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Agroflorestando o Mundo

De Facão a Trator

Porque a Terra não nos Pertence


Somos nós que
Pertencemos
à Terra

Gerando Práxis Agroflorestal


Através de Rede que Já Une
Mil Famílias Assentadas

1
Nelson Eduardo Corrêa Neto
Namastê Maranhão Messerschmidt
a
W lter Steenbock
Priscila Facina Monnerat

2
“Quando a Floresta está nua, desprotegida,
Mofokari, o ente solar, queima os igarapés e os rios.
Ele os seca com sua língua de fogo
e engole seus peixes.
E quando seus pés se aproximam do chão da floresta,
ele endurece e fica ardendo.
Nada mais pode brotar nele.
Não tem mais raízes e sementes na umidade do solo.
As águas fogem para muito longe.
Então, o vento que as seguia e nos refrescava como um abano
se esconde também.
Um calor escaldante paira em todos os lugares.
As folhas e flores que ainda estão no chão ressecam e
encolhem. Todas as minhocas da terra morrem.
O perfume da floresta queima e desaparece.
ProKetogr!2ficoeilustra!7!Des:
ClaudioLeme
Nada mais cresce.
Coordena!7!4o:Associa!7!4odosAgricultores
AgroflorestaisdeBarradoTurvoeAdrian!Bpolis,
A fertilidade da floresta vai para outras terras”
Cooperafloresta(www.cooperafloresta.com.br)
Patroc!=nio:
Petrobras,pormeiodo (sabedoriaancestralind!=genasobreaflorestaeoclima,
ProgramaPetrobrasSocioambiental sabiamenteexpressaporDaviKopenawanopref!2ciodolivro
BarradoTurvo,2016 Urihi,aTerra-FlorestaYanomami)

5
Agradecimentos especiais
A Deus por sua presen!7a em cada palmo do mundo e por nos conceder
gra!7adeperceb!:-la.
Às nossas m!es,4 pais, lhas
fi e lhos,
fi companheiras e companheiros, - fami
liares,amigaseamigoseatodasaspessoasqueintimamenteedediferen
formas,emalgummomento,nosensinaram,napr!tica, 2 oamorquenoslevo
aescrevercadap!gina 2 destelivro.
Aos povos primitivos da Am!9rica, pelo legado de seus sagrados - conh
mentoseimensasagroflorestascomgrandiosafertilidadeebiodiver
A todas as pessoas, organiza!7!Des e redes que trabalham pela Kust
equidade social e pela consci!:ncia de que somos mais que irm!4s e irm!4os
porqueKuntocomosdemaisserespertencemosaoOrganismoPlanetaT
Atodasaspessoas,organiza!D!7 eseredesqueassumemcomomiss!o 4 levar
devoltaaoscamposanatureza,aagroecologia,aagrofloresta, - ospov
dicionaiseaspessoas,construindoumareformaagr!ria 2 inclusivaepo
A Vande!=, Cristine, Paraguai, Zaqueu, Z!9 das Couves, Kelli, BiKu, Gu!:, Tassi,
Jesu!ta,
= Rodrigo,Eduardo,M!rcio,
2 Paulinho,Mario,C!sar,
9 Edson,Daniel,Joison,
Capitani, Ademir, Luis Paulo, Claudio, George, Neotune, Rafael, Diogo, Pedra,
Japon!:s,Rog!9rio,Fernanda,Danieleatodasasdemaiscompanheiras - ec
panheirosquelevaramapropostaecoordenaramoProKetoAgroflore
assentamentosdaReformaAgr!2riaPopular.
Às companheiras e companheiros que formam a equipe do ProKeto Fl
porquedecorpoealmatemsidoessenciaisparaagera!7!4odaRede - Agroflo
restal tratada neste livro, que K!2 re!Hne mais de 1.0 fam!=lias assentadas e
campesinasnoParan!2eS!4oPaulo
Atodasascampesinasecampesinos,assentadaseassentados - queor
camenteprotagonizaramoprocessodeimplanta!o 4!7 dasmaisde- milagro
restasquegeraramestelivro.
Às alunas, alunos, professores e coordenadores dos cursos pop
agroecologia,queparticiparamativamentenesteprocesso.
AEdu,Fabiane,Luis!4o,Rodrigoetodosasdemaispesquisadorase - pesqui
sadores que, muitas vezes contra os poderes hegem!Cnicos, t!:m se dedic
a revelar aspectos dos sistemas agroflorestais agroecol!Bgicos no
RedeAgroflorestaldaqualtrataestelivroeemtodoomundo.
Atodasasfam!=liascampesinasqueKuntasconstru!=ramaCooperaflor

7
abrindo uma trilha de luz para o mundo e as muitas pessoas, organiza!7!Des e Sumário
redes que contribu!=ram com recursos, conhecimentos e amorosa dedica!7!4o
paraqueseutrabalhotenhasetornadoposs!=vel. 1. O Início, o Fim e o Reinício do mundo.. ................................................................. 11

ÀLucilene,Osvaldinho,Eliziana,Rog!9rio,BernardoeArthurpor - quedecor 2. Um pouco sobre este livro. . .................................................................................... 13


po e alma foram irm!4s e irm!4os absolutamente essenciais na constru!7!4o da 3. Alguns dos desastres causados pela agropecuária artificial. . ............................. 17
Cooperafloresta. 4. Vendo o mundo com outros olhos. . ........................................................................ 22
A Sezefredo e sua fam!=lia e aos irm!4os Pedro, Jos!9 e Felipe por terem - se 4.1. A transformação na maneira de ver o mundo na Cooperafloresta..................... 22
meadoaCooperaflorestaedelacuidadocomtodaasuaalma. 4.2. A importância de ver com outros olhos para a construção da
Agrofloresta Agroecológica....................................................................................................... 27
A todas as muitas pessoas que com entusiasmo contribu!=ram- nas direto
5. Alguns fundamentos essenciais na vida do Organismo Planeta Terra.............. 29
rias, na administra!7!4o e nas equipes que tornaram poss!=veis os proKetos, a
5.1. A fonte de energia............................................................................................ 29
agroind!Hstriaeacomercializa!7!4ocoletivanaCooperafloresta.
5.2. O controle da composição da atmosfera. . ........................................................ 31
A Ernst G!Etsch, mestre gigante, que reunindo teoria e pr!tica, 2 inspirou a 5.3. O gás carbônico e suas principais funções...................................................... 32
Cooperaflorestaegrandepartedoquetratado 9! nestelivro.Porque - comungan 5.3.1. O gás carbônico no armazenamento e circulação da energia solar.. ....... 32
docomanaturezaecomaalmaesaberdospovosdaAm!rica 9 temensinadoe 5.3.2. O gás carbônico no controle da temperatura do Organismo Terra......... 33
abertoolhos,cora!D!7 esementesdeumagera!o 4!7 deagroflorestadores. 5.4. O oxigênio e a gestão orgânica da energia solar............................................. 38
5.5. O controle orgânico das temperaturas............................................................ 42
ÀPetrobrasetodasaspessoasquecontribu!ram = naconstru!o 4!7 doPrograma
5.6. A função da água na refrigeração e controle da temperatura........................ 43
PetrobrasSocioambiental,pelaimensaimport!ncia 3 desteprograma - paraoBra 5.7. Os oceanos e seu papel na refrigeração e controle das temperaturas. . .......... 44
sil,epelopatroc!nio
= dosProKetosAgroflorestareFlora,cuKosresultados - s!o
4 des 5.8. As florestas e algumas de suas funções na regulação do clima e na
critosnestelivro. manutenção do ciclo da água................................................................................................... 46
5.9. O controle da circulação dos nutrientes minerais.................................................... 50
5.10. O controle e as funções do nitrogênio........................................................................ 53
6. Os solos naturalmente férteis e produtivos. . ....................................................... 57
7. Sucessão Natural.......................................................................................................................... 62
7.1. O eterno recomeço em espiral da Sucessão Natural....................................... 63
7.2. A sucessão dos sistemas ecológicos dentro dos Organismos Florestais.. ....... 65
7.3. Estratificação em andares no contexto da Sucessão Natural......................... 70
7.4. Sistemas de Lignina............................................................................................................ 72
7.5. Crises de envelhecimento no Organismo Florestal......................................... 73
7.6. Liberando espaço, nutrientes e energia para o eterno renascer da vida . . ..... 75
7.7. A função dos “Seres Renovadores” . . ................................................................ 78
7.8. Sistemas de Acumulação................................................................................. 80
7.9. Clareiras do Sistema de Abundância: o ambiente perfeito para
nossas lavouras ............................................................................................................................ 81
8. Voltando a pertencer à vida do Organismo Planeta Terra.................................. 84
9. A Construção da práxis agroflorestal nos assentamentos Mario Lago,
em Ribeirão Preto/SP e Contestado, na Lapa/PR. . .................................................... 86
9.1. Contexto e desafios. . ......................................................................................... 86
9.2. De facão a trator, gerando Práxis Agroflorestal.............................................. 91

8 9
9.3. Uma escola na porta de casa. . .......................................................................... 95
9.4. Manter o solo coberto, o melhor começo. . ....................................................... 97 1. O Início, o Fim e o Reinício do Mundo
9.5. Serrapilheira, o primeiro passo.....................................................................................103
9.6. Dimensionando para produzir a matéria orgânica necessária..................... 104 No ano de 1.500, quando os navios portugueses desembarcaram
9.7. Selecionando o capim para produzir cobertura de solo........................................106 no Brasil, encontraram povos que se sentiam e agiam como integrantes da
9.8. O uso da bananeira para a formação de serrapilheira .........................................108
natureza. Reconheciam a sacralidade do mundo e a essencialidade da floresta
9.9. Renovando e promovendo o viço do verde................................................................110
9.10. Por que manter as árvores sempre podadas?........................................................111 com todos os seus seres e espíritos para desfrutarem de um ambiente farto e
9.11. Viabilizando economicamente o plantio das faixas de capim.................... 113 adequado à vida. Plantavam e lidavam com o ambiente pensando no bem estar
9.12. Dimensionando para possibilitar o uso de equipamentos no manejo. . ...... 115 de toda a vida, incluindo os animais que criavam em liberdade e dos quais se
9.13. Afrouxando o solo sem inverter suas camadas.....................................................119
alimentavam. Sua agropecuária era tão integrada aos processos naturais, que
9.14. Importância do planejamento.....................................................................................120
9.15. SAFs com foco em frutas...............................................................................................122 os portugueses não puderam perceber que a faziam. Por isto, na primeira carta
9.16. Viabilizando e tornando sustentável o cultivo das frutas................................125 enviada ao Rei de Portugal, Pero Vaz Caminha afirmou que eles não cultivavam
9.17. Plantio direto na palha de grãos e lavouras anuais nos SAFs.........................128 plantas e nem criavam animais. Mesmo assim destacou que um dos alimentos
9.18. SAFs com foco na criação de animais.......................................................................131
que mais consumiam era “esta mandioca, que por todo o canto há”. No entanto,
9.19. O planejamento do Organismo Lote..........................................................................135
esta planta obtida pelos indígenas através de processos seculares, jamais seria
10. Referências baseadas em Práxis Agroflorestal para usos
presente, sem as práticas agroflorestais dos povos indígenas.
da vegetação em SAFs.............................................................................................. 137
10.1. Uso da sucessão e estratificação em consórcios entre lavouras Como já sabiam os povos que habitavam a América em 1500 e como
incluindo hortaliças ............................................................................................. 138 confirmam os mais avançados estudos ecológicos, o funcionamento da natureza é
10.2. Alguns usos das árvores em Sistemas Agroflorestais Agroecológicos....... 152
orgânico em todos os seus níveis de organização. A organicidade está presente nas
10.2.1. Árvores para produção de matéria orgânica em conjunto
com lavouras anuais .. ...................................................................................... 152 organelas dos microorganismos individuais que chamamos de células. Por sua vez,
10.2.2. Sucessão de árvores para serrapilheira e madeira as células se organizam em tecidos e órgãos e, junto com demais microorganismos
em lavouras anuais.. ......................................................................................... 154 que compõem o ecossistema corpo, geram o meio ambiente corporal adequado
10.2.3. Árvores para a produção de sombra adequada, madeira e matéria
à vida de todos. Em níveis de organização superiores, os vegetais, animais e
orgânica na mesma linha que as árvores frutíferas.................................................156
10.2.4. Referências para consórcio de árvores frutíferas........................................158 microorganismos manifestam a sagrada organicidade da vida nos ecossistemas,
10.3. Exemplos de consórcios para as linhas com árvores frutíferas......................161 biomas, na biosfera e no Organismo Planeta Terra. Através deste sistema
11. Acompanhando como os SAFs contribuem para a fertilidade do solo, incrivelmente cooperativo, são mantidas todas as condições para que possamos
para a retirada do carbono da atmosfera e para a dinâmica da natureza...............166 bem viver , como o ciclo das chuvas, o clima e a composição exata da atmosfera.
11.1. Começando a responder a algumas questões.........................................................167
Portanto, a ideia de basear a sociedade e a agricultura no oposto da
12. Nossa última chance...............................................................................................................175
cooperação, ou seja, na competição e dominação da natureza e de outros seres
humanos, é totalmente anti-natural e portanto anti-científica. No entanto, é
ainda mais dominante atualmente do que no ano de 1.500. Em conseqüência,
todas as desgraças que se sucedem à expulsão da vida das florestas e das
gentes dos campos, anunciadas na fala do povo Yanomani, estão acontecendo
globalmente no planeta Terra. Ao mesmo tempo, ocorre grande sofrimento
humano, também decorrente do império da competição ter se estabelecido como

11
regra nas relações humanas. 2 - Um pouco sobre este livro
Este pequeno livro tem como objetivo contribuir para a reflexão, Estelivroem ,9! si,umdosfrutosdoProKetoAgroflorestar.Comofruto,re!Hne
percepção, estudo, prática e reconstrução de dentro para fora sobre a maneira e retrata a!D!7 es, resultados, textos e impactos que foram realizados - ev
que cada leitor enxerga e participa no mundo e na agricultura, a partir de zados atrav!s 9 do ProKeto, protagonizado por0 4fam!lias
= campesinas e su
seus próprios conhecimentos, sentimentos e vivências. Tudo que está escrito organiza!D!7 es,incluindoescolasvoltadasparaaagroecologiaeseuse
deve ser relativizado, pois os caminhos só farão sentido para outras experiências Para que tudo fosse poss!=vel, foi fundamental um trabalho realiz
grandesinergiacomoProKetoFlora,gestadoecoordenadopelo - Ins
pessoais e coletivas quando forem reconstruídos, adequados e aprimorados de
testadodeAgroecologia–ICA.OProKetoAgroflorestar,assimcomooProKet
dentro para fora, em processos coletivos e também interiores de cada pessoa.
Flora,foiselecionadoatrav!s 9 deeditalp!Hblico,sendopatrocinadopela
atrav!9sdoProgramaPetrobrasSocioambiental.
O ProKeto Agroflorestar !9 gestado, coordenado e assessorado - pela
cia!7!4odosAgricultoresAgroflorestaisdeBarradoTurvoeAdrian!- Bpolis–C
perafloresta, que re!Hne em torno de 10 fam!=lias praticantes de Sistemas
Agroflorestais (SAFs) Agroecol!Bgicos. Estas, durante 20 anos vem desenvo -
vendo,praticandoeirradiandoosSAFsagroecol!Bgicos.Para- queesta
!74o contribua de forma efetiva para a implanta!7!4o agroflorestal em outr
contextos sociais, econ!Cmicos e ambientais da agricultura familiar -
mental,entretanto,adaptart!9cnicas,percep!7!Des,esp!9ciesetecnologi
Assim,comoobKetivodecontribuirparaumaado!7!4omaisampladosSAFs,
noanodea 201 Cooperaflorestaassumiuafun!!4o7 de procurarporrecursos
queviabilizassemsuaparticipa!7!4oativaemprocessosdeforma!7!4o,est!=mul
a pr!2tica, custeio e desenvolvimento dos SAFs tamb!9m em outros contex
daagriculturafamiliar.
A disposi!7!4o da Cooperafloresta encontrou total resson!3ncia Kunto
amplo processo de constru!7!4o da agroecologia no !3mbito da reforma - a
ria.Delefazempartegrande !H mero
n deescolasquepromovemforma!7!4oem
agroecologia dentro dos assentamentos, como o caso das seis - esco
tamente participantes do ProKeto Agroflorestar. Outra a!7!4o nesta dire!7!4o
a realiza!74o , por quinze anos seguidos, no estado do Paran!2, da Jornada
Agroecologia,reunindoanualmentecercademil 4 fam!=liasassentada
organiza!7!Desno!3mbitodaagriculturafamiliarecampesina.
De maneira muito intensa e especial foram atores principais do Pr
Agroflorestare - portantodestelivro !=lias
as
- fam
assentadasnoAssentamento
Contestado, na Lapa/PR e no Assentamento Mario Lago, em Ribeir!4o Preto/
SP.Emambososcasos,asfam!=liasesuasorganiza!7!Des,emamplosdebates
realizados tamb!9m a mais ou menos 15 anos atr!2s, decidiram conceber e

12 13
implantarestesassentamentosparaservirem !:ncias
comoemrefer
agroeco- “Eu não tenho dúvida que esse trabalho é um trabalho que veio por Deus e
logiaeSAFs.Grandeesfor!7oemuitosaprendizadost!:msidorealizadosnesta pelo conhecimento nosso aqui na Barra do Turvo. E o Ernesto trouxe um reforço
dire!7!4o. Em ambos os casos as fam!=lias assentadas e sua rede org!3nica de muito importante, não só na parte do conhecimento, mas nos exemplos. Passei
organiza!7!Des nacionais e internacionais, como a Via Campesina, - v!:m cons na propriedade dele. É uma propriedade pioneira onde a gente aprendeu o que
truindo escolas de agroecologia e formando pessoas de muitos outros locais sabe hoje.” (Sezefredo, agricultor agroflorestal Cooperafloresta)
doBrasiledepa !=sesvizinhos.Muitas tiveramparticipa!7!4odecisivanoProKeto
Agroflorestar e no desenvolvimento do que !9 relatado neste livro. - Destacam
-se entre elas a Escola Latino Americana de Agroecologia (ELLA)- , no Assen
tamentoContestado,eoCentrodeForma!7!4oS!Bcio-Agr!=colaDomH!9lder - C!3
maranoAssentamentoMarioLago.Tamb!9mfoifundamentaloprotagonismo
daCooperativaTerraLivre,noAssentamentoContestado.
Outro aspecto de fundamental import!3ncia para viabilizar este processo
-equepotencializaenormementeosresultadosobtidosatrav!9sdosProKetos
Agroflorestar e FLORA - !9 a organicidade e fraternidade que existe entre os
mais de 50 assentamentos nos quais foram implantados quase 1.0 SAFs
e muitos outros milhares de assentamentos espalhados pelo - Brasil. Da mes
ma forma, os resultados est!4o sendo potencializados pela determina!7!4o das
diversas organiza!7!Des envolvidas em transformar a agroecologia na matriz
produtivahegem!CnicanocontextodaReformaAgr!2riaPopular,daAgricultura
Familiareemcen!2riosaindamaisabrangentes.
Tamb!9mfoidegrandeimport!3nciaosamplosprocessossocioambientais
narrados terem encontrado resson!3ncia com a determina!7!4o do agricultor
ErnstG!Etschemdesenvolver t!9cnicas
eestrat!9giasvisandoqueosprinc!=pios
agroflorestaispudessemseraplicadosemprocessosmecanizados.Ernsttem
trabalhadointensamentenestadire!7!4oeast!9cnicaseideiasque - temdesen
volvidotem,diretaeindiretamente,orientadodemaneirafundamentalgrande
parceladotrabalhorealizadono!3mbitodoProKetoAgroflorestar.
Seriaimposs!=velfazerplenaKusti!7a!1import!3nciadeErnstpara - ascon
cep!7!Deset!9cnicasagroflorestaisdiscutidasnestelivro.Aimensamaioriadas
t!9cnicas e conceitos que nele aparecem chegaram n!Bs, e geralmente
at!9 ao
mundo, por seu interm!9dio. No entanto, n!4o temos capacidade, autoridade
ou pretens!4o de apresent!2-las em sua forma original e nem para separar o
queveiodiretamentedeErnstdoqueK!2foitransformadonapr!2xisdeoutras Imediatamente acima, a unidade de Ana Rosa e Sezefredo, os primeiros !1 esquerda, no an
pessoas, do que foi acrescido, ou do que nos chegou por outros caminhos e de1.98,duranteconsultoriadeErnstG!Etsch(!1direita),comaparticipa!7!4odogrupoquedeu
origemaONGMutir!4oAgroflorestal.NelsoneOsvaldinho,queparticiparamKuntosdosprime
pessoas.MencionarErnstemummomentoen!4oemoutroresultaria - arbitr!2 rosanosdaCooperaflorestaedoGrupoMutir!4oAgroflorestaltamb!9mest!4opresentes.Nafoto
rioemencion!2-loemtodasaslinhasdestelivroseriaimensamenterepetitivo. maisacima,consultoriadeErnst(!1direita),noAssentamentoContestado,noanode2.014na
LapaPR,atrav!9sdoProKetoAgroflorestar.

14 15
Optamosent!o,
4 pormesclarindistintamentetodasascontribui!D!7 esevis!Des, 3 - Alguns dos desastres causados pela
refletindonolivrooprocessovivoecoletivode o
4!7 reconstru
dedentroparafora agropecuária artificial
dapr!xis
2 agroflorestal,protagonizadopelasfam!lias = campesinas,quilombolas,
assentadasesuasorganiza!D!7 es.Entendemosserindispens!vel 2 - quecadapes Emquasetodoomundo,principalmentenosH! ltimos0anos, 6 asorestas,
fl
soa e processo coletivo se apropriem e reconstruam todo o tempo - os conhe asrvores,
2 ! os animais e as fam!
lias
= camponesas, com todo seu conhecimen
cimentos,vis!Des,cnicas
9! t eteoriasqueutilizam.Opr!BprioErnstnosinspiraa sobreanatureza,v!m : sendoexpulsasdocampo.Emseulugar,colocou-se
isto,comseuexemplopessoal.Suarela!o 4!7 comanaturezapodeserusadapara ambiente fabricado artificialmente para produzir alimentos, ao mesmo t
definiroqueentendemoscomopr!xis2 agroflorestal.Ernstpartedaobserva!o 4!7 emqueseconcentradinheiro,terraepoderemumn!Hmeromuitopequenod
diretadanatureza,eemseguida empresas. Tudo isto aconteceu como resultado de pol!ticas = p!Hblicas d
sintetiza suas observa!D!7 es em pelointeressedegrandesempresastransnacionais.
teoria. Posteriormente, aplica Destamaneira,aatividaderuraltornou-seapenasoelodeuma - cadei
a teoria e as consequ!ncias
: da dustrialqueenvolvedesdeminera!o, 4!7 ind!Hstriasdeequipamentos - pesado
teoria, com suas pr!Bprias m!os.4 ga!o,4!7 combust!veis,
= adubos,sementesgeneticamentemanipuladas,pl!stico 2
Observaosresultadoseapartir transporte,embalagens,propaganda,alimentosaltamentet!Bxicospa
deles corrige detalhes, ou - mes humana e loKas sofisticadas para vend!los. -: Assim, estas cadeias produt
moabandonaateoria,adotando envolveminteressesgigantescos.
ouformulandooutraquepassea
considerarmaisH! tilpara- oaper
fei!oamento
7 do trabalho. Este 9!
um Keito de trabalhar altamente
recomendado pelos maiores - es
tudiosossobreosaberfico, =! cient
no qual as fam!lias
= campesinas,
quilombolas e assentadas e as
organiza!D!7 es que protagoniza -
ram as a!D!7 es refletidas neste
livroacreditam.

Campossempessoasesemnaturezaetrechourbano,quasetotalmenteartificial.

Comtantopoderedinheiroasempresastemgrandecapacidade - deinflu
ciar naquilo que acreditamos. Aproveitam-se da fragilidade do poder p
para,usandoainfraestruturaeprofessoresK!pagos 2 pelasociedade,en
pequena parcela dos recursos para a pesquisa,nanciando
fi o que quere

16 17
seKapesquisado.Dominamtamb!m 9 osB! rg!os
4 decomunica!o, 4!7 al!m 9 defaze- gadospeloMinist!rio 9 daCi!ncia
: eTecnologiamostramqueasubstitui!o 4!7 das
rempropagandaemarketingapartirdecuidadososestudoscient!cos fi= sobrea orestas
fl por agricultura e pecu!ria
2 foram respons!veis 2 por aproximada
artedenosiludir.Portudoisto,atualmente,amaiorpartedaspessoasacredita 0%das8 emiss!Desl!quidas
= degasesdeefeitoestufanoBrasil,noper!odo = de
queesteo 9! H! nicocaminhoposs!vel = paraalimentaromundo. a
4 9 1 Ainda .50 2 maisgravequeoefeitoestufaa 9! perdadabiodiversidade,
Este modelo de agricultura e pecu!ria 2 9! v!rias
2 vezes mais determinante poisacomunidadecient!ca fi= K!reconhece
2 que,devidos 1! a!D!7 esdoserhumano,
doquetodosasoutrascausasKuntasparaqueasorestas fl seKamderrubadas estamosvivendoasexta,maioremaisgeralextin!o 4!7 emmassadeesp!cies 9 da
econtinuamenteimpedidasdevoltaracrescer.Destamaneira,estemodelo9! hist!BriadavidadoOrganismoPlanetaTerra.Asconsequ!ncias : s!o4 dif!ceis = d
omaiormotivodasnascenteseriosestaremsecandoedossolossetornarem seremdimensionadas,masprovavelmenteincluemom fi daciviliza!o. 4!7
incapazes de armazenargua, 2! fazendo com que a irriga!o 4!7 K!2consuma cerca
dede
%08 todaagua 2! docedispon!vel = nomundoequeK!venha 2 sendoextra!da =
emquantidadesmuitomaioresdoqueanaturezapodereporesuportar.Entre
asmuitasconsequ!ncias,: K!existe
2 maisdeumbilh!o 4 depessoassofrendocom
gravefaltadegua, 2! numasitua!o 4!7 quepioraacadaano.

Din!3micadousoda!2guanomundoporatividadeecon!Cmica.Aosubstituiravidanaturalpor
equipamentoseinsumosaagriculturaartificialtornaossolosincapazesdearmazenara!2gua
queseriafornecidaasnascenteseaslavouras.Poristo,acurvaverdedafiguraacimamostra
oimpressionanteaumentodoconsumode!2guanaagriculturaquenosobrigar!a 2 mudarouter
deescolherentrecomidae!2gua.Fonte:UNESCO–ProgramaHidrol!BgicoInternacional.

Centenasdecientistasqueestudamoclimamostramqueaqueima- decom
bust!veis
= f!Bsseis e a substitui!o
4!7 das orestas
fl por agricultura e pecu!ria 2 s!o
4 No gr!2fico mais acima a soma das barras verdes (mudan!7a do uso da Terra) e amarelas
- re
Kuntososgrandesmotivosparaocrescimentodoefeitoestufaeaquecimento presentam a maior parte das emiss!Des brasileiras. No gr!2fico imediatamente acima, v!:-se que
93% das emiss!Des ocorrem devido a perda da mat!9ria org!3nica dos solos, quando substitui-se
doplaneta.UmestudodaFAO,quecobre3pa! 2 ses
= eterrit!Brios,concluique florestaspelaagriculturaartificialatualmentedominante.
mundialmentecercademilh! 031 Desdehectaresdeorestas fl foramconvertidos
paraoutrosusosouperdidossomenteentree 0 2 A. 0 1 2 Am!rica
9 doSulteve Apesardisso,9impressionante
! saberqueatualmenteaquantidade
- dec
amaiorperdal!quida
= decoberturaorestal fl nesteper!odo, = com0milh!
4 Desde bononossolosaindapelo9! menosduasvezesmaiorquenaatmosferaecer
hectares, sendo que62milh!Des de hectares ocorreram no Brasil. Dados - divul deoitovezesmaiorqueoaumentodocarbononaatmosferadurante - aera

18 19
dustrial.Napartea!rea 9 dasorestas fl atuaisdaTerra,aindaexistemaisqueo
dobrodaquantidadecarbonoqueaumentounaatmosferanaeraindustrial.Isto
aconteceapesardemaisdametadedasorestas fl K!n!
2 o
4 existiremmaiseterem
sidosubstitu!das = emsuamaiorpartepelaagropecu!ria. 2 Quandoasorestas fl s!o4
substitu!das = pelamodernaagropecu!ria 2 artificial,grandepartedo - carbonopre
sentenossoloseaquasetotalidadedocarbonopresentenapartea!rea, 9 quando
n!o 4 rapidamentequeimados,s!o 4 aospoucosdigeridoseconsumidospelosseres
vivos,tamb!m 9 chegandoatmosfera. 1!
Felizmente,outrosmecanismosdosquaisosseresvivosgeralmente - partici
pam,comooaumentodafotoss!ntese = nasorestas
fl queaindasobraramenos
oceanos,pelasalgas,porcausadoaumentodocarbononaatmosfera,temtido
saldopositivo,consumindoumapartedasemiss!Des.Poristo,nemtodoog!s 2
carb!Cnicoquefoiemitidodevidoretirada 1! dasorestas fl est!na 2 atmosfera. - Po
r!m,
9 tamb!m 9 dificultaaan!lise 2 Kustadacontribui!o 4!7 domodeloagropecu!rio, 2
ofatodeletamb!m 9 queimarmuitocombust!vel = f!Bssilnasm!quinas 2 agr!colas, =
nasind!Hstriasdeequipamentosedealimentos,nacircula!o 4!7 planet! - ria
2 dosali
mentosemuitomaisaindaporconcentrarpessoasnasreas 2! urbanas,nasquais
aumentammuitoasemiss!Desdecarbonorealizadasporcadapessoa.
Ainda mais subestimada do que a contribui!o 4!7 do modelo agr!cola = para o
aquecimentoglobalquantidade 9! decarbonoquepoderiaserretirada - daatmos
fera, caso volt!ssemos 2 a praticar agricultura e pecu!ria 2 baseadas no retorno
dosprocessosnaturaisedaspessoasaoscampos.Osn!Hmeroscitados - nospa
r!grafos
2 anterioresconfirmamaimensacapacidadedossolospara - estocarcar
bono,seregenerarmosadin!mica 3 orestal,
fl pelomenosnasreas 2! nasquaisa
agropecu!ria 2 substituiuasorestas fl originais.Estapossibilidadesubestimada 9!
principalmente porque desenvolver e comprovar a produtividade dos sistemas
agroflorestaisSAFs) ( n!o
4 interessaparaasgrandesind!Hstriasquenanciam fi a
quasetotalidadedaspesquisasagropecu!rias. 2 Aliadoaisto,apropagandaeo
dom!nio = exercidosobream!dia = fazcomqueamaiorpartedasociedade - acredi
tequeaagriculturaartificiala 9! H! nicacapazdeproduzirosalimentos - queapo
pula!o 4!7 mundialnecessita.Anfi =! maparceladaspesquisasrealizadascomSAFs
temdemonstradoqueestesproduzemmaiorquantidadedealimentosporrea 2!
NafotomaisacimaSAFdeAnaRosaeSezefredo.Nafotologoacima,reuni!4onaresid!:nciade
queaagriculturaartificial,aomesmotempoqueretiramtantooumaiscarbono MariaePedro,rodeadaporSAFs,comboapartedospesquisadoresquerealizaramaspesq
daatmosferadoqueoprocessonaturalderegenera!o 4!7 orestal.
fl citadas nesta legenda. Ambos os SAFs est!4o entre os 16 estudados na Cooperafloresta, que n
m!9diageralretiramanualmentetoneladas
6,7 decarbonoporhectare,aomesmotempoemq
produzem grande quantidade e diversidade de alimentos, conforme estudo apresen
comv!2riosoutros,nolivro“Agrofloresta,EcologiaeSociedade”,publicadopelaEditora
2013,no!3mbitodoProKetoAgroflorestar.

20 21
4 - Vendo o mundo com outros olhos da hist!Bria local, das experi!:ncias de vida de cada uma e da heran!7a de
culturaforKadanumarela!7!4odegrandeintimidadecomosprocessosn
Odonodeumcora!7!4oendurecidopelaideiadequeomundo!9umacom
-
Toda esta heran!7a cultural interagiu com as grandes !1 respeito
concep!7!Des
peti!7!4on!4otemolhoseouvidosparaperceber,entendereapreciar
- agrande
daorganicidadedavidaecomapr!2xisagroflorestalquenosfoiaprese
zaeabelezadogigantescotrabalhoemcoopera!7!4oqueanaturezarealiza.
por Ernst. Tudo isto resultou em um apaixonado processo de recon
dedentroparafora,deconceitoseconhecimentos,vivenciadopela
4.1 - A transformação na maneira de ver o mundo campesinasemcomunh!4ocomost!9cnicosqueacompanharamoprocesso
na Cooperafloresta
“A natureza é inteligente. Quando eu comecei a observar o sistema agroflorestal
é que eu comecei a perceber o valor da natureza.” (Felipão, agricultor agroflorestal,
Cooperafloresta)
EmcursorealizadonaCooperaflorestanoanode,Ernst 69 .1 G!Etsch
- con
tousobresuasagroflorestas.Abriunossosolhosparaofatodacoopera!o 4!7 e
daorganicidadeseremaleimaiordavida.Contoucomoobservou - queasfor
migasn!o 4 cortavamsuaslavourasaoacaso,semcrit!rio 9 algum.Aocontr!rio, 2
elepercebeuqueseelepodasseumarvore 2! queprecisadesolabaixodeuma
queprecisadesombra,asformigascorrigiriamoseutrabalho,podandoainda
maisbaixoarvore 2! queprecisadesombra.Outrosexemplos,demaiorsutileza
e complexidade, o levaram a reconhecer as formigas como grandes mestres
paraapr!tica 2 agroflorestal.Destasedeoutrasmaneiras,todaanaturezafoi
setornandosuamaiorprofessoraefazendoquepercebessequetodososseres
sempretrabalhavamorganicamente,fazendooqueresultavanobemmaiordo
organismo orestal.
fl Ernst tamb!m
9 nos ensinou que ao procurar participar e
contribuircomocaminhoqueanaturezafaz,acabavacolhendocadadiamaior
quantidadedealimentos,madeiraseoutrosbenef!cios. =
Sua vis!4o org!3nica do mundo, totalmente coerente com sua pr! - 2xis agro
florestal, ficou para sempre impressa nos cora!7!Des e mentes de v!2rios dos
pioneiros da Cooperafloresta. Desta maneira, teve import!3ncia de grandeza
imposs!=veldeserdescrita,paraaforma!7!4odaCooperafloresta.
“É uma roça multiplicadora, em sistema da vida... Que chama a vida da natureza
pra perto da gente... Os passarinhos e até alguns bichinhos pra perto da gente. Isto Nasfotosacima,momentosdoprocessodeforma!7!4odaprimeiraturmadeagentes
- multip
anima muito a gente. Eu digo isto, multiplicadora, porque a mãe natureza não pára de cadoresdaCooperaflorestanoanode205.
trabalhar hora nenhuma. E com este trabalho, a gente aproveita o serviço que ela faz “O que as pessoas conheciam de plantas e de qualidade de solo, era uma coisa
para nós.” (Sezefredo, grupo Salto Grande) bem grande. Conhecem o abc da terra. Eu acho isto aí bastante forte. E também é
Os processos de forma!7!4o da Cooperafloresta provocaram entre
- as fa interessante que foi complementado, porque o que uns não sabiam, outros sabiam.
m!=lias campesinas, em sua maior parte quilombolas, processos de re-leitura Então, isto aí foi bastante rico.” (Pedro, agricultor agroflorestal, Cooperafloresta)

22 23
Ametodologiacampesinoxcampesinofoiumaspectoessencial - naforma
!74o da Cooperafloresta. Desde os primeiros passos, as fam!=lias campesinas
tiverampapeldecisivonamultiplica!7!4odapr!2xis,provocandoumaverdadeira
revolu!7!4onaformadevereagirnomundo.
“O trabalho dos multiplicadores é o ponto chave da agrofloresta. Eu fiquei en-
cantadíssimo.. Aprendi, gostei e tudo que a gente gosta, quando bota em prática,
funciona bem. Então a gente também pega aquele gosto de passar para frente.
Trabalhar junto, levar aquela prática com bastante carinho. Através dessa ami-
zade, dessa união, desse gosto que o multiplicador já tem dentro dele, ele passa
então para aquela família, que ainda não tem essa prática. Aí a coisa cresce.” ( José
Baleia, agricultor agroflorestal , Cooperafloresta)
“Daí fui naquela visita no Sidinei. Aquela visita foi muito importante. Daí a gente
viu aquela mudaradinha uma perto da outra. Achava impossível aquilo, mas daí
a gente viu. A gente viu que uma planta serve de esterco para outra planta. Não
colocava fé naquilo! Mas agora eu estou sentindo que é só trabalhar. Meu interesse
maior é plantar as mudas de árvores. Estou já que nem o Sezefredo. Quero ver se
preencho mais com mudas de raiz nua, pés de palmito, de frutas, de árvores. A mi-
nha área é bastante e não paro.” (Dolíria, agricultora agroflorestal, Cooperafloresta)

Nasfotosacimaprocessodeforma!o 4!7 naCooperafloresta,logoacimamutir!o


4 oficinanaunidade
deJorleneeGilmar,maisacimamutir!o
4 oficinaenvolvendoosbairrosdoEstreitinhoeAroeir

Diversosprofissionaisligados!1s!2reasdasa!Hdeebemestarsocial,as
comopessoasdediferentesculturaseforma!7!Desquevisitaram- aCoope
resta,testemunhamqueosentimentodepertencer!1naturezae- orecon
mentodaperfei!7!4odivinadeseusprocessosapareceat!no9 seuKeitodefa
trazendoreflexospositivosnasa!Hde,naalegriadeviverenaauto-est
fam!=liascampesinasqueprotagonizamaconstru!7!4odaCooperafloresta
Nas fotos acima agentes multiplicadores da primeira turma atuando, !1 esquerda, Nelma “Vieram aqui visitas de consumidores, aí quando chegavam lá na feira, nossa!
recebendo alunos de escola municipal, !1 direita, Pedro recebendo visita de consumidores de
produtosagroecol!Bgicos.
Era uma alegria. Chegavam três, quatro clientes, tinha um que já tinha vindo
aqui. Explicava pros outros clientes como era e falava: você tem que comprar!
Oresgatedosmutir!Des,umapr!2ticatradicionalnaculturalocal, - temcon Eles fazem isso! Eles ficam encantados só de saber!” (Clóvis, Cooperafloresta)
tribu!=do de forma decisiva para tornar os valores da solidariedade, da aKuda
OProKetoAgroflorestarviabilizoudiversasa!7!Desatrav!9sdas- quaisaC
m!Htua e da constru!7!4o coletiva do conhecimento a base da organiza!7!4o da
perafloresta
p!C decompartilharosseusmelhoresfrutosesementes - eter
Cooperafloresta.Destaedeoutrasmaneiras,aorganicidadetem - sidofunda
tezadequeassementesforamentregues m!4osde
nashero!=naseher!Bque
is
mental,tantonosprocessosdeforma!7!4oeprodu!7!4o,comonoprocessamen
-
delasvemcuidando,reproduzindo,re-criandoecompartilhandocom
to,certifica!7!4oecomercializa!7!4odaprodu!7!4oagroflorestal.
demaneirafarta,competenteegenerosa.

24 25
4.2- A importância de ver com outros olhos para a
construção da Agrofloresta Agroecológica
Nos dois !Hltimos s!9culos, o desenvolvimento da ci!:ncia e da tecnol
tornou poss!=vel a realiza!7!4o de enorme mudan!7a na face da Terra - e na m
neira como vivemos. Isto trouxe, ainda que de forma muito desigualme
distribu!=da, confortos e benef!=cios nunca antes imaginados. No enta
riquezas e o poder sobre a ci!:ncia e a tecnologia t!:m se concentrado
vezmaisematendergigantescosinteressescorporativosquesecon
aobemviverdetodososseresquefazempartedoOrganismoPlanetaTe
Acima,momentosdeconfraterniza!7!4oeora!7!4o,esquerda
!1 emassembl!9iadaCooperafl
- ores
entreosquaisnosinclu!=mos.
ta,!1direitaduranteoficinadeforma!7!4onoBairroTerraSeca.
parte
É imprescind!=veldaestrat!9giaparaacumularpodersobreavi
sociedade,utilizarosmaisrefinadosm!9todoset!9cnicas,que incluem
marke-
tingedom!=niosobresetoresfundamentaisparaaforma!7!4odeopini!4o.Desta
maneira,procuramimprimiremnossasmentesumamaneiradeveromun
queacreditana ilus!
   4odequeaci!:nciaeatecnologiapodemsubstituirquas
totalmenteecomgrandesvantagensDeus !1 enatureza,
!1 trazendobene
paratodos.
O fracasso em nos convencer faria grandes poderes virarem p!B. Po
asvis!Desmaisorg!3nicassobresa!Hde,meioambiente,agropecu!2riaououtr
camposser!4osempreatacadasdasmaisdiversasesutismaneiras.Port
Interc!3mbiosnaCooperafloresta,!1esquerdacomoCentrodeForma!7!4oDomHelderC!3mara
!9decisivofundament!2-las,fortalec!:-lasepermaneceralerta.
sediadonoAssentamentoMarioLagoemRibeir!4oPretoSPeadireitacomaEscolaLatino- Ame Substituir os ambientes naturais por ambientes artificiais tem cad
ricanadeAgroecologiasediadanoAssentamentoContestadonaLapaPR.
maisintensamenteimpedidoanaturezaderealizarprocessosindis
Mas esta hist!Bria ainda
n!4o terminou
! A intera!7!4o mais profunda entre a paranossasvidas.Istocontribuiu paraqueaparceladaci!:ncia,feita- dema
Cooperafloresta e a teia de organiza!7!Des que protagonizam a constru!7!4o da neiramaisindependenteaosgrandesinteressesdocapital,acumul
ReformaAgr!2riaPopular,quetemnaagroecologiaumdosseuspilares - funda dia maior evid!:ncia de que existe imensa interliga!7!4o entre todos os s
mentais,aindagerar!2grandesfrutosparaambasaspartes.Por! - 9m,adimen animadoseinanimadosdoPlanetaTerra.Cresce,nacomunidadecient
s!4o destes frutos nos parece t!4o grande, que torna a perspectiva hist!Brica, compreens!4odequetentarsubstituirosprocessosnaturaisum !9 suic!=dio
que s!B se revelar!2 completamente com a passagem dos anos, indispens!2vel a civiliza!7!4o.  Reconhecer e preservar o papel central da natureza, c
parasuainteiravis!4o. processosdivinamentemisteriosos,voltaaserreconhecido - comoin
“Hoje eu colho os frutos. Eu digo não só os frutos, que as pessoas podem medir, velparaaciviliza!7!4o.
que se possa vender, mas os frutos que dou mais valor, a satisfação interior de ver “Se o ser humano se declara autônomo da realidade e se constitui dominador
uma coisa tão bonita florindo e que a gente faz parte efetiva desse processo. absoluto, desmorona-se a própria base da sua existência”
(Pedro, Cooperafloresta) (Papa Francisco, Encíclica Louvado Seja)

26 27
Por outro lado, muitos estudos sobre o conhecimento cient! - =fico reconhe 5 - Alguns fundamentos essenciais na vida do
cem que a nossa vis!4o de mundo interfere diretamente naquilo - que pode Organismo Planeta Terra
mos enxergar ou descobrir. Ao longo
   dos anos, em nossa viv!:ncia Kunto !1s
comunidades campesinas, ouvimos muitos testemunhos que nos mostram “A gente vê que a natureza é completa, a gente é que descontrola ela e acha que
queofortalecimentodaf!na 9 condu!7!4odivinaeinfinitamenteinteligentedos é Deus que tem culpa disso. Porque sem natureza, sem água, sem verde, não existe
processos naturais !9 decisivo para que possamos observar e ampliar nossos vida. Então por isso a gente tem que pegar o conhecimento, o valor que ela tem e
conhecimentosedescobrircadavezmaissobreestesprocessos.Juntocomo aproveitar. Então isto aí nós estamos mostrando. Tendo qualidade de vida e mos-
crescimento desta f!9, testemunhamos florescer grandes mestres - agroflores trando que esse é um caminho para o desenvolvimento. É uma roça pra nova gera-
tais,quevemaprendendoeensinandoque,nomundonatural,aregram!2xima ção. Porque quem mora na roça ir morar na cidade é uma perda de tempo. Porque
tamb!9m !9 “amar ao pr!Bximo como a si mesmo”. Afinal, pertencemos todos a eu tô fazendo sempre é pra nossos filhos, pra nossos netos. Quando eu planto uma
um!Hnicoesagradoorganismo. árvore que vai seus duzentos anos pra ela ficar grande, eu sei que ela vai ser um
ponto de lazer pros passarinhos, pra chamar chuva, pra chamar um ventinho, este
ar que nós recebemos. Muitas pessoas nem sabem agradecer o ar que respiram.”
(Sezefredo, agricultor agroflorestal, Cooperafloresta)

5.1 - A fonte de energia


Osola9! fontedeenergia.a
É capta!o
4!7 dequantidadescrescentesde - ener
gia solar que possibilita o aperfei!oamento
7 do trabalho de melhoria
- d
di!D!7 esdevidaetamb!m 9 ocont!nuo
= aumentodadiversidadeequantidadede
seresvivosquerealizamestetrabalho,emcadalugardoplaneta.
Muitas vezes nos esquecemos de que quando todo ser vivo do planet
move, brota, pensa, respira ou faz qualquer atividade que demanda en
est!2seutilizandodeenergiasolar.com É aenergiaquevemdaluzdosol

28 29
as plantas fazem fotoss!
a ntese,
= produzindoa!ucares
7 quev!o 4 formarseus
- cor 5.2 - O controle da composição da atmosfera
posepossibilitarsuasatividades.Quandoosseresquen!o 4 fazemfotoss!ntese
= se
Oarquerespiramostemgrandequantidadedenitrog! 2 ),com
:nio
78%, (N
alimentamdasplantas,buscamestesmesmosa!ucares 7 paraliberarsuaenergia,
eoxig!:nio(O 2 com ), al!
%,21 9mde 1% todososoutrosgases,entreelesog!2s
permitindoasuavida.
carb!Cnico(CO 2 A ). composi!7!4odaatmosferamudouradicalmenteaolongodo
É por isto que um antigo prov!9rbio chin!:s diz que “a agricultura !9 a arte
desenvolvimentodavidadoOrganismoPlanetaTerra,sendoo - frutod
deguardarosol”.
lhoorg!3nicocooperativoecoordenadodetodososseresvivos.H!bilh! 4,5 2 D
deanosatr!2s,porexemplo,oteordeoxig!:nioeraAtualmente, 0%. acomposi
-
!74odaatmosferarelativamente !9 est!2vel,sendomantidaecontroladan
condi!7!Desperfeitasparaavidapelotrabalhodospr!Bpriosseresvivo
d`!2guaeoutrosgasespresentesempequenosteorestamb!9mdesempenh
importantesfun!7!DesnoOrganismoPlanetaTerra.
Foi comparando a composi!7!4o da atmosfera da Terra com a de outro
planetas como a de Marte, revelada atrav!9s do estudo da luz que cheg
Terra vinda destes planetas que, em 1968, os cientistas James Lovelock e
Lynn Margulis conclu!=ram que em Marte n!4o havia vida. Isto ocorreu mui
antes das espa!7onaves pousarem naquele planeta. Tamb!9m foi por meio
compara!7!Des que eles constataram que a atmosfera da Terra desobe
completamente ao que poderia ocorrer se ela fosse submetida apenas
daqu!mica,
= comoasdemaisatmosferasestudadas.Aprincipalimpossibilid
era a grande presen!7a de oxig!:nio, g!2s com grande tend!:ncia a se unir c
outrassubst!3ncias,queKamaisexistirianaformalivreeemgrandeteo
fossecontinuamenteproduzidopelosseresvivos.
Osestudosacimacitadosn!4odeixaramd!Hvidasdequeacomposi! - 7!4opre
cisa da atmosfera da Terra era gerada e controlada por todos os seres
Istoacontecedeformamuitosemelhantedaqueosmicroorganismosindivid
Horta agroflorestal, na qual bananeiras, !2rvores e tamb!9m a excelente ocupa!
- 7!4o do es
pa!7o pelas hortali!7as captam energia solar para o trabalho de gera!7!4o e manuten!7!4o da
chamados
- c!lulas
9 controlam
- deformaincrivelmentecoordenadaeprec
fertilidadepelosseresvivos. composi!o 4!7 denossosangue.Aespetacularconclus!o 4 erasemelhantevis! 1! o 4 de
muitospovosprimitivos,queconsideravamaTerraumgrandeorganismov
Delefazempartetodososseresvivosetamb!m 9 osprocessosanteriormente
associados1vida, ! comoovulcanismo.Eleschamaramestahip!Btesecient!ca fi =
queconsideratodaaTerracomoumgrandeorganismo,de“Hip!BteseGaia”. *

Um
* grandeaprofundamentosobreesteassuntopodeserobtidoatrav!s 9 daleituradolivro“Gaia,cura- paraumplan
te” de James Loveloock(dispon!vel
= https:
em books.
/ google.com.br/books?id=Tx-pMK_Z_OUC&printsec=frontcover&- hl=pt
BR#
- v=twopage&q&f=false,bemcomoemumtextoderarabeleza,profundidadeerigorcient!co fi= tamb!m
9 denominado
“Gaia”quecomentaestahip!Btese,revelandotamb!m
9 facetasdosabercient!co, fi= intui!o
4!7 esensibilidadedeseuautor
grandeagroecologistabrasileiroJos!Lutzemberger(
9 dispon!vel
= emhttp:www.
/ fgaia.org.br/texts/t-gaia.html).

30 31
muladanosalimentosfluiatrav!9sdosseresvivosaolongodoquecham
cadeias e teias alimentares. A quase totalidade dos organismos ou o
energia atrav!9s da fotoss!=ntese ou comendo plantas ou algas ou s
tenhamcomido.

5.3.2- O gás carbônico no controle da temperatura


do Organismo Terra
Éprincipalme nteapresen!7adog!2scarb!Cnicoquefazcomquea- atmos
fera retenha uma parcela do calor gerado pelos raios solares -
vessam, sendo a parcela retida proporcional ao teor de g!2s carb
atmosfera. A este processo chamamos efeito estufa, que !9 indispens
para a vida, pois sem ele o planeta Terra seria gelado.
Controlandoaconcentra!7!4odeg!2scarb!CniconaatmosferaoOrga
Planeta Terra controla, dentro de certos limites, sua pr!Bpria te
m!9dia. O controle da concentra!7!4o de g!2s carb!Cnico !9 realizado de for
Montagem com fotos da Terra e de Marte tiradas no espa!7o pela NASA, em - seu im complexa, atrav!9s de ciclos nos quais os seres vivos exercem pape
pressionantecontraste,revelabelasfacesdomilagredavidaqueacontecenoOrganismo
Planeta Terra
Emumdosciclos,oprocesso!9cont!=nuo,por!9mmuitomaislento.Eleocor
na mesma escala de tempo em que ocorrem movimentos como os - das pl
5.3- O gás carbônico e suas principais funções cas rochosas que fazem que os continentes lentamente se movam, p
chama-seciclogeol!Bgico.Nestecicloog!2scarb!Cnico!9lentamente - diss
O teor do g!2s carb!Cnico na atmosfera antes da revolu!7!4o industrial era
do na !2gua da chuva que penetra no solo, formando uma solu!7!4o !2cida qu
aproximadamente 0,28% e atualmente cerca de 0,4%. Essa quantidade
extrai c!2lcio e sil!=cio e outros minerais presentes nas rochas, no
aparentementepequenadeg!2scarb!Cnicoexercediversasfun! - 7!Desfundamen
chamado de eros!4o das rochas ou intemperismo. Este foi o principa
taisparapossibilitaravidadoOrganismoPlanetaTerra.
para a retirada de g!2s carb!Cnico ao longo da hist!Bria da vida. - Ele !9 m
simo anterior !1 lenta cria!7!4o das condi!7!Des que possibilitaram a vida
5.3.1- O gás carbônico no armazenamento e florestas na Terra.
circulação da energia solar O c!2lcio, o sil!=cio, os demais minerais e o g!2s carb!Cnico dilu!=dos na !2gua
Osvegetaissuperioreseasalgascaptamenergiasolaratrav! - 9sdafotos s!4o levados at!9 os oceanos. Diversos seres que habitam os oceanos - os
s!=ntese e a armazenam na forma de energia qu!=mica que mant!9m unidas as lizam formando os mais diversos tipos de belas carapa! as,
7 incluindo
-
mol!9culas de g!2s carb!Cnico e !2gua, numa esp!9cie de bateria solar vital, que chas. Ap!Bs a morte dos seres que as constroem, as diferentes concha
chamamosdealimento.Semog!2scarb!Cniconaatmosferaafotoss!=ntesen!4o acumulamemgrandesdep!Bsitos,guardandodestaformaog!2scarb!Cnic
seriaposs!=vel,nemavidadequasetodososseresdaTerra. fazpartedesuacomposi!7!4onasprofundezasdosoceanos.
Ocorpodosvegetais,animaisemicr!Bbiostamb!9mconstitu!
!9 =doem- gran
de parte dos alimentos produzidos na fotoss!=ntese, ainda que transformados
atrav!9s de diversos processos. Por isto, quase sempre acaba servindo como
alimento para outros animais e micr!Bbios. Desta forma, a energia
- solar acu

32 33
vida multiplica a moagem das rochas e os canais por onde flui a solu!7!4o
!2guaeg!2scarb!Cnico,multiplicandoaquantidadedesuperf!=ciederoch
a a!7!4o desta solu!7!4o !2cida.
O ciclo atrav!9s do qual ocorre um fluxo maior e um controle mais r!2pid
do teor de g!2s carb!Cnico na atmosfera acontece, com participa!7!4o a
maiordosseresvivos,pelaretiradadecarbonodaatmosferapelav
atrav!9s da fotoss!=ntese. O g!2s carb!Cnico retirado !9 em parte acumulado
corpodosseresvivoseempartedevolvido!atmosfera 1 duranteares
O Organismo Planeta Terra tamb!9m utilizou a fotoss!=ntese para ev
seu superaquecimento, devido ao aumento da atividade da fornalh
que vem ocorrendo ao mesmo tempo em que a evolu!7!4o da vida na Terra
Para tanto, diminuiu o efeito estufa, retirando parte do carbono - que
va entre a atmosfera e o corpo dos seres vivos. Desta forma, acumul
suas entranhas energia e carbono na mat!9ria org!3nica que transfo
petr!Bleo, carv!4o mineral e g!2s natural.
A bondade e intelig!:ncia manifesta na natureza
!9 infinita
. O Organismo
Planeta Terra sempre trabalha pelo bem viver de todos seres que o
Por isto, trabalhar em dire!7!4o oposta ao que a natureza faz traz se
consequ!:ncias muito ruins para todos os seres vivos.
Atrav!9sdeoutrosprocessosnaturais,comoarespira!7!4odosseres
inc!:ndios ou o aumento do consumo em rela!7!4o !1 produ!7!4o de alimentos, o
OrganismoPlanetaTerrapodedevolvercarbonoacumulado - pela
se para a atmosfera. O controle do teor do carbono atmosf!9rico atr
Desta maneira, ao longo do tempo, grande quantidade de g!2s carb!Cnico fotoss!=ntese !9 uma das maneiras que, de forma semelhante !1 grande pa
tem sido retirada da atmosfera, com participa!7!4o decisiva dos seres vivos. dos demais organismos vivos, o Organismo Planeta Terra controla -
Uma parcela destes dep!Bsitos chega a profundidades onde calor e press!4operatura, desde que n!4o atrapalhemos demais o seu trabalho.
os derrete, formando magma, que muito tempo depois pode ser derramado
na superf!=cie do planeta atrav!9s de erup!7!Des vulc!3nicas, retornando o g!2s
carb!Cnico para a atmosfera.
Avelocidadedaextra!7!4odeg!2scarb!Cnicoatrav!9sdociclogeol!Bgicofoi
muito aumentada pela vida das florestas, porque o teor de g!2s carb!Cnico
no ar que penetra os solos florestais chega a ser quarenta vezes maior que
na atmosfera, devido !1 respira!7!4o dos seres vivos, que consomem - a mat!9
ria org!3nica inicialmente gerada nas folhas atrav!9s da fotoss!=ntese. Desta
maneira, a dilui!7!4o do g!2s carb!Cnico na !2gua que penetra o solo aumenta
muito, multiplicando a velocidade da extra!7!4o do c!2lcio e do- sil!=cio entra
nhadonacomposi!7!4odarochadossolos.Outromotivo!9quetodaaa!7!4oda

34 35
Devidosua
1! fun!o
4!7 nocontroledatemperaturadoOrganismoPlaneta - Te
ra,og!s2 carb!Cnicoatuadeformasemelhanteaumhorm!Cnio.Comonocasode
outroshorm!Cniosqueregulamprocessosvitaisdentrodoorganismod
vivos,pequenasaltera!D!7 esemseuteorprovocamgrandesaltera! - D!7 esno
v!duo.
= Comonocasodeoutroshorm!Cnios,oorganismotem,dentrodecert
limites,mecanismosdecontrolesobreoseuteor.
Baseando-senacompeti!7!4o,naexplora!7!4oenadomina!7!4oaoinv!9sdo - com
portamentonaturaldacoopera!7!4oorg!3nicaeamorosa,asociedadehuman
mesmomuitoantesdeconhec!:-losemprofundidade,desregulado - estesm
nismosdecontrole,provocandoosuperaquecimentodoOrganismo - Pla
ra,comdesastrosasconsequ!:nciasparatodaavidaeparaasociedadeh

Assimcomoosincontest!2veisdadosnum!9ricos,muitasimagenscomoestasmostram
- oaque
cimentoglobaldeformamuitoimpressionante.

De baixo para cima, no primeiro gr!2fico, o crescimento quase vertical dos n!=veis de g!2s
carb!Cnico nos !Hltimos cem anos em rela!7!4o a regularidade destes n!=veis nos !Hltimos 40 mil
anos,emconKuntocomosegundogr!2fico,quemostraograndecrescimentoapartirdequase
zero das emiss!Des humanas acompanhado pela evolu!7!4o dos n!=veis atmosf!9ricos em laranKa,
n!4o deixam d!Hvidas que as emiss!Des fizeram subir os teores atmosf!9ricos. O terceiro gr!2fico
representaatemperaturam!9diaemfortecrescimentoapartirdeporcoincidindo 190, como
aumentodosteoresatmosf!9ricosdeg!2scarb!Cnico.

36 37
5.4 - O oxigênio e a gestão orgânica da energia solar
O oxig!:nio tem a fun!7!4o de desmanchar a uni!4o entre as mol!9culas de
!2guaeg!2scarb!Cnicorealizadaduranteoprocessodafotoss!=ntese,liberando
aenergiaquemantinhaestasduasmol!9culasunidasetamb!9mo- g!2scarb!C
nicodevoltaparaaatmosfera.Esteprocessopodeacontecernointeriordos
seres vivos, de maneira controlada, quando se chama respira!7!4o, ou no ar
livre,quandosechamaqueimaoucombust!4o.
Atrav!9s da queima da madeira ou do petr!Bleo a energia solar liberada
pode ser usada para realizar trabalhos como movimentar ve!=culos, como
trens e autom!Bveis, ou ser transformada para outras formas de energia,
As fin!=ssimas art!9rias e veias do pulm!4o possibilitam a troca do
como a el!9trica.
g!2s carb!Cnico recolhido na respira!7!4o das c!9lulas por oxig!:nio
Para fornecer a energia que precisamos para a vida de nossos corpos !9 captadopeloaparelhorespirat!Brio.
necess!2rio levar oxig!:nio e alimentos finamente divididos pelo processo da Os alimentos s!4o armazenados de diversas formas pelos nossos c
digest!4oacadaumadascercadetrilh! 10 Desdec!9lulasdonossoorganismo. e por isto podemos sobreviver v!2rios dias sem comer. Mas se qualquer pa
Em cada c!9lula ent!4o ocorre a o desmanche da mistura entre !2gua, energia nosimpedirderespirar,empoucosminutosfaltar!oxig! 2 :nioparaaresp
solareg!2scarb!Cnicoqueseformouduranteafotoss!=ntese,liberandoenergia celular e morreremos, por falta da energia necess!2ria para que as c
solarparausodecadac!9luladenossocorpodurantearespira!7!4ocelular. !Brg!4os desempenhem todas as fun!7!Des indispens!2veis para a vida de tod
Para que a respira!o 4!7 celular possa ocorrer, primeiramente os alimentos organismo.
s!o 4 picadosepr!digeridos
-9 pelasalivanaboca.Noestomago,cidos
2! se
- encar Comotodasasdemaiscondi!D!7 esadequadasnossas 1! vidas,oteor- deoxig!:
regam de continuar moendo os alimentos, que quando chegam aos intestinos nionaatmosferadoOrganismoPlanetaTerratamb!m 9 fruto
9! daa!o4!7 org!nica
3
est!o 4 namente
fi mo!dos
= edissolvidos.Umapartedosalimentosser!devolvida
2 ecoordenadadosseresvivos.Ooxig!nio : seacumulounaatmosfera,at!atin 9
ao ambiente, onde servir!2 como alimento para uma infinidade de seres que osatuaisporque
,%12 afotoss!ntese
= liberanaatmosferadoister!os 7 do - oxig!:
promovemafertilidadedossolos.Outrapartedosalimentosser!utilizada 2 por niopresentenasmol!culas 9 degua
2! eg!s2 carb!Cnicoqueutiliza,Kuntamentec
uma quantidade de micr!Bbios muito maior que as pr!Bprias c!lulas 9 de nossos aenergiasolar,parafazerosalimentos.
corpos,quehabitamnossosintestinoseexercempapelfundamental - paraama
Paraqueosseresvivospossamutilizaraenergiasolar,guardada -
nuten!o 4!7 denossasa!Hde.Umaterceirapartedosalimentospenetrar!em 2 nosso
l!9cula resultante da uni!4o do g!2s carb!Cnico com a !2gua, a uni!4o precisa se
sangueeser!levada 2 atodasasc!lulas9 denossoscorpos.
desmanchadanarespira!7!4o.
Para possibilitar esta absor!7!4o dos alimentos pelo sangue, os intestinos
s!4ofartamenteirrigadospelacorrentesangu!=nea.Poroutro- lado,nossospul
m!Dess!4oestruturasmuitoespecializadasparapossibilitarqueooxig!:nioque
inspiramos na respira!7!4o penetre na circula!7!4o sangu!=nea e seKa fornecido
!1s c!9lulas. Nelas, o oxig!:nio ser!2 utilizado para extrair a energia contida nos
alimentos dissolvidos atrav!9s da respira!7!4o celular. Ao mesmo tempo, nos
pulm!Des,og!2scarb!Cnico,produzidonasc!9lulasdurantearespira!7!4ocelulare
depoisdevolvidoaosangue,!9descarregadonosistemarespirat!Brio,paraser
devolvido!1atmosferacadavezqueexpiramos.

38 39
eaooxig!:nioqueseKuntoucomoutrassubst!3ncias,comooferro,- muitopr
sentenossolos.
Ooxig!:niotemafun!7!4odelibertaraenergiasolarretidanosalimen
Kustamente por causa da sua grande capacidade para se Kuntar co
subst!3ncias. Por isto, se toda a vida do Organismo Planeta Terra morr
derepente,oteordeoxig!:niolivrenaatmosferachegariaa0%,comrelat
rapidez.Istoaconteceriaporqueooxig!:nioseKuntariacomamat!9riaor
mortaecomsust!3nciascomooferro.Umagrandeparceladoferrodoss
K!2 se encontra unida ao oxig!:nio gerado pela fotoss!=ntese. Por! - 9m, a co
nuaa!7!4odebact!9rias,quedesmanchamauni!4oentreferroeoxig!:nio,ainda
mant!9mumgrandeestoquedeferron!4ocombinadoaooxig!:nionossolos
Sem a a!7!4o destas bact!9rias e nem a reposi!7!4o da fotoss!=ntese, os 21%
deoxig!:niodaatmosferaseriamconsumidosatrav!9sdesuauni!4oaoferr
outroselementoseamat!9riaorg!3nica,devolvendo !1 atmosferaog!2scarbo -
nico e a !2guaquehaviamsidounidospelafotoss!=ntese.
Atrav!9sdotrabalhorealizadoportodososseresvivosda- Biosfer
ra, de diferentes maneiras incrivelmente coordenadas, o Organismo
Terramant!9moteorexatodede 21% oxig!:nionaatmosfera.Apenasmais1%
dobrariaaschancesdeinc!:ndioe,seapropor!7!4ofossede25%,aliberta!7!4o
da energia solar contida nos alimentos seria t!4o facilitada que at!9 a
verdes incendiariam rapidamente. Se esta propor!7!4o fosse muito - meno
r!=amosmuitadificuldadedeobterdosalimentosaenergiaquenecessit
A energia solar utilizada foi captada pelas plantas ou pelas algas e estava
- guardada nos ali
paraviver.Com15%deoxig!:nionaatmosferaofogoseriaimposs!=vel.
mentos,nocasodaspessoas,namadeiraparaalocomotivavapor
!1 enopetr!Bleoouno!2lcoolou
maisrecentementeembaterias,nocasodosautom!Bveis.

A respira!7!4o consome a mesma quantidade de oxig!:nio liberada- pela fo


toss!=ntese.Poristo,florestasmaduraspodemdeixardeseremprodutorasde
oxig!:nio,quandoumaquantidadeequivalentedaque!9produzida - pelafotos
s!=ntesenasfolhasdasplantas!9consumidapelarespira!7!4odetodososseres
vivosdafloresta.
Nahist!BriadavidanaTerra,umapartedosalimentosproduzidos - pelafo
toss!=ntese permaneceu sem ser totalmente consumida atrav!9s da respira!7!4o
celular. Esta faz parte do corpo dos seres vivos, da mat!9ria org!3nica morta
quefazpartedossolosouforamtransformadosempetr!Bleo,carv!4omineral
e outros produtos gerados pela vida. Portanto, a fotoss!=ntese total foi maior
que a respira!7!4o total. A outra parte do saldo da fotoss!=ntese em rela!7!4o !1
respira!7!4odeuorigemaos21%deoxig!:niopresentesnaatmosferadaTerra

40 41
5.5 - O controle orgânico das temperaturas
Nouniverso,astemperaturasvariamentremenosgraus 273° cent!=grados
(zero absoluto) e centenas de bilh!Des de graus. Muitos detalhes na evolu!7!4o
org!3nica do universo tiveram que acontecer de forma extremamente precisa
eimprov!2vel,paraqueavidanaTerrasetornasseposs!=vel.Entreelesest!2!1
dist!3ncia da Terra ao Sol. Por!9m, al!9m da precis!4o dos processos c!Bsmicos,
foiapr!Bpriaa!7!4ocoordenadaeorg!3nicadosseresindividuaisdoplanetaque
possibilitouepossibilitaquesuastemperaturasseKammantidasdentrodeum
intervalot!4opequenoefavor!2velvida, !1 aocontr!2riodoqueocorre- emplane
tasnosquaisavidan!4oest!2presente.
A grande maioria dos seres vivos da Terra tem grande porcentagem do
corpo composto por !2gua e vive na faixa de temperatura que vai de 0° a 40°
graus. Isto porque abaixo de 0° grau a !2gua congela, impedindo as fun!7!Des
Asimagensevidenciamcomoasdiferen!as 7 declimaesolooriginambiomascomvegeta!o 4!7 eanimaist!o 4
vitaisdeocorrereme,acimadosgraus 40° cent!=grados,asprote!=nasdosseres diferentescomoaFlorestaAtl!ntica, 3 oPantanalnapaginaanterioreaTundraacima,nasregi!Des
vivoscome!7amaserdestru!=das.S!4omuitopoucososorganismosquepodem
viveremtemperaturasdenom!2ximo70ºgraus. 5.6 - A função da água na refrigeração e controle da
Mesmoentre0°e40°grauscent!=grados,cadaesp!9cieseadaptaadeter - temperatura
minada faixa de temperatura, onde vive e realiza de maneira mais eficiente Agrandemaioriadosseresvivoss!o 4 refrigeradosgua. 2! 1 N!Bs,seres - huma
suas fun!7!Des para o bem de todo o Organismo Planeta Terra. Quando um nos,temosgl!ndulas 3 sudor!paras = portodoocorpo.Quandosuamos - agua 2! e
ser vivo est!2 muito longe das condi!7!Des nas quais pode viver e realizar com pora.Evaporaragua 2! consomecalor.Paratermosumaideiadaquantidad
efici!:nciasuasfun!7!Des,ele!9transformadoemalimentoparaosdemais.Isto calornecess!rio 2 paraevaporarumlitrodegua 2! s!
9! Bnoslembramos - daqua
aconteceatrav!9sdaa!7!4odediversosseres,quenaagriculturas!4ochamados tidadedefogonecess!ria 2 paraevaporarumlitrodegua 2! emumachaleira
depragasedoen!7as.Destamaneira,criamascondi!7!Desparaqueoutrosseres fog!o. 4 DuranteumH! nicodiadecalorpodemossuarmaisdelitros 01 degua. 2!
melhor adaptados aquele local realizem trabalho mais eficiente, em favor do
A!2guaabsorvequantidaderelativamentegrandedecaloracadagr
bemvivercomum.Poristo,muito!9 dif!=cilcultivarplantasoucriaranimaisem
se aquece, e devolve o calor absorvido a cada grau que esfria. Este pr
climaquen!4olhes!9adequado.
dificultaqueambientescombastante!2guaesquentemouesfriemmuito,poi
!1 medidaquea!2guavaiesquentando,grandequantidadedocalor!9retir
doambientee,medida !1 quea!2guavaiesfriando,ocalordevolvido !9 - aoam
biente.Destamaneira,quantomaiorapresen!7ade!2guanoambiente, - meno
ress!4oosextremosdetemperatura.
Al!m 9 docontroledatemperatura,agua 2! temmuitasoutrasfun!D!7 es - funda
mentais.Asc!lulas, 9 queformamtodososseresvivos,s!o 4 cheiasdegua. 2! no
É
meiol!quido, = formadoporgua, 2! quequasetodososprocessosvitaisacontec
Oscanaisquelevamoxig!nio, : nutrientes,g!s 2 carb!Cnicoouqualquer - outras
t!ncia
3 paraasc!lulas 9 seKam
- elesveias,art!rias
9 ouvasosdasplantaslev -
estassubst!ncias 3 dissolvidasnagua. 2!

42 43
5.7 - Os oceanos e seu papel na refrigeração e
controle das temperaturas
OOrganismoPlanetaTerratamb!9mrefrigerado
!9 !2gua.
1 Osoceanoss!4o
seus maiores refrigeradores. Diariamente, evapora dos oceanos um volume
muitasvezessuperioraovolumequetodososriosdomundoKuntosdespeKam
nomar.Aevapora!7!4odestaimensaquantidadede!2guaretiraenorme - quan
tidadedecalordasuperf!=ciedomar,tornando-amaisfriaqueaatmosfera.O
calorsempresedeslocadoslugaresmaisquentesparaosmaisfrios,fazendo
dasuperf!=ciedomarumagrandedevoradoradecalor.Aomesmotempo,este
calor !9 levado, pelo vapor d’!2gua evaporado, para regi!Des mais - altas, permi
tindo que, ali tamb!9m, os processos vitais ocorram adequadamente. Quando
chove,ocalorabsorvidopeloprocessodeevapora!7!4oda!2guadosoceanose
dasflorestasdevolvido
!9 emgrandesaltitudesdaatmosfera,oquefacilitasua
irradia!7!4oparaforadoOrganismodoPlaneta,noespa!7osideral. Nesta foto da NASA, parte do oceano coberto por nuvens que ele mesmo formou. Nos oceanos
Devidocapacidade
!1 da!2guadediminuirasgrandesvaria!7!Desde - tempe ocorremaisdeda%79 transpira!o 4!7 daTerra.Estafun!o
4!7 siol!
fi Bgicadoorganismoplanet!rio
2 resulta
notransportedecalordasuperf!cie = paragrandesaltitudes,deondeui fl paraoespa!o
7 sidera
ratura,osoceanost!:mestafun!7!4onoOrganismoPlanetaTerra.

A quantidade de !2gua no planeta !9 constante, ou seKa, n!4o aumenta e


nem diminui. Por!9m, est!2 em constante movimento, que chamamos de ciclo
da!2gua.S!4oosseresvivosquemant!9mobomfuncionamentodesteciclo,no
qualsedestaca,noscontinentes,opapelfundamentaldasflorestas.

NuvensformadaspelaFlorestaAmaz!CnicaemfotodaNASA

44 45
5.8 - As florestas e algumas de suas funções na simcomoosoceanos(quecobremcercadedo 70% OrganismoPlanetaTerra)
regulação do clima e na manutenção do ciclo da água o fazem no contexto de todo o organismo. Isto acontece porque as flor
exercemfun!7!Desessenciaisnociclodas!2guas,retendo!2guanoscontin
etamb!9mporqueosseresvivosqueasformamt!:mcercadede 70% !2guaem
suacomposi!7!4o.Aaus!:nciadevidae!2guatornaasvaria!7!Desdetemperatura,
entrediasenoites,insuport!2veis,comonosdesertos.
A Floresta Amaz!Cnica puxa do solo e evapora nas folhas das
cercadevintetrilh!Desdequilosde!2guapordia,quase20%amaisdoquea
quantidade de !2gua que o Rio Amazonas despeKa no oceano diariamen
evapora!7!4odecadakgde!2guaretiradoambiente540kcalouaproximada -
mente 2. 60KJ de calor. Portanto, a evapora!7!4o dos vinte trilh!Des de quilo
de!2guaretiradaFlorestaAmaz!Cnicanecessitadeaproximadament
trilh!Des de kJ por dia. Esta quantidade !9 equivalente a 45.20 trilh!Des x
0, 27 kW.houaproximadamente12.50 bilh!DesdekW.hpordia.Ausina
de Itaipu, uma das l!=deres mundiais em produ!7!4o de energia, gera cerca
90 bilh!Des de kWh de energia por ano. Sua produ!7!4o anual !9 cerca de 140
vezesmenorqueocalornecess!2rioparaevaporaraquantidadede!2
Entreoutrastantasfun!7!Des,asflorestastema!7!4oequivalente - !1sgl!3ndu a Floresta e a energia solar evaporam em !Hnico dia. Para evaporar
lassudor!=parasdossereshumanosparaosecossistemasebiomas - continen trilh!Des de quilos de !2gua que a Floresta Amaz!Cnica evapora em um
tais.As!2rvoresbombeiama!2guadasprofundezasdaTerraeacolocamnas seriam necess!2rias 140 x 365 ou aproximadamente 50 mil usinas de Itaipu
suas folhas. Todas as plantas possuem, no tecido das folhas, aberturas que funcionando, com todas as suas turbinas, o tempo todo. A conscient
abremefechamparacontrolarprocessoscomoaentradadeg!2scarb!Cnicoe desta fun!7!4o das florestas !9 absolutamente indispens!2vel para - a sob
asa!=dade!2gua. v! : ncia da civiliza! 7 ! 4 o humana. *
O volume de !2gua evaporada atrav!9s das florestas !9 maior que o volume AUsinadeItaipu
detodososriosdomundoKuntos,retirandodestamaneiraimensaquantidade tem valor de mer -
decalordoambiente,sendoporistograndesrefrigeradoresdosecossistemas cado calculado em
ebiomascontinentais.Noslugaresmaisafastadosdomar,amaiorpartedas aproximadamente0 6
chuvasquecaiformada
!9 comesta!2guabombeadapelasflorestas.Oresfria - bilh!Des de d!Blares.
mentodoarfazapress!4oatmosf!9ricacair,contribuindodecisivamentepara Sabemosquemesmo
bombearoar!Hmidodasuperf!=ciedooceanoparaoscontinentes.Al!9mdisto, que tiv!ssemos
9 di-
as part!=culas lan!7adas ao ar pelas florestas tamb!9m favorecem a queda das nheiro sufi
ciente, - se
chuvas. Sem a presen!7a das florestas, grande parte das chuvas continentais ria ambientalmente
sedispersaria,pelasubidadearquente,indocairnosoceanos.Al!9mdisso,as invi!vel
2 construir 0 5
mil usinas de Itaipu.
nuvensformadaspelaflorestaaKudamarefletiraluzdosoldevoltaparafora
Al!m 9 disso,comoascondi!D!7 esnaturaiscomovolumeequedadegua 2! seriam
doOrganismodaTerra,tornandooclimaaindamaisfresco.
pioresdeusinaparausina,cadausinacustariamaiscarodoqueaanteriorM
Devido!1 capacidade da !2gua de diminuir os extremos de temperatura a
*( Ler artigo do grande cientista brasileiro Ant!Cnio Nobre, na p!gina
2 www.ccst.inpe.br/wp-content/- up
presen!7adeflorestasamenizaosextremosdecalorefrionoscontinentes, - as ds/Futuro- /1 4 02 Climatico-da-Amazonia.pdf)

46 47
-mo assim, vamos supor que fosse poss!=vel constru!=-las ao pre! - 7o de 60 bi
lh!Des de d!Blar
es cada. Ent!4o, as 50 mil usinas custariam tr!:s quatrilh!Des
de d!Blares. Este valor!9 cerca de duas mil vezes maior que o PIB do Brasil e
cercadequarentavezesmaiorqueoPIBmundial,que!9asomadovalorde
toda a riqueza material do mundo e atualmente !9 de aproximadamente 73
trilh!Des de d!Blares.
Nosdoispar!2grafosanteriorescontabilizamosevaloramos - apenasapar
celadotrabalhorealizadopelaFlorestaAmaz!Cnicaequivalente!1evapora!7!4o
da!2guaque,entreoutrasfun!7!Des,refrigeraemant!9m!Hmido(en!4odes!9rtico)
o clima nas regi!Des sul e sudeste do Brasil. N!4o contabilizamos o trabalho
de bombeara !2gua do solo e lev!2-la at!9 as folhas,nem o damanuten!7!4o da
gigantesca biodiversidade amaz!Cnica, nem o da manuten!7!4o dos - solos ama
z!Cnicos
f!9rteis,nemodemuitasoutrasfun!7!Des,conhecidasedesconhecidas
pelos seres humanos, por!9m igualmente essenciais !1s nossas vidas - e de to
dos os demais seres que fazem parte do Organismo Planeta Terra. O c!2lculo
demonstraoquantoest!4osubavaliadososchamadosservi!7osambientaisda
Acimaenap!2ginaanterior,asfotosdaNASAmostramparteimprescind!=velda - transpira
natureza.Demonstratamb!9moqu!4oabsurdaa !9 ideiaatualmentecomum,de !74odocontinentesulamericano.Elasocorreramduranteaesta!7!4oseca,naqualaAmaz!Cn
que!9poss!=velsubstituirotrabalhodeDeusedaNaturezaportrabalho - artifi praticamente n!4o recebe umidade do oceano, sendo as nuvens totalmente formada
floresta. O sul e o sudeste do Brasil se tornar!4o des!9rticos sem esta fun!7!4o org!3nica da
cialnasmaisdiversas !2reasemqueoserhumanoatuataiscomoagricultura,
FlorestaAmaz!Cnica.
meioambienteemedicina.
Assim, o imenso cres -
cimento das cidades, nas
quais as estruturas- artifi
ciais est!4o presentes em
quantidade muito maior
doqueosseresvivos,-oca
siona o aquecimento do
ambienteeoaumentodos
extremos de temperatura.
Ainda muito mais grave,
nestesentido,!9aartificializa!7!4odaagropecu!2ria,quetemexpulsado - ana
rezaeossereshumanosdeimensas!2reasdoOrganismoPlanetaTerra.

48 49
5.9 - O controle da circulação dos nutrientes minerais
Conforme as rochas v!4 o apodrecendo atrav!9 s da chuva, do - sol, do ven
to e da a!7!4 o dos seres vivos, v!4 o se transformando em terra. O processo
de transforma!7!4 o !9 muito demorado e pode levar milhares de anos. Mas
quando a rocha vai virando terra os nutrientes minerais - v!4 o sendo libera
dos e utilizados no funcionamento dos organismos dos seres vivos. Nos
lugares mais quentes e em etapas onde a vida K!2!9 bastante intensa, - a dis
solu!7!4 odasrochasmo!= das!9relativamenter!2 pidaepodeseraceleradapor
um maneKo que aumente a capta!7!4 o de energia, para o trabalho da vida
do solo. Quando queimamos uma planta ou uma !2 rvore, a !2 gua evapora, a
mat!9 ria org!3 nica!9 consumida pelo fogo e o que sobra em forma de cinzas
s!4 oosnutrientesminerais.Porestemotivo!9queacinza!9um!B timoadubo
para as plantas.
Amaiorpartedosmineraisest!2naformal!= quida,emalt!= ssimas - tempe
raturas e em grandes profundidades, pr!B ximos ao centro do Planeta Terra.
Atrav!9 s da atividade vulc!3 nica, os minerais s!4 o derramados na superf!= cie,
formandoasrochasvulc!3 nicas.Poristo,nasregi!D esnasquaisaserup!7!D es
vulc!3 nicas s!4 o mais recentes ou a rocha do solo ainda n!4 o teve - sua cons
titui!7!4 o muito modifi cada, sobretudo pela lavagem da !2 gua que carrega
os minerais para as nascentes e posteriormente para os rios e mares, os
solosformados( bas!2 lticos)s!4 omuitoricosemmineraise,quandoexistem
condi!7!D es adequadas ao trabalho da vida, tornam- se muito f!9 rteis com
grande rapidez.
Asrochassedimentaresseformaramapartirdeterra,areia, - mat!9riaor
g!3nicaououtrossedimentossubmetidos !1 condi!7!Desespeciaisdetempera -
Nasfotosacimaaexuber!3nciadapaisagempr!Bximaaosvulc!Desconfirmaagrandeere
tura e press!4o. A terra e areia que formam as rochas sedimentares tiveram nhecidariquezamineralefertilidadedossolosvulc!3nicosdaCostaRica.
origem em rochas vulc!3nicas, mas podem ter perdido grande parte de seus
Mesmo em solos com menor teor de minerais, o trabalho conKunto
minerais dissolvidos em !2gua. Por isto, as rochas sedimentares podem dar
seres vivos pode formar florestas grandes e fartas em alimento
origem a solos com menor teor de minerais.
acontecenamaiorparceladaFlorestaAmaz!Cnica.Nestescasos,ace
a necessidade de reciclar intensamente os nutrientes minerais q
intensamentedocorpodeumservivoparaoutro,geralmentenempa
pelos solos, que podem ser mineralmente muito pobres. Nestes ambie
como ocorre na maior parcela da Amaz!Cnia, a retirada da vida - das
tas tem consequ!:ncias ainda mais danosas. Por outro lado, um maneK
mantenha a estrutura e din!3mica florestais se torna ainda mais impor
mantendo o ambiente f!9rtil e produtivo.

50 51
Aretiradadaestruturaedin!3micaflorestaltornaimposs!=vel - paraoorga 5.10 - O controle e as funções do nitrogênio
nismoplanet!2riomanterosmineraisnociclodavida,fazendopartedocorpo
Na atmosfera atual da terra, cada 10 litros de ar cont!9m 78 litros de
dos micr!Bbios, animais e vegetais ou da mat!9ria org!3nica morta. Ent!4o, o
nitrog!:nio.Existecercade5milvezesmaisnitrog!:nionaatmosferaque
organismo ecossistema recorre !1 acidifica!7!4o do solo para reter os minerais
oceanosecercade10vezesmaisnosoceanosdoquenossolos.
tornando-os insol!Hveis, grudados na parte mineral dos solos. Desta maneira,
oorganismopreservapartedosminerais,quepoder!4ovoltaraserutilizados Ao contrario do oxig!:nio, !9 preciso muita energia para unir o nitro
se for permitido que a vida ocupe aquele local novamente. Se um processo a outras subst!3ncias. Esta caracter!=stica do nitrog!:nio, assim- como a c
de regenera!7!4o florestal ocorrer, v!2rios seres, como as minhocas, micorrizas, ter!=stica oposta do oxig!:nio, s!4o complementares e essenciais para a v
col!:mbolosetantosoutros v!4opoucoapoucocorrigindoaacidezdossolos. paraoprocessodarespira!7!4o.Seriadesastrosoparaaintegridadede
corposse,al!9mdooxig!:nio,outrog!2squetivessemuitafacilidade- desecom
Atrav!9sdeumacalagempode-secorrigirquimicamenteaacidezdosoloe
binarfizessepartedarespira!7!4o.Omaiorpapeldonitrog!:nionarespira!7!4o
libertarmuitorapidamenteamaiorpartedosnutrientesminerais, - easlavou
diluirooxig!:nio.Apresen!7adonitrog!:niotamb!9m!9importanteparamante
rasagradecer!4o.Por!9m,sen!4oforposs!=velcriarsimultaneamentecondi!7!Des
apress!4oatmosf!9ricanumn!=veladequadoaosseresvivos.
para que os nutrientes liberados permane!7am fazendo parte do corpo dos
seres vivos e da mat!9ria org!3nica, muitos nutrientes que ainda restam ser!4o No entanto, ser pouco reativo !9 uma das caracter!=sticas que possibi
dissolvidos na !2gua e ir!4o parar nas nascentes, depois nos rios e finalmente que o nitrog!:nio se tornasse essencial para a vida de todos os seres
nosoceanos,empobrecendopormuit!=ssimotempoosolodolugar. esta caracter!=stica possibilitou que ele desempenhe pap!9is fundamen
estruturaenaautoregula!7!4odocorpodosseresvivos,bemcomonopro
Devido ao processo de dissolu!7!4o dos minerais das rochas e dos solos,
quetransmiteascaracter!=sticasheredit!2riasdegera!7!4oparagera!7!4o.Es
as !2guas das nascentes e rios t!:m sempre uma pequena quantidade de sais
fun!7!Desdonitrog!:nios!4oexercidasatrav!9sdesuaparticipa!7!4onas - mol!9c
minerais, diferentemente da !2gua da chuva. Os oceanos s!4o salgados por
lasdeamino!2cidos,prote!=nas,DNAeRNA.
receberem sempre !2gua com pequeno teor de sais minerais e evaporarem
!2guasemsal,K!que 2 ossaisn!4opassamparaoestadogasoso.Parteconside - Devido!1 sua pequena reatividade, apesar de imensamente prese
r!2veldasnuvensformadascainoscontinenteseretiramaissaldasrochasedisponibilidade do nitrog!: nio para os seres vivos !9 altamente de
solos. A !2gua do mar !9 rica em sais ben!9ficos para a toda a vida, incluindo a de organismos muito especializados. Por isto, controlar- os teor
vegeta!7!4o.Por!9m,temgrandeexcessodosalcloretodes!Bdio,quepreKudica g!: nio tornou- se a principal maneira pela qual os Organismos Ecos
o desenvolvimento das plantas. N!4o fosse devido a outros mecanismos de controlam a atividade dos seres vivos, dosando- a no sentido d
controle,quemant!9moteordecloretodes!Bdionosmaresaproximadamente sua caminhada rumo !1 fartura e biodiversidade.
ema 3%, !2guadosoceanosseriaaindamuitomaissalgada,tornando-ossem Aorganiza!7!4odasociedadefundamentadapeloprinc!=piodeque - cada
vida,al!9mdeoutrasgravesconsequ!:nciasparaoOrganismoPlanetaTerra. soa deve cuidar apenas de seus pr!Bprios interesses, visando gerar
temnoslevadoaorompimentodetodososcontrolesorg!3nicos,basea
bem de todo o organismo e n!4o na riqueza e poder de indiv!=duos. O uso de
grandes doses artificiais de nitrog!:nio nos agroecossistemas tem r
o mecanismo atrav!9s do qual os organismos ecossistemas, cuidadosam
dosamaatividadedosseresvivos.
Nos solos, a atividade descontrolada da vida, pelo uso de grande
de nitrog!:nio, tem contribu!=do decisivamente para o consumo- descon
do da mat!9ria org!3nica, atrav!9s da respira!7!4o. O consumo excessivo acab
resultando na forte diminui!7!4o da serrapilheira e da mat!9ria org!3nic

52 53
estrutura os solos, incluindo o h!Hmus. Os resultados s!4o a crescente
- deserti
fica!7!4o dos solos em todo o planeta, contribuindo desta forma, entre outros
malef!=cios,paraarruinarsuafertilidadeesuacapacidadedearmazenar!2gua
e lentamente fornec!:-la as nascentes e rios. Desta maneira, tem - sido rapi
damente minerada, Kunto com a biodiversidade, toda a estrutura vital que os
organismos florestais acumularam ao longo de gera!7!Des, que se perdem na
vastid!4odostempos.
“Deus uniu-nos tão estreitamente ao mundo que nos rodeia, que a desertificação
do solo é como uma doença para cada um de nós” (Encíclica Louvado Seja, 2015,
Papa Francisco)

Na sequ!:ncia de fotos que come!7a na p!2gina anterior, as paisagens mostram a escalada da perda
mat!9ria org!3nica, tornando os solos des!9rticos, ou seKa, sem vida e sem !2gua. Come!7am no sul, como
testemunham as arauc!2rias, passam pelo Centro Oeste como mostra a !2rvore do cerrado que sobre
chegam ao Nordeste e terminam no Planeta Marte, como alerta de onde chegaremos, se a civiliza!7!4o n
aprenderareconhecereamaroorganismodoqual!9parte.

Pior ainda !9 que, fornecido em quantidades imensamente excessiva


nitrog!:nio, al!9m de descontrolar a atividade da vida das c!9lulas em n
corpos, tornando os alimentos cancer!=genos, acaba sendo em gran
dissolvidona!2guaeindopararnasnascentes,riosefinalmentenoso
Nosrios,noslagosenosoceanos,assimcomonossolos,onitrog!:nioac
descontroladamente a atividade dos seres vivos. Como o oxig! - :nio te
tada capacidade de se dissolver na !2gua, a respira!7!4o dos seres vivos m
ativadaconsometodoooxig!:niodissolvidona!2gua.Emseguida,todaav
morreporfaltadeenergiadecorrentedafaltadeoxig!:nio.Este - proc
madodeeutrofiza!7!4o,K!ocorre
2 namaiorpartedosrioselagoasdoplanet
emimensasregi!DesK!“mortas”
2 nosoceanos,tornandoaagricultura - e
ria baseadas no ego!=smo o maior desastre que K!2 ocorreu, nos 4,5 bilh!Des de
anosdahist!Briadavidanesteplaneta.
Oteordenitrog!:nionaatmosferatamb!9mcontrolado
!9 demaneira - com
plexa,emprocessonoqualosseresvivostemimport!3nciadecisiva,cha
ciclodonitrog!:nio.Nesteprocesso,quedemandamuitaenergia,- umaquan
dadeconsider!2veldenitrog!:nioremovido
!9 pordescargasel!9tricas - ein
radoaosmareseaossolos.Outraparteretirada !9 daatmosferaporbac
especializadas,queocolocamnosoloemformasorg!3nicas.Atrav! - 9sded

54 55
sosciclos,s!4otamb!9mseresvivos,quehabitamosoceanoseossolos,queo 6 - Os solos naturalmente férteis e produtivos
devolvemparaaatmosfera.
“A gente sabia pouco, mas tinha certeza que o momento era certo para agrofloresta
acontecer. Logo percebi que a coisa tinha vontade própria. E me senti feliz em poder
estar participando da história. Apesar de todas as dificuldades, em nenhum momen-
to pensei em desistir. Eu tinha convicção de que era um momento de aprendizado de
uma vida. A gente teria que aprender coisa que já tinha esquecido. Digo em termos de
humanidade, porque o mundo já não tá mais agüentando todas as agressões que nós
humanos temos cometido.” (Pedro, agricultor agroflorestal, Cooperafloresta)
At!9agora,nestacartilha,buscamosfortalecernossaf!9nainfi - nitab
de, intelig!:ncia e organicidade presente em todos os processos da n
queacontecememcadapalmodoOrganismoPlanetaTerra.
Agrandeprolifera!7!4odealgasesgotaooxig!:nioemataporasfixiaaquasetotalidadedosseresvivose
enormes!2reasdosoceanoselagos.Acimagrandeprolifera!7!4odealgasvermelhasnaChinaeempraiado Daqui para frente, a ideia !9 nos focarmos nos processos que torna
Cear!2eabaixodealgasverdesnoMarB!2lticoenoLagoErie. solosf!9rteiseprodutivos.Gra!7asinfi!1 nitaintelig!:nciapresenteem
- todaa
tureza,elestamb!9mfazemqueasnascenteseriosvoltemasurgirecres
queoclimadaTerravolteasercadadiamaisben!9ficoparaossereshuman
e todos os demais seres, que as aves voltem a cantar e que as “primave
Kamaissetornemsilenciosas”.
Ossoloss!o4 formadospelotrabalhodetodaanatureza,queatrav!s 9 da
acrescentamat!ria 9 org!nica
3 etransformaasrochasdeumdeterminado
Deste trabalho incrivelmente perfeito, participam a chuva, o sol e um n
incont!vel2 deserescomoplantas,micr!Bbios,minhocas,formigas,tatusea
Se n!4o fosse a continua atividade destes seres vivos, em apenas alguns
milh!Desdeanos,quasetodoonitrog!:niodaatmosferaestariadissolvidonos
oceanos,comconsequ!:nciasdram!2ticas,entreelasasaliniza!7!4odosoceanos
emn!=veisintoler!2veisparaavida.
A quantidade de nitrog!:nio que !9 incorporada !1 vegeta!7!4o e !1s cadeias
alimentaresdossolos,atrav!9sdosseresvivos,!9consideravelmentemaiordo
queatrav!9sdaschuvas.Semantidasascondi!7!Desparaobomfuncionamento
destesprocessos,seriaposs!=veltornarosagroecossistemasindependentesda
adi!7!4odenitrog!:nio.Atualmente,aquantidadedenitrog!:nioaportada, - atra
v!9sdeaduba!7!4oqu!=micanossolos,!9dezenasdevezesmaiordoqueaque!9
incorporadanaturalmente*.
*A cartilha “Agricultura Ecol!Bgica, Princ!=pios B!2sicos” elaborada pela equipe do Centro Ecol!Bgico e
disponibilizadaparadownloandno http:
endere!
/www.centroecologico.
7o org.br/Agricultura_Ecologica/
- Car
tilha_Agricultura_Ecologica.
al!
, 9mdemuitos
pdf outrosconte!Hdosdegrandeimport!3nciaparaapr!2ticada
agriculturafundamentadanofuncionamentodanatureza,mostraemsuap!2gina21,queat!9cercade50
kg/hadenitrog!:niopoderiaserfornecido!1slavouras,atrav!9sdeprocessosnaturais.

56 57
As rochas s!4o de diferentes tipos e origens, existindo as que - se desman mentos vai sendo liberada em doses corretas e s!B pode ser produzi
cham com maior ou menor facilidade, as mais ricas e as mais pobres em vida muito diversificada do solo, que s!B existe em capoeiras e florestas e
nutrientes.Dependendodeumagrandecombina!7!4odecoisas,comootipoda degraus avan!7ados da escalada da vida. Outra condi!7!4o perfeita !9 o cli
rocha,oclima,orelevoedahist!Briadavidanolugar,ossolos- ser!4onatural geradopelavizinhan!7adasmatasecapoeiras,comtemperaturas - quen
mentemaisoumenosprofundos,f!9rteis,escurosericosemmat!9riaorg!3nica. bemnemdescemdemaisesemoexcessodeventosqueressecamasplant
Apesar de existir uma infinita diversidade de solos de origens diferentes, Éestasitua!7!4oquedevemosbuscaremnossasagroflorestas.
podemos observar que, em condi!7!Des semelhantes, o solo de uma floresta
ser!2sempreimensamente mais f!9rtil, areKado,macio,!Hmido e produtivo. - Es
tar!2 sempre coberto com grande quantidade de folhas e madeiras. Entre a
coberturaeosolo,poderemosverfungosesbranqui!7adoscaptandonitrog!:nio
do ar e uma grande quantidade de pequenos seres e minhocas, areKando e
fertilizandoaterracomsuasfezesarredondadas.
Se fossemos capazes de enxergar atrav!9s da terra, ver!=amos - que a pro
fundidade atingida pelas ra!=zes, pela mat!9ria org!3nica e por toda - a biodiver
sidade que est!2 por debaixo do solo, s!4o proporcionais a biodiversidade que
est!acima
2 dasuperf!=cie,sendocomoaimagemespelhadadavegeta!7!4oeda
vidaqueest!por 2 cimadaterra.Istonosfazcompreenderporqueumsolosob
umorganismoflorestalbiodiversot! !9 4omaisvivoef!9rtil,doqueumsolocom
outracoberturavegetal.
Amat!9riaorg!3nica!9formadaporrestosdeanimais,plantasefezes,por
isto ela !9 geralmente escura. Por!9m, as fezes de uns, ser!4o o alimento para
outros.Portanto,amat!9riaorg!3nica!9sempreoalimento,afontedeenergia
queviabilizaotrabalhodeumainfinidadedeseres,queKuntosdeixamtodoo
ambientef!9rtileadequado!1vida.
No Brasil, !9 comum os solos de florestas conterem de 5% a 6% de ma -
t!9ria org!3nica, enquanto na agricultura artificial atualmente dominante !9
comum os solos terem menos de 1% de mat!9ria org!3nica. Por isto, nossos
solos eram naturalmente f!9rteis, nesta terra tudo era produzido sem muito
esfor!7o,masatualmentesomosana!7!4oqueusamaiorquantidade - devene
nos agr!=colas no mundo.
Nas condi!7!Des naturalmente perfeitas, o solo est!2 !Hmido, capaz - de ar
mazenar e permitir a circula!7!4o do ar e da !2gua, macio e com espa!7os que
facilitam a penetra!7!4o das ra!=zes, rico em mat!9ria org!3nica e em nutrientes
diversosecomgrandequantidadeediversidadedeseresvivos.Umapequena
partedamat!9riaorg!3nica!9compostapordiversosalimentosindispens!2veis
para a perfeita sa!Hde de toda a vegeta!7!4o. Esta grande diversidade - de ali OcrescimentovigorosodoSAFdeJorleneeGilmar,logoap!Bspassarporforterenova!o,
4!7 em
BarradoTurvoSP,naCooperafloresta.

58 59
Nestasclareiras,osmatosde importante fundamento para a pr!2tica dos SAFs Agroecol!Bgicos. Neste
vidacurtaevidalonga,as - !2rvo podas constantes aKudam a conduzir as copas das !2rvores !1 melhor p
resquecrescemmaisdepressa poss!=vel,deacordocomoandarnaturaldecadaesp!9cieparaacessar
e as !2rvores criadas em sua sol,nosdiferentesandares,ouestratos.
sombra, crescem Kuntas, a - par Àmedidaqueotempopassa,aclareiravaificandomaisfechada,deixan
tir do momento em que a cla - asmudasquesurgiremmuitodepois,semluzesemespa!7oparasedesenvo -
reiraformada.
!9 Crescendo - Kun veremplenamente.Poristo,as!2rvoreseplantasKovenst!:mmuitadificuld
taselast!:maquantidadeexata para crescer, depois que a clareira se fechou. Assim, se alguma esp!9cie
deluzeacompanhiadasra!=zes muda n!4o estiver presente na !9poca da forma!7!4o da clareira, para que s
das outras, para Kuntas - pene desenvolvacomvigor,ser!necess! 2 2rioquedepoisseformeumanovacla
trarem o solo e extra!=rem - nu Napr!2ticaagroflorestal,muitasvezesissoKustificaarenova!7!4odosSAFs.
trientesdiversos.Cadaumatemdiferenteshabilidadespara- buscar,naspro Reconhecer os principais processos que fazem os organismos flor
fundidadesdossolos,osdiversosnutrientesnecess!2rios!1nutri!7!4odetodas, realizarem com crescente efici!:ncia suas fun!7!Des, !9 importante para
- rep
compartilhando-osumascomasoutras,aodescartaremsuasfolhas,galhose duzi-los e at!9 potencializ!2-los, colhendo neste caminho alimentos, re
ra!=zes. Juntas, todas t!:m todas as condi!7!Des perfeitas para crescerem com fibraseoutrosprodutos.
sa!Hde. É por isso que, nos SAFs Agroecol!Bgicos, procuramos plantar - ao mes
motempoesp!9ciesquetenhamvoca!7!Desecol!Bgicascomplementares, - possi
bilitandoquecadafun!7!4oseKafeitaporumespecialista,assimcomo - aocupa
!74o de v!2rios andares pelas copas e de diferentes profundidades dos solos
pelasra!=zes.
Narealidade,emumorganismoorestal
fl n!o
4 fazmuitosentidopensarque
cadaplantaourvore 2! possuiumaraiz,poisoquesev!uma 9: ! teiacoletivade
ra!zes,= queKuntasformamograndeB! rg!o 4 raizdaqueleorganismoorestal. fl Este
sustentaesustentado 9! pelapartea!rea
9 domesmoorganismoorestal. fl
Tanto nos organismos florestais quanto nos SAFs, a grande maioria das
mudas n!4o chegar!2 !1 idade adulta. Afofar!4o a terra, dissolver!4o nutrientes
aderidos!1sargilas,alimentar!4oavidadosoloeser!4otransformadas - emma
t!9riaorg!3nicaenutrientes,completandodestaformasuafun!7!4o - noorganis
moflorestal.S!Bficar!4ograndesasmelhoresadaptadasaolugareaquelasque
as sementes germinaram nos pedacinhos mais adequados do terreno. Como
s!4oemgrandequantidade,seumacidentequalquerfizerqueumamudaseKa
perdida,haver!2sempreoutraparaocuparoseulugar.
Aocupa!7!4operfeitadosandaresgarantir!o 2 melhoraproveitamentodaluz
do sol. Este faz com que a produ!7!4o dos alimentos, que mant!:m o funciona -
mento e a escalada da vida, seKa realizada com a maior fartura - poss!=vel. As
sim,oplantioporsemente,pelanatureza,degrandequantidadedemudinhas,
!9umpassofundamentalparaacaminhadadavida,tornando-setamb!9mum

60 61
7- Sucessão Natural 7.1 - O eterno recomeço em espiral da
Nasclareirasdasorestas,
fl emgeralexisteumagrandequantidade - dese Sucessão Natural
mentes no solo, pois a estrat!gia
9 das plantas 9! sempre produzir e espalhar
umaimensaquantidadedesementes,dosmaisvariadostiposdeambiente,que
germinar!o4 quandohouveroportunidade.Assim,quandoumaclareiraseforma,
seusolotrazaheran!a 7 dadiversidadedervores
2! quealiestavamantes.
As colonizadoras, pioneiras, secund!2rias e cl!=max tendem - a crescer Kun
tas, embora em velocidades diferentes, por isto fazem parte de um mesmo
“Sistema Ecol!Bgico”. As colonizadoras t!:m vida muito curta e t!:m a fun!7!4o
de servir como uma esp!9cie de placenta protetora, pois quando a floresta
renasce, as !2rvores ainda s!4o fr!2geis como os beb!:s. Sob sua prote!7!4o, as
pioneirascrescemmaisdepressaqueassecund!2riaseestas- queasclim!2ci
cas.Entreassecund!2rias,existemassecund!2riasiniciais,quecrescemmais
depressa e tem vida mais curta do que as secund!2rias m!9dias e estas que
assecund!2riastardias.Aplacentavaicriandoascondi!7!Desqueaspioneiras
precisam, as pioneiras para as secund!2rias e estas para as clim!2cicas, que
s!4oasquecrescemmaislentamenteetemvidamaislonga.Emcadadegrau
do caminho da sucess!4o natural, a floresta como um todo tamb!9m cresce
passandodoest!2gioinicialparaosest!2giosm!9diosedepoisparaoest!2gio
mais avan!7ado, chamado de cl!=max.

O pouco que pudemos compreender do que Ernst G!Estch amorosa - e


dicadamente nos ensinou e a posterior pr!2xis agroflorestal, - nos le
cep!7!4o,queoutrasucess!4otamb!9m!parte9 essencialdoprocessoda - Suces
s!4o Vegetal, como um todo. Trata-se da Sucess!4o dos Sistemas Ecol!Bgico
Aofinaldecadaciclo,quandoforma-seumanovaclareira,todaavege
!9 sucedida por outra, mais especializada em atuar no degrau mais al
fertilidade gerado pela vegeta!7!4o do degrau anterior. Em cada nov
de fertilidade ocorre novamente a sucess!4o da placenta coloniz
!2rvores pioneiras, destas pelas secund!2rias e destas pelas clim!2c
maneira como foi descrito na se!7!4o anterior deste cap!=tulo.
Poristopodemosdescreverasucess!4ocomoumcaminhoemespiral
passa v!2rias vezes pelos mesmos lugares, por!9m em diferentes n!=ve
fertilidade.Quandooserhumanosecomportacomoparteda- nature
re!7!4o !9 para cima. Por!9m, quando cede !1s for!7as que propagam a ilus!4o de
que o mundo deve ser regido pela competi!7!4o e n!4o pela coopera! - 7!4o amo

62 63
rosa,destr!Bi-seamat!9riaorg!3nicaeaestruturaflorestal.Assim,ocaminho 7.2 - A sucessão dos sistemas ecológicos dentro dos
andaparabaixo,ouocorreumaquedabrusca.Nestescasos,infelizmenteos Organismos Florestais
maiscomunsnaatualidade,acaminhadadasucess!4opodeter - querecome
!7ar v!2rios degraus abaixo. Os sistemas que se sucedem s!4o diferentes em cada bioma e cada nicho
ecol!Bgico, incluindo particularidades de clima, relevo e solo. Mesm
Emcadapalmodech!4odoPlanetaTerra,todososseresvivostrabalham
a sucess!4o tem caracter!=sticas comuns, que n!4o dependem dos biomas no
com infinita intelig!:ncia, pela melhoria das condi!7!Des de vida daquele lugar
quaisocorre.
e do Organismo Planeta Terra como um todo. O eterno re-come!- 7o da su
cess!4o!9 parte de uma grande estrat!9gia, atrav!9s da qual todos os seres da Asorestas
fl s!o
4 narealidadeummisturade“sistemasecol!Bgicos”.Emcada
Terracontinuamentepromovemcondi!7!Desmaisfavor!2veisparaasgera!7!Des pequena parte de uma oresta, fl ocorreu diferente quantidade de renov
seguintes. Reconhecer a exist!:ncia deste processo nos faz perceber as leis Emcadalugarasucess!o 4 naturaltevediferentesvelocidades- deevol
naturais que o regem. A compreens!4o destas leis !9 de grande import!3ncia pendendo de v!rios
2 fatores, comomanchasdesolo,microclima,relevoeo
para que possamos voltar a praticar uma agricultura na qual a fertilidade particularidades.
seKa promovida pelos processos naturais. Estimular os processos de digest!4o e respira!7!4o consome mat! - 9ria or
nica.Por!9m,quandoosoloest!2suficientementeestruturadoecomsuficient
ac!Hmulo de serrapilheira e mat!9ria org!3nica, aumentos moderados - na d
t!4o e respira!7!4o podem resultar em aumentos maiores na fotoss!=ntese. P
isto,osorganismosflorestais,desdeaplacentacolonizadora,at!as 9 pio
secund!2riaseclim!2cicas,passamaproduzir,nosSistemasEcol!Bgicosqu
seguem a cada renova!7!4o, mat!9ria org!3nica com teores crescentes - de nit
g!:nioedecrescentesdesubst!3nciasdedif!=cildigest!4o,comoasligninas
Priorizaroac!Hmulodemat!9riaorg!3nicaeh!Hmustemumcustoecol!Bgico
pois para que as condi!7!Des de vida melhorem a mat!9ria org!3nica tamb!9m
precisaserutilizadacomofontedenutrientesparaavegeta!7!4oecomo
energia,paraqueosseresvivosindividuaispossamrealizar,cominte
trabalhoscomocavarcanais,retirarnitrog!:niodaatmosfera - eextr
tes retidos nas rochas mo!=das dos solos. Mas, na falta extrema de ma
org!3nica,torna-seimprescind!=velparaosorganismosflorestaisecono
mantendo-anasuaestruturaf!=sica.
Ernstdeuonomedesistemasdeligninaaossistemascompostos - porc
nizadoras,pioneiras,secund!rias 2 eclim!cicas
2 queocorremquandoascon
aindaest!o 4 muitodegradadasouaescaladaemespiraldasucess!o 4 vegeta
dire!o 4!7 afarturaeabiodiversidadeest!muito 2 emseuin!cio.
= Nestessistemas,
osteoresdenitrog!nio : s!o
4 m!nimos
= eosdesubst!ncias
3 dedif!cil
= decomposi!o 4!7
comoasligninass!o 4 m!ximos.
2
Nossistemasdelignina,grandepartedamat!9riaorg!3nicaproduzida
vegeta!7!4o !9 acumulada na forma de diversos compostos, que incluem - o h!H
mus.Este,assimcomooutroscomponentesdamat!9riaorg!3nica,temfun!7!Des

64 65
de grande import!3ncia. Servem como uma cola, que une os gr!4os de argila, Na p!2gina ao lado, a partir do alto !1 esquerda: Guanxuma, CarqueKa e Sap!9 s!4o t!=picas de
areiaesilte,formandobolinhosdeterraemat!9riaorg!3nica.Osbolinhoss!4o placenta.Nasequ!:ncia:Assa-peixe,BracatingaeEmba!Hba-brancas!4o!2rvorespioneiras.To
as esp!9cies acima s!4o t!=picas de sistemas relativamente no in!=cio da escalada em espir
arredondados,eporiston!4oseencaixambem,deixandovaziosdentrodosolo. sucess!4ovegetal.Asesp!9ciesdestessistemasvariammuitodebiomaparabioma.
Osvaziossesomamaoscaminhosabertospelosanimaisera!- =zes,tornan
Nossistemas,queseseguemaosdelignina,osteoresdenitrog!:nioed
do aos poucos o solo como uma esponKa, cheio de espa!7os por onde circula
lignina na vegeta!7!4o s!4o intermedi!2rios, porque K!2 a vida K!2 se estruturou
e se armazena !2gua e ar, que ficam dispon!=veis para os micr!Bbios, animais e
suficiente para que aumentos moderados na respira!7!4o resultem - em aume
vegeta!7!4o,durantemuitosdiasdepoisdechover.Amat!9riaorg!3nicacolaos
tosaindamaioresdafotoss!=ntese,levandoaom!2ximooac!Hmulodemat!9r
nutrientes presentes no solo, com uma intensidade perfeita, retendo-os com
org!3nica. Ernst deu a estes sistemas intermedi!2rios o nome de sistemas
for!7asuficientepara,quen!4oseKamlavadospela!2guaenemt!4ofortemente
acumula!7!4o,porqueeless!4oespecializadosemacumularmat!9riaorg!3nica
grudados,queavegeta!7!4on!4opossaabsorv!:-los.
!9nelesqueamat!9riaorg!3nicaseacumulacommaiorvelocidade.
Ossistemasdeabund!3nciasesucedemaosdeacumula!7!4o.Osteoresde
nitrog!:nio na vegeta!7!4o e tamb!9m a velocidade da fotoss!=ntese- se apro
mam do m!2ximo poss!=vel. Os lugares nos quais predominam os sistemas de
abund!3ncia, chegaram a esta condi!7!4o, em grande parte, porque passar
por muitos processos de renova!7!4o. H!2 lugares, geralmente nas margen
riosapertadospormontanhas,nosquaisapassagemdeeventuaisve
derrubaas!2rvoresvelhas,queK!cumpriram 2 suafun!7!4o,acelerando - ospro
sosderenova!7!4o.Asmadeirass!4omaismolesequebramgalhoscommaior
facilidade,favorecendoaindamaisaocorr!:nciadeeventosderenov
O que dissemos nos par!2grafos anteriores mostra como a infi - nita in
g!:nciaquegovernaosorganismosflorestaisdosaocrescimento - daa
de dos seres vivos, controlando os teores de nitrog!:nio na mat!9ria
e em decorr!:ncia nos solos. Na evolu!7!4o de um organismo florestal, - ger
mente n!4o h!2 apenas um sistema que domine em toda a regi!4o ocupada
pelafloresta,portantoexistemtrechosondepredominaosistemad
outros onde predomina os sistemas intermedi!2rios e lugares - onde p
nam os sistemas de abund!3ncia.
Rochasmenoslavadas,comsuaconstitui!7!4omineralmaisricaepr!Bx
domagmaquevemdocentrodaterra,tornammaisr!2pidaaevolu!7!4oparaos
sistemasdeabund!3ncia.Emlugaresondeasrochasquederamorigem - ao
losK!2forammaislavadas,estandomaispobres,ousoinicialdep!Bsdero
vulc!3nicas, tamb!9m chamadas de bas!2lticas, pode contribuir para minim
a desvantagem inicial do lugar. Um relevo mais plano e principalme
formadebacia,quefaciliteaacumula!7!4odesoloemat!9riaorg!3nica,facilit
aevolu!7!4oemrela!7!4oaosmorros,nosquaisainclina!7!4ofavoreceao - escor
mento,aoinv!9sdaacumula!7!4o.

66 67
Os processos de renova!o 4!7
que levam 1! forma!o 4!7 dos sis-
temas de abund!ncia 3 podem ser
muito intensificados atrav!s 9 de
podas, seKam podas parciais e
realizadas v!rias 2 vezes por ano,
como em SAFs intensamente
maneKados,seKampodastotaise
realizadas em ciclos como,501
,025 ou0 1anos. Este princ!= -
pio, de fundamental import!ncia 3
paraapr!tica 2 dosSAFsagroeco -
l!Bgicos, foi historicamente - utili
zadonaagriculturatradicionalde
base agroflorestal praticada por
quilombolas e outras popula!D!7 es
tradicionais, que se fundamenta
no descanso da terra para - a re
composi!o 4!7 dafertilidade,acha -
mada agricultura de coivara. Esta tamb!m 9 foi uma das t!cnicas
9 que os povos ManeKosagroflorestais;Napaginaanteriorpodaseveraemeucaliptoenafotoacima
ind!genas = usaramnagera!o 4!7 dachamada“TerraPretadendio”. ! Estessolos,nos va!7!4odeumtrechodeagrofloresta
quaisamat!ria 9 org!nica 3 predomina,emcamadasquechegamaatingir - profun Omaiorn!=veldefertilidadepossibilitaavidadeesp!9ciesmaisexige
didade superior a dois metros, ainda existem por toda a Amaz!Cnia.- Estudos ar por!9mmaiseficientesnaprodu!7!4odemat!9riaorg!3nica,emtodasasfasesdo
queol!Bgicosedepaleobot!nica 3 comprovamqueestessolosseoriginaramdevido processodesucess!4o,desdeaplacentaat!as 9 !2rvoresclim!2cicas.Portan
a!1! o4!7 dospovosind!genas. = degraudasucess!4oqueacontecer!2nanovaclareiraacumular!2maisma
Quandoaconteceaderrubadadetodaavegeta!o 4!7 deumaclareira, - umapar org!3nica que o anterior. Al!9m disto, soma-se a heran!7a da mat!9ria org!3nica
teconsider!vel 2 damat!ria 9 org!nica 3 9consumida
! narespira!o 4!7 dosseresvivos. acumuladaen!4ogastanodegrauanterior.
Por!m, 9 geralmenteamaiorparteacabasendoarmazenadatantonosolocomo O uso s!2bio e moderado dos processos de renova!7!4o possibilitou que o
na madeira morta, que ca fi sobre a terra e 9! digerida muito lentamente. Al!m 9 povosdaAmericadeixassemumlegadodesolosdeimensafertilidadee
disso,naclareira,oprocessodesucess!o, 4 sen!o4 forimpedido,recome!ar! 7 num
2 demaKestosabiodiversidade.Esteseramt!4ointegradosaosprocesso -
n!vel = defertilidademuitosuperioraoanterior. rais,queosportuguesesn!4opuderamcompreenderqueas“florestasvirg
que viam por todo o canto, eram na realidade SAFs maneKados pelos p
ind!=genas. J!2 no primeiro documento escrito no Brasil, Pero Vaz Caminha
narrar que os ind!=genas n!4o cultivavam a terra, fala “desse inhame q
todo o canto h!”.2 O inhame, no entanto, !9 como era chamada a mandioca,
uma planta selecionada durante gera!7!Des que se perdem nos tempos
ind!=genas,equeKamaisproduziriasemosseuscuidados.

68 69
7.3 - Estratificação em andares no contexto da esp!cie 9 do est!gio
2 cl!max
= K!2 est!2 ocupando o andar m!dio,
9 por!m
9 abaixo da
Sucessão Natural secund!ria 2 quesemprecrescemaisdepressa.
Podemos observar que, nos organismos florestais, as !2rvores - dos e
Aestratifica!7!4o!9umprocessoqueocorreaomesmotempoqueasuces -
tos mais altos t!:m suas copas muito mais afastadas do que as dos estra
s!4o,noqualosorganismosflorestaisseestruturamemandares,emcadafase
abaixo delas. Desta maneira, quanto mais alto !9 o estrato, mais ele per
eemcadadegraudasucess!4onatural,paraemconKuntocaptaraenergiado
a passagem da luz para os estratos abaixo dele. Ernst G!Etsch, pr
solcommaiorperfei!7!4o.
nos dar uma ideia quantitativa visando a aplica!7!4o no maneKo dos
Oestratodeumaplanta!9oandarquesuacopaocupanoorganismo - flo
Agroecol!Bgicos, chegou a fazer estimativas. O estrato emergente per
restalnoqualseorigina,quandooorganismoflorestalatinge - afasedasuces
passagem de aproximadamente 80% da luz que recebe, o estrato alto 60%,
s!4ovegetalaqueelapertence.Porexemplo,seuma!2rvore!9doestratoalto
o m!9dio 40% e o baixo 20%.
edoest!2giocl!=max,elaocupar!2,noorganismoflorestaldaqualseorigina,o
Entendemos que em todos os degraus da sucess!4o, seKa na fase em q
andaralto,quandoasucess!4odaflorestaatingiroest!2giocl!=max.Sea!2rvore
domina a placenta colonizadora, na fase em que dominam as - !2rvore
for uma secund!2ria do estrato m!9dio, ela ocupar!2 o andar m!9dio, quando o
neiras,as!2rvoressecund!2riasiniciais,m!9diasetardiasouas!2rvores - c
organismoflorestalatingiroest!2giosecund!2riodasucess!4onatural.
cicas, existem esp!9cies com voca!7!4o ecol!Bgica para ocuparem os estr
baixo, m!9dio, alto e emergente. Este entendimento pode ser um- pouco d
rente, ou mais detalhado, do que d!2 base !1 classifica!7!4o sucessional - trad
cionalmente adotada no meio t!9cnico-cient!=fico. Estas pequenas dife
naformadeconceituarn!4odevemsermotivoparadeixarmosdeapr
o grande conhecimento ecol!Bgico catalogado nestas classifica!7!De
Tamb!9m!9importanteconsiderarqueexistemecossistemasmaisalto
maisbaixos.Istoacontecedevido!1sdiferentesrestri!7!Desaocrescimen
!2rvores,principalmenteporcausadoclimae/oudosolodeondeseor
É natural que !2rvores do estrato alto de florestas baixas seKam mais b
do que !2rvores de estratos inferiores, de florestas muito altas. Para d
exemploenvolvendoesp!9ciesmaisconhecidas,podemoscitar - ocaso
rola e do abacateiro. A acerola !9 uma !2rvore do estrato alto, porque o
o estrato alto em seu ecossistema de origem. J!2 o abacateiro !9 do estra
m!9dio,porqueocupaoestratom!9dioemseuecossistemadeorigem.Por!9m,
geralmente o p!9 de acerola cresce menos do que o abacateiro. Isto po
todaaflorestanaqualseoriginouaacerolacrescemenosdo- quetoda
resta na qual se originou o abacateiro. No entanto, uma acerola nun
produtiva se estiver debaixo de !2rvores de estratos mais baixos qu
comonocasodoabacateiro.
Opar!grafo
2 acimanosd!uma 2 indica!o,
4!7 porexemplo,dequeum9! passo
parafrentenasucess!o 4 favorecer,atrav!s 9 depodas,queumarvore
2! doestrato
m!dio
9 doest!gio
2 cl!max = passeaocuparoandarm!dio, 9 antesocupadoporuma
rvore
2! secund!ria 2 tamb!m
9 do estrato m!dio,
9 retirando esta H! ltima quando a

70 71
7.4 - Sistemas de Lignina 7.5 - Crises de envelhecimento no Organismo
Quandodeixamosquenossasterrasnuas,duras,secasemuito - empobre Florestal
cidas descansem nos bra!7os da natureza, primeiro crescem poucos tipos de As !2rvores pioneiras t!:m vida mais curta do que as que precisam de sua
capins e ervas, que resistem !1s piores condi!7!Des. Pouco depois e ainda Kunto sombraedeoutrascondi!7!Desfavor!2veisquegeram.Ostiposde!2rvores - pio
comeles,usufruindodamat!9riaorg!3nicaedasombraquegeram,v!- 4oapare neiras que vivem em terras muito enfraquecidas t!:m vida ainda mais cur
cendo !2rvores pioneiras, secund!2rias e clim!2cicas. Toda a vegeta!7!4o produz Quando envelhecem, suas folhas v!4o amarelando, perdendo o vi!7o e o v
mat!9ria org!3nica dura e !2spera, devido a ter menores teores de nitrog!:nio e daclorofila,queasfaziacapazesdeusaraluzdosolparaproduziral
maiores teores de materiais de dif!=cil digest!4o para os organismos do solo, Chega um tempo que elas n!4o podem mais captar energia na quantidad
comoasligninas. necess!2ria para as tarefas indispens!2veis !1 sua vida e ao exerc!=cio de
A falta de melhores condi!7!Des s!B permite que se desenvolva - uma quan fun!7!Desparatodooorganismoflorestal,comoproduzirmat!9riaorg! - 3nica
tidade ainda pequena e pouco variada de animais e micr!Bbios, que resistem xar !2gua e tornar sol!Hveis, captar e disponibilizar nutrientes pre
!1s piores condi!7!Des, tanto acima, como dentro do solo. Eles s!B digerem e profundezasdosolo.
aproveitam uma pequena parte dos alimentos que consomem. A- maior par Nestes tempos em que as !2rvores que exerciam fun!7!Des de grande- im
te !9 modificada e eliminada como fezes e outros excrementos descartados, port!3nciaentramemdecad!:ncia,avidadolugardiminuiovi!7o.Adecad!:ncia
que funcionam como uma reserva crescente de alimento rico em energia e geral do organismo florestal tamb!9m acontece nestes momentos, porq
tamb!9m como uma cola que vai grudando os gr!4os de terra uns nos outros, ra!=zesdas!2rvoress!4ototalmenteinterligadas,trocandonutrientes -
estruturandoossolos. !7Desquecadaumaobt!9m,conformeasdiferentesvoca!7!Desdesuasesp!9cies.
Elasfazem,portanto,partedogigantescoorganismo“RaizdaFlores
forma, tanto o envelhecimento como a renova!7!4o, de uma ou mais plant
contribuiparaoenvelhecimentoourenova!7!4odetodooorganismoflor
Deste grande organismo “Raiz da Floresta” tamb!9m participam ativa
os seres que vivem no solo. Estas considera!7!Des evidenciam a import
de, atrav!9s de podas, colheitas e retirada das plantas envelhecida
sempreKovenseverdeKantestodasasplantasdeumSAFAgroecol!Bgic
confirmaaexperi!:nciaacumuladaean!Bsconstantementerelatada - p
tasfam!=liascampesinas.
Tamb!9m as esp!9cies secund!2rias e clim!2cicas envelhecem, tornando
processos de renova!7!4o parciais (quando apenas uma !2rvore !9 substit
ou totais (como o descrito no item logo a seguir) fundamentais no cam
da sucess!4o.

72 73
7.6 - Liberando espaço, nutrientes e energia para o
eterno renascer da vida
Quandoumaventaniaderrubaas!2rvoresvelhasecomelasarrasta
presas a elas por cip!Bs, s!4o abertas clareiras. Algumas !2rvores rebr
outrasn!4o.Nasquen!4orebrotamtodasasra!=zesmorremKuntocoma!2rvore
Mesmoas!2rvoresquerebrotamdescartamamaiorpartedasra!=zes - mais
nasqueabsorviam!2guaenutrientes,porquecompoucasfolhasn!4opode
alimentarmuitasra!=zesativas.Istotamb!9mn!4oserianecess!2rio,porques
asfolhasademandapor!2guaenutrientesficamuitoreduzida.Nasclare
portanto,forma-seumagrandequantidadedera!=zesmortas.

Imagensrelativas!1smicorrizas,fungosorganicamenteintegrados!1sra!=zes
- davegeta!7!4o.En
treoutrasfun!7!Deselasmultiplicamovolumedesoloacessadopelavegeta!7!4o;- dissolvemecap
tamnutrientese!2guaecontribuemparaatrocadenutrienteseinforma!7!Desentreacomunidade
vegetal,comosimbolizaailustra!7!4oacima.

Embora varie de acordo com a esp!9cie e com o terreno, o peso total d


ra!=zesdeuma!2rvoretendeaserproporcionalaopesodacopa- da!2rvor
tanto,nosmomentosdepodasevera,al!9mdagrandequantidade - deali
tos disponibilizada em cima do solo, h!2 tamb!9m uma grande disponibilid
de alimento dentro do solo. Na medida em que a vida do solo vai -se alime
tandocomasra!=zesmortas,v!4oseformandot!Hneisporondeentramar,!2g
animaisera!=zesdeoutrasplantas.
Asfolhasemadeirascobrematerra,mantendoaumidadeen!4odeixan
queachuvabatacomfor!7anosolo,impedindoqueeladesmanche - osaKun
dos de terra e mat!9ria org!3nica, que s!4o constru!=dos ainda com maior
- vel
cidadepelavidadosolo.Neles,osgr!4osdeterraficammuitobemgrudado

74 75
e desta forma quase n!4o se dissolvem na !2gua. A mat!9ria org!3nica que fica
emcimadosolon!4opermitequea!2guaescorracomvelocidade,mesmonos
lugares muito inclinados. Dessa forma, praticamente n!4o acontece a eros!4o,
que em terrenos abertos e sem cobertura carrega para os rios a parte mais
f!9rtildossolos.
Al!9mdisso,nosolodaclareira,atemperaturaaumentaumpouco, - porcau
sadaentradadosol,fazendogerminarumagrandequantidadedesementes
queestavamaliKustamenteesperandoessecalor.
Uma pequena parte da mat!9ria org!3nica ser!2 reaproveitada na forma de
compostos org!3nicos, que d!4o grande sa!Hde para a vegeta!7!4o e para a vida
dos solos. Uma parcela maior ser!2 desmanchada durante os processos de
digest!4o e respira!7!4o dos seres vivos, fornecendo energia, minerais- e carbo
no, essenciais para a o crescimento da vegeta!7!4o e para a vida dos demais
seres.Nesteprocesso,s!4oliberadosmuitosnutrientes,quetinhamsidopouco
apoucoextra!=dosdoaredaterraearmazenadosnavegeta!7!4o,comgrande
participa!7!4odavidadosolo.
Umaparcelaimportantedamat!9riaorg!3nicapassar!a 2 fazerparte - dama
t!9ria org!3nica do solos, tornando-os mais macios e porosos e servindo como
uma reserva de energia e nutrientes, que ser!4o lentamente disponibilizados
pelosseresvivos,paraquetodospossamexecutarsuasfun!7!Desefornecerem NomaneKoagroflorestal,logodepoisdeumapodaderenova!- 7!4o,amat!9
nutrientesparaavegeta!7!4o ria org!3nica !9 consumida e transformada rapidamente. Para que o cami
Masparaquetodoestetrabalhoaconte!7anarapideznecess!2riaparaque da natureza continue avan!7ando, !9 necess!2rio que as excelentes co
vegeta!7!4ofecherapidamenteaclareiraaberta,osseresquehabitamossolos geradas seKam aproveitadas, desde o in!=cio, pelo forte crescimento
precisam de muita energia. Por isto, o Organismo Floresta produz, nas fases novavegeta!7!4o.Estavegeta!7!4odeveserdiversificadaedesdeoin!=cioforma
iniciaisderecome!7odasucess!4o,mat!9riaorg!3nicamaisricaemnitrog!:nioe v!2rios andares, resultando em uma produ!7!4o de folhas, ra!=zes, galhos - e
mais pobre em materiais nos quais as liga!7!Des qu!=micas os tornam de dif!=cil deira, crescente e maior que a anterior poda.
1 !
digest!4o, como a lignina. J!2 tendo sanado a necessidade de liberar parte da Por!m,
9 seporqualquermotivoasucess!o 4 forimpedidadeseguiradiante,o
energia e nutrientes acumulados no degrau anterior da sucess! - 4o, os orga organismo orestal
fl se mant! m
9 digerindo erespirandomaisquefazendo - f
nismos florestais v!4o mudando sua prioridade e passam a produzir mat!9ria s!ntese.
= Destamaneiravaihavendoumacrescenteperdademinerais - eda
org!3nicacommenoresteoresdenitrog!:nioemaioresteoresdelignina,como t!ria
9 org!nica
3 queestruturavaossolos.Poristo,diantedoabortodaesc
s!4oasmadeiras.Estamat!9riaorg!3nicaser!em 2 grandeparteacumuladapara dasucess!o, 4 osorganismosorestais fl guardamrecursosparaapossibilid
serent!4oparcialmentedisponibilizadanofuturo,possibilitandoqueavidado poderem renascer no futuro. Para isto, v!o 4 tornandoossoloscidos.
2! Aac
organismoflorestalseKacadavezmaisativaefartanosdegrausseguintesdo grudat!o 4 intensamenteosmineraisnaargiladossolos,queelessetorn
caminhoemespiraldasucess!4o. sol!Hveisnagua. 2! Poristo,n!o 4 podemsercarregados,pelagua, 2! para - asnas
centeserios,por!m 9 cam
fi indispon!veis = paraamaiorpartedavegeta!o 4!7 edos
seresquevivemeexercemsuasfun!D!7 esnossolos.

76 77
7.7- A função dos “Seres Renovadores” asformigas,umdosmaioresrenovadoresdanatureza.
Dependendo do tipo de situa!7!4o, pode ser importante para- o desen
Nem toda a renova!7!4o promovida pela natureza !9 realizada de maneira
vimento dos organismos florestais que os Seres Renovadores - retir
t!4ocompletacomonaforma!7!4odasclareiras.Muitasvezes,somente - otraba
vores inteiras ou apenas um galho que esteKa impedindo o crescim
lhofeitopelosSeresRenovadoressufi !9 cienteparaqueanaturezad!o : passo
esp!9cies de fases ou degraus mais altos na subida em espiral da suc
necess!2rioparaseguirsuacaminhada.
vegetal. Nestes casos, incluem-se !2rvores pioneiras sendo podada
Os Seres Renovadores s!4o os animais e micr!Bbios que tem a fun!7!4o de
dar passagem a esp!9cies que quando Kovens precisam de sua sombra
remover tudo o que n!4o est!2 contribuindo da melhor maneira poss!=vel para
nasfasesmaisadiantadasprecisamdesolparasedesenvolverpl
que a escalada em dire!7!4o !1 fartura avance mais depressa. Desta maneira,
Destamaneira,aintelig!:nciamaiorconduzosorganismosflorestais -
controlameotimizamosprocessosnaturais.Afun!7!4odosSeresRenovadores
doatrav!9sdasformigasououtrosseresrenovadores,como- obesour
n!4o tem sido bem entendida. Desta maneira, eles, que receberam o nome de
-pau e as lagartas.
pragasedoen!7as,v!:msendogeralmentecombatidos.
Quando os matos, plantas ou rvores 2! n!o
4 t!m
: tudo o que precisam para
viver,n!o 4 constroemseuscorposcomtodosospedacinhosperfeitamente - gru
dadosunsnosoutros.OuseKa,asplantasn!o 4 podemsintetizaradequadamente
suasprote!nas. = Destamaneiraaspartesqueconstituemasprote! - nas,
= osami
no!cidos,
2 Kuntamente com a!H!7 cares em excesso, encontram-se dissolvidos na
sua seiva. S!B nestes casos as plantas servem como alimento para os Seres
Renovadores. Eles nem possuem, em seu aparelho digestivo, os “serrotes - qu!=
micos”necess!rios, 2 asenzimas- espe
cializadas para cortar as prote!nas, =
nas partes que as formam, os -ami
no!cidos.
2 Poristo,asplantassadias
nem servem como alimento para os
Seres Renovadores. Para que - pos
samsealimentaresereproduzir,os
Seres Renovadores precisam- encon
trarplantasdoentes,comexcessode
amino!cidos
2 ea!H!7 caresdissolvidosemsuaseiva,aoinv!s 9 defazendoparteda
estruturadeseuscorpos,comonasplantassadias.
A fun!7!4o org!3nica dos Seres Renovadores !9 portanto, retirar do lugar as
plantas que n!4o est!4o em condi!7!Des adequadas para se desenvolverem de
formasadiaeassimproduziralimentosemquantidadesuficienteparaavida
avan!7ar em sua escalada. Por isto, as formigas podem fazer grandes - cami
nhadas para cortar a mesma esp!9cie de planta, que por vezes encontram ao
ladodeondevivem.Certamente,nestescasos,asplantaspr!Bximasest!4oem
condi!7!Desmaisadequadaseporistotemsa!Hdeen!4os!4obomalimentopara

78 79
7.8 - Sistemas de Acumulação
Énestesdegrausqueosorganismosflorestaisatingemavelocidade - m!2
ximadecrescimentodamat!9riaorg!3nicadossoloseemtodooorganismo.
Na medida em que uma maior quantidade de vida vai se estruturando no
lugar, a disponibiliza!7!4o moderadamente crescente de energia e nutrientes,
que ocorre atrav!9s da produ!7!4o de mat!9ria org!3nica com n!=veis moderada
-
mentecrescentesdenitrog!:nio,vairesultandoemaumentosdafotoss!=ntese
maioresqueosdarespira!7!4o.
Assim !9 cada vez maior o crescimento de ervas e !2rvores maiores, mais
variadas e que geram ramos e folhas que pouco a pouco v!4o se tornando
mais macias e suculentas. Desta maneira, embora sobre menos - mat!9ria or
g!3nica por quilo de material digerido, a mat!9ria org!3nica se acumula com
velocidade crescente nos solos.
Ao contr!2rio, se as condi!7!Des do solo da vida como um todo ainda n!4o
possibilitassemumarespostasuficienteparacompensarcomsobrasomaior
consumo de energia e nutrientes, a produ!7!4o de mat!9ria org!3nica mais rica 7.9 - Clareiras do Sistema de Abundância:
em nitrog!:nio faria diminuir, ao inv!9s de aumentar, a mat!9ria org!3nica dos o ambiente perfeito para nossas lavouras
solos. Por isto, K!2 vimos pesquisas agropecu!2rias que detectaram - a diminui Nos sistemas de abund!3ncia, a vida K!2 !9 t!4o farta que a acumula!7!4o de
!74odamat!9riaorg!3nicadossolosap!Bsocultivoeincorpora!7!4odeaduba!7!4o mat!9ria org!3nica n!4o !9 mais prioridade para os organismos florestais. Pa
verdecomaltosteoresdenitrog!:nio.Nestescasos,seaescaladaemespiral melhorcumprirsuafun!7!4onoOrganismoPlanetaTerracomoumtodo,es
dasucess!4onaturalfossemelhorcompreendida,teriasedadoprefer!:nciaao organismos florestais chegam a transbordar, exportando mat!9ria
cultivodevegeta!7!4oqueproduzissemat!9riaorg!3nicamaispobreem - nitrog!: para outros lugares, como para outras beiras de rios, mangues e a
nioemaisricaemcarbono,comogeralmentes!4ooscapins.Al!9mdisto,esta os oceanos.
aduba!7!4overdeseriaaplicadaemcimaen!4odentrodosolo. Nestes degraus da sucess!4o natural, as ervas e as !2rvores t!:m as folh
Quanto melhor entendemos estes pequenos detalhes, melhor - vamos per muito!Hmidasemacias,produzindograndequantidadeevariedadedefr
cebendo que as esp!cies 9 que aparecem naturalmente s!o 4 sempre eficientes e maiores,maischeirososemaissaborosos.Criameatraemumagrande - qua
cuidadosamenteselecionadaspelosorganismosorestais fl para - aumentarave tidadeediversidadedeanimaisqueplantamassementesdosfrutosco
locidadequecaminhamemdire!o 4!7 fertilidade,
1! farturaediversidadedevida. sealimentamnoslugaresexatosondesedesenvolver!4omelhorecon
Ostiposde!2rvoresematosqueviveramnaspiorescondi!7!Deseram - espe mais decisivamente com a escalada da vida. A vida dentro e acima do so
cializados para elas e geralmente n!4o teriam fun!7!4o em degraus - mais avan atingiualtograudequantidadeediversidade.
!7ados, desaparecendo nestes degraus. Eventualmente, uma ou outra esp!9cie Énasclareirasdestasetapasmaisavan!7adasdasucess!4onatural
pode passar para o degrau seguinte. Nestes casos, devido a diversos fatores encontram as condi!7!Des naturalmente perfeitas para o desenvolv
como a maior disponibilidade de !2gua e nitrog!:nio, todas, seKam colonizado - grandemaioriadenossaslavouras.Elass!4ooslugaresnaturais - on
ras,pioneiras,secund!2riasouclim!2cicas,v!4oficandocomasfolhascadavez tramos a vegeta!7!4o que mais se parece com nossas lavouras. Assim, busca
maismacias,!Hmidasecommaioresteoresdenitrog!:nio. aproximarascondi!7!Desdaslavouras!1condi!7!4odamelhorclareirapos
abaseparaopreparodosoloedoambientedosSAFsAgroecol!Bgicos.

80 81
82 83
8 - Voltando a pertencer à vida do Organismo entreamaiorpartedasfam!=liasassentadasesuasorganiza!7!Des.Outro
Planeta Terra a
!9 grandeconsci!:nciaecompromissosdestas,quantonecessidade !1 - eimp
t!3nciaplanet!2riadecompartilharemsuasexperi!:ncias.
“Logo percebi, que parece que a coisa tinha vontade própria. E eu me senti feliz De maneira coerente com o que escrevemos nos par!2grafos anteri
em poder estar participando da história desse momento, apesar de todas as difi- ao apresentarmos de forma estruturada algumas t!9cnicas - e passo
culdades, em nenhum momento eu pensei em desistir. Eu tinha convicção de que dol!Bgicos, procuramos referenci!2-los aos processos coletivos em c
era um momento de aprendizado de uma vida. A gente teria que aprender coisa Assentamentos Contestado na Lapa PR e Mario Lago em Ribeir!4o Preto SP.
que já tinha esquecido. Quando digo a gente, digo em termos de humanidade. Que Desta maneira, esperamos ter incorporado uma pequena parcela - de
o mundo já não tá mais agüentando todas as agressões que nós humanos temos diante vitalidade aos conte!Hdos sistematizados. Tamb!9m temos espera
cometido.” (Pedro, agricultor agroflorestal, Cooperafloresta) deprovocarnosleitores,odeseKopelainsubstitu!=velexperi!:nciad
pessoalmenteosprocessosdescritosououtrosdesemelhanteimpo
No mundo atual, domina a ideia de que para fazer uma agricultura - pro
Lembramos tamb!9m que nada poder!2 substituir a pr!Bpria pr!2xis, quando
dutiva !9 necess!2rio retirar as !2rvores dos sistemas agr!=colas. - Neste con
campesinosesuasorganiza!7!Desaplicamosconhecimentosemetodol
texto, apenas trazer de volta as !2rvores para a agricultura K!2 !9 um grande e
a partir do que observam, as reformulam e de novo as aplicam e de nov
indispens!2vel passo rumo !1 sustentabilidade do Organismo Planeta Terra e
reformulam..Emhist!Briasquen!4otemmaisfim.
da agricultura. Mas, para chegarmos a sistemas produtivos que possam se
auto-sustentarem teremos que ir bem mais longe. Teremos que aprender a
reconhecer e cooperar com os processos naturais que tornam e mant!9m os
solosf!9rteiseprodutivos.
Por isto, o obKetivo maior deste livro at!9 este momento foi refor!7ar nossa
f!9 na import!3ncia de preservar e potencializar os processos naturais. Ele K!2
ter!cumprido
2 grandepartedesuafun!7!4osecontribuirparadespertar - acurio
sidadeeareflex!4osobreosgrandestemastratadosat!9esteponto.
Apartirdocap!=tuloprocuramos
8, iral!9m,apresentandoalgumast!9cnicas,
estrat!9gias e metodologias pedag!Bgicas que tem tornado social, econ!Cmica
eambientalmentevi!2velatravessia,at!mesmo 9 deumaagriculturaartificial,
feita em ambientes semi-des!9rticos e totalmente dependente da ind!Hstria,
paraumaagriculturaquereproduz,potencializa,sustenta- e!9sustentadape
losprocessosnaturais.
Entendemosqueparaqueatravessiapropostanocap!=tulopossa 8 ocorrer
coletivamenteecomarapideznecess!2riaindispens! !9 2velatroca - conhecimen
tos,experi!:ncias,estrat!9giasemetodologiasentreoscampesinoseentreos
processos e proKetos que, como o ProKeto Agroflorestar, animam e viabilizam
que ela seKa realizada de maneira coletiva. No entanto, n!4o !9 poss!=vel para
esta finalidade substituir visitas e trocas de experi!:ncias nos pr!Bprios locais
nos quais ocorrem processos semelhantes aos que trataremos. Um fator que
temfacilitadomuitoqueestasaconte!7am!9agrandeorganicidadeexistente

84 85
9 - A Construção da Práxis Agroflorestal nos agroflorestaparav!2riospontosdocontinente.
assentamentos Mario Lago, em Ribeirão Preto/SP e “Eu assumi que eu ia estudar Reforma Agrária e gostaria de ver na prática uma
Contestado, na Lapa/PR Reforma Agrária Agroflorestal” (Monica, doutoranda em geografia)
“Um grande número de pessoas assinaram nossos abaixo assinados, marcharam Para a adapta!7!4o de t!9cnicas agroflorestais nestes assentamentos
junto com a gente, sensibilizaram o governo, o judiciário, apostaram neste projeto. importante identificar tr!:s grandes diferen!7as entre a regi!4o da - Coope
Buscávamos outro caminho. O Assentamento está situado numa área de recarga e restaearegi!4odecadaumdeles:diferen!7asecol!Bgicas,diferen!7asderel
afloramento do Aquífero Guarani, por isto exige cuidado ainda mais especial, para ediferen!7asnaspr!2ticasdecultivo.
não contaminar estas preciosas reservas de água pura, das quais Ribeirão Preto de- Quantoaocontextoecol!Bgico,poss! !9 =veldestacaralgumas- diferen
pende totalmente. A qualidade de vida de quem vive nas cidades depende do cam- portantes: o alto Vale do Ribeira est!2 inserido no ecossistema de Fl
po. Produção de diversidade de alimentos saudáveis, relações sociais que neguem Ombr!BfilaDensadobiomaMataAtl!3ntica,comtemperaturasquentes,muita
trabalho escravo e desmatamento. Sem florestas nenhum projeto vai nos salvar da chuva, elevada umidade relativa do ar e uma estrutura florestal - bem di
falta de água nos centros urbanos.” (Kelli, assentada e agente multiplicadora) ficada.NoAssentamentoContestado,inseridonoecossistemadeFlores
Arauc!2rias(tamb!9mdobiomaMataAtl!3ntica),chovemenos,!9bemmaisfrio
9.1 - Contexto e desafios
(ocorrendo inclusive geadas frequentes) e a estrutura das florestas
Desdeoin!=ciodoProKeto,ograndedesafiodeseusatorestemsido - adap estratificada. O Assentamento M!2rio Lago est!2 inserido no bioma Cerrado
tar, criar e replaneKar t!9cnicas de SAFs, tendo a experi!:ncia agroflorestal da com uma vegeta!7!4o nativa bem diferente da mata atl!3ntica e um clima bem
Cooperafloresta e a hist!Bria de agroecologia dos assentamentos como base. maisseco.Trazcomoheran!7aumsoloqueveioderochascommaiorpotenc
Vencerestedesafiofundamental
!9 paraairradia!7!4odaagrofloresta - agroeco de fertilidade natural do que no Vale do Ribeira, por!9m fortemente - deg
l!Bgicaemdiferentesregi!Des,biomasecontextossocioecon!Cmicos. do pela cultura intensiva da cana de a!7!Hcar, implantada h!2 d!9cadas no
Este desafio foi assumido, em especial, por fam!=lias agricultoras
- dos As antesdachegadadosassentados.Assim,odesenvolvimentoeadapta
sentamentosContestado(Lapa/PR)eM!2rioLago(Ribeir!4oPreto/SP). pr!2ticas agroflorestais no centro do agroneg!Bcio paulista represen -
Ambos os assentamentos, desde a luta pela terra, foram concebidos e minhotantoparaaadequa!7!4odaagriculturacomoprocessoprodutivo -
implantados pelas fam!=lias assentadas e suas organiza!7!Des- para que servis tocomoformarecupera!7!4odoCerrado.
semcomorefer!:nciasemagroecologiaeagrofloresta.Ahist!Briadestalutae Em rela!7!4o ao relevo, !9 marcante a presen!7a dos morros no alto Vale
destasconquistascome!7a,portanto,muitoantesdosmomentosinicialmente Ribeira. Ali, !9 muito raro andar algumas dezenas de metros em linha re
referenciadosnestelivro. em um relevo plano. As varia!7!Des de altitude s!4o muito grandes em espa!7o
Tamb!9memambososassentamentosasfam!=liasassentadasesuarede relativamente pequenos, havendo uma grande quantidade de rios e
org!3nica de organiza!7!Des de !3mbito nacional e internacional - v!:m construin cortando os morros. Tanto no Assentamento Contestado quanto - no A
do escolas de agroecologia e formando pessoas de muitos outros locais domento M!2rio Lago, o relevo !9 bem mais plano, com ondula!7!Des leves, salvo
Brasil e de pa!=ses vizinhos. Destaca-se neste contexto, a Escola - Latino Ame rarasexce!7!Des.Al!9mdisso,ambosest!4oemplanaltosemaislongedomard
ricana de Agroeocologia (ELLA), no Contestado e o Centro de Forma! - 7!4o S!B queoaltoValedoRibeira.
cio-Agr!=cola Dom H!9lder C!3mara, no M!2rio Lago. Nestas escolas, estudam Asdiferen!7asecol!Bgicasederelevorefletem,obviamente,emdiferen!7a
Kovens de todo o Brasil e da Am!9rica Latina, em especial filhos de- campone naspr!2ticasdecultivo,asquaistamb!9ms!4oinfluenciadaspelocontexto -
ses compromissados com organiza!7!Des camponesas e agroeocol!Bgicas, que turalesocialdosdiferentesgruposdeagricultores.
t!:m se formado como tecn!Blogos em agroecologia. Agregando a pr!2xis aos No alto Vale do Ribeira, a mecaniza!7!4o !9 bem menos intensa. Ali, !9 mais
grandes processos educativos, encurta-se o caminho para a irradia!7!4o da complicado maneKar m!2quinas e tratores em !2reas minimamente gran

86 87
paraKustificaroinvestimentonasmesmas.Poroutrolado,ousodecapoeiras sedestacavaapresen!7adevassourinhascomentre1e4anosdeidade.
e de seu processo de regenera!7!4o !9 hist!Brico, ainda havendo capoeiras - dis OAssentamentoM!rio 2 Lagoest!localizado
2 aaltitudeaproximadadem, 05
pon!=veis,comsoloscobertosesemin!7os,quefavorecemaprodutividadedos nomunic!pio = deRibeir!o 4 Preto,noroestedoestadodeS!o 4 Paulo,emecossis
-
sistemassemanecessidadedeaportesdeinsumoseafrouxamentomec!3nico tema de transi!o 4!7 entre o Cerrado e a Mata Alt!ntica. 3 Em Ribeir!o4 Preto a
dos solos. Nestas condi!7!Des, torna-se mais vi!2vel produzir de maneira - inde temperaturam!dia 9 mensalm!nima
= de
9! C°4,81 eatemperaturam!dia
9 mensal
pendentedousoinicialdem!2quinas.J!nos 2 assentamentos,ousodetratores m!xima
2 de.Oº9,32 clima9!tropicalsemi-umido,comesta!o 4!7 chuvosasuKeita
e m!2quinas !9 tradicional e faz parte da cultura da agricultura h!2 bastante aseatrasarparaooutonoeesta!o 4!7 secanoinvernoendice =! pluviom!tric 9
tempo. Al!9m disso, os solos nos quais foram estabelecidas as agroflorestas cercademm 0 51 concentradosentreoutrubroeabril.Duranteaesta!o 4!7 seca
K!n!2 4oseencontravamcomcoberturaflorestal,n!4otendoportantocondi!7!Des comum
9! aumidadedoarcairabaixode.%02
naturais favor!2veis !1s lavouras. Nesta situa!7!4o, torna-se necess!2rio prover
estascondi!7!Desatrav!9sdecalagem,aduba!7!4oepreparodosolo,comusode
m!2quinas, de forma adaptada aos princ!=pios agroflorestais. Outro aspecto,
quesetornouespecialmenteimportantenocontextodoAssentamentoM!2rio
Lago,que !9 emfun!7!4odoclimaseco,fazeragriculturasemcontarcomalgum
sistema de irriga!7!4o (ainda que simples), !9 assumir maiores limita!7!Des - e ris
cosdoquenasoutrasduasregi!Des.
Foi contando com toda essa varia!7!4o e diversidade de condi!7!Des que o
ProKeto Agroflorestar assumiu seu obKetivo, buscando irradiar e adaptar a
agrofloresta agroecol!Bgica. A seguir, s!4o trazidos princ!=pios agroflorestais
mescladosarelatosdestaconstru!7!4o.
OAssentamentoContestadoest!2situadoentre90a10mdon!=veldo
mar,emecossistemadeFlorestadeArauc!2rianaAPA(ÁreadeProte!7!4o- Am
biental)daEscarpaDevoniana.NaLapa,est!2naregi!4odeclimaclassificado
como Cfb (classifica!7!4o de Koeppen), ou seKa, clima temperado, com ver!4o Comparandoapaisagemeoscontextossocioecon!Cmicosnos - dois
ameno,chuvasuniformementedistribu!=das,semesta!7!4oseca;atemperatura tamentos,f! !9 2cilperceberadiferen!7aclim!2ticaedefertilidadedossolos
m!9dia do m!:s mais quente n!4o chega a 2ºC. Precipita!7!4o de 1.0 a 2.0 a cobertura vegetal indica. Em Ribeir!4o Preto, principalmente devido !1 r
mm.Geadasseverasefreq!Jentes,numper!=odom!9diodeocorr!:nciadedeza bas!2lticaqued!2origemaossolosetamb!9memfun!7!4odoclimamaisquen -
25 dias anualmente. O clima !9 relativamente !Hmido e muitas vezes ocorrem te, embora mais seco, os seres vivos podem liberar nutrientes, gerar ma
muitosdiasnubladosecomprecipita!7!Desleves.Mesmoassim,osagricultores org!3nica e recompor um alto n!=vel de fertilidade em muito maior veloci
org!3nicosKamaisplantamhortali!7asfolhosassemirriga!7!4o.Assim, - geralmen Noentanto,paraistoocorreremumambientenoqualaumidade- doar!9ge
teexisteoreceioemfazeristomesmoemcanteirosbemcobertos,por!9mK!2 ralmentemuitobaixatornam-seaindamaisimportantesacoberturad
existemcasosdesucessonoscanteirosagroflorestais. fun!7!Desdas!2rvoresedavegeta!7!4orelacionadascomadiminui!7!4odovento
trazer!2guadasprofundezas solodo
emant!:-lanoambientedaslavouras.
Oclima!9adequadoparafruteirasdeclimatemperadocomoamora,figo,
p!:ssego, ameixa, noz pec!4, nectarina, pera e at!9 para ma!7!4s de variedades O Assentamento Contestado fica a cerca de 60 km de Curitiba PR, o que
tornavi!2velaprodu!7!4odefrutasehortali!7asvisandocomercializa!
!1 7!4op
menosexigentesemfrio.Acoberturavegetaldas!2reasnasquaisseiniciaram
consumo ao natural. No Assentamento M!2rio Lago, este tipo de comercial -
asagroflorestasgeralmenteeracompostaporcapinscomoopapu!colch! 4, 4o,
za!7!4oainda
!9 muitomaisvi!2vel,porqueoAssentamentofazfronteiracomas
rabo de burro, igua!7u, taquara e braqui!2ria, al!9m de arbustos, entre os quais

88 89
!2reas urbanas e existe grande demanda por produtos agroecol!Bgicos. Cabe 9.2 - De facão a trator, gerando Práxis Agroflorestal
lembrar que em Ribeir!4o Preto, cerca 95% dos alimentos s!4o importados de
foradomunic!=pio,emdecorr!:nciadopredom!=nioquaseabsoluto- damonocul “Cada pessoa vai ter uma forma de fazer e ainda que seja numa mesma di-
tura da cana. É importante notar que no Assentamento M!2rio Lago, al!9m da reção, ninguém vai fazer igual. A agrofloresta de cada um vai ser uma marca
reservalegaldeda 20% !2reatotaledaregenera!7!4odas!2reasdepreserva!7!4o pessoal.” (Pedro, Cooperafloresta)
permanente,asfam!=liasassentadasesuasorganiza!7!Descomprometeram-se Nal!Bgicaagroflorestal,acouve,orabanete,abananeira,aKaboticabe
com uma reserva coletiva de 15% da !2rea total, destinada !1 pr!2tica dos
- sis milho,amandiocaetodasasoutrasplantascultivadass!4oplantasda
temasagroflorestais. adaptadas a diferentes condi!7!Des de solo e de luminosidade. Nas cond
NoContestado,oslotestemcercadeha, 10 sendocercadevezes6 - maio declareirasdeflorestasn!4odegradadasaslavourasencontramafe
resqueoslotesnoAssentamentoM!2rioLago.ParamaneKosmuitointensivos, queprecisamparaseuplenodesenvolvimento,incluindoumidade,nu
como s!4o as hortas agroflorestais, os lotes do M!2rio Lago s!4o de tamanho vitaminasevida.
mais que suficiente. Devido !1 qualidade excepcional da rocha m!4e do solo e Assim, implantar um sistema agroflorestal agroecol!Bgico em um lo
!1grandeproximidadedecentrosconsumidoresurbanos,aolericultura!9uma ondeavidadaFlorestaeascondi!7!Desnaturalmentecriadas- porela
grandevoca!7!4odoassentamento.J!no 2 AssentamentoContestado, - oplaneKa ram de existir, implica sobretudo em potencializar os processos na
mentodevelevaremconsidera!7!4oanecessidadedehaver!2reascommenor recriamascondi!7!Desflorestais.
intensidadedemaneKo,comoseriaocasodeSAFsdirigidosaoplantiodireto
decereais,plantadosecolhidoscomm!2quinas. “A gente consegue tirar uma planta saudável ao natural. A gente faz uma mini
floresta e autoregulariza o sistema, sem tanta doença, sem dano ao ambiente.”
( Jesuíta, assentada e agente multiplicador)
Aofavorecermososprocessosdavidarumo!1gera!7!4odascondi!7!Desque
existem naturalmente em uma clareira de uma floresta f!9rtil, os seres v
captamenergiasolareautilizampararealizartodosostrabalhos
oorganismoplanta!7!4of!9rtileprodutivo.Umtrabalhodeinigual!2velper
!9 realizado pela “gra!7a divina”. Os resultados ambientais e econ!- Cmico
gamcomrapidezmuitomaiordoquegeralmenteimaginamos.Uma- demons
tra!7!4odegrandepoderdeconvencimento!9realizadaatrav!9sdaobser
de como o solo rapidamente vai se tornando macio, !Hmido e cheio de vi
logoap!Bstersidobemcobertocommat!9riaorg!3nica,resultandonoaum
da produ!7!4o e grande redu!7!4o de trabalhos e custos, como capinar, irrig
combaterdoen!7aseadubar.
“Ficamos surpresos com o sistema de agrofloresta. O solo mudou muito, não
tinha vida hoje tem muita vida. Se descobrir aqui tem minhoca. Elas produzem
bastante coco-cola, é uma benção pro solo.” (Célia e Claiton, assentados)
Seriaperfeitamenteposs!=velquetodootrabalhoderecupera!
- 7!4oda
lidadeeprodutividadedoOrganismoLavourafosserealizada - pelop
ganismo,movidopelaenergiasolar.Por!9m,emlocaisamuitotempoprivad

90 91
davidaedotrabalhoperfeitorealizadopelosorganismosflorestais,paraque diferente para facilitar o bom maneKo da mat!9ria org!3nica. Outro aspec
desdeoin!=cioosSAFspossibilitemobemviverdasfam!=liasqueosmaneKam, que, seKa para evitar danos ambientais, como a compacta!7!4o dos solos
temsidodecisivousaraomesmotempoenergia,trabalho,t!9cnicaserecursos visando re-integrar o ser humano aos processos naturais, - mesmo n
desenvolvidos no !3mbito da agricultura artificial, no in!=cio do sistema. Entre trat!9gia de transi!7!4o !9 importante manter a escala mais humana e sens!=v
estes,incluem-seaaduba!7!4onosmoldesnormalmenteusadosnaagricultura poss!=velnoprocessodemecaniza!7!4o,optandoporm!2quinasmaislevesep
org!3nica,t!9cnicasdepreparodesoloeemalgunscasosirriga!7!4o. presen!7ahumananosprocessos.
Senopr!Bpriolocaln!4otiveramat!9riaorg!3nicanecess!2ria,primeiramente Podarossistemascomumaintensidademuitomaiorqueaquela - queoco
temosqueproduzi-laoucarreg!2-ladeoutrolugar,oupelomenosconcentr!2-la ria naturalmente, incluindo o fornecimento de madeira e o uso de p
nasfaixasdeplantio.Emqualquerdestassolu!7!Des,!9necess!2rioconsider!2vel t!=picasdosistemadeabund!3ncia,comoporexemploasbananeiras,con
“trabalhoeenergiaexterna”,quen!4orealizado
!9 nemcirculano - pr!Bprioagroe decisivamenteparaqueosprocessosnaturaisquepromovem-afartur
cossistema. Com o uso adequado de m!2quinas podemos somar “trabalho e tabele!7ammaisdepressa,mesmoquandopartimosdecondi!7!Desinadequad
energiaexterna”demaneirageralmentemaiseficienteer!2pida. paraocultivodelavouras.
Neste sentido, !9 importante seguir as orienta!7!Des t!9cnicas relativas ao
preparodesoloeaduba!7!4oouaviv!:nciadaspessoasexperientesemutilizar
estas pr!2ticas, nos locais onde estivermos trabalhando. Enquanto - isto, pode
mosnosdedicarparaquenossoSAFtenhaasplantaseomaneKo - quegaran
tamsuacapacidadedeirsubstituindootrabalhoartificialpeloorganicamente
realizadopelavidaeintensificadopelomaneKo.
“Nem conheço horta. Aí insistiram e resolvi. Já foi sem exagero uns 2 mil kg
deste pequeno pedaço, é couve, jiló, beterraba, brócolis, tudo. Sempre deixando
adubo. Isto aqui vai virar um paraíso. Eu acho que não existe jeito melhor. Com
este pedacinho de terra, você não precisa bater cartão para cidadão nenhum.”
( João, assentado)
Noatualcontexto,ousodet!9cnicasdesenvolvidasnaagriculturaartificial
deve ser visto como uma forma de homeopatia, contribuindo para curar os
males que este mesmo sistema criou, ao expulsar as pessoas e a natureza
dos campo, Kamais como uma finalidade em si mesma. É fundamental seguir Cons!Brciosbaseadosnaestratifica!7!4oesucess!4onaturalotimizam - ao
umarotaquegarantaque,cadadiamais,ostrabalhosseKamrealizadospela pa!7!4odosnichosecol!Bgicos,produzindoalimentosdiversificadospar
pr!BpriavidadoOrganismoLavouraepelodiscernimentodossereshumanos. dos solos. Possibilitam tamb!9m que os adubos que trazemos de fora - n!4o es
É importante manter a vis!4o dos rumos que pretendemos seguir, ainda que capemdociclodavida,comoocorrenasmonoculturas.Al!9mdisso,aumen
continuamenteabertosamodific!2-losnanossapr!2xisagroflorestal. muito o retorno com os canteiros, pois adubando apenas segundo - as
sidades da lavoura mais exigente, todas desfrutar!4o do ambiente mel
“Este sistema vai melhorando cada vez mais o solo. No futuro vai ser possível ti- cada planta est!2 em sua fun!7!4o na sucess!4o e estratifica!7!4o, o que existe !9
rar uma boa produção bastante diversificada sem precisar nada de fora”. (Vandeí, coopera!7!4oeorganicidade,en!4ocompeti!7!4o.
assentado e agente multiplicador) Podemos come!7ar com pequenos canteiros, para vivenciarmos - os fu
Nestecaminho,fundamental
!9 adaptarequipamentosouus!2-losdeforma mentos dos SAFs agroecol!Bgicos, mantendo-os bem cobertos com mat

92 93
org!3nicatrazidadefora,preferencialmentede!2reaspr!Bximas. 9.3 - Uma escola na porta de casa
Deacordocomasconsidera!7!Desdospar!2grafosanteriores,passaremosa No Assentamento M!2rio Lago, um dos trabalhos inicialmente dirigido
discutircaminhosquevemsendototalouparcialmentetrilhadosedebatidos,forma!7!4o e viv!:ncia com os princ!=pios agroflorestais foi o plantio de hor
K!2 em fases mais ou menos avan!7adas da implanta!7!4o de sistemas agrofl
- o agroflorestaisirrigadasdecercade50m%,comosolopreparadoeadubad
restais como matriz produtiva no !3mbito dos assentamentos Mario Lago e de acordo com as indica!7!Des utilizadas localmente na agricultura
Contestadoeno!3mbitodaRedeAgroflorestalqueK!re! 2 Hnemaisdemil - fam!= Paraoplantiodamaioriadestashortasagroflorestais,decar!2terinici
liasassentadasecampesinasnosestadosdeS!4oPauloeParan!2. apenas demonstrativo, a mat!9ria org!3nica existente na !2rea foi - ro!7ada
NossoobKetivon!4oser!2analisarereconstituiremdetalheahist!Briaoua radaparaasmargensda!2reaeposteriormenterecolocadaemcober
formaexatacomot!9cnicasagroflorestaisforamutilizadas,embora - reconhe fossemisturadaaosolo,parapodersealimentarcomela,osmicroorga
!7amosaimport!3nciaqueumtrabalhoquefizesseistopoderiater,estetipo consumiriampartedonitrog!:niodispon!=velparaasplantas.- Aocont
deabordagemest!2foranossaspossibilidadesnestemomento. locadaemcimadoscanteiros,al!9mdeprotegeremanterosolo!Hmido,at
Dentro da pr!2xis agroflorestal coletiva que vivenciamos. este !9 para n!Bs emultiplicamicroorganismos,queparasealimentaremcommat!9riaorg
um momento de s!=ntese do que aprendemos neste processo coletivo. Nem pobre em nitrog!:nio, o retiram do ar, acabando por incorpor!2-lo aos s
sempre todos os passos est!4o descritos na forma exata como foram dados, enriquecendo-osaoinv!9sdeempobrec!:-losdestenutriente.
poismuitasvezes K!2aparecemdamaneiracomofar!=amosefaremoshoKe. Geralmentero!ava- 7 seumtrechobemmaioroutrazia-semat!ria 9 org!nica 3
Desta maneira, o livro tamb!9m espelha o que acontece no dia a dia de combaixocustodeforadoassentamento,obtidaempodasdeparques - e
quem se dedica !1 pr!2xis do cont!=nuo dialogo com a natureza e com - os orga trasreas
2! verdesdacidade.
nismosagroflorestais.Acadadia,deacordocomasvivenciasmudamospelo Nestas hortas, geralmente em cada quatro canteiros, foram plan
menos um pouco o que acreditamos e o Keito que lidamos com nossos SAFs Kunto com as hortali!as, 7 rvores
2! adubadeiras e bananeiras para prod
agroeocol!Bgicos. mat!ria
9 org!nica.
3 Depoisdaro!ada,
7 foilan!ado
7 ocalc!rio 2 paraquefosse - mis
As considera!7!Des acima refor!7am ainda mais o nosso entendimento de turadoaosoloduranteasopera!D!7 esseguintes.
que, alicer!7adas nos princ!=pios de funcionamento da vida, uma infinidade de Sempre que poss!=vel, nos canteiros nos quais seriam plantadas !2r
outrassolu!7!Desaindaser!4ocriativamentedesenvolvidas. o preparo do solo se iniciou com a passagem de um subsolador com ap
umaouduashastesedepoisfoiseguidopelapassagemdeumencanteira
Um aspecto importante !9 evitar que os canteiros fiquem altos, sobretu
em locais nos quais os solos n!4o s!4o permanentemente !Hmidos, pois - lev
tar os canteiros facilita que ressequem. Al!9m disso, canteiros altos ex
aplica!7!4o de grandes quantidades de mat!9ria org!3nica nas entrelinha
protegerasmudinhasdosventosressecantes.
Nos canteiros foram plantados cons!Brcios de hortali!7as, com ba
princ!=piosdaestratifica!7!4oesucess!4onatural.Estashortasproduzira -
de quantidade de alimentos diversificados, sendo decisivas para que
fam!=lias assentadas se entusiasmassem com a pr!2xis agroflorestal. En
aprendizadosmaisimportantesest!4o:
•oconsorciamentocombasenaestratifica!o 4!7 esucess!o; 4
•ousodervores2! ebananeirasparaaprodu!o 4!7 demat!ria
9 org!nica;
3

94 95
• o aprendizado da import!ncia3 de cobrir o solo com mat!ria
9 org!nica,
3 9.4- Manter o solo coberto, o melhor começo
mantendo o solo H! mido, gerando vida e fertilidade, economizando na limpeza
At!9cnicaquetrouxeresultadosmaioresequaseimediatosfoicobrir
dosalimentos,poisestesK!s! 2 o
4 colhidoslimpos,prontosparaserem - consumi
Isto tamb!9m aconteceu com muitas fam!=lias que n!4o quiseram participar d
dosoucomercializados.
ProKeto Agroflorestar, mas, vendo os resultados obtidos pelos part
A partir do aprendizado sobre a import!3ncia da mat!9ria org!- 3nica, des
passaramacobrirosolo.Por!9m,noin!=ciodapr!2xisagroflorestal,adificuld
pertou-se, em muitas fam!=lias assentadas, o reconhecimento- da import!3n
deobter-sesuficientemat!9riaorg!3nica,afaltadeexemploseoentendime
ciadeadotarpr!2ticasparaobt!:-lamaisfacilmente,emtodasasetapasde
aindanascentedagranderespostaaumacoberturamaisperfeitad
desenvolvimentodosSAFs.Quemfezaexperi!:nciados50 m%comgrande
com que o primeiro e grande passo, geralmente conseguido, seKa cob
sucesso e depois outras experi!:ncias nas quais foram reservadas faixas de
cimadoscanteiroseporvezesapenaslevementenoespa!7oentreosca
capimparaaprodu!7!4odecoberturaparaoscanteiros,avaliou - queasegun
da maneira torna o trabalho muito mais econ!Cmico e vi!2vel.

“A gente plantou rúcula, alface, chicória, almeirão, couve, eucalipto, banana, gli-
ricídia, mandioca, inhame. É feito um plantio que você tem que consorciar o tempo
de vida de cada planta. Economiza no terreno, na água, no insumo. Eu colhi a pri-
meira safra e logo em seguida a segunda que é o repolho, a mandioca, o inhame,
o alho e ainda vou ter as bananas e as árvores, que vão me ajudar na cobertura de
solo e no clima.” ( Jesuíta, assentada e agente multiplicadora)

Nasfotos,canteirosbemcobertoseentrecanteiroslevementecobertos.

96 97
Apr!xis
2 agroflorestal9!umcont!nuo = aprendizadocomanatureza. - Asabe
doria manifesta na natureza 9!infinita e as formas que ela adota s!o 4 sempre
muitoimportantes.Osanimaisfazemninhosparaprotegerseuslhotes. fi Eles
nos ensinam que a forma que moldamos a mat!ria 9 org!nica
3 ao aplic!la -2 nos
canteirosimportante.
9! Oidealcolocar
9! amat!ria
9 org!nica
3 sempremaisalta
nasmargensdoscanteirosdoquenoseucentro,tornandooscanteirosninhos
adequados 1! cria!o 4!7 das Kovens mudas. Se temos canteiros um do lado do
outro,paraformarninhos,devemoscolocarumacamadademat!ria 9 org!nica
3
maisaltanoespa!o 7 entreoscanteiros,doquenospr!Bprioscanteiros.Aforma
de ninho traz a gua
2! das chuvas e os nutrientes nela dissolvidos para dentro
doscanteirosen!o 4 paraforadeleseprotegeasmudaseosolodoscanteiros
dosventosressecantes.

Nap!2ginaanterior,pequenocanteirodemonstrativonaformadeninho.Acima,
- podesep
beroformatodeninhocomasbordasmaisaltasdoqueocentrodocanteiroondesepo
gliricidiaparaaduba!7!4o,mandiocaeinhame.

Um dos motivos para levantar os canteiros 9! acumular a terra mais f


dasuperf!cie
= econseguir,commaiorfacilidade,quepelomenosunscm 04 da
profundidade do canteiro quem
fi bem macios e areKados. Por!m,
9 9! poss!vel =
chegararesultadoequivalenteaumentandoumpoucoaaduba!o 4!7 eopre
dosolo.EmlocaismuitoH! midosimportante
9! levantaroscanteirosKusta
para drenar o excesso de umidade. Contudo, canteiros muito altos ge
necessidade de enorme quantidade de mat!ria 9 org!nica
3 para chegarmo
formatodeninho,degrandeimport!ncia 3 paramanteraumidadeessenc
crescimentodaslavouras.Nestesentido,bom 9! lembrarqueairriga! - o
4!7 ger
mentecara,
9! limitadaeseuusoexcessivopodeprovocardoen!as. 7

98 99
Quando acumulamos mat!ria 9 org!nica
3 ao redor de uma muda de - rvo 2!
re, que n!o4 esteKa em um canteiro, tamb!m 9 devemos fazer um ninho com a
mat!ria
9 org!nica
3 mais alta nas bordas que no p!9 da muda. Se simplesmente
puxarmos a mat!ria 9 org!nica
3 para o p!9 da muda, ela ca fi mais alta perto do
tronco,encostaneleeprovocadoen!as. 7 Al!m9 disso,agua
2! daschuvas,como
nutrientesneladissolvidos,escorreparalongedoalcancedamudi
A altura das camadas de mat!ria 9 org!nica 3 deve ser suficiente para qu
n!o
4 seKaprecisocapinar.Dificilmentealgu!m 9 conseguir!acertar
2 aquanti
idealdesdeoin!cio, = masanecessidadedecapinareoendurecimento - dos
teirosdevemserentendidoscomofaltademat!ria 9 org!nica.
3
Émuitomaisf!cil2 primeirocobriroscanteirosedepoisabrirminimamente
acoberturaparaplantarasmudinhas,quedestamaneira,cam fi nofundodeu
ninhoprotegidodosventosqueressecariamestasplantinhasaindamuit
Assim,asmudas,mesmonomeiodeconsider!vel 2 quantidadedemat!ria 9 org! - ni 3
ca,encontramocaminhopararomperacoberturaecresceremcomosoloao
redorcompletamenteprotegido.Tamb!m 9 importante,
9! depoisdasmudas - cres
ceremumpouco,fazerumarevis!o, 4 completandocommaisumpoucodemat!ria 9
org!nica3 nasreas
2! maisralas.

“Quanto mais você cobre é melhor para terra, para os bichinhos da terra. Na
hora que você vai plantar, abre um espacinho e procura não deixar a semente mui-
to coberta. E aí vai organizando para que a planta fique bem protegida. Se perto
da alface está aparecendo um pouco o solo, você vai cobrindo e ela vai agradecer
muito.” (Paraguai, assentado e agente multiplicador)

Nas fotos acima diversos materiais s!4o colocados nas entrelinhas na busca do
formato ideal no qual a mat!9ria org!3nica nas entrelinhas !9 mais alta do que os Oagricultorabreumespacinhoparaplantarmudinhasdehortali!as
7 emcanteirobemco
pr!Bprioscanteiros.
Assentadas e Assentados t!m
: desenvolvido metodologias bastant
-
100 101
nhosas para plantar com os canteiros cobertos. Um exemplo 9! o plantio da 9.5 - Serrapilheira, o primeiro passo
cenoura,noqualcolocambambusaolongodaslinhasondeacenoura - ser!se
2 Serrapilheira !9 o nome que se d!2 !1s folhas e galhos que caem no sol
meada,m! 1! o
4 oucomplantadoramanualparaumalinha,coloca-seamat!ria 9 de uma floresta, cobrindo sua superf!=cie e servindo de alimento par
org!nica
3 noscanteirosedepoisseretiraobambu.Destemodo,ca fi descoberta organismos.
apenasumapequenafendaporondesesemeiaacenoura. Devemos vivenciar intensamente a import!3ncia da serrapilheir
Insistimosquepr!xis 2 agroflorestaln!o 4 e9! nuncaser!uma
2 tecnologia
- ter produtividadenaturaldosSAFs,paraainfiltra!7!4oearmazenamentod
minada, pronta para apenas ser adotada. Sempre ser!2 poss!vel = fazer melhor. da chuva, para a atividade da vida do solo e para o controle - natur
Por!m,9 nestemomentodahist!Bria,9!absolutamentefundamentalpara - acivi s!4o. Para cobrir um hectare de solo, apenas uma vez, com apenas 10 cm
liza!o 4!7 humana e para a independ!ncia
: das fam!lias= agricultoras, que muitos de serrapilheira - o que !9 relativamente pouco - seriam necess!2rios 10.
contribuamcomsuacriatividadeeesfor!o 7 pessoalecoletivo,para - queelapos m% (1ha) x 0,1m = 1.0 m% de folhas ou galhos/ha, ou seKa, 10 caminh!Des
sasermassivamenteadotada.Eumadastarefasdefundamentalimport!ncia 3 de1m% 0 deserrapilheira!Acontan!4odeixad!Hvidasque,salvoemcondi!7!Des
9! desenvolver, com muita paix!o 4 e arte, m!todos
9 para manter o solo sempre muitoraras,trazermat!9riaorg!3nicadeforaparacobrirosolo!9gera
cobertoenquantocultivamosnossaslavouras. invi!2vel.
Assim,!9muitoimportanteformarserrapilheira,mesmoem!2reas - desflo
restadas. Nestas !2reas, em dias quentes e secos, o vento resseca as fol
tornando necess!2rio que as plantas absorvam muita !2gua do solo p
n!4o murchem. Mas, por falta de mat!9ria org!3nica, os solos n!4o t!:m- capa
cidade de armazenar muita !2gua. Ent!4o, as plantas precisam pratica
fechar os seus poros, parando de fazer fotoss!=ntese.
Nestas condi!7!Des, os capins evolu!=ram para funcionar com efici!:n
pois mesmo com os poros semicerrados conseguem captar g!2s carb
em quantidade suficiente para realizar fotoss!=ntese de maneira e
concentrando o g!2s carb!Cnico em uma estrutura desenvolvida - esp
1m 1m te para esta finalidade nestas esp!9cies, chamada bainha foliar. - Outra
30 cm
cializa!7!4o, visando cumprir sua fun!7!4o em !2reas desflorestadas, !9 produz
Canteiroscomcoberturaemformadeninho,oespa!o7 entreoscanteiroscommat!ria
9 org!nica
3 mais mat!9ria org!3nica com teores relativamente baixos de nitrog!:nio e a
altadoquenospr!Bprioscanteiros,favorecendooescorrimentodegua
2! enutrientesparaasmudinhase subst!3ncias pouco diger!=veis. Por isso, na falta da madeira, os - capin
protegendo-asdosventosressecantes.
cipalmente quando bem maneKados, podem contribuir para o ac!Hmu
serrapilheira e de mat!9ria org!3nica para a estrutura dos solos.
Podeserimportanteousocomplementardeleguminosas,equilib
rela!7!4oentreteoresdecarbonoedenitrog!:nio,parafavorecerosp
que promovem a disponibiliza!7!4o de nutrientes para as plantas Kun
comosprocessosquefavorecemoac!Hmulodecarbono,serrapilheir -
ria org!3nica e h!Hmus no solo.

102 103
“Toda a matéria orgânica que tiver aqui, de eucalipto, de guandu, de banana, trodopr!Bximocanteiroser!2suficienteparagarantiraprodu!o 4!7 decobe
de amora, de gliricídia, é para me dar condições para cobrir os canteiros. A cada 2 quandoocapimplantadoestiverbemdesenvolvido,podemoscome! - ar
7 pl
canteiros de entrelinha, tem um canteiro de árvores.” (Zaqueu assentado e agente doumcanteiroacadametros.
8,21
multiplicador) Quando dispomos de um capim bastante produtivo, bem plantado e c

“Aqui eu planto a cada 4 metros uma linha de árvores, legumes e folhas tudo
junto e na entrelinha deixo o capim para fazer o manejo e ir repondo a cobertura
dos canteiros.” (Vandeí, assentado e agente multiplicador)

9.6 - Dimensionando para produzir a matéria


orgânica necessária
AntesdeiniciarqualquerplantiodeSAFs9!fundamentaltermosumplano
bemdimensionadodaformacomoser!obtida 2 emaneKadaamat!ria 9 org!nica
3
necess!ria, 2 paraque,desdeoinicio,osoloaondecultivaremosrvores 2! - elavou
rasseKacobertopermanentemente.
Paramanterossolosbemcobertosnosprimeirosanosdedesenvolvimento
dos SAFs, tem facilitado enormemente o trabalho das fam!lias = assentadas e
diminu!do= custos de produ!o 4!7 deixar, entre os canteiros, espa!os 7 reservados
para produzir capins e adubos verdes para produ!o 4!7 de serrapilheira f!cil 2 de
sercolocadanoscanteirosoufaixasparaaprodu!o 4!7 delavouras.
Alarguradasfaixasdestinadaprodu! 1! o
4!7 decapinseadubosverdesdeve
sersuficienteparapossibilitarquen!o 4 seKanecess!rio 2 capinar,restandocerca
de metade da mat!ria 9 org!nica
3 para manter razoavelmente cobertas - as pr!B
priasfaixasprodutorasdemat!ria 9 org!nica.
3 Estastamb!m 9 dever! - o
4 serman boas condi!D!7 es para se desenvolver, necessitamos em geral que a faix
tidasf!rteis,
9 recebendo,senecess!rio, 2 calagemeaduba!o 4!7 comp!Bsderocha produ!o 4!7 decapimseKaa 3 vezes
4 maiorquearea 2! quecobriremos,masisto
eestercos.Oscustosdoplantioeaduba!o 4!7 dasfaixasplantadascomcapins deve ser visto apenas como uma refer! ncia
: inicial. indispens!
É vel
2 contin
podemserpagos,oupelomenosminimizados,atrav!s 9 doplantioconsorciado pr!xis, 2 visandoseuaperfei!oamento. 7
comlavouras. CarregarcapimdeforadosSAFs9!muitomaiscaroemenoseficientedo
Éimportanteavaliarsenarea 2! existemat!ria 9 org!nica
3 suficiente - paraini queproduzi-lonopr!BprioSAF.Poristo,medida 1! queaspessoasv!o 4 ganhando
ciarmosoplantiocomoscanteiroscobertosnomesmoano.Nestecaso,para experi!ncia : napr!xis
2 agroflorestal,elasv!o 4 reconhecendoque-melhor 9! e
que n!o4 falte mat!ria
9 org!nica,
3 geralmente o mais vi!vel 2 9! iniciar plantando rar a largura das faixas para produzir capim e adubos verdes doquep
canteiroscomodobrodadist!ncia 3 quevamosdeixarnoanoseguinte,Kuntando maisestreitasdoqueonecess!rio. 2
amat!ria
9 org!nica
3 detodaarea 2! paracobrirestescanteirosmaisdistantes. Sedeixarmosocapimpassardopontoecome!ar 7 aenvelhecer,- diminuim
Depois, plantamos capim nas entrelinhas e quando este estiver produzindo, toaprodu!o 4!7 decobertura,oquenoslevaaacharquetemosqueaumentar
plantamosmaisumcanteironomeiodoespa!o 7 entrecadacanteiro.Assim,se dist!ncia
3 entre os canteiros. Por!m, 9 nunca dever!amos = deixar o capim pa
proKetarmos que a dist!ncia 3 de4,6metros do centro de um canteiro - ao cen doponto,porqueseistoacontecer,aslavourastamb!m 9 ter!o
4 seu- desenv

104 105
mentomuitopreKudicado,porcausadainforma!o 4!7 paraamarelareenvelhecer na escolha de um ou de outro
capim, pois maneKados no tempo certo, ambos
aoinv!s 9 deverdeKarecrescer. funcionambem.Ousodeequipamentos,comoocata-capim,quepicaocapim,
Passandodoponto,amat!ria 9 org!nica
3 tamb!m 9 setornadedif!cil
= digest!o
4 aKudaaevitaropegamentodonapier.
e libera muito lentamente a energia utilizada pelos microorganismos em sua NoclimamaisfriodoAssentamentoContestado,tamb!m 9 nosparece
- indis
fun!o 4!7 de manter os solos areKados, H! midos e os nutrientes dispon!veis
= para pens!vel
2 oplantiodeaduba!o 4!7 verdedeinverno.Esteplantiofoirealiz
nossaslavouras. sucesso, semeando a ervilhaca e depois ro!ando7 o momba!a
7 com ro!adeir7
Aumentarasfaixasdecapimaumentaadist!ncia 3 entreoscanteiroseentre de trator. Como se deixou a ervilhaca sementar, ela tamb!m 9 nasceu
- esp
asrvores
2! ebananeiras,quenofuturov!o 4 produziramaiorpartedamat!ria 9 taneamente nos anos seguintes. Desta maneira, a ervilhaca produz
org!nica 3 noOrganismoSAF.Tamb!m
9 aumentaotrabalhocomocorte- doca org!nica
3 empoca
9! queomomba!a
7 paralisaseucrescimento.Al!m 9 disso, - pro
pim,semnuncadeix!lo -2 passardoponto.Encontraropontodeequil!brio = ser!2 tegeomomba!a 7 degeadas,melhorandosuarebrotanaprimavera. Noin!ci =
sempreumdesafiopessoalecoletivoemcadacontexto. da primavera, cortam-se ambos cobrindo os canteiros e o momba!a 7 rebr
vigorosamente.
9.7 - Selecionando o capim para produzir
cobertura de solo
N oAssentamentoM!rio 2 Lago,encontramosbastantecapimcoloni! - o
4 cres
cendoespontaneamente.Elebem 9! produtivo,temboarebrotaepode - seruti
lizadocomalgumaefici!ncia : paraaprodu!o 4!7 decoberturaparaoscanteiros.
S!B aparece espontaneamente em solos relativamente f!rteis. 9 Por!m, 9 quando
substitu!mos = ocoloni!o 4 porcapimmomba!a, 7 plantadodensamenteconforme
asrecomenda!D!7 est!cnicas 9 paraplantiodepastagem,aprodu!o 4!7 por - rea
2! ge
ralmentequasedobra,diminuindopelametadealarguradasfaixas - quepreci
samosdeixarparaaprodu!o 4!7 demat!ria 9 org!nica.
3 Istotemumas!rie 9 de - van
tagenseentreelasest!a 2 diminui!o 4!7 decustoscomomaneKo.Mesmoassim,
usarocoloni!o 4 espont!neo 3 mostrou-seumaexcelenteop!o 4!7 noprimeiroano
e,pelomenos,vi!vel 2 nosanosseguintes.Tamb!m 9 importante
9! lembrarqueo
momba!a 7 um
9! capimbastanteexigenteemfertilidade.Emcondi!o 4!7 demenor
fertilidade,outroscapins,comoonapier,dever!o 4 produzirmaisfartamente.
J!2 us!vamos
2 capim coloni!o 4 e momba!a 7 com bons resultados nas- entre
linhas em Ribeir!o 4 Preto e na Cooperafloresta, mas t!nhamos = receio dele n!o 4
seadaptarbemnoclimabemmaisfriodoContestado.Por!m, 9 soubemosque
emumexperimentoconduzidopeloIAPARInstituto ( Agron!CmicodoParan!no )2
munic!pio = daLapa,entrediversoscapinstestados,omaisprodutivo - foiomom
ba!a. 7 J!hav!
2 amos
= utilizadoonapier,por!m, 9 paraobterumagrandequantidade
Canteiros sendo preparados emrea
2! com capim momba!a
7 coberto por ervilhaca na sa!da
=
demudasdenapierseriacaroedif!cil, = sendomuitomaisvi!vel 2 paraplantarmos inverno.Partedaervilhacaser!usada
2 nacoberturadoscanteiroseomomba!a 7 n!o
4 arranca
oshectares,
53 fazeroplantiodemomba!a 7 porsementescomaplantadorade brotar!vigorosamente,
2 tendosidoprotegidodegeadaseadubadopelaervilhacanoinver
trator. Poroutrolado,seonapierpassadopontodecorte, ncias
:! asconsequ
s!o
4 piores e incluem ele pegar no canteiro. Por!m, 9 n!o 4 h!2 consenso absoluto

106 107
9.8 - O uso da bananeira para a formação
de Serrapilheira
A bananeira 9!talvez a planta mais t!pica = dos sistemas de abund!ncia. 3 Em
lugarescomoasmargensderiosapertadospormontanhas,nos- quaisapassa
gemdeventaniasprovocarenova!D!7 esrelativamenteconstantesnavegeta!o, 4!7 a
produ!o 4!7 demat!ria
9 org!nica3 potencializada.
9! Emdecorr!ncia,
: aumenta - aativi
dadedosseresquegeramafertilidadedossoloseodesenvolvimentonaturalde
sistemasdeabund!ncia. 3 Nesteslocaisabananeirachegaasereproduzir - espon
taneamentecomsuasmudassendocarregadasporenchentesperi!Bdicas.
Seu“caule”formado 9! pelabasedesuasfolhas,sendoriqu!ssimo = - emnitro
g!nio,
: minerais e gua. 2! É imensamente gratificante aprender como as - bana
neiraseprincipalmenteseuscaulescontribuemparaquenossas - lavouraspro
duzamcomfartura.Quandocome!amos 7 umnovociclodeplantiodelavouras
anuais,geralmente9importante ! retirartodososcaulesdastouceiras - dasba
naneiras,sacrificandoaprodu!o 4!7 debananaemfavordaslavourasedeixando
apenasdoisoutr!s : dosmelhoreslhos fi chifres.
Por!m, 9 seoscaulesforemcolocadosinteirossobreosolo,tornam-seninhos
paraasbrocasconhecidascomomolequedabananeira,suamaistemidapraga.Ao
contr!rio, 2 rachadosaomeioemtodasuaextens!o 4 ecomaparterachada - encos
Decimaparabaixonaprimeirafoto,peda!7odocauledabananeirasendocortadoaom
tadanosolo,s!o 4 digeridosrapidamentepelavidadosolo.Destamaneiraservem comprimento para que fique bem acamado no solo. Nas fotos seguintes, aplicado de difere
comoarmadilhasparaomoleque,porqueomolequep!Deovosqueviramlarvas, maneiras,paracobrireprotegerosolodelavouras,hortali!7asepomares.
masn!o 4 d!tempo2 daslarvasvirarembesouroseassimelasacabammorrendo.
Outragrandevantagem9que, ! emcontatocomosolo,produzemadubode
muitomelhorqualidade,mant!m 9 apartedosoloondeest!o 4 H! midaetamb!m 9
acabamdeixandoosololivredeervasecapins.Asfolhastamb!m 9 devem - sercor
tadasepicadasparacobrirossolos,porqueinteirasacabamfuncionandocomo
umindeseK!vel 2 guarda-chuva,deixandoumaparcelaconsider!vel 2 - desolorelati
vamenteseco.

108 109
9.9 - Renovando e promovendo o viço do verde 9.10 - Por que manter as árvores sempre podadas?
É fundamental aprender a importância de manter ao máximo os SAFs H!2diferentesmotivosimportantesparapodarmosas!2rvores,taisco
com todas as suas plantas sempre renovadas, sempre verdes, sempre lon-
)1 Para que as !2rvores esteKam sempre brotando vigorosamente, por
ge de entrarem na fase de envelhecimento, sempre transmitindo aos de-
percebe-se,napr!2tica,queainforma!7!4oparacrescercomvigortransmite
mais seres do Organismo SAF a mensagem de vitalidade e crescimento.
paratodooambiente,incluindoaslavourasanuaise!2rvoresdefruta
É fácil verificar o efeito negativo de deixar o capim passar do ponto. Quan-
do isso acontece, parece que todo o sistema evolui mais devagar. Por outro Para
)2 aumentaraprodu!o
4!7 demat!ria
9 org!nica
3 pelasrvores
2! deboarebrota;
lado, é gratificante verificar a resposta positiva de nossas hortaliças e lavou- 3)Parapermitiraentradadeluz;
ras anuais, quando cortamos o capim no ponto anterior ao qual começaria a
)4 Para que n!4o cres!7am galhos baixos, fora do estrato das !2rvores qu
envelhecer e o colocamos em cobertura no solo dos canteiros de hortaliças ou
utilizamosparaapoda,quegeralmentepertencemaosestratos - alto
nas faixas das plantas anuais.
gentes. O crescimento de galhos baixos !9 preKudicial porque ocupa o e
”Além da bananeira, a gliricídia e o eucalipto, porque produzem muita matéria quedeveriaserocupadopelaslavouras,seKamelasanuaisou - !2rvore
orgânica. Folhas, madeira que em cima da terra produz nitrogênio e isto tem dado ras.Diz-se“suspenderasaiada!2rvore”paraestetipodepoda;
um grande avanço no sistema de adubação orgânica. Tem sido muito gratificante )5 Para limitar a altura da !2rvore, quando podamos sua “cabe!7a”, o que
trabalhar com a terra.” (Clailton, assentado) tamb!9m !9 chamado de “poda apical”. Esta poda !9 fundamental para
- a segu
ran!7adopodadoretamb!9mdapr!Bpria!2rvore,poisseelacrescerlivrem
“É importante manejar todo o sistema para que tudo comece a brotar junto, para
esemaprote!7!4odosoutrosestratoscomoocorrenasflorestas,asventa
não ter influencia do capim velho que tá maduro no desenvolvimento das plantas.
podemquebr!2-la,causandodesastreseaperdadovalordamadeira.Poro
Eu podo o eucalipto 3 a 4 vezes por ano, corto a cabeça dele sempre na mesma altura
lado, a poda apical faz com que as !2rvores engrossem mais, aumentand
e com folhas e galhos cubro os canteiros, desta maneira,entre muitas outras plantas,
valorcomercialdecadam%demadeiraproduzida;
ao contrário do que na monocultura, ele é um camarada que vai trazer bastante água
para o meu sistema.” (Paraguai, assentado e agente multiplicador) 6)Paramanterocons!Brciocorretamenteestratificado;
)7 No caso das !2rvores de fruta, as podas s!4o bastante diferenciadas
realizadas por diversos outros motivos como: manter a forma adequ
!2rvores, estimular a frutifica!7!4o, aumentar o tamanho dos frutos,- retirar
lhosimprodutivos,manterocons!Brciocorretamenteestratificado,et

Todasasplantasqueest!o
4 noprimeiroplanoest!o
4 KovenseverdeKantes.Mantertodasasplantas
vi!osas,
7 renovandoatrav!s
9 dapodaouretiradadosistemaasqueentramemfasedeenvelhecimento
fundamental
9! paraobomdesenvolvimentodasdemaisplantasdoSAF

110 111
9.11 - Viabilizando economicamente o plantio das
faixas de capim
Os custos do plantio das faixas de capim podem ser pagos K!2 no prime
ano.Nestadire!7!4o,umaexperi!:nciaquedeucertonoAssentamento - Contes
tadofoioplantiodofeiK!4ovariedadetuiui!HEsta . variedade,aexemplo
- d
trasmelhoradasparaevitarameladofeiK!4o,crescecomasfolhasind
cimaen!4oparaoslados,produzindoasvagenstamb!9mnoalto.Estas - ca
ter!=sticasfacilitamoseuconsorciamentocomomomba!7a,poispermitemq
haKa mais luz para a fotoss!=ntese e menos umidade para o amadurecim
dasvagens.N!4otivemosomesmo!:xitocommilhoearroz.Nocasodoarroz,
avaliamosqueomaiorproblemafoiafaltadediscoespec!=ficoparaopl
destegr!4o,oquefezcomqueeleacabassesendoplantadoemprofundi
excessiva. No caso do milho, talvez o maior problema foi a falta de co
sele!7!4odavariedade,cuKaprincipalcaracter!=sticadeveseramaiorvel
poss!=veldecrescimentovertical.
OfeiK!4ofoicolocadonacaixadesementesdaplantadeira,puxadap
tratoreassementesdemomba!7amisturadascomadubodeavesgranul
no compartimento de adubos da plantadeira. Desta maneira o momba!7a
feiK!4o nasceram Kuntos, em linhas distanciadas de 40 cm. Isto possibilit
que fosse feita uma capina com o trator. Por falta do implemento adequ
algumascapinasforamrealizadascomtra!7!4oanimaleoutrascomenxa
qualquer maneira, o plantio na mesma linha facilita muito a possibili
capinar.Acapinaeranecess!2ria,devidosa! !1 =damaisr!2pidadoscapinsque
vegetavamna!2rea,comoopapu!4,colch!4oeop!9degalinha.Destamaneira,
ofeiK!4oproduziubemeomomba!7aficoubemplantado.Umaoutraformaque
algunsachamquepoderiasertestada,seriaplantarofeiK!4osolteiro
capin!2-locomoimplementoparacapinar,seKacomtra!7!4oanimaloutrato !1
Emseguida,semearomomba!7amanualmenteoucomsemeadeiraparauma
linha.Importanteobservarqueomomba!7anascemelhorquando - n!4oent
!9
rado, ou !9 enterrado com no m!2ximo 1 cm de profundidade, ou coberto com
Nafotomaisaoaltov!:-seomomentodarealiza!7!4odepodaapicalemumguapuruv!H,uma!2rvore
debomcrescimentoequerebrotabemap!Bspodaapical.Nofotologoacima,v!:-segliric!=diaelinhas umafinacamadademat!9riaorg!3nicabemmo!=da.
deeucaliptosrecebendopodasapicaisem!2reasendopreparadaparaumnovocultivodeanuais

112 113
Parafazeresteplantiofoiimportantefazercalagem,sempre - commo
!74oparaevitarlibera!7!4odenutrientesemvelocidademaiordoque - avege
!74o pode assimilar, levando-os a serem perdidos dissolvidos na !2gua que
paraasnascentes.Tamb!9mimportantefoiumbompreparodosolo,al!9md
aduba!7!4ocomp!Bsderochaeesterco,nasdosesrecomendadasnaagricu
org!3nica.Outroaspectoimportantefoifazerumbomnivelamentodoter
quefacilitoumuitoocortedoscapins.ComoK!discutido,
2 ousobemfeitoda
t!9cnicas desenvolvidas na agricultura artificial e da aduba!7!4o recom
na agricultura org!3nica !9 fundamental quando o Organismo SAF aind
est!pronto
2 parafazer,atrav!9sdosseresvivosquedelefazemparte,- op
roeaduba!7!4odossolos.

9.12 - Dimensionando para possibilitar o uso de


equipamentos no manejo
Parausarmecaniza!7!4oimportante
!9 selecionaralargurade-canteir
xasdelavouraefaixasparaaprodu!7!4odamat!9riaorg!3nica,parapossib
tamb!9m um bom aproveitamento dos equipamentos. Vamos exemplificar: no
Assentamento Contestado, foi adquirido um equipamento que corta, pi
Koga o capim picado at!9 uma dist!3ncia m!2xima de 6 metros para cada lado.
EsteequipamentofacilitaenormementeomaneKodocapim,reduzindo -
to e possibilitando o aumento das !2reas trabalhadas, visando !1 produ
frutas,gr!4osouhortali!7as.
Noentanto,oequipamentocortaumafaixade1,20metrosacadavez,e
!9 puxado ao seu lado por um trator que tem 2,10 m de largura. No maneKo !9
importante que o trator v!2 e volte cortando capim e passando com as r
apenasporcimadecapim.Vamosimaginarafaixaplantadapor - capimd
danocomprimentoempartes. 2 Quandooequipamentoest!cortando 2 apar
doladodireito,otratortemquecaberinteironoladoesquerdo.Cadala
queternom!=nimo2,10delarguraparacaberotrator.Tamb!9m!9importante
queoequipamentocorteumafaixainteirade1,20macadapassagem.Para
Decimaparabaixosequ!ncia : defotosdasetapasdoestabelecimentoda“infra-estrutura”para
produ!o 4!7 dacoberturadesoloedoscanteiros.MaisnoaltoofeiK!o 4 eomomba!a 7 plantados- aomes isto, cada lado tem que ter no m!=nimo 2 faixas de 1,20 m. Ou seKa, a largura
motempo,comofeiK!o 4 crescendoinicialmentemaisdepressa.Nasfotosdomeio,nomomentoda dasfaixasdecapimdeveserigual4x1,20mou5x1,20mou6x1,20m,etc.
colheitadofeiK!o, 4 omomba!a
7 K!est!
2 mais
2 alto.Nasfotosmaisabaixo,ofeiK!o
4 K!foi
2 colhidoearea
2!
est!dominada
2 pelomomba!a, 7 tendosidoabertoscanteirosparaoplantiodasrvores 2! adubadeiras, Supondoqueasfaixasdecapimser!4ode4xm 4,8=120 equeavaliamos
frut!feras,
= bananeirasedemaislavouras.
que elas dever!4o ser 3 vezes maiores que a !2rea coberta, poder!=amos cobr
1,60mcomfaixasde4,80m,comoscanteiroscom!2rvoresebananaacada
6,4metros.Dentrodestapropostapoder!=amosterasseguintesop!7!Des:

114 115
a)Canteirosdehortali!7asoulavourascomm 1 delargura,!2rvores
- ebana b) Canteiros para !2rvores e bananeiras a cada 6,40 m, como na op!7!4o a,
neirasnoseucentro,comcm
30 decadaladosemplantarcapim,apenaspara por!9mcomapenascm 60 delarguraouseKaumalinhacentralcomas!2rvore
acumularbastantemat!9riaorg!3nica,garantindooformatodeninho.Istonos ebananeiraselavourasouhortali!7asapenasnestalinhaecm 30 decad
levariaacanteirosacada4,80m+1+0,3m=6,4m; ondeseacumulamat!9riaorg!3nicasendoasbordasbemmaiscobertasqu
centro.Nestecaso,doladoquepegamaissol,principalmenteosoldam
(ou seKa, o lado mais a norte e/ou mais a leste), fazer um canteiro de 80 cm
de largura, deixando ao lado deste mais 20 cm apenas para a coloca!7!4o
mat!9ria org!3nica bem alta. Desta maneira, formamos 2 canteiros em forma
deninhoecomonoitema)reservamos4,80mparaoplantiodocapim.

m
30 c
1m
m m
30 c 20 c
m
80 c
m
60 c

m
4,8

m
4,8

c) Fazer o primeiro plantio com o formato a), por!9m com as !2rvores


- e ba
naneirasaoinv!9sdenocentro,distante30cmdabordaquemenospegas
docanteiro.Nosplantiosseguintesadotaroformatob).

116 117
d)Poder!=amostamb!9moptarporfazerasentrelinhascom5xmetros 1,20 maisperfeitosparaas!2rvoresebananeiras.
= 6 metros. Isto nos daria folga para fazer colocar 2 canteiros de 50 cm ao Tamb!9m nos parece importante, para quem est!2 desenvolvendo a pr!2x
ladodocanteirocentraldas!2rvorescom60cm,deixando20cmdecadalado agroflorestal,refletireavaliarat!que
9 pontoanecessidadedeafrouxa
-
destescanteiros
2 lateraissemplantarcapim,paracolocarmat!9riaorg!3nica. nicamenteoscanteirosest!acontecendo
2 porquedeixamosocapimpa
Neste caso, ter!=amos que cobrir 0,6 cm do canteiro central + 1 metro dos pontoedestamaneiradificultamosqueoscanteirosseKamsemprecob
canteiroslateraiscm 40+ aoladodoscanteiroslateraismetros 2= ouseKa3 endurecendo-os,al!9mdepreKudicartamb!9modesenvolvimentodaslav
vezesmenorquea!2reacomcapim,comoseriarecomend!2vel. !2rvoresebananeiras.

9.13 - Afrouxando o solo sem inverter suas camadas


É importante tentar evitar inverter as camadas do solo, porque os
vivosquemant!9msuafertilidades!4omuitoespecializadosenem- sempres
brevivem quando fazemos isso. Pensando nisto e tamb!9m na facilidad
opera!7!4o,assentadaseassentadosdoContestadot!:mutilizadocomsuc
garfos que possibilitam afrouxar os canteiros sem inverter as cam
solo e sem cortar seres importantes, como as minhocas. Abaixo, coloc
m
20 c
fotosdeummodelomuitobemproKetadoparaesteuso,quepodeserfeitop
m
50 c
60 c
m encomenda,emumserralheiro.
m
c m 20 c
50

6m

As propostas “b” e “c” nos parecem um aperfei!7oamento da proposta “a”,


no entanto precisam ser melhor testadas. Elas surgiram e K!2 come!7aram a
ser utilizadas com sucesso no Assentamento Contestado, em fun!7!4o de que
as!2rvoreseasbananeirasdificultamquesepossacontinuarafrouxando - me
Naprimeirafotogarfo
, paraafrouxarossoloseminvertersuascamadas,nasfotosseguintes,ogarfo
canicamente o canteiro central ap!Bs os primeiros plantios, para podermos utilizado.
continuar cultivando hortali!7as. Adotar este desenho pode permitir o uso de
motocultivadoreseserimportanteprincipalmenteparaoplantiodehortali!7as
quenecessitamdesoloextremamentefrouxo,comoascenouras.Acreditamos
tamb!9mqueelafacilitar!a 2 manuten!7!4odeninhosdemat!9riaorg!3nica,ainda

118 119
9.14 - Importância do planejamento
“Neste quadro pela facilidade da água e ser bem próximo de casa vou continuar
com horta, no sistema de agrofloresta. No futuro teremos madeira, para terminar
minha casa, fazer um galpão novo, terminar minha cerca, um monte de coisas.”
( Jesuíta, assentada e agente mutiplicadora)
“Se eu fizer de lá para cá vai sombrear meus canteiros. Daqui para lá vou ter sol.
Vou fazer neste sentido por conta disto também.”
(Zaqueu, assentado e agente multiplicador)
Mesmo que usemos desenhos muito semelhantes para a implanta!7!4o
de SAFs visando diferentes finalidades, !9 importante ter em mente onde se
pretendechegar,planeKandoaunidadedeprodu!7!4oagroflorestalemtalh!Des
paracadafinalidade.
Porexemplo,secome!7armosainvestiremmudasrelativamentecarasde
!2rvores de frutas nos SAFs pr!Bximos a nossa resid!:ncia, n!4o ser!2 razo!2vel
cort!2-las antes mesmo que entrem em produ!7!4o. Desta maneira, em pouco
tempo nossa horta ir!2 se afastando de casa. Como precisaremos frequentar
muito todos os lugares da horta, provavelmente esta n!4o ser!- 2 a melhor ma
neiradetornarmosnossotrabalhomaiseficienteeprazeroso.
Al!9m disso, embora seKa importante manter-se atento !1s necess!2rias
varia!7!Des no maneKo conforme o SAF vai evoluindo, !9 muito importante
- pla
neKar com cuidado e min!Hcia todos os passos, avaliando sempre a mat!9ria
org!3nicadispon!=velequepoder!ser2 gerada,indispens!2velparaqueosseres
vivosmantenhamoOrganismoSAFsaud!2velepromovendosua- pr!Bpriasus
tentabilidade.

“Se eu planto um pé de laranja ou de abacate, não vou podar ele no tronco para
fazer horta! Então a gente tem este planejamento.” (Paraguai, assentado e agente
multiplicador)

120 121
9.15 - SAFs com foco em frutas
“Aqui é horta, tem uma área mais antiga que tem mais frutas e outra com mais
madeira. Temos vários modelos, por isto conseguimos cuidar de 1 ha. Mas em 0,5
ha bem cuidado a renda é muito boa e você consegue ter bastante diversidade e
alimento.” (Vandeí, assentado e agente multiplicador)
Osdistintoscontextossocioambientaisnosquaisapr!2ticadosSAFsest!4o
sedesenvolvendonaCooperaflorestaenosassentamentosgeramdiferen!7as
importantes na defini!7!4o dos desenhos e sele!7!4o de estrat!9gias adequadas
paraapr!2ticaagroflorestal.

Na pagina ao lado e no alto desta, SAFs na Cooperafloresta, em condi!D!7 es montanhosas e d


vizinhan!a 7 defragmentosdaFlorestaAtl!ntica3 determinandodesenhosmenos - alinhad
r!ncia
: menoscontinuadatantonotempocomonoespa!o. 7 Nafotologoacima,visitada - Coopera
restaaagroflorestasnosemi!rido,
2 comafortepresen!a 7 decact!ceas
2 edaKurema,esp!cies 9 muito
bemadaptadasparaformarserrapilheriaemcondi!D!7 esdeclimasemi!rido. 2

Reconhecendo que muitos outros caminhos s!4o poss!=veis e mesmo


- ind
pens!2veis, optamos por exemplificar os princ!=pios que temos utilizado
-
tindodeformatosrelativamentesemelhantesaospomaresmaiscom
encontrados na atualidade, procurando acrescentar-lhes - os ele
t!2riosparaquesetornemorganismosnaturalmenteauto-sustent!2vei

122 123
relativamente
É comumqueospomaresseKamorganizadosemlinhascom 9.16 -
apenas um tipo de !2rvore frut!=fera, distanciadas entre si por espa!7amentos
quevariamemfun!7!4odotamanhofinaldas!2rvoresquesepretendemaneKar.
Tamb!9mcomum
!9 queaslinhasde!2rvoresfrut!=ferasterminememruasmais
largasporondeseescoaaprodu!7!4o.
Optando-sepormanteraestruturageraldeumpomar,paratransform!2-lo
emumSAFcomfoconaprodu!7!4odefrutas,!9necess!2rioacrescentaralguns
elementos fundamentais para torn!2-los organismos auto-sustent!2veis. Entre
osaspectosdegrandeimport!3ncianestadire!7!4odestacamos:
a) Desde a implanta!7!4o dos SAFs, utilizar plantas, !2rvores e maneKos que
favore!7am farta serrapilheira, principalmente nas faixas onde crescer!4o as
!2rvoreselavouras;
b) Que os SAFs tenham a vegeta!7!4o, incluindo !2rvores, com voca!7!4o
- na
tural para a gera!7!4o da mat!9ria org!3nica, sempre renovadas pelas podas e,
faixas com a largura suficiente para a produ!7!4o de capins e outros ad
desta forma, produzindo serrapilheira e alimentos diversificados para a vida
verdes em quantidade suficiente para que os canteiros esteKam cober
dossolos;
c) Que todas as !2rvores e plantas esteKam dentro de ambientes para os
quaiss!4oecologicamenteespecializadas,considerandosolo,clima,estratose
sucess!4onatural;
d)Queas!2rvoresparaprodu!7!4odefrutasseKampodadassemprevisando
suasa!Hdeeprodutividade.

124 125
o desenvolvimento dos capins das faixas entre as linhas - de !2rvores, possi
bilitando sua perman!:ncia por longo tempo no SAF. Tamb!9m !9 importante
aproveitar cada poda destas linhas para a produ!7!4o de lavouras anuais, que
podemserdecisivasparaviabilizareconomicamenteoplantio - emaneKodes
tasfaixasedetodooSAF.Nestaslinhas,nasquaisn!4oplantaremos - frut!=fe
ras, geralmente !9 proveitoso incluir algumas esp!9cies dos sistemas - de acu
mula!7!4o,visandofavorecerosprocessosdeacumula!7!4odemat!9riaorg!3nica
estruturantenossolos.
Nocasodetermosoptadopeloplantiodalinhaintermedi!2riade!2rvorese
bananasparaaprodu!7!4odemat!9riaorg!3nica,podemosmesmoassimplantar
!2rvores com rapid!=ssimo crescimento e excelente rebrota, al!9m de bananas,
apenas nos primeiros anos, para aKudarem a criar as frut!=feras at!9 que elas
comecem a produzir. Quando as frut!=feras come!7arem a produzir, tiramos as
Na foto da p!2gina anterior, pessegueiros em canteiro com eucaliptos onde K!2 foi plan
!2rvoresparapodaeasbananeirasdestescanteirosedeixamosnelesapenas colhidosafradelavourasanuais.Nestamesmafotonoladoesquerdov!:-secanteiroape
as frut!=feras e !2rvores emergentes de excelente madeira, mas que s!B podem !2rvores adubadeiras e hortali!7as. Na foto acima, eucalipto e bananeiras crescendo Ku
tersuascopascortadasumavezporano,comoporexemplo:andiroba, - arari inhameemfinaldeciclo,K!que 2 outraslavourasanuaisK!foram
2 colhidas.Àdireitapercebe-se
naentrelinhaaervilhacacome!7aacobrirocapimmomba!7aeosolo,trazendonitrog!:nio
b!aroeira
2, verdadeira,castanhadopar!cedro
2, australiano,ip!:samarelo,rosa protegendoomomba!7adeposs!=veisgeadas.
eroxo,Katob!2,Kequitib!2,mognoafricanoeperobarosa.

Tudo o que dissemos nesta se!7!4o mostra que os Organismos SAFs, com
foconaprodu!7!4odefrutas,t!:msuasustentabilidadedecorrentedosme
fundamentosqueosOrganismosSAFscomfoconaprodu!7!4odehortali!7aso
outraslavourasanuais.

126 127
9.17 - Plantio direto na palha de grãos e lavouras normalmente utilizadas para gerar cobertura por quem pratica plan
anuais nos SAFs Al!m 9 disso, no primeiro ano, acumularemos mat!ria 9 org!nica
3 plantando um
faixa maior de capins e, a partir do segundo ano, come!aremos 7 a contar c
Estapr!xis 2 est!2apenascome!ando, 7 n!o
4 tendoamesmaexperi!ncia :- acu omaterialdapodadasbananeiraservores. 2! Portanto,nestecaso,omate
muladacomashortali!as. 7 Ent!o, 4 aabordagemqueseseguedeveser - entendi obtidocomcapimser!bastante 2 complementadoerazo! 9! vel
2 utilizarcercad
dacomoexperi!ncias : comgrandepotencialparaseremdesenvolvidas - emodi vezesarea 2! queser!coberta,
2 aoinv!s
9 dea
3 vezes.
4 Oscanteiroscomrvores 2!
cadas
fi comapr tica
2! constante . poder o4! quando
, come!armos
7 osplantiosdegr!os, 4 seremreduzidosparacerc
O equipamento cata-capim corta e Koga o capim ou outras vegeta!D!7 es, de05cm, com52cm de mat!ria 9 org!nica
3 de cada lado, formando um ninho
comoasvassourasencontradasnoAssentamentoContestado, - quandon!o 4 es paraasrvores 2! bananeiraselavourasplantadasnalinhadasrvores 2!
t!o 4 grossasdemais,at!metros 69 paracadalado.Istopossibilitaque,comuma portanto,metros 5,1 deentrelinha,paraasfaixascomcapimeparaasfaixa
passada do equipamento por toda a rea, 2! a mat!ria
9 org!nica
3 seKa picada e comgr!os. 4
acumulada de21em21metros. Antes de fazer isto, 9! importante subsolar e Sedimensionarmosafaixaparaprodu!o 4!7 degr!os 4 comumaplantadeir
preparar canteiros com 21 metros de centro a centro, acumulando a mat!ria 9 no
( caso do Assentamento Contestado, em faixa de 5,3 metros de largura
org!nica 3 emcimadoscanteiros.J!no 2 primeiroano,emfun!o 4!7 dapoca
9! doano, sobrar!uma 2 faixademetros8 delarguraparamantermospermanentem
pode-secultivar,emcimadoscanteiros,lavourasouhortali!as, 7 Kuntamentecom com momba!a 7 ou napier - exatamente o dobro da faixa que devemos cobri
oplantiodervores 2! adubadeirasebananeiras,visandoprodu! 1! o
4!7 demat!ria
9 somandooscanteiroseafaixaparaprodu!o 4!7 degr!os. 4
org!nica. 3 Noanoseguinte,estescanteirosser!o 4 deixadoscomapenas52cm
Deacordocomestedimensionamento,quandoocapimestiver- bempro
decadalado.
tivo,pode-seselecionaroladodemaiorexposi!7!4osolarquandoas!2rv
Aseguirsepreparamosmetros 1 deentrelinhas,descontadosmetro 1 de bananeira crescem, para plantar a faixa de gr!4os, dando prefer!:n
canteiro. da manh!4, ou seKa, o lado ao norte e/ou leste dos canteiros. Por!9m, !9 bom
Seoplantiocome!ar 7 naprimavera,planta-seocapimcoloni!o 4 - oumomba lembrar que toda vez que formos cultivar gr!4os ou outras lavouras -
a, 7! conformeK!discutido.2 Seoplantioforrealizadonooutono,ao- inv!s 9 defei mos toda ou quase toda a copa das !2rvores e todas as hastes da ban
K!o 4 oumilho,podemoscome!ar 7 fazendoumaaduba!o 4!7 verdedeinverno,como deixandoapenas2ou3filhoschifres,e,porisso,asombrasobreaslavo
ervilhaca, tremo!o 7 branco e azul, linha!a, 7 aveia preta ou gr!os 4 como centeio, ser!2 muito pequena.
trigoeervilhas,podendoomomba!a, 7 desdequesuassementesseKam - peletiza Para preparar uma faixa para plantio de gr!4os dentro do- capim im
das,serconsorciado,aexemplodoqueaconteceucomofeiK!o 4 naprimavera.Se tado,podemospassarcomocatacapimcortandoocapimdafaixa - queq
as sementes de momba!a 7 n!o4 forem peletizadas, provavelmente ser!o 4 todas remos plantar gr!4os, picando e amontoando o capim ao lado do cant
consumidaspelasavesduranteesteper!odo. = !2rvores.Aseguir,prepara-seosolodemaneiraaindaconvencional, - ar
Mesmo que diversas das lavouras citadas no par!2grafo anterior forem do o momba!7a e nivelando bem o terreno. Depois de preparado e aduba
plantadas de forma consorciada, poder!4o ser colhidas todas - ao mesmo tem o solo, passa-se o cata capim na faixa para produ!7!4o de mat!9ria org!3nic
po, com uma colheitadeira, e depois separadas com peneiras de tamanhos lan!7ando-oemumalargurademetros, 6 nasfaixasparaaprodu!7!4odegr!4o
adequados.Pelaviv!:nciadeassentadaseassentados,assementes - demom eosoutrosmais 2 distantesaoladodopr!Bximocanteiro.Finalmenteav
ba!7aficar!4oguardadasnosoloe,naprimavera,germinar!4ocomfor!7asoba anecessidadede,aindaquemanualmente,voltarcompartedocapimre
coberturadeixadaap!Bsacolheitadosadubosverdese/ougr!4osdeinverno. da faixa de gr!4os, para melhorar ainda mais a sua cobertura. A seguir, c
Para o cultivo de hortali!as, 7 tem sido avaliado que a parte que produzir!2 a plantadeira para plantio direto, plantam-se as faixas de gr!4os, in
capimparacoberturadevesera 3 vezes
4 maiorqueapartequeser!coberta. 2 pr!2ticadal!Bgicadoplantiodiretonapalha,comcoberturarefor!7ada,p
Por!m, 9 al!m9 da cobertura feita com capim, tamb!m 9 ser!o 4 usadas as plantas n!4ohaKanecessidadedecapinar.

128 129
Uma das principais dificuldades que pode surgir !9 que com a repeti!7!4o 9.18 - SAFs com foco na criação de animais
dos cortes, os capins piorem sua rebrota, devido tanto ao corte quanto pela
passagem sucessiva do trator para cort!2-los. Neste sentido, s!4o elementos “Nesta área tem bastante fruta, estamos colhendo verdura, mas a ideia aqui é
importantesaseremaperfei!7oadoseconstantementemonitorados:ousode uma área de 2 mil m² que permita criar animais, galinhas, patos de uma maneira
equipamentosmaislevesposs!=veis;aprocuraoudesenvolvimento - porequipa bem tranqüila, com bastante comida e sombra, um ambiente legal para eles.” (Pa-
mentoscuKocortepromovaboarebrotadoscapinseaprocuraporcapinsque raguai, assentado e agente multiplicador)
seadaptemmelhoraocortecontinuadopelosequipamentos.Umoutrofator, “Vou preparar o galinheiro como se fosse uma horta agroflorestal normal, plan-
quepodeserimportante,!9alternarumcortecomoequipamentoeumcorte tar madeira, banana, mas vou plantar uma série de plantas, incluindo frutíferas
com ro!7adeira costal, neste caso deixando o capim na pr!Bpria faixa onde foi que as galinhas gostam.” (Zaqueu, assentado e agente multiplicador)
cortado.Nestecontexto,talvezocapimelefanteseadaptemelhoraomaneKo
Geralmente os animais foram criados em !2reas nas quais naturalm
proposto que o capim momba!7a, sendo que cortado em peda!7os pequenos
existiam florestas. Os solos dos Organismos Florestais eram mantido
pelocata-capimperdesuacapacidadedebrotarnoscanteiros - queeraproble
trabalhocoordenadoecooperativodosseresquenelehabitavamc
m!2ticaparaotrabalhomanual.
demat!9riaorg!3nicaesemprebemcobertoscomserrapilheira.
Sem a din!3mica das florestas, os solos empobreceram ou s!4o mantidos
produtivos com altos investimentos, atrav!9s de t!9cnicas desenvol
!3mbito da agricultura artificial. Seus teores de mat!9ria org!3nica diminu!=r
5 ou at!9 10 vezes. Entre os desastres, est!4o a pequena disponibilidade de
nutrientes e a perda da estrutura que torna os solos capazes de a
!2gua e lentamente fornec!:-la para a vegeta!7!4o e para as nascentes e r
No Brasil as !2reas com pastagens s!4o gigantescas, gerando impactos - t
b!9mgigantescos.
Integrando os animais aos SAFs, !9 poss!=vel recuperar, se n!4o plename
pelo menos em boa parte, o funcionamento do Organismo Pastagem, cu
voca!7!4o natural !9 florestal. Esta a!7!4o !9 fundamental para recuperar - sua f
tilidade, tornando as fam!=lias que criam gado independentes da aqui
insumoseenergiaparamanteroorganismofuncionando.Ésobretudo -
pens!2vel para o bom funcionamento do Organismo Planet!2rio e para o
viverdossereshumanosedosdemaisseresdaTerra.
Os princ!=pios de funcionamento da natureza s!4o os mesmos, tanto se
dedicamos !1 agricultura como !1 cria!7!4o de animais. No !3mbito dos proKetos
Agroflorestar e Flora, algumas fam!=lias fizeram avan!7os no desenvolv
destapr!2xis.Reconhecemos,noentanto,queaprodu!7!4oanimaln!4ofoiofoc
doProKetoAgroflorestar.Poristo,apesardetermosconsci!:ncia - desuae
meimport!3nciaepotencial,n!4otemosnestemomentocondi!7!Desdeabord
o assunto com a profundidade que ele merece. Mesmo assim, optamos po
compartilhar algumas indica!7!Des e ideias iniciais, que poder!4o despe

130 131
interessedepessoasqueK!2sededicam!1cria!7!4oanimalouqueavenhamse colocam linhas de rvores 2! em pastagens, n!o 4 integradas a SAFs, geralm
dedicar!1pr!2xisdosSAFsdirigidos!1cria!7!4oanimal. plantam-selinhasmuitoafastadasumasdasoutras,porquen!o 4 - sepoda
Entreosprinc!pios = fundamentaisest!a 2 import!ncia 3 dapresen! - a 7 dasrvo 2! tinuamenteasrvores. 2!
res,realizandodiversasfun!D!7 escomotrazergua 2! enutrientesdasprofundezas Oidealprimeiro 9! formarosSAFsparadepoisreceberogado.Se- fordes
daterraediminuirosventosressecantes. !9 indispens!
Tamb!m 9 vel
2 manteros taforma,ast!cnicas 9 utilizadasparaaforma!o 4!7 eestabelecimentodosSA
solosbemcobertos,nolimiteden!o 4 dificultararebrotadoscapins.Asrvores 2! comoutrosfocospoder!o 4 serempregadas.Entreelas,destacamosast!c 9
parafornecimentodemadeiraparaossolosdever!o 4 serselecionadas - depre empregadasparaaforma!o 4!7 dosSAFscomfocoemgr!os, 4 quet!m : estrutura
fer!ncia : entreaquelasquepodemtersuacopatotalouparcialmentepodadas muitofacilmenteadapt!vel 2 aqueseriaadequadaparapastagens.
2 ou 3 vezes por ano. Desta maneira, as pastagens, assim como as lavouras, Se tivermos que estabelecer SAFs em pastagens que K!2 est!o 4 com gado,
tamb!m 9 produzir!o 4 madeira,porqueasrvores 2! deboarebrota,mantidassobre umaideiapoderiaserisolarquadrasdentrodaspastagenseirforma
poda constante, engrossam muito mais rapidamente do que as que n!o 4 s!o 4 poucos,poisdestaforma,cadaquadraformada,principalmenteaoqueb
podadas. ventos,iriatrazendobenef!cios = paraasdemais.
Umdesenhoposs!vel = alternar
9! linhasdervores 2! ebananeirasparapodae Tudo o que discutimos deveria idealmente ser pensado no contex
linhasdervores 2! earbustosparacompletaremadietadogado. metodologias de pasteKo rotacionado, que n!o 4 temos condi!o 4!7 de aprese
neste momento, mas que contam com muita experi!ncia : pr!tica
2 entre - as fa
m!lias
= assentadasenombito 3! daagriculturafamiliareagroecol!Bgica,a
grandeavan!o 7 t!cnico
9 econceitual.
Osfundamentosqueforamabordadoscomrela!o 4!7 s
1! pastagensdirigid
1! cria!o4!7 de gado, tamb!m 9 valem para a cria!o 4!7 de pequenos animais como
galinhas,patos,porcos,etc.
No Assentamento M!rio 2 Lago, algumas parcelas foram come!adas 7 pela
produ!o 4!7 dehortali!as 7 masvisandosuaestrutura!o 4!7 futuraparaacria!o 4!7 d
galinhas.Oplanoconsistenoplantiodelinhascomrvores 2! adubadeir
-
naneirasentremeadasporfaixasdecapinselinhascomfrut!feras = que
sermaisoumenosintensamentepodadas.Futuramente,area 2! paraprodu
degalinhasser!dividida 2 empelomenospiquetes.
4 ProKeta-seaconstru!o 4!7 de
galinheiroscentraiscomsa!das = independentesparaospiquetes.Omane
terporbaseasexperi!ncias : quelidamcomopasteKorotacionadomesmo
árvores e arbustos linha de árvores e semocomponentervore. 2!
bananeiras para poda
A diferen!a 7 fundamental na proposta de SAF 9!o plantio dervores 2! - eb
naneiras para serem podadas pelo menos 3 vezes por ano, para - forne
Sendopodadasduasatr!s : vezesporano,oupelomenosumavezporano,
berturadesolo,dinamizandoavidadosoloedestamaneirapropician
asrvores
2! ebananeirasn!o 4 fazemsombrademaissobreaspastagens. - On!=
alimento para as galinhas como fertilidade para o crescimento dos
veldesombraquefazemsempre 9! ben!co, fi9 tantoparaogado,comoparaas
dasfruteiras.
pastagens.Poristo,desenhoscomlinhasdervores 2! maispr!Bximas,como01
metros ou at!9menos e intensamente podados geram mais galhos, madeiras,
ra!zes = e toda a din!mica
3 que sustentar!2 o Organismo Pastagem. Quando se

132 133
9.19 - O planejamento do Organismo Lote
“Fazendo um planejamento de produção a curto, médio e longo prazo, você con-
segue ter uma renda o ano inteiro. Temos árvores que darão retorno econômico
daqui a 30 anos até rabanete e rúcula que produzem com 25 dias.” (Paraguai,
assentado e agente multiplicador)
Antes de come!ar 7 a pl aneKar SAFs 9! importante refletir bastante sobr
voca!o 4!7 socioambiental. Muitos fatores devem ser considerados como cl
solo,disponibilidadedemat!ria 9 org!nica, 3 disponibilidadedegua 2! parairr
dist!ncia
3 at!9osprov!veis 2 consumidoresfinais,tamanhodolote,pessoas
a
G linheiro
contamos para realizar os trabalhos, pessoas que v!o 4 se alimentar
produtoseseusgostosemuitosoutros,queinclueminclusiveogostodafa
agricultorapelasposs!veis = atividadesprodutivas.
Emambososassentamentos,tamb! !9 importante
m 9 evi!vel 2 planeKarSAFs
paraoplantiodefrutas,dehortali!as 7 etamb!m 9 paraasdemaislavourasa
importantes para a alimenta!o 4!7 das fam!lias, = incluindo os gr!os. 4 A produ
degrandequantidadeediversidadedehortali!as 7 est!bem 2 avan!ada 7 tan
AssentamentoM!rio 2 LagocomonoAssentamentoContestado.Aprodu!o 4!7 de
frutas vem a seguir. Alguns gr!os 4 e lavouras como ( mandioca), tamb!m 9 t!m :
sido produzidos, mas produzir a maior parte dos gr!os 4 que necessitam
menosparasuaalimenta!o, 4!7 ainda9!umgrandedesafioparaasfam!- lias = as
sentadasemambososcasostratados.
OslotesdoM!rio 2 Lagotem7ha, ,1 ouseKa,m 0 .71 .% Emapenas0m% 5 ,
muitas fam!lias = conseguiram obter alimenta!o 4!7 e rendas satisfat!Brias co
SAFs.Noentanto,nestesm% 0 5 n!o4 foramcontabilizadasreas 2! paraprodu!o 4!7
demat!ria 9 org!nica.3 Seconsiderarmos4vezesmaisrea 2! paraaprodu! - o 4!7 lo
caldemat!ria 9 org!nica3 chegamosam% 0 5.2 .Estasreas, 2! apesardegerarem
boas rendas, tamb!m 9 exigem consider!vel 2 m!o 4 de obra. Considerando que a
produ!o 4!7 de hortali!as 7 9! uma grande voca!o 4!7 no contexto do Assentament
M!rio
2 Lago,seriaequilibradoconsiderarreas 2! demil 4 m%destinadasprodu 1-!
o
4!7 dehortali!as. 7 Talh!Desdemesmotamanho,destinadosprodu! 2! o
4!7 degr!os 4
eoutrasgrandeslavourasanuaiscomoamandioca,seriam suficientesp
alimenta!o 4!7 dasfam!lias, = gerandoaindaexcedentesparaacomercializa
mesmosepodedizercomrela!o 4!7 1!produ!o 4!7 defrutas.Paraacria!o 4!7 depe -
quenosanimais,talvezseKamat!grande 9 demais.Por!m, 9 estasconsidera!D!7 es
aspercep!D!7 esquetemoscolhidoKuntos 1! fam!lias = assentadasnosd!o 4 acert
dequeoplaneKamentodoslotespodeatenderatodass 1! necessidades - d

134 135
tosustenta!o 4!7 dasfam!lias. = Aprodu!o 4!7 dehortali!as, 7 seguidapelaprodu!o 4!7 de 10 - Referências baseadas em Práxis Agroflorestal
frutas, 9! a grande voca!o 4!7 para a gera!o 4!7 de renda. A produ!o 4!7 de pequenos para usos da vegetação em SAFs
animais,gr!os 4 elavourasmuito 9! importanteparaaprodu!o 4!7 dealimentosde
alta qualidade para as fam!lias, = e tem potencial para gerar alguns excedentes “Uma planta com bom solo, local adequado, em condições minimamente seme-
paraacomercializa!o. 4!7 lhantes às de sua origem, consórcio adequado, não vai ser tão atacada. Às vezes uma
NoAssentamentoContestado,oslotess!o 4 pelomenosseisvezesmaioresque praga corta uma planta que está em condições inadequadas. Se você quer produzir
noM!rio2 Lago.Aprodu!o 4!7 dehortali!as 7 temsidoaquemaisgerarendaparaas tomate no verão fica difícil! Num dá pra você sair plantando tudo junto de qualquer
fam!lias.
= Por!m, 9 nascondi!D!7 eslocais,aprodu!o 4!7 deesp!cies
9 declimatemperado
jeito sem chegar e entender a floresta! Entrar lá e observar os andares, o tempo de
vida de cada planta! Numa floresta você vê só um tipo de árvore? Vê tudo do mesmo
ousubtropical–ma!p! , 4!7 ra,
: p!ssego, : marmelo,go, fi ameixa,nectarina,nozpec!, 4
tamanho? Vê o chão descoberto? Tem as plantas perto do chão, as árvores médias,
castanha portuguesa, citrus, amora, pitanga, cereKa do rio grande, guabiroba,
as altas e as emergentes! Na agricultura deve ser a mesma coisa, tem que colocar as
guabiKu,goiabaserrana,uvaia,ara!s, 2!7 Kaboticaba,pinh!o, 4 ervamate,espinheira plantas de um jeito que uma colabore com a outra, do jeito que a natureza faz. O pé
santa,canelasassafr!s, 2 canelasemuitasoutras–m!pode, dio
9 em
prazoouem de mamão é estrato emergente e logo sai, então ele tá junto com o pé de manga. Eu
algunscasosemcurtoprazo,darumretornomaistranquiloparaasfam!lias, = do tenho colhido bastante mamão e não tem atrapalhado nada o pé de manga.”
quemanterofocopermanentementenashortali!as. 7 Depoisdaprodu! - o 4!7 defru (Paraguai, assentado e agente multiplicador)
tas,SAFscomfoconaprodu!o 4!7 degr!os 4 tamb!m 9 nosparecegrandevoca!o 4!7 no
Se fic!2ssemos apenas em grandes fundamentos e conceitos agrega
contextodoAssentamentoContestado.
poucos exemplos ilustrativos correr!=amos menores riscos de erra
NocasodoAssentamentoM!rio 2 Lago,amaioriadasfam!lias = entendeque pr!2xisagroflorestal,selidacomasele!7!4odasplantasparadiversasfu
o tamanho de 7,1 ha do lote 9! muito pequeno para a cria!o 4!7 de gado. J!2 no Tamb!9m !9 fato que conceitos e princ!=pios podem ser mais facilmente - enten
Contestado, os lotes, de mais de 01 ha, possibilitam criar gado, mesmo que didosetestadosquandofalamosdesuasaplica!7!Des.
n!o
4 seKa a op!o 4!7 mais rent!vel, 2 desde que a quantidade criada for limitada Nossos conceitos, assim como os de cada pessoa que se dedica a pr!2x
pelapossibilidadedeproduziroalimentoparaogadoeparaaspastagensnoagroflorestalmudam,aolongodotempo,comapr!2xis.Por!9m,asplantasque
pr!BprioSAFeacria!o 4!7 seinicie,deprefer!ncia, : ap!Bsoestabelecimentodeum indicamosparaesteouaqueleuso,mudammuitomaisdepressa.Por - isto,ai
SAFautosustentadoparaestanalidade. fi daquetodasasrefer!:nciascolocadasnestecap!=tuloenestelivroten
J!2 a cria!o 4!7 de pequenos animais, como galinhas e porcos, principalmen - baseadasemviv!:nciaepr!2tica,devemserolhadasapenascomoumponto
tequandofeitaparaproduziralimentosdequalidadeparaaspr!Bpriasfam!lias, = partidaposs!=velenuncacomopalavrafinal.
nospareceumagrandevoca!o 4!7 emambososcasos.Nestecaso,importante 9! Tamb!9m n!4o se pode esquecer que o maior fundamento para a pr!2xis
considerar n!o 4 apenas o pre!o 7 de mercado, mas, sobretudo, que os alimentos agroflorestal!9aorganicidadedavidaemcadapeda!7odoPlaneta - Terra
de origem animal desumanamente produzidos pela agropecu! s!o
4ria
2 artificial tanto !9 fundamental que o !Brg!4o que executa a fun!7!4o seKa perfeitamen
muitopreKudiciaisparaasa!Hdehumana.Tamb!m 9 n!o
4 nospareceimposs!vel = o adaptado para sua fun!7!4o no contexto que a vai executar. Ent!4o, ante
esfor!o 7 extradeatenders 1! necessidadesdeconsumodestetipodeprodu!o, 4!7 utilizarqualquerdasplantasquecolocamosnastabelaseexemplo -
quandov!m : deconsumidores comprometidoscomoProKetodeReformaAgr!ria 2 ra pergunta !9 se a planta se adapta bem na condi!7!4o de clima, solo, decl
PopularAgroflorestaleAgroecol!Bgica. exposi!7!4oaosoleoutrascaracter!=sticasdoambiente.
Emambososcasos,oplaneKamentoparaaimplanta!o 4!7 dosSAFscomos Tudopodevariarmuito,conformeassitua!7!Desambientaiseat!o 9 maneK
focosK!discutidos
2 paraumlongoprazodaunidadecomoumtodo - de
9! funda pessoal. Quando refer! ncias
: forem utilizadas, devem ser testadas
- ea
mentalimport!ncia. 3 radasporpessoaseprocessoscoletivos,visandoodesenvolvimen
agroflorestal.Nocontextodestasconsidera!7!Des,optamospor- publica
fer!:nciasqueseseguem.

136 137
10.1 - Uso da sucessão e estratificação em consórcios devem ser adaptados, assim como os prazos para colheita, de acordo co
entre lavouras, incluindo hortaliças esta!D!7 es do ano, a fertilidade dos solos e os conhecimentos acumulado
cadapessoaougrupo.
“Num módulo de 500 m² a pessoa tira 20, 30 espécies de produtos e vê produção AH! nicacertezaquetemosque 9! consorciarcombasenaestratifica! - o 4!7 esu
de árvores daqui a 7, 10 e 40 anos. Um pé de mogno, de cedro, as pessoas começam cess!o 4 valeapena,mesmoexigindoumesfor!o 7 pessoalgrande,paraente
a ter uma outra visão.” (Zaqueu, assentado e agente multiplicador) comoaplicaral!Bgicadasucess!o 4 eestratifica!o 4!7 nascondi!D!7 esemquecada
pessoatrabalha.Acreditamosqueesteempenhotrazmuitosresultadosm -
raaalimenta!o 4!7 dasfam!lias,
= gerarenda,recuperaeconservaossolos.As
oesfor!o 7 eosposs!veis
= insucessosiniciaisser!o 4 imensamenterecompens
paraaquelesquepersistiremnareconstru!o 4!7 eaperfei!oamento
7 - destaap
o
4!7 pr!tica
2 dosconceitosdeestratifica!o 4!7 esucess!o. 4

As sugest!Des de cons!Brcios apresentadas t!m : base em experi!- ncias


: con
cretasetamb!m 9 naviv!ncia
: comaaplica!o 4!7 dosconceitosdesucess! - o 4 ees
tratifica!o
4!7 para a elabora!o 4!7 de cons!Brcios. Nunca 9! demais relembrar que
espa!7amentoseciclosdasplantasmudamcomsolo,climaeesta!7!4odoano.
Porvezes,ocomportamentodeumaesp!9ciemudadeformadiferentedoque
odaoutra,quandovamosdeumcontextoambientalparaoutro.Ent!4o,ainda
que tenhamos tido sucesso em um local e clima, o mesmo pode n!4o ocorrer
emoutrolocaleclima.Istovaleparaospr!Bprioscons!Brcios,mas,sobretudo,
paraosespa!7amentosen!Hmerosdelinhasposs!=veis,emummesmocanteiro.
Emumsolomaisf!rtil, 9 numclimafavor!vel 2 ecomboacondi!o 4!7 deumidade, “Tem uma tabela para poder estar montando o consórcio, os que vão sair com 30
asplantascam fi maioresedevemserplantadascommaiordist!ncia 3 umada dias, 60 dias, 90 dias.” (Clailton, Assentado)
outra. O contr!rio 2 ocorre em condi!D!7 es menos favor!veis, 2 nas quais - 9! impor
tanteaproximarasplantas,tantoparacobrirmelhorosolo,comoparamanter
aprodutividadeporrea 2! emn!veis
= maissatisfat!Brios.Mesmoassim,optamos
porsugerirespa!amentos 7 baseadosemcontextosreais,paraqueassugest!Des
seKammaisfacilmenteentendidasen!o 4 quem fi abstratasdemais.Por!m, 9 estes

138 139
TABELA GERAL
Tentaremos explicar as ideias contidas no Tabela Geral atrav!s 9 de d
1 - QUSUGESTÕES RELATIVAS
ADRO GERAL COM SUGESTÕESAO ESTRATO
RELATIVAS E POSIÇÃO
AO ESTRATO NA SUCESSÃO
E POSIÇÃO NA SUCESSÃO
DE ALGUMAS DASDAS
DE ALGUMAS PRINCIPAIS LAVOURAS
PRINCIPAIS LAVOURAS E HORTALIÇAS
E HORTALIÇAS exemplosdecons!Brcioscombasenasucess!o 4 eestratifica!o.
4!7 Umadaspr!ticas
2 de
Grupos Sucesionais grandeimport!ncia
3 paraqueoscons!Brcioscombasenasucess!o 4 funcionem
- 9c
!
Estrato Oca
pu oãç
lherasplantasantesquecomecemaenvelhecer.Observa-senapr!tica 2 que,qua
Até 12 Até 18
Até 45 dias Até 90 dias Até 120 dias Até 6 meses
meses meses asplantascome!am 7 aenvelhecer,ocorrecomoumatransmiss!o 4 dainforma!o 4!7 d
envelhecimentoparaasdemaisplantas,quetendemaamarelar.Aocontr!rio 2 d
Emergente ocorre quando as plantas est!o
4 verdes, saud!veis
2 e vigorosas, quando pare
todoosistemaconduzido
9! averdeKarvigorosamente.

“Tá lindo, gosto de passar o tempo aqui, gosto do que nos dá de retorno. Eu não
entendia o consórcio. A gente aprendeu no coletivo.” (Clailton, assentado)
Alto

CONSÓRCIOS PARA RENOVAÇÃO COM 45 DIAS

Tabela 2

Espaçamento
Ocupação Dias para Espaçamento na Percentagem de
Estrato Planta Neste
ideal colher Monocultura plantio
consóri

Emee
gr e
tn

Médio
Médio

Médio

Baixo

140 141
CONSÓRCIOS PARA RENOVAÇÃO COM 90 DIAS Tabela 4

Ocupação Dias para Espaçamento Esa


p a
ç e
m otn e n e
ts %e
r lata
vi à
Estrato Planta
ideal Colher na moncultura oicrósnoc lucon a
mrut

Emergente
Tabela 3
Alto
Dias %
Espaçamento na Espaçamento e n ste
Estrato Ocupação ideal Planta p ra
a relativa a
moncultura consóri
Colher 1 canteiro
Médio

Emergente
Baixo

Alto

Médio Tabela 5

Oca
pu oãç Dias a
p ar Esa p a ç e
m otn Esa
p a
ç e
m otn e n e
ts Pere
c a
tn e
g m
Esa
rt ot Plana
t
e
di al Coleh r a
n luconm arut oicrósn e
d lp anoit

Médio Emee
gr e
tn

Alto

Médio

Baixo

142 143
CONSÓRCIOS PARA RENOVAÇÃO COM 120 DIAS

Tabela 6

Esa
p a
ç e
m otn
Oca
pu oãç Dias a
p ar Esa
p a
ç e
m otn e n e
ts Pere
c a
tn e
g me d
Esa
rt ot Plana
t a
n
e
di al Coleh r oicrósn lp anoit
luconm a
rut

Emee
gr e
tn

Alto

Médio

Médio

Asfotosexemplificamocons!BrciodoTabelaa
6, fotodaesquerdaaosdias, 50 adadireita
- per
Asfotosacimas!4odamesma!2rea.Asbananeirascomcercadeano 1 foraminteiramente
- po
todosdias.
60 AR!Hculafoicolhidacomraizetudoaosdias,
30 oAlmeir!4oest!come!
2 7andoaser
dadasparaumpr!Bximociclo,deixandoapenasa 2 filhos
3 chifres,paraproduzirmat!9riaorg
colhidonafotodadireita.DepoisdacolheitadoAlmeir!4oficar!uma
2 ruacentraldeQuiaboeduas
eliberarocanteiroparaopr!Bximocultivo.Oeucaliptotevesuasaiagentilmentepodad
ruaslateraiscomBr!Bcolis.Nafotodaesquerda,v!:-seQuiabocomasfolhasseconfundindoum
deatingircercademetros
4 dealturatevecercadede 90% suacopapodada(podaapical)como
poucocomasdoeucaliptoNadadireita,v!:-seclaramenteumquiabodecadaladodoeucalipto.
nafotodomeiomaisdoalto,paraprodu!7!4odemat!9riaorg!3nicaeabrirluz,semprequeumnovo
ciclodehortali!7asforplantado.Nafotomaisdoalto!1direita,a!2reasendopreparadap
novociclo,que!9mostradonasfotosabaixologoap!Bsecercade25diasap!Bsoseuplantio.

144 145
CONSÓRCIOS PARA RENOVAÇÃO COM 120 DIAS - CONTINUAÇÃO Tabela 9
Dias para Espaçamento na Percentagem de
Tabela 7 Estrato Oca
pu oãç Planta
Colher moncultura
Espaçamento neste consóri
plantio

Emee
gr e
tn
Espaçamento
Ocupação Dias para Espaçamento e n ste Percentagem
Estrato Planta na
ideal Colher consóri de plantio
moncultura Alto

Médio
Emee
gr e
tn

Alto

Médio
Tabela 10
Dias para Espaçamento na Percentagem
Estrato Oca
pu oãç Planta Espaçamento neste consóri
Colher moncultura de plantio
Baixo
Emee
gr e
tn

Alto

Tabela 8 Médio

Dias Esa
p a
ç e
m otn
Percentagem Médio
Estrato Ocupação Planta p ra
a a
n Espaçamento neste consóri
de plantio
colher luconm a
rut

Emee
gr e
tn

Alto

Méoid

Méoid

Baiox

Cons!Brciodatabelaacima,emduas!2reaseformasdistintas.Nafotodaesquerdacom - dias,
27 ain
dacomparceladorabanete,alface,berinKelaemilhoverde.Nafotodadireitacomdias, 30 oraba
K!2foicolhidoev!:-sealface,br!Bcolisemilho.

146 147
CONSÓRCIOS PARA RENOVAÇÃO COM 1 ANO
“Nós temos conseguido mostrar na pratica que a produção das agroflorestas é
diversa, farta, esbanja alimentação para família, mas também para a comercializa-
ção. E quem faz agrofloresta conta para os outros. Isto vai formando uma corrente
muito maior, também para outros assentamentos e movimentos sociais pelo Brasil
afora. Este tipo de consciência precisa crescer. É um projeto para toda a sociedade
brasileira.” (Keli, assentada)
CONSÓRCIOS PARA RENOVAÇÃO COM 180 DIAS

Tabela 11

Dias para Espaçamento na Espaçamento e n ste Percentagem Tabela 12


Estrato Ocupação Planta
Colher moncultura consóri de plantio
Esa
p a ç e
m otn
Dias a
p ar Esa
p a ç e m otn a
n Pere
c a
tn e
g m
Emergente Esa
rt ot Oca
pu oãç Plana
t e
n e ts
Coleh r luconm arut e
d lp anoit
oicrósn

Emee
gr e
tn
Alto

Alto

Médio

Alto
Baixo
Médio

Médio

Baixo

148 149
Tabela 13
Dias a
p ar Espaçamento na Espaçamento Percentagem
Estrato Ocupação Planta
Coleh r moncultura neste consóri de plantio

Emee
gr e
tn
CONSÓRCIOS PARA RENOVAÇÃO COM 1,5 ANOS
Alto
“No SAF estourei minha cota, formou que foi uma benção, era batata,
abóbora, milho verde, banana, feijão guandú.” (Alzira)
Médio

Tabela 15
Médio

Dias
Espaçamento na Espaçamento e n ste Percentagem
Estrato Ocupação Planta p ra
a
moncultura consóri de plantio
Médio Colher

Emee
gr e
tn

Alto

Tabela 14 Alto

Dias a
p ar Espaçamento na Espaçamento e n ste Percent.
Estrato Ocupação Planta
Coleh r moncultura consóri de plantio

Emee
gr e
tn Médio

Baixo
Alto

Baixo

Alto

Médio

Baixo

150 151
10.2 - Alguns usos das árvores em Sistemas
Agroflorestais Agroecológicos
10.2.1 - Árvores para produção de matéria orgânica
em conjunto com lavouras anuais
Paraobterprodu!7!Desfartas,desdeocome!7odosSAFs,somosobrigadosa
diminuirartificialmenteadiferen!7aentreascondi!7!Desdossolosqueestamos
utilizando e as que seriam naturais para nossas lavouras. Por isto, utilizamos
t!9cnicascomopreparodesolo,aduba!7!4o,calagem,irriga!7!4oeoutras.Mesmo
assim, geralmente !9 importante incluir !2rvores do sistema de acumula!7!4o,
Aseguir,reunimosemumatabelaalgumas!2rvorescomaptid!4oparagera
paracontribu!=remcomsuaregenera!7!4omaisduradoura.Por!9m,quando - usa
serrapilheira e acumular mat!9ria org!3nica, quando cultivadas Kunt
mos!2rvorespertencentesaossistemasdeacumula!7!4oimportante!9 escolher
lavouras e sob poda cont!=nua. Estas !2rvores rebrotam bem quando po
esp!9cies com caracter!=sticas n!4o t!4o distantes dos sistemas de abund!3ncia, a cabe!7a (poda apical) retirando grande parte de suas copas at!9 por 2 o
paran!4oseremcompanheirasextremamenteantinaturaispara - nossaslavou vezesporanoeproduzemmuitamat!9riaorg!3nica.
ras,queemgerals!4oorigin!2riasdesistemasdeabund!3ncia. Sempre !9 importante testar novas esp!9cies nas diferentes condi!7!De
Aspodasseveras,seguidasdeforterebrota,t!:moefeitodeaproximaras clima,soloemaneKo.
caracter!=sticasdavegeta!7!4odaquelasdossistemasdeabund!3ncia,tornando
Tabela 16
menos antinatural a utiliza!7!4o de esp!9cies do sistema de acumula!7!4o, Kunto
com lavouras do sistema de abund!3ncia. Um dos motivos pelos quais isto Árvoes Estrato Sistema
Valor Grupo % da copa a Idade p/ poda Colher
Madeira Sucesional ser podada apical (anos) madeira (anos)
acontece!9porqueaspodasfavorecem!1produ!7!4odemat!9riaorg!3nicamais
Amora(bicho
dioMé ãoAcumlaç Só M.O cundáriaSe incal 100% 1 Só M.O
digestivaericaemnitrog!:nioetamb!9mainforma!7!4oparacrescereverdeKar, da seda)
t!=picadossistemasdeabund!3ncia. Aroeira
oAlt ãoAcumlaç etlncEx xClíma 100% 10 30
Verdadeira
a
B bosa oAlt ãoAcumlaç Só M.O cundáriaSe Média 100% 2 Só M.O
ansr T ait etrn Sec.
Cajá-Mirim etngEmr Abundâcia dioMé 100% 3 15
diaMé e xClíma
Cinamomo etngEmr ãoAcumlaç Bom cundáriaSe Média 100% 2 12
ansr T ait etrn Sec. Lenha 3,
Eucalipto etngEmr ãoAcumlaç dioMé 90% 1,5
Inical e xClíma aor T 15
erSv p/ 1, se artpln por
Gliricídia oAlt ãoAcumlaç cundáriaSe Média 100% Só M.O
ãomur ovi se act
Só M.O e se
Jamelão oAlt Abundâcia não podar 1 cundáriaSe Média 100% 2 Só M.O
,ano afrut
Mutamba oAlt ãoAcumlaç Só M.O cundáriaSe Média 100% 2 Só M.O
Pata de Vaca oAlt ãoAcumlaç Só M.O cundáriaSe Média 100% 2 Só M.O
Podocarpos
oAlt ãoAcumlaç Só M.O cundáriaSe Média 100% 3 Só MO
sgiõe(r frias)
Sombreiro
oAlt ãoAcumlaç Só M.O cundáriaSe Média 100% 2 Só M.O
Mexicano
Uva do Japão
oAlt ãoAcumlaç Bom cundáriaSe Média 100% 2 12

152 153
10.2.2 - Sucessão de árvores para serrapilheira e Tabela 17
madeira em lavouras anuais
Altura
Geralmente !9 proveitoso usarmos !2rvores que se suceder!4o na produ!7!4o Espécie Esa rt ot da poda
(m)
Sucesão Sugestão de Manejo Ser Retirada do sitema

demat!9riaorg!3nica.Primeiramente,amaiorpartedamat!9riaorg!3nicaser!2 Banana Nanica #!: 2 o! v! }! # #!: o! }! #! #! u! #! !


fornecidaporesp!9ciespioneiras.Aseguirporsecund!2riasouporesp!9ciesque es(crm .cf ce etrnso2,lo clima e e 5 oAlt
Não se
poda
aPioner
#! }u! #i! / ]!: v # ! 0 #!}#!: Z
#!}o!# 0 #r! o! #}!0 u! }! #}!0 v
! !
# ! !/ #
-

n!4o s!4o secund!2rias, mas crescem t!4o r!2pido como elas, como o eucalipto e aried)v ]!: ˘! v! }!: # v! #! # }! #! v # # }!: #! uo! Z ! }! #! 2!}!u!}# !}!:}# !}# !]!u!# !#
N! o! Z ! }! #Z !0 ]! H! y
#! # }!0 }!# : #! ! }!0 !v!v!u!v!# }!:}#v# !v!&}#
o caK!2-mirim. Pode-se usar esp!9cies cl!=max com boa rebrota, como a aroeira Bananas Prata, Pão, }! u! :#! N!# o! # 0! }! u!# v! }! u!# u!# }! # !#v!0]!}#y
Maçã Tropicales(cr ce Não se –!!0v!:]!# amic od otla sad sarien b . roP si ot
Médio
verdadeira,maselass!Bter!4ocapacidadeparaproduzirgrandequantidadede etrn 2 e 6m .cf solo poda média #! ]! #!: #! N! u! 0 # u! ]! }! # o! #!
clima e aried)v }! ]!:# N! o!0 }!# u!# v! i! }! y #
mat!9ria org!3nica anos depois de plantadas. A retirada das !2rvores de cada
–!!0v!:]!#
etapa sucessional deve ocorrer quando a sucessora do mesmo estrato tiver Gliricídia ou oAlt 5m
incal
condi!7!Des para substituir a esp!9cie retirada na fun!7!4o de produzir mat!9ria a J melão~ # d!]! d#
#! yl# x!ov! }! #!v :0 æ # # u! }! y #! # }! #!}}!0 v
#! #
z!!v!:}# !Z!}!# !0}!#
v! # }!: N!# # ! 0 –!!0v!:]!# v! #!: #! ]! y #! # z!v! }!: # #! }! #!
org!3nica. Se isto n!4o acontecer tamb!9m !9 poss!=vel optar pela colheita das v! }! l#! }! v #!: }! # #!:
oAlt 5m
média u! ! # u!/ # v! : }! o! ]! #!: }! #!: #!
ximaópr a elas, omc apci -
!:# !# !}!:]!# !# !u! -
H! }!# ! ! v
#!5 / 0! #}!0 v! }!: Y## #}!:0 v # ! # !: 0
madeiraseorecome!7arumnovociclodeplantiode!2rvoresemumpatamar o! v! }! # !: v]! #! ~# G!o]! ]! _!0 ]!: #! –!}u! ]! / -
ria aânicgor no esotar ,oalt
–!!0v!:]!# !}0 !u!}# !# h!!# !:}# Z!!&}#v# !}# Z! -
maisaltodefertilidade. Mutamba ou oAlt 5m
incal
}! v # # o! v! }!: #!}#!0 :v !# æ # #
melão e a aoeirA daeir V -
v! }! y #! # G!o]! ]! _!0 ]!: v #! # –!}u! ]! / }! v # # Z!u! o! }!& # #!
!#y# # x!!}!o!u!v!# !# !#
“Não é reflorestamento com uma árvore a cada 3 metros. Planto uma em cima da Pata de Vaca oAlt 5m
–!!0v!:]!#
média
d!u! #!/ }! #! u! v! v
v! }! y #! x!
# ! # # ! # ! # !: #
# v!#s!:! !# 0! }! y #! #
!:}!#v!}!#y

outra, depois vejo quais estão melhores e completam melhor o sistema, o restante Sombreiro mexica
- –!!0v!:]!#
eu corto e beneficio o solo. Eu não tenho miséria para plantar árvores! Produção
oAlt 5m
no!}! média

horizontal, mas também vertical.” (Zaqueu, assentado e agente multiplicador) x!}#!: #! o! v! #!: }! #! u! v! #! }! #!
u! v
#!: #]! v! o!0 ]! ]!# : #v! #H! ]!0 o! u! v! #!
z!!v!:}# !Z!}!# !0}!#
v! }!0 v! ]!#/ : ! ˘! }! #!:u]! v #! o! # -
ximaópr omc apcide
importante
É termosrefer!:nciaseaospoucosviv!:nciaquanto - capacida
!1 Uva do Japão –!!0v!:]!#
v! }!: # u! # u! #! u#!: v # 0! æ # u! y # # }! #!
!# !}!:]!# !u! !]!# !}!q!% -
oAlt 5m }! }!0 #! v! #!: #! ]! y #! # z!v! }!: # #!
de de rebrota de cada esp!9cie quando submetidas !1 poda apical, cortando a (madeira) média
}! #! u! ! # u!/ # v! : }! o! ]! v #! : #
anic no esotar ,oalt omc a
aoeir a,deirv elvaopr -
}! o! ! u! v! v!# :! !# }! v #! }!0# #!
totalidade ou quase totalidade de suas copas, 2 a 3 vezes por ano. Tamb!9m v! ! # !5 / 0!# }!: Y## }!0# : #!: 0#!
!u!v!#:v!}!#y#

precisamosconheceracapacidadedaesp!9cieparaproduzira- mat!9riaorg!3ni o! v! }! v!# : ]! y #!


x!}o!# :! v! }!# : ! u!# v! #}! #u! ! -
ca,na!9pocaemqueplaneKamos. v
#!: # o! v! }!: # u! # u! #! u! #!: #! :!0
# ! :# !v!}!#v# !}0 !o!Z!v -
v
# æ # u! y # # }! #! }! }!0 v #! # v! #!: #! ]! y
#! #
do a amdeir e eincador
Aroeira VerdadeiraoAlt 5m 2!o!_!u!˘ z!v! }!: # #! }! u!# ! # u!/ # !: -
!}#!]!u!#u#!}!}#!u!#
v! }! o! ]! v #!: # }! o! ! u! v! #! #! !#:
!:#H!o!]!:
v!# }! v #! }!0#v! #!5 / 0#! ! }: Y##
}!0# : o!# : 0!# v! }! v!# : ]! y #!
Cajá Mirim#~d#yl#v!u# -! merE - –!!0v!:]!# 2!]!v!u!}!u!}# !# 2!i!#rd!]!]!u# !}!:u# !#
7m
!:]!#H!#l!}! etng diart !o!v!:}!# !}!# !u!v!#v# !# !# ! - 2!}!u!v# !}!#v!}0# !o!Z!u# !}5# #
!o!u# !u# !u# !u:# !:}# !:#0 !:# !}!#v# !}0 !u# # !v!}!# !}#
Cinamomo #~dl#!#
Emer - –!!0v!:]!# #v#æ# !u#y# !}!# !}!}0 !#v# !v!:# !# !]!#y# !q!v!:}# !}5 # !# !i!v!}# !}0 !u#
!u!o!Z!}!#u!:]!# 7m
etng diart z!!v!:}# !# !}!# u! # !/u# !: - aoeirA o oceirt o.çert Se
!#l!}!#
seolvidasn podar a a,beçc andortc !# # ! !0]!# !H!}!u# !o!v! -
#À#Y# !# !o0 !]!}# !# #Y# !:# !}0 !# !}!# !:#v#!}0 !o!Z!#]!u!]!}#!o0 !]! -
Eucalipto#~!u!]!#d#yl# Emer - ansr T ait de pio - !:u!]!#v# !# !:#0 !o!v!}# !:# !v!]!# #~!q! - ,ot depois o Cinamo e por
7m !o!u!v!# !o0 !]!}# !# #v#æ# !v!}!#v# 2!] - !•!o!u!}#!}#2!i!#rd!]!]!u
e a)mdeir etng !v!]!#0o!_!u!˘
!v!u!}!u!}#!v!}!#2i!#rd!]!]!u#!v!}!#y

154 155
10.2.3 - Árvores para a produção de sombra adequada, em plena produ!7!4o, deixando que as sucessoras de crescimento mais lent
produzem boa madeira e precisam ser podadas apenas uma vez por ano
madeira e matéria orgânica na mesma linha que as estimularafrutifica!7!4o,permane!7am.Por!9m,enquantopermaneceremnamesma
árvores frutíferas linhada!2rvoresdefrutas,!9indispens!2velmant!:-lasintensamentepodada
Oplantiodefaixasdecapinseadubosverdesentreaslinhasde!2rvores!9de Procurandosintetizaroquedissemosacima,inclu!mos = aseguirumatabela
extrema import!3ncia para garantir a necess!2ria produ!7!4o de mat!9ria org!3nica. sugest!Desdervores
2! esuaformadeutiliza!o 4!7 paraaprodu!o4!7 demat!ria
9 - org!ni
3
Al!9m disso, a pr!2tica tem nos levado a acreditar que !9 uma !Btima ideia deixar caemadeiranaslinhasondeser!o 4 plantadasrvores2! frut!feras.
=
entreumalinhade!2rvoresfrut!=feraseoutra,umalinhade!2rvoresebananeiras,
id!:ntica as que utilizamos para a produ!7!4o de mat!9ria org!3nica nas lavouras e Tabela 18
hortali!7as. Esta estrat!9gia facilita o maneKo e possibilita a produ!7!4o de banana
para fruta. Esta linha intermedi!2ria por ser intensamente podada, n!4o atrapalha Árvoes para
%a d Idade para
Produçã de Colher a
odesenvolvimentodoscapinsdasfaixasentreaslinhasde!2rvores,possibilitando Matéria Orgânica Estrato
Fase de Valor Grupo copa podar a
madeira
utilização Madeira Sucesional a ser cabeça
sua perman!:ncia por longo tempo nos SAFs. Cada poda destas linhas pode ser na mesma linha das podada (anos)
(anos)
frutíeras
aproveitada para a produ!7!4o de lavouras anuais, que podem ser decisivas para
Andiroba e t n g r mE raciF siam opmet e t n l c xE x amilC 80% 4 20
viabilizareconomicamenteoplantioemaneKodestasfaixasedetodooSAF.
Araribá o tlA raciF siam opmet e t n l c xE x amilC 80% 8 15
Desta maneira, as !2rvores que permanecer!4o por longo tempo sobre - as fru Aroeira Verdadeira otlA raciF siam opmet e t n l c xE x amílC 100% 10 30
t!=feras poder!4o ter suas copas quase inteiramente podadas apenas uma vez por aB bosa o tlA soriemP sona óS .M O .ceS aidéM 100% 2 óS .M O
ano, pois isto !9 suficiente para a mensagem de que existe possibilidade - de re a B rú o tlA raciF siam opmet e t n l c xE x amilC 80% 10 25
produ!7!4o e assim as frut!=feras produzam muitos frutos anualmente. H!2 v!2rias Castanha do Pará etngrmE raciF siam opmet e t n l c xE x amilC 80% 10 30
dificuldadesparapodarmosv!2riasvezesporanoas!2rvoresqueficamcomacopa Cedro Australiano etngrmE raciF siam opmet o tiuM mob
air dnuceS
90% 4 12
aid r t
acimadacopadasfrut!=feras,comoacessoaolocaldapodaeaquedadegalhos
Cinamomo e t n g r mE soriemP sona moB .ceS aidéM 100% 2 8
emcimadasfrut!=feras,machucando-as. snar T ati ed
a r P ahnel 4
Podar apenas anualmente viabiliza o uso de outras esp!cies 9 de boa madeira, u E calipto e t n g r mE soriemP sona oidéM .ceS laicnI a 90% 1,5
sona
x amílC
comoocedroaustralianoeomognoafricano.Quandoplantadasnamesmalinha
e rv S a r p
1, se ratnlp
dasrvores
2! frut!feras
= torna-se mais importante utilizar esp!cies
9 dos sistemas de lG iricídia o tlA soriemP sona oã ru m .ceS aidéM 100%
se act
oã ru M o vi
o vi
abund!ncia
3 oupelomenoscomcaracter!sticas = muitopr!Bximasaeles.
Ipê Amarelo e t n g r mE raciF siam opmet e t n l c xE x amilC 80% 8 25
Mesmo assim tamb!9m !9 importante plantar bananeiras e !2rvores - de cres Ipê Rosa e t n g r mE raciF siam opmet e t n l c xE x amilC 80% 6 18
cimento r!2pido e excelente produ!7!4o de mat!9ria org!3nica na mesma linha das Ipê Roxo e t n g r mE raciF siam opmet e t n l c xE x amilC 80% 6 18
!2rvores de frutas, pois quando bem air dnuceS
a J melão o tlA soriemP sona óS .M O 100% 2 12
maneKadas, estas esp!9cies propiciam aid r t
a J tobá e t n g r mE raciF siam opmet e t n l c xE x amilC 80% 8 20
rapidamente a sombra na quantidade
Z!]! !/ e t n g r mE raciF siam opmet e t n l c xE x amilC 80% 10 20
e qualidade necess!2rias para o - desen
o M gno Africano e t n g r mE raciF siam opmet e t n l c xE x amilC 90% 4 20
volvimentoinicialdasfrut!=feras.Neste
u M tamba o tlA soriemP sona óS .M O .ceS aidéM 100% 2 óS .M O
caso, facilita o maneKo retirar estas Pata de Vaca o tlA soriemP sona óS .M O .ceS aidéM 100% 2 óS .M O
esp!9ciesantesdasfrut!=ferasentrarem Peroba Rosa e t n g r mE raciF siam opmet e t n l c xE x amilC 80% 10 20
Na foto ao lado, partindo do lado- esquer Pinheiro bravo
p
( odocarpos)c/ lima o tlA soriemP sona óS .M O .ceS aidéM 100% 3 óS .M O
do v!:-se tronco de Eucalipto com algumas frio
folhas e no lado direito, pode se ver o tronco
Sombreiro e
M xicano otlA soriemP sona óS .M O .ceS aidéM 100% 2 óS .M O
deumMognoatr!2sdocabodaferramentana
m!4odoNamast!:,assessort!9cnicodoProKeto Uva do a
J pão o tlA
opme t
moB .ceS aidéM 100% 2 10
Agroflorestar.

156 157
10.2.4 - Referências para consórcio de árvores frutíferas

Tabela 21
Tabela 19 Tabela 22 Tabela 23
Produz entre
Estrato Alto
(anos) Estrato Produz entre
Esa
rt ot Produz Estrato Produz entre
Emee gr e
tn entre (anos) Açaí 6 e mais de 30 Médio/Alto (anos) Médio/Baixo (anos)

Araucária 15 e mais de 30 Acerola 3 e 15 Cacau 3 e mais de 30


Abacate 6 e 30
Cajá Mirim 3 e mais de 30 Araçá Piranga 10 e mais de 30 10 e mais de 30
Abiu Roxo 15 e + de 30
a
B buçu 10 e 30 3 e 15
Castanha do Pará 12 e mais de 30 Araçá 8 e mais de 30
a
B nana da Terra 1e3 3 e 15
Coco da a
B hia 5 e mais de 30 a
B nana Roxa 2 e 15
a
B nana Nanica 1,5 e 3
Fruta Pão 5 e mais de 30 a
B nana S. Tomé 2 e 15 5 e 30
Caqui 3 e 30
Jatobá 10 e mais de 30 iB ribá 4 e 15
Cereja do Rio
10 e mais de 30 Cagaita 10 e mais de 30
Mamão 1e4 Grande
Noz Pecã 10 e mais de 30 Figo 2 e 30 Cambucá 10 e mais de 30
Goiaba 3 e 30 Cupuaçu 6 e mais de 30
Guaraná 6 e 15 Erva Mate 3 e mais de 30
Ingá 3 e 15 Graviola 5 e 15
Jaca 6 e mais de 30 Guabioroba 10 e + de 30 Tabela 24
Jambo 7 e 30
15 e mais de 30
Produz entre
Tabela 20 Jambo amarelo 10 e mais de 30 Estrato Baixo
(anos)
Jambo 8 e 30
Jambolão 3 e 15
10 e 30 Abacaxi 1,5 e 3
Estrato Produz entre Jerivá 10 e 30
Alto/Emergente (anos) Nespera 5 e 15 a
B cupari
Juçara 6 e mais de 30 10 e 30
Miúdo
a
B curi 10 e mais de 30 Lichia 5 e mais de 30 Pinha 4 e 15
Cabeludinha 6 e 30
15 e mais de 30 Maçã 3 e mais de 30 Pitomba 10 e 30
Café 2 e mais de 30
Manga 3 e + de 30 10 e 30
Chichá 6 e mais de 30 Limão cravo 3 e 10
Copaíba 10 e mais de 30 Marã 10 e mais de 30

Pequi 6 e mais de 30 Maracujá 0,5 e 3


Oliveira 5 e mais de 30
Pera 6 e mais de 30
Pitaia 2 e 15
Tamarindo 8 e mais de 30
Pupunha 5 e 30
Rambotão 6 e 15
Romã 5 e 15
Seringueira 10 e mais de 30
Videira 3 e mais de 30

158 159
Tabela 25
10.3 - Exemplos de consórcios para as linhas com
Estrato Produz entre
árvores frutíferas
Médio/Médio (anos)
As tabelas que apresentamos aKudam a orientar a elabora!- 7!4o de con
Abiu 10 e 30
ciosdefrut!=ferascombasenaestratifica!7!4oesucess!4onatural.importan
É
Ameixa
japonesa
3 e 30 selecionaredepoispodaras!2rvoresdemaneiraquesuascopas - ocupe
Amora 1,5 e 3
nas os seus estratos. Por exemplo, o caf!9 ! do estrato baixo e deve rece
poda apical para ocupar apenas o estrato baixo, de outra forma ocu
a
B cupari-açú 10 e + de 30
estratossuperioresatrapalhandoas!2rvoresdestesestratos.
a
B nana Maçã 1,5 e 30
a
B nana Ouro 1,5 e 30
Existem esp!9cies, como no exemplo dos citrus, que n!4o podem recebe
a
B nana Pão 1,5 e 30
podaapical,mas,dentrodecertoslimites,podemteraalturade- suacop
tada.Outrarecomenda!7!4opr!2ticadeixar
!9 umadoismetrosentreumestrato
a
B nana Prata 1,5 e 30
eoutro,quandoas!2rvoresest!4oplantadaspr!Bximasentresi.
Caferana 5 e 15
Cambuci 10 e + de 30
Seplant!2ssemos!2rvoresdetodososestratosemumamesmalinha - epr
ximas entre si, as recomenda!7!Des do par!2grafo anterior nos conduz
Canela de
15 e 30 SAFsmuitoaltoseporistodif!=ceisdemaneKar.Principalmenteparafac
Cheiro
Carambola 3 e 30 maneKo,!9aconselh!2velqueas!2rvoresqueest!4omuitopr!Bximastenhamum
Coité 3 e 15 estrato vago entre suas copas. Por exemplo, Caf!9, Lim!4o Cravo, Cabeludin
Goiaba serrana 6 e 15 e Bacupari Mi!Hdo s!4o do estrato baixo, sendo adequado ficarem debaixo d
Groselha 6 e 15 Mangueiras ou Jaqueiras que s!4o do estrato alto, com o estrato - m!9dio de
Grumixama 10 e 30 socupado. Por!9m n!4o !9 aconselh!2vel ficarem debaixo de Cacau, LaranKa ou
Laranja 3 e 15 Carambolaques!4odoestratom!9dio.
Longan 5 e 15 A seguir, reunimos as informa!7!Des constantes nas tabelas 4 a 10 e as
Louro 3 e 20 orienta!7!Desquelhesseguemcomoutrasviv!:nciaseaprendizadosadqu
Mangostão 15 e mais de 30 Kunto !1 diversas pessoas, mas sobretudo na pr!2tica e observa!7!4o dos SAF
Mangostão para sugerir exemplos de cons!Brcios eficientes para serem usados e
15 e mais de 30
Amarelo mesmalinhade!2rvoresfrut!=ferasedentrodocontextodasdemais - con
Marmelada de !7Desdestelivro.poss!
É =velalternarlinhascomosdiferentescons!Brc
6 e 15
Cachorro
porexemplo,umalinhaplantadacomcons!Brciosdatabela26comumal
Murici 6 e 30
plantadacomcons!Brciosdatabela30.
Nectarina 3 e 15
Pataste 8 e 30
Pêssego 3 e 30
Pitanga 6 e mais de 30
Pokãn 3 e 15
Urucum 2e3
Uvaia 6+ de 30

160 161
Tabela 26
Tabela 27
Manter copa
Estrato Baixo (uma entre as abaixo) Espaçamento
entre (metros) Manter copa
Estrato Médio/Médio (uma entre as abaixo) Espaçamento
Café ou Abaixo de 1,5 1,5 (metros)
Limão Cravo ou Cabeludinha ou Bacupari Miúdo Abaixo de 2 2,5 Louro, Laranja, Pokãn, Carambola, Pêssego, Ameixa Japonesa, Goiaba
Serrana, Nectarina, Groselha, Caferana, Longan, Marmelada de
Estrato Médio Alto (uma entre as abaixo) Abaixo de 4 4
Cachorro, Murici, Pitanga. Araçá, Abiu, Grumixama, Cambuci, Bacupari
}!# !0 / –!#! }! }!# Z!# ! u! }!/ Z!
# }}!# u! 2# }!# 0 /! x!
# ! ]}! u! }!# / #! Açu, Pataste, Canela de Cheiro, Mangostão, Uvaia, Mangostão Amarelo
2,5 a 3 e 5,5 a 6 10
s!#!5 u! o! Z ! }! }!# ! Estrato Emergente ou Alto/Emergente
1!v!v!#Z!}!˘! Não cabe poda 5 (uma entre as abaixo)
}!# 5 !2 d!
#! u!%: 0 ]! }!# G!#! ]! }! o! }!# e!
#! A}!# ! ]!1# ]! }!# / #! m
E ergente = Noz Pecã ou Araucária ou Fruta Pão ou Castanha do Pará ou
2,5 a 3 e 5,5 a 6 5 aJ tobá ou Maior que 6 10
a
G biroba ou Cagaita ou
Alto m
E/ ergente=Pequi ou Tamarindo ou a
B curi ou Chichá
Erva Mate ou 2,5 a 3 e 5,5 a 6 2,5
Estrato Emergente ou Alto/Emergente (uma entre as
abaixo)
Tabela 28
!u!q!v!#a#e!}!#x!!&#}0 !]0# !#}!#F!!#x!&!}#!}!v#2 !Z!#
!:}#x!!#}!#Z!!}!/#}!#o!}#l!u!q!v!ax!!]#!}!#•!!u!]!v!:}#!}!# d!!]!}!# 10 Mane
t ra
poc ene rt
1!0]#!}!#2Z!]!0Z! Estrato Baixo (uma entre as abaixo) Espaçamento
e
m( )sort
Café ou Abaixo de 1,5 1,5
Limão Cravo ou Cabeludinha ou Bacupari Miúdo Abaixo de 2 2,5
Estrato Emergente ou Alto/Emergente
(uma entre as abaixo)
Emergente = Noz Pecã ou Araucária ou Fruta Pão ou Castanha
do Pará ou Jatobá ou Acima de 3,5 10
Alto /Emergente=Pequi ou Tamarindo ou Bacuri ou Chichá

Tabela 29

Manet ra poc
Estrato Baixo (uma entre as abaixo) Espaçamento
e
m( )sort

Café Abaixo de 1,5 1,5


Limão Cravo ou Cabeludinha ou Bacupari Miúdo Abaixo de 2 2,5
Estrato Alto (uma entre as abaixo)
Maçã ou Manga ou Rambotão ou Araçá Piranga ou Ingá ou
Jambolão 3e6 5
Jaca ou Cereja do Rio Grande ou Jambo Amarelo ou Seringueira
ou Marã 3e6 10
NafotodaesquerdaCabeludinhanoestratobaixoeBirib!no 2 estratom!9dio/alto,comoemexemplodatabela Juçara ou Açaí ou Pupunha ou Babaçu ou Jerivá (todos para
Palmeira não aceita
foram
25, plantadosporsementesnober!7odeumabananananicaeest!4osendocriadosporela,quepertence!1 fruta) poda 10
placentaqueasprotegequandos!4omuitonovas.Nafotodadireita,nocantoesquerdoaparecePitanga,cerca
Estrato Emergente ou Alto/Emergente
dem 5 sua
!1 direitavemosLaranKacome!7andoaproduziremaissua !1 direitaAra!Todas
7!2. ass!
3 4odoestrato
(uma entre as abaixo)
m!9dio/m!9dio e para conviverem precisam estar distantes uma das outras, com espa!7amentos equivalentes
aos utilizados se fossem da mesma esp!9cie, o que est!2 aproximandamente ocorrendo. Acima delas crescem 3 Cajá iM rim ou Noz Pecã ou Araucária ou Fruta Pão ou Castanha do
arauc!2riasqueaindaprecisamserraleadasdeixandoapenasuma.Oscons!BrciosentreArauc!2riaePitangaou Pará ou a J tobá ou Chichá Acima de 7 10
LaranKaouAra!7!2est!4oentreosexemplosdatabela26.

162 163
Tabela 30
Manter copa
Estrato Médio/Baixo (uma entre as abaixo) Espaçamento
(metros)
>!]!u!&}#•!!]!#}!#d!!u!o!}#x!}!q!A! !/]!˘!}#!:v#æ #v#æ
>!]!u!#:x! !]!#}!#}20 !#Z!!/#–!0 !/ !/]!˘!}#!: #v#æ
Estrato Alto (uma entre as abaixo)
d!!&#}5 !#d!!v!q!#}!#Z!!u!/}!&}#!}!#x!
5 ]!v!q!#}!#O!v!q!#}!#
#! #æ
Z!!u!/}!o!&}
Z!!#}0 !i#2 !#:}#Z!]!}#G!!v!:#}!#Z!!u!/}#!u!o!}#!}!#–!!]!v!q!]!#
#! 10
!}!#d!!&
Z!!#}5 !_#5 #!}!#x!!v!Z!#}!#1/5}!#Z!!]!#~!}!:}!# x!!o!u!]!#v!&}#
10
!H!# !0]!#}!:
Estrato Emergente ou Alto/Emergente (uma entre as
abaixo)
i!2 d!
#! ]]! u! }!# e! #! }x!#! }!#&0 ]! 0 ! # }!# F!
#! x!
#! }!& }!# v! 2#! Z
! }!:# #
#!0]!u!#: 10
x!}!# Z!#! }! }!# / Z
!2# ]! Z
!0 !

Tabela 31
Manter copa
Estrato Alto (uma entre as abaixo) Espaçamento
(metros)
Goiaba ou Acerola Abaixo de 4 2,5
Lichia ou Caqui Abaixo de 4 5
Estrato Emergente ou Alto/Emergente (uma entre as
abaixo)
Cajá iM rim ou Noz Pecã ou Araucária ou Fruta Pão ou Castanha do
Acima de 5 10
Pará ou a J tobá ou Chichá

Tabela 32
Manter copa
Estrato Alto (uma entre as abaixo) Espaçamento
(metros)
Maçã Abaixo de 5 2,5
Manga ou Rambotão ou Cereja do Rio Grande ou Jaca ou Marã
Abaixo de 5 5
ou Araçá Piranga
Estrato Emergente ou Alto/Emergente (uma entre as
abaixo)
Cajá iM rim ou Noz Pecã ou Araucária ou Fruta Pão ou Castanha do
Acima de 6 10
Pará ou a J tobá ou Chichá

Todos os exemplos apresentados no capítulo 10 vieram de práticas


- agro
Na foto mais ao alto, linhas de banana e !2rvores entremeadas com faixas de capim momba!7a, formand
nqdrs`hrdlchedqdmsdrktf`qdr- L`hrcnptdrdfth,knr’`no!7 c`kdsq`“+ 7! umainfra-estruturavivaparaprodu!7!4odecoberturadesolo,quepodesermaneKadaparadiversasfina
etmc`ldms`kptdrdoq`shptd+ rduhudmbhddrdfdqdlqdedq!mbh`rdlb`c`
8 comoaprodu!7!4odehortali!7as,gr!4os,animaisoufruticultura.Nasfotoslogoacima,limadap!9rsianoestra
m!9dioeKu!7aranoestratoalto.
ktf`q-ßm`oq!shb`cnrR
0 Erptdodqbdadlnr`hmmhs`hmsdkhf!mbh`oqdrdmsd
8
mnroqnbdrrnrm`stq`hrdmnrsnqm`lnr+bnmrbhdmsdldmsd+o`qsdrhmsdfq`m -
sdrcnb`lhmgnc`m`stqdy`mnqtlnc``atmc!mbh`dc`rnkhc`qhdc`cd-
1

164 165
11- Acompanhando como os SAFs contribuem para 11.1 - Começando a responder a algumas questões
a fertilidade do solo, para a retirada do carbono da Desdeoin!cio = dasagroflorestas,temsetomadoumgrandecuidadoparaa
atmosfera e para a dinâmica da natureza produ!o 4!7 demat!ria 9 org!nica
3 nopr!Bprioespa!o 7 agroflorestal,oquefeito
9! com
Com as primeiras experi!ncias : agroflorestais nos Assentamentos M!rio 2 plantiodecapimgeralmente, ( capimmomba!a)
7 eventualmente
, consorciadoc
Lago e Contestado, iniciaram-se tamb!m 9 a!D!7 es de pesquisa para entender o leguminosas.Umaperguntaimportante,nesteprocessodepesquisa,foi:qua
queacontececomaprodu!o 4!7 demat!ria
9 vegetal,comafertilidadedosoloe demat!ria
9 org!nica,
3 emformademat!ria 9 vegetal,temseproduzidoedisponibili -
comadin!mica
3 doscicloseprocessosecol!Bgicosaolongodocrescimentodas zadocomoaduba!o 4!7 dessaforma?
agroflorestas.Estasatividadesforampensadasediscutidasentreagricultores Para responder a esta pergunta, a cada semestre foram coletadas v
e t!cnicos
9 dos assentamentos, t!cnicos
9 da Cooperafloresta e pesquisadores amostrasdavegeta!o, 4!7 nasreas2! selecionadas.Parafazerisso,foiutilizado
daUniversidadeFederaldoParan!da ,2 Embrapa-FlorestasedoInstitutoChico quadrodemadeirapadr!o, 4 dex 5 , 0 m,5 , 0 colocadorepetidamentedeformaalea -
MendesdeConserva!o 4!7 daBiodiversidadeICMBio) ( . t!Brianarea 2! ededentrodoqualsecoletoutodaamat!ria 9 vegetalsobreoso
Parafazerapesquisa,foramselecionadasalgumasreas 2! nosassentamentos: serapilheira
( ecorte das plantas vivas rente ao solo)O
. material coletado
empartedestasreas,2! aagroflorestafoiimplant-a,tendocomobase- oconhe emestufaedepoispesado,tendo-seent!o 4 suabiomassaseca.
cimento acumulado por agricultores da Cooperafloresta e dos assentamentos;
emoutrasreas,2! foimantidaacoberturacomcapimcoloni!o 4 oubraqui!ria 2 da
(
mesmaformaqueK!estava) 2 e
; aindaoutrasreas 2! foramselecionadasemmeio
areas
2! dereservalegal,quetamb!m 9 n!o
4 receberamqualquerformademaneKo.
Nasreas
2! selecionadas,ent!o, 4 foramcoletadasperiodicamenteamostrasde
soloedavegeta!o. 4!7 Emlaborat!Brio,estasamostrast!m : sidoanalisadas, - caracte
rizandoamat!ria 9 vegetalproduzidatantoacimaquantoabaixora! ( zes)
= dosolo,a
fertilidadequ!mica = dosolo,adensidadedosoloeaquantidadedera!zes = nosolo.
Dessaforma,est!sendo 2 poss!vel
= umacompanhamentodessascaracter!sticas = ao
longodotempo,comoum“filme”contandoahist!Briadasmesmasemcadarea. 2!
Muitoemboraocurtoper!odo = detempodesseacompanhamentoum ( pouco
maisdedoisanos,nomomentodaelabora!o 4!7 destacartilha)e , considerando
aindaquepartedestesdadosaindaest!o 4 sendoanalisados,poss! 9! - vel
= identifi
caralgunsresultadosinteressantes.

166 167
Nasreas
2! emquehouveimplanta!o4!7 deagroflorestas,issofoifeitonos - can secafoideumpoucomaisdekg 2 pormetroquadrado.Considerandoque - oca
teirosagroflorestaisenasentrelinhaslocais ( deprodu!o
4!7 decapim/leguminosas). pimvemrecebendodea 3 cortes
5 poranoequequaseatotalidadedabiomassa
Assim,noscanteiros,estamat!ria
9 vegetalrepresentada,
9! emsuaquase- totalida analisadaseconstituinapartea!rea 9 docapime/oudasleguminosasdispon
de,pelasfolhasdecapimcortadasdasreas 2! deentrelinhaealidepositadas;e,nas paracortenosmomentosdecoletadamat!ria 9 vegetalparaapesquisa,pode
entrelinhas,pelapartea!rea
9 docapimedasleguminosas. estimarnasentrelinhasumaprodu!o 4!7 dea 6 kg
0 1 debiomassasecapormetro
quadradoporanogura fi ( abaixo).
Emreas
2! emquen!o4 houvemaneKo,ouseKa,cortessucessivos,n!o 4 houve - re
brotadocapimbraqui!ria 2 ecoloni!o. 4 Oaumentodemat!ria 9 vegetal,nestasreas, 2!
limitou-seaocrescimentonaturaldocapim.
Éimportantedestacarque,aprodu!o 4!7 localdessamat!ria 9 vegetal, - nasen
trelinhasdoscanteiros,fundamental 9! paraomaneKo.Casoestamat!ria 9 veg
fosseprovenientedeoutroslocais,manteroscanteiroscobertos - eadub
mandariaumtransportedea 0 6 toneladas
01 demat!ria
9 vegetalsecaporano
ou
( a0 3 toneladas
05 demat!ria 9 vegetalverde)o , quecertamenteseriainvi!vel 2
econ!Cmicaeecologicamente.
Outraperguntaquesepretenderespondercomapesquisacomo : 9! omaneKo
agroflorestalque ( incluiomaneKodocapim)refletenafertilidadedosolo?

Mat!ria
9 vegetalproduzidaedepositadasobreoscanteiros.

ParatentaraKudararesponderessapergunta,foramfeitasalgumasa
Depoisdedoisanosdeacompanhamento,percebeu-seque,emm!dia, 9 aquan-
entreelasopH,cuKoaumentosignificaqueaacidezest!diminuindo
2 eporistoos
tidadem!dia
9 debiomassasecasobreoscanteirosfoidekg 4 pormetroquadrado,
nutrientessetornandomaisdispon!veis= paraasplantas;aconcentra! - o
4!7 de
aqualest!constantemente
2 emprocessodedecomposi!o4!7 erecoloca!o
4!7 a ( partir
no,quemostraocrescimentodamat!ria
9 org!nica,
3 queentremuitosoutros - bene
docortedavegeta!o 4!7 dasentrelinhas)Nas
. entrelinhas,aquantidadedebiomassa
f!cios
= tornaossolosmaisporosos,H! midosef!rteis;
9 aconcentra!o4!7 denutrient

168 169
comoc!lcio,
2 magn!sio
9 ef!Bsforonosoloeasatura!o 4!7 porbases,quemostraa umaagrofloresta,emumlocalquetamb!m 9 estavacobertodebraqui!ria 2
percentagemdeocupa!o 4!7 dosolopornutrientesfavor!veis
2 aodesenvolvimento Narea
2! combraqui!ria, 2 praticamenten!o 4 houvemudan!a 7 dafertilidadedo
dasplantas. solo,umanoap!Bsaprimeiraan!lise. 2 OpHfoidepara 47,5 a
; 7 , 5 concentra!o 4!7 de
carbonofoidepara 1,81 e9 , 7 1 asatura!o 4!7 porbasesfoidepara 87 cando
fi , % 6 7
praticamenteconstante.Narea 2! daagrofloresta,essamudan!a 7 foimuitogrand
tantonoscanteirosagroflorestaisquantonasentrelinhasdecapimcon
comleguminosas,conformemostraagura fi Em
. 3 umper!odo = deumano,opH
foide3para
7,4 0nas
3,5 entrelinhasepara7nos 2,6 canteiros;aconcentra!o 4!7
decarbonofoide5para ,01 4g/
, 1 2 dm3nasentrelinhasepara0g/ , 4 3 dm3nos
canteiroseasatura!o 4!7 porbasesfoidepara 5,23 e
% 3 , 9 5 paranas ,% 0,97 en -
trelinhasenoscanteiros,respectivamente.

Mat!ria
9 vegetalproduzidaedepositadasobreoscanteiros.

importante
É notarquenasagroflorestasestaevolu!o 4!7 foiobtidaapartird
maneKodocapimedaelevadadensidadeediversidadedeplantio,associa
Emgeral,emtodasasreas 2! deagroflorestaanalisadas,houveredu! - o
4!7 daaci
umareduzidaaduba!o 4!7 inicialkg
0 . 1 ( deaduboorg!nico 3 porhectare)eauma
dez,aumentodecarbonoe ( mat!ria
9 org!nica)
3 eaumentodefertilidadedosolo,ao
reduzidaaplica!o
4!7 decalc!rio2 toneladas
8,0( porhectare)O. maneKofoi,sem- d!Hvi
longodotempo.Nasreas 2! quen!o
4 forammaneKadas,praticamenten!o 4 houveram
da,fundamentalparaaevolu!o 4!7 dosatributosdefertilidade . dosolo
altera!D!7 esdascaracter!sticas = qu!micas
= dosoloduranteosdoisanosdean!lise. 2
Comparando apenas duasreas 2! pr!Bximas entre si, no Assentamento Mario
Lago,f!9! cil
2 perceberessadiferen!a. 7 Umadessasreas
2! estavacobertacomcapim
braqui!ria 2 e
( n!o
4 foimexida)enaoutrafoiimplantadapeloassentadoParaguai

170 171
O Carbono do solo, um indicador do manejo

drs`l`s!7qh`udfds`krnaqdnrnknrhfmhb`qdshq`qf!0rb`qa!Amhbnc``
edq`+sq`mrenql!0,kndll`s!7qh`udfds`kd`tldms`q`pt`mshc`cdcdl`s!7qh
nqf!1mhb`]dcdb`qanmn,mnrnkn-ßhrrnptd`r`fqnnqdrs`ru!8le`ydmcn-
M`ftq`c`o!0fhm`060 I!0 enhlnrsq`cn`dunkt!5!2ncnb`qanmnmnrnkn
c``fqnnqdrs`cnO`q`ft`h rrdms`ldmsnL!0qhnK`fn(dl`odm`rtl`mn
+
cdhlok`ms`!5!2n-M`r!0qd`rcn rrdms`ldmsnBnmsdrs`cn+drr`sdmc!8mbh`r
qdodsd-M``fqnnqdrs`cnBdr`q+onqdwdlokn+nsdnqcdb`qanmnmnrnkn
cd1f.
1+ cl2o`q`2f.
5+2 cl2mnrb`msdhqnr`fqnnqdrs`hr(do`q`24+7/
f.cl2m`rdmsqdkhmg`r(+tl`mn`o! r`hlok`ms`!5!2nc``fqnnqdrs`-

f`mhrlnr-Pt`msnl`hrl`s!7qh`nqf!1mhb`db`qanmn(mnrnkn+l`hrqdrdqu
o`q` ` lhbqnahns` cn rnkn- Drsdr lhbqnqf`mhrlnr+ uhudmcn d sq`a`
`Itc`l`khadq`qmtsqhdmsdrd`tldms`l`drsqtstq`!5!2ncnrnkn+`tldms`
`rt`edqshkhc`cd- ßetmc`ldms`k+ onqs`msn+ f`q`mshq`qdmnu`!5!2nbnmr

nr lhbqnqf`mhrlnr+ o`q` uhudqdl+ hq!2n bnmrtlhq n b`qanmn cn rnkn `


Din!mica
3 daprodu!o
4!7 eaproveitamentodaaduba!o
4!7 emagroflorestaemest!gio
2 inicialdeprodu!o.
4!7 udknbhc`cdl`hnqcnptd`rt``ch!5!2n+qdctyhmcnrdtbnmsd!Fcnmnrnkn-
Hrrnenhnardqu`cndlct`r`fqnnqdrs`r`m`khr`c`rmnOqnIdsn-Dl
cdk`r+`pt`mshc`cdhmhbh`kcdB`qanmndq`cd1/+4f.cl2+`msdrc`hlok`m
s`!5!2nc``fqnnqdrs`- Rdhrldrdr`o! r`hlok`ms`!5!2n+ lthsndlanq`drr`
s`w` sdmg` rtahcn o`q` 21+8 f.cl2 mnr b`msdhqnr `fqnnqdrs`hr+ m`r dm
sqdkhmg`rdrrdu`knqqdctyhttlontbn+ o`q`06+4 f.cl2- Mdrsdodq!;ncn+ enh
ok`ms`cnb`ohldlhkgnm`rdmsqdkhmg`r+l`rtl`fq`mcddrsh`fdlm!2no
lhsht`oqnct!5!2ncnlhkgn+dnb`ohlbqdrbdtlthsnontbn-Mnrb`msdhqnr+e

ldrlnmdrsdodq!;ncncddrsh`fdl+odqlhshtn`tldmsncnb`qanmnmnr
M`rdmsqdkhmg`r+dmsqds`msn+ !7 adloqnu!0udkptdnrlhbqnqf`mhrlnruhdq
`bnmrtlhql`hrb`qanmncnptdenhonrr!;udkqdbnknb`q-
Dlntsq`!qd`+
0 `o! rtlfq`mcd`tldmsncnrsdnqdrcdb`qanmnmnoqhldh
qn`mncdhlok`ms`!n+ 2!5 mnrdftmcn`mn+drsdru`knqdrcdbqdrbdq`lpt`rd`
`lds`cdcn`bq!rbhlnbnmrdfthcnmnoqhldhqnodq!
7 ncn-
; Dletm!nc`drsh`
2!5
fdlcdrsdodq!ncn+
; n`fqhbtksnqqdctyhtnl`mdInmdrs`!qd`+ 0 chqdbhnm`
nbthc`cno`q`!qd`rl`hroq!
0 whl`r!/b`r`+nmcdbnmrdfth`kdu`qhqqhf`
k!lchrrn+
7 o`rrnt`g`udqrnlaqd`ldmsncnb`ohl+nptdqdctyhtrt`oqn

Onqs`msn+ `rrhl bnln tl` onto`m!5`+ !7 oqdbhrn f`q`mshq ` qdonrh!5!2n

172 173
12 - Nossa última chance ...
A evolução dos teores de fósforo no solo, Desde o in!cio = da evolu!o 4!7 da vida na Terra, cada gera!o 4!7 de seres vivos
um resultado importante deixouumambientemaisadequadodiversidade 1! davida.Herdando - esteam
O Fósforo (P) é um elemento químico de grande importância para o solo e biente, as gera!D!7 es seguintes puderam ser ainda mais eficientes em deix
para as plantas. Entretanto, grande parte do teor de P nos solos brasileiros as condi!D!7 es de vida ainda melhores. A evolu!o 4!7 rumo a melhores condi!D!7 es
encontra-se imobilizado, ligado a outras substâncias. Sua liberação ocorre maiorquantidadeemaiordiversidadedevidafoicont!nua = duranteaev
geralmente associada à redução da acidez, ao maior teor de matéria orgâ- da vida na Terra. Este mesmo caminho que ocorre no organismo plane
nica e à maior atividade microbiana nos solos. Nas pesquisas realizadas, é comoumtodo,tamb!m 9 aconteceemcadapalmodeterraefoiotemaprincipal
not1vel o aumento dos teores de P no solo das agroflorestas, o que indica,
destelivro.
entre outros aspectos, essa evolução.
Para ilustrar esta situação, é interessante trazer alguns dados das agro- Por!m,9 aci!ncia
: registraaocorr!ncia : deper!odos = nosquaisalgumtipod
florestasanalisadasnoAssentamentoContestado,naLapa/PR.Nomomen- cat!strofe
2 provocou descontinuidade neste caminho, como a colis!o 4 c
todaimplanta63oagroflorestal,na1readoM1rio,oteordePnosoloerade meteoro,porexemplo.Nestesper!odos, = grandequantidadedeesp!cies 9 fo
6,45 mg/dm3. Nos canteiros, este valor subiu para 10, mg/dm3, um ano extintas em per!odos = relativamente curtos de tempo. H!2 evid!ncias : de ter
depois, e para 30,17 mg/dm3, apAs um ano e meio. Nas entrelinhas, este ocorrido cinco destes per!odos = nos cerca de 4 bilh!Des de anos da hist!B
valor tamb8m cresceu, um ano e meio depois da implanta63o, chegando a
10,67 mg/dm3. Na 1rea do Edson, a evolu63o dos teores de P tamb8m 8
vidanaTerra.OH! ltimodelesaconteceua56milh!Desdeanosatr!s, 2 cercade
marcante.Apenasem6meses,oteordePfoide3,8mg/dm3para9,3mg/ vezes
05 maistempodoqueaexist!ncia : doserhumanonoplaneta.
dm3,nasentrelinhas,ede1,8mg/dm3para63,7mg/dm3,noscanteiros. Medindoavelocidadecomqueesp!cies 9 est!o
4 seextinguindo,diversos - ci
Na 1rea do Cesar, o teor de P no solo era de 2, mg/dm3, no momento da tistasdescobriramqueestamosvivendoasextaemaisgeneralizadae
implanta63odaagrofloresta.Umanoemeiodepois,estevalorevoluiupara
de esp!cies
9 que K!2 aconteceu na Terra. Esta dever!2 incluir os seres human
8,17mg/dm3,nasentrelinhas,epara16,30mg/dm3,noscanteiros.
e,diferentementedasoutras,destavezseremosn!Bsacat!strofe 2 respo
pelaextin!o. 4!7
Na vastid!o 4 dos tempos, cada momento foi H! nico e sagrado na hist!Bria
da vida da Terra. N!Bs, seres humanos, participamos diretamente de apen
do
%50, tempodestahist!Bria.Mesmoassim,estescercadecemaduzentos
milanos,emtornodedezmilgera!D!7 eshumanas,parecemparacadaumden!Bs
umainfinidadedetempo.
Mas por que, em dez mil gera!D!7 es, restou para n!Bs a luta nal fi pela vida
detodososseresdaTerra?Este9!umenormemist!rio 9 sagrado,assimcomo
nossaspr!Bpriasvidas!Indispens!vel 2 viv!
9! lo
-: napr!xis, 2 nodiaadia,comto
ofervordasnossasalmas.
Muitas religi!Des e mitologias nos contam sobre um primeiro erro, - um p
cadoprimordialqued!2origematodososoutroseques!Boserhumanopod
cometer.Trata-sedeseenxergareagircomosecadaumden!Bsfosseumse
separadodouniverso.Elenoslevaaoego!smo. =
Este erro primordial, repetido a cada dia, tem nos causado grandes -
mentos por s!culos, 9 mil!nios
: e talvez milhares de mil!nios, : gerando gue

174 175
escravid!o, 4 destrui!o 4!7 danaturezaeenormesdesigualdadessociais. dela!os 7 eteiasdesolidariedadeepelapropostadeconstru!o 4!7 de
- umaso
No H! ltimo s!culo,
9 cada vez mais intensamente, o ego!smo = tem mostrado dade pautada pelo amor e pela consci! ncia
: de que pertencemos aummes
sua face mais extrema. Algumas corpora!D!7 es concentraram poder e riquezas esagradoorganismo.Poristosuaop!o 4!7 porumproKetoparaobemdetoda
numa escala nunca antes imaginada, de forma descuidada com a natureza sociedade,porumareformaagr!ria 2 inclusivaepopular,quetemna - agroe
e com as pessoas. Em decorr!ncia, : os solos, os rios, os mares e a atmosfera giaumdeseuspilaresecompromissosfundamentais.
foramecontinuamsendoenvenenadosemenormevelocidade.- Asorestas fl fo Nossa escolha tamb!m 9 9! por todos os povos tradicionais, suas cultur
ramsubstitu!das = porambientesartificiais.Osriosenascentesest!o 4 secandoe seus valores, pelas pessoas exclu!das, = pelas trabalhadoras e trab
oclimatornando-seinadequadoparanossasvidas.Aspopula!D!7 eseanatureza pelasteiasdeorganiza!D!7 espopularesquedefendemavidadetodosos
foramexpulsasdoscampos. daTerra.Porumavidamaispr!Bximadasabedoriadivina,dasabedoria - dan
Passo a passo, grandes e poucas corpora!D!7 es v!m : se adonando mais e reza.Porummundosemfronteiras.Porummundoondeasterras,assement
maisdasterras,dassementes,dosgenesedaregula!o 4!7 dousoedistribui!o 4!7 eanaturezas!o 4 detodososseresvivosdaTerra,eportantotamb!m 9 dosqu
de alimentos e rem!dios. 9 Controlam institui!D!7 es e mecanismos dos estados comelaslidam.Porumavidamaisnatural,semumainfinidadeintermin!vel 2 d
nacionais que lhes deveriam disciplinar e frear a gan!ncia. 3 Utilizam,
- para do coisasquen!o 4 precisamosequeacabampornosescravizar.Porbem - viver,f
minaromundo,asmaisrefinadasestrat!gias 9 demarketingecontrole - dam!= ternaeorganicamentecomtodososdemaisseresdoplaneta.Porrecon
dia, das institui!D!7 es e das pessoas formadoras de opini!o. 4 Por m, fi foram se amaraorganicidadedavidadoOrganismoPlanetaTerra.Porcolocara
tornando auto-suficientes em rela!o 4!7 aos seus donos ou criadores. Passaram e todo o conhecimento humano a favor da vida de todas as pessoas e to
cada vez mais a serem regidas por leis, c!Bdigos de conduta e conselhos que os seres da Terra, dentro dos limites da humildade, da responsabilida
priorizamolucrosobreatica 9! ousobreasnecessidadesdetodososseresda tica. 9! Pelaliberta!o 4!7 daspessoasedanaturezadetodasasformasmoder
Terra, mesmo que seKa cada dia mais evidente que as pessoas muito ricas e e antigas de escravid! o.
4 Etamb!m 9 poramoraestap!tria 2 Brasil,eatodasas
poderosas tamb!m 9 acabar!o 4 por perecer Kunto ao restante da humanidade e p!trias
2 domundo.essa
É anossaescolha,comrmeza fi eamorinabal!vel. 2
deincont!veis 2 esp!cies.
9 Quenossoscora!D!7 esenossasmentesseKamfortalecidospelaf!9noa
Este9!umlivrot!cnico 9 efundamentadonamaisqualificadaci!ncia : - agro manifestonouniversoeemcadapalmodomundo,criandoafor!- a 7 paratr
n!Cmica. Mas, na atualidade, n!o 4 existe possibilidade de falar sobre qualquer farsobreoimp!rio 9 doego!smo = que,semfreios,noslevar!2inevitavelmente
setor da atividade humana sem fazer escolhas ticas 9! primordiais. A apologia morte coletiva da humanidade edegrandepartedainfinidadedeesp!cies 9
daneutralidadedaci!ncia : edatecnologiaatendeaosimensos- interessescoorKuntoconosco,formamosagradocorpodoOrganismoPlanetaTerra.
porativos e, Kustamente por isto, 9! promovida das mais diferentes maneiras.
OmitiresteaspectoK!seria 2 escolherumcaminho.
Ao procurarmos descrever os fundamentos e a t!cnica 9 agrofl - orestal, o fi
zemosconscientemente,deformareferenciadaaumcaminhoquevemsendo
apaixonadamentetrilhadonapr!xis 2 demaisdemilfam!lias = campesinasesuas
organiza!D!7 es,entrequilombolaseassentadas.Eletemmuitosoutros - elemen
tos, como uma vis!o 4 participativa e horizontal da educa!o, 4!7 passando pela
constru!o 4!7 derela!D!7 esdecoopera!o, 4!7 solidariedade,organicidadeeamordos
sereshumanosentresiecomanatureza.Nossoscompromissoseesperan!as 7
est!o4 ligadoscomestecaminho.Estecaminhotamb!m 9 seconecta- organica
menteamaisdemeiomilh!o 4 deoutrasfam!lias, = quetamb!m9 seligamatrav!s 9

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