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Métodos Matemáticos nas Ciências

Grupo(×1) := (João Mota 55960)

TPC(2) - Análise Fraca (2) (05/14/2023)

2.1.

(a) Queremos mostrar que em H convergência “normal” implica convergência fraca. Seja (un ) ⊂ H tal que
un → u ∈ H, fixe-se v ∈ H, sabemos que produto interno é uma função de H 2 para R, portanto
(⟨un , v⟩) ⊂ R, aplicando as propriedades de ⟨·, ·⟩ vem |⟨un , v⟩ − ⟨u, v⟩| = |⟨un − u, v⟩| → |⟨0, v⟩| = 0, ∀v,
logo ⟨un , v⟩ → ⟨u, v⟩ e portanto un ⇀ u.

(b) ∥un − u∥2 = ⟨un − u, un − u⟩ = ⟨un , un ⟩ + ⟨u, u⟩ − 2⟨un , u⟩ ≤∃N >n ⟨u, u⟩ + ⟨u, u⟩ − 2⟨un , u⟩ →n
2⟨u, u⟩ − 2⟨u, u⟩ = 0 (pela convergencia fraca). qed.

(c) Seja (ak )k∈N uma sucessão ortonormada (i.e. ⟨ai , aj ⟩ = δij , ∀i, j) infinita de H e fixe-se v ∈ H. Pela
identidade de Bessel vem Sv := n≥1 |⟨v, an ⟩|2 ≤ ⟨v, v⟩, ou seja S converge para todo o v, logo cada
P

termo converge para 0, isto é |⟨v, an ⟩|2 → 0, ∀v, por (1) vem que |⟨v, an ⟩| → 0, ∀v, por (2) tiramos
⟨v, an ⟩ → 0, ∀v e finalmente por (3) concluímos an converge fracamente para 0. qed. (1) Seja (zn ) uma
sequencia num espaço de Hilbert, o resultado diz-nos que se para alguma potência natural k, znk → 0,
então zn → 0. dem 1. Suponhamos znk → 0 para algum k, então é possível construir um ϵ > 0 tal que
|znk | = |zn |k < ϵk ⇐⇒ |zn | < ϵ, como ϵ arbitrário vem zn → 0. qed. (2) |zn − 0| = |zn | − 0 = ||zn | − 0|,
dado que |zn | → 0, vem zn → 0. qed. Finalmente (3) Source
https://proofwiki.org/wiki/Weak_Convergence_in_Hilbert_Space/Corollary.

(d) Dado que R 1(sin πnx)n∈N é uma sucessão ortonormada de H := C[0, 1] para o produto interno
⟨f, g⟩ = 0 f g dx, ∀f, g ∈ H, e fixando h ∈ H, vem, pelo resultado anterior,
R1
⟨h, sin πnx⟩ = 0 h sin πnx dx →n 0, portanto limn→∞ ⟨h, sin πnx⟩ = 0.

(e)

Teorema 0.1. (O teorema da representação de Riesz). Seja V := (V, ⟨·, ·⟩V ) um espaço de Hilbert e ϕ
um funcional linear e contínuo em V . Então existe um único g ∈ V tal que ϕf = ⟨f, g⟩V , ∀f ∈ V .
No caso e E = H um espaço de Hilbert, vem que (un ) ⊂ E converge fracamente para u se, para v ∈ E
fixo, acontecer ⟨un , v⟩H →n ⟨u, v⟩H . Seja Γ um funcional contínuo e linear em H, então pelo teorema
que acabámos de enunciar, existe um único v ∈ H tal que Γun = ⟨un , v⟩H →n ⟨u, v⟩H = Γu. As duas
definição de convergência fraca coincidem no caso E = Hilbert. Source
http://wittawat.com/posts/riesz_representation.html.

2.2.
n
(a) Um exemplo de uma sequência de Dirac é gn (x) = π(1+n 2 x2 ) , como se mostra em

https://planetmath.org/exampleofdiracsequence. Modifica-mos este exemplo para obtermos aquele


queRrespeita as condições do exercício. Observamos que
1
Kn −1 gn dx = Kn π2 arctan n = 1 ⇐⇒ Kn = 2 arctan π
n , nR ∈ N, assim a sequência de Dirac candidata é
ϵ
ln (x) := Kn gn (x) = 2 arctan (n)(1+n2 x2 ) . Seja ϵ > 0, então −ϵ ln dx = arctan
n ϵn
arctan n −→n 1. Conluímos que ln é
δ-sucessão em 0 qed. Estes integrais foram calculados de forma expedita usando o sw
https://www.integral-calculator.com/, embora o método de cálculo destes integrais seja direto.

(b) No link anterior há uma demonstração da convergência da distribuição delta Dirac. Mas não consegui
perceber algumas das desigualdades usados.

1
2.3.

(a) Sejam f ∈ C 1 [a, b] h ∈ H integráveis, e considere-se f ′ ∈ C[a, b], integrando por partes fica
Rb ′ b
Rb ′ Rb ′ Rb ′ ′
a f h dx = f h|a − a f h dx, como h(a) = h(b) = 0 vem a f h dx = − a f h dx e por definição f é
derivada fraca de f . qed.

(b) Seja h ∈ H e f :R [−1, 1] → R, xR 7→ |x|, calculando


R o integral Re usando o resultado
R anterior na terceira
igualdade, vem [−1,1] gh dx = [−1,0] gh dx + (0,1] gh dx = − [−1,0] h dx + (0,1] h dx =
 R 
′ dx − ′ dx = − − ′ dx + ′ dx = − ′ dx = − ′
R R R R R
[−1,0] xh (0,1] xh [−1,0] xh (0,1] xh (0,1] |x|h [−1,1] f h dx. Logo
a função dada é derivada fraca de f .

(c) RSuponhamos com R 1 vista a um absurdo que ∃ν ∈ C[−1, 1] derivada fraca de g, isto Ré ∀h ∈ H, temos
1 ′ dx, tome-se h ∈ H nas condições da sugestão dada, então 1 νh dx =
−1 νh dx = − gh n n
R1 ′
R−10 ′ R1 ′ −1
− −1 ghn dx = −1 hn dx − 0 hn dx = hn (0) − hn (−1) − (hn (1) − hn (0)) = 2 − (hn (1) + hn (−1)) →n 2,
R1
pela hipótese sobre hn , então vem limn→∞ −1 νhn dx = 2, passando ao integral do limite vem
R1 1
−1 ν limn→∞ hn dx = 2 e dado que C [−1, 1] ∋ hn (x) → 0, ∀x ̸= 0, absurdo. qed.

(d) A seguinte demonstração é inspirada na resolução: https://math.stackexchange.com/questions/


1010254/pde-question-weak-derivative-equals-0-then-its-constant. Tome-se f ∈ C[a, b] tal que
Rb
a derivada fraca é a função identicamente nula, então ∀h ∈ H, a f h′ dx = 0, tome-se α ∈ H tal que
Rb
a α dx = 1 (assume-seRb
sem demonstração que uma tal função existe) e considera-se uma nova função

λ (x) := ψ(x)− α(x) a ψ(x)dx ∈ H, com ψ ∈ H, uma consequência imediata desta escolha é que
Rb ′ Rb Rb Rb R b R b 
a λ dx = a ψ − α a ψ dx dx = a ψ − a α a ψ = 0 por construção de α. Na medida em que
λ ∈ H, faz-se, 0 (aplicando-se a hipótese)
Rb ′ Rb  Rb  Rb Rb R
b

= a f λ dx = a f ψ − α a ψ dx dx = a f ψ dx − a f α a ψ dx dx = (∗), pondo ψ em evidencia,
Rb Rb  Rb
vem (∗) = a f − a f α dx ψ dx = 0, logo f − a f α = 0 ⇐⇒ f = const. qed.
Rx Rb
(e) De modo a usar o resultado anterior considere-se a função k(x) = f − a g dt ⇐⇒ a kh′ dx =
Rb ′ RbRx ′
Rb ′ Rb Rb ′
a f h dx − a a g dth dx = a f h dx + a gh dx = 0 ⇐⇒ a kh dx = 0 =⇒ k = const, logo
k(a) = f (a).

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