­
nio são cloróticas. D epois de certo tem po, as fôlhas podem a d ­
D ef ic iê n ci a q u irir côr am arela pronunciada. A deficiência com eça sem pre
nas fôlhas in feriores, m ais velhas, m as rapidam ente tom a conta
da plan ta inteira. A côr am arela pode re su ltar tam bém dum a
linhagem estranha de bactérias noduladoras que prejudicam , como
p arasitas, a planta.
DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO 59

A s plantas inteiras m o stram um aspecto de verde pálido, são


pequenas, delgadas, com pouca ram ificação. A s fôlhas m ais ve- usitatissim um )
( 182)
lhas torn am -se am arelas, secam e caem. F o rm am -se poucas flo­
res e sem entes (1 8 2 ).
M A C IE IR A
Q uase todos os plantadores de m acieiras estão fam iliarizados ( M a lu s
com os sintom as da deficiência em nitrogênio. E la é quase a s y lv e stris )
( 181)
única que pode ser corrigida facilm ente.
Som ente um a grave deficiência dêste n u trien te é que ap re ­
senta sintom as. U m p lan tad o r com experiência sabe reg u lar pelo
abastecim ento de azôto a qualidade das fru ta s produzidas. O
controle do abastecim ento de nitrogênio constitui controle indi­
reto do abastecim ento em carboidratos, o qual é responsável
pela coroação do pé, como tam bém pela côr das fru tas e pela re ­
sistência ao frio. A ssim , o crescim ento das árvores pode ser
acelerado ou retard ad o pelo aum ento ou restrição do azôto na
dieta.

F ig . 8 — D e fic iê n c ia em n itr o g ê n io n a s c u c u r b itá c e a s. A s fô lh a s a p resen ta m um a


clo ro se m ais p r o n u n c ia d a no tecid o do q u e n a s n e r v u r a s . M a n ch a s m arrom cla ra s
ap arecem rm lim bo. A s fr u ta s tê m a p a rte da flo r ch ô ch a , a m a rela e sê c a .
60 DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO

A deficiência em nitrogênio pode aparecer d u ra n te o ano in­


teiro. N a prim av era, quando está com eçando um crescim ento
rápido, a coroação é m odesta e poucas fru ta s são produzidas. A s
folhas são pálidas e não atingem o tam anho norm al.
O s sintom as da deficiência em nitrogênio sem pre aparecem
prim eiro perto da base da "c o rre n te alim en tativ a” e progridem
nas ram as. O s pecíolos têm tendência a fo rm a r ângulos pe­
quenos com o galho. E sta deficiência é sem pre acom panhada
dum a acum ulação de carb o id ratos e antocianino, isto é, de um
pigm ento p u rp u rad o , e dum declínio da fô rça vegetativa.
Q u ando a deficiência é pronunciada, as poucas frn ta s, d ra s­
ticam ente reduzidas em tam anho, têm tendência a am adurecer
e cair prem aturam ente.
M ELA N C IA
( C itru llu s A deficiência em nitrogênio em tôdas as cucurbitáceas se m os­
vulg aris ) tra no crescim ento fraco e descoloração das fôlhas, que ficam
PE PIN O pálidas. O verde norm al das folhas vai desaparecendo, passando
( C u c u m is
sa ti v u s) (73) por todas as “ nuances” do verde ao am arelo. Os caules e pe­
E OUTRAS cíolos são finos e fibrosos. A s raízes desenvolvem -se a princípio
CU C UR B I-
TÁCEAS v ig o ro sa m e n te ; torn am -se depois m arro n s e m orrem .
A s fru ta s do pepino são um tanto pálidas e sua ponta, do lado
da flor, fica am arela, chôcha e sêca.
M ILH O
( Z.ea m ays ) Q uando o nitrogênio é deficiente, dá-se um a tra n sferên cia
(63) dêsse elem ento das folhas m ais velhas para o tecido m ais nôvo.
N as p lantas adultas, as fôlhas mais velhas tornam -se cloróticas
desaparecendo a côr verde e aparecendo o pigm ento am arelo, o
qual predom ina depois da perda da clorofila, (caroteno e xan-
to f ila ) .
O tí p ic o " V ”
d a d ef ic iê n c ia
M ais ta rd e a côr am arela, que começou na ponta da fólha p ro ­
em nitrogênio gride, seguindo o nervo principal e fo rm a o tão típico desenho
de um “ Y ” . M ais tard e a fólha inteira torna-se am arela e poucos
dias depois m arrom , m o rre e cai.
A deficiência em nitrogênio não pode ser confundida com as
m anifestações de tem pos secos porque quando há falta de água,
a fólha não perde a côr, som ente se enrola, perm anecendo assim
até chegar um tem po chuvoso. M as quando só existe um a m o­
derad a deficiência em azôto e o tem po sêco está passando, a
carência se m ostra m uito m ais pronunciada.
N as plantinhas novas o crescim ento é retard ad o , as plantinhas
são fracas, finas, sem vigor e bastante cloróticas. A s raízes
em item g ran d e quantidade de cabelos, porém , sendo finas e fi­
brosas, m orrem parcialm ente. N este estado um a adubação ade­
quada em co b ertu ra pode rem ediar ainda esta deficiência.
É conveniente fazer esta adubação aos lados das fileiras —
m ais ou m enos 60 a 100 kg de sulfato de am ônio — e não no
espaço entre as linhas.
DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO

F ig . 9 — A deficit'nci;v cm n itr o g ê n io 1 1 0 m ilh o com eça com u m n clo ro se m od erad n


n a s ])on tas d a s fô lh a s . A clo ro se p ro g rid e ao lad o d a s n e r v u r a s p r in c ip a is, s u r ­
g in d o logo a m orte do tecid o a feta d o . — As e s p ig a s sã o p e q u e n a s com p o n ta s
co m p le ta m e n te e s té r e is e es c u r a s .
62 DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO
NABO,
( B rassica
A s plan tin h as são fracas e pálidas, com crescim ento retardado.
ita p u s ) ( 1S 1 ) A s fôlhas são estreitas e m enores do que as norm ais e as m ais
RABANETE, velhas logo se to rn am am arelas, m orrendo em seguida.
( Raphanus
s a tiv u s ) ttc.
A s raízes se desenvolvem m uito pouco, perm anecendo finas e
fibrosas, às vêzes até quase lenhosas.
PESSE- N o pessegueiro, a deficiência em nitrogênio é m ais com um
G UEIRO
( P runus do que q u alq u er ou tra. T o d o s os plan tad o res dessa árv o re estão
( 188) fam iliarizados com os sintom as da deficiência em nitrogênio,

F ig . 11 — C om eçan d o n a s fô lh a s in fe r io r e s , a clo ro se, n o caso da d e fic iê n c ia em


n itr o g ê n io , está p ro g re d in d o p a ra cim a. A s fô lh a s a ssu m em u m a cô r a m a relo v iv o
e a p resen ta m n e r v u r a s e p ecío lo s a v erm elh a d o s.
DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO 63

porque aparecem mesmo em solos relativam ente bons, quando


os pessegueiros são obrigados a re p a rtir o azôto com o inço
( ervas d a n in h a s). P rim eiro são afetad as as folhas perto das ra ­
mas do ano, então em curso. Sim ultaneam ente, os galhos n as­
cidos nesse ano são fracos, eretos e curto s com casca m arrom ,
ou até mesm o p urpureada.
D epende do vigor das ram as e da locação das folhas a desco­
loração atrib u íd a a deficiência em nitrogênio. A côr varia do
verde-pálido ao am arelo e am arelo-averm elhado, com m anchas
necróticas de côr verm elho vivo ou m arrom .
N os casos em que possam ser en contradas ram as do ano, en ­
tão em curso, com casca ro x a e fôlhas com m anchas verm elhas,
a coroação é m uito deficiente, restrin g in d o as fôlhas deficientes
à base dos ram os. A lém disso, a resistência ao frio é bas­
tante reduzida. (F ig . 10, P ra n c h a 2 ) O s fru to s são pequenos
e adstringentes.

Tam bém aqui a p erda de côr é o prim eiro sinal desta d efici­ TO M A T EIR O
( L ic o p e rs ic u m
ência. Inicialm ente a clorose aparece nas pontas das folhinhas c s c u le n tu m )
(46)
m ais novas. E stas folhinhas perm anecem estreitas e pequenas.
A côr da n e rv u ra das fôlhas m uda dum verde-am arelado para
o pu rp ú reo , o qual é ainda acentuado no lado in fe rio r da fôlha.
O s pecíolos e caules tornam -se fibrosos e — às vêzes — ta m ­
bém roxos, como as n ervuras.
O s botões torn am -se am arelos e caem, devido à m orte dos
cabelos das raízes, o que significa um a redução de carboidratos
para a planta . A s fru ta s, que vingam , são cloróticas, pequenas e
fibrosas, quando verdes, e dum verm elho m uito escuro quando
m aduras. A s a fra é conseqüentem ente m uito reduzida.

U m tem po frio e chuvoso no início da vegetação im pede a T R IG O


( T r i tic u m
form ação de n itrogênio disponível. ae s li ru tn )
(181)
A s plan tin h as novas assum em um aspecto clorótico, com as
pontas das fôlhas dum am arelo-vivo. O crescim ento detém -se.
O m ais grav e é a absoluta falta de perfilhação. T rig o que sofre
de falta de nitrogênio no estado juvenil, só pro d u z um único côl-
mo, ou m ais um a ou duas hastes fracas, in significantes, que ge­
ralm ente nu n ca chegam a fo rm a r espigas.
Pode-se co rrig ir a deficiência de nitrogênio m ediante um a adu-
bação em cobertura, q u ando ain d a existe esp erança de suficiente
um idade. A in d a assim , a p erfilhação é deficiente.
Com a e n tra d a de tem po bom a m anifestação da deficiência
em azôto desaparece, m as não há mais form ação de vários colmo s.
G eralm ente, as fôlhas mais atacadas, m esm o em tem pos m elho­
res, acabam por m o rrer, dim inuindo b astante o vigor da planta,
já re ta rd a d a e fraca.
64 DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO

A s espigas fo rm ad as são pequenas e a m aturação é precoce, o


que nada m ais é que a conseqüência natural da falta de azôto.

h ig . 13 — A p la n ta in te ir a o sten ta u m a cô r e lo r ó tic a . A s fô llia s m a is v e lh a s to r ­


n a m -se a m a rela s n a s p o n ta s, p r o g r e d in d o essa d esco lo r a çã o p a ra a b a se da fô lh a .
O d e se n h o em form a de " V n ã o é tã o a c e n tu a d o com o n o m ilho.

Yv?,h™p.) A deficiência em nitrogênio é m enos pronunciada e m enos


com um nas videiras, porque quase nun ca encontram os cu ltu ras
de uvas feitas sem estéreo, com posto ou qualquer o u tra aduba-
Ção orgânica. O s p rim eiros sinais da deficiência são folhas um
pouco cloróticas na base das ram as e am areladas dum lado. Com
o tem po, a fôlha in teira to rn a-se am arela, seca e cai.
A s fôlhas têm tam anho reduzido, o vigor da planta é m uito in ­
ferio r ao norm al e as ram as do ano então em curso são bem m ais
cu rtas, fracas e finas.
FÓSFORO
D E F IC IÊ N C IA

O fósforo é o m ineral m ais necessário p ara o crescim ento e a


reprodução vegetal.
O s nossos solos de culturas são g eralm ente deficientes em fós- de
foro. É êste um elem ento de pouca m ovim entação no solo, mas movimentação
de pron ta fixação em ligações inaproveitáveis p ara as plantas,
em solos inertes e pouco hum osos. P o r outro lado, o fó sfo ro é
m elhor absorvido em presença de nitrogênio, silício e boro.

X
Fit; 14 — Q u an d o há d e fic iê n c ia em fó sfo r o , o a lg o d ã o é de ta m a n h o red u zid o ,
de côr ver d e escu ro , com fo lh a s e s tr e ita s e p e q u e n a s. O â n g u lo d o s p ecío lo s com
o g a lh o s é m u ito fech ad o.
66 DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO
E m t ô d a s as
partes em
É sabido q ue tôdas as células vegetais contêm fósforo e que
m ovim ento êste elem ento é necessário p a ra a divisão das células. P o r isso,
êle se en co n tra concentrado nos pontos vegetativos, no m eriste-
m a, em um a palav ra, em todos os lugares onde se processa o de­
senvolvim ento. A s sem entes contém tam bém considerável q u an ­
tid ad e dêste elem ento, em vista das necessidades do germ e, pois,
o fó sfo ro é necessário p ara a reprodução dos vegetais.
O fósforo é sem pre conduzido p ara as p artes do vegetal que
se acham em desenvolvim ento.
1 /5 a 1 /1 0
da q uantidade A p esar da im p o rtân cia enorm e dêsse elem ento na vida vege­
d e azô to tal, a sua assim ilação é som ente de um quinto a um décim o da
as s im i la d o
qu an tid ad e de azôto assim ilado.

M anifestações
d e d ef ic iê nc ia A s m anifestações da carência em fó sfo ro nunca são tão p ro ­
nunciadas como as de n itrogênio, potássio ou outros elem entos.
P o rém , pode-se n o ta r um a sensível redução do crescim ento. As
plantas são pequenas, com folhas bem reduzidas, eretas, de côr
verde escuro. M uitas vêzes, faltando o fósforo, o potássio d e te r­
m ina a produção anorm al de açúcar, da qual resulta a descolo­
ração ro x a das n erv u ras, pecíolos ,caules e tam bém do tecido
das fôlhas novas. A s p lan tas que sofrem deficiência em fósforo
só am adurecem tard iam en te e têm tendência a p rolongar o
tempo de crescim ento. In felizm ente, a carência em fó sfo ro é
sem pre o prim eiro sinal da erosão interna, e por isso, pode-se
im aginar que não existe em nosso país te rra de c u ltu ra que não
seja d eficiente nesse elem ento. A lém disso, o benefício dum a
adubação fo sfó rica é m uito pequeno, quando não há no solo
bastante m atéria orgânica, pois esta im pede a p ro n ta ligação do
fosfato.

A M E N D O IM
( Ar achi s
A p lan ta é pequena, de um aspecto m uito ereto, de côr verde
hypogaea) escura, até azulada. O ângulo das fôlhas é agudo. O s caules e
(22)
n e rv u ra s são finas, m uitas vêzes averm elhados. A s fôlhas novas
nascem cloróticas. A form ação de nódulos é escassa.

P á p in a s s e g u i n t e s :

F ig . 16 A — D e f i c i ê n c i a e m f ó s f o r o n o cafe eir o.

F ig . 2 0 — Q u a n d o h á d e f i c i ê n c i a d e f ó s f o r o , a s f ô l h a s d o b r ô t o n ô v o da m a c i e i r a s ão d e c ô r v e r d e -
escuro, estreitas, s e m l u s tr o e c o m pe c ío lo s , eos nervos prin cipais, averm elhados. As fôlhas do
ponto vegetativo apresen tam ta m b ém um tom averm elhado no verso, especialm ente nas margens.

F ig . 21 — D e f i c i ê n c i a d e f ó s f o r o no milho.

F ig . 22 — F ô lh a s d e p ê s s e g o . A d e f i c i ê n c i a d e f ó s f o r o a p a r e c e g e r a l m e n t e ao m e s m o t e m p o q u e a
d e p o t á s s i o . A cl oro se e a d es c o l o r a ç ã o v e r m e l h a sã o d e v i d a s à d e f i c i ê n c i a d e f ó s f o r o e a n e c r o s e
d a s m a r g e n s , à d e f i c i ê n c i a d e p o tá s s io .
Prancha 3
Prancha 4
DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO 67

Fin. 15 — Q u a n d o liá d e f i c i ê n c i a e m f ó s f o r o , as f o lh a s , co m e xc eç ã o da f ô l h a - c o b e r t o r do cac ho,


s ão p i y m e n t a d a s d u m a c ô r v e r m e lh o - a z u l a ã o - e s c u r o . M o r r e m m u i t a s f o lh a s .
DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO

?G?5®°umIRO ° fó sfo ro é geralm ente fato r linlitante para o algodão em


hirsutum) todos os solos tropicais.
Q uanto m ais baixo o p H da terra, tanto mais fosfato é fixado
e tanto m enos o algodão o tem à sua disposição. Q uando o pH
é mais favorável ao algodão, o fosfato disponível aum enta tam ­
bém. O algodão deficiente em fósforo é pequeno, com fôlbas
m iúdas estreitas e de côr verde-escuro. O ângulo dos pecíolos é
m uito pequeno.

ro m J2 satira) ^ ’ al roz precisa de consideráveis quantidades de fósforo para


(132) a produção de sem ente.

E specialm ente depois de uns dias frios vão aparecendo plantas


cujas fôlbas, anorm alm ente estreitas, apresentam a descoloração
roxa, típica desta deficiência. (F ig . 15).
A s fôlbas mais velhas e mesmo as mais novas, com exceção da
que envolve o cacho, assum em um a descoloração verm elho-escuro
azulada. A s pontas das íôlhas mais velhas tornam -se necróti-
cas, progredindo esta necrose das pontas para a base. As fôlbas
m ortas caem como na deficiência de nitrogênio.
E m casos graves, as plantas afetadas não chegam a am ad u re­
cer causando isso enorm e queda no rendim ento. O s cachos são
sem pre pequenos.

^ bananeira não é tão exigente em fó sforo como se acredita.


para d isía ca ) N ão se observa geralm ente a deficiência em fósforo na b an a­
neira. P ode ser tam bém que a te rra rica em hum o, exigida pe­
la bananeira, ponha tanto fosfato a disposição do pé que êste
quase nunca so fra deficiência dêsse elemento.

D e fic iê n c ia em fó s fo r o na b a ta tin h a .
DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO 69

Q uando a bananeira é p lantada num solo m uito pobre, as


plantas denunciam a falta de fó sfo ro pela cessação do cresci­
m ento e pelas fôlhas estreitas, dum verde-escuro ou mesmo par-
dacento. Êsses sintom as são, às vêzes, confundidos com os resu l­
tantes de um a adubação boa em nitrogênio, m as se e x am in ar­
mos cuidadosam ente as fôlhas notarem os um a descoloração um
tanto p u rp u rad a das nerv u ras principais. A parecem m anchas
pardacen tas nas fôlhas que se to rn am necróticas.

B A T A T IN H A
A absorção do fósfo ro tem estreitas relações com a do n itro ­ ( S o la n u m
gênio, som ente que a do prim eiro é de 1/5 a 1/12 da do tu b e ro s u m )
(22)
segundo.
As plantinhas novas são um pouco m enores e fracas e, es­
pecialm ente na prim eira p arte da vida, de crescim ento m uito
retardado. Mas, m ais tarde. quando o sistem a rad icular está bem
desenvolvido, elas crescem bem depressa e têm a tendência de
continu ar o seu crescim ento quando as b atatin h as em solo rico
de hum o já estão am adurecendo. A s plantas são altas, delgadas,
finas e de um verde-escuro.

Q uando a deficiência em fósforo é m uito pronunciada, os


peciolos curvam para cima, e os lóbulos se enrolam e desenvolve-
se um a necrose m arginal.
O s tubérculos destas plantas apresentam na polpa m anchas M anchas
enferrujadas
côr de ferrugem que podem chegar a fo rm ar anéis. X um a d e fi­ n a p o lp a
ciência grave, mais da m etade do tubérculo pode ser afetado por
essas m anchas. Q uando as b atatinhas são fervidas, suas partes
m anchadas perm anecem d u ras no meio do tecido mole. ( fig. 16).

CA FE E IR O
A deficiência dêste elem ento é um tanto difícil de se reconhecer ( Coffea
porque não existem sintom as m uito expressivos. arabica )
(132)
O s sintom as mais evidentes s ã o :

1 ) N as fôlhas m aduras, depois da florescência, aparecem áreas


um pouco cloróticas, pardacentas, aguadas cu ja localização
é variável, e que podem to rn ar-se necróticas, ap resentando uma
côr m arrom -esbranquiçado.
2) A queda de m uitos fru to s verdes, bem antes do am ad u ­
recim ento.
3) A qualidade do café é péssima.

Assim sendo, como quase todos os nossos solos de cu ltu ra Q ualidade:


"dura”
são deficientes em fósforo, podem os te r como certo que tam bém os
nossos cafèzais sofrem sem pre a deficiência dêsse elem ento. A
qualidade “ d u ra " do nosso café depende m uito da falta de fósforo
na dieta dos nossos cafeeiros.
70 DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO
C A N A -D E -
AÇÚCAR Como a cana é um a gram ínea com raízes bastante fibrosas, a
(Saccharum alim entação da planta, — m esmo em solos pobres, — se pro-
°(1 3 2 n<7 4 7 cessa de modo m ais ou m enos equilibrado.

com2 9 osenslvel A deficiência em fó sfo ro se observa especialm ente em cana-


(107) viais novos ( um a das variedades m ais sensíveis no estado ju v e­
nil é o CO 290) onde as p lantinhas de m ais ou m enos uns 60
cm de altu ra apresentam o aspecto de terem sido queim adas pelo
frio. A s fôlhas são , na p arte superior, altam ente pigm entadas

F ig . 17 — Q u an d o ex iste a d e fic iê n c ia em fó sfo r o , a ca n a n o v a a p resen ta o a s­


p ecto de ter sid o q u eim ad a pelo frio, e tem a ce n tu a d a cô r p u r p ú re a . — N a ca n a
a d u lta, as fô lh a s estreita s, de v erd e-escu ro , são o ú n ico sin a l da d e fic iê n c ia .
DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO 71

Fi K . 18 — Os ú n ic o s sin to m a s da d e fic iê n c ia em fó s fo r o no fu m o sã o a cô r
v er d e -e sc u r o d as fô lh a s, q ue sã o m u ito e s tr e ita s, e o â n g u lo p eq u e n o d a s fô llia s
com o ca u le.

de um a côr p u rp ú rea, cu ja intensidade depende m uitíssim o d a


variedade da cana. N o curso do desenvolvim ento, êste sintom a vai
desaparecendo e a planta, cujo crescim ento é um pouco m ais
lento, apresen ta fôlhas estreitas, de um verde-escuro, m uito
eretas. E n tre n ó s m ais curtos. A s fôlhas m ais velhas ficam clo-
róticas. Secam as pontas.
É um pouco difícil reconhecer a deficiência em fó sfo ro de
plantas adultas, porque em nossos solos de c u ltu ra a cana g eral­
m ente so fre de tan tas deficiências que a de fósforo é quase
sem pre dom inada pelas outras. A clarificação do caldo é difícil.

As fôlhas m ais velhas m o stram prim eiro as pontas m urchas, CEBOLA


(167)
que logo depois m orrem . D esenvolvem -se áreas am arelas e ne-
cróticas na fôlha inteira, a p a rtir do ápice seguindo p a ra a base.
A s fôlhas m ortas secam e ficam com um a côr m uito escura.
72 DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO
COUVE FLOR
(181)
A s folhas m ais velhas ostentam um a côr roxo carregado.
M ais tard e ficam am arelas, secam e caem.

FUM O A carência de fó sfo ro no fum o causa efeitos m enos caracte­


(97)
rísticos que a dos o utros elem entos.
O s sintom as mais típicos são o crescim ento retardado e a falta
de m adureza, o que proporciona um a péssim a qualidade do fum o,
que ap resenta em estado sêco um a côr quase preta.
A s fôlhas são de um verde-escuro e m uito estreitas e de vez
em quando aparecem nas mais velhas pontinhas necróticas que
recaem , dando à fôlha um a aparência péssim a tal como se fos­
se fu ra d a e rasgada. A s fôlhas têm um a estran h a p o siç ã o : são
m uito eretas form ando um ângulo estreito com o tronco.

LARAN­
JEIR A S E Com a carência de fó sfo ro as fôlhas ficam pequenas e o c res­
OUTROS cim ento das árvores é reduzido. A s fôlhas mais velhas perdem
CITR U S
(57, 58) a côr verde e o lustro, tornando-se um tanto cinzentas e por fim .
bronzeadas. A lgum as destas fôlhas apresentam mais tard e m an ­
chas necróticas, parecendo queim adas. E stas m anchas são mais
E m p é s no vo s
pronunciadas no início do período vegetativo. O s pés novos têm
poucas fôlhas, d errubam as fôlhas afetadas e apresentam um “ die-
back” m oderado. D ão poucas flòres e nenhum a fru ta é desen­
volvida.

F ig . 19 — As fô lh a s da la r a n je ir a , com d e fic iê n c ia de fó sfo ro , perd em o seu


lu stro, são um ta n to cin z e n ta s e a p resen ta m m a n ch a s req u eim a d a s.
DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO 73

As fru ta s dos pés velhos têm casca ásp era e grossa. Q uase E m p é s velh os

dois terços das fru ta s caem antes de am adurecer. A s fru tas


que conseguem am adurecer são ácidas.
N este caso é sem pre bom aplicar, im ediatam ente depois da
adubação, um a co b ertu ra som breadora no solo c o m o : casca de
arroz, palha, m atinho cortado, cascas de café ou o utros resíduos
vegetais. ( Fig. 20, P ra n c h a 4 ) .

As fôlhas são de um verde escuro, até azulado, eretas e es­ LIN H O


( 181)
treitas. A s m ais velhas am arelam , secam e caem. O s caules são
finos e altos. A planta desenvolve poucas ram ificações. A co­
roação é escassa, e se desenvolvem poucos frutos.

A causa do “ cansaço’’ dos pom ares é g eralm ente devida à M A C IE IR A


" C a n s a ç o ” do s
falta de fósfo ro disponível na dieta das árvores. Com o tem po, as pomares
( 181)
raizes privam a te rra de todo o fó sfo ro hidrossolúvel e por falta
de lnimo, o pé fica “ cansado”. O fó sfo ro mesm o não sendo re ­
querido em tan ta quantidade como os o u tro s elem entos, no caso
da deficiência, reduz sensivelm ente o crescim ento, m as o pior é
que o vigor e a resistência da p lanta se acham seriam ente a fe ­
tados. Isto se explica pelo fato de os tecidos m aduros fornece­
rem o seu fosfato para as partes em desenvolvim ento, onde é O pé perde a
usado de nôvo. A conseqüência é que m uitas células m orrem e sua res ist ên cia

os tecidos velhos se enfraquecem de tal m aneira que a resistên ­


cia do pé é seriam ente posta em perigo.

O s pés novos de m acieiras revelam a deficiência bem m ais


cedo, pois o seu crescim ento é m uito acelerado e não há nenhum a
reserva de fósforo.
As fôlhas são, por isso, m ais estreitas e escuras, com pecíolos
averm elhados, e g eralm ente apresentam tam bém as n erv u ras p rin ­
cipais com um colorido averm elhado.
A s ram as não atingem a espessura norm al, e a ram ificação é A r am if ic a çã o
é r e s tr i n g id a
visivelm ente restrin g id a. O s pecíolos form am um ângulo m uito
estreito com o galho. E specialm ente em tem po chuvoso e fresco
a acum ulação de antocianino é tão alta que quase tódas as ram as
do ano corren te tem as fôlhas pu rp u read as.
Em casos de intensa deficiência, m esm o as fôlhas m ais velhas
tornam -se m anchadas, com áreas verd e-am arelas e verde-es-
curas, fôlhas essas que logo caem.
O diâm etro dos ram os dêstes pés é m uito reduzido e a fo r­
mação de botões m uito escassa. O s fru to s são m acios e ácidos
aixxlrecendo no arm azenam ento.

M IL H O
O desenvolvim ento é m uito vagaroso, especialm ente na p ri­ ( 181)
m eira época da vegetação quando falta o fósforo. M esm o no mi-
74 DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO

lho, com raízes excepcionalm ente fibrosas, que asseguram um a


alim entação boa p a ra a p lanta, em caso da difícil absorção de
elem entos, a deficiência de fó sforo se m ostra de modo bem v i­
P o n t a s co m
rudim entos
sível. A s espigas têm pontas im perfeitas com ausência de poli­
d e s em e n te s nização e estéreis rudim entos de sem entes.
esté rei s
A s plantas novas têm tendência a a p resen tar as folhas e os
colmos averm elhados ou até de um roxo-azulado-escuro.
E m caso de intensa deficiência em fósforo as plantas novas
podem a p resen tar efeitos sem elhantes aos causados pela falta
em nitrogênio. Como o fósforo é necessário para a assim ilação
do azôto, os tecidos vegetais passam fom e de nitrogênio, m esm o
quando contém suficiente quantidade dêsse nutriente.
N este caso, som ente o teste, isto é, a análise quím ica do tecido
vegetal pode esclarecer do que se trata. N o campo, esta form a
de deficiência em fó sfo ro pode ser facilm ente confundida com
a de azôto. A p lan ta adulta apresenta as folhas inferiores pu rp u -
roadas.
T ô d a planta em crescim ento precisa de um a reserva de fósforo
inorgânico para c o n stru ir as suas partes novas. O milho espe­
cialm ente tem a capacidade de converter m uito depressa fósforo
inorgânico em orgânico. (F ig . 21, P ra n ch a 3 ).

PESSE- A falta de fó sforo é responsável por consideráveis perdas


G U E IR O
( 188) em todos os pessegais com erciais. Especialm ente nos pés novos
a deficiência dêsse elem ento reduz-lhes o vigor e a resistência
de tal m aneira que se dão g randes perdas. Como o fó sforo pode
ser reutilizado na planta, os sintom as aparecem sem pre prim eiro
nas folhas m ais velhas. (P ra n c h a 4 ).
N as folhas estreitas e escuras, depois de uns dias frios, apa­
rece um a pigm entação averm elhada, especialm ente nos pecíolos
e m argens. Igualm ente com esta descoloração bege ou até b ro n ­
zeada, as fôlhas m ais do alto assum em posição mais ereta do que
a usual, enquanto as, um pouco m ais abaixo, form am um ângulo
de 90° com os galhos. A s pontas e m argens das fôlhas curvam
p ara baixo.
A o m esmo tem po, as fôlhas da base dos galhos, do ano então
em curso, apresentam um a clorose irreg u lar que progride para
cima. A s fôlhas básicas caem.
O bservou-se em alguns casos que os pés perderam tôdas as
fôlhas com exceção das que ficam nas pontas dos galhos.

REPÓLHO
( Brassica olera- E m tôdas as brassicáceas a deficiência em fósforo produz ge­
cea, var. ralm ente na face in fe rio r da fôlha um a pigm entação p u rp ú rea
c a p ita ta )
( 181) que é mais pronunciada perto das n ervuras e das m argens. (F ig .
22, P ran ch a 4 ) . A s fôlhas mais velhas am arelam , secam e caem.
DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO 75

Q uando as raízes se desenvolvem mal, ficando m uito pequenas SALSÃO


( A p iu m
e os caules são finos e raquíticos, pode-se ter como certo que há g r a re o le n s )
(170)
deficiência em fósforo.

A s fôlhas m ostram m anchas m arro n s depois da florescência. SOJA


( G ly c in e
Desenvolvem -se poucas sem entes. m ax. ( L .)
M t'r r ill)
(181)

TO M A T EIR O
T am bém nesta planta o prim eiro sintom a é um a pigm entação ( L y c o p e rs ic u m
p u rp u re a na face in fe rio r da fô lh a e do pecíolo. A côr verm elha e s c u le n tu m )
(46)
pode aparecer a princípio som ente em m anchas que abrangem
m ais tard e todo o lim bo; p o r fim a p ró p ria n e rv u ra se to rn a
purp ú rea. O s caules são finos, altos e fib ro s o s ; os folíolos es­
treitos e m enores do que norm alm ente, com m arg ens que se c u r­
vam para baixo. A plan ta só com eça a p ro d u zir fru to s m uito
tarde.
Se as fôlhas in ferio res secam, to rn am -se pretas.

A parece um a coloração verde-azulada com pigm entação roxa T R IG O


(132)
especialm ente nas partes das fôlhas em que estas se curvam . A s
plantas são pequenas, finas, raquíticas com espigas pequenas e
mal desenvolvidas. A s fôlhas secam da ponta à base. F alta a
perfilhação. A s raízes são m uito m al desenvolvidas, finas e
duras.
P o r isso as plantas crescem m uito devagar e a sua m aturação
se dá de 8 a 10 dias m ais tard e que a das plantas abastecidas
adequadam ente com fosfato . A queb ra no rendim ento é consi­
derável.
V ID E IR A
A deficiência em fó sfo ro não é m uito com um nos vinhedos, (63)
porque a adubação orgân ica m obiliza b astan te fosfato p a ra
a dieta vegetal. E m casos de deficiência, as fôlhas são dum a côr
m ais escura, um pouco m enores e m ais estreitas que norm alm ente,
e apresentam , de vez em quando, m anchas um pouco cloróticas,
ou averm elhadas, conform e a variedade. O s brotos são finos,
pequenos e fracos. P o ucas flô res se form am . O s frutos am ad u ­
recem mal e são ácidos.
POTÁSSIO
D E F IC IÊ N C IA

O potássio é o m ais poderoso catalisador de carboidratos,


porém não utilizado p ara a e stru tu ra dos tecidos vegetais.
E stoque de
p o tá ss io nas M as, as plantas costum am ter um estoque considerável de
p la n ta s sais potássicos enquanto vivas, sais êsses que são lavados logo
do tecido vegetal quando a planta m orre e já m igram de volta ao
solo quando a p lan ta am adurece.
C a t a li s a d o r
potente
Podem os te r como certo que o potássio to rn a a planta mais
resistentes às doenças ( ataques b acterian o s), ao frio, à sêca e
m uitas vêzes a num erosas outras condições adversas, e que fu n ­
ciona como catalisador nos processos onde se form a açúcar de
carbodióxido e água. Provavelm ente êle atua como condensa­
do r para focalizar a energia solar até o ponto em que os dois com ­
ponentes se co m b in am ; 1/ 3 en tra no plasm a celular.

N e c e s s á r io pa ra O potássio, quando em excesso no solo é absorvido em a b u n ­


sa fras d e b o a
qualidade dância pela planta. É sem pre necessário para p ro d u zir safras
de boa qualidade, porque tem íntim as relações com a produção
de am inas, proteínas, açúcar e celulose na planta, porém não
faz p arte dessas composições. O potássio e o cálcio tam bém têm
conjuntam ente, relação com a respiração dos vegetais, p ro te­
gendo-os co n tra perdas excessivas de água em tem pos secos.
Encrespam ento
da s fô lha s Q uando o potássio é deficiente na planta, o crescim ento desta
é bastante retardado. E m todos os casos, as folhas m ais velbas, —

P á g in a o p ox t a:

F i g . 2 3 — A l g o d ã o . Q u a n d o fa l t a o p o tá s s io , as f ô l h a s i n f e r i o r e s c o m e ç a m c om a m a elo rose tiff*


m a r g e n s e po nt a« - L o g o a p a r e c e m m a n c h i n h as riec ró ti c a s e s p a l h a d a s p o r to d o o li m bo . A s m a r g e n s
e p o n t a s d a s f ô l h a s t o r n a m - s e n e c r ó t i c a s e ca e m . A d e s f o l h a ç ã o p o d e s e r tão i n t e n s a , g a e o pé
fi ca c o m p l e t a m e n t e n u . A s c á p s u l a s são p e q u e n a s e não a b r e m di r ei to . A fi b r a é de péssim a q u a ­
li da d e. 1 — M a ç ã n o r m a l , 2 — M a ç ã d e f i c i e n t e em po tá ss io .

Fi g. 29 — F u m o . F a l ta d e p o tá s s io . A s m a r g e n s e p o n t a s d a s f ô l h a s in f e r i o r e s s ão cl o r ó t ic a s . O
l i m b o c u r v a - s e para, c i m a . d e v i d o à p a r a d a d e c r e s é i m e n t o d a s m a r g e n s . P o n t o s cl o r ó t ic o s . d e p o i s
v e r m e l h o s , com ce rd r o m a r t a e s p a l h a m - s e p o r to d a fä l le n . g a e fi c a m uito crespa. As áreas m ortas
Prancha 5
26
FIG.

Prancha 6
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 77

das quais o potássio foi tran sp o rtad o para os tecidos em fo r­


m ação, — apresentam um a clorose irreg u lar, progredindo das
Clorose
pontas e m argens para dentro e são sem pre onduladas. irregular
M uitas vêzes, as fôlhas ficam encrespadas. A s m anchas ne-
cróticas caem , ciando à fôlha a aparência de ter sido rasgada.
A s fôlhas m ortas não caem logo. perm anecendo sem pre por Fôlhas rasgadas

certo tem po penduradas na planta.


O s entren ó s são curtos, dando aos vegetais um a ap arência com ­
Infecções
pacta. Infecções, especialm ente de fungos, são m uito com uns bacterianas
em cu ltu ras deficientes em potássio (p o r exem plo, a fito fto ra na
b atatin h a .) (2 4 ).
As fru ta s são geralm ente bastan te pequenas e com pouco
caldo. O núm ero das m esm as, m uitas vêzes, é consideravelm ente
aum entado, porém são elas de péssim a qualidade. (E ig . 23,
P rancha 5 ). E las am adurecem desigualm ente e mal resistem aos
danos pelo tran sp o rte, onde apodrecem com facilidade.
ALGODÃO
,\ capacidade do algodão em acum ular cálcio e sin tetizar ácidos (43, 37)
orgânicos reduz o g rau da absorção de carbodióxido e por isso
intensifica a necessidade de assim ilar potássio. Só assim a
p lanta fica em condições de m an ter um abastecim ento adequado
em carbodióxido solúvel. Êstes ions são altam ente necessários
na síntese determ in an te da produção da fibra.
P o r isso o algodão é um a p lan ta (pie consom e potássio em
g ra u excepcionalm ente elevado.

]’ á g i li II II p o x t li :

Fill. 20 — D eficiência tie p o tá s s io na b a tn t n - d o c e . A* fôlhas to r n a m -se c l o r ó t ic a s . assum indo


a s p e c t o d o u r a d o . L o g o a p a r ec em . m a n c h a s n e c r ó t i c a s , e s p e c i a l m e n t e n a s m a r g e n s e p o n t a s d a s
fôl li a s , m a s t a m b é m em f o r m a d e p o n t o s n e c r ó t i c a s e s p a l h a d o s p o r t od o o l i m b o . F o m e n t e n a bas e
a n e c r o s e é rara .

Fi g. 27 — A cl oro se i r r e g u l a r d a s fô l li a s , m a i s v e l h a s , é a p r i m e i r o s i n a l da falta, de p o tá s s io 1 1 0
ca fé . Lo g o. á r e a s i r r e g u l a r e s a m a r e l a s a p a r e c e m . e s p e c i a l m e n t e n a s p o n t a s e m a r g e n s , e s p a l h a n d o - s e
depois por to d o o lirribo. Estas áreas morrem lago e ca e m parcialm ente. As fôlhas perm anecem
às r e z e s p o r m u i t o t e m p o no pé.

F ig . 34 — Sucessiva necrose marginal em fôlhas de macieira, em conseqüência da falta de po­


tá s s io . Primeiro, a cos ta d a s f ô l h a s apresenta uma pigm entação purpãrea. E x t as áreas tornam -se
m a is ta r d e de a in v e r m el li a - r i r o . p r o g r e d i n d o esta descoloração entre a nervura. X 11 caso duma
épo ca prolongada de ch u v a s, a ve rm elh o -v ivo muda pa r a marram .
. I s p r i m e i r a s fô l h a s q u e m anifestam esta deficiência sã o sem pre as d a parte m é d ia do g a lh o do
a n o em cu r s o .

Fig. 35 — D eficiência de p o tá s s io no p c x x c g u e i 10 . A# fôlhas ficam extrem am ente crespas com


m argens e pontas necróticas, que podem unir-se a outras áreas n ec ró tic a s, excetuando-se sem pre
a ba se fo l ia r .
78 DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO
A ferrugem do
algodoeiro A deficiência em potássio, por essa razão, apresenta sin to ­
m as m uito pronunciados no algodoeiro. O nom e com um para
designar o efeito da deficiência é “ ferru g em ” apesar de não te r
n ad a em com um com a ferrugem causada pelos esporos de fungos.
O prim eiro sintom a é constituído por m anchas cloróticas irre ­
g ulares nas pontas e m argens das fôlhas. A fôlha to rn a-se verde-
am arela e m anchas branco-am areladas aparecem entre as n e r­
vuras. O centro destas m anchas m orre e num erosos pontinhos
m a rro n s — tecido m orto — aparecem nas pontas e m argens
das fôlhas,
O tecido m arrom cai, finalm ente a fôlha inteira torna-se
m arro m , seca e cai prem aturam ente.

As " m a ç ã s "
não abrem bem
E sta queda p rem atu ra das fôlhas é a causa de as m açãs não
poderem desenvolver-se convenientem ente, perm anecendo m uito
pequenas e im aturas.
M uitas dessas m açãs deixam de a h rir e a fib ra é de péssim a
qualidade. (P ra n c h a 5 ).

O bserva-se com freqüência a deficiência em potássio tam bém


nos solos que apresentam ab undante adubação calcária. O uso
crescente de cálcio determ ina o aum ento da exigência em po­
tássio. De outro lado. o potássio aum enta a solubilidade do boro
P otá ss io- e en tra como p o tássio-tetrahorato, altam ente hidrossolúvel, na
t e tr a b o r a t o
K lB jO t
planta. A hidrossoluhilidade do KgEUCb é cinco vêzes m aior
do que a do ácido bórico e 85 vêzes m aior do que a do cálcio-
m etaborato.

O sód io O sódio pode su b stitu ir perfeitam ente o potássio na cultura


de algodão, até a m etade da quantidade requerida em potássio.
O sódio tem tam bém a capacidade de liberar ligações insolúveis
de potássio, m agnésio e fosfato. E m presença de potássio, o
sódio é m uito pouco absorvido pelo algodão, m as um a conside­
rável redução do teor em cálcio nos tecidos vegetais pode ser
observada. P orém , o potássio nunca pode ser substituído por
com pleto no algodão e, quanto à nutrição, êle nem deve ser subs­
tituído quando não há necessidade. Especialm ente a eficiên­
cia do potássio em m an ter solúveis os carhoidratos e o boro é
m uito m aior de que a do sódio.
E m todo caso, quando um a aplicação leve de sódio é feita, a
proporção com o cálcio sem pre deve ser de 1 : 2 = c álc io : po­
tássio 4- sódio.
A M E N D O IM
(22) A s fôlhas velhas tornam -se um tanto cloróticas com m anchas
necróticas nas m argens e ponta. E las podem se ju n ta r a áreas
sêcas, que produzem um aspecto de queim ado, circundado por
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO

F ig . 2 4 — T ô d a s a s fôlh n s, até as q ue en v o lv e m o cacho, p odem m o stra r a d e­


f ic iê n c ia em p o tá ssio no arroz. O típ ic o é um a elorose das p o n ta s e m a rg en s,
se g u id a de n ecr o se, e a d esco lo r a çã o m arrom d e m a n ch a s e sp a lh a d a s. As fô lh a s
m orrem .
80 DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO

um halo am arelo. O s nódulos que se form am são deform ados e


o am endoim , m uitas vêzes, tem gôsto ruim .
A p lanta de am endoim m uito raram ente denuncia a deficiência
de potássio. O fato estranho desta deficiência e que, quando m enos
de 15% das plantas denunciam a falta de potássio, um a a d u ­
barão potássica não tem efeito significativo para a safra. Pode
acontecer que, nesses casos o potássio esteja som ente em dese­
quilíbrio com os outros elem entos ou que exista um fato r no
solo que 1ixe o potássio. P o r enquanto não se experim entou
ainda em m aior escala o uso de sódio p ara liberar o potássio fi­
xado, m as pode ser que esta seja a solução p ara o caso, se não
fô r a aplicação de bunio.

ARROZ
(132, 43) A s q uantidades em potássio requeridas pelo arro z são m uito
altas. E m cam pos irrigados ou em terrenos pantanosos a lavagem
de potássio é alta e por isso a quota da adubação em potássio é
bastante elevada. ( fig. 2 4 ).
P o r isso a deficiência em potássio é um a das m ais p ro n u n ­
ciadas no arroz. O co rre em conseqüência, geralm ente, um a ta ­
que por H c lm inthosporium ( “ K a lib rie f” ). O arroz fica pequeno,
os colm os são fracos e as sem entes, mal desenvolvidas, m uitas
vêzes, são chôchas devido a m á nutrição. A ssem elham -se os sin­
tom as m uito à B russone. A s fôlhas são de côr verde-azulado,
quando novas. N as fôlhas m ais velhas desenvolvem -se m anchas
necróticas, irregulares, tornando-se m arrom -castanho ou av er­
m elhadas. A s fôlhas que envolvem o cacho são finas, com pri­
das com m anchas cloróticas irregulares, que logo se to rn am necró­
ticas, assum indo um a côr m arrom -carregado (132, 4 3 ).

T am bém para a bananeira o potássio é um dos elem entos mais


B A N A N EIR A
(132) necessários. E ssa planta faz um consum o excepcionalm ente alto
de potássio e sua deficiência m ais com um é a dêsse elemento.
A s fôlhas mais baixas tornam -se um tanto cloróticas, enquanto
o crescim ento é bastante restringido. As fôlhas desenvolvidas
são m ais cu rtas que as norm ais e o pé inteiro dá a im pressão de
ser compacto.
Como a clorose começa nas m argens e pontas das fôlhas, são
essas tam bém as prim eiras partes a tornarem -se necróticas, as­
sum indo um a côr m arrom -vivo. M orrem m uitas e, em casos e x ­
trem os, só perm anecem vivas as fôlhas apicais. As fôlhas m o r­
tas perm anecem ainda no pé. As fru tas são um pouco m enores
que as norm ais e m uito sêcas.

BAM3 .TIi 8 n A ^ planta da “ batatin h a" ou batata inglêsa precisa de abasteci­


m ento contínuo de potássio para o seu desenvolvim ento norm al.
Q uando há deficiência em potássio, o crescim ento é prim eira-
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 81

m ente m oderado e depois com pletam ente paralisado. O s entre-


nós são um pouco m ais curtos, o que dá à p lan ta um a aparência
m ais com pacta. A s fôlhas são reduzidas no tam anho, o que se
atrib u i ao a rra n ja m en to m ais pró x im o dos lóbulos, os quais
form am ângulos m uito agudos com os pecíolos.

O s lóbulos assum em um a côr m ais escura, são m uito crespos Crêspa


e se curvam p a ra baixo. A s fôlhas to rn am -se cloróticas, exi- ^
bindo um a côr verde-am arelad a e um a pigm entação bronzeada, bronzeado
que com eça nas pontas e m argens, afetan d o por fim o limbo in ­
teiro, que finalm ente m orre. A fôlha cai.
N um a planta só a bronzeação não é tão visível, m as o efeito
em m assa é m uito acentuado. E specialm ente sob certas condi­
ções de luz, o campo aparece bronzeado.

rX'

Pig. 25 — Q u an d o o b a ta ta l a p r e se n ta asp e cto b ron zea d o , o p o tá ssio t- d e fic ie n te ,


xreas n e c r ó tic a s , b ro n zea d a s, ap a rec em n a s p o n ta s, n a s m a r g e n s e e n tr e as n e r ­
v u ra s d as fô llu is. P o n to s escu ro s m arcam tod o o cau le. M u ito s c a u le s caem e os
so b r ev iv e n te s a p resen ta m uma d esfo lh n ç ã o in te n sa .
82 DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO
Fica só o feixe
apical
A s folhas caem , até que resta som ente o feixe apical. De longe,
o cam po parece ain d a verd e, de perto pode-se v e rific a r que
quase não tem m ais fôlhas.
N o d e c o rre r dos efeito s da deficiência, tam bém os pecíolos e
caules são afetad o s, m o stran d o m anchas escuras.
O s estolhos dos tubérculos são bem m ais curtos do que n o rm a l­
m ente e os tubércu lo s m uito mal desenvolvidos, com a polpa
azulando no a r quan d o cortada.
A deficiência de potássio aparece tan to em solos m uito leves
e arenosos, p o r causa da fácil lavagem dos elem entos n u tritiv o s,
com o nos solos pesados, argilosos, os q uais retêm o potássio em
com plexos insolúveis.
E s ta deficiência é m ais p ro n u n ciad a em tem pos chuvosos e
pode m elh o rar em tem pos secos. A s plantas m uito en fraq u e­
cidas pela deficiência em potássio são tam bém suscetíveis às in ­
fecções pelos fungos, com o, p or exem plo, pela fito fto ra . G eral­
m ente a fito fto ra não ataca os batatais, quando são adubados
com suficien te potássio. T o d o s sabem tam bém que a fito fto ra
só é p erigosa em tem pos chuvosos, quando a deficiência em po­
tássio é acentuada. O m elhor preventivo c o n tra fito fto ra é por
isso um a boa adubação potássica e orgânica.

BATATA-
DOCE
O p rim eiro sin to m a da d eficiência em potássio é o constituído
( Ipoinoea p o r fôlhas irreg u lares p in tad as com m anchas cloróticas. M ais
batatas )
(44) ta rd e a po n ta e p a rte s p ró x im as am arelecem , to rn am -se necró-
ticas e caem . M anchas necróticas desenvolvem -se no limbo in ­
teiro , in d ependentem ente das áreas necróticas das m argens e
p ontas, que se desenvolvem tam bém p ara dentro, o tecido copa
p a ra baixo. M ais ta rd e a fôlh a in teira m u rch a e cai. (F ig . 26,
P ra n c h a 6 ) .
A queda das fôlhas pode ser tão ab u n d an te que os batatais fi­
cam m uito des folhados e só p roduzem colheitas insignificantes.
Como a batata-doce tem de ser cultivada em te rra s ácidas,
p a ra ev itar a sarn a ( “ scab” ) , é m uito com um que v árias defi­
ciências apareçam .

C A F E E IR O
(132, 48) E m nossas te rra s velhas de c u ltu ra a deficiência em potássio
é m uito com um . M esm o em te rra s m ais novas de c u ltu ra pode­
m os n o ta r o fato. N o m om ento em que o potássio da dieta da
plan ta se ap resen ta d eficiente, o café to rn a-se suscetível a p r a ­
gas e m oléstias. E specialm ente as p ragas do cafeeiro se desen­
volvem com g ra n d e rapidez em cafèzais deficientes em potássio.
Como o café é m uito exigente em potássio, a m aioria dos ca-
feicultores considera a deficiência neste elem ento um a “ p a rti­
c u la rid a d e ” do cafeeiro.
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 83
Q u e d a das
O s prim eiros sintom as são o crescim ento um pouco retardado fô lh as na época
e a queda anorm al das fôlhas em tem pos úm idos, especialm ente d a flo rescên cia

na época da florescência.
A s fôlhas das ram as novas são um pouco m enores e um tanto
cloróticas. O s brotos têm tendência a cair antes de enlenhar.
A redução do crescim ento é b astan te pronunciada.
A s fôlhas velhas e m aduras, no pau do ano a n terio r e as da
base dos brotos do ano em curso, to rn am -se m ais cloróticas.
M anchas irregulares, am arelas, aparecem , com eçando g e ral­
m ente na ponta e nas m argens, progredindo p a ra o in terio r e
à base da fôlha. A s áreas desbotadas, acentuadam ente am are­
las. tornam -se m arro n s e m orrem , caindo facilm ente. (F ig . 27,
P rancha 6 ) . E x iste a tendência de fo rm ar raízes adventícias.
F o ra da época de florescência as fôlhas perm anecem , às vêzes,
por m uito tem po no pé, quando o tem po fô r sêco. E m tem pos ch u ­
vosos a desfolhação pode ser m uito séria.
C A N A -D E -
Tam bém na cu ltu ra da cana a falta de potássio é bem conhecida. ACÚCAR
O potássio é necessário no período de m aior desenvolvim ento da 7 4, 106,
107, 132)
cana. N essa época, a cana absorve m uito potássio e todos sabem
que a cana é um dos vegetais que m ais consom e potássio. C al­
cula-se que num a te rra boa para cana devem -se e n c o n tra r:

4 0 k g /h a de nitrogênio intrico,
2 0 k g /h a de nitrogênio am oniatado,
100kg/ha de fó sfo ro solúvel,
150 k g /h a de potássio solúvel.

"D oença de
O potássio não to rn a som ente a cana resisten te a m uitas do­ Fichi”
enças e à sêca m as au m en ta tam bém a riqueza do caldo, o que é
m uito im portante.
Especialm ente em solos irrig ad o s o potássio se to rn a facil­
m ente deficiente. T am bém isso acontece em solos mal drenados,
encontrando-se nêles o que é conhecido en tre os cultivadores
de cana como “ doença de F ic h i” , porque apareceu prim eiro nas
Ilhas de F ichi. A “ doença de F ic h i” deixa a cana sem fôlhas,
com exceção do feixe apical, dando ao canavial um a aparência
m uito estranha.
M anchas
As fôlhas deficientes são p rim eiram ente de côr verde-escuro. v erm elhas na
A deficiência anuncia-se prim eiro nas pontas e nas m argens veia p r in c i p a l

pegadas às pontas. A í, o tecido vai am arelando e m ais ta rd e se


to rn a m arrom e m orre. D as m argens, a deficiência pro g rid e p a ra
o in terio r da fôlha. P o n tin h o s verdes aparecem no tecido entre
as nervuras.
M as o típico da deficiência em potássio são as m anchas verm e-
lho-vivo na n e rv u ra principal. M esm o que u m a fôlha m o rra
com pletam ente, por essas m anchas pode-se reconhecer ainda se
84 DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO

l ig-, 2 8 — F o r a d a n e c r o se d a s p o n ta s e m a r g e n s , n o ca so da d e f ic iê n c ia em p o ­
tá s sio , as m a n c h a s d e u m v e r m e lh o -v iv o n a n e r v u r a p r in c ip a l sã o o sin to m a m a is
c a r a c te r ístic o . O c a sio n a u m a d e s fo lh a ç ã o fo rte q u e p o d e ir a té o fe ix e a p ica l.
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 85

m orreu por causa da deficiência em potássio ou não. A s fôlhas


m ortas ainda ficam algum tem po pen d u rad as na planta antes de
cair. E m casos de severa deficiência em potássio, as canas
ficam desfolhadas até o feixe apical.
A s canas deficientes em potássio são m uito finas e du ras e os
gomos são curtíssim os. D êsse modo, a fibrosidade da cana a u ­
m enta consideravelm ente, como a cêra na casca de cana, que
pode con stitu ir seria preocupação aos usineiros, porque dificulta
consideravelm ente os trabalhos no clarificador.
P orém não há ainda sinal nenhum de que a pureza esteja bai­
xando por isso. M as tem os a prova co n trá ria nos casos dum a adu-
bação excessiva em potássio, pois a cana atinge m uito mais cedo
do que as o u tras um “ b rix ” alto. T am bém não alcança até O "brix”

setem bro um a pureza m ais alta do que as canas com um a dieta


suficiente, porém norm al, de potássio. A única vantagem é so­
m ente a de que já no início do corte se tem cana com boa pureza,
se esta questão não foi regulada pelas variedades de d iferente
precocidade.

CEBOLA
N as cebolas não se verifica sem pre a paralisação ou re ta rd a ­ (167)
m ento do crescim ento quando falta o potássio. N a m aioria dos
casos o crescim ento é m ais ou m enos norm al. M as depois, as
pontas das fôlhas m ais velhas se to rn am am arelo-cinzento e até
am arelo -esb ran q u içad o ; e essa descoloração pro g ride para baixo
até que as fôlhas m urcham . A s áreas m urchas exibem te x tu ra
fina com o sêda. e tornam -se um tan to en rugadas, como papel
crepom.

CENOURA
Fôlhas m ais velhas, um pouco cloróticas, tornam -se pardas ( D a u c u s carota )
quando secam. A s raizes são finas e pontudas. (1 8 0 )

Na co uve-flor aparece já na p rim eira fase da vida vegetativa COUVE-


FLOR
a deficiência em potássio. A s m argens das fôlhas bronzeiam e (180)
pontinhos m a rro n s se espalham no lim bo inteiro.
A s m anchas bronzeadas, um pouco pigm entadas com côr v e r­
melha, torn am -se m ais ta rd e m anchas aguadas, de côr parda-
centa e exalam m au cheiro.

FU M O
O fum o re q u e r gran d es q u antidades de potássio e so fre m uito (4, 43, 98,
facilm ente da deficiência dêste elem ento. E o que pode p arecer ( 100)

consum o lu x u rian te, do ponto de vista da sa fra , é de fato neces­


sário p a ra p ro d u zir um a sa fra de alta qualidade.
A ssim sendo, não notam os qualquer sintom a de deficiência,
apesar de a qualidade do fum o já e star bem in ferio r, quando
não há potássio em abundância.
86 DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO
"D o e n ç a de
fogo bravo” A deficência em potássio foi d enom inada “ w ild fire sickness”,
isto é, “ doença de fogo b ra v o ” , p o r causa das m anchas v erm e­
lhas que destroem o tecido com o se fôssem fogo e que sem pre
ap resen tam tam bém um ataq u e m icrobiano.

A p arência
e nferrujada
A s fôlhas m ais velhas ap resen tam p rim eiro u m a clorose m a r­
ginal e p ontinhos em todo o lim bo, p ontinhos êsses que m ais
ta rd e assum em c ô r verm elho-vivo com cen tro s m ortos. A s fô ­
lhas en crespam fortem en te. T o d o s os po n tin h o s m o rrem e a
á re a do tecido m o rto se alarga, até que êles se reúnem . A p lanta
in te ira assum e a ap arên cia de estar e n fe rru ja d a . A s suas p artes,
ain d a verdes, são de v erde-escuro e m esm o verde-azulado.
A s áreas m o rtas caem, dando à fôlha o aspecto de estar rasgada.
A n tes que ap areçam os pontos m ortos o tecido foliar se cu rv a
um pouco p a ra cim a, atrib u in d o -se isso ao fato de p a ra r o c res­
cim ento das m arg en s eloróticas, enquanto p ro g rid e o das dem ais
p artes da fôlha. M ais ta rd e a fôlha in te ira fica m uito crêspa, m as
poucas são as fôlh as que caem. A p lan ta in teira fica logo m a n ­
chada, salvo os botões, que co nservam um aspecto m ais ou m e­
nos norm al, porque o potássio é rem ovido dos tecidos m ais ve­
lhos p a ra êles, a fim de salvá-los. (F ig . 29, P ra n c h a 5 ).

D iíninui a
r e s : s t ê n c :a
A deficiência em potássio pode ser observada desde as plan-
tin h as m ais novas até as m ais velhas. E m casos d a deficiência
dêsse elem ento a p lan ta não resiste aos ataques bacterianos que
causam m anchas nas fôlhas, m anchas das quais re su lta o co­
lapso to tal do tecido foliar.
O potássio, em todo caso, a ju d a a m a n ter a fô rça e o vigor da
planta. N as fôlhas sêcas a deficiência de potássio p roduz ra s ­
gões e as to rn a de péssim a q u a lid a d e ; falta-lhes arom a, elasti­
cidade e capacidade de m a n te r o fogo.

L A R A N JE IR A
E OUTROS O prim eiro sin to m a é a queda excessiva de fôlhas no tem po da
C IT R U S florescência. Q u an d o a deficiência está se to rn an d o m ais acen­
43)
tu ad a, aparecem a d efo rm ação das fôlhas que copam e arcam p a ra
cim a e p a ra baixo, devido ao parado crescim ento das n e rv u ra s
p rincipais — falta de boro, que não existe m ais em form as dispo­
níveis, p o r causa da falta de um meio dissolvente — e um a clorose
p rogressiva. O s galhos novos são m uito fracos e im plantados sem
m u ita firm eza. A s fôlhas dêstes galhos são pequenas. E m m u i­
tos casos aparece associada à deficiência em cobre, m an ifestad a
pelas im pregnações resinosas nas fôlhas e cascas. O cresci­
m ento quase se paralisa, especialm ente nas copas dos pés m ais
velhos, com a tendência de d e rru b a r os galhos novos an tes de
enlenhar.
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO

O bserva-se igualm ente um a crescente susceptibilidade ao frio e


e à sêca.
As fru ta s são m uito num erosas, m as pequenas, com m enos aci­
dez, menos suco e m enos vitam ina C do que norm alm ente. O s
limões e laran jas são m uito pequenos, cloróticos, com casca grossa
e pouco suco. E x iste tam bém a tendência de d erru b ar as f r u ­
tas — até dois terços — prem aturam ente. nc^sas?
E sta deficiência é a m ais facilm ente reconhecível de todas, por (ísi,
que os sintom as são os m ais pronunciados.
Estabeleceu-se que, nos casos em que a proporção de cálcio-
potássio ultrapassou a relação 4 : 1 2 , a sa fra decaiu, M as so­
m ente quando a relação se aproxim ou 8 : 1 2 (cálcio-potássio)

I ig. 30 — A s rolh as d e le g u m in o sa s com s em en te g ra n d e, com o fe ijã o com u m ,


soja, er o tn lá ria , m u ru n a , etc. p a recem e n fe r r u ja d a s e r a sg a d a s, com p éssim o a s ­
p ecto. A s se m e n te s sã o m u ita s v ê z e s ch ô ch a s. A lfa fa , tr ifó lio , etc. m o stra m p o n ­
tin h o s verm elh os ou b ra n co s n a s p o n ta s e m a r g e n s c lo r ó tic a s . G era lm en te só a b a se
fo lia r p erm a n ece verde.
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO

ap areceram as m an ifestaçõ es de deficiência, (p ro p o rção norm al


cálcio-potássio = 1 : 2 ) . M as isto é som ente no caso em que a
deficiência de potássio foi provocada pelo desequilíbrio no
"c o m p o u n d " causado pela sobrecalagem .

F eijoeiro A s íegum inosas com folhas largas, como o feijão com um ,


c o m u m , soja,
crotalária, cro to lária, feijão de soja, etc. denunciam logo a falta de potássio
feijão de
p o r c o , cl,% com m anchas cloróticas até brancas, irreg u la re s nas pontas e
( Phaseolus m argens. E m pouco tem po essas m anchas ju n ta m -se , fo rm an d o
vu lg ari s
G l y c i n e m a x. m argens irre g u la rm e n te am arelas.
( L . ) Merrill,
Crotalaria M o rrem logo em seguida as áreas cloróticas nas pontas e
t w e ed ic a n a m argens das folhas, m as q uase nunca é atacada a base foliar.
Cana val ia ensi-
fo r m e s D . C . ) As m argens cu rv am -se p a ra baixo e a fôlha in teira se m o stra um
etc.
pouco encrespada. M anchas m ortas aparecem en tre as n e rv u ra s
e caem com as áreas m o rtas nas m argens, dando à fôlha a ap a ­
rência de te r sido rasgada. A queda m arginal do tecido pode
alcançar até a m etade da fôlha.
Q u an d o a deficiência em potássio só aparece m ais ta rd e na
época vegetativa, como, por exem plo, no período da florescência,
é difícil aparecerem essas condições cloróticas. E m lu g ar disso,
som ente os peciolos dos lóbulos se to rn am m a rro n s, depois
pretos e conseqüentem ente, os lóbulos m orrem .

"F errugem " A deficiência em potássio sem pre produz sem entes de m á
d o feijão
qualidade. U m a boa p arte delas é chôcha. P o r isso, tam bém p o r
causa da ap arên cia dos sintom as foliares, esta carência é com u-
m ente cham ada " fe rru g e m ", porém não tem nad a de com um com
a ferru g em provocada pelos fungos.

A lfafa, trifólio,
e r v i l h a c a , etc.
N as Íegum inosas com fôlhas estreitas e pequenas, como o al­
fa fa , trifó lio ( T r ifo liu m in c a rn a tu m ), ervilhaca ( Vicia sativa
E .) , etc., a deficiência aparece com pontinhos pequenos, b rancos
ou am arelos nas m argens das fôlhas. O tecido onde aparecem
os pontinhos m o rre logo. M ais ta rd e , tam bém o tecido en tre os
pontinhos to rn a-se clorótico, am arelece, to rna-se m a rro m e fin al­
m ente m orre. N estas Íegum inosas os sintom as progridem das
p ontas dos b rotos p ara baixo, isto é, das fôlhas m ais novas para
as m ais velhas.
E m casos de severa deficiência os sintom as da clorose m a rg i­
nal são m uito pronunciados. M as nunca é a fetad a a área pró x im a
da n e rv u ra principal, nem a base foliar. Com o o potássio é de
m uito fácil m ovim entação d entro da planta, é tra n sp o rta d o dos
tecidos m ais velhos p ara os m ais novos.

O se g u n d o ou C o rtando-se v árias vêzes a a lfa fa , a deficiência em potássio


terceiro corte
afetado pode ap arecer depois do segundo ou terceiro corte, sem te r dado
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 89

P ig ; ;!l ~ A cJorose (1,ls l ,onttis d os ló b u lo s in d ic a no m am ão & d e f ic iê n c ia em


p o tá ssio . L ogo se esp alh am p o n tin h o s n e e r ó tic o s por tôd a a fô llia , com ex c eçã o da
b ase. As á re a s n e c r ó tic n s caem .

nenhum sinal de ex istir antes disso. O s alfa ia is podem ex istir


v a n o s anos com bons rendim entos q u an d o são devidam ente tr a ­
tados e adubados com p o tá s s io ; do co n trário , perecerão na p ri­
m eira seca. O inço nos a lfa ia is, em m uitos casos, pode não
90 DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO

co n stitu ir senão sinal de fom e, pois não é vencido pela a lfa ia ,


q u an d o êste é m al n u trid o .
U m a s a fra de 3 toneladas de a lfa fa , p o r exem plo, rem ove
73 k g /h a de potássio ou m ais ou m enos 180 k g /h a de cloreto de
po tássio a 4 2 % .
L IN H O
( 182) P la n ta pequena e com pacta, com necrose nas p ontas das fo­
lhas velhas. D esenvolve poucas flôres e ram os (1 8 2 ).

M A M O E IR O
( Carica p a p a y a ) Com o as m elancias e abóboras, tam bém o m am ão precisa de
(132) bastan te potássio p a ra fo rm a r as suas fru ta s, v erd ad eiro s depó­
sito dêsse e le m e n to ; é com um a falta dêsse elem ento nessas
cu ltu ras.
Com eça nas fôlhas in fe rio re s um a clorose nas pontas dos ló­
bulos. F o rm am -se tam bém m anchinhas cloróticas, espalhadas
p o r tô d a a fôlha, com exceção da base. E sta s áreas cloróticas
to rn am -se n ecróticas e caem logo, dando à fô lha um a aparência
de te r sido rasg ad a.
Logo a fôlha in te ira cai. E m tem pos úm idos, dá-se um a intensa
X desfolhação da p lanta. E m épocas sêcas, as fôlhas podem ficar
pen d u rad as ain d a p o r m uito tem po no pé antes de cair.
O m am oeiro d eficiente em potássio é sem pre sobrecarregado
'•■r.* f I- de fru ta s , que perm anecem pequenas. N en h u m a delas alcança
W .;, o tam an h o norm al e tô d as são pouco sucosas.
A c arg a enorm e de fru ta s pequenas é sinal típico da defici­
ência em potássio. N ão é ra ro tam bém que em bom n úm ero as
fru ta s se ap resen tem d efo rm ad as, x

M ELA N C IA , E is o característico da d eficiência: ficam bronzeadas as m a r­


PE P IN O
E OUTRAS gens das fôlhas, que osten tam um a cô r verde-azulado e que logo
C U C U R B I-
TÁCEAS
m o rrem . M an ch as bronzead as aparecem na fô lh a in teira entre
(43) as n erv u ras. A s fôlhas velhas m orrem . A s fôlhas novas são
m ais ou m enos fo rtem en te encrespadas.

Frutas inchadas O característico nas fru ta s é que a p a rte que fica do lado da
na parte que
f ic a d o l a d o da flo r é m uito inchada, parecendo às vêzes, um balão com cabo.
flor

A deficiência em potássio é m uito com um em tôdas as cucur-


bitáceas porque a m elancia, pepino, abóbora, m elão até o ch u ­
chu são p lantas cujo consum o em potássio é m u ito alto. A s fru ­
tas podem ser co nsideradas v erd adeiros "d e p ó sito s" de potássio,
devido ao fato de que as sem entes e p lantinhas novas destas e s­
pécies precisam de um am biente m uito rico em nitro g ên io e po­
tássio p a ra o seu desenvolvim ento norm al.
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO

F is:. 32 — A s fô lh a s fic a m b r o n z e a d a s : m a r g e n s n e e r ó tic a s com m a n ch a s b r o n ­


zea d as 1 1 0 lim bo, a fô lh a in teira , um ta n to c lo r ó tic a , com n e r v u r a m en o s c lo r ó tic a .
A s fr u ta s são m u ito in c h a d a s n a p a rte q ue fic a do la d o da flo r.

É do conhecim ento geral que o potássio está em íntim as rela- 4}


cões com a produção de açúcar, am inas, celulose e proteínas nas i8 2 )
plantas, mas não en tra na com posição de q u alquer “ com pound”
orgânico. O potássio é necessário p ara o crescim ento das células
vegetais e tem influência na respiração. C ontribui p a ra a p ro ­
teção das p lan tas co n tra a excessiva p erd a de água em tem pos
secos, tornando-as tam bém resistentes ao frio.
N o m ilho o potássio é necessário desde a germ inação até a
m aturação da planta, e plantas sadias de m ilho sem pre contêm
considerável q u an tid ad e de potássio no seu tecido, seja nos bro-
tinhos novos, seja na plan ta m ad u ra. P o r isso os sintom as de
deficiência podem aparecer tan to nas p lantinhas recém -germ i-
nadas como nas p lantas velhas.

N as p lantinhas novas o crescim ento é retard ad o e as fôlhas ^ “ splan,as


são de côr verde-am arelo e até am arelas. A s pontas e m argens
tornam -se neeróticas, m orrendo logo. E m casos de m oderada de­
ficiência o crescim ento é um tan to deprim ido, e os sintom as
das fôlhas só aparecem num a idade um pouco m ais avançada.

N as plantas m ais velhas, logicam ente, nota-se a necessidade ^ ausltapshntas


crescente em potássio. S intom as com o os das fôlhas novas
aparecem . P io r ainda é que os gom os deixam de se desenvolver
convenientem ente. A s plantas são fracas, as fôlhas atacadas
92 DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO

m o rrem , so b ran d o som ente estreitas áreas vivas p erto da n e r­


v u ra principal. (F ig . 33, P ra n c h a 8 ) .

Nas espigas
A s espigas são de m uito pouco valor n u tritiv o e, em casos
g raves, o m ilho não vale m uito m ais que a palha n a n u trição de
anim ais. A s pon tas das espigas são chôchas. A s sem entes são
p au p érrim as em p ro teín as, contendo som ente f é c u la ; e são facil­
m ente caru n ch ad as. A s sem entes da p o n ta são g ran u lad as, m as os
g rão s não são g ra ú d o s e só têm casca, (pie é de cór branca.

M A C IE IR A A p arecem áreas de cór verm elho-vivo nas m argens e ta m ­


( M alus sylves­
tris) bém en tre as n e rv u ra s secundárias. (F ig . 34, P ra n c h a 6 ) . E stas
( 181)
m anchas aum entam , ainda, quando o pé estiver provido n o rm al­
m ente de potássio. A s fôlhas afe tad a s racham nas áreas ne-
cróticas. N as pontas dos galhos encontram os fôlhas sêcas que
p o r m uito tem po — em épocas sêcas — perm anecem no pé. A s
fôlhas novas que se desenvolvem , d u ra n te um a dieta carente em
potássio, são m enores, m ais c u rta s e têm a aparência a rred o n d ad a.
O s fru to s são pequenos e pálidos.

NABO, A s fôlhas ap resen tam no centro um verde-escuro, en q u an to


RABANETE,
<Brassica na tut s. as pon tas e m arg en s são cloróticas, bronzeando-se com o tem po.
Raphanus
sa tiv u s, v a i .
E m casos ex trem o s, as fôlhas m ais velhas am arelam e bronzeiam
c a p ita ta ) por com pleto. A s fôlhas são g rossas com o couro e as raízes são
(63, 180)
m uito mal desenvolvidas, pouco bulbosas e m uito pontudas.

PESSE- O s pessegueiros requerem potássio em q u an tid ad e relativ a­


G U E IR O
m ente alta.
A deficiência em potássio pode e x istir em todos os solos, sejam
ácidos ou neu tro s, arenosos ou pesados.
O prim eiro sintom a é o fo rte encrespam ento das fôlhas no
meio das ram as anuais, m uitas vêzes ainda atribuído a um v íru s
tran sm itid o pelo pulgão. (F ig . 35. P ra n c h a 6 ).

EncrespanieníD O encrespam ento é causado pelo crescim ento desigual do


forte das
felhas tecido, em p a rte clorótico, em p arte não. Com a intensificação
da deficiência o encrespam ento tam bém é intensificado, às vêzes
tom ando conta do pé inteiro. M uitas vêzes êsse sintom a é acom ­
panhado do enrolam ento das fôlhas, especialm ente quando há
um a época sêca.

A s fôlhas
enrolam Êsse enrolam ento causado pela falta de potássio não deve ser
co n fu n d id o com o que é causado pela deficiência de cálcio.
Q u an d o as fôlhas enrolam p o r causa da falta de cálcio, nunca
são igualm ente encrespadas, com o são quando falta potássio.
E n ro lam as fôlh as tam bém quando as raízes são “ c in tu ra d a s”
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 93

e depois de um a geada. etc. m as tam bém neste caso nunca eu ­


eres] iam.
O enrolam ento é nada m ais que um m eio de prevenção contra
a respiração excessiva. Sabem os todos que pessegueiros d e fi­
cientes em potássio estão extrem am ente sujeitos à m urcha.

S im ultaneam ente com o encrespam ento, os pessegueiros po- ^fntomaTda


dem ap resen tar tam bém sintom as de deficiência em nitrogênio, falta de
porque quando falta o potássio a absorção do nitrogênio é re s­
tringida. A s pontas dos galhos têm tendência a ficarem m uito
eretas, enquanto as fôlhas am arelecem . Êstes sintom as são m ais
pronunciados em variedades de polpa am arela do que nas de pol­
pa branca. M ais tard e, desenvolvem -se áreas aguadas, depois

F ig . :J6 — Q u a n d o liá d e f ic iê n c ia em p o tá ssio , as m a r g e n s d a s fô lh a s in fe r io r e s


p ig m en ta m -se d e roxo, m a is ta r d e es s a s á re a s tornam -.se n e c r ó tic a s , m o rre n d o o
tecid o e ex a la n d o m au ch eiro. M a n ch a s n e c r ó tic a s se esp a lh a m p or tod o o lim bo
fo lia r, exceto n a b ase.
94 DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO

necróticas, nas fôlhas m ais velhas, as quais se a larg a m m u ito


rap id am en te.
Fôlhas furadas
A s áreas necróticas são g eralm ente lim itadas p o r linhas bem
definidas, as quais são m u itas vêzes ro x as. A q u eda das áreas
n ecróticas faz com que as fôlhas fiquem furad as.
G eralm ente os sintom as au m entam d u ra n te o período vege­
tativ e. A s fôlhas acom etidas, ao c o n trá rio do que se dá com a
deficiência em n itro g ên io ou fo sfa to continuam nos galhos p o r
m uito tem po, m as caem sem pre p re m a tu ra m en te an tes da queda
das o u tra s fôlhas.
M uito sérias são as conseqüências p ara as fru ta s, porque já
em casos m oderados acontece não se desenvolver um a única,
pois as flô res caem tôdas.
P lan ta-teste E m nosso pais, a cu ltu ra de pessegueiros não é de ta n ta im ­
p o rtân cia fo ra da zona de P e lo ta s /R G S , m as o im p o rtan te
é que o pessegueiro indica m uito cedo a deficiência em potássio,

F ig . 3 7 — M a n ch a s n e c r ó tic a s ir r e g u la r e s, q u e se u n e m a á r e a s b r a n q u e a d a s e
p r o g r id e m d a s m a r g e n s p a r a d en tro d a fô lh a , sã o o p r im e ir o s in to m a . A s fô lh a s
sã o b a sta n te c r e sp a s . O v e r so d a s fô lh a s é, m u ita s v ê z e s, a m a relo , ex ib in d o
n e r v u r a v er m e lh a . A s fr u ta s d efo rm a d a s a m a d u r ecem d e s ig u a lm e n te , fo r m a n d o c a ­
v e r n a s n a p o lp a d u r a .
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 95

bem antes do plantio das nossas o u tras culturas. E por isso êle
pode serv ir como plan ta teste em nossas te rra s de cultura, ad v e r­
tindo em tem po o agricultor, a fim de que adube a sua te rra com
potássio, antes de plan tar, por exem plo b atatinhas, algodão, fumo
ou o utras culturas. T em os no pessegueiro o m elhor indicador da
fertilidade das nossas te rra s e p o r isso vale a pena plantá-lo nas
beiras dos nossos cam pos, p a ra que sem pre saibam os o que as
nossas culturas necessitam .

REPÒLHO
O bservam os prim eiro um a pigm entação ro x a nas m argens
das costas das fôlhas, pigm entação essa que progride entre as
nervuras. Alais tard e essa pigm entação se to rn a bronzeada ou
parda. M anchas necróticas espalham -se no limbo inteiro, exceto
na base da fôlha. A s cabeças são pequenas e soltas. ( fig. 3 6 ).

F ôlhas novas crespam , m as são de verde-escuro. D esenvol­ SALSA


(Apicum gra-
vem-se orlas necróticas de m arrom -escuro nos lóbulos e caules. veolis)
R aízes pequenas e fibrosas. (43)

As plantas têm um crescim ento m uito vagaroso, são fracas e T O M A T E IR O


(43, 46)
m edram m uito pouco. O s lóbulos novos com eçam a encrespar,
enquanto as fôlhas m ais velhas assum em um a cor acinzentada,
am arelecendo depois nas m argens. E sta clorose espalha-se p a ra
o interio r das fôlhas, produzindo um a côr bronzeada, acom pa­
nhada de m anchas claras entre as n erv u ras. A s áreas afetad as
desenvolvem um a viva côr de la ra n ja e são m uito quebradiças.
D epois as fôlhas tornam -se m arro n s e m orrem .
O s caules são m uito fibrosos. A s raízes são fracas, mal de­
senvolvidas e m uitas vêzes escuras.
O s fru to s am adurecem desigualm ente e acusam falta de fir ­
m eza. (fig . 3 7 ).
Como tam bém nas o u tras g ram íneas, quando o potássio é d e fi­ T R IG O
(181, 132)
ciente, a clorose se desenvolve prim eiro nas pontas e m argens
das fôlhas, que ostentam u m a côr verde-escuro.
E stas áreas cloróticas am arelecem , to rn am -se necróticas e
m orrem .
'Como a necrose pro g rid e das pontas para a base das fôlhas, as
fôlhas inteiras perecem . A fôlha que envolve a espiga é re to r­
cida.
O s colmos são m uito fracos e as espigas form adas são peque­
nas e mal desenvolvidas. A s sem entes m uitas vêzes, em casos
graves, são chôchas, como se o trig o tivesse ferru g em , ou são
estéreis.
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO

P ig . 3 8 — A s fô lh a s a p r e se n ta m a p o n ta e m a r g e n s n e c r ó tic a s . A p o n ta m o rre
e en ro la -se . N a cevad a a s p o n ta s a m a rela s d a s fô lh a s , q u e ex ib em g r a n d e n ú m e ro
d e p o n tin h o s v er m e lh o s, sã o p r o e m in e n te s, n o ca so da d e f ic iê n c ia em p o tá ss io .
DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO 97

P ig . :$0 — A s fô llia s m u ita s v ê z e s p e q u e n a s e d efo rm a d a s exibem um a c lo r o » '


ir r e g u la r , q u a n d o fa lta o p o tá ssio n a s v id e ir a s . — L ogo as á re a s c lo r ó tic a s
m u dam p ara u m a cor v erm elh o-vivo.

Em diversas variedades de trig o , m as especialm ente nas de


cevada, desenvolvem -se, além da clorose. pontinhos verm elhos e ruig<ne)
m arron s no lim bo foliar. U m diagnóstico no cam po é às vêzes
m uito difícil, porq u e na cevada nem sem pre podem os distinguir
com certeza as diversas deficiências. Se não existirem plantas-
teste ou o u tro s indícios para a firm ar um a deficiência, é aconse­
lhável fazer a análise quím ica das fólhas. (fig . 3 8 ).

T am bém nas videiras o sintom a m ais acentuado no caso d a


deficiência em potássio é a clorose m arginal e intervenal. Q u an - <4?)
do a carência é m ais pronunciada, m anchas necróticas se de-
98 DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO

senvolvem , exibindo um a côr verm elho-vivo, nas variedades v e r­


m elhas, e de verde-p álid o nas variedades brancas. Igualm ente
as fôlhas se encrespam levem ente, sendo a feta d as sem pre p r i­
m eiro as das p a rte s m édias do galho do ano em curso.
H á sem pre um a in ten sa desfolhação. O s fru to s são secos e pe­
quenos.

P á g i n a o p o s t a :

F ig . 3 — C lo r o s e d a n e r v u r a d e f ô l h a s causada pelos dan os radiculares.

F ig . 42 — B an an a-m açã. A fôlha do m e io fica m uitas vêzes deform ada e branca quando há
f a l t a d e cál cio. A s p o n t a s d a s fôlhas ca e m . Partes requ eim adas aparecem nas fôlhas v e lh a s . O
ca c ho é e s t é r i l n a m a i o r p a r t e .

F ig . 4 9 — D e f i c i ê n c i a d e cál cio n a macieira. A s fôlhas desen volvem áreas necróticas que depois
d e m o r r e r f o r m a m u m a c ô r m a r r o m - v i v o . G e r a l m e n t e a s m a r g e n s e s tã o m o r t a s . E m v á r i o s ca so s os
n e r v o s mo r r em , p r i m e i r o , a p r e s e n t a n d o u m a d e s c o l o r a ç ã o es c u r a .

Página seguinte:

F ig . 3 3 — A s f ô l h a s c l o r ó t i c a s , com. m a r g e n s e p o n t a s n e c r ó t i c a s sã o c a r a c t e r í s t i c a s d a d e f i c i ê n c i a
e m p o t á s s i o no m i lh o. A s e s p i g a s t ê m p o n t a s g r a n u l a d a s , m a s a p e n a s c o m s e m e n t e s i n t e i r a m e n t e
chôchas, de côr branca.

F ig . 5 3 — N o p e s s e g u e i r o , as f ô lh a s d o s p é s n o v o s e n r o l a m - s e . m u r c h a m , e a p r e s e n t a m p o n t a s
m o r t a s q u a n d o f a l t a o cálcio. E m p é s m a i s ve lh o s , u m a cl or o s e p r o n u n c i a d a a p a r e c e , com as n e r ­
vu ras pigm en tadas de verm elho. V erifica-se extremo “dieback” .
Prancha 7
Prancha Ö
CÁLCIO
O cálcio é um elem ento fu ndam ental no m etabolism o vegetal.
A cum ula-se principalm ente nos caules e nerv u ras.
Lixiviação
N o solo está facilm ente sujeito a lixiviação, especialm ente em
form a de bicarbonato. A ge nos solos como reg u lad or da ab so r­
ção dos elem entos m enores e na planta como seletor e neutrali-
zador dos ácidos e tóxicos, funcionando como um verdadeiro n e u tralizad o r

filtro nas paredes citoplasm áticas.


A s plantas não possuem seletividade na absorção do cálcio,
sendo obrigadas a assim ilá-lo, o que provoca em p lantas acidó-
filas, sérios d istúrbios m etabólicos.

É um engano fund am en tal ad m itir que o cálcio, como n u trie n ­ Cálcio c o m o


n u trien te
te. exista entre nós em q u antidades suficientes no solo, e que so­
m ente é deficiente como corretivo do p H . T a n to em zonas áridas,
com p H alto, como em zonas úm idas com p H baixo, en co n tra­
mos freqüentem ente plantas com pron u n ciad a deficiência em
cálcio, por ser inaproveitável o estoque dêste n u trien te no solo.

O cálcio é um n u trien te indispensável p a ra todos vegetais,


mesmo p a ra os “ calciófobos” extrem am en te acidófilos, como, por
exem plo, a serin g u eira ou jabuticabeira. Q u an to a êstes faltar
com pletam ente o cálcio, êles m o rrem , com todos sinais da sua
deficiência.

A autólise p o r deficiência de cálcio provoca sintom as típicos A utólise


deficitária
( 2 3 ) , sendo os tecidos internos os prim eiros a serem atacados.
O lugar da deficiência depende da espécie da p lan ta e da época
em que aparece.
Como o cálcio faz p arte da m em brana citoplasm ática, na sua
deficiência as m em branas celulares ficam inchadas e am ole­
cidas. A s células se desprendem um as das o u tras e se dissolvem .
U m a m assa m arro m enche os espaços intercelulares. A defici­
ência sem pre se inicia p erto dos vasos condutores, que, porém ,
são os últim os a se desfazerem . M as, escurecem as veias, cheias
de um a m assa m arrom , que finalm ente entope. B U S S L E R cham a
esta deficiência, por isso, a de "v eias m a rro n s” (B ra u n a d rig - N ervura
m arrom
k e it). O s pecíolos e caules m ais novos, quando têm os seus con­ pecíolos
dutores entupidos, m urcham e se dobram , o que deu a êste sin­ m urcham

tom a o nom e de "S ten g e lk n ic k e n ” isto é, "d o b ra dos caules” .


100 DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO
Excreções
açucaradas, E m m uitas plantas aparecem excreções açucaradas de todo
"fum egações” tecido, que sem pre origina um ataque secundário como, por
exem plo, na “ fum egação” das laranjeiras.
Nos pom ares, (1 1 8 ) os pés deficientes m ostram m uitas vêzes,
nos ápices dos galhos, um a clorose devido a igual deficiência
de h e e M n. M as tam bém em o utras cu ltu ras dom inam , m uitas
vêzes, o u tras deficiências, os sintom as da carência de cálcio (1 8 2 ).
P o dridão
dos botões A podrecem as pontas dos botões, antes de ab rir, descolorem -
se escuras as veias, m urcham os pecíolos em plantas não lenhosas,
enquanto em galhos lenhosos m orrem as pontas que originam
"D ieback” o tão fam oso "D ieb ack " (m o rte de cim a p a ra baixo) das á r ­
Fôlhas
enroladas vores. A s fôlhas novas m uitas vêzes se enrolam , são um
pouco clor óticas e ficam d efo rm adas por causa de um a necrose
m arginal.

Infecções
F reqü en tem en te m orre o ponto vegetativo do galho ou da planta.
secu n d árias N ão é raro que infecções secundárias façam co n fu n d ir a d e fi­
ciência de cálcio. A ssim , por exem plo, (2 4 ) o Y -virus das b a­
tatinhas, as veias pretas do repolho, a Pernospora da p a rreira e
a B o try tis da alface se desenvolvem som ente em vegetais que
prim eiro sofrem de deficiência em Ca.

L iq uificação
de frutos A "liq u ificação " de tom ates e outros frutos, que são por fora
aparentem ente saos (5 ) e que am adurecem prem aturam ente, é
provocada pela deficiência de Ca.

M argens
foliares P lan tas m uito calciófobas, que sofrem de falta de Ca, osten­
requeim adas
tam um a clorose m arginal, m uito lim itada, nas fôlhas apicais
(1 8 1 ).
Se aparece a deficiência de M g sim ultaneam ente com a de
Ca, um a adubação com M g acarreta efeitos tóxicos dêste n u ­
trien te (1 8 1 ).

M orte do ponto
vegetativo G eralm ente, a deficiência em cálcio produz plantas relativa­
m ente grandes, com m uito poucos botões e m enos fru tas ainda,
por causa de esterilidade das flores. O cálcio é essencial para o
crescim ento vegetal e a sua deficiência afeta seriam ente em
m uitos casos os pontos vegetatives, causando a deform ação das
fôlhas, sua necrose e até a m orte do ponto de crescim ento.

Raizes bulbosas
A s raízes são igualm ente afetadas, aparecendo bulbosas, tu ­
fosas, cu rtas e cheias de áreas m ortas.
N unca devem os co n fu n d ir a ação do cálcio na vida da planta
com a do pó calcário, com ação principalm ente no solo e na
reação do solo. T an to os solos ácidos como os solos alcalinos
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO 101

F ig. 4 0 — D ep ois d e ap arecerem as p rim e ira s v e r d a d e ir a s fo lh a s, as fo lh a s m a is


velh as caem , p orq ue os p ecío lo s co la p sa m . P o d e p erecer a p la n ta in te ir a .

poclem ser deficientes em cálcio e tanto as plantas acidóíilas


como as alcalinas precisam do cálcio como alim ento indispen­
sável.

G eralm ente não se apresentam sintom as particulares. N otam os AL(<^ 9 °ÍA° v ,


som ente um crescim ento hip ertró fico , do qual resultam plantas
m uito g randes, que produzem poucas m açãs. Q uando um cam po
que produziu algodão dêsse tipo é adubado com suficiente cálcio,
as plantas crescem m enos mas dão ab undantes fru to s, (fig . 4 0 ).

Acontece que as p lantinhas novas de algodão, geralm ente a Colapso dos


p a rtir da terceira ou q u a rta sem ana de vegetação, apresentam depohTdas
um a m urcha estran h a dos pecíolos das fôlhas m ais velhas. D o p|antas lnte;'
colapso dos pecíolos resu lta n atu ralm en te a m urcha destas fô ­
lhas e. especialm ente em solos ácidos, d u ra n te dias frescos e
úm idos, as plantinhas inteiras perecem.
102 DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO

A s sem entes de algodão não têm teor elevado de cálcio. M as


quando as plantinhas novas aparecem e a respiração começa, elas
precisam bastante cálcio p a ra poder ap roveitar a energia solar.
A s perd as em algodoais novos, pela deficiência de Ca, d u ­
ran te tem pos úm idos e frescos, são às vêzes consideráveis.
O algodão é p lanta acum uladora de cálcio e por isso o teo r do
tecido em cálcio é relativam ente alto. P recisa-se cálcio para a
sintetização de “ com pounds" de ácidos orgânicos. T em os nesse
caso um a relação estreita entre cálcio : potássio -f- sódio a qual
deve ser equilibrada rigo ro sam ente; cálcio : potássio -j- sódio =
1 : 2 (3 7 A ).

A M E N D O IM
(22)
A s folhas m ais velhas apresentam pequenas depressões na
p arte in ferio r. D esenvolvem -se mais ta rd e áreas necróticas em
am bas as p artes do limbo foliar. O ápice da plan ta é tufoso e
compacto. As fôlhas novas perdem a cór no ápice, podendo
ficar até esbranquiçadas. A parece um a necrose m arginal escura.
F orm am -se m uitos nódulos, mas grande parte das cascas são
vazias.

BA N A N E IR A
( Musa A b ananeira é p lanta que precisa de consideráveis quantidades
pa ra disíaca) de cálcio. P o r isso, apesar das raízes potentes, ela sofre com
(132)
facilidade a deficiência em cálcio. G eralm ente a bananeira re ­
cupera-se em tem pos chuvosos, em que as suas raízes podem
p en etrar em cam adas m ais p ro fundas, porém , há m uitos casos em
que ela não se recupera e o pé fica estéril.
B rôto clorótico O prim eiro sintom a desta deficiência é o brôto branco que
abre, m as cujo tecido é tão fino e mole que se rasga depressa.
— E m casos m oderados a fôlha nova é deform ada, exibindo
um a pigm entação ro x a no lado de cima. A s partes rasgadas da
fôlha enrolam facilm ente ficando encaracolada. P artes requei-
m adas aparecem nas fôlhas m ais velhas. E m casos graves, a
Cachos quase
estéreis
bananeira não solta m ais cacho. E m casos m oderados, o cacho
fo rm a apenas duas ou três c arreiras de fru tas, sendo estéreis
tôdas as dem ais flôres. A banana-m açã é especialm ente m uito
intolerante à falta de cálcio. A ssim , não é raro que a safra fique
reduzida a um quinto e até um oitavo do pêso com um . (F ig .
41, P ra n c h a 7 ).

pH próprio
U m a cal agem do bananal não traz som ente g rande vantagem
para a colheita m as a ju d a tam bém a dom inar m ais facilm ente o
inço especialm ente os capins acidófilos. A lém disso, a bana­
n eira é m uito g rata à elevação do p H , porque p re fere am biente
meio neu tro e o p H ótim o para ela é p H 5,6 até 6,8. suportando
p erfeitam en te m esmo um p H levem ente alcalino.
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO 103

F ig . 41 — Q u an d o o cálcio está em d e fic it, a fô lh a n o v a é b r a n c a com p ig m e n ­


ta çã o m arrom -p ú rp u ra no lad o de cim a. A s fô lh a s r a s g a d a s fo rm a m “ c a c h im b o s” .

A pesar de ser a b atatin h a um a planta que consom e m uito b a t a t i n h a

pouco cálcio, estando a relação cálcio : potássio som ente 1 : 4, (s°lanum


, . ,, : , , tu b e r o s u m )
isto e, precisando ela em calcio de som ente um quarto da quan- ,(155, 182)
tidade de potássio que lhe é necessária, a d eficiên cia em cálcio
proporciona os m ais sérios efeito s.

O am biente m ais favorável p ara a c u ltu ra de batatin h as é o ph próprio

um p H de 4,8 até 5,5. Q u ando o solo é m ais ácido, a fixação de


104 DEFICIÊNCIA DE CALCIO

F ig . 4 3 — Q u an d o fa lta cálcio p ara as b a ta tin h a s, as fô llia s m a is n o v a s a ssu ­


m em u m a côr a c in z e n ta d a . O p on to v e g e ta tiv e fic a d efo rm a d o , m o rren d o m a is
ta rd e. M a n ch a s p r e ta s ap arecem n o s p ecío lo s, n o s ca u le s e na p o lp a .

fó sfo ro e cálcio se dá de tal modo que a planta não consegue


desenvolver-se satisfatoriam ente. Se o am biente fô r m enos ácido,
a casca das b atatinhas se to rn a facilm ente áspera e escura, devido
a falta de boro, o que proporciona produto de inferior qualidade
com ercial.

O cálcio não se tran slo ca dentro da planta das partes mais velhas
p ara as p artes novas, como acontece com o potássio ou o fósforo.
Com a deficiência de cálcio, o abastecim ento dos tubérculos nesse
elem ento é especialm ente negligente.

Manchas pretas O s sintom as da deficiência em cálcio são m uito característicos.


P rim eiro aparece um a faix a de côr verde-claro nas m argens das
fôlbas apicais. Ao mesmo tem po as fôlhas m ais novas vão p e r­
dendo o seu brilho, tom ando um a côr m uito clara acinzentada.
M uitas vêzes, o tecido destas áreas descoloradas m orre. P o r isso
as fôlhas não se desenvolvem norm alm ente e ficam em geral
deform adas. E m casos graves, as fôlhas m ais novas não se abrem
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO 105

m ais, perm anecendo dobradas. T ôd as as folhas apicais perm a­


necem enroladas. M ais tard e o ponto de crescim ento m orre, como
tam bém , em seguida, os pontos term inais axilares. P in tas pretas
aparecem tanto nos pecíolos e no caule como nos tubérculos. A
polpa apresen ta m anchas p retas de tecido m orto. — P rim eiro ap a­
recem m anchas m arro n s entre os anéis vasculares, na parte do
estolho. Êsses sintom as m uitas vêzes aparecem em tubérculos de
planta cu ja aparência é perfeitam ente sã, porque no caso dum a
deficiência em cálcio, que surge m ais tard e, na época vegetativa
— quando a planta já está desenvolvida — som ente os tubérculos
são afetados. À s vêzes, o tubérculo inteiro pode ap resentar-se
m anchado pelos pontinhos pretos, de tecido m orto. O s tubérculos
sem pre são pequenos e deform ados.
A deficiência em cálcio n a época v egetativa aparece sem pre
m ais tarde que a de m agnésio, o que é devido à deficiência de
solubilidade e de lixiviação dêsses elem entos.
M as, ela pode ser facilm ente rem ediada desde que se evite um a
acidez excessiva do solo, o que se consegue incluindo cálcio na
adubação.

A pesar de ser o cafeeiro um a planta p ró p ria de am biente leve- cafeeiro

m ente ácido, precisa tam bém , como quase tôdas as plantas de


c u ltu ra (m esm o a jabu ticab eira, a palm eira e a seringueira, etc.)
de cálcio, tan to para a e stru tu ra do seu tecido, como, especial­
m ente, para a form ação dos frutos. É conhecido que a cinza dos
frutos contêm cêrca de 3% de cálcio. — M uitos se deixam en­
gan ar pelo fato de te r o cafeeiro o seu p H p ró p rio entre 5 até 5 ” pr“pno
5,4.

R eina geralm ente a cren ça de q ue o cafeeiro m al su porta um a


cal agem. A ssim , convém explicar de nôvo que h á g rande d ife ­
rença entre a cal, c o rre to ra da acidez da te rra , e o cálcio, ele­
m ento da n u trição vegetal. P o r isso a escolha p ró p ria de adubo
para cada cu ltu ra é im portantíssim a. N inguém concluirá que o
arro z não precisa de azôto, porque m al su p o rta o salitre do Chile.
É de conhecim ento geral que o a rro z é plan ta c u ja exigência em
nitrogênio é excepcionalm ente elevada, m as não se dá bem com
n itratos, precisando porém do am ônio.
A ssim , o cafeeiro dá-se m uito bem com um a calagem de vez em cafeeiro gosta
quando e até precisa dela, m as não em fo rm a de pó calcário ou de gêsso
cal virgem , m as na de gêsso. Isso é ainda m ais co n firm ad o ao
se observar que quando aparece a deficiência de cálcio aparece
tam bém a de en x o fre. (O gêsso é su lfa to de cálcio ). O prim ei­
ro sintom a da deficiência em cálcio é um a clorose m arginal das
fôlhas novas e m anchas am arelas, especialm ente nas m argens
perto da ponta e aos lados da veia principal. E ssas m anchas tor-
106 DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO

F ig . 44 — As fô lh a s novas do c a fee iro a p resen ta m , na c a r ê n c ia de cá lcio ,


m a n ch a s c lo r ó tic a s aos la d o s da v eia p r in c ip a l, e um a fo r te clo ro se n a s m a rg en s
d as fô lh a s, p erto da p o n ta . A s á r e a s c lo r ó tic a s, e logo n e c r ó tic a s , caem d ep ressa ,
d an d o à fô lh a u m a a p a r ê n c ia m u ito d eform ad a .
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO 107

nam -se logo necróticas, às vêzes, den tro de poucas horas. Bem
no centro delas form am -se círculos m ais pálidos com um tecido
m uito quebradiço. E ssas áreas m ortas caem logo, ficando a fo­
lha m uito d efo rm ad a e recortada. M o rre a gem a apical.
Com o prosseguim ento da clorose, as fôlhas tom am , às vêzes,
u m a côr bem am arelada.
Q uando a deficiência de cálcio aparece ju n to com a de zinco,
— caso que é m uito com um — as fôlhas ficam tam bém ondula­
das, cheias de pontinhos necróticos, espalhados por todo o lim ­
bo. N os casos da dupla deficiência, porém , a desfolhação não é
tão pronu n ciad a e não se dá tão depressa como no caso da d e fi­
ciência em zinco, som ente. ( Fig. 45, P ra n c h a 13).
C A N A -D E -
A cana-de-açúcar é m uito sensível à falta de cálcio, o que pode AÇÚCAR
ser atribuído tanto à sua exigência em p H como à sua tendência
de acum ular cálcio no seu tecido. O p H m ais adequado p a ra a
cana é o que fica en tre 6,5 a 7,2. A opinião de que a cana, como pH próprio

p lan ta de alto consum o de água, dá-se bem em te rren o s m uito


úm idos e até mesmo encharcados, é bem errô n ea. A cana não
se adapta à ág u a estagnada nem aos solos ácidos, m as agradece
A dubação
m uito um a irrigação adequada. É de uso ad u b ar sem pre no quím ica
sulco, — antes de p la n ta r os roletes, — p o r que assim as raízes
da cana nova logo en co n trarão alim ento p róprio, desenvolvendo-
se m elhor. O vigor da can a nova bem alim entada supera assim
m uitas inconveniências de clima e de solo.
C alagem
A cal nunca deve ser aplicada no sulco. P rim eiro , porque
cada plan ta em germ inação, seja um a sem ente ou seja um rolete,
necessita de um am biente um tan to ácido. De o u tro lado, um
campo unifo rm em en te calado oferece a im ensa vantagem de
fazer o inço acidófilo desap aracer ig u alm en te; os capins d a­
ninhos, como o sapé, desaparecem logo depois da calagem (q u a n ­
do é feita apenas um a calagem fraca, êles, no m ínim o, e n fra q u e ­
cem bastan te) porque não ag ü en tam o p H elevado, isto é, a liga­
ção dos elem entos raros, de que têm m uito g ran d e necessidade.
A ssim , as capinas to rn am -se m ais fáceis, pois a calagem as fa ­
vorece.
N ão é raro que, em cam pos recém -drenados, com solos bem
hum osos, um a boa p arte da cana nova apareça com fôlhas b ra n ­
cas com as pontas g ru d ad as, enquanto as fôlhas apicais p e r­
m aneçam enroladas por causa da falta de cálcio.
N a cana m ais velha, as fôlhas m ais novas ap resentam m anchas
verm elhas e m ais tard e necróticas aos lados da n e rv u ra p rin ci­
pal. G eralm ente form am -se logo, áreas necróticas com m anchas
H g . 4 6 — Q u an d o há d e fic iê n c ia em cálcio n a ca n a , as p la n ta s n o v a s a p resen ta m
lô lh a s b ra n ca s, en q u a n to as fô lh a s do áp ice p erm a n ecem e n r o la d a s a té a ca n a
fic a r com r a íz e s m a is fo rtes. Xa cana velha as fô lh a s sn jterio res a p resen ta m
m a n ch a s verm elh a s q ue logo se to rn a m n e c r ó tic a s aos la d o s da v eia p rin cip a l,
p o d en d o tom ar tôd a a fôlh a.
1 — D e fic iê n c ia g ra v e 2 — D e fic iê n c ia leve
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO 109

escuras aguadas. O crescim ento fica quase paralisado, por causa


do deficiente desenvolvim ento radicular. O rendim ento é re ­
duzido.

A s canas m ais exigentes


°
em cálcio, como, 1por exem plo,
1
a eAs f.olhas
nrolam
variedade 3X , ao se d a r a m ais leve sêca, já enrolam as suas
fôlhas para dim inuir a respiração.

U m dos característicos m ais pronunciados, porém , da ciefi- 2 ° dc“ja10


ciência dupla em cálcio-potássio é o desenvolvim ento excessivo
da cêra. d e v id o :

1) à ação m aior do m agnésio ;


2 ) à necessidade de proteção das canas sensíveis à sêca pela
falta de cálcio e potássio.

Q uando falta o potente regu lad o r da respiração que é o cálcio,


a produção de cêra aum enta para p ro teg er a cana c o n tra exces­
sivas p erd as de água pela respiração.
Todos os usineiros conhecem êsse fato, pois a cêra é um sub­
produto m uito am olante na produção de açúcar, que dificulta
especialm ente o trabalho no clarificador.

Fiji. 47 — C ouvv-flov com d e fic iê n c ia de cálcio.


110 DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO
CENOURA
( D aucus A s fôlhas das plantas, ainda novas, ficam um tan to m ais
c a ro ta ) pálidas, com as m argens p ronunciadam ente esbranquiçadas. M u r­
( 182)
cham em seguida as m argens das fôlhas que se enrolam . É
típica a m argem m o rta em um a fôlha ainda em crescim ento, que
é retid a pela b orda que se enrola (1 8 2 ).

COUVE-
FLOR
A s fôlhas têm as suas m argens enroladas. A s m argens clo-
<Brassica róticas, onde cessou o crescim ento, são rasgadas, porque o tecido
oleracea, v a r .
b o tr y tis ) fo liar con tin u a ainda crescendo, exercendo pressão sôbre a
( 181)
borda. U m a clorose m uito lim itada desenvolve-se na m argem ,
que m ais ta rd e to rn a-se necrótica (1 8 1 ).

F ig . 4 7 A — Q u an d o a s fô lh a s do p on to \e g e t a t iv o p erd em o seu b rilh o , pode-se


ter a certeza, d e q u e é o in íc io da d e fic iê n c ia em cá lcio n o fu m o . A s fô lh a s m a is
n o v a s se en rolam , arq u ea n d o p a ra b aixo, e m o rren d o em seg u id a , d a s m a rg en s
e p o n ta s p a ra a b ase. — Em ca so s m a is le v es, as fô lh a s m a is n o v a s se abrem
m a s são d efo rm a d a s.
D e m a is, a p la n ta a p resen ta sem p re, no caso de d e fic ê n c ia em cá lcio , um v er d e
m u ito escu ro .
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO 111

G randes p a rte s das folhas, a p a rtir das p o n tas e m argens,


m o r r e m , to r n a n d o - s e o tecid o fin o e m o le (n ã o sêco) p e n d en d o
p a r a b a ix o . ( f ig . 4 7 ) .

FUMO
Q u a n d o o cálcio é d e fic ie n te , o fu m o a p r e s e n t a a n o r m a lid a d e s ( N ic o ta n u m
110 c r e s c i m e n t o . C alcu la-se q u e o q u e c a u s a e sp e c ia lm e n te essa s ta b a c u m )

a n o rm a lid a d e s é a p re se n ç a de o u tro s e le m en to s e m c e rta s p r o ­


A norm alidades
p o rç õ es, a b a ix o d a s c o n d iç õ es ácid as. O ío n cálcio é o a n ta g o ­ d o crescim en to
n is ta s d e o u tr o s ions, co m o , p o r e x e m p lo , do m a g n é s io e do
p o tás sio . O m a g n é s io p o d e t o r n a r - s e tó x ic o n a a u s ê n c ia d e cálcio,
su rg in d o e stran h a s m anifestações n a s plantas.

" V ira-cabeça”
O p rim e iro sin to m a d a d e fic iê n c ia e m cálcio é o d e se n v o lv i­
m e n to d u m a cô r v e rd e-c la ro n os p o n to s de crescim en to , c u ja s
fo lh a s se e n r o la m , a r q u e a n d o p a r a b a ix o . A s f ô lh a s v ã o m o r ­
re n d o em se g u id a, d as p o n ta s e m a r g e n s p a r a a base, a té a m o rte
c o m p le ta do p o n to veg etativ o .
Q u a n d o n ã o se d á o p e r e c i m e n t o to ta l d o p o n t o d e c r e s c i m e n to ,
as f ô lh a s n o v a s a p a r e c e m d e f o rm a d a s , d e v id o a o c o la p so do
tec id o d a s p o n ta s e m a r g e n s . A s fô lh a s m a is v e lh a s p o d e m s e r
p e rfe ita m e n te n o rm ais. P o u c o a pouco, a p la n ta in teira e stará
c o m p r o m e tid a , se o te m p o c o n ti n u a r sêco. C o m o c o m ê ç o d a
c h u v a , o p o n to v e g e ta tiv o se r e c u p e r a , ao p a sso q u e a s fô lh a s
m a is v e lh a s a p r e s e n ta m a in d a a d eficiên cia.

As fôlhas
E n q u a n t o o p o n to d e c re sc im e n to a d q u ir e u m a c ô r c lo ró tica,
engrossam
as dem ais p a rte s d a p lan ta são d u m v e rd e-e sc u ro a n o rm a l, e ao
m e s m o te m p o e m que o p o n to v e g e ta tiv o m o r re , a s fô lh a s v elh as
e n g r o s s a m . E m c a s o s g ra v e s , d e p r o lo n g a d a d e fic iê n c ia e m cálcio
p o d e m a p a re c e r m a n c h a s n e c ró tic a s e sp a lh a d a s sô b re as fô lh as
v elh as.
Q u a n d o , d u r a n t e o e s ta d o d e a g u d a d e f ic iê n c ia e m c á lcio , se
d e se n v o lv e m ram as laterais, os seus p o n to s term in ais tam b ém
e n tra m em co lap so e m orrem .

A s flôres
As flô res m urcham an te s de form ar sem entes. G eralm en te m urcham
a d e fic iê n c ia em cálcio to r n a - s e a g u d a q u a n d o c o m e ç a a f l o r e s ­
cên cia. D e s e n v o lv e m - s e ig u a lm e n te m a n c h a s p r e ta s n o s c au les
e pecíolos. P l a n ta s d e fic ie n tes e m cálcio c o m a s f ô lh a s d e f o r ­
m a d a s ou g ro ss a s e crescim en to p aralisad o e a n o rm a l, p ro d u z e m
um fum o de péssim a q u a lid a d e. Com um a calag em adequada
êsse m al p ode se r re m e d ia d o .

LA R A N JE IR A
R aram en te acontece aparecer em c u ltu ras c ítrica s u m a d efi­ EOUTROS
c iê n cia e m cálcio c o m s in to m a s fo lia re s p r o n u n c ia d o s . E m solos C IT R U S
(25, 132)
m u i t o á c i d o s , p o r é m , p o d e - s e v e r i f i c a r ê s s e f a t o , e, n e s s e c a s o ,
112 DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO

tam bém , um a calagem p ro d u zirá sem pre bom efeito, porque o


cálcio p ro p o rcio n a então m elhores condições de vida. além de
nu trição p ara os citrus.
E stá aum entando no B rasil, em te rra s leves, principalm ente
nas arenosas, a deficiência em cálcio.
A clorose das nerv u ras, que em m uitos casos aparece na d e fi­
ciência de cálcio, não é sem pre um sinal desta carência, m as
g eralm ente de algum dano nas raízes, que, no caso da deficiência
de cálcio, é devido à podridão radicular.
A lém dêste sintom a as folhas perdem a clorofila em volta das
m arg en s e en tre os nervos principais. P equenas m anchas necró-
ticas aparecem nas áreas cloróticas as quais se unem a m anchas

F ig . 48 — N a d e fic iê n c ia de cálcio, as fô llia s dos c itru s a p r e se n ta m um a clorose


p r o n u n c ia d a , q ue p ro g rid e n a s p o n ta s e m a rg en s p a ra a b a se. M a n ch a s n e c r ó tic a s
ap arecem n a s á re a s clo ró tica s, m a n ch a s es s a s q ue se ju n ta m em á re a s q u e dão
a im p ressã o de serem q u e im a d a s. M u ita s v ê z e s a p a rece tam bém um a clo ro se d a s
n erv u ra s, a trib u íd a à m orte de p a r te s d as ra ízes.
DEFICIÊNCIA DE CALCIC 113

m aiores, que têm a aparência de serem requeim adas. A s fôlhas


caem p rem atu ram en te e as que se desenvolvem depois, caem
tam bém p rem atu ram en te. M o rrem os b ro to s novos. A s ram as
"D ieback”
ap resentam o típico “ dieback” e os brotos que saem de gem as
laterais, tam bém são fracos e m orrem logo.
É fácil n o ta r que êstes sintom as pronunciados só se desenvol­
vem quando a dieta de potássio é alta. Se ao invés disso. íôsse
alta a dieta de m agnésio, não se p ro d u z iria o “ dieback’’ das ram as,
m as as fôlhas se to rn ariam in teiram en te cloróticas e apareceriam
efeitos sem elhantes aos da deficiência em nitrogênio.
A s fru ta s p roduzidas são m enores e p arcialm ente deform adas.
Seu suco é m uitas vêzes gelatiuado, sua casca é m uito fin a e
ap resen ta m anchas de um m arro m -escu ro . As vêzes, toda fru ta
parece ser tin g id a de m arrom .

L IN H O
P la n ta s são com pactas. M orrem os pecíolos. Á pice é clo- ( 180)
rótico.

Fia. 48 15 — M u r d ia o ca u le a b a ix o da p arte ap ical se fa lta r cá lcio


no lin h o .
114 DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO
MACIEIRA
(182) M uitas vêzes, a ação do cálcio é confundida com a do calcário
e, em vários casos, opina-se que não é necessário o cálcio, p o r­
que as m acieiras se desenvolvem tanto em solos ácidos, como em
O pH alcalinos. M as o pó calcário, usado para a correção do p H , não
é idêntico ao cálcio encontrado em q u antidade considerável na
cinza das m acieiras.

Cálcio no solo
O cálcio é indispensável p ara o tecido em crescim ento e pode
se en co n trar em solos ácidos, os quais, apesar de possuírem um a
capacidade m ínim a em re te r cálcio, podem conter êsse elem ento
em m u ita quantidade, especialm ente quando êle deriva de um a
“ ro ch a-m ater” com alto teor de cálcio.
As raízes
O desenvolvim ento das raízes é m uito deficiente quando há
falta de cálcio. E las quase não desenvolvem cabelos, são grossas
bulbosas e curtas. E n q u an to a cutícula engrossa, produzindo boa
porção de pequenas raízes igualm ente grossas, cu rtas e bulbosas,
as raízes m orrem das pontas p a ra cim a, quando a deficiência é
m ais pronunciada.
M anchas p retas, de tecido m orto, se desenvolvem igualm ente
espalhadas nas raízes.
Como as raízes se desenvolvem anorm alm ente, o crescim ento da
á rv o re é tam bém m uito retardado, ao passo que as fôlhas não
d em onstram ainda sintom a nenhum . O s galhos novos, depois
de crescer uns palm os, apresentam fôlhas com áreas necró-
ticas. A s pontas e, às vêzes, tam bém as m argens foliares, se
enrolam p ara baixo.
Fôlhas
enroladas A s áreas m ortas tornam -se logo de um m arrom -escuro (T ig.
49, P ra n c h a 7 ).
O s galhos mais novos m orrem em conseqüência da m orte das
p ontas radiculares. O “ dieback”, isto é, a m orte dos galhos novos
do pé, pode ser considerável.
M IL H O
(50) E stá provado que a m aior quantidade de cálcio se encontra nas
fôlhas do milho. O milho é m uito exigente quanto ao cálcio.
C onsiderando-se que o p H adequado para o milho híbrido fica
en tre 5,7 e 7,2, quando êle é cultivado em solos ácidos com um
p H de 4,8 até 5,5, encontra-se num am biente desfavorável onde
o cálcio é facilm ente lavado, tornando-se por isso deficiente.
P ossuím os m uitas variedades de milho, criadas de modo a
se to rn arem tolerantes à deficiência de cálcio, em vista do fato
de precisarm os cultivar o milho, na m aioria das vêzes, em am ­
bientes pobres nesse elemento.
A deficiência em cálcio geralm ente se to rna patente em plantas
novas pelas fôlhas brancas, dobradas e de pontas grudadas.
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO

F ig . 51 — Q uando fa lta o
cá lcio a s fô lh a s do m ilh o n ô v o
sã o q u a se b r a n c a s com as p o n ­
ta s gru d ad as.

N as p lan tas velhas as fôlhas são cloróticas com m anchas es­


branquiçadas. E n ro lam -se facilm ente quando h á um dia quente.

A deficiência em cálcio aparece ta n to no feijão com um com o ^ ^ II"


na soja, cro talária, trifólio, a lfa fa , etc. O s p rim eiros sintom as ( 17 , 5 3 )

são m anchas de tecido m o rto nas raízes. L ogo depois, g e ra l­


m ente quando deve com eçar a florescência, os pecíolos das fôlhas
m ais velhas en tram em colapso, seguindo-se a isso a m u rch a e
m orte das fôlhas. A s p lan tas in teiras m o rrem d entro de poucos
dias.
Êsse fato é g eralm en te atrib u íd o à sêca. p orque se verifica
principalm en te em épocas sêcas da p rim av era.
P ode-se acrescen tar que a deficiência de cálcio em legum ino-
sas novas, tan to no feijão com o no trifó lio , é um a das m ais p ro ­
nunciadas.
O cálcio foi o prim eiro elem ento a p ro p o rcio n ar considerável
efeito n a produção das legum inosas.
116 DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO

Q uerem os observar nesta altu ra que as legum inosas, com pou­


cas exceções, são próp rias para um am biente neutro, isto é, dum
pH próprio
p H 6,0 até 7,0. S om ente a serradela e o trem ôço constituem
exceções. Isso é devido à particularidade das bactérias rizóbias
que só se desenvolvem bem em meio neutro ou alcalino. Som ente
F o rm a aquática
d e azotobacter o trem ôço e a serradela podem aproveitar-se da form a aquática
do azotobacter e, por isso, gostam de um pH baixo.

b o ra isso, o cálcio é um nutriente de p rim eira ordem e, de


o u tro lado, reduz a solubilidade do m anganês, alum ínio, zinco,
ferro , etc., os quais em m aiores quantidades têm efeito tóxico
nas plantas. Legum inosas deficientes em cálcio nunca se desen­
volvem bem e estão extrem am ente sujeitas ao frio e à sêca.

F ig . 52 — Q uanuo fa lta cálcio na d ieta d a s le g u m in o sa s, os p ecío lo s m a is velhos


colap sam e acab am m orrend o. P od em m orrer as p la n ta s in te ir a s em p o u co s d ia s.
A s v a g en s que se form am tem p o u c a s sem en tes d esen v o lv id a s.
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO 117
A lfafa, trifólio,
A s fôlhas se enrolam . A parecem veias m arro ns. A s raízes e r v i l h a c a , e tc .
ficam escuras e m orrem . A s plantas in teiras podem ficar es­
curas, secam e m orrem . A s que sobrevivem fo rm am poucas se­
m entes nas vagens, que g eralm ente possuem tam anho norm al.
A s sem entinhas têm pouca reserv a em cálcio e quando os g e r­
mes não en contram cálcio no solo, desenvolvem -se m uito lenta­
m ente pro d u zin d o p lan tin h as fracas, com pouco vigor e por isso
sem pre em perigo de perecer em tem pos secos.

A s fôlhas estão m osqueadas de m anchas am arelas e m arro n s P E P IN E IR O


( C u c u m is
que são d u ras e quebradiças, com bordas claras. A s hastes são s a liv u s )
(180)
lenhosas e as plantas tu fo sas,

PESSE-
Como nos o u tro s pom ares, nos de pessegueiros os prim eiros sin­ G U E IR O
tom as m anifestam -se nas raízes. A s raízes novas são an o rm a l­ (63)
m ente grossas, cu rtas e curvadas. A m aior p arte m o rre quando
alcança o com prim ento en tre u m a dez centím etros, com eçando
o seu perecim ento das pontas p a ra cima. O característico é a
tendência a fo rm a r raízes novas, que b ro tam pouco distantes das
pontas das raízes deficientes. O com prim ento das raizes, porém ,
é em todos os casos m uito reduzido.

M urchidão
P és novos, m udados p a ra solos deficientes em cálcio, a p re sen ­ F ô lh a s
tam a m urchidão das fôlhas que perm anecem enroladas depois uns enro lad as

m eses de crescim ento na p rim av era. Êsse período de m u rch a


coincide com o extrem o “ dieback” das raízes.
T odos os pés que sobrevivem a êste período se to rn am e x tre ­
m am ente resisten tes co n tra a m urcha, isto é, ad ap tam -se à d e fi­
ciência em cálcio.

N os pessegueiros a deficiência em cálcio m an ifesta-se m uito A feta sem p re


só as fôlhas
cedo. E m casos graves, a deficiência é sem pre m ais pro n u n ciad a im aturas

quando o pé está em crescim ento ráp id o , com o p o r exem plo, na


p rim avera. A s p rim eiras fôlhas p ró x im a s da base dos galhos
novos ap resen tam nas m argens e p ontas um a pigm entação p u r­
purea. Seguem -se a esta a clorose da fôlha e a m orte das áreas
descoloradas. F in alm en te essas fôlhas a fe ta d a s caem. (F ig . 53,
P ra n c h a 8 ).
N ote-se que som ente fôlhas im a tu ra s são a fe ta d a s e nunca
fôlhas m ad u ras.

G eralm ente, esta fase é seguida do ap arecim ento de áreas m a r­ necróticas


rons e até ro x as, aos lados da n e rv u ra prin cip al e nas pontas
das fôlhas.
118 DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO
D esfo lh ação
e "dieb ack ”
T ais áreas necróticas expandem -se logo e ocasionam um a des­
folhação até a p a rte m édia dos galhos. M uitos dos galhos, des-
folhados, m orrem até a base e m orrem tam bém os próprios ram os
de suporte. Q uando a deficiência aparece m ais tarde, na época de
crescim ento, o com prim ento dos galhos fica restringido, as fo­
lhas vão do verde-escuro até o verde-azulado e não crescem até o
tam anho norm al. De outro lado, num erosas folhas m uito largas
se desenvolvem . A coroação dá-se m uito cedo e com grande
Lenticelas abundância perto das pontas dos galhos. A s lenticelas (poros do
grandes
tro n co ) se alargam e ficam salientes como as dos pés cinturados,
acusando a interrupção da seiva.
A s fôlhas dêstes pés enrolam .
F olhas F ôlhas enroladas não são características de pés deficientes em
enroladas
cálcio, mas sim, de toda a restrição de deslocação de alim entos.

T O M A T E IR O A conhecida doença “ vira-cabeça” é nada mais que a defici­


"v ira-cabeca”
(73)
ência pronunciada em cálcio.
E m tôdas as verd u ras, a deficiência em cálcio se m anifesta p e­
lo crescim ento retard ad o dos troncos grossos e enlenhados. As
pontas das raízes são sem pre afetadas e o desenvolvim ento do
ponto vegetativo é anorm al.
N os tom ateiros, as fôlhas mais novas tornam -se um pouco clo-
róticas, perdendo o seu brilho, adquirindo um a côr cinzenta,
enquanto as fôlhas in ferio res perm anecem de côr verde norm al.
(E m casos de deficiência em potássio ou nitrogênio, as fôlhas
inferiores são as prim eiras a ficarem cloróticas, enquanto as do
ápice perm anecem v e rd e s). A s plantas são fracas e sem vigor.
A s fôlhas do ponto de crescim ento enrolam -se arqueando para
baixo e m orrem , enquanto o caule perto do ponto de crescim ento
fica pintado de pontinhos pretos.

TRIGO
(23, 132) A deficiência em cálcio no trigo denuncia-se pelo crescim ento
m uito retardado. A s plantas são fracas e raquíticas. N as fôlhas
superiores aparece um a clorose leve e m anchas e linhas brancas
ou bege. V ariedades m ais exigentes em cálcio enrolam logo as
fôlhas quando com eça um período sêco e o crescim ento fica
inteiram ente paralisado.
A s pontas dos colmos ficam estéreis e brancas.

P á g in a o p o s t a :
F ig. 5 7 ■—- B a t a t a - d o c e . N a d e f i c i ê n c i a d e m a g n é s i o a s fô ll ia s são cl o ró t ic a s , c o m as n e r v u r a s
a i n d a v e r d e s . N a s v a r i e d a d e s de b a t a t a - d o c e d e P u e r t o R ic o , ju n t a - s e à cl orose a p i g m e n t a ç ã o de
a n to c i a n i n o , d a n d o à f ôlh a u m a co lo raç ão v e r m e lh a . A s á r e a s n e c r ó t i c a s caem .
Fig . 5 8 — D e f i c i ê n c i a de m a g n é s io no ca fee iro . TJtrva cloro se p r o n u n c i a d a c o m m a n c h a s ir r e g u l a r e s
a p a r e c e n a s f ô lh as , e s p e c i a lm e n te n a s p o n t a s e aos lad o s d a n e r v u r a p r i n c i p a l e d a s s e c u n d á r i a s .
O t e ci d o, m a i s t a r d e n e c r ó t i c o , c om de s co l o ra ç ã o de m a r r o m - c i n z e n t o , c a i m u i t o d e p r e s s a , s e n d o
e x t r e m a m e n t e q u e b r a d iç o .
Prancha 9
. F IG . 61

FIG. 59

FASE
INICIAL

Sßf'

Proncha 10
DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO 119

F ig . 52 B — D e f ic iê n c ia d e cá lcio na ce v a d a .

N esta plan ta, a deficiência em cálcio a p resen ta típica m anifes- VI^ I,RA
tação nas fôlhas.
E n q u an to os galhos do ano em curso têm pouco crescim ento, as
fôlhas apicais ap resen tam m argens cloróticas, em p arte com ple­
tam ente carentes de clorofila, m o stran d o som ente um a pigm en­
tação am arela. A fôlha in teira é p in ta d a de m an ch inhas cloró­
ticas um pouco aguadas. O “ dieback” das ram as pode ser con­
siderável. T êm boa coroação, m as desenvolvem -se poucas uvas
nos cachos; a m aioria das flô res ficam estéreis.

Página oposta:

F ig . 59 — < D eficiência de magnésio na. c a n a - d e - a ç ú c a r . Nas fôlhas cloróticas aparecem prim eiro
pon tin h as tran sparen tes q u e m a i s t a r d e se c ol o re m d e ro x o e marrom. M ais ta rd e a fôlh a in te ir a
m o r r e , o s t e n t a n d o uma. c ô r m a r r o r n - c l a r a c o m i m p r e g n a ç õ e s e s c u r a s .

F ig . 61 — N o caso d a d e f i c i ê n c i a e m m a g n é s i o n o f u m o , as t ô l h a s i n f e r i o r e s de s b o ta m , p r i m e i r o ,
C o m o p r o g r e s s o d a cl o ro se , t o m a m a c ô r a m a r e l a a t é b r a n c a , s e m p r e c o m a s n e r v u r a s v e r d e s .
MAGNÉSIO
D E F IC IÊ N C IA
C have da
clorofila Como o m agnésio é o fato r principal na form ação da clorofila
e adem ais é com panheiro do fósforo, tornando-o móvel dentro da
planta, podemos im aginar o papel im portante dêsse elem ento na
vida vegetal. A lém disso, tom a parte na form ação de todos os
Form a óleos, óleos e g o rd u ras vegetais, form ando tam bém as cêras que p ro ­
ccras, etc.
tegem os vegetais contra a scca ou condições desfavoráveis do
solo.
G eralm ente a deficiência aparece em época avançada do desen­
volvim ento vegetal, m uitas vêzes devido às chuvas excessivas ou
sêca prolongada.

O "m osaico’
O típico desta deficiência é que a planta inteira, de baixo para
cima pode ser afetad a, exceto o feixe apical, que nunca sofre
dessa deficiência.
A clorose progride das pontas e m argens para o centro das
fôlhas entre as nervuras, m as geralm ente não atinge a base foliar.
A s nerv u ras perm anecem verdes. Como a clorose causada
pela deficiência em m agnésio sem pre se desenvolve do ponto
central do tecido situado entre as nervuras, apresenta o quadro
típico dessa deficiência, isto é, o “ m osaico” , sendo a nervura
verde, o tecido m ais próxim o delas verde-claro e o tecido m ais
distanciado am arelo.
O s característicos desta deficiência são:

1) o “ m osaico” :
2) pontinhos necróticos no centro das áreas cloróticas.

Em m uitas espécies de plantas, nas quais, depois do desbota-


m ento da clorofila o caroteno (am arela) é coberto pelo ácido
antociânico (p u rp ú re a ), a descoloração não é am arela mas p u r­
purea, como por exemplo, no algodão, nas batatas-doces de
P ô rto Rico, em algum as variedades de videiras, etc.
Especialm ente nas legum inosas e nos citrus o problem a do
magnésio é m uito sério, porque êsses vegetais produzem consi­
deráveis quantidades de óleos nas sem entes ou nas cascas das
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO 121

fru ta s. A desfolhação pode a tin g ir tal g rau que as árv o res fi­
cam com pletam ente desnudas. O colapso com pleto do feijão
não é raro.
A qui se pode ap o n tar como curiosidade — m as o fato é por si
m uito lam entável — que v árias fam ílias de árv o res estão desa­
parecendo com pletam ente do nosso globo te rre stre por causa da
falta de m agnésio que elas não toleram . E specialm ente na E u ­
ro p a O cidental nota-se êsse fato porque se tra ta principalm ente
de árv o res usadas p a ra alam edas. H o je em dia essas árvores
não ostentam senão os troncos e galhos m ortos, testem unhos de­
solados dum a época m ais feliz.

O característico dessa deficiência é um a pigm entação p u rp u ­ ALGO-


DOEIRO
rea das folhas in ferio res, enquanto as n e rv u ra s e o tecido p ró ­ (36, 52)
xim o delas perm anecem verdes.
A s f6lhas prim eiro atin g id as caem p rem atu ram ente. E m ge­
ral a deficiência em m agnésio se v erifica nas te rra s m uito la­
vadas, ácidas, de cor am arela. O s solos ro x o s estão m enos su ­
jeitos a essa deficência.

Fit;'. 5 4 — As fô llia s sã o p ig m e n ia d a s d(* vor p u r p u r e a atv ro x o , q u e p ro g rid e d a s


p on tas e m a r g e n s d a s fô lh a s in fe r io r e s p a ra d en tro do lim bo. P o d em ser a fe ta d a s
to d a s as fô llia s, exceto as bem n o v a s, q u a n d o é in te n sa a d e fic iê n c ia de m a g n é sio
vi um a lg o d o a l.
F ig . 55 — N ota-se um a clorose fo rte com p ig m en ta çã o am arela -d o u ra d a q u an d o o
m a g n ésio é d efic ien te. A s fô lh a s ap resen tam á rea s n e c r ó tic a s, esp ecia lm en te n a s
m a rg en s e p on tas, m as são re la tiv a m en te m u ito p o u co ra sg a d a s. C achos com um
n ú m ero an orm al de fr u ta s p eq u e n a s em p osiçã o m u ito d en sa são ca r a c te r ístic o s
d esta ca r ên cia .
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO 123

Q uan d o o algodão é adubado com fo sfato de am ônio, a defi­


ciência em m agnésio quase n u n ca aparece, porque o fosfato de
am ônio constitui ótim o dissolvente das ligações de m agnésio, fo r­
m ando m ag n ésio -am ô n io -fo sfato de fácil solução.

O m elhor m étodo de elim inar esta deficiência em solos m uito


lavados é a adubação com dolom ito.
E n tr a sem pre em fase crítica a dieta de m agnésio nos algodo-
eiros quando consideráveis q u an tid ad es de cloretos, n itra to s ou
sul fatos estão presentes (p o r exem plo, um a adubação com sali-
tre do Chile, cloreto de potássio, e tc .).
A M E N D O IM
A s m argens das fôlhas to rn am -se cloróticas e a clorose avança (22)
en tre as n e rv u ra s p a ra o in te rio r do lim bo foliar, enquanto as
m argens tom am a coloração de la ra n ja . O s b ro tos que nascem
são averm elhados. Como na carência de cálcio, tam bém nesta
produzem -se m u itas cascas vazias, m as em geral o m agnésio
tem m uito m enos efeito neste sentido porque m ovim enta-se m uito
m ais depressa d en tro da p lan ta do que o cálcio.
O desenvolvim ento rad icu lar é reduzido.

ARROZ
A s fôlhas são estriad as de verde-pálido. Com eça um a necrose (1 3 2 )
m arginal. A s fôlhas m o rrem m uito ráp id o e caem.
B A N A N E IR A
Como a b an an eira é p lan ta que pro d u z enorm e quan tid ad e de (1 3 2 )
tecido verde, o seu consum o em m agnésio é b astan te alto. E sp e ­
cialm ente nos pom ares essa d eficiência cau sa m uitos prejuízos.
A deficiência em m agnésio tam bém se v erifica com ela m uito
freqüentem ente, tal como nas á rv o re s fru tífe ra s.
A s ban an eiras d eficientes em m agnésio desenvolvem -se p r i­
m eiro norm alm ente. M ais tard e, quando o pé solta o cacho, as
fôlhas m ais velhas com eçam a a m a re le ce r; pontas e m argens das
fôlhas logo se to rn a m necróticas como tam bém o tecido en tre
as n erv u ra s secundárias. Às vêzes, as p rim eiras fôlhas m orrem
em poucos dias, ficando p e n d u rad as nos pés.
O s cachos produzem um n ú m ero ano rm al de fru to s pequenos A norm al
núm ero de
em posição m uito densa. N ão é ra ro de o b servar, depois de
pequenos
um as c a rre iras de flôres estéreis, a co ntinuação do cacho, ig u al­
m ente com excesso de fru tin h a s, que nu n ca se desenvolvem bem.
O que é típico nesta deficiência é que não se desenvolvem
tecidos acen tu ad am en te escuros, com o acontece nas ou tras. O
tecido necrótico é sem pre dum a cô r m arro m -v iv o ou alaran jad o .
O p reju ízo econôm ico é considerável p orque ra ra m e n te as
bananas atingem preço no m ercado e em geral não têm nenhum
valor com ercial, devido ao tam an h o m uito pequeno e da polpa
sêca.
124 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO

A banana m açã está especialm ente m uito sujeita a essa defici­


ência, porque é a m ais exigente de tôdas, sofrendo tam bém fo r­
tem ente com as dem ais deficiências, enquanto a banana-nanica,
nanicão. São Tom é, etc., proporcionam ainda colheitas boas no
m esmo terreno.

A s folhas das plantas atacadas são mais claras do que as n o r­


mais. A s folhas inferiores são as prim eiras atingidas e aqui por
sua vez os lóbulos term inais são os mais seriam ente atacados. A
clorose começa nas pontas e m argens progredindo para o centro
en tre as veias, atacando som ente o tecido vegetal.
Logo as áreas cloróticas se enchem de m anchinhas necróticas
cujo tecido term ina caindo. A s folhas são quebradiças e fazem
ruído como se fôssem papel.
E m casos sérios, a planta inteira, com exceção do feixe apical,
é afetada. As plantas são m uito pequenas e as fôlhas inferiores

F ig . 56 — A s fô lh a s clo ró tica s ap resen tam logo as p o n ta s e m a rg en s n ecr ó tica s.


de côr m arrom -escuro. P o n tin h o s n eerétreos esp a lh a m -se p or tod o o lim bo fo lia r,
com exceção da b ase. D ev id o à clorose ir reg u la r esta d e fic iê n c ia em m a g n ésio
d en o m in a -se d e “ m o sa ico ” .
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO 12

enrolam as m arg en s p ara cima. O s sintom as são m ais p ro n u n ­


ciados depois dum período sêco e quente.

A s fôlhas cloróticas m orrem e caem. E m casos ,


sérios, as dI?ncr!-?umcnto
as folhas
fôlhas cloróticas se to rn am quase brancas, com as areas afetaclas
convexas (en cresp am en to das fô lh a s).
O “ m osaico” das b a ta tin h a s ou a “ doença das b atatin h as", que ' Mosa,co ’
é tão com um que cada p lan tad o r de- b atatin h as está fam iliarizado
com ela. n ad a m ais é do que a falta de m agnésio na dieta das b a ta ­
tinhas. E sta m an ifestação pode ser p erfe ita m en te controlada
pela aplicação ad equada dêsse elem ento. Q u an d o é om itido o
m agnésio no fertilizante, convêm m istu rá-lo no líquido de p u l­
verização ( calda b o rd a le s a ).
A deficiência em m agnésio se observa prin cip alm ente em te rra s
m uito ácidas, m as não se lim ita só a essas te rra s. E specialm ente
a aplicação de adubos que fo rm am ácidos provoca m uitas vêzes
esta carência (p. ex. su lfa to de am ô n io ).
U m a aclubação com 15 a 25 k g /h a de sulfato de m agnésio por
tonelada da m istu ra de fertilizan tes, ou um a solução de 1 %
na calda bordalesa reso lv erá o caso.

A s batatas-doces são geralm ente cultivadas em solos arenosos


e pobres, cu jo p H deve ser m antido baixo p a ra evitar a susceti- (4 4 , 132 )
bilidade ao ataque bacteriano, o cham ado “ p o x ” (v a río la ). A ssim
elas são especialm ente suscetíveis à deficiência de m agnésio.
A s fôlhas m ais velhas to rn am -se m a rro n s e m orrem . N as
fôlhas m ais novas, a d eficiência aparece prim eiro nos pontos
finais dos nervos. G eralm ente nota-se som ente um a cio rose que
se expan d e por en tre as n e rv u ra s, perm anecendo estas, contudo,
m enos cloróticas. (F ig . 57, P ra n c h a 9 ) .
N as varied ad es de P ô rto Rico as áreas cloróticas das fôlhas
são verm elhas em vez de am arelas.
A deficiência em m agnésio red u z a s a fra á m etade ou m enos.

A deficiência de m agnésio aparece especialm ente depois das


p rim eiras chuvas pesadas do verão. A s fôlhas ap resen tam no
início um a côr v erde-escuro, a p aren tem en te m uito sã, e rro n e a ­
m ente a trib u íd a ao bom abastecim ento de n itrogênio.
M ais ta rd e , estas fôlhas um pouco m ais fin as do que n o rm al­
m ente, m o stram m anchas a la ra n ja d a s irreg u lares, geralm ente
prim eiro aos lados da n e rv u ra principal e das secundárias.
E ssas áreas to rn am -se n ecróticas e caem e o fenôm eno típico
desta deficiência é que m u itas vêzes o tecido cai m as não d esa­
parece com pletam ente pois restam a película su p erio r e as n e r­
vu ras, até m esm o as m enores. ( Fig. 58, P ra n c h a 9 ) .
126 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO
P rim eira
deficiência
A s fôlhas afetad as caem cedo na época, causando severa des-
no ano folhação nos cafeeiros. A deficiência em m agnésio é geralm ente
m uito grave por ser um a das prim eiras deficiências que afetam
os cafeeiros na sua vida devido ao fato de o cafeeiro precisar
m uito dêsse elem ento p ara a form ação dos grãos.
N ão é raro en co n trar cafèzais com avançada desfolhação no
início da época de sêca, ficando assim as fru ta s descobertas
nas ram as. G eralm ente o tam anho dos grãos é bastante red u ­
zido. A decadência do cafèzal é considerável.

M a tu ração F o ra disso, está provado que a uniform idade da m aturação do


uniform e
café é devida ao abastecim ento adequado em m agnésio. N unca
se pode alcançá-la com a deficiência dêsse elemento. Podem os
a firm a r que a unifo rm id ad e da safra cafeeira depende m uito
do som bream ento do cafèzal pois êste regula o abastecim ento
adequado em elem entos m aiores e elementos m enores, especial­
m ente o de magnésio. N ão se exige contudo o som bream ento do
pé, m as só do solo.

C A N A -D E - A deficiência em m agnésio é m uito comum nos canaviais.


AÇÚCAR
(1 , 3 2 , 107): E m casos leves, m uitos pontinhos cloróticos, transparentes,
aparecem nas fôlhas velhas. M ais tarde nota-se o desenvolvi­
m ento de pontinhos necróticos de diversos tam anhos e de côr
verm elha ou m arrom . Êstes pontinhos espalham -se pela fôlha
inteira, com exceção da ponta. Em seguida coalescem e a fôlha
torna-se inteiram ente necrótica, aparentando um a côr como fe r­
rugem , ostentando na área m arrom m anchas mais escuras. (F ig .
59, P ran ch a 10). A s m argens tornam -se necróticas.
A m orte das fôlhas é considerável. O s colmos são finos.
N ão foi ainda provado experim entalm ente, m as é bem p rová­
vel que tam bém no tão tem ido “ m osaico” a cana so fra de um a
form a m uito aguda de deficiência em m agnésio, antes do ataque
do virus.

CEBOLA O prim eiro sintom a da deficiência neste elemento são m anchas


(A lliu m cepa)
(28, 180) ovais, irregulares, perto das pontas das fôlhas. Logo elas a s­
sum em um a côr esbranquiçada, que mais tard e vai desapare­
cendo, dando lugar a um colapso geral da fôlha. T ôdas as fô­
lhas mais velhas colapsam logo, apresentando o quadro caracte­
rístico da carência em m agnésio. ( fig. 6 0 ).

CENOURA
( D a u c u s carola) H á , de início, um a cio rose geral das fôlhas, que apresentam
(63), m ais tard e pontinhos m arrons ou am arelos nas pontas dos ló­
bulos. A s plantas são m enores que norm alm ente e as cenouras
m ais pálidas.
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO

F ig . 6 0 — Q u a n d o fa lta o m a g n é s io n a d ie ta d a s ce b o la s, as fô lh a s m a is v e lh a s
o sten ta m m a n c h a s o v a is, c lo r ó tic a s , n a s p o n ta s . M a is ta r d e a s fô lh a s in te ir a s
tom am u m a cô r a m a rela e c o la p sa m . V e ja o q u a d ro c a r a c te r ís tic o d e sta d e f ic iê n c ia .

COUVE
A s fôlhas m ais velhas são m osqueadas de áreas cloróticas que FLO R
podem ser tan to am arelas, averm elhadas até p u rp u ra d a s. A s (181)

cabeças ficam sôltas e m enores que de costum e. M uitas vêzes,


ap aren tam tam bém um tom roxo.

FUM O
N o fum o, a deficiência de m agnésio g eralm ente é denom inada (94,
“ m osaico” ou “ sand d ro w n ” , porq u e é p rev alen te em solos a re ­ 98)

nosos p ro fu n d o s, d u ra n te tem p o rad as chuvosas. A deficiência


aparece, som ente depois que a p lan ta alcança g ran d e tam anho.
P rim eiro as fôlhas in fe rio re s perdem a sua clo rofila nas m a r­
gens e en tre as n erv u ras, ad q u irin d o um aspecto irre g u la r m a n ­
chado. A cô r das m anchas cloróticas pode v a ria r en tre verde-
claro, am arelo e branco.
A s n e rv u ra s e o tecido m ais p ró x im o delas perm anecem ain d a
v erdes, por m uito tem po, depois de a fôlha te r perdido a sua
clorofila. M esm o nos casos ex trem o s — em que as fôlhas in fe ­
riores se to rn am brancas — as n e rv u ra s ficam ain d a verdes, sem
a p re se n ta r m anchinhas necróticas. (F ig . 61, P ra n c h a 10).
128 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO

A deficiência em m agnésio no fum o sem pre progride da ponta


p ara a base da fôlha e da parte in ferio r para a superior da
planta. E m casos m uito extrem os, as plantinhas recém -germ i-
nadas são afetad as também .
A redução da qualidade é m uito séria, porque as fôlhas sêcas
são irregulares em cor, cheias de m anchas escuras, com pouco
pêso e elasticidade.
A cinza de charutos, quando êstes são feitos de fumo defici­
ente em m agnésio, tem tendência a ficar anorm alm ente escura.

L A R A N JE IR A
E OUTROS A deficiência em m agnésio constitui praticam ente um dos
C ITR U S m aiores problem as em tôdas as plantações cítricas. N o N orte
(20, 25,
132) do Brasil, já foi com batida eficazm ente em 1912, m as depois o
tratam en to foi abandonado pelos citricultores, sem que houvesse
nenhum a razão para isso, pois as perdas pela falta de m agnésio
perm anecem altas.

D eficiência
no outono
O s sintom as da deficiência podem aparecer durante tôda a
época de crescim ento, mas geralm ente são mais pronunciados na
últim a p arte do verão, quando as frutas estão am adurecendo.
Q uando aparecem os prim eiros sintom as da deficiência, as fô ­
lhas estão com tam anho norm al e m aduras.
P rim eiro, aparecem m anchas am areladas irregulares nas fôlhas
m ais próxim as das fru tas. E stas m anchas juntam -se, form ando
faixas am arelas de am bos os lados da nerv u ra principal. E stas
áreas alargam -se e, finalm ente, apenas as pontas e bases das fô ­
lhas perm anecem verdes, o que produz um a form a sem elhante a
D esfo lh açao um “ V ” verde, cujo vértice coincide com a ponta da fôlha. Em
com pleta
casos pronunciados, as fôlhas tornam -se com pletam ente am a­
relas. Q uando um a boa p arte das fôlhas é afetada, elas caem na
prim eira onda de frio, num a sêca prolongada ou em outro tem po
desfavorável. Q uando o tem po é favorável, elas podem conti­
n u ar ainda m uito tem po no pé.

As variedades O m agnésio é. como o potássio, m uito móvel dentro das plantas,


que produzem
frutas com diferenciando-se assim claram ente do ferro e do m anganês. As
sem entes são
as m a i s variedades que produzem fru tas com sem entes são m ais afetadas
a ti n g i d a s do que as variedades que não produzem sementes.
A s árvores afetadas podem ficar com pletam ente desfolhadas,
exibindo as fru tas m aduras.
A deficiência em magnésio tem tam bém relações com o núm ero
das fru tas. Q uanto m ais fru tas com sem entes, tanto m aior a
m anifestação da deficiência.
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO 129

F ig . ( ) 2 — A d e fic iê n c ia em m a g n é s io n o s c itr u s c a u sa u m a m a r e le c im e n to d a s
f(d h a s n o s g a lh o s d a s fr u ta s . A clo ro se co m eç a p erto d a n e r v u r a p r in c ip a l, e s p a ­
lh a n d o -se d a í por tô d a a fô lh a . (A d e fic iê n c ia d e cá lcio n o s lim o e ir o s a p r e se n ta -se
com id ê n tic o s sin to m a s.)

A ltern ân cia
G eralm ente estas árv o res p roduzem , num ano, poucas ou de safra b oa
nenhum a fru ta s, o que perm ite que o pé se recupere um pouco, e ano de
repouso
e, no ano seguinte, dê um a s a fra m uito rica. N os anos em que
130 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO

dão fru ta s, os pés sofrem seriam ente e, depois da segunda safra,


g eralm ente começa, com a desfolhação, tam bém o “ dieback” do
pé.
M as, essa alteração não abrange todo o laran ja l, pois não é
geral, m as sim individual, e por isso um laran jal que sofre da
falta de m agnésio sem pre apresenta árvores produtivas e á r ­
vores em repouso.
Êsse fenôm eno é tão individual que no m esm o pé uns ram os se
apresentam verdes, com fôlhas e sem fru tas, enquanto outros
estão carregadíssim os e ap resentam fôlhas am arelas que m ais
ta rd e caem, deixando os ram os com pletam ente desnudados.

A s frutas n ã o
se c o n serv am
A s fru tas de pés com deficiência de m agnésio geralm ente são
n o tran sp orte m enores, sem pre causando dificuldades ao tran sp o rte , pois não
se conservam convenientem ente.
A lém disso, essas fru ta s têm um teor bem baixo em vitam ina
C e acidez e apresentam um a casca e polpa pálidas.
A deficiência em m agnésio se verifica especialm ente em solos
leves com p H baixo en tre 4,5 a 5, por causa da intensa lavagem
do m agnésio.
E m solos com um p H acim a de 5. o m agnésio é lig a d o ; especial­
m ente em solos calcários, a fertilização com m agnésio é m uito
im portante.

LEGU­
M IN O S A S
A s sem entes e plantas in teiras de legum inosas contêm geral­
(63, 182) m ente o duplo e até o triplo de m agnésio das gram íneas. Como o
m agnésio não som ente faz p arte da molécufa de clorofila, m as
tam bém é m uito im portante p ara a produção de óleos vegetais,
êle é necessário, especialm ente, pelas legum inosas de sem entes
grandes, as quais m uitas vêzes são plantadas para a produção
de óleo, p. ex., a soja.
Como T R U O G verificou nos seus experim entos, um excesso de
m agnésio aum enta m uito m ais a assim ilação de fósforo do que
um a adubação com fosfato. Isso m ostra que êstes dois n u tri­
entes têm estreitas relações na alim entação vegetal. N as legu­
m inosas existe m uito m ais m agnésio acum ulado do que fósforo.
D e outro lado, um abastecim ento abundante com potássio a u ­
m enta a absorção de m agnésio, m as a exigência da p lanta tam bém
aum enta. Igualm ente, a fixação de azôto é m uito m ais intensa
quando a legum inosa é abastecida com suficiente magnésio.
A s m anifestações da deficiência em m agnésio variam se­
gundo a variedade de legum inosa.
Soja
(153) N a soja e feijão-fava (cow -pea) a deficiência dêsse elem ento
causa um a aparência de m aturação precoce. A s m argens das
fôlhas enrolam -se p ara baixo e um a clorose progride en tre as
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO 131

F ig . 63 — N a c r o ta lá r ia d á-se u m a d esco lo r a çã o d e eôr la r a n ja -v iv o q u a n d o fa lta


o m a g n é s io . N a so ja , o q u a d ro típ ic o d e m o sa ico . A s se m e n te s e p la n ta s d e leg u -
m in o sa s c o n tê m g e r a lm e n te de d u a s a té t r ê s v ê z e s m a is m a g n é s io do q ue as g ra -
m ín e a s . Com o o m a g n é s io n ã o s o m en te fa a p a r te d a m o lé cu la d e c lo r o fila , m a s ta m ­
bém tem im p o r ta n te p a p e l n a p ro d u ç ã o d e óleos v e g e ta is , é e s p e c ia lm e n te im p o r ­
t a n te n a s le g u m in o s a s com se m e n te s g r a n d e s, as q u a is, m u ita s v ê z e s , sã o p la n ­
ta d a s p a r a a p ro d u ç ã o d e óleo, com o n o ca so d a so ja , p or ex em p lo .

n e rv u ra s das m arg en s p a ra a n e rv u ra principal. E m seguida a


fô lh a in te ira fica bronzeada.

U m a larg a fa ix a clorótica se fo rm a em v olta da m argem . Cr°t6a^)ria


Base, centro e n e rv u ra s das folhas perm anecem verdes. A re d u ­
ção do crescim ento depende n atu ralm en te da intensidade da
deficiência. U m a descoloração, que vai até o am arelo-dourado,
cobre a fôlha.

A s fôlhas são de verde-pálido. A s pontas das fôlhas m ais ve-


lhas to rn am -se am arelas. E sta s desenvolvem u m a necrose nas
pontas e m argens. Caem antes de secar com pletam ente.

A falta de m agnésio é bastan te com um nas plantações de m^ o e ir o ^


m am oeiro. Com eça por pro v o car um a clorose leve nas po n tin h as e (1 3 2 )
m argen s das fôlhas com m uitas m anchas necróticas espalhadas
por todo o lim bo foliar.
A s fôlhas a fe ta d as am arelecem d epressa e as áreas afetad as,
m uito q u eb rad iças na sua te x tu ra , caem logo, dando à fôlha a
ap arên cia de te r sido fu rad a.
132 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO

F ig . 64 A clorose com eça n a s m a rg en s d as fo lh a s, as q u a is, logo se to rn a m


n c c r ó tic a s . A d e fic iê n c ia a feta a fô lh a da beira p ara d en tro, p ro g re d in d o das
m a rg en s p ara o n ervo p rin cip a l, sem a tin g ir , p orém , a b a se da fôlh a.
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO 133

A s fru ta s são m uito num erosas m as pequenas, nunca atingindo


bom tam anho e são além disso m uito sêcas. A quantidade é pés­
sima. M uitas vezes elas nem am ad u recem bem, pois em cada
lugar onde so fram q u alq u er pressão — por exem plo de dedos,
quando são colhidos — apodrecem facilm ente.
G eralm ente os pés perecem d u ra n te o ano de algum a doença.

M A C IE IR A
M uitas vêzes, os solos de pom ares contêm m enos m agnésio do (181)
que necessário p ara a satisfação das exigências das árvores.
Isso, pode ser atrib u íd o , em p arte, ao uso contínuo de fe rtili­
zantes e, por outro lado, às chuvas pesadas do v erão, ao salitre
do Chile e aos adubos calcários sem teo r em m agnésio.
O s sintom as desta deficiência são m uito pronunciados. P r i­
m eiram ente as fôlhas tom am um a côr verde-escuro, como se
tivessem lu x u ria n te dieta em nitrogênio. M ais tard e, as fôlhas
m ad u ras, na base dos galhos do ano em curso, ap resentam um a
clorose m arginal e m anchas cinzentas en tre as n erv u ras. E ssas
m anchas, m uitas vêzes, alargam -se até as m arg ens das fôlhas.
A côr cinzenta nun ca dem ora m ais que um a hora. tornando-se
depois m arro m e até m arrom -escuro. E m poucos dias, a fôlha
se en ru g a e cai. A desío lh ação é tan to m ais fo rte q u anto mais
nôvo fôr o pé. A desíolhação se dá especialm ente na base dos
galhos, enquanto o crescim ento não é afetado.
E m pés ad u lto s as fôlhas a fetad as não caem tão facilm ente
como em pés novos. Com o. o m agnésio é essencial para o fo r­
necim ento adequado de carb o id rato s, produzidos pela árvore,
da deficiência sem pre resulta um crescim ento retardado.
A s fru ta s são an o rm alm en te pequenas, num erosas, pálidas e
de qualidade in fe rio r.

M E L A N C IA
A deficiência de m agnésio é m uito com um nas cu ltu ras das ( C itrullus
m elancias e provoca o que é denom inado “ m ancha p re ta ” . Kstes rulgaris )
(132)
sintom as são com uns, porque g eralm en te se usa um a adubação
em N : P : K na cova, om itindo-se o m agnésio. E m cam pos não
adubados, a "m an ch a p re ta ’’ é m uito m enos o b servada e, quando " m ancha p r e t a ”
aparece, n unca é d esastrosa, porque o equilíbrio do potássio
“ com pound” não foi p ertu rb ad o pela adubação u n ilateral de um
dos seus com ponentes. Com o já foi esclarecido quando trata m o s
de o u tra s cu ltu ras, a adubação unilateral de potássio provoca sé­
rios danos por causa do balanço desequilibrado pelo cálcio ou
pelo m agnésio.

D eficiência em
Como a deficiência em m agnésio sem pre aparece prim eiro na m agnésio
época vegetativa, os prim eiros sintom as na m elancia são co nsti­ As m argens
rasgam
tuídos por um a clorose m osqueada nas fôlhas m ais velhas e p o n ti­
nhos necróticos de côr m arro m -escu ro , espalhados por todo o limbo
134 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO

1 ig. 50 A s fô llia s m a is v elh a s to rn a m -se c lo r ó tic a s, com m a n c h in h a s n e c r ó tic a s


e m orrem logo. A s fô lh a s m ortas são m u ito q u eb ra d iça s, d ev id o à d e fic iê n c ia em
m a g n ésio .
D e s en v o lv em -se m a n ch a s p reta s n os cau les, p ecío lo s e fr u ta s e ig u a lm e n te a p onta
do cip ó d esb ota. A m a io r ia d as flô r e s m u rch a e cai, sem fo rm a r fr u ta s . As
p la n ta s in te ir a s m orrem , esp ecia lm en te em ép ocas sêc-as.

foliar. A s fôlhas tornam -se quebradiças, fazendo barulho como


papel, as m arg en s rasgam , quando estão m ortas. G eralm ente,
quando no período da form ação das fru ta s, há uns 8 ou 10 dias
meio secos, aparecendo pontinhos pretos tanto no troncos e pe­
cíolos como tam bém nas fru ta s já desenvolvidas. E stas m anchas
nas fru ta s reduzem o valor destas, pois têm sem pre um a polpa
sêca por baixo. O s pontos vegetatives, isto é, as pontas dos
cipós, apresentam então um aspecto clorótico, m orrendo logo.
Igualm ente m orrem as flôres, sem fo rm a r fru tas, dando prejuízo
enorm e ao plantador.

O s sintom as desta deficiência sem pre podem ser facilm ente m ilh o ^
reconhecidos.
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO 135

A s fôlhas m ais velhas ap resen tam estrias am areladas,


paralelas às nerv u ras. Com o tem po estas linhas branqueiam .
M ais tard e o tecido clorótico seca e m orre.

F ig . 65 N a s fô lh a s <lo p e sse g u e ir o , m a is p r ó x im a s da b a se d o s g a lh o s n o v o s,
a p a recem m a n c h a s c lo r ó tic a s , b o r d a d a s d e p ú r p u r a . E s ta s m a n c h a s to rn a m -se lo g o
n e c r ó tic a s , e x ib in d o o q u a d ro típ ic o d a d e fic iê n c ia em m a g n ésio .

N este caso a deficiência p ro n u n ciad a é a trib u íd a especialm ente


à carência dêsse elem ento nos solos, onde é fixado ou lavado.
P rin cipalm en te o uso p erm an en te de salitre do Chile, isto é, de
sódio, que é contido no salitre, acelera a lavagem de m agnésio.

O m agnésio influi m uito na u n ifo rm id a d e da m atu ração das cul- r a b a n e te


tu ra s em geral e das de v e rd u ra s em p a rtic u la r, e tam bém no ta- e tc .
m anho das fru ta s e raízes e na qualidade com ercial. N as fôlhas <14, 182)
dos nabos desenvolvem -se m anchas necróticas em volta da m a r­
gem, as quais vão secando e caindo, enquanto a fô lh a in teira é
desigualm ente m anchada p o r áreas cloróticas. ( fig. 66 N .° 2 ).

G eralm ente depois das prim eiras chuvas pesadas do verão, ^ S|, E^0
quando as fôlhas já estão m ad u ras, os prim eiros sintom as de de- ( 63, 1 3 2 )

ficiência se desenvolvem . N o início, m anchas escuras, aguadas


aparecem nas fôlhas da base dos galhos do ano em curso. E stas
m anchas são bord ad as de áreas p u rp u ra d a s, necróticas. E m
136 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO

poucos dias, tais m anchas to rnar-se-ão de um branco-cinzento


ou branco-esverdeado. D epois da p róxim a chuva, elas tom am
um a coloração m a r r o m ; poucos dias m ais, e as fôlhas caem.
P ode acontecer que a desfolhação continue até a m etade do
pé ficar n ua e som ente as fôlhas im aturas restem . Êstes pés são
excepcionalm ente suscetíveis ao frio. N a prim avera, os pés de­
ficientes em m agnésio custam a brotar, perm anecendo por m uito
tem po ainda desnudados no meio dos pés já com fôlhas. (fig . 6 5 ).

c h u c h a j E E stas verd u ras, da m esm a família, apresentam sintom as bem


(27, 132) sem elhantes quando lhes falta o m agnésio. M anchas irregulares
e aguadas aparecem prim eiro nas pontas e m argens das fôlhas,
espalhando-se depois na fôlha inteira. Q uando as m anchas se
alargam , tom am um a côr cinzenta, e apresentam um centro m orto
e esbranquiçado. A s m argens das fôlhas rasgam facilm ente e
as partes sêcas são quebradiças.

1 — CHUCHU (S e e h iu m e d u le) 2 — NABO (B r a s s ic a n a p u s )

F ig . 66 — Q u an d o está fa lta n d o o m a g n ésio na d ieta do ch u ch u , m a n ch a s n ecró-


tic a s, com eçan d o n a s m a rg en s da fô lh a , esp alh am -se por tod o lim bo. E s ta s á rea s são
q u e b r a d iça s e caem .
N o n abo, as á re a s n e c r ó tic a s estã o co n fin a d a s à m argem , tam bém ca in d o logo.
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO

A s fôlhas podem perm anecer, porém , p o r m uito tem po no pé


an tes de caírem .

A s fôlhas in ferio res ap resen tam prim eiro m anchas irreg u lares, ^ o u v E ^ tc
espalhadas em todo lim bo foliar, que se encrespa levem ente. (ís i)’
E m estado avançado essas áreas cloróticas am arelecem ou
branqueiam , vão m o rren d o e caindo. A s m argens das fôlhas —
as p rim eiras partes afe ta d a s da íôlha — to rn am -se m arrons.
E m estado avançado é fácil de reconhecer, m as é preciso sem pre
não co n fu n d ir as m anifestações da deficiência em m agnésio com
as em potássio, onde as fôlhas torn am -se levem ente ro x as não
sendo m osqueadas.

Kig. 67 — N a d e f ic iê n c ia em m a g n é s io u m a clo ro se co m eça n a s m a r g e n s d a s


fô lh a s do rep ôlh o, e s p a lh a n d o -s e sô b r e o lim bo in te ir o em m a n c h a s ir r e g u la r e s.
A s p a rtes com e s ta s m a n c h a s am a relece m e m orrem .
138 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO

A s fôlhas, mesmo verdes, são m uito quebradiças e têm a ten ­


dência de se curvarem para baixo. A s nerv u ras perm anecem
verdes enquanto o tecido entre as nerv u ras desbota e, finalm ente,
am arela. A cor am arela aum enta em intensidade à m edida que
se a fa sta das n ervuras. A s áreas am arelas finalm ente to rn am -
se m arro n s, m orrem e caem.
A deficiência é ex trem am ente pronunciada quando as fru tas
estão form adas. N a m aioria dos casos, o pé m orre quando as
prim eiras fru ta s estão am adurecendo.
U m a pulverização com um a solução a 1% de sulfato de m ag­
nésio na calda borladesa rem edia êsse mal.

A s plantas deficientes são pequenas e cloróticas. Com o tem po,


as fôlhas m ais velhas apresentam m anchas necróticas, irre g u ­
lares de côr am arela. L inhas finas, am arelas aparecem no tecido
enquanto as pontas das fôlhas já estão m orrendo. A s fôlhas
afetad as m orrem .

F ig . 68 — A d e fic iê n c ia em m a g n ésio m a n ife sta -se n o s to m a teir o s q u a n d o as p r i­


m eira s fr u ta s estão fo rm a d a s. M a n ch a s c lo ró tica s ap a recem e sp a lh a d a s p or tô d a a
fô lh a . A fô lh a in te ir a to rn a -se am arela, en q u a n to as p a rtes com as m a n ch a s
n e c r ó tic a s m orrem , tom an d o u m a côr m arrom . A s fô lh a s são ex tre m a m en te q u e ­
b ra d iça s.
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO 139

F ig . 69 — F in a s lin h a s a m a rela s a p a recem e n tr e a n e r v u r a d a s fô lh a s u m p o u ­


co e lo r ó tic a s . A s p o n ta s d as fô lh a s m orrem e m a n ch a s n e c r ó tic a s a p a recem
n a s fô lh a s a fe ta d a s , q ue logo m orrem . Ê stes sã o os s in a is t íp ic o s da d e f ic iê n c ia
em m a g n ésio no trig o .
140 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO

T ig. 70 — Q u an d o ap arece a d e fic iê n c ia em m a g n ésio n a s v id e ir a s , as fô llv is


m a d u r a s fic a m um ta n to c lo r ó tic a s. M a n eh in h a s v er m e lh a s esp a lh a m -se por tôd a
a folh a, A folh a en rola logo as m a rg en s, to rn a -se n ecr ó tica e m o rre in te ir a m e n te .
N a s fô lh a s m a is n o v a s, a clorose m a rg in a l e in ter v en a l, s e g u id a s de n ecro se, são
ca r a c te r ístic o s da d e fic iê n c ia .
DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO 141

De vez em quan d o caem, m as quando o tem po é favorável po­


dem perm anecer ain d a m uito tem po no pé. N este caso tam bém
as folhas sêcas são excepcionalm ente quebradiças. O trigo tende
a a ca m ar-se.

VIDEIRA
A s fôlhas do meio das ram as ap resen tam m anchas irreg u lares, (63)
aguadas, as quais m ais ta rd e to rn am -se necróticas, tom ando um a
côr m arrom .
E ssas m anchas necróticas — a princípio de côr verde — fi­
cam espalhadas por todo o limbo foliar, que se encrespa leve­
m ente. A s m argens dessas fôlhas enrolam um pouco quando a
necrose m arginal se vai estabelecendo. A s fôlhas m ortas a p re ­
sentam um tom levem ente p u rp ú reo .
Em fôlhas novas, a clorose intervenal e a necrose m arginal, são
m uito com uns apresen tan d o o q u ad ro típico de tecido am arelo
com veias verdes.
P ode-se acrescen tar que a deficiência em m agnésio é um a
das m ais freq ü en tes e m ais sérias em todos os vinhedos. ( fig. 7 0 ).
BORO
D E F IC IÊ N C IA

M uito com um
e m n o sso país
Convém no tar, antes de tudo, que esta deficiência é um a das
m ais com uns em nosso país, causando o fracasso total de m uitas
culturas, especialm ente da m andioca, batatinha, café, banana,
citru s e fum o. A m aioria, porém , atrib u iu os sintom as desta ca­
rência a vírus, bactérias, fungos, brocas e ou tras pragas e
m oléstias, ap esar de não ser devida a nenhum a dessas causas.
Infecções A dm itim os, porém , que m uitas vêzes um ataque secundário, —
secu n d árias
24, 135) seja pelas bactérias, seja pelos insetos — pode ocorrer, estragando
por com pleto a planta já enfraquecida. M as êsses ataques nunca
são a causa dêsses sintom as, mas som ente a conseqüência desta
deficiência.

F a t o r a ti v o d a Como o boro é um fa to r ativo na m ultiplicação das células do


m u ltiplicação
m eristem a, a sua deficiência causa sem pre: a m orte dos pontos
v egetatives dos brotos e raízes, a falta de botões, desintegração
do tecido vascular e o colapso e escurecim ento de todos os
tecidos novos e, por isso, moles, e o tran sp o rte das m atérias n u ­
tritivas às partes axilares da planta, o que provoca o tão co­
nhecido superbrotam ento (1 5 0 ).

M o rre o ponto
veg etative
O fenôm eno típico desta deficiência é que as fôlhas do brôto
perdem o seu brilho, enquanto um a clorose m oderada se desen­
volve, m ostrando-se sem pre m ais fo rte na base do que na ponta
das fôlhas. O ponto vegetative en tra logo em colapso, m orrendo
em seguida. Cessa o crescim ento da planta (1 6 ).

Superbrotaçáo
"envassoura-
A m orte do ponto de crescim ento segue-se sem pre um a super-
brotação da planta que continua viva. E ssa brotação supera­
bundante se dá especialm ente em volta dêsse ponto m orto. E m
casos severos m o rre a planta in teira de cima para baixo, sem que
as fôlhas m urchem prim eiro e sem que h aja clorose nenhum a.
Os botões caem. Caem tam bém as fru ta s novas, quando a
deficiência aparece m ais tard e na época. M uitas fôlhas ficam
deform adas. A deficiência em boro é sem pre m ais fo rte em tem ­
pos secos. E m anos chuvosos pode desaparecer com pletam ente e
a m esm a gleba que não deu sa fra por causa da deficiência em
boro, pode p ro d u zir bem.
1 e 2 — A lfa c e 3, 4 e 5 — B a ta ta -d o c e (3 d e fic ie n te , 4 n o r m a l)
( Lactuca nativa) (Ipomcea bat at as)

F ig . 71 — Q u a n d o falta o boro n a d ieta da a lfa c e, o “ c o r a ç ã o ” m o rre. A s fo lh a s


do p o n to v eg o ta tiv o sã o a le ija d a s e en ro la m a m argem p a ra tr á s . N a b a ta ta d o ce,
a s ra m a s sã o bem m a is c u r ta s q u e n o rm a lm e n te. Os p e c ío lo s sa o to rto s. O s p o n to s
d e c ip ó s a p resen ta m , m u ita s v ê z e s, um “ to r r ã o ” de fô lh a s .
A s b a ta ta s sã o d efo rm a d a s, com ca s c a s á sp e r a s, g r o s s a s e c h e ia s de e x c reçõ e s
escu ras.
144 DEFICIÊNCIA DE BORO
S in to m a s nas
A s raízes das plantas afetad as sem pre apresentam sérias m o­
dificações. A s pontas das raízes m orrem assim como o ponto
vegetativo e, m anchas necróticas, de coloração escura, aparecem .
A s raízes são fibrosas, privadas de am ido e por isso aguadas. A
sua casca é m uitas vêzes áspera, fendilhada, cheia de excreções
escuras. O corre a desintegração do tecido interno, form ando
o tão conhecido “ coração m a rro m ’’ e ôco.

"Cork '
A s 1ru tas como as n erv u ras das fôlhas, exibem o característico
“ c o rk ” interno e externo.
São especialm ente ex ig en tes: arroz, milho, café, citrus, m an­
dioca, couve-flor, etc. (1 0 8 ).

ALFACE
( L a c tu c a A gravidade desta deficiência tem estreitas relações com a
saliva ) um idade da terra, isto é, em tem pos secos a deficiência é m uito
(7 6 )
m ais pronunciada e pode desaparecer com pletam ente em tem pos
chuvosos. O sintom a característico na alface é a deform ação das
folhas de m aior crescim ento ( “ coração” ) . A s pontas dessas
folhas ficam cloróticas, pintadas, assum indo mais tarde um a a p a­
rência de terem sido queim adas. O crescim ento se paralisa, tanto
o do ponto vegetativo, como das m argens foliares, do que resul­
tam fôlhas um tanto crespas e dobradas para o verso. O s pon­
tinhos cloróticos aum entam em tam anho e núm ero nas fôlhas
m ais novas, enquanto as m ais velhas nunca são afetadas. A p a re­
cem m anchas p retas tam bém nos pecíolos e nos caules e fin al­
m ente o ponto de crescim ento m orre.

ALGO-
D O E IR O
Q uando plantinhas bem novas são afetadas, as plantas inteiras
(7 6 ) podem m orrer.
A s fôlhas do ponto vegetativo tornam -se cloróticas e — em
casos mais sérios — os botões abrem m as caem sem poder fo r­
m ar frutos. De modo que os algodoeiros, sofrendo da deficiên­
cia em boro, produzem m uito poucos frutos. O crescim ento te r ­
m inal fica paralisado, enquanto cresce anorm al quantidade de
galhos laterais; as plantas aparecem tufosas e envassouradas,
ficando sem pre pequenas.
A M E N D O IM
(22) A s fôlhas m aduras têm áreas côncavas no lado inferior. F o r-
m am -se m anchas necróticas perto da m argem ( 2 2 ).
ARROZ
(8 1 , 1 3 2 ) Reage p rontam ente à falta de boro. Se houver deficiência
de B, M n, Z n ou Cl o arro z nunca chega a am adurecer (8 1 ).
BA N A N EIR A
(1 3 2 )
A deficiência em boro é, segundo a variedade de bananeira,
m ais ou m enos pronunciada. A banana-m açã é especialm ente
m uito intolerante a esta deficiência.
\

F ig . 72 — B eni 1 10 in íc io (las m a n i­
fe s ta ç õ e s <la d e fic iê n c ia em b oro, a
b a n a n e ir a q u a se n ã o a p r e s e n ta d esco­
loração n en hu m a, a p e sa r da clo ro se
p r o n u n c ia d a do p o n to v e g e ta tiv o . M a n ­
ch a s p a r d a c e n ta s , aguadas a p a rec em
no m eio da fô íh a , p erto da n erv u ra
p r in c ip a l. M a n ch a s p r e ta s e a m a r e la ­
d as su r g em no tro n co q u e é cô r-d e-ro sa .
P o d e-se n o ta r tam b ém u m tom ro sa d o
n a s b eir a s d os p e e ío lo s ; as fô lh a s v e ­
lh a s sã o d e fo r m a d a s. O te c id o d a s s u a s
p o n ta s m orre e ca i. As p o n ta s das
fô lh a s são p r o n u n c ia d a m e n te r e p a r ti­
d as.
146 DEFICIÊNCIA DE BORO

A falta de boro se dá principalm ente em bananais que são


plantados em terren o s secos, m uito ácidos, com nível freático
m uito baixo. Como a banana é planta que precisa de m uita água,
é excepcionalm ente sensível à falta dêsse elem ento e por isso
facilm ente sofre a falta de boro, elem ento intim am ente relacio­
nado com a um idade da terra.
O prim eiro sintom a é um a clorose m oderada das fôlhas mais
novas, que perm anecem m uito tem po enroladas. G eralm ente
essas fôlhas não abrem m ais norm alm ente, ficando deform adas

F ig . 72 A — O cacho de fr u ta ap arece p rem a tu ra m en te, é fra co e sem vig o r. A s


b a n a n a s fo rm a d a s são ch eia s de p ed ra s de o x a la to de cá lcio na p o lp a , q ue tem
sabor am argo e a p resen ta m “ c o r k ” na ca sca . A ca sca d e ssa s fr u ta s ra ch a -se
fa cilm en te.
Fif? 73 — Q u a n d o a d e fic iê n c ia em b oro é m a is avançada, a fô lh a m a is nova
m orre. A s fô lh a s m a is v e lh a s exib em p o n ta s m o rta s, c u r v a d a s p a ra tr á s . A clo ro se
d a s fô lh a s jã é b a sta n te p r o n u n c ia d a . A s m a r g e n s d a s fô lh a s sã o n e c r ó tic a s e
m o rta s. M a n ch a s p r e ta s a p a recem ta n to n a s fô lh a s com o n o s tr o n c o s.
Os tro n co s co r ta d o s exalam um ch eiro fétid o , sã o c o m p le ta m e n te p r iv a d o s de a m i­
do, m u ito a g u a d o s, com g r a n d e s m a n c h a s p r e ta s , d e tecid o p o d r e. O ce n tr o do
tro n co a p r e se n ta -se p od re ta m b ém .
148 DEFICIÊNCIA DE BORO

e aleijadas. A s folhas m ais velhas partem -se na ponta, ficando


a n e rv u ra saliente, (fig . 7 3 .)
O crescim ento da b ananeira é sensivelm ente dim inuído e, assim ,
um pé de três anos pode aparecer como se tivesse 6 meses de
idade. Êsses pés nunca soltam cachos.
Q uando a deficiência é m uito leve. e um cacho vinga, êle é
sem pre m uito pequeno, por causa da esterilidade das flôres.
E m regra, só podem ser form ados cachos quando os pés já
estão p erfeitam en te desenvolvidos, no m om ento em que a d efici­
ência se to rn a aguda. A s fru ta s apresentam um a polpa cheia de
m anchas m arrons, m ortas, d uras e sêcas, o que nada m ais é que
o “ co rk ” interno. E las nunca atingem bom tam anho e tem um
gôsto am arguento. A ssim , a deficiência em boro to rn a a p ro d u ­
ção escassa ou nula.

B A T A T IN H A
(1 5 5 ) E m solos leves, m uito arenosos, a deficiência em boro não é
ra ra em nosso país. Principalm ente os tubérculos das b atatinhas
são seriam ente afetados, perdendo com pletam ente o valor co­
m ercial.

M orre o ponto
vegetative
O s sintom as nas plantas só raram ente podem ser observados.
O único que sem pre aparece é o crescim ento tufoso das plantas,
que, devido ao elevado n úm ero de brotos laterais, perm anecem
pequenas. A s fôlhas são m ais grossas que norm alm ente e as
m argens dos lóbulos se enrolam fortem ente. O s pecíolos to r­
nam -se am arelos e m uito quebradiços e, em casos graves, surge
um a pigm entação rosada e até mesmo p u rpúrea. O s pontos
vegetatives, como as m argens das fôlhas m ais velhas, m orrem .
"Sarna" E m solos pobres de m atéria orgânica e com e stru tu ra de-
liciente, um a calagem pode desequilibrar de tal m aneira a dieta
de boro, que a colheita fica inutilizada pela “ S a rn a ” .
C rescim ento
O s entrenós, tanto na planta como nos estolhos, são muito
curtos. O s tubérculos produzidos têm um a casca grossa, áspera
com excreções escuras e, em casos graves, cobertos, como se
fô ra um eczema. F erv en d o estas b atatinhas, um a boa parte delas
fica inaproveitável, com pletam ente aguada, porque estão despro­
P olpa aguada vidas de am ido. Às vêzes, mesmo a polpa está cheia de m anchas
d uras e m arro n s e acontece, não raram ente, que o centro dêstes
tubérculos é m uito fibroso ou óco. N ão som ente as batatinhas
C e n tro óco
são m enores que norm alm ente, m as tam bém seu núm ero é bas­
tan te reduzido. E stão , m uitas vêzes, cobertas de “ sa rn a ” . Q uando
cozidas, a casca g ru d a na polpa que tem gôsto am argo.
E m tem pos chuvosos, o mesmo terreno pode produzir um a boa
sa fra de batatinhas norm ais.
DEFICIÊNCIA DE BORO 149

Kite. 7 4 — A s fo lh o s d os p o n to s v e g e ta tiv e s sã o d efo rm a d a s e a le ija d a s, com p r o ­


n u n cia d a elo ro se e co lo ra çã o rosad a, q u a n d o fa lta o b oro n a d ieta d a b a ta tin h a .
A s fô lh a s su p er io re s, fo rtem e n te c lo r ó tic a s, a p resen ta m ta m b ém u m a co lo ra çã o
to sa d a , com a m a rg em d os ló b u lo s en ro la d a s.
O s tu b é rcu lo s exibem u m a ca sca á sp e ra , ch eia de e x c reçõ e s es c u r a s .
150 DEFICIÊNCIA DE BORO
BATATA-
DOCE É m uito acentuada, nesta planta, a restrição de crescim ento
(42) p o r causa da paralisação do desenvolvim ento term inal dos cipós.
O s entrenós são m uito curtos. O s pecíolos crescem to rto s e c u r­
vados principalm ente os term inais.
A s fôlhas m ais velhas tornam -se am arelas e caem, enquanto
" S cab ”
os tubérculos sofrem de degeneração interna e externa. São
deform ados, de casca áspera e grossa, m uitas vêzes parcialm ente
cobertos de escam a escura, de exsudações escuras e sêcas. A
polpa é aguada, (fig . 7 1 ).
E sta s áreas “ do en tes” apresentam tam bém um a necrose intern a
que pode a fe ta r a polpa até o centro ou, em casos m ais leves,
sem ente a cam ada cam bial, isto é, a zona pró x im a da casca.

C A F E E IR O
(1 )3 2 ) Como o cafeeiro é planta dum am biente pouco ácido, tendo na
sua te rra natal um p H 5 e suportando p erfeitam ente um pH de
Exigente em
elem en to s 4,5, podem os concluir que esta rubiácea é bastante exigente em
elem entos raros. A ssim , não é fato raro perderem os nossos ca-
feeiros consideravelm ente em volum e, podendo isso acontecer,
em solos mais leves, nos prim eiros 6 a 8 anos de cultura. Em
solos argilosos, principalm ente em te rra roxa legítim a, podem os
contar uns 30 a 40 anos com safras boas.
T em -se como reg ra entre os cafeicultores que o cafeeiro p e r­
d u ra enquanto a raiz não esbarra na rocha.

E sgotam ento da
terra em S ignifica isso que o cafeeiro esgota a terra, procurando o seu
elem en to s alim ento em cam adas do solo cada vez mais profundas e que
m orre quando acaba de esgotar a terra. M as, o esgotam ento do
solo não abrange todos os m inerais. O terreno de um cafèzal
abandonado, geralm ente produz safras mais ou m enos boas de
milho, feijão, etc. O solo não fica, portanto, tão esgotado que
nada m ais possa produzir. Do que geralm ente falam os é dos
cham ados elem entos m aiores, como o fósforo, o nitrogênio e o
potássio.
E os elem entos m enores?
Os elem entos
O cafeeiro é planta m ais exigente em elem entos m enores que
responsáveis
pela q u a lid a d e
a m aioria das nossas culturas. N ão existe cu ltu ra agrícola que
e x ija tantos elem entos raro s como o cafeeiro. N em mesmo o
arroz. O que faz a qualidade do café não é tanto o som bream ento,
m as sim o abastecim ento adequado em elem entos raros.
"D ieback”
e sup erb ro ta- A deficiência em boro, quando aparece sozinha, causa, além do
“ dieback” dos brotos e do envassouram ento, fôlhas mais escuras,
reduzidas em tam anho, com um tom purpúreo. A s fôlhas
assum em um a posição horizontal, form ando um ângulo reto com
DEFICIÊNCIA DE BORO 151

o galho. Isso é bem significativo para as deficiências em boro


e enxofre. N orm alm ente as fôlhas assum em um a posição um
pouco inclinada, form ando um ângulo de 50 a 60 graus.
A s fôlhas novas quase sem pre ficam dobradas e apresentam
nerv u ras pronunciadam ente salientes. A s fôlhas m ais novas são
de côr verm elho-vivo, esverdeando m ais tarde.
A parecem m uitas vêzes vários fru to s num entrenó, m as geral­
m ente a m aioria não am adurece, enegrecendo quando ainda pe­
quenos. E m casos m uito graves, tem os os sintom as se g u in te s:

F ig . 75 — A d e fic iê n c ia em boro p u ro. p ro d u z s in to m a s m u ito c a r a c te r ístic o s no


ca fee iro . O p on to v e g e ta tiv e m orre, s e g u in d o -se a isso um su p er b r o ta m en to em
vo lta d êle . M as tam bém ês te s b rotos m orrem a n tes de en le n h a r .
A s fô lh a s são tô d a s d ob rad as, com p r o n u n c ia d a p ig m en ta çã o p u r p ú r e a em cim a
do v er d e .
A s fô lh a s m a is n o v a s têm um a côr verm elh o -v iv o . A s s u a s n e r v u r a s sã o c o n v e x a s.
O ta m a n h o d e s sa s fô lh a s é red u zid o.
1‘ ig . 76 G eralm en te a d e fic iê n c ia em boro a p a rec e ju n to com a de m a n g a n ê s.
N este caso, a m orte do p on to v e g e ta tiv e , e o su p er b r o ta m en to são a in d a m a is
p r o n u n c ia d o s, m as as fô lh a s são clo ró tica s, m u ito re d u z id a s em ta m a n h o e m u ita s
d elas com o d esen h o típ ic o da d e fic iê n c ia d e m a n g a n ê s. Os g a lh o s d a s fr u ta s
a p resen ta m p o n ta s m o rta s e às v êz es a m etad e d ê s se s ra m o s m orre. E n co n tra m -se
fr u to s d e tô d a s as id a d es, d os m a d u r o s até os m a is n ovos. M u ito s d êle s caem ,
e u m a boa p a rte en eg rece, p erm a n ece n d o p o r m u ito tem po no pé.
DEFICIÊNCIA DE BORO 153

A s fôlhas am arelecem um pouco, ap resentando m uitas m anchas


aguadas, tran sp aren tes, de côr pardacenta. De vez em quando
elas se encrespam um pouco, devido ao crescim ento desigual
do tecido. E ssas fôlhas são jogadas antes de secar. O s galhos
da ponta da copa começam a secar e o com porte do pé é m uito
ereto e tufoso. A s fru ta s enegrecem ainda verdes e caem p re­
m aturam ente, não prestando p ara nada. O “ dieback” dos pés é
considerável.
Isso acontece especialm ente em tem pos secos e o fenôm eno
é m ais acentuado nos lados expostos ao sol.
G eralm ente aparece secundariam ente um ataque fungiano que
contribui bastante p ara a m orte rápida dos cafeeiros afetados.
M anchas pretas aparecem no tronco e nas raizes. A s pontas
das raízes m orrem e a casca dos troncos está fendilhando.
P o r enquanto, no B rasil, onde o cafeeiro é plantado em te rra s
férteis e p ro fu n d as, êstes sintom as, apesar de aparecerem freqüen­
tem ente, nunca são ainda tão pronunciados como na A frica belga,
onde essa deficiência está devastando os cafèzais em poucos
meses. E m nosso país a deficiência em boro geralm ente aparece
ju n to com a de m anganês ou zinco, o que, às vêzes, causa con­
fusão. Q uando aparecem duas deficiências dum a vez só, perm a­
nece o superbrotam ento, como tam bém o “ dieback” dos galhos,
m as as fôlhas ap aresentam desenho típico da carência em m an ­
ganês ou zinco. Q uando há ao m esm o tem po falta de boro e
zinco, a desfolhação e o “ dieback” são ainda mais intensos.

CANA DE
O seu crescim ento é sem pre retard ad o e a planta apresenta ACÚCAR
m anchas aguadas nas fôlhas apicais, dando-lhes a aparência de (132, 106)
estriadas. M ais tard e desenvolvem -se lesões verm elhas que ra ­
cham. Em haixo do ápice, as canas ap resentam estrias m arrons.
M o rre o brôto term inal. G eralm ente com o início da seca, isto
é, quando com eça a safra, as canas racham , exibindo um a côr
verm elho-vivo que abrange tam bém gran d e p arte do seu in­
D esco lo ração
terior. Essas canas, que, às vêzes, são descoloradas em dois verm elha da
terços, nada acusam por fora. São de péssim a brotação quando cana p o r dentro

usadas como roletes para plantio.

Com as rach ad u ras das canas apresen ta-se tam bém um “ co rk ” "C ork”

na n e rv u ra principal das fôlhas.


O que, porém , é m uito m ais desagradável é, que não som ente
a pureza desta cana é afetad a, m as que igualm ente a fibrosidade
aum enta consideravelm ente. Isto é, o rendim ento tan to em caldo
como em açúcar correspondente ao caldo, dim inui ou, em outras
palavras, a relação en tre o bagaço e caldo e en tre caldo e açúcar,
to rna-se m enos favorável.
154 DEFICIÊNCIA DE BORO
"H oagland-
solução”
N essa ocasião deve ser m encionado tam bém a grande in flu ên ­
(7 2 ) cia da cham ada “ H oaglan d -so lução” p a ra o pêso da cana. E sta so­
lução contêm sais de li tio, cobre, zinco, alum ínio, níquel, cobalto,
ácido bórico, m anganês e o utros elem entos raros.
P u lverizando os canaviais com esta solução, pode-se obter um
aum ento considerável do pêso da cana, o que indica que a
m aioria das te rra s deve ser deficiente nesses elem entos, visivel­
m ente necessários para a produção de boa cana.

cebola
(1 6 7 )
A s plantas têm um a aparência c a ra c terístic a : m al desenvolvi­
das e to rtas.
A côr das fôlhas varia de v erde-pardo até verde-azulado-escuro.
A s fôlhas m ais novas desenvolvem com m anchas características
am arelas, irregulares. Lesões aparecem , seguidas pela rach ad u ra
do lado sup erio r das fôlhas básicas. A s fôlhas tornam -se retas e
quebradiças. O s bulbos são pequenos e fibrosos.

CENOURA
(7 0 ) A s fôlhas apresentam prim eiro m argens am areladas que m ais
ta rd e ficam com um a coloração averm elhada que avança para
o in terio r da fôlha. A s raízes m ostram largas e p ro fu n d as ra-
chaduras.

E ig. 77 — U m a m an ch a a g u a d a a p a rec e no tro n co , fo rm a n d o m a is ta rd e um a


ca v e rn a . O cu rd o a p resen ta p r o n u n c ia d a d esco lo ra çã o am a rela e a té m esm o m a r­
rom , q u an d o fa lta o boro na d ieta .
DEFICIÊNCIA DE BORO 155

A parecem pequenas áreas, concêntricas e ag uadas no tronco e ^ RVE-


nas partes que suportam as flôres. O curdo d em onstra um a pro- Curdo marrom
nunciada descoloração am arela e até m esm o m arrom -claro que (29, 38)
au m en ta com a id ad e; m uitas vêzes, aparecem áreas apodrecidas.
A s fôlhas novas em volta do curdo são m enores que norm alm ente,
e deform adas.
M ais tarde, um a caverna g ran d e desenvolve-se nos lugares do
tronco e ram as onde inicialm ente estavam as m anchas aguadas.
Q uando a deficiência se m an ifesta bem cedo, na época vegetativa
da couve-flor, as p lantinhas novas já fo rm am curdos que às
vêzes nem atingem o tam anho dum punho. Q uando a deficiên­
cia aparece m ais tarde, o crescim ento do curdo pode alcançar ta ­
m anho norm al, m as é sem pre m al fechado e descolorado e nunca
atinge bom preço no m ercado.

A deficiência em boro é m uito com um nas plantações de fum o, F u 9^ ° 9 5 96

causando-lhes considerável q uebra da sa fra . 97, 9 8 j


A s fôlhas m ais novas do ponto vegetative perdem o seu brilho,
m udando do verde para cinzento-verde m uito claro. E las ficam um

F ig . 7 8 — A s fô lh a s ilos p o n to s v e g e ta tiv e s p erd em o seu b rilh o e to rn a m -se clo-


r ó tie a s . A o colap so do tecid o b a sa l d e sta s fô lh a s seg u e-se a m o rte do p o n to d e
cresc im en to .
156 DEFICIÊNCIA DE BORO

pouco to rtas. N o m om ento em que êsses sintom as aparecem ,


já parou o crescim ento.
D epois, o tecido foliar, perto da base dessas fôlhas, en tra em
colapso. Q uando, pelo tem po chuvoso ou pela aplicação de boro
se dá nôvo crescim ento, antes da m orte defin itiv a do ponto vege­
tativ e, essas fôlhas ficam m uito deform adas, to rta s e aleijadas
em volta dêsses tecidos em colapso. D a m esm a form a, as fôlhas
term inais das ram as axilares são to rtas e às vêzes com pontas
p artid as, ap resentando a form a dum g arfo.
A m orte do ponto vegetative, causa autom aticam ente o engros-
sam ento das fôlhas e um anorm al crescim ento lateral. A s fôlhas
superiores enrolam -se e arqueiam para dentro. E las são a n o r­
m alm ente claras, d u ras e quebradiças. Q uando a n e rv u ra p rin ci­
pal se racha, ela apresen ta um a coloração escura.
O s botões caem ou, pelo m enos, nunca form am cápsulas de se­
m entes. A s pontas term inais dos ram os laterais m orrem da
m esm a m an eira que o ponto vegetativo central.

L A R A N JE IR A
E OUTROS A s p rim eiras notícias desta deficiência chegaram da Á fric a do
C IT R U S Sul, depois tam bém da F ló rida, C alifórnia e do Brasil.
(2 5 , 53, 54)
N a F ló rid a esta deficiência em boro é denom inada “ fru ta d u ra ”
por causa das im pregnações resinosas e gelatinosas na casca
e polpa.
O s prim eiros sinais da deficiência, são pequenas m anchas
aguadas, tran sp aren tes nas fôlhas, as quais caem antes de secar.
M uitas fôlhas são defo rm ad as na base por um crescim ento a d i­
cional. R esulta um a desfolhação p rem atu ra e séria do pé acom e­
tido. Supõe-se que a desfolhação é devida à m á form ação das
raízes que im pedem o abastecim ento norm al da árv o re em água,
resultando a m urcha precoce das fôlhas.

’’C o r k ” d a s
nervuras C aracterístico é o alargam ento das nerv u ras que racham e
apresentam “ cork" na su perfície superior da fôlha. A com panham
êsses sintom as a m orte dos galhos: o “ dieback” das árvores.

O s frutos
novos caem
U m a gran d e p arte das fru ta s cai quando têm m ais ou menos
um diâm etro de 1,5 a 2 cm até um diâm etro de 4 cm. T ôdas
essas fru ta s dem onstram um a escura descoloração lira n te a
m arro m que abrange o albebo (m esocarpo) da casca. E stas f r a ti­
nhas, quando p artid as com faca, dão a sensação de se estar c o r­
tando queijo. A descoloração escura e até mesmo preta atribui-se
a im pregnação resinosa do tecido. (F ig . 79, P r a n c h a ll) .
D epósitos d e
b orracha na A s fru ta s m ad u ras são m uitas vêzes mal form adas, com um
casca, a lb e b o albebo anorm alm ente grosso e com depósitos de borrach a no
e polpa
albebo e na polpa, em volta do eixo da fru ta. A s fru ta s são
DEFICIÊNCIA DE BORO 157

d uras e sêcas. O teor de açúcar do caldo é m uito baixo. E m


geral, quase não existem sem entes form adas.
Lesões escuras na casca tornam as fru tas com pletam ente ina­
dequadas para o comércio.
Êstes sintom as são especialm ente sérios quando reina uma seca
du ran te a época da form ação das fru tin h a s novas, que em anos
com chuvas abundantes na prim avera, quase nunca aparecem .
A adubação bórica, seguida de irrigação, produz efeitos satis­
fatórios. A pulverização dos pés é ainda mais segura, apesar
de requ erer im perativam ente irrigação.

LEGUMI-
A pesar de ser m uito m odesta a necessidade das plantas desta NOS AS
espécie nesse elem ento, não podem elas v egetar com pletam ente (1 7 , 35)

sem boro.
N ecessidade
U m a tonelada de alíafa contêm som ente a porção m ínim a de m inim a
30 g de boro, m as, m uitos solos nem podem fornecer esta peque­
nina quantidade.
A absorção de boro tem relações com o abastecim ento de ou­
tros elem entos, especialm ente o de potássio.

F ig . 80 — O p o n to (le c r e s ­
cim en to to m a u m a cô r a m a ­
re lo -v iv o com um tom lev e de
ver m e lh o .
158 DEFICIÊNCIA DE BORO

?eces°sÁ°rio W A R IN G T O N dem onstrou, com a Vicia faba, que o boro in-


abastccim „*o tanto na absorção do cálcio como no seu uso eficiente no
em carboidratos m ciisteiuu da planta. E in allastecim ento adequado em boro e es­
sencial p ara o sistem a vascular das raízes, para poder fornecer
suficiente carboidratos às bactérias noduladoras, evitando assim
que elas se tornem parasitas.

Alí(3 5 ), O s sintom as na a lfa fa receberam a m aior atenção p o r serem


m ais pronunciados.
A s folhas do ponto de crescim ento am arelecem , às vêzes assu ­
m indo um a pigm entação averm elhada, enquanto as fôlhas in fe ­
riores perm anecem sãs. U m anorm al crescim ento lateral começa,
m as tam bém aí os pontos term inais apresentam logo a descolo­
ração am arela. E specialm ente depois de um a época sêca os sin­
tom as são m uito pronunciados, m as podem estar com pletam ente
ausentes em épocas chuvosas, quando a planta recebe bastante
um idade. G eralm ente os segundos ou terceiros cortes são m uito
m ais afetados que o prim eiro, porque a te rra já está m ais es­
gotada neste elemento.

N o m e io : C rotalária

À e s q u e r d a : T r ifó lio com u m A d ir e it a : L esp ed eza

t i g . 81 N a c r o ta lá ria a d e fic iê n c ia em boro ca u sa u m a clo ro se p r o n u n c ia d a


com u m a d escoloração am arela dos ló b u lo s com exceçã o d um a p a rte na b a se do
n ervo p rin cip a l.
N o tr ifó lio com um , as m a rg en s dos ló b u lo s são p rim eiro c lo ró tica s, to m a n d o m a is
tard e u m a d esco lo ra çã o verm elh a q ue p o d e ser m u ito p ro n u n cia d a .
N a lesp ed eza são som en te a feta d a s as m a rg en s e p o n ta s d os ló b u lo s q u e a p resen ta m
um tom roxo. A s p o n ta s, m u ita s v êz es, caem e sem p re têm te n d ê n c ia a ra ch a r.
DEFICIÊNCIA DE BORO 159

Como o am arelecim ento das fôlhas por causa da deficiência


em boro aparece em épocas sêcas, m uitas vêzes é atribuído à
pró p ria estiagem .

T rifó lio
A s fôlhas prim eiro am arelecem e m ais tard e to rn am -se verm e­
lho-vivo. D epois elas assum em um a côr m arrom , secam e
m orrem .

Lespedeza
A s fôlhas não desbotam m as tom am som ente um a pigm enta­ ( Lespedeza
ção p u rp ú rea, como se fôssem queim adas pela geada. A pigm en­ capitata
M ch x.)
tação verm elha a fe ta som ente as m argens e pontas das fôlhas su­ (6 3 )
periores. M ais tarde, esta anorm al descoloração espalha-se por
todo limbo foliar, inclusive pelas nerv u ras. A s partes a fe ta ­
das m orrem prim eiro, depois de tom arem um a côr m arrom -es-
curo e depois da m orte desbotam , ficando m arrom -claro. Êsses
sintom as, além de serem m ais pronunciados nas fôlhas superio­
res, podem aparecer tam bém nas fôlhas inferio res.

A ssum e um a côr am arelo-cinzento, com um tom verm elho C rotaliria


( Crotalaria
nas pontas dos lóbulos. tw ce d ic an a )

A intoxicação pelo boro produz, especialm ente nas fôlhas das


plantas novas, um a m argem como que queim ada. E ssa m argem
queim ada é m uito estreita e o seu tecido finíssim o.
As intoxicações se dão geralm ente nas plantas bem novas, que
sem pre se recuperam ao se desenvolverem .

As fôlhas apicais ficam um tanto m ais pálidas. A s plantas LIN H O


(1 5 0 )
são um pouco m ais com pactas. O m ais evidente é o ataque bac-
teriano que causa o m u rcham ento do pé (1 5 0 ).

M A C IE IR A
E sta deficiência é m uito com um nos pom ares e se verifica (1 2 , 63 )
tan to em solos ácidos, como em neu tro s e alcalinos, em trechos
m uito secos ou m uito úm idos.
A parece, porém , com m aior freqüência, e m ais pronunciada,
em anos secos, o que é a regra.
C onform e A. B. B U R R E L , a deficiência desenvolve-se mais
seriam ente um as 2 a 8 sem anas depois da queda das pétalas.
U m “ co rk ” ex tern o se desenvolve nas fru tin h a s novas de tôdas
as variedades, m as, segundo a variedade, um as apresentam so­
m ente um “ c o rk ” superficial, enquanto o u tras exibem um “ co rk ”
interno que estrag a com pletam ente a fru ta , que se racha. M uitas
fru tin h a s novas caem.
N ervuras
M ais tard e na época vegetativa as fôlhas das ram as novas des­ sa lien tes
botam um pouco, enquanto as n e rv u ra s pigm entam -se de ver-
160 DEFICIÊNCIA DE BORO

F ig . 82 — F ô lh a s d efo rm a d a s com m a n ch a s tr a n sp a r e n te s, a g u a d a s, a p a recem . A.


d esfo lh a çã o é m u ito g ra v e . Os ga lh o s n ovos m orrem logo.
As fr u ta s exibem um “ co r k ” in te r n o e ex tern o , seg u n d o su a v a ried a d e .
DEFICIÊNCIA DE BORO 161

melho. E las são um pouco to rtas e salientes. M anchas tra n s­


parentes logo se to rn am necróticas, especialm ente nas pontas e
M an ch a s pretas
m argens das fôlhas. A o m esm o tem po aparecem m anchas es­ no câm bio
curas na casca e no câm bio das ram as e galhos. Q uando essas
áreas se alargam , os galhos m orrem , fenôm eno êste que se de­
nom ina "incipiente dieback” porque p ro g rid e das pontas para
baixo.
M as, estas m anifestações são diferen tes, segundo a gravidade
d a deficiência e, por isso podem os d istin g u ir m ais de um a es­
pécie de m anifestações que com eçam bem no inicio da época ve­
getativa. O s botões norm ais falham de desenvolver ou, quando
aparecem , são fracos e sem vigor, m orrendo logo. O s galhos a fe ­
tados podem m o rre r e até m esm o os ram os de alguns anos de
idade. E m conseqüência, um núm ero anorm al de galhos se de­
senvolve em baixo das áreas m ortas m as m orrem logo da m esm a
m aneira, estim ulando de nôvo um brotam ento anorm al. Ê ste
estado da deficiência em boro é bem conhecido como “ vassoura de "V assoura de
feiticeira”
feiticeira” ou sim plesm ente “ en v asso u ram en to ” , o qual se dá
tanto em p ereiras, rosáceas, tom ates, m andioca, etc., como tam ­
bém em tôdas as espécies de B erberis vulgaris.
A deficiência de boro, neste g rau , pode m atar um pé de m açã
em poucos anos.
A produção de fôlhas pequenas e defo rm ad as, grossas e que­
bradiças é com um ; elas brotam de nós, separados por entrenós
curtos, que causam o efeito de crescim ento m uito tufoso.
T ôdas essas fôlhas quase nunca apresentam as m argens ser-
readas com o é com um , m as sim lisas.

" C o r k ” ex tern o
O “ co rk ” ex tern o pode desenvolver-se já duas sem anas depois
da queda das pétalas. A parecem áreas cinzentas, aguadas, na
superfície das fru tin h a s novas. M ais ta rd e desenvolvem -se lesões
escuras e d uras, e como elas estão na superfície, esta se racha
por causa do crescim ento da fru ta. A su perfície das fru ta s to r ­
na-se rachada, enrugada, áspera e geralm ente as fru ta s seriam ente
afetad as caem, quando têm uns 3 cm de diâm etro. F ru ta s com
pouco “ c o rk ” podem perm anecer no pé.
"C ork” interno
O “ c o rk ” interno, tam bém pode desenvolver-se desde a segun­
da sem ana depois da queda das pétalas.
Á reas redondas, aguadas, aparecem na polpa das fru ta s, que
m udam logo de côr, tornando-se m arrom -escuro. E ssas áreas
jrodem aparecer em todos os lugares da polpa.
Q uando o “ c o rk ” in tern o se desenvolve ta rd e na época v egeta­
tiva as m açãs podem am adurecer, m as as m anchas escuras ficam
sêcas e têm um p alad ar decididam ente am argo causando o “ hi­
t t e r ” das m açãs, — que se consegue c u ra r com um a adubação de
162 DEFICIÊNCIA DE BORO

4 g de b ó rax por pé, com sim ultânea estrum ação, ou qu atro p u l­


verização de C a ( N 0 3) 2 em diluição de 1% , no m ês que segue
Sem ente
n en hu m a a queda das pétalas. (13 A ) . E stas m açãs am adurecem precoce-
m ente e caem cedo. A s variedades verm elhas podem m o strar
um a côr bronzeada. Q uase não se form a nenhum a sem ente.
PE R E IR A
(Pyrus Como nas m açãs, acontece tam bém nas peras que — na p re ­
com m unis ) sença desta deficiência — ficam excessivam ente “ p e d re n tas” ,
(8 4 );
pequenas e deform adas.
A s variedades suscetíveis a esta deficiência cobrem -se, além
disso, com um a cam ada escura e áspera. E specialm ente nas peras,
a falta de boro pode inu tilizar um a sa fra inteira para o co­
mércio.

M A M O E IR O
(C a r ic a p a p a y a ) A parecem m anchas pardacentas, aguadas tanto nas fôlhas e
(1 3 2 ) fru ta s como tam bém no tronco. Essas m anchas são form adas de
tecido necrótico e são por isso sem pre duras.
A s fru tas atingidas caem m uitas vêzes precocem ente ou m u r­
cham no pé.
Q uando m aduras, elas são bastante pedrentas. A s suas se­
m entes são sem pre chôchas.
N o deco rrer do verão, geralm ente se quebra a parte apical
do pé porque o tecido, em p arte m orto, não resiste mais ao vento.
D á-se em seguida um brotam ento dem asiado em volta do ápice
quebrado.

M A N D IO C A
( M anihot
E m v árias p artes do nosso país, a deficiência em boro é m uito
u ti lis s im a ) com um nos m andiocais, especialm ente porque são usados p ara
(1 3 2 )
a lavoura da m andioca solos pobres e leves.

" E nvassoura-
m ento”
Ê ste fenôm eno é com um ente conhecido pelo nome de “ envas-
souram ento da m andioca” .
O aspecto dum a planta adu lta afetad a é o se g u in te : superbro-
tação lateral de tôdas as ram as. O s brotos, porém , são finos e
raquíticos e de com prim ento reduzido. A s suas fôlhas são g e ra l­
m ente d eform adas, m iúdas e com os lóbulos o ra lisos o ra en-
carquilhados.
E stas fôlhas am arelecem logo, tornando-se m ais tarde b ro n ­
zeadas.
O ponto vegetativo da plan ta m orre e form a-se um em ara­
nhado dos brotos em volta dêsse ponto de crescim ento m orto.
H á casos em que a brotação das ram as é tão abundante que o
pé de m andioca fica inteiram ente coberto com êles, que form am
tufos com aparência de vassoura.
Daí vem a denom inação vu lgar de “ envassouram ento” .
DEFICIÊNCIA DE BORO 163

F ig . 83 — O b rôto a in d a nüo en len h n d o m orre. U m su p er b r o ta m en to se in ic ia na


b ase d ê s te b rôto m orto. A s fô llia s são m en o res e os ló b u lo s são em g r a n d e p a rte
d efo rm a d o s.
E m ca so s sério s o p é m orre sem m u rch a r ou a p r e se n ta r q u a lq u e r o u tro s in a l.
164 DEFICIÊNCIA DE BORO

A m edula das ram as de plantas deficientes em boro ap resen ta


um excesso de lógua. A s raízes em pobrecidas de am ido ficam
dem asiadam ente aguadas e desfazem -se facilm ente sob pressão
dos dedos. P ro d u zem raspas flácidas com a consistência de bor­
racha. E m outras variedades, aparecem prim eiro fôlhas desbo­
tadas no ápice, espalhando-se essa clorose por toda a planta,
que seca totalm ente. S urgem m anchas escuras na casca e no
câm bio das ram as, que vão escurecendo com o tempo.

f i g . H4 Q u an d o falta o b oro n a d ieta do m ilho, o b rô to p erm a n ece en ro la d o e


a p resen ta u m a “ orelh a b r a n c a ’ . A s fô lh a s tem e str ia s e m a n ch a s b ra n ca s e a m a rela s.
A s esp ig a s são p e q u e n a s e r a q u ític a s, com sem en tes ch ô eh a s e e n r u g a d a s em um
d e seu s lad os.
DEFICIÊNCIA DE BORO 165

É fato bem conhecido que tôdas as p lan tas da fam ília das g ra- MI,L“ ° 125
m íneas têm m enor necessidade de boro do que. por exem plo, as 63)
legum inosas, as v erd u ras ou as árvores fru tíferas. P o r isso, r a r a ­
m ente podem os en co n trar conseqüências devastadoras por falta de
boro em nossas culturas de milho híbrido. Porém , provoca íre-

K iíí. 85
tod os da m esm u m a n eir a . A s fô lh a s m a is n o v a s to rn a m -se um ta n to clo r ó tic a s ,
os p ecío lo s sã o m a is cu rto s e ra c h a d o s lo n g itu d in a lm e n te . M u ita s fô lh a s tê m a
p on ta p a rtid a . A s fô lh a s c e n tr a is são d efo rm a d a s.
A s ra izes são m al d e s e n v o lv id a s, d efo rm a d a s, fin a s com m a n ch a s e s c u r a s na c a sc a .
Q u an d o se corta a raiz p ode se o b se rv a r o tão fam o so “ co r a çã o m a rro m " , e, p o r
isso, a d e fic iê n c ia em boro tem o nom e de “ d o en ça do co ra çã o m arrom
166 DEFICIÊNCIA DE BORO

qüentem ente no m ilho com um , sintom as pronunciados da defici­


ência em boro, especialm ente nas espigas.

M u it a s espigas
pequenas
A plan tin h a in teira é um tanto clorótica, de tam anho m enor do
a que o norm al, com tendência a pro d u zir m uitas espigas. E stas
espigas são, porém , c u rta s,fin as, apresentando unilateralm ente
sem entes chôchas e enrugadas, sem pre do lado da espiga que
fica voltada p ara o colmo. (fig . 8 4 ).

Espigas estéreis A esterilidade de m uitas espigas é atrib u íd a por P E T T I N G E R ,


W IN G A R D e H E N D E R S O N à deficiência em boro.

A o m esmo tem po as raízes engrossam , form ando até mesmo


p artes bulbosas.

"O relh a A s fôlhas novas não abrem , são altam ente cloróticas e a p re ­
branca”
sentam a "o re lh a b ran ca” sinal típico desta deficiência. Q uando
o tecido basal das fôlhas colapsa, a descoloração é ainda m ais p ro ­
nunciada, surgindo em seguida a m orte do ponto vegetativo.
N as fôlhas m aduras o tecido entre os nervos secundários é es­
branquiçado. A s fôlhas apicais são com pletam ente brancas e
m orrem . D epende, porém , m uito da variedade, porque um a boa
p a rte das nossas variedades é altam ente tolerante à deficiência
em boro.

NABOS,
BETER­
A deficiência de boro nas safras das diversas raízes como as
RABAS, beterrabas, rabanetes, etc., são conhecidas sob o nom e de “ co­
RABANETES
(84, 140) ração m a rro m ” (nos E .U .A . como “ brow n h ea rt disease” e na
E u ro p a como “ H erz-T ro ck en fäu le” ) .
O prim eiro sintom a são m anchas escuras nas raízes, geralm ente
nas partes m ais grossas. A s plantas enfraquecem gradualm ente.
A s fôlhas são m enores que norm alm ente e os peciolos das fôlhas
centrais m ais curtos. A prim eira im pressão é dum crescim ento
Peciolos
rachados
m uito tufoso. E las tom am conseqüentem ente um a coloração va­
riável que parece um a m istura de am arelo e verm elho, d istri­
buídos em m anchas por tôdas as fôlhas. A s fôlhas afetadas a p re ­
sentam as tão fam osas rach aduras longitudinais. M uitas vêzes,
as fôlhas têm pontas partidas.
O ponto vegetativo to rn a-se um pouco d o ró tico , e, am arelando,
m orre, depois de enrolar por dentro, (fig . 8 5 ).

"Coração
m arrom ” A s raízes nunca atingem tam anho n o rm a l São to rtas e d e fo r­
m adas, com um a descoloração cinzenta da casca, que é áspera,
enrugada e rachada. A s raízes cortadas apresentam o tão famoso
coração m arrom , isto é, áreas aguadas de côr m arrom -escuro.
DEFICIÊNCIA DE BORO 167

S ecundo o grau da deficiência, podem aparecer som ente um as


m anchas m arro n s on áreas de um m arrom -escuro no centro das
raízes, que podem e=tender-se até 2 /3 da raiz. E m casos m uito
severos ou em raízes sensíveis, como são as beterrabas holan­
desas, o centro já não é m arrom , m as sim um a caverna preta.

BETERRABAS
A s raízes apresentam excepcional fibrosidade, enquanto o ROXAS
tecido da raiz é pálido e m uito aguado. ( Be ta r u l g a r i s )
(63)
SALSÃO
A s tolhas irregularm ente m anchadas de m arrom , prim eiro ( i 34)
som ente nas m argens, mais tarde. porém , em todo o limbo, são
os prim eiros sinais.
O s caules são m uito quebradiços e linhas m arro n s aparecem
entre as n ervuras. F in alm en te aparece o tão conhecido e falado
“ racho’’ em form a de cruz. P o r isso esta deficiência em boro
tem nos E. U . A. o nom e de “ C rack stem ” . 'C ra ck stem ”

O tecido dos caules está ficando saliente, saindo fora da casca,


escurecendo logo. A s raízes to rn am -se m arro n s enquanto os
cabelos radiculares m orrem , form ando pequenos apêndices bul-
bosos nas extrem idades, (fig . 8 6 ).

Finalm ente a planta m orre, se não chegar antes disso um tem po


chuvoso. Q uando um a chuva alivia o salsão da deficiência em
boro, a planta d efo rm ad a continua a viver e a p resen tar nervo
crescim ento.

TO M A TEIR O .
N o tom ateiro a deficiência aparece especialm ente em lavou­ (46. 163)
ras m uito m altratadas.
O caule fica p retejad o no ápice enquanto num erosos brotos
laterais se desenvolvem , dando a p lan ta um a aparência m uito
tu fo sa. O tronco é fraco e o ponto de crescim ento enrola para
dentro, am arelece e m orre. O tecido co n d u to r perece. O mais
característico é que os pecíolos e n e rv u ra s ficam m uito q u e b ra­
diços.
As raízes desenvolvem -se pessim am ente, escurecendo, e a p re ­
sentando as pontas d efinhantes.
O s fru to s freq ü en tem en te são cobertos de áreas escuras e
sêcas, devidas aparen tem en te ao colapso do tecido, rachando em
volta do caule.
T R IG O
A deficiência em boro aparece especialm ente em te rra s p a n ­ (18)
tanosas recém -drenadas, como em solos pu ram en te arenosos e
paupérrim os. Dá-se um perfilh am en to anorm al.
A s fôlhas novas apresentam lin h as e m anchas brancas. A s
espigas, m uitas vêzes, não aparecem e as que surgem são es­
téreis.
168 DEFICIÊNCIA DE FORO

F ig . 86 — A falta de boro p ro v o ca no sa lsã o um a clo ro se ex c essiv a d a s fô lh a s q ue


suo m arron s, m a n ch a d a s e q u e fin a lm e n te , d esco lo r a d a s in teira m en te, m orrem .
Os ca u le s, m u ito q u eb rad iços, ap resen ta m lin h a s m a rro n s e n tre os n erv o s e r a ­
ch am fin a lm e n te .
>lS r a íz e s sã o fib r o sa s d em ais, p eq u e n a s e com um a d esco lo ra çã o escu ra .
Prancha 11
P r a n c h a 12
Prancha
FIG. 102 U FIG. 101

13
Prancha 14
D E F IC IÊ N C IA D E F O R O 159

N a aveia, a falta de boro provoca a cham ada " W eissflissig k eit” , Av*£9)
isto é, as espigas têm flôres norm ais, m as não produzem sem en­
te nenhum a. Q u ando vão am adurecendo, as espigas vão bran-
queando em vez de am arelecerem . Caso a deficiência se m ani­
feste mais cedo, as plantas m orrem antes de encachar.
O prim eiro sintom a é um a clorose d iiu sa nah fôlhas mais v i d e i r a

novas. A reas aguadas, de côr acastanhada desenvolvem -se nas 1421

P á g i n a s a li t e r i o r e s :

P k a x c s A 11 :

F iu . 79 — D e f i c i ê n c i a em b or o n a l a r a n j e i r a . A s f o l h a s um /m ur o c l o r ó t i c a s a p r e s e n t a m m a n c h a s
t r a n s p a r e n t e s , a g u a d a s , p a r d a c e n t a s . M u i t a s f ô lh a s sã o d e f o r m a d a s . Os n e r v o s d e s s a s f ô lh a s a l a r ­
ga m -s e, r a c h a m r a p r e s e n t a m o " co rk "’.
A s f r u t a s sã o d u r a s , com le sõe s e s c u r a s na cas ca e i m p r e g n a ç õ e s resinosas na po lp a e. no ulbebo.

Fig. 8 7 — A s f ô l h a s da v i d e ir a a p r e s e n t a m u ma cl oro se ir r e g u l a r , com m a n c h a s a g u a d a s , g u a n d o


fa lt a o boro. Mtvis t a r d e a s m a n c h a s t r a n s p a r e n t e s t o r n a m - s e n e c r ó t i c a s a p r e s e n t a n d o v ma côr
ve rm el l io - vi v o . A s m a n c h a s sã o s e m p r e m a i s f o r t e s na ba se d o g u e n as p o n t a s d a s f ô lh a s n o r a s .
F ô lh as d e f o r m a d a s c o n s t i t u e m o c a r a c t e r í s t i c o d e s ta d e fi c iê n c i a .

P rancha 12:

Fig. 94 — Com a d e f i c i ê n c i a em co br e, no c a f e e ir o , as f ô lh a s d o s b r o t o s n o v o s , d o s b r o to s moles


e t a m b é m do pa u ve lh o a p r e s e n t a m um e n c r e s p a m e n t o leve. A p a r e c e um n ú m e r o c o n s i d e r á v e l cm
f ô lh a s a n o r m a l m e n t e g r a n d e s , com, a s m a r g e n s e x t r e m a s c l o r ó t ic a s e. m a i s t a r d e n e c r ó ti c a s . As
á r e a s n e c r ó t i c a s c a e m d e p r e s s a , d a n d o à f ôl h a u m a s p e c t o b a s t a n t e r e c o r ta d o .

F ig. 1 0 5 — D e f i c i ê n c i a d e m a n g a n ê s , em l a r a n j e i r a . U m a cl oro se g u e co m eç a nas f ô lh a s m ai s


n o r a s , p r o g r i d e p a r a ba ix o do ram o. E n q u a n t o a s f ô lh a s m a i s n o v a s e x i b e m u ma d e s c o l o r a ç ã o
a m a r e l o - v i v o , as fô lh a s v i z i n h a s s ão a i n d a de r e r d e - c la r o . com m a n c h a s a m a r e l a s e n e r v u r a s d e
rerde-escuro.

Fig . 1 0 6 — D e f i c i ê n c i a d e m a n g a n ê s no t o m a t e i r o . O te c id o d a s f ô lh a s d e s b o ta a t é f ic a r e m a m a ­
relo-esb r a n g wiç ad o , e n q u a n t o as n e r v u r a s p e r m a n e c e m tOrrde-escv.ro. P o n t i n h o s necróticas que
se t o r n a m p r e t o s , a p a r e c e m es p a lh a d o s p o r to d a a fôlha.

P rancha 13:

Fig . 4 5 — Café . N o s ca so s d a d u p l a d e f i c i ê n c i a c á l c io - z in c o , a s f ô l h a s ama re le cem , p o r co m p le t o .


P o n t i n h o s n e c r ó t i c o s e s p a lh a m -s e p o r to d o o li m bo . A s p o n t a s d a s fôl ha s, e. a s e g u i r , as á r e a s
p e g a d a s , t o r n a m - s e n e c r ó t i c a s , m o r r e n d o s e m p r e p r i m e i r o o c e n t r o d e s s a s á r e a s , q u e se t o r n a m
m a r r o m claro. A* m a r g e n s d a s f ô l h a s f i c a m m u i t a s v ê z e s o n d u l a d a s .

F ig . 101 — D e f i c i ê n c i a , c o m b i n a d a d e z in c o e m a n g a n ê s n o ca f e e ir o . A s f ô l h a s da p o n t a do g a lh o
s ão m u i t o p e q u e n a s e cl o ró t ic a s . U m a d e s f o l h a ç ã o in t e n s a se v e r i f i c a . A s f ô l h a s a p r e s e n t a m p a r ­
c i a l m e n t e o q u a d r o tí p i c o da. d e f ic i ê n c ia , e m m a n g a m s. P o r o u t r o la do , f o r m a m r o s e ta s e e x i b e m
u m a n e c r o s e m a i o r do q u e n a s i m p l e s d e f i c i ê n c i a de m a n g a n ê s , q u e d e v e s e r a t r i b u í d a à fa l t a d e z in c o .

Fig . 1 0 2 — D e f i c i ê n c i a c o m b i n a d a de z in co e m a n g a n ê s n a c a n a - d e - a ç ú c a r . O te c i d o e n tr e as
v e ia s v e r d e s d e s b o ta . A s p o n t a s d a s f ô lh a s . com to m v e r m e lh o , f ic a m t o t a l m e n t e r a s g a d a s .
170 DEFICIÊNCIA DE BORO

fôlhas apicais. O s brotos não desenvolvem , m as ficam dorm entes.


O crescim ento das fôlhas m arginais cessa e a terceira ou qu arta
íôlha. para baixo da ponta das ram as, en tra em colapso.
O s entrenós são m uito curtos, e tôdas as partes afetadas são
eretas e quebradiças.
A s fôlhas que se desenvolvem depois do aparecim ento desse
sintom as são tôdas deform adas. N unca as fôlhas inferiores ap re­
sentam q u alquer sinal dessa deficiência. A carência em boro se
m an ifesta som ente nas partes da planta ainda em desenvolvi­
m ento. (E ig. 87, P r a n c h a ll) .
Á s vêzes, as fôlhas mal form adas exibem a m esm a quantidade
em boro que as norm ais, quando haviam passado por um tempo
favorável p ara a absorção de boro. P o r isso, a análise quím ica
das fôlhas nem sem pre pode desvendar a causa da “ doença” .

P rancha 14:

F ig. 91 — D e f ie i â it c iu em e n x o f r e nu lar anjeira,. 1* f ô l h a s n u t h n o v a s s o f re m u m e d es co l o ra ç ã o


a m a r e l o , e b r a n q u e i a m com o te m p o . O f e n ô m e n o t í p ic o é q u e a elo rose af et a ig u a l m e n t e as n e r ­
v u r a s e o te ci d o folh ar.

Fiq. 9 6 — .4 d e f i c i ê n c i a em cobre provoca nas lara n jeira s c a p a recim en to ãe fôlh as um ta n to en-


crespadas. com as m argens extrem as clo ró tica s. Surgem fôlhas de dim ensões excessivas. M últiplas
brotos cloróticas im p r e g n a d o s d? excreções escuras se desen volvem , m orrendo pouco tem po depois.

Fig. 121 ■
— Deficiência de f e r r o na la r a n je i r a . .U f ô lh a s m a is noras do b r ô to apresentam u ma
de s co l o ra ç ã o a m a r e l a , e n q u a n t o a,s f ô lh a s p r ó x i m a s a p r e s e n t a m - s e p i n t a d a s . .1 x f ô lh a s m a i s noras
p o d e m a d q u i r i r u m a c ô r clara c a t é b r a n c a e d o m es m o mod o as n e r v u r a s , i n ic ia lm e n te a in d a
ve r d e s , d e s b o t a n d o to t a lm e n t e .
ENXOFRE
D E F IC IÊ N C IA
E nxofre,
A pesar de ser o e n x o fre mu dos elem entos principais na n u ­ elem ento
trição de m uitas plantas, a sua deficiência raram ente se verifica. principal

N ão som ente os fertilizantes com erciais contêm geralm ente


considerável q u antidade de en x o fre, m as as plantas facilm ente
cobrem as suas necessidades abastecendo-se no solo, que recebe
sem pre gran d es quantidades dêsse elem ento das águas pluviais.
De pronta
O enxê)fre é fácil m ente solúvel na te rra e por isso sem pre
disponível, porque tôdas as ligações dêle no solo. até hoje co­
nhecidas, são de p ro n ta reação.

Plantas q ue
P orém , verifica-se tam bém a deficiência neste elem ento, es­ o u sam em
pecialm ente nas plantas que o usam em m aior quantidade para m aiores
quantidades
a form ação de suas p roteínas, como, por exem plo, as legum inosas,
várias v erd u ras, o fumo, o algodão, o café, os citrus e a cana-de-
açúcar.
A deficiência em e n x o fre pode ser facilm ente confundida com
a deficiência em nitrogênio, devido ao fato de, no caso da defi­
ciência de e n x o fre, a form ação de proteínas so fre r dim inuição.
— O nitrogênio tam bém não form a nada m ais na planta senão
proteínas. — A s fôlhas m ais novas, porém , sem pre são m ais clo-
róticas do que as velhas, quando faltar e n x o fre na dieta, por ser
êste um elem ento pouco móvel den tro da planta.

A p a r e c e nas
Pode-se d a r como reg ra que esta carência se m anifesta sem pre plantas novas
110 início da época vegetativa, quando reina sêca e, geralm ente,
é suprid a pelas p rim eiras chuvas.

Ponto
() fenôm eno típico desta deficiência é a clorose geral de um vegetativo
am arelo até o am arelo pálido, — sem pre m ais pronunciada no afetado

ponto vegetative, — da qual pode re su lta r o hranqueam ento


desta parte. O limbo foliar e as n erv u ras são do m esm o modo
afetados. A s m argens extrem as das fôlhas são sem pre um pouco
m ais atacadas, ficam m ais cedo necróticas e enrolam para baixo.
As raízes são finas, fracas e escassas.
O crescim ento fica quase paralisado e o rendim ento é bastante
reduzido em conseqüência desta carência.
172 DEFICIÊNCIA DE ENXÕFRE

E specialm ente nas legum inosas um a deficiência em en x o fre


pode proporcionar sérios danos.

ALGO-
D O E IR O As plantas perm anecem pequenas, são fracas e cloróticas. As
(6 3 ) fôlhas podem até em branquecer, tom ando em estado mais avan­
çado um aspecto bronzeado.
A q uebra da safra é considerável.

CA FEEIR O
(1 3 2 ) A pesar de ser esta deficiência pouco comum em outras cul­
turas, em nossas lavouras de café aparece, quando os cafèzais
são velhos e esgotados. Aí. não constitui aspecto fora do comum.
A clorose que é provocada pela falta de en x o fre é bem p a re ­
cida com a falta de nitrogênio, mas é m uito mais forte porque
as fôlhas deficientes em nitrogênio encontram -se mais para
dentro do pé, enquanto as carentes em enxofre, ficam mais
expostas, bem na p e rife ria do mesmo, (p o n ta dos galhos).
A s fôlhas apicais assum em um a posição m uito característica
no galho, form ando um ângulo reto com o caule. A côr de ama-
relo-claro, mosqueado. pode desbotar até ficar quase branca.
O pior desta deficiência é que a qualidade do café é bem in­
ferior e quase perde o seu valor comercial.
U m a adubação com 40 a 60 k g /h a de gêsso rem edeia o mal.
CANA DE.
AÇÚCAR Desenvolve-se um a clorose geral em tôda a planta. As fôlhas
( 101)
de verde-pálido, especialm ente as do ápice, ficam levem ente a v e r­
m elhadas, como se fôssem queim adas pelo sol. A s plantas são
pequenas e finas devido às pouquíssim as e fibrosas raizes.

r ig. 8b A s fô lh a s c lo ró tica s vao b ron zea n d o com o tem p o. A s m a rg en s ex tre m a s


enrolam p ara b aixo.
DEEICIÊXC1A I)K E X X Ô E R E 173

Kig. HO — O ca fee iro está m a n ife s ta n d o a


d e fic iê n c ia em en x ô fv e b a sta n te a c e n tu a d a .
As fô lh a s m a is n o v a s to rn a m -se d u m am a-
relo-claro b rilh a n te, p r o sse g u in d o e sta clo ro se
de cim a p ara b a ix o . A b a se da fô lh a , com o
as m argens ex tre m a s, sã o sem p re as m a is
a feta d a s.
174 DEFICIÊNCIA DE ENXÖFRE
FUM O
(97, 99)
A planta inteira torna-se clorótica com tendência a serem as
folhas apicais ainda mais cloróticas que as outras. E sta d efi­
ciência distingue-se facilm ente da deficiência em nitrogênio,
porque as folhas in feriores não caem.
H á um a redução considerável no crescim ento e as m argens
necróticas curvam -se para baixo, dando a im pressão de o tecido
foliar copar p ara cima.
G eralm ente a deficiência em e n x o fre só pode ser observada
nos prim eiros estádios de crescim ento, ocorrendo apenas em
épocas sêcas. M uitas vêzes, o efeito na coloração do fum o sêco
é de vantagem porque o to rna claro e bonito. A única incon­
veniência é a do rendim ento baixo.

LA R A N JEIR A N o caso da deficiência em en x o fre nota-se um a clorose geral


E OUTROS
C ITR U S das fôlhas mais novas. O s brotos novos são de côr am arelo-
( 5 8 , 31 A )
citrina e m orrem logo. ( Fig. 91, P ran ch a 14).
A s fru tas têm um a casca mais clara e algum as são m uito pe­
d eform ados quenas e mal form adas. A s fru tas são bastante sêcas com ve­
sículas de borracha nos saquinhos de suco.

LEGU-
M IN O S A S
E specialm ente em áreas irrigadas ou mal drenadas o en x o fre
(53) é facilm ente deficiente, causando um am arelecim ento geral da
planta. Desenvolvem -se pontinhos necróticos nas fôlhas. A al-
fa fa responde, em m uitos casos, favoravelm ente a um a adubação
sulfúrica.

F ig . 9 0 — A s íô lh a s li in p ouco c lo r ó tic a s têm m a rg en s n e c r ó tic a s, q ue. p a ra n d o


seu crescim en to, en rolam p ara b a ix o . É e ste o c a r a cterístico da d e fic iê n c ia de
en x o fre.
DEFICIÊNCIA DE EXXÔFRE 175
T O M A T E IR O
A s fôlhas in ferio res engrossam bastan te e tornam -se cloró- (4 6 , 63 )
ticas, com pontinhos necróticos perto das n erv u ras. E nrolam -se.
Os caules são cluros e enlenhados e as raízes excessivam ente
com pridas, mas tam bém , como os caules e pecíolos, m uito finas.
Os pecíolos m ostram um a descoloração levem ente a rro x ad a.
A s plantas são altas, fracas e finas, não tendo a necessária f ir ­
meza para ficarem eretas. O s lóbulos dos pontos term inais são
am arelos. E sta s plantas são geralm ente m uito ricas em carboi-
drato s e às vezes tam bém em nitrogênio. Caem as flôres antes
de fo rm ar frutos.
COBRE
D E F IC IÊ N C IA

Infecção
secundária A té pouco tem po, a deficiência em cobre não era m uito co­
nhecida e a ação benéfica da calda bordalesa era atrib u íd a u n i­
cam ente a sua ação fungicida.
P ode isso ser devido às infecções secundárias de bactérias
e fungos que invadem as feridas causadas por essa carência.
boram elas geralm ente consideradas causadoras das m anifes­
tações aparentem ente patológicas realm ente provocadas pela
falta de cobre.

E xsudações
resinosas M as de outro lado, a ninguém podia passar despercebido, que
as plantas acom etidas tinham exsudações resinosas, especialm ente
as árvores fru tíferas.
"M urcha”
Q uase todos conhecem a “ m u rch a” do fumo, do tom ateiro e da
batatinha, as fru tas escurecidas, e as vezes rachadas das laran ­
jeiras, a m orte m isteriosa da alface nos viveiros, as varas de água
nas macieiras, as pontas moles, m as não podres das cenouras, as
folhas cartuchos em espiral do trigo, etc. São m uitas essas
m anifestações e bem diferentes, mas devidas tôdas elas a um a
única deficiência, a do cobre.

" D o e n ç a da
ocupação” E sta deficiência é m uito comum em tôdas as te rras de várzeas
drenadas, em campos irrigados, em solos turfosos, em terra s
ricas em m atéria orgânica e em todos os lotes m uito acidi ficados.
N a H olanda ela recebeu o nome de “ doença da ocupação” porque
apareceu em todos os trechos recém -ocupados pelo homem, isto
é, nas terras ganhas do oceano.

F otossíntese
(7 0 ) O cobre é um dos elem entos m ais im portantes na fotossíntese
das plantas e por isso não há ação da enzim a polifenol-oxi-
dase. quando êle falta. A carência de cobre sem pre provoca
tam bém a de zinco.
M as, de outro lado, existem tam bém plantas que precisam do
cobre sem ter aquela enzima. Sem pre falta ácido ascórbico na
deficiência de cobre.
DEFICIÊNCIA DE COBRE 177
N ecessidade
A necessidade de cobre varia m uito segundo o solo. H á solos de cobre
na F ló rid a onde 250 k g /h a de sulfato de cobre são aplicados u su ­
alm ente, enquanto na H olanda se usam 5 0 k g /h a, em M ichigan
10 k g /b a , em N ew S outh W ales (A u s trá lia ) som ente 2,5 k g /h a , 10 k g / h a
n o B r a s il
proporcionando o m áxim o efeito. O Brasil, com mais ou m enos
10 kg ha, está en tre os países m oderados, em relação à adubação
em cobre. O cobre está faltando especialm ente na parte baixa do
Rio G rande do Sul.
Nos casos em (pie quantidades m ínim as de su lfato de cobre
proporcionam bom efeito, não é tanto a falta de cobre m as so­
m ente um a interação entre zinco e cobre, que é desfavorável.
G eralm ente esta deficiência é provocada pelo desequilíbrio en­
tre A" : Cu.
O s sintom as m ais com uns são, com o já foi m encionado, a Sin to m as
m ais c o m u n s
m urcha da p arte su perior da planta, as exsudações e excreções
de borracha nas fru tas, ram os, troncos, folhas e raizes com con­
seqüentes feridas.

N ão se sabe ainda m uita coisa sôbre as necessidades das gram í-


neas e m alváceas em cobre m as sabem os que, especialm ente em
v erduras, batatinhas, ( 182) fum o e fru ta s de tôdas as espécies,
têm alta exigências com relação a êste m etal, que tam bém na
' vida hum ana, sem pre ocupa papel im portante.

As plantinhas novas de alface apresentam prim eiro m anchas ALFACE


(1 2 7 )
cloróticas no tronco e nas n erv u ras principais das folhas. D e­
pois estas ficam inteiram ente cobertas com tais m anchas irre ­
gulares, am arelas, as quais vão escurecendo com o tempo.
A tendência a m u rch ar é tam bém proem inente na alface. A s
plantas de viveiros geralm ente m urcham com pletam ente, m o r­
rendo logo depois, quando afetad as por esta carência. As cabe­
ças form adas são sôltas.

As fôlhas apicais ficam cloróticas e até brancas. O s caules ALFAFA


(1 2 7 )
da> fôlhas apicais se encurvam e os folíolos se dobram ao longo
do caule, m urcham e m orrem . ( fig. 9 8 ).

A deficiência de cobre não provoca nenhum sintom a, na planta ARROZ


(8 1 , 132)
nova, m as a fôrça g erm inativa do arro z, com o acontece na fal­
ta de Mo, acha-se seriam ente com prom etida. As espigas são
brancas e estéreis, não granulando.
B A N A N EIR A
Q uando falta cobre as fôlhas são um pouco cloróticas nas (1 3 2 )
m argens, que descoloram logo após para um a côr am arelo-vivo.
As fôlhas são excessivam ente moles, quebrando-se facilm ente
os nervos principais. N ota-se um a m urcha leve das fôlhas cen­
trais. O cacho de fru ta aparece prem atu ram en te, m as é fraco
178 DEFICIÊNCIA DE COBRE

e sem vigor. A s bananas form adas são cheias de excreções es­


curas na casca. O nde têm m anchas escuras de m aior tam anho,
a casca está pregada na polpa. N essas fru tas a casca racha-se
com facilidade em épocas chuvosas.

B A T A T IN H A E sta deficiência geralm ente não aparece em batatais pulveriza­


(3 2 , 155)
dos com calda bordalesa. porque o sulfato de cobre é p ro n ta ­
m ente absorvido pelas folhas. M as, em culturas mal cuidadas,
especialm ente em solos novos, recém -desbravados, com alto teor
orgânico, a deficiência em cobre constitui a m oléstia m ais im­
portante.

M urcha do
As folhas nas extrem idades das hastes conservam -se perm a­
nentem ente m urchas, recuperando-se um pouco d u ran te a noite
e piorando de dia. E m épocas chuvosas as plantas m orrem
dentro de 24 horas. N ão existe clorose pronunciada, m as as
m argens e pontas extrem as dos lóbulos às vêzes secam. O cres­
cimento fica paralisado e os tubérculos — na região dos olhos
— apresentam exsudações resinosas e um a podridão branca.
Q uando o tubérculo é cortado transversalm ente e com prim ido
entre os dedos, sai um a m assa branca dos vasos, que quase sem ­
pre se acha invadida de bactérias. A s plantas m ortas apresentam
as fôlhas descoloradas de m arrom escuro, e penduradas no pé.
C A N A -D E-
ACÚCAR N ão é raro encontrar-se um a cana, especialm ente em solos
(1 3 2 ) m uito ácidos e hum osos, que tem as suas fôlhas até a m etade
enroladas e penduradas. A s fôlhas apicais são um tanto cloró-
ticas com m anchas cinzentas. A m urcha das fôlhas é neste caso
tam bém um fato r decisivo na redução do crescimento. O pen dão
não abre. A cana atacada pela m urcha produz sem pre colmos finos
que facilm ente se deitam . A quebra do rendim ento é considerável,
(fig. 9 3 ).

C A FEEIR O
(1 3 2 ) A deficiência em cobre — ao menos em nossos caíèzais — é
facilm ente dom inada pela deficiência de zinco. A pesar disso, ela
existe em gran d e escala. A dom inância do zinco não indica que
a deficiência em cobre não existe, porque sabemos todos m uito
D eficiência bem que raram ente podem aparecer duas deficiências de uma
em cobre
d o m in a d a pela associação m ineral em um a fôlha só e que só raram ente, em
d e z in c o
alguns casos, aparece em um pé. A deficiência em cobre fica
apenas coberta pelas m anifestações da outra deficiência. M as
como o cobre sem pre está em deficit em nossos solos, encontram os
tam bém em nossos cafèzais as m anifestações desta carência em
todos os pés que forem um pouco mais tolerantes à deficiência em
zinco.
DEFICIÊNCIA DE COBRE 179

F i_ 93 — X ã o é r-iro en c o n tr a r -se um a ca n a . es p e c ia lm e n te em so lo s m u ito á c i­


dos H lm m osos, q u e tem is s u a s fô lh a s a té a m eta d e e n r o la d a s e p e n d u r a d a s . A
‘ m u rch a " d a s fô llia s é n e s te ca so tam b ém um fa to r d e c isiv o na r e d u ç ã o do cres-
I inn-nto. A ca n a a ta ca d a p or essa m u rch a prod uz sem p re colm os fin o s q u e fà cil-
m en te se d eita m . A q uebra do re n d im e n to c c o n sid erá v e l.
180 DEFICIÊNCIA DE COPRE
Brotos m oles
e fólhas g ran d e s O s prim eiros sintom as são um a clorose fraca nas m argens
extrem as e tam bém m uitas vezes nas pontas das fólhas. A s
fólhas são anorm alm ente grandes e um pouco encrespadas. A s
fólhas apicais são enroladas e flácidas.
Logo surgem brotos moles e im produtivos e levem ente c u r­
vados como um “ S ”, e um núm ero grande de fólhas superdim en-
sionais, tanto no broto do ano em curso, como no pau velho. (F ig .
94, P ran ch a 12).
A s estreitas m argens cloróticas tornam -se m uito depressa am a­
relas e logo depois necróticas, caindo em pouco tem po. Assim , as
fólhas tom am a fo rm a típica desta deficiência: não rasgadas m as
b astante recortadas e um pouco encrespadas.

"D ieback”
padrão
A desfolhação e o “ dieback” nestes pés são m enos pronuncia­
dos do que nos casos da deficiência em zinco, m as são, ainda a s­
sim bastante fortes.
A m orte dos ram os novos por causa de deficiência em cobre
é o padrão neste sentido, e a denom inação “ dieback” foi es­
pecialm ente inventada para a m orte dos brotos, quando deficien­
tes em cobre.
CEBOLA
(6 3 ) E specialm ente quando as plantadas em várzeas tu rfo sas, as
cebolas só produzem bulbos pequenos, de um a côr de am arelo-
pálido. A s escam as dos bulbos são anorm alm ente finas. Essas
cebolas, carentes de firm eza, apodrecem facilm ente. E m casos
graves pode haver um a quebra total da safra. (fig . 9 8 ).

CENOURA
(4 7 )
A s fólhas tendem a m u rch ar em dias ensolarados. As raízes
são pouco sólidas, com m anchas moles — ( “ podridão branca” ).
FUM O
( 100) E sta deficiência aparece m ais em solos ricos em hunio, do que
em solos pobres. P ode ser provocada especialm ente por um a
adubação fo rte em nitrogênio, num solo esgotado.
"M urcha” O crescim ento é pequei o. A s fólhas superiores m urcham nos
dias quentes, mas se recuperam du ran te a noite. N o dia seguinte
elas m urcham de nôvo, e já mais acentuadam ente. Finalm ente elas
se apresentam perm anentem ente m urchas. O s caules das flôres
tam bém não têm mais fórça para ficar eretos e a produção de
sem entes é m uito escassa. ( fig. 9 5 ).
P a ra com bater essa deficiência basta um a pulverização com
um a solução de 16/100.000 a 8/100.000, o que eqüivale mais
ou m enos 8 gram as de sulfato de cobre em 100 litros de água.
L A R A N JE IR A
EOUTROS
A deficiência em cobre é, com exceção da de boro, a mais
C IT R U S com um em todos os laran jais e culturas de citrus. O cobre, como
o boro e o cálcio, é um dos principais responsáveis pelo tão fam oso
DEFICIÊNCIA DE COBRE 181

e tem ido "d ieb ack ” das laran jeiras, fato êste conhecido pelo nom e "T risteza"
vulgar de "triste z a " . (2 5 )
O s prim eiros sintom as são varas de água. delgadas e com ­
pridas. com folhas anorm alm ente grandes, um pouco deform adas
e, com a n e rv u ra principal curvada para cima. E stas varas moles,
logo assum em a fo rm a dum " S ”. N este estado, o pé aparece
ao observador como especialm ente vigoroso. (F ig . 96, P ra n c h a
14).
M ais tarde, quando a deficiência é m ais aguda, surgem logo
folhas pequenas, que caem depressa, em conseqüência do “ dieba­
ck” dos galhos. N o pau velho as folhas são grandes, de côr escura,
às vêzes com ponta p artid a e m uitas vêzes d eform adas. ( Isso ó
especialm ente típico em " g ra p e -fru its ” ) .
Em casos m uito sérios, um a clorose das fôlhas começa, a p re ­
sentando-se som ente um a rêde de n erv u ras finas, de verde-es-
curo. N este estado as ram as e galhos geralm ente desenvolvem
M últip lo s
m últiplos brotos cloróticos, com pequenas fôlhas que logo caem.
Os brotos m orrem em seguida.

F ig , 9 5 — A s fô lh a s su p e r io r e s p erm an ecem sem p re m u rch a s, re c u p e r a n d o -se


um p o u co d u r a n te a n o ite e p io ra n d o n o d ia s e g u in te .
182 DEFICIÊNCIA DE COBRE

F ig . 07 — Q u an d o fa lta o cobre na d ieta da la r a n je ir a , as fr u ta s são ch eia s de


ex c reçõ e s e sc u r a s e m u ita s v êz es se ra ch a m em tem p o s ch u v o so s e têm im p re g ­
n a ç õ e s r e sin o sa s p erto dos eix o s. Os g a lh o s a p resen ta m fo rtes ex su d a ç õ es de
b orracha.

Exsudações
de resina
B rota g rande núm ero de varas de água. E xsudações de re ­
sina aparecem na casca e no pau, como tam bém nas raízes.
E m épocas sêcas, essas exsudações secam, acum ulando-se nos
pés. E m tem pos chuvosos, dissolvem-se logo na água. Assim ,
são em parte lavadas, dando às vêzes a im pressão ilusória de
haver m elhorado a exsudação de resina.

B rotam enio Segue-se depois um período de brotam ento excessivo de varas


d e varas
dágua novas, que sem pre m orrem , quando atingem alguns palmos de
com prim ento. N este estado os galhos possuem um a excrescência
verm elha na casca. A perda em pau novo é considerável, e, em
casos graves, o pé pode m o rrer em um ou dois anos.

Excresccncias
escuras na
A s fru ta s que estão am adurecendo são um tanto irreg u lar­
m ente form adas, cobertas dum a excrescência m arrom , que es­
curece com o tem po e pode tornar-se até preta em fru tas bem
m aduras. E sta cam ada escura e áspera, pode cobrir em certos
casos a fru ta inteira como um couro.
DEFICIÊNCIA DE CORRE 183

N o terceiro mês depois da queda das pétalas, as fru ta s novas


às vêzes parecem balõezinhos e as que estiverem então cober­
tas com a excreseência escura caem do pé. É m uito com um que
tais fru ta s se rachem ainda no pé em tem pos chuvosos.
As fru ta s m aduras são m ais doces que norm alm ente, com
pouco suco e b o rrach a g elatin izada em volta do eixo.
A deficiência aguda em cohre pode to rn a r im produtivos os
pés acom etidos. E m casos m oderados, ocasiona, no m ínim o, um a
perda considerável em fru ta s com erciais.

Como existe um a redução sensível do ácido ascórbico das Redução da


acidez e d a
fru ta s dos pés deficientes em cohre, o teor em vitam inas C é vitam ina C
reduzido, m as essa redução d ifere segundo a variedade de citrus.

G eralm ente a deficiência em zinco é associada à de cohre, o A falta d e


cobre restringe
que se evidencia pelo fato de a falta de cohre tam bém restrin g ir a absorção de
a absorção de zinco pela planta, m esm o quando há bastante zinco
disponível.

D iversas variedades de legum inosas apresentam um a clorose LEGU­


M IN O S A S
m oderada, especialm ente acentuada pela falta de centro escuro (1 2 7 )
da fôlha. Subitam ente elas m urcham e m orrem sem qualquer
o u tro sinal.
N a a lfa fa existe a tendência de d o b rar os lóbulos para trás,
N a a l f a f a os
encostando-os nos pecíolos. ló b u lo s
O u tra s legum inosas, especialm ente aquelas que têm fôlhas encostam no
p eciolo
largas, m anifestam esta deficiência por m anchas irregulares, am a­
relas ou m arro n s, distrib u íd as p o r todo o lim bo foliar. As
fôlhas m urcham logo e caem excessivam ente. O crescim ento é
seriam ente dim inuído e m uitas vêzes as plantas m orrem .

A s plantas crescem pouco e aparecem com pactas. As fôlhas L IN H O


(9 1 , 127)
apicais ficam cloróticas e caem. O brôto apical form a um a ro ­
seta. N ão se form am cápsulas de sem entes. A s flôres são tôdas
estéreis.

Cham a-se esta deficiência tam bém “ tristeza de verão" ( “ sum ­ M A C IE IR A


(4 1 )
m er d ieback") ou “ brotos m urchos".
Desenvolvem -se prim eiro m anchas necróticas nas fôlhas te r ­
m inais que são seguidas pelo m urcham ento e m orte do ápice
dos brotos. M ais tard e, as fôlhas m urcham e caem.

As fôlhas são um tan to cloróticas. O aspecto geral das plantas REPÔLHO


é pequeno e com pacto. N ão há form ação de cabeça. O aspecto (4 7 )

m urcho em dias de sol é im pressionante.


184 DEFICIÊNCIA DE COBRE

A deficiência em cobre é m uito com um em verduras, porque


são g ran d es consum idoras dêste metal. Especialm ente um a adu-
bação rica em m atéria orgânica e azôto — m uito usado nas hortas
e plantações comerciais de v erduras, — provocam esta deficiên­
cia. U m a adubação de sulfato de cobre é m uito variável na quan-

1 — A lfa ce 2 — F olh a do T om ateiro


3 — C ebola d e fic ie n te 4 — Cebola n o rm a l
F ig . 98 — A d e fic iê n c ia em cob re:
N o T o m a teiro : as fô lh a s a p ic a is se m ostram p erm a n en tem en te m u rch a s; os ló b u lo s
sã o en rolad os ou d obrados.
N a A lfa c e : ap arecem m an ch as p a rd a s, a g u a d a s, cerca d a s d e u m a lin h a escu ra n a s
fô lh a s e cau le. A s fô lh a s p erm an ecem m u rch a s. P la n tin lia s de v iv e iro s m orrem por
ês s e fato.
N a C eb o la : Os bulbos são bem m en ores do que n o rm a lm en te, com um a casca
p álid a de côr am arelo-claro.
DEFICIÊNCIA DE COBRE 185

ticlade, que pode ser tan to 2,5 k g /h a até 200 k g /h a . Especial­


m ente solos de várzeas drenadas, turfosos, têm um a capacidade
elevada em fix a r cobre. A deficiência acontece quase exclusi­
vam ente em solos escuros, de m arrom -escuro até prêto, e em
solos dem asiadam ente ácidos e hum osos.
As plantas atingidas pela deficiência são fracas, os brotos
pequenos e as raízes mal desenvolvidas. A s fôlhas apicais têm
côr verde escuro e até m esm o verde-azulado e se enrolam para
dentro. Q uase não há form ação de flôres. Caules e pecíolos finos
e sem firm eza.
A s fôlhas apicais têm tendência a m u rch ar e em tem pos
desfavoráveis perm anecem m urchas.
E sta deficiência causa enorm e preju ízo a todos os plantadores
com erciais de tom ates.

A s fôlhas apicais são espiraladas, perdem o tu rg o r, enrolam -se T R IG O


(127, 12A )
e m orrem . As fôlhas m ais velhas dobram -se na lígula p ara o
chão, encostando no colmo. M o rrem e secam como se reinasse
um a sêca forte, o stentando um a cô r de um cinza-lavado. As se­
m entes têm pouco pêso e m uitas são chóchas.
U m a adubação de C u S 0 4 (12 k g /h a ) dim inui sensivelm ente
a palha e aum enta as espigas (1 2 A ).

A s fôlhas novas são cloróticas. A s fru ta s m ostram excreções V ID E I R A


(132)
escuras. E xsudações resinosas tiram a fô rça do pé.
MANGANÊS
DEFICIÊNCIA
A deficiência em m anganês aparece em todos os solos calcários
ou neutros (aren ito bau ru su p e rio r), como em te rra s com sobre-
calagem. P o r outro lado, ocorre em terras m uito lavadas e aci-
dificadas, isto é, em terras pobres e esgotadas.
R e q u z rim z n 'o
das plantas E specialm ente as culturas acidófilas sofrem facilm ente com
esta deficiência. Conhecemos, assim, a “ manclia cinzenta” na
aveia e arroz ( “ speck disease ), o “ mosaico no café, etc. M as
tam bém culturas n eutro filas gostam do m anganês, como, por
exem plo, a beterraba, que m anifesta a “ m ancha am arela” quando
falta o m anganês na dieta. M as especialm ente as árvores fru tífe ra s
são bastante suscetíveis à falta dêste metal.

Só a form a
d ivalente é Como som ente a form a divalente de m anganês é aproveitável
aproveitável para as plantas, a disponibilidade dêste elemento tem m uitas
relações com os outros fato res do solo.
O fato r mais im portante neste sentido é, sem dúvida nenhum a,
o próprio pH do solo e a presença de zinco e m agnésio.
Respiração
enzim al Reconheceu-se que o m anganês é 11111 dos fatores da respiração
enzim al, associado, por um lado, com o ferro e, por outro, com
o nitrogênio. E stá provado que um abastecim ento suficente em
m anganês pode dim inuir o efeito prejudicial às culturas dum a
te rra mal arejada.

M anganês e
am ónio O aproveitam ento dos am ónio-íons na te rra é especialm ente
m elhor em presença do m anganês. D. I. A R N O N (1 0 ) dem ons­
trou além disso, que neste caso as plantas crescem m uito m elhor
com um a aduhação am ouiatada do que com fertilizantes nitra-
tados.
Isso m ostra estreita ligação de nitrogênio com o m anganês
no m etabolism o da planta.

N itratos
arm azen ad o s É interessante lem brar que os sintom as da m aior deficiência em
q u a n d o fa l t a m anganês aparecem sem pre nos lugares que têm m aior teor em
o m anganês
nitrogênio, e que, por outro lado, as plantas deficientes em m an-
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS 187

ganês têm arm azenadas grandes quantidades de n itrato s, não po­


dendo tran sfo rm á-lo s em am inoácidos e proteínas. Possuem igual­
m ente arm azenado fe rro trivalente, inaproveitável. nas suas n er­
vuras (1 5 9 ).
Pode-se rem ediar p erfeitam en te esta carência em cu lturas d e ­
ficientes, pulverizando as fôlhas novas com 2 k g /h a a 5 k g /h a de
sulfato de m anganês.

C lorose e
Os sintom as gerais da deficiência em m anganês são um a elo- n erv u ras verdes
rose pron u n ciad a das fôlhas m ais novas do broto e um a clorose
m oderada das fôlhas vizinhas, com tôdas as n erv u ras até as
finas de verde-escuro. M anchas esbranquiçadas aparecem espe­
cialm ente no centro do limbo. P o n tin h o s necróticos são espa­
lhados por tô d a a fôlha. exceto nas nerv u ras. A desfolhação
como o “ dieback” no café. citru s e pom ares é considerável. Os
pés m orrem das pontas dos brotos para baixo, como acontece
tam bém no caso da deficiência em zinco, boro e cobre.

A p lanta te n ta acum ular m anganês nas fôlhas. Q uando êste ALGO-


D O E IR O
elem ento faltar, as fôlhas superiores são as p rim eiras afetadas. (6 3 . 163)
E las torn am -se am arelo-cinzento ou verm elho-cinzento com pro­
nunciadas n erv u ras verdes.

E sta deficiência se verifica facilm ente depois de um a calagem T oxicidade


de m anganês
forte. E m solos bastan te ácidos, porém , o m anganês torna-se
tóxico, produzindo no algodão fôlhas encrespadas. cloróticas e
deform ad as. Q uando a plan ta está am adurecendo, as fôlhas tor-
nam -se parcialm ente necróticas, com m argens rasgadas.
G eralm ente em solos pouco plantados, com p H baixo, a to x i­
cidade do m anganês ocorre freq ü en tem en te sendo os sintom as
tóxicos causados especialm ente pelo bloqueio do ferro.
E n q u an to K , M g e Ca, são elem entos clássicos de lixivia-
ção, o N , M n, P) e Zn, ao co n trário , sobem à superfície, em te r­
ras inundadas. A ssim , em arro zais inundados, a falta de m an­
ganês raram en te acontece, enquanto em arro zais de " m o n ta ­
n h a", de cu ltu ra a sêco, a deficiência é freqüente.

ARROZ
Com o o a rro z é um a planta acidóíila, gostando dum p H baixo, (1 3 2 )
êle logicam ente deve estar apto a abso rv er consideráveis q u an ­
tidades em m anganês, zinco e ferro . P ro v av elm ente êle precisa P la n ta exigente
em elem entos
de m aiores q u antidades dêstes elem entos do que tôdas as outras
lavouras. O a rro z irrig ad o assim ila som ente o am ônio e por
isso não pode tra n s fo rm a r o seu n itro g ên io em am inoácidos
sem o m anganês.
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS

F is . 9 9 — “ C abeça b r a n c a ” do arroz. O tecid o d a s fô lh a s é c lo ró tico . M a n ch a s


p retas ap arecem n a s fo lh a s e h a ste s. A s esp ig a s n ã o se abrem e fic a m c o m p le ta ­
m en te estére is.
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS 189
"Cabeça
A cham ada ' ‘cabeça b ran ca” aparece em todos os terren o s que
receberam um a calagem fo rte e boa adubação n itrogenada. sendo
a conseqüência da deficiência dupla em M n e Cu.
Q uando falta o m anganês, o a rro z apresen ta em geral, de
início, m uito bom crescim ento, m elhor até do que o norm al,
devido aos adubos presentes na terra. A s fôlhas são largas e
parecem sãs. físte a rro z ainda cacheia otim am ente prom etendo
colheita form idável, m as nesse ponto, com eça subitam ente e sem
razão visível a am arelecer.

As fôlhas apresentam prim eiro as n e rv u ra s ainda verdes,


enquanto m anchas aguadas, mais ta rd e pretas, aparecem no
tecido. Logo elas Franqueiam , m orren d o por fim , e som ente as
pontas das fôlhas perm anecem ainda verdes.
O cacho de vez em quando produz flôres, m as nunca consegue
fo rm a r sem entes. F ica com pletam ente estéril. F ranqueando ta m ­
bém. G eralm ente o cacho perm anece fechado, como se fôsse
grudad o e não se abre. A s espigas têm posição m uito eretas.
Q uan d o falta o m anganês, tam bém a absorção de cobre é im ­
ped id a: a “ cabeça b ran ca” é o resultado da dupla deficiência em
m anganês e cobre.
U m a adubação de m ais ou m enos 20 k g /h a de sulfato de
m anganês e 12 k g /b a sulfato de cobre im pede essa m anifestação.

Segundo a variedade desta planta, a deficiência em m anganês B A T A T IN H A


(1 5 5 )
está produzindo como prim eiro sintom a colorações anorm ais
en tre as n erv u ras, colorações essas que v ariam en tre o verde-claro,
o am arelo ou o verm elho-acinzentado. (fig . 100).
G eralm ente aparecem prim eiro áreas cloróticas até brancas
intervenais nas fôlhas apicais. M ais tard e, num erosas m an­
chas necróticas se desenvolvem aos lados das nerv u ras verdes.
E ssas áreas vão-se alarg an d o e m ultiplicando, produzindo um a
aparência m osqueada. O crescim ento é m uito reduzido, como
tam bém a s a fra de tubérculos. A s áreas necróticas m orrem e
podem se d esintegrar.

A qui a deficiência de m anganês é tão freq ü ente como as de CIA FEEIR O


(1 3 2 )
boro, zinco e m agnésio. M u itas vêzes aparece tam bém ju n to
com a de potássio.
N otam os sem pre o q u a d ro típico da deficiência em m anganês
nas fôlhas.

Rêde de
A s fôlhas mais novas aparecem m osqueadas de m anchas cloró­ nervuras verde
ticas com um a rêde de n e rv u ra s verde-escuro e até m esm o escuro na
folha clorólica
verde-azulado. Com o progresso da deficiência, a fôlha se to rn a
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS

m ais am arelada, especialm ente com m anchas am areladas no centro


do limbo e as n erv u ras tam bém vão desbotando até o branco,
sem pre m ais acentuadam ente na área m édia enquanto a base
e a pon ta da fôlha perm anecem ainda mais escuras. P ode ap a ­
recer um a necrose nas pontas e m argens das fôlhas m ais velhas.
O lado voltado p ara o norte é sem pre o mais acometido. O s
sintom as da deficiência vão progredindo da ponta do ram o nôvo

100 — A s fô lh a s su p e r io r e s da b a ta tin h a d esb otam , seg u n d o a v a r ie d a d e da


p la n ta , assu m in d o um a coloração verd e-claro, am arelo ou v erm elh o -a cin zen ta d o .
— P o n tin h o s n e c r ó tic o s se d esen volvem aos la d o s d a s n erv u ra s.
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS 191

para a base. A s folhas no últim o estado m ostram um a côr quase


esbranquiçada, com as n erv u ras principais, secundárias e te r­
ciárias verdes (F ig . 101, P ra n c h a 13).

P o n tinhos
M ais tard e, pontinhos pardacentos aparecem espalhados por necróticos
tôda a área clorótica da fôlha e pecíolos.

A deficiência de m anganês, aliada à de zinco, produz um enorm e


“ dieback” dos galhos novos, como tam bém do pau velho. A d e­
ficiência m anganês-zinco-boro-cobre pode ser responsabilizada
pela decadência enorm e dos nossos cafèzais, m esm o em solos
ainda mais ou m enos bons. N ão podem os e x p ressar com palavras
o aspecto triste que oferece um cafèzal num solo esgotado,
porque nêle falta literalm ente tudo e a deficiência em potássio
ou m agnésio não causa m ais dano do que a de elem entos raros.

N otam os especialm ente que a qualidade do nosso café é con­ Q ualidade do


café
siderada “ d u ra ", não devido à insolação, m as principalm ente por
causa da deficiência em elem entos raro s, inassim iláveis em solos
secos.
Pode-se acrescentar que um cafèzal adequadam ente abaste­
cido com os necessários m inerais raros, fo rnecerá sem pre um café
de qualidade “ suave” e to rn a rá o rendim ento m uito m ais alto.
É fato provado que o m anganês é o responsável pelo bom
“ aro m a" — o que é facilm ente explicável, considerando o papel "A rom a”
que o m anganês desem penha na produção dos indóis, as p ro ­
teínas arom áticas — e que tom a p arte no g rupo de elem entos
que produzem a alta qualidade do café.

N ing u ém ignora que o café dum cafèzal em plena decadência O café


b rasileiro tin h a
é m uito in fe rio r ao de u m a cu ltu ra em bom estado. Cada um de fam a m u n d ial,
com o p roduto
nós se lem bra ainda dos tem pos em que não h avia no m undo superior a todos
café su p erio r ao brasileiro. E , h o je em dia, tem os de aceitar
que os p rodutos da C olôm bia e A m érica C entral são m elhores.
M as, conhecendo a razão da decadência e in ferio rid ad e do nos­
so café hoje em dia — dizem os hoje, porque não foi sem pre a s­
sim —• tem os tam bém na m ão o meio de rem ediar o mal. V am os
to rn a r o nosso café de nôvo o m elhor do m u n d o !

N a cana. a deficiência com binada de m anganês e zinco é m uito C A N A -D E -


ACÚCAR
comum. N ota-se um a leve clorose tgeral da p lanta, que parece (1 0 7 , 132,
88)
possuir fôlhas bem largas. C onform e a deficiência dom inante,
as fôlhas superiores ou in ferio res apresentam prim eiro o tecido
en tre as n erv u ras branco-am arelado, enquanto as n e rv u ra s p e r­
m anecem ainda verdes, produzindo um efeito estriado, sendo as
pontas das fôlhas as prim eiras a serem atacadas.
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS

A s pontas das folhas logo tom am um a pigm entação averm e­


lhada. N este ponto, o tecido m orre enquanto as nerv u ras p e r­
m anecem ainda vivas. A s pontas se rasgam e o fenôm eno típico
desta deficiência é a tendência de a fôlha se ra sg ar em todos os
pontos, onde o tecido m orre. O tecido fino. mesmo quando
ainda am arelo, carece com pletam ente de resistência, sendo a lta ­
m ente quebradiço, rasgando por causa do vento ou por qualquer
o utro motivo. (E ig . 102. P ran ch a 13). O colmo é mole e fino.
curvando-se facilm ente.

F ig . 103 Q u an d o fa lta o m a n g a n ê s, a p la n ta in teira se m o stra elo ró tica , m a is


p ro n u n cia d a m en te , p orém , n a s p a rtes su p er io re s. A s fo lh a s, ir reg u la rm e n te m a n ­
ch a d a s com á re a s clo ró tica s, exibem as n e r v u r a s n o rm a lm en te v er d e s. P o n tin h o s
n e c r ó tic o s se esp alh am p or tôd a a fôlh a.
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS 193
FUM O
A s folhas mais novas perdem a côr verde, com eçando por (6 3 , 97)
am arelar e branqueando depois. A s n erv u ras perm anecem v e r­
des. form ando um a rêde verde na fôlha esbranquiçada, o que dá
à fôlha a aparência de estar p in tad a como um mosaico. D esen­
volvem-se em seguida pontos necróticos, espalhados por to d a a
fôlha e não lim itados às m argens e pontas. E stes pontos necró­
ticos geralm ente caem, dando à fôlha a aparência de te r sido
rasgada. A p lan ta inteira tem pouco crescim ento, perm anecendo
pequena. A s fôlhas sêcas e tra ta d a s são de péssim a qualidade.
( íig. 103).
A clorose aparece prim eiro nos pontos vegetatives, espalhan­ E S P IN A F R E
( Spi nac ia
do-se depois por tôda a planta. A clorose vai alterando a a n ­ o le ra e ca )
das fôlhas desde verde-claro até am arelo-vivo. As n ervuras
perm anecem m uito tem po ainda verdes provocando acentuado
encrespam ento do limbo foliar. Depois de certo tem po, áreas
esbranquiçadas aparecem en tre as n erv u ras, m o rrendo logo.
E m v árias zonas, êsses sintom as constituem o cham ado “ m o­ "M osaico”
saico do e sp in a fre ”, (fig . 104).

L A R A N JE IR A
T am bém nos citrus, os sintom as da deficiência em m an­ E OUTROS
ganês aparecem quase sem pre ju n to s com os de zinco. N a C ali­ C ITR U S
( 30 A )
fórnia, denom ina-se esta deficiência “ clorose de m a rl” , isto é.
clorose das te rra s calcárias, e em N ova Z elândia, “ clorose p in­
ta d a ’’ ou “ fôlha m osqueada” .
As fôlhas superiores torn am -se um tanto cloróticas. com um a
rêde de n erv u ras verdes. M as a clorose não é tão pronunciada
como na deficiência em zinco ou ferro. (F ig . 105. P ran ch a 15).
Com o progresso da deficiência, tam bém a descoloração se
to rn a m ais pronunciada. O tecido assum e um a côr que vai de
verde-claro até o verde-am arelado, aparecendo ao m esm o tem ­
po — em certas variedades da p lan ta — m anchas brancas no
tecido intervenal. E m caso extrem os, as áreas intervenais to r­
nam -se dum alaranjado-vivo, especialm ente em “ grape fru its ” e
Sin to m as
limões. Podem os o b servar que os sintom as são sem pre m ais p ro ­ pronunciados
nunciados nas p artes som breadas da árvore. U m a desfolhação nas partes
som breadas
m uito in ten sa pode dar-se quando a deficiência de m anganês
aparece ju n to com a de zinco.
E m casos m oderados os sintom as foliares desaparecem com
o d eco rrer da época de verão. E m casos graves, pontinhos n e­
cróticos espalham -se por tôda a fôlha, sobrevêm um a desfo lh a­
ção intensa com o tam bém um a perd a considerável em galhos
novos do ano em curso. A s fru ta s são um pouco m ais claras
e m ais ácidas m as êsses sintom as são m uito difíceis de distinguir.
H á sem pre redução da sa fra q u an d o as fôlhas estão se ria­
m ente afetad as.
194 DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS

A fôlh a m u ito en cr esp a d a , com o tecid o en tre


a p resen ta u m a n ecr o se p ro n u n cia d a na p o n ta , e m o rre g r a d a tiv a m e n te do á p ice
p a r a a b ase.

LEGU-
M IM O SA S E m solos com alto teor de m atéria orgânica e igualm ente ele­
( 181) vada um idade efetiva, com um p H relativam ente alto, o m anga­
nês sem pre falta. Q uase tôdas as terras neutras e alcalinas ou
calcárias provocam esta deficiência.
A s fôlhas^ são verde-claro e até mesmo am arelas, com n e r­
v u ras de cor verde-escuro. M anchas m arrons aparecem 110
tecido clorótico. 1am bém os cotilédones das legum inosas, com
m aiores sem entes, podem m o strar m anchas m arrons 1 1 0 seu cen-
tio . A hase das tôlhas nunca é afetada. A s prim eiras fôlhas
que m ostram esses sintom as são as mais superiores, e conseqüen­
tem ente mais novas. O ponto vegetativo pode m orrer. Depois
de um a chuva forte, o quadro pode m udar com pletam ente, porque
então as fôlhas velhas são cloróticas, enquanto as recém -desen-
\ oh idas podem ser norm ais. N ão é raro que sintom as m ode­
rados apareçam e desapareçam quando a iilanta está mais de­
senvolvida, isto é, quando as suas raízes alcançam cam adas mais
p ro fu n d as do solo.
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS 195
A m en d o im
As folhas m ais novas, atacadas de clorose, não apresentam as
características n erv u ras verdes. M ais tard e as fôlhas afetad as
ficam bronzeadas.
A lfafa
A presen tam um a pronunciada clorose intervenal, e um desen­ (63)
volvim ento m uito retard ad o . A s plantas são fracas e pequenas.
20 a 50 q u ilo s/h ectare de sulfato de m anganês corrigem com ­
pletam ente êstes sintom as. A s plantas se recuperam , tom ando
a côr norm al, atingindo tam anho tam bém norm al.

G eralm ente a alfafa e o tri fólio são m uito tolerantes quanto à T rifó lio

falta de m anganês e encontram , m esm o em solos fracos, as q uan­


tidades de m anganês que precisam .

O s tecidos das fôlhas term inais dos cipós branqueiam , enquanto M E L A N C IA


(1 3 2 )
as veias e a base das fôlhas perm anecem verdes. C ipós e fôlhas
ficam finos e pequenos. O s botões freqüentem ente tornam -se
tam bém am arelos e caem.
O preju ízo na s a fra é considerável.

No nabo, devido à g ran d e q u an tid ad e de pigm entos verm elho NABO,


RABANETE,
e p u rp ú reo na planta, os sintom as são um tanto diferentes. BETERRABA
(6,3)
Q uando falta o m anganês, as fôlhas assum em um a côr verm elha
ou p u rp ú re a em vez de se to rn arem am arelas, ao passo que as T ecid o
veias perm anecem verdes. A reas necróticas aparecem no tecido verm elho com
n erv u ras verdes
intervenal. As m argens e pontas podem te r um a necrose m uito
lim itada. E nro lam -se p a ra cima.

B eterrabas, que m ostram um a leve clorose do ápice em solos


m uito deficientes em m anganês, têm um crescim ento quase esta­
cionário, não desenvolvendo raízes bulbosas aceitáveis.
REPÓLHO
A s fôlhas são pintadas de m anchas cloróticas, esbranquiçadas, (631
enquanto as n erv u ras perm anecem verdes, dando à fôlha o a s­
pecto característico do mosaico. A s fôlhas podem recuperar-se Não form a

m as já não form am cabeças.

A clorose das fôlhas superiores com eça nas m argens. Como T O M A T E IR O


(154)
a côr verde vai desaparecendo, m udando p ara am arelo-claro,
enquanto as n erv u ras perm anecem verdes, a fôlha assum e o a s­
pecto típico dessa deficiência. E v en tu alm en te pode to rn a r-se
com pletam ente am arela. P equenos pontos necróticos se espalham
por tôda a fôlha. no tecido clorótico, sem pre bem no meio das
áreas que ficam en tre as veias. Êles vão se alargando, até m aio­
res áreas necróticas e m ortas, assinalando o colapso total de te ­
cido. (F ig . 106. P ran ch a 12).
196 DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS

O crescim ento é fraco e as plantas são de caules e troncos


finos e fracos. Q uase nenhum a flor se form a e a com pleta a u ­
sência de fru ta s é a conseqüência.
A clorose devida ao m anganês é m uito com um em tôdas as
áreas de cultivo desta solanácea.

TR IG O
( 101)
O tecido intervenal das folhas é clorótico, dando a aparência
de estriado de branco. A s panículas são vazias ou produzem
só grãos pequenos.
ZINCO
D E F IC IÊ N C IA

O Zinco é indispensável p ara a síntese de proteínas até a época


da florescência.
E sta deficiência é praticam en te lim itada aos países de sol claro L im itada a
países tropicais
e forte, isto é, tropicais, e aí aparece especialm ente no lado de
m aior insolação, que, no Brasil, é sem pre o lado noroeste (1 0 4 ).
E sta deficiência é restrin g id a aos solos pesados com m uita
m atéria orgânica ou aos solos leVes, b astante acidificados ou
neutros. T am bém um a fosfatação fo rte dificulta a disponibili­
dade de zinco. X este caso é absorvido, m as precipitado já nas
n erv u ras de onde se desloca com g ran d e dificuldade (1 5 ). O
zinco atu a como catalizad o r na síntese de fitohorm ônios que
controlam o crescim ento ( 164). A q uantidade de au x in a é red u ­
zida se há deficiência de Z n, o que determ ina a incapacidade de
crescim ento das paredes celulares (1 9 4 ). M as atu a o Z n tam bém
em várias enzim as de respiração. ( 141). A assim ilação de Zn é
dim inuída com a deficiência de cobre (4 5 ). E m cafèzais e la­
ran jais (2 1 ) em prega-se 1 kg de su lfato de zinco por 100 1. de
água, em um a única pulverização. A s fôlhas pequenas não se
recuperam m ais. A s plantas são bem d iferen tes quanto à sua
tolerância a essa deficiência.
O s sintom as gerais da carência em zinco são sem pre, em p ri­
m eiro lugar, um a clorose nas fôlhas in ferio res — e tam bém nas
fôlhas m ais velhas dos brotos do ano em curso.

A u r é o l a da s
A clorose começa nas m argens e pontas das fôlhas velhas, manchas
geralm ente excluindo a base. N as áreas cloróticas logo aparecem necróticas
m anchas necróticas, com um centro m ais claro e um halo, isto é,
um a auréola destacada, que é o característico das m anchas
Fôlhas
necróticas da deficiência em zinco. P o r causa dêsse halo esta pequenas
deficiência em zinco foi p o r m uito tem po a trib u íd a a bactérias
que podem p ro d u zir m anchas necróticas da m esm a form a. Além
disso, os tecidos cl or óticos das fôlhas são em geral secu ndaria­
m ente atacados p o r fungos ou bactérias e, por causa disso, não
se rem ediou a deficiência antes de em p reg ar fungicida com base
em zinco.
DEFICIÊNCIA DE ZINCO 199

F ig . 1 0 7 — A s fo lh a s a lta m e n te c lo v ó tic a s ap resen ta m as n e r v u r a s v er d e s. M a n ­


ch a s n e c r ó tic n s a p arecem no tecid o .

P ú g i n a s a n t e r i o r e s :

Fig. 1 0 S — Falta, (le z in c o em p l a n t a d e a r r o z . A s f o lh a s clon'd ir a s t o m a m u ma c ô r m a r r o m cl ara


e a presen tam te c id o morto entre as nervuras. O tecido morto escurece, ex i b in d o u ma cor de
m a r r o m -e sc ur a. A f ô lh a que envolve o ca ch o é m u it o crespa e não pode a b rir -se . .4 es p ig a é
ta m b é m m u it o o n d u l a d a . A.v p a n í c u l a s , com d es c o l o r a ç ã o marrom, sã o es té re is .
Fig. 1 1 6 — D e f i c i ê n c i a d e z in c o em. s o j a : 1 ) — .4s f ô l h a s com o te c id o q u a s e e s b r a n q u i ç a d o
a p r e s e n t a m a p r i n c í p i o as n e r v u r a s v e rd es . 2 ) — M a is t a r d e , s o m e n t e p a r t e d e s s a s n e r v u r a s
co n s e r v a a s u a cloro fi la.
Fig. 1 1 2 — N o s p é s n o v o s (Ia b a n a n a ,- m a ç ã , q u a n d o fa lt a o z in co na d i e t a , as f ô lh a s m o r r e m m u it o
d e p r e s s a . A m o r t e se v e r i f ic a d a s p o n t a s e m a r g e n s p a r a baix o. Uma. borda am arela-viva dos
te c i d o s m o r t o s é c a r a c t e r í s t i c a . A ca sc a do t r o n c o f e n d il h a - s e e a s r a íz e s a p resen ta m partes m or­
ta is . t a n t o em s e u t r o n c o co m o n o s cabe los. M a n c h a s marrons c pretas e s p a lh a m - s e jielo t r o n c o e
cau le s.
Fig. 1 1 7 — D e f i c i ê n c i a d e z in c o em ca n a - d e - a ç ú c a r . .4.v f ô l h a s i n f e r io r e s t o r n a m - s e c l o r ó t i c a s
e n t r e as n e r v u r a s . <> te c id o n e c r ó t i c o , c a r ec e rle f i r m e z a e se r as g a f a c i lm e n t e . A s f ô lh a s m o r r e m
d a p o n t a p a r a a ba se . A p o n t a f ic a s e m p r e m u it o rasgada. O brôto sai branco. Os pés afetados
n ã o s o l t a m flor.
198 DEFICIÊNCIA DE ZINCO

() verde das fôlhas pode desbotar com pletam ente, aparecendo


um a cor am arela ou até m esmo branca, que envolve a fôlha in­
Fôlhas teira, com exceção da base da veia principal. A s fôlhas são p ro ­
onduladas nunciadam ente onduladas.

E m a desfolhação intensa se verifica, enquanto subitam ente


aparecem folhas m uito pequenas, cloróticas que logo caem por
"R osetas”
o u tu f o s sua i ez. A s iosetas , típicas nesta deficiência, desenvolvem -se
nas pontas das ram as, produzidas pelos entrenos curtíssim os do
hrôto nôvo, o qual — como é norm al — desenvolve um p ar de
fôlhas em cada entrenó.
Podem os resu m ir os característicos da deficiência em zinco do
seguinte m o d o :

1) fôlhas pequenas, aparecem sem causa ap a re n te ;


2) m argens das fôlhas onduladas;
3) rosetas nas pontas dos galhos d esfo lh a d o s;
4) m anchas necróticas com auréola.
ABACA-
TE IR O D esenvolvem -se fôlhas m enores no meio galho. U m a clorose
( Persea
gr at ís s im a ) afeta o tecido que perto das n ervuras principais e, às vêzes, se­
(1 8 3 ) cundárias, perm anece verde.
O s fru to s são m enores e arredondados.
ABACAXI
(1 7 3 ) A parecem m anchas am arelas nas folhas com centro escuro.
E ssas m anchas jun tam -se à área necrótica cujo centro é côn-
cavo. A n erv u ra principal conserva a côr verde.
ALGO-
D O E IR O O zinco só pode 1altar perm anentem ente em solos alcalinos ou
(7 1 )
m uito ácidos. E m geral, um a sohrecalagem provoca sintom as de
passageira deficiência em zinco
E f e i t o s t ó x ic o s
d o zinco Como o algodão é planta bastante tolerante a deficiência neste
elemento, efeitos tóxicos — em solos ácidos — são mais co­
m uns. N este caso as fôlhas tornam -se intensam ente cloróticas
com áreas necróticas.
O zinco é altam ente solúvel, especialm ente nas form as de ci-
tra to de zinco, sulfato de zinco e cloreto de zinco. N a form a de
Ios lato de zinco, porém , a sua solubilidade é m uito m enor que
nas outras. Q uando o zinco falta, as fôlhas apresentam um tecido
esbianquiçado, onde perm anecem verdes as veias principais e
secundai ias. Hsse fato é típico nas deficiências em m anganês e
zinco do algodão, mas o m anganês provoca m aior clorose nas fô­
lhas superiores, ao passo que o zinco provoca-a nas fôlhas in ­
feriores.
O crescim ento é retardado e a form ação de flôres é seriam ente
prejudicada.
Prancha 15
P r a n c h a 16
200 DEFICIÊNCIA DE ZINCO
ARROZ
(1 3 2 ) O a rro z é planta bastante exigente em elem entos raros, porque
já foi destinado pela n atu reza a viver em am biente rico em ele­
m entos m ínim os. Como j á foi dito, a acidofilia das plantas nada
mais é que a sua exigência em elem entos raros. A hostilidade à
A a cidoíilij cal é por isso um a coisa lógica, porque a cal liga em com plexos
é exigência em
e l e m e n t o s raro s inaproveitáveis os tão necessários elem entos raros. P o r isso as
p lantas acidó filas m orrem depois dum a cal agem forte.
E tal não se dá p o r causa da cal m as em conseqüência da falta
em elem entos raros.
Sabendo que o arro z é planta de alta exigência em m anganês,
com preende-se m uito bem que tam bém so fra facilm ente a falta
de zinco, que é elem ento estreitam ente ligado ao m anganês.
A s fôlhas são cloróticas com um a descoloração pronunciada
de tom m arrom -claro. A parece um tecido m orto entre as veias,
com um a descoloração de tom m arrom -escuro, form ando assim
listas escuras na fôlha. E ssas listas têm um halo m ais claro. O
tecido é m uito quebradiço, desfazendo-se facilm ente. (F ig . 108,
P ra n c h a 15).

Fôlha branca
A fôlha que envolve o cacho é m uitas vêzes branca e não pode
abrir-se, porque é m uito encrespada. Tam bém a p ró p ria espiga
é m uito contorcida e as panículas, com descoloração m arrom -
claro, são chôchas.
Isso acontece especialm ente em terrenos de solo prêto, com
um idade estagnada, isto é, em solos pantanosos, hum osos, mal
drenados.
C orrige-se esta deficiência com um a adubação de 12 quilos
por hectare de su lfato de zinco e 2,5 k g /h a de sulfato de cobre.

B A T A T IN H A
(1 5 5 , 63)
A s plantas nunca atingem um tam anho norm al. A s fôlhas to ­
m am um a posição levem ente vertical, enquanto as m argens dos
lóbulos se enrolam p ara cima. Os lóbulos são m enores e os en-
trenós m ais curtos que norm alm ente. A planta in teira é mais
ereta.
M ais tarde m anchas irregulares de côr cinzento-m arrom e até
m esm o bronzeadas aparecem (geralm ente prim eiro nas fôlbas
m édias) no tecido clorótico. Podem envolver até o brôto, caules
e pecíolos em casos graves.
O tecido afetado é côncavo e m orre logo. A s fôlhas se e n ro ­
lam inteiram ente. O s tubérculos são pequenos e leves.

C A F E E ÍT D
,(.132) E sta deficiência é mais comum em nossos cafèzais e geral­
m ente causa o m ais fo rte “ dieback” dos cafeeiros.
A prim eira indicação desta deficiência é dada pelo aspecto
geral dos pés no tem po da colheita. A pesar de os pés estarem
DEFICIÊNCIA DE ZINCO 201

ainda volum osos e não ap resen tarem galhos m ortos, observa-se


no lado noroeste das plantas um a clorose leve, enquanto o lado
sul continua norm al. A s partes m ais sêcas do solo dum cafèzal
são as prim eiras afetad as.

U m exam e cuidadoso sem pre revela o aparecim ento das pri- "Mancha
m eiras folhinhas pequenas com o desenho típico da deficiência
em z in c o : são cloróticas, m uitas vêzes com as m argens fo rte ­
m ente onduladas, a veia principal ainda de verde norm al, e
apresentam pontinhos cloróticos e depois necróticos, especial­
m ente nas m argens com a tão típica auréola am arela. P ode haver
um ataque secundário de bactérias do tecido necrótico, o que a u ­
m enta m uito as m anchas.
H á um a intensa desfolhação dos galhos de baixo para cima,
provocando a acentuação do efeito de “ ro setas” , nas pontas dos "Rosetas”
galhos. O s pontinhos necróticos das fôlhas m orrem , e m uitas
vêzes caem.

I' ig. 109 — \ s fô lh a s c lo r ó tic a s, com m a r g e n s fo r te m e n te o n d u la d a s, ex ib em a


clo ro se m a is in te n s a sem p re n a s p a r te s ex te r io r e s do lim bo, e n q u a n to as p a rtes
p r ó x im a s da v e ia p r in c ip a l, c o n serv a m p or m a is tem po a in d a um tom v erd e.
P o n tin h o s n e c r ó tic o s com um " h a lo ” form am -se n a s p a r te s c lo r ó tic a s .
202 DEFICIÊNCIA DE ZINCO

E n tre as rosetas e as fôlhas norm ais do pau velho aparecem


fôlhas anorm alm ente pequenas. O s entrenós são curtíssim os,
as vezes nada m ais que 10 a 12 m ilím etros apenas.
A ssim , o “ diehack" do pé é considerável. P ode m atar com pleta­
m ente o cafeeiro em dois anos. N ão m orrem som ente os brotos
novos, mas tam bém o pau velho. O volum e dos pés fica logo
m uito reduzido, a coroação é fraca, m esm o em relação ao volum e
reduzido. O cafèzal vai m orrendo.

manganês N ão é o fato de as raizes esbarrarem na rocha, mas sim. o


domina o esgotam ento do solo em elem entos raros, que acaba com os nossos
quadro
íenomeno- cafèzais. E quanto mais leve o solo. tanto mais depressa se
esgota. Como o zinco tem a qualidade de dom inar as deficiências
de cobre e m anganês no quadro fenom enológico, raram ente po­
demos observar outras deficiências além da de zinco e m anganês
associadas.
É preciso exam inar m uito bem o cafèzal para conseguir en ­
co n trar tam bém os sintom as da deficiência em cobre e boro.
M is tu r a d e
pu lv e ri z a ç ã o O “ diehack” dos nossos cafeeiros pode ser prevenido e rem e­
diado, com três pulverizações feitas com a seguinte m is tu ra :

ICO litros de água,


1 quilo de cal (com o n e u tra liz a d o r),
140 gram as de su lfato de cobre,
120 gram as de sulfato de m anganês.
120 gram as de sulfato de zinco,
60 gram as de bórax.

A conselha-se m isturar, prim eiro os elem entos raros com a


água, neutralizando-a em seguida com a cal extinta. Convém
rep etir esta pulverização.
U m a pulverização com esta m istura previne e ao mesmo tempo
rem edia as m anifestações fatais em nossos cafèzais. A vida
dum cafèzal depende tanto da profundidade, como da riqueza
do solo em elem entos raros.
P u lv er i za r de Q uando fôr necessário, pode-se pulverizar o cafèzal um a te r­
10 e m 10
s em a na s d u a s ceira vez. m ais ou m enos 10 a 12 sem anas depois da segunda
a três vezes
p o r an o. pulverização. A conselha-se nunca pulverizar antes de 10 se­
m anas depois da an terio r pulverização. N ão é conveniente a u ­
m entar a concentração do liquido, porque pode provocar, assim,
facilm ente efeitos tóxicos nas fôlhas.

B A N A N EIR A
(1 3 2 ) A deficiência m ais tem ida por todos os bananicultores é a de
zinco. M uitos bananais já tiveram de ser abandonados p o r causa
DEFICIÊNCIA DE ZINCO 203

Fisc. 1 1 0 — Cloros'p (ins fô llia s, q u e p ro g rid e


d .is p o n ta s e m a rg en s para d en tro . () tecid o
n e e r ó tie o so fr e um a d esco lo r a çã o p reta . As
p artos m ortas caem logo. A s fô lh a s cau sam
a im p ressã o de terem sid o m u ito r a sg a d a s.
Q u an d o está com eçan d o a cio rose, as fô lh a s
dobram da b a se para a p on ta. A s fô lh a s
m orrem d a s m a is v elh a s até as m a is n o v a s.
O broto, que n ão se abre. p erm a n ece a in d a
verde claro q u a n d o tôd as as fô lh a s já estão
m o rta s, file m orre da b ase e ponta p ara a
p a rte m éd ia .
F is . I l l — A b a n a n eira
m o rre d e b aixo p a ra cim a.
q u a n d o falta o zin co . M a n ­
ch as p reta s a p a recem n a s
f ô lh a s, ca u le s e tro n co s.
A s m a rg en s ex trem a s d a s
fô lh a s são b o rd a d a s dum a
fita v erm elh o -d o u ra d o . A s
fô lh a s são m u ito r a sg a d a s.
O h rôto n ô v o , a lta m e n te
clo ró tico , n ã o se ab re. A
sua p o n ta m orre logo de
in íc io .
DEFICIÊNCIA DIC ZINCO 205

desta deficiência que está devastando as cu ltu ras nacionais, es­


pecialm ente as feitas em solos leves e ácidos, de onde êsse ele­
m ento foi com pletam ente lavado.
Deve-se o b servar que a banana-m açã é a v ariedade mais su s­
cetível a esta deficiência.

As fô lh a s se
Os prim eiros sintom as são um a clorose leve entre as n ervuras, dobram
bem como um a fita verm elha, m uito estreita, nas m argens das
íôlhas mais velhas. N este ponto, as folhas dobram -se. Segue-se
então rapidam ente um a clorose m ais pronunciada, com a necrose
do tecido que assum e um a côr m arrom -escuro e até m esm o preta.
Q uando a clorose está com eçando, a ponta da fôlha m o rre em
poucos dias, sendo a área m orta sem pre b o rdada dum a fita estreita
dourada, de côr m uito viva. A parecem tam bém pontinhos dou­
rados no tecido clorótico. A s íôlhas atacadas são fortem ente ra s­
gadas porque o tecido colapsa depressa, não resistindo m ais ao
vento. A s p artes do tecido caem e neste estado dá-se sem pre um
ataque secundário fungiano. As fôlhas ficam cheias de pontinhos
Infecção
prêtos q ue provocam em poucas h oras a sua m orte total. As fôlhas f u n g ia n a
m ortas ficam pen d u rad as no pé. M anchas com descoloração
preta aparecem no tronco, enquanto os caules apresentam um a
côr rósea pronunciada. A fôlha m ais nova perm anece enrolada,
m orren d o tam bém , da ponta e base p ara a p arte m édia, quando
as dem ais p artes do pé já estão m ortas.
Não s o lt a m
A s bananeiras atacadas não soltam cacho m orrendo sem pre
em pouco tem po.
0 tronco cortado tran sv ersalm en te, apresen ta um as m anchas
m arron s, não m uito acentuadas.

"M al do
N os E. U. A. esta deficiência cham a-se “ brôto b ran co ” . E m P a n a m á ’"
nosso país tem nom es diferentes. H á quem equipare esta d e fi­
ciência ao “ M al do P a n a m á ” , porque seus sintom as foram des­
critos pela prim eira vez no Panam á. P orém , o ” Mal do P a n a m á ”
é um a doença fúngica. P ode ser que seja idêntica à deficiên­
cia em zinco, na qual tam bém os fungos realizam o últim o se r­
viço de destruição.

M istura de
U m a pulverização das ban an eiras deve ser feita com a seguinte p u lv e r iz a ç ã o
m is tu r a :
100 litros de água,
1,0 kg de cálcio hidratado.
140 gram as de su lfato de zinco
150 gram as de su lfa to de m anganês,
50 gram as de bórax.
206 DEFICIÊNCIA DE ZINCO

F ig . 113 Q u an d o falta o zinco 1 1 0 fu m o, as fô lh a s to rn a m -se u m p o u co cloró-


tic a s. M an ch as n e c r ó tic a s se d esen volvem no tecid o , sem p re b o rd a d a s dum a á rea
m a is escu ra , a fam osa au réola, c a r a cterística da d e fic iê n c ia em zin co .

A conselha-se esta m istu ra porque um a aplicação unilateral


íàeilm ente desequilibrará o balanço entre os dem ais elem entos
raros. Q uando se aduba a terra antes de plan tar as bananeiras,
to n \é m fazei prim eiro um a calagem de 800 k g /b a , podendo-se
depois d istrib u ir com a água da irrigação, em volta da cova. a
seguinte m is tu ra :
E E F IC IR X C IA Dl-: Z IX C O 207

M i s t u r a de
3 g de bórax, adubação
10 g de su lfato de zinco,
10 g de sulfato de m anganês,
15 g de sulfato de cobre.

Q uando os pés novos sofrem esta deficiência, o tronco assum e Em pés novos

um a descoloração preta, enquanto a casca se fendilha. A s fo­


lhas m orrem tão depressa que nem há tem po para se rasgarem .
O típico é, tam bém aqui, a fita d o u rad a nas beiras das áreas
necróticas. A s raízes ficam cheias de partes necróticas. N esta
deficiência é im portantíssim o cuidar de um a irrigação conve­
niente ou de um “ m ulch” , de 40 cm de a ltu ra em volta do pé, para
som brear o solo.

C A NA -D E-
V eja-se deficiência em m anganês. AÇÚCAR

FUMO
O típico nesta deficiência, é que sem pre as fôlhas inferiores 1100. 63)
perdem prim eiro a côr nas pontas e m argens. Som ente áreas
pequenas ostentam um a clorose m ais p ronunciada e são cercadas
pela auréola típica desta deficiência.

E stas áreas necróticas são sem pre convexas ou côncavas. Elas


ne cró ti ca s
se desenvolvem de m anchas aguadas, pardacentas, m ultiplicando- con ve x as
se rapidam ente. O tecido atacado en tra em colapso e m orre su ­
bitam ente e. assim , os estados an terio res m uitas vêzes não podem
ser mais observados. Às vêzes, não som ente as fôlhas inferiores
são atacadas. As veias finas, terciárias, inicialm ente não envol­
vidas nas áreas necróticas, logo entram em colapso tam bém .
G eralm ente o tecido m orto escurece, (fig . 113).

Infecção
E m geral, dá-se um a infecção secundária de bactérias, que c secundária
m uitas vêzes co n fu n d id a com a v erd ad eira causa do mal. O s
entrenó s são m uito curtos e por isso as fôlhas ficam m uito juntas.
As fôlhas são m uito grossas.
É preciso cuidado p ara não c o n fu n d ir êsses sintom as com os
da deficiência em potássio. M as a d iferen ça m ais pronunciada
é que no caso dum a deficiência em potássio as p rim eiras areas
que caem são as das m argens e das pontas das fôlhas. A s n e r­
vuras finas nunca são afetad as e o colapso em geral é m uito
mais lento do que na carência de zinco.
L A R A N JEIR A
E OUTROS
A deficiência em zinco é tão com um em tôdas as citricu ltu ras C IT R U S
(|iie pode ser designada com o deficiência habitual dos laranjais. Doença
francesa”
É geralm ente conhecida como “ doença fran cesa” ( “ fren ch in g ” ) . (30)
208 DEFICIÊNCIA DE ZINCO

l ig. 1 1 4 — Q u an d o fa lta o zin co, as fô lh a s são elo ró tica s, sen d o a n


cip a l a ú ltim a a feta d a . F ô lh a s p eq u e n a s a p a recem . Os e n tr e n ó s são
d esfo lh a çã o é in te n sa .

F itas irregulares de côr verde perm anecem nos lados dos


nervos piincipais e secundários, enquanto os demais tecidos se
tornam cloróticos.
Ê ste quadro é bem variável segundo o tem po e a gravidade da
deficiência. Podem existir som ente um as m anchas eloróticas
entre as n erv u ras ou pode a fôlha inteira ser clorótica, se bem
que conservando a base da n erv u ra principal não desbotada.
T am bém as m anchas atribuídas a falsa m elanose ou ferru g em
de ácaro tem p o r base a deficiência de Zn. Pode-se c u ra r com
um a única pulverização de 1 kg de sulfato de zinco por 100
litros de água (2 1 ).

F ô lh as
pequenas Folhas pequenas e entrenós curtos são fatos característicos.
e en t re n ó s
L m casos agudos, as fôlhas são m uito pequenas, com tendência
a assum ir um a posição bem ereta.
DEFICIÊNCIA DE ZINCO 209

Em casos m oderados, som ente as folhas novas são afetadas


e os sintom as aparecem apenas em alguns galhos da copa do pé,
geralm ente no lado da m aior insolação.

G uando a deficiência é mais grave, o lado noroeste do pé c tcr”'t" porte


inteiram ente afetad o . G alhos finos e eretos com fôlhas pequenas
e cloróticas dão à p lan ta um aspecto tufoso e clorótico. M ais
tard e o “ dieback" começa.
As fru ta s nas ram as afetad as ap resentam sintom as co rres­
pondentes à grav id ad e da deficiência. São pequenas com casca
m uito grossa, lisa e clara. A polpa é d u ra e sêca.

F ig . 115 — Os g a lh o s fic a m fo rte m e n te d esfolh ar!os q u a n d o há fa lta de zin co .


F ô lh a s p e q u e n a s su r g em , p caem logo. O e feito de “ r o s e t a s '", n a s p o n ta s dos
g a lh o s, é p r o e m in e n te na m a cieira .
210 DEFICIÊNCIA DE ZINCO
P rovocados
p el a san g ria G eralm ente os sintom as da deficiência em zinco dom inam os
de outras deficiências, como, por exem plo, a de m anganês, cobre
etc. O s sintom as podem ser provocados pela sangria forte do
pé (quando foram cortadas as raízes pela a ração ) pela falta de
m atéria orgânica ou por outras condições desfavoráveis às raízes,
como, por exem plo, solo m uito duro.
E stá provado que as deficiências em m agnésio e cobre baixam
a capacidade da árv o re em absorver o zinco. É conhecido que
a falta de cobre intensifica a falta de zinco. M uitas vêzes existe
bastante zinco no solo, mas é inaproveitável para a laran jeira
enquanto o cobre e m agnésio estiverem em deficit. P o r isso é
sem pre aconselhável corrig ir prim eiro essas deficiências, porque
m uitas vêzes a deficiência em zinco desaparece com essa cor­
reção.
O az ôt o agr ava
a c a rê n ci a e m Especialm ente nos casos em que um pé carente está rece­
bendo azoto — o que acelera o crescim ento — os sintom as nos
brotos novos podem ser m uito graves.

A deficiência aparece tanto em solos com pH elevado por


causa da ligação de zinco, como em solos ácidos por causa da
lavagem dos elem entos raros pela água pluvial. É aconselhável
pulverizar os pés com a seguinte m istu ra :

ICO litros de água,


1 quilo de cal.
120 gram as de sulfato de zinco.

E m solos ácidos, tam bém um a adubação com os elem entos que


faltam pode trazer resultados satisfatórios.

M A C IE IR A
(6 3 ) 1ambém nos pom ares a deficiência em zinco traz m uitos p re ­
juízos.
Especialm ente nas glebas arenosas, o zinco é m uitas vêzes
bastante deficiente, (fig . 115).

Rosetas
e fôlhas A s “ ro setas’" nas m acieiras, que aparecem no início da época
pequenas
chuvosa são bem características, como tam bém os galhos duros,
eretos, em cu jas pontas as fôlhas são pintadas. M uitas dessas
fôlhas não têm mais do que 3 cm de com prim ento e 0,8 cm de
largura. Com exceção dessas rosetas term inais, as ram as podem
ser com pletam ente desnudadas de fôlhas.
E m baixo das p artes afetadas brotam depois galhos com fôlhas
norm ais, as quais, m ais tarde, na época de desenvolvim ento se
to rn am tam bém pintadas e tortas.
DEFICIÊNCIA DE ZINCO 211
As f r u ta s são
A form ação de botões é seriam ente restrin g id a e as fru ta s que poucas e
vingam são geralm ente pequenas e deform adas. O s galhos com e­ pequenas

çam com o “ diehack” depois do prim eiro ano de afecção.


Em casos sérios, rosetas se form am nos galhos novos, depois
que êles atingem um com prim ento de um ou dois palm os. E ssas
fôlhas são pintadas, pequenas e d eform adas. O s galhos e ram os
afetado s p roduzem m uito poucas flôres. Bem em baixo das ram as
afetad as brotam , como já foi dito, galhos sãos.

Q uando foi estabelecido que m uitas variedades de íegum ino- LEGU-


M INO SAS
sas precisam de zinco p ara a form ação de sem ente, ficou bem (6 3 )
claro quanto elas necessitam dêsse elemento.
N a sua falta, prim eiro se desenvolvem m anchas pequenas,
m arrons, nas fôlhas inferiores, en tre as n ervuras. O tecido in-
tervenal to rna-se am arelo-claro, perm anecendo áreas verdes aos
lados das veias principais. A s m anchas m arro n s provocam a
m orte do tecido e m uitas vêzes as m argens e pontas das fôlhas
encrespam e perecem . A s fôlhas caem e são substituídas pelas
novas e sãs. ( Fig. 116, P ra n c h a 15).
As plantas são, porém , fracas e pequenas, e a a lfa fa às vêzes,
sofre um “ diehack” .

" B ro to b ran co ” é o nom e vulgar desta deficiência no milho. É M ILH O


" Br ot o b r a n c o " ’
um a ocorrência bem conhecida em m uitos m ilharais de m ono­ (1 3 )
cultura. Aí, o zinco se esgota com o uso unilateral da terra. G e­
ralm ente os brotos brancos aparecem poucas sem anas depois
da germ inação do milho. A s fôlhas m ais velhas nunca fo r­
m am perfeitam ente a sua clorofila, aparecendo entre as nerv u ras
linhas am arelas ou esbranquiçadas. M anchas pequenas, brancas,
de tecido inativo, desenvolvem -se logo nas fôlhas, as (piais p a r­
cialm ente m orrem .
A s fôlhas inferiores, que têm os pontos pessim am ente ra sg a ­
dos, m orrem , enquanto as superiores são de tecido acentuada-
m ente esbranquiçado. O s en tren ó s são m ais curtos. O brôto
é branco, não se abre e o pé acom etido nunca solta flor.

Form am -se poucos botões. O s fru to s são pequenos e dis­ PESSE-


G U E IR O
form es, sem valor com ercial. A s rosetas de fôlhas pequenas, (2 2 8 )
nas pon tas dos galhos des folhados, são proem inentes, (fig. 118).

E specialm ente os tom ateiros cultivados em solos ricos em TO M A T EIR O


(6 3 )
hum o são facilm ente acom etidos por esta doença. A s fôlhas in­
feriores — anorm alm en te pequenas — ap resentam pontinhos
necróticos, enquanto o tecido en tre as n e rv u ra s desbota. M o r­
rem m uito depressa as fôlhas afetad as, m as brotam novas fôlhas.
O fato grave desta deficiência é que ela a fe ta a form ação de
flôres, to rn an d o -a m uito reduzida.
212 DEFICIÊNCIA DE ZINCO

F ig . 1 1 8 Os galh os, fo rtem e n te d esfo lh a d o s. a p resen ta m um “ d iebaek"’ c o n s id e ­


rá vel. F ô lh a s p eq u e n a s a p arecem esp o n ta n ea m e n te , en q u a n to os e n tr e n ó s c u r t ís s i­
m os p rovocam o efeito de ro seta s. A s fô lh a s são m u ito c lo ró tica s, com m a rg en s
o n d u la d a s e a n erv u ra p r in c ip a l ain d a v erd e.

TR(Ii 3 2 ) fôlhas inferiores apresentam m anchas aguadas, um tanto cin­


zentas, causando a m orte rápida do tecido afetado. E nquanto as
E s p ig a b r a n c a fôlhas m orrem , o trigo espiga depressa, produzindo espigas
brancas, m uitas vêzes com a falta de um a parte das panículas
ou de tôdas estas. A s arestas são moles, to rtas e deform adas.
Êsse trigo nunca chega a florescer.
DEFICIÊNCIA DE ZINCO 213

Como as “ espigas b ran cas” são m uito com uns em nossos trigais,
já fo ram consideradas como inevitáveis, e às vêzes mesmo como
um a peculiaridade do trig o brasileiro. A ssim não é, porém , tr a ­
tando-se som ente da falta de zinco.
A crescentando-se 12 k g /h a de su lfato de zinco na m istu ra de
fertilizantes, não som ente as espigas brancas desaparecerão m as
tam bém as espigas serão m aiores e as sem entes mais g raúdas.

CHUCHU
U m a das plantas m ais sensíveis a esta deficiência é o ( S e c h iu m
chuchu. A s suas folhas ficam extrem am en te pintadas, e ap re­ edu le)
(1 3 2 )
sentam som ente aos lados das n erv u ras um pouco de clorofila.
A reas necróticas irreg u lares espalham -se rapidam ente por tôda a
fôlha. A s folhas ficam um pouco crespas, fu rad as e caem
logo. A deficiência pode ser tão g ran d e que o pé m orre dentro
de poucos dias.

I’ <i p I n a o p o s t (I :
Tripo

1 19 — /I« fôlha-» ma in v e l h a s f i c a m u m p o u c o m a n c h a d a s , cam á r e a s d o r ót i c a * am t a n t o apuado.s


e mor re m, lopo. 4 » ex p i p a s n a s c e m m a i s ce do , m as sã o i n te ir a m e n t e b r a n c a s , m u i t a s d e f o r m a d a s .
E stas e s p ig a s s ã o com pletam ente es té re is . .1 s s u a s pontas são perulm ente deform adas. E stas são
a s m a n i f e s t a ç õ e s da r /e f ic iê n ci a d e z in c o no tr ip a
FERRO
D E F IC IÊ N C IA

O fe rro é uni dos elem entos indispensáveis à sintetização da


clorofila, em bora não tom e p a rte na molécula clorofílica.
A p esar de te r sido a clorose provocada pela deficiência em A clorose
clássica
fe rro a p rim eira a ser conhecida, raram en te o ferro é deficiente
em nossas culturas, enquanto os solos possuírem ainda m atéria
orgânica.
A s árvores fru tífe ra s, tôdas as cu ltu ras calcífugas, pinheiros
etc., são m uito suscetíveis a esta deficiência, quando escasso o
humo.

A clorose g eralm ente não ocorre por fa lta r efetivam ente o O ferro n ão
falta, m as é
fe rro no solo, m as porque êle se acha ligado em com plexos ina- ligado
proveitáveis para os vegetais. A ssim , só as fo rm as orgânicas de
ferro divalente são aproveitáveis pelo vegetal, enquanto tam bém
as trivalentes e inorgânicas possam ser absorvidas pelas plantas.
U m a adubação fo rte em cálcio ou fosfato, a deficiência em po­
tássio, ou g ran d es q u antidades de zinco, cobre ou m anganês po­
dem provocar facilm ente esta clorose, causada pela falta de ferro .
(31, 179).

G eralm ente, as plantas são capazes de abso rv er mesmo essas O ferro


assim ilável
ligações insolúveis de ferro, m as não podem usá-las no m etabo­
inap ro v eitáv el
lismo celular. A dificuldade consiste então não na im possibili­
dade de a planta ab so rv er o ferro do solo m as na im possibilidade
de aproveitá-lo.
P o r isso, a clorose causada pelo desequilíbrio em ferro, só
m uito dificilm ente pode ser rem ediada, com o ferro perm anecendo
imóvel den tro da planta.
O sintom a dom inante é sem pre a clorose pronunciada das fo ­
lhas m ais novas do brôto que desbotam fortem ente, tom ando,
às vêzes, um a cor esbranquiçada. A s n erv u ras perm anecem , ainda,
por m uito tem po, verdes. O característico desta deficiência é
que as fôlhas não apresentam nem m anchas necróticas (com
exceção de casos m uito sério s) nem queda de tecido. Som ente
as folhas pró x im as ao ápice exibem um a clorose pintada, por
cansa das n erv u ras verdes.
216 DEFICIÊNCIA DE FERRO
ABACAXI
( A nanas
O brôto apical é clorótico, ostentando um a côr am arela-pá-
s a tiv u s ) lida até branco-am arelado. A ponta da fôlha m orre.
(7 8 )
Se p e rd u ra r a deficiência por m uito tem po podem aparecer
tam bém m anchas p ardacentas nas folhas próxim as ao brôto.

ARROZ
É bem conhecido que o arroz é um a planta que precisa de
bastante elem entos raros para o seu desenvolvim ento norm al.
Especialm ente o ferro, o m anganês e o zinco são elem entos
que êle não pode dispensar na dieta.

O arroz é N ão se conhece cereal algum tão intolerante à deficiência


m u ito exigente
em ferro dêste m etal como o arro z da m ontanha. G eralm ente os solos ácidos
têm bastan te ferro disponível, e principalm ente nas te rra s m ais pe­
sadas e verm elhas se acham suficientes quantidades dêsse metal em
form as aproveitáveis, caso contenham suficiente m atéria o rg â­
nica. P orém em solos leves, de côr branca ou preta, êle pode
fa lta r efetivam ente. E m solos leves, além disso, a deficiência
em ferro é facilm ente provocada pela adubação fosfatada, p o r­
que aí o equilíbrio é m uito delicado. De outro lado, pode acon­
tecer que g randes quantidades de outros m etais, como o cobalto,
zinco, m anganês, etc., sejam m obilizados nesses solos, surgindo
a im possibilidade de aproveitam ento do ferro.

C lorose G eralm ente encontram os em nossas culturas a clorose de ferro,


provocada
p e lo calcário provocada pela sobrecalagem. A s fôlhas contêm , então, bastante
ferro, m as não ferro solúvel que possa atu ar na form ação
da clorofila. N o caso do arroz, esta form a de clorose provocada
pelo calcário dispensa cogitação.
N o arroz, às vêzes, a clorose pela deficiência em ferro é cau­
sada pela igual deficiência em potássio, o poderoso solubilizador
de m uitos elem entos. N a clorose do ferro, tôda a parte superior
do arro z apresenta-se am arelo-claro sem m ancha nenhum a.

B A T A T IN H A Como as deficiências em zinco, boro e m anganês, esta defici­


(6 3 )
ência encontra-se com freqüência em solos neutros ou alcalinos,
m as aparece tam bém depois de um a calagem fo rte em solos
"C álcio-clorose” ácidos. E sta clorose tem por isso a denom inação de "cálcio-clo­
ro se” pois é provocada pelo excesso de cálcio.

P rim eiro, as fôlhas mais novas desbotam m oderadam ente. A s


pontas e m argens perm anecem ainda verdes. Com o tempo, de­
saparece não som ente o pigm ento verde, mas tam bém o am arelo
e as fôlhas tornam -se am arelo-claro e até mesmo brancas. O
tecido clorótico curva-se p ara cima.
A redução da sa fra é considerável.
DEFICIÊNCIA DE FERRO 217

A s folhas apicais dos galhos m o stram um a clorose pronunciada C A FEE IR O


(1 3 2 )
entre as nerv u ras. Com o tem po, estas fôlhas podem ficar quase
brancas, ainda com as n erv u ras esverdeadas. (1 3 2 ).

A parecem estrias cloróticas paralelas às n erv u ras. A s fôlhas C A N A -D E -


ACÜCAR
apicais poclem ficar com pletam ente brancas, exceto na su p er­ (1 0 5 , 132,
134)
fície in fe rio r das n e rv u ra s (1 0 5 ). É m uito característico as veias
de verde escuro en tre o tecido branco-am arelado, cobrindo o com ­
prim ento total das folhas novas. E n q u a n to as fôlhas novas se
tornam brancas, as m édias são estriad as e as velhas perm anecem
com a sua cór verde, m uito viva. (1 3 4 ).

A clorose, pela deficiência em ferro, m anifesta-se prim eiro FUM O


(1 0 6 )
nas fôlhas apicais que assum em um a cór am arelada bem regular,
que depois se em branquece, enquanto as n erv u ras perm anecem
ainda verdes. O característico é que as fôlhas afetadas não
apresentam m anchas necróticas nenhum a, nem queda de tecidos.
O ápice pode-se to rn a r quase branco, enquanto as fôlhas velhas
perm anecem verdes.

N as laran jeiras, a deficiência em ferro não é ra ra e constitui, LA R A N JE IR A


E OUTROS
em certos solos, problem a sério, especialm ente nos calcários. (6 3 , 170,
69)
As fôlhas novas das pontas term inais dos galhos apresentam
um a clorose regular, coin um a rêcle de n erv u ras finas e verdes.
U m a pulverização provoca um a reação im ediata nas fôlhas, que
apresentam logo m anchinhas verdes, nos lugares onde o líquido
as atingiu. (F ig . 121, P ra n c h a 14).
E m casos g raves, as fôlhas apicais to rn am -se totalm ente am a­
relas até ala ra n ja d as. E stas são m uito finas. Podem aparecer
m esm o áreas necróticas. N este ponto as fôlhas term inais caem.
O s fru to s são poucos, pequenos, duros e com casca ásp era de
cór clara. (6 9 ).

LEGU­
Especialm ente a so ja está sujeita, às vêzes à deficiência em M IN O S A S
ferro, quando o solo h a ja recebido um a sobrecalagem . N otam os (6 3 ),

um a relação estreita en tre a deficiência de fe rro e a de m anganês,


am bos elem entos altam ente necessários para a form ação da clo­
rofila. Q u an d o o fe rro falta, quase infalivelm ente se desen­
volve um a intoxicação pelo m anganês. Em casos de toxicidade
devida ao ferro , um a aplicação de m anganês equilibra o balanço
dêsses elem entos. Q uase tôdas as legum inosas perdem as suas
fôlhas e botões quando deficientes em Ee.
218 DEFICIÊNCIA DE FERRO

F ig . 1 2 0 — 1 — A clorose p rovocad a pela falta de ferr o é m u ito sem elh a n te à


q u e r e su lta da d e fic iê n c ia em m a n g a n ê s, com a d ifer en ça de se lim ita r às fô lh a s
su p er io re s e de n ão a p arecerem m a n ch a s n e c r ó tic a s . E la com eça no m eio do
lim bo, e p ro g rid e p ara a p on ta, b a se e m argem d a s fô lh a s. 2 — C lorose p ro v o ca d a
pela c a r ê n c ia de m a n g a n ê s.

Soja
(6 3 ) A s fôlhas superiores am arelecem e se enrolam um pouco.
Com o tempo, tôdas as fôlhas novas e tam bém as nervuras
tornam -se brancas.
N um erosos pontinhos necróticos — atribuídos à toxidez do
m anganês — aparecem logo nas m argens das fôlhas. N este es­
tado, as plantas não se recuperam mais com a pulverização.

A m en d o im
O am endoim é tam bém bastante suscetível a esta deficiência,
ao passo que a a lfa fa se m ostra m uito tolerante a ela.
Solução 1 % Como é m uito difícil d istinguir de inicio entre a deficiência
d e sulfato
de ferro em ferro e em m anganês, aconselha-se pulverizar um a planta
DEFICIÊNCIA DF FERRO 210

afe tad a com um a solução de 1 °/c de su lfato de ferro e o u tra


com um a solução de 2 °/( de su lfato de m anganês. A recuperação
de um a dessas plantas indica qual é a deficiência reinante.

As fôlhas term inais dos galhos desbotam até um verde quase MACIEIRA
(1P1. 167)
branco e caem. As vêzes, os brotos secam. A s fru tas têm partes
intensam ente coloridas, enquanto o fundo é pálido. (1 6 7 ).

A s fôlhas m ais novas apresentam -se vivam ente estriadas, M IL H O


(123B. 134)
sendo as n erv u ras de v erde escuro enquanto o tecido é de um
am arelo-esbranquiçado. E n q u an to os brotos desbotam para b ra n ­
co, as fôlhas m édias são estriad as e as velhas sem pre conservam
a sua côr verde. (1 3 4 ).

A s fôlhas apicais são com pletam ente am areladas até brancas. PE S S E -


G U E IR O
O tecido se decom põe. As fôlhas novas são as prim eiras que (188 1

caem. (95, 9 8 ).

Como a solubilidade do fe rro depende da reação do solo. é T G M A T E IR iO


(6 3 )
preciso ter sem pre êsse fato em consideração. P o r isso aplican­
do-se um a calagem , é m uito aconselhável d istrib u ir ao m esm o
tem po um a adubação org ân ica que tem a capacidade de m an ter
disponível o ferro do solo. E specialm ente na h o rticu ltu ra, a de­ O humo
m a n té m solúvel
ficiência em ferro aparece freqü en tem en te, porque o costum e de o ferro em
solos com
aplicar cálcio ou fó sfo ro é m uito comum. calagem
A deficiência em fe rro sem pre se m an ifesta pelo desenvolvi­
m ento de fôlhas cloróticas com n e rv u ra s verdes, na p arte supe­
rio r da planta.
N o tom ateiro a clorose g eralm ente aparece com um pouco de
necrose, o que provoca a form ação de fôlhas pequenas. Como
o ferro existe em gran d es q uantidades nas fôlhas de diversas
v erd u ras, um a q u eb ra considerável do rendim ento pode ocorrer
quando êle é deficiente.

A s fôlhas apicais do ram o são cloróticas, m ostrando o quadro V ID E IR A


(55)
característico das veias verdes. A s uvas são pequenas, d u ras e
os cachos são ra ro s devido ao inm ed’do crescim ento dos ram os
novos.
MOLIBDÊNIO
D E F IC I Ê N C IA
Para a redução
dos nitratos R econheceu-se que o m olibdênio é elem ento necessário p a ra
o desenvolvim ento vegetal ( 8 ) . A s plantas podem ex istir per-
perfeitam ente, porém , sem êsse m etal, caso o azôto seja fornecido
em form a de am ônio. P lan tas crescidas em am biente carente de
m olibdênio acum ulam (1 6 7 ) o n itrato no seu tecido, sem poder
aproveitá-lo. O m olibdênio constitui fato r indispensável na en ­
zima que reduz os nitratos.
Possibilita
a fixação d e De outro lado, as legum inosas não são capazes cie fixar azôto
atm osférico
atm osférico na ausência de m olibdênio, e até hoje não conhece­
mos ainda um organism o que possa fix a r o azoto atm osférico
sem m olibdênio ( 2 ) . E m terras bastante ácidas, as legum inosas
só podem sei produzidas com sucesso, se fo r aplicado um a q u an ­
tidade de 0.1 até 2 k g /h a de m olibdato de am ônio ou m olibdato
de sódio, ou um a calagem boa para co rrig ir o p H . N as h o rta ­
liças, trata-se as m udas com 12 g de m olibdato de sódio por
100 m- ou recorre-se ao tratam en to da sem ente com um a solução
de 0,02% de m olibdato de sódio. U m a adubação de m olibdato de
sódio no sulco com a sem ente na base de 0,1 a 0,2 k g /h a ou um a
adubação da área com 0,5 a 1 k g /h a (m áxim o 2,5 k g /h a ) de m o­
libdato de sódio. E m m aiores quantidades é venenoso para os
anim ais.
CO U V E-FLO R
(92) E m solos tu rfo so s, esta deficiência acontece com facilidade.
É ligada a te rra s ácidas. Desenvolvem -se fôlhas com pridas, alon­
gadas, de contorno irreg u lar, esbranquiçadas com nerv u ras sa ­
lientes. Conhece-se na A m érica do N orte esta deficiência como
w hiptail . A m esm a se combate pela pulverização com 1,5 g
de m olibdato de sódio dissolvidos em 15 litros de água. o que
é suficiente para 1.500 m udas. O replantio deve ser efetuado
som ente 3 sem anas após a pulverização. (9 2 ).
LARANJEIRA
(165) A s fôlhas da base do galho tornam -se m osqueadas de m anchas
am arelas. A face in fe rio r do limbo foliar excreta um a goma
m uito típica a esta deficiência. O desfolham ento do pé, em casos
graves, pode ser severo. N ota-se que aqui a queda das fôlhas
começa na base dos galhos dq ano em curso. N os E. U . A ., esta
deficiência cham a-se “ yelloxv spot" isto é, m ancha am arela. (1 6 5 ).
DEFICIÊNCIA DE MOLIBDÊNIO 221
LEGU­
E specialm ente as legum inosas têm m u ita necessidade de um M IN O S A S
abastecim ento adequado em m olibdênio, porque precisam clêsse (117)
estim ulador das bactérias fixadoras de azôto atm osférico. E s ­
pecialm ente em solos com teo r alto em fe rro , como os lateritos D eficiência
em lateritos
e te rra s roxas, a falta de m olibdênio pode ser bastante p ro n u n ­ e terras roxas
ciada. M as, m esm o assim , 55 g ram as de oxido de m olibdênio
podem ser b astan tes p ara su p rir a deficiência de um hectare de
legum inosas.
E stá provado que quase tôdas as legum inosas reagem fav o ­
ravelm ente nesses solos a um a aplicação dêsse elem ento, fixando
m ais azôto e por isso p roduzindo m ais proteínas. É aconselhável,
porém , não aplicar êsse m etal se não n o tar um a deficiência p ro ­
nunciada, porque um excesso de m olibdênio é tóxico para o
gado e o utros anim ais dom ésticos.

Pig. 122 — As fôlhas, nas plantinhns novas, são crespas, ostentando uma clorose
moderada. As nervuras permanecem verdes e as margens dos lóbulos enrolam-so
para cima.
222 DEFICIÊNCIA DE MOLIBDÊNIO
É c o m o se
faltasse azôto G eralm ente êsses sintom as de deficiência são os m esm os de
um baixo nível azótico, som ente as folhas apresentam -se m uito
m osqueadas.
T O M A T E IR O
(6 3 ) N as p lantinhas novas as fôlhas in feriores começam a osten­
ta r um a cio rose com as veias principais e secundárias ainda de um
verde-claro e um encrespam ento m oderado, enquanto as m argens
dos lóbulos enrolam -se p a ra cima. N o estado final, as pontas e
m argens dos lóbulos m o rrem ; as fôlhas recém -desenvolvidas
são, a pi incípio, norm ais, m as logo apresentam tam bém aspecto
clorótico.
G eralm ente em terras b arren tas provenientes de "serp e n tin a",
esta deficiência ocorre com m uita facilidade.

A influência do m olibdênio sóbre o crescim ento das culturas


é nulo em te rra s pobres em cálcio e fósforo. Q uanto mais fó s­
foro a disposição da plan ta tanto m aior o efeito de uma aduba-
ção com molibdênio.
CONCLUSÃO
Sabem os p erfe ita m en te que um a g ran d e p arte das plantas de
cu ltura não foi tra ta d a neste livro. N ão é possível tra ta r de tôdas
elas neste m olde lim itado. M as escolhem os sem pre as plantas
m ais im p o rtan tes e m ais características para o estudo das d e fi­
ciências a que estão sujeitas.

O rd em segundo
R elacionam os as m anifestações de deficiência nu tritiv as nas os elem entos
plantas segundo os elem entos, p a ra facilitar a observação da
sem elhança visível en tre as diversas m anifestações de carências
nas dem ais plantas. P ro cu ram o s sem pre escolher as plantas mais
opostas nas suas m anifestações de carências, de modo que não
será difícil qualificar as deficiências de cu lturas, não tra tad a s
aqui, segundo os exem plos.

Sabe-se agora, p o r exem plo, quais os elem entos que m anifes­ M anifestações
da clorose
tam prim eiro a sua deficiência nas p artes superiores e quais nas
p artes in ferio res, m ais velhas da planta. Sabe-se, por exem plo,
que, nos casos da falta de potássio ou m agnésio, a clorose está
com eçando nas m argens e pontas das fôlhas, m uitas vêzes sem
atin g ir a base destas, enquanto na falta do boro ela começa na
base, p ro g red in d o p a ra a ponta foliar e que a deficiência de
ferro ataca prim eiro o centro do limbo.
São conhecidas as deficiências que proporcionam um a clorose
geral — com o a do nitrogênio, a do zinco, a do e n x o fre, etc. —
que se m an ifestam pela clorose do tecido, e esta onde as n e r­
vuras perm anecem até o fim verdes, como no caso do m anganês,
no do m agnésio e no do ferro.

T odos conhecem bem o fenôm eno da desfolhação, isto é, da M an ifestaçõ es


da desfolhação
queda das fôlhas cloróticas — como nos casos do m anganês,
zinco, m agnésio e potássio — ou da queda das fôlhas sem prévia
descoloração, como no caso de boro, cálcio e, às vêzes, do cobre.

— E xnlicam os a m orte do brôto, como no caso da deficiência M orte da gem a


apical
em boro ou cálcio, ou do su p erb ro tam en to e varas de ág u a — S u perbrota­
m ento
o que se dá quando o boro ou cobre faltam na dieta.
224 PLANTA TESTE

V a lo r da tabela
e squem ática
A tabela esquem ática das deficiências a ju d a rá m uito a desco­
b rir com facilidade o que não foi explicado neste livro. U m a
vez que se tenha a noção da natureza da carência em foco, bas­
ta rá ler com atenção tôdas as m anifestações dessa carência, ve­
rificando o que prevalece no caso particular.
P od ia ser am pliada a relação das cu ltu ras de que tratam os, m as
não é necessário fazê-lo, porque cada lavrador que queira saber
o que está faltando na sua lavoura poderá consegui-lo facilm ente,
desde que conheça bem as experiências contidas neste livro.
A ssim , nunca lhe será difícil a p u ra r qual a deficiência em
questão.
Planta teste
L 111 m étodo sim ples é p lantar em tôdas as lavouras — de
vez em quando — um a planta teste, como um pessegueiro ou
um pé de fum o.
O pessegueiro nôvo, especialm ente, é a m elhor planta teste para
as deficiências em potássio, nitrogênio, fósforo, cálcio, zinco e
m agnésio. O rubim ( L eo mt ru s sib.), planta que encontra-se em
tôdas as beiradas de estradas e cam inhos, é teste excelente p ara
o m anganês, enquanto a m andioca deve servir para reconhecer
a falta de boro. O fum o é ótim o teste p ara as deficiências em
boro, cobre, potássio, nitrogênio, cálcio, m agnésio, m anganês,
e n x o fre e zinco.
O pessegueiro é m uito im portante porque indica as deficiências
antes de as lavouras serem plantadas. O fum o serve especial­
m ente para identificar nas lavouras em pé a deficiência reinante.
O m elhor teste para a falta de fósforo seria a cana da variedade
C O 290, que, com 2 meses de idade, apresenta pronunciada pig­
m entação p u rp ú rea nas fôlhas, quando há carência de fósforo.

Com a ju d a dessas plantas-testes o lavrador pode facilm ente


saber qual deficiência que está se desenvolvendo, o que está
faltando no seu campo e com o que deve ser êle adubado.
O lavrador que não quer se ver na im possibilidade de des­
vendar um a deficiência desconhecida, planta essas plantas-testes
e, tendo aprendido o diagnóstico visual das suas fôlhas, pode, por
êsse meio, tudo com preender, como acontece com aqueles que
conhecem perfeitam ente a “ língua” de tôdas as plantas.
E stam os, por isso, certos de que êste livro a ju d a rá aos nossos
lavradores a estabelecer um a nova agricultura, que será sadia,
estável e lucrativa.
CONTROLE O SEU DIAGNÓSTICO
Sem pre su rg irão d úvidas sobre se o diagnóstico feito no cam ­
po estará certo, ou se terá sido co n fu n d id a um a deficiência com
algum a outra.
Daí a necessidade do auxilio das seguintes noções:

P rovocadas pela sêca prolongada são sem pre as deficiências e m : Sêca

boro, zinco, ferro , m anganês, cobre, en x o fre, nitrogênio.

P ro vocadas pelo excesso de um idade são as deficiências em : Chuva

potássio, m agnésio, fósforo, cálcio.


E m época fria, deficiências em : nitrogênio e potásio.

E xcessiv a queda das f ô lh a s : N o tem po da florescência — Queda das


fôlhas
f a lta : potássio. Cedo no outono, 0 11 depois de um tem po chuvoso
— f a l t a : m agnésio.

As f lô r e s : E orm ação de botões m uito escassa ou nula, defici­ As flores

ência em : boro, cobre, nitrogênio, zinco, m anganês, fósforo.


(Q u an d o há falta p erm anente dêstes elem entos) : Q uando isto
acontece, sobretudo em plantas anorm alm ente altas — f a l t a :
cálcio.

O s botões tornam -se cloróticos e caem — fa lta : nitrogênio, Caem os b o t õ e s

boro ou ferro . (Q u a n d o a deficiência surge m ais tarde, na


época).
O s botões apodrecem nas p o n ta s : falta de cálcio.

A s flôres m urcham , sem fo rm a r fru ta s — fa lta : potássio ou Caem as flôres

cálcio.

(E m épocas d esfavoráveis d u ra n te a flo re sc ên c ia).

A s fru ta s caem — quan d o ain d a pequeninas, apresentando Caem as frutas

coloração escura — f a l t a : boro.

M ais ou m enos no fim do segundo e do terceiro mês — fa lta :


cobre. A ntes de am ad u recer — f a lt a : fósforo ou potássio.
226 C O X T k O E E D O D IA G X Ó S T IO O

A deficiência a p a re c e :

X as p lan tin h as n o v a s : no ápice, e n x o fre ou nas fôlhas velhas,


m olibdênio. — E m certas c u ltu r a s : como m u rch a dos caules,
cálcio.
X a época da flo re sc ê n c ia : cálcio, potássio.
D epois da queda das p é ta la s: fósforo, boro.
Som ente em fôlhas m ad u ras, m ais tarde. na é p o c a : m agnésio.
RESUMO DA ACÃO RECÍPROCA DOS
ELEMENTOS
É im p ortantíssim o conhecer as ações recíprocas dos ele­
m entos, porque sem isso se to rn a difícil com bater um a d e fi­
ciência.
Sem êsse conhecim ento, raram en te um a adubação te rá êxito
esperado e, m uitas vezes, p re ju d ic a rá as cu lturas.

N IT R O G Ê N I O

I. O deficit em nitrogênio é m uitas vêzes provocado pela


ausência de m olibdênio ou m anganês. P ode ser tam bém asso­
ciado à falta de enxofre.
a ) Q uando falta m anganês, unia adubação azotada pode p ro ­
vocar sintom as distintos da carência de nitrogênio. A s plantas
arm azenam os n itra to s em gran d e escala, sem poder aproveitá-
los. O m anganês h abilita as plantas a aproveitarem o azôto em
form a de am ônio.
b ) Q u an d o há carência de m olibdênio, as plantas perdem
a sua capacidade de conv erter n itrato s em am inoácidos e p ro ­
te ín a ^ T am bém neste caso, os sintom as da deficiência em azôto
são geralm ente provocados pela adubação com azoto nitratado.
II. U m excesso de n itrogênio provoca sem pre a deficiência
em cobre, zinco e m anganês.

FÓSFO RO

I. \ deficiência dêste elem ento é m uito ligada às de m ag­


nésio e potássio. E specialm ente quando falta o m agnésio, a d e­
ficiência em fó sfo ro é m uito pronunciada. Pelo excesso de cal
e m icro n u trien tes, o fó sfo ro to rn a-se inaprovcitável.
II. U m a adubação excessiva em fó sfo ro provoca, infalivel­
m ente, intensa clorose. p o r causa do deficit de ferro.
IIP Cloro (d e KC1) dificulta a absorção de P.
IX'. P o ro facilita a assim ilação de P.
228 A Ç Ã O R E C IP R O C A D O S E L E M E N T O S

P O T Á S S IO

I. U m deficit de potássio no solo g eralm ente p ro v o ca:


a ) A igual deficiência em : fósforo, ferro , boro. E com o
o boro é estreitam en te ligado ao cobre, tam bém aparece a ca rên ­
cia de cobre. A ligação dêste elem ento provoca p o r sua vez a
insolubilidade de zinco e m anganês.
b ) D e o u tro lado, resu lta disso um excesso fictício de m ag­
nésio, cálcio, e a ação p reju d icial dêsses dois elem entos.

C Á L C IO

T. U m deficit em cálcio provoca a ação tóxica de m agnésio e


boro. e m uitas vêzes tam bém a resu ltan te do zinco e do m anganês.
II. U m a ca lagern fo rte causa sem pre deficiência p ro n u n ­
ciada em m agnésio, boro, m anganês, zinco, ferro.

M A G N É S IO

I. U m deficit dêste elem ento sem pre a g rav a a deficiência


em fó sfo ro e provoca tan to as de zinco e m anganês, como m uitas
vêzes tam bém a de ferro .
II. U m a adubação forte em m agnésio causa o d eficit relativo
de cálcio e potássio.

FERRO

liste é o elem ento m ais sensível e m uito facilm ente desenquib'-


brável. A sua deficiência pode se r provocada tan to pela falta de
potássio, como pela concentração em m anganês, zinco, cobre, co­
balto e cálcio. 1 am bém u m a dada forte de fó sfo ro provoca a
deficiência de ferro.

BORO

L n co n tra-se num balanço m uito delicado com o cálcio.


I. G eralm ente a deficiência em boro provoca tam bém a de
cálcio.
II. P o r outro lado, um a calagem forte causa o deficit de boro.

COBRE

I. A deficiência de cobre provoca igual deficiência de zinco.


II. U m excesso de cobre provoca a deficiência de ferro.
I I I . É desequilibrado p o r um excesso de nitrogênio ou mat.
orgânica.
A Ç Ã O R E C IP R O C A D O S E L E M E N T O S 229

M ANGANÊS

I. A falta dêste elem ento provoca as deficiências de n itro ­


gênio e zinco.
II. U m excesso de m anganês determ ina a falta de ferro.

Êste resum o foi feito p ara lem brar q ue a deficiência, como


tam bém m uitas vêzes o excesso de um m ineral, é um fato r bem
relativo. E m m uitos casos não se tra ta dum a deficiência efetiva,
m as som ente dum a deficiência relativa, provocada.
CONSIDERAÇÕES FIN A IS
Sabem os já m uito sobre o m etabolism o das plantas, m as
ain d a há nesse fenôm eno d iferen tes fatores cujo m odo de ação
não podem os explicar.

E tilen o
A ssim acontece, por exem plo, com o fato de um a adubação com
etileno au m e n ta r o rendim ento das batatinhas, batata-doce, m an ­
dioca, etc. em 70% e a coroação do trifó lio em 100%.
H orm ô n io s
Sabem os m uito acerca dos cham ados fito-honnônios. T êm -se
realizado com êles experiências com m uito êxito, m as não pode­
m os ain d a explicar p erfe ita m en te sua atuação.
As plantas e
os elem en to s Infelizm en te, p o r m uito tem po, o hom em se ju lgou tão sup erio r
m enores
a tudo que, sabendo que as plantas contêm , por exem plo, ele­
m entos m enores, não chegou à conclusão de que estas precisam
dêles p ara o seu p ró p rio m etabolism o e, de que não arm azenam
tais elem entos p ara beneficiar o hom em e o seu gado. F oi tard e,
quase ta rd e dem ais, que êle verificou isso.
Da m esm a m aneira, o hom em aproveitava as vitam inas, sem
consid erar que a p ró p ria planta tam bém necessitava delas, pois
se assim não íôsse não as produziria.
" A u x in a '’
K O E G E R , de U tre c h t, provou que os cereais em germ inação
em item um órgão, o “ coleoptite” , que produz o horm ônio “ a u x in a ”
com pletam ente indispensável p ara o seu crescim ento. O uím i-
cam ente puro, a “ a u x in a ” é incom paravelm ente m ais fo rte do que
os horm ônios hum anos. A p e sa r disso, 10 bilhões de plantinhas
de m ilho contêm som ente 1 g ram a dêsse horm ônio.
A “ a u x in a ” som ente p resente nos germ es e no m eristem a, p re ­
cisa, p ara a sua form ação, de boro e cálcio. Se bem que êsses
elem entos só sejam necessários em quantidades infin itam en te
m ínim as, fa lta tam bém a “ aux in a ’, o que parece inconcebível,
dada a aparen te insignificância dêsses traços m ínim os.

Vitam ina C
V itam ina B E stam os cientes de que a form ação da vitam ina C está estre ita ­
m ente ligada à presença de boro e cobre, que a vitam ina B e
e seu com plexo não podem ser produzidos quando falta o m ag-
FATORES DE PRODUÇÃO 231
nésio. XT m esm a ordem de idéias, lem bram os tam bém que sem
m agnésio e vitam ina B, as folhas, como a pele hum ana, se en­
rugam .

Sabem os que sem m anganês, zinco, boro, cobre e ferro não há Cobre, M n,
Z n , B, F e
respiração, nem nas plantas nem nos anim ais, ou 1 1 0 h o m e m ;
sabemos que sem cálcio aparecem m uitas anom alias, tanto na C álcio
planta, nos anim ais e no hom em , como intoxicações nas plantas,
nervosism o e raquitism o no hom em , etc.. que são a conseqüência
da falta dêste elem ento.

A s p lantas precisam de iôdo p a ra a produção de certos h o r­ Iôdo

mônios, como o hom em para a função norm al da tireóide.

T an to a saúde pública, o vigor do hom em e a prosperidade e Saúde pú b lica

saúde das nossas culturas, como os bons rendim entos, dependem


Unicamente do abastecim ento suficiente em m inerais e. não por
últim o, dos elem entos m enores.

E considerando-se que 1 kg de aço custa apenas 3 cents, Ferro orgânico

enquanto 1 kg de ferro orgânico custa 36.000 dólares, vam os


ap reciar m elhor o serviço das plantas. Sabendo-se que sem ferro
não existe vitam ina A e sem v itam in a A não há crescim ento
norm al, com preendem os um pouco m elhor a estreita relação entre
os vegetais e o homem .

A cham os que é nossa obrigação lem brar, ainda mais um a


vez, a água, de cujo regim e tanto se abusa.
A ág u a é p a ra a planta o que constitui o sangue p a ra n ó s : o
tra n sp o rta d o r dos alim entos.
98% da energia solar captada pela p lan ta é por esta dispendida E n e r g ia so lar

som ente para a circulação da seiva. Q uan to m aior a área foliar,


tan to m aior tam bém a energia solar captada, tanto m elhor a
produção de açúcar e dem ais alim entos, os quais são produzidos
pela fotossíntese, m as tan to m aior tam bém o gasto em água.

P re c isa p ara sua p ro d u ç ã o : Á g u a gasta

1 kg capim m ad u ro ................. 600 litros de água,


1 kg de lenha ............................. 1.000 litros de água,
1 kg de pão....................................... 4.000 litros de água,
1 kg de milho em g rão 6.000 litros de água.

N esta altu ra tem os de lem b rar que a água é geralm ente fato r
de crescim ento e que só em últim o lu g ar lhe dam os atenção.
232 A AGUA NA PRODUÇÃO

Q u an to já se falou e escreveu sobre os adubos q u ím ic o s!


C ontudo, só nos últim os anos se fala tam bém da água, da re ­
cuperação e conservação do solo em estado fôfo e da irrigação
artificial.

Irrigação
A irrigação, que p roporcionou a vida dos astecas no M éxico,
está g a ra n tin d o a vida do povo nipônico, está pondo a Itália nas
condições de e x p o rta r trig o e arroz.
Q uerem os lem b rar que 1 hectare irrigado dá alim ento p ara
6 a 8 pessoas, enquanto 1 h ectare sem irrigação alim enta apenas
duas pessoas.

E gito
N o E g ito não h á vida sem irrigação, e esta é ali tão velha
como a h istó ria do país. E desde que foi co n stru íd a a g ran d e
rep resa de M ak w ar, os dois m ilhões de hectares de te rra nas
beiras do R io N ilo constituem um a das regiões m ais férteis da
A frica. E constrói-se hoje a rep resa de " A s s u a n ” no N ilo
A zul, que deve g a ra n tir ainda m aior abundância para aquêle país.

P alestina
j á 64 anos antes de C risto, a P alestin a dispunha dos m ais am ­
plos aquedutos su b terrân eo s, as cham adas " ío g a ra s” que fo rn e­
ciam não som ente água p a ra as cidades, m as tam bém p a ra a
a g ricu ltu ra. A li, um terren o irrigado é 5 a 10 vêzes mais p ro ­
dutivo do que sem irrigação. E o G overno de Israel sabe que
pode g a ra n tir a existência de m ais 4 m ilhões de habitantes,
desde que irrig u e de nôvo o seu te rritó rio p ró x im o do Rio J o r ­
dão, como está fazendo.
Irrigaçao por
aspersão A lém disso, é um fato provado — especialm ente pelas g randes
experiências feitas no P e ru — que as plantas irrig ad as por
asp ersão ficam quase isentas de pragas.
A fofice
U m solo fôfo, dum a e stru tu ra bem arejad a, fornecerá sem pre
colheitas m ais altas, m ais seguras e de m elhor qualidade do que
um solo decaído. O m elhor m étodo de conserv ar a água em
nossas te rra s de c u ltu ra é flocular o solo.
Adubação
c o m bactérias Cabe re la ta r tam bém aqui as experiências do cientista h ú n g aro
A. Y. G O T T H A R D T , q u e fêz criações de bactérias nos seus so­
los d u ra n te 6 anos, paralelam ente a 2.100 lavouras m antidas pe­
los processos com uns. O bteve nas suas cu ltu ras um aum ento das
sa fra s — em relação à m édia das lavouras com uns — de 30 a
9 8 % , especialm ente nas de tom ates, beterrab as e frutas.

E x p erim en to s feitos pela F aculdade de A g ricu ltu ra de V iena,


com adubação bacteriana, em g rande escala, m ostram que 1
O S iW IC k O k G A N lS M O S D O S O L O

tonelada de adubo bacteriano, produzido na fábrica, vale 20 to ­


neladas de estrum e de cu rral, produzido com tôda a cautela e
cuidado. A s m esm as experiências foram feitas pela Escola S u ­
p erio r de A g ric u ltu ra de P iracicaba, usando vinhaça como adubo
bacteriano.
Sem bactérias não existe a fofice, sem ío fice não h á um abas- ^úndor
tecimento re g u la r de água — nunca existe num solo fô fo excesso umidade
ou escassez de água — e sem água a p lanta não pode ap ro v eitar
os elem entos do solo. A água é essencial para a seiva vegetal
e portan to p ara a alim entação da planta.
Convém re p e tir — e isso diz respeito tan to à n utrição das
plantas pelos m inerais, como ao seu abastecim ento em água —
que, enquanto tiverm os erosão em nossas te rra s de cultura, n u n ­
ca poderem os esp erar colheitas altas. A erosão estraga o solo Erosão
tanto física e quim icam ente com o biologicam ente e um solo sem
hum o, sem vida m icrobiana, sem um a e stru tu ra estável e um
arejam en to adequado nunca p ro p o rcio n ará sa fras abundantes
porque o seu regim e hidrológico é desequilibrado.
N ad a ad ian ta a adubação quím ica — pelo m enos nunca p ro ­
duz efeito que com pense os esforços realizados — sem igual
com bate à erosão.
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A b a c a te iro . f r u t a s d e fo r m a d a s , p e q u e n a s e a r r e ­ p o r te e re to , c ô r v e r d e a z u la d o , f ô lh a s n o v a s
d o n d a d a s , 198 c l o r ó t i c a s , 66
A b a c a x i, A m o s tr a g e m d e p a r te s v e g e ta is , 5
b r õ t o a m a r e l o v i v o , m a r g e n s v e r m e l h a s , 53 A n á l i s e d o s o lo ,
b r ô t o c l o r ó t i c o , 216 b io ló g ic a , 1, 2
m a n c h a s a m a r e l a s c o m c e n t r o e s c u r o , 198 q u í m i c a , 1, 2
A b s o rç ã o , A n á l i s e q u í m i c a f o l i a r , 1 , 2, 4, 5
c c n t r ô l e , 24 A p o d r e c i m e n t o d e f r u t a s n o t r a n s p o r t e , 77
i n i b i ç ã o , 26 A r r o z , 53, 67, 6 8 , 79, 80
A d u b a ç ã o , 26 b r u s s o n e , 80
c o m b a c t é r i a s , 222 c a b e ç a b r a n c a , 199
d e s e m e n t e s , 28 c l o r o s e a p i c a l , 216
m a c i ç a , 14 c l o r ó t i c o , p o u c o s c o lm o s f i n o s , 53
p o n t o s d e v i s t a , 28 e s p i g a s b r a n c a s e e s t é r e i s , 176
p o r p u l v e r i z a ç ã o , 22 f ô l h a s e s t r i a d a s d e n e c r o s e m a r g i n a l , 123
q u ím ic a , 7 f ô l h a s p u r p u r e a s , c a c h o s p e q u e n o s e e r e t o s , 62
v e r d e , 13, 33 f ô l h a s v e l h a s e s t r i a d a s d e m a r r o m , 200
A dubos, m a t u r a ç ã o d e m o r a d a , 144
c a l c á r i o s , 40 te c id o q u e b ra d iç o , fõ lh a c a rtu c h o b ra n c a , e n -
í ü s f á t i c o s . 37 c r e s p a d a , e s p i g a c o n t o r c i d a e e s t é r i l , 200
n i t r o g e n a d o s , 31 Á rv o re s fru tífe ra s ,
o r g â n i c o s , 33 a l t e r n â n c i a d a s a f r a , ( u m a n o s im o u t r o n ã o ) ,
p o t á s s i c o s , 35 120 a 141
q u a n t i d a d e , 27 c a n s a ç o , 73
u s o , 13 c o p a i r r e g u la r , p o u c o c re s c im e n to , m o r r e m a s
Á g u a , 10 p o n t a s d o s g a l h o s , 58
p r o t e ç ã o c o n t r a p e r d a s , 76 f r i o , p o u c a r e s i s t ê n c i a , 73, 87, 128
A lfa c e , A v e ia ,
b rô to d e fo r m a d o , f ô lh a s n o v a s c o m m a r g e n s e s p ig a s b r a n q u e ia m , p o n ta s c o m f lô re s e s té ­
n e c r ó t i c a s , 144 r e i s , 169
m a n c h a s c lo r ó tic a s n o s c a u le s e n e r v u r a s , p é B a n a n e i r a , 53
m u r c h a , 177 b r ô to c lo ró tic o , a té b r a n c o , f lô r e s n a m a io r ia
A l f a f a . 53 e s t é r e i s , 102, 103
d o m i n a d a p e l o i n ç o , 8 8 , 89,90 b r ô t o m o r r e , 144, 145, 146, 147, 148
A l g o d o e i r o . 52, 65 b rô to n a o a b re , m o rre o p é, “M al d e P a n a ­
f e r r u g e m , 77, 78 m á ” , 202. 203, 204, 205, 206
f l ô r e s s o m e n t e n a b a s e d o s r a m o s . 53 c l c r o s e g e r a l , 53
fô lh a s c o m d e s c o l o r a ç ã o p u r p ú r e a , 121, 123 f ô lh a s e s tria d a s e n tr e as n e rv u ra s, n e c ro se
fô lh a s e s b ra n q u iç a d a s com v e ia s p rin c ip a is m a r g i n a l , 123
v e r d e s e p o n t i n h o s n e c r ó t i c o s , 198, 199 f ô lh a s m a is n o v a s m u r c h a m , c a s c a r a c h a - s e e m
fô lh a s n o v a s e n c re s p a d a s , c lo r ó tic a s , d e f o r m a ­ é p o c a s ú m i d a s , 177, 178
d a s . c o m m a r g e n s r a s g a d a s , 187 f ô l h a s m o r r e m s a l v o a s a p i c a i s , 80
m a ç a s a b r e m d e f i c i e n t e m e n t e . 78 fru ta s n u m e ro s a s, p e q u e n a s , co m c a rr e ir a s e s ­
p e c ío lo s m u r c h a m n a s p la n ta s n o v a s, m u d as t é r e i s n o m e i o d o c a c h o , 123
p e re c e m n a s é p o c a s f r ia s e ú m id a s , p la n ta s f r u t a s p e d r e n t a s d e s a b o r a m a r g o , f ô lh a s c o m
v e lh a s m u ito a lia s , p o u q u ís s im a s m a ç a s , 101. p o n t a s p a r t i d a s , 145, 146, 147
1C2 p e r t e e re to , f ô lh a s e s c u r a s , p la n ta s r a q u ític a s ,
p l a n t a s c l o r ó t i c a s . m a i s t a r d e b r o n z e a d a s , 172 6 8 , 69
p l a n t a s t u f o s a s , p e q u e n a s e e n v a s s o u r a d a s , 144 B a ta ta d o c e ,
p o r te e re to , p la n ta ra q u ític a cô r v e rd e es­ c c m s a r n a , p o l p a a g u a d a , 150
c u r o , 63 d e s c o lo r a ç ã o a m a r e la o u v e r m e lh a d a s fô lh a s
ra m ific a ç ã o pouca, f ô l h a s a v e r m e l h a d a s , 52 e q u e d a a b u n d a n t e , 82
A l u m í n i o , 23 n e c r o s e e n t r e a s n e r v u r a s , 125
r e l a ç ã o c o m f ó s f o r o , 23 B a t a t i n h a . 53, 68
A m e n d o i m , 52 b r ô to .d e f o r m a d o e c lo r ó tic o ( V ir u s Y ), m a n ­
á p ic e tu fo so e c lo ró tic o , m u ita s c a s c a s v a ­ c h a s p r e t a s n o s c a u le s , p e c ío lo s e n a p o lp a
z ia s , 102 d e s t u b é r c u l o s , 104
b ro to s n o v o s a v e rm e lh a d o s , le sõ e s n a fa c e in ­ b r ô t o e s b r a n q u i ç a d o , 216
f e r i o r d a s f ô l h a s , 123 f ô lh a s n o v a s , c lo r ó tic a s , b r ô to tu fo s o , s a rn a
fô lh a s q u e im a d a s , n ó d u lo s d e fo r m a d o s , (g ô sto n a c a s c a , c e n t r o ô c o d o t u b é r c u l o , 148, 149
r u i m ) , 78, 80 f ô lh a s p e q u e n a s , m a n c h a s c in z e n ta s , le s õ e s e s ­
p l a n t a c l o r ó t i c a , 52 c u r a s n o c a u l e , 200
242 ÍNDICE
f o l h a s s u p e r i o r e s e n r o l a m e i n f e r i o r e s c a e m , 51 C a n a d e a ç ú c a r , 55
fô lh a s v e lh a s c re s p a m , c a e m a té a s a p ic a is , á p ic e m u rc h a p e rm a n e n te m e n te , p e n d ã o não
80, 81, 82 a b r e , 178, 179
m a n c h a s n e c r ó tic a s n a s f ô lh a s a p ic a ic , c r e s c i ­ c l a r i f i c a ç ã o d i f í c i l , 71
m e n t o r e d u z i d o . 189 f ô l h a s a p i c a i s e s t r i a d a s e r a s g a d a s , 191, 192
m u r c h a , p o d r id ã o b r a n c a d o s tu b é r c u lo s , s a e m f ô lh a s c o m p o n tin h o s c lo r ó tic o s , m a is ta r d e
g c tfru la s b ra n c a s qusn d c c o m p rim id a s, 17C n e c ró tic c s , p a re c e n d o ferru g e m , 126
p la n ta a lta , d e lg a d a , de côr v e rse e scu ro , f ô lh a s e n r o la m - s e , p la n ta s n o v a s c o m fô lh a s
m a tu ra ç ã o r e ta rd a d o , tu b é r e u le s co m m a n ­ b r a n c a s , fô lh a s v e lh a s c o m m a n c h a s v e r m e ­
c h a s e n f e r r u j a d a s , 69 l h a s , 107. 103, 1 :9
t u b é r c u l o s e s c u r e c e m q u a n d o c o r t a d o s , 82 f ô lh a s v e lh a s m o r r e m s a lv o o á p ic e , m a n c h a s
t u b é r c u l o s p o u c o s e p e q u e n o s , 54 v e r m e l h a s n a n e r v u r a p r i n c i p a l , 83, 84, 85
B e te r r a b a , r a íz e s f ib r o s a s , a n e is e s b r a n q u iç a d o s , m o r r e a g e m a a p ic a l, c a n a r a c h a , “ C o r k ” n a
b r o t o c l c r ó t i c o , 167 n e r v u r a p r i n c i p a l , 153, 154
r a í z e s p e q u e n a s , d e s c o l o r a d a s , 195 p la n ta s n o v a s b ra n c a s , p la n ta s v e lh a s b ro to s
B oi o, 20, 43, 47 b r a n c o s , 217
d e f i c i ê n c i a , 20, 142, 170, 228 C a r b o n a t o d e p o t á s s i o , 36
r e l a ç ã o c o m c á l c i o , 20 C a r u n c h o , a t a q u e f r e q ü e n t e , 92
B o tõ e s , C a t i o n s , 15
c a e m . 52. 54, 60, 63. 156, 195 C a u les,
p o n t a s a p o d r e c e m , 100 f i n o s e f i b r o s o s , 60
B r o t a ç ã o , t a r d e n a é p o c a , 136 l e v e m e n t e a v e r m e l h a d o s , 52
B r ô t o ( g e m a a p i c a l ), m u rc h a m 99
a m a r e l a d o s , r o s a d o s o u p u r p u r e a d o s , 157, 153 C e b o la ,
c a e , 178, 181, 87 b u lb o s p e q u e n o s , f ô lh a s a p o d re c e m f a c ilm e n te ,
c l o r ó t i c o , 54. 83 180
c l c r ó t i c o a v e r m e l h a d o , 63 f ô l h a s a v e r m e l h a d a s n a s p o n t a s , 56
e s b r a n q u i ç a d o , 171, 172, 173, 174, 175, 211, 219 fô lh a s m a i s v e l h a s : c o l a p s o g e r a l , 126, 127
e s b r a n q u i ç a d o c o r n v e i a s v e r d e s , 186, 196 f ô lh a s m a is v e lh a s m o r r e m to m a n d o c ô r m u ito
m o r r e , 100, 142, 150, 153, 178, 180, ICC, 191, 200, e s c u r a , 71
201, 202. 223 fô lh a s r a c h a m na fa c e s u p e rio r, b u lb o s p e ­
r a c h a a n e r v u r a p r i n c i p a l d a s f ô l h a s , 156 quenos e f i b r o s o s , 154
m ú l t i p l o , 142, 170, 178, 180, 181 f ô lh a s v e lh a s d e a m a r e lo c in z e n to , p o u c o e n ­
m u r c h o , 183 r u g a d a s , m u i t o f i n a s , 85
p e r m a n e c e d o r m e n t e , 205 p la n ta tô d a a p a re c e to rta , 154
p u r p ú r e o c o m v e i a s v e r d e s , 195 C en o u ra,
n e c r o s e m a r g i n a l , f ô l h a s s e e n r o l a m , 195 c l c r o s e , 56
C a f e e i r o , 54 f ô l h a s s e e n r o l a m , 110
b r ô to s c a e m 54 f ô lh a s s ê c a s p a rd a c e n + a s , r a íz e s f in o s c p 0-
t u d a s , 85
b r ô to s m o le s e im p r o d u tiv o s , f ô lh a s g r a n d e s ,
f o r t e " d i e b a c k " , 173 a 180 ra íz e s co m m a n c h a s m o le s (“ p o d rid ã o b r a n ­
b r o t o s m o r r e m , 153 c a ” ), 180
b r o t o s n o v o s , c l o r ó t i c o s , 54 r a í z e s m e n o r e s e p á l i d a s , ’ 26
r a í z e s r a c h a m , 154
b r o t o s q u a s e b r a n c o s , n e r v u r a s v e r d e s , 217
r a í z e s r a m i f i c a d a s , 154
c io r o s e f o r t e = tó q u a s e b r a n c a , q u a l i d a d e p é s ­
s i m a , 172, 173 C e v a d a , f ô lh a s s a lp ic a d a s d e p o n tin h o s v e r m e ­
l h o s , 97
c lo r o s e no la d o n o ro e s te , fo rte , “d ie b a c k ”
C huchu.
f a l t a d e a r o m a , 190, 191
f ô lh a s c o m á r e a s n e c r ó tic a s , m u ito r a s g a d a s .
d e s f o i h a ç ã o , g r a v e e m t e m p o s ú m id o s , 83
213
f ô lh a s n e v a s e n c a r q u ilh a d a s , m o r r e m os b r o ­
t o s , 106, 107 fô lh a s c c m m a n c h a s c lo r ó tic a s . m a is t a r d e n e ­
c r ó t i c a s , m a r g e n s r a s g a d a s . 136
fo rte “d ie b a c k ” , ro se ta s d e fô lh a s , m a n c h a s C hum bo 25
a u r e o l a d a s , 2 0 0 , 2 0 1 , 202
C h u v a , 44
m a n c h a s n e c ró tic a s , p e rm a n e c e m a s n e r v u r a s , e x c e s s o , 44
d e s ío lh a ç ã o in te n s a q u a n d o c o m e ç a m a a m a ­ C i n z a . 36
d u r e c e r o s f r u t o s . 126
d e a r r o z , 38
queda d e f r u to s v e rd e s , m a n c h a s n e c ró tic a s d e o s s o s , 38
n a s f ô l h a s d e p o i s d a f l o r e s c ê n c i a , 69
C l o r - C h o l i m - C l o r a t ( C C C ) , 23
queda d a s fô lh a s n a é p o c a d a f lo r e s c ê n c ia , C l o r e t o d e p o t á s s i o , 35
b r o to s caem , fo rm a ç ã o de ra iz e s a d v e n tí- C l o r o , 23
c ia s . 83
C l o r o s e , 52, 54, 58. 223
s u p e r b r o ta ç ã o n a b a s e d o b r ô to m o rto , f ô lh a s
b r ô t o , 53, 171, 186, 196. 197, 214, 215, 219
p u rp u re a d a s “ d ie b a c k " d o s p é s, m u ito s f r u ­
d e p la n ta s n o v as, em é p o c a s s ê c a s , 174
to s e n e g re c id o s 150, 151, 152, 153
g e r a l , 52, 64
C a l v i r g e m , 40
n a p a r t e n o r o e s t e d o p é , 197, 214
C a l a g e m , 41
p i n t a d a , d o á p i c e , 215
p e r i g o s , 42
C o b a l to , 24, 43
p r o v o c a d e f i c i ê n c i a d e M a n g a n ê s , 187 C o b e r t u r a m o r t a , 36
p r o v o c a d e f i c i ê n c i a d e F e r r o , 215 C o b r e , 21, 47, 176 a 185, 2213
C a l c á r i o s , 40
r e l a ç ã o c o m n i t r o g ê n i o , 21
C á l c io , 17, 18. 47, 99, 228 C o lm o c u r v a d o n o m e i o , 176, 335, 186. 196
c i a n a m i d a , 32 p e r t o d o c h ã o , 142, 170
c a r b o n a t o , 40 C o m p o u n d s , s is te m a , 8
r e l a ç ã o c o m m a g n é s i o , 18 C o n s i d e r a ç õ e s f i n a i s , 230
í N DICE 243

C o r k , n a s f r u t a s , 144 a 170 c a e m a s n o v a s , 181, 211


C o ro ação , c a e m e b ro ta m d e n ô v o , 211
a u s e n t e , 120, 121, 167 caem em época c h u v o s a , 58,75, 120, 141
m u i t o c ê d o , 118 c a e m n a é p c c a d a f l o r e s c ê n c i a , 83
r e d u z i d a , 52, 60 c a e m , s a l v o o s a p i c a i s , 76, 58
C o u v e f l o r , 109 c a e m t o t a l m e n t e n a m a t u r a ç ã o d e s f r u t o s , 121
c a b e ç a p e q u e n a c o m á r e a s a p o d r e c i d a s , 154, 155 c a r t u c h o e m a s p i r a i , 176, 185
c a b e ç a s õ l t a , l e v e m e n t e a v e r m e l h a d a , 127 c o m p o n t a s p a r t i d a s , 145
f õ lh a s m u ito c o m p r id a s , “W h ip ta il" , 220 d e s c o l o r a ç ã o p u r p ú r e a , 66
fo lh a s v e lh a s a l a r a n j a d a s o u a v e r m e l h a d a s , 50 d e s fe lh a ç ã o , em t e m p o s ú m i d o s , 03
fõ lh a s v e lh a s a p o d re c e m e x a la n d o m a u c h e i­ d e s f o l h a ç ã o f o r t e , 117
r o , 85 d e b ra m p a ra t r á s e n c o s t a n d o n o c a u l e , 183
fõ lh a s v e lh a s d e ro x o c a rre g a d o ,a m a re la m e d o b r ò t o c l o r ó t i c o c a e m , 219
c a e m , 72 e m b r io n a is d e le g u m in o s a s c o m m a n c h a s e s ­
m u r c h a m e m o r r e m a s f õ l h a s d o b r ò t o , 110 c u r a s , 194
C r e s c i m e n t o , l i m i t a ç ã o , 51, 65, 76, 197 e n c r e s p a d a s , 77, 79, 98
C u Itu r a s , e n r o l a d a s , 54, S3, 100, 114
a c i d ó f i l a s . 29 g i g a n t e s , 180, 181
i r r i g a d a s , 29 m a i s v e l h a s a m a r e l e c e m , 52
D e fic iê n c ia , m a is v e lh a s p u rp u re a s, s in to m a s a g ra v a m -sa
a p a re c im e n to n o f im d a é p c c a , 123 c o m o f r i o , 68
b o r o , 142 a 175 m a is v e lh a s m o rr e m , to m a n d o c ô r m u ito e s ­
c á lc i o , 99 a 119 c u r a , 71
c o b r e . 176 a 185 m o r r e m , s a l v o o s a p i c a i s , 78 a 98
e n x o f r e , 171 m o sq u ead as, 183, 220, 223
é p o c a d e a p a r e c i m e n t o . 43 p e c í c l o s c o m m a n c h a s e s c u r a s , 177
f e r r o , 215 a 219 p e q u e n zr, p in ta d a s , e n tre n ó s c u rto s (F re n -
f ó s f o r o , 65 a 75 c h i n g ) , 207, 208, 209
m a g n é s i o , 120 a 141
p e q u e n a s a m a r e la s c o m v e ia s p r in c ip a is v er­
m a n g a n ê s , 186 a 196
d e s , 198, 211
m a n i f e s t a ç ã o l u g a r , 5, 44, 46, 47, 48. 49. 50, 5 '
p e q u e n a s , p i n t a d a s , n a s p o n t a s d o s g a l h o s , 210
m o l i b d ê n i o , 220 a 222
p o n t a s e s f i a p a d a s , 191, 192, 233, 211
n i t r o g ê n i o . 51 a 64
p u r p ú r e a s , s i n t o m a s a g r a v a m - s e c o m o f r i o , 63
p o t á s s i o , 76 a 68
rac h a a n e rv u ra p rin c ip a l, 156
r e c o n h e c i m e n t o , 49
s u p e rio re s e n ro la m , i n f e r i o r e s c a e m , 54
z in c o , 197 a 214
ta m a n h o re d u z id o , c ô r v e r d e e s c u r o ,p o s iç ã o
D ia g n ó s tic o v is u a l f o lia r , 6
e r e t a , 66
c o n t r o l e , 225, 226
D o e n ç a , r e s i s t ê n c i a , 76 t e r m i n a i s d e s b o t a m e c a e m , 219
D o l o m it o , 41 t u f o s n a s p o n t a s d o s g a l h o s , 198
E n t r e n ó s c u r t o s , 77, 187, 214 v e lh a s , d e ro x o c a rr e g a d o , a m a r e la m e c a e m ,
E n v a s s o u r a m e n t o , 161, 162, 163 72
E n x o f r e . 16, 17, 47, 171 v e l h a s s ã o m o s q u e a d a s , 223, 221, 222
E n z i m a s . 12, 21 F o s fa te s ,
re s p ira tó rio s , 21, 22 a b s o r ç ã o , 25
E r o s ã o , 6 , 7, 223 a d u b o s , 37
E s c ó r i a d e T h o m a s , 37 F ó s f o r o , 15. 46, 227
E s p ig a s . b a l a n ç o , 16
b r a n c a s e s e m p a n í c u l a s , 212, 213 b l o q u e i o p o r a l u m í n i o , 23
c o n t o r c i d a s , 200 d e f i c i ê n c i a . 16, 65 a 75
e s t é r e i s , 177 d i s p o n i b i l i d a d e , 16
E s p i n a f r e , m o s a i c o , 193, 194 F r u ta s ,
E s t r u m e , 36. 38 a p o d r e c e m n o t r a n s p o r t e , 77
p r e p a r a ç ã o , 39 a p o d re c e m o n d e s o fre ra m p ressã o
E s t r u t u r a d o s o lo , 2 d e r r u b a d a s a n t e s d e a m a d u r e c e r , 72, 73
E x i g ê n c i a s v e g e t a i s , t o l e r â n c i a , 3, 6
d e r r u b a d a s n o v a s c o m 2 m e s e s , (b a lõ c z in h o s
E xsudações r e s i n o s a s , 55, 175
c e m c a s c a r e s i n o s a ) , 183
F a to re s d e p r o d u ç ã o , 10, 11
F e r r o , 19, 47. 215 a 219, 228 d e r r u b a d a s p r e m a t u r a m e n t e , 87
F e r r u g e m . 77, 78, 87, 8 8 , 126 d u r a s , 156
F i b r a s , e l a s t i c i d a d e , 15 f o r m a m - s e p o u c a s , 73
F i t ó f t o r a , 82 l e s õ e s e s c u r a s n a c a s c a , 156
F lo re s , m a n c h a s s ê c a s e a m a r g a s , 161
c a e m a n t e s d e f o r m a r f r u t o s , 175 m a tu r a ç ã o d e s ig u a l, a p o d re c e m f à c i l m e n t e , 95
e s t é r e i s , 183 m a t u r a ç ã o e q u e d a p r e c o c e , 60
f o r m a ç ã o , 15, 21 n u m ero sas e p e q u e n as em p is d esn u d ad o s de
fo rm a ç ã o r e d u z i d a , 197, 214 f õ l h a s , 120 a 141
m u rc h a m , 111 p e d r e n t a s e d e f o r m a d a s , 159, 162
p o u c a s , 211 p e q u e n a s e a d s t r i n g e n t e s , 63
p o u c a s s ó n a b a s e d o g a l h o , 53 p e q u e n a s e d e f o r m a d a s , 211
F l o r e s c ê n c i a , 18 p e q u e n a s e r e d o n d a s , 198
F o f ic e , 232, 233, 11 p e q u e n a s e s ê c a s , 80
F õ lh a s, p o u c a s , n a b a s e d o g a l h o , 52
b a s e e m a r g e n s m u i t o c l o r ó t i c a s , 173 p o u c a s s e m e n t e s . 133
c a e m , 65 a 75, 69 a 119, 120 a 141, 183, 223 r a c h a m e m v o l t a d o c a u l e , 167
244 ÍNDICE
F u m o , 71 ferru g e m ou p o n tin h o s b ran c o s nas p c n ttu
a r o m a f a l t a , c in z a s e m c a p a c id a d e d e m a n t e r o d a s f ô l h a s , s e m e n t e s c h c c n a s , 87, 88
f o g o , 86 f ô l h a s c a e m e b r o t a m n o v a s , 511
b r o t o s q u a s e b r a n c o s , 217, 218 l ó b u lo s d o b ram p a ra trá s , e n c o sta n d o no
c l o r c s e , f o l h a s m a i s v e l h a s m o r r e m , 56 c a u l e , 183
c lc r o s e g e ra l, m a r g e n s n e c ró tic a s , f ô lh a s c u r n o d u la ç ã o d e f i c i e n t e , 220
v a m - s e p a r a b a i x o , 174 p e c í o l o s m u r c h a m , 116
c re s c im e n to c m a tu r a ç ã o r e ta r d a d a , p la n ta s e r e ­ v a g e n s c o m p o u c a s s e m e n t e s d e s e n v o l v i d a s , 116
t a s e s c u r a s , f u m o “ c u r a d o ” m u i t o e s c u r o , 72 L ei d o m ín im o , 9
f e r r u g e m , fô lh a s v e lh a s ra s g a d a s , “ D o e n ç a do L in h o ,
f o g o b r a v o ” , 85 b a c t e r i o s e , 159
f ô lh a s s ê c a s c o m c ô r d e s ig u a l, c in z a m u ito e s ­ e l c r ó t i c o , p o u c o r a m i f i c a d o , 59
c u r a , 127, 128 f ô l h a s a p i c a i s c a e m , f l ô r e s e s t é r e i s , 183
m a n c h a s a u r e c l a d a s , i n f e c ç ã o s e c u n d á r i a , 237 m u r c h a o á p i c e , 113
m o rr e o p o n to v e g e ta tiv o , ra c h a a n e rv u r a p r in ­ n e c r o s e n a p o n ta e m a r g e m d a s f ô lh a s q u e
c i p a l d a s f ô l h a s , b o t õ e s c a e m , 156 c a e m a n t e s d e s e c a r , 131
m o s a i c o , 127, 128 p la n ta d e lg a d a , n o u e o r a m ific a d a , c o ro a ç ã o e s ­
m o s a i c o c o m p o n t i n h o s n e c r ó t i c o s , 193 c a s s a , 73
m u r c h a p e r m a n e n t e d o á p i c e , 180, 181 p l a n t a p e q u e n a , p o u c a s f l ô r e s , 90
“ V i r a c a b e ç a ” , 111 L i x i v i a c ã o , 13, 32
G á s c a r b ô n i c o , 11 M a c i e ir a , 132. 133
G ê s s o , 17, 41 b r o t o s m u r c h o s , 183
G u a n o . 33 “ C a n s a ç o " d o p o m a r . 73
H ip e r f o s f a to 38 c o rk n a s fru ta s , m a n c h a s a m a rg a s n a s fru ta s ,
H u m o , 2, 16, 22 e n v a s s o u r a m e n t o , 159, 160, 161
I n f e c ç ã o s e c u n d á r i a , 44 142, 159, 176, 207 c o r o a ç ã o r e d u z i d a , 60
I r r i g a ç ã o , 232 d e s fo lh a ç á o n o m e io p a u . f r u t a s p e q u e n a s , n u ­
K a i n i t , 35 m e r o s a s e p á l i d a s , 133
L a r a n j e i r a , 57 f ô lh a s a rr e d o n d a d a s , fru ta s p e q u e n a s , fô lh a s
a l t e r n â n c i a d e s a f r a b o a e r u i m , 130 s ê c a s n a s p o n t a s d o s g a l h o s , 92
b e t õ e s c a e m , d e s f o l h a ç á o f o r t e , 57 fô lh a s e s tr e ita s , n e r v u r a s a v e rm e lh a d a s , r a m i ­
a g r a v a d a e m é p o c a s ú m i d a s , 58 f i c a ç ã o r e s t r i n g i d a , 73
b ro to s a la ra n ja d o s , f r u ta s p e q u e n a s e m c a sc a f r u t a s , m a t u r a ç ã o e q u e d a p r e c c c e , 63
á s p e r a , 217 f r u t a s p á lid a s , c o m p a r t e s a lt a m e n t e c o lo r id a s ,
b r o to s c lo r ó tic c s , m ú ltio lo s , m o r r e m lo g o , e x ­ 219
c r e ç õ e s e s c u r a s , “ C a s c a d e c o u r o ” , 181, 185, 183 r a íz e s b u lb e s a s , m a n c h a s e s c u r a s n a s fô lh a s .
b r o to s n o v o s d e a m a r e lo c la r o , f r u t a s p e q u e n a m o rre m c s b r o t o s , 114
c l a r a s e d e f o r m a d a s , 174 r o s e ta d e fô lh a s , f r u t a s p e q u e n a s e d e f o r m a ­
f o lh a s d e fo r m a d a s , m u r c h a p r e c o c e d a s fô lh a s , d a s . “ d i e b a c k ” , 2 1 0 , 211
le sõ e s e s c u ra s n a casca d as fru ta s, fru ta s M a g n é s io , 18, 46, 120 e 141, 228
d u r a s c o m e m p r e g n a ç õ e s r e s i n o s a s , 156, 157 M a m o e i r o , 89
fô lh a s e s b ra n q u e ia m a té a b a s e , c a sc a d a s f r u ta s f ô lh a s f u r a d a s , p o n tin h o s n e c ró tic o s e s p e c ia l­
m u ito f in a , t in g id a d e m a r r o m , b r o to s m o r ­ m e n te n a s p o n t a s d a s f ô l h a s , 131, 133
rem 112, 113 f ô lh a s v e lh a s m o rre m , m u ita s f r u ta s p e q u e n a s ,
p a rc ia lm e n te d e f o r m a d a s , 133, 133
f ô lh a s m e s q u e a d a s , d e s fo lh a ç á o m o d e r a d a , f r u ­
t a s c l a r a s e á c i d a s , 193 fru ta s p e d re n ta s e a m a rg u e n ta s . q u e b ra o
á p i c e , 162
f ô lh a s p e q u e n a s a m a r e la s c o m v e ia s p r in c ip a is
fru ta s pequenas, a p o d re c e m quando so fre m
v e rd e s, (D re n c h in g ), e n tre n ó s c u rto s , 2 C7
2C8, 209, 510 p r e s s ã o , 130. 133
M a n c h a s a u r e o l a d a s , 197
f ô lh a s p e r t o d a s f r u t a s , m o s q u e a d a s , c lo r o s e
M a n d io c a , r a í z e s a g u a d a s , 162, 163, 164
n e s la d o s d a n e rv u ra p rin c ip a l, caem na
M anganês, 51, 43, 47, 186 a. 196, 229
p r im e ir a o n d a d e frio , a p a re c e n d o a s f r u ta s
re la ç ã o c o m n i t r o g ê n i o , 22
n o p é d e s n u d a d o , 128, iz 9 , 133
M a n if e s ta ç ã o d a d e f i c i ê n c i a . 49
f ô lh a s v e lh a s m o s q u e a d a s d e a m a r e lo , e x c r e ­
M a t é r i a o r g â n i c a , 7, 21
ç õ e s g o m e s a s n a f a c e i n f e r i o r , c a e m , 523
M a tu r a ç ã o ,
f r u ta s d e p o lp a e c a sc a p á lid a s , a p o d re c e m n o
d e s i g u a l , 77, 169. 170
t r a n s p o r t e , 130
p r e c o c e , 53, lOv
g a lh o s n o v o s c a e m , m u ito s e n s ív e is a o f rio . t a r d i a , 66, 75
f r u t a s d e f o r m a d a s e s ê c a s , d e r r u b a d a s 2 /3
M e la n c ia ,
p r e m a t u r a m e n t e , 87
c a u l e s f i n o s e f i b r o s o s , b o t õ e s c a e m , 60
p és n o v o s d e rru b a m a s fô lh a s m a is v e lh a s , c ip ó s f in o s e c u r to s , f ô lh a s t e r m in a i s b r a n -
n ão p ro d u zem f r u t a s , 72, 73
q u e i a m , m u i t o b o t õ e s c a e m , 195
p é s v e lh o s m a n c h a s e s c u r a s n a s f ô lh a s v e lh a s ,
fô lh a s v e lh a s m a is o u m e n o s e n c re s p a d a s c o m
f ru ta s de c asca á s p e ra e g ro ssa , d e rru b a d a s
m a n c h a s b ro n z e a d a s, fru to s in c h a d o s n a p a r ­
2 /3 a n t e s d e a m a d u r e c e r , 72, 73 t e d a f l o r , 90, 91
L e g u m in o s a s ,
f ru to s se co s, r a c h a m fá c ilm e n te , p a r te d a f lo r
b o t õ e s c a e m , 217 a p o d r e c e , 142, 170
b r o t o s a m a r e l o s , q u e d a d e f ô l h a s , 217 m a n c h a p r e t a , 133, 134
r o s a o u p u r p ú r e o s , 157, 158 M e r i s t e m a , e s t i m u l a ç ã o , 17
c l c r o s e a p i c a l , p e r d a d e f ô l h a s e b o t õ e s , 217 M íld io , 25
c lo r c s e e n tr e a s n e r v u r a s o u m o sa ic o , m a r g e m M in e r a is ,
n e c r ó t i c a , 130, 131 c o m p o sto s, 4
c l o r o s e m o s q u e a d a d o á p i c e , 194 d e f i c i ê n c i a , 9, 26
c l o r o s e n a s f ô l h a s i n f e r i o r e s , 58 f ix a ç ã o , 3
ÍNDICE 245

i n d i c a ç ã o p e l a p l a n t a . 26 c o ro a ç ã o d e fic ie n te , re s trin g id a à base dc


re la ç ã o re c íp ro c a , 4 r a m o , 63
s o lu b ilid a d e , 9 “ d ie b a c k " das ra íz e s, fô lh a s e n ro la d a s , p ig ­
s u b s titu iç ã o , 9 m e n ta ç ã o p u rp ú re a d a s p o n t a s d a s f ô lh a s .
M ilh o . d e s fo lh a ç ã o fo rte , c o ro a ç ã o m u ito c ê clo
b r ô t o b r a n c o , p o n t a d a s í õ l h a s r a s g a d a s , 211 117, 118
b r ô t o e s t r i a d o , 219 f ô l h a s e n c r e s p a d a s e e n r o l a d a s , 92 a 95
e s p ig a c c m p o n ta b r a n c a , c o m g r ã o s r u d i m e n ­ f ô lh a s e s tr e ita s e e s c u r a s , p ig m e n ta ç ã o a v e r ­
t a r e s , c a r u n c h a f á c i l , 92 m e lh a d a , c lo r o s e irr e g u la r , épocas fria s:
e s p ig a c o m p o n t a b r a n c a , a c h a t a d a e e s té r il, f ô l h a s m a i s v e l h a s c a e m , 74
73, 74 f r u t a s p e q u e n a s e a d s t r i n g e n t e s , 63
e s p i g a c o m p o n t a p r e t a e e s t é r i l , 60 ro s e ta s n a s p o n ta s , d e s fo lh a ç ã o n o m e io p a u ,
e s p i g a , g r ã o s c h o c h o s , s o l t o s n o s a b u g o , 164, fru ta s d isfo rm e s , poucas flô r e s , 211, 212
165 p F , 26
f ò l h a s e s t r i a d a s , 13?, 134 p H , 2, 7, 9, 22, 26, 29, 99, 186, 187
f ô lh a s v e lh a s c o m n e c ro se m a rg in a l, gom os c o r r e ç ã o , 40, 41
c u r t o s , c a r u n c h a f a c i l m e n t e , 91, 92 P la n ta s ,
p é s to rto s , e s p ig a s p e q u e n a s , m ú ltip la s e d e ­ a c i d ó f i l a s , 99
f o r m a d a s ; h íb r id o ; g r ã o s c h o c h o s , s o lto s n a h a l ó f i l a s , 15
e s p i g a , 164, 165 r a q u í t i c a s , a m a r e l a s , 51, 52
p la n ta s n o v a s, d e v e rd e e s c u ro a v e rm e lh a d o , r e s is tê n c ia à c o n c e n tra ç ã o de s a l, 23
p e d e m s e r a m a r e la s , e s p ig a d e p o n ta b r a n c a à s ê c a , 19
c h a t a e e s t é r i l , 73, 74 re s p ira ç ã o , 20
q u e im a d a s f ô lh a s , p io r a n d o e m te m p o c h u ­ t e s t e , 224
v o s o , 60 t o r t a s , 154
M o li b d ê n io , 24, 43, 220 a 222 P ó d e c h a m i n é , 41
M o s a ic o , 120, 193, 194 P o t á s s i o , 13, 46, 228
‘M u lc h s y s t e m ', ( c o b e r t u r a m o r t a l , 36 a d u b o s , 35
M u r c h a . 176 a 185 c a r b o n a t e s , 35
N abo, c l o r e t o s , 35
c re s c im e n to re ta rd a d o , 62 d e f i c i ê n c i a , 76 a 93
f ô lh a s e n ro la m , n e c ro s e m a rg in a l, 195 m o b iliz a ç ã o , 36
r a í z e s , c e n t r o ô c o e p r e t o , r a c h a m , s ã o c o r­ s u l f a t o , 35
t a s e d e f o r m a d a s . 165, 166 P r o d u ç ã o , f a t o r , 231
N e r v u r a s , c lo r o s e , 55 P ro te in a s , fo rm a ç ã o , 12, 16, 17
N ó d u lo s d e fo rm a d o s, 80 Q u e i m a d a , 55
N i t r o g ê n i o , 12. 30, 46, 51, 227 R a b a n e te ,
a b u n d â n c i a p r o v o c a f a l t a d e c o b r e , 176, 177, r a íz e s c e n tro ô co e p re to , ra c h a m s ã o v o r ta s
184, 185 e d e f o r m a d a s , 165, 166
m a n g a n ê s , Í86, 187, 189 r a iz e s f in a s e p o n tu d a s , f ô lh a s b r o n z e a d a s e
a d u b o s , 31 g r o s s a s , 92
d e f i c i ê n c i a , 51 a 64 r a í z e s p e q u e n a s f i b r o s a s e f i n a s , 62
f o n t e s , 12 R a íz e s ,
N u trie n te s , a d v e n t í c i a s . 83
a ç ã o r e c í p r o c a , 227, 228, 229 a g u a d a s , 144
d i s p o n i b i l i d a d e , 2, 26 b u lb o sa s (fo ra do c o m u m ), ICO
e q u i l í b r i o . 28 d e f o r m a d a s , '4 2 a 179
f i x a ç ã o , 13 d e s e n v o lv im e n to . 1
in a p ro v e ita b ilid a d e . 20 f e r i d a s , 177
m a c r o , 3, 12 f i n a s e p o n t u d a s , 85
m i c r o , 3, 13 m a n c h a s m o l e s , 180
m o b i l i d a d e n o v e g e t a l , 46, 47, 49 m e n o r e s e p á l i d a s , 126
t o x i d ê s , 19 ô r.a s n o m e i o , 144
v e g e t a i s , 10 p e q u e n a s , f i b r o s a s e f i n a s , 62
O x i g ê n i o , 11 r a c h a m , 154
P a lh a , red u ção , 23, 185 R a m i f i c a ç ã o d e f i c i e n t e , 52
P a r a s i t a s , 11, 21, 44 R am o s la te ra is ,
a t a q u e , 100 d e s e n v o lv im e n to , 52
r e s i s t ê n c i a , 13 p o u c o c r e s c i m e n t o , 64
P e p in o , R e p o l h o , 93
c lo r ó tic o , fru to sêco do la d o da f l o r , 63 c a b e ç a s p e q u e n a s e s ô lta s , p ig m e n ta ç ã o b r o n ­
f ô lh a s novas m o sq u ead as, p la n ta s tu fo sa s, zeada, a p o d re c e m f a c i l m e n t e , 65
117 f ô l h a s m o s q u e a d a s , m a r g e n s m o r r e m , 137
f ô lh a s v e lh a s m a is ou m enos e n c re sp a d a s, m o sa ic o , n ã o fo rm a m c a b e ç a s , 185
m anchas b ro n zead as, fru to s in c h a d o s na m u rc h a , 183
p a r t e d a f l o r , 90, 91 p ig m e n ta ç ã o p u rp ú re a , fô lh a s a m a re la m e
P e re ira , fru ta s p e d re n ta s e d e fo rm a d a s, 16: c a e m , 74
P e rfilh a ç ã o d e fic ie n te , 63 p la n ta pequena e c o m p a c ta , n ã o fo rm a c a ­
P e s s e g u e iro , b e ç a , 183
b ro ta ç ã o ta rd e na época, d e s fo lh a ç ã o cedo. R i z o s f e r a . 26
136 S a f ra , a v a lia ç ã o , 1
b rô to b ra n c o , fô lh a s c a e m , 219 S a l i t r e d o C h i le , 31
b rô to s c lo r ó t .i c o s . a v e r m e l h a d o s , 63 S a ls a , f ô lh a s c re s p a s , r a íz e s p e q u e n a s e f ib r o ­
c o ro a ç ã o cêdo, 117, 118 s a s , 95
246 í X DICE
S a lsã o , c a u le s r a c h a m , b u lb o s p e q u e n o s e a g u a ­ n e rv u r a s ro x a s , b o tõ e s c a e m , f ru to s p e q u e n o s ,,
d o s , 167 m u n o v e r m e l h o q u a n d o m a d u r o s , 63
S a ls ã o l e s õ e s e s c u r a s n a r a i z , 168 p la n ta s a lta s f in a s e f ib ro s a s , n e r v u r a s a v e r ­
S a l s ã o r a i z e s p e q u e n a s e f i n a s , 75 m e lh a d a s, f ô lh a s sêcas to rn a m -s e p re ta s ,
S a r n a , 144 m a t u r a ç ã o t a r d i a , 75
S ê c a , m a n i f e s t a ç ã o d e d e f i c i ê n c i a , 43 p l a n t a s a l t a s , f r a c a s e f i n a s , c a e m a s f l ô r e s , 175
S e m e n te s , p l a n t e s f i n a s , f r a c a s , á p i c e c l o r ó t i c o , 195, 196
c h o c h a s . 88 “ V i r a c a b e ç a " , 118
T r ig o ,
f o r m a ç ã o d e f i c i e n t e , 20, 75, 116, 142 a 170
s o l u ç ã o n u t r i t i v a , 28 e s p i g a s b r a n c a s , 212, 213
t a m a n h o r e d u z i d o , 126 e _ p ig a s b r a n c a s , a s v ê z e s s e m p a n í c u l a , 212,
213, 214
S i l i c a t o , 43
S ilíc io , 25 e s p i g a s c o m p o n t a s e s t é r e i s e b r a n c a s 118
S ó d i o , 14 e s p ig a s p e q u e n a s e m a l d e s e n v o lv id a s , m a t u ­
S o lo , raç ã o ta rd ia , 75
fô lh a c a rtu c h o , e n c re s p a d a , s e m e n te s c h o c h a s ,
a g r e g a d o s , 33
95, 96
c a p a c i d a d e r e t e n t o r a , 11
f ô lh a s d o b ra m p a r a t r á s e n c o s ta n d o n o c a u le ,
d e s f l o c u l a ç ã o , 51
s e m e n t e s c h o c h a s , p a l h a a l t a . 185
e m p o b r e c im e n to . 3
f ô l h a s e s t i l a d a s , m o r r e m l o g o . 158, 133
e n c h a r c a d o s , 21
e s t r u t u r a . 22, 26 f ô lh a s n o v a s e s tr ia d a s d e b r a n c o , m u ita s p a -
n í c u l a s v a z i a s , 196
o r g a n is m o v iv o , 6
p e p t i z a c ã o , 15 p a l h a e m g r a n d e q u a n t i d a d e , p o u c o s g r ã o s , 185
t e o r e m n i t r o g ê n i o , 51 p e rf ilh a ç á o d e fic ie n te , m o rte d a s fô lh a s m a is
v o l u m e ú t i l , 27 v e l h a s , 63
p e rf ilh a m e n to d u ra n te t ó d a c. é p o c a v e g e t a ­
S o ja , d e p c is d a f lo r e s c ê n c ia f õ lh a s c o m m anchas
tiv a m u ita s e s p ig a s e s té r e is , 167
e s c u r a s , p o u c a s s e m e n t e s , 75
‘■ T r i s te z a " . 156, 181, 193, 237, 2C8
S o m b r a d e v e n t o , 11
“ U n i d a d e P o r t a d o r a " , 12, 14. 26
S u l f a t o d e a m ô n i o , 32 V a n á d i o . 24
S u l f a t o d e p o t á s s i o , 35 V a r a s d e á g u a , 182
S u p e r b r o t a ç ã o , 223 V e g e ta l,
e m t ô r n o d o b r ô t o m o r t o . 142, 153 m e ta b o lis m o , 10
S u p e r f o s f a t o . 37 r e s p i r a ç ã o , 11
T a b e l a d a s d e f i c i ê n c i a s , 46, 224 r o b u s t ê s , 13
T e x t u r a d o s o lo , 2
s e n s i b i l i d a d e , 10
T o m a t e i r o , 94, 95 t o l e r â n c i a . 10
á p i c e a m a r e l o c o m v e i a s v e r d e s , 1 9 3 , is g tra n s p ira ç ã o , 11
b r ô t o c l o r ó t i c o . f ô l h a s p e q u e n a s . 219 V e i a s m a r r o n s , 99
b ro to s se e n ro la m p a re d e n tro , fru to s ra c h a m V id e ir a ,
e m v o l t a d o c a u l e , 167 boa c o r o a ç ã o , d e s e n v o l v e p o u c a s f r u t a s , 119
f ô lh a s peq u en as, p o n tin h o s n e c ró tic o s , caem 169, 170
a s fo lh a s e b r o ta m n o v a s , 211 b r o t o s c l o r ó t i c c s c a c h o s p e q u e n o s , 219
fo lh a s q u e b ra d iç a s , m a n c h a s a m a r e la s n e c ro - c l c r c s e f r a c a , p o u c o v i g o r . 64
tis a n d o , m o rre m as fô lh a s m a is v e lh a s e x c re ç õ e s e s c u ra s , n a s f ru ta s e x su d a ç õ e s r e ­
q u a n d o os p rim e iro s fru to s c o m e ç a m a a o a - s i n o s a s , 186
r e c e r , 138 f o l h a s d e f o r m a d a s , b r o t o s d o r m e n t e s . 170
fÔÍ Í g o V 6 lh a S b ro n z e a d a s - q u e b ra d iç a s , m o rre m to lh a s m o s q u e a d a s o u c o m p le ta m e n te desbo­
ta d a s, com n e r v u r a s v e r d e s , 1 4 3 , 141
f ô lh a s v e lh a s m o sq u ead as 221 2"2 f ô lh a s p r e ta s , b r o to s f in o s e c u r to s , p o u c a s
d e s ig u a lm e n te : a p o d re c e m fru ta s , m a tu ra ç ã o ta rd ia e d e s ig u a l. 75
f r u t a s , m a t u r a ç ã o d e s i g u a l . 169, 170
m u rc h a do á p ic e d u ra n te o d ia , 184, 185 Z i n c o , 22, 46. 197 a 214
f i x a ç ã o , 23
l i v r a r i a

D O GLOBOl

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