Você está na página 1de 16

FUNGOS ENDOFÍTICOS EM FRUTOS DE Syagrus coronata (MART.

) BECC

Mabel Sherlla Rozendo Campos da Silva1, Nadja Santos Vitória2


1
Mestranda em Biodiversidade Vegetal (PPGBVeg), Universidade do Estado da
Bahia, Departamento de Educação, Campus VIII, Paulo Afonso-BA
2
Professora Doutora em Biologia de Fungos, Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Educação, Colegiado de Biologia, Campus VIII, Paulo Afonso-BA,
Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal-PPGBVeg/UNEB
E-mail: mabel_sherlla@hotmail.com

Recebido em: 15/05/2023 – Aprovado em: 15/06/2023 – Publicado em: 30/06/2023


DOI: 10.18677/EnciBio_2023B14

RESUMO
Nesta pesquisa é apresentada pioneiramente o isolamento e identificação da micota
endofítica de frutos de Syagrus coronata (Mart.) Becc. (licuri), uma palmeira nativa
do semiárido nordestino. Três expedições a campo foram realizadas no Povoado
Juá, Paulo Afonso, Bahia, para realização das coletas de frutos sadios de licuri,
apresentado uma variação de inchados a maduros. O experimento foi realizado no
Laboratório de Micologia da Universidade do Estado da Bahia DEDC - Campus VIII.
Os fungos que cresceram foram purificados e agrupados com base na avaliação
micromorfológica, visualizando as estruturas reprodutivas nas lâminas. Foram
obtidos 81 isolados pertencentes a oito gêneros (Acremonium, Aspergillus,
Chaetomium, Curvularia Emericela, Fusarium, Nigrospora, Penicillium) mais
Complexo Pestalotiod, todos classificados no filo Ascomycota, distribuídos em cinco
famílias e cinco ordens. Além destes, foram isolados clamidosporos e mycelia
sterilia. Este estudo apresenta dados que ampliam o conhecimento científico acerca
da micota endofítica no bioma Caatinga, demonstrando a riqueza fúngica associada
a essa palmeira nativa do semiárido nordestino, ressaltando a importância dos frutos
de licuri como habitats propícios para uma variedade de
microrganismos.PALAVRAS-CHAVE: Caatinga, Raso da Catarina, Taxonomia.

ENDOPHYTIC FUNGI ON Syagrus coronata (MART.) BECC FRUITS

ABSTRACT
This pioneering research presents the isolation and identification of the endophytic
mycota from fruits of Syagrus coronata (Mart.) Becc. (licuri), a palm tree native to the
northeastern semi-arid region. Three field expeditions were carried out in Povoado
Juá, Paulo Afonso, Bahia, to collect healthy licuri fruits, ranging from swollen to ripe.
The experiment was carried out at the Mycology Laboratory of the Universidade do
Estado da Bahia DEDC - Campus VIII. The fungi that grew were purified and
grouped based on the micromorphological evaluation, visualizing the reproductive
structures on the slides. Eighty-one isolates belonging to eight genera (Acremonium,
Aspergillus, Chaetomium, Curvularia Emericela, Fusarium, Nigrospora, Penicillium)
plus Pestalotioid Complex were obtained, all classified in the phylum Ascomycota,
distributed in five families and five orders. Furthermore, chlamydospores and mycelia
sterilia were isolated. This study presents data that expand scientific knowledge

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 188 2023
about the endophytic mycota in the Caatinga biome, demonstrating the fungal
richness associated with this palm native to the northeastern semi-arid region,
highlighting the importance of licuri fruits as suitable habitats for a variety of
microorganisms.
KEYWORDS: Caatinga, Raso da Catarina, Taxonomy.

INTRODUÇÃO
A palmeira Syagrus coronata (Mart.) Becc. pertencente à família Arecaceae é
nativa e de ocorrência natural de regiões semiáridas da Caatinga. Regionalmente é
conhecida como licuri, ouricuri licuri, licurizeiro, ouricuri, aricuri, alicuri, nicuri, dicorí,
urucuri, coqueiro dicori e coqueiro cabeçudo, entres outros (LISBOA et al., 2020). O
licuri é uma planta de relevância biológica, econômica, social e ecológica para o
bioma Caatinga, resistindo às secas prolongadas, florescendo e frutificando ao longo
de todo o ano, sendo fonte de alimento para a Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus
leari Bonaparte) e considerada o “Ouro Verde do Semiárido” para os agricultores
familiares, povos e comunidades tradicionais e agroextrativistas (OLIVEIRA et al.,
2020; GOMES; APLEVICZ, 2021; GUIMARÃES et al., 2021).
De acordo Sevilha et al. (2021), do licuri se aproveita praticamente tudo. Das
folhas se produz artesanatos. Dos frutos se obtém uma grande diversidade de
produtos utilizados na alimentação familiar e de animais domésticos, além do óleo
que é muito nutritivo e bastante usado na culinária regional.
Os frutos do licuri são agrupados em cachos, apresentando um formato oval,
medindo aproximadamente dois a três cm de comprimentos e 1,5 de diâmetro. Suas
estruturas são: epicarpo, mesocarpo, endocarpo e albúmem ou amêndoa. O
epicarpo representa a superfície externa e lisa que envolve o fruto, sua coloração vai
depender da variedade e maturidade. O mesocarpo se refere a parte fibrosa
intermediaria, com aspecto de palha. O endocarpo é a porção de cor negra,
resistente e endurecida que envolve a amêndoa. O albúmem ou amêndoa é a região
liquida e leitosa nos frutos verdes, que se torna sólida carnosa e comestível após
processo de amadurecimento do fruto, ou seja, quando o licuri começa a ficar
inchado (AROUCHA; AROUCHA, 2013; GUIMARÃES et al., 2021).
Não há na literatura especializada pesquisas com fungos endofíticos em
frutos de S. coronata. Os fungos endofíticos são encontrados no interior de plantas
durante todo, ou pelo menos, uma parte do seu ciclo de vida, ocupando inter ou
intracelularmente os tecidos saudáveis das mesmas sem causar nenhum sintoma
aparente (DUTTA et al., 2014; FELBER et al., 2016). Nos últimos anos, estudos têm
sido direcionados para o conhecimento da micota epifítica de S. coronata,
evidenciando para esse hospedeiro uma diversidade de espécies de fungos
(SANTOS; VITÓRIA, 2017; SANTOS et al., 2019, 2020 a, b; FORTES et al., 2020;
ROCHA; VITÓRIA, 2020; VITÓRIA et al., 2020, 2022; FORTES; VITÓRIA, 2022).
Tendo em vista à ausência de pesquisas e publicações sobre fungos
endofíticos em S. coronata e considerando a importância do licurizeiro para o bioma
Caatinga, é de suma importância que esses organismos sejam estudados. Desta
forma, este trabalho objetivou identificar a micota endofítica em frutos de S.
coronata. Este é o primeiro estudo de fungos endofíticos associado a esta palmeira.
.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada no Povoado de Juá (09°26’48,8" S e 38°25’53,1" W
Gr., altitude de 428m - Datum WGS 84), munícipio de Paulo Afonso, inserido na
Ecorregião Raso da Catarina, Caatinga, Bahia, cerca de 480 km de Salvador, capital
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 189 2023
do estado (Figura 1). O clima é do tipo BSh caracterizado por altas temperaturas
com precipitação escassa e irregular (350–700 mm/ano). As coletas foram
realizadas nos períodos de dezembro de 2021, fevereiro e abril de 2022, no sítio
“Fuzil” onde S. coronata (licuri) ocorre naturalmente (Figura 2).

FIGURA 1: Localização do Povoado Juá, onde foram coletados os


frutos de Licurizeiro, para o isolamento de fungos endofíticos

Foto: SILVA, M.S.R.C

FIGURA 2: Syagrus coronata (Mart.) Becc. em seu ambiente natural: Sítio


Fuzil, Povoado Juá - Paulo Afonso - BA.

Foto: SILVA, M.S.R.C

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 190 2023
Para o levantamento da micota, em cada expedição foram coletados 20 frutos
sadios de S. coronata (licuri), apresentado uma variação de maturidade de inchados
a maduros (Figura 3). Os frutos de S. coronata foram acondicionadas em sacos de
papel tipo Kraft e levados para o Laboratório de Micologia da Universidade do
Estado da Bahia DEDC-Campus VIII: Coleção Didática, Herbário de Fungos e
Coleção de Cultura de Fungos, onde receberam os tratamentos no mesmo dia.

FIGURA 3: Cacho do licuri de inchado a maduro.

Foto: SILVA, M.S.R.C

No laboratório, os 20 frutos inicialmente foram lavados em água corrente e


detergente neutro. Em seguida, 10 frutos inteiros foram desinfestados em imersão
no álcool 70% por 1 minuto, depois em hipoclorito de sódio (NaOCl) a 2,5 % por 3
minutos e duas lavagens consecutivas em água destilada por 1 min cada, para
retirar excesso de hipoclorito. Posteriormente, foram colocados em uma bandeja de
plástico devidamente esterilizada, em exposição à luz ultravioleta (UV) durante 20
minutos, contendo papel filtro esterilizado, ficando por 24 horas para secar (figura 4
A). Para o controle da assepsia foi retirado cinco gotas da última água da lavagem e
semeadas em placas de Petri contendo BDA (Batata-Dextrose-Ágar) suplementado
com solução do antibiótico terramicina (PEREIRA et al., 1993; PORTO et al., 2018
modificados).
No mesmo dia, os outros 10 frutos inteiros foram imersos em água destilada e
armazenados em geladeira por 24 horas, para facilitar o beneficiamento. Após esse
período, os frutos foram despolpados manualmente para a remoção do epicarpo e
mesocarpo, permanecendo apenas o endocarpo + semente. Os frutos despolpados
foram lavados em água corrente e detergente neutro. Em seguida, para a
desinfestação, foram imersos em álcool 70% por 30 segundos, seguido do
hipoclorito de sódio a 2,5% acrescido de uma gota de detergente neutro por 10
minutos, logo após os frutos foram lavados quatro vezes em água destilada, por 1
min cada. Posteriormente os mesmos foram colocados em uma bandeja de plástico
devidamente esterilizada, em exposição à luz ultravioleta (UV) durante 20 minutos,
contendo papel filtro esterilizado, ficando por 24 horas para secar (figura 4 B). Para o
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 191 2023
controle da assepsia foi retirado cinco gotas da última água da lavagem e semeadas
em placas de Petri contendo BDA (Batata-Dextrose-Ágar) suplementado com
solução do antibiótico terramicina (PEREIRA et al., 1993; PORTO et al., 2018
modificados).

FIGURA 4: Tratamento dos frutos. A - Inteiros; B - Despolpados.

Foto: SILVA, M.S.R.C

Após cada tratamento, os frutos foram transferidos para placas de Petri (dois
frutos por placa), contendo meio de cultura BDA (Batata-Dextrose-Ágar)
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 192 2023
suplementado com solução do antibiótico terramicina e incubadas em BOD a
temperatura de aproximadamente 25°± 2°C. As colônias fúngicas obtidas foram
purificadas em meio BDA (Batata-Dextrose-Ágar) suplementado com solução do
antibiótico terramicina. Os fungos purificados que cresceram foram agrupados com
base em critérios micromorfológicos.
Foram feitas montagens de lâminas, utilizando Lactofenol de Amann com azul
de algodão e água para observação e mensuração das estruturas dos fungos ao
microscópio óptico (Zeiss Primo Star). Os fungos encontrados foram caracterizados
e identificados morfologicamente. As amostras foram preservadas em óleo mineral e
água destilada autoclavada, sendo depositadas na coleção de cultura de fungos do
Laboratório de Micologia DEDC- Campus VIII.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir dos 60 frutos, foram obtidos 81 isolados de fungos endofíticos, 33
provenientes de frutos inteiros e 48 de frutos despolpados. Os fungos foram
identificados morfologicamente, resultando em oito gêneros (Acremonium,
Aspergillus, Chaetomium, Curvularia, Emericela, Fusarium, Nigrospora, Penicillium),
além de táxons do Complexo Pestalotioid, mycelia sterilia e clamidosporos,
distribuídos em cinco famílias e cinco ordens, além dos Incertae sedis.
Todos os fungos identificados pertecem ao filo Ascomycota, fato já esperado
uma vez que de acordo com James et al. (2020) e Wijayawardene et al. (2021) este
filo é o mais diverso e rico em espécies do Reino Fungi, compreendendo cerca de
110 mil táxons. Além disso, ascomicetos já foram relatados como endofíticos em
espécies da família Arecaceae (OLIVEIRA et al., 2020; DINIZ et al., 2021a, b;
SOUZA et al., 2021; SENA et al., 2022; SILVA et al ,2022).
Entre os gêneros identificados, dois são teleomorfos ou seja, em estádio
meiospórico ou em fase sexual (Chaetomium e Emericela) e sete anamorfos ou seja,
em estádio mitospórico ou em fase assexual (Acremonium, Aspergillus, Curvularia,
Fusarium, Nigrospora Penicillium e o Complexo Pestalotioid). Além desses, foram
identificados esporos de clamidosporos e mycelia sterilia. Clamidosporos são
esporos produzidos por diversos tipos de fungos, incluindo representantes do filo
Ascomycota.
Existem fungos que não produzem estrutura de reprodução seja sexual ou
assexual, neste caso, o micélio apresentado é denominado de sterilia. Em geral, os
anamorfos propendem a se desenvolver mais rapidamente do que os teleomorfos
em ambientes favoráveis, visto que, suas estruturas reprodutivas são formadas sem
a fusão de células diferenciadas (SILVEIRA, 1968).
Os gêneros mais representativos foram Aspergillus, Fusarium e Acrenomium,
sendo Aspergillus o de maior registro de ocorrência. Esses gêneros têm sido
comumente relatados como endofíticos em espécies da família Arecaceae
(JIAOJIAO et al., 2016; DINIZ et al. 2020).
Nos frutos despolpados foi identificado o maior número de gêneros (Tabela
1). Este é um fato interessante, pois é provável que o maior número de isolados
fúngicos nos frutos despolpados seja devido à estrutura morfológica do fruto de S.
coronata (licuri) (Figura 5). Uma vez que o fruto inteiro apresenta epicarpo,
mesocarpo, endocarpo e amêndoa ou albúmem (GUIMARÃES et al., 2021).
Portanto, nos frutos despolpados por não disporem de todas essas estruturas, os
fungos endofíticos provavelmente tenham colonizado mais facilmente as placas.
Nos dois tratamentos verificou-se a presença de clamidosporos e mycelia
sterilia (Tabela 2). A quantidade de gêneros pode ser maior, pois houve um elevado
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 193 2023
número de clamidosporos que podem ser representantes dos táxons já identificados
ou de outros. Os clamidosporos são estruturas assexuadas de resistência, que
possibilitam a permanência do fungo por um longo período, em ambientes hostis,
sendo encontrados no filo Ascomycota, principalmente em algumas espécies do
gênero Fusarium (APARECIDO; ROSA, 2019; VIERA et al., 2022).

TABELA 1: Classificação dos Gêneros identificados nos frutos inteiros e


despolpados de Syagrus coronata coletados no Povoado Juá, Paulo Afonso - Ba.

Gêneros Frutos Frutos Família Ordem Filo


Inteiros despolpados
Acremonium 2* 3* Incertae sedis Hypocreales Ascomycota
Aspergillus 3* 5* Aspergillaceae Eurotiales Ascomycota
Chaetomium 1* 2* Chaetomiaceae Sordariales Ascomycota
Curvularia 0 3* Pleosporaceae Pleosporales Ascomycota
Emericela 0 2* Aspergillaceae Eurotiales Ascomycota
Fusarium 6* 0 Nectriaceae Hypocreales Ascomycota
Nigrospora 0 1* Incertae sedis Incertae sedis Ascomycota
Penicillium 0 4* Aspergillaceae Eurotiales Ascomycota
Complexo 0 3* Pestalotiopsidaceae Amphisphaeriales Ascomycota
Pestalotioid
Total 12* 23*

FIGURA 5: Morfologia do fruto de licuri. A - Inteiro; B - Despolpado; C - Estruturas


do fruto.

Foto: SILVA, M. S.R.C

TABELA 2: Formação de clamidosporos e mycélia sterilia por tratamento.

Táxons Frutos Inteiros Frutos despolpados


Clamidosporos 10* 4*
Mycélia sterilia 8* 7*

Total 18* 11*

O gênero Acremonium Link, foi isolado em frutos inteiros e despolpados se


caracteriza por ser polifilético. Microscopicamente apresenta hifas finas hialinas e
septadas; fiálides longas, estreitas e afiladas formadas isoladamente, no entanto, em
algumas espécies podem ocorrer conidióforos com ramificação simples ou
verticiladas. Conídios geralmente pequenos, com formato esférico ou cilíndrico,
hialinos ou pouco pigmentados, de parede fina e lisa, aglomerados em cabeças
viscosas ou em cadeias. Pode acontecer clamidosporos em algumas das suas
espécies. (GAMS,1975; PERDOMO et al., 2011).
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 194 2023
O gênero Acremonium é constantemente isolado como endofítico em muitos
substratos botânicos (SOUZA et al., 2018; GOMES; FORTUNA, 2020). De acordo
com o Index Fungorum (2023) há 221 nomes registrados. A classificação a nível de
espécie é difícil utilizando apenas a taxonomia clássica, sendo necessário análises
moleculares. Os caracteres morfológicos analisados nos isolados de frutos de licuri
são congenéricos com Acremonium (Figura 6 A).

FIGURA 6: Gêneros de fungos endofíticos em frutos de S. coronata. A -


Acremonium; B - Aspergillus; C - Chaetomium; D - Curvularia; E - Emericella; F -
Fusarium; G - Nigrospora; H - Penicillium; I - Complexo Pestalotioid.

Foto: SILVA, M.S.R.C


O gênero Aspergillus P. Micheli ex Haller, apresenta conidióforo ereto,
simples, asseptado, terminando com uma vesícula globosa; fiálides no ápice ou
irradiando-se do ápice ou de toda a superfície. Conídios em cadeia, globosos,
variando a cor de acordo com a espécie. Algumas espécies podem exibir células
Hülle ou esclerócios (BARNETT; HUNT, 1998; KLICH, 2002; GIBBONS; ROKAS,
2013; BEZERRA et al., 2020).
A classificação fundamentada apenas em características morfológicas tem
sido pouco precisa, pois várias espécies deste gênero apresentam diferenças
fenotípicas indiscrimináveis. Sendo necessário uma abordagem polifásica, onde a
análise de dados morfológicos, fisiológicos, moleculares e filogenéticos são
empregados para determinar uma espécie (SAMSON et al., 2014).
As diferentes espécies de Aspergillus são agrupadas em seções: Flavi,
Circumdati, Nigri, Restrict, Fumigati, Cervini, Clavati, Nidulantes, Flavipedes,
Versicolores, Usti, Terrei, Candidi, Cremei, Sparsi e Wentii. Cada seção tem suas
próprias características morfológicas, fisiológicas e genéticas distintas. As espécies
de Aspergillus seção Nigri apresentam conídios de cor negra, em quanto, as da
seção Fumigati, Nidulantes e Flavi possuem conídios de cor esverdeados (KLICH,
2002; VARGA et al., 2004; BENNETT, 2010; DE SOUZA et al., 2020).
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 195 2023
De acordo com Index Fungorum (2023) este gênero possui 1098 registros. É
visto como um gênero cosmopolita e abundantemente distribuído na natureza.
Comumente relatado como endofíticos em espécies da família Arecaceae (JIAOJIAO
et al., 2016; BEZERRA et al., 2020). A características morfológicos dos isolados de
lucurizeiro são congenéricas com o gênero Aspergillus (Figura 6 B).
Chaetomium Kunze é comumente caracterizado por apresentar ascomas
superficiais aderidos ao substrato por hifas rizoidais e geralmente cobertos por pêlos
ou cerdas enroladas, principalmente em seus ápices e ao redor do ostíolo. Os ascos
são unitunicados, pedicelados, clavados, fusiformes, obovados ou cilíndricos, e
geralmente duram pouco tempo. Os ascósporos são asseptados, marrons,
castanho-amarelados a verde-oliva na maturidade (FORTES; VITORIA, 2022).
Os membros deste grupo são amplamente distribuídos em todo o mundo,
englobando 442 registros, dos quais, podem ser sapróbios, parasitas e endofíticos
em diversos substratos botânicos, incluindo espécies da família Aceraceae (JU et
al., 2021; SENA et al. ,2022; INDEX FUNGORUM, 2023). Nesta pesquisa, os
caracteres morfológicos do material examinado são congenéricos com Chaetomium
(Figura 6 C).
O reconhecimento do gênero Curvularia Boedijn, baseado nas características
micromorfológicas é relativamente fácil, já que este táxon é descrito como um fungo
filamentoso, com conidióforos castanhos, na maioria simples, com conídios inseridos
apicalmente ou em outros pontos. Conídios septados, escuros, com as extremidades
mais claras, fusiformes, tipicamente curvadas, com porção central aumentada.
Contudo a identificação em nível de espécie por vezes se torna bem complicada
pela variedade das características dos conídios (BARNETT; HUNT, 1998; LIMA;
FURTADO, 2007).
Fungos do gênero Curvularia são amplamente distribuídos ao redor do
mundo, sendo frequentemente encontrados como sapróbios, fitopatógenos ou
endófitos em diferentes substratos vegetais, apresentando 235 registros (BEZERRA
et al., 2020; TORRES et al., 2022; INDEX FUNGORUM, 2023). Os caracteres
morfológicos observados nos isolados dos frutos de licuri são congenéricos com o
gênero Curvularia (Figura 6 D).
Morfologicamente o gênero Emericella Berk é caracterizado por ascomas
cleistoteciais, envoltos em uma massa de células de Hüller e ascósporos de
coloração variando entre o vermelho e o violeta; com duas, quatro ou múltiplas
cristas equatoriais (MALLOCH; CAIN, 1972). Os caracteres micromorfológicos
observados são comparáveis com o gênero Emericella.
O gênero Emericella atualmente possui 58 registros e recebe o nome da fase
sexual (teleomorfo) de algumas espécies de Aspergillus, sendo encontrados em
ambientes terrestre e marinhos, distribuídos por todo o mundo, podendo variar de
sapróbios a organismos patogênicos ou endofíticos em hospedeiros vivos
(JIAOJIAO et al., 2016; ALBURAE et al., 2020; INDEX FUNGORUM,2023) (Figura 6
E).
O gênero Fusarium Link, abrange uma variedade de espécies, exibindo uma
diversidade em relação aos caracteres morfológicos, fisiológicos e ecológicos, sendo
limitada a identificação do epíteto específico utilizando apenas características
morfológicas (LIMA et al., 2012; APARECIDO; ROSA, 2019).
Segundo Barnett e Hunt (1998), os conidióforos desse gênero são variáveis,
podendo ser delgado e simples ou robustos e curtos, com ramos irregulares ou
conjunto de fiálides isoladas ou em grupos dentro de esporodóquios. Conídios
hialinos, variados, principalmente de dois tipos, frequentemente juntos; os
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 196 2023
macroconídios são mais abundantes e ligeiramente curvos ou dobrados nas
extremidades pontiagudas, tipicamente em formato de canoa; os microconídios
unicelulares, ovóides ou oblongos. Algumas espécies apresentam clamidosporos
frequentemente esparsos, globosos, intercalares, pálidos, formados isoladamente ou
em cadeias (BARNETT; HUNT, 1998; BEZERRA et al., 2020).
É um táxon cosmopolita, colonizando substratos vegetais, podendo ser
identificados como saprobios, fitopatogenos e endofiticos (JIAOJIAO et al., 2016).
Na atualidade há 1742 registros no Index Fungorum (2023) (Figura 6 F).
Nigrospora Zimm é um gênero com distribuição cosmopolita com ampla gama
de hospedeiros, apresentando 41 registros de acordo com Index fungorum (2023).
Dispõe de hábitos sapróbios e comumente são relatados como patógenos vegetais
em muitas culturas e plantas ornamentais de importância econômica (GOMES;
FORTUNA, 2020).
Microscopicamente são observados conidióforos curtos, na maioria simples;
conídios brilhantes, pretos, globosos, situados em vesícula hialina achatada no
conidióforo (BARNETT; HUNT, 1998). Todas as características morfológicas
observadas e documentadas possibilitaram identificar os isolados estudados como
pertencente ao gênero Nigrospora (Figura 6 G).
Os fungos do gênero Penicillium Link comportam inúmeras espécies, todas
filamentosas com hifas septadas e hialinas. Microscopicamente são observados os
conidióforos originando-se isoladamente do micélio. A estrutura do conidióforo
consiste de um estipe que dependendo da espécie pode ser estreito ou alargado,
apresentando parede delgada ou espessa, lisa ou rugosa. No ápice do estipe surge
as ramificações com células conidiogênicas denominadas fiálides. No interior das
fiálides os conídios são formados. Os conídios são asseptados, hialinos, pequenos,
com formas globosas ou ovoides em cadeia (BARNETT; HUNT, 1998; BEZERRA et
al., 2020).
De acordo com Index fungorum (2023), atualmente existem 1380 registros.
Espécies de Penicillium têm sido frequentemente isoladas como endofíticos em
tecidos de diversas plantas (BEZERRA et al., 2020). Os isolados obtidos
apresentam características similares com gênero Penicillium (Figura 6 H)
Maharachchikumbura et al. (2014), propuseram o complexo Pestalotioid para
agrupar os gêneros Pestalotiopsis, Neopestalotiopsis e Pseudopestalotiopsis, onde
os gêneros Neopestalotiopsis e Pseudopestalotiopsis foram segregados do
Pestalotiopsis. A distinção foi feita com base em análises filogenéticas.
A nível genérico os três táxons são facilmente distinguíveis com base em
suas células conidiogênicas e na cor de suas células conidiais medianas;
principalmente no que se refere a pigmentação das três células medianas. Todos os
gêneros desse complexo possuem conídios com cinco células, das quais, as três
medianas são pigmentados e as das extremidades hialina.
Integrantes do Complexo Pestalotioid infectam uma variedade de hospedeiros
e vem ocasionando problemas em vários cultivos pelo mundo, sendo mencionado
como endofiticos, fitopatogênicos ou saprófitos (DARAPANIT et al., 2021) (Figura 6
I).

CONCLUSÃO
Este é o primeiro relato de fungos endofiticos em frutos de S. coronata com
descrição de oito gêneros (Acremonium, Aspergillus, Chaetomium, Curvularia,
Emericela, Fusarium, Nigrospora, Penicillium), além de táxons do Complexo
Pestalotioid, mycelia sterilia e clamidosporos. O gênero Acremonium apresenta
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 197 2023
dificuldades de classificação com base apenas em características morfológicas,
sendo necessárias análises moleculares para determinar as espécies.O gênero
Aspergillus é dividido em seções com características morfológicas, fisiológicas e
genéticas distintas. Os gêneros Chaetomium, Curvularia, Emericella, Fusarium,
Nigrospora e Penicillium possuem distribuição ampla e são encontrados em
diferentes substratos vegetais, sendo sapróbios, endofíticos ou fitopatogênicos. O
complexo Pestalotioid agrupa os gêneros Pestalotiopsis, Neopestalotiopsis e
Pseudopestalotiopsis, que podem causar problemas em diversos cultivos. Frutos de
licurizeiro são detentores de uma micota endofítica com uma considerável variedade
morfológica que devem ser estudados sob o ponto de vista taxonômico, ecológico e
biotecnológico.

AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Universidade do Estado da Bahia, Campus VIII pela estrutura
de laboratórios e transporte para a realização das coletas e ao Programa de Pós-
Graduação em Biodiversidade Vegetal-PPGBVeg/UNEB pelo recurso fornecido para
realização deste estudo.

REFERÊNCIAS
ALBURAE, N. A; MOHAMMED, A. E.; ALORFI, H. S.; TURKI, A. J.; ASFOUR, H. Z.;
et al. Nidulantes of Aspergillus (Formerly Emericella): A treasure trove of chemical
diversity and biological activities. Metabolites, v. 10, n. 2, p. 73, 2020. DOI:
https://doi.org/10.3390/metabo10020073

APARECIDO, C. C.; ROSA, E. C. Avaliação morfologia e molecular para


identificação de Fusarium sp. 2019. URL:
http://repositoriobiologico.com.br//jspui/handle/123456789/1172 DOI:
10.31368/1980-6221v81a10014

AROUCHA, E.P.T.L.; AROUCHA, M.L. Boas Práticas de Manejo para o Extrativismo


Sustentável do Licuri. Brasília: Instituto Sociedade, População e Natureza, 2013.
URL: https://ispn.org.br/site/wp-content/uploads/2018/10/BoasPraticasLicuri.pdf

BARNETT, H.; HUNTER, B.B. Illustrated genera of imperfect fungi. 4th ed. Saint
Paul, MS: Aps, Press, 1998.

BENNETT, J.W. An Overview of the Genus Aspergillus. Caister Academic Press


Japão, pp.1-17, 2010. URL: https://www.caister.com/openaccess/pdf/aspergillus1.pdf

BEZERRA, G. A.; MUSSI-DIAS, V.; DOS SANTOS, P.H.D.; CARVALHO, B. M.;


POLTRONIERI, T. P. S. et al. Endophytic fungi associated with the restinga
bromeliads the National Park of Jurubatiba Restinga, Rio de Janeiro –
Brazil.Research, Society and Development, v. 9, n. 7, p. e971974298-
e971974298, 2020. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4298

DARAPANIT, A.; BOONYUEN, N.; LEESUTTHIPHONCHAI, W.; NUANKAEW, S.;


PIASAI, O. Identification, pathogenicity and effects of plant extracts on
Neopsestalotiopsis and Pseudopestalotiopsis causing fruit diseases. Scientific
reports, v. 11, p. 1-11, 2021. DOI: https://doi.org/10.1038/s41598-021-02113-5

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 198 2023
DINIZ, F. V.; DOI, S. M. S. R.; FITTIPALDY, M. C. P. M.; LOPES, R. F.;
MARGARIDO, S. S. O. R. et al. Isolation and identification of endophytic fungi from
the Amazonian palm Oenocarpus bataua Mart. South American Journal of Basic
Education, Technical and Technological, v. 8, n. 1, p. 139-153, 2021a. URL:
https://periodicos.ufac.br/index.php/SAJEBTT/article/view/4123/2817

DINIZ, F. V.; LIMA, Y. M. M.; PAZ, F. S.; SILVA, A. L. D.; GOMES, L. C. et al.
Atividade enzimática de fungos endofíticos de Bacaba (Oenocarpus bacaba MART.).
Biota Amazônica, v. 10, n. 3, p. 7-11, 2020. URL:
https://periodicos.unifap.br/index.php/biota/article/view/5188

DINIZ, F. V.; ARAÚJO, A. V.; FARIA, M. A. S.; MORSELLI, M. E. P.; RAMOS, L. J.;
CARVALHO, C. M. Cultivable endophytic fungi associated with the murumuru
Amazon palm (Astrocaryum ulei Burret). Scientia Vitae, v. 12, n. 34, p. 23-32,
2021b. URL: https://revistaifspsr.com/v12342332.pdf

DUTTA, D; PUZARI, K. C; GOGOI, R; DUTTA, P. Endophytes: exploitation as a tool


in plant protection. Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 57 n.5, p
621-629, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-8913201402043

FELBER, A. C.; ORLANDELLI, R. C.; RHODEN, S. A.; GARCIA, A.; COSTA, A. T. et


al. Bioprospecting foliar endophytic fungi of Vitis labrusca Linnaeus, Bordô and
Concord cv. Annals of Microbiology, v. 66, p.765–775, 2016. URL:
https://annalsmicrobiology.biomedcentral.com/articles/10.1007/s13213-015-1162-6
DOI: 10.1007/s13213-015-1162-6

FORTES, N. G. S.; VITÓRIA, N. S. New records of Chaetomium and Chaetomium-


like species (Ascomycota, Chaetomiaceae) on Syagrus coronata from the Raso da
Catarina Ecological Station (ESEC), Caatinga, Bahia, Brazil. Mycotaxon 137, 2022.
DOI: https://doi.org/10.5248/137.171

FORTES, N. G. S; SANTOS, M. A. L.; VITÓRIA, N. S. Apiosordaria nigerenses


(Ascomycota): a new record for the Americas. Rodriguésia, v. 71, 2020. DOI:
https://doi.org/10.1590/2175-7860202071092

GAMS, W. Cephalosporium-like Hyphomycetes: some tropical species. Transactions


of the British Mycological Society, v. 64, n. 3, p. 389-IN3, 1975. DOI:
https://doi.org/10.1016/S0007-1536(75)80138-0

GIBBONS J.G; ROKAS A. The function and evolution of the Aspergillus genome.
Trends in microbiol., 21: 14-22. 2013. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.tim.2012.09.005

GOMES, C.V.; FORTUNA, J.L. Microfungos endofíticos e epifíticos em folhas de


bromélias em um fragmento de Mata Atlântica no Extremo Sul da Bahia. Unisanta
BioScience, v. 9, n. 4, pp.356-370, 2020. URL:
https://periodicos.unisanta.br/index.php/bio/article/view/2600

GOMES, M. D. J.; APLEVICZ, K. S. Development and Sensory Analysis of Breads


Made with Licuri Flour (Syagrus coronata (Martius) Beccari). Journal of Culinary
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 199 2023
Science & Technology, 19, n. 6, p. 555-566 2021. DOI:
https://doi.org/10.1080/15428052.2020.1799279

GUIMARÃES, J. S.; SHIOSAKI, R. K.; MENDES, M. L. M. Licuri (Syagrus coronata):


características, importâncias, potenciais e perspectivas do pequeno coco do Brasil.
Desenvolvimento e Meio ambiente, 58, p. 169-192, 2021. URL:
https://revistas.ufpr.br/made/article/view/68852 DOI:
http://dx.doi.org/10.5380/dma.v58i0.68852

INDEX FUNGORUM.Disponível:<http://www.indexfungorum.org/names/Names.asp>.
Acesso: 05 de abril de 2023.

JAMES, T. Y.; STAJICH, J. E.; HITTINGER, C. T.; ROKAS, A. Toward a fully


resolved fungal tree of life. Annual Review of Microbiology, v. 74, p. 291-313,
2020.DOI: https://doi.org/10.1146/annurev-micro-022020-051835

JIAOJIAO, S.; WATTANACHAI, P.; KASEM, S. Isolation and identification of


endophytic fungi from 10 species palm trees. Journal of Agricultural Technology,
v.12, n.2, p.349363, 2016. URL:
https://www.thaiscience.info/journals/Article/IJAT/10982910.pdf

JU, F.; Kuang, Q. X.; Li, Q. Z.; Huang, L. J.; Guo, W. X. et al. Aureonitol analogues
and orsellinic acid esters isolated from Chaetomium elatum and their
antineuroinflammatory activity. Journal of Natural
Products,v.84,n.12,p.30443054,2021.DOI:https://doi.org/10.1021/acs.jnatprod.1c00
783

KLICH, M. A. Identification of common Aspergillus species. CBS, 2002. ISBN:


9070351463

LIMA, A.; FURTADO, M. Espécies do género Curvularia (fungos anamórficos:


Hyphomycetes) na ilha de Santiago, Cabo Verde. Portugaliae Acta Biol, v. 22, p.
145156, 2007. URL:
http://www.arca.museus.ul.pt/ArcaSite/obj/Portugaliae/PAB22_02_LIMA.pdf

LIMA, C. S.; PFENNING, L. H.; COSTA, S. S.; ABREU, L. M.; LESLIE, F. Fusarium
tupiense sp. nov., a member of the Gibberella fujikuroi complex that causes mango
malformation in Brazil. Mycologia, v. 104, n. 6, p. 1408-1419, 2012.URL:
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.3852/12-052 DOI: https://doi.org/10.3852/12-
052

LISBOA, M. C.; WILTSHIRE, F. M. S.; FRICKS, A. T.; DARIVA, C.; CARRIÈRE, F. et


al. Oleochemistry potential from Brazil northeastern exotic plants. Biochimie, 178, p.
96–104, 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.biochi.2020.09.002

MAHARACHCHIKUMBURA, S.S.N.; HYDE, K.D.; GROENEWALD, J.Z.; XU, J.;


CROUS, P.W. Pestalotiopsis revisited. Studies in Mycology, v. 79, n. 1, p. 121-186,
2014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.simyco.2014.09.005

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 200 2023
MALLOCH, D.; CAIN, R. F. New species and combinations of cleistothecial
ascomycetes. Canadian Journal of Botany, v. 50, n. 1, p. 61-72, 1972.URL:
https://cdnsciencepub.com/doi/10.1139/b72-011 DOI: https://doi.org/10.1139/b72-
011

OLIVEIRA, R. J. V.; SOUSA, N. M. F.; NETO, W. P. P.; BEZERRA, J. L; SILVA, G.


A.; CAVALCANTI, M. A. Q. Seasonality affects the Community of endophytic fungi in
coconut (Cocos nucifera) crop leaves. Acta Botânica Brasílica, v. 34, p. 704-711,
2020. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-33062020abb0106

OLIVEIRA, U. R.; BRITO, P. L.; BRITO, R. L.; LIMA, P. C. Conflitos ambientais no


entorno da estação ecológica raso da Catarina / Environmental conflicts around the
Catarina raso ecological station. Brazilian Journal of Animal and Environmental
Research, v. 3, n. 3, p.1170-1182, 2020. DOI: https://doi.org/10.34188/bjaerv3n3-
036

PERDOMO, H.; SUTTON, D. A.; GARCÍA, D.; FOTHERGILL, A. W.; CANO, J.et al.
Spectrum of clinically relevant Acremonium species in the United States. Journal of
Clinical Microbiology, v. 49, n. 1, pág. 243-256, 2011. DOI:
https://doi.org/10.1128/JCM.00793-10

PEREIRA, J.O., AZEVEDO, J.L., PETRINI, O. Endophytic fungi of Stylosanthes.


Mycologia 85: 362-364, 1993. DOI:
https://doi.org/10.1080/00275514.1993.12026286

PORTO, J. M. P.; OLIVEIRA, V. L.; SOUZA, M. L.; SOUZA, R. A. V.; SOARES, A.;
BRAGA, F. T. Pre-germination treatments, quality of light and temperature on
Syagrus coronata (Mart.) Becc. seeds germination. Journal of Agricultural
Science, v. 10, n. 5, 2018. URL: https://doi.org/10.5539/jas.v10n5p268 DOI:
10.5539/jas.v10n5p268

ROCHA, P. Q.; VITÓRIA, N. S. New occurrences of ascomycetes for south america


and the neotropics. Agrotrópica, n. 32, v. 1, p. 31-36, 2020. DOI: 10.21757/0103-
3816.2020v32n1p31-36

SAMSON, R. A.; VISAGIE, C .M.; HOUBRAKEN, J.; HONG, S.-B.; HUBKA, V.;
KLAASSEN, C. H. W. et al. Phylogeny, identification and nomenclature of the genus
Aspergillus. Studies in Mycology, v. 78, p. 141-173, 2014. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.simyco.2014.07.004

SANTOS, E. C. S.; VITÓRIA, N. S. Espécies de Ascomycota em Syagrus coronata


(Mart.) Becc., Água Branca, Alagoas, Brasil. Revista Ouricuri, v. 7, n. 1, p. 080-097,
2017. URL: https://www.revistas.uneb.br/index.php/ouricuri/article/view/5414

SANTOS, M. A. L.; BEZERRA, J. L.; VITÓRIA, N. S. Phaeoseptum aquaticum


(Halotthiaceae): new record for American continent in a new host for science.
Rodriguésia, v. 70, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/2175-7860201970080

SANTOS, M. A. L.; VITÓRIA, N. S.; DE OLIVEIRA, R. J. V.; BEZERRA, J. L.


Diatrypella heveae Senwanna, Phookamsak & KD Hyde (Diatrypaceae, Xylariales): a
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 201 2023
new record for the Neotropics. Check List, v. 16, n. 6, p. 1703-1708, 2020a. DOI:
https://doi.org/10.15560/16.6.1703

SANTOS, M. A.; FORTES, N. G.; SILVA, T. E.; VITÓRIA, N. S. Ascomycota


(lichenized and non-lichenized) on Syagrus coronata in the Caatinga biome: new and
interesting records for Brazil and South America. Mycotaxon, v. 134, n. 4, p. 737-
737, 2020b. DOI: https://doi.org/10.5248/134.737

SENA, I. S.; FERREIRA, A. M.; MARINHO, V. H.; HOLANDA, F. H.; BORGES, S. F.


et al. Euterpe oleracea Mart (Açaizeiro) from the Brazilian Amazon: A Novel Font of
Fungi for Lipase Production. Microorganisms, v. 10, n. 12, p. 2394, 2022. DOI:
https://doi.org/10.3390/microorganisms10122394

SEVILHA, A. C.; SCARIOT, A.; MATIAS, R. A. M.; ÁVILA, J. C. C.; NASCIMENTO,


M. M; VIUDES, P. Projeto Bem Diverso: integrando conservação e uso sustentável
da biodiversidade às práticas produtivas de produtos florestais não madeireiros e
sistemas agroflorestais em paisagens florestais de múltiplo uso e alto valor de
conservação. Brasília, DF: Projeto Bem Diverso - Embrapa/Pnud/GEF. 2021. URL:
http://www.bemdiverso.org.br/

SILVA, A. P. D.; SOTÃO, H. M. P.; GUTIÉRREZ, A. H.; MONTEIRO, J. S. Fungi


associated with Bactris gasipaes Kunth (Arecaceae) in Brazil: checklist and new
records of Didymostilbe capsici, Ellisembia antillana and Aculeata aquatica
(anamorphic Ascomycota). Nova Hedwigia, p. 197-220, 2022. DOI:
10.1127/nova_hedwigia/2022/0679

SILVEIRA, V.D. Lições de Micologia.3a Edição. Rio de Janeiro: Livraria José


Olympio,1968.

SOUZA, J. S. N.; SANTOS, M. A. L.; VITÓRIA, N. S. Registro de Lasiodiplodia


theobromae em frutos abortados de coqueiro no sertão da Bahia, Brasil.
Agrotrópica, v. 33, n. 1, p.49-54, 2021. DOI: 10.21757/0103-3816-2021v33n1p49-
54

SOUZA H. G; SALES, L.; FIGUEIREDO, C. N.; NETO, D. S.; MAGALHÃES, V. C. et


al. Diversidade taxonômica e identificação de Aspergillus. In book: Tópicos em
Microbiologia Agrícola (pp.219-246) Publisher: Editora UFRB. December2020.
URL: https://www.researchgate.net/publication/349763604

SOUZA, B. S.; OLIVEIRA, D. R.; ROCHA, F. V. R.; CANTO, E. S. M.; OLIVEIRA, D.


P. et al. Fungos endofíticos associados à planta medicinal corama (Kalanchoe
pinnata [LAM.] PERS.). DESAFIOS-Revista Interdisciplinar Da Universidade
Federal Do Tocantins, v. 5, n. 3, p. 30-45, 2018. URL:
https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/desafios/article/view/5382 DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2359-3652.2018v5n3p30

TORRES, F. L.; BOGAS, A. C.; ANDRADE, P. H. M.; SOUSA, C. P.; LACAVA, P.T.
Bioprospecção e potencial biotecnológico de fungos endofíticos associados a
plantas do Cerrado. Concilium, v. 22, n. 2, p. 256-272, 2022. DOI:
https://doi.org/10.53660/CLM-114-133
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 202 2023
VARGA, J.; JUHÁSZ, Á.; KEVEI, F.; KOZAKIEWICZ, Z. Molecular diversity of
agriculturally important Aspergillus species. European Journal of Plant Pathology,
Dordrecht, v. 110, p. 627-640,2004. URL:
https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-1-4020-2285-2_17

VIEIRA, J. B.; ROCHA, L.S.; SILVA, H. S. A.; LARANJEIRA, F. F. Mecanismos de


sobrevivência de fusarium oxysporum f. sp. passiflorae são afetados por aplicação
de debris de repolho e mandioca. Revista Caatinga, v. 35, n. 3, p. 586-594, 2022.
DOI: https://doi.org/10.1590/1983-21252022v35n309rc

VITÓRIA, N. S., FORTES, N. G. S., DOS SANTOS, M. A. L., BARBOSA, R. L.


Mycota (Ascomycota) of Syagrus coronata (Mart.) Becc., Raso da Catarina
Ecological Station, Brazil: new records. Acta Brasiliensis, v. 4, n. 2, p. 110-120,
2020. DOI: https://doi.org/10.22571/2526-4338318

VITÓRIA, N.S.; FORTES, N. G. S.; SANTOS, M. A. L.; GOMES, E. S.; SECUNDA,


E. A. et al. Guia ilustrado de Ascomycota, Raso da Catarina – Bahia. Volume I.
Editora Oxente. 1. Edição – Paulo Afonso, 2022. URL:
https://agenciadecomunicacao.uneb.br/wp-content/uploads/2022/11/2022_Guia-
Raso-da-Catarina-E-BOOK-1.pdf

WIJAYAWARDENE, N.N.; HYDE, K. D; DAI, D. Q. Outline of Ascomycota.


Encyclopedia of Mycology, v. 1, p. 246-254, 2021. DOI:
https://doi.org/10.1016/B978-0-12-819990-9.00064-0

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 203 2023

Você também pode gostar