Você está na página 1de 19

UNIVERSIDADE PEDAGOGICA DE MAPUTO

FACULDADE DE ENGEMHARIA E TECNOLOGIA

CALCULO INTEGRAL

Atanasio Matsimbe
2. Integral Definido

Para se descrever a integral de uma função f de uma variável x entre o intervalo [a, b] utiliza-se
utiliza a
b
notação: S = ∫ f ( x)dx
a

A ideia desta notação utilizando um S


comprido é generalizar a noção de
somatório. Isto porque intuitivamente a
integral de f(x) pode ser entendida como a
soma de pequenos rectângulos de base dx e
altura f(x), onde o produto f(x) dx é a área
deste rectângulo. A soma de todas estas
pequenas áreas,
eas, ou áreas infinitesimais,
fornece a área total abaixo da curva.

Mais precisamente, pode-se


se dizer que a integral acima é o valor limite da soma:

n
b −a
∑ f ( x )∆x
i =0
i onde ∆x =
n

é o comprimento dos pequenos intervalos nos quais se divide o intervalo (b-a), f(xi) é o valor da função
em algum ponto deste intervalo. O que se espera é que quando n for muito grande o valor da soma
acima se aproxime do valor da área abaixo da curva e, portanto, da integral de f(x) no intervalo. Ou
n
seja, que o limite lim ∑ f ( x i )∆x = ∫ f ( x)dx = S esteja definido.
b

n→ ∞ a
i =0

b
Definimos ∫ f ( x)dx
a
quando a < b. Portanto outros casos são definidos da seguinte maneira :
a
• ∫ f ( x)dx = 0
a
a b
• se a < b, então ∫ f ( x)dx = - ∫ f ( x)dx
b a
Propriedades da integral definida:
b b
• ∫ kf ( x)dx = k ∫ f ( x)dx , para qualquer constante k ∈ IR
a a

∫ [f ( x) ± g ( x)]dx = ∫ f ( x)dx ± ∫ g ( x)dx , desde que as funções


b b b
• f e g sejam integráveis no
a a a
intervalo [a, b].
c b b
• ∫ f ( x)dx + ∫ f ( x)dx = ∫ f ( x)dx , se a função f é integrável no intervalo [a, b] e c∈[a, b] tal
a c a
que a < c <b
b
• Teorema do valor médio para integrais: ∫ f ( x)dx = (b-a)f(x0) para
a
algum x0 entre a e b.

Docente: Atanasio Matsimbe 01


u d
• Se F (u ) = ∫ f ( x )dx ⇒ F (u ) = f (u )
a du

Teorema Fundamental do Cálculo.


Se f(x) é contínua no intervalo de integração [a, b] e se F(x) é uma integral indefinida de f(x) então:
b
∫ f ( x)dx = F ( x)
b
a
= F (b) − F (a)
a

3 dx
∫ xdx
10
Exemplo: Calcule a)
1
b) ∫
4 x +2

4
4 x2 42 22
Resolução: a) ∫ xdx = = − = 8 −2 = 6
2 2 2 2 2

= [ln x + 2 ]4 = ln 12 −ln 6 = ln 2
10 dx
b) ∫
10
4 x +2

EXERCÍCIOS:
2 3

∫2(2 x −3) ∫(4 −2 x)sen(4 x − x


17 2
01. dx 02. ) dx
3/ 2 1
e 5
ln x
03. ∫1 x dx 04. ∫x x 2 −9 dx
3
ln 2 π/ 2

∫[(e ) + e ]e dx ∫ 1 − sen
x 2 x x 2
05. 06. x cos x dx
ln 1 − π/ 2
2 0

∫( x −2 x −1) ⋅(3x −2) dx ∫ − x 2 −6 x dx


3 2 2
07. 08.
−1 −6
4 2

∫3x ∫−8 x
2 −3
09. dx 10. dx
2 1
36 8
dx
∫ ∫(4 x + 2 x −1 / 3 ) dx
1/ 3
11. 12.
4 x 1
1 t 8
13. ∫e 2
dt 14. ∫(1 +
1
3
x ) dx
0
3 π/ 2 1
dx
15. ∫senx dx 16. ∫1 + x 2
π/ 2 0
e x
dx
∫1 x ∫x dx
2
17. 18.
3
a
x z
dx
19. ∫senx dx 20. ∫2 x −1
1
0
π/ 2 π/ 2

∫cos dx ∫ senx cos


2 2
21. 22. x dx ;
0 0

02
Docente: Atanasio Matsimbe
sugestão cos x=t
2 1

∫(2 x + 5) dx ∫( x −2 x + 3) dx
2
23. 24.
1 0
1 π/ 2
cos x dx
∫( x + 1) dx ∫
2
25. 26 2
−1 − π/ 2 sen x
π 1

∫cos x dx ∫ 1 −t
2
27. 28. dt
0 x
3 2π

∫x e dx ∫sen(8 x − π) dx
3
2 x
29. 30.
1 −π

Integrais Impróprios
b
A integral definida ∫ f ( x)dx é chamada imprópria quando
a
1. O integrando f(x) tem um ou mais pontos de descontinuidade no intervalo [a, b], ou
2. Um (ou os dois) limite de integração é infinito.

1. Integrando Descontínuo

a) Se f(x) é contínuo no intervalo [a, b[ mas descontínua em x = b, definimos,


b b− ε
∫ f ( x)dx = lim
a ε
∫ →0 + a
f ( x )dx . Desde que o limite exista.

b) Se f(x) é contínuo no intervalo ]a, b] mas descontínua em x = a, definimos,


b b

a
f ( x)dx = lim+ ∫ f ( x )dx . Desde que o limite exista.
ε→ 0 a+ ε

c) Se f(x) é contínuo no intervalo [a, b] excepto e x = c ∈ [a, b] definimos


b c− ε b
∫ f ( x)dx = lim
a ε
∫ →0 + a
f ( x)dx + lim+ ∫ f ( x)dx . Desde que ambos os limites existam.
δ→ 0 c+ δ

Obs. Os integrais destes tipos denominam-se integrais impróprios de segunda espécie.

dx 4 dx
∫ (x −2)
2
Exemplo: Calcule a) ∫ 0
4 −x 2
b)
0 2

2 dx
Resolução: a) ∫0
4 −x 2
o integrando é descontínuo em x = 2. Então,

2− ε
2 dx 2− ε dx  x  2− ε 
∫0
4 −x 2
= lim+ ∫
ε→ 0 0
4 −x 2
= lim+  arcsen 
ε→ 0  2 0
= lim+  arcsen
ε→ 0  2
−arcsen0

π
= arcsen1 =
2

03
Docente: Atanasio Matsimbe
4 dx
b) ∫ (x −2)
0 2
o integrando é descontínuo em x = 2, um valor entre os limites de

integração 0 e 4. Então,
2− ε 4
4 dx 2− ε dx 4 dx  −1   −1 
∫ (x −2)
0 2
= lim+ ∫
ε→ 0 0
(x − 2)2
+ lim+ ∫
δ→ 0 2+ δ
(x −2)2
= lim+ 
ε→ 0  x − 2 
0
+ lim+ 
δ → 0  x − 2 
2+ δ
=

 −1 −1   −1 −1   1 1  1 1
= lim+  −  + lim+  −  = lim+  −  + lim+  − +  = ∞
ε→ 0
 2 − ε− 2 − 2  δ→ 0  4 − 2 2 + δ− 2  ε→ 0  ε 2  δ→ 0  2 δ
4 dx
O integral ∫ é divergente.
0
(x −2)2
4
4 dx  1 
Obs. Se o ponto de descontinuidade for desconsiderado, obtemos ∫ (x −2)
0 2
=−  = −1 . Este
 x −2  0
1
resultado é absurdo porque é sempre positivo
(x −2)2
2. Limites de Integração Infinitos
• Se f(x) é contínua em todo intervalo [a, U] definimos:
+∞ U
∫a
f ( x)dx = lim ∫
U → +∞ a
f ( x )dx . Desde que o limite exista.

• Se f(x) é contínua em todo intervalo [u, b] definimos:


b b
∫−∞
f ( x)dx = lim
U → −∞ u ∫ f ( x)dx . Desde que o limite exista.

• Se f(x) é contínua, definimos:


+∞

a U

−∞
f ( x )dx = lim
U → −∞ u∫ f ( x)dx + lim
U → +∞ a ∫ f ( x)dx . Desde que ambos os limites existam.

+∞ dx 0
∫ ∫e
2x
Exemplo: Calcule a) b) dx
1 x2 −∞

u
+∞ dx U dx  1  1 
Resolução: a) ∫ 1 x 2
=
U
lim
→ +∞ ∫
1 x 2
= lim  −  = lim  − + 1 =1
U → +∞
 x1 U → + ∞
 u 
0
0  e2x  0  1 e 2u  1
b) ∫ e dx = lim ∫ e dx = lim 
2x
 = lim2x
 − =
u → −∞ 2
−∞ u → −∞ u
  u u → −∞  2 2  2

EXERCÍCIOS

Calcule:
+∞ 0
dx dx
01. ∫0 1 + x 2 02. ∫1 + x
−∞
2

+∞ 1
dx dx
03. ∫
−∞
1+ x2
04. ∫ 1−x
0

04
Docente: Atanasio Matsimbe
1 1
dx xdx
05. ∫
−1
x2
06. ∫ 1−x
0
2

∞ ∞
∫e dx dx
−x
07.
0
08. ∫a 2 + x 2 ; (a > 0
0
1 ∞
dx dx
09. ∫ 1−x
0
2
10. ∫x
0
5

1 ∞
11. ∫ln xdx
0
12. ∫x senx dx
0
∞ +∞
dx dx
13. ∫
1 x
14. ∫x
−∞
2
+ 2x + 2
1 2
dx dx
15. ∫
0
3
x
16. ∫x
0
3

∞ 1
dx dx
17. ∫x x 2 −1
18. ∫x
−1
4
1
∞ ∞

∫e sen(bx) dx (a > 0) ∫e
−ax −ax
19. 20. cos (bx) dx (a > 0)
0 0

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO:

Encontre a alternativa correcta em cada um dos exercícios seguintes:


3

∫(−x − 3 x + 5) dx é igual a:
2
21.
−2
(A) 29 / 6 (D) 35 / 6
(B) 31 / 6 (E) 37 / 6
(C) 33 / 6

∫x
3
22. 2
e −x dx é igual a:
1
(A) 0.3691 (D) 0.1120
(B) 0.3679 (E) Nenhuma
(C) 0.1230

e
x
∫3 e
ln x
23. dx é igual a:
1
(A) 3e −3
(B) 3e
(C) 0
(D) -3
(E) Nenhuma

05
Docente: Atanasio Matsimbe
1

∫(3e − 27 x 2 ) dx é igual a:
3x
24.
1
3
3 4 3 2 26
(A) e − e −
4 2 3
26
(B) e 3 −e −
3
1
(C) e 3 −
3
26
(D) 3e 3 − 3e −
3
(E) Nenhuma

∫x ln x dx; x > 0 Arredondado a quatro casas decimais é igual a:


2
25.
1
(A) 0.6931
(B) 1.0706
(C) 1.8484
(D) 2.6262
(E) Nenhuma

26. O valor médio da função f ( x ) = x + 1 no intervalo [a, b] onde a = 3 e b = 8 , é:

(A) 2 / 15
(B) 16 / 15
(C) 38 / 15
(D) 54 / 15
(E) 70 / 15


1
27. O integral impróprio ∫x
5
2
dx :

(A) div. para 1 / 5


(B) conv. para 1 / 5
(C) div. para 2 / 5
(D) conv. para 2 / 5
(E) Nenhuma alternativa

1 b
b −a ∫
28. O valor médio de uma função no intervalo [a, b] é f ( x) dx . Ora, a temperatura C no
a

t2
interior de um edifício é dada por C (t ) = 21 + t − graus Celsius, onde t indica o tempo em horas
24
desde o início de uma jornada diária de 12 horas de trabalho. A temperatura média ao longo do dia
é:

(A) 0o C
(B) 2.25 o C

06
Docente: Atanasio Matsimbe
Tema 2: Séries Numéricas
Séries Numéricas: Definição. Critérios de Convergência. Séries de Potências. Intervalo de
Convergência. Desenvolvimento de Funções Elementares através das Séries de Taylor e de
MacLaurin.

1. Séries Numéricas
Em matemática, o conceito de série, ou ainda, série infinita, surgiu da tentativa de generalizar o
conceito de soma para uma sucessão infinita.

Esta generalização traz diversas dificuldades:

• Nem sempre é possível definir uma soma para uma série;


• Não é possível em geral trocar a ordem dos termos da série;
• Algumas séries possuem soma infinita.

Exemplo: Considere a dízima periódica que resulta da divisão de 1 por 3:

1
= 0,333...
3

Esta dízima pode ser reinterpretada como a soma da série:

0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + 0,00003 + …

1
E neste caso, dizemos que a soma desta série é
3

• Notação

Se forem a1, a2, a3, a4, …, an ,… os termos da sucessão que desejamos somar. A soma S da série será:

S = ∑ an
n =1

No exemplo anterior, temos a n = 3 ⋅10 −n , que forma uma progressão aritmética de razão 10 − 1.

E denotamos a série da seguinte maneira


S = ∑ 3 ⋅10 −n = 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + 0,00003 + …
n =1

Chamamos de soma parcial até o termo n, Sn a soma dos n primeiros termos de uma série:
n
S n = ∑ a n = a1 + a 2 + a3 + L a n
n =1

Por Exemplo:
07
Docente: Atanasio Matsimbe
S1= a1, S2= a1+ a2, S3= a1+ a2 + a3 , Sn= a1+ a2 + a3 + … + an

• Definição

Define-se a soma S de uma série infinita, o limite das somas parciais quando este limite existe:
∞ n
S = ∑ a n = lim ∑ a n = lim S n
n→ ∞ n→ ∞
n =1 n =1

Quando este limite existe, definimos ainda o resíduo de ordem n da série, pela seguinte série:

Rn = ∑ a n
n +1

Esta definição nos permite escrever: S = S n + Rn para todo n ≥1 .

A soma parcial pode, portanto, ser interpretada como uma aproximação para a soma da série, enquanto
que o resíduo é o erro desta aproximação.

É claro que: lim Rn = lim (S −S n )= 0


n→ ∞ n→ ∞

1.1.Classificação das séries quanto a convergência

As seguintes classes se aplicam a séries numéricas:

• Série convergente: existe o lim→ ∑ e é finito.


• Série divergente: existe o lim→ ∑ e é infinito.

• Série oscilante: não existe o lim ∑ a n (genericamente diz-se divergente)
n→ ∞
n =1

• Série absolutamente convergente: existe olim→ ∑ | | e é finito.


• Série condicionalmente convergente: série convergente porém não é absolutamente
convergente.

Observação: Toda série absolutamente convergente é convergente.

1.2.Algumas Séries Notáveis

Série geométrica


A série geométrica é formada pelos termos de uma progressão geométrica ∑r
n +1
n

Do conhecimento sobre a soma dos termos de uma progressão geométrica podemos concluir que

r
S =∑rn = , para | r | < 1. Portanto esta série é convergente.
n =1 1 −r

r
É mais usual: S = ∑ r n =
n=0 1 −r

08
Docente: Atanasio Matsimbe
Série harmónica

A série harmónica é formada pelos termos de uma sucessão harmónica



1 1 1 1 1
S = ∑ = 1 + + + + L + L . Esta série é divergente (podemos provar utilizando os testes de
n =1 n 2 3 4 n
convergência que faremos referencia a seguir).

Teorema 1: Uma série convergente (divergente) permanece convergente (divergente) se um número


finito de seus termos é alterado.

Teorema 2: A soma de uma série convergente é única.

∞ ∞
Teorema 3: Se ∑a
n =1
n converge para S. então ∑ ka
n =1
n , sendo k uma constante, converge para kS.. Se
∞ ∞

∑a
n =1
n diverge, então ∑ ka
n =1
n , k ≠ 0 também diverge.


Teorema 4: Se ∑a
n =1
n converge, então lim a n = 0 .
n→ ∞

Obs: O recíproco não é verdadeiro.


Teorema 5: Se lim a n ≠0 , então
n→ ∞
∑a
n =1
n diverge.

Obs: O recíproco não é verdadeiro.

1.3.Testes de Convergência e Divergência de séries positivas


Definição: Uma série ∑a
n =1
n com todos os seus termos positivos, é chamada série positiva.


Teorema 6: Uma série positiva ∑a
n =1
n é convergente se a sucessão das somas parciais {Sn} é limitada.

Obs: Este teorema segue-se do facto de que a sucessão das somas parciais de uma série positiva é
sempre não crescente.


Teorema 6 (Teste da comparação para convergência): Uma série positiva ∑ a n é convergente se cada
n =1

termo (talvez, depois de um número finito) é menor ou igual ao correspondente de uma



série positiva convergente ∑c
n =1
n .

09
Docente: Atanasio Matsimbe

Teorema 7 (Teste da comparação para divergência): Uma série positiva ∑ a n é divergente se cada
n =1

termo (talvez, depois de um número finito) é maior ou igual ao correspondente de uma



série positiva divergente ∑d
n =1
n .

Exemplo: Examinar a convergência das seguintes séries usando o teste da comparação:


1 1 1 1 1 1
a) + + + +L 2
2 5 10 17 n +1
+L . Sabendo que a série ∑n
n =1
2
é convergente.


1 1 1 1 1
b) 1 +
2
+ + +L
3 2 n
+L . Sabendo que a série ∑n
n =1
(harmónica) é divergente.

Resolução:

1 1 1
a) O termo geral a n = < 2 para qualquer n ∈ IN. Logo a série
n +1 n
2 ∑n
n =1
2
+1
é convergente.


1 1 1
b) O termo geral a n =
n
>
n
, isto é a série dada é majorante da série ∑n
n =1
. Logo é divergente.


Teorema 8 (Teste da Integral): Seja f(x) uma função tal que f(n) seja o termo geral an da série ∑a
n =1
n de

termos positivos. Se f(x) > 0 e não crescente no intervalo x > ξ onde ξ é algum inteiro positivo; então a

∑a
+∞
série
n =1
n converge ou diverge conforme ∫ξ f ( x)dx existe ou não existe.

Exemplo: Examinar a convergência das seguintes séries usando o teste da integral:


1 1 1 1 1
a) 1 + + + + L + L ( Série harmónica) b) ∑ 2
2 3 4 n n =1 4 n

Resolução:

1 1 1
a) O termo geral da série
n =1
∑n n
é an =
podemos considerar f ( x) = .
x
Para x > 1, f(x) > 0 e decresce quando x cresce. Estão reunidas as condições para aplicar o teste da
integral. Fazendo ξ = 1 temos:
+∞
∫ξ f ( x ) dx =
+ ∞ dx
= lim
U dx
∫1 x U → +∞ ∫1 x = Ulim → +∞
[ln x ]1U = Ulim
→ +∞
[ln U − ln 1]= ∞
O integral não existe e, portanto, a série é divergente.

10
Docente: Atanasio Matsimbe
1 1
b) Neste caso f (n) = a n = 2
. Seja f ( x ) = 2 . No intervalo x > 1 , f(x) > 0 e é decrescente.
4n 4x
U
+∞ dx +∞ U dx  1  1 1 1
∫ξ ∫1 4x 2 = Ulim
f ( x)dx = = ∫
→ +∞ 1 4 x 2
= lim  −  = lim  −
U → +∞
 4x  1 U → + ∞
 4U
2
+  =
4 4
Portanto a série é convergente.


a n +1
Teorema 10 (Teste da razão): Uma série positiva ∑a
n =1
n converge se lim
n→ +∞ an
<1 e diverge se

a n +1 a
lim >1 ou se lim n +1 = + ∞ . Se o limite é 1 ou não existe, o teste é inconcludente.
n→ +∞ an n → +∞ an


n
Exemplo: Examine a convergência da seguinte série usando o teste da razão ∑ n
:
n =1 3

Resolução:

n +1
n
Dado que a n = n então lim
a n +1
= lim 3
n +1 (n + 1)3n lim (n + 1) 1 1
= lim = = <
3 n → +∞ a n→ + ∞ n n→ + ∞ n ⋅3 n +1 n → + ∞ n ⋅3 3
n
3 n +1

Logo a série é convergente.


Teorema 10 (Teste da raiz): Uma série positiva ∑a
n =1
n converge se lim n a n <1 e diverge se
n → +∞

lim n a n >1 . Se o limite é 1 o teste é inconcludente.


n→ +∞


1
Exemplo: Examine a convergência da seguinte série usando o teste da razão ∑ n
:
n =1 n

Resolução

1 1 1
Dado que a n = n
então lim n n = lim = 0 <1 . Portanto a série é convergente.
n n → +∞ n n→ +∞ n

1.4.Séries com termos negativos

- Uma série somente com termos negativos pode ser tratada como a negativa de uma série
positiva.

 i  1 2 3 4 n
Por exemplo: ∑  −  = − − − − −L − L pode ser tratada como
i =1  2i + 1  3 5 7 9 2n + 1

11
Docente: Atanasio Matsimbe

i 1 2 3 4 
−∑ = − + + + + L  .
i =1 2i + 1  3 5 7 9 

Definição: Uma série cujos termos são alternadamente, positivos e negativos chama-se série alternada.


(−1)n+1 1 1 1
Por exemplo: ∑
n =1 n
=1− + − +L
2 3 4

Teorema 11: Uma série alternada converge se |an | > |an+1| para todo o n, e lim a n = 0 .
n → +∞

1 1 1
Exemplo: Mostre que a seguinte série alternada converge: 1 − 2
+ 2 − 2 +L
2 3 4
∞ ∞
(−1)n + 1 1 1
Resolução: O termo geral da série é ∑ an = ∑
n =1 n =1 n2
então a n = 2 e a n + 1 =
n (n + 1)2
logo |an | >

1
|an+1| e lim a n = lim = 0 . Portanto a série converge.
n → +∞ n → +∞ n2

n
Definição (Convergência Absoluta): Uma série ∑a
n =1
n = a1 + a 2 + a3 + L a n + L Converge
n
absolutamente se ∑a
n =1
n = a1 + a 2 + a3 + L a n + L converge.

Corolário 1:Tota a série positiva convergente é absolutamente convergente.

Corolário 2:Tota a série absolutamente convergente é convergente.

∞ ∞ ∞
Definição (Convergência Condicional): Se∑ a n converge e ∑a n diverge, dizemos que ∑a n é
n =1 n =1 n =1

condicionalmente convergente ou converge condicionalmente.


Teorema 12(Teste da razão para convergência absoluta): Uma série ∑ a n é absolutamente convergente
n =1

a n +1 a
se lim <1 e é divergente se lim n +1 > 1 . Se o limite é 1 o teste é inconcludente.
n → +∞ an n → +∞ a
n

2 3 4
Exemplo: Examine a convergência da seguinte série: 1 − + 2 − 3 + L
3 3 3

∞ ∞
(−1)n +1
Resolução: O termo geral da série é ∑ an = ∑
n =1 n =1 3 n −1
, aplicando o teste da razão temos

12
Docente: Atanasio Matsimbe
(−1)n + 2
a n +1 3n 3 n −1 1
lim = lim = lim = <1 , Logo a série é absolutamente convergente.
n → +∞ a n n → +∞ (−1)n −1 n → + ∞ 3 n 3
3 n −1

EXERCÍCIOS:

01. Escreva os primeiros cinco termos das seguintes séries:

1 n3 (n!) 2
a) un = b) un = c) un =
n(n + 1) n +1 ( 2n)!
xn 3
e) un = n 3 + 1 − n 2 + 1
d) un = ( −1) n +1 ⋅
nk

02. Encontre Sn e S para:


1 1 1 1 1 1
a) + 2 + 3 + L b) + + +L
5 5 5 1⋅2 2 ⋅3 3 ⋅4
1 1 1 1
Soulção: a) S n =  1 − n  e S = b) S n = 1 − e S=1
4 5  4 n +1

1 1 1 1
03. + + + + L converge para 2. Examine a série que resulta quando:
A série 1 +
2 4 8 16
a) seus quatro primeiros termos são retirados;
b) os termos 8 + 4 + 2 são acrescentados à série.
1
Soulção: a) S = b) S = 16
8
1 2 3 4 1 3 7 15
04. Mostre que as séries a) + + + + L e b) + + + + L divergem.
3 5 7 9 2 4 8 16

05. Examine cada uma das seguintes séries gemétricas com relação a convergência. Se a
série convergir, encontre sua soma:
1 1 3 9 27
a) 4 − 1 + − + L b) 1 + + + +L
4 16 2 4 8
16
Soulção: a) S = b) diverge
5

06. Estudar a convergência das séries usando o teste de D’Alembert (ou método da razão)

1 1 1
a) 1 + + +L + +L
1 ⋅2 1 ⋅2 ⋅3 1 ⋅2 ⋅3 ⋅L ⋅n
2 2 2 23 2n
b) + + +L + +L
1 2 3 n
1 2 3 n
c) + + +L + +L
2 3 4 n +1

13
Docente: Atanasio Matsimbe
1 3 5 2n −1
d) + 2 + 3 +L + +L
2 2 2 2n

n
e) ∑ n
1 3

n!
f) ∑ n
1 3

07. Estudar a convergência das séries usando o teste de Cauchy (raiz de índice n-ésima)

2 3 n
1  2  3  n 
a) +   +   +L +   +L
3  5  7  2n + 1 
2 3 4 n
n ( n −1)
 2  3  4  n 
b) 1 −   −   +   + L + (−1) 2 ⋅  +L
 3  5  7  2n −1 
2 3 n
2  3  4  n +1 
c) +   +   +L +   +L
1  3  5  2n −1 

2n
d) ∑
n =1 n

1
e) ∑ n
n =1 n

08. Estudar a convergência das séries usando o teste da Integral

1 1 1 1 1
a) + + + +L + 2 +L
4 16 36 64 4n
1 1 1 1 1
b) 1 + + + + + L + + L
2 3 4 5 n
1 1 1 1
c) 1 + p + p + p + L + p + L
2 3 4 n

1
d) ∑
n =1 2n + 1

09. Examine a convergência ou a divergência das seguintes séries alternadas.

a) 1 − +
1 1

1
+L +
(−1)n−1 + L
1.2 1.2.3 1.2.3.4 n!
+∞
n + 1
b) ∑ (−1)n −1
n =1 n
+∞
(−1)n −1
c) ∑
n =1 2n −1

10. Examine a convergência condicional ou absoluta das séries abaixo.


2 3
25 27 2 2 n −1
a) 2 − + − +L + +L
3! 5! 7! (2n −1)!
14
Docente: Atanasio Matsimbe
+∞
(−1)n −1
b) ∑n
n =1
2
+2

11. Estude a convergência das séries:


∞ 2 ∞ n
n  2n + 1 
a) ∑ 2
b) ∑ (−1) n +1  5n + 7 
n =1 (n + 1)(n − 3) n =1

12. Mostre que as seguintes séries convergem para as somas indicadas:


∞ ∞ ∞
2 1 3 2 n + 3n 3
a) ∑ =3 b) ∑ = c) ∑ =
n =1 3n −1 2
n = 2 n −1
4 n =1 6n 2

2. Séries de Potências.
+∞
Definição 1: Uma série infinita da forma ∑c x =∑c x
i =0
i
i
i
i
= c0 + c1 x + c 2 x 2 + L + c n x n + L onde os

c’s são constantes, chama-se série de potências.

Definição 2: Uma série infinita da forma


+∞

∑ c (x −a ) = ∑ c (x −a )
i =0
i
i
i
i
= c0 + c1 (x − a ) + c 2 (x −a )2 + L + c n (x −a ) + L
n
onde os c’s são

constantes, chama-se série de potências em (x –a).

Exemplos

+∞
(−1)i −1 x i 1 1 1 n −1 1 n
a) ∑
i =1 i
= x − x + x 3 − x 4 L + (−1)
2 3 4 n
x +L

+∞
(x −2)i −1 x −2 (x −2 ) (x − 2 )
2
(x −2) L
3 n −1
b) ∑
i = 2 (i −1)
2
=
1
+
2 2
+
3 2
+L +
(n −1)2
2.1.Intervalo de convergência

Definição 3: Para determinados valores de x para os quais a série de potências converge chama--se
intervalo de convergência ou raio de convergência.

O intervalo de convergência é determinado frequentemente pelo teste da razão para convergência


absoluta, suplementado por outros testes.

n
x2 x3 x 4 n x
Exemplo: Encontre o intervalo de convergência de x − + − + L + (−1) +L
2 3 4 n

15
Docente: Atanasio Matsimbe
x n+ 1
a n +1
(−1)
n +1
n +1
Resolução: Pelo teste da razão, temos lim = lim n + 1 = lim nx =
an n n → +∞ (n + 1)x n
n x
n → +∞ n→ + ∞
(−1)
n
n
= x lim =x
n→ + ∞ n + 1

A série converge absolutamente em x < 1 . A convergência nos pontos extremos deve ser verificada.

1 1 1
Para x = 1, a série é 1 − + − + L e converge condicionalmente
2 3 4

1 1 1
Para x = -1, a série é − 1 + + + + L  e diverge (série harmónica)
 2 3 4 

Logo, o intervalo de convergência é ]-1, 1 ]

2.2.Funções desenvolvidas em Séries

As séries de potências de x podem ser geradas de várias maneiras;

1
Por exemplo = 1 + x + x 2 + x 3 + L + x n −1 + L para -1 <x <1. Obtida por uma divisão contínua.
1−x

EXERCÍCIOS:

01. Para que valores de x as séries seguintes convergem?


x x2 xn
a) 1+ + +L + +L ;
2 4 2 n

x2 x3 x4 xn
b) x− + − + L + (−1) n +1 ⋅ +L ;
22 32 42 n2
x x2 xn
c) + +L + +L ;
1+ 1 2+ 2 n+ n
2k 3k 3 nk
d) x+ ⋅x 2 + ⋅x + L + ⋅x n + L ;
2! 3! n!
x x x
e) senx + 2 sen + 4 sen + L + 2 n sen +L ;
3 9 3n
2 2 2 (1 ⋅2 ⋅3) 2 3 (1 ⋅2 ⋅3 ⋅4) 2 (n!) 2 n
f) x+ ⋅x + ⋅x + ⋅x + L + ⋅x + L ;
4! 6! 8! (2n)!

16
Docente: Atanasio Matsimbe
1
02. Desenvolver em série de potências de x e indicar o intervalo de
10 + x
convergência

03. Desenvolver e − x segundo as potências de x.

04. Desenvolver x 3 − 2 x 2 + 5 x − 7 segundo as potências de x −1 .

05. Desenvolver o polinómio x 10 + 2 x 9 − 3 x 7 − 6 x 6 + 3 x 4 + 6 x 3 − x − 2 em série de


Taylor das potências de x −1 . Mostre também que 1 é raiz tripla deste polinómio.

06. Desenvolver cos( x + a ) segundo as potências de x .

07. Desenvolver ln x segundo as potências de x −1 .

08. Desenvolver sen kx em série de MacLaurin.

09. Desenvolver sen 2 x segundo as potências de x e determine o intervalo de


convergência.

10.
 ππ
Desenvolver cos x segundo as potências de  x −  .
 4

11. Desenvolver e x segundo as potências de ( x − 2) .

17
Docente: Atanasio Matsimbe
BIBLIOGRAFIA
[1] A. C. Chiang, Matemática para Economistas, Editora McGraw-Hill, São Paulo,
1982.
[2] L. D. Hoffmann, Cálculo: Um Curso Moderno e Suas Aplicações, Livros
Técnicos e Científicos Editora, Rio de Janeiro, 1995.
[3] M. Rosser, Basic Mathematics for Economists, Editora Routledge, Londres,
1993.
[4] Ayres, Frank Jr. & Mendelson, Elliott; Cálculo Diferencial e Integral.
[5] Beirão, João carlos, Intodução à Análise Matemática, Textos Editores, 2006
[6] Nhêze, Ismael Cassamo, Matemática 10ª Classe, Textos Editores, 2006
[7] N. Piskounov, Cálculo Diferencial e Integral, Volume I, Lopes da Silva Editora,
1986
[8] Bucchi, Paulo, Matemática Volume Único, Editora Moderna, São Paulo,1992

[9] James Stewart; Cálculo, 5ª Edição, Editora Pioneira Thomson Learning, São
Paulo 2006

Você também pode gostar