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pertubações de operadores de
Schrödinger discretos com campo
elétrico
1 Preliminares 3
1.1 O operador de Schrödinger discreto . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Espaço de Hilbert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Espaço em que estamos trabalhando e a Transformada de Fourier 5
1.4 Função de Bessel e suas propriedades . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4.1 A função Gamma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4.2 Equação de Bessel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4.3 Função de Bessel e suas propriedades . . . . . . . . . . 7
1.5 Teoria Espectral e os Tipos de espectros . . . . . . . . . . . . 8
1.6 Uma base para L2 ([0, 1]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.7 Resultados principais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2 O conceito de Localização 27
2.1 Limites inferiores para os Momentos de Auto-funções . . . . . 29
2.2 Localização Dinâmica Exponencial . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.2.1 Localização dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.2.2 Localização dinâmica exponencial . . . . . . . . . . . . 35
iii
iv SUMÁRIO
Introdução
1
2 SUMÁRIO
Capítulo 1
Preliminares
n∈Z
n∈Z
n∈Z
|m−n|=1
3
4 CAPÍTULO 1. PRELIMINARES
hx, yi = 0, ∀y ∈ M
Representar
M ⊥ = {x ∈ H : hx, yi = 0, ∀y ∈ M } (1.3)
(c) [S] = H.
i∈I
(e) ∀x, y ∈ H
hx, yi =
X
hx, xi i hy, xi i
i∈I
n∈Z
i ∂(fb(ε))
[nf
\ (n)](ε) = (1.8)
2π ∂ε
6 CAPÍTULO 1. PRELIMINARES
r=0 r!Γ(ν + r + 1)
O mesmo processo pode ser aplicado para α = −ν. Neste caso, obtemos
−ν+2r
∞ (−1)r z
2
J−ν (z) =
X
r=0 r!Γ(−ν + r + 1)
r=0 r!Γ(−n + r + 1)
−n+2(s+n)
r−n=s
∞ (−1)s+n z
2
=
X
s=0 (s + n)!Γ(−n + s + n + 1)
n+2s
∞ (−1)s z
2
= (−1)n
X
s=0 s!Γ(n + s + 1)
= (−1)n Jn (z)
Proposição 5.
!|n|
1 |z|
e( 2 )
|z| 2
∀z ∈ C, ∀n ∈ N, |Jn (z)| 6 (1.15)
|n|! 2
Demonstração. Basta analisar para n ∈ Z+ , pois para o caso em que n = −m,
com m ∈ Z+ , usamos a propriedade acima provado. Logo, para dado n ∈ Z+
temos
n+2r
X (−1)r z
∞
2
|Jn (z)| =
r=0 r!Γ(n + r + 1)
n+2r
∞ (−1) r z
X 2
6
r!(n + r)!
r=0
n+2r
∞ |z|
2
=
X
• H − λI não é injetor:
Neste caso, ker(H − λI) 6= {0}, e qualquer vetor não nulo, x, do
núcleo tem a propriedade H(x) = λx. O vetor x se chama um vetor
próprio (ou um autovetor) que corresponde ao valor próprio (autovalor)
λ. O conjunto de todos os vetores próprios que correspondem a λ, mais
zero, forma um subespaço linear de H, chamado espaço próprio de λ,
denotado Hλ . O conjunto de todos os valores próprios se chama o
espectro puramente pontual.
Operador Multiplicação:
Seja µ uma medida positiva de Borel sobre um espaço métrico X obede-
cendo µ(E) < ∞ para todos os conjuntos limitados de Borel E ⊂ X. Fixa
um conjunto de Borel E e seja ϕ : E → C uma função mensurável. Defina o
operador multiplicação pelo ϕ como o operador linear
tal que domMϕ = {ψ ∈ L2µ (E) : (ϕψ) ∈ L2µ (E)} e (Mϕ ψ)(t) = ϕ(t)ψ(t), ∀ψ ∈
domMϕ .
Um exemplo muito importante de um operador multiplicação é a energia
potencial MV , com V : E → C, E ⊂ Rn , na qual geralmente é denotado
pela notação simplificada V . Assim, temos como a energia mecânica total
H = H0 + V , com H0 = −∆ denotando a energia cinética quântica, depois
de um domínio conveniente fornecido. Este H é comumente referido como
operador de Schrödinger padrão.
Proposição 7. domMϕ é denso em L2µ (E) e M∗ϕ = Mϕ .
Corolário 7.1. Mϕ é auto-adjunto se, e somente se, ϕ é uma função real.
Definição 1.5.3. O (µ−) a imagem essencial de ϕ : E → C é o conjunto de
todos y ∈ C assim que µ({x ∈ E : |ϕ(x) − y| < ε}), ∀ε > 0.
Proposição 8. Valem as seguintes propriedades:
1.5. TEORIA ESPECTRAL E OS TIPOS DE ESPECTROS 11
Resolução de Identidade
Denota A a σ−álgebra de Borel em R e para conjuntos dois a dois disjun-
tos Λj o símbolo Σj Λj indica a sua união. Finalmente, XA denota a função
característica do conjunto A.
Escrevemos P roj(H) para indicar o conjunto de operadores de projeções
ortogonais no espaço de Hilbert H, ou seja, P0 ∈ P roj(H) se, e somente se,
P0 : H → H é linear, limitado, auto-adjunto e P02 = P0 , onde P0 (H) é um
subespaço fechado em H.
P : A → P roj(H)
tal que
(i) P (R) = I, e
então vale ∞
P (Λ) = P (Λj )
X
j=1
note que µψ (Λ) = hψ, P (Λ)P (Λ)ψi = kP (Λ)ψk2 e µψ (R) = kψk2 . Para cada
par ψ, ϕ ∈ H associa-se a medida de Borel complexo
e pela polarização
1
µψ,ϕ (Λ) = (µψ+ϕ (Λ) − µψ−ϕ (Λ) + i(µψ−iϕ (Λ) − µψ+iϕ (Λ))).
4
Claramente, temos que µψ = µψ,ψ e |µψ,ϕ (Λ)| 6 kψkkϕk.
No caso, os µψ e µψ,ϕ são chamados de medidas espectrais da resolução
de identidade P associado com ψ e o par ψ, ϕ ∈ H, respectivamente.
Obs 8. É importante ressaltar que todas as medidas espectrais são regulares,
ou seja,
e
µψ (Λ) = sup{µψ K : K é comacto, K ⊂ Λ}, ∀Λ ∈ A.
Com tais medidas espectrais em mãos, pode-se integrar funções e assim
definir a integral com respeito à P ; diferentes notações será usada para indicar
essa integral. Para uma função simples f = nj=1 aj XΛj define-se
P
Z Z n
P (f ) = f (t)dP (t) = f dP := aj P (Λj ).
X
R j=1
Note que, P (XΛ ) = P (Λ), que dá motivos para manter a mesma notação
P para a resolução de identidade e subsequente integral. Esta aplicação
f 7→ P (f ) é linear e satisfaz
Z
hψ, P (f )ψi := f (t)dµψ (t),
R
e como
Z !
kP (f )ψk =
2
|f (t)| dµψ (t) =
2
kf k2L2µ (R) 6 sup |f (t)| 2
kψk2 ,
R ψ t∈R
e Z !
kP (f )ψk2 = |f (t)|2 dµψ (t) 6 sup |f (t)|2 kψk2 ,
R t∈R
na qual é um espaço vetorial, visto que µaψ (Λ) = |a|2 µψ (Λ) e usando a
desigualdade triangular
pois
0 6 h(ψ − ϕ), P (Λ)(ψ − ϕ)i ⇐⇒ hψ, P (Λ)ϕi+hϕ, P (Λ)ψi 6 kP (Λ)ψk2 +kP (Λ)ϕk2
Λn = Λn (f ) := {t ∈ R : |f (t)| 6 n} e fn := f XΛn ,
Além disso, temos que |fn | 6 |f | onde f ∈ L2µψ (R). Portanto, vale o teo-
rema da convergência dominada, no caso esta sequência de funções converge
para f em L2µψ (R) pelo teorema da convergência dominada.
Consequentemente (fn ) é uma sequência de Cauchy em L2µψ (R). Como
fn ∈ B ∞ (R) e Z
kP (fn )ψk2 = |fn |2 dµψ = kfn k2L2µ (R) ,
ψ
segue que (P (fn )ψ)n∈N é uma sequência de Cauchy em H, assim que converge
para um vetor P (f )ψ, na qual define a extensão desejada com domP (f ) =
dom(f ). Note que, a tal extensão f 7→ P (f ) é linear, contínua e com a
notação P (f ) := f dP , por tomar n → ∞ na igualdade acima
R
Z
kP (f )ψk2 = |f |2 dµψ = kf k2L2µ .
ψ
Como Z
kUψ (P (f )ψ)k2L2 = |f |2 dµψ = kP (f )ψk2 ,
µψ (R)
Uψ é uma isometria sobre L2µψ (R), assim um operador unitário entre tais
espaços. Além disso, para ϕ ∈ Hψ , existe g ∈ L2µψ (R) com ϕ = P (g)ψ,
consequentemente
ou seja,
Uψ P (f )Uψ−1 = Mf ,
com domMf = Uψ dom(P (f ) ∩ Hψ ) = {f ∈ L2µψ (R) : f g ∈ L2µψ (R)}, e
P (f ) é unitariamente equivalente ao operador multiplicador Mf agindo em
L2µψ (R). Escreve 1 para a função constante 1(t) = 1, ∀t ∈ R, assim que
Uψ ψ = Uψ P (1)ψ = 1, na qual é cíclico em L2µψ (R) no sentido que {Mf 1 =
f : f ∈ dom(1) = L2µψ (R)} = L2µψ (R). Resumindo:
N N
U := Uψj : H → L2µψ (R),
M M
j
j=1 j=1
satisfaz
U P (f )U −1 = M̃f ,
com M̃f = N
LN
j=1 Mf um operador multiplicação agindo em L2µψ , para
L
j=1 ψ
todo função Borel f : R → C.
H = E ⊕ E ⊥ e I = P E + PE ⊥ .
Então
D(T ) = PE (D(T )) + PE ⊥ (D(T )).
Se PE (D(T )) ⊂ D(T ), então PE ⊥ (D(T )) = (I − PE )(D(T )) ⊂ D(T ) e
assim
T (D(T )) = T PE (D(T )) + T PE ⊥ (D(T )),
ou seja, T (ψ) = T PE (ψ) + T PE ⊥ (ψ), ∀ψ ∈ D(T ).
Dizemos que o subespaço fechado E é um subespaço redutor do operador
T , ou E reduz T , se
• Espectro Essencial:
O espectro essencial de H é o conjunto Σess (H) de pontos de acumu-
lação de Σ(H) junto com autovalores de H de multiplicidade infinita.
• Espectro Discreto:
O espectro discreto de H é o conjunto Σd (H) := Σ(H) \ Σess (H), ou
seja, o conjunto de autovalores isolados de H, cada uma delas tem
multiplicidade finita.
onde H = HE ⊕ HE ⊥ .
Definição 1.5.10. Seja X uma σ−álgebra, λ e µ medidas em X. Dizemos
que λ é uma medida absolutamente contínuo para a medida µ se E ∈ X e
µ(E) = 0 implica que λ(E) = 0.
Definição 1.5.11. Seja X uma σ−álgebra e λ,µ duas medidas em X. Dize-
mos que λ e µ são mutualmente singular se existem dois conjuntos disjuntos
A e B em X tais que X = A ∪ B e λ(A) = µ(B) = 0.
Teorema 14. (Decomposição de Lebesgue)
Sejam λ e µ medidas σ−finitas em uma σ−álgebra X. Então existe uma
medida λ1 , na qual é singular com respeito à µ, e uma medida λ2 , na qual é
absolutamente contínua com respeito à medida µ, tal que λ = λ1 + λ2 . Além
do mais, as medidas λ1 e λ2 são únicos.
Dados duas medidas finitas µ e ν, a notação padrão
µ ⊥ ν e µ << ν,
Hp (H) = {ψ ∈ H : µψ (R \ Λ) = 0}.
• Espectro Pontual:
O espectro pontual de H é Σp (H) := Σ(Hp ).
• Espectro Contínuo:
O espectro contínuo de H é Σc (H) := Σ(Hc ).
• Subespaço Singular de H é:
Hs (H) := {ψ ∈ H : µψ ⊥ `}.
Obs 13. Hp (H) ⊂ Hs (H), Hac (H) ⊂ Hc (H) e Hsc (H) ⊂ Hc (H) ∩ Hs (H).
Lema 16. Hs (H), Hac (H) e Hsc (H) são subespaços vetoriais fechados de H.
A respectiva projeções ortogonais será denotado por PsH , Pac
H
e PscH .
Obs 14. Por esse teorema, verificar que o operador H tem a decomposição
H = Hp ⊕ Hac ⊕ Hsc .
k · kL2 ([0,1]) = k · k
onde ψn (ε) = e2iD sin (2πε) e−2πinε e ψm (ε) = e2iD sin (2πε) e2πimε , ∀n, m ∈ Z.
Além disso, esse conjunto é ortonormal, pois basta verificarmos
Z 1 Z 1
hψn , ψm i = e2iD sin (2πε) e2πinε e2iD sin (2πε) e2πimε dε = e2πi(n−m)ε dε,
0 0
1.6. UMA BASE PARA L2 ([0, 1]) 21
onde
Z 1 0, se n 6= m
e2πi(n−m)ε dε = ,
0 1, se n = m
com n, m ∈ Z.
Podemos, também, realizar a seguinte observação ψm = hϕm , ∀m ∈ Z,
onde h(ε) = e2iD sin (2πε) e ϕm (ε) = e2πimε para todo ε ∈ [0, 1], onde o conjunto
{ϕm : m ∈ Z} é ortonormal.
Assim, notamos que vale a seguinte igualdade
[ψm : m ∈ Z] = h[ϕm : m ∈ Z]
i=−N i=−N
[ψm : m ∈ Z] = h[ϕm : m ∈ Z]
onde
h[ϕm : m ∈ Z] = {hg : g ∈ [ϕm : m ∈ Z]},
pois este será o ponto crucial que resolverá o nosso problema.
Assim, analisemos cada implicação:
(⊆) : Seja f ∈ [ψm : m ∈ Z], então temos que
∞ ∞
f= λm ψ m = λm (hϕm )
X X
m=−∞ m=−∞
onde, de imediato, temos que essa função está bem definida, pois
Z 1 N N
= λm ϕm (ε) g(ε) − λm ϕm (ε)dε,
X X
g(ε) −
0 m=−N m=−N
então tomando N → ∞, como
g − m=−N λm ϕm
→ 0, concluímos
PN
N
→0
X
hg
−h λm ϕm
m=−N
m=−∞
Note que, essa série converge na norma, pois para cada N ∈ N temos
2
N N
X
λm (hϕm )
= |λm |2 6 kgk2 < ∞,
X
m=−N
m=−N
• A contenção hL2 ([0, 1]) ⊂ L2 ([0, 1]) é imediata, pois para hf ∈ hL2 ([0, 1])
temos Z 1 Z 1
|h(ε)f (ε)|2 dε = |f (ε)|2 dε < ∞,
0 0
• Seja f ∈ L2 ([0, 1]). Assim, notamos que a função h(ε) := e2i sin (2πε) é
contínua em todo [0, 1] e ela não se anula em nenhum ponto devido à
propriedade da função exponencial. Assim, podemos fazer a seguinte
observação
f = (hh−1 )f = h(f h−1 ),
onde f h−1 ∈ L2 ([0, 1]), pois h−1 (ε) = e−2iD sin (2πε) e f ∈ L2 ([0, 1]).
Com isso concluímos que f ∈ hL2 ([0, 1]), pois bastaria tomarmos esse
elemento f h−1 ∈ L2 ([0, 1]).
Portanto, concluímos que hL2 ([0, 1]) = L2 ([0, 1]) e assim temos
1Z t
lim kKe−iHs ξk2 ds = 0.
t→∞ t 0
Obs 16. O termo RAGE vem dos iniciais de D. Ruelle, W.O. Amrein, V.
Georgescu e V. Enss. O teorema tem aplicação para localização em grades,
Zd , d ∈ N∗ .
Entretanto, como consta no artigo [11] onde foi mostrado inúmeros mo-
delos, incluindo o modelo de Anderson que é um tipo de modelo hamiltoni-
ano muito estudado em física-matemática, que não apresenta ULE (Uniform
Localized Eigenfunction), mas mesmo assim apresentava comportamentos
dinâmicos. Isso fez com que o Del Rio em seu artigo [6] introduzisse pela
primeira vez o conceito de SULE (Semi Uniform Localized Eigenfunction),
onde mais tarde no artigo [5] é abordado sobre técnicas para verificar se os
espectros possuem ou não localização dinâmica, onde foi também abordado
mais sobre o SULE como na definição 2.2.4, onde esta definição afirma que se
ocorre a desigualdade 2.33 , então garantimos que ϕn (m), uma autofunção,
está decaindo rapidamente em n para todo m e, por fim, concluímos que o
operador possui localização dinâmica. Note que, isso tem suas similaridades
com localização dinâmica exponencial que seria um outro método específico e
de muita importância para analisar se um dado operador auto-adjunto possui
a localização dinâmica onde é expresso pela formula ψ ∈ H, ψ(t) = e−iHt ψ
e, isso é muito utilizado para analisar as localizações dinâmicas dos opera-
dores de Schrödinger no geral quando se trata de evolução temporal. No
caso, isso nos afirma que se H tem SULE, então automaticamente H tem
localização dinâmica e cujo o resultado foi estudado também pelo artigo [5],
mas a recíproca só vale se os espectros desse operador H são simples.
Agora, uma pergunta natural é o papel do teorema RAGE 20 nesse con-
texto ? No caso, o teorema RAGE é uma ferramenta para garantirmos que
um operador H auto-adjunto possui localização dinâmica, então apenas se
possui espectro pontual puro. Isso garante que se H tem localização dinâ-
mica e os autovalores são simples esse fato equivale em H satisfazer SULE.
Essa equivalência nos permite facilitar muitas contas, pois se tentarmos ana-
lisar se H possui localização dinâmica diretamente o argumento é bastante
elaborado.
26 CAPÍTULO 1. PRELIMINARES
Obs 17. Vale ressaltar que existem sistemas com espectro pontual puro que
não apresentam localização dinâmica, como consta no artigo [10].
Para esse texto, o objetivo que temos é demonstrar os teoremas e propo-
sições abaixo, considerando a definição 2.2.2 de localização dinâmica.
Teorema 23. H0 tem espectro puramente discreto e simples dado pelos nú-
meros inteiros na forma {En : n ∈ Z}.
O conceito de Localização
27
28 CAPÍTULO 2. O CONCEITO DE LOCALIZAÇÃO
e
sup |ψI (t, n)| 6 W (n, m), sup rp (t) 6 |n|p W 2 (n, m), (2.2)
X
t t
n∈Zd
onde
W (n, m) = |ek (n)ek (m)|.
X
onde C(k) < +∞. Se a soma é finita, é evidente que W (n, m) está expo-
nencialmente decaindo em n para qualquer m e 2.1 se mantém. Entretanto,
tipicamente a soma tem infinitamente muitos termos. Neste caso o limite
2.3 não fornece nada sobre o comportamento da soma W (n, m). É claro
que para provar a localização dinâmica, deve-se controlar o decaimento de
|ek (n)ek (m)| ambos em n e em k. Ou, equivalentemente, deve-se controlar as
constantes C(k) em 2.3. Duas abordagens foram desenvolvidos para resolver
esse problema. A primeira é para estimar diretamente a taxa |ek (n)ek (m)|
e provar que a soma W (n, m) está decaindo rapidamente quando |n| → ∞.
Por exemplo, mostra-se que
W (n, m) 6 C(m)De−α|n−m|
e 2.1 se mantém.
Outra possibilidade é ter algum controle da constante C(k) em 2.3. No-
minalmente, a seguinte condição chamado SULE foi introduzido em [6]. Con-
siderando a definição 2.2.4, temos nela uma constante finita C(δ) que é uni-
forme em k e n. Assim, mostra-se que se vale a desigualdade 2.33, então
ek (m) estão decaindo rapidamente em k para todo m. Assim, fica fácil veri-
ficar que a função W (n, m) está decaindo exponencialmente em n para todo
m e 2.1 se mantém, na qual será a ferramenta que iremos querer abordar
para o uso no operador H0 .
2.1. LIMITES INFERIORES PARA OS MOMENTOS DE AUTO-FUNÇÕES29
k=1
n∈Zd
ciente da possibilidade que dk (p) possa ser igual +∞. Pode-se também ob-
servar que dk (p) > B para quaisquer k, p.
Lema 24. Seja Zd e d ∈ N, d > 1. Assim, existe D(d) > 0 uma constante
positiva que depende somente da dimensão tal que para cada N > 0 temos
Card({n ∈ Zd : |n| 6 N }) 6 D(d)(N + 1)d .
Disso, temos que, com essa norma do máximo, a bola que consideramos
no Zd se torna uma caixa. Daí, temos que para dado N > 0, então temos
que bN c 6 N , onde bN c indica a parte inteira por baixo de N > 0. Logo,
para cada n ∈ Zd tal que knk∞ 6 N implica em knk∞ 6 bN c e a quantidade
desses será (2bN c + 1)d , por ser um cubo em Zd . Portanto, temos que
knk∞ 6 |n|, ∀n ∈ Zd .
{n ∈ Zd : |n| 6 N } ⊂ {n ∈ Zd : knk∞ 6 N }.
De fato, seja n ∈ Zd , com |n| 6 N , então, como knk∞ 6 |n|, temos que
knk∞ 6 |n| 6 N .
Portanto, temos
Lema 25. Seja p > 0. Existe uma constante positiva D(A, B, p, d) tal que
para qualquer {ank } satisfazendo 2.5 e 2.6, pode-se reordenar dk (p) assim que
p
dk (p) > Dk d . (2.7)
Demonstração. Consideramos o seguinte. Fixado p > 0 arbitrário temos
onde (dkm (p))m∈N está ordenado, ou seja, dkm (p) 6 dkm+1 (p), ∀m ∈ N.
Dado N > 0, considere o seguinte conjunto em N
B
J(N ) = m ∈ N : (2.9)
X
ak m n 6
n:|n|>N
2
e a soma
S(N ) = (2.10)
X X
akm n .
m∈J(N ) |n|<N
Portanto,
B B
S(N ) > = Card(J(N )). (2.12)
X
m∈J(N )
2 2
Por outro lado, com 2.5 podemos estimar
∞ X
S(N ) 6 1 6 D(d)A(N + 1)d . (2.13)
X X
ak m n 6 A
m=1 |n|6N |n|6N
Daí,
B
Card(J(N )) 6 D(d)A(N + 1)d , (2.14)
2
ou seja,
A
Card(J(N )) 6 2C(d) (N + 1)d , (2.15)
B
onde denotamos C(d) = 2D(d), então
A
Card(J(N )) 6 C(d) (N + 1)d , (2.16)
B
com alguma constante C(d) que depende somente da dimensão d.
Assim, para qualquer p > 0 considere o seguinte conjunto em N
B
I(N, p) = m ∈ N : dkm (p) 6 (N + 1)p . (2.17)
2
Como
n∈Zd
|n|<N |n|>N
akm n (|n| + 1) p
X
>
|n|>N
> (N + 1)p
X
akm n ,
|n|>N
p1 p1
B 2L 2L 2L
L>B> =⇒ > 1 =⇒ > 1 =⇒ − 1 > 0, (2.20)
2 B B B
1
onde N = 2L
B
p
− 1 > 0. Assim, segue que
dp
A 2L
Card({m ∈ N : dkm (p) 6 L}) 6 C(d) , (2.21)
B B
onde
pd dp
2B 2L
d
(N + 1) = ((N + 1) ) =
d
(N + 1)p
p p = , (2.22)
B 2 B
então
dp
A 2L
Card({m ∈ N : dkm (p) 6 L}) 6 C(d) , ∀L > 0. (2.23)
B B
Daí, note que, tomando L = dkl (p) para l ∈ N temos
!d
A 2dkl (p) p
Card({m ∈ N : dkm (p) 6 dkl (p)}) = l =⇒ l 6 C(d)
B B
!d
2dkl (p)
!
p C(d)A p
=⇒ l 6
d
B B
!p
B B d p
=⇒ dkl (p) > ld,
2 C(d)A
p
onde tomamos D(A, B, p, d) = B
2
B
C(d)A
d
> 0, então
p
dkl (p) > D(A, B, p, d)l d , ∀l ∈ N. (2.24)
Como uma aplicação direta desse do lema 24, obtemos o seguinte resul-
tado importante.
Teorema 26. Seja {ek }, k ∈ N qualquer sistema ortonormal em `2 (Zd ) (não
necessariamente completa). Para qualquer p > 0 defina os momentos
n∈Zd
2.2. LOCALIZAÇÃO DINÂMICA EXPONENCIAL 33
k=1
akn = 1. (2.28)
X
∀k ∈ N,
n∈Zd
O resultado segue diretamente do lema 24, onde A = B = 1.
n∈Zd
Preferimos tomar (|n| + 1)p do que |n|p para evitar alguns problemas
técnicos na prova.
Definição 2.2.1. Tem-se localização dinâmica para ψ e o momento de ordem
p, se
sup |X|pψ (t) < +∞. (2.30)
t
n∈Z n∈Z
Definição 2.2.2. Dizemos que HV,E tem localização dinâmica se para todas
as condições iniciais en , cada momento é uniformemente limitado no tempo,
isto é, para cada p > 0 e cada ψ = en , vale
sup rψp (t) < ∞. (2.31)
t
k=1
k
2.2. LOCALIZAÇÃO DINÂMICA EXPONENCIAL 35
|n|>N
2
36 CAPÍTULO 2. O CONCEITO DE LOCALIZAÇÃO
Temos, também,
1 1
S(N ) = |ek (n)|2 > = Card(J(N ))
X X X
e ∞ X
S(N ) 6 |ek (n)|2 6 1 6 D(d)(N + 1)d .
X X
Daí, chegamos em
1
Card(J(N )) 6 D(d)(N + 1)d =⇒ Card(J(N )) 6 2D(d)(N + 1)d ,
2
onde tome K(d) = 2D(d) > 0. Essa demonstração foi só para justificar o
K(d).
Agora, seja L > 0, e considere
|n|>N
• Se ν 6 γ:
Nesse caso, temos que
ν 6 γ ⇐⇒ −(γ − ν) 6 0. (2.38)
2.2. LOCALIZAÇÃO DINÂMICA EXPONENCIAL 37
|n|>N |n|>N
6 Le−(γ−ν)N e−ν|n|
X
|n|>N
−(γ−ν)N
e−ν|n| < ∞.
X
6 Le
n∈Zd
• Se γ < ν:
Então, considere m = m(ν) ∈ N tal que ν
m(ν)
< γ. Assim, podemos
realizar o seguinte argumento
|n|>N |n|>N
6 Le−(γ− m )N
ν ν
e− m |n|
X
|n|>N
ν
−(γ−ν)N
e− m |n|
X
6 Le
|n|>N
ν
−(γ−ν)N
e− m |n|
X
6 Le
n∈Zd
ν
onde bastaria tomar C(ν, d) = e− m |n| > 0.
P
n∈Zd
Agora, para dado L > e, queremos mostrar que existe um N > 0 tal que
valha C(ν, d)Le−(γ−ν)N = 12 . Logo, para qualquer 0 < ν < γ com a constante
C(ν, d) = n∈Zd e−ν|n| > 1 > 0, bataria tomar o seguinte
P
Portanto, a demonstração acima vai significar que para cada L > e temos
que I(L) ⊂ J(N ) para algum N > 0, ou seja,
j=0
!j
d
log (2C(ν, d)L)
!
d
=
X
j=0
j (γ − ν)
d
1 j
!
d
= (log (2C(ν, d)))j−i (log (L))i
X X
j=0
j (γ − ν)j i=0
d
1 j
!
d
log (L) j
(log (2C(ν, d)))j−i
X X
6
j=0
j (γ − ν)j i=0
d
1 j
!
X d (log (2C(ν, d)))j−i (log (L))d ,
X
6
j=0
j (γ − ν)j i=0
denotando
d
1 j
!
d
C(ν, d, γ) = K(d) (log (2C(ν, d)))j−i > 0.
X X
j=0
j (γ − ν)j i=0
para L > e arbitrário. Além disso, note que, essa constante C(γ, ν, d) > 0
não vai mudar para qualquer L > 0. Logo, para diminuir o número de
dependência, tomamos ν = γ2 e repetimos o argumento.
Portanto, temos que
onde ηkm (γ) 6 ηkm+1 (γ), ∀m ∈ N, então podemos analisar o mínimo desse
conjunto da seguinte maneira:
2.2. LOCALIZAÇÃO DINÂMICA EXPONENCIAL 39
• Se ηk1 (γ) > e, então para qualquer l ∈ N basta tomar L = ηkl (γ).
• Se ηk1 (γ) < e, basta tomar uma constante W (γ, d) > 1 tal que
Com este resultado podemos obter uma condição necessária para EDL(ψ)
em termos de projeções ψk e em termos de coeficientes da medida espectral de
ψ. Seja M(ψ) o sistema ortonormal de autofunções de H definido em 2.32
e Rψ,M(ψ) (n) = supk |γk ek (n)|, onde γk = hψ, ek i , Hek = λk ek . A medida
espectral de ψ pode ser escrito como
µψ = (2.39)
X
ak δk .
k
ou, equivalentemente,
Rψ,M(ψ) (n) 6 Ce−α|n| . (2.42)
Pode-se reordenar ak assim que
1
ak 6 Ce−βk d (2.43)
ψ=
X
ψk
k
onde α > δ. Então para qualquer ν > 0 tal que 0 < ν < α − δ,
1. Como
Rψ,M (n, 0) = sup |γk ek (n)| 6 Ce−α|n| , ∀n ∈ Zd ,
k
ou seja,
sup |γk |2 ηk (2α) < +∞.
k
|γk |2 ηk (2α) 6 L, ∀k ∈ N,
|γk ek (n)|
X
|ψ(t, n)| 6
k
= |γk ek (n)| + |γk ek (n)|
X X
Ce−α|n| B|n|d +
X
6 |γk |.
B|n|d <k
2.2. LOCALIZAÇÃO DINÂMICA EXPONENCIAL 43
B|n|d <k
1 γ 1 γ 1
d) d d) d
= E e−γk d e 2 (B|n| e− 2 (B|n|
X
B|n|d <k
1
1 (B|n|d ) d
γ 1
d) d
−γ kd− 2
= Ee− 2 (B|n|
X
e ,
B|n|d <k
1
1 (B|n|d ) d
−γ k d − 1
2 1 (B|n|d ) d
onde < +∞ pois k d − > 0. Assim,
P
B|n|d <k e 2
1
1 (B|n|d ) d
−γ kd− 2
tomando K = E > 0 e juntando com 2.54
P
B|n|d <k e
teremos
γ 1
d) d
|ψ(t, n)| 6 CB|n|d e−α|n| + Ke− 2 (B|n| , ∀B > 0. (2.55)
d 1
Assim, tomando B = 2α
γ
> 0, ou seja, γ2 B d = α teremos o seguinte
!d
1
− γ2 (B|n|d ) d 2α
|ψ(t, n)| 6 CB|n|d e−α|n| + Ke = e−α|n| C |n|d + K ,
γ
d
onde denotamos C(α, d) = max K, C 2α
γ
> 0, então teremos
|ψ(t, n)| 6 e−α|n| C(α, d)|n|d + C(α, d) = e−α|n| C(α, d)(|n|d + 1).
44 CAPÍTULO 2. O CONCEITO DE LOCALIZAÇÃO
e
∀z > 0 e 0 < s < 1 =⇒ min{1, z} 6 z s . (2.57)
então
ν ν
|ek (n)|2 eν|n| 6 (ηk (n)) α , ∀k ∈ N, ∀n ∈ Zd =⇒ sup |ek (n)|2 eν|n| 6 (ηk (α)) α
n
ν
⇐⇒ ηk (ν) 6 (ηk (α)) α .
|γk ek (n)|
sup 6 Ce−α|n| , ∀n ∈ Zd ,
k ηk (δ)
então temos
C 2 ηk (δ)2
|γk |2 |ek (n)|2 e2α|n| 6 C 2 ηk (δ)2 =⇒ |ek (n)|2 e2α|n| 6 < +∞, ∀n ∈ Zd
|γk |2
C 2 ηk (δ)2
=⇒ sup |ek (n)|2 e2α|n| 6
n |γk |2
q
=⇒ |γk | ηk (2α) 6 Cηk (δ).
2.2. LOCALIZAÇÃO DINÂMICA EXPONENCIAL 45
k
q
|γk | ηk (2ν), ∀n ∈ Zd ,
X
6
k
então
q
sup(eν|n| sup |ψ(t, n)|) 6 |γk | ηk (2ν)
X
n t k
q ηk (δ)
C ηk (2ν) q
X
6
k ηk (2α)
v
X u ηk (2ν)
u
= C t η k (δ).
k ηk (2α)
(ν+δ−α)
= C (ηk (2α))
X
2 ,
k
k
ν+δ−α β(ν+δ−α) 1
= C kd
X
D 2α e 2α
k
ν+δ−α β(ν+δ−α) 1
= CD kd
< +∞.
X
2α e 2α
k
46 CAPÍTULO 2. O CONCEITO DE LOCALIZAÇÃO
β(ν+δ−α) 1
ν+δ−α
Assim, denotamos C(ν, α, d) = CD 2α kd
< +∞ > 0 e,
P
ke 2α
então
eν|n| sup |ψ(t, n)| 6 C(ν, α, d), ∀n ∈ Zd ,
t
ou seja,
Assim, definimos
Então
sup |ϕ(t, n)| 6 C(γ)e−γ|n| , (2.61)
t
n o
onde 0 < γ < min α, αr
2β
.
2.2. LOCALIZAÇÃO DINÂMICA EXPONENCIAL 47
Então
sup |ϕ(t, n)| 6 Ce−γ|n| , (2.63)
t
n o
onde 0 < γ < min α, α+β
αr
.
ϕ= γk ek , γk = hϕ, ek i = hψ, ek i .
X
Portanto,
γk = ψ(m)ek (m)
X
m
e
|γk ek (n)| X |ek (n)ek (m)|
6 |ψ(m)| , ∀k,
ηk (0) m ηk (0)
então disso implica que
ou seja,
Rϕ,M (n, 0) 6 N (n, m)|ψ(m)|.
X
m m
Daí,
Portanto
m
C s e−sα|n−m|+sβ|m| Ce−r|m|
X
6
m
= C s+1
e−sα|n−m|−(r−sβ)|m| .
X
C2 e−α|n−m|−(r−β)|m| 6 C 2 e−γ|n−m|−α|m|
X X
m m
= C 2
e−γ|n|+γ|m|−α|m|
X
m
−γ|n|
C2 e(γ−α)|m|
X
6 e
m
= e −γ|n| 2
e−(α−γ)|m| ,
X
C
m
m m
e
sup |ϕ(t, n)| 6 C ((γ + ε), d) (|n|d + 1)e−(γ+ε)|n| , ∀n ∈ Zd .
t
50 CAPÍTULO 2. O CONCEITO DE LOCALIZAÇÃO
Disso, temos
Assim, significa que para 1 > 0 existe Λ ⊂ Zd , |Λ| < ∞, tal que
ε
/ Λ.
(|n|d + 1) 6 e 2 |n| , ∀n ∈
• Se n ∈ Λ, então
q ε
= C(γ, d), C ((γ + ε), d)(|n|d + 1)e− 2 |n| e−γ|n|
q ε
6 C(γ, d), C ((γ + ε), d)(|n0 |d + 1)e− 2 |n0 | e−γ|n| 6 D(γ)e−γ|n| .
• Se n ∈
/ Λ, então
q ε
= C(γ, d), C ((γ + ε), d)(|n|d + 1)e− 2 |n| e−γ|n|
q
6 C(γ, d), C ((γ + ε), d)e−γ|n| 6 D(γ)e−γ|n| .
2.2. LOCALIZAÇÃO DINÂMICA EXPONENCIAL 51
Então, teremos
Portanto
sup |ek (n)ek (m)| 6 C 2 (δ)e2δ|m|−(α−2δ)|n−m| .
k
52 CAPÍTULO 2. O CONCEITO DE LOCALIZAÇÃO
Capítulo 3
53
54CAPÍTULO 3. DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS PRINCIPAIS
temos
Z π Z 0
= sin (n(y + π) + 2 sin (y + π))dy+ sin (n(y + π) + 2 sin (y + π))dy
0 −π
Z π Z −π
= sin (n(y + π) + 2 sin (y + π))dy− sin (n(y + π) + 2 sin (y + π))dy
0 0
Donde temos
• Temos Z 1
J−n (2) = cos (2πnε + 2 sin (2πε))dε
0
pois basta tomar y = πε, com y ∈ [0, π] e ε ∈ [0, 1], onde dy = πdε.
Daí, temos
1Zπ 1 Z 2π
J−n (2) = cos (2 sin (2y) + 2ny)dy = cos (2 sin (θ) + nθ)dθ
π 0 2π 0
55
1 2
|n|
e
e( 2 ) =
2 2
|ϕ0 (n)| = |J−n (2)| 6
|n|! 2 |n|!
k k
Além disso, temos que, tomando alguma constante C > 1, onde essa será
a constante universal para à base canônica {em } de `2 (Z), vale o seguinte
• Se m = 0, basta tomar r = 1, e assim temos
log ( C )
1
• Se m 6= 0, então bastaria tomar algum r ∈ 0, − |m|
e disso teremos
er|n|+1
lim =0
n→∞ |n|!
56CAPÍTULO 3. DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS PRINCIPAIS
Assim, concluímos que para dado α > 0, para cada C > 0, existe no ∈ N
tal que vale
e
6 Ce−α|n| , ∀n > no .
|n|!
n 2α αno
o
então, para {1, ..., no }, basta escolhermos C(δ) = max C, eα , e2! , ..., eno ! e,
disso concluímos que
e
6 C(δ)e−α|n−m| < C(δ)eδ|m|−α|n−m| , ∀δ > 0
|n − m|!
sup rψp (t) 6 |n|p (sup |ψ(t, n)|)2 6 |n|p C 2 (γ)e−2γ|n| < ∞.
X X
t n∈Z t n∈Z
Teorema 33. H0 tem espectro puramente discreto e simples dado pelos nú-
meros inteiros na forma {En : n ∈ Z}.
57
onde (H0 ψλ )(n) = (∆ψλ )(n) + Enψλ (n), ∀n ∈ Z. Queremos mostrar que
0
os λ s que satisfazem a condição estacionária acima são somente números
inteiros. No caso, isso nos fornecerá de imediato que o operador H0 possui
espectro puramente discreto e simples, no caso, Σ(H0 ) = Z. Assim, conside-
ramos a transformada de Fourier
c (ε) = ψλ (n)e−2πinε .
X
ψ λ
n∈Z
Assim, para
cλ (ε) + ξc
ϕ λ (ε) + [Enψλ (n)] = λψλ (ε),
\ c
onde temos
cλ (ε) = ψλ (n + 1)e−2πinε
X
ϕ
n∈Z
m=n+1
= ψλ (m)e−2πi(m−1)ε
X
m∈Z
= ψλ (m)e−2πimε e2πiε
X
m∈Z
n∈Z
m=n−1
= ψλ (m)e−2πi(m+1)ε
X
m∈Z
= ψλ (m)e−2πimε e−2πiε
X
m∈Z
i ∂(ηcλ (ε))
[nη
\ λ (n)](ε) = ,
2π ∂ε
onde
∗
ηcλ (ε) = ηλ (n)e−2πinε = Eψλ (n)e−2πinε = E ψλ (n)e−2πinε .
X X X
∗: Seria pelo fato de ocorrer uma convergência dessa série usando a desi-
gualdade de Hölder da seguinte forma
X
(n)e−2πinε
|ψλ (n)|
X
ψ λ 6
n∈Z n∈Z
1
= |nψλ (n)|
X
n∈Z |n|
1 1
1
2 2
|nψλ (n)|2
X X
6
n∈Z |n|
2
n∈Z
1
2
π
= |nψλ (n)|2
X
√ < ∞.
n∈Z 3
k (ε))
i ∂(η[ c (ε))
i ∂(E ψ c (ε))
Ei ∂(ψ
λ λ
[Enψ
\ λ (n)] = [nη
\ λ (n)] = = = .
2π ∂ε 2π ∂ε 2π ∂ε
Portanto, teremos
c (ε))
Ei ∂(ψλ
(2 cos (2πε))ψ
c (ε) +
λ = λψ
c (ε)
λ
2π ∂ε
No caso, chegamos em uma equação diferencial ordinária de primeira
ordem. Assim, seguindo os passos clássicos de resolução temos que
1 c (ε))
∂(ψλ 2πi
= (2 cos (2πε) − λ),
ψλ (ε)
c ∂ε E
59
então
Z ε
1 c (ε)) 1
Z ε Z ε
∂(ψ
λ
c (ε)
dε = 4πi cos(2πε)dε − 2πiλdε ,
0 ψλ ∂ε E 0 0
então
c (ε) 1
!
ψλ
ln c (0)
= (2i sin (2πε) − 2πiλε),
ψλ E
ou seja,
2i sin (2πε) 2πiλε
c (ε) = ψ
ψ c (0)e E e− E ,
λ λ
então, teremos
2πiλ
e E = 1,
onde para que essa equação seja satisfeita temos que
2πλ
= 2πm
E
para algum m ∈ Z, ou seja, λ = Em ∈ EZ e isso para λ ∈ C arbitrário. Isso
significa que todos os espectros que compõe a solução estacionária precisam
ser números inteiros.
Assim, temos que ψ c =ψ
λ
d , com m ∈ Z. O que significa que
m
2i sin (2πε)
d (ε) = ψ
ψ d (0)e E e−2πimε
m m
pois S é um sistema ortonormal completo de L2 ([0, 1]), então como kf k`2 (Z) =
kfbkL2 ([0,1]) = 0, temos f ≡ 0. Disso, concluímos que {ϕm : m ∈ Z} é um
sistema ortonormal completo de `2 (Z), onde isso garante a unicidade dos
autovetores para autovalor m ∈ Z, ou seja, garante que cada espectro é
simples.
Portanto, com isso concluímos que H0 tem espectro puramente discreto
e simples dado pelo números inteiros.
ψn (m) = ψ0 (m − n).
sup rψp (t) 6 |n|p (sup |ψ(t, n)|)2 6 |n|p C 2 (γ)e−2γ|n| < ∞.
X X
t n∈Z t n∈Z
[2] César R. de Oliveira, Mariane Pigossi. Point Spectrum and SULE for
TIME-Periodic Pertubations of Discrete 1D Schrödinger Operator with
Electric Fields. Journal of Statistical Physics, 173(1), October 2018.
[6] Del Rio, R., Jitomirskara, S., Last Y. and Simon, B.: Operators with
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65
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