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FACULDADE DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FITOTECNIA
Rafael Lorscheiter
Engenheiro Agrônomo/UFRGS
vida.
Aos meus pais, Egidio e Marli, e ao meu irmão, Rodrigo, por terem
dos experimentos.
iii
Ao professor Dr. Renar João Bender, do Departamento de Horticultura e
frutos.
iv
BIOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO DOS DANOS DE Anastrepha fraterculus
(Wiedemann) (DIPTERA, TEPHRITIDAE) EM QUIVI (Actinidia spp.)1
RESUMO
1
Dissertação de Mestrado em Fitotecnia, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. (64p.) Março, 2011.
v
BIOLOGY AND DAMAGE OF Anastrepha fraterculus (Wiedemann)
(DIPTERA, TEPHRITIDAE) IN KIWI (Actinidia spp.)1
ABSTRACT
1
Master of Science dissertation in Agronomy, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil. (64p.) March, 2011.
vi
SUMÁRIO
Página
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1
5 CONCLUSÕES .............................................................................................. 54
8 APÊNDICES .................................................................................................. 64
vii
RELAÇÃO DE TABELAS
Página
2. Peso médio (g) (± DP), pH, teor de sólidos solúveis totais (SST),
acidez total titulável (ATT) e relação SST/ATT de frutos (n = 10) de
quivizeiro das cultivares Bruno (Actinidia deliciosa) e MG06 (Actinidia
chinensis) nas diferentes ocasiões de coleta, Farroupilha, RS. ............. 26
3. Peso médio (g) (± DP), pH, teor de sólidos solúveis totais (SST),
acidez total titulável (ATT) e relação SST/ATT de frutos (n = 10) de
quivizeiro das cultivares Bruno (Actinidia deliciosa) e MG06 (Actinidia
chinensis) no dia 20/05/2010. ................................................................. 27
7. Duração média (dias) (± EP) das fases ovo a pupa e pupal, intervalo
de variação (IV), percentuais de viabilidade pupal (VP) e de adultos
deformados (D) e razão sexual (RS) de indivíduos de Anastrepha
fraterculus provenientes de quivis das cultivares MG06 (Actinidia
chinensis) e Bruno (Actinidia deliciosa), infestados em laboratório,
viii
Página
ix
Página
x
RELAÇÃO DE FIGURAS
Página
xi
1 INTRODUÇÃO
colheita.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
importância, sendo que das espécies já descritas para o mundo, 109 possuem
registro para o país (Zucchi, 2008). Anastrepha fraterculus se destaca por ser
Sudeste do Brasil (Malavasi et al., 2000). Pode infestar tanto frutíferas nativas,
praga das fruteiras cultivadas dos Estados do Sul do Brasil (Salles, 1995).
gênero pode oscilar entre 1,0 e 2,23 mm, tendo, em média, 1,41 mm para A.
dias.
mesmo autor, é de até 40 ovos, com média de 25,2 ovos, e uma fêmea é capaz
retrátil e cor que pode variar entre branca e amarela (Cruz et al., 2000). Em A.
fraterculus, a 25 °C, este estágio dura de 11 a 14 dias, com média de 12,7 dias,
e passam por três instares até a fase de pupa (Cruz et al., 2000; Salles, 2000).
Baker (1945), Zart et al. (2010), Machota Junior et al. (2010), Gonzáles et al.
médias do período larval para a mesma espécie de 12,8, 11,0, 14,0, 9,0, 13,9,
forma oval e coloração marrom (Cruz et al., 2000), que correspondem à última
exúvia larval, estando no seu interior a pupa. Segundo Salles (2000), a 25 °C, a
entre 10 e 15,3 dias. Para a espécie, Baker (1945) (utilizando ameixa como
hospedeiro, 25 °C), Gonzáles et al. (1971) (27 °C), Martins (1986) (25 °C),
Machado (1993) (25 °C) e Efrom (2009) (25 °C) (esses quatro adotando dieta
artificial), Zart et al. (2010) (uva, 23 °C), e Machota Junior et al. (2010) (mamão
6
papaia, 24 °C) constataram durações da fase pupal de 15,0, 12,0, 10,0, 14,9,
14,6, 15,0 e 12,2 a 13,1 dias, e emergência de 100,0, 99,2, 21,6, 86,6, 65,1,
89,2 e 69,8 a 75,4%, respectivamente. Jaldo et al. (2001) (23 °C) e Vera et al.
(2007) (25 °C), utilizando dieta a base de levedura de cerveja e gérmen de trigo
e 77,1 a 88,6%.
temperatura, e Zart et al. (2010), uva, a 23°C, constataram valores médios para
75,0, 156,7, 52,0 e 100 dias, respectivamente. Segundo Machado (1993), que
estrutura, tamanho, cor e composição química e física dos frutos (Branco et al.,
spp.) (Rutaceae) com baixo pH e alta acidez total titulável (ATT) ocorre o
L.) (Caricaceae) esse período para C. capitata foi de 9 a 11 dias, em citros foi
em frutos de quivi que possuem menor pilosidade. Hickel & Schuck (1996)
pedúnculo.
mínimo, seis gerações anuais, o que possibilita ser encontrada durante todos
2.1.2 Danos
ferimento realizado por esse inseto serve como porta de entrada para fungos e
et al., 2004)
2000a)
pontos escuros nos locais das puncturas, quando os frutos possuíam de 2,2 a
prematura dos mesmos. Segundo o autor, não foram observadas larvas, porém
desenvolvimento, Zart et al. (2011) verificou que nos estágios de grão ervilha e
Embrapa, quando a postura foi realizada nas bagas durante as fases de pré-
maturação e maturação
semanal.
inimigos naturais (Kovaleski & Ribeiro, 2003; Scoz et al., 2004). Para reduzir o
períodos de carência.
na cultura do quivizeiro.
Práticas como ensacamento dos frutos, que têm como objetivo evitar a
marrom fina, pilosa e polpa verde cristalina (EPAGRI, 1996). Apresenta queda
Zelândia (280 milhões), Chile (150 milhões), França (78 milhões) e Grécia (40
destaque para o Estado do Rio Grande do Sul com 1.601 toneladas (IBGE,
osmose prévia, forma na qual pode ser conservado por longos períodos
Sul, o destino principal dos quivis é o consumo in natura, mas, com o passar
três vezes maiores que os encontrados em laranjas e até dez vezes mais que
em maçã.
melhores solos para o plantio do quivizeiro são aqueles com boa profundidade,
drenagem o fator mais importante, pois a planta não tolera excesso de água
junto às raízes (Youssef & Bergamini, 1981; Whilley & Saranah, 1984; Ministero
dormência.
mais utilizada na América do Sul (Ferri et al., 1996), Califórnia (EUA) e na Nova
1996).
garantir uma polinização adequada das flores do quivizeiro (Biasi & Costa,
1984).
1996).
o tempo entre a floração e a colheita varia entre 120 e 150 dias, dependendo
1996).
Nas condições climáticas da Serra Gaúcha, a cultivar Bruno (Fig 1A) tem
al., 1994), sendo a mais cultivada no Brasil. De acordo com Souza et al. (1996),
cor verde intenso, não muito exigentes em horas de frio, requerendo de 350 a
(Fuertes & Olmo, 1987; Casasús, 1989; Zuccherelli & Zuccherelli, 1990).
Supermercados, 2009).
A B
C 1 mm D 1 mm
(Coleoptera, Curculionidae).
espécie.
3 MATERIAL E MÉTODOS
Alegre, RS.
Efrom (2009). A água era colocada em frascos de vidro (50 mL) com tampa
oviposição, um mamão papaia por gaiola, o qual permanecia por dois dias,
sendo após esse período substituído por outro. O mamão retirado era
20
cobertos com voile, por 16 dias. A areia era peneirada, os pupários recolhidos e
comercial de quivi
quivizeiro das cultivares MG06 (sem pêlo) e Bruno (com pêlo), da Empresa
composto por várias cultivares com uma área total de 4,5 ha. As plantas são
aspersão. Foi destinada ao trabalho uma área de 360 m 2 para cada cultivar,
realização do experimento.
21
por uma gaiola confeccionada com tecido voile, retangular (35 x 25 cm),
abertura com cadarço (Figura 3A). Para evitar o contato das gaiolas com o fruto
com um corte até o centro do disco. Através do corte o suporte era preso com
Bruno.
A B
sido ensacados foram individualmente expostos por três dias a dois casais de
as moscas foram inseridas, foi colocado um frasco de vidro (10 mL), com
tampa perfurada por onde a água foi disponibilizada por capilaridade através de
tiras de pano Spontex Resist® (Figura 3C). Três dias após a infestação, a
pupários. Vinte dias após a exposição, outros dez frutos foram coletados para
solúveis totais (SST ou ºBRIX), acidez total titulável (ATT) e relação SST/ATT,
ATT (%) = volume soda (mL) x concentração soda x fator acido cítrico x 100
onde,
TABELA 1. Peso (g) e comprimento médios (cm) (± DP), pH, teor de sólidos
solúveis totais (SST), acidez total titulável (ATT) e relação
SST/ATT dos frutos (n = 10) de quivizeiro das cultivares Bruno
(Actinidia deliciosa) e MG06 (Actinidia chinensis) nas datas em
que foram realizadas infestações com Anastrepha fraterculus,
Farroupilha, RS.
MG06 21/01/2010 90,7 ± 14,73 5,8 ± 0,36 3,17 4,6 1,48 3,11
Bruno 22/02/2010 31,1 ± 7,49 6,1 ± 0,62 3,19 6,1 1,64 3,72
mesmo pomar descrito no item 3.2. No laboratório, dez desses frutos eram
descrita no item 3.1, não possuíam experiência prévia com quivi e foram
com areia esterilizada e uma porção de papel filtro umedecido, vedados com
em potes plásticos de 250 mL, tendo a sua disposição açúcar, dieta artificial
mesmos foram conservados em álcool 70º, em tubos eppendorf (1,5 mL), para
26
27
dieta artificial (conforme item 3.1) (3:1:1:1) e açúcar foram mantidas em câmara
com quivi. A partir do décimo primeiro dia de vida até o trigésimo sexto,
provenientes do pomar descrito no item 3.2, e foram coletados nos dias 02/04 e
(Tabela 3).
TABELA 3. Peso médio (g) (± DP), pH, teor de sólidos solúveis totais (SST),
acidez total titulável (ATT) e relação SST/ATT de frutos (n = 10)
de quivizeiro das cultivares Bruno (Actinidia deliciosa) e MG06
(Actinidia chinensis) no dia 20/05/2010.
Duas gaiolas foram utilizadas para cada cultivar de quivi, sendo que com
larva, pupa e adulto. Mais uma gaiola foi mantida com adultos de mesma idade
28
que os das gaiolas experimentais, para reposição diária dos mortos, sempre
que necessária.
potes plásticos (250 mL), providos de alimento (açúcar e dieta artificial) e água,
eppendorf (1,5 mL) com álcool 70º, para posterior avaliação da área da asa
laterais com voile, com alimento (açúcar e dieta artificial) e água. A partir do
décimo segundo dia de idade até o trigésimo sexto, a cada 48 horas, era
29
comercial de quivi
de 80% dos frutos avaliados, nos locais onde foram realizadas as puncturas de
registrada três dias após a infestação tenha sido elevada (Tabela 4), parece ter
alta mortalidade desses insetos pode ser atribuída tanto à amplitude térmica
(13,4 °C) do período como ao elevado valor que a temperatura máxima atingiu
pluviométrica (72,9 mm) (Apêndice 1). Não existem registros desse tipo de
dano para quivi, entretanto, Salles (1999) relatou a formação de goma cristalina
frutos (80%), com uma média (± EP) de 15,2 ± 6,72 ovos/fruto. Vinte dias após
A B
C D
E F
epiderme (Figura 4C) e danos na polpa (Figura 4D), em 46,2% dos frutos, e em
7,7% foi constatada uma área com depressão na epiderme (Figura 4E),
32
Mortalidade
Cultivares Data da infestação
Fêmeas Machos
19/11/2009 76 71
MG06 21/01/2010 23 32
29/03/2010 22 24
23/12/2009 60 66
Bruno 22/02/2010 36 34
22/04/2010 8 12
tamanho final), três dias após, não foram visualizados danos nos frutos nem a
foi inferior a da primeira época (Tabela 4). Vinte dias após a infestação, não
foram observadas larvas nos frutos. A queda de frutos até 30 dias após a
epiderme (Figura 4E), com galerias abaixo das lesões (Figura 4F).
foram constatados danos nos frutos três dias após a exposição às moscas e a
mortalidade das moscas que infestaram os frutos foi bem inferior às demais
ocasiões (Tabela 4). Porém, foram encontrados seis ovos em apenas um fruto
33
(20%). Não foram registradas larvas 20 dias após a infestação. Quanto à queda
de frutos até 30 dias após a infestação, esta não diferiu (P = 0,7163) entre esse
casca, em 4,2% dos frutos. Hickel & Schuck (1993) já haviam observado esse
tipo de dano em frutos caídos das cultivares Hayward, Bruno, Allison, Abbott e
(frutos com 30% do tamanho final), não foram observados danos e ovos, assim
como não foram registradas larvas após 20 dias. A alta mortalidade dos adultos
durante esse período (Tabela 4) pode ser devida tanto à alta temperatura
máxima (31,2 °C) como à elevada amplitude térmica do período (7,8 °C),
aliados à precipitação (31,6 mm) (Apêndice 1). A queda de frutos até 30 dias
colheita.
2010 - frutos com 90% do tamanho final), três dias após, não foram
dias. O percentual de frutos caídos até 30 dias após a infestação (10%) não
34
observados ovos e danos nos frutos três dias após a exposição às moscas, e
larvas 20 dias após. A mortalidade dos adultos foi a menor dentre as três
fibrose nos frutos da cultivar Bruno não foram constatadas, embora tenha sido
primeira infestação (frutos com 30% do tamanho final) pode estar associado à
menor rigidez que a epiderme dos mesmos apresenta nessa fase, o que
constatados ovos, pode ser explicada pela elevação dos valores da ATT e ao
frutas.
Uma vez que as características químicas avaliadas nos frutos das duas
pode ser atribuída à maior pilosidade que os mesmos possuem em relação aos
Hoffmann, 1984). A queda de frutos pode ser induzida por esse hormônio, em
resposta a algum fator de estresse (Kende, 1993). Entretanto, este dano tem
ocasião de exposição (Tabela 2). A partir dessa data até a colheita sempre foi
37
percentual de frutos infestados (P > 0,05) e a viabilidade pupal (P > 0,05) entre
registrados pupários nessa cultivar (Tabela 6), quando o teor de SST nos frutos
(Tabela 6).
maiores que os referidos por Baker (1945) para A. fraterculus em ameixa (16
dias), a 25 °C, por Machota Junior et al. (2010) em mamão papaia (17 dias), a
24 °C, e por Zart et al. (2010) em uva Itália (25 dias), a 23°C, sendo o valor
trabalhos com dieta artificial, Gonzáles et al. (1971) (27 °C), Martins (1986) e
Machado (1993) (25 °C), empregando como base na dieta das larvas cenoura
(Tabela 7). Baker (1945), utilizando ameixa como substrato, a 25 °C, e Zart et
al. (2010), empregando uva, a 23 °C, e Machota Junior et al. (2010), mamão
12, 10, 14,9 e 12,2 a 13,1 dias, respectivamente, sendo os valores dos dois
TABELA 7. Duração média (dias) (± EP) das fases ovo a pupa e pupal,
intervalo de variação (IV), percentuais de viabilidade pupal (VP) e
de adultos deformados (D) e razão sexual (RS) de indivíduos de
Anastrepha fraterculus provenientes de quivis das cultivares
MG06 (Actinidia chinensis) e Bruno (Actinidia deliciosa),
infestados em laboratório, respectivamente, nos períodos de
19/02 a 02/04/2010 e de 19/03 a 16/04/2010 (25 ± 2 ºC; 65 ± 10%
UR; fotofase 14 horas).
1
24,5 ± 0,42 a 15,5 ± 0,11 31,7 31,7 0,41
MG06 2
12-38 14-18
(196) (56) (196) (63) (59)
al. (2001) (23 °C), Vera et al. (2007) (25 °C) e Efrom (2009) (25 °C), utilizando
sexuais de, respectivamente, 0,49 a 0,60, 0,51 a 0,54 e 0,50 a 0,51, indicando
e 61,5% nas cultivares MG06 e Bruno, emergiram com defeitos (asas que não
cultivar Bruno.
longevidade média de fêmeas foi superior à encontrada por Zart et al. (2010),
em uva Itália, a 23 °C, que registrou valor de 34,27 dias, porém inferior à obtida
por Gonzáles et al. (1971), 65,4 dias, e Martins (1986), 87,8 dias, os quais
as duas cultivares de quivi ficaram situados próximos ao valor obtido por Zart et
al. (2010), 52 dias, e foram muito inferiores ao encontrado por Gonzáles et al.
(1971), 75 dias, Martins (1986), 156,65 dias, e Joachim-Bravo et al. (2003), 100
dias.
Longevidade
Cultivar
Fêmeas IV Machos IV
indivíduos seria necessário para sustentar este tipo de afirmação. Rego (2010)
respectivamente, 12,9 ± 0,20 mm², 12,6 ± 0,22 mm², 12,2 ± 0,28 mm² e 12,0 ±
da cultivar Bruno. Porém, o autor não distinguiu a área da asa por sexo.
Asa Tíbia
Cultivar
Fêmeas Machos Fêmeas Machos
ter ocorrido desenvolvimento larval nesse experimento, cabe ressaltar que não
utilizando ameixa como substrato, a 25 °C, Zart et al. (2010), uva, a 23 °C, e
artificial, Gonzáles et al. (1971) (27 °C), Martins (1986) (25 °C), Machado
(1993) (25 °C), Jaldo et al. (2001) (23 °C), Vera et al. (2007) (25°C) e Efrom
(2009) (25 °C), empregando como base na dieta das larvas cenoura no
2,9 e 3 dias (três primeiros), e viabilidade de 56,5, 59,3, 72, 75 a 84, 74,1 a
são semelhantes (Tabela 3), a maior oviposição na cultivar MG06 (Tabela 10)
ovos depositados.
44
MG06, a partir do décimo quarto dia de vida, prolongando-se até o último dia
Bruno, a partir do décimo sexto dia de idade até a última avaliação foram
constatados ovos, com pico de oviposição no vigésimo sétimo dia (Figura 5).
(Tabela 11). Esse resultado difere do observado no item 4.2 deste trabalho, em
que foi verificada uma menor duração desse período na cultivar MG06,
torna mais adequada a essa fase do inseto. A menor duração desse período
para as duas cultivares de quivi. Zart et al. (2010), usando uva como substrato,
superior à registrada em quivi. Gonzáles et al. (1971) (27 °C), Martins (1986) e
16,8 e 14 dias, mais adequadas para o sucesso da espécie, uma vez que reduz
ns³ ns ns ns
Cultivar Ovo-pupa IV Pupários/dia Pupários/g Fase pupal IV VP
1
22,7 ± 0,47 a 16,5 ± 0,61 59,3
MG06 2 15 - 35 4,7 ± 0,47 0,10 ± 0,082 15 - 18
(113) (67) (113)
20,2 ± 0,37 b 16,5 ± 0,63 70,3
Bruno 14 - 29 4,2 ± 0,47 0,12 ± 0,081 15 - 18
(101) (71) (101)
1
Médias seguidos de letras difstintas na coluna diferem entre si pelo teste de Kruskal-Wallis, a um nível de significância
de 5%.
2
Valores entre parênteses indicam o número de observações.
3
ns = diferença não significativa entre os valores na coluna (α = 0,05).
Quanto à fase pupal, em frutos, Baker (1945), em ameixa (25 °C), Zart et
al. (2010), em uva (23 °C), e Machota Junior et al. (2010), em mamão papaia
Gonzáles et al. (1971), utilizando dieta a base de cenoura (27 °C), Martins
levedo de cerveja (25 °C), verificaram durações para essa fase de,
encontradas para as cultivares MG06 e Bruno. Uma fase pupal mais curta
mortalidade larval nessa cultivar. Outro resultado relevante foi a menor duração
biologia de A. fraterculus em quivi, que fazem com que a cultivar MG06 seja
0,3338) (Tabela 12), assim como o observado quando os frutos das duas
48
Jaldo et al. (2001) (23 °C), Vera et al. (2007) (25 °C) e Efrom (2009) (25 °C),
razões sexuais de, respectivamente, 0,49 a 0,60, 0,51 a 0,54 e 0,50 a 0,51,
MG06 e Bruno.
Longevidade
Cultivar RS ns¹ AD ns
Fêmeas IV Machos ns IV
3
0,48 41,8 22,3 ± 5,54 a 27,8 ± 7,68
MG06 2 1 - 52 1 - 91
(67) (67) (12) (11)
cultivar Bruno, foi superior à encontrada por Zart et al. (2010) (34,27 dias),
dieta artificial, foi semelhante à encontrada por Gonzáles et al. (1971) (27 °C),
65,4 dias, e inferior à obtida por Martins (1986) (25°C), 87,8 dias. As
artificial, por Gonzáles et al. (1971), 75 dias, e Martins (1986), 156,65 dias,
cultivar Bruno vivem mais que as da MG06, o período de oviposição pode ser
nessa cultivar.
± 0,20 mm², 12,6 ± 0,22 mm², 12,2 ± 0,28 mm² e 12,0 ± 0,23 mm², inferiores
TABELA 13. Área média da asa esquerda (mm2) e comprimento médio da tíbia
posterior esquerda (mm) (± EP) de fêmeas e machos de
Anastrepha fraterculus provenientes das cultivares de quivi MG06
(Actinidia chinensis) e Bruno (Actinidia deliciosa), colhidas no
ponto de colheita, em laboratório (25 ± 2 ºC; 65 ± 10% UR;
fotofase 14 horas).
Asas Tíbias
Cultivar
Fêmeas Machos Fêmeas Machos
relação aos da MG06 (Tabela 14), assim como a viabilidade de ovos (² =
esses resultados.
relação à Bruno (Tabela 10). O contrário foi observado para os emergidos das
51
TABELA 14. Valores médios (± EP) de fecundidade diária (cinco fêmeas) e por
fêmea/dia, e percentual de viabilidade de Anastrepha fraterculus
nas cultivares de quivi MG06 (Actinidia chinensis) e Bruno
(Actinidia deliciosa), desenvolvidos nas mesmas cultivares, em
laboratório (25 ± 2 ºC; 65 ± 10% UR; fotofase 14 horas).
Fecundidade/ Fecundidade/
Cultivar Viabilidade
dia fêmea/dia
13,8 a
MG06 3,0 ± 0,61 a1 0,60 ± 0,122 a
(36)2
33,6 b
Bruno 14,2 ± 2,64 b 2,84 ± 0,528 b
(152)
Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem pelo teste de Kruskal-Wallis
(Fecundidade/dia e Fecundidade/fêmea/dia) e por Qui-quadrado (Viabilidade), a um nível de
significância de 5%.
2
Valores entre parênteses indicam o número de observações.
pico.
mamão papaia, o que foi invertido para moscas que foram desenvolvidas em
maiores e mais férteis que os obtidos na MG06. Segundo Begon et al. (2007),
neste trabalho.
53
período de colheita (item 4.2), indicando que a cultivar Bruno se torna mais
observada por Hickel & Schuck (1993) em quivis caídos pode ser devida à
Bruno;
MG06.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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