Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Instituto de Matemática
Programa de Pós-Graduação em Matemática
Tese de Doutorado
Rafael Cavalheiro
Professor Orientador:
Prof. Dr. Alveri Alves Sant'Ana
Banca examinadora:
Prof. Dr. Alveri Alves Sant'Ana (UFRGS, Orientador)
Prof. Dr. Antonio Paques (UFRGS)
Prof. Dr. Dirceu Bagio (UFSM)
Prof. Dr. Ivan Chestakov (USP)
Prof. Dr. Mikhajolo Dokuchaev (USP)
Resumo
Abstract
Sumário
Introdução 1
1 Pré-requisitos 4
1.1 (Co)álgebras e (co)módulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 PI álgebras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5 Resultados adicionais 64
Referências 68
1
Introdução
ambos os casos H é semissimples. Isto sugere a seguinte questão (proposta por Cohen e
Fishman em [5]):
mostra o Exemplo 4.12. Algumas respostas positivas foram dadas para esta questão,
assumindo certas hipóteses adicionais em H ou em A (ver por exemplo [19], [18] e [17]).
Uma outra questão relacionada com esta, e que exige hipóteses mais fracas sobre A,
foi tratada por Linchenko, Montgomery e Small em [18] e, posteriormente, por Linchenko
e Montgomery em [17]:
assumidas. Em [17] os autores mostram que a resposta da Questão 2 é `sim', desde que
[8] ações parciais de grupos são denidas axiomaticamente e em [4] os autores estendem
essas denições para o contexto de ações parciais de álgebras de Hopf. Desde então
muitos trabalhos tem sido publicados nesta área e as ações parciais se tornaram um tema
assunto, como por exemplo teoria de Galois (ver por exemplo [9] e [4]), teoria de Morita
(ver por exemplo [2] e [1]) e representações parciais (ver por exemplo [8] e [3]).
quando: todo A-módulo à direita simples tem dimensão nita (Teorema 4.2); ou A é PI-
álgebra que é am sobre k e k é perfeito (Teorema 4.4); ou A é localmente nito (Teorema
4.7). Diferente de [18], não assumimos hipótese adicionais quando k tem caracterísica
positiva, com excessão do segundo caso. Também mostramos que A#H é semiprimo
quando A é H -semiprimo e satisfaz uma identidade polinomial (Teorema 4.10). Para esta
Este trabalho está organizado da seguinte forma. No Capítulo 1 tratamos dos pré-
H -estáveis e pA, H q-módulos estudados, por exemplo, em [11], [24] e [26] no caso de ações
globais.
Estes conceitos são generalizações dos conceitos de radical primo e radical de Jacobson e
1 Pré-requisitos
mas propriedades das álgebras de Hopf e de produtos smash parciais, estruturas sobre
as quais trabalheremos no texto. Na terceira seção fazemos uma breve apresentação das
PI-álgebras, dando ênfase a certos resultados sobre estas estruturas, as quais serão úteis
Seja k um corpo. Uma álgebra sobre k (ou uma k-álgebra, ou simplesmente uma
álgebra) é um k-espaço vetorial que é também um anel (associativo) tal que estas duas
Observação 1.1.1. Neste trabalho, a menos que seja mencionado o contrário, toda álge-
bra tem unidade.
Isso é o mesmo que dizer que existem duas aplicações k-lineares, chamadas de mul-
tiplicação m : A bk A Ñ A e unidade u : k Ñ A, tais que os seguintes diagramas são
1.1 (Co)álgebras e (co)módulos 5
comutativos:
a) associatividade b) unidade
b idA
AbAbA AbA A9 b Ae
m
/
u b idA idA bu
idA bm m kbA m Abk
% y
AbA m
/ A A
Denição 1.1.2. Uma coálgebra sobre k (ou uma k-coálgebra, ou simplesmente uma
coálgebra) é um k-espaço vetorial C junto com duas aplicações k-lineares, chamadas de
comultiplicação ∆ : C Ñ C bk C e counidade ε : C Ñ k, tais que os seguintes diagramas
são comutativos
a) coassociatividade b) counidade
C ∆ / C bC C
y %
∆ ∆ b idC k b Ce ∆ C9 b k
ε b idC idC bε
C bC idC b∆
/C bC bC C bC
¸ ¸
pp∆ b idC q ∆qpcq c11 b c12 b c2 c1 b c21 b c22 ppidC b ∆q ∆qpcq.
°
Tal elemento é então escrito como ∆2 pcq c1 b c2 b c3 . Analogamente, a propriedade
para todo c P C. Mais detalhes sobre a notação sigma pode ser encontrada em [7].
Sejam pA, mA, uAq e pB, mB , uB q álgebras (sobre k). Uma aplicação k-linear f : A Ñ B
é chamada homomorsmo de álgebras se preserva a unidade e a multiplicação, ou seja, se
f p1A q 1B e f pxyq f pxqf pyq, para quaisquer x, y P A. Isso é o mesmo que dizer que
bf
AbA BbB
f f
/ AX / B
F
mA mB uA uB
A f
/ B k
Denição 1.1.4. Sejam pC, ∆C , εC q e pD, ∆D , εD q coálgebras (sobre k). Uma aplicação
k-linear f :C Ñ D é chamada homomorsmo de coálgebras se os seguintes diagramas
são comutativos:
f f
C / D C / D
∆C ∆D εC εD
C bC f bf
/ DbD k
Ou seja,
¸ ¸
pf b f qp∆C pcqq f pc1 q b f pc2 q f pcq1 b f pcq2 ∆D pf pcqq
pcq pf pcqq
e
εD pf pcqq εC pcq
para qualquer c P C .
coálgebra, e estas estruturas são compatíveis (no sentido de 1.1.5), dizemos que H é uma
biálgebra.
Mais precisamente, se AeB são k-álgebras, então A bk B tem uma estrutura natural
de k-álgebra com multiplicação
pa b bqpa1 b b1q paa1q b pbb1q
1.1 (Co)álgebras e (co)módulos 7
para P A e b, b1 P B , e unidade 1A b 1B .
a, a1
εC bD pc b dq εC pcqεD pdq
tal que pH, m, u q é uma k-álgebra e pH, ∆, εq é uma k-coálgebra. Então são equivalentes:
Nesse caso dizemos que pH, m, u, ∆, εq é uma biálgebra (ou simplesmente que H é uma
biálgebra).
(1) Seja γ : k b k Ñ k o isomorsmo natural. Então pk, γ, idk, γ 1, idkq é uma biálge-
bra.
(2) Seja G um grupo (multiplicativo). Então a álgebra de grupo kG é uma biálgebra via
∆pg q g b g e εpg q 1, para g P G.
φ pψ qpv q ψ pφpv qq
1.1 (Co)álgebras e (co)módulos 8
para ψ P W e v P V .
Também temos uma aplicação k-linear natural Ψ : V b W Ñ pV b W q dada por
Ψpϕ b ψ qpv b wq ϕpv qψ pwq
Outra observação importante é que se V tem dimensão nita então existe um isomor-
smo natural
ΦV : V Ñ V
v Þ Ñ v̂
Proposição 1.1.9. (ver [7, Proposition 1.3.14]) Se H é uma biálgebra de dimensão nita,
então ΦH é um isomorsmo de biálgebras.
1.1 (Co)álgebras e (co)módulos 9
ζ : A bk M Ñ M
abm ÞÑ am
b idM b idM
AbAbM AbM kbM AbM
m u
/ /
idA bζ ζ
ζ
#
AbM ζ
/ M M
M
ρ
/ M bC M
ρ
/ M bC
ρ ρ b idC idM bε
"
M bC idM b∆
/ M bC bC M bk
¸ ¸
ppρ b idC q ρqpmq m00 b m01 b m1 m0 b m11 b m12 ppidM b ∆q ρqpmq.
°
Tal elemento é então escrito m0 b m1 b m2 . Já a comutatividade do segundo diagrama
Proposição 1.1.11. (ver [23, Lemma 1.6.4]) Sejam A uma álgebra de dimensão nita e
C uma coálgebra.
1.1 (Co)álgebras e (co)módulos 10
f pamq af pmq
b
AbM bN
idA f
/A
ζM ζN
M / N
f
ρM ρN
M bC b
f idC
/N bC
Ou seja,
¸ ¸
pf b idC qpρM pmqq f pm0 q b m1 f pmq0 b f pmq1 ρN pf pmqq,
pmq pf pmqq
1.1 (Co)álgebras e (co)módulos 11
para todo m P M .
simples se não possui ideais (bilaterais) próprios (ou seja, diferente de 0 e A) e M é cha-
mado simples (ou irredutível) quando M 0 e não tem submódulos próprios. Ainda, M
é chamado semissimples (ou completamente redutível) quando é soma direta de submó-
Finalizamos a seção descrevendo alguns resultados que envolvem o radical primo P pAq
e o radical de Jacobson J pAq de uma k-álgebra A.
Assumiremos conhecido as denições e caracterizações de P pAq e J pAq, bem como
os conceitos mais básicos envolvidos nesse assunto: ideais primos, ideais semiprimos,
ideais primitivos, etc. O leitor que não estiver familiarizado com tais conceitos pode
1.1 (Co)álgebras e (co)módulos 12
consultar [16], páginas 53 a 56, 165 a 169, 182 e 183, ou outra referência pertinente. Em
n, então os elementos x, x2 , . . . , xn 1
são linearmente dependentes, o que implica que x é
Proposição 1.1.19. (ver [16, Corollary 4.19]) Se a k-álgebra A é algébrica (em particular
se A é localmente nita), então J pAq é o maior ideal nil de A.
Proposição 1.1.20. (ver [16, Theorems 5.10 e 10.18]) Seja Arts o anel de polinômios em
uma variável sobre a álgebra A.
não tem raízes múltiplas no seu corpo de raízes. Um polinômio arbitrário de krts é dito
separável sobre k se todos os seus fatores irredutíveis em krts são separáveis sobre k. Se
for raiz de algum polinômio separável de krts. Uma extensão algébrica de corpos kF
é dita separável se todo αPF é separável sobre k.
Uma álgebra A é dita um produto subdireto das álgebras tAλuλPΛ quando valem as
seguintes condições:
±
(i) A é uma subálgebra do produto cartesiano λ Aλ ;
±
(ii) πλ pAq Aλ , para toda projeção canônica πλ : λ Aλ Ñ Aλ.
subdireto das álgebras tAλ uλPΛ se e somente se existe uma família de ideais tIλ uλPΛ em
A, tais que Iλ 0 e Aλ A{Iλ .
Proposição 1.1.23. (ver [13, Proposition 2.3.4]) Um produto subdireto de álgebras semi-
primitivas é semiprimitiva.
¸
pϕ ψqpcq : ϕpc1 qψ pc2 q
S P HomkpH, H q que seja inversa da aplicação identidade idH , com respeito ao produto
convolução. No caso armativo chamamos S de antípoda de H.
Denição 1.2.1. Uma álgebra de Hopf é uma biálgebra que possui antípoda.
para todo h P H.
Exemplo 1.2.2. (ver [7, pg 158]) Seja G um grupo. Já mencionamos no Exemplo 1.1.6
que H kG é uma biálgebra. Se considerarmos a aplicação S : H Ñ H , denida por
S pg q g 1 , estendida por linearidade, vemos facilmente que S é uma antípoda de H . Em
particular, se G teu tem apenas o elemento neutro, então kG k é uma álgebra de
Hopf com antípoda S idk .
H tem uma estrutura de biálgebra (Proposição 1.1.8). A proposição seguinte amplia esse
Proposição 1.2.3. (ver [7, Proposition 4.2.11]) Se H é uma álgebra de Hopf de dimensão
nita com antípoda S , então H é uma álgebra de Hopf com antípoda S .
Exemplo 1.2.2 e da Proposição 1.2.3 que H é uma álgebra de Hopf. Se tpx uxPG H é
a base dual de G, então, para quaisquer g h em G,
¸
pg 2 pg , p g ph 0 e 1H px .
P
x G
tem uma estrutura de F-álgebra de Hopf. Por denição, a multiplicação em H é dada por
εH ph bk αq εH phqα, @ h P H, @ α P F.
A antípoda de H é dada por
SH ph bk αq SH phq bk α, @ h P H, @ α P F,
onde SH é a antípoda de H (ver [7, Exercise 4.2.17]).
Proposição 1.2.5. (ver [23, Corollary 2.2.2]) Seja H uma k-álgebra de Hopf de dimensão
nita e seja k F uma extensão de corpos. Se H é semissimples, então H bk F é uma
F-álgebra de Hopf semissimples.
conceito de H -módulo álgebra, e que foi introduzido na literatura por Caenepeel e Janssen
em [4].
Denição 1.2.6. Uma ação parcial (à esquerda) de uma álgebra de Hopf H sobre uma
álgebra A é uma aplicação k-linear
ξ :H bA Ñ A
hba Þ Ñ ha
(i) 1H a a
°
(ii) h papg bqq ph1 aqpph2gq bq
Como estamos supondo que A tem unidade, a condição (ii) da Denição 1.2.6 pode
°
(a) h pabq ph1 aqph2 bq
°
(b) h p g bq ph1 1Aqpph2gq bq
para quaisquer a, b P A e h, g P H . Claramente vale (ii) se e somente se valem (a) e (b).
h 1A εphq1A , @ h P H ðñ h pg aq phg q a , @ a P A, @ h, g P H.
De fato, se vale a igualdade da esquerda, então a condição (b) acima implica que, para
aPA e h, g P H,
¸ ¸
h p g bq ph1 1Aqpph2gq bq 1A ppεph1 qh2 g q bq phg q b.
Reciprocamente, se vale a igualdade da direita, então a condição (a) acima implica que,
para todo h P H,
¸
h 1A ph1 1Aqpεph2q 1Aq
¸
ph1 1Aqpph2S ph3qq 1Aq
¸
ph1 1Aqph2 pS ph3q 1Aqq
¸
h1 p1ApS ph2q 1Aqq
¸
h1 pS ph2q 1Aq
¸
ph1S ph2qq 1A
εphq1A.
Neste caso A é um H -módulo álgebra (conforme [7, Denition 6.1.1]), e dizemos que ξ
é uma ação global, ou que H age globalmente em A. Por outro lado, essas igualdades
ph b αq pa b β q : ph aq b pαβ q
para α, β P F, a P A e h P H .
1.2 Álgebras de Hopf e produto smash parcial 17
pg h δg,h h , @ g, h P G.
Seja N um subgrupo normal de G, N t1Gu, tal que char k |N |, e seja eN PB o
idempotente central
¸
eN |N1 | n.
n N P
Para quaisquer g, x P G, temos
¸
pg peN xq ppgh 1 eN qpph xq
P
h G
¸
ppgh 1 eN qδh,x x
P
h G
ppgx eN qx
1
¸
|N1 | ppgx nqx. 1
nPN
Exemplo 1.2.10. [9, Example 6.1] Seja B uma k-álgebra qualquer e seja
g e1 0, g e2 e1 , g e3 e2 ,
g 2 e1 e3 , g 2 e2 0, g 2 e3 e1,
g 3 e1 e2 , g 3 e2 e3 , g 3 e3 0.
AH ta P A ; h a aph 1Aq, @ h P H u .
h 1A 1Aph 1Aq.
Quando A é H -módulo álgebra (ação global), nós denotamos a subálgebra dos inva-
AH ta P A ; h a εphqa, @ h P H u
conforme [7, Denition 6.1.5].
Mais adiante vamos precisar do seguinte resultado, para o qual não encontramos
Denição 1.2.13. Uma coação parcial (à direita) de uma álgebra de Hopf H sobre uma
álgebra R é uma aplicação k-linear ρ : R Ñ R b H que satisfaz as seguintes condições
°
(i) x0 εp x1 q x
°
(ii) pxyq0 b pxyq1 ° x0y0 b x1y1
°
(iii) x00 b x01 b x1 ° 10x0 b 11x11 b x12
para quaisquer x, y P R.
Analogamente ao caso de ações parciais, notamos que se, além das condições acima,
também vale
ρp1R q 1R b 1H ,
1.2 Álgebras de Hopf e produto smash parcial 20
caso dizemos que ρ é uma coação global. Por outro lado, é imediato vericar que todo
RcoH tx P R ; ρpxq px b 1H qu
conforme [7, Denition 6.2.3].
Finalizamos esta seção considerando o produto smash parcial. Este conceito, junta-
mente com o conceito de ações parciais de álgebras de Hopf, foi introduzido na literatura
por Caenepeel e Janssen em [4]. Seja A um H -módulo álgebra parcial. No espaço vetorial
¸
pa b hqpb b gq aph1 bq b h2 g
para a, b P A e h, g
P H . Essa multiplicação é associativa e distributiva em relação a soma
usual de A b H , introduzindo assim uma estrutura de álgebra em A b H . Denotaremos
essa estrutura por A#H e seus elementos (geradores) por a#h em vez de a b h. Em geral
A#H não tem unidade, a menos que a ação de H em A seja uma ação global (ver [7,
¸
a#h : pa#hqp1A #1H q aph1 1A q#h2 .
f :A Ñ A#H A#H
a Þ Ñ a#1H a#1H .
ρ : A#H Ñ A#H b H
a#h Þ Ñ a#h1 b h2 .
¸ ¸¸
ai #hi b 1H u b 1H ρpuq ai #hi1 b hi2 .
i i phi q
Podemos supor ainda que taiu é um conjunto linearmente independente, o que implica
°
ph q hi1 b hi2 hi b 1H , para todo i. Aplicando ε b idH nesta igualdade obtemos, para
i
todo i,
¸
hi εphi1 qhi2 εphiq1H .
phi q
°
Portanto u i ai #hi °i εphiqai#1H P A.
Se H tem dimensão nita, então a estrutura de H -comódulo álgebra (à direita),
1.3 PI álgebras 23
descrita acima, induz uma estrutura de H -módulo álgebra (à esquerda) em A#H , com
1.3 PI álgebras
Nesta seção faremos uma breve discussão sobre PI-álgebras. Essas estruturas são os
principais objetos das aplicações dos estudos feitos aqui. Abaixo listamos alguns exemplos
leitor interessado em mais detalhes sobre o assunto pode consultar [14], [15], [22] ou [25].
gerada sobre seu centro (em particular, toda álgebra de dimensão nita) é uma PI-álgebra.
Proposição 1.3.4. (ver [25, Theorem 6.1.1]) O produto tensorial de PI-álgebras é PI-
álgebra.
1.3 PI álgebras 24
Exemplo 1.3.5. (ver [25, pg 9]) Dizemos que uma álgebra A é algébrica de grau limitado,
quando existe um inteiro n ¥ 1, tal que todo elemento de A é algébrico de grau ¤ n. Toda
álgebra algébrica de grau limitado é uma PI-álgebra.
Proposição 1.3.6. (ver [14, Theorem 6.4.3]) Toda PI-álgebra algébrica é localmente -
nita.
Proposição 1.3.7. (ver [22, Corollary 13.2.6]) O radical primo de uma PI-álgebra é seu
maior ideal à direita nil.
Proposição 1.3.8. (ver [25, Corollary 4.4.6], [16, Corollary 4.19] e [15, Theorem 3, pg
36]) Seja A uma PI-álgebra que é am ou algébrica sobre k. Então J pAq é localmente
nilpotente. Em particular, J pAq P pAq.
é uma k-álgebra am que satisfaz uma identidade polinomial de grau d então, para todo
A-módulo simples V , tem-se dimk V ¤ d{2.
mery, sobre H -módulos álgebra que satisfazem uma identidade polinomial. Dele decorre
um fato sobre H -módulos álgebra localmente nitos (Lema 4.6), útil no estudo da semi-
Como toda álgebra A de dimensão nita é uma PI-álgebra e J pAq é nilpotente (Pro-
2 Ideais H -estáveis e
pA, H q-módulos parciais
podem ser adaptados para o caso de ações parciais. Nos Capítulos 2 e 3, exploramos
uma relação entre o H -radical primo de A e o H -radical primo de A#H e uma relação
entre o H -radical de Jacobson de A e o H -radical de Jacobson de A#H , quando H tem
dimensão nita.
Nosso objetivo, nesta seção, é estabelecer alguns fatos sobre ideais H -estáveis de A.
O mais importante deles é a relação entre os ideais H -estáveis de A e os ideais de A#H
que são H -subcomódulos (Teorema 2.1.6), os quais, no caso de H ter dimensão nita, são
h pa I q : ph aq I
A#H { I#H pA{I q#H ,
° (
onde I#H : xi #hi ; xi P I, hi P H . Para ver isto, consideremos a projeção natural
°
π a#h π p aph1 1A q#h2 q
¸
aph1 1A q#h2
¸
aph1 1A q#h2
a#h P pA{I q#H
para quaisquer aPA e h P H, portanto está bem denida a projeção
π̄ : A#H Ñ A{I#H.
a#h Þ Ñ ā#h
2.1 Ideais H -estáveis 28
Por ser uma restrição de π, a aplicação π também preserva a multiplicação, donde segue
como
¸
Iα #H Iα pH 1A q#H Iα #H
para todo α, é suciente demonstrar que pIα#H q 0.
Para isso tomemos pIα#H q A#H e escrevamos u ° xi#hi, com txiu A e
uP
thiu H . Podemos supor que thiu é linearmente independente, o que implica xi P Iα para
todo i e todo α. Então, cada xi P Iα 0 e portanto u 0. Logo pIα #H q 0.
dade do produto smash parcial pelo fato do produto subdireto de álgebras semiprimitivas
ser semiprimitiva.
¸
h paxq ph1 aqph2 xq P AI I
e
¸
h pxaq
ph1 xqph2 aq P IA I
portanto ax, xa P pI : H q. Isso mostra que pI : H q é um ideal. Para obter a H -estabilidade
¸
h p g xq ph1 1Aqpph2gq xq P AI I,
portanto g x P pI : H q. Como x e g são arbitrários, segue que H pI : H q pI : H q, ou
seja, pI : H q é H -estável.
Suponhamos agora que J é um ideal H -estável contido em I. Então H J J I,
o que implica J pI : H q. Logo pI : H q é o maior ideal H -estável contido em I .
Se I é um ideal à esquerda, a mesma demontração dada acima (ou parte dela) serve
para concluir que, também nesse caso, pI : H q é o maior ideal à esquerda H -estável contido
em I. Porém, se I é ideal à direita mas não à esquerda, então a demonstração acima serve
apenas para concluir que pI : H q é um ideal à direita (contido em I ), mas não podemos
°
garantir a H -estabilidade de pI : H q pela igualdade h pg xq ph1 1Aqpph2gq xq. No
entanto, vale ressaltar que se I é um ideal à direita, sempre existe o maior ideal à direita
H -estável contido em I (pois soma de ideais à direita H -estáveis ainda é ideal à direita
dição de simetria:
¸
h p g aq pph1gq aqph2 1Aq , @ a P A, @ h, g P H.
Nesse caso, seguindo passos análogos aos da demonstração da Proposição 2.1.4, vê-se
H -estável de A contido em I.
¸
h x#1H h1 x#εph2 q1H
¸
ph1 xqph2 1Aq#h3S ph4q
¸
ph1 x#h2qp1A#S ph3qq
¸
p1A#h1qpx#1H qp1A#S ph2qq P I,
portanto, hx P I X A. Logo I X A é ideal H -estável de A.
Demonstramos agora o principal resultado dessa seção. Ele generaliza, para o caso de
ações parciais, um resultado já conhecido sobre ações globais (isso segue de [24, Lemma
A#H Ñ A#H b H
a#h Þ Ñ a#h1 b h2 .
Teorema 2.1.6. Sejam H uma álgebra de Hopf e A um H -módulo álgebra parcial. Exis-
tem bijeções
tIdeais H -estáveis de Au o Φ
Ψ
/
tIdeais de A#H que são H -subcomódulosu
dadas por ΦpI q I#H e ΨpI q I X A, tais que Ψ Φ1. Estas funções preservam
inclusão, soma, produto (nito) e interseção.
arbitrariamente um elemento
thiu ser uma base de H implica que txiu I , e o fato de 1H pertencer a essa base e
u P A A#1H , implica que xi 0 se hi 1H . Portanto u P I .
¸ ¸¸ ¸
xi #hi pxi#hi11qp1A#S phi12qqp1A#hi2q.
i i phi q phi1 q
Como I é um H -subcomódulo de R, temos
¸¸ ¸
xi #hi11 b hi12 b hi2 P I bH bH
i phi q phi1 q
°
assim, podemos assumir que i xi #hi11 P I , donde segue que
¸ ¸ ¸
xi phi1 1A q#1H pxi#hi11qp1A#S phi12qq P I X A
i i phi1 q
e portanto
¸ ¸¸
xi #hi pxiphi1 1Aq#1H qp1A#hi2q P pI X AqpA#H q pI X Aq#H.
i i phi q
Isso mostra que Φ e Ψ são inversa uma da outra. Provemos agora que ambas preservam
inclusão, soma, produto (nito) e interseção. Notemos que soma, produto e interseção
¸ ¸ ¸ ¸
Ψ Iβ Ψ ΦpΨpIβ qq Ψ Φ ΨpIβ q ΨpIβ q.
I#H IR (em particular, IR é ideal de R). Isso segue imediatamente do fato de que,
para quaisquer a P A, x P I e h P H ,
(onde a quarta igualdade segue do fato de Iα2 R ser ideal de R). Com isso obtemos também
que, para β1 , β2 P Γ,
ΨpIβ1 Iβ2 q Ψ Φ ΨpIβ1 q Φ ΨpIβ2 q Ψ Φ ΨpIβ1 qΨpIβ2 q ΨpIβ qΨpIβ q.1 2
Claramente, por indução, esse resultado se estende ao produto de uma quantidade nita
£ £ £ £
Ψ Iβ Iβ X A pIβ X Aq ΨpIβ q,
£ £ £ £
Φ Iα Φ ΨpΦpIα qq Φ Ψ ΦpIα q ΦpIα q.
ação global, segue imediatamente da observação feita após a Denição 2.1.1 o seguinte
resultado.
tIdeais H -estáveis de Au o Φ
Ψ
/
tIdeais H -estáveis de A#H u
2.2 pA, H q-módulos parciais 33
dadas por ΦpI q I#H e ΨpI q I X A, tais que Ψ Φ1. Estas funções preservam
inclusão, soma, produto (nito) e interseção.
Como na seção anterior, H denotará uma álgebra de Hopf sobre um corpo keA
um H -módulo álgebra parcial. Nesta seção apresentamos o conceito de pA, H q-módulo
parcial. Este conceito é, num certo sentido, uma generalização do conceito de A-módulo
(ver Exemplo 2.2.2) e permite entender um pouco melhor a relação entre A e A#H
como veremos mais adiante. A Denição 2.2.1, assim como a Proposição 2.2.4, nos foram
(i) m 1H m presp. 1H m mq
para quaisquer m P M , a P A e h, g P H .
para quaisquer m P M, a P A e h, g P H.
A Proposição 2.2.4 justica nosso interesse nessas estruturas.
são pA, H q-módulos parciais à esquerda. A Proposição 2.2.4 fornece exemplos de pA, H q-
módulos parciais à direita. Também, na Seção 3.2 veremos como podemos construir
p0 : M q ta P A ; M a 0u presp. p0 : M q ta P A ; aM 0uq
para M um A-módulo à direita (resp. à esquerda). Quando p0 : M q 0 diremos que M
é el.
¸
mph xq pmph1 xqq pεph2q1H q
¸
pmph1 xqq ph2S ph3qq
¸
ppm h1qxq S ph2q P pM xq H 0
se M é pA, H q-módulo parcial à direita e
¸
ph xqm ph1 xqppεph2q1H q mq
¸
ph1 xqpph2S ph3qq mq
¸
h1 pxpS ph2 q mqq P H pxM q 0
H -estável tal que I p0 : M q. Então M tem uma estrutura natural de pA{I, H q-módulo
parcial à direita (resp. à esquerda).
A próxima proposição demonstra que todo pA, H q-módulo parcial tem uma estru-
tura natural de A#H -módulo e, reciprocamente, todo A#H -módulo tem uma estrutura
2.2 pA, H q-módulos parciais 35
p0 : M qA p0 : M qA#H X A.
Demonstração. Suponhamos que M é um pA, H q-módulo parcial à direita. Observamos
ζ:M b A#H Ñ M
m b a#h ÞÑ pmaq h
b id
κ:M b A#H M b A b H ÝςÝÝÝ Ñ M b H ÝÑ
ξ
M H
mpa#hq pb#g q pppmaq hqbq g
¸
pmaph1 bqq ph2gq
¸
m aph1 bq#h2g
m pa#hqpb#gq .
Logo M é um A#H -módulo à direita.
Suponhamos agora que M é A#H -módulo à direita. Também nesse caso temos que
M bA Ñ M
m b a ÞÑ mpa#1H q
M bH Ñ M
m b h ÞÑ mp1A #hq
estão bem denidas (e são k-lineares). A primeira delas é trivial via identicação de A
com a subálgebra A#1H A#H . Em particular, tal aplicação dene uma estrutura de
M b H ÝÑ M b A b H ÝidÝÝÝbÑ
M π
M b A#H ÝÑ M
ζ
m b h ÞÑ m b 1A b h
m 1H mp1A#1H q m
e
pm hqa g mp1A #hq pa#1H q p1A #g q
m p1A #hqpa#1H qp1A #g q
¸
m h1 a#h2 g
¸
mph1 aq ph2 g q
2.2 pA, H q-módulos parciais 37
A#H b M Ñ M
a#h b m ÞÑ aph mq
dene uma estrutura de A#H -módulo à esquerda em M : para quaisquer m P M , a, b P A
e h, g PH
p1A#1H qm 1Ap1H mq m
e
pa#hq pb#gqm aph pbpg mqqq
¸
aph bq ph2gq m
¸
aph1 bq#h2 g m
pa#hqpb#gq m.
AbM Ñ M
abm Þ pa#1H qm
Ñ
e
H bM Ñ M
hbm Þ p1A#hqm
Ñ
denem uma estrutura de pA, H q-módulo parcial à esquerda: para quaisquer m P M,
a, b P A e h, g PH
1A m 1H m p1A #1H qm m,
apbmq pa#1H q pb#1H qm pa#1H qpb#1H q m pab#1H qm pabqm,
h papg mqq p1A#hq pa#1H q p1A#gqm
p1A#hqpa#1H qp1A#gq m
¸
h1 a#h2 g m
ph1 aqpph2gq mq.
2.2 pA, H q-módulos parciais 38
igualdade p0 : M qA p0 : M qA#H X A.
39
A. Estes conceitos são análogos aos conceitos de radical primo e radical de Jacobson de
uma álgebra qualquer, e servem algumas vezes para obter propriedades do produto smash
parcial, como veremos no Capítulo 4. Nosso principal objetivo neste capítulo é estabelecer
nita.
um H -módulo álgebra A. Tal denição pode ser considerada também quando a ação de
H -radical primo de A. Nosso objetivo é obter uma relação entre o H -radical primo de A
e o H -radical primo de A#H , quando H tem dimensão nita. Para isso, estabelecemos
alguns resultados sobre ideais H -primos e ideais H -semiprimos, análogos aos resultados de
[16], Seção 10.1, páginas 165 a 169, sobre ideais primos e ideais semiprimos. Em particular
é assegurada pelo Lema de Zorn). De fato, se I e J são ideais H -estáveis que não estão
A pm I qpm Jq m IJ ,
e portanto IJ m.
Proposição 3.1.2. Para um ideal H -estável p A, são equivalentes:
(1) p é H -primo;
ApH aqApH bq p ñ a P p ou b P p ;
pH aqApH bq p ñ a P p ou b P p ;
pH aqApH bq I pAJ q IJ p.
Como a R p, a condição (4) implica que b P p, para todo b P J, ou seja, J p. A
implicação (4) ñ (5') é análoga, e as implicações (5) ñ (1) e (5') ñ (1) são triviais.
ApH aqApH bq X M H.
Observamos que em [26] o autor usa a nomenclatura H -m-sequência para ações globais,
mas com signicado levemente diferente. A nossa escolha da nomenclatura está baseada
em [16].
¸
n
ci phi xqdi pgi y q P A H pp I q A H pp Jq
i 1
pp I qpp Jq
p IJ
°
Como ci phi xqdi pgi y q R p (pois pXM H) segue que
ApH aqApH bqA IJ p.
Pelo item (2) da Proposição 3.1.2, segue que p é H -primo.
?
No caso particular em que I 0, chamaremos PH pAq : H
0 de H -radical primo de A.
?
I H
I, H -estável I A.
?
Claramente para todo ideal O que não ca claro da
H
Denição 3.1.5, é que I é também um ideal H -estável de A. Isso segue da seguinte
proposição.
?
Proposição 3.1.6. Seja I A um ideal H -estável.
Então H I é a interseção de todos
?
os ideais H -primos de A que contêm I . Em particular H I é um ideal H -estável de A.
?
xP ñ x R Azp ñ x P p.
H
I
?
H
Logo, I está contido na interseção de todos os ideais H -primos que contêm I.
?
Por outro lado, se x R H
I, então existe um Hm-sistema M A tal que x P M e
Claramente todo ideal H -primo é H -semiprimo. Além disso, toda interseção de ideais
(1) s é H -semiprimo;
ApH aqApH aq s ñ a P s;
pH aqApH aq s ñ a P s;
ção 3.1.2. (1) ñ (2) O ideal I : ApH aqA é H -estável. Como s é H -semiprimo,
As implicações (2)ñ e ñ (3) (3) (4) são claras, das inclusões pH aqApH aq ApH
aqApH aq ApH aqApH aqA.
Provemos agora que ñ . (4) (5) Para isso, seja I A ideal à esquerda H -estável tal
que I s. Para todo a P I , temos
2
pH aqApH aq I pAI q I 2 s.
A condição (4) então implica que P s, para todo a P I , ou seja, I s.
a A implicação
ApH aqApH aq X N H.
De maneira análoga a caracterização de ideal H -primo a partir de Hm-sistemas, obtemos
uma caracterização de ideal H -semiprimo a partir de Hn-sistemas. A proposição abaixo
xPN X ps I q.
¸
n
ci phi xqdi pgi xq P A H ps I q A H ps Iq
i 1
ps I qps Iq
s I2
3.1 Ideais H -primos, ideais H -semiprimos e o H -radical primo 45
°
Como ci phi xqdi pgi xq R s (pois sXN H) segue que
ApH aqApH aqA I 2 s.
Pelo item (2) de 3.1.8, segue que s é H -semiprimo.
que
¸
ni
ai 1 : ci,l phi,l ai qdi,l pgi,l ai q P N.
l 1
Provemos que M é um Hm-sistema. Para isso, observemos primerio que, para todo t ¥ 1,
temos
H at 1 H ApH atqApH atq ApH atq,
o que implica
em particular,
ApH ai qApH aj q X M H.
Logo, M é um Hm-sistema, tal que aPM N.
Por meio desta relação entre Hm-sistemas e Hn-sistemas, obtemos que os ideais H-
semiprimos de um H -módulo álgebra parcial são exatamente aqueles ideais H -estáveis
que são H -radicais.
(1) s é H -semiprimo;
3.1 Ideais H -primos, ideais H -semiprimos e o H -radical primo 46
(3) s
?s.
H
vação após a Denição 3.1.7. Provemos que (1) ñ (3). É claro da denição de
H
que s ?s. H
Por outro lado, se a R s, então, como s é H -semiprimo, Azs é um Hn-
sistema (Proposição 3.1.9) que contém a. Pela Proposição 3.1.11, existe um Hm-sistema
M Azs, tal que a P M . Como M X s H, segue da denição de ?s, que a R ?s.
H H
?
Corolário 3.1.13. Seja I A um ideal H -estável. Então H
I é o menor ideal H -
a ? ?
semiprimo de A que contém I . Em particular H H
I H
I.
(1) A é H -semiprimo;
(2) PH pAq 0;
implicaria I
n1
0 (pois 0 é H -semiprimo por hipótese), contrariando a minimalidade de
n. Logo deve ser n 1, ou seja, I 0. A implicação ñ é análoga e as implicações
(1) (4')
ideal H -semiprimo.
3.1 Ideais H -primos, ideais H -semiprimos e o H -radical primo 47
H -primos
?
As próximas duas proposições estabelecem relações entre ideais primos e e
A próxima proposição demonstra que, quando H tem dimensão nita, vale a recíproca
?
H
?
I H -estável I,
? ?
Provemos agora que é o maior ideal contido em ou seja, que se
J0 J1 J2 ...
?
tais que, para todo ¥ 0, Ji 1 Ji2 e Ji I . Faremos isso por indução, da seguinte
i H
?
contido em Ji , tal que Ji 1
2 H
I.
3.1 Ideais H -primos, ideais H -semiprimos e o H -radical primo 48
F : tK E A ; I
K e Ji K, @ i ¥ 1u.
Temos F H, pois I P F . Além disso, se tKλ uλPΛ F é uma cadeia, então K : Kλ é
uma cota superior para esta cadeia. De fato, se existisse i ¥ 1, tal que Ji K, então, como
°
Ji ApH ai qA t Apht ai qA, tomando λ1 , ..., λn , tais que ht ai P Kλ , 1 ¤ t ¤ n, t
°
teríamos Ji t Kλ . Mas tKλ uλ é uma cadeia, e portanto existiria λ0 P Λ, tal que
t
t K λ uλ P Λ .
Pelo Lema de Zorn, existe um elemento maximal p P F . Provemos que p é ideal primo.
e Ji p
2 AbA. Podemos supor, sem perda de generalidade, que i1 ¥ i2 . Temos então
Ji1 1 Ji2 Ji Ji pp
1 1 2 AaAqpp AbAq p AaAbA.
Demonstração. Denotaremos R A#H . Basta provar que, para qualquer ideal H -primo
(resp. A, a imagem Φppq é ideal H -primo (resp. H -semiprimo) de
H -semiprimo) p
R e, para qualquer ideal H -primo (resp. H -semiprimo) P R, a imagem ΨpPq é ideal
3.2 pA, H q-módulos parciais simples,ideais H -primitivos e H -radical de Jacobson 49
inclusão e produto.
seguem do fato de PH pAq ser a interseção dos ideais H -primos de A, PH pRq ser a inter-
(1) M é chamado simples (ou irredutível) se M 0 e não tem pA, H q-submódulo parcial
próprio.
Proposição 3.2.5. Seja X a família dos ideais H -primitivos à direita e Y a família dos
ideais H -primitivos à esquerda de A. Então
£ £
P J pA#H q X A Q.
P
P X P
Q Y
Demonstração. Seja Z a família dos ideais primitivos à direita de A#H . Pela proposição
onde tPα u é a família dos ideais H -primitivos à direita e tQ β u é a família dos ideais
H -primitivos à esquerda de A.
simples, então JH pAq é o anulador do pA, H q-módulo parcial à direita (resp. à esquerda)
À
semissimples λ Mλ .
3.1.16.
v P V , x, a P A e k P H ,
¸ ¸
v pk1 xq b k2 a : v pk1 xqpk2 aq b k3
¸
v pk1 pxaqq b k2 .
É fácil perceber que esta ação dene uma estrutura de A-módulo em W. Além disso,
k, h P H , pomos
¸ ¸
v pk1 xq b k2 h : v pk1 xqppk2 h1 q 1A q b k3 h2
¸
v pk1 pxph1 1A qq b k2 h2 .
Disso segue então que W é um pA, H q-módulo parcial à direita, que contém V como
A-submódulo. Como W é gerado (como k-espaço vetorial) por elementos da forma
¸ ¸
v pk1 xq b k2 : v pk1 xqpk2 1A q b k3
¸
pvpk1 xq b 1H q k2
¸
pv b 1H qpk1 xq k2 P pV Aq H V H,
v P V , x P A e k P H , ca claro que V gera W como pA, H q-módulo parcial.
Estamos interessados no caso em que V é A-módulo simples.
pw U qa wa U
pw U q h pw hq U
V ãÑ M W {U
v Þ vv U
Ñ
que
M puAq H N H N.
Logo M é pA, H q-módulo parcial à direita simples, tal que V é (isomorfo a) um A-
submódulo de M.
V, tal que P p0 : V q. Pela Proposição 3.2.8, existe um pA, H q-módulo parcial à direita
3.2 pA, H q-módulos parciais simples,ideais H -primitivos e H -radical de Jacobson 54
(Proposição 2.2.3), o qual está contido em P pois V M , concluimos que também vale
No restante da seção nos restringimos ao caso em que H tem dimensão nita. Esta
resultado, conteúdo da próxima proposição, demonstra que, nesse caso, JH pAq é o maior
ideal H -estável contido em J pAq. Este resultado é análogo ao obtido na Próposição 3.1.17
JH pAq pJ pAq : H q.
para todo pA, H q-módulo parcial à esquerda simples M . Para isso, dado um pA, H q-
outro lado, sendo J ideal H -estável, segue que J M é um pA, H q-submódulo parcial de M .
A partir das Proposições 3.2.9 e 3.2.10 podemos demonstrar que, quando H tem
dimensão nita, para obter JH pAq basta considerar a interseção dos ideais H -primitivos
à direita de A da forma pP : H q, com P A ideal primitivo à direita. Este é o conteúdo
da próxima proposição.
£
pP : H q pJ pAq : H q JH pAq
P
P X
Por outro lado, também pela Proposição 3.2.5, JH pAq J pRq, donde segue que
que
4 Sobre a semiprimitividade e a
semiprimalidade do produto
smash parcial
duto smash (global) de [18, Section 4], melhorando-os no caso da característica de k ser
positiva. Também apresentamos um resultado sobre a semiprimalidade do produto smash
parcial (Teorema 4.10) que generaliza [17, Theorem 3.4], para ações parciais.
Observação 4.1. Nos principais resultados deste capítulo assumimos que H é uma álge-
bra de Hopf semissimples. Isso implica, em particular, que H tem dimenção nita (ver
Teorema 4.2. Sejam H uma álgebra de Hopf semissimples e A um H -módulo álgebra par-
cial, tal que todo A-módulo à direita simples tem dimensão nita. Se A é H -semiprimitivo,
então R A#H é semiprimitivo.
3.2.8, para cada α P Λ, existe um pA, H q-módulo parcial à direita simples Mα , tal que
£
Iα JH pAq 0,
P
α Λ
Como cada Vα tem dimensão nita, segue da Proposição 3.2.8 que cada Mα também
tem dimensão nita. Isso implica que cada Aα também tem dimensão nita (pois, sendo
Iα p0 : Mαq, temos uma inclusão natural de álgebras Aα A{Iα EndkpMαq, e assim
dimk pAα q ¤ pdimk pMα qq2 ).
1.1.16) e cada Rα tem dimensão nita (pois Aα e H têm dimensão nita). Segue então
e portanto Rα é semiprimitivo.
Lema 4.3. Sejam H uma álgebra de Hopf de dimensão nita sobre um corpo k e A um
H -módulo álgebra parcial. Se k F é uma extensão de corpos algébrica e separável, então
JH bk F pA bk Fq JH pAq bk F.
h P H,
¸
ph xiq b βi ph b 1Fq u P JH pAq J pAq bk F
(pois JH pAq é H -estável). Como tβi u é linearmente independente sobre k, segue que
cada h xi P J pAq. Isso mostra que xi P pJ pAq : H q JH pAq, para todo i, e portanto
Demonstração. Nas hipóteses sobre A, temos J pAq igual ao radical primo de A (Propo-
Pela Proposição 1.3.9, todo A-módulo à direita simples tem dimensão nita. Segue
Lema 4.6. Sejam H uma álgebra de Hopf de dimensão nita e A um H-módulo álgebra
(ação global). Se H é cossemissimples e A é localmente nito, então J pAq é H-estável.
H-módulo álgebra.
Sendo A localmente nito, J pAq é um ideal nil de A (Proposição 1.1.19), donde segue
que cada Bxi B J pAq é um ideal nil de B, e portanto está em J pBq. Em particular,
4 Sobre a semiprimitividade e a semiprimalidade do produto smash parcial 60
cada P J pBq. Como B tem dimensão nita, temos H J pBq J pBq (Corolário 1.3.11).
xi
°
Assim, y i hi xi P J pB q, e portanto y é nilpotente (Proposição 1.1.18).
dimensão nita B#H A#H ). Pelo Lema 4.6, J pA#H q é H -estável. Logo
lado, A{JH pAq é H -semiprimitivo (e portanto H -semiprimo). Segue então dos Teoremas
os mesmos passos.
pI rts : H q pI : H qrts. De fato, para pptq ° aiti P pI rts : H q temos ApH pptqqA I rts,
o que implica ApH ai qA I , para cada i. Como cada ApH ai qA é ideal H -estável de
Pela Proposição 1.1.20, J pArtsq N rts para algum ideal nil N de A. Assim,
gerado sobre Arts (Proposição 1.3.3). Pela Proposição 1.3.10, se I é um ideal nilpotente
de R então H I
J pRq, o que implica I pJ pRq : H q JH pRq 0 (pois R é
H -semiprimitivo). Isso mostra que R Arts#H A#H rts é semiprimo, logo A#H é
semiprimo (Proposição 1.1.20).
4 Sobre a semiprimitividade e a semiprimalidade do produto smash parcial 62
P pA#H q PH pAq#H.
lado, A{PH pAq é H -semiprimo (e satisfaz uma identidade polinomial). Segue então do
acima são essenciais. De fato, pela Proposição 3.2.5 sempre temos JH pAq J pA#H q, e
portanto A#H não será semiprimitivo se A não for H -semiprimitivo. Analogamente, se A
não for H -semiprimo, então existirá um ideal H -estável nilpotente não nulo I A, e daí
I#H será um ideal nilpotente não nulo de A#H . Em particular, A#H não será semiprimo
Exemplo 4.12. Toda álgebra de Hopf H é, ela mesma, um H -módulo álgebra (ação
global) via ação adjunta à esquerda :
¸
hk h1 kS ph2 q
para h, k P H (ver [23, Denition 3.4.1, Example 4.1.9]). Consideremos o caso particular
em que H é a álgebra de Sweedler:
H k x1, g, x, gx | g2 1, x2 0, xg gxy,
onde a comultiplicação é dada por ∆pg q g b g, ∆pxq x b 1 g b x, ∆pgxq gx b g
1 b gx, a counidade é dada por εpg q 1, εpxq 0, εpgxq 0, e a antípoda é dada por
S pg q g, S pxq gx xg, S pgxq x. Esta é uma álgebra de Hopf de dimensão 4 e os
elementos 1, g, x, gx formam uma base de H sobre k.
Não é difícil de ver que I k xx, gxy é um ideal nilpotente e H -estável (onde H age
em H via ação adjunta à esquerda). Além disso, 1 e g são invertíveis, o que implica
I P pAq J pAq. Assim, a ação induzida de H torna A H {I um H -módulo álgebra
semiprimitivo (e portanto semiprimo). Porém, como H não é semissimples (ver [23,
4 Sobre a semiprimitividade e a semiprimalidade do produto smash parcial 63
Example 2.1.2 3), Corollary 2.2.4] ), os Teoremas 4.2 e 4.10 não se aplicam. De fato,
temos
A#H k x1#1, 1#g, 1#x, 1#gx, g#1, g#g, g#x, g#gxy.
Um cálculo simples mostra que I k x1#x, 1#gx, g#x, g#gxy é um ideal nilpotente de
A#H . Em particular, A#H não é semiprimo (e portanto, também não é semiprimitivo).
5 Resultados adicionais
neste capítulo em separado. Os resultados apresentados neste capítulo são análogos para
o produto smash parcial, aos principais resultados apresentados em [21, Section 1] para o
e portanto vai 0, para todo i (pois t1A#eiu é l.i.). Como isso vale para todo v P V,
segue que ai P annA pV q, para todo i, e portanto
¸
x xp1A #1H q ai p1A #ei qp1A #1H q P annApV qR.
de H sobre k, então
£ £
J pRqd pannApV qRq pannApV qT q
V V
£ à £ à
annA pV q Ap1A #ei q annA pV qp1A #ei q
V i V i
à £ à
annA pV q p1A#eiq J pAqp1A #ei q
i V i
à
J pAq Ap1A #ei q J pAqT
i
com
1A #Hn p1A#Hnqp1A#1H q.
Consideremos um subconjunto β thxuhPH ,xPG cujas imagens no quociente
n
p1A#Hnq{p1A#Hn1q
formam uma base desse k-espaço vetorial. Para cada hx P β , consideremos Vh x a imagem
de
bA A#hx V bA 1A#hx
V
À
em Wn . Então Wn h Pβ Vh como k-espaço vetorial.
x
x
Referências
[2] M. M. S. Alves and E. Batista. Partial Hopf actions, partial invariants and a Morita
context. Algebra and Discrete Mathematics, 3:119, 2009.
[3] M. M. S. Alves and E. Batista. Enveloping actions for partial Hopf actions. Com-
munications in Algebra, 38:28722902, 2010.
[4] S. Caenepeel and K. Janssen. Partial (co)actions of Hopf algebras and partial Hopf-
Galois theory. Communications in Algebra, 36:29232946, 2008.
[5] M. Cohen and D. Fishman. Hopf algebra action. Journal of Algebra, 100:363379,
1986.
[6] M. Cohen and S. Montgomery. Group-graded rings, smash products and group acti-
ons. Trans. Amer. Math. Soc., 282:237258, 1984.
[7] S. Dascalescu, C. Nastasescu, and S. Raianu. Hopf algebras: an introduction, volume
235 of Pure and Applied Mathematics. Marcel Dekker, 2001.
[8] M. Dokuchaev and R. Exel. Associativity of crossed products by partial actions, en-
veloping actions and partial representations. Trans. Amer. Math. Soc., 357(5):1931
1952, 2005.
[9] M. Dokuchaev, M. Ferrero, and Paques A. Partial actions and Galois theory. Journal
of Pure and Applied Algebra, 208:7787, 2007.
[10] R. Exel. Circle actions on C -algebras, partial automorphisms and generalized
Pimsner-Voiculescu exact sequences. J. Funct. Anal., 122(3):361401, 1994.
[11] J. R. Fisher. A Jacobson radical for Hopf module algebras. Journal of Algebra,
34:217231, 1975.
[12] J. W. Fisher and S. Montgomery. Semiprime skew group rings. Journal of Algebra,
52:241247, 1978.
[13] B. J. Gardner and Wiegandt R. Radical theory of rings, volume 261 of Monographs
and Textbooks in Pure and Applied Mathematics. Marcel Dekker, 2004.
[14] I. N. Herstein. Noncommutative rings, volume 15 of The Carus Mathematical Mono-
graphs. Mathematical Association of America, 1968.
Referências 69
[16] T. Y. Lam.A rst course in noncommutative rings, volume 131 of Graduate texts in
mathematics. Springer, 2001.
[17] V. Linchenko and S. Montgomery. Semiprime smash products and H-stable prime
radicals for PI-algebras. Proc. Amer. Math. Soc., 135(10):30913098, Outubro 2007.
[18] V. Linchenko, S. Montgomery, and L. W. Small. Stable Jacobson radicals and semi-
prime smash products. Bulletin London Math. Soc., 37(6):860872, 2005.
[19] C. Lomp. When is a smash product semiprime? A partial answer. Journal of Algebra,
275:339355, 2004.
[20] C. Lomp. Duality for partial group actions. arXiv:0711.0849 [math.RA], Novembro
2007.
[23] S. Montgomery. Hopf algebras and their actions on rings, volume 82 of CBMS Lecture
Notes. American Mathematical Soc., 1993.
[24] S. Montgomery and H. J. Schneider. Prime ideals in Hopf Galois extensions. Israel
Journal of Mathematics, 112:187235, 1999.
[25] L. H. Rowen. Polynomial identities in ring theory, volume 84 of Pure and Applied
Mathematics. Academic Press, 1980.