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ou seja,
d [(x1 , . . . , xn ) , (a1 , . . . , an )]Rn = (x1 − a1 )2 + · · · + (xn − an )2 ∈ R+
0.
(x − a1 )2 + (y − a2 )2 < ε2 .
ROSÁRIO LAUREANO 2
d ((x, y) , (a, b))R2 < ε ∧ (x, y) ∈ Df \ {(a, b)} =⇒ d (f (x, y) , l)R < δ.
Se a curva é qualquer outra que passe no ponto (a, b) temos outro limite
relativo.
Após o cálculo de limites relativos, duas situações podem surgir:
S1. Existem pelo menos dois deles com valores diferentes, permitindo
concluir a inexistência de limite no ponto (a, b), ou
S2. Todos os limites são iguais, indicando o possível "candidato" a limite
l, o valor comum desses limites.
Na verdade, a definição de limite (1) exige que existam e tenham o mesmo
valor todos os limites da função f restringida a qualquer uma dessas curvas
possíveis (pelo que em S1 se conclui imediatamente que não há limite de
f no ponto (a, b)). Por outro lado, como é impossível calcular todos esses
limites relativos (pois são em número infinito), só o uso da definição de limite
(1) permite concluir a sua existência, sendo usado o "candidato" l fornecido
pelo valor comum (pelo que em S2 é ainda necessário o uso da definição de
limite (1)).
No uso da definição de limite (1)) são fundamentais as seguintes desigual-
dades com módulos
√
|x| = x2 ≤ x2 + y 2
|y| = y 2 ≤ x2 + y 2
|x ± y| ≤ |x| + |y| ≤ 2 x2 + y 2
3/2
|x3 − y 3 | ≤ (x2 + y 2 ) ,
e as seguintes igualdades com módulos
|x × y| = |x| × |y|
x |x|
y |y| , para y = 0 .
=
f lim(x,y)→(a,b) f (x, y)
lim (x, y) =
(x,y)→(a,b) g lim(x,y)→(a,b) g (x, y)
2 Exercícios resolvidos
Exercício Estude a existência de limite no ponto (0, 0) da função f definida
por
xy
f(x, y) = .
(x + y ) x2 + y 2
2 2
(portanto, caso exista o limite pedido, ele terá o valor 0) e também é nulo o
limite
xy 0
lim lim = lim = lim 0 = 0.
y→0 x→0 (x2 + y 2 ) x2 + y 2 y→0 y 2 y 2 y→0
m
= lim √
x→0 (1 + m2 ) x2 + m2 x2
m
= =∞
(1 + m2 ) · 0+
|f (x, y) − 0| < δ.
ROSÁRIO LAUREANO 7
sin (x2 + y 2 )
f (x, y) =
x2 + y 2
quanto à existência de limite nos pontos (a, b) onde tal seja possível.
sin (x2 + y 2 )
lim f (x, y) = lim =1
(x,y)→(0,0) (x,y)→(0,0) x2 + y 2
atendendo ao limite de referência limA→0 (sin A) /A = 1. Concluímos assim
que a função f tem limite em todos os pontos do plano R2 .
(caso exista o limite pedido, ele terá o valor 0) e também é nulo o limite
x4 y 3 0
lim lim 4 = lim = lim 0 = 0.
y→0 x→0 x + y 8 y→0 y 8 x→0
x3 m3 0 · m3 0
= lim 8 4
= 8
= = 0,
x→0 1 + m x 1+m ·0 1
para todo o m.
Aproximação ao ponto (0, 0) por paràbolas verticais y = kx2 , com k = 0:
x4 y 3 x4 k 3 x6 0 x10 k 3
lim 2 4 = lim = lim
x→0,y=kx x + y 8 x→0 x4 + k 8 x16 0 x→0 x4 (1 + k 8 x12 )
x6 k 3 0 · k3 0
= lim 8 12
= 8
= = 0.
x→0 1 + k x 1+k ·0 1
Dado que todos os limites relativos estudados conduzem ao mesmo valor
0, há que analisar pela definição se 0 é, de facto, o valor do limite em estudo.
Temos
4 3 4 3 4 3 4 3
xy
|f (x, y) − 0| = 4 − 0 = |x y | = |x | · |y | ≤ x · |y |
x + y8 |x4 + y 8 | x4 + y 8 x4 + y 8
x4 · |y 3 | 3 3
3
≤ = y = |y| ≤ x 2 + y2 < ε3 .
x4
Portanto, é garantido que
|f (x, y) − 0| < δ
√ √
sempre que ε3 ≤ δ, ou seja, sempre que ε ≤ 3 δ. A relação ε ≤ 3 δ mostra
√
que a diminuição do δ tomado implica a diminuição do valor ε = ε (δ) = 3 δ
respetivo. Assim, concluímos que
lim f (x, y) = 0.
(x,y)→(0,0)
ROSÁRIO LAUREANO 9
Como são iguais (note que não estamos a calcular limites relativos), concluí-
mos que o limite de f nos pontos (a, 0), com a > 0, existe e tem o valor
0.
0
x por 0 e y por 0 conduz à indeterminação . Procedemos então ao estudo
0
dos limites relativos:
Limites iterados ou sucessivos:
2x3 − y 3 2x3
lim lim 2 = lim = lim 2x = 0
x→0 y→0 x + y 2 x→0 x2 x→0
(caso exista o limite pedido, ele terá o valor 0) e também é nulo o limite
2x3 − y 3 −y 3
lim lim 2 = lim = lim (−y) = 0.
y→0 x→0 x + y 2 y→0 y 2 x→0
x (2 − m3 ) 0 · (2 − m3 )
= lim = = 0,
x→0 1 + m2 1 + m2
para todo o m.
Aproximação ao ponto (0, 0) por parábolas verticais y = kx2 , com k = 0:
2x3 − y 3 2x3 − k 3 x6 0 x3 (2 − k 3 x3 )
lim 2 2 = lim = lim
x→0,y=kx x + y 2 x→0 x2 + k 2 x4 0 x→0 x2 (1 + k 2 x2 )
x (2 − k 3 x3 ) 0 · (2 − 0)
= lim 2 2
= = 0.
x→0 1 + k x 1+0
Dado que todos os limites relativos estudados conduzem ao mesmo valor
0, há que analisar pela definição se 0 corresponde, de facto, ao valor do limite
em estudo. Temos
3
2x − y 3 |2x3 − y 3 | |2x3 | + |−y 3 |
|f (x, y) − 0| = 2 − 0 =
≤
x + y2 x2 + y 2 x2 + y 2
|f (x, y) − 0| < δ
lim f (x, y) = 0.
(x,y)→(0,0)
x2 + y 2 0
lim f(x, y) = lim 2 2
= = 0,
(x,y)→(0,0) x→0,y→0 ln (x + y ) −∞