Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(b). Para todo p ; M , existe uma carta local holomorfa (U, *) de todas as folhas de F (E) são densas em T . Notamos que este caso pode
M , com p ; U , e tal que * : U Vk × Vmk , onde Vk e ocorrer em exemplos espec´hcos, assim como casos intermediários em
Vmk são abertos conexos de Ck e Cmk respectivamente. Para que o fecho das folhas são sub-toros de dimensão real estritamente
todo (x, y) ; Vk × Vmk a sub-variedade de dimensão k de U , menor que 2m e no m´nimo 2k. No caso em que as folhas são sub-
*1 (Vk × {y}), é um aberto de Lq , onde q = *1 (x, y). toros complexos de dimensão k, a folheação F (E) se enquadra no
exemplo 1.1.1. Alguns exemplos deste tipo de folheação podem ser
Diremos também que a folheação F tem codimensão m k. encontrados em [Sc-LN].
Uma folheação de dimensão um, será também chamada de fol-
Exemplo 1.1.3. Folheações dehnidas por campos de vetores holo-
heação por curvas.
morfos. Seja X um campo de vetores holomorfo numa variedade
Chamaremos o sistema de coordenadas (U, *) de uma carta trivi- complexa M de dimensão m 2. As curvas complexas integrais de
alizadora de F . As sub-variedades *1 (Vk × {y}) serão chamadas de X dehnem uma folheação F (X) de dimensão um no aberto U :=
placas da carta (U, *). M \ sing(X), onde sing(X) = {p ; M | X(p) = 0}. Neste caso,
para todo p ; U temos Tp F (X) = C.X(p). Remetemos o leitor à
Observação 1.1.1. O seguinte fato decorre da dehnição : sejam
referência [Sc-LN] para mais detalhes.
(U1 , *1 ) e (U2 , *2 ) duas cartas trivializadoras de uma folheação de
dimensão k, onde *j : Uj Ck × Cmk , j = 1, 2. Se U1 U2 W= ! Mais geralmente, se F é uma folheação regular de dimensão k em
então a mudança de carta 21 := *1 H*1 2 : *2 (U1 U2 ) *1 (U1 U2 ) M , diremos que os campos Z1 , ..., Zk , holomorfos num dom´nio U 2
é da forma M , dehnem, ou geram F em U , se para todo q ; U temos Tq F =<
Z1 (q), ..., Zk (q) >, o sub-espaço de Tq M gerado por Z1 (q), ..., Zk (q).
21 (x, y) = (f (x, y), g(y)) .
Em particular, os campos Z1 , ..., Zk são linearmente independentes
Na verdade, em muitos textos de teoria das folheações, a dehnição em U .
é dada com a condição (b) da dehnição 1.1.1 mais esta condição de Toda folheação F de dimensão k em M pode ser dehnida numa
compatibilidade. A dehnição de folha é dada posteriormente. Para carta trivializadora (U, *) por k campos de vetores holomorfos inde-
mais detalhes veja [C-LN]. pendentes. Isto é feito da seguinte maneira : coloquemos * = (x, y),
onde x = (x1 , ..., xk ) : U Ck e y : U Cmk . As placas de F em
(
Observação 1.1.2. Uma dehnição equivalente, é com ”submersões U são dehnidas por (y = yo ), yo ; y(U ). Coloquemos Xj := (x j
,
locais”. Ao atlas de cartas trivializadoras {(Uj , *j )}j;J , associamos 1 j k. Os campos X1 , ..., Xk geram F em U , como o leitor
coleções {j )}j;J e {gij }Uij W=! , onde j : Uj Vj 2 Cmk é uma pode verihcar. Além disto, se denotamos por z ) Xjz o 4uxo com-
submersão holomorfa, para todo j ; J, e gij : i (Uij ) j (Uij ) é um plexo local de Xj , a placa de F por q pode ser parametrizada numa
difeomormorhsmo satisfazendo gij H i = j , para quaisquer i, j ; J vizinhança de q por
tais que Ui Uj := Uij W= !. Estas coleções são construidas à partir
do atlas de cartas trivializadoras : dada uma carta trivializadora (z1 , ..., zk ) ) X1z1 H X2z2 H ... H Xkzk (q) .
(Ui , *i ), onde *i := (f1 , f2 ) : Ui Ck × Cmk , dehne-se a submersão Notamos que [Xi , Xj ] = 0 para quaisquer i, j ; {1, ..., k}, onde [ , ]
i := f2 : Ui f2 (Ui ) 2 Cmk . Dados i, j tais que Uij W= !, a denota o colchete de Lie. Esta condição é equivalente a de que os
mudança de carta *ij := *j H *1 i : *i (Uij ) *j (Uij ) é da forma 4uxos Xizi e Xjzj comutam, isto é, Xizi H Xjzj = Xjzj H Xizi , sempre
*ij (x, y) = (g1 (x, y), g2 (y)) e portanto gij := g2 é um difeomorhsmo que ambos os membros são dehnidos (veja [C-LN]).
entre i (Uij ) e j (Uij ) tal que gij H i = j . Para mais detalhes veja Esta condição de comutatividade não ocorre em geral para um
[C-LN]. conjunto de campos gerador da folheação em U . Com efeito, dada
uma matriz F = (fij )1i,jk de funções holomorfas, fij ; O(U ), 1.1.2 Folheações singulares.
tal que det(F ) ; O (U ) (det(F )(q) W= 0, q), podemos tomar como
k Nem toda variedade complexa admite uma folheção regular. Por
geradores o conjunto de campos Yi := j=1 fij .Xj . Se as funções
exemplo, nos espaços projetivos complexos, Pn , n 2, não existem
fij não são constantes, não podemos ahrmar que Yi e Yj comutam
folheações holomorfas regulares de dimensão k, para 1 k < n.
para i W= j. Porém, o conjunto {Y1 , ..., Yk } é involutivo, no seguinte
Veremos a prova deste resultado nos casos k = 1, n = 2 (corolário
sentido : para todo q ; U temos [Yi , Yj ](q) ; Tq F .
1.3.1) e k = n 1, n 3 (seção 1.5). No entanto, todas as variedades
Dehnição 1.1.2. Seja E um sub-hbrado holomorfo de posto k 1 algébricas admitem folheações regulares de qualquer codimensão em
de T M . Dizemos que um campo de vetores holomorfo X num aberto abertos de Zariski, isto é, abertos que são complementos de sub-
U de M é tangente a E, se para todo p ; U vale que X(q) ; Eq , conjuntos algébricos de codimensão pelo menos um. Veremos em
onde Eq designa a hbra de E por q. Dizemos que E é involutivo, ou seguida a dehnição de folheação singular, nos casos de dimensão um e
integrável, se para quaisquer campos de vetores X e Y , tangentes a codimensão um. Não nos preocuparemos aqui com o caso de folheação
E num mesmo aberto conexo U 2 M , então [X, Y ] é tangente a E. singular com dimensão intermediária 1 < k < dim(M ) 1.
Vimos que toda folheação de dimensão k em M dá origem a um Dehnição 1.1.3. Uma folheação de codimensão um numa variedade
sub-hbrado de posto k integrável. A rec´proca só é verdadeira, em complexa M é dada por uma cobertura (Uj )j;J de M por abertos
geral, no caso k = 1 : todo hbrado de posto um é integrável. Nem conexos e por coleções (j )j;J e (gij )Uij W=! , onde Uij = Ui Uj , tais
todo hbrado de posto k 2 é integrável. que :
Exemplo 1.1.4. Consideremos o sub-hbrado E de posto dois em 1
(I). j ; (Uj ), j W# 0 e é integrável : j + dj = 0.
( ( (
C3 gerado pelos campos de vetores X = (x e Y = (y + x (z . No
(
caso, [X, Y ] = (z := Z, e como X(p), Y (p) e Z(p) são linearmente (II). Se Uij W= ! então gij ; O (Uij ) e i = gij .j em Uij .
independentes para todo p ; C3 , E não é integrável. Note que a condição (II) implica que, se Uij W= ! então sing(i )Uij =
Podemos também gerar a folheação F em certos abertos uti- sing(j ) Uij , isto é, os conjuntos singulares de i e j coincidem
lizando 1-formas diferenciais holomorfas. Diremos que uma 1-forma em Uij . Isto permite dehnir o conjunto singular de F por sing(F) =
; 1 (U ), U 2 M , é tangente a F , se para todo q ; U temos j sing(j ). O conjunto sing(F ) é um sub-conjunto anal´tico de M ,
Tq F 2 ker((q)). Diremos que a folheação F de dimensão k é ge- uma vez que é localmente dehnido por equações anal´ticas : dado
rada, ou dehnida, num aberto U pelas formas 1 , ..., mk ; 1 (U ), p ; Uj escolhemos uma carta m local (V, z = (z1 , ..., zm )) com p ; V .
se para todo q ; U temos Nesta carta temos j |V = i=1 fi (z) dzi e sing(F ) V = (f1 = ... =
fm = 0).
Tq F = {v ; Tq M | 1 (q).v = ... = mk (q).v = 0} = mk
j=1 ker(j (q))
Em outras palavras, a folheação é dehnida localmente por 1-
Notemos que num aberto trivializador (U, *) de F a folheação é sem- formas holomorfas integráveis com uma condição de compatibilidade.
pre gerada por formas. Se * = (x, y) : U Ck × Cmk , sendo Analogamente, uma folheação de dimensão um G em M é dehnida
y = (y1 , ..., ymk ), as formas j = dyj ; 1 (U ), 1 j m k, localmente por campos de vetores holomorfos não identicamente nulos
geram F em U . As formas j são todas fechadas, mas nem todo con- com uma condição de compatibilidade. Em lugar da coleção de 1-
junto de formas que geram F satisfaz esta propriedade. Por exemplo, formas, temos uma coleção de campos holomorfos (Xj )j;J , Xj ;
se F = (fij )1i,jmk é uma matriz de funções holomorfas em U tal X (Uj ), e a condição de compatibilidade : se Uij W= ! então Xi =
que det(F ) ; O (U ), podemos considerar o conjunto de geradores gij .Xj . De forma análoga, dehne-se o conjunto singular de G por
mk
1 , ..., mk , onde i = j=1 fij j . As formas j em geral não são sing(G) = j sing(Xj ). No caso de dimensão um, não há necessidade
fechadas, mas satisfazem à condição de integrabilidade de condição de integrabilidade, uma vez que todo hbrado de dimensão
um é integrável.
dj + 1 + ... + mk = 0 , 1 j m k. (1.1)
Deixamos a prova de (1.1) para o leitor. Observação 1.1.4. Uma folheação de codimensão um F , dada por
Sejam M uma variedade complexa de dimensão m e E um sub- ((Uj )j;J , (j )j;J , (gij )Uij W=! ), induz em M \ sing(F ) uma folheação
hbrado holomorfo de posto k de T M , onde 1 k < m. Dado um regular, digamos F I . O hiperplano tangente a F I num ponto p ; M
aberto U de M , diremos que uma coleção de 1-formas {1 , ..., mk } é dado por : Tp F I = ker(j (p)), onde p ; Uj . Devido à condição
gera E|U , se para todo p ; U temos (II) da dehnição 1.1.3, este hiperplano independe do ´ndice j ; J tal
que p ; Uj . As folhas de F são, por dehnição, as folhas de F I em
mk
< M \ sing(F ).
Ep = ker(j (p)) .
De forma análoga, uma folheação de dimensão um G em M induz
j=1
uma folheação regular de dimensão um G I em M \ sing(G). As folhas
Podemos agora enunciar o teorema de integrabilidade de Frobenius. de G são, por dehnição, as folhas de G I .
Teorema 1.1. (Teorema de Frobenius). Nas condições acima, as
Exemplo 1.1.6. Sejam N e M variedades complexas e F uma fol-
seguintes ahrmações são equivalentes :
heação de codimensão um em N . Dada uma aplicação holomorfa não
(a). Existe uma folheação regular F de dimensão k tal que T F = E. constante f : M N , podemos dehnir uma folheação de codimensão
um em M , que será denotada por f (F ), da seguinte maneira : se
(b). E é integrável no sentido da dehnição 1.1.2.
F é dehnida pelo terno ((Uj )j;J , (j )j;J , (gij )Uij W=! ), então f (F ) é
(c). Se {1 , ..., mk } é uma coleção de 1-formas holomorfas num dehnida por ((Vj )j;J , (j )j;J , (hij )Vij W=! ) onde Vj := f 1 (Uj ), j :=
aberto U 2 M que gera E|U então elas satisfazem às equações f (j ) e hij := gij H f . A folheação f (F ) será chamada de pull-back,
de integrabilidade (1.1). ou contra-imagem de F por f .
A prova do resultado acima pode ser encontrada na referência Dehnição 1.1.4. Dizemos que duas folheações de codimensão um
[C-LN]. F1 e F2 coincidem se sing(F1 ) = sing(F2 ) e as folheações que elas
O caso de folheações de codimensão um será de particular interesse induzem no complemento de sing(F1 ) também coincidem.
para nós. Neste caso, a folheação pode ser dehnida localmente por
uma única 1-forma, digamos , e a condição de integrabilidade pode Exemplo 1.1.7. Fixemos um sistema de coordenadas ahm (z1 , ..., zn )
ser escrita como de Cn , n 2. De acordo com a dehnição 1.1.4, as folheações F1 e F2 ,
+ d = 0 . (1.2) dehnidas pelas 1-formas 1 := d(z12 ) = 2z1 dz1 e 2 = d(z13 ) = 3z12 dz1
Exemplo 1.1.5. Seja P um polinômio em Cn sem pontos singulares, coincidem, já que sing(F1 ) = sing(F2 ) = (z1 = 0) e as folhas de am-
isto é, o conjunto sing(P ) := {z ; Cn | dP (z) = 0} é vazio. Neste bas são as hipersuperf´cies (z1 = c), onde c W= 0. Este exemplo é
caso, a forma diferencial = dP dehne uma folheação de codimensão um tanto artihcial, mas ilustra o fato de que se o conjunto singular
em Cn , F (P ), cujas folhas são as hipersuperf´cies de n´vel P = cte. das folheações possuem componentes de codimensão um as suas for-
Note que esta situação é rara, pois um polinômio de grau maior ou mas dehnidoras não são necessáriamente múltiplas uma da outra e
vice-versa.
igual a dois em Cn , em geral tem pontos singulares. No caso em que
P tem singularidades, as curvas de n´vel de P dehnem uma folheação Quando os conjuntos singulares são de codimensão dois, temos o
regular no aberto U = Cn \ sing(P ). seguinte resultado :
Proposição 1.1.1. Sejam F1 = ((Uj )j;J , (j )j;J , (gij )Uij W=! ) e F2 = denotado por ||0 . Em particular, sing(F ()) pode ter componentes
((V ) ;A , ( ) ;A , (h # )V # W=! ) duas folheações de codimensão um de codimensão um.
numa variedade conexa M . Suponha que cod(sing(Fj )) 2, j = 1, 2.
As seguintes condições são equivalentes : Dehnição 1.2.1. Dizemos que uma folheação de codimensão um
(resp. dimensão um) F numa variedade M pode ser dehnida por
(a). F1 e F2 coincidem em M . 1-formas (resp. campos) meromorfas, se para todo p ; M existe
uma 1-forma meromorfa integrável (resp. um campo de vetores
(b). F1 e F2 coincidem em algum aberto não vazio de M . meromorfo X) em M tal que p ; / || (resp. p ; / |X| ), e (resp.
X) dehne F em M \ || (resp. M \ |X| ).
(c). Para todo p ; M , se p ; Uj V , então existe um germe de
função f ; Op tal que f (p) W= 0 e jp = f. p , onde jp e p n
Exemplo 1.2.1. Seja = j=1 fj (z) dzj W# 0 uma 1-forma in-
designam os germes de j e de em p, respectivamente. tegrável em Cn , n 2, onde f1 , ..., fn são polinômios. Vamos su-
por também que cod(sing()) 2, o que corresponde ao fato de
Prova. É claro que (a) =p (b) e que (c) =p (a). Provemos f1 , ..., fn não terem fator comum em sua decomposição em fatores
que (b) =p (c). Seja U um aberto maximal de M tal que F1 |U
irredut´veis. Seja F a folheação dehnida por em Cn . Podemos
coincide com F2 |U . Se U W= M , como M é conexa, existe p ; (U W= !.
estender F a Pn , como se segue. Consideremos Cn como a carta
Suponhamos que p ; Uj V , de forma que F1 |Uj é dehnida por ahm E0 := {[z] := [z0 : ... : zn ] ; Pn | z0 = 1}. O hiperplano
j e F2 |V por . Fixemos um sistema de coordenadas holomorfo
do inhnito desta carta é dado por H = {[z] ; Pn | z0 = 0}. Fixe-
(W, z = (z1 , ..., zm )) em ptal que W 2 Uj V éconexo, onde
m m mos um ponto [zo ] ; H, digamos, tal que zon W= 0, ou seja, tal que
podemos escrever j |W = f=1 ff (z) dzf e |W = f=1 gf (z) dzf . [zo ] ; En := {[x1 : ... : xn : 1] | xj ; C}. A mudança de carta
Seja W1 := W U \ Z W= !, onde Z = sing(F1 ) sing(F2 ). Se q ; W1
* : En E0 é dada por [z] = *([x : 1]) = [x/x1 : 1/x1 ]. Portanto, a
temos j (q) W= 0, (q) W= 0 e j (q) + (q) = 0, já que F1 e F2 expressão de na carta En é :
coincidem em W1 . Por outro lado, j + é anal´tica e se anula num
aberto não vazio, logo j + # 0. Como j W# 0, existe f ; {1, ..., m} n1
3
tal que ff W# 0. Vamos
supor sem perda de generalidade que f1 W# 0. * () = fn (x/x1 , 1/x1 ) d(1/x1 ) + fj (x/x1 , 1/x1 ) d(xj+1 /x1 )
Temos j + = r<s (fr .gs fs .gr )dzr +dzs = 0, de onde conclu´mos j=1
que f1 .gr = fr .g1 em W , para todo r = 2, ..., m, já que W é conexo.
Isto implica que g1 W# 0, pois caso contrário ter´amos gr # 0 para todo Como os fj I s são todos polinomios, a 1-forma acima é meromorfa,
r, ou seja # 0 em W . Vemos também que fr W# 0 hp gr W# 0 sendo |* ()| = (x1 = 0). Observamos que a multiplicidade de
e que h := g1 /f1 # gr /fr , sempre que esta condição for verdadeira. x1 como polo de * () é k 2 (verihque). Podemos então escrever
Veremos em seguida que o germe de função meromorfa hp é de fato * () = 1 /xk1 , onde 1 tem coehcientes polinomiais. A forma 1
holomorfo e que hp (p) W= 0. é integrável, como o leitor pode verihcar, portanto ela dehne uma
Deixamos a prova para o leitor no caso em que fr (p) W= 0 para folheação que estende F a H En . Procedendo de maneira análoga
algum r = 1, ..., m. Caso contrário, fr (p) = 0 para todo r = 1, ..., m, para os outros sistemas ahns Ej := {[z] | zj = 1}, obtemos formas in-
consideramos as decomposições das componentes fr em fatôres irre- tegráveis j , cujas folheações associadas, estendem F a uma folheação
dut´veis em Op : elas não podem ter fator comum, digamos k, pois G de Pn . A folheação G pode ser dehnida por 1-formas meromorfas.
caso contrário sing(F1 ) teria uma componente de codimensão um, Um argumento análogo, permite provar que folheações dehnidas
cujo germe em p é (k = 0). Sendo assim, a relação f1 .gr = fr .g1 por campos de vetores polinomiais em Cn se estendem a folheações
implica que f1p |g1p . De forma análoga g1p |f1p , o que implica que em Pn (veja [Sc-LN]).
hp ; Op e hp (p) W= 0. Utilizamos aqui que Op é um anel de fator- Observação 1.2.1. Expressão em coordenadas homogêneas. Seja
n
ização única (veja [S]) e que fr , gr W# 0 para algum r 2 (se não fosse G
an folheação de P dehnida pela -forma polinomial integrável =
n
o caso, ter´amos f1 (p) W= 0). j=1 f j (z) dz j na carta ahm E0 l C , onde E0 é como no exemplo
O Resultado acima também é válido no caso de folheações de 1.2.1. Seja $ : Cn+1 \ {0} Pn a projeção da relação de equivalência
dimensão um, com as adaptações óbvias no enunciado. que dehne Pn : $(z) = [z]. Na carta E0 ela pode ser expressa como
De certa forma, podemos supor sempre que todas as componentes
irredut´veis de sing(F ) têm codimensão 2. $(z) = $(z0 , ..., zn ) = [1 : z1 /z0 : ... : zn /z0 ] := [1 : w/z0 ] .
Em particular,
Proposição 1.1.2. Seja F uma folheação de codimensão um na var-
n
iedade complexa M tal que sing(F ) possui componentes irredut´veis 1 3
de codimensão um. Então existe uma folheação G de codimensão um $ () = fj (w/z0 ) (z0 dzj zj dz0 ) . (1.3)
z02 j=1
em M tal que cod(sing(G)) 2 e G coincide com F em M \ sing(F ).
Como os fj I s são polinômios, multiplicando $ () por uma potência
A idéia da prova, é dividir as formas que localmente dehnem F ,
apropriada
n de z0 , obtemos uma 1-forma polinomial = z0k .$ () =
pela equação local das componentes de codimensão um de sing(F ).
F
j=0 j (z) dzj , satifazendo às seguintes propriedades :
Os detalhes podem ser encontrados na referência [Sc-LN]. A folheação
G obtida de F na proposição 1.1.2, será chamada de extensão maximal (1). é integrável e dehne a dehne a folheação $ (G).
de F . Pela proposição 1.1.1 ela não pode mais ser estendida em M .
Levando-se em conta a proposição 1.1.2, sempre que não men- (2). Os polinômios Fj são homogêneos do mesmo grau, digamos
cionado em contrário, suporemos que todas as componentes irre- k 1.
dut´veis do conjunto singular de uma folheação têm codimensão 2. (3). Os polinômios Fj não têm fator comum.
n
(4). A forma satisfaz à relação iR ( ) = 0, onde R = j=0 zj (/(zj
1.2 Folheações em espaços projetivos. é o campo radial de Cn+1 . Esta relação é equivalente a
n
3
O objetivo desta seção é provar que as folheações de codimensão um zj Fj (z) # 0 . (1.4)
(resp. dimensão um) nos espaços projetivos complexos, Pn , n 2, j=0
podem ser dehnidas por 1-formas integráveis (resp. campos de ve-
tores) meromorfas (resp. meromorfos). Veremos também como elas A relação em (4) é conseqüência de (1.3), já que iR (z0 dzj zj dz0 ) = 0
podem ser dehnidas em coordenadas homogêneas. Como aplicação, para todo j = 1, ..., n.
provaremos dois resultados clássicos, devidos a G. Darboux, sobre Observe que sing($ (G)) = (F0 = ... = Fn = 0) e portanto as
folheações de codimensão um que admitem integrais primeiras mero- componentes irredut´veis de sing($ (G)) têm codimensão 2, por
morfas. (3). A relação em (4) é equivalente ao fato de que uma reta f de
Seja M uma variedade complexa de dimensão m 2. Uma 1- Cn+1 que passa pela origem, ou está contida numa folha de $ (G),
forma meromorfa em M é integrável se + d = 0. Pelo teorema ou está contida em sing($ (G)). Em particular, as folhas de $ (G)
de Frobenius (Teor. 1.1), dehne uma folheação de codimensão um são ”cones” com vértice na origem 0 ; Cn+1 .
F () em M \ || , onde || designa o conjunto de polos de . Notamos também que = |(z0 =1) , ou seja restringindo ao
Note que sing(F ()) coincide com o conjunto de zeros de , que será hiperplano z0 = 1 recuperamos a 1-forma original. De maneira
análoga, a restrição |(zj =1) dehne uma 1-forma polinomial integrável é integrável, uma vez que dehne uma folheação. Consideremos a
na carta ahm Ej = (zj = 1), que coincide, a menos de um fator expansão de em série de Taylor em torno da origem :
constante, com a forma j obtida no exemplo 1.2.1. 3
Diremos que a forma representa G em coordenadas homogêneas. = r , k W# 0 . (1.6)
Duas formas que representam G em coordenadas homogêneas diferem rk
por um fator costante não nulo. Este fato decorre de (3) (veja o Para todo r k, o coehciente de dzs da 1-forma r é o polinômio ho-
exerc´cio 1.1). mogêneo de grau r, obtido da expansão do germe ks em série de Tay-
lor. A idéia é provar que a 1-forma k dehne G e satisfaz (1),...,(4).
Observação 1.2.2. Seja uma 1-forma em Cn+1 satisfazendo (1),...,(4
A forma k claramente satisfaz (2). Verihquemos que ela satisfaz (1)
da observação 1.2.1. Se os coehcientes Fj de são homogêneos de
e (4).
grau k então
Expandindo em série de Taylor a relação + d = 0, obtemos
iR (d ) = (k + 1) (1.5)
3 3
Em particular obtemos o seguinte fato : d = 0 se, e somente se 0 = + d = r + ds =p k + dk = 0 .
= 0. fk r+s=f
A relação (1.5) pode ser verihcada considerando-se a derivada de Em particular, k satisfaz (1). Análogamente, expandindo em série
Lie de na direção do campo radial : de Taylor a relalação iR () = 0, obtemos que iR (k ) = 0, já que os
n coehcientes de R são homogêneos de grau um, logo k satisfaz (4).
d d 3
LR ( ) = Rt ( )|(t=0) = Fj (et .z)d(et .zj )|(t=0) = Para verihcar que k dehne G e satisfaz (3), a idéia é provar que
dt dt j=0 = F.k , onde F ; O(Q) e F (0) = 1. Deixamos a prova deste fato
como exerc´cio para o leitor (veja o Ex. 1.2).
3n
d (k+1)t Consideremos agora uma folheação F em Pn e uma reta f l P1 ,
= (e )|t=0 . Fj (z) dzj = (k + 1) . mergulhada linearmente em Pn . Tomemos uma carta ahm E l Cn
dt j=0
de Pn tal que f é dehnida paramétricamente por f(t) = (t, 0, ..., 0),
n
Estamos usando acima que o 4uxo Rt de R é dado por Rt (z) = et .z. t ; C. Se F é dehnida nesta carta por = j=1 fj (z) dzj , então
Por outro lado, temos a relação LR ( ) = iR (d )+d(iR ( )) = iR (d ) $ () = f1 (t, 0, ..., 0).dt := P (t).dt. Note que P (t) é um polinômio.
(veja [Sc-LN]), que implica (1.5). Se P (t) # 0 a reta f está contida numa folha de F , ou em sing(F ).
Diremos então que a reta f é invariante por F .
Teorema 1.2. Toda folheação de codimensão um (resp. dimensão Caso P (t) W= 0, uma raiz to de P (t) corresponde a uma tangência
um) em Pn pode ser dehnida por 1-formas (resp. campos) polinomiais de F com f, isto é, o ponto p = (to , 0, ..., 0) é tal que Tp f 2 Tp F . A
em cartas ahns. multiplicidade de to como raiz de P (t) é, por dehnição, a multipli-
cidade de tangência de f e F em p. Estes conceitos independem da
Prova. Provaremos o resultado apenas no caso de codimensão um.
carta considerada, como o leitor pode verihcar. Esta multiplicidade
Seja F em Pn , dada pelo terno ((Uj )j;J , (j )j;J , (gij )Uij W=! ) e tal que
será denotada
por T ang(F , f, p). O número total de tangências de f
cod(sing(F )) 2. A idéia é provar que F pode ser representada em
com F , p;f T ang(F , f, p), será denotado por T ang(F , f).
coordenadas homogêneas como na observação 1.2.1.
Seja : Cn+1 \{0} Pn a projeção canônica : (z) = [z]. Proce- Proposição 1.2.1. Se f1 e f2 são duas retas não invariantes pela
dendo como no exemplo 1.1.6, obtemos uma folheação G := (F ) folheação de codimensão um F , então T ang(F , f1 ) = T ang(F , f2 ).
em Cn+1 \ {0}, dada pelo terno ((Vj )j , (j )j , (hij )Vij W=! ), onde Vj = O número T ang(F , f1 ) é, por dehnição, o grau de F .
1 (Uj ), j = (j ) e hij = gij H . Vamos provar que G pode Deixamos a prova da proposição 1.2.1 como exerc´cio para o leitor
ser dehnida por uma 1-forma ; 1 (Cn+1 ) satisfazendo (1), (2), (3) (veja o Ex. 1.3).
e (4) da observação 1.2.1. A prova será dividida em duas etapas : O conjunto de folheações de codimensão um e de grau k em Pn
1a . Existe uma 1-forma , dehnida num polidisco Q, com centro na será denotado por Fol(n, k).
origem, tal que |Q\{0} dehne G|Q\{0} . 2a . G pode ser dehnida por
Observação 1.2.3. Uma folheação F ; Fol(n, k) é representada em
uma forma satisfazendo (1),...,(4) da observação 1.2.1.
coordenadas homogêneas por uma 1-forma cujos coehcientes têm
1a etapa. Coloquemos j = nr=0 frj (z) dzj , onde frj ; O(Vj ). grau k + 1. Deixaremos a prova deste fato para o leitor (veja o Ex.
Ahrmamos que existe ro ; {0, ..., n} tal que frjo W# 0 para todo j ; J. 1.3). Em uma carta ahm (Cn , (x1 , ..., xn )) ela será representada por
Com efeito, a relação i = hij .j em Vij W= !, implica que fri = uma 1-forma polinomial que pode ser escrita como
hij .frj em Vij , para todo r = 1, ..., n+1. Como hij ; O (Vij ), obtemos
que fri W# 0 hp frj W# 0, sempre que Vij W= !. A prova decorre então = 0 + 1 + ... + k+1 , (1.7)
dos seguintes fatos : 1o . Cn+1 \ {0} é conexo. 2o . Dado jo ; J existe onde os coehcientes de j são polinômioshomogêneos de grau j, 0
ro tal frjoo W# 0, pois jo W# 0. Deixamos os detalhes para o leitor. j k + 1, e iRn (k+1 ) = 0, onde Rn = ni=1 xi (/(xi . Observamos
Sem perda de generalidade, vamos supor que f0j W# 0 para todo ainda que k+1 # 0 se, e somente se, o hiperplano do inhnito desta
j ; J. Dados j ; J e 1 r n, considere a função meromorfa carta é invariante por F . Verihquemos estes fatos.
*jr := frj /f0j ; M(Vj ). Como fri = hij .frj e f0i = hij .f0j se Vij = Na carta E0 = (z0 = 1) a folheação é representada por =
Vi Vj W= !, obtemos que *ir = *jr em Vij , para todo r ; {1, ..., n}. |(z0 =1) . Coloquemos
n z = (z0 , Z), onde Z = (z1 , ..., zn ). Levando em
Logo existe uma função meromorfa *r ; M(Cn+1 \ {0}) tal que conta que = j=0 Fj (z)dzj onde Fj é homogêneo de grau k + 1,
n
*r |Vj = *jr , para todo j ; J. Vamos agora utilizar o teorema de Levi obtemos = j=1 Fj (1, Z)dzj . Logo pode ser escrita como em
(veja [Si]) : se n 1, a função meromorfa *r pode ser estendida a (1.7), já que Fj (1, Z) é um polinômio de grau k + 1 em Z. A
uma função meromorfa em Cn+1 . Além disto, ela pode ser escrita relação iR ( ) = 0 é equivalente a :
como quociente de duas funções holomorfas : *r = gr /hr , gr , hr ; n n
O(Cn+1 ), hr W# 0. Denotemos os germes de gr e hr em On+1 por 3 3
zj .Fj (z) = 0 =p F0 (1, Z) + zj .Fj (1, Z) = 0 . (1.8)
gr0 e hr0 , respectivamente. Considerando as suas decomposições em
j=0 j=1
fatores irredut´veis, podemos supor, após simplihcação no quociente
gr0 /hr0 , que eles não têm fator comum. Utilizando ainda que On+1 Note que o coehciente, digamos Aj (Z), de dzj em k+1 é a parte
é um anel de fatoração única, podemos obter um m´nimo múltiplo homogênea de grau k + 1 de Fj (1, Z), 1 j n. Como o leitor
n
comum de h10 , ..., hn 0 , digamos k0 ; On+1 : k0 é tal que hr0 |k0 pode verihcar, a relação (1.8) implica que j=1 zj .Aj (Z) = 0, que
para todo r = 1, ..., n, e se é tal que hr0 | para todo r então é equivalente a iRn (k+1 ) = 0. Finalmente, o hiperplano do inhnito
k0 |. Colocando kr := gr0 .k0 /hr0 , consideramos o germe de 1-forma
da carta E0 em coordenadas homogêneas é dado por (z0 = 0). Este
n
r=0 kr dzr . Um representante deste germe dehnido num polidisco hiperplano é invariante por F se, e somente se,
Q, com centro na origem, dehne G em Q \ {0}, pois + j = 0 para n
3
todo j ; J tal que Vj Q W= !. |(z0 =0) = 0 hp Fj (0, Z)dzj = 0 hp Fj (0, Z) = 0 , j ,
2a etapa. Primeiramente observamos que iR () = 0. Com j=1
efeito, as hbras da aplicação : Cn+1 \ {0} Pn são as retas que
passam pela origem. Isto obriga que iR (j ) = 0 para todo j ; J, ou hp Fj (z) = z0 .Gj (z) , gr(Gj ) = k hp k+1 # 0 ,
seja, 0 = iR ( + j ) = iR ().j , logo iR () = 0. Além disto, a forma ou seja, k+1 # 0 se, e somente se (z0 = 0) é invariante por F .
Observação 1.2.4. Levando-se em conta as observações 1.2.1 e 1.2.3, tem coehcientes constantes e d W= 0 pela observação 1.2.2. Por outro
podemos identihcar F(n, k) com um sub-conjunto algébrico de um lado,
certo espaço projetivo PN . Seja k+1 (n) o espaço vetorial das 1-
formas em Cn+1 , cujos coehcientes são polinômios homogêneos de d + d = d( + d ) = 0 =p d = +# , (1.10)
grau k+1. Colocando N +1 = dimC (k+1 (n)) obtemos P(k+1 (n)) l
onde e # são 1-formas em Cn+1 com coehcientes constantes. De
PN . Uma forma ; k+1 \ {0} representa uma folheação em Pn se,
fato, sejam u e v vetores constantes de Cn+1 tais que a := iu (iv (d )) W=
e somente se, satisfaz
0. Temos :
(I). iR ( ) = 0.
0 = iv (d + d ) = 2 iv (d ) + d =p 0 = iu (iv (d ) + ) =
(II). + d = 0.
= iu (iv (d )).d iv (d ) + iu (d ) =p d = +# ,
As relações (I) e (II) impõem condições algébricas nos coehcientes
onde = a1 .iv (d ) e # = iu (d ). Como e # têm coehcientes
de , sendo que as relações em (I) são lineares e as em (II) são
constantes, existem polinômios de grau um L e M tais que = dL e
quadráticas. Portanto Fol(n, k) pode ser identihcado com o subcon-
# = dM . Utilizando agora a observação 1.2.2, temos
junto algébrico de P(k+1 (n)) cujos elementos satisfazem (I) e (II).
Um dos objetivos deste livro, será descrever de maneira ”geométrica” 2. = iR (d ) = iR (dL + dM ) =
as componentes irredut´veis de Fol(n, k). No exemplo 1.2.2, que
será visto mais adiante, descrevemos Fol(n, 0) para todo n 2. = iR (dL).dM iR (dM ).dL = L.dM M.dL ,
No cap´tulo 5 veremos a descrição das componentes irredut´veis de
Fol(n, 1) e de Fol(n, 2) para todo n 3. o que prova a ahrmação.
Note que a aderência das folhas da folheação acima são os hiper-
Veremos em seguida um critério para que uma hipersuperf´cie planos da forma a.L + b.M = 0, [a : b] ; P1 . Diremos então que a
algébrica seja invariante por uma folheação de codimensão um. Dize- folheação é dada por um pencil ou feixe de hiperplanos.
mos que um subconjunto algébrico irredut´vel X 2 Pn de dimensão
Baseados no exemplo 1.2.2, podemos enunciar o seguinte :
k, 1 k < n, é invariante pela folheação F de codimensão um, se
para todo p ; X \ (sing(F ) sing(X)), temos : Proposição 1.2.3. Para todo n 2, Fol(n, 0) tem uma única com-
ponente irredut´vel, a qual é parametrizada por
Tp X 2 Tp F (1.9)
(L, M ) ; P(n + 1, 1) × P(n + 1, 1) ) [L dM M dL] ; P(1 (n)) ,
Quando X não é irredut´vel, diremos que ele é invariante, se todas
as suas componentes irredut´veis o são. Observemos que, quando X onde P(m, k) denota o conjunto de polinômios em homogêneos de
é de codimensão um e invariante, então ele é a união de folhas de grau k em Cm .
F com componentes de sing(F ). Neste caso, se X for irredut´vel,
diremos que ele é uma folha algébrica de F. Exemplo 1.2.3. Uma generalização natural do exemplo 1.2.2, é a
seguinte : sejam P, Q ; P(n + 1, k), sem fator comum. A forma
Proposição 1.2.2. Sejam F uma folheação e X um sub-conjunto = P dQ Q dP satisfaz às condições (1), (2) e (4) da observação
algébrico de Pn , ambos de codimensão um. Suponhamos que F e X 1.2.1. Por exemplo, iR (P dQ Q dP ) = 0, pois iR (dP ) = k.P e
são representados em coordenadas homogêneas pela 1-forma e por iR (dQ) = k.Q (relação de Euler). A aderência das folhas da folheação
F ; C[z0 , ..., zn ], respectivamente. Então X é invariante por F se, dehnida por ela são as componentes irredut´veis das hipersuperf´cies
2
e somente se, dF + = F., onde ; (Cn+1 ), tem coehcientes de grau k dadas por L := (a.P + b.Q = 0), = [a : b] ; P1 . Em
homogêneos de grau gr(F ). muitos casos a codimensão do conjunto singular de tem codimensão
2, mas em geral, não. Por exemplo, se a 2-forma dP + dQ não se
Prova. Suponhamos primeiramente que F é irredut´vel. Vamos
anula ao longo de (P = Q = 0) \ {0}, temos cod(sing( )) 2. Por
trabalhar em coordenadas homogêneas. Seja G = $ (F ), a qual é
outro lado, se existem a, b tais que a.P + b.Q tem um fator múltiplo
dehnida por em Cn+1 . Dado p ; Cn+1 tal que $(p) ; X\(sing(X)
na sua decomposição em fatôres irredut´vel, este fator divide e
sing(F )), a condição (1.9) é equivalente a Tp $ 1 (X) = Tp G, já que
portanto sing( ) tem ao menos uma componente de codimensão um.
ambos os sub-espaços têm codimensão um. Como Tp $ 1 (X) =
A folheação representada pela forma , após dividida pelo fator de
ker(dF (p)) e Tp G = ker( (p)), obtemos que dF (p) + (p) = 0.
grau maximo poss´vel, será denotada por F (P, Q) e será chamada de
Decorre da´ que a 2-forma dF + se anula identicamente em (F = 0).
pencil, ou feixe, gerado por P e Q. A hipersuperf´cie L = (a.P +
Este fato implica que todos os coehcientes de dF + são divis´veis por
b.Q = 0) será chamada de hbra de F (P, Q).
F , já que F é irredut´vel. Logo dF + = F., onde ; 2 (Cn+1 ).
Suponhamos agora que a decomposição de F em fatôres irre- O resultado que veremos em seguida, devido a G. Darboux, de-
dF
dut´veis é F = F1r1 ...Fkrk . Pelo primeiro caso, a 2-forma j := Fjj + termina o fator de grau maximo que divide a forma P dQ Q dP .
é holomorfa, para todo j = 1, ..., k. Por outro lado, Dada uma hbra L := (a.P +b.Q = 0), consideremos a decomposição
k k
em fatores irredut´veis a.P + b.Q = f r11 ...f rss , rj 1 . Neste caso,
d(F1r1 ...Fkrk ) 3 dFj 3 colocamos
+ = rj + = rj .j := .
F1r1 ...Fkrk j=1
Fj j=1
G := f r111 ...f rss1 . (1.11)
Portanto, dF + = F., onde ; 2 (Cn+1 ). Consideremos agora os Proposição 1.2.4. Seja = P dQ Q dP , como no exemplo 1.2.3.
coehcientes ij e Aij de dzi +dzj de e dF + , respectivamente. Note Então = G., onde :
que Aij é homogêneo de grau gr(F ) + gr(F ). A relação dF + = F. (a). G = ;P1 G , sendo G como em (1.11).
implica que Aij = F.ij , para todo i < j, logo ij é homogêneo de
grau gr(F ). Deixamos a prova da rec´proca para o leitor. (b). cod(sing()) 2.
Exemplo 1.2.2. Folheações de grau zero. Sejam L e M dois polinômios Em particular, F (P, Q) tem grau 2 k 2 gr(G), onde k := gr(P ) =
homogêneos de grau um em Cn+1 , linearmente independentes. A gr(Q).
forma := L dM M dL satisfaz (1),...,(4) da observação 1.2.1,
Prova. A prova é baseada no seguinte fato : sejam [a : b], [c :
como o leitor pode verihcar facilmente. Logo representa uma fol-
d] ; P1 tais que a.d b.c W= 0. Coloquemos P1 := a.P + b.Q e
heação F de grau zero em Pn , já que seus coehcientes são de grau um.
Q1 := c.P + d.Q. Então
Isto também pode ser visto tomando a carta ahm (M = 1). Nesta
carta F é representada por = df, onde f = L|(M =1) . Como L e P1 dQ1 Q1 dP1 = (a.d b.c) (P dQ Q dP ) . (1.12)
M são independentes, df é uma forma com coehcientes contantes em
Cn , logo as folhas de F nesta carta são os hipeplanos (f = cte), ou Deixamos a verihcação de (1.12) para o leitor. Esta relação implica
seja, uma reta não paralela ao plano (f = 0) é transversal a todas as que G divide para todo ; P1 , uma vez que, se = [a : b] então
folhas de F e não tem pontos de tangência com F . Ahrmamos que G divide tanto a.P + b.Q como d(a.P + b.Q).
toda folheação de codimensão um e grau zero em Pn é deste tipo. Suponhamos que P dQ Q dP = F., onde cod(sing()) 2 e
Com efeito, ela é representada por uma 1-forma com coehcientes representa F (P, Q) em coordenadas homogêneas. Seja f um fator
homogêneos de grau um tal que + d = 0. Note que a 1-forma d irredut´vel de F . Vamos provar que, existe = [a : b] ; P1 tal
que (f = 0) 2 (a.P + b.Q = 0). Para isto é suhciente provar que (II). Se F tem N (gr(F )) soluções algébricas distintas então a forma
(f = 0) é invariante por F (P, Q), ou seja, que df + = f., onde , que dehne F em coordenadas homogêneas, pode ser escrita
; 2 (Cn+1 ) (veja proposição 1.2.2). Vamos supor que f não é fator como
3 N
de P.Q. Podemos escrever F = f r .g, onde r é máximo, isto é, f não dfj
divide g. Como P dQ Q dP = f r .g., temos = G. j := G. , (1.15)
j=1
fj
dQ dP f r .g f r .g dQ dP onde G é meromorfa e f1 , ..., fN são polinômios homogêneos.
= =p d( ) = d( ) = 0 =p
Q P P.Q P.Q Q P
Levando em conta a relação de Euler, iR (dfj ) = gr(fj ).fj , obtemos
f r .g f r .g d(f r .g/P.Q) de iR ( ) = 0 e (1.15), que
d( )++ d = 0 =p + = d .
P.Q P.Q f r .g/P.Q N
3
Desenvolvendo a última relação, obtemos que g.P.Q.df + = f.1 , j .gr(fj ) =0. (1.16)
j=1
onde 1 = r 1 g.P.Q d + r1 (P.Q.dg g.QdP g.P.dQ) + , é
holomorfa. Como f não divide g.P.Q, f divide todos os coehcientes Note que a forma é fechada : d = 0. Como conseqüência,
de df + , logo (f = 0) é invariante por F (P, Q), como quer´amos. tem um fator integrante meromorfo : d( G ) = 0.
Isto implica que f é fator de a.P + b.Q, para algum = [a : b]. Resta Gostar´amos ainda de observar que a relação (1.16) implica que
provar que r coicide com a multiplicidade de f em G , digamos r 1, existe uma 1-forma meromorfa fechada em Pn tal que = ()
onde r é a multiplicidade de f em P1 = a.P +b.Q (veja (1.12)). Pela (veja o Ex. 1.5).
dehnição de r temos r r 1. Por outro lado, se r > ra 1, por m
absurdo, obtemos de (1.12) que f divide Q1 = c.P + d.Q, para todo Dehnição 1.2.2. Diremos
N quedf uma 1-forma num aberto U de C
(c, d) tal que a.d b.c W= 0, o que só é poss´vel se f dividir P e Q é logar´tmica, se = j=1 j fjj , onde 1 , ..., N ; C e f1 , ..., fN ;
simultâneamente, o que foi excluido na hipótese. O(U ). Diremos que uma folheação de codimensão um em Pn é
Veremos a seguir um outro resultado devido a G. Darboux, que logar´tmica se a forma , que a dehne em coordenadas homogêneas,
caracteriza as folheações do tipo F (P, Q), isto é, que possuem integral se escreve como = G., onde G é meromorfa e é logar´tmica.
primeira meromorfa. Mais geralmente, diremos que uma folheação G numa variedade
complexa M é dehnida por uma forma meromorfa fechada W= 0 em
Teorema 1.3. Se uma folheação de codimensão um em Pn possui M , se G é representada por em M \ (|| ||0 ), onde || e ||0
uma inhnidade de folhas algébricas distintas então ela tem uma inte- denotam os conjuntos de polos e de zeros de , respectivamente.
gral primeira meromorfa.
Veremos em seguida a classihcação das formas fechadas mero-
Prova. Seja F uma folheação de codimensão um em Pn com uma morfas em Pn , n 1. Dada uma forma fechada meromorfa em
inhnidade de folhas algébricas. Sejam f1 , f2 , ... equações homogêneas Pn , colocamos = := (). A forma satisfaz iR () = 0 e
destas folhas e uma 1-forma representando F em coordenadas ho- iR (d) = 0 (veja o Ex. 1.5).
mogêneas. Vamos supor que gr(F ) = k, de forma que os coehcientes
Proposição 1.2.5. Sejam W= 0 uma 1-forma meromorfa em Pn e
de são homogêneos de grau k + 1. Pela proposição 1.2.2, para todo
= (). Então podemos escrever como
j ; N, podemos escrever
k
3 dfj D g i
dfj = j + d r1 1 rk 1 , (1.17)
+ = j , (1.13) fj f1 ...fk
fj j=1
Uma ação de C numa variedade complexa arbitrária pode ter três holomorfos X e Y , em variedades M e N , são equivalentes em p ; M
tipos de órbitas não constantes : C, C ou um toro complexo (veja e q ; N , se existe um germe de biholomorhsmo * : (M, p) (N, q) e
o exemplo 1.1.2). No caso de Pn prova-se no entanto que a terceira um germe f ; Op (f (p) W= 0), tais que * (Y ) = f.X.
possibilidade não ocorre (veja o Ex. 1.7).
Os resultados mais importantes de linearização de campos são os
teoremas de Poincaré e de Siegel-Brjuno. Em seguida, enunciaremos,
1.3 O conjunto singular : folheações por sem provar, o teorema de Poincaré. A prova deste resultado e o
enunciado do teorema de Siegel-Brjuno podem ser encontados nas
curvas. referências [Ar] e [C-S].
O objetivo desta seção, é estabelecer alguns resultados, locais ou Sejam Y um campo de vetores holomorfo na variedade complexa
globais, sobre os conjuntos singulares das folheações por curvas, que M n e p ; sing(M ) uma singularidade não degenerada de Y . Diremos
serão utilizados futuramente neste texto. que (Y, p) está no dom´nio de Poincaré se o fecho convexo de esp(Y, p)
Seja Y = n em C, não contém a origem 0 ; C. Caso contrário, diremos que (Y, p)
i=1 Pi (z) (/(zi um campo de vetores holomorfo,
dehnido num aberto U 2 Cn , tal que 0 ; U . Vamos supor que está no dom´nio de Siegel. Seja esp(Y, p) = { 1 , ..., n }. Diremos que
Y (0) = 0, ou seja, 0 ; sing(Y ). Neste caso, escrevemos a expansão Y tem uma ressonância em p, se existe uma relação da forma
de Y em série de Taylor em 0 ; Cn como Y = j1 Yj , onde os n
3 3
coehcientes de Yj são polinômios homogêneos de grau j. O campo i = mj . j , onde mj ; Z0 , j , e mj 2 . (1.18)
de vetores linear DY (0) := Y1 é chamado de parte linear de Y em 0. j=1 j
Ele pode ser identihcado, em coordenadas, com a matriz jacobiana
J := ( ((zPji (0))1i,jn . Dizemos que 0 é uma singularidade não de- Caso não existam relações como em (1.18), diremos que Y não possui
generada de Y , se a matriz jacobiana DY (0) é não singular. Neste ressonâncias em p. Convém notar o fato de que uma relação como
caso, 0 é um ponto isolado de sing(Y ). Mais geralmente, se 0 é um em (1.18) é um invariante de [esp(Y, p)].
ponto isolado de sing(Y ), dehnimos a multiplicidade de Y em 0 por
m(Y, 0) = [P1 , ..., Pn ]0 , onde [P1 , ..., Pn ]0 designa a multiplicidade de Teorema 1.4. (Teorema de Poincaré). Sejam Y um campo holo-
interseção das sub-variedades (Pj = 0), j = 1, ..., n, em 0. Esta mul- morfo na variedade complexa M e p ; sing(Y ). Suponha que Y não
tiplicidade pode ser dehnida de várias maneiras, mas talvez a mais tem ressonâncias em p. Então :
popular, seja (a). Y é formalmente linearizável em p.
[P1 , ..., Pn ]0 = dimC (On / < P1 , ..., Pn > |0 ) ,
(b). Se (Y, p) está no dom´nio de Poincaré então Y é linearizável
onde < P1 , ..., Pn > |0 designa o ideal de On gerado pelos germes de em p.
P1 , ..., Pn em 0. Em particular, vale que m(Y, 0) 1, sempre que
Y (0) = 0. Além disto, se 0 é singularidade não degenerada de Y , Para a dehnição de ”formalmente linearizável”, remetemos o leitor
temos m(Y, 0) = 1. à referência [C-S].
O espectro da parte linear DY (0) é invariante por mudanças de Um conceito que utilizaremos ao longo do texto é o de separatriz.
coordenadas : se * : (Cn , 0) (Cn , 0) é um germe de biholomorhsmo, Diremos que uma folheação por curvas F , numa variedade M de
então DY (0) e D(* (Y ))(0) são conjugados. Como conseqüência, dimensão n, admite uma separatriz num ponto p ; M , se existe um
estes conceitos podem ser extendidos a campos de vetores em var- germe de curva holomorfa S por p, o qual é invariante por F . Isto
iedades complexas : se Y é um campo holomorfo na variedade M n e signihca que, se : (C, 0) (M, p) é uma parametrização de S e Y
é um campo que representa F numa vizinhança de p então I (t) e Se #1 é outra 1-forma tal que d = #1 + , vale que # + d# #1 +
Y H (t) são linearmente dependentes para todo t ; (C, 0). d#1 = d , para alguma 2-forma ; 2 (U \ {0}). Com efeito, como
No caso em que Y é não degenerado e linearizável em q, para cada (#1 #) + = 0, existe g ; C (U \ {0}) tal que # = #1 + g.. O
auto-vetor de DY (q), a folheação admite exatamente uma separatriz leitor pode verihcar que # + d# #1 + d#1 = d(g.). Em particular,
3
lisa (não singular) tangente ao sub-espaço gerado por este auto-vetor. # + d# dehne uma classe de cohomologia em HDR (U \ {0}). Verihca-
se também que esta classe de cohomologia é a mesma se calcularmos
Exemplo 1.3.1. O caso de dimensão dois será utilizado ao longo do com uma -forma 1 = f., onde f (p) W= 0, ou seja, ela só depende da
texto. Temos quatro possibilidades para uma singularidade q de Y , folheação numa vizinhança de p (verihque). O ´ndice de Baum-Bott
quando esp(Y, q) W= {0} : de F em p é dehnido por :
8
(1). esp(Y, q) = {0, 2 }, onde 2 W= 0. Neste caso, diremos que q é 1
uma sela-nó de Y . BB(F , p) = # + d# ,
(2$i)2 S
(2). esp(Y, q) = { 1 , 2 }, onde 1 , 2 W= 0 e 2 / 1 ; / R. Neste onde S = (B é de classe C e B 2 U é um aberto com fronteira
caso (Y, q) está no dom´nio de Poincaré e não tem ressonâncias. regular que contém p em seu interior.
Portanto Y é linearizável em q.
Observação 1.3.1. No caso em que a singularidade é não degene-
(3). esp(Y, q) = { 1 , 2 }, onde 1 , 2 W= 0 e 2 / 1 ; R+ . Neste caso, rada e [esp(F , p)] = { 1 , 2 } então o ´ndice de Baum-Bott é BB(F , p) =
(Y, q) está no dom´nio de Poincaré, mas pode ter ressonâncias ( 1 + 2 )2
1. 2
(veja [Br]).
: se 2 / 1 ; N2 ou 1 / 2 ; N2 .
Teorema 1.7. Seja F uma folheação por curvas numa superf´cie
(4). esp(Y, q) = { 1 , 2 }, onde 1 , 2 W= 0 e 2 / 1 ; R . Neste caso, complexa compacta M . Suponha que as singularidades de F são iso-
(Y, q) está no dom´nio de Siegel. O campo Y tem ressonância ladas. Então
em q se, e somente se, 2 / 1 ; Q . 3
BB(F ) := BB(F , p) = NF2 . (1.20)
Nos casos (2) e (4) o campo Y admite (exatamente) duas separa- p;sing(F)
trizes lisas, tangentes aos auto-espaços de 1 e 2 . No caso da sela-nó,
o campo admite uma forma normal formal do tipo Ŷ = xp+1 (/(x + Convém aqui esclarecer o signihcado do número NF2 . A folheação
p
2 (1 + .x )y (/(y, onde ; C. O número é um invariante formal F é dehnida por um terno ((Uj )j;J , (j )j;J , (gij )Uij W=! ) (veja dehnição
do campo. A multiplicidade de Y em q é m(Y, q) = m(Ŷ , 0) = p + 1. 1.1.3). A coleção (gij )Uij W=! é um cociclo multiplicativo :
O campo Y admite ao menos uma separatriz por q (tangente ao
auto-espaço de 2 ), podendo ou não admitir uma outra tangente gij .gjk .gki = 1
ao auto-espaço relativo ao auto-valor 0. Remetemos o leitor para
as referências [Ma-Ra 1] e [Ma-Ra 2], onde são dadas classihcações sempre que Uijk := Ui Uj Uk W= !. Este cociclo, por sua vez, dehne
anal´ticas dos casos (1) e (4) com ressonância, respectivamente. um elemento de H 1 (M, O ), o qual é chamado de hbrado normal de
No caso (3) com ressonância, o resultado mais importante é a F e é denotado por NF . Por outro lado, temos a seqüência exata
exp
forma normal de Dulac, a qual enunciamos abaixo : curta de feixes 0 Z O O 0 que induz a seqüencia longa
em cohomologia
Teorema 1.5. Seja Y um germe de campo de vetores holomorfo em
&
0 ; C2 tal que Y (0) = 0 e esp(Y, 0) = {1, n}, n ; N2 . Então Y é ... H 1 (M, Z) H 1 (M, O) H 1 (M, O ) H 2 (M, Z) ...
conjugado ao germe : Portanto, &(NF ) ; H 2 (M, Z). A classe &(NF ) pode também ser
considerada como uma classe em H 2 (M, R) l HDR 2
(M ) (Teorema
( (
Z=x + (n y + a xn ) (1.19) de De $Rham). Chamando esta classe de [NF ] temos (por dehnição)
(x (y NF2 = M [NF ] + [NF ]. A prova do teorema 1.7 pode ser encontrada
O campo Y é linearizável se, e somente se, a = 0. Se a W= 0 o campo na referência [Br].
admite apenas uma separatriz por 0 : (x = 0). Se a = 0 o campo No caso de folheações em P2 , temos a seguinte versão :
possui uma integral primeira meromorfa : f (x, y) = xn /y.
Corolário 1.3.1. Seja F uma folheação de grau k em P2 , com sin-
A prova do teorema de Dulac pode ser encontrada em [C-S]. Este gularidades isoladas. Então BB(F ) = (k + 2)2 . Em particular,
resultado admite uma generalização em n 3 variáveis, cujo enunci- sing(F ) W= !.
ado e prova podem ser encontrados em [Ar] ou [Ma].
No caso de folheações em P2 temos ainda o seguinte resultado A prova do corolário 1.3.1 é baseada no fato de que se F é uma
(veja [LN 2] e [Sc-LN]) : folheação de grau k em P2 então NF = (k + 2).H, onde H é a classe
de um hiperplano em H 1 (P2 , O ), ou seja H 2 = 1. Ela pode ser
Teorema 1.6. Para todo k 2, o espaço X(2, k) = Fol(2, k) contém encontrada em [Sc-LN].
um sub-conjunto aberto e denso S(2, k) 2 N D(2, k) com as seguintes
propriedades :
1.4 O conjunto singular : folheações de
(a). Se G ; S(2, k) então G não possui folha algébrica.
codimensão um.
(b). Se G ; S(2, k) e p ; sing(G) então esp(G, p) = { 1 , 2 }, onde
2/ 1 ;
/ R+ . Em particular, cada singularidade de G admite Nesta seção faremos um estudo local do conjunto singular, em que
exatamente duas separatrizes lisas transversais em p. introduziremos o ”fenômeno de Kupka” e as componentes de Kupka.
No hnal provaremos, como aplicação do teorema de Baum-Bott, que o
Veremos em seguida o teorema de Baum-Bott em superf´cies com- conjunto singular de uma folheação de codimensão um em Pn , n 3,
plexas compactas. Este resultado admite generalizações em dimensão possui ao menos uma componente irredut´vel de codimensão dois.
maior que dois (veja [B-B] e [Su]). Seja F uma folheação por cur-
vas numa superf´cie M . Se p ; M é uma singularidade isolada
de F , podemos representar F numa vizinhança de p por uma 1- 1.4.1 O fenômeno de Kupka.
forma holomorfa , a qual numa carta local (U, (x, y)) em p, tal
O resultado abaixo, devido a I. Kupka (cf. [K]), será bastante uti-
que x(p) = y(p) = 0, se escreve como = P (x, y) dy Q(x, y) dx. lizado.
Vamos supor que U sing(U ) = {p}. Seja # uma (1,0)-forma
de classe C em U \ {p} tal que d = # + . Podemos tomar Teorema 1.8. Seja um germe em 0 ; Cn de 1-forma integrável,
P +Qy
# = |P |x2 +|Q| 2 (P dx + Q dy), por exemplo, como o leitor pode veri- n 3. Suponha que 0 ; sing() e que d(0) W= 0. Então existe
hcar. A 3-forma # + d#, que é C em U \ {0}, é fechada : um sistema de coordenadas (x, y, z) ; C × C × Cn2 tal que =
P (x, y) dy Q(x, y) dx.
0 = d2 () = d# + # + d =p d# + = 0 =p d# = + ,
Prova. Diferenciando a relação + d = 0 obtemos
onde é C em U \ {0}, já que tem singularidade isolada. Logo
d(# + d#) = d# + d# = 0. d + d = 0 (1.21)
Utilizaremos (1.21) para demonstrar que existem coordenadas então d(p) = g(p).d(p)+dg(p)+(p) = g(p).d(p) W= 0. O conjunto
(x, y, z) ; C × C × Cn2 tal que d = dx + dy. Com isto, obte- dos pontos singulares de Kupka de F será denotado por K(F ).
remos do lema de Poincaré : Seja G um germe de folheação 0 ; C2 . Diremos que p ; K(F )
tem tipo transversal G, se F pode ser representada numa vizinhança
de p por uma 1-forma = P (x, y) dy Q(x, y) dx, como no teorema
d( x dy) = 0 =p x dy = df , f ; On =p de Kupka, tal que G coincide com a folheação gerada por P (x, y) dy
0 = + d = (x dy + df ) + dx + dy = df + dx + dy =p Q(x, y) dx.
sendo que a última relação foi obtida tomando-se o produto exterior anal´tico S de M é uma componente de Kupka de F , se S é uma
da primeira por . Analogamente, fazendo o produto exterior da componente irredut´vel de sing(F) tal que S 2 K(F).
primeira relação por # obtemos d#+ +# = 0, o que prova o lema.
Pela proposição 1.4.1, uma componente de Kupka S de F é nesces-
Pelo lema 1.4.1, o hbrado E é tangente a uma folheação G de codi- sáriamente uma sub-variedade de codimensão dois de M . Vejamos
mensão dois. Consideremos uma carta trivializadora (x1 , x2 , ..., xn ) := alguns exemplos.
(x1 , x2 , z) de G numa vizinhança de 0, tal que as folhas de G são
da forma (x1 = c1 , x2 = c2 ), c1 , c2 ; C. Tendo-se em vista a Exemplo 1.4.2. Sejam G uma folheação por curvas numa superf´cie
dehnição de E, obtemos que d = g dx1 + dx2 (verihque). Como complexa X e N uma variedade complexa e conexa de dimensão n
0 = d(g.dx1 + dx2 ) = dg + dx1 + dx2 , obtemos que g = g(x1 , x2 ), só 1. Sejam M := X × N e F = $1 (G), onde $1 : M X é a primeira
depende de x1 e x2 . Consideremos$ agora a aplicação H(x1 , x2 , z) = projeção. Suponha que existe p ; sing(X) tal que G é representada
x numa vizinhança de p por um campo de vetores equivalente a um
(x1 , h(x1 , x2 ), z), onde h(x1 , x2 ) = 0 2 g(x1 , t)dt. Como o leitor pode
verihcar, o determinante jacobiano de H em 0 vale g(0, 0) W= 0, germe de campo Y := P (x, y)(/(x + Q(x, y)(/(y em 0 ; C2 tal que
ou seja H dehne um biholomorhsmo entre vizinhanças de 0 ; Cn , Px (0) + Qy (0) W= 0. Neste caso, S := {p} × N é uma componente de
H(x1 , x2 , z) = (x, y, z). Nas coordenadas (x, y, z) a forma d se es- Kupka de F com tipo transversal Y .
creve como dx + dh = dx + dy, o que prova o teorema. Exemplo 1.4.3. Sejam f e g polinômios homogêneos e irredut´veis
Observação 1.4.1. O teorema de Kupka tem a seguinte interpretação em Cn+1 , onde gr(f )/gr(g) = p/q e mdc(p, q) = 1. Vamos deno-
geométrica : o germe de folheação F (), gerada por , tem uma es- tar por $ : Cn+1 \ {0} Pn a projeção canônica. Suponha que as
trutura produto : é o produto de um germe de folheação regular de hipersuperf´cies $(f = 0) e $(g = 0) são transversais. Esta última
codimensão dois por um germe de folheação singular de dimensão um condição é equivalente à seguinte :
em 0 ; C2 . z ; Cn+1 \ {0} , f (z) = g(z) = 0 =p df (z) + dg(z) W= 0 . (1.22)
Com efeito, a forma normal local = P (x, y) dy Q(x, y) dx, nos
diz que : Seja F a folheação de Pn dehnida em coordenadas homogêneas pela
(1). sing(F ()) = {(x, y, z) | P (x, y) = Q(x, y) = 0}. Em par- forma = q g df p f dg. Note que a função meromorfa h = (f q /g p )H
ticular, se 0 é ponto isolado de (P = Q = 0) 2 C2 , o germe de $ de Pn é uma integral primeira de F . A sub-variedade de codimensão
sing(F ()) em 0 é dado por (x = y = 0), logo é liso e de codimensão dois $(f = g = 0) é uma componente de Kupka de F . Isto decorre
dois. Caso contrário, podemos escrever P = f.P1 e Q = f.Q1 , onde de (1.22) e de d = (p + q)df + dg, como o leitor pode verihcar. Esta
os germes P1 e Q1 não têm fator comum e f (0) = 0. Neste caso, componente de Kupka tem o tipo transversal do campo de vetores
(f = 0) é uma componente de codimensão um de sing(F ()). li-near p x (/(x + q y (/(y (veja o Ex. 1.11). A folheação F será
(2). Se L é uma curva integral não constante do campo de vetores denotada por F (f, g). Observamos que o grau de F(f, g) é gr(f ) +
X = P (x, y)(/(x + Q(x, y)(/(y (em C2 ) então L × Cn2 é uma folha gr(g) 2.
de F () (note que X e P (x, y) dyQ(x, y) dx dehnem o mesmo germe Em seguida enunciaremos alguns resultados conhecidos sobre fo-
de folheação em 0 ; C2 ). lheações de Pn , n 3, que possuem uma componente de Kupka. Seja
Dehnição 1.4.1. Seja F uma folheação de codimensão um numa F uma folheação de codimensão um em Pn , n 3, que possui uma
componente de Kupka S.
variedade complexa M de dimensão n. Dizemos que p ; sing(F ) é
um ponto de Kupka se F pode ser representada numa vizinhança de Teorema 1.9. ([Ce-LN 1]). Nas condições acima, se S é uma in-
p por uma 1-forma tal que d(p) W= 0. Esta condição independe da terseção completa então F possui uma integral primeira meromorfa
1-forma que representa F , uma vez que se = g., onde g(p) W= 0, do tipo f q /g p , como no exemplo 1.4.3, ou seja F = F (f, g).
k
A prova do teorema acima pode ser encontrada em [Ce-LN 1]. (x, y) ; Ck × Cnk onde = j=1 fj (x) dxj então o germe de 1-
Nesta referência, conjectura-se que toda folheação de codimensão um k k
forma := j=1 fj (x) dxj em (C , 0) pode ser escrita com k 1
em Pn , n 3, que possui uma componente de Kupka é como no variáveis. Desta forma, iremos supor que k = n e todos os passos da
exemplo 1.4.2. Esta conjectura foi resolvida em alguns casos parti- indução serão similares a este caso.
culares, mas persiste ainda no caso geral. As tentativas de resolvê-la Para provar que pode ser escrita com n 1 variáveis vamos con-
têm-se concentrado em tentar demonstrar que S é uma interseção struir um germe de campo de vetores holomorfo X tal que X(0) W= 0
completa. Em seguida enunciaremos alguns resultados nesta direção. e iX d = 0. Suponhamos por um instante que existe um tal campo.
Teorema 1.10. [CA-So]. Se S é uma componente de Kupka de uma Neste caso, como X(0) W= 0 existe um (germe de) sistema de co-
folheação em Pn , n 3, então S é numericamente equivalente uma ordenadas z = (x, y) ; Cn1 × C tal que X = (/(y (teorema do
interseção completa. Em particular, F tem tipo transversal em S 4uxo tubular, veja [Sc-LN]). Ahrmamos que se escreve com n 1
equivalente a um campo linear da forma p x (/(x + q y (/(y, onde variáveis nesta carta local. Com efeito, utilizando a condição de in-
p, q ; N. tegrabilidade, temos
Um caso em que o problema foi resolvido é o seguinte : 0 = i( + d) = iX .d + iX d = iX .d =p iX = 0 .
Teorema 1.11. [CA 3]. Seja S uma componente de Kupka de uma Utilizamos acima que d W# 0, já que 0 é singularidade isolada de
folheação F em Pn , n 3. Suponha que o tipo transversal de F em d(|H ). Obtemos da´ que (veja [Sc-LN]) :
S não é equivalente ao do campo radial R2 := x(/(x + y(/(y. Então
S é uma interseção completa e F = F(f, g), como no exemplo 1.4.2. LX () = iX d + d(iX ) = 0 ,
Corolário 1.4.1. Seja F um germe de folheação de codimensão um relação com X, obtemos iX + d = 0, relação que é verdadeira para
em 0 ; Cn , n 3. As seguintes ahrmações são equivalentes ; qualquer campo X. Por outro lado, o coehciente de dzj + dz1 + dz2
em iX d + d é
(a). F pode ser representada por um germe de 1-forma com rk()0 =
k < n. Aj = Rj .12 + R1 .2j + R2 .j1 .
k
(b). Existem um germe de folheação de codimensão um G em 0 ; C Como Aj = R1 = R2 = 0 obtemos Rj .12 # 0. Por outro lado, a
e uma submersão * : (Cn , 0) (Ck , 0) tais que F = * (G). hipótese de que d(|H ) tem singularidade isolada em 0 implica que
Quando uma das duas condições do corolário 1.4.1 for verihcada, 12 W# 0, logo Rj # 0.
diremos que F é equivalente a um produto de uma folheação de codi- Explicitamente as relações Rj = 0, j = 1, 2, 3, podem ser escritas
mensão um em (Ck , 0) por uma folheação regular de codimensão k. como T
z g2 .12 + g3 .31 = 1n
Em seguida veremos um critério de redução a três variáveis. Seja
um germe de 1-forma integrável em 0 ; Cn , n 4, tal que g1 .12 g3 .23 = 2n (1.24)
Z
(0) = 0, ou seja, 0 ; sing(F ()). Se d(0) W= 0 estamos na g1 .31 + g2 .23 = 3n
situação do teorema de Kupka. Vamos supor então que d(0) = 0. Vamos escrever estas relações de um outro modo, de forma a utilizar
Seja H = (C3 , 0), onde : (C3 , 0) (Cn , 0) é um germe de mer- o teorema da divisão de De Rham (veja o Apêndice 1.6). Sejam
gulho. Consideremos a restrição := |H . Como é um mer- Y := 23 .(/(z1 + 31 .(/(z2 + 12 .(/(z3 , := 1n .dz1 + 2n .dz2 +
gulho, existe um (germe de) sistema de coordenadas(z1 , ..., zn ) = 3n .dz3 e := g1 dz3 + dz2 + g2 dz1 + dz3 + g3 dz2 + dz1 . O leitor
z = (x, y) ; C3 × Cn3 tal que H = (y = 0). Se = nj=1 fj (z) dzj pode verihcar diretamente que as relações (1.24) são equivalentes a
3
temos = j=1 fj (x, 0) dxj . Neste caso, podemos escrever d = iY = . Por outro lado, o coehciente de dz1 + dz2 + dz3 + dzn em
(fj (fi
1i<j3 f ij (x)dx i + dxj , onde fij (x) = (xi (x, 0) (xj (x, 0). Di- d + d é 23 .1n + 31 .2n + 12 .3n = iY e como d + d = 0
remos que d tem singularidade isolada em 0 ; H se {x | fij (x) = obtemos que iY = 0. Portanto a solução do problema se reduz a
0 , 1 i < j 3} = {0} 2 H. A dehnição independe do sistema um teorema de divisão : iY = 0 =p = iY .
de coordenadas. Além disto, se H̃ é um outro mergulho de (C3 , 0) Para aplicar o teorema de De Rham (versão paramétrica) deve-
em (Cn , 0) tal que os espaços tangentes T0 H e T0 H̃ coincidem então mos verihcar que cod(sing(Y )) 3. Este fato decorre da hipótese :
0 é singularidade isolada de d(|H ) se, e somente se é singularidade colocando z = (u, v) ; C3 × Cn3 , a hipótese de que 0 é singulari-
isolada de d(|H̃ ). Deixamos a verihcação destes fatos como exerc´cio dade isolada de d(|H ) é equivalente a sing(Y ) H = (12 (u, 0) =
para o leitor. Neste caso diremos que tem uma singularidade sim- 31 (u, 0) = 23 (u, 0) = 0) = {0}. Isto implica que cod(sing(Y )) 3
ples em 0. : se sing(Y ) tivesse uma componente A de codimensão dois, por ex-
emplo, A H teria codimensão dois em H, ou seja dimensão um, o
Teorema 1.12. [C-LN 1]. Se tem uma singularidade simples em que é uma contradição, já que A H 2 sing(Y ) H = {0}.
0 ; Cn , n 4 então rk(, 0) 3. Em particular, F () é equivalente O resultado seguinte é conseqüência do teorema 1.12 (veja o Ex.
ao produto de uma folheação de codimensão um em (C3 , 0) por uma 1.12).
folheação regular de codimensão três. 1
Corolário 1.4.2. Seja ; n integrável (n 4) tal que (0) = 0 e
Prova. A idéia é provar que se pode ser escrita com k variáveis, d(0) = 0. Seja = j=k j a expansão de Taylor de em 0 ; Cn .
onde 4 k n, então ela pode ser escrita com k 1 variáveis. Mais Suponha que exista um 3-plano H 2 Cn , passando pela origem, tal
especihcamente, provaremos que se existe um sistema de coordenadas que d(k |H ) tem singularidade isolada. Então rk(, 0) 3.
Nos exemplos em seguida convencionamos que n 4 e H = {z ; G(n, k, F ) = C D, basta provar que C e D são de Baire. O fato
Cn | zj = 0 , j 4}. de que C é de Baire, é conseqüência da teoria da transversalidade e
é deixada como exerc´cio para o leitor (veja o Ex. 1.14). Provemos
Exemplo 1.4.4. Consideremos um germe de 1-forma integrável em que D é de Baire. Fixemos uma carta ahm Cn 2 Pn e uma bola
0 ; Cn , cuja expansão de Taylor em 0 é do tipo = j2 j , sendo
B 2 Cn \ sing(F), tal que F possui uma integral primeira holomorfa
2 |H = 1 .z2 z3 dz1 + 2 .z1 z3 dz2 + 3 .z1 z2 dz3 , j W= 0, 1 j 3.
não constante f : B C, sendo df (q) W= 0 para todo q ; B. Dado
Note que a folheação gerada por 2 |H em H é do tipo logar´tmica.
X 2 Pn \ sing(F ) dehna G(F, X) = {H ; Gr(n, k) | H satisfaz à
Como d(2 |H ) = ( 3 2 )z1 dz2 + dz3 + ( 1 3 )z2 dz3 + dz1 +
condição (b) da dehnição 1.4.4 em todos os pontos de X}.
( 2 1 )z3 dz1 + dz2 , obtemos que se i W= j , i W= j, então
pode ser escrita com três variáveis. Neste caso é poss´vel provar Lema 1.4.2. Na situação acima, o conjunto G(F , B) é denso em
também que a folheação F () pode ser dehnida por um germe de ação Gr(n, k).
comutativa em (Cn , 0), isto é, existem germes de campos holomorfos
comutativos X1 , ..., Xn1 tais que = iX1 ...iXn1 dz1 + ...dzn . O Prova. Fixado H ; Gr(n, k) tal que H B W= !, após uma rotação
sistema de coordenadas pode ser escolhido de tal forma que Xj = e uma translação em Cn , podemos supor que H Cn = Ck × {0} 2
3 Ck × Cnk = Cn . Seja U a vizinhança de H em Gr(n, k) tal que
(/(zj+1 , se j 3, e Xi = j=1 fij (z1 , z2 , z3 )(/(zj se i = 1, 2.
todo k-plano em U é o gráhco de uma função ahm * : Ck Cnk ,
Supondo condições de não ressonância nos js é poss´vel ainda provar k
na decomposição considerada : U = {(C ) | (x) = (x, a + L(x))},
que os campos X1 e X2 podem ser simultâneamente linearizados. Isto
onde a ; Cnk e L ; L(k, n k). Seja V = {(x, a, L) ; Ck × Cnk ×
signihca que existe um germe de biholomorhsmo * : (Cn , 0) (Cn , 0)
L(k, n k) | (x, a + L(x)) ; B}. Dehna F : V Ck × Ck por
tal que = * (2 |H ). Uma referência para este resultado é [Ce-LN
2]. w W
( (
F(a,L) (x) = F (x, a, L) = x, (f H (x)), ..., (f H (x)) ,
Exemplo 1.4.5. Como sabemos, uma folheação F em P2 pode ser (x1 (xk
dehnida em coordenadas homogêneas por uma 1-forma integrável
onde (x) = a + L(x). Então H(a, L) := graf (x ) a + L(x)) está
em C3 , cujos coehcientes são polinômios homogêneos de grau gr(F )+
em G(F , B) se, e somente se, F(a,L) corta transversalmente a seção
1 := k e que satisfaz iR = 0. Uma condição necessária para que
0 ; C3 seja singularidade simples de é que se p ; sing(F ) então nula = Ck × {0} (veja [Hi]). Vamos agora utilizar o seguinte lema
p é não degenerada e [esp(F , p)] = { 1 : 2 }, onde 2 / 1 W= 1 de transversalidade :
(veja o Ex. 1.13). Neste caso, podemos aplicar o corolário 1.4.2 : Lema 1.4.3. Seja F : W × P M , de classe C , onde W , P
se umgerme de 1-forma integrável em 0 ; Cn , n 4, é tal que e M são variedades. Dado p ; P , dehna Fp := F |W ×{p} . Seja
= jk j , e k satisfaz k |H = então rk() = 3. É poss´vel S 2 M uma sub-variedade. Suponha que F é transversal a S. Então
ainda provar que é equivalente a , ou seja, que existe um germe o conjunto X = {p ; P | Fp é transversal a S} é de Baire. Em
de submersão * : (Cn , 0) (C3 , 0) tal que = * ( ). Este último particular, X é denso em P .
resultado, cuja demonstração original foi dada em [C LN 1], será
provado no cap´tulo 2.3. A prova do lema 1.4.3 pode ser encontrada em [Hi]. Pelo lema
1.4.3 é suhciente provar que F é transversal a . Por outro lado, isto
é conseqüência do fato de que df (q) W= 0 para todo q ; B. Deixamos
1.4.3 O conjunto singular em Pn .
a prova como exerc´cio para o leitor (veja o Ex. 1.15).
O objetivo desta seção é provar que o conjunto singular de uma fol- Fixemos agora uma bola compacta B1 2 B. Utilizando que o con-
heação de codimensão um em Pn tem ao menos uma componente junto de funções dehnidas numa variedade compacta (com a topologia
irredut´vel de codimensão dois. A idéia da prova é aplicar o teorema C 2 -uniforme), cujas singularidades são todas de Morse, é um aberto
de Baum-Bott a uma restrição da folheação a um plano P2 l H 2 Pn (veja [Hi]), prova-se que G(F, B1 ) é aberto em Gr(n, k). Decorre da´
convenientemente escolhido. e do lema 1.4.2 que G(F , B1 ) é aberto e denso em Gr(n, k). Com
Vamos utilizar que um sub-conjunto anal´tico X de dimensão k isto podemos obter uma cobertura enumerável de Pn \ sing(F ) por
de uma variedade M pode ser estratihcado de maneira única em sub- compactos (Bm )m1 tal que G(F , Bm ) é aberto e denso em Gr(n, k)
conjuntos anal´ticos ! = X0 2 X1 2 ... 2 Xk = X tais que para todo para todo m 1. Como C = n1 G(F , Bn ), obtemos que C é de
j = 1, ..., k, temos que dim(Xj1 ) < dim(Xj ) e Xj \ Xj1 é uma Baire, o que prova a proposição.
sub-variedade lisa de M . Diremos que um outro conjunto anal´tico
Y , com estratihcação ! = Y0 2 Y1 2 ... 2 Yf = Y , é transversal a Teorema 1.13. O conjunto singular de uma folheação de codimensão
X em M , se as sub-variedades Xj \ Xj1 e Yi \ Yi1 são trasnversais um em Pn contém ao menos uma componente irredut´vel de codi-
duas a duas. Convém observar que a nomenclatura sub-variedade é mensão dois.
utilizada aqui no sentido da topologia diferencial, isto é, o conjunto Prova. Seja F uma folheação de codimensão um em Pn e supo-
Xj \ Xj1 não é necessáriamente fechado em M . nhamos por absurdo que todas as componentes irredut´veis de sing(F )
Dado k < n denotaremos por Gr(n, k) o conjunto de todos os tenham codimensão maior que dois. Seja H l P2 um 2-plano em
planos Pk l H 2 Pn mergulhados linearmente em Pn . Observa- posição geral com F . Como dim(sing(F )) + 2 < n, a condição de
mos que Gr(n, k) tem uma estrutura natural de variedade complexa transversalidade entre H e sing(F ) corresponde a sing(F ) H = !.
compacta de dimensão (k + 1)(n k). Seja G a folheação de H obtida pela restrição de F a H, ou seja, dado
Dehnição 1.4.4. Seja F uma folheação de codimensão um de Pn , p ; H, se F é representada pela 1-forma integrável numa vizin-
n 3. Dizemos que um k-plano H ; Gr(n, k) está em posição geral, hança U de p então G é representada em H U por |HU . No caso,
ou é genérico com respeito a F se : p ; sing(G) se, e somente se, |H (p) = 0. Note que (p) W= 0, uma
vez que H sing(F ) = !. Portanto p ; sing(G) se, e somente se, F é
(a). H é transversal a sing(F ). tangente a H em p. Por outro lado, as tangências de F com H são do
tipo Morse, ou seja, F tem uma integral primeira holomorfa f numa
(b). Se p ; H \ sing(F ) então F tem uma integral primeira numa vizinhança de p tal que f |H (x, y) = f (p) + x2 + y 2 em algum sistema
vizinhança U de p, digamos f ; O(U ). Neste caso, exigiremos de coordenadas holomorfo em p ; H. Neste sistema de coordenadas
que, ou bem df (p)|Tp H W= 0, ou seja, Tp F é transversal a Tp H, G é representada pelo campo dual de df , X = 2x(/(y 2y(/(x, cujos
ou bem p é uma singularidade de Morse de f |H . auto-valores são ±2i. Como conseqüência obtemos que BB(G, p) = 0
Esta última condição é equivalente a dizer que existe um
sistema (veja a observação 1.3.1).Como todas as singularidades de F são
de coordenadas (x1 , ..., xk ) em p ; H tal que f |H = f (p) + kj=1 x2j do tipo Morse, obtemos p;sing(G) BB(G, p) = 0. Por outro lado,
(veja [Hi]). Um resultado que será utilizado algumas vezes neste texto pelo teorema de Baum-Bott (corolário 1.3.1) temos p BB(G, p) =
é o seguinte : (gr(G) + 2)2 > 0, o que é uma contradição.
Dizemos então que a coleção {hjk }Ujk W=! é um cociclo em G. A Note que
dehnição 1.5.1 pode ser encontrada em [Go].
Suponha que F possui duas estruturas transversais modeladas h(1 2 )H* = *HH(1 2 ) = *HH(1 )HH(2 ) = h(1 )Hh(2 )H* =p
em G, dadas por coleções {Uj }j;J , {j }j;J , {gij }Uij W=! e {Vi }i;I ,
{*i }i;I , {hij }Vij W=! , respectivamente. Após considerarmos um reh- h(1 2 ) = h(1 )H h(2 ), já que * é submersão. Logo h : 1 (M, p)
namento das duas coberturas, podemos supor que elas coincidem : G é um homomorhsmo de grupos.
I = J e Uj = Vj , j. Diremos que as estruturas são equivalentes, Corolário 1.5.1. Seja F uma folheação em M com estrutura transver-
se para todo j ; J existe kj ; G tal j = kj H *j . Como o leitor sal modelada em G 2 Aut(S). Seja (F̂ , *) o desenvolvimento de F no
pode verihcar, isto corresponde a dizer que os cociclos {gij }Uij W=! e recobrimento universal $ : M̂ M , com respeito à estrutura. Então
{hij }Uij W=! são equivalentes, isto é, que hij = ki1 H gij H kj para todo existe uma submersão : M S que dehne F e tal que H $ = * se,
par (i, j) tal que Uij W= !. e somente se, a monodromia h : 1 (M, p) G da estrutura é trivial,
Seja F uma folheação em M com estrutura transversal mode- isto é, h() = idS para todo ; 1 (M, p).
lada em G 2 Aut(S). Sejam $ : M̂ M o recobrimento universal
holomorfo de M e F̂ = $ (F). Prova. Decorre do seguinte fato bem conhecido : seja f : M̂ X
uma aplicação cont´nua, onde X é uma variedade. Então existe uma
Teorema 1.14. Nas condições acima, F̂ tem estrutura transversal aplicação cont´nua g : M X tal que g H $ = f se, e somente se,
modelada em G. Além disto, existe uma submersão * : M̂ S tal * H H() = g para todo ; 1 (M, p), onde H : 1 (M, p) Aut($)
que as folhas de F̂ são as superf´cies de n´vel de * : 1 (s), s ; S. é o isomorhsmo natural (veja [EL]). Deixamos os detalhes para o
Em particular, se M é simplesmente conexa, então F̂ = F e existe leitor.
uma submersão * : M S tal que as folhas de F são as superf´cies
de n´vel de *.
1.5.2 Folheações com estrutura transversal proje-
Prova. Fixemos coleções {Uj }j;J , {j }j;J e {gij }Uij W=! que de- tiva.
hnem F , como na dehnição 1.5.1. Vamos supor que todo Uj é um
aberto trivializador de $, isto é, $ 1 (Uj ) = r;I Ujr , onde $|Ujr : Ujr No caso de uma folheação de codimensão um, com estrutura transver-
sal, S é uma superf´cie de Riemann, logo se S é simplesmente conexa,
Uj é um biholomorhsmo, para todo r, sendo Ujr Ujs = ! se r W= s.
temos três possibilidades :
Dehnimos então as submersões jr := j H $|Ujr : Ujr S. Con-
siderando o conjunto de ´ndices K = J × I temos a cobertura {Vk := (I). S = P1 . Neste caso, tomando P1 = C { }, temos Aut(P1 ) =
Ujr }k=(j,r);K de M̂ , por abertos conexos, e a coleção de submersões { a.z+b
c.z+d
| a.d b.c = 1}.
{*k := jr }k=(j,r);K . Vamos agora dehnir o cociclo {hkf }Vkf W=! .
Tomando de in´cio os Uj I s suhcientemente pequenos, podemos su- (II). S = C. Como sabemos Aut(C) = {a.z + b | a W= 0}.
por que dados i W= j ; J tais que Uij W= !, então dado r ; I, existe
(III). S = H = {z ; C | Im(z) > 0}. Temos então Aut(H) =
um único s ; I tal que Ujr Uis W= !. Fazendo k = (j, r) e f = (i, s)
{ a.z+b
c.z+d | a.d b.c = 1 , a, b, c, d ; R}.
vemos que gij H *k = *f , logo colocamos hfk := gij . Desta forma, F̂
tem estrutura transversal modelada em G. Em todos os casos, Aut(S) pode ser considerado como sub-grupo
Vamos agora construir a submersão global * : M̂ S. Para isto de P SL(2, C) := Aut(P1 ). Diremos então que F tem estrutura
observamos o seguinte : dados k, f ; K tais que Vkf W= !, temos *k = transversal projetiva. No caso em que a folheação F tem estru-
hkf H *f . Como hkf ; Aut(S), ou seja, está globalmente dehnido em tura transversal modelada em Aut(C) diremos que ela tem estrura
transversal ahm. Diremos que F tem uma estrutura transversal por Corolário 1.5.2. Nas condições da proposição 1.5.2, se F tem duas
translações, se o grupo G é o grupo de translações de C : z ) z + a. estruturas transversais ahns não equivalentes no aberto U = M \
Vejamos um exemplo. || ||0 de M então F é dehnida por uma forma fechada W# 0
em U \ ||0 , sendo o conjunto anal´tico ||0 uma união de folhas de
Proposição 1.5.1. Sejam M uma variedade complexa de dimensão F |U .
n 2 e F uma folheação regular de codimensão um em M . Então F
tem uma estrutura transversal por translações se, e somente se, ela Prova. Nestas condições podemos escrever d = 1 + = 2 + ,
pode ser dehnida por uma 1-forma fechada holomorfa. onde 1 W= 2 e d1 = d2 = 0. Logo, se := 2 1 W# 0 então
d = 0 e + = 0. Da´ concluimos que = f., onde f ; O(U ) é
Prova. Suponha que existe uma 1-forma holomorfa fechada ; não constante. Portanto, F pode ser dehnida em U \ ||0 pela forma
1
(M ) que dehne F . Como F é regular, temos (p) W= 0 para todo fechada . Por outro lado, temos 0 = df + + f.d, o que implica
p ; M . Seja {Bj }j;J uma cobertura de M por abertos biholomorfos que (f = 0) é invariante por F |U (veja a proposição 1.2.2).
a uma bola de Cn , tais que Bi Bj := Bij é conexo para quaisquer
Observação 1.5.3. Nas condições da proposição 1.5.2, se F tem
i, j ; J. Pelo lema de Poincaré, existe fj ; O(Bj ) tal que |Bj = dfj ,
uma estrutura transversal ahm em M \ || ||0 , então a estrutura
para todo j ; J. Note que fj : Bj C é uma submersão. Se Bij W= !
pode ser estendida a todas as componentes irredut´veis de || \ ||0
então
não invariantes por F . Deixamos a prova deste fato como exerc´cio
(dfj dfi )|Bij # 0 =p fi = fj + bij , bij ; C . para o leitor (veja o Ex. 1.18).
Dehnição 1.5.2. Seja F uma folheação de codimensão numa var-
Colocando gij (z) = z + bij temos fi = gij H fi , logo F tem uma iedade algébrica M . Dizemos que F possui uma estrutura transversal
estrutura transversal por translações. ahm com polos, se :
Reciprocamente, se F tem uma estrutura transversal por translações
ela é dada por uma cobertura {Uj }j;J , uma coleção de submersões (a). F pode ser dehnida por uma 1-forma meromorfa em M \
{fj }j;J e um cociclo {gij }Uij W=! de translações. Se gij (z) = z + bij || ||0 .
então fi = fj + bij em Bij W= !, ou seja dfi = dfj em Bij . Logo (b). d = + , onde é fechada e meromorfa em M .
podemos dehnir uma 1-forma holomorfa fechada em M por |Bj =
dfj , para todo j ; J. A forma dehne F . Neste caso, a estrutura ahm dehnida por se estende a todas as
As folheções lineares de codimensão um dos toros complexos, componentes de || não invariantes por F .
fornecem exemplos como na proposição 1.5.1 (veja exemplo 1.1.2). Exemplo 1.5.1. Seja F a folheação de Pn dehnida em coordenadas
Outro exemplo são as folheações logar´tmicas em Pn (veja a dehnição homogêneas pela forma
1.2.2) , mas neste caso a estrutura só é dehnida num aberto próprio
k
de Pn . 3 dfj
= f1 ...fk j ,
fj
Observação 1.5.2. Se F for simultâneamente dehnida por duas j=1
formas fechadas não múltiplas por uma constante, digamos 1 e
onde os fj I s são polinômios homogêneosirredut´veis em Cn+1 , dois
2 , então ela tem uma integral primeira. Com efeito, neste caso
a dois relativamente primos, j ; C e j j .gr(fj ) = 0. Note que
temos 2 = f.1 , onde f ; O(M ) é não constante. Por outro lado, df
0 = d2 = df + 1 , logo df também dehne F e f é uma integral d = + , onde = j fjj . Isto implica que F tem uma estrutura
primeira de F . tranversal ahm com polos em X = (f1 ...fk = 0).
Em particular, se F possui duas estruturas transversais por trans- Em seguida veremos um critério para que uma folheação de codi-
lações distintas então F tem uma integral primeira holomorfa. mensão um tenha uma estrutura transversal projetiva. Vamos supor
que a folheação F seja dehnida por uma 1-forma meromorfa em
Em seguida veremos um critério para que uma folheação tenha M \ || ||0 , como na proposição 1.5.2. Suporemos também que
uma estrutura transversal ahm. existe uma 1-forma meromorfa 1 em M tal que d = 1 + . Ob-
Proposição 1.5.2. Seja F uma folheação de codimensão um numa servamos que esta última condição é sempre verdadeira se M é uma
variedade complexa M . Suponha que existe uma 1-forma meromorfa variedade algébrica. Seja U := M \ (|| ||0 |1 | ).
em M que dehne F em U := M \ || ||0 . Então F |U tem
Teorema 1.15. Nas condições acima, F possui uma estrutura transver-
uma estrutura transversal ahm se, e somente se, existe uma 1-forma
sal projetiva em U se, e somente se, existe uma 1-forma 2 ; 1 (U )
fechada ; 1 (U ) tal que d = + em U .
tal que : T
Prova. Suponhamos que F tem uma estrutura transversal ahm d = 1 +
z
em U . Seja ({Bj }j , {fj }j , {gjk }Bjk W=! ), que dehne a estrutura ahm de d1 = + 2 (1.26)
F |U , onde gjk (z) = ajk .z +bjk ; Aut(C). No caso, fj : Bj C é uma
Z
d2 = 2 + 1
submersão, dfj dehne F em Bj e fi = aij .fj + bij em Bij W= !. Como
|Bj também dehne F |Bj , temos |Bj = gj .dfj , onde gj ; O (Bj ). Não faremos a prova do teorema acima, já que ela é um tanto
Se Bij W= !, obtemos extensa. Ela pode ser encontrada nas referências [Sc] ou [Sc-LN].
gj
|Bij = gj .dfj = gi .dfi = gi .aij .dfj =p |B = aij ; C =p Dehnição 1.5.3. Um terno de 1-formas (, 1 , 2 ) satisfazendo às
gi ij relações (1.26) será chamado de um terno projetivo associado à fol-
dgi dg
j 1 dg heação F . Nas condições do teorema 1.15, diremos que a estrutura
gi = gj em Bij . Logo existe ; (U ) tal que |Bj = gjj para
transversal tem polos em M , se a 1-forma 2 é a restrição a U de
todo j. A forma é fechada e satisfaz d = + , pois em Bj temos uma forma meromorfa em M .
dg
d = dgj + dfj = gjj + .
Reciprocamente, suponhamos que d = + , onde d = 0. Con- Observação 1.5.4. Seja (, 1 , 2 ) um terno de 1-formas meromor-
sideremos uma cobertura {Bj }j de U por abertos convexos tal que fas em M , sendo W# 0. Gostar´amos de observar aqui que elas satis-
Bjk é conexo para quaisquer j, k. Pelo lema de Poincaré |Bj = dhj , fazem às relações (1.26) se, e somente se a 1-forma , meromorfa em
onde hj ; O(Bj ). Dehna gj = exp(hj ) ; O (Bj ). Vemos então que C × M , dehnida por
dg dg
= gjj em Bj . Logo, se Bij W= ! então gjj dg i
gi = 0, ou seja, existe
gj z2
aij ; C tal que gi |Bij = aij . Por outro lado, = dz z.1 2 (1.27)
2
w W
1 dgj 1 é integrával (veja o Ex. 1.19). Isto signihca que existe uma folheação
d = (d + ) = (d + ) = 0 ,
gj gj gj gj de codimensão um G em C × M tal que (z = 0) 2 C × M não é
invariante por G e G|(z=0) = F , onde F é a folheação dehnida por .
logo pelo lema de Poincaré existe fj ; O(Bj ) tal que gj = dfj . Como
dfj não se anula em Bj , a aplicação fj : Bj C é uma submersão. Observação 1.5.5. Nas condições do teorema 1.15, se f ; O (U )
Finalmente, como dfi = aij .dfj em Bij W= !, existe bij ; C tal que então a 1-forma := f. também representa F em U . Neste caso,
fi = aij .fj + bij em Bij . (f., 1 +df /f, f 1 .2 ) é um terno projetivo. Com efeito, seja : C×
n
U C×U dada por (v, x) = (f (x)1 .v, x). Seja como em (1.27). Prova. Escrevamos = j=1 aj (z, t)dzj e = I bI (z, t)dzI .
Um cálculo direto mostra que Como (p, q) W= 0 existe r ; {1, ..., n} tal que ar (p, q) W= 0. Seja
A × B 2 U × V vizinhança de (p, q) tal que ar (z, t) W= 0 para todo
df v 2 2 (z, t) ; A × B. Seja Y := a1
r (/(zr . Então iY () = 1 e
I
:= f. ( ) = dv f. v(1 + ) ,
f 2 f
0 = iY ( + ) = + iY () =p = + , = iY () .
o que prova que (f., 1 + df /f, f 1 2 ) é um terno projetivo, já que
I f1
é integrável. Por outro lado, iY () = I a1
r .bI (z, t)i(/(zr (dzI ) ; B (A).
Em geral, é poss´vel provar que se f e g são meromorfas em M ,
1 := + df /f + 2g e 2 := f 1 (2 + 2 dg + 2g 1 + 2g 2 ) então Prova no caso k = 1. Suponhamos que cod(sing()) 2 e que
(, 1 , 2 ) é um terno projetivo que dehne a mesma estrutura tran- ; 1V (U ) é tal que + = 0. Fixemos (p, q) ; U × V \ sing().
versal de F , fora do conjunto de polos de f e de g (veja [Sc], [Sc-LN] Pelo lema 1.6.1, existe uma vizinhança w := A × B 2 U × V \ sing()
e o Ex. 1.19). e w ; 0B (A) := O(W ) tais que = w .. Se (w1 , w1 ) e (w2 , w2 )
são como acima e tais que w1 w2 W= ! e = w1 . = w2 . em
Exemplo 1.5.2. Sejam S uma superf´cie de Riemann, W# 0 uma w1 w2 então w1 # w2 em w1 w2 . Isto implica que a função w se
1-forma meromorfa em S e a0 , a1 , a2 funções meromorfas em S. Seja estende a uma função ; O(U × V \ sing()). Como cod(sing())
a 1-forma meromorfa em C × S dehnida por 2, a função se estende a uma função holomorfa em U × V , pelo
teorema de Hartogs.
= dz (a0 + z.a1 + z 2 .a2 ) (1.28) Prova no caso k = 2. Suponhamos que cod(sing()) 3 e que
A forma dehne uma folheação em C × S que possui uma estrutura ; 1V (U ) é tal que + = 0. Utilizando o lema 1.6.1 podemos
transversal projetiva no aberto U := C × A, onde A = |a0 . | obter uma cobertura {Wj }j;J de U × V \ sing() por abertos e uma
|a1 . | |a2 . | . Com efeito, fazendo 1 := (a1 + 2za2 ) e 2 := coleção { j }j;J , com as seguintes propriedades :
2a2 temos d = + 2 , d1 = + 2 e d2 = 0 = 2 + 1 . Estamos
(i). Para todo j ; J, Wj = Aj × Bj onde Aj 2 U e Bj 2 V são
utilizando aqui que toda 1-forma meromorfa em S é fechada. Note
abertos.
que a folheação F se estende a P1 × S, pois se hzermos a mudança de
variáveis *(v, x) := (1/v, x) = (z, x) em , obtemos v 2 .* () = dv+ (ii). j ; 1
Bj (Aj ) e=+ j, para todo j ; J.
(a0 .v 2 + a1 .v + a2 ) . Este tipo de folheação é chamado de folheação
de Ricatti e corresponde à suspensão de um grupo de transformações Se Wij W= !, obtemos que = + j = + i em Wij , ou seja,
projetivas por uma ação * : 1 (A) × P1 P1 (veja [Sc-LN], para a + ( j i ) = 0. Pelo caso k = 1, temos j i = gij ., onde
dehnição de suspensão, e [LN] para o caso em que S = P1 ). gij ; O(Wij ), sempre que Wij W= !. A coleção {gij }Wij W=! é um cociclo
aditivo em U = {Wj }j;J . Logo, pelo teorema 1.16 existe uma coleção
{gj }j;J tal que gj ; O(Wj ) e gij = gj gi em Wij W= !. Segue da´
1.6 Apêndice 1. que se Wij W= ! então
O objetivo deste Apêndice é provar o teorema de divisão a parâmetros j i = gj . gi . =p j gj . = i gi . =p
de De Rham nos casos especiais que nos interessam. Sejam U 2
Cn e V 2 Cm abertos de Stein. Usaremos a notação fV (U ) para existe ; 1 (U × V \ sing()) tal que |Wj = j gj . para todo
designar
o conjunto das f-formas diferenciais em U × V do tipo = j ; J. Note que = + , já que |Wj = + j = + ( j gj .). A
I a I (z, t) dzI , onde I = (i1 < ... < if ), dzI = dzi1 + ... + dzif e aI ; forma se estende a uma 1-forma # em 1 (U ×V ), pelo teorema 1.17,
O(U ×V ). O aberto V será considerado como o espaço de parâmetros. já que as suas componentes se estendem. Por outro lado, # ; 1V (U ),
O fato fundamental que será utilizado sobre as variedades de Stein é como o leitor pode verihcar utilizando que para todo j ; J temos
o seguinte : #|Wj ; 1Bj (Aj ).
O teorema da divisão possui uma ”versão dual”, em termos de
Teorema 1.16. Seja M uma variedade de Stein. Se X 2 M é um
campos de vetores. Esta versão já foi utilizada na prova do teorema
sub-conjunto anal´tico tal que codM (X) 3 então H 1 (M \X, O) = 0.
1.12 da seção 1.4.2. Sejam U 2 Cn e V 2 Cm abertos de Stein.
Isto é equivalente a dizer que o primeiro problema de Cousin tem Designaremos por XV (U ) o conjunto dos campos holomorfos X em
solução em M \ X. Dada uma cobertura U := {Uj }j;J de M \ X U × V da forma X = nj=1 aj (z, t)(/(zj . Diremos que X ; XV (U )
por abertos, dizemos que a coleção {gij }Uij W=! é um cociclo aditivo tem a p.d.p.f (propriedade da divisão a parâmetros por f-formas),
em U se gij ; O(Uij ) e dado Uijk := Ui Uj Uk W= ! então (gij + se para toda f-forma ; 1V (U ) tal que iX () = 0 então existe
gjk + gki )|Uijk = 0. O primeiro problema de Cousin tem solução ; f+1
V (U ) tal que = iX ( ).
em M \ X se para todo cociclo aditivo {gij }Uij W=! em U existe uma
Corolário 1.6.1. Seja X ; XV (U ) tal que cod(sing(X)) k + 1.
coleção {gj }j;J tal que gj ; O(Uj ) e gij = (gj gi )|Uij , se Uij W= !.
Então X tem a p.d.p. por f-formas, para n k f n 1. Em
A demonstração do teorema 1.16 pode ser encontrada em [G-R].
particular, se n = 3 e k = 2 então X tem a p.d.p.f para f = 1, 2.
Outro resultado que utilizaremos é a seguinte conseqüencia do
teorema de Hartogs-Levi (veja [Si]) : Prova. Para isto utilizamos o operador estrela de Hodge :
f nf
Teorema 1.17. Sejam M uma variedade complexa e X 2 M um : V (U ) V (U ). Este é o único isomorhsmo linear que satisfaz
sub-conjunto de M com codM (X) 2. Então toda função holomorfa à seguinte propriedade : dado I = (1 i1 < ... < if n), seja
(resp. meromorfa) em M \ X se estende a uma (única) função holo- J = (1 j1 < ... < jnf n) tal que := (i1 , ..., if , j1 , ..., jnf ) é
morfa (resp. meromorfa) em M . uma permutação de (1, ..., n). Dehna (a.dzI ) = sn().a.dzJ , onde
;n O(U ×V ) e sn() é o sinal da permutação
a . Dadoon campo X =
Dehnição 1.6.1. Dizemos que uma 1-forma ; 1V (U ) satisfaz à 1
j=1 aj (/(zj ; XV (U ), dehna ; V (U ) por := j=1 aj dzj . Os
p.d.p.f (propriedade da divisão a parâmetros por f-formas), se para seguintes fatos podem ser verihcados diretamente pelo leitor :
toda f-forma ; fV (U ) tal que + = 0 então existe ; f1V (U )
tal que = + . (i). ( ) = (1)f(nf) ., para toda ; f
V (U ).
nf f
O teorema de De Rham a parâmetros, em geral, pode ser enunci- (ii). iX = (1) ( + ) para toda ; V (U ).
ado da seguinte maneira : A verihcação de (ii) pode ser feita provando que i(/(zr (dzI ) =
Teorema 1.18. Seja ; 1V (U ) tal que codU ×V (sing()) k + 1. (1)nf . (dzr + (dzI )), se I = (i1 < ... < if ). Esta relação implica
Então satisfaz à p.d.p.f, para 1 f k. que X satisfaz à p.d.p.f se, e somente se, satisfaz à p.d.p.(nf).
Os casos que nos interessarão são k = 1 e k = 2. No caso k = 1 não
é necessário supor que U seja de Stein, como veremos mais adiante. 1.7 Exerc´cios
A prova será baseada num lema, que enunciamos a seguir.
Ex. 1.1. Sejam F uma folheação de codimensão um em Pn com
Lema 1.6.1. Sejam ; V (U ) e (p, q) ; U × V tal que (p, q) W= 0.
cod(sing(F)) 2. Prove que :
Seja ; fV (U ) tal que + = 0, 1 f n 1. Então existem
vizinhanças A 2 U de p, B 2 V de q e ; f1
B (A) tal que e (a). Se e são 1-formas que representam F em coordenadas
= + em A × B. homogêneas então = ., onde ; C .
(b). Se ; 1 (Cn+1 ) satisfaz + = 0 então = F. , onde são lisos em p e transversais em p. Prove que, neste caso, o tipo
F ; O(Cn+1 ). transversal de F em p é o mesmo da folheação linear dehnida
por i w dz j z dw.
Ex. 1.2. Prove a última ahrmação da prova do teorema 1.2 : =
F. k , onde F é holomorfa numa vizinhança da origem 0 ; Cn+1 e Ex. 1.12. Prove o corolário 1.4.2.
F (0) W= 0. Ex. 1.13. Seja uma 1-forma em C3 que representa em coordenadas
Sugestão. Prove que G é invariante por homotetias de Cn+1 : homogêneas uma folheação F em P2 com gr(F ) 1. Prove que
se *t (z) = t.z, onde t ; C , então *t (G) = G. Deduza da´ que 0 ; C3 é singularidade isolada de d se, e somente se, todas as
*t ( ) = G(z, t). , onde G é holomorfa numa vizinhança de 0 ; Cn+2 . singularidades de F são não degeneradas e para todo p ; sing(F )
Ex. 1.3. Seja F uma folheação de codimensão um em Pn . temos [esp(F , p)] = { 1 : 2 } com 2 / 1 W= 1.
Ex. 1.14. Prove que o conjunto C dehnido na prova da proposição
(a). Prove a proposição 1.2.1 : se f1 e f2 são duas retas não invari-
1.4.3 é de Baire.
antes por F então T ang(F , f1 ) = T ang(F , f2 ).
Sugestão. Utilize o lema 1.4.3.
(b). Prove a observação 1.2.3 : se grau(F ) = k e F é representada
Ex. 1.15. Sejam B uma bola de Cn = Ck × Cnk e f : B C uma
em coordenadas homogêneas por então os coehcientes de
submersão holomorfa. Denote por Gr(n, k) o conjunto de k-planos
são polinômios homogêneos de grau k + 1.
de Cn , 1 k < n. Seja : Ck × Cnk × L(k, n k) Cn dada por
Ex. 1.4. Seja F uma folheação de codimensão um em Pn . Prove que (x, a, L) = (x, a+L(x)). Seja V = 1 (B) e dehna F : V Ck ×Ck
F pode ser dehnida por formas fechadas de duas maneiras distintas por
se, e somente se, F tem uma integral primeira meromorfa. w W
( (
F (x, a, L) := x, f H (x, a, L), ..., f H (x, a, L) .
Ex. 1.5. Seja uma 1-forma meromorfa em Cn+1 , cujos coehcientes (x1 (xk
são funções racionais. Prove que existe uma 1-forma meromorfa
Prove que F é transversal a = Ck × {0}.
em Pn tal que = () se, e somente se, iR () = 0 e iR (d) = 0.
Ex. 1.16. Suponha que uma folheação F tem duas estruturas transver-
Ex. 1.6. Verihque a ahrmação da observação 1.2.6. sais T1 e T2 , modeladas no mesmo grupo G 2 Aut(S). Sejam (F̂, *1 )
Ex. 1.7. Seja * : C × Pn Pn uma ação holomorfa de C. e (F̂ , *2 ) os desenvolvimentos associados a T1 e T2 . Prove que se as es-
truturas são equivalentes então existe h ; Aut(S) tal que *2 = hH *1 .
(a). Prove que as órbitas não constantes de * são biholomorfas a C
Ex. 1.17. Seja F uma folheção em M com uma estrutura transversal
ou a C .
modelada em G 2 Aut(S). Seja (F̂ , *) o desenvolvimento de F no
(b). Prove que * possui ao menos uma órbita constante. Dê exemplo recobrimento universal $ : M̂ M . Dado H ; Aut($) prove que
de uma ação que possui apenas uma órbita constante. existe um único h ; G tal que * H H = h H *.
(c). Dê exemplo de uma ação * de C em Pn que possua todas as Ex. 1.18. Seja F uma folheação de codimensão um numa variedade
órbitas não constantes biholomorfas a C . complexa M que possui uma estrutura transversal modelada em G 2
Aut(S), dehnida fora de um conjunto anal´tico de codimensão um
Ex. 1.8. Prove que uma folheação F em X (n, k), com singularidades X de M . Prove que a estrutura se estende a qualquer componente
isoladas, possui N (n, k) = k n + k n1 + ... + k + 1 singularidades irredut´vel de X não invariante por F .
contadas com multiplicidade. Em particular, se F ; N D(n, k) então Ex. 1.19. Sejam , 1 e 2 1-formas meromorfas numa variedade
F possui exatamente N (n, k) singularidades. complexa M .
Sugestão. Considere uma carta ahm (E l Cn , (z1 , ..., zn )) tal que 2
sing(F ) 2 E. Seja X um campo polinomial, como na proposição (a). Prove que a 1-forma meromorfa := dz z.1 z2 2
1.2.6, que representa F em E. Aplique o teorema de Bézout para em C × M é integrável se e somente se, (, 1 , 2 ) é um terno
calcular o número de soluções do sistema X = 0, descontando as projetivo.
soluções no hiperplano inhnito, que não são singularidades de F .
(b). Sejam f e g funções meromorfas em M . Prove que se (, 1 , 2 )
Ex. 1.9. Seja F a folheação em Q := {(x, y) ; C2 | |x|, |y| < 1} é um terno projetivo então (f., 1 , 2 ) também é, onde 1 =
dehnida pelo campo X = (5 + x.y).(x (/(x y (/(y). Prove que o 1 + df /f + 2g e 2 = f 1 (2 + 2g 2 + 2g1 + 2dg).
campo X não é linearizável em 0 ; Q, embora F seja linearizável.
Sugestão para (b). Seja (v, x) = (v/(g(x).v + f (x)), x). Calcule
I
:= f 1 .(g.v + f )2 . ( ).
Ex. 1.10. Seja = i<j aij dxi +dxj W= 0 uma 2-forma em Cn , onde
aij ; C. Coloque j = + ... + (j-vezes). Seja A = (bij )1i,jn a
matriz anti-simétrica dehnida por : bij = aij , se i < j, bij = aji , se
i > j, bjj = 0. Prove que as seguintes ahrmações são equivalentes :
(a). m+1 = 0 e m W= 0.
Cap´tulo 2 Prova. Vamos aqui utilizar a forma normal formal de Brjuno para
germes de campos de vetores (veja [Ma]). Existe um difeomorhsmo
formal F̂ de (C3 , 0) tal que DF̂ (0) = I e Ŷ := F̂ (Y ) = S + Ŵ , sendo
Ŵ um campo formal tal que DŴ (0) = N e [S, Ŵ ] = 0. Além disto, o
Componentes do tipo campo Ŵ é nilpotente, no seguinte sentido : para todo k 1, o campo
formal Ŷ induz uma aplicação linear, Yk , no espaço de 2-formas em
C3 com coehcientes polinomiais de grau k, Pk , que vai ser pensado
pull-back. como o espaço de jatos de ordem k de 2-formas, colocando
Yk ( k) := j k (LŶ ( k ), 0) ,
k
onde j (H, 0) indica o jato de ordem k de H (truncamento da série de
O objetivo principal deste cap´tulo é provar que para todo n 3 potências em ordem k). De forma análoga, S e Ŵ induzem aplicações
o espaço de folheações de grau k em Pn , Fol(n, k), possui compo- lineares Sk e Wk em Pk tais que Yk = Sk + Wk . O fato de que S
nentes irredut´veis nas quais todas as folheações são pull-back (ou é um campo linear semi-simples, implica que Sk é semi-simples e
contra-imagem) de folheações em P2 por aplicações racionais. Lem- Sk ( k ) = LS ( k ) para todo k ; Pk . De fato, considere um sistema
bremos que uma aplicação racional f : Pn P2 de grau algébrico de coordenadas tal que S = j j xj (/(xj . Se x = x1 1 .x2 2 .x3 3 e
m 1, pode ser representada em coordenadas homogêneas por uma = x .dxi
+dxj então Sk ( ) = LS ( ) = (< , > + i + j ). , onde
aplicação polinomial F = (A, B, C) : Cn+1 C3 , onde A, B, C são < , >= j j .j . Portanto, Sk é semi-simples pois o conjunto de
polinômios homogêneos de grau m := gr(f ). Distingüiremos dois monômios {x .dxi + dxj | || k , 1 i < j 3} é uma base de Pk
casos, o caso em gr(f ) = 1 (seção 2.2) e o caso em que gr(f ) > 1 de auto-vetores de Sk . No caso, Wk é a parte nilpotente de Yk , sendo
(seção 2.3). Na seção 2.1 veremos um resultado preliminar que será que [Sk , Wk ] = 0, para todo k 1.
utilizado em ambos os casos. Fixemos k 1 e coloquemos k = j k (F̂ (d), 0). A relação
LY (d) = d implica que LŶ (F (d)) = F (d), logo
2.1 Singularidades simples nilpotentes. (Sk + Wk )(k ) = Yk (k ) = k , k 1 .
Recordemos que um germe de 1-forma holomorfa integrável em Portanto k é um auto-vetor de Yk . Como Sk e Wk são as partes semi-
0 ; C3 tem uma singularidade simples, se (0) = 0 e 0 é singular- simples e nilpotente de Yk , respectivamente, obtemos que Sk (k ) = k
idade isolada de d. A hm de simplihcar alguns enunciados, vamos e Wk (k ) = 0, para todo k 1. Vamos agora utilizar que d tem
considerar o germe de campo de vetores X := rot() (rotacional) que singularidade isolada em 0 ; C3 . Isto implica que existe k 1
é dehnido por iX (dz1 + dz2 + dz3 ) = d. Note que nesta dehnição, tal que j k (d, 0) tem singularidade isolada em 0. Decorre da´ que
estamos hxando um sistema de coordenadas (z1 , z2 , z3 ) numa vizi- k = j k (F (d), 0) tem singularidade isolada em 0. Escrevamos k =
nhança de 0 ; C3 . A forma tem uma singularidade simples em
,i<j aij x .dxi + dxj . Da relação LS (k ) = k obtemos que
0 ; C3 se, e somente se, 0 é singularidade isolada de rot(). aij (< , > + i + j ) = aij , para todo (, i, j), o que implica
Dehnição 2.1.1. Dizemos que 0 ; C3 é s.s.n. (singularidade simples < , > + + = 1 ,se aij W= 0 . (2.2)
i j
nilpotente) de se D(rot())(0) é nilpotente. O conceito independe
do sistema de coordenadas utilizado para calcular rot() (verihque). Vamos provar que, sob as hipóteses do teorema, as soluções do sistema
A prova do próximo resultado foi feita originalmente em [LN 1]. (2.2) estão em Q+ e tr(S) < 1.
Ahrmamos que, dado i ; {1, 2, 3} existem 1 j < f 3, ki 1
Teorema 2.1. Suponha que 0 é s.s.n. do germe . Então existem e tais que x = xki i e ajf W= 0. Com efeito, para i = 1, por
um sistema de coordenadas x := (x1 , x2 , x3 ) ; (C3 , 0) e germes de exemplo, se não existissem j < f com a propriedade acima, ter´amos
campos de vetores S, Z ; X3 tais que : k (x1 , 0, 0) # 0 e 0 não seria singularidade isolada de k (verihque).
(a). = iS iZ (dx1 + dx2 + dx3 ), d = iZ (dx1 + dx2 + dx3 ) e Z = Utilizando o fato anterior e as relações (2.2) obtemos que 1 , 2 , 3
rot() no sistema de coordenadas z. satisfazem a um sistema de equações da forma
(b). S = 1q T , onde T = p1 .x1 (/(x1 + p2 .x2 (/(x2 + p3 .x3 (/(x3 , ki . i + j(i) + f(i) = 1 , onde j(i) < f(i) , ki 1 , i = 1, 2, 3 . (2.3)
onde q, p1 , p2 , p3 ; N e tr(S) < 1.
Decorre de (2.3) que existe j ; {1, 2, 3} tal que j W= 0. Além disto,
(c). LS () = e [S, Z] = (1 tr(S)).Z. se i / j ; Q+ para todo i W= j então 1 , 2 , 3 ; Q+ (verihque).
Em particular, a forma tem coehcientes polinomiais no sistema de Usaremos a notação [esp(S)] ; [Q+ ], neste caso.
coordenadas z, os quais são quase-homogêneos com respeito a T . Dehna r(i) = {1, 2, 3} \ {j(i), f(i)}. O sistema (2.3) pode ser
escrito também como :
Prova. Fixemos um sistema de coordenadas z = (z1 , z2 , z3 ) em
(C3 , 0). Vamos usar provisóriamente a notação dz1 + dz2 + dz3 := ". k1 . 1 r(1) = k2 . 2 r(2) = k3 . 3 r(3) = 1 tr(S) . (2.4)
Seja X = rot(). Da integrabilidade + d = 0, obtemos iX = 0.
Como 0 é singularidade isolada de X, existe um germe de 2-forma Suponhamos por absurdo que 1 + 2 + 3 = tr(S) = 1. Dividire-
tal que = iX , pelo teorema da divisão. Como estamos em mos a prova em dois casos : (a). kj 2 para j = 1, 2, 3. (b). kj = 1
dimensão três, podemos escrever = iY ("), onde Y ; X3 . Logo, para algum j ; {1, 2, 3}.
= iY iX " = iY d. Estas relações implicam que LY () = iY (d) + Caso (a). Este caso decorre do fato de que a matriz do sis-
d(iY ()) = . Decorre da´ que LY (d) = d e portanto tema kj . j r(j) = 0, j = 1, 2, 3, tem determinante não nulo, se
k1 , k2 , k3 > 1, o que implicaria j = 0, j = 1, 2, 3. Deixamos a
iX (") = LY (iX (")) = i[Y,X] " + iX (LY (")) = i[Y,X] " + f.iX " =p verihcação para o leitor.
[X, Y ] = (1 f )X, onde f = div(Y ) := (Y (Y2 (Y3 Caso (b). Vamos utilizar aqui que DX(0) = j 1 (X, 0) é nilpotente.
(z1 + (z2 + (z3 , sendo
1
disto, j 1 (W ) não pode conter monômios da forma xj .(/(xj , pois Prova. Seja X = rot( ), de forma que d = iX ", " = dz1 +
[S, j 1 (W )] = 0 e j 1 (W ) é nilpotente. dz2 + dz3 . Seja ' = i f {|X (q)| q ; ( }. Como ' > 0 existe
No caso em que 1 < 2 < 3 as relações < , >= j e o 61 > 0 tal que se |t| < 61 então ' > 0, ou seja, X tem todas as
fato de que j 1 (W ) é nilpotente implicam que 1 = 0, 2 = f (x1 ) singularidades em contidas no interior de e estas são isoladas.
e 3 = (x1 , x2 ). Deixamos a verihcação para o leitor. No caso Se (X , q) denota a multiplicidade de q como singularidade de X ,
em que 1 = 2 = 3 , W é linear e a ahrmação decorre de que temos também que
podemos supor que W está na forma canônica de ordan, ou seja 3
W = a.x1 (/(x2 + .x2 .(/(x3 . Consideremos o caso 1 = 2 < 3 . (X , q) = (X , 0) , |t| < 61 . (2.6)
Neste caso, se ocorre um monômio da forma x .(/(x1 ou x .(/(x2 , q;
devemos ter 3 . 3 < , >= 1 = 2 , logo 3 = 0, ou seja 1 e 2
não dependem de x3 . Além disto, o campo Z := 1 (/(x1 + 2 (/(x2 Em particular, (si (X ) ) (X , 0) para todo |t| < 61 .
é linear, logo podemos supor que ele está na forma canônica de ordan Decorre da´ que o conjunto {(z, t) | X (z) = 0 , z ; , |t| < 61 }
: Z = a.x1 (/(x2 . Se ocorre um monômio da forma x .(/(x3 temos tem codimensão três. Podemos então aplicar o teorema da divisão a
3 . 3 < , >= 3 , o que implica 3 = 0, pois caso contrário parâmetros de De ham (veja o Apêndice 1) : como iX = 0 existe
ter´amos = (0, 0, 1) e j 1 (W ) não seria nilpotente. Logo 3 não uma 2-forma = a1 (z, t)dz2 +dz3 +a2 (z, t)dz3 +dz1 +a3 (z, t)dz1 +dz2 ,
depende de x3 , 1 = 0 e 2 só depende de x1 , como quer´amos. tal que = iX . Por outro lado, = iY ", Y = j aj (/(zj ,
Deixamos o caso restante, 1 < 2 = 3 , para o leitor. logo = iY iX ". Como 0 é s.s.n. de , 0 é singularidade não dege-
Supondo que W = f (x1 )(/(x2 + (x1 , x3 )(/(x3 , vamos provar nerada de Y , pelo teorema 2.1, ou seja (Y , 0) = 1. Aplicando (2.6)
que se W W= 0 então X se anula identicamente no eixo (x1 = x2 = 0), ao campo Y , obtemos que existe 0 < 6 61 tal que se |t| < 6 então
o que contradiz o fato de X ter singularidade isolada. Vimos na prova Y possui uma única singularidade z(t) em , sendo (Y , z(t)) = 1.
do lema 2.1.1 que L (d) = 0. Decorre da´ que Como é bem conhecido, neste caso, a função z : (|t| < 6) é
holomorfa. Ahrmamos que si (X ) = {z(t)}, se |t| < 6.
0 = L (iX ") = i[ ,X] " + div(W ).iX " = i[ ,X] " =p Com efeito, de = iY iX " = iY d obtemos LY (d ) = d .
Fixemos |t| < 6 e denotemos por * o uxo local de Y . Integrando
[W, X] = 0, pois div(W ) = ( (( 21 ) + ( (( 13, 2 ) = 0. A relação [W, X] = LY (d ) = d , obtemos que * (d ) = e .d . Esta última relação
0 é equivalente ao seguinte sistema de equações : implica que se d (q) = 0 então d (* (q)) = 0 para todo s tal que
T * (q) está dehnido. Como si (X ) = si (d ), obtemos que o uxo
W ( 1) = 0 * deixa invariante si (X ). Decorre da´ que si (X ) 2 si (Y ),
z
W ( 2 ) = f I (x1 ). 1 já que si (X ) é hnito. Logo, si (X ) = {z(t)}.
(2. )
( ( Note que z(t) é singularidade simples de , já que é singularidade
Z W ( 3) = . 1+ . 2
(x1 (x2 isolada de d . Sejam L e N as partes lineares de Y e de X em
z(t), respectivamente. ueremos provar que N é nilpotente e que
A prova então se reduz ao seguinte resultado : sejam , k ; 3 , [esp(L )] = {p : q : r}. Como já vimos na prova do teorema 2.1, a
germes tais que W ( ) = k. Se k|( 1 = 2 = ) = 0 então |( 1 = 2 = ) = relação LY (d ) = d implica que [Y , X ] = (1 div(Y ))X . A
0. Supondo o resultado provado, obtemos da primeira equação em relação anterior implica que [L , N ] = (1 tr(L ))N := (t).N .
(2. ) que 1 |( 1 = 2 = ) = 0. Utilizando este fato na segunda equação Como (0) = 1 tr(L ) > 0, se 6 > 0 for suhcientemente pequeno
obtemos que 2 |( 1 = 2 = ) = 0. Finalmente, como j |( 1 = 2 = ) = 0, então (t) W= 0 para |t| < 6. Desta forma reduzimos o problema a
j = 1, 2, a terceira equação implica que 3 |( 1 = 2 = ) = 0. provar que se L e N são operadores lineares em C tais que det(L) W=
0 e [L, N ] = .N , onde W= 0, então N é nilpotente. Deixamos a A forma tem uma s.s.n. em 0 ; C3 de tipo [1 : 1 : 1] logo,
prova deste fato para o leitor (veja o Ex. 2.2). Da´ obtemos que existe um germe de biholomorhsmo H : (C3 , 0) (C3 , 0) tal que
N é nilpotente para |t| < 6, logo z(t) é s.s.n. de . Decorre então := H ( ) = iS iZ (dz1 + dz2 + dz3 ), onde LS = . Como
do teorema 2.1 que os auto-valores de L estão em Q+ . Como a vimos na prova do corolário 2.1.2, o operador S é semi-simples e t )
1
aplicação t ) L é cont´nua obtemos que t ) esp(L ) é constante, esp(S ) é constante. Como S = k+2 3 (veja observação 1.2.2) temos
como quer´amos. 1
S = k+2 3 , para todo t. Logo, L 3 = (k + 2) e isto implica que
os coehcientes de são homogêneos de grau k+1 (verihque). Decorre
da´ que j k ( ) = 0 e portanto j k ( ) = 0. Logo tem coehcientes
2.2 Pull-backs lineares. homogêneos de grau k + 1 e i 3 = 0, como quer´amos.
Denotemos por L( , k) o conjunto das folheações em o ( , k) Prova para > 3. A prova será baseada no teorema de redução
que são dehnidas em coordenadas homogêneas por formas do tipo de variáveis para singularidades simples ( eorema 1.12). Seja =
= F (), onde F : C +1 C3 é linear e = .dx + .d + .dz F ( ); L( , k), onde ; (2, k) e F ; ( + 1, 3) tem posto
dehne uma folheação ; o (2, k). Note que se tem grau k então três. Como na prova do caso = 3, podemos supor que em coor-
r( ) = r( ) = r( ) = k + 1, logo os coehcientes de têm grau denadas homogêneas temos F (z1 , z2 , z3 , ..., z +1 ) = (z1 , z2 , z3 ). Se
k + 1, já que F é linear. Portanto, r( ( )) = k. O resultado representa nas coordenadas homogêneas (z1 , ..., z3 ) então =
principal desta seção, cuja prova original foi dada em [C-LN 1], é o F () representa nas coordenadas (z1 , z2 , z +1 ). Como só de-
seguinte : pende das variáveis (z1 , z2 , z3 ), a folheação será representada no
sistema de coordenadas ahm (z +1 = 1) l C pela forma |C = .
Teorema 1. con unto L( , k) é uma componente irredut´vel Em particular, se = {z ; C | zj = 0 , 4 j } l C3 então |
de ol(n, ), para todo 3 e todo k 2. tem uma s.s.n. em 0 ; .
Prova. Utilizaremos o seguinte resultado bem conhecido de geome- Seja ( ) ;(C, ) um germe fam´lia holomorfa de folheações tal que
tria anal´tica : = . Suponhamos que é representada na carta ahm C =
(z +1 = 1) pela forma com coehcientes polinomiais de grau k+1.
Lema 2.2.1. Se am 2 sub-con untos anal´ticos irredut´veis de Como l C3 , existe uma translação em , F (z) = z p(t), tal
uma variedade complexa . Suponha que existe um aberto W= ! de que F ( | ) tem uma s.s.n. de tipo [1 : 1 : 1] em 0 ; . Esta
tal que = . Então = . translação se estende a um automorhsmo de , o qual denotamos por
Note que L( , k) é um sub-conjunto anal´tico irredut´vel de . Substituindo a fam´lia original por ( ( )) ;(C, ) , se necessário,
o ( , k). Com efeito, L( , k) = ( ( ( + 1, 3)) o (2, k)), podemos supor que | tem uma s.s.n. de tipo [1 : 1 : 1] em 0 ; .
onde (F, ) = [F ( )]. Como ( ( + 1, 3)) e o (2, k) são espaços Fixando t ; (C, 0), reduzimos o problema ao seguinte : seja =
projetivos e é algébrica, L( , k) é algébrico e irredut´vel. uma 1-forma integrável do tipo = + ... + k+1 , onde j tem
Seja (2, k) = { ; o (2, k) | todas as singularidades de são coehcientes homogêneos de grau j. Suponha que | = k+1 | tem
não degeneradas e se p ; si ( ) então [esp( , p)] = { 1 : 2 }, onde s.s.n. de tipo [1 : 1 : 1] em 0 ; . Então j = 0 para todo j = 1, ..., k.
Além disto, existe um 3 plano F de C transversal a tal que é
2 / 1 W= 1}. Note (2, k) é um conjunto aberto e denso de o (2, k).
Dado 3 seja H( + 1, 3) = {F ; ( + 1, 3) | F tem posto três o produto da folheação gerada por | pela folheação de codimensão
}. Como H( + 1, 3) é aberto e denso em ( + 1, 3), o conjunto três de C por planos paralelos a F .
:= ( (H( + 1, 3)) (2, k)) é aberto e denso em L( , k). Como | tem singularidade simples em 0 ; , pelo teorema
Provaremos então que se W é a componente irredut´vel de o ( , k) 1.12 (redução de variáveis) o germe de ( ) é equivalente ao produto
que contém então W = . Para isto é suhciente provar que de um germe folheação regular de codimensão três por um germe
para todo ; existe uma vizinhança de tal que W = singular de codimensão um em (C3 , 0). Em particular = (0) = 0.
. Verihcaremos este fato utilizando germes de fam´lias anal´ticas A folheação é gerada por f = 3 campos holomorfos X1 , ..., Xf
de folheações ( ) ;(C, ) , ou seja, germes de curvas no espaço de tais que Xj (0) W= 0, 1 j f. Isto signihca que iX = 0, 1 r f.
folheações, tais que = ; L( , k) e ; W para todo Seja vr = j (Xr ). Então F :=< v1 , ..., vf > é o sub-espaço tangente
t ; (C, 0). Provaremos que ; L( , k). Isto é suhciente, uma a em 0 ; C . Provemos por indução em i = 0, ..., k que i = 0.
vez que todo conjunto anal´tico irredut´vel é localmente conexo por á vimos que = 0. Suponhamos que i = 0 para i < k e
curvas holomorfas, isto é, dado ; W existe uma vizinhança de provemos que = 0. Neste caso, a relação + d = 0 implica
em W tal que se 1 , 2 ; então existe uma curva anal´tica que +d = 0, ou seja é integrável. Por outro lado, 0 =
: ( = {z ; C | |z| < 1}) tal que (0) = 1 e (1/2) = 2 j (iX ) = i , logo i = 0, 1 r f. Como | = 0,
(veja [Se]). obtemos que = 0 (verihque). Obtivemos também que i k+1 = 0
A prova do teorema será feita em duas etapas : 1 etapa. = 3. para todo r = 1, ..., f. Logo a folheação por planos paralelos a F é
2 etapa. > 3. tangente a , como quer´amos.
Prova para = 3. Fixemos ; . Então = [F ( )], onde
er ação 2.2.1. O resultado do teorema também é válido para
F = (F1 , F2 , F3 ) ; H(4, 3) tem posto três e ; (2, k). Como o
k = 0 e k = 1, isto é, L( , 0) e L( , 1) são componentes
posto de F é três, existem sistemas de coordenadas lineares em C e
irredut´veis dos espaços de folheações correspondentes. No caso k = 0
C3 tais que F (z1 , z2 , z3 , z ) = (z1 , z2 , z3 ). A folheação é represen-
este fato foi essencialmente provado no exemplo 1.2.2. No caso k = 1
tada em coordenadas homogêneas por = 1 .dz1 + 2 .dz2 + 3 .dz3 ,
o resultado é consequência do corolário 3.3.1 do teorema 4 que será
onde j = j (z1 , z2 , z3 ) é polinômio homogêneo de grau k + 1, 1
provado no próximo cap´tulo.
j 3, e j zj . j = 0. Logo, := F ( ) é representada pela
forma = F (). Pela expressão de F nas coordenadas hxadas,
temos |z =1 = , ou seja, é representada nas coordenadas ahns 2.3 Pull-backs não lineares.
(z1 , z2 , z3 ) l [z1 : z2 : z3 : 1] por . Consideremos agora um germe
de fam´lia holomorfa ( ) ;(C, ) de formas integráveis em C com co- Nesta seção estudaremos as folheações do tipo F ( ), onde ;
ehcientes homogêneos de grau k + 1 tais que i ( ) = 0 para todo o (2, k), k 0, e F : 2
é uma aplicação de grau algébrico
t ; (C, 0) e = . Seja = |(z =1) . Ahrmamos que existe um 2. A exposição será baseada no artigo [Ce-LN-Ed]. Usaremos a
germe de função holomorfa p : (C, 0) (z = 1) l C3 tal que, se notação
(z) = z p(t) então ( ) tem coehcientes homogêneos de grau
2
k + 1 e i 3 ( ( )) = 0, onde 3 é o campo radial de C3 . Isto im- ( , , k) = {F ( ) | ; o (2, k) , F : e r(F ) = 1} .
plicará o teorema para = 3, já que ( ) representa uma folheação
; o (2, k). er ação 2. .1. ( , , k) 2 o ( , f( , k)), onde f( , k) =
Provemos a ahrmação. Como r( ) 2, tem uma s.s.n. de (k + 2) 2. Além disto, ( , , k) é um sub-conjunto algébrico
tipo [1 : 1 : 1] em 0 ; C3 . Pelo corolário 2.1.2, existe um germe irredut´vel de o ( , f( , k)). Deixamos a verihcação destes fatos
de aplicação holomorfa p : (C, 0) C3 tal que p(t) é s.s.n. de tipo para o leitor (veja o Ex. 2.3).
[1 : 1 : 1] de . Consideremos a translação (z) = z p(t). A forma O resultado principal desta seção é o seguinte :
:= ( ) tem uma singularidade em 0 ; C3 . Vamos provar que
j k ( ) = 0. Como tem coehcientes polinomiais de grau k + 1, Teorema 2. Para quaisquer 3, 2 e k 2, ( , , k) é
isto implicará que os coehcientes de são homogêneos de grau k + 1. uma componente irredut´vel de o ( , f( , k)).
Prova. Utilizaremos o lema 2.2.1. Exibiremos um aberto denso Lema 2. .1. Se a =f ( ); , com si ( ) = {p1 , ..., pN (k) }.
em ( , , k) tal que para toda folheação racional ; e N (k)
Então ( ) = i=1 i onde i = f 1 (pi ). Além disto, i é lisa
todo germe de fam´lia holomorfa de folheações ( ) ;(C, ) com = conexa de codimensão dois e grau 2 , para todo i = 1, ..., N (k). Em
, então ; ( , , k) para todo t ; (C, 0). Iremos agora a particular, cada i é uma componente irredut´vel de ( ), I(f ) 2 i
descrever o aberto e alguns aspectos qualitativos das folheações e i é uma intersecão completa.
em .
Diremos que uma aplicação racional f : 2
de grau Prova. O fecho q da hbra f 1 (q), q ; 2 , é dado em por
2 é genérica se a sua expressão em coordenadas homogêneas F = [F1 : F2 : F3 ] = q = [a1 : a2 : a3 ]. Se a3 W= 0, isto corresponde ao
(F1 , F2 , F3 ) : C +1 C3 satisfaz as seguintes propriedades : sub-conjunto algébrico q = (a3 .F1 a1 .F3 = a3 .F2 a2 .F3 = 0).
Se q ;/ (f ) então q \ I(f ) é lisa de codimensão dois e é um sub-
(a). f tem posto genérico 2. Isto é equivalente a dizer que F tem conjunto algébrico de codimensão dois grau 2 e do tipo interseção
posto genérico 3. Em particular, o conjunto completa : q = [(a3 .F1 a1 .F3 = 0) (a3 .F2 a2 .F3 = 0)]. A
X := {p ; C +1
| dF1 (p) + dF2 (p) + dF3 (p) = 0} condição (b) da dehnição de e ( , ) implica então que q é lisa nos
pontos de I(f ). É conhecido também que uma interseção completa
+1
é um sub-conjunto algébrico próprio de C . de dimensão maior que um em é conexa (teorema de Lefshetz).
Portanto, se q ; / (f ) então q é irredut´vel. Provamos então que
(b). Se p ; (F1 = F2 = F3 = 0) \ {0} então p ;
/ X.
cada i é lisa irredut´vel, interseção completa e de grau 2 . Por outro
O conjunto das aplicações racionais genéricas de grau , f : lado, se p ; i \ I(f ) então f é uma submersão de uma vizinhança
2
, será denotado por e ( , ). Observamos que e ( , ) é de p numa vizinhança de pi , na qual a folheação é representada
aberto e denso no conjunto de todas as aplicações de grau (veja o por uma forma holomorfa tal que d W= 0, logo é representada
Ex. 2.4). por f (), onde d f () W= 0. Portanto, p é de up a para . Vemos
Uma aplicação f ; e ( , ), como acima, satisfaz a seguinte então que i i 2 ( ). Deixamos a prova de que ( ) 2 i i
propriedade : seja r : Cr+1 \ {0} r
a projeção canônica. O con- para o leitor (veja o Ex. 2.6).
junto I(f ) := (F1 = F2 = F3 = 0) é o conjunto de indehnicão de Fixemos = f ( ) ; e um germe de fam´lia holomorfa
f , isto é, o dom´nio de f é \ I(f ). A condição (b) da dehnição ( ) ;(C, ) de folheações tal que = . Sejam si ( ) = {p1 , ..., pN (k
implica que I(f ) é uma sub-variedade algébrica lisa de de codi- e ( ) = i i , i = f 1 (pi ).
mensão três e grau 3 . No caso = 3, I(f ) é um conjunto de 3
pontos em 3 . Lema 2. .2. Existe um germe de isotopia de classe , (I(t)) ;(C, ) ,
O conjunto será um sub-conjunto de ( e ( , ) (S(2, k) com as seguintes propriedades :
(2, k))), onde (f, ) = f ( ). O conjunto S(2, k) é dado pelo
(a). I(0) = I(f ) e I(t) é algébrico e liso de codimensão três para
teorema 1.6. esumimos abaixo as propriedades de S(2, k) que uti-
todo t ; (C, 0).
lizaremos.
(c). Se ; S(2, k) então não possui folha algébrica e todas (b). Para todo p ; I(t), existe uma vi inhanca W (p, t) = W de p
as suas singularidades são não degeneradas. Em particular tal que | é equivalente ao produto de uma folheacão regular
(si ( )) = N (k) := k 2 + k + 1 7 (veja proposição 1.3.2). de codimensão três por uma folheacão singular de codimensão
um dehnida por uma -forma , . Além disto, , representa
(d). Se ; S(2, k) e p ; si ( ) então admite exatamente duas uma folheacão , ; S(2, k) e o germe de fam´lia ( , ) ;(C, )
separatrizes locais em p, as quais são lisas e transversais. é holomorfo.
Seja agora ; S(2, k) (2, k) := e suponhamos que é repre- Prova. No caso = 3 isto é consequência do corolário 2.1.2 do
sentada em coordenadas homogêneas pela forma = 3j=1 j (z).dzj . teorema 2.1, já que I(f ) é hnito. No caso > 3 consideramos uma
Vamos descrever a folheação f ( ) numa vizinhança de um ponto p ; vizinhança tubular , $: W I(f ), de I(f ) com hbras z :=
I(f ). Consideremos primeiramente o caso = 3. Seja C3 l 2 C $ 1 (z) l 3 , onde 3 é uma bola de dimensão complexa 3. Isto é
um plano ahm (0 ; / ) tal que corta transversalmente a reta 1 3 (p)
poss´vel porque a variedade I(f ) é lisa de codimensão três (veja [ i]).
num ponto q ; . Como F (q) = 0 e dF1 (q) + dF2 (q) + dF3 (q) W= 0, A idéia é construir um germe de aplicação , : (C, 0) I(f ) W
pelo teorema da função inversa, existe um sistema de coordenadas tal que para todo t ; (C, 0) temos (t, z) ; z . Vamos trabalhar com
local em q ; , (W, x ; C3 ) tal que x(q) = 0 e F | (x) = (x1 , x2 , x3 ). um representante do germe ( ) , dehnido num disco D = (|t| < 6) 2
A forma que representa := f ( ) em coordenadas homogêneas é C.
:= F () e a que representa nas coordenadas ahns é | . Em Fixemos p ; I(f ) e uma carta local holomorfa em p, = (x, ) :
particular, nas coordenadas locais hxadas temos | = . Portanto C 3 C3 , tal que 1 := I(f ) = ( = 0), (p) = (0, 0) e 2 W .
tem uma s.s.n. de tipo [1 : 1 : 1] em q. De forma análoga, no caso Dado z = (x , 0) ; I(f ), seja Fz = (x = x ) 2 {x } C3 .
= r + 3 > 3, a folheação será localmente equivalente numa viz- Para z = (x, 0) ; 1 hxo, sabemos que | tem uma s.s.n. do
inhança W de q a um produto de uma folheação regular de dimensão tipo [1 : 1 : 1] em z. Pelo corolário 2.1.2 existem 0 < 61 6 e uma
r pela folheação dehnida por em C3 (verihque). aplicação holomorfa z : (|t| < 61 ) Fz tal que | tem uma s.s.n.
Vamos agora descrever o conjunto singular de nas coorde- de tipo [1 : 1 : 1] em z (t). Podemos escrever *z (t) = (x, Y (t, x)),
nadas locais hxadas. Como representa em C3 , temos si () = onde t ) Y (t, x) ; C3 é holomorfa. A estrutura de produto lo-
1
3 (si ( )). Por outro lado, possui N (k) singularidades. Logo cal holomorfo para no ponto (x, Y (t, x)) implica que o germe
si ( ) W consiste de N (k) sub-variedades lisas de codimensão (t, x) ) Y (t, x) é holomorfo (verihque). Podemos dehnir Y como
dois que se cruzam ao longo de I(f ) W . Se a ; si ( ) então função holomorfa numa vizinhança de {0} . Para t hxado, o
[esp( , a)] = { 1 : 2 } onde 1 + 2 W= 0. Isto implica que, se gráhco rY da aplicação x ; ({t} C 3 ) ) Y (t, x) é uma
S(a) é a componente de si ( ) correspondente a 1 3 (a) então
sub-variedade holomorfa W .
W S(a)\I(f ) está no conjunto de up a de e o seu tipo transver- Consideremos a hbração dada pela vizinhança tubular $ : W
sal tem parte linear com [esp] = { 1 : 2 }. I(f ). Como as hbras de $ são transversais a I(f ), para |t| pequeno,
Para dehnir o aberto 2 ( , , k) que usaremos na demon- a hbra corta rY no máximo em um ponto, digamos (t, ).
stração, precisamos de mais uma condição. Seja (f ) = {p ; Para t = 0, temos Y (0, x) = 0, logo, (0, ) = , ou seja está
\ I(f ) | o posto de Df (p) : T T ( ) 2 é menor que dois}. dehnida numa vizinhança de {0} 1 . Note que a aplicação é
(f ) é o conjunto de pontos cr´ticos de f . O conjunto (f ) := no seu dom´nio. Para terminar, observemos que a aplicação não
f( (f )) é chamado de con unto de valores cr´ticos de f . No nosso depende da carta em p, ( , ), considerada, já que o ponto (t, )
caso, (f ) é uma curva algébrica em 2 (veja o Ex. 2. ). Se pode ser dehnido como a única s.s.n. em de . omando uma
; então si ( ) contém um número hnito N (k) de singular- cobertura de I(f ) por dom´nios de cartas locais como acima, podemos
idades. Em particular, hxada f ; e ( , ), o conjunto { ; estender a um germe de aplicação : (C, 0) I(f ) W tal que
| si ( ) (f ) = !} é aberto e denso em o (2, k). O conjunto (t, ) ; é a única s.s.n. de em , para todo t ; (C, 0).
1 := {(f, ) ; e ( , ) | (f ) si ( ) = !} é aberto e Como I(f ) é compacto, este germe tem um representante, denotado
denso em e ( , ) . Como consequência, := {f ( ) | (f, ) ; pela mesma letra, : (|t| < &) I(f ) W , & > 0. Colocando
1 } é aberto e denso em ( , , k). Dada ; , denotaremos I(t) = ({t} I(f )), temos a isotopia desejada.
por ( ) fecho em do conjunto dos pontos de up a de . A ahrmação (b) é consequência do teorema de redução de variáveis
da seção 1.4.2. Este teorema implica também que I(t) é uma sub-
variedade holomorfa lisa de codimensão tres. Vamos agora utilizar a condição de compatibilidade. Como Si (0) =
i z , para todo z ; i z , Si (0) é transversal a Fz 2 z em
er ação 2. .2. No caso > 3 a variedade I(t) é conexa, já que z . Logo, existem uma vizinhança de z em Si (0) e 61 > 0 tais
I(f ) é conexa (teorema de Lefschetz). A estrutura de produto local que Si (t) é transversal a Fz para todo z ; e todo t ; D61 . Neste
em I(t) implica então que o tipo transversal de ao longo de I(t) é caso, hxado z ; , se |t| é suhcientemente pequeno, Si (t)Fz contém
constante. Em particular, (p, t) não depende de p ; I(t). No caso um único ponto (t, z) e o germe de função : (C , {o} ) z
= 3, no entanto, I(t) = {q1 (t), ..., q 3 ( ) } e não podemos garantir a é de classe . Observe que os germes * e coincidem ao longo de
priori que (qi (t)) = (qj (t)), se i W= j. {0} ( \ {z }), já que se z ; \ {z } e |t| é suhcientemente pequeno
então *(t, z) ; Fz e (t, z) ; Fz são singularidades de up a de e
Como no lema anterior vamos considerar um representante do
só existe uma tal singularidade em Fz . Como z ; I(f ) é arbitrário,
germe ( ) dehnido num disco D& := (|t| < &).
obtivemos uma extensão do germe * ao longo de {0} i , como
Lema 2. . . Existem 6 > 0 e isotopias de classe , * i : D6 i quer´amos.
, i = 1, ..., N (k), tais que se i (t) = *i ({t} i ) então : Em seguida, construiremos 6 > 0 e fam´lias holomorfas de aplicações
(a). racionais (f ) ; 6 e de folheações ( ) ; 6 , tais que = f ( ), para
i (t) é sub-variedade algébrica lisa de codimensão dois de e
todo |t| < 6. Como k 2 a folheação possui k 2 + k + 1 > 3 singu-
i (0) = i , para todo i = 1, ..., N (k) e todo t ; D6 .
laridades. Podemos então supor que p1 = [1 : 0 : 0], p2 = [0 : 1 : 0] e
(b). I(t) 2 i (t), para todo i = 1, ..., N (k) e todo t ; D6 . Além p3 = [0 : 0 : 1]. Isto signihca que se F = (F1 , F2 , F3 ), é a expressão
disto, se i W= j então i (t) j (t) = I(t), para todo t ; D6 , homogênea de f , então 1 , 2 e 3 são as interseções completas
sendo a intersecão tranversal. (F2 = F3 = 0), (F1 = F3 = 0) e (F1 = F2 = 0), respectiva-
mente. Vamos agora utilizar um resultado de geometria algébrica que
(c). i (t) \ I(t) está contido no con unto de pontos de up a de , garante que uma pequena deformação de uma interseção completa de
para todo i = 1, ..., N(k) e todo t ; D6 . Em particular, em codimensão dois lisa é uma interseção completa lisa (veja [Ca]). Mais
cada i (t) o tipo transversal de é constante e coincide com o precisamente, como 1 e 2 são interseções completas transversais,
tipo transversal de alguma singularidade de (p, t), para algum existe 6 > 0 tal que se |t| < 6 então 1 (t) e 2 (t) são interseções
p ; I(t). completas transversais 1 (t) = (F2 (t) = F3 (t) = 0) e 2 (t) =
(F1 (t) = F̂3 (t) = 0), sendo que as fam´lias de polinômios, de grau
Prova. Fixemos i ; {1, ..., N(k)}. Como i é lisa de codimensão
, F1 (t), F2 (t), F3 (t) e F̂3 (t), t ; D6 , são holomorfas e F1 (0) = F1 ,
dois, existe uma vizinhança tubular $1 : 1 i de classe de i
F2 (0) = F2 e F3 (0) = F̂3 (0) = F3 . Dehnimos então f (t) como o pro-
tal que a hbra Fz := $11 (z) é difeomorfa a uma bola 2 de dimensão
jetivizado de F (t) = (F1 (t), F2 (t), F3 (t)). Como e ( , ) é aberto,
complexa dois. Podemos supor que $1 é compat´vel com $, onde
existe 61 > 0 tal que se |t| < 61 então f (t) ; e ( , ). Ahrmamos
$ é como no lema 2.3.2, isto é, se z ; I(f ) e z ; i z então
que i (t) é hbra de f (t) para todo t próximo de t = 0.
Fz 2 z (veja [ i]). O argumento é o mesmo do lema precedente :
vamos costruir um germe de aplicação , * : (C i , {0} i ) 1 Com efeito, seja (t) = (F1 (t) = F2 (t) = F3 (t) = 0). Provemos
tal que *(t, z) ; Fz para todo t. Como i é compacta, * tem um primeiramente que (t) = I(t) se |t| < 61 . De fato, I(t) = 1 (t)
representante * : D6 i 1 e tomamos i (t) = *({t} i ). 2 (t) = (F1 (t) = F2 (t) = F3 (t) = F̂3 (t) = 0) 2 (t). No caso =
Fixemos z ; i \ I(f ). Ahrmamos que existe um germe de 3 tanto (t) quanto I(t) são conjuntos hnitos contendo 3 pontos,
aplicação *z : (C, 0) Fz tal que *z (t) é uma singularidade de logo I(t) = (t). No caso > 3, (t) é liso de codimensão três e
up a de , para todo t (onde está dehnida). Com efeito, seja conexo (teorema de Lefschetz). Neste caso, como I(t) tem a mesma
( ) ; & uma fam´lia holomorfa de 1-formas holomorfas integráveis dimensão temos I(t) = (t). Em particular, obtivemos que
tal que representa numa vizinhança hxa Wz de z em .
Como d (z ) W= 0, tomamos Wz de forma que d (p) W= 0 para todo I(t) = (F1 (t) = F2 (t) = F3 (t) = 0) 2 2 (t) 2 (F̂3 (t) = 0) .
p ; Wz . Seja 6(z ) > 0 tal que, se |t| < 6(z ) então d (p) W= 0
Vamos agora utilizar o teorema de Noether, o qual pode ser enun-
para todo p ; Wz . Com isto, se p ; si ( ) Wz então p é
ciado no caso em que estamos interessados, como se segue. Se-
de up a para , se |t| < 6(z ). Vamos agora utilizar a estrutura
jam 1 , ..., k ; C[z1 , ..., z ] onde 1 k e 2. Seja
transversal local de produto para . Como Fz é transversal a i
X = ( 1 = ... = k = 0). Suponha que o conjunto Y := {p ;
e = tem uma singularidade de up a em z , | tem uma
X | d 1 (p) + ... + d k (p) = 0} é hnito. Se ; C[z1 , ..., z ] é tal que
singularidade de multiplicidade um em z ; Fz l 2 . Como es-
|X # 0 então ; < 1 , ..., k >, o ideal gerado por 1 , ..., k .
tas singularidades são estáveis por perturbações, existe um germe de
No nosso caso, tomamos k = 3, 1 = F1 (t), 2 = F2 (t) e 3 =
aplicação , *z : (C, 0) Fz , tal que *z (t) é uma singularidade
F3 (t). Neste caso Y = {0}. Logo, vale o teorema de Noether e temos
de multiplicidade um de | , para todo t. O ponto *z (t) é uma
F̂3 (t) ; < F1 (t), F2 (t), F3 (t) >. Utilizando o fato de que todos os
singularidade de (verihque), para todo t tal que *z (t) ; Wz , logo
polinômios envolvidos são homogêneos de mesmo grau , obtemos
é de up a. Com isto construimos um germe de aplicação ,
que
F̂3 (t) = f1 (t).F1 (t) + f2 (t).F2 (t) + f3 (t).F3 (t) ,
* : (C ( i \ I(f )), {0} ( i \ I(f )) 1 ,
onde f1 (0) = f2 (0) = 0, f3 (0) = 1 e fi (t) ; C, 1 i 3. Isto
tal que *(t, z) ; Fz e *(t, z) é singularidade de up a de , para implica que 2 (t) é uma hbra de f (t), como o leitor pode veri-
todo t. hcar. Analogamente, se i (t) = (H1i (t) = H2i (t) = 0), utilizando
Vamos agora estender o germe * aos pontos de {0} I(f ). Fi- que I(t) 2 i (t), prova-se, utilizando o teorema de Noether, que
xemos z ; I(f ). Como vimos, existem vizinhança Wz de z e H1i (t), H2i (t) ; < F1 (t), F2 (t), F3 (t) > e que i (t) é hbra de f (t), para
uma submersão : Wz C3 tal que | é representada por todo t suhcientemente pequeno. Deixamos os detalhes para o leitor.
= ( ), onde representa a folheação ; S(2, k) de 2 em Obtivemos então uma fam´lia holomorfa de aplicações racionais
coordenadas homogêneas. emos | = (2 ( )) e i Wz = (f (t)) ; 6 tal que i (t) é hbra de f (t) para todo t ; D6 e todo
1
(1
2 (p i )), com p i ; si ( ). Além disto, existe uma fam´lia holo- i ; {1, ..., N (k)}. Diminuindo 6 > 0, se necessário, vamos agora
morfa de 1-formas ( )| |<& tal que = e representa | , dehnir uma fam´lia ( (t)) ; 6 , tal que (t) = f (t) ( (t)), para todo
para todo |t| < &. Pela construção do lema 2.3.2, (t, z ) é uma |t| < 6. No caso > 3, sabemos que I(t) é conexo e que (t) é
s.s.n. de tipo [1 : 1 : 1] de | , para t ; D6 . A forma | , em localmente equivalente ao longo de I(t) ao produto de um germe
algum um sistema de coordenadas local em (t, z ), representa uma de folheação regular de codimensão três por um germe de folheação
folheação 2 ( ), onde é folheação holomorfa de 2 e a fam´lia singular em (C3 , 0) do tipo 3 ( (t)), onde (t) ; o (2, k), sendo
( ) ; 6 é holomorfa, com = . Como S(2, k) (2, k) é aberto t) (t) holomorfa. No caso = 3, tomamos (t) = (q1 (t)) (veja
em o (2, k), podemos supor que para |t| < 6, ; S(2, k) (2, k) e a observação 2.3.2). Como S(2, k) (2, k) é aberto podemos supor
tem uma singularidade pi (t) tal que a aplicação t ) pi (t) ; 2 é holo- que (t) ; S(2, k) (2, k), se |t| < 6. Dehna ˆ (t) = f (t) ( (t)) ;
morfa e pi (0) = pi . Isto implica que si ( | ) possui uma com- ( , , k). O próximo resultado implica o teorema.
ponente irredut´vel Si (t) de codimensão dois e lisa que corresponde a Lema 2. . . Existe 61 > 0, 61 6, tal que ˆ (t) = (t), se |t| < 61 .
singularidade pi (t), sendo Si (0) = i z . Como ; S(2, k), todo
ponto q ; Si (t) \ {(t, z )} é de up a para . A fam´lia (Si (t)) ; 6 Prova. Vamos considerar primeiramente o caso = 3. Sejam
é uma deformação anal´tica do germe de i z em z . I(t) = {q1 (t), ..., q 3 (t)} e (t) a variedade racional obtida de 3
3
após blo ing-ups pontuais em q1 (t),...,q 3 (t). Seja $(t) : (t) estratos do conjunto singular, e em particular I(t) em 3 pontos.
a aplicação de blo ing-up. O divisor excepcional de $(t) consiste Isto implica que f (t)| tem posto dois para todo |t| < 6 (verihque).
de 3 sub-variedades j (t) = $(t)1 (qj (t)), 1 j 3 , biholo- Podemos então aplicar o argumento do caso = 3. Isto implica que
morfas a 2 . Denotemos 1 (t) = $(t) ( (t)) e ˆ1 (t) = $(t) ( ˆ (t)). (t) = ˆ (t) e termina a prova do lema e do teorema (veja o exerc´cio
ostar´amos de observar que a aplicação f (t)H$(t) : (t)\j j (t) Ex. 2. ).
2 2
se estende a uma aplicação holomorfa f1 (t) : (t) , se |t| é
er ação 2. . . O resultado do teorema 2 é ainda verdadeiro nos
suhcientemente pequeno. Isto é consequência de que dF1 (t)(qj (t)) +
casos k = 0, 1 e 2, isto é, ( , , k) é componente irredut´vel
dF2 (t)(qj (t)) + dF3 (t)(qj (t)) W= 0, 1 j 3 , se |t| é pequeno (veja o
de o ( , f( , k)), para k = 0, 1. Nestes casos, ( , , k) coincide
Ex. 2.7). A aplicação f (t) pode ser interpretada como se segue. Cada
com outras componentes que serão estudadas no próximo cap´tulo
hbra de f (t) passa por q1 (t) uma única vez, o que implica que cada
( eorema 3 e corolário 3.3.1 do teorema 4).
hbra de f1 (t) carta transversalmente 1 (t) uma única vez. Como
(t) \ j j (t) é biholomorfa a 3 \ I(t), identihcando 1 (t) com
2
, podemos imaginar que, se q ; (t) \ j j (t) então f (t)(q) = o 2.4 Exerc´cios.
ponto de interseção da hbra f1 (t)1 (f1 (t)(q)) com 1 (t). Com esta
interpretação em mente, temos . 2.1. Prove as soluções do sistema
(t) = 1 (t)| ( ) = ˆ1 (t)| ( ) .
1 1
k1 . 1 r(1) = k2 . 2 r(2) = k3 . 3 r(3) = 1( 1 + 2 + 3) W= 0
A primeira igualdade vem do fato de que (t) é representada numa
carta local por uma 1-forma (t), que representa (t) em coorde- são racionais positivas, se k1 , k2 , k3 ; N.
nadas homogêneas. A segunda decorre de que ˆ1 = f1 (t) ( (t)).
Como t ) p1 (t) ; 2 é holomorfa, existe uma fam´lia holomorfa . 2.2. Sejam L e N operadores lineares em C tais que det(L) W= 0
de automorhsmos de 2 , t ) (t) tal que (t)(0) = p1 (t). Sub- e [L, N ] = .N onde W= 0. Prove que N é nilpotente.
stituindo, se necessário, (t) por (t) ( (t)), podemos supor que . 2. . Prove que ( , , k) 2 o ( , (k + 2) 2).
p1 (t) = [0 : 0 : 1] ; 1 (t) l 2 . Seja 11 (t) o transformado es-
trito de 1 (t) por $(t). endo-se em vista as identicações anteriores, . 2. . Prove que o conjunto das aplicações racionais genéricas de
podemos supor que 11 (t) = f1 (t)1 [0 : 0 : 1]. No sistema de coorde- grau , e ( , ), é um aberto de aris i não vazio do conjunto de
nadas ahm = (x1 , x2 ) = [x1 , x2 , 1] de 2 temos p1 (t) = (0, 0). Seja todas as aplicações racionais de grau de em 2 .
X(t) = (x1 , x2 , t)(/(x1 + (x1 , x2 , t)(/(x2 um campo que repre- 2
senta (t) em , onde t ) X(t) é holomorfa. Existe uma fam´lia . 2. . Seja f : uma aplicação racional não constante
holomorfa t ) (t) de rotações de l C2 , tal que os auto-espaços de grau 2. Prove que o conjunto de valores cr´ticos de f é uma
de D( (t) (X(t))(0) são os eixos x1 e x2 . Desta forma, substituindo curva algébrica de 2 .
se necessário (t) por (t) ( (t)), podemos supor que (t) tem uma . 2.6. Prove que a última ahrmação da prova do lema 2.3.1 :
separatriz 1 (t) tangente ao eixo x1 , para |t| pequeno. Correspon- ( ) 2 i i .
dente a 1 (t) temos uma folha L̂(t) de ˆ1 (t). A folha L̂(t) é aquela
que contém f1 (t)1 ((t)) (lembrar que ˆ1 (t) = f1 (t) ( (t))). Por . 2.7. Sejam f ; e (3, ) e a variedade obtida explodindo
outro lado, 11 (t) está contido no conjunto de up a de 1 (t), para os 3 pontos de 3 em I(f ). Seja $ : 3
a aplicação de blo ing-
|t| pequeno. Com efeito, fora de j j isto é claro. Em 1 (t) isto up. Prove que f H $ : \ $ 1 (I(f )) 2
se estende a uma aplicação
2
decorre de que se = (( 1 + (( 2 então (0, 0, 0) W= 0. Com um holomorfa f1 : .
argumento análogo prova-se que 11 (t) j (t) está no conjunto de . 2. . Seja 2 r(k, ) um conjunto denso de k-planos de ,
up a de 1 (t) para todo j = 2, ..., 3 . Utilizando agora a estru- k 2. Sejam e ˆ duas folheações tais que | = ˆ | para todo
tura produto local de 1 (t) ao longo de 11 (t) vemos que 1 (t) possui H ; . Prove que = ˆ .
uma folha L(t) tal que L(t) 1 (t) V 1 (t). Ahrmamos que L(t) e
L̂(t) coincidem para |t| pequeno, isto é, 1 (t) e ˆ1 (t) têm uma folha
não algébrica em comum. Como veremos no hnal, isto implicará que
(t) = ˆ (t).
De fato, hxemos uma bola 2 l C2 com centro em 0 tal que 0
é a única singularidade de (t) em para todo |t| < 6. Seja (t) :=
f1 (t)1 ( ) e coloquemos f1 (t) = ( (t), (t)), onde (t), (t) : (t)
C. Se S é uma curva holomorfa compacta contida em (t) então
S é necessáriamente uma hbra de f1 (t). Isto decorre do princ´pio
do máximo aplicado a função holomorfa f1 (t)|S : S . Como
(t) é tangente ao eixo x1 , ela é o gráhco de uma função * , isto é,
(t) = (x2 *(x1 , t) = 0), onde *(0, t) = ((*1 (0, t) = 0. Podemos
tomar o dom´nio da função * uniforme, isto é, existem r > 0 e 6 > 0
tais que se |t| < 6 e |x1 | < r então * : (|x1 | < r) C. Como 1 (0) =
ˆ1 (0), então L(0) = L̂(0). Portanto para |a| < r a folha L(0) = L̂(0)
corta transversalmente a superf´cie f11 (x1 = a) = (0)1 (a) na curva
( (0) = a, (0) = *(a, 0)) 2 (0). Por transversalidade, podemos
garantir que existe 0 r1 < r tal que se |a| < r1 então a folha L(t)
corta transversalmente a superf´cie (t)1 (a) numa curva holomorfa
contida em (t). Esta curva é uma hbra de f1 (t), logo é a hbra
que contém o ponto (a, *(a, t)) ; 1 (t). Decorre da´ que L(t) e L̂(t)
coincidem numa vizinhança de 11 (t). Logo L(t) = L̂(t), se |t| é
pequeno.
Conclu´mos acima que 1 (t) e ˆ1 (t) têm uma folha comum, L(t).
Isto implica que F (t) := $(t)(L(t)) é uma folha de ambas as fol-
heações (t) e ˆ (t). Seja T (t) := T a ( (t), ˆ (t)) o conjunto de
tangências entre (t) e ˆ (t). Este conjunto pode ser dehnido por
T (t) = 3 ({z ; C \ {0} | (t) + ˆ (t) = 0}), onde (t) e ˆ (t) dehnem
(t) e ˆ (t), respectivamente. Portanto é um conjunto algébrico.
Como ele contém uma superf´cie imersa não algébrica de dimensão
dois, L(t), temos necessáriamente T (t) = 3 . Isto prova o teorema
no caso = 3.
Suponhamos que 4. O argumento anterior implica que se H é
um 3-plano genérico de (veja a proposição 1.4.3) então (t)| =
ˆ (t)| . Com efeito, tais planos cortam transversalmente todos os
Seja S = si ( | ). Primeiramente, vamos provar que se
estende a uma vizinhança de H \ (|| S). Fixemos p ; H \ (||
S). Como S V si ( ) H, p não é singularidade de . Além disto,
T é transversal a T H. Logo, existe um sistema de coordenadas
local (W, (x, , z) ; Ck1 C C k ) tal que p ; W , x(p) = 0 ; Ck1 ,
(p) = 0 ; C, z(p) = 0 ; C k , H W = (z = 0) e | é dehnida
Cap´tulo 3 pela forma d , isto é, as suas folhas são as hipersuperf´cies ( = te).
Como representa fora de || || , temos necessáriamente
| = f.d , onde f ; (W H). Logo, 0 = d = df + d , o que
implica que f = f ( ), ou seja só depende de . Em particular, a forma
Folheações dehnidas por f ( )d estende | a W . Coloquemos
forma representa em W \ |
= f ( )d ; 1 (W ). A
| . Seja (Wj )j; uma cobertura
de H \ (|| S) por abertos de , onde em cada Wj está dehnida
formas fechadas. uma forma holomorfa fechada j que representa
e j | = | . Se Wi Wj := Wij W= ! então j = i
em Wj \ | j |
principal que utilizaremos é o seguinte : está dehnida. Observamos agora que 6 é um dom´nio de artogs,
cujo fêcho anal´tico é := (| | < 6, |x| < r) (veja [Sc-LN] ou [Si]). O
Teorema .1. Se am um hbrado vetorial holomorfo em e X teorema de extensão de Levi garante que se estende a uma forma
um sub-con unto algébrico de dehnido em coordenadas homogêneas meromorfa em , logo a uma vizinhança de p. Denotando esta forma
por k polinômios, onde 1 k 1. Se a uma vi inhanca conexa por , temos d |6 = 0, logo é fechada.
de X. Então toda secão meromorfa (resp. holomorfa) de em , Com isto, estendemos a uma 1-forma meromorfa fechada ,
se estende a uma secão meromorfa (resp. holomorfa) de em . dehnida numa vizinhança conexa de H, que representa em .
A prova do teorema é baseada no teorema de extensão de Levi, Pelo teorema 3.1, se estende a uma 1-forma meromorfa em .
no caso meromorfo, e no de artogs, no caso holomorfo. Como ela Esta forma é necessáriamente fechada, já que d| = 0. Se é a
é razoavelmente longa, não será feita aqui. ecomendamos ao leitor folheação dehnida por em , então e coincidem num aberto
as referências [Sc-LN] e [Si]. Deste teorema, obtemos as seguintes não vazio de , logo = . Isto prova o resultado.
consequências :
oro ario .1.1. Se a X 2 um sub-con unto algébrico intersecão 3.2 Componentes racionais.
completa de codimensão um ou dois, onde 3. Se a uma vi in-
hanca conexa de X. Então toda k-forma meromorfa em se estende Nesta seção exibiremos algumas componentes de o ( , k), 3, em
a uma k-forma meromorfa em . que todas as folheações têm integral primeira racional. oda função
racional f de , pode ser escrita na forma f = / , onde e
Observamos que um sub-conjunto algébrico de , tipo interseção são polinômios homogêneos do mesmo grau, ou seja, f [z : ... : z ] =
completa e de dimensão 1, é conexo. Em particular X possui um (z , ..., z )/ (z , ..., z ). Vamos supor que e não têm fator
sistema fundamental de vizinhanças conexas. comum. Em qualquer caso, a forma := d d , dehne uma
oro ario .1.2. Se am uma folheacão de codimensão um em , folheação em de codimensão um, (f ), em que f uma integral
3, e X 2 um sub-con unto algébrico intersecão completa de primeira. Por exemplo, se = Ff e = f q , onde p, q ; N
codimensão um ou dois. Se a uma vi inhanca conexa de X. Se são relativamente primos e f > 1, então f = f , onde = F / q .
tem uma estrutura transversal ahm (resp. pro etiva) com polos numa Portanto, (f ) = ( ). A idéia, é hxar um grau k para a folheação
vi inhanca conexa de X, então esta estrutura se estende a uma e procurar, dentre as que possuem integral primeira, aquelas em que
estrutura transversal ahm (resp. pro etiva) com polos de em . qualquer deformação holomorfa em o ( , k) seja por folheações que
têm integral primeira.
Uma outra consequência, que será utilizada mais a frente, é a
seguinte : em o .2.1. Sejam F1 , ..., Fr polinômios homogêneosem C +1
não constantes. Sejam 1 , ..., r inteiros não nulos tais que rj=1 j . r(Fj
ro o ição .1.1. Se a uma folheacão em , 3, tal que 0. Esta última condição implica que existe uma função racional f em
od(si ( )) 2. Se a 2 k < e suponha que existem um k-plano tal que f [z] = F1 1 (z)...Fr (z) para todo [z] ; . A forma
H, em posicão geral com , e uma -forma meromorfa fechada em
H, tal | é dehnida por . Então se estende a uma única forma 3r
df dFj
meromorfa fechada em que dehne em . := F1 ...Fr = F1 ...Fr j
f j=1
Fj
Prova. Ahrmamos que se estende meromorhcamente a uma
1-forma numa vizinhança de H, que dehne em . dehne uma folheação em de grau j r(Fj ) 2, já que i = 0.
Observe que se r 3, a forma admite a deformação não trivial As formas normais acima decorrem do teorema de linearização de
Poincaré e do teorema de Dulac (veja os teoremas 1.4 e 1. ). Vamos
r
3 dFj então considerar a situação geral de uma folheação de codimensão
:= F1 ...Fr j , := ( 1 , ..., r) ; (C )r .
Fj um em , 3, com uma componente de up a com tipo
j=1
transversal como em (i), (ii) ou (iii).
r
onde j=1 j. r(Fj ) = 0. A forma não possui integral primeira
Lema .2.2. Se a uma folheacão de codimensão um em tal
se [ 1 : ... : r] / (Qr ).
; que o con unto singular possui uma componente de up a com
O exemplo 3.2.1 nos motiva a procurar componentes irredut´veis tipo transversal como em (i), (ii) ou (iii) e no dom´nio de Poincaré.
que contenham folheações com integrais primeiras da forma f = Então :
F / q , onde p = r( ) e q = r(F ), ou seja, dehnidas em coor- (a). o caso (i) temos 2/ 1 ; Q+ .
denadas homogêneas pela forma := p dF q F d . A folheação
( ), dehnida por , tem grau k = r(F ) + r( ) 2. Em princ´pio, (ii). os casos (ii) e (iii) temos a = 0.
si ( ) pode conter componentes de codimensão um. Diremos que
o par (F, ) é genérico, se F e são irredut´veis e se as hipersu- Prova. Vamos supor primeiramente que = 3. Neste caso,
perf´cies dehnidas em por (F = 0) e ( = 0) são transversais. 2 3 é uma curva algébrica lisa. Seja := (Wj )j; uma cober-
Estas condições implicam que tura de 3 por abertos, onde para cada j ; existe um sistema
de coordenadas (Wj , (xj , j , zj ) ; C C C) tal que Wj =
+1 (xj = j = 0) e se j := Wj W= ! então | é representada
F (z) = (z) = 0 , z ; C \ {0} =p dF (z) + d (z) W= 0 . (3.1)
por um campo Yj como em (i), (ii) ou (iii). As coordenadas são
Observamos que, se (F, ) é um par genérico então od(si ( )) 2 tomadas de tal forma que Yj = 1 xj (/(xj + ( 2 + a.xj )(/( j ,
(veja o Ex. 3.2). Além disto, se denotamos por P( , q, p) o conjunto 1. Supomos também que a cobertura é de Lera (veja [ - ]).
de todos os pares (F, ), de polinômios homogêneos em C +1 , onde Como Wj = (xj = j = 0), se Wij := Wi Wj W= ! então
r(F ) = q e r( ) = p, então o sub-conjunto de pares genéricos, Wj (xi = i = 0) = Wi (xj = j = 0), logo existem funções
( , q, p), é aberto e denso em P( , q, p) (veja o Ex. 3.3). aij , ij , ij , dij ; (Wij ) tais que
Usaremos a notação : ( p, q) = { ( ) ; o ( , p + q 2) | = l
q F d p dF , r(F ) = q e r( ) = p}. A prova do próximo xi = ij .xj + #ij . j
resultado, pode ser encontrada em parte na referência [ M-LN]. A , (3.2)
i = ij .xj + &ij . j
demonstração que daremos é baseada numa idéia contida em [Sc].
Teorema . Se a (F, ) um par polinômios homogêneos genéricos onde ij := ij .&ij #ij .ij ; (Wij ). Se ij é a matriz dada por
(3.2), então a coleção ( ij ) i W=! é um cociclo multiplicativo de ma-
em C +1 , 3, onde r(F ) = q e r( ) = p. Se a ( ) ;(C, )
um germe de fam´lia holomorfa de folheacões de grau p + q 2 tal trizes que representa as transições do hbrado normal N de em 3 .
que é dehnida em coordenadas homogêneas por q F d p dF . A sua segunda classe de Chern 2 (N ), considerada como elemento de
H ( 3 ), representa o grau de , isto é, se 1 (N 2
$ ) ; H ( ) rep-
3
Então ; ( , q, p) para todo t. Em particular, ( p, q) é uma
componente irredut´vel de o ( , p + q 2) para todo 3. resenta o hbrado normal de um 2-plano, então 3 1 (H) + 2 (N ) =
r( ) (veja [ - ]). Além disto, ij = det( ij ) e L := (ij ) i W=! é
Prova. Fixemos um germe de fam´lia holomorfa de folheações um cociclo multiplicativo em H 1 ( 3 , ). A primeira classe $ de Chern
( ) ;(C, ) , com = ( ), sendo := q F d p dF e (F, ) de L, considerada como elemento de H 2 ( 3 ), satisfaz 1 (L) > 0
um par genérico, com r(F ) = q e r( ) = p. O conjunto singular (veja [ - ]). No caso em que é uma interseção completa de duas
de contém uma componente de up a := (F = = 0), de superf´cies$algébricas de graus p e q, temos r( ) = p.q (teorema de
tipo transversal X := q x(/(x + p (/( . Com efeito, (3.1) implica Bézout) e 1 (L) = p + q.
que se ; então existe um sistema de coordenadas local em , Consideremos o caso (i). Vamos nos restringir aos ´ndices j ;
(W, := (x, , z) ; C C C 2 ), tal que ( ) = 0 e f ( ) := tais que Wj W= !. O campo Yj = 1 xj (/(xj + 2 j (/( j
( ) = . Como f é integral primeira de , esta folheação pode representa o tipo transversal de em . Ele possui duas separatrizes
ser representada em W pela forma := q x d p dx. Como d = lisas por 0 ; C2 , as curvas (xj = 0) e ( j = 0). Além disto, estas
(p + q)dx + d W= 0, é componente de up a com tipo transversal separatrizes são as únicas lisas, já que 1 / 2 , 2 / 1 ; / N. Como Yj
X, pois iX = 0. está no dom´nio de Poincaré, temos também e( 2 / 1 ) > 0. Além
Vamos considerar um representante do germe ( ) ;(C, ) dehnido do mais, todas curvas integrais de Yj em C2 , são aderentes a origem,
em (|t| < &). logo ele não possui integral primeira holomorfa não constante. Isto
implica que, se é um aberto conexo qualquer tal que W= !
Lema .2.1. Existem 0 < 6 &, e uma isotopia , : D6 então | não possui integral primeira holomorfa não constante.
tais que :
O fato de que (xj = 0) e ( j = 0) são as únicas separatrizes lisas
(a). := ({t} ) é componente de up a de , para todo de Yj implica que, se Wij W= ! então Wi (xj = 0) = Wj (xi = 0), ou
|t| < 6. Wi (xj = 0) = Wj ( i = 0). Como 1 W= 2 , vale que Wi (xj =
0) = Wj (xi = 0) (verihque). Analogamente, Wi ( j = 0) =
(b). é de tipo transversal q x(/(x + p (/( , para todo |t| < 6. Wj ( i = 0). Em particular, existem germes de hipersuperf´cies S1
e S2 ao longo de tais que S1 Wj = (xj = 0) e S2 Wj = ( j = 0).
Prova. A prova da parte (a) do lema é análoga a do lema 2.3.3 Além disto, temos #ij = ij # 0, xi = ij .xj e i = &ij . j em (3.2), se
da seção 2.3. Deixamos os detalhes para o leitor. Provemos a parte Wij W= !. Note que os cociclos multiplicativos L1 := ( ij | i ) i W=! e
(b). Denotemos por X um germe de campo holomorfo em (C2 , 0) L2 := (&ij | i ) i W=! em H 1 ( , ), representam os hbrados normais
que representa o tipo transversal de em . Podemos supor que a S1 e S2 , respectivamente. Vamos agora obter uma relação entre
X = (x, , t)(/(x + (x, , t)(/( , onde e são holomorfas eles.
em (x, , t), (x, , 0) = q x , (x, , 0) = p e X (0) = 0 (veja o A folheação | é representada pela 1-forma j = 1 xj d j
Ex. 3.4). Como esp(X, 0) está no dom´nio de Poincaré, diminuindo 2 j dxj . Se Wij W= ! existe ij ; (Wij ) tal que i = ij .j . Da´
6 se necessário, podemos supor que esp(X , 0) está no dom´nio de obtemos :
Poincaré, para todo t ; D6 . Sendo assim, temos três possibilidades
(exclusivas) : d i dxi d j dxj
i := 1 2 = *ij ( 1 2 ) := *ij .j ,
i xi j xj
(i). X é linearizável e equivalente a 1 x(/(x + 2 (/( , onde
1 , 2 W= 0 e 2 / 1 , 1 / 2 ;
/ N Q . i
onde *ij = i i
= i i &i é holomorfa em Wij . Como as formas
(ii). X é linearizável e equivalente a (x(/(x+( +a.x)(/( ), onde i e j são fechadas, temos d*ij + j = 0, o que implica que *ij é uma
W= 0 e a ; C. integral primeira holomorfa de em Wij , ou seja, *ij é constante.
De fato, *ij # 1, pois os res´duos de i e de j em S2 Wij são iguais
(iii). X é equivalente a (x(/(x + ( + a.x )(/( ), onde W= 0, a 1 W= 0. Portanto, i = j em Wij e existe uma forma meromorfa
2 e a ; C. fechada , dehnida numa vizinhança de , tal que | = j para
todo j ; . Por outro lado, de i = j em Wij W= ! obtemos que (I). = q x dy p y dx, onde p/q = k/f, mdc(k, f) = 1 e k, f > 1.
$
Seja ij tal que i = ij .j , Wij W= !, e coloquemos j := caso, é que se hij = gij (um ramo da raiz quadrada) então existem
1
x1 .j . Da´ obtemos que i = *ij .j , onde *ij = j .gij
=
gij ij , # , ,
ij ij ij& ; C tais que ij .&ij #ij .ij = 1 e
n
j xn+1
i ij l
é holomorfa em Wij . Decorre de (3.5) que i e j são fechadas, logo xi = hij ( ij .xj + #ij .yj ) xi ij .xj + #ij .yj
d*ij + j = 0, ou seja, *ij é integral primeira holomorfa de F |Wij . =p = . (3.7)
yi = hij (ij .xj + &ij .yj ) yi ij .xj + &ij .yj
Portanto, *ij é constante. Como os res´duos de i e j em S Wij
são iguais a 1, obtemos *ij # 1 e i = j em Wij . Da´ e de (3.5) Isto fornece a estrutura transversal projetiva fora de Kt , (lembrar
obtemos que Kt Wj = (xj = yj = 0)). A prova de (3.7) é deixada como
d ij d(xi /xj ) yi yj
= = d( n n ) . (3.6) exerc´cio para o leitor (veja o Ex. 3.5).
ij (xi /xj ) xi xj
A idéia agora é provar que é poss´vel estender as estruturas tran-
Lembremos agora que c1 (L1 ), considerado como uma classe em H 2 (W, C) versais em Vt a estruturas tranversais com polos em todo Pn . Isto
1 pode ser feito utilizando o teorema de Catanese (veja [Ca]), o qual já
é dado por um 2-cociclo (fijk )Vijk W=! , onde fijk = 2$i (lg( ij )+lg( jk )+
lg( ki ))|Wijk , sendo lg( ij ) uma determinação do logar´tmo de ij em mencionamos na prova do teorema 2, segundo o qual uma deformação
Wij . A relação (3.6) implica que, se lg( ij ) é uma tal determinação de uma interseção completa lisa de codimensão dois é uma interseção
então completa. Com isto, Kt é uma interseção completa para |t| pequeno
yi yj
lg( ij ) = n n + 2$i.cij , e pelo corolário 3.1.2 podemos estender as estruturas dadas pelo lema
xi xj 3.2.3 a todo Pn . Outra forma de provar a extensão destas estruturas
onde cij ; C. Logo, se K Wijk W= ! então fijk = cij +c$jk +cki , ou seja transversais é utilizar o argumento de [Sc] :
f = &(c), e f é trivial em H 2 (K, C). Isto implica que K c1 (L1 ) = 0.
2 Lema 3.2.4. Existem uma vizinhança conexa V de K0 e 6 > 0 tais
Por outro lado, HDR (P3 ) l Z e é gerado pela classe do hbrado normal
que se |t| < 6 então :
de um $hiperplano c1 (NH ). Logo, c1 (L1 ) = m.c1 (NH ), onde m ; Z.
Como K c1 (NH ) = gr(K) > 0 (veja [G-H]), obtemos que m = 0, (a). Kt 2 V se |t| < 6.
2
logo c1 (L1 ) = 0 em HDR (P3 ). Utilizando agora que a matriz Aij é
triangular (bij = 0) podemos concluir que c2 (NK ) = c1 (L1 ) + c1 (L2 ), (b). (V é de classe C e Ft é transversal a (V para todo |t| < 6.
onde L2 é a classe obtida
$ do cociclo (&ij )Wij W=! . No entanto, isto (c). As estruturas transversais dadas pelo lema 3.2.3 em V Vt , se
implica que gr(K) = P3 c1 (NH ) + c2 (NK ) = 0, um absurdo. Logo, estendem a V .
a = 0 e o lema está demonstrado no caso n = 3.
O caso em que n > 3 pode ser reduzido ao anterior, tomando um Como V é, a priori, uma interseção completa, as estruturas se
3-plano H 2 Pn em posição geral com F . Neste caso, a folheação estendem a Pn . Deixamos a prova do lema 3.2.4 como exerc´cio para
F |H satisfaz às propriedades requeridas na prova do caso n = 3 e o leitor (veja o Ex. 3.6).
obtemos o resultado. Deixamos os detalhes para o leitor. Consideremos o caso (I). Neste caso, Ft pode ser dehnida por uma
Para terminar a prova do lema 3.2.1, basta agora observar que a 1-forma fechada meromorfa t em Pn , que estende a forma t dehnida
aplicação t ) esp(Xt , 0) é cont´nua. Pelo lema 3.2.2, necessáriamente em Vt . Seja ( t ) o divisor de polos de t . Se X é uma componente
o quociente dos auto-valores 2 (t)/ 1 (t) ; Q+ , logo é constante. irredut´vel de () então X Kt W= !, ou seja, X Vt 2 (t ) .
Utilizando (b) do lema 3.2.2 obtemos que a forma normal de Xt é do Num ponto w ; X Kt temos coordenadas (W, (x, y, z)) tais que
tipo Xt = (t).(q x(/(x + p y(/(y), o que prova o lema 3.2.1. t = t = p dy dx
y q x e isto implica que X W = (x = 0) ou
Voltando à demonstração do teorema 3, temos três possibilidades (y = 0). Decorre da´ que ( t ) possui apenas duas componentes
para o tipo transversal de Ft em Kt : irredut´veis que são polos de ordem um de t . Levando em conta os
res´duos de t , pela proposição 1.2.5 da seção 1.2, podemos escrever polinômios homogêneos e 1 , ..., são tais que j=1 j .gr( j ) = 0.
em coordenadas homogêneas, t = p d tt q d tt , onde t e t são Vamos supor r 3, já que o caso r = 2 foi estudado na seção 3.2.
polinômios homogêneos. Portanto, Ft tem a integral primeira t / t
e está em (n p, q). eh a 3.3.1. Diremos que uma r-upla := ( 1 , ..., ) de polinô-
Vejamos o caso (II). Sejam t uma 1-forma meromorfa que repre- mios homogêneos em Cn+1 é enérica se as hipersuperf´cies em Pn
senta Ft em Pn e (Wj , (xj , yj , zj ))j;J uma coleção de cartas tais que dehnidas por ( j = 0) são lisas e estão em posição geral. Esta
Ft |Wj é representada por j := xj dyj f yj dxj . Para todo ; condição é equivalente às seguintes :
existe uma função j , meromorfa em Wj , tal que t = j .j . Logo,
(I). Dados 1 f min(r, n) e um multi-´ndice = (1 1 < 2 <
f+1
t = j .xj .d(yj /xfj ) =p dt = j + j , ... < f r), se p ; ( 1 = ... = f = 0) \ 0 então
dx d
onde j = (f + 1) xjj + jj . Ahrmamos que existe uma 1-forma d 1 (p) + ... + d f (p) W= 0 (3. )
meromorfa em Vt tal que |Wj = j . Com efeito, se Wij W= !,
temos i .xf+1
i .d(yi /xfi ) = j .xf+1
j .d(yj /xfj ), o que implica, d(yi /xfi ) = (II). Se r > n, n < f r e = (1 , ..., f ) então ( 1 = ... = f =
f+1 f+1
j .xj j .xj 0) = 0 .
f+1 d(yj /xfj ). Portanto, f+1 = *ij é constante, como vimos na
i .xi i .xi
prova do lema 3.2.3. omando a derivada logar´tmica desta última Observamos que o conjunto de r-uplas genéricas de polinômios,
relação, obtemos que i = j em Wij . ( 1 , ..., ), com graus gr( j ) = pj , 1 r, é aberto e denso no
A estrutura transversal ahm de Ft é obtida extendendo a forma conjunto de todas as r-uplas de polinômios de graus correspondentes
(veja o corolário 3.1.1). Podemos escolher t de forma que |t | é um (veja o Ex. 3. ).
hiperplano (H = 0), não invariante por Ft . Neste caso, | j | = (H = d j
Vamos usar a notação ( , ) = 1 ... j+1 j j
. Note que,
0) Wj W= (xj = 0), o que implica que || Wj V (xj = 0) | j | .
se 1 , ..., ; C então os coehcientes de ( , ) são homogêneos de
Em particular, || possui duas componentes irredut´veis : (H = 0)
grau gr( 1 ) + ... + gr( ) 1. Portanto, ( , ) dehne uma folheação
e uma outra, ( t = 0), tal que Wj ( t = 0) = (xj = 0), para
F ( , ) em Pn de grau k = gr( 1 ) + ... + gr( ) 2. Em geral
todo ; . Utilizando a proposição 1.2.5 da seção 1.2, obtemos que
sing( ( , )) contém componentes de codimensão um.
= (f + 1) d tt m dH H
, onde m = (f + 1).gr( t ). Em particular,
temos a 3.3.1. e = ( 1 , ..., ) é uma r upla enérica de
d( f+1
/H ) t polinomios
homo eneos em Cn+1 , n 3, e 1 , ..., ; C são tais
t
dt = + t = f+1
+ t =p d( f+1
)=0, que j=1 j .gr( j ) = 0 então c d(sing( ( , ))) 2.
t /H t /H
ou seja t := Hf+1 .t é fechada. Ahrmamos que ( t ) = ( tf+1 ) Prova. Suponhamos por absurdo que todas as componentes de
t ( , ) são divis´veis por um polinômio homogêneo não constante.
e que os seus res´duos são todos nulos, ou seja, t = d t , onde t é Neste caso, como n 3, n (( = 0) ( 1 = 2 = 0)) W= !. ixemos
racional. Com efeito, como p ; n (( = 0) ( 1 = 2 = 0)) e seja = |1 r e
dxj dj d t dH p ; n ( j = 0) . eordenando os j I , se necessário, podemos
|Wj = (f + 1) + = (f + 1) m , supor que = 1, 2, ..., f , onde f r. A condição (II) da dehnição
xj j t H
3.3.1 implica que f n. ixemos um sistema de coordenadas ahm
existem gj , hj ; (Wj ) tais que xj = gj . t |Wj e j = hj .H |Wj Cn 2 Pn tal que p = 0 ; Cn .
(verihque). Da´ obtemos, Lema 3.3.1. Nas hipóteses acima, existe um sistema de coordenadas
local (W, (x1 , ..., xf , y) ; Cf Cnf ) tal que o erme de ( , )|W
H H . j
t |Wj = .t |Wj = .j = hj .gjf .d(yj /xfj ) . (3. ) em 0 ; Cn se escreve como
f+1 f+1
t t f
3 dxj
Logo, d(hj .gjf ) + d(yj /xfj ) = 0, o que implica que hj .gjf = cj é uma = h.x1 ...xf j , (3.10)
j=1
xj
constante. Por outro lado, se X é uma componente irredut´vel de
| t | então X Kt W= !, ou seja, X Wj W= !, para algum ; . sendo h ; n.
Decorre da´ e de (3. ) que X Wj = (xj = 0) = ( t = 0) Wj ,
sendo a multiplicidade de ( t = 0) em ( t ) igual a f + 1, como Prova. Com efeito, como d 1 (p) + ... + d f (p) W= 0, a aplicação
quer´amos. A relação (3. ) implica também que os res´duos de t são g := ( 1 , ..., f )| n : Cn Cf é uma submersão em 0 ; Cn . Logo
nulos. Portanto, t = d t , onde t = t / tf e gr( t ) = f.gr( t ), ou existe um sistema de coordenadas local (W, (z1 , ..., zf , y) ; Cf Cnf )
seja, q.gr( t ) = q.f.gr( t ) = p.gr( t ). Em particular, a folheação Ft tal que j |W = zj , se 1 f, e i ; (W ), se i > f. azendo
d
é dehnida em coordenadas homogêneas por t := q t d t p t d t e g := f+1 ... |W e := j f j jj |W , obtemos
tem grau gr( t ) + gr( t ) 2 = gr( 0 )+ gr( 0 ) 2. Da´ obtemos que f
gr( t ) = gr( 0 ) = q e gr( t ) = gr( 0 ) = q. Logo, Ft ; (n, p, q), 3 dzj
( , )|W = g.z1 ...zf ( j + )
como quer´amos. zj
j=1
Consideremos agora o caso (III). Neste caso, Ft tem uma estru-
tura transversal projetiva em Vt \ Kt . Esta estrutura se estende a Como j |W ; (W ) se > f, a forma é holomorfa e fechada em
uma estrutura transversal projetiva em Pn \ sing(Ft ). Deixaremos a W . Logo, existe * ; (W ) tal que = d*. Colocando := e* 1 ,
prova deste fato como exerc´cio para o leitor (veja o Ex. 3.7). Como obtemos d* = 1 d/. Logo,
c d(sing(Ft )) 2, o grupo fundamental de Pn \ sing(F ) é trivial f
g 3 dzj d(.z1 )
(veja [EL]). Pelo teorema 1.14 da seção 1.5.1, existe uma submersão ( , )|W = .(.z1 )...zf ( + )
j 1
holomorfa ˜t : Pn \ sing(Ft ) P1 tal que as folhas Ft são as su- j=2
zj .z1
perf´cies de n´vel de ˜t . Considerando ˜t como função meromorfa,
ela se estende a uma função racional t : Pn P1 , pelo teorema azendo h := g/, x1 := .z1 e xj := zj , 2 f, obtemos
f dx
de Levi. Em coordenadas homogêneas temos t = t / t , onde t = h.x1 ...xf j=1 j xjj e o resultado, já que a aplicação z )
e t são polinômios homogêneos do mesmo grau. Levando-se em (.z1 , z2 , ..., zn ) := (x1 , ..., xn ) é um biholomorhsmo em 0 ; Cn .
conta que t |Pn \ ing Ft é uma submersão, obtemos que Ft é rep- Voltando à demonstração da proposição, seja g o germe de | n
resentada em coordenadas homogêneas por t := t d t t d t . em 0 ; Cn . Como g(0) = 0, obtemos de (3.10) que g | j x1 ...xf /xj ,
Logo, gr(Ft ) = gr( t ) + gr( t ) 2 = gr( 0 ) + gr( 0 ) 2, o que im- para todo = 1, ..., f. Como j W= 0 para todo = 1, ..., f, temos
plica gr( t ) = gr( t ) = gr( 0 ) = gr( 0 ). Portanto, Ft ; (n, p, p). g | x1 ...xf /xj , para todo = 1, ..., f. Isto implica que o germe (g = 0)
Isto termina a prova do teorema 3. está contido em X := 1i jf (xi = xj = 0), que é um germe de con-
junto de codimensão dois, um absurdo. Logo, c d(sing( ( , )) 2,
como quer´amos.
3.3 Componentes logar´tmicas.
eh a 3.3.2. Dados r 3 e 1 p1 ... p , usaremos a
Lembremos que uma 1-formalogar´tmica em Pn é dada em coorde- notação (n p1 , ..., p ) para o fecho do conjunto de folheações de codi-
d
nadas homogêneas por = j=1 j jj , onde r 2, 1 , ..., são mensão um de Pn , de grau k := p1 + ...+p 2, que são representadas
em coordenadas homogêneas por uma 1-forma do tipo ( , ) W= 0, Pela condição (II) da dehnição 3.3.1, se f > n então K = !. Colo-
onde = ( 1 , ..., ) é uma r-upla de polinômios homogêneos com quemos também
gr( j ) = pj , 1 r. Note que (n p1 , ..., p ) é um sub-conjunto K̂ := K \ K .
algébrico irredut´vel de l(n, k). V
W
e a a 3.3.1. Como vimos na proposição 1.2.5 da seção 1.2, Ahrmamos que o conjunto de up a de F é
uma 1-forma fechada em Pn , em geral se escreve como
w W K̂(F ) = K̂ij .
3 d j
= +d , (3.11) i j
j
j=1 j
Com efeito, em primeiro lugar, se p ; sing(F ) \ i j K̂ij , então
p; / j n ( j = 0), pela condição (I) da dehnição 3.3.1 (as j I são
onde 1 , ..., ; C, j=1 j .gr( j ) = 0, = 1 1 1 ... 1
, sj 1,
lisas). Neste caso, F pode ser representada numa vizinhança de p
1 r, e gr( ) = j=1 (sj 1).gr( j ). No caso, j é o res´duo d
de em ( j = 0) e sj é a multiplicidade de j como polo de , pela forma | n , onde = j j jj e Cn 2 Pn é um sistema ahm
n
1 r. A folheação dehnida por em Pn , F (), é representada em tal que p ; C . Como d = 0, p não é singularidade de up a de
coordenadas homogêneas por F . Por outro lado, se p ; K̂ij , onde i < , pelo lema 3.3.1 existe um
:= 1 ... ., se c d(sing( )) 2,
1
e tem grau k = gr(F ()) = j=1 sj .gr( j ) 2 (verihque). sistema de coordenadas (W, z = (xi , xj , y) ; C C Cn2 ) tal que
dxj
O que gostar´amos de observar é que z(p) = 0 e F |W é representada por = h.xi .xj ( i dx xi + j xj ), com
i
3 d j 1 1 3 d j (c). Ft pode ser dehnida em Vijf por uma forma fechada mero
= H( +t. ) j + H d( +t. ) H( +t. ) (sj 1)
j t t j morfa.
j=1 j=1
(iii). Para todo s > 0 temos t (V ) 2 V e lim t (q) = (t) para (c). tipo transversal de Ft em K̂ij (t) é da forma i (t).x dy +
+
todo q ; V . onde a aplicação t ) ( i (t), j (t)) ; C2 é holomorfa
j (t).y dx,
e i (0) = i , j (0) = j .
Ahrmamos que para todo t ; 6 e todo = 1, 2, 3, existe jt : V C
holomorfa tal que (d). Existe uma forma lo ar´tmica ijt em Vij que dehne Ft .
t( jt ) = j (t). jt (3.14) Prova. A prova da existência da isotopia é análoga à demon-
Com efeito, hxemos t com |t| < 6. Como t é linearizável em (t), stração do lema 2.3.3 da seção 2.3. omamos uma vizinhança tubu-
existe um sistema de coordenadas (Wt , zt := (z1t , z2t , z3t )) tal que lar, $ : W Kij , de classe C , com hbra $ 1 (z) := l 2,
(t) ; Wt , zt ( (t)) = 0 e t = 1 (t).z1t (/(z1t + 2 (t).z2t (/(z2t + onde 2 é uma bola de C 2 . Dado z ; K̂ij , existe um sistema de
3 (t).z3t (/(z3t . Como t (zjt ) = j (t).zjt , tomamos jt |Wt = zjt , coordenadas (W, (xi , xj , y) ; C3 ), tal que F0 é representada numa
1 3. Utilizando (iii) vamos estender jt a V . vizinhança de z por = i .xj dxi + j .xi dxj . Seja (t )t; uma
Integrando a relação (3.14) obtemos jt (*t (q)) = e j t . . jt (q), fam´lia holomorfa de 1-formas em W tal que t representa Ft |W e
que por sua vez, é equivalente a 0 = . Como 0 | tem uma singularidade não degenerada em
z= Kij , existe um germe t ; (C, z) ) (t) ; tal que (t)
t . t .
jt ( (q)) = e . jt (q) .
j
é a única singularidade de t | . O ponto (t) é uma singularidade
de up a de Ft e sing(Ft ) = (t) . Isto dehne um germe de
Dado q ; V existe s > 0 tal que t (q) ; Wt , logo podemos dehnir isotopia : (C, 0) K̂ij P3 com as propriedades desejadas. A ex-
tensão deste germe aos pontos pijf , f W= i, , é feita utilizando o lema
H(q, s) := e . j t .
.zjt ( t (q)) . (3.15) 3.3.3. Segundo este lema, hxado f W= i, , existem uma vizinhança
A função H independe de s > 0 tal que t (q) ; Wt , uma vez que V = Vijf de p := pijf e it , jt , ft : V C tais que d it + d jt + d ft
não se anula em V e Ft |V é representada por it . jt . ft .ijft , onde
(H/(s t (zjt )
= . j (t) + =0, d it d jt d ft
H zjt ijft = i (t) + j (t) + f (t) (3.16)
it jt ft
logo a expressão (3.15) estende jt a toda bola V .
No caso, escolhemos as submersões i , j , f de forma que V Kij =
Coloquemos "t = d 1t + d 2t + d 3t . Como 1 (t) + 2 (t) + 3 (t) = 1,
( i0 = j0 = 0). Extendemos o germe ij ao ponto p, colocando
temos
ij (t, p) = ( it = jt = 0), que está bem dehnido, porque
L t ("t ) = "t =p ( t ) ("t ) = e .
."t , s > 0 . a interseção de com ( it = jt = 0) é transversal, se |t| é pe-
queno. Como Kij é compacto, existe um representante de ij dehnido
Esta última relação implica que "t não se anula em V , já que não se em 6 Kij , 6 > 0, o qual denotamos pelo mesmo s´mbolo. Note
anula em Wt (verihque). que K̂ij (t) := Kij (t) \ pijf (t) | t ; 6 está contido no conjunto de
Ahrmamos que t := 1j . 1t . 3t .t é fechada. É suhciente provar up a de Ft , sendo que o tipo transversal de Ft ao longo de K̂ij (t)
que dt |Wt = 0. Para simplihcar a notação vamos colocar t |Wt = é i (t).y dx + j (t).x dy, já que Ft |Vijf é representada por t .
1 .z1 (/(z1 + 2 .z2 (/(z2 + 3 .z3 (/(z3 , uma vez que t está hxado.
Com isto, já provamos (a), (b) e (c). Para provar (d), utilizaremos
Vamos demonstrar que o seguinte fato, cuja prova deixamos como exerc´cio para o leitor (veja
o Ex. 3.10) : dado z ; K̂ij existem 6 > 0, uma vizinhança W de z
t = 1 (t).z2 .z3 dz1 + 2 (t).z1 .z3 dz2 + 3 (t).z1 .z2 dz3 . em P3 e aplicações holomorfas gi , gj : 6 W C tais que
(i). Colocando git (q) := gi (t, q) e gjt := gj (t, q), temos dgit (q) + 2 e a a. n > 3. Seja (Ft )t; uma fam´lia holomorfa de fo-
dgjt (q) W= 0 para todo q ; W . lheações em l(n, k), onde F0 ; 2 (n p1 , ..., p ) é dada por
d j 3 n
= 1 ... j=1 j j . Seja P l H 2 P um 3-plano em posição
(ii). Kij (t) W = (git = gjt = 0).
geral com F0 . Coloquemos t := Ft |H . A folheação 0 é dehnida em
(iii). Ft |W é representada por t = i (t).gjt dgit + j (t).git dgjt . coordenadas homogêneas em C l H0 := 1 n (H) por
outro lado, se i < < k então pijk ; Kij Kjk , logo Kij Kjk é vetores linear do tipo X = 1 .x1 (/(x1 + 2 .x2 (/(x2 , ou seja, pela
conexo. Em particular, para todo hxo, iW=j Kij é conexo. Logo, K forma = 1 .x1 dx2 2 .x2dx1 . Em coordenadas homogêneas,
dx
é conexo. é dehnida por = x1 .x2 .x3 3j=1 j xjj , 3 = 1 2 . Portanto,
Por outro lado, se 1 i < r e k W= i, então Vij Vik = Vijk F= ( ) é dehnida pela forma fechada
e ijt = ijkt = ikt em Vijk . Portanto, existe uma forma logar´tmica
3
3
t em V tal que t |Vij = ijt para todo i W= . Como Kij é interseção d j
= j ,
completa, a forma t |Vij \Kij se estende a P3 pelo corolário 3.1.1 da j
j=1
seção 3.1, para todo i < . Estas extensões coincidem, uma vez que
V é conexo. Portanto, t se estende a uma forma meromorfa fechada logo está em (n m, m, m). O corolário decorre então do teorema
em P3 , a qual denotaremos também por t . Pela proposição 1.2.5 da 4.
seção 1.2, podemos escrever
3 d jt 3.4 Exerc´cios.
t = 'j (t) + d(H/ t) ,
j=1 jt
. 3.1. Seja F uma folheação de codimensão um numa variedade
1 1 1 complexa . Suponha que existe uma 1-forma meromorfa fechada
onde 'j (t) ; C e t = 1t ... t , sendo mi 1 a ordem em tal que representa F em \ (|| ||0 ). Prove que todas
de it em (t ) . Levando em conta que ( it = 0) Kjk (t) W= ! as componentes irredut´veis de || ||0 são invariantes por F .
e o fato de que t |Vjk é logar´tmica, podemos concluir que mi = 1
para todo i, ou seja, que a forma t é logar´tmica. Obtemos também . 3.2. Prove que se ( , ) é um par genérico de polinômios ho-
que iW=j ( it = jt = 0) = fW=k Kfk (t). Levando em conta as mogêneos em Cn+1 , onde n 2, gr( ) = q e gr( ) = p, então
componentes irredut´veis destes conjuntos, vemos que, se 1 i < c d(sing(p d q d )) 2.
s então existem 1 f < k r tais que ( it = jt = 0) = Kfk (t). . 3.3. Prove que o conjunto de pares de polinômios genéricos é
Da´ conclu´mos que s = r e reordenando os iI podemos supor que aberto e denso no conjunto de todos os pares ( , ), de polinômios
( it = jt = 0) = Kij (t). Levando em conta a forma local de t em homogêneos em Cn+1 com gr( ) = q e gr( ) = p (veja a dehnição
dxi dxj dxj
ijk (t) ; Vijk dada em (3.13), t = i (t) xi + j (t) xj + k (t) xj , de par genérico antes do enunciado do teorema 3).
onde Kij (t) Vijk = (xi = xj = 0), e comparando os res´duos,
. 3.4. Sejam F uma folheação de codimensão um numa variedade
obtemos 'j (t) = j (t), para todo . Por outro lado, como t )
complexa de dimensão 3 e (Ft )t; uma fam´lia holomorfa de
Kij (t) é uma isotopia para todo i W= , sendo Kij (0) = Kij = ( i =
folheações em tal que F0 = F . Suponha que sing(F ) possui
j = 0), obtemos que gr(Kij = gr(Kij (t), ou seja gr( it ).gr( jt ) =
uma componente de up a compacta K com tipo transversal X =
gr( i ).gr( j ), para todo i W= . Da´ conclu´mos que
1 x(/(x + 2 y(/(y, onde 1 + 2 W= 0. Prove que existem 6 > 0 e
gr( 1t ) gr( t)
uma isotopia : 6 K tais que :
= ... = := a .
gr( 1) gr( ) (a). Kt := ( t K) é componente de up a de Ft para todo
t ; 6 , sendo K0 = K.
inalmente, como gr(Ft ) = j=1 gr( jt ) 2 = j=1 gr( j )
2 = gr(F0 ), obtemos a = 1 e gr( jt ) = gr( j ) = pj , para todo . (b). O tipo transversal de Kt é dado por Xt = (x, y, t)(/(x +
Portanto, Ft ; (3 p1 , ..., p ), se |t| < 6. Isto termina a prova no (x, y, t)(/(y, onde e são holomorfas em (x, y, t), (x, y, 0) =
caso n = 3. 1x e (x, y, 0) = 2 y.
. 3. . Sejam (x, y), ( , ) : (Cn , 0) (C2 , 0) germes de sub-
mersões tais que
x dy y dx = g ( d d ) ,
onde g ; n. Prove que existem , #, , & ; C tais que .& #. = 1
e l $
x = g ( . + #. )
$
y = g (. + #. )
. Cap´tulo 4
. 3. . Sejam 0 = 1 x dy 2 y dx, onde 1 , 2 W= 0 e e( 2 / 1 ) >
0. Seja = z = (x, y) ; C2 | |z| < r . Considere uma fam´lia de
1-formas t = (x, y, t) dy (x, y, t) dx, onde , ; ( 2 ).
Denote por Ft a folheação dehnida por t . Prove que existe 6 > 0 tal Componentes
que :
(a). t tem uma única singularidade não degenerada p(t) ; 1 com excepcionais.
esp(Ft , p(t)) = 1 (t), 2 (t) , sendo e( 2 (t)/ 1 (t)) > 0, para
todo |t| < 6.
(b). Ft é transversal a ( 1, para todo |t| < 6.
Neste cap´tulo estudaremos algumas componentes de l(n, k), n 3,
(c). Se 2 (t)/ 1 (t) ;
/ 1/ então Ft pode ser dehnida em 1 por
nas quais a folheação t´pica possui n 1 folheações de dimensão um
uma única 1-forma meromorfa fechada tal que o seu divisor de
tangentes. Como veremos, algumas destas componentes são r´gidas,
polos contém exatamente duas componentes irredut´veis que se
no sentido de que duas folheações t´picas na componente são equiva-
cruzam em p(t) e têm res´duos 1 (t) e 2 (t).
lentes por um automorhsmo de Pn . Dentre estas, veremos as denomi-
(d). Se 2 (t)/ 1 (t) ; 2 e Ft tem duas separatrizes locais em p(t) nadas componentes de lein ie, nas quais a folheação t´pica é dada,
então Ft tem uma integral primeira meromorfa em 1 do tipo em algum sistema de coordenadas ahm, por uma ação do grupo ahm
/X n , onde X, : 1 C são submersões. Em particular, em que a órbita genérica tem codimensão um.
Ft | 1 tem uma estrutura transversal ahm em 1 \ (X = 0).
(e). Se 2 (t) = 1 (t) e Ft tem duas separatrizes locais em p(t) então
Ft tem uma integral primeira meromorfa em 1 do tipo /X,
onde X, : 1 C são submersões. Em particular, Ft | 1 tem
uma estrutura transversal projetiva em 1 \ p(t) . 4.1 Folheações com feixe tangente local-
Prove que as conclusões acima implicam o lema 3.2.4 da seção 3.2. mente livre.
. 3. . Seja F uma folheação de codimensão um em Pn , n 3, que
possui uma componente de up a K com tipo transversal x dy y dx. Nesta seção veremos alguns resultados sobre folheações com feixe de
Prove que, se K é interseção completa então F possui uma estrutura vetores tangentes localmente livre. O resultado principal é o teorema
transversal projetiva em Pn \ sing(F ). 5 (veja [C-P]).
e o 4.1.1. (n, k) é aberto em (n, k) para todo n 3 e hrmamos que = iR iX1 ...iXn1 " dehne F em coordenadas ho-
todo k 0. Em particular, o seu fecho em (n, k), (n, k), é uma mogêneas.
união de componentes irredut´veis de (n, k). Não provaremos este om efeito, se ˜j := z0 .Xj (z0 , ) g j ( ).R então ˜j é tangente a
fato aqui, mas gostar´amos de mencionar que um problema em aberto ˜
0 e j| = j , como o leitor pode verihcar. Por outro lado,
é o de classihcar as componentes irredut´veis de (n, k) contidas em
(n, k). z0n1 . = iR i 1 ...i n1
" = (1)n1 i 1 ...i n1
(iR ") =
e o 4.1.2. lgumas das componentes estudadas nos cap´tulos = (1)n1 i 1 ...i (z0 "1 dz0 + ) ,
anteriores estão contidas em (n, k). Por exemplo (n 1, 1) = n1
(n, 0) = (n, 0), para todo n 3, e P BL(n, k) 2 (n, k), para onde "1 = dz1 + ...dzn e é holomorfa. sto implica que
n 3, k 0. ambém (n 1, 1, 1) 2 (n, 1), já que (n 1, 1, 1) =
P B(n, 1, 1) = P BL(n, 1). | = (z0n1 . )| = i 1 ...i n1 "1 := .
Por outro lado, (n p, ) W2 (n, p 2), se p > 2. De fato,
se F ; (n, p, ), p > 2, então F é representada por = p. d omo 1 , ..., n1 geram F , representa F nas coordenadas ahns
. d , onde g ( ) = e g ( ) = p. Logo, d = (p ) d + d se 0, representa F em coordenadas homogêneas. Deixamos a prova
anula em X := (d + d = 0). omo p 2, X W= {0}. Por outro da rec´proca para o leitor.
lado, se ( , ) é um par genérico então X ( = = 0) = {0} e
(d = 0) = (d = 0) = {0}. Logo, se p ; X \ {0} então n (p) é uma 4.1.2 Folheações com feixe tangente totalmente de-
singularidade de F que não é de upka nem simples. Vale também compon´vel.
que, se p1 ... p > 3 então (n p1 , ..., p ) W2 (n, p1 ... p 2)
(veja o Ex. 4.4). O resultado que enunciaremos em seguida é devido a . V. Pereira
e . ukierman (veja [ -P]). onsideraremos a seguinte situação :
e o 4.1. . Em geral, o conjunto L = {F ; (n, k) | T F é seja F uma folheação de codimensão um em n com feixe tangente
localmente livre} não é um aberto de (n, k). Vejamos um exemplo. totalmente decompon´vel, onde F = F (F1 , ..., Fn1 ), d := g (F ) =
Sejam ( , ) um para genérico de polinômios em C , com g ( ) = d1 ... dn1 , dj = g (Fj ), 1 j n 1. Seja a forma que
e g ( ) = p, onde p > 2, e a folheação em , dehnida em representa F em coordenadas homogêneas.
coordenadas homogêneas por = p. d . d . Seja : n
uma aplicação de grau um e posto dois, n 3. Se F = ( ) então eo em . a sit a ao a i a se d(sing(d )) 3 entao
F ; P BL(n, p 2), logo T F é localmente livre. Por outro
a F e onto liso de (n, g (F )) enote os or (F) a
lado, F ; (n, p, ), pois ( p / ) H é integral primeira de F .
o onente irred tvel de (n, g (F )) e onte F e or
Logo, qualquer aberto de (n, p 2) que contém F , contém
fis( (F )) a s a arte lisa
também um ponto genérico F1 ; (n, p 2), para o qual T F1
não é localmente livre, pela observação anterior. e ; fis( (F )) entao = F( 1 , ..., n1 ) onde g ( j) =
dj 1 j n 1
eh o 4.1.1. Seja F uma folheação de codimensão um numa
variedade complexa M de dimensão n 3. Diremos que T F é de o rova omo vimos na proposição 4.1.2, F é representada em
onvel, se T F = 1 , onde 1 e são subfeixes não triviais de coordenadas homogêneas por = iR iX1 ...iXn1 ", onde Xj é ho-
T F . Diremos que T F é total ente decompon´vel, se T F = n1j=1 j , mogêneo de grau dj = g (Fj ), 1 j n 1. hm de unihcar a
onde j é um sub-feixe de posto um de T F , para todo j = 1, ..., n1. notação vamos colocar R := (1)n1 Xn , de modo que = iX1 ...iXn ".
em 4.1.1. e a a o de vetores o ogeneo e Cn+1 o Dado = ( ) ; , considere os seguintes sub-espaços vetoriais
g ( ) = p on a e + X1 + ... + Xn # 0 ntao existe de :
olino ios o ogeneos 1 , ..., n tais e g ( j ) dj = p 1 j n
e (i). T = k ( ()).
n
3
= j .Xj . (4.1) (ii). T = m( ( )).
j=1
omo 2 , temos H = 0. Em particular, se = ( ) ;
arti lar se i < j entao existe olino ios o ogeneos a1ij , ..., ani
então () H ( ) = 0, ou seja, T 2 T .
tais e
n
3
[Xi , Xj ] = akij .Xk . (4.2) em 4.1. . e a = ( ) ; e s on a e d(sing()) 3
k=1
ntao T = T
rova Vamos utili ar que d(sing( )) 2. Note que sing( ) = rova Vamos utili ar aqui o teorema 1.1 do pêndice 1 : como
{z ; Cn+1 | X1 (z) + ... + Xn (z) = 0}. Dado z; / sing( ), existem d(sing()) 3, temos 1 (Cn+1 \ sing(), O) = 0. Seja =
1 (z), ..., n (z) ; C (únicos) tais que (z) = nj=1 j (z).Xj (z), já ( k )k; uma cobertura de Cn+1 \ sing(), por polidiscos de Cn+1 ,
que X1 (z), ..., Xn (z) são linearmente independentes e (z), X1 (z), ..., com a seguinte propriedade : para todo k ; existem campos de ve-
Xn (z) são dependentes. sto dehne funções holomorfas j : Cn+1 \ tores holomorfos nk , n+1k
em k tais que { 1 ( ), ..., n1 ( ), nk ( ),
k
sing( ) C, 1 j n. omo d(sing( )) 2 estas funções se n+1 ( )} é uma base de T Cn+1 l Cn+1 , para todo ; k . Deixa-
estendem a funções holomorfas em Cn+1 , pelo teorema de artogs. mos para o leitor a verihcação de que existe uma tal cobertura.
Levando em conta que , X1 , .., Xn são homogêneos, concluimos que Seja ; T , isto é, tal que + = 0. ueremos provar que existe
1 , ..., n são homogêneos e g ( j ) g (Xj ) = g ( ). = ( 1 , ..., n1 ) ; X tal que = ( ). . Observemos em
omo é integrável, os campos X1 , ..., Xn são involutivos. sto primeiro lugar que i i = 0 para todo < s n 1. om efeito,
acarreta que, se i < j então [Xi , Xj ] + X1 + ... + Xn = 0, logo de (4.1) como = i 1 ...i n1 ", temos i = 0, para todo j n 1, logo
obtemos (4.2).
+ = 0 =p i ( ) + = 0 =p i i ( ). = 0 =p .
em 4.1.2. xite a os o ogeneos j 1 j n 1 tais e
i i = 0. Este fato implica que para todo k ; existe uma (n
a d = (d 2) i 1 ...i "
n1
1)-upla de campos de vetores holomorfos em k , k = ( 1k , ..., n1 k
),
k
n1
j = Xj j .R onde g ( j) 1 = g (Xj ) 1 j n 1 tal que = ( ). = j=1 i 1 ...i 1 i i 1 ...i n1 ". Deixa-
j = 0 se g (Xj ) = 0 mos a verihcação deste fato como exerc´cio para o leitor (veja o Ex.
4. ).
rova Utili aremos a seguinte fórmula :
Dados k, f ; tais que kf := k f W= !, colocamos jkf :=
3 f k
d(i 1 ...i ") = (1)i+j+1 i i 1 ...i/ ...i/ ...i " . Se kf W
= !, temos
jn1 j
i j j=1 i 1 ...i 1 i f i 1 ...i n1 " = 0 =p
n1 kf
j=1 1 + ... + j1 + j + j+1 + ... + n1 = 0 =p
3
(1)j+1 div( j) i 1 ...i/ ...i " (4.3) kf
j=1 j + 1 + ... + n1 = 0 , j = 1, ..., n 1 , (4. )
Na fórmula (4.3) o s´mbolo i/ signihca que omitimos o termo i sendo que a relação (4. ) foi obtida fa endo o produto exterior da
no produto interior repetido. Ela é válida para qualquer -upla relação anterior por j . ixemos j ; {1, ..., n 1}. relação (4. )
( 1 , ..., ) de campos holomorfos em C . Deixamos a prova como implica que existem kf ji ; O( kf ), 1 i n 1, tais que
exerc´cio para o leitor (veja o Ex. 4. ). omo o leitor pode verihcar,
n1
3
obtemos de (4.3) e (4.2) que f k kf kf
j j = j = ji i (4. )
n
3 i=1
d = gj iX1 ...i/
X ...iXn " , (4.4)
j=1 O argumento é análogo ao da prova do lema 4.1.1 e é deixado para
o leitor. Sejam k, f, m ; tais que kf := kf W= !.
onde gj é polinômio homogêneo de grau dj 1, 1 j n. No caso, relação (4. ) implica que n1 kf f k
i=1 ( ji ji ji ) i = 0, uma ve
como iXn d = (1)n1 (d 2) , obtemos gn = d 2. olocando
1 que jkf j
f
j
k
= 0. Por outro lado, como 1 , ..., n1 são
j := Xj j .R = Xj (1)n . j .Xn , onde j := 1+ gj , 1 j linearmente independentes em todos os pontos de kf , obtemos que
n 1, temos kf f k kf 1
ji ji ji = 0, ou seja, ( ji ) f W=! é um cociclo em ( , O),
n1
3 para todo i = 1, ..., n 1. omo 1 (Cn+1 \ sing(), O) = 0, o cociclo
1 + ... + n1 = X1 + ... + Xn1 (1)j1 j
/j + ... + Xn =
X1 + ...X é trivial, isto é, para todo k ; e para todo i, j ; {1, ..., n 1},
k
j=1 existe gji ; O( k ) tal que se kf W= ! então kf f k
ji = gji gji . Da
relação (4. ) obtemos que, se kf W= ! então
n
3
1 /j + ... + Xn ,
= gj X1 + ... + X n1
3 n1
3
d 2 f f k k
j=1 ( j gji i) | f
=( j gji i) | f
,
como o leitor pode verihcar. relação acima e (4.4) implicam (a). i=1 i=1
1
oloquemos := + d , de forma que = i 1 ...i n1 ".
ou seja, existe um campo holomorfo ˜ j em Cn+1 \ sing() tal que
condição de integrabilidade, + d = 0, implica que + = 0.
˜ j | = k n1 g k i , para todo k ; , 1 j n 1. omo
Denotemos por o conjunto das -formas em Cn+1 , cujos co- j i=1 ji
ehcientes são polinômios homogêneos de grau s e por X o con- d(sing()) 3, o campo ˜ j se estende a um campo holomorfo
junto dos campos polinomiais homogêneos de grau s em Cn+1 . Seja em Cn+1 , o qual será
denotado pelo mesmo s´mbolo, 1 j n
X := X 1 ... X n1 . Dehna : e : X 1. oloquemos ˜ := n1 j=1 i 1 ...i 1 i i 1 ...i n1 ". Um cálculo
n1 k
por () = + e ( 1 , ..., n1 ) = i 1 ...i n1 ". onsideremos os direto mostra que ˜ | = | g k ., onde g k = j=1 gjj , para
seguintes sub-conjuntos algébricos de (n 1) : todo k ; . omo e ˜ não dependem de k ; , existe g ;
O(Cn+1 ) tal que g| = g k , para todo k ; , ou seja = ˜ g..
( ). = { ; (n 1) | () = 0}.
olocando ˆ 1 = ˜ 1 g. 1 e ˆ j = ˜ j para j 2, obtemos que
( ). = (X ).
n1
3
Note que 2 . Deixamos a prova deste fato como exerc´cio para = i 1 ...i 1 i i 1 ...i n1 " (4. )
o leitor (veja o Ex. 4. ). j=1
Dados , ; , temos (). = 2 + (verihque). Por outro
lado, se = ( 1 , ..., n1 ) ; X e = ( 1 , ..., n1 ) então Para cada j ; {1, ..., n 1}, considere a expansão de ˆ j em série
n1
( ). = j=1 ( 1 , ..., j1 , j , j+1 , ..., n1 ) (verihque). de a lor em 0 ; Cn+1 , ˆ j = 0 j , onde j é um campo
homogêneo de grau 0. Substituindo estas expressões em (4. ) e 4.2 Componentes excepcionais.
levando em conta que os coehcientes de são homogêneos de grau
d = d1 ... dn1 e que g ( i ) = di , 1 i n 1, obtemos Nesta seção veremos alguns exemplos de componentes que satisfa em
que = (). , onde = ( 1 1 , ..., n1 n1 ), o que prova o as hipóteses do teorema . Na seção 4.2.1 descreveremos algumas
lema. componentes obtidas por algumas ações do grupo ahm em C . Na
seção 4.2.2 descreveremos outras componentes provenientes de ações
o ol o 4.1.1. e a ; tal e d(sing()) 3 ntao e em dimensão superior a três.
liso e arti lar existe a vi in an a de e tal e
2
4.2.1 Componentes provenientes de ações do grupo
rova Utili aremos os seguintes fatos gerais : ahm em C3 .
( ). Sejam f : (C , a) (Ck , 0) um germe de aplicação holomorfa maior parte dos resultados que exporemos nesta seção, foram demon-
1
e X = f (0). Dehna T X := k ( f (a)) 2 T C l C . strados originalmente em [ -LN- - ]. onsideremos o campo lin-
Suponha que para todo v ; T X existe um germe de curva n
ear = j=1 pj zj (/(zj em Cn , onde 1 pj é inteiro, 1 j n,
: (C, 0) X tal que I (0) = v. Então X é liso em a e e md (p1 , ..., pn ) = 1. Diremos que um campo holomorfo X em Cn é
dim(X) = dim(T (X)). ase o ogeneo com respeito a , se
( ). Sejam g : (Cf , ) (C , a) um germe de aplicação holomorfa
[ , X] = .X , ; . (4. )
e = g(Cf , ). Dehna T = m( g( )) 2 C . Então é
irredut´vel e dim( ) dim(T ). Por exemplo, se pj = 1, 1 j n, então é o campo radial em Cn
prova de ( ) e ( ) é deixada como exerc´cio para o leitor (veja e (4. ) implica que X é homogêneo de grau 1.
os exerc´cios 4. e 4. ). Sejam e os germes de e em ,
respectivamente. É suhciente demonstrar que = e que é n o 4.2.1. e a X W= 0 ase o ogeneo o res eito a
opo
= j=1 pj zj (/(zj o [ , X] = .X on a os e 1 p1
liso. Provamos no lema 4.1.3 que T = T . Dado ; T , existe p ... pn ntao
; X tal que = ( ). , onde = ( ). O germe de curva
: (C, 0) 2 dehnido por ( ) = ( . ) satisfa I (0) = . a X e a o olino ial
Logo, é liso e dim( ) = dim(T ), por ( ). Em particular,
é irredut´vel. Por outro lado, como = (X ), ( ) implica que ; e pn
dim( ) dim(T ) = dim(T ) = dim( ). Portanto, = , já
on nto Ld( , X) := {z ; Cn | (z) e X(z) sao linear ente
que ambos os germes e são irredut´veis.
1 de endentes } e a niao de or itas da a ao ind ida or
O corolário 4.1.1 implica que = + d é um ponto liso de
(z) := p( . ).z
e que existe uma vi inhança de em tal que 2 . Seja
(F ) ; & uma fam´lia holomorfa de folheações em n , onde F é d e 0 ; Cn e sing laridade isolada de X entao
representada em coordenadas homogêneas por , sendo 0 =
e ) holomorfa. 2-forma := + 1
d satisfa + = 0, nj=1 ( pj )
m(X, 0) = , (4. )
logo ; e existe 6 > 0 tal que se | | < 6 então ; , ou nj=1 pj
seja, = i 1 ...i n1 ", com j ; X , 1 j n 1. Por outro
lado, = + 1
iR d = iR i 1 ...i n1 ", logo pela proposição 4.1.2, onde m(X, 0) e a lti li idade de X e 0 ve a a se ao
n
F é gerada por folheações F1 , ..., Fn1 de dimensão um em com rova Seja X = j aj z (/(zj a expansão em série de a lor
g (Fj ) = dj , 1 j n 1. de X em 0 ; Cn . De [ , X] = .X obtemos
Em particular, o conjunto T (F ) := { ; fis( (F )) | o feixe aj (< P, > pj ) = 0 , 1 j n , = (1 , ..., n ) , (4.10)
tangente de é totalmente decompon´vel} é aberto em (F ). Por
onde < P, >:= j pj .j , como o leitor pode verihcar. Logo, se
outro lado, a proposição 4.1.2 implica que o conjunto das folheações
aj W= 0, temos =< P, > pj ; e pn . Para ver que X é
= F ( 1 , ..., n1 ) onde g ( j ) = dj , 1 j n1, pode ser para-
polinomial, basta observar que para todo j = 1, ..., n o conjunto Aj =
metri ado pelo sub-conjunto algébrico = { = ( 1 , ..., n1 ) ;
{ | < P, >= pj } é hnito (verihque). Para provar (c), notemos
X | R, 1 , ..., n1 são involutivos} de X , pela aplicação ( ) =
que (4. ) implica que L ( + X) = [ , ] + X + [ , X] = . + X,
iR i 1 ...i n1 ". Lembremos que = ( ), representa F em coor-
o que acarreta ( + X) = . + X. Esta última relação implica
denadas homogêneas. Seja ( ) a componente irredut´vel de que
que (z) + X(z) = 0 hp ( (z)) + X( (z)) = 0, ; C, que é
contém . Então ( ( )) é um sub-conjunto algébrico irredut´vel
equivalente a (c). n
de (n, d). omo T (F ) ( ( )) é um aberto não va io de (F )
Provemos (d). oloquemos X = j=1 Xj (z)(/(zj . relação
obtemos que (F) = ( ( )), já que ambos são irredut´veis. sto
[ , X] = .X é equivalente a
termina a prova do teorema.
(Xj ) = ( pj ) Xj , 1 j n , (4.11)
como o leitor pode verihcar. Por outro lado, m(X, 0) é o número
e o 4.1. . O conjunto { ; | d(sing()) 3} é aberto de soluções do sistema de equações Xj (z) = j , onde j W= 0, 1
em , o conjunto de 2-formas em Cn+1 com coehcientes homogêneos j n. Denotaremos este sistema por (X = ). Dehna fj ( ) :=
de grau d. Deixamos a prova deste fato como exerc´cio para o leitor Xj ( p11 , ..., pnn ), 1 j n. Vemos então que
(veja o Ex. 4.10). sto implica que o conjunto (n, d) := fecho
n
3
de {F ; (n, d) | F é representada em coordenadas homogêneas p (Xj p1 pn
R(fj )( ) = pi . i ( 1 , ..., n ) =( pj ) f j ( ) .
por , sendo d(sing(d ) 3}, é uma união de componentes ir- (zj
i=1
redut´veis de (n, d). Uma pergunta natural é a seguinte : que
componentes irredut´veis de (n, d) estão contidas em (n, d) Em particular, fj é homogêneo de grau pj , 1 j n. Pelo
teorema de é out, o sistema (f = (f1 , ..., fn ) = ), possui :=
Por exemplo, se sing(F) tem uma componente irredut´vel de nj=1 ( pj ) soluções, digamos = ( 1 , ..., n ), 1
codimensão 3, então (F ), a componente irredut´vel de (n, d) (tomamos um valor regular de f ). ada solução dá origem
que contém F , não está contida em (n, d). Este fato decorre do a uma solução z = ( p11 , ..., pnn ) do sistema (X = ). Por outro
teorema da divisão de De ham. De fato, seja := 1
n ( ). Note lado, se & é uma pj -ésima rai da unidade, 1 j n, temos
que d( ) 3. condição de integrabilidade, + d = 0, implica ((& 1 . 1 )p1 , ..., (& n . n )pn ) = z , o que mostra que para cada solução
que se p ; \ {0} então existe um germe de 1-forma em p tal que z do sistem (X = ) obtemos p1 ...pn soluções do sistema (f = ).
d p = + p . sto implica que o germe de conjunto X := { ; | + Logo (X = ) possui /(p1 ...pn ) soluções, como quer´amos.
p = 0}p , contém e tem dimensão dim( ) 1 (verihque). No caso n = 3, podemos dehnir a 1-forma integrável := i iX ",
Portanto, sing(d ) contém uma componente de codimensão 2. onde " = dz1 + dz + dz . omo consequência da proposição 4.2.1,
Um exemplo de componente contida em (n, d) é P BL(n, d), obtemos que é polinomial e que sing() é uma união de órbitas de
n 3, d 0. Outro exemplo é (n p1 , ..., p ), onde n 1 e . lém disto, se + = j=1 pj = ( ) então d = i ", onde
pj = 1 para todo j = 1, ..., (veja o Ex. 4.11). =( + ) X div(X). , d(iX ") := div(X)." . (4.12)
relação (4.12) decorre de (4.3) da prova do lema 4.1.2. O campo podemos obter os auto-valores de T relativos a 1 ( ) e ( ),
satisfa também as relações [ , ] = . e i i " = ( + ) . Se digamos 1 ( ) e ( ), de tal forma que j ( ) ; j , j = 1, 4.
W# 0 então dehne uma folheação em , a qual será denotada por Neste caso, os germes ) 1( ) e ) ( ) são holomorfos.
F ( , X). Note que 1 (0) = (1, 0, 0, 0) e (0) = (0, 0, 0, 1) = p0 .
e o 4.2.1. Denotemos por a folheação por curvas de (ii). O auto-espaço invariante de T relativo aos auto-valores
dada em C por um campo polinomial . ostar´amos de observar
j ( ), j = 2, 3, tem dimensão dois, 0 = ( 1 = = 0) e
que, em geral, g (F ( , X)) W= 1 g ( X ). No caso em que = R, o ) é holomorfa.
radial, temos g ( R ) = 0 e g (F (R, X)) = g ( X ).
Suponhamos que W= R. Neste caso, g ( ) = 1. oloquemos Estes fatos implicam que existe um germe de fam´lia holomorfa
k+1
g ( X ) = k e g (F ( , X) = f. Podemos escrever X = j=0 Xj , de isomorhsmos de C , ( ) ; C 0 , tal que 1 ( ) = 0 = ( 1 =
onde Xj é campo homogêneo de grau j, sendo Xk+1 = g.R, onde = 0), 1 ( 1 ( )) = 1 (0) e 1 ( ( )) = (0) e d ( ) =
g é homogêneo de grau k, e se g # 0 então Xk W= .R, onde é 1. omando T = (T ) e = ( ) temos T ( 0 ) = 0 ,
k+1
homogêneo de grau k 1. Logo, := i iX " = j=0 i iX " := T ( j (0)) = j ( ). j (0), j = 1, 4, e := ( ) = iR i i " , já
k+
j , onde j+1 = i i X ". Se g #
W 0 então k+ = g.i iR " W# 0 e que (R) = R e d ( ) = 1. Podemos então supor, sem perda de
j=1
iR (k+ ) = 0, logo f = k 1. No caso em que g # 0, temos k+ # 0 generalidade, que T ( 0 ) = 0 , T ( 1 (0)) = 1 ( ). 1 (0) e T (p0 ) =
e k+1 = i iX ", logo g (F ( , X)) k 1, em geral. Poder´amos ( ).p0 . olocando := T ( ).R, temos = iR i i " ,
ter, por exemplo, Xk = f. .R, onde f e g são homogêneos de 0 = T, 0| = , (p0 ) = 0 e ( 0) 2 0. omo o leitor
grau k 1 e f W# 0. Neste caso, f < k 1. pode verihcar, estes fatos implicam que é tangente a , isto é
Em geral, é poss´vel provar que existe um campo , da forma a componente de em (/( é identicamente nula. lém disto,
= X k. , tal que g ( ) = f 1, F( , ) = F ( , X) e [ , ] = não depende de , ou seja, se ( 1 , , , ) := ( 1 , z, ) então
. Deixamos a prova deste fato como exerc´cio para o leitor (veja ( 1 , z, ) = 1 ( ). 1 (/( 1 (z)(/( (z)(/( , onde
o Ex. 4.12). De agora em diante, vamos assumir que g (F ( , X)) = 1( ) = 1( ) ( ). olocando = j (/( j :=
˜
j=1
g ( X ) 1 e que W= R. (/( e R = R (/( , obtemos = . .# f .d ,
onde T
Lembremos que (3, k) = {F ; (3, k) | todas as singulari- = i i (d 1 + d + d )
z
dades de F são de simples ou de upka}.
# = iR i (d 1 + d + d ) . (4.13)
eo em 4.1. e a = p (/( (/( z(/(z W= R
Z
f = iR i i (d 1 + d + d )
p, , ; md (p, , ) = 1 e X tais e [ , X] = X e g (F ( , X)) =
g ( X) 1 olo e F := F( , X) e F ; (3, d 1) entao Em particular, se (z) := ˜ (z, 1) (z, 1).R então = | =
F ( , X) satisfa as i oteses do teore a e F e onto liso i i ", como o leitor pode verihcar. Por outro lado, possui uma
de (3, d 1) enote os or (F ) a o onente irred tvel de s.s.n. s( ), de tipo [p : : ], tal que ) s( ) é holomorfa e s(0) = 0.
(3, d 1) e onte F e >0eF e onto liso de (F ) omo é linear nas coordenadas ( 1 , , ), esta singularidade só
entao F = * (F ( , )) onde * ; A ( ) e e a o e pode ser s( ) = 0, ou seja a função s( ) é constante. oloquemos
satisfa [ , ] = d = i ". hrmamos que i i " = a( ). , onde a ; O1 .
rova Vamos denotar por R o radial em C , por R o radial em om efeito, temos L ( ) = i (d ), já que i = 0.
C , " = d 1 + d + d + d e " = d 1 + d + d . omo W= R , integrabilidade de implica 0 = i (d + ) = i (d )+ , logo
vamos supor que p W= , . L ( )+ = 0. Do teorema da divisão, obtemos L ( ) = f . ,
logo = p (/( 1 v(/(v 1 (/( . O campo 1 = tem s construções de 0 e 1 são análogas, logo iremos construir
auto-valores positivos e desempenha o papel de na carta 1 . apenas 0 . +1
O campo X tem um polo de ordem d 1 no plano do inhnito, já oloquemos X = j=1 Xj , onde, ou bem X +1 = g.R com g W= 0
que g ( X ) = d. Logo, na carta 1 temos X = 11 .X1 ,onde X1 homogêneo de grau d, ou bem g # 0 e X W= .R, homogêneo de
é polinomial, e F ( , X) é dehnida pela forma 1 = i 1 iX1 "1 , onde grau d 1. omo 0 = () = ( + ) X div(X) , obtemos
"1 = d + dv + d . Por outro lado, no segundo caso que 0 é polinomial de grau d e g ( ) = d, logo
podemos tomar 0 := . No primeiro caso, no entanto, g ( )=
1 1 1
[ 1 , X1 ] = [ , .X] = 1( ).X .[ , X] = d 1, e a parte homogênea de grau d 1 de 0 é ( + )g R
1 1 div(g.R) = g[( + )R (d 3) ] := g(m R n ). oloquemos
= p(d 1) .X . .X = 1 X1 .
0 = P g(m R n ), onde P = A(/( B(/( (/(z. Neste
Seja 1 = (1 ). Por argumento anterior, obtemos que [ 1 , 1 ] = caso, dehnimos
1 . 1 . Logo, se 1 (0) = 0 então m1 ; , onde m1 é como em (4.14).
Por outro lado, se 1 (0) W= 0 então m1 = 0, o que prova (b). A ( B ( (
0 = g.R
Provemos (c). Na singularidade p = [0 : 1 : 0 : 0], tomamos m np #( mn #( mn # (z
as coordenadas ahns = {[ : 1 : v : ] | ( , v, ) ; C }. Nestas
onde # é escolhido de tal forma que os denominadores das frações
coordenadas temos = (p ) (/( ( ) v(/(v (/( e
sejam não nulos. Note que [ , 0 ] = 0 e que sing( 0 ) = sing( 0
X = 11 X , onde X é polinomial, e a folheação é representada por
#.g.R) (verihque). Por outro lado, como m( 0 , p0 ) = m, se |#| é
= i iX d +dv +d . lém disto, [ , X ] = ( (d1)) X , o que
pequeno então 0 #.g.R tem singularidade isolada em p0 , ou não se
implica que := ( ) satisfa [ , ] = ( (d 1)) . omo
anula em p0 , conforme o caso. Logo, m( 0 , p0 ) = m, pois [ , 0 ] =
F ( , X) ; (3, d 1), temos duas hipóteses : ou bem (p ) W= 0,
0.
ou bem (p ) = 0 e p é singularidade isolada de . hrmamos
Obtivemos então que sing( ) 2 {p0 , p1 , p , p } e que m( , pj ) =
que se (p ) = 0 então = (d 1). om efeito, suponha por
m( j , pj ) := mj , 0 j 3. Pela proposição 1.3.2 da seção 1.3,
absurdo que (p ) = 0 e W= (d 1). Se L = (p ) então
o número de singularidades de , contadas com multiplicidade é
[ , L] = ( (d 1)) L. Pelo exerc´cio 2.2 do cap´tulo 2, obtemos
(d) = d d d 1 = m m1 m m . Se d 1, temos
que L é nilpotente. Logo é um campo nilpotente. Porém, o lema
m , m 1, logo (d) 2 m m1 (d). Por outro lado, ob-
2.1.1 da seção 2.1 implica que os auto-valores de em p têm o mesmo
tivemos que se (p ) = 0 (resp. (p ) = 0), então = (d 1)
sinal, o que não ocorre, já que p > 0 > . Portanto, = (d 1)
(resp. = (d 1)). Se d 2, temos (d 1) W= (d 1), logo
e [ , L] = 0, o que acarreta [ , ] = 0. hrmamos que d (L) W= 0.
se (p ) = 0 então (p ) W= 0, ou vice-versa. Portanto, neste caso
om efeito, podemos escrever,
= ( )(/( (v)(/(v
i j k temos m m 1 e m m1 (d) 1.
( )(/( . Seja ( ) = ijk aijk . .v . . Vamos provar que
a100 W= 0. omo [ , ] = 0, temos ( ( )) = ( ( )) = (p o ol o 4.2.1. e a = p (/( (/( z(/(z e X tais
) ( ). Suponhamos por absurdo que a100 = 0. Neste caso, 1 := e p > > e [ , X] = X on a e F ( , X) ; (3, d 1)
( )| = =0 = i ai00 i e ( 1 ) = i i(p )ai00 . i = (p d 1 e e todas as sing laridades de F ( , X) e C sao do ti o
) 1 , logo 1 # 0. nalogamente, colocando := (v)| = =0 = a ntao
j
j1 j . , temos ( ) = ( ) , logo
3 3 3 a =1 = 1 =d 1ep=d d 1
j
( ) j. = j. ( j) = j .(p ). j
=p =0.
j1 j1 j1 xiste * ; A (C ) tal e * (F ( , X)) e dehnida or =
i i (") onde Pelo lema 4.2.1 existe uma folheação de grau d tal que m( , pj ) =
m( j , pj ), 0 j 3. Sabemos que m( 0 , p0 ) = 0 e m( 1 , p1 ) = m1 .
( ( ( hrmamos que m( j , pj ) = 0, j = 2, 3. om efeito, na prova de
= z (f ( , z) ) ,
(z ( ( (c) de (4.14) demonstramos que se (p ) = 0 (resp. (p ) = 0)
então = (d 1) 0 (resp. = (d 1) 0). omo = 1,
sendo f ( , 0) # 0 e (f ) = (d d)f temos m( j , pj ) = 0 para j = 0, 2, 3. Logo, m1 = d d d 1.
F ( , X) ad ite a integral ra ional a al na arta do te Substituindo este valor em (4.1 ) e explicitando n, obtemos n = d e
se es reve o o p = d(d 1) 1 = d d 1, como o leitor pode verihcar. om isto
provamos (a).
( z )p Obtivemos acima que 0 = a.(/(z .z (/( f ( , z) (/( , onde
( , , z) = , f ( , 0) = . , a, , W= 0. Logo, podemos escrever f ( , z) = g( , z)
( *( , z))
. , onde W= 0 e g( , 0) = 0. omando *( , , z) = ( . , #. , .z),
sendo *( , z) olino io e satisfa X(*) = X( ) = f ( , z) com = a, # = . 1 .a e = 1 .# , vem que * ( 0 ) := ,
p onde é como em (b) (verihque).
Para obter a integral primeira, observamos primeiramente que o
d sing(F ( , X) = 1 onde 1 e a or ita de e C campo é completo, isto é, o seu uxo está dehnido em C C .
e sao or itas de ontidas no lano do inhnito de C ntegrando diretamente a EDO = ( ), temos ( , , z) = (
as oordenadas C = {[ : : z : 1] | ( , , z) ; C } elas sao * ( , , z), * ( , z), z ), onde * ( , z) = (z ) z e *1 ( , , z) =
ara etri adas o o 1 ( ) = [a. p : : : 1] ( ) = [1 : : 0 : $1
0] e ( ) = [1 : . +1 : . : ] o a, , W= 0 le disto 0 [f ( * (s, z), z s) ( * (s, z)) ]ds (veja o Ex. 4.13).
Por outro lado, calculando = i i ", temos
elas sao tangentes e p1 = [1 : 0 : 0 : 0] e todos os ontos e
sing(F ( , X)) \ {p1 } sao de a := | = (p )d d ,
=0
0 = a.(/( g( , z)(/(z, onde g W= 0, (g) = (p )g e g (g) = d. o ol o 4.2.2. e a = p (/( (/( z(/(z onde
Deixamos a verihcação deste fato para o leitor. Efetuando a mudança p> > e X tais e [ , X] = X e g (F ( , X)) = 2 on a
de coordenadas ( , v, ) = (1/ , z/ , / ), obtemos que 0 = 11 1 , e F ( , X) ; (3, 2) ntao te os d as ossi ilidades
onde 1 = a. (/( g̃(v, )R, sendo g̃(v, ) = .g( / , v/ ) e
a X = 1 (/( (/( z(/(z este aso F ( , X) ;
R o radial. Neste caso, g̃ é homogênea degrau d e se 1 = i 1 i 1 " e
(3 1, 1, 1, 1)
m1 = 1 + = p(d 1) + > 0 então
xiste siste a de oordenadas ah ( , v, ) ; C 2
(1 ) = m1 . 1 div( 1 ). = m1 .a. g̃(m1 R (d 3) ) , onde F ( , X) e dada or i i (d +dv+d ) sendo = (/(
(/(v v(/( le disto (p, , ) = (3, 2, 1) = 1 e a
como já vimos anteriormente. Em particular, sing( (1 )) V ( =
f n ao ero orfa
g̃(v, ) = 0), logo tem componentes de dimensão um, o que contradi
F ( , X) ; (3, d 1). Portanto, P0 = a.(/(z e = . (v /2)
nalisando os monômios não nulos de 0 obtemos 0 = a.(/(z ( , v, ) =
( v /3)
.z (/( f ( , z) (/( , onde ( .z ) = ( ) .z e (f ) = (p
)f . Note que neste caso, g ( 0 ) = d e P +1 = 0. Efetuando a e a integral ri eira de F ( , X)
mudança de coordenadas ( , v, ) = (1/ , z/ , / ), vem que 0 =
rova omo d = 1 temos 1 = p(d1) = . Logo 1 =0
1
1 1 , onde 1 = a. (/(v . .v (/( f˜(v, ).R, onde
˜ e temos duas possibilidades : a = 1 = 0. > 0 e 1 < 0,
f (v, ) = .f ( / , v/ ). Logo, se 1 = i 1 i 1 " então (1 ) = ou vice-versa.
aso a Neste caso, temos [ , X] = 0 e um cálculo direto,
= m1 .a. (/(v m1 . .
.v (/( f˜(v, ).(m1 .R (d 3) )
utili ando que g (F ( , X)) = 2 e p0 = 0 é singularidade isolada,
Para que (1 ) tenha singularidade isolada em 0 = p1 , devemos ter mostra que X = 1 (/( (/( z(/(z, = 1 i iX " é
m = d, W= 0 e f˜(0, ) W# 0, ou seja, f˜(0, ) = . n , W= 0. Decorre logar´tmica e F ( , X) ; (3 1, 1, 1, 1). Deixamos os detalhes apra o
da´ que leitor.
0 = a.(/(z .z (/( f ( , z) (/( , aso Suponhamos por exemplo que < 0 e 1 > 0. Neste
caso, 0 (0) W= 0 e as singularidades de F ( , X) em C são todas de
onde f ( , 0) = . n e a, , W= 0. Utili ando que [ , 0] = 0, upka. Logo, o corolário 4.2.1 implica que (p, , ) = (d d 1, d
obtemos 1, 1) = (3, 2, 1), = 1 e 1 = 1. lém disto, existe * ; A (C )
l tal que X = (/( (/(v (f (v, ) v)(/( , sendo f (v, 0) = 0,
.d = =p = (d 1) g (f ) = 1 e (f ) = 2f . sto implica que f = 0 e X é como em (b).
(4.1 )
n. p = =p p = (n(d 1) 1) Para ver que é integral primeira de F ( , X) é suhciente verihcar
que ( ) = X( ) = 0, o que deixamos para o leitor.
omo md (p, , ) = 1, as relações em (4.1 ) implicam = 1, = d 1
e p = n. 1 = n(d 1) 1, n 1. Provemos que p = d d 1. eh o 4.2.2. Dada F ; (n, k) denotemos por (F ) a órbita
Vamos utili ar (b) de (4.14). No caso, 1 = p(d1) = n(d 1) d, de F pela ação do grupo de automorhsmos de n em (n, k), isto é,
1 = p 1 = n(d 1) e 1 = p = n(d 1) d. Logo, (F ) = {T (F ) | T ; A ( n )}. Di emos que F é rgida, se o fecho
de (F ) em (n, k) é uma componente irredut´vel de (n, k).
( 1 p)( 1 1 )( 1 1) d (d 1)(nd 1) Di emos que uma componente irredut´vel de (n, k) é rgida, se
m1 = = (4.1 ) = (F ) para alguma folheação F ; .
p 1 1 n(d 1) d
omo consequência de (b) do corolário 4.2.2, temos o seguinte : Vamos indicar a prova da existência dos conjuntos algébricos j ,
j = 2, 3. aremos isto no caso (c), deixando o caso (d) para o leitor.
o ol o 4.2. . e e sao o o e do orolario entao Lembramos que as componentes irredut´veis de sing(F ( , )) são
F ( , ) e rgida órbitas de . Este campo possui quatro singularidades, sendo que
Vamos em seguida dar uma classihcação no caso em que = todas as órbitas se acumulam em duas delas : os pontos onde os
3 (/( 2 (/( z (/(z. auto-valores têm o mesmo sinal, isto é, p0 = [0 : 0 : 0 : 1] ; e
p1 = [1 : 0 : 0 : 0] ; 1 . Por exemplo, na carta , calculamos a
o ol o 4.2.4. e a = 3 (/( 2 (/( z (/(z e F ( , X) ; resultante das componentes de = ( ), que no caso de (4.1 )
(3, d 1) olo e os = i iX " e := () = 1 (/( é f (a f d ) = 0, com a condição d 2f = 0. sto nos fornece
(/( (/(z ntao um sub-conjunto algébrico próprio j 2 j . Em seguida, fa endo
a mudança de coordenadas = 1/ , v = z/ , = / , na qual o
a d ; {1, 2, 3}
ponto p1 = (0, 0, 0), obtemos uma forma que representa F ( , )
e d = 1 entao F ( , X) e o o e do arolario em 1 . alculamos := ( ), e calculamos a resultante das
componentes de , obtendo um conjunto algébrico j1 . O conjunto
e d = 2 entao = 1 1 = 2 o vi e versa e se [ , ] = j = j1 j satisfa as propriedades requeridas. No caso (c) prova-
entao T se que 1 = a(4f )(3f 2d)(4d 4 fa 3 a ). Deixamos
z 1 ( , , z) = a
z
os detalhes para o leitor.
( , , z) = d z , (4.1 ) ixado = p (/( (/( z(/(z, onde p, , ; , p > >
Z
( , , z) = fz e md (p, , ) = 1, dehna (p, , ) := {(d, ) | existe um campo X
em C tal que [ , X] = X e F ( , X) ; (3, d 1) }.
onde d 2f = 0
d e d = 3 entao = 1 = 3 e o ol o 4.2. . on nto (p, , ) e hnito
T
rova á vimos no corolário 4.2.2 o caso d = 1. Vimos também
z 1 ( , , z) = a
z 3 z
no corolário 4.2.1 que se < 0 (resp. 1 < 0) então = = 1
( , , z) = d z f z z , (4.1 )
Z (resp. 1 = 1 = 1) e neste caso a folheação é do tipo lein-Lie,
( , , z) = g z i z z sendo = d 1 e p = d d 1 (resp. 1 = d 1). Vamos então
supor que d 2 e , 1 0. omo 1 = p(d 1) 3, temos
onde 2a d g= 2f 2i = 0 > 0 ou 1 > 0. Vamos supor que 0 e 1 > 0.
o aso olo e os := ({(a, ..., f) | d 2f = 0}) e no idéia da prova é a seguinte : do teorema 4.2, temos m m1
aso := ({(a, ..., f) | 2a d g = 2f 2i = 0}) ado (d), sendo m = ( p)( )( )/p , m1 = ( 1 p)( 1
; j denote os or o a o as o onentes sao o o e 1 )( 1 1) e (d) = d d d 1. omo p, , são hxos, 1 = p ,
o onfor e o aso xiste s on ntos alge ri os 1 = p e 1 = p(d 1), podemos escrever m m1 = ( , 1 ),
ro rios j 2 j j = 2, 3 tais e se ; j \ j entao F( , ) ; onde é um polinômio de grau três, e (d) = p1 ( 1 ), sendo
(3, j 1) j = 2, 3 a os os asos F ( , ) oss i d as s s n () = 4p p 4p (verihque). Logo, o corolário será
de ti o [3 : 2 : 1] o aso j = 3 estas sao as ni as sing laridades provado, se demonstrarmos que a desigualdade p . ( , 1 ) (
si les o aso j = 2 F ( , ) oss i a o tra sing laridade 1 ) tem um número hnito de soluções inteiras tais que 0 e 1 > 0.
si les nao nil otente desigualdade é equivalente a seguinte : ( , 1 ) := ( , 1 )
rova Vamos supor que d 2, já que o caso d = 1 foi visto no 1 1 ( 1) 0, onde
corolário 4.2.2. omo (p, , ) = (3, 2, 1), temos (p, 1 , 1 ) = (3, p
, p ) = (3, 2, 1) e 1 = 3(d 1) . olocando P ( ) = ( 3)( ( , 1) =p 1 1( p)( )( ) p ( 1 p)( 1 1 )( 1 1) .
2)( 1) temos m m1 = (P ( ) P ( 1 ))/ em (4.14) do teorema
4.2. Em particular, m m1 é função simétrica de ( , 1 ). olocando Escrevendo explicitamente a parte homogênea de grau três, , de
s= 2 e s1 = 1 2, temos P ( ) P ( 1 ) = P (s 2) P (s1 2) = , temos
s s s1 s1 = (s s1 )(s s.s1 s1 1). Da´ concluimos que
s s1 = 1 4 = 3d 1 divide P ( ) P ( 1 ). Por outro lado, ( , 1) =p 1 1 p 1 1 1( 1) .
pelo teorema 4.2, temos m m1 = (d) ou m m1 = (d) 1, onde
(d) = d d d 1. omo m m1 = (P ( ) P ( 1 ))/ , conclu´mos hrmamos que existe > 0 tal que se 0 e 1 > 0 então
que 3d 1 divide . (d) ou divide ( (d) 1). onsideremos cada ( , 1 ) > .( 1) . om efeito, colocando s := / 1 , podemos
um dos casos. escrever ( , 1 ) = 1 . (s, 1) := 1 .f (s), onde f (s) = p 1 1 s
3d 1 divide .( (d) 1) Neste caso, 3d 1 divide p 1 1 (s 1) . Utili ando que p > ma ( , 1 , , 1 ), não é
.( (d) 1) = 4d 4d 4d. O resto da divisão deste polinômio dif´cil ver que f (s) tem um ponto de m´nimo global para s > 0 e
por 3d 1 é 14, logo 3d 1 divide 14, 3d 1 ; {2, , 14} e d = 2. Logo, que im f (s) = . Estes fatos implicam que existem > 0 e
+
(s s1 )(s s.s1 s1 ) = .( (d)1) = 4, e como s s1 = 3d 1 = , # > 0 tais que f (s) > .s #. Portanto, ( , 1) > . #. 1 .
obtemos omo a função ( . #. 1 )/( 1 ) é limitada inferiormente em
A := ( 0, 1 > 0), obtemos a ahrmação.
s s( s) ( s) 1 = 4/ = 12 =p s ; {3, 4} =p
omo L( 1 ) := ( , 1) ( , 1 ) é de grau dois, existe
; {1, 2}. Portanto, = 1 e 1 = 2, ou vice-versa. Para obter uma constante > 0 tal que L( 1) ( 1 ) em A. Logo
as componentes de como em (4.1 ), utili amos que g ( j ) 3, ( , 1 ) .( 1) ( 1 ) = .P (d 1) .p (d 1) ,
( 1 ) = ( p) 1 = 4 1 , ( ) = 3 e ( ) = 2 . condição ou seja, ( , 1 ) > 0 se d é suhcientemente grande. sto prova o
d 2f = 0 vem do fato de que div( ) = 0. Deixamos os detalhes para corolário.
o leitor. Observamos ainda que neste caso, se F ( , ) ; (3, 3)
então F ( , ) possui três singularidades simples, já que m m1 = e o 4.2.2. Dados = p (/( (/( z(/(z, W= R,
(d) 1. p, , ; , md (p, , ) = 1, e X tais que [ , X] = X e F ( , X) ;
3d 1 divide . (d) Neste caso, 3d 1 divide . (d) = (3, d 1), vamos denotar por f (3 p, , d, ) a componente ir-
4d 4d 4d 4. O resto da divisão deste polinômio por 3d 1 redut´vel de (3, d 1) que contém F ( , X). O teorema 4.1 implica
é 40, logo 3d 1 divide 40 e 3d 1 ; {2, 4, , 10, 20, 40}. Da´ obtemos que f (3 p, , d, ) é o fecho em (3, d 1) do seguinte conjunto
d ; {1, 3}. omo d 2, temos d = 3 e s s1 = 10. Portanto
s é rai de s s(10 s) (10 s) 1 = . (3)/10 = 24, ou { (F( , )) | [ , ] = , F( , ) ; (3, d 1)e ;A ( )} .
seja, s = e = s 2 = 3 = 1 . Para obter as componentes de
como em (4.1 ), utili amos que g ( j ) 4, ( 1 ) = ( p) 1 = 1,
Por outro lado, os corolários do teorema 4.2, mostram que o exis-
( )= e ( ) = 4 . s condições 2a d g = 2f 2i = 0 tem várias componentes deste tipo : f (3 d d 1, d 1, 1 d, 1)
e os termos 3 z , z e z vêm do fato de que div( ) = 0 ( lein-Lie), f (3 3, 2, 1 2, 1) = f (3 3, 2, 1, 2) e f (3 3, 2, 1 3, 3)
e g (F ( , )) = 4. Deixamos os detalhes para o leitor. Observamos (corolário 4.2.4).
ainda que neste caso, se F( , ) ; (3, 4) então F ( , ) possui Particularmente, a componente de lein-Lie f (3 3, 2, 1 1, 1) 2
duas singularidades simples, já que m m1 = (d). (3, 2) será revisitada na seção .2.
4.2.2 Outras componentes provenientes de ações. 1 f n 1. omo j = (/(zn+j , 1 j m n, obtemos
Nesta seção veremos algumas componentes de (n, d) que provêm d =i ...i i 1 ...i " . (4.20)
1 1 n
de ações em Cn , n 4. omeçaremos com uma consequência do n1
e e d 1 = i 1 ...i n i 1 ...i n1 " onde 1 , ..., n sao a Exemplo 4.2.1. Seja uma sub-álgebra de Lie de (n 1, C).
os onstantes e ˜1 , ..., ˜n1 sao o ogeneos o g ( ˜j ) = dj 1 Suponha que é gerada por campos lineares X1 , ..., Xn1 tais que o
j n 1 e d(sing(d 1 )) 3 ntao existe a os o ogeneos conjunto fd( ) := {p ; Cn+1 | X1 (p) + ... + Xn1 (p) = 0} tem codi-
1 , ..., n1 e Cn+1 o g ( j ) = dj 1 j n1 e : C +1 mensão 2. Neste caso, existe uma folheação F ( ) ; (n, n 1)
Cn+1 tais e 1 = * ( 1 ) onde 1 e integravel e (k 2) 1 = dehnida em coordenadas homogêneas por G := iR iX1 ...iXn1 "n .
iRn i 1 ...i n1 "n onsidere
a aplicação p: A (Cn+1 ) dada por p(X) =
X
= j=0 j1 X j . O conjunto := p( ) é um sub-grupo imerso
rova omo tem posto n, * : C +1 Cn+1 tem posto n 1. em A (Cn+1 ), de dimensão n1, em geral não fechado. Por um teo-
Logo existem coordenadas homogêneas z = (z0 , ..., z ) ; C +1 e rema clássico de grupos de Lie, existem um grupo de Lie simplesmente
( 0 , ..., n ) ; Cn+1 tais que *(z0 , ..., z ) = (z0 , ..., zn ). oloquemos conexo , de dimensão n1, e um homomorhsmo : , o qual
n
f = j=0 ffj ( ) d j , onde ff0 , ..., ffn são homogêneos de grau df , é uma aplicação de recobrimento. sto permite dehnir uma ação de
1 f n1. Dehnamos campos homogêneos ˜f de grau df em C +1 : Cn+1 Cn+1 por ( , z) = ( ).z. Esta ação indu uma
n
por f (z) = j=0 ffj (z0 , ..., zn ) dzj . Vemos então que *(z). ˜f (z) =
˜ outra : n n
dada por ( , [z]) = [( , z)], onde [z] denota
f (*(z)), 1 f n 1. olocando v1 := (/(zn+1 ,...,v n := a reta complexa de Cn+1 que contém z W= 0 e passa pela origem. Note
(/(z , temos que as órbitas de dimensão n 1 desta ação são as folhas de F ( ).
omo (k 2) 1 = iR d 1 e 1 W# 0, obtemos d 1 W# 0. Logo, omo os campos jI são lineares, os coehcientes aij são constantes,
1 , ..., n são linearmente independentes e, após uma mudança logo ( ) :=< 1 , ..., n1 > é uma álgebra de Lie.
de coordenadas linear em C +1 , podemos supor que 1 = (/(zn+1 ,
Exemplo 4.2.2. Para n 3, dehna
..., n = (/(z . omo i d 1 = 0, da integrabilidade, obtemos
n
3
que i 1 = 0 e L ( 1 ) = 0. sto implica que 1 só depende ( 3
das variáveis (z0 , ..., zn ), isto é, 1 =
n Xn1 = i zi , i =0
j=0 fj (z0 , ..., zn ) dzj . Em (zi
i=0 i
particular, d 1 só depende de (z0 , ..., zn ). omando (z0 , ..., z ) = (4.21)
nk
3
(z0 , ..., zn ), temos 1 = ( 1 ), onde 1 = nj=0 fj ( ) d j . oloque- (
n Xk = zi+k , k = 1, ..., n 2
mos ˜f = j=0 gfj (z)(/(zj e dehnamos ˆf := j=0 gfj (z)(/(zj , i=0
(zi
Não é dif´cil ver que [Xi , Xj ] = 0 se 1 i < j n 2 (verihque). Ex. 4. . Sejam g : (Cf , ) (C , a) um germe de aplicação holo-
nk
Por outro lado, [Xn1 , Xk ] = i=0 ( i+k i ) zi+k (/(zi . Logo,
morfa e = g(Cf , ). Dehna T = m( g( )) 2 C . Prove que
se escolhermos i = i 0 , temos i+k i = k e [Xn1 , Xk ] = é irredut´vel e que dim( ) dim(T ).
k Xk , 1 k n 2. Nestecaso, :=< X1 , ..., Xn1 > é uma
Ex. 4.1 . Seja o conjunto de polinômios homogêneos de grau
álgebra de Lie e a condição i i = 0 implica que 0 = n/2.
em C . onsidere a norma ||.|| em dehnida por ||f || :=
Logo, := iR iX1 ...iXn1 " dehne em coordenadas homogêneas uma
s p{|f (z) |z| 1}. Dada = ( 1 , ..., k ), onde j ; , 1
folheação F ( ) ; (n, n 1). Podemos calcular d utili ando a
fórmula (4.3). Ela nos fornece d = iX1 ...iXn i ", onde j k, denote por X( ) o conjunto algébrico ( = 0). Suponha que
dC (X( )) f, onde 1 f m. Prove que existe 6 > 0 tal que se
(n 1)(n 2) = ( 1 , ..., k ) são tais que j ; e || j j || < 6, 1 j k,
= R (1)n+1 (n 1)Xn1 ,
2 então d(X( )) f.
n
como o leitor pode verihcar. Note que = j=0 j zj (/(zj , onde Ex. 4.11. onsidere Cn+1 com as coordenadas (z1 , ..., zn+1 ). Seja
j W= 0, 0 j n. Segue de (4.21) que, se (zn , zn1 , zn ) W= (0, 0, 0) = z1 ...z , n 1. Prove que, se i W= j para
j=1 j
então os vetores X1 (z), ..., Xn1 (z), (z) são linearmente indepen- i W= j então d(sing(d )) 3. onclua da´ que (n p1 , ..., p ) 2
dentes. Logo sing(d ) 2 ( n = n1 = n = 0) e satisfa as (n, 2), se n 1 e pj = 1 para todo j = 1, ..., .
hipóteses do teorema .
Ex. 4.12. Sejam = p (/( (/( z(/(z e X tais que
e o 4.2. . Sejam a álgebra de Lie do exemplo 4.2.2 e
[ , X] = X e g (F ( , X)) = f. Prove que existe um polinômio g
F( ) ; (n, n 1). É poss´vel provar que é uma comonente
tal que (g) = .g e, se = X g. então g ( ) = f 1.
r´gida (veja [ -P]). No caso n = 3 esta componente coincide com
f (3 3, 2, 1 1, 1), ou seja a componente descrita em (b) do corolário Ex. 4.1 . Seja X um campo em C dehnido por
4.2.2. ostar´amos de observar que as componentes obtidas por pull-
back linear desta, ou seja, f (m 3, 2, 1 1, 1), m 4, são também ( ( (
X( , , z) = f( ) g( , ) .
r´gidas. sto é consequência do corolário 4.2.3 e da proposição 4.2.2. ( ( (z
ais precisamente, em [ -V] prova-se o seguinte resultado :
Prove que o uxo de X é polinomial em ( , , , z). onsidere a
eo em 4.2.1. e a F ( ) a fol ea ao de odi ensao ind ida equação diferencial X( ) = com condição de contôrno (0, , z) =
or a s alge ra de ie 2 (n 1, C) on a e F( ) ( , z), onde é um polinômio. Prove que esta EDP tem uma única
satisfa a i otese do teore a e 1( , (n 1, C)/ ) = 0 solução, a qual é polinomial.
entao F ( ) e rgida
Ex. 4.14. Sejam = 3 (/( 2 (/( z (/(z, X = (a
z)(/( ( d z)(/( ( f z )(/(z, ; {[a : ... : f ] ;
4.3 Exerc´cios. | d 2f = 0} := . oloque = i iX ". Seja F ( ) a
folheação de que é representada na carta ahm C 2 por .
Ex. 4.1. Seja F uma folheação de codimensão um numa variedade Prove que existe um conjunto algébrico B 2 tal que se ;
/ B
complexa M de dimensão n 3. Suponha que existem n 1 campos então F ( ) possui três singularidades simples, duas nilpotentes do
de vetores meromorfos em M , X1 , ..., Xn1 , tangentes a F , e p ; tipo [1 : 2 : 3] e a outra semi-simples. s outras singularidades de
M \ j (Xj ) tail que X1 (p) + ... + Xn1 (p) W= 0. Prove que T F é F ( ) são de upka.
localmente livre.
3
(1)j+1 div( j) i 1 ...i/ ...i ", Neste cap´tulo classihcaremos as componentes irredut´veis de (n, 1)
j=1 e (n, 2), n 3. Veremos que para todo n 3, (n, 1) possui
onde " = dz1 + ...dz e div( ) é dehnido por d(i ") = div( )". duas componentes irredut´veis e (n, 2) seis.
(ii). L = 0 R z1 (/(z0 z (/(z1 , 0 ; C. rova á vimos nos cap´tulos anteriores que (n 2, 2), (n 1, 3),
(n 1, 1, 1, 1), (n 1, 1, 2), P BL(n, 2) e f (n 1, 2, 3 1, 1) são com-
(iii). L = 0 ((z0 z1 )(/(z0 z1 (/(z1 ) z (/(z , 0, ;Ce ponentes irredut´veis de (n, 2). Vamos provar que (n, 2) é a
0 W= 0. união destas componentes.
No caso (i), obtemos = 0 z1 .z dz0 1 z0 .z dz z0 .z1 dz , Seja F ; (n, 2). Vamos supor que d(sing(F )) 2. omo
onde 0 = 1 , 1= 0e = 1 . Neste caso, a forma na prova do teorema , a idéia é considerar um 2-plano em posição
logar´tmica := j=0 j satisfa iR = 0, logo indu uma 1- geral com F. Dado p ; n \ sing(F ), por abuso de linguagem, vamos
denotar por Tp F o (n-1)-plano de n que passa por p e é tangente
forma meromorfa fechada logar´tmica em , a qual denotaremos
a F em p. dihculdade aqui é que, diferentemente do caso de grau
também por . forma dehne .
um, nem toda folheação de grau dois em pode ser dehnida por
No caso (ii), temos = z dz0 z1 .z dz1 (z1 z0 .z )dz . Seja
uma forma meromorfa fechada. emos duas possibilidades :
:= (2 z0 .z z1 )/z . Um cálculo direto mostra que = z (2z0 .z
z1 ) . Logo é uma integral primeira de F . Em particular, é ( ). Existe p ; n \ sing(F ) tal que Tp F contém um plano l ,
1 com p ; , o qual tem uma tangência não degenerada (de
dehnida pela forma fechada = = 2 1
.
No caso (iii), vem que = 1 z (z0 dz1 z1 dz0 ) orse) com a folha Lp de F em p.
0 z1 (z1 dz
z dz1 ), 1 = 0 . olocando = 1 / 0 , temos ( ). Para todo p ; n \ sing(F ) e todo plano 2 Tp F , com p ; ,
1 dz dz1 a tangência de Lp com é degenerada. Uma folheação que
:= = (z1 dz0 z0 dz1 ) = satisfa esta propriedade será chamada de fol ea ao de onge
0 .z1 .z z z1 z1
ere.
= 11 d( .z0 /z1 ). omo iR = 0, esta forma indu uma aso ixemos uma carta ahm := ( 1 , ..., n ) ; Cn 2 n tal
forma fechada em que dehne em \ () . que p = 0 ; C , Tp F Cn = ( n = 0) e Cn = ( = ... = n = 0).
n
Seja := ( ) l . Pelo lema .1.1, a folheação = F| Neste caso, podemos parametri ar uma vi inhança de p = 0 em Lp
pode ser dehnida por uma 1-forma fechada . proposição 3.1.1 da por z := ( 1 , ..., n1 ) ) (z, *(z)), onde * : C é holomorfa,
seção 3.1 implica que pode ser estendida a uma 1-forma meromorfa vi inhança de 0 ; Tp F , *(0) = 0 e *(0)
fechada em n , que dehne F. Pela proposição 1.2. da seção 1.2 = 0. O jato de ordem dois
de * em 0 é da forma j (*, 0)( ) = 1ijn1 aij i . j . Di er que
podemos escrever tem tangência não degeneradacom Lp em p é equivalente a que
k a forma quadrática ( 1 , ) := 1i j aij i . j seja não degener-
3 dfj g
= d( ada. Por outro lado, como p ; / sing(F ), F tem uma integral primeira
j 1 ) ,
j=1
fj f1 1 1 ...fk holomorfa local, digamos f : C, 0 ; , tal que df (0) W= 0 e (f =
por uma 1-forma meromorfa fechada . Escrevendo em coordenadas Logo gr(g) = 2 e gr(f1 ) = gr(f2 ) = 1. Obtemos da observação 3.3.1
homogêneas, obtemos o seguinte : da seção 3.3 que F ; L(n; 1, 1, 2).
o ol o .2.1. e ; (2, 2) oss i entro entao ode Caso (F). Como no caso anterior, r = 2 e podemos supor que
ser dehnida e oordenadas o ogeneas or a for a fe ada fj |E = Fj , j = 1, 2. Logo, gr(f1 ) = gr(f2 ) = 1. Comparando os
de dos seg intes ti os divisores de polos, obtemos s1 = s2 = 2 e = df f1
1
df 2
f2
+ d(g/f1 .f2 ),
onde g|E = G e gr(g) = 2. A observação 3.3.1 da seção 3.3 implica
= d( / ) onde g ( ) = 3 e g ( ) = 1 que F ; L(n; 1, 1, 2).
Caso (G). r = 2, s1 = 2, s2 = 1 e = df df2
f1 2 f2 + d(g/f1 ), onde
1
= j=1 j onde j ; C g ( j ) = 1 1 j 4 e
f1 |E = G, f2 |E = F e g|E = F1 . Logo, F ; L(n; 1, 1, 2).
j j = 0
Caso (H). Comparando |E com obtemos r = 2 e = 3 df df2
f1 2 f2 ,
1
= j=1 j onde j ; C 1 j 3 g ( 1 ) = g ( ) = onde f1 |E = G e f2 |E = H. Neste caso, gr(f1 ) = 2, gr(f2 ) = 3 e
1 g ( )=2e 1 2 =0 = f13 /f22 é uma integral primeira de F . Veremos em seguida quais
as poss´veis expressões para f1 e f2 , módulo automorhsmo de Pn .
= j=1 j d( / ) onde g ( ) = 1 g ( j ) = 1 Seja uma 1-forma em Cn+1 que representa F em coordenadas
1 j 3 1, ; C ;C e j j =0 homogêneas e coloquemos = f1 .f2 . = 3 f2 df1 2 f1 df2 . Como
= 1
1
d( / 1) onde g ( 1) =g ( )=1eg ( )= + = 0, devemos ter = f. , onde f é linear, já que os coehcientes
2 de têm grau três e os de grau quatro. Como = f1f.f2 é
fechada, o hiperplano (f = 0) é invariante por F (veja o Ex. 5.5).
= 11 d( / 1. ) onde g ( 1) = g ( ) = 1 e
Em particular, (f = 0) está contido em algum n´vel de , digamos
g ( )=2
= c, que corresponde a c := f13 c.f22 , se c W= , e = f22
= 2 d( 1/ ) onde gr(F ) = gr(F1 ) = 1 e gr(G) = 2. se c = . Na verdade f2 | c , pela proposição 1.2.4 da seção 1.2
(Darboux). Consideremos um sistema de coordenadas homogêneo
(H). = 3 dG
G
2 dH
H
, onde gr(H) = 3 e gr(G) = 2. (z1 , z2 , z3 , z4 , ..., zn+1 ) ; Cn+1 tal que f = z4 . Temos três sub-casos
A prova consiste em homogeneizar os polinômios que aparecem a considerar :
nos diversos casos do teorema 5.1, isto é, substituir (x, y) por (x/z, y/z) Caso (H.1). c = 0. Neste caso, z42 | f13 , logo z4 | f1 . Como
nestes epolinômios. Os detalhes são deixados para o leitor. Gostar´amos z4 | 3 f2 df1 2 f1 df2 , obtemos que z4 | f2 df1 . Portanto, z4 | f2 , ou
apenas de destacar a correspondência entre os casos no teorema e no z4 | df1 .
corolário : (a) hp (A), (b) hp (B), (c) hp (C), (d) e (e) hp Se z4 | f2 , temos f1 = z4 .* e f2 = z4 ., onde gr(*) = 1, gr() = 2,
3
(D), (f) e (h) hp (E), (g) hp (F), (i) hp (G) e (j) hp (H). e = z4.*2 . Em particular, d = dz d* d
z4 + 3 * 2 que é logar´
4
tmica.
A idéia agora é utilizar a mesma técnica da prova do teorema 6. Obtemos que F ; L(n; 1, 1, 2).
Pela proposição 3.1.1, pode ser estendida a uma 1-forma meromorfa z3
Se z4 | df1 então f1 = a.z42 , onde a W= 0. Logo, a3 . = ( f42 )2 .
fechada que dehne F em Pn . Podemos escrever
Portanto, = zf23 é integral primeira de F e obtemos F ; R(n; 1, 3).
r 4
3 dfj Caso (H.2). c = . Neste caso, z4 | f2 . Vamos supor que z4
= j + d(g/f1s1 1 ...f sr 1 ) , (5.1)
fj não divide f1 , já que este caso foi estudado no ´tem anterior. Como
j=1
r z4 | 3 f2 df1 2 f1 df2 , vem que z4 | df2 , logo f2 = z42 .*, onde gr(*) = 1.
onde, r 1, j=1 j .gr(fj ) = 0, sj 1 e gr(g) = j (sj 1)gr(fj ). Logo, d = 3 df 1 dz4 d*
f1 4 z4 2 * e F ; L(n; 1, 1, 2).
Comparando os res´duos e os divisores de polos de e de = |E , de Caso (H.3). c W= 0, . Após compor à esquerda com uma
acordo com o caso no corolário 5.2.1, obtemos o seguinte : tranformação de Moëbius, podemos supor que c = 9/8. Neste
Caso (A). r = 1 e = d(g/f13 ), onde g|E = H, f1 |E = F , caso, z42 | 8f13 + 9f22 . Em particular, z4 divide 8f13 + 9f22 e (8f13 +
gr(g) = 3 e gr(f1 ) = 1. Neste caso, g/f13 é integral primeira de F e 9f22 )z4 = 6(4f12 .f1z4 + 3f2 f2z4 ). Coloquemos gj := fj |(z4 =0) , j = 1, 2.
F ; R(n; 1, 3). Como z4 | 8f13 + 9f22 , temos 8g13 = 9g22 . Isto implica que existe um
Caso (B). Neste caso 2 r 4. Se r = 4, podemos supor polinômio linear m = m(z1 , z2 , z3 , z5 , ..., zn+1 ) tal que g1 = m2 /2
que fj |E = Fj , 1 j 4, o que acarreta j = j , 1 j 4, e g2 = m3 /3 (verihque). Se m = 0 então z4 divide f1 e f2 , caso
e F ; L(n; 1, 1, 1, 1). Se r < 3 uma ou mais das curvas fj |E é que já foi considerado anteriormente. Logo, podemos supor que
redut´vel, podendo ter grau dois ou três. Conforme o caso, temos : m W= 0. Após uma mudança linear no plano (z4 = 0), podemos
r = 3 e podemos supor que fj |E = Fj , j = 1, 2, e que f3 |E = F3 .F4 . supor que m = z3 . Portanto existem polinômios homogêneos g e h,
Isto acarreta j = j , j = 1, 2, e 3 = 3 = 4 . Obtemos que com gr(g) = 1 e gr(h) = 2, tais que
F ; L(n; 1, 1, 2). Se r = 2, temos duas possilidades : 1a . f1 tem grau
z32 z3
um e f2 grau três, sendo f1 |E = F1 e f2 |E = F2 .F3 .F4 (por exemplo). f1 = + z4 .g e f2 = 3 + z4 .h . (5.2)
Isto implica que 1 = 1 e 2 = 2 = 3 = 4 = 1 /3. Obtemos 2 3
F ; R(n; 1, 3). 2a . f1 |E = F1 .F2 , f2 |E = F3 .F4 , 1 = 1 = 2 e Como z4 | 4f12 .f1z4 + 3f2 f2z4 , obtemos de (5.2) que z4 | z3 .g + h (ver-
df1 df2
2 = 2 = 3 , o que acarreta = 1 ( f1 f2 ) e F ; R(n; 2, 2). ihque). Logo, podemos escrever h = z3 .g + z4 .k, onde gr(k) = 1.
Em particular, ( (z d = z dx + z dy, obtemos que z # z # 0. Logo =
(x, y)dx + (x, y)dy e F ; (3, k).
z32 z3 Caso ( ). Vamos supor que F ; / (3, k). Se todas as folhas de
f1 = + z4 .g e f2 = 3 z3 z4 .g + z42 .k . (5.3)
2 3 F são algébricas, então F possui uma integral primeira racional ,
pelo teorema de Darboux (Teorema 1.3). Escrevamos = F/G, num
Temos duas possibilidades : 1a - dz3 +dz4 +dg = 0. 2a - dz3 +dz4 +dg W=
sistema de coordenadas homogêneo. O fecho das folhas de F são as
0.
componentes irredut´veis das superf´cies c := (F c.G = 0). Vimos
Suponhamos dz3 + dz4 + dg = 0. Neste caso, g = a.z3 + .z4 ,
z2
no lema 5.2.1 que estas folhas são planares, cônicas, ou superf´cies
a, ; C. Isto implica que f1 = 23 + a.z3 z4 + .z42 := *(z3 , z4 ) e geradas pelas retas tangentes a uma curva algébrica. Ahrmamos que,
z3
f2 = 33 a.z32 z4 .z3 z42 +z42 .k := (z3 , z4 )+z42 .k. Se dz3 +dz4 +dk = exceto por um número hnito de folhas, todas as outras são cones.
0, então só depende z3 e z4 , logo = (z3 /z4 ) e z3 /z4 é integral De fato, no caso das superf´cies geradas pelas retas tangentes
primeira de F. Isto implicaria que gr(F ) = 0, já que estamos supondo a uma curva algébrica , vimos que 2 s ng(F ). Logo só pode
c d(s ng(F )) 2. Logo, dz3 + dz4 + dk W= 0. Após uma mudança de haver um número hnito destas. Por outro lado, se F possui uma
coordenadas linear, podemos supor que k = z2 e só depende das inhnidade de folhas planares, devemos ter gr(F ) = gr(G) = 1, ou
variáveis (z2 , z3 , z4 ). Isto implica que F ; (n, 2). seja, gr(F ) = 0, já que c d(s ng(F )) 2 (veja o Ex. 5.2). Logo
Por outro lado, se dz3 + dz4 + dg W= 0 então, após uma mudança possui uma inhnidade de n´veis cônicos. Como estamos supondo que
linear de coordenadas, podemos supor que g = z2 , o que implica F ; / (3, k), devemos ter uma inhnidade de vértices para estes
z2 z3 cones (veja o Ex. 5.3). Seja o fecho do conjunto { ; P3 | é
f1 = 23 +z2 .z4 e f2 = 33 z2 z3 z4 +z42 .k. Se dz2 +dz3 +dz4 +dk = 0,
obtemos novamente que só depende de (z2 , z3 , z4 ) e F ; (n, 2). vértice de algum n´vel c , cônico e irredut´vel}. Ahrmamos que é
Se dz2 + dz3 + dz4 + dk W= 0, após uma mudança linear de coordenadas, uma reta de P3 .
podemos supor que k = z1 . Neste caso, temos Com efeito, suponhamos o contrário. Neste caso, existem três
n´veis irredut´veis, correspondentes a folhas 1 , 2 , 3 , com respec-
(z2 z4 z32 /2)3 tivos vértices 1 , 2 , 3 não alinhados. Após uma compor à direita
= . (5.4) com uma transformação de Moëbius e à esquerda com um automor-
(z1 z42 z2 z3 z4 + z32 /3)2
hsmo de P3 , podemos supor que 1 = 0 : 0 : 1 : 0 , 2 = 0 : 1 : 0 : 0 ,
Como o leitor pode verihcar, neste caso, coincide com a inte- 3 = 1 : 0 : 0 : 0 , 1 = (F = 0), 2 = (G = 0) e 3 = (F G = 0).
gral primeira de (b) do corolário 4.2.2 da seção 4.2.1. Logo F ; Na carta ahm (x, y, z) l x : y : z : 1 , estas folhas são cilindros, sendo
f (n; 1, 2, 3; 1, 1). Isto termina a prova do caso (I). que as geratrizes de 1 são paralelas ao eixo z, as de 2 são paralelas
ao eixo y e as de 3 são paralelas ao eixo x. Da´ deduzimos que
Caso ( ). F é de Monge-Ampére. Por motivos técnicos, vamos
F = F (x, y) (não depende de z), G = G(x, z) (não depende de y) e
dividir a prova em dois casos : n = 3 e n 3. F G = H(y, z) (não depende de x). Como as folhas são irredut´veis,
Caso n = 3. Precisamos de dois lemas. A hm de não interromper temos também f := gr(F ) = gr(G) = gr(F G) = gr( ). Note que
a demonstração do teorema, daremos a prova do primeiro lema no f 2, pois estamos supondo que gr(F ) 0. Expandindo estes
hnal. O resultado a seguir é essencialmente devido a Gauss. polinômios em monômios e utilizando a relação F (x, y) G(x, z) =
H(x, y), obtemos que F (x, y) = f (x) + g(y), G(x, z) = f (x) + h(z) e
5 1 eF e a o ea ao de on e A e e e P3 en ao H(x, y) = g(y) h(z), onde f, g, h ; C . Deixamos esta verihcação
odas as s as o as sao s e es e adas. A e d s o, se e a para o leitor. Seja agora 4 uma quarta folha correspondente a um
o a de F en ao e os es oss dades n´vel cônico e irredut´vel c , com vértice em 4 , onde c ; / {0, 1, }.
Caso n 3. Seja F ; (n, 2) uma folheação de Monge-Ampére. (II). Se F é de Monge-Ampére então F ; (n, 2) R(n; 2, 2).
Temos duas possibilidades : 1a . Existe um 3-plano 2 Pn , em
posição geral com F , tal que F |E tem uma integral primeira = F/G Isto termina a prova do teorema.
como em (5.5), onde gr(F ) = gr(G) = 2. Neste caso, pela proposição 5 1 Fixemos uma folha de F e p ; .
3.1.1, pode ser estendida a uma integral primeira = f /g de F , Vamos supor que não é um plano linearmente mergulhado. Seja
onde gr(f ) = gr(g) = 2 e obtemos que F ; R(n; 2, 2). ( , (x, y, z) ; C3 ) um sistema de coordenadas ahns em P3 tal que
2a . Para todo 3-plano 2 Pn , em posição geral com F , a p = 0 ; C3 e F = (z = 0). Neste caso, podemos parametrizar
folheação E = F |E é um pull-bac linear de uma folheação em uma vizinhança de 0 = p em como (x, y) = (x, y, *(x, y)), onde
P2 . Neste caso, todas as folhas de E são cônicas com vértice num *(0, 0) = 0 e *(0, 0) = 0. Como é não planar, temos * W# 0 e
único ponto p( ) ; . Gostar´amos de observar que esta condição 2
* W# 0. Vamos supor * : C, onde é uma bola com centro
é válida para qualquer 3-plano transversal a s ng(F ), já que se em (0, 0) ; C2 . Dado = (x , y ) ; , dehna a seguinte forma
p ; s ng(F |E ) s ng(F ) então F |E não pode ter integral primeira quadrática :
local com singularidade de Morse em p. Em particular, o conjunto
{ ; Gr(n, 3) | está em posição geral com F } é aberto e denso em ( )(h, k) := * ( ).h2 + 2 * ( ).h.k + * ( ).k 2 . (5.8)
Gr(n, 3).
Como F , = ( ), é parametrizado por (h, k) ) +
5 ea F ; (n, k), k 0, a o ea ao de on e * ( ).h + * ( ).k, a condição de que a tangência entre e F
A e e. on a e a a odo 3 ano 2 Pn , e os ao e a seja degenerada em é equivalente a que a forma quadrática em
o F , a o ea ao F |E e a nea de a o ea ao e (5.8) seja degenerada, já que *(x + h, y + h) (*( ) + * ( ).h +
P2 . En ao F ; (n, k). * ( ).k) = 12 ( )(h, k)+ (|(h, k)|3 ). Portanto, * ( ).* ( )
o a. Provemos o lema para n = 4. Fixemos dois hiperplanos * ( )2 = 0, para todo ; . Em particular * satisfaz à equação
distintos de , F 2 P4 em posição geral com F , tais que p( ) ; / F. de Monge-Ampére, * .* *2 = 0. Como não é planar, alguma
Em coordenadas homogêneas e F são dehnidos por ( = 0) e das segundas derivadas parciais de * é não identicamente nula.
( = 0), onde e são lineares. Coloquemos := ( + . = 0) Caso ( ). * # 0. Neste caso, como * .* = *2 # 0, devemos
e = F . Fixemos coordenadas homogêneas x0 : x1 : x2 : x3 : x4 ter * # 0 ou * # 0. Suponhamos, por exemplo, que * # 0 e
tais que = x4 e 1 = x0 . Na carta ahm C4 := (x0 = 1), F é o * W# 0. Obtemos então que *(x, y) = a(x) + .y, a ; ( ), ; C.
hiperplano do inhnito, = (x4 = ) e 0 = . Seja := { ; Portanto, dado (x , y , *(x , y )) ; , a reta ( ) := (x , y +
P1 | está em posição geral com F }. Pelo que vimos acima, é , a(x ) + (y + )) está contida em . Logo é uma superf´cie
aberto e denso em C. Seja f : P4 dehnida por f ( ) = p( ) ; regrada. Além disto, as retas da regragem são paralelas neste sistema
. Ahrmamos que f é holomorfa em e se estende a uma função de coordenadas e se encontram no ponto = 0 : 1 : : 0 do plano
meromorfa em P1 . do inhto. Logo, é um cone sobre e satisfaz (b) do lema.
Com efeito, seja uma forma em C5 com coehcientes homogêneos Caso ( ). * W# 0. Neste caso, * , * W# 0. Em particular, se
de grau k+1 que dehne F em coordenadas homogêneas. Se f ( ) ; C4 , * ( ) W= 0 (resp. * ( ) W= 0) então ( )(h, k) = * 1( ) (* ( ).h+
no ponto f ( ) ; C4 = (x4 = ) a forma |( =1, 4 = ) tem o * ( ).k)2 (resp. ( )(h, k) = * 1( ) (* ( ).h + * ( ).k)2 ), como
k-ésimo jato nulo e o k + 1-ésimo jato não nulo. Este é o único o leitor pode verihcar diretamente.
ponto em (x4 = ) com esta propriedade. Estamos usando aqui Consideremos a folheação de dehnida por d* = * dx +
que todas as folhas de F |E são cones com vértice em f ( ). Logo, * dy = 0. Note que coincide com a folheação dehnida por d* =
f ( ) é dehnido por j ( ( =1, 4 = ) , p) = 0. Em particular, f é uma * dx + * dy = 0, já que d* + d* # 0. Em particular, * e
* são integrais primeiras de . Ahrmamos que as folhas de são Para provar este fato, é suhciente demonstrar que, para s hxo, as
segmentos de reta contidos em . retas &( ,s) e s ( ) = (s) + I (s). coincidem. Como ambas as retas
Com efeito, hxemos um ponto = (x , y ) ; tal que * ( ) W= passam pelo ponto (s), é suhciente provar que as suas direções coin-
0. Neste caso, ou bem * ( ) W= 0, ou bem * ( ) W= 0. Supon- cidem. A direção de &( ,s) é a do vetor (s) = (1, H(x , s), * (x , s)
hamos, por exemplo, que * ( ) W= 0. A folheação é dehnida H(x , s).* (x , s)). Por outro lado, a direção de s é dada por I (s).
H
numa vizinhança de por * dx + * dy = 0, logo a folha de Calculando explicitamente, obtemos I (s) = H . |( ,s) , o que im-
que passa por pode ser parametrizada numa vizinhança de plica a ahrmação. Deixamos este último cálculo como exerc´cio para
por ) ( , ( )), onde I ( ) = H( , ( )), sendo H = * /* = o leitor.
* /* , numa vizinhança de . Da´ obtemos Em seguida provaremos que 2 s ng(F ). Isto implicará que
II I
é algébrica. A curva não é planar, pois caso contrário estaria
( ) = H ( , ( )) H ( , ( )). ( ) = H + H .H ( , ( )) . contida num plano e seria este plano. Isto implica que (s) :=
I (s) + II (s) + III (s) W# 0 (veja o Ex. 5.8). Fixemos s tal que
Por outro lado, com H = * /* , temos
(s ) W= 0 e coloquemos = (s , 0) = (s ). Se W= 0 e (s) W= 0
H * * * * .* * então s (s, ) = I (s) + .II (s) e (s, ) = I (s), logo (s, ) =<
= = =( ) =H . (5.9) I (s), II (s) .
H * * * *2 *
Sejam z = (z1 , z2 , z3 ) ; C3 , um sistema de coordenadas ahm,
Logo, II ( ) # 0, o que implica que a folha de por = (x , y ) tal que z( ) = 0, e = 3j=1 (z) dzj uma 1-forma holomorfa que
é um segmento de reta e é parametrizada por ) (x + , y + a. ), representa F numa vizinhança de = 0. Como (s, ) é gerado
a = * ( )/* ( ). Como * e * são integrais primeiras de por I (s) e II (s), temos
, as funções ) * (x + , y + a. ) e ) * (x + , y + a. ) são l
( (s, )).I (s) # 0 =p ( ).I (s ) = 0
constantes, logo (5.10)
( (s, )). (s) # 0 =p ( ).II (s ) = 0
II
d2 d
*(x + , y +a. ) = (* (x + , y +a. )+a.* (x + , y +a. )) = 0 . Vamos provar que ( ).III (s ) = 0. Como (s ) W= 0, os vetores
d2 d
I (s ), II (s ) e III (s ) são linearmente independentes, o que im-
Em particular, *(x + , y + a. ) = *(x , y ) + . , onde ; C. Logo plicará ( ) = 0, ou seja, ; s ng(F ).
a reta ) (x + , y + a. , *(x , y ) + . ) está inteiramente contida Derivando a segunda relação em (5.10) com respeito a e a s em
em . Isto prova que é regrada. s = s , = 0, temos respectivamente,
Provemos que se não é o plano F então satisfaz (b) ou (c). T
33
Fixemos um ponto = (x , y ) ; tal que a folha de por
( I II
j ( ).j (s )).j (s ) = 0
corta transversalmente o eixo (x = x ), por exemplo. Neste caso, a
z j=1
folha de que passa por (x0 , y) é a reta parametrizada ( ) = (x +
3
3
, y H(x , y). ), onde H = * /* = * /* . Vamos considerar
III
Z ( ). (s ) +
( j( ).Ij (s )).IIj (s ) = 0
dois sub-casos :
j=1
Caso ( .1). odas as e as 2 F , se en on a n es o
on o ; F . Vamos analisar o caso em que = (a, ) ; C2 e Logo, ( ).III (s ) = 0, como quer´amos. Portanto 2 s ng(F ).
deixar para o leitor o caso em que está na reta do inhnito de F . Como é algébrica, a superf´cie gerada por suas tangentes também
Como as retas , se encontram no ponto (a, ), para y hxo, existe é algébrica, o que prova o lema.
Cap´tulo 6 Como vimos no cap´tulo anterior, c (2, 2) foi estudada, num caso
particular, por Dulac em D . A simplihcação que mencionamos, é a
seguinte :
tendemos apresentar este problema e enunciar alguns resultados con- Para r = 3 obtemos 1 (x.y) = 0. Como 0 é singularidade não
hecidos. degenerada de , obtemos 1 = a(x (/(x y (/(y), a W= 0 (ver-
ihque). Dividindo por a, podemos supor que 1 = x (/(x
6.1.1 A variedade das folheações com um centro. y (/(y. Denotemos por (2, k) o conjunto dos campos polinomi-
ais = 1 + ... + + g. tais que 1 = x (/(x y (/(y e por
Diremos que uma folheação singular F em P2 é algébrica, se ela ˜ c (2, k) = { ; (2, k) | possui um centro de Morse em 0}. Va-
é dehnida em cartas ahns por um campo polinomial. Diremos que mos provar que ˜ c (2, k) é uma sub-variedade algébrica de (2, k).
F tem um centro em p ; P2 , se p ; s ng(F ) e numa carta ahm Isto implicará que c (2, k) é algébrico.
2
2 P2 , tal que p = 0 ; 2 , ela é representada por um campo Podemos reescrever (6.1) como
de vetores polinomial , cujas trajetórias numa vizinhança de p, são 3
homeomorfas a c´rculos que contêm p em seu interior. Diremos que o 1 (fr ) = (fj ) , r 2 . (6.2)
centro é de Morse, se p é uma singularidade não degenerada de e +j=r+1
possui uma integral primeira anal´tica local com uma singularidade
de Morse em p. No caso de folheações complexas, a dehnição de Estas relações sugerem que podemos determinar indutivamente fr , se
centro de Morse é similar. conhecemos f2 , ..., fr1 . Denotemos por n o conjunto de polinômios
homogêneos de grau n em duas variáveis. O campo linear 1 induz
6 1 1 Sejam 2 2 um aberto e f : uma um operador linear em n : n n dada pela derivação g ; n )
função anal´tica que possui uma singularidade de Morse em p ; . É n (g) := 1 (g) ; n .
conhecido que, neste caso, existe um sistema de coordenadas anal´tico
(x, y) ; 2 , numa vizinhança de p, tal que x(p) = y(p) = 0 e f (x, y) = 6 1 1 e n e a en ao n : n n e so o
f (p) + x2 y 2 . Em particular, a folheação dada por df = 0, tem um hs o. e n = 2m, e a , en ao k r( n ) = C.(x.y) . A e d s o,
centro de Morse se, e somente se, f (x, y) = f (p) + x2 + y2 . No caso m( 2 ) =< x .y j | , j W= m .
em que o centro p de uma folheação F não é de Morse, em geral o a. Note 1 (x .y j ) = ( j)x .yj . Logo, o conjunto de
F não possui integral primeira anal´tica numa vizinhança de p (veja monômios j
n = {x .y | + j = n} é uma base de auto-vetores
Ce-LN-Be ). para n . Se n é ´mpar então j W= 0 para todo , j com + j = n.
O problema do centro, para folheações algébricas em P2 , pode Por outro lado, se n = 2m e + j = 2m então j = 0 se, e somente
ser enunciado da seguinte forma : se, = j = m. Isto prova o lema.
Voltando ao sistema (6.2), podemos determinar fr conhecendo
1 C ass h a os en os das o ea oes a e as de P2 . f2 , ..., fr1 , sempre que r seja ´mpar. Em particular, podemos deter-
minar f3 por 1 (f3 ) = 2 (x.y), obtendo f3 (x, y) = 1 3 ( 2 (x.y)) :=
Este problema nos parece muito dif´cil. No entanto, se restringir-
F3 (x, y, 2 ). Nesta notação estamos indicando que f3 é um polinômio
mos aos centros de Morse, temos uma simplihcação. Como a fol-
em (x, y), cujos coehcientes são polinômios dos coehcientes de 2 . Ao
heação é algébrica, podemos considerar a sua extensão anal´tica de
tentarmos determinar f4 , obtemos
P2 a P2 , que consiste simplesmente em considerar as equações poli-
nomiais em cartas ahns 2 , como equações em C2 . Esta extensão, 4 (f4 ) = 1 (f4 ) = 2 (F3 (x, y, 2 )) 3 (x.y) := F4 (x, y, 2, 3) ,
dehne uma folheação em (2, k), para algum k 1. m centro
de Morse em P2 vai originar um centro de Morse em P2 , como foi onde F4 (x, y, 2 , 3 ) = +j=4
j
j ( 2 , 3 )x .y , sendo j ( 2, 3)
dehnido no cap´tulo anterior. Denotemos por c (2, k) o fecho do con- um polinômio nos coehcientes de 2 e 3 . Se f é integral primeira
junto das folheações em (2, k) que possuem um centro de Morse. de então a equação linear acima tem solução, o que acarreta
22 ( 2 , 3 ) = 0, pelo lema 6.1.1. Esta é a primeira equação que 1 a a oda o onen e de (n, d), c (2, )e a
dehne a variedade ˜ c (2, k). Em seguida, pelo lema 6.1.1, podemos de- o onen e ed e de c (2, d).
terminar f5 (x, y) = F5 (x, y, 2 , 3 , 4 ) = 1 5 ( 2 (F4 ) 3 (F3 )
A conjectura 1 é verdadeira nos seguintes casos : componentes
4 (x.y)). Ao escrevermos a sexta equação, de maneira análoga, obte-
mos (f ) = 1 (f ) = j racionais, logar´tmicas, d = 1 e d = 2. Neste último caso ela decorre
+j= j ( 2 , 3 , 4 , 5 )x .y , a qual
tem solução se, e somente se, 33 ( 2 , ..., 5 ) = 0. Esta é a se- da classihcação de Dulac. Para as componentes do tipo pull-bac , este
gunda equação da variedade ˜ c (2, k). Prosseguindo indutivamente problema só se coloca no caso dos pull-bac não lineares, uma vez que
com este processo, para todo n = 2m, par, obtemos um polinômio os lineares são Monge-Ampére. Neste caso, no entanto, o problema
( 2 , ..., 2 1 ) tal que a equação em (6.2) tem solução se, e pode ser reformulado da seguinte maneira : se * : P2 Pn é um
somente se, ( 2 , ..., 2 1 ) = 0. Obtemos então a m-ésima mergulho linear e : Pn P2 é uma aplicação racional de grau k 2
equação algébrica de ˜ c (2, k). Levando em conta que j = 0 para então H * : P2 P2 é uma aplicação racional de grau k. Se é a
j k + 2, vemos que se ; ˜ c (2, k) então os coehcientes de componente do tipo pull-bac não linear, podemos identihcar c (2, )
com o fecho do conjunto { ; (2, d) | = (F ), F ; (2, r) e
2 , ..., g. satisfazem a todas as equações ( 2 , ..., g. ) = 0,
m 2. Seja c o ideal de (2, k) gerado pelos polinômios , : P2 P2 é racional de grau k}.
m 2. Como o anel de polinômios é Noetheriano, este ideal é hni- Outro problema que se coloca, uma espécie de rec´proca da con-
tamente gerado, logo ( c ) = { | ( ) = 0 , m 2} é um sub- jectura 1, é o seguinte :
conjunto algébrico de (2, k). Isto prova que ( c ) V ˜ c (2, k). Para Dada ; c (2, d), e s e a o ea ao F ; (n, d)
provar a igualdade, é necessário provar que todo ; ( c ) possui o n 3, nao on e A e e, a e = * (F ) a a a e
uma integral primeira local em 0 ; C2 . o nea * : P2 Pn
Seja ; ( c ). Neste caso, podemos resolver todas as equações
em (6.1) e obtemos uma série formal f = x.y + j3 fj tal que Novamente, a resposta é positiva para as folheações do tipo racional
(f ) = 0. Em geral, esta série não converge. No entanto, podemos e logar´tmico. Para encerrar esta seção, enunciaremos uma conjectura
utilizar o seguinte resultado devido a . F. Mattei e . Moussu : sugerida por H. Movasati.
61 ea = jf j e e de a o de e o es a e o onen e de (n, d), o de c (2, d),
o o o o e 0 ; C2 o s n a dade so ada e 0. e e s e oss e e en o F a e c d(s ng(F )) 2 e F oss a
a se e o a f = jr fj a e (f ) = 0 en ao oss ne a e a e o o a nao ons an e.
a ne a e a o o o a nao ons an e g = jr gj n a
n an a de 0 a e gr = fr . Para todas as componentes conhecidas, em ambos os casos, a
conjectura 2 é verdadeira.
Não provaremos o resultado acima. Para o leitor curioso in-
dicamos a referência Ma-Mo . Este resultado implica que se ;
( c ) então ; ˜ c (2, k). Logo ( c ) = ˜ c (2, k), o que prova o 6.2 Seqüências de Godbillon-Vey.
teorema 8.
Em seguida enunciaremos, sem provar, alguns resultados conheci- Seja F uma folheação de codimensão um numa variedade algébrica
dos sobre as componentes irredut´veis de c (2, k). Assim como no de dimensão n 2, c d(s ng(F )) 2. Neste caso, existe uma
caso das folheações de codimensão um em dimensão maior que três, 1-forma meromorfa W# 0, tangente a F (veja o Ex. 6.2). A forma
temos componentes do tipo racional e logar´tmico. Como no caso é integrável. Além disto, se 1 é uma outra 1-forma meromorfa
de dimensão maior, dehnimos R(2; p, ) como o fecho do conjunto tangente a F então 1 = f., onde f é meromorfa em . Vamos
das folheações de P2 que possuem uma integral primeira do tipo denotar por M(M ) o conjunto de funções meromorfas de M e por
F /G , onde gr(F ) = e gr(G) = . Análogamente, dehnimos M (M ) as meromorfas não identicamente nulas.
L(2; p1 , ..., pr ), r 3, como o fecho das folheações em P2 que podem
r dfj Dehnição 6.2.1. Diremos que uma seqüência (j )j0 de formas
ser representadas por uma forma logar´tmica do tipo j=1 j fj ,
meromorfas em M é uma seqüência de Godbillon-Vey associada a
gr(fj ) = pj , j ; C , 1 j r, e j j .gr(fj ) = 0. , se 0 = e a 1-forma , dehnida pela série formal em M × C,
6 a a odo p, ; o d = p + 2 e (p, ) W= (2, 2), 3 zk
o on n o R(2, p, ) e a o onen e de c (2, d). := dz + k (6.3)
k!
k0
No caso R(2, 1, d + 1) podemos asumir que G = 0 é a linha no
inhnito de uma carta ahm C2 2 P2 . Nesta carta ahm a integral é integrável, isto é, + d = 0. O comprimento da seqüência é o
primeira é o polinômio f := F |G=1 que tem grau d + 1. Esse caso menor N ; N {0, } tal que k = 0 para todo k N + 1.
foi provado por Il ashen o em Il . Generalizando o argumento de Observe que |z=0 = . Em particular, se a série converge
Il ashen o, a demonstração do caso geral, R(2; p, ), foi feita nas então ela dehne uma folheação G em M × C tal que G|(z=0) = F .
referências Mo e Mo1 . Diremos também que (k )k0 é uma seqüência de G.V associada à
folheação F .
6 a a odo r 2 e oda r a (1, p2 , ..., pr ), onde
r A condição de integrabilidade de é equivalente à seguinte :
pj ; , 1 p2 ... pr e d := j=2 pj 1 2, L(2; 1, p2 , ..., pr ) e
a o onen e ed e de c (2, d). k w W
3 k
A prova do resultado acima pode ser encontrada em Mo2 . Gosta- dk = 0 + k+1 + f + k+1f , k 0 . (6.4)
f
f=1
ria de mencionar que o autor, em conversa privada, me disse que
poss´velmente, com técnicas semelhantes, mas com algumas dihcul- As relações em (6.4) podem ser obtidas efetuando o produto exte-
dades técnicas, pode ser provado que L(2; p1 , ..., pr ) é uma compo- rior formal das séries em z de e d . Deixamos este cálculo como
nente irredut´vel de c (2, d), d = j pj 2. exerc´cio para o leitor (veja o Ex. 6.3).
Outro resultado, que já foi mencionado no cap´tulo anterior, é o
teorema de Dulac (teorema 5.1), o qual, juntamente com o teorema Observação 6.2.1. Seja N o comprimento da seqüência de G.V
5.2, dá uma classihcação das componentes irredut´veis de c (2, 2). (6.3). Segue de (6.4) que :
Motivados pelo método da prova do teorema 7, veremos um método
(a). Se N = 0 então a forma é fechada.
de produzir centros de Morse à partir de folheações de codimensão
um em dimensão maior que dois. Seja F ; (n, d), n 3, d 2. (b). Se N = 1 então d0 = 0 +1 e d1 = 0. Em particular, F tem
Suponhamos que F não é de Monge-Ampére. Neste caso, para todo uma estrutura transversal ahm com polos num sub-conjunto
mergulho linear * : P2 Pn , em posição geral com F , o 2-plano *(P2 ) anal´tico de codimensão um de M (veja a proposição 1.5.2 do
possui uma tangência de Morse com F , num certo ponto p ; *(P2 ). cap´tulo 1).
Em particular, a folheação * (F ) possui um centro em = *1 (p),
logo * (F ) ; c (2, d). Seja a componente irredut´vel de (n, d) (c). Se N = 2 então d0 = 0 + 1 , d1 = 0 + 2 e d2 = 1 + 2 ,
que contém F . Seja c (2, ) o fecho em (2, d) do conjunto das como o leitor pode verihcar. Em particular, pelo teorema 1.15
folheações da forma * ( ), onde ; e * : P2 Pn é um mergulho do cap´tulo 1, F tem uma estrutura transversal projetiva com
linear. Claramente c (2, ) é um sub-conjunto algébrico de c (2, d). polos num conjunto anal´tico de codimensão um.
Observação 6.2.2. Seja uma 1-forma meromorfa integrável em b . f 2. es e caso F ossui u a es u u a ans e sal o e i a
M com folheação associada F e uma seqüência de G.V (k )k0 . Se ah ou o anslacoes co olos nu sub-con un o anal ico
; M (M ) podemos dehnir : M × C M × C por ( , z) = de codi ensao u de M .
( , ( ).z). este caso,
o a. Seja (0 , 1 , ..., ) uma seqüência de G.V hnita para F ,
1 1 d 3 zk com W= 0. Suponhamos que F não possui estrutura transver-
k1
( ) = dz + 0 + z(1 + )+ ( .k ) .
k! sal projetiva, ahm, ou por translações. este caso, N 3 pela
k2
observação 6.2.1. Ahrmamos que 1 , 2 , não são identicamente
Em particular, obtivemos outra seqüência de G.V associada a F , nulas.
k )k0 , onde
(˜ ˜ 0 = 1 .0 ,
˜ 1 = 1 + e˜ k = k1 .k , se k 2. De fato, as três primeiras relações em (6.4) se escrevem :
ais geralmente, podemos obter outras seqüências de G.V associ- T
adas a F , operando com transformações dehnidas por séries formais
z d0 = 0 + 1
do tipo ( , z) = ( , j=1 j ( ).z j ), onde 1 ; M (M ) (veja o Ex. d1 = 0 + 2 (6.5)
6.4). É poss´vel provar que duas seqüências associadas à mesma fol-
Z
d2 = 0 + + 1 + 2
heação diferem por uma transformação formal deste tipo.
ro osição 6.2.1. e a M e u a a iedade al eb ica co d (M ) = Se 1 = 0, a primeira relação em (6.5) implica que 0 é fechada, logo
2. e W= 0 e u a - o a e o o a in e a el e M en ao F possui estrutura transversal por translações. Se 1 W= 0 e 2 = 0,
e is e u a seqüência de Godbillon-Vey a a . as duas primeiras implicam que F possui estrutura transversal ahm.
inalmente, se = 0, as três relações implicam que F tem estrutura
o a. omo M é algébrica, ela é pseudo-paraleli ável, isto é, transversal projetiva. ogo, j W= 0, = 1, 2, 3.
existem campos de vetores meromorfos em M , digamos 1 , ..., , Dadas duas 1-formas meromorfas em M , e # tais que # + = 0,
tais que o conjunto = { ; M j | j | | 1 ( ) + ... + ( ) W= 0} vamos usar a notação # . otamos que, se # e W= 0 então
é aberto e denso em M . Este é um fato bem conhecido, cuja prova existe ; M(M ) tal que # = . . Deixamos a verihcação deste fato
deixamos como exerc´cio para o leitor (veja o Ex. 6.5). Em particular, para o leitor. recisamos de um lema.
como d (M ) 2 e W= 0, existe ; {1, ..., } tal que := j () W#
0. Em particular, a função é meromorfa em M e se := 1 j , então e a 6.2.1. e a (0 , ..., ) co o aci a. e k, f 2 en ao k +
() = 1. O campo é meromorfo em M , logo podemos dehnir f = 0. a icula
uma seqüência de 1-formas meromorfas indutivamente por 0 := e
k+1 := (k ), k 0. omo = 0 é integrável, temos dk = 0 + k+1 + (k 1)1 + k , 0 k N . (6.6)
0= (0 + d0 ) = d0 0 + (d0 ) =p d0 = 0 + (d0 ) . o a. A relação de ordem 2N 2 em (6.4) pode ser escrita como
or outro lado, 1 = (0 ) = (d0 ) + d( (0 )) = (d0 ), logo 232 w W
d0 = 0 + 1 . Suponhamos que a relação (6.4) seja verdadeira para 2N 2
d2 2 0 + 2 1 = f + 2 1f .
k 0 e provemos que ela é verdadeira para k + 1. embrando que f
f=1
Hd=dH , temos : dk+1 = d( (k )) = (dk ) =
k w W omo N 3, temos 2N 2 N , logo 2 2 = 2 1 = 0 e o
3 k
= 0 + k+1 + f + k+1f = membro da esquerda se anula. or outro lado, no somatório do lado
f direito, se f N ou f N 1, então f + 2 1f = 0, logo a
f=1
k w W
D 2i D2 2i
3 k relação acima se escreve como 0 = 2 1 1 + =
= 1 + k+1 + 0 + k+2 + (f+1 + k+1f + f + k+2f ) = D2 2i
f 1
1 + . ortanto, 1 .
f=1
Suponhamos que a primeira ahrmação seja válida para k, f ,
k+1 w
3 W onde 2 N 1, e provemos que ela é válida para k, f 1.
k+1
= 0 + k+2 + f + k+2f , A relação de ordem N + 2 em (6.4) pode ser escrita como :
f
f=1
D k i Dki Dk+1i 32 w
+
N+ 2
W
como o leitor pode verihcar, utili ando que f1 + f = f . d + 2 0 + + 1 = f + + 1f
Estudaremos a seguir o caso de uma folheação holomorfa de codi- f
f=1
mensão um que admite uma seqüência de Godbillon-Ve hnita.
omo 2, o lado direito da relação acima é nulo. o somatório
e o 6.2.1. Sejam uma superf´cie de iemann compacta e do lado esquerdo, todos os têrmos se anulam para f 1 ou
0 , ..., , W= 0, 1-formas meromorfas em . A 1-forma em ×C f N , já que j = 0 se N . A hipótese de indução implica que os
k
dada por = dz + k=0 zk k é integrável e dehne uma folheação de têrmos em que f N 1 também se anulam. estam apenas no
codimensão um em ×C. ote que se estende meromorhcamente a somatório os têrmos de ordem f = 1 e f D= N . Osi têrmosD restantes
i
× 1 . om efeito, fa endo a mudança de coordenadas z = 1 em, nos fornecem . 1 + = 0, onde = + 12 + 2 W= 0.
ogo 1 . Em particular, f para todo f 1, logo
temos = 2 + k=0 k 1 k k , a qual é meromorfa numa vi inhança
de ( = 0). ogo, dehne uma folheação F em × 1 . A forma existe f ; M(M ) tal que f = f . , 1 f N . sto implica
admite uma seqüência de G.V hnita de comprimento N . De fato, que k + f = 0, se k, f 1, como quer´amos. A relação (6.6) é
(k)
como ( (z = 1, dehnindo k := ( (z (), obtemos esta seqüência. obtida da relação de ordem k em (6.4) notando que f + k+1f = 0
k zj se f W= 1, k. Deixamos os detalhes para o leitor.
m cálculo direto mostra que k = j=0 j j+k , se k N , e Ahrmamos que 1 W= 0. om efeito, suponhamos o contrário.
k = 0 se k N + 1 (verihque). este caso, temos também A relação (6.6) para k = N 1 implica que 0 = d 1 = 0 +
+ (N 1)1 + 1 = 0 + , logo 0 . ogo a relação de
3 k 3 ( + z)k ordem um em (6.6) se escreve como d1 = 0 + 2 e como 0 e
=d + k = d( + z) + k .
k! k! 2 , obtemos d1 = 0. ogo, F possui uma estrutura transversal
k=0 k=0
ahm, contra a suposição inicial. ortanto, 1 = 0. Em particular,
O teorema seguinte é uma generali ação de um resultado devido a podemos escrever 1 = 1 . , onde 1 ; M (M ).
. amacho e . Scárdua (veja a-Sc ). A prova original do mesmo a observação 6.2.2 vimos que a mudança de variáveis z = . ,
foi dada em e- - o- e- ou . onde ; M (M ), produ outra seqüência de G.V associada a F ,
2 1
(ˆ
k )k0 , onde ˆ 1 = . 1 e ˆ = . . a endo
N 1
eore a . e a F u a ol eacao de codi ensao u nu a a -
:= ˜ = N1
1 e , os dois últimos têrmos do somatório se
iedade co le a co ac a M de di ensao 2. u on a que
escrevem como N.z 1 ˜ + z .˜ . omo ˆ k ˜ , 2 k N 2,
F ad i e u a seqüência de G.V de co i en o hni o. e a f o
existe k ; M(M ) tal que
ˆ k = k!. k .˜
. Em particular, chamando
ni o dos co i en os oss eis a a u a seqüência de G.V de
˜ de , a nova forma pode ser escrita como
F . n ao e os as se uin es ossibilidades
2
3
a . f 3. es e caso F e o ull-bac de u a ol eacao G co o no = dz +0 +z.1 + ( , z). , ( , z) = j .z
j
+N.z 1
+z .
e e lo . . o u a a licacao e o o a : M × 1. j=2
a endo a mudança de variáveis z = 1 em , obtemos uma outra omparando as duas últimas relações obtemos
1-forma meromorfa integrável ˜ em M × C do tipo : w W
d N 1d k
˜ =d + + + =0 .
˜ 0 + .˜
1 + ( , ). , N k k
j 1
onde ( , ) = j=2 j ( ). , sendo = 1, 1 = 0 e ˜0 = ub-caso . . . + k k
k
= 0 para todo k ; . este caso,
0 1 + ... + (1) . . A forma ˜ 0 é integrável, mas a folheação temos d + d k = 0 para todo k ; {0, 2, ..., N 2}. ogo, d + d = 0.
associada a ela em M não coincide necessáriamente com F . ro- Obtemos
du imos uma seqüência de G.V auxiliar (˜ 0 ,
˜ 1 , ...,
˜ 2 , 0, ), a 0 =
˜ 1 + . =
˜ 1 + . .# .
qual satisfa o lema 6.2.1. omo é obtida de ˜ pela mudança de ˜1 +
or outro lado, # = 1 k
˜1
= 1
, o que acarreta
k 1
variáveis = z + 1, obtemos k
=
˜0 +
˜ 1 + ... +
˜ 2 + ,
˜j = j . , 2. (6. ) ˜1
0 = (1 + . ) d .
N 1
omo já vimos anteriormente ˜ 0 + = 0, já que ˜ 1 = 0. ogo, Se 1 + . = 0, 0 é fechada, já que d + d = 0. Se 1 + . W= 0 então
˜ 0 = 0 . e d˜
1 = 0. As outras relações em (6.6) se escrevem como
0 1
l ˜1 +
= d
k = (k 1)
d˜ ˜1 + ˜ k , k ; {0, 2..., N 2} 1+ . N 1 1+ .
(6. )
d = (N 1) ˜1 + é fechada. Em qualquer caso, F é dehnida por uma 1-forma mero-
morfa fechada.
e a 6.2.2. e F nao ossui es u u a ans e sal ah co olos ub-caso . . . Existe k ; tal que := + k 1 k
W= 0.
k
en ao e is e , ; M (M ) ais que = .d .
este caso, fa endo := k
. k 1 temos = (N k) W= 0 e
˜k =
o a. Substituindo k . em (6. ) obtemos, d + = 0, o que acarreta = k.d , onde k, ; M (M ).
O lema 6.2.2 implica que = k.d , onde k, ; M (M ). A
d k + + .d = (d k +(N 1) k
˜ 1 )+ = (k1) k ˜ 1 +
=p função meromorfa : M 1
não é constante, logo as componentes
irredut´veis dos seus n´veis dehnem uma folheação de codimensão um
(d k + (N k) k ˜1) +
= 0 , k ; {0, 2, ..., N 2} . (6. )
G em M com d( (G)) 2. o aberto := M (G), as folhas
Suponhamos que existem k W= f ; {0, 2, ..., N 2} tais que k, f W= 0. de G são subconjuntos fechados disjuntos e o espaço quociente M G,
este caso, obtemos de (6. ) que da relação de equivalência em que identihca dois pontos na mesma
w W folha, se identihca naturalmente com uma superf´cie de iemann,
d f d k digamos . O fato de que M é compacta implica que M G é de
(N k) (N f) + =0 .
f k aussdorf. Este resultado é conhecido como teorema de fatoração de
Stein (veja ). A aplicação quociente * : , *( ) = folha de G
Se além disto, k f := (N k) f (N f) kk W= 0, podemos concluir
f
passando por , é holomorfa e se estende a uma aplicação meromorfa
que d + = 0, onde := f k k f , já que k f = d . este de M em , que denotaremos pelo mesmo s´mbolo, *. As superf´cies
caso, existe ; M (M ) tal que = .d e estamos feitos. Supon- de n´vel *1 ( ), ; , são conexas e coincidem com as componentes
hamos que k f = 0 para todo k W= f. Vamos dividir o resto da prova irredut´veis dos n´veis 1 ( ), ; 1 . Em particular, se ;
em vários casos. então (*1 ( )) é conexo e discreto, logo contém um único ponto em
1 1
aso . Suponha que k = 0 para todo k ; {0, 2, ..., N 2}. este . odemos então dehnir uma aplicação holomorfa : por
caso, temos ( ) = (*1 ( )) que fatora , no sentido que = H *. Seja W= 0
0 =
˜1 + uma 1-forma meromorfa em e coloquemos := * ( ) W= 0. ote
que d = 0, já que d = 0.
e como d˜
1 = 0, temos
omo + = 0, existe ; M (M ) tal que = . .
d0 = d = (N 1)˜
1 + = (N 1)˜
1 + 0 , Análogamente, para todo k ; {0, 2, ..., N 2} existe k ; M(M ) tal
˜ k = k . , já que k + = 0. ogo, podemos escrever
que
logo F tem uma estrutura transversal ahm com polos.
aso . Suponha que k W= 0 para ao menos um ´ndice k ; 0 =
˜1 + ( 0 + 2 + ... + 2 + )
{0, 2, ..., N 2}, mas k f = 0 para todo k W= f. Seja = {k | k W= 0}.
este caso, temos 1k kk = 1f ff para quaisquer k, f ; . ogo, ˜k =
Substituindo k. na relação (6. ) obtemos
a 1-forma meromorfa fechada T
z ou, k =0
1 d k 1 d (6.10)
˜1 +
# := Z ou, (˜
1
k
)+ =0
N k k k1 k
3 w W w W
f d k d f d k k1d
Em particular, como 1 .0 é meromorfa, também dehne F e d˜
1 = 0, 0= (f 1) (k 1) + = +
F possui uma estrutura ahm com polos. k f k
f;
ub-caso . . # W= 0. omo # + = 0, existe ; M (M ) tal
k1
que = .#, o que acarreta ogo, k r é integral primeira de G, para todo k ; . elo
1
teorema de fatoração de Stein, existe k : , holomorfa, tal
d k1 k1
d = + . que k r = k H *, ou seja k = r . k H *, k ; . olocando
k = 0 para k ; , podemos escrever
Das relações (6. ) e # + = 0 obtemos, C I
3 k1
N 1d k ˜1 + H
0 = r . k H *O . (6.12)
d = (N 1)
˜1 + = + .
N k k kW=1
k1
or outro lado, as relações em (6.10) e k
k
+ = + = 0 =0; (F ). Além disto, d( ()) 2. omo F tem grau
implicam dois, podemos escrever
1 d k 1d 1d = 1 + 2 + ,
˜1 + =
+ = + 1
=p (˜ )+ = 0 (6.13)
k1 k
onde j tem coehcientes homogêneos de grau , 1 3, e ( ) =
Em particular, existe k ; M(M ) tal que ˜1 = 1 + k. . omo 0, sendo o radial. Se = 0 então (2 ) W= 0, já que (F ) = 2.
˜1, e d
são fechadas, obtemos por derivação que dk + = 0. Seja (F , ) o divisor de tangências entre F e o campo radial.
elo teorema de fatoração de Stein, existe uma função holomorfa o sistema ahm acima, temos (F , ) = (1 ) + (2 ) :=
: 1
tal que k = H *. Substituindo em (6.12) obtemos 2+ , onde 2 = (1 ) e = (2 ). ote que, se j W= 0 então
C I ( j ) = , = 2, 3. Veremos mais adiante que é poss´vel escolher o
3 k1 ponto ; (F ) de forma que 1 + 2 W# 0. or enquanto, vamos
1d
0 = + H *. + H r .
k H*
O (6.14) supor este fato.
kW=1 Seja $ : M C a variedade obtida de C por uma explosão em
= 0. a sistema de coordenadas ahm em questão, a expressão de
1
inalmente, colocando := (*, ) : M × , obtemos $ numa das cartas de M é da forma
C I
3 ( 1 , ...,
) = $( 1 , ..., 1 , z) = (z. 1 , ..., z. 1 , z) := (z. , z) .
k1
. .0 = Hdz + ( .z + k .z r +1 ) O ,
kW=1
Escrevendo j = =1 j ( ).d , 1 3, obtemos
1
3
o que prova o teorema.
$ (j ) = j (z. , z)(z d + dz) + j (z. , z)dz =
O lema 6.2.2 e o hnal da prova do teorema , implicam o seguinte
=1
resultado :
:= z j (z.˜
j + j( ) dz) ,
oro ario 6.2.1. e a F u a ol eacao de codi ensao u nu a 1
a iedade co le a co ac a M de di ensao 2. u on a que F ˜j =
onde =1 j ( , 1)d e j( ) = (j )( , 1). Em particular,
ad i e u a seqüência de G.V hni a de co i en o N 3. n ao obtemos
ou be F e o ull-bac de u a ol eacao nu a su e cie × 1 D i
co o no e e lo . . ou be F ossui u a es u u a ans e sal $ () = z ( 2( , 1) + z. 1 + z 2 .˜
( , 1))dz + z.˜ 2 + z .˜
(6.15)
ah ou o anslacoes co olos nu sub-con un o anal ico de A folheação $ (F ) é dehnida nesta carta por = z k .$ (), onde
codi ensao u de M . k 1 é escolhido de tal forma que d( ( )) 2. O divisor de
o caso em que M = , temos o seguinte resultado : tangências de $ () com o campo vertical ( (z é dado por 2 ( , 1) +
z ( , 1) = 0, se k = 1. Se 2 ( , 1) # 0, então k = 2 e o divisor de
oro ario 6.2.2. e u a ol eacao F de codi ensao u e tangências é ( , 1) = 0.
2 ad i e u a seqüência de G.V hni a en ao ou be F e o ull- onsideremos ( , z) ; C 1 ×C 2 1 × 1 . A explosão $ : C 1 ×
bac de u a ol eacao de 1 × 1 co o no e e lo . . ou be F C C 2 se estende a uma aplicação birracional 1 : 1 ×
1
ossui u a es u u a ans e sal o e i a ah ou o anslacoes . Seja G1 := 1 (F ). O divisor de tangências 1 de G1 com
co olos nu sub-con un o anal ico de codi ensao u de M . as hbras da hbração vertical { } × 1 , é dado na carta anterior por :
o a. Suponha que F não admite estrutura transversal proje- (i). 1 = ( , 1), se 2 #0e W# 0.
tiva, ahm ou por translações. este caso, F é dehnida por uma
1-forma meromorfa do tipo (ii). 1 = 2( , 1), #0e 2 W# 0.
3 (iii). 1 = 2( , 1) + z. ( , 1), se 2, W# 0.
= (dz + zj j) ,
j=0 o casos (i) e (ii), o divisor 1 satisfa (a) do lema 6.2.3 e colocamos
= 1 e G = G1 . o caso (iii), se ( ) = d ( 2 ( , 1), ( , 1))
onde = (*1 , *2 ) : × 1 e j é 1-forma meromorfa em , podemos escrever 2 ( , 1) = ( ). 2 ( ) e ( , 1) = ( ). ( ), onde
0 N . ueremos provar que = 1 . emos duas possibilida- d ( 2 , ) = 1. Em particular, 1 = ( )( 2 ( ) + z. ( )) e o con-
des : 1 . *1 é constante. este caso, *1 ( j ) = 0 para todo = junto de tangências é dado por ( ( ) = 0) (z = 2 ( ) ( )).
0, ..., N . ogo = *2 (dz), ou seja, é fechada, contra a suposição. este caso, para obter o lema, precisamos fa er mais uma modi-
2 . *1 não é constante. ogo, existe uma reta projetiva l 1, hcação birracional. Dehnimos : C 1 × 1 C 1 × 1 por
p Q
linearmente mergulhada em tal que *1 | não é constante. omo z
( , z) = , z 2 ( ) 3 ( ) . Esta transformação envia a hipersu-
tem dimensão um, a aplicação *1 | := é de fato holomorfa. Em
particular, existe uma aplicação holomorfa não constante : 1 . perf´cie (z = 2 ( ) ( )) no hiperplano do inhnito de C 1 × C 2
ogo l 1 , por um resultado bem conhecido da teoria de superf´cies C 1 × 1 . onsideramos H $ e estendemos a uma aplicação bir-
de iemann. racional de 1 × 1 em . Esta aplicação satisfa às propridades
o caso de folheações de grau dois em , temos o seguinte resul- requeridas no lema. Obtemos o caso (b) do lema 6.2.3, como o leitor
tado : pode verihcar.
esta provar que podemos escolher o ponto ; (F ) de tal
ro osição 6.2.2. oda ol eacao de au dois e 2 ad- forma que 2 + W# 0. Suponhamos que 2 + # 0. este
i e u a seqüência de G.V de co i en o ês. caso, temos necessariamente W# 0, pois caso contrário ter´amos
(F ) 2. Além disto, 2 = = 0, pois 2 e são homogêneos.
o a. Seja F ; ( , 2), 2. Vamos supor que d( (F ))
Em particular, temos () = 0. ote que 3, pois para = 2, a
2.
relação implica que = ( 1 d 2 2 d 1 ), logo () = ( = 0)
e a 6.2. . is e u a a licacao bi acional : 1 × 1 tem codimensão um. De (6.15) obtemos := z 2 .$ () = ˜ 1 +z.˜2 +
al que se G = (F ) e e o con un o de an ências de G co as z 2 .˜
, onde ˜ W= 0. A idéia é provar que
˜1 = ˜ 2 = 0. Suponhamos
hb as da hb acao e ical dada o $1 : 1 × 1 1
en ao por absurdo que ˜ 1 W= 0. Grupando na relação + d = 0 os têrmos
e os duas ossibilidades da forma z j .dz + ..., = 0, 1, 2, e levando em conta que ˜ só depende
de e não contém têrmos em dz, obtemos respectivamente ˜1 + ˜2 =
a . = N × 1 onde N 2 1
eu sub-con un o al eb ico de ˜1 +
˜ = ˜2 + ˜ = 0. sto implica que = .˜ , onde é um
codi ensao u . polinômio, como o leitor pode verihcar. Se não é constante então
b . =N× 1
1
× { } onde N e co o aci a e ; 1
. ( ) V ( = 0) tem codimensão um, contradição. ogo, ˜ 1 = 0.
Deixamos o caso restante para o leitor. Obtemos assim que = .
o a. Em primeiro lugar, (F ) W= ! pelo teorema 1.13 da Em particular, F é o pull-bac de uma folheação em 1 por uma
seção 1.4.3. ixemos um ponto ; (F ) e uma carta ahm = aplicação linear. ogo, existe W= 0 tal que ( ) = 0. onsiderando
( 1 , ..., ) ; C tal que ( ) = 0. esta carta ahm, F é representada a translação ( ) = + , obtemos ( ) da forma que queremos
por uma 1-forma integrável polinomial , tal que (0) = 0, já que (verihque).
Se o divisor é como no lema 6.2.3, utili ando (6.15), então
(F ) é representada em algum sistema de coordenadas ahns por
uma 1-forma meromorfa do tipo
3
= .dz + z j j ,
j=1
6.3 Exerc´cios.
. 6.1. Seja F ; (2, 1) uma folheação que possui um centro de
orse. rove que F possui uma integral primeira racional, a qual,
em algum sistema de coordenadas ahm ( , ) ; C2 2 2 pode ser
escrita com ( , ) = . .
k
pode ser escrita com ˜ = d + k0 k ˜ k , onde
˜0 = 1
1 .0 ,
1
˜ 1 = 1 + 1 e
˜ k é meromorfa em M , para todo k 2.
. 6. . rove que toda variedade algébrica é pseudo-paraleli ável.