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DE H ILBERT
E APLICAÇÕES
Daniele Corradetti
26 Fevereiro 2016
Conteúdo
1 Espaços de Hilbert 1
1.1 Espaços de Hilbert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Espaços de Hilbert Separáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Projectores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.4 Teorema de Riesz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3 Oscilador Harmónico 17
1 Espaços de Hilbert
Um espaço de Hilbert é um espaço unitário completo pelo produto interno. Nesta secção
apresentaremos esses espaços, no enquanto na segunda focaremos sobre os espaços de
Hilbert separáveis, i.e. que contêm um sub-conjunto numerável e denso. A particula-
ridade dos espaços de Hilbert separáveis reside no facto que nestes espaços é sempre
possível encontrar uma base ortonormal e portanto escrever o elementos dos espaços
no respeito desta base. Ademais os coeficientes dos elementos no respeito dessa base
-chamados coeficientes de Fourier- constituem uma sucessão em `2 e de facto iremos ver
que cada espaço de Hilbert de dimensão infinita é isometricamente isomorfo a o espaço
das sucessões convergentes pela norma euclidiana, i.e. `2 . Na terceira e na quarta sec-
ção consideraremos as projecções ortogonais sobre um sub-espaço fechado. No final
apresentaremos o Teorema de representação de Riesz que descreve o espaço dual de um
espaço de Hilbert separável e que será utilizado efectivamente na segunda secção.
1
sucessão diz-se uma sucessão de Cauchy se o limite da distância entre os elementos da
sucessão tende a zero, i.e. lim d(vm , vn ) = 0. Um espaço vectorial onde as duas noções
n→∞
são equivalentes, diz-se completo.
Definição 1. Um espaço unitário chama-se espaço de Hilbert se é um espaço completo,
i.e. se cada sucessão de Cauchy é também uma sucessão convergente.
Observação 2. A partir deste momento indicaremos o espaço de Hilbert com a letra H ,
o produto interno será indicado h·, ·i e os elementos como ψ,ϕ, etc.
Exemplo 3. ( ESPAÇO L2 ([ a, b]) ) Um exemplo de espaço de Hilbert é o espaço das fun-
ções cujo quadrado é integrável no intervalo [ a, b], i.e.
ˆ b
| f ( x )|2 dx < ∞, (1)
a
Este espaço é um espaço de Hilbert separável dado que o subconjunto E formado das
sucessões racionais é denso em `2 .
2
1.2.1 Sucessões ortogonais e ortonormais
Definição 7. (ELEMENTOS ORTOGONAIS) Sejam f , g ∈ H espaço de Hilbert. Então
dizem-se ortogonais e indicam-se f ⊥ g se h f , gi = 0.
Definição 8. (SUCESSÃO
ORTONORMAL ) Uma sucessão { ϕi }i∈N diz-se ortonormal se
para cada i, j ∈ N então ϕi , ϕ j = δij .
A sucessão {ψn } não é uma sucessão ortogonal. Se por exemplo considerarmos o pro-
duto interno do primeiro elemento com o terceiro elemento podemos notar que não
são ortogonais, i.e.
ˆ 1 1
x3
2 2
hψ0 , ψ2 i = x dx = = . (8)
−1 3 −1 3
Todavia a partir dà sucessão {ψn } podemos proceder com o processo de ortogonali-
zação de Gram-Schmidt para encontrar uma sucessão ortogonal. O primeiro elemento
da sucessão obtida com o processo de ortogonalização é
ϕ0 ( x ) = ψ0 ( x ) = 1, (9)
ϕ1 = ψ1 = x. (11)
h ϕ1 , ψ2 i = 0, (12)
3
2
e dado que h ϕ0 , ψ2 i = 3 e h ϕ0 , ϕ0 i = 2, então substituindo obtemos o seguinte ele-
mento
h ϕ0 , ψ2 i 1
ϕ2 = ψ2 − ϕ0 = x 2 − . (13)
h ϕ0 , ϕ0 i 3
Prosseguindo obtemos os termos sucessivos da sucessão. O quadrado da norma do
primeiro elemento é igual a 2, i.e. h ϕ0 , ϕ0 i = 2, portanto a sucessão não é ortonormal.
Todavia é possível normalizar a sucessão definindo para cada k
ϕk
φk = , (14)
k ϕk k
onde a norma é definida a partir do produto interno, i.e.
ˆ 1
!1/2
k ϕk k = ϕk ( x ) ϕk ( x ) dx . (15)
−1
e assim sendo obtemos que sucessão ortonormal das {φi } é constituída por
r
1
φ0 = ,
r2
3
φ1 = x,
r2
5 3x2 − 1
φ2 = , (17)
2 2
.. ..
. .r
2n + 1
φn = Pn ( x ).
2
Os polinómios Pn ( x ) assim encontrados são chamados polinómios de Legendre e
definidos pela formula de Rodrigues, i.e.
1 dn 2 n
Pn ( x ) = x − 1 , n ≥ 1. (18)
2n n! dx n
4
Exemplo 11. (COEFICIENTES DE FOURIER NA BASE DAS FUNÇÕES DE HERMITE) Os co-
eficientes de Fourier generalizados de uma função dependem claramente dà sucessão
escolhida, por exemplo consideramos o espaço de Hilbert L2 (R) com o produto ca-
nónico definido no exemplo 6. Neste espaço podemos definir duas sucessões ortonor-
mais, i.e. as funções de Hermite Eherm = {ψn } definidas por
√ − 1 x2
ψn ( x ) = 2n n! π 2 e− 2 Hn ( x ) , (19)
ϕn ( x ) = eiπnx . (20)
H0 ( x ) = 1,
H1 ( x ) = 2x,
H2 ( x ) = 4x2 − 2, (24)
.. ..
. .
Hn+1 ( x ) = 2xHn ( x ) − 2nHn−1 ( x ) ,
.. ..
. .
h0 = 1,
h1 = 0,
h2 = 0, (25)
h3 = 0,
.. ..
. .
É claro que sendo a função analisada a mesma primeira função de Hermite, então todos
os coeficientes de Fourier diferentes dão primeiro são nulos.
5
Se pelo contrario quisermos encontrar os coeficientes da mesma função na sucessão
Etrig podemos proceder como antes e considerar os coeficientes de Fourier
ˆ
cn = h ϕn , f i = f ( x ) e−iπnx dx. (26)
R
x2
Considerando que f ( x ) = e− 2 então
ˆ √
x2 n2 π 2
cn = e− 2 e−iπnx dx = 2πe− 2 , (27)
R
Agora irmos demonstrar que dada uma sucessão ortonormal { ϕi }, a série dos coe-
ficientes de Fourier é convergente no espaço de Hilbert e nas sussequentemente iremos
demonstrar que cada elemento do espaço de Hilbert pode ser escrito como somatoria
∞
no respeito de uma sucessão ortonormal i.e. f ( x ) = ∑ h ϕi , f i ϕi .
i =1
Mas dado que a norma de f é finita então para cada n a suma parcial dos coeficientes
de Fourier é limitada pela norma de f , i.e.
n
k f k2 ≥∑ |h ϕi , f i|2 , (31)
i =1
6
Observação 13. As vezes a desigualdade representada na última passagem
n
k f k2 ≥∑ |h ϕi , f i|2 . (32)
i =1
Uma sucessão completa é uma base pelo espaço de Hilbert dado que é valido o
teorema seguinte:
Teorema 16. Seja uma sucessão ortonormal { ϕi }i∈N em H , então as seguintes afirmações
são equivalentes:
∞
3. É valida a identidade de Parseval, i.e. h f , gi = ∑ h f , ϕi i h ϕi , gi ∀f, g ∈ H ;
i =1
∞
4. A norma do elemento f é o quadrado das somas dos coeficientes de Fourier, i.e. k f k2 = ∑
i =1
|h ϕi , f i|2 ∀f ∈ H .
porque se considerarmos o produto interno com cada elemento da base podemos notar
que para cada j ∈ N o produto interno
* +
∞
ϕj, f − ∑ h ϕi , f i ϕi = 0, (34)
i =1
7
Podemos demonstrar que a segunda afirmação implica a terceira
pela linearidade
e continuidade do produto interno. De facto considerando que ϕi , ϕ j = 0 e escre-
vendo os elementos f e g nas series correspondentes obtemos exactamente a primeira
identidade de Parseval, i.e.
* +
∞ ∞
∞
h f , g i = ∑ h ϕi , f i ϕi , ∑ ϕ j , g ϕ j = ∑ f , ϕ j ϕ j , g .
(35)
i =1 j =1 j =1
Para obter a quarta afirmação que as vezes é chamada segunda identidade de Parseval,
só é preciso considerar que k f k2 = h f , f i e aplicar a identidade precedente.
Enfim para demonstrar que a quarta afirmação implica a primeira podemos consi-
derar que se
∞
k f k2 =∑ |h ϕi , f i|2 (36)
i =1
8
1.2.4 Teorema de Isomorfismo dos espaços de Hilbert separáveis
Teorema 18. Seja H um espaço de Hilbert separável de dimensão infinita. Então H é isome-
tricamente isomorfo a `2 .
f −→ {h ϕi , f i}i∈N . (43)
Pelo contrario podemos definir também a aplicação U −1 : `2 −→ H que associa às
sucessões de `2 os elementos do espaço de Hilbert que possuem essa sucessão como
coeficientes de Fourier, i.e.
n o ∞
a i
−→∑ ai ϕi . (44)
i ∈N i =1
Pelo teorema 20 temos que U −1 ◦ U = id dado que para cada f no espaço temos que
∞
U −1
(U ( f )) =∑ h ϕi , f i ϕi = f . (45)
i =1
kU f k `2 = k f k H . (46)
hU ( f ) , U ( g)i = h f , gi . (48)
9
1.3 Projectores
Definição 20. (COMPLEMENTO ORTOGONAL DE UM SUBESPAÇO) Seja M ⊂ H um su-
bespaço de H então diz-se complemento ortogonal M⊥ de M em H o subespaço
constituído por todos os elementos ortogonais a todos os elementos do subespaço M,
i.e.
M⊥ = {ψ ∈ H | hψ, ϕi = 0, ∀ ϕ ∈ M } . (49)
hψ, ·i : H −→ C, (50)
PM : H 3 ψ −→ ψk ∈ M. (52)
PM ◦ PM = PM (53)
h PM (ψ) , ϕi = hψ, PM ( ϕ)i . (54)
PM⊥ : H 3 ψ −→ ψ⊥ ∈ M⊥ (55)
10
1.4 Teorema de Riesz
Se considerarmos a aplicação que hψ, ·i : H −→ C que para cada elemento ϕ ∈ H
associa o produto interno com um único elemento fixo ψ ∈ H , i.e.
ϕ −→ hψ, ϕi , (56)
então essa é uma aplicação linear, limitada. O teorema de representação de Riesz atesta
que cada funcional linear limitado pode ser representado univocamente através pro-
duto interno com um único vector em H .
Teorema 26. ( REPRESENTAÇÃO DE R IESZ ) Para cada funcional linear limitado η : H −→
C existe um único ψ ∈ H tal que η ( ϕ) = hψ, ϕi , para cada ϕ ∈ H .
Demonstração. Seja η diferente do funcional identicamente nulo, então consideramos o
núcleo do funcional, i.e. ker (η ). O núcleo é um subespaço linear fechado de H e por-
tanto o espaço H pode ser decomposto na suma direita do ker (η ) e do complemento
ortogonal, i.e.
H = ker (η ) ⊕ (ker (η ))⊥ . (57)
Dado que o funcional não era identicamente nulo, então o complemento ortogonal
não é constituído simplesmente pelo vector nulo, i.e. (ker (η ))⊥ 6= {0} e portanto,
sendo um subespaço linear, podemos escolher um elemento desse subespaço, i.e. ξ ∈
(ker (η ))⊥ tal que a norma seja unitária, i.e. kξ k = 1. Definimos portanto
ψ = η (ξ )ξ. (58)
Agora podemos mostrar que o funcional que encontramos é o funcional que torna
verdadeira a identidade hψ, ·i ≡ η (·). De facto iremos mostrar que para cada ϕ ∈ H
a diferencia entre as duas funções é nula, i.e.
hψ, ϕi − η ( ϕ) = 0 (59)
De facto se substituímos as definições na equação, obtemos que
D E
hψ, ϕi − η ( ϕ) = η (ξ )ξ, ϕ − η ( ϕ) hξ, ξ i =
hξ, η (ξ ) ϕi − hξ, η ( ϕ) ξ i = hξ, η (ξ ) ϕ − η ( ϕ) ξ i . (60)
Mas sendo que o vector ξ pertence ao complemento ortogonal do núcleo de η, i.e.
ξ ∈ (ker (η ))⊥ , e sendo que η (ξ ) ϕ − η ( ϕ) ξ pelo contrario pertence ao núcleo, i.e.
η (ξ ) ϕ − η ( ϕ) ξ ∈ ker (η ), dado que
η (η (ξ ) ϕ − η ( ϕ) ξ ) = 0, (61)
então o produto interno dos dois vectores é nulo, i.e.
hξ, η (ξ ) ϕ − η ( ϕ) ξ i = 0. (62)
Portanto sendo a diferencia entre as duas funções identicamente nulas finalmente
obtemos a identidade do Teorema i.e.
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2 Operadores lineares em espaços de Hilbert
Nesta secção trataremos os operadores lineares e em particular os operadores autoad-
juntos. Na primeira parte dessa secção apresentaremos as definições fundamentais, i.e.
os operadores limitados e não limitados assim como a noção de operador adjunto. Sucessi-
vamente apresentaremos algumas propriedades que os operadores podem possuir e
portanto as características destes operadores. No final da secção apresentaremos al-
guns resultados fundamentais relativos ao espectro dos operadores, em particular a
propriedade de um operador de tiver esperto real se e somente se é autoadjunto.
A : D A −→ H . (64)
k AψkH ≤ K kψkH ,
então o operador diz-se limitado e K chama-se norma de A, pelo contrario se não existe
o operador diz-se ilimitado.
Observação 31. Dada a definição de operador adjunto, temos que para cada ψ, ϕ ∈ D A
é valida
h A∗ ψ, ϕi = hψ, Aϕi .
No caso dos operadores limitados definidos sobre H há o seguente teorema relaci-
onado à existência do operador adjunto.
Teorema 32. Seja A = ( A, H ) um operador limitado, então existe um único operador li-
mitado que seja o adjunto de A e definido sobre todo o espaço H e com a mesma norma do
operador A, i.e. A∗ = ( A∗ , H ) com k Ak = k A∗ k.
12
que, sendo valida por qualquer ψ, ϕ ∈ H , em particular fica válida por ϕ = A∗ ψ e
portanto substituindo leva à
k A∗ ψk ≤ kψk k Ak . (69)
2.1.2 Extensões
Definição 33. (EXTENSÃO) Um operador A0 = ( A0 , D A0 ) diz-se uma extensão do opera-
dor A = ( A, D A ) e indica-se A0 ⊇ A se domínio de definição de A0 include o domínio
de definição de A e se o operador A0 restringido ao domínio de definição de A coin-
cide, i.e.
(i ) D A0 ⊇ D A , (70)
(ii ) A0|D A = A. (71)
D A = D Ae , (72)
k Ak =
A
. (73)
e
D A∗ ⊇ D A , (74)
A∗ ψ = Aψ ∀ψ ∈ D A . (75)
A∗ ⊇ (A∗ )∗ ⊇ A. (76)
13
Pelo contrario se quisermos provar que o operador adjunto A∗ também é uma ex-
tensão do operador biadjunto (A∗ )∗ podemos constatar que pela definição de operador
adjunto os domínios de definição D A∗∗ e D A∗ são os seguintes
D A∗ = D A , (79)
A∗ ψ = Aψ ∀ψ ∈ D A . (80)
14
2.3.2 Espectro, espectro pontual e espectro continuo
Definição 42. (ESPECTRO) Seja A = ( A, D A ) um operador densamente definido então
diz-se espectro do operador o conjunto complementar ao conjunto resolvente, i.e.
σ ( A) = C r ρ ( A) . (82)
no enquanto diz-se espectro continuo do operador o conjunto das z ∈ C tais que a ima-
gem de ( A − z1) é densa em H , i.e.
n o
σcont ( A) = z ∈ C | Range ( A − z1) = H . (84)
Dado que o valor próprio não pertence ao conjunto resolvente, i.e. λ ∈ / ρ ( A), então
pelo teorema 40 a aplicação ( A − λ1) não é injectiva, i.e. ker ( A − λ1) 6= {0} . Mas
dado que o operador é autoadjunto então
∗
ker ( A − λ1) = ker ( A∗ − λ1) = ker A − λ1 , (89)
15
todavia o núcleo do operador adjunto é o conjunto ortogonal da imagem e portanto
dado que λ é real, sendo valor próprio de um operador autoadjunto, então
∗ ⊥
ker A − λ1 = Range A − λ1 = Range ( A − λ1)⊥ . (90)
Enfim se considerarmos o fecho do conjunto, dado que o fecho pode ser escrita como
conjunto ortogonal do ortogonal do conjunto mesmo, obtemos que o fecho da imagem
de ( A − λ1) é diferente da {0}⊥ = H , i.e.
⊥
Range ( A − λ1) = Range ( A − λ1)⊥ = (91)
Agora precisamos provar que se λ não for um valor próprio de A então não per-
tence ao espectro pontual de A. Mas se λ pertence ao conjunto resolvente então a
aplicação ( A − λ1) é injectiva e portanto desenvolvendo o mesmo discurso preceden-
temente mencionado obtemos que
∗
∗
{0} = ker ( A − λ1) = ker ( A − λ1) = ker A − λ1 = (93)
⊥
= Range A − λ1 = Range ( A − λ1)⊥ , (94)
C r R 3 z −→ ψ = ( A − z1)−1 ∈ D A . (96)
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podemos notar que, sendo o operador simétrico, podemos escrever ( A∗ − z1) ϕ =
( A − z1) ϕ e portanto
( A − z1) ψ = ( A − z1) ϕ, (98)
o que significa que
Mas dado que z não era real, então não pertencia ao espectro e portanto a aplicação
( A − z1) era injectiva, i.e. ker ( A − z1) = {0}. Consequentemente se o núcleo da
aplicação é constituído simplesmente pelo vector nulo então ( ϕ − ψ) = 0, ou seja ϕ =
ψ e portanto ψ ∈ D A .
3 Oscilador Harmónico
Como um exemplo estudamos o operador Hamiltoniano de um oscilador harmónico
quântico no espaço de Hilbert H = L2 (R, dq) dado por
h̄ d2 mω 2 q2
H=− + . (100)
2m dq2 2
Definimos o operador
N = a∗ a (104)
e por isso
1
H = ωh̄ N + . (105)
2
As relações de comutação de operadores a, a∗ e N são
[ N, a] = − a, [ N, a∗ ] = a∗ , [ a, a∗ ] = 1. (106)
Nψ = νψ,
então:
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2. se ν = 0 então aψ = 0, caso contrário aψ é um vector não nulo cujo quadrado da
norma é νhψ|ψi;
( a∗ )n
ψn = √ ψ0 , n = 0, 1, 2, . . . , (108)
n!
e tais que
1
Hψn = en ψn , com en = h̄ω n + . (109)
2
Assim, todo o problema é reduzido a uma equação diferencial ordinária homogénea
de primeira ordem
d
h̄ + ωq ψ0 = 0. (110)
dq
Evidentemente, a função ψ0 (q) é dada por
r
ω − ω q2
ψ0 (q) = 4 e 2h̄ , (111)
πh̄
mais ainda ˆ +∞
r
ω ω 2
2
kψ0 k = e− h̄ q dq = 1. (112)
πh̄ −∞
Desta forma demonstramos que o Hamiltoniano do oscilador harmónico quântico uni-
dimensional (100) tem espectro discreto dado em (109) onde os respectivos vectores
próprios são dado por
r r
4 mω 1 mω
ω 2
√ − q
ψn (q) = e 2h̄ Hn q , (113)
πh̄ 2n n! h̄
18