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XI FATECLOG

OS DESAFIOS DA LOGÍSTICA REAL NO UNIVERSO


VIRTUAL
FATEC JORNALISTA OMAIR FAGUNDES DE OLIVEIRA
BRAGANÇA PAULISTA/SP - BRASIL
29 E 30 DE MAIO DE 2020

LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS HOSPITALARES


ESTUDO DE CASO: HOSPITAL DE GRANDE PORTE
NO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO
JOÃO VITOR RUFFO
(FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JAHU)
jvitorruffo@gmail.com
ANA CAROLINA DE ARRUDA FALCÃO
ana.falcao01@fatec.sp.gov.br

RESUMO
A logística é uma atividade essencial para qualquer organização, seja ela produtora de bens ou serviços.
Em uma organização hospitalar se torna indispensável uma boa logística, pois é ela que irá desempenhar a função
de gerenciamento de materiais e demais insumos hospitalares. Com uma boa gestão logística pode-se conseguir ter
os produtos certos e nas quantidades corretas quando os pacientes necessitarem. Sendo assim este artigo trata da
logística de suprimentos em um hospital de grande porte, localizado no interior do estado de São Paulo tendo como
objetivo demonstrar os processos de Logística de Suprimentos Hospitalares, com a finalidade de avaliar os possíveis
gargalos operacionais e desenvolver propostas de soluções aos problemas encontrados.

PALAVRAS-CHAVE: Almoxarifado. Pedidos. Suprimentos.

ABSTRACT
Logistics is an essential activity for any organization, whether it produces goods or services. Logistics in a hospital
organization becomes indispensable because it will perform the function of managing materials and other hospital
supplies. Another point is related to being able to have the right products and in the right quantities when patients
need them. Therefore, this study deals with the logistics of supplies in a large hospital, located in the interior of
the state of São Paulo, with the objective of demonstrating the processes of Hospital Supply Logistics, with the
purpose of evaluating possible operational bottlenecks and developing proposals for solutions. problems
encountered.

Keywords: Warehouse. Requests. Supplies.

1. INTRODUÇÃO

A Logística é uma ferramenta que apresenta características de gestão de extrema


relevância para os processos operacionais, sejam eles produtivos, controles de estoque,
distribuição, expedição e transporte. Ainda, pode estar associada aos processos de
gerenciamento estratégico, pois assume o papel de controle e redução de custos, adequação ao
processo de aquisição e apoio na tomada de decisão.
Dentro do processo logístico as atividades de armazenagem, movimentação,
distribuição e controle de estoques representam grande parcela dos custos logísticos e em
função disso tornam-se grandes desafios aos profissionais da área de gestão.
Em uma instituição hospitalar essas atividades são de vital importância, pois são elas
que garantem que os materiais estarão disponíveis quando os pacientes necessitarem e na
qualidade adequada. Se essas atividades forem mal planejadas ou mal gerenciadas irão impactar
na elevação dos custos. Sendo assim, para um hospital filantrópico que depende de recursos
públicos e doações, tal elevação de custos irá impactar as finanças da organização.

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FATEC JORNALISTA OMAIR FAGUNDES DE OLIVEIRA
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29 E 30 DE MAIO DE 2020
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Desta forma este artigo trata da logística de suprimentos em um hospital de grande porte
no interior do estado de São Paulo, com foco nas atividades de armazenagem, distribuição,
movimentação e controle de estoques a fim de desenvolver um estudo in loco e analisar os
processos para identificar a aplicação da logística na organização.
Este estudo tem como objetivo demonstrar os processos de Logística de Suprimentos
Hospitalares, com a finalidade de avaliar os possíveis gargalos operacionais e desenvolver
propostas de soluções aos problemas encontrados.
Os dados foram coletados por meio de uma pesquisa bibliográfica que segundo Gil
(2002) é desenvolvida com base em um material já elaborado constituído principalmente de
livros e artigos científicos. Em seguida foi desenvolvido um estudo de caso que segundo
Gil(2002) costuma ser utilizado como estudo-piloto para esclarecimento do campo da pesquisa
em diversos aspectos. Seus resultados, de modo geral, são apresentados em aberto, ou seja, na
condição de hipóteses, não de conclusões.

2. EMBASAMENTO TEÓRICO

2.1 Logística

Ching (2001), afirma que o conceito de logística, existente desde a década de 40, foi
utilizado pelas Forças Armadas norte-americanas. Ele relacionava-se com todo o processo de
aquisição e fornecimento de materiais durante a Segunda Guerra Mundial, e foi utilizado por
militares para atender a todos os objetivos de combate da época.
Ballou (1993) relata que a Logística Empresarial estuda como a administração pode
prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores,
através de planejamento, organização e controles efetivos para as atividades de movimentação
e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.
Ballou (1993) também diz que a Logística é formada por um conjunto de atividades que
envolvem planejamento, realização de projetos e desenvolvimento, obtenção, armazenamento,
transporte e distribuição de materiais e mercadorias. Tudo isto visando otimizar e minimizar
operações, custos e seus impactos na natureza.

2.2 Logística Hospitalar e Almoxarifado

Sbrocco (2001) relata que semelhante e tão importante quanto à logística de guerra é a
Logística Hospitalar. Fica difícil imaginar como é o funcionamento de um hospital sem
considerar os conceitos de logística.
Segundo Barbieri e Machline (2006), por mais diferentes que sejam as organizações,
todas utilizam materiais em suas atividades, em maior ou menor grau. No caso dos Hospitais,
os materiais desempenham um papel importante, de modo que sua administração se tornou uma
necessidade, independentemente de seu porte ou tipo. Administração de materiais pode ser
entendida como uma área especializada da administração geral de uma organização e como tal
trata-se de um trabalho realizado por meio de pessoas para entregar o material certo ao usuário
certo, no momento e nas quantidades certas, observando as melhores condições para
organização.
As atividades voltadas para administrar o fluxo de materiais e de informações
relacionadas como esse fluxo ao longo da cadeia de suprimentos constitui o que genericamente
se denomina logística (BARBIERI e MACHLINE, 2006).
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De acordo com Viana (2000), Almoxarifado é definido como o local para armazenagem,
guarda e conservação de materiais, tendo como uma característica ser um espaço coberto ou
não e tendo a função de fornecer espaços em que cada item ficará.
O mesmo autor cita que outra função do almoxarifado e o objetivo primordial dele é
impedir a desarmonia de inventário e perdas em qualquer sentido, por isso ele deve ter
condições para garantir que o material adequado, na quantidade certa, estará no lugar certo,
quando necessário, por meio da estocagem de materiais, em concordância com normas
adequadas, tendo por objetivo resguardar, além do resguardo da qualidade, nas adequadas
quantidades. Para cumprir sua utilidade, o almoxarifado deverá ter instalações adequadas, bem
como meios de movimentação e organização suficientes a um apoio rápido e eficiente.
Viana (2000) relatou que para preservar os materiais armazenados, deverá se ter rotinas
rigorosas para o recolhimento dos produtos no almoxarifado, guardando-os contra roubos e
desperdícios. A autoridade para o recolhimento do estoque deve estar determinada com clareza
e apenas pessoas autorizadas poderão exercer essa concessão. Por exemplo, assim como a
retirada de numerário de um banco só acontece depois da apresentação do correspondente
cheque, a retirada de materiais do almoxarifado deve depender da apresentação da relativa
requisição. Armazenar materiais no almoxarifado é como depositar dinheiro no banco. Você
tem um objetivo: proteger. Por isso podemos comparar a estrutura do funcionamento do
almoxarifado à de um banco.
Eficiência do Almoxarifado:
A eficiência do almoxarifado se sujeita fundamentalmente:
a. da redução dos espaços percorridos pela carga e do decorrente aumento das
viagens de ida e volta;
b. do aumento do tamanho médio dos materiais armazenados;
c. do melhor aproveitamento de sua capacidade volumétrica.
A organização do almoxarifado resume-se em receber para acomodar e proteger os materiais
obtidos pela empresa, entregar os materiais por meio de solicitações autorizadas aos usuários
da empresa e conservar atualizados os registros essenciais. Outros requisitos importantes para
o almoxarifado são: Controle, Recebimento, Armazenagem e Distribuição (VIANA,2000)
Barbieri e Machline (2006) descrevem que o almoxarifado hospitalar, mantém estoque
de suprimentos variados para o funcionamento do hospital, dentre eles, estão: materiais de uso
geral, produtos de limpeza, peças de reposição, materiais de escritório, uniformes, utensílios,
produtos químicos e cilindros de gases medicinais.

2.3 Layout

De acordo com Viana (2000), layout, pode se traduz como desenho, plano e esquema.
Podendo surgir uma planta quando inserido figuras e gravuras, ou seja, layout pode ser também
uma maquete no papel. Para uma operação efetiva, e eficaz, um bom layout é essencial. É ele
quem vai garantir um acesso fácil e rápido e também é ele quem garante a segurança de quem
transita na área de armazenagem.
Viana (2000) também diz que o layout tem como funções assegurar a utilização máxima
do espaço, proporcionar eficácia na movimentação de materiais e fazer com que o armazém
siga sempre um modelo de boa organização.
O mesmo autor mostra que para projetar um layout de um armazém, existem cinco
principais passos:
1. Definir a localização de todos os obstáculos;
2. Localizar áreas de recebimento e expedição;
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3. Localizar áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e de estocagem;


4. Definir o sistema de localização de estoque;
5. Avaliar as alternativas de layout do armazém.

A Tabela 01 mostra algumas especificações que Viana (2000) traz como essenciais para um
layout de eficiência.

Tabela 01: Disposição física de um Layout

Itens de Os itens mais procurados devem estar mais próximos da expedição e os itens
Estoque menos procurados mais longe da expedição.

Os corredores dentro do depósito deverão facilitar o acesso às mercadorias em


Corredores estoque.

É indispensável às portas de acesso terem um tamanho que permita as passagens


Portas de
de todos os equipamentos de manuseio e movimentação de materiais.
Acesso

Fonte: Adaptado de Viana, página 311, ano 2000.

3. DESENVOLVIMENTO DA TEMÁTICA
O estudo foi realizado no setor de suprimentos de um hospital de grande porte no interior
do estado de São Paulo que atualmente atende 11 cidades de região e é uma entidade
filantrópica.
O setor de suprimentos do hospital possui um oito colaboradores e funciona das 07h às
17h30m. O setor é responsável pelo abastecimento hospitalares para todos os setores do
hospital, sejam administrativos, apoio, atendimento ou enfermagem. São distribuídos materiais
de todos os tipos, exceto medicamentos. Para um funcionamento efetivo, o expediente é
dividido por etapas (Processamento de pedidos, Separação de pedido, Conferência de pedidos,
Baixa no estoque, Distribuição, Armazenagem e Recebimento de Materiais).
O departamento possui um cronograma de atendimento diário, ou seja, cada setor tem
seu dia atendimento. Os pedidos pelos setores solicitantes são realizados através do Software
de Gestão Hospitalar Wareline, o qual é um sistema integrado, sendo que o colaborador que irá
requisitar produtos ao estoque do Setor de Suprimentos faz seu pedido em sua estação de
trabalho e os colaboradores fazem busca dos pedidos na tela do sistema, on-line.
Quando se inicia o processo de separação, os colaboradores do Suprimentos, retiram os
pedidos dos expositores, priorizando os setores que são de atendimento diário, ou seja, aqueles
que atendem diretamente o paciente.
A etapa de separação de pedidos ocorre após o recebimento da requisição eletrônica que
o setor solicitante faz dentro do seu dia programado. O colaborador do setor de Suprimentos
retira a requisição do sistema e inicia-se o processo de separação. Cada colaborador possui uma
prancheta, onde será colocado o pedido e fará suas anotações das situações dos itens (se estão
disponíveis ou não).
Este mesmo colaborador anota em um quadro branco fixado na parede, os setores que
ele atendeu, permitindo assim um controle dos setores que ainda estão pendentes de
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atendimento naquele dia, facilitando a visualização dele. Os itens são separados e após
colocados em caixa (plástica ou papelão), aguardando a baixa no sistema e conferência de outro
colaborador. Somente após o processo de conferência os itens são colocados em equipamentos
de movimentação para o transporte, até o setor solicitante (distribuição).
Abaixo, tem-se as Figuras 01 e 02, um dos colaboradores separando os materiais
requisitados, após esse processo, será feito a movimentação no sistema integrado.

Figura 01 – Separação de Materiais Figura 02 – Separação de Materiais

Fonte: Autor, 2020

A Tabela 02 mostra os tipos de saídas do estoque:

Tabela 02 – Tipos de saída do estoque


Saída de Consumo Interno Transferência entre estoques Saída de Paciente
Nessa etapa ocorre à baixa Etapa onde ocorre a Etapa que ocorre quando
dos itens que são utilizados movimentação entre os um paciente está internado
para as atividades cotidianas estoques. Esta movimentação e necessita de algum item
dos setores, sejam dos setores ocorre quando um estoque no setor de Suprimentos.
administrativos, técnicos ou requisita materiais para o setor Para isto o setor onde o
apoio. de Suprimentos e estes ficarão paciente está internado
armazenados em outro estoque emite uma requisição
para futura utilização pelos eletrônica com o Registro
pacientes. de Atendimento de cada
paciente (RA).
Fonte: Autor, 2020

Após a separação dos pedidos, em todos os casos, os colaboradores do setor de


Suprimentos acessam o software de informação Hospitalar (Wareline) e realiza a
movimentação de saída (baixa de estoque) emitindo a confirmação impressa do atendimento.
A Figura 03 ilustra um colaborar fazendo a movimentação eletrônica no estoque antes
do pedido sair do local.

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Figura 03 – Movimentação eletrônica de estoque

Fonte: Autor, 2020

A conferência de pedidos é o processo realizado após a baixa desses. Em seguida ocorre


a distribuição, fazendo com que os saldos dos produtos sejam movimentados. Após, a
confirmação do atendimento do pedido é impressa uma via do sistema denominada
“movimentação de saída” que é utilizado para a checagem dos pedidos, a fim de que não
ocorram erros de comunicação e entrega, podendo afetar a efetividade do processo. O
colaborador tem a responsabilidade de analisar o pedido, item por item, de modo que tudo esteja
conforme o requisitado.
A Figura 04 ilustra como o pedido é conferido fisicamente:
Figura 04 – Conferência dos pedidos.

Fonte: Autor, 2020

A distribuição dos pedidos é feita após a conferência do pedido. O pedido é transportado


por um colaborador que coloca os materiais dentro do veículo e o transporta até o destinatário.
Junto com os materiais o colaborador leva a requisição impressa para o destinatário assinar e
confirmar que recebeu ou não os materiais.
A distribuição é programada. Cada dia da semana um ou mais setores são atendidos pelo
setor de Suprimentos, de maneira padronizada e atendendo a demanda. Já o setor cirúrgico é
abastecido diariamente pelo setor de Suprimentos.
A Figura 05 mostra a forma como o pedido é distribuído para os setores do hospital:

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Figura 05 – Distribuição de Pedidos

Fonte: Autor, 2020

O funcionamento do armazenamento ocorre utilizando prateleiras ou paletes e é


separada por codificação do produto, por popularidade e similaridade.
Armazenagem por codificação:
O meio de armazenamento por codificação funciona identificando o produto e em
seguida etiqueta-se ele com suas informações básicas.
Armazenagem por popularidade e similaridade:
No setor de suprimentos todos os produtos são organizados por similaridade e
popularidade, de maneira a auxiliar o colaborador a encontrar o mesmo em outro instante que
requeira mais pressa.
Armazenagem em paletes ou prateleiras:
Armazenamento dos produtos é feito exclusivamente em prateleiras e em paletes, pois os
produtos ali alocados requerem um cuidado extra, além de evitar perdas e o ambiente se tornar
mais organizado.
A Figura 06 demostra como é feito o armazenamento das luvas:
Figura 06 – Armazenamento de Luvas

Fonte: Autor, 2020

O processo de recebimento tem início quando os fornecedores chegam até a recepção


fiscal e entregam a Nota fiscal para verificação das informações. Os colaboradores da Recepção
fiscal irão confrontar as informações da nota com os dados do pedido emitido pelo

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departamento de compras. Essas informações estão relacionadas com valores, quantidades,


prazo de pagamento, dados da empresa fornecedora e dados do hospital.
Se houver alguma divergência a recepção fiscal entra em contato com o departamento
de compras ou com o Supervisor de Suprimentos para definir as atitudes a serem tomadas.
Quando os pedidos e as notas fiscais estão corretos a recepção fiscal encaminha aos
colaboradores do setor de Suprimentos para início da conferência física.
Neste momento, a transportadora descarrega as mercadorias e a partir disso os
colaboradores verificam avarias e as quantidades se estão de acordo com os pedidos.
Quando ocorre a finalização do processo de conferência, o canhoto de nota fiscal é
assinado e devolvido para a transportadora. Em seguida, a nota fiscal é devolvida para a
recepção fiscal que irá providenciar a entrada no sistema de informatização Wareline.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após desenvolvimento do estudo de caso e a revisão de literatura foi possível identificar


que a empresa que foi objeto de estudo apresenta como força a organização do setor de
Suprimentos da organização. Destaca-se como força, pois mesmo com as deficiências de
estrutura os critérios de armazenagem são respeitados, ou seja, não há itens no chão e nem
encostados nas paredes. Desta forma, os pedidos de materiais semanais podem ser atendidos
com confiabilidade.
Apesar das forças destacadas acima, a pesquisa identificou que o setor de suprimentos
do Hospital possui algumas fraquezas no que diz respeito a estrutura do almoxarifado que não
apresenta as melhores condições, o espaço de estocagem não é amplo e dificulta a locomoção.
Para melhoria na estrutura do setor de suprimentos, sugere-se uma readequação no local
transformando o espaço hoje ocupado pelos suprimentos, em galpão único e sem paredes.
Outro ponto sugerido é a implantação de estruturas porta pallets e estantes deslizantes
as quais permitem maior aproveitamento de espaço na armazenagem e facilitam a
movimentação de materiais, conforme mostra a Figura 07.

Figura 07 – Porta Paletes

Fonte: www.imam.com.br

Os equipamentos de movimentação de materiais utilizados na distribuição de produtos


pelo hospital não são adequados para o ambiente hospitalar, pois fazem muito barulho, exigem
a capacidade física do colaborador e muitas vezes, eles não suportam o pedido, prejudicando as
atividades operacionais e em alguns casos gerando gargalos.
Como sugestão para movimentação interna do hospital, no mercado existem
equipamentos adequados com rodízios confeccionados em gel que não fazem barulho e não
atrapalham locais onde há pacientes em tratamento. Existem também equipamentos adequados
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que facilitam a movimentação de materiais e garantem a sua integridade física do ponto de


origem ao ponto de destino, tais como carrinhos e rebocadores elétricos, conforme a Figura 08:

Figura 08 – Carrinho elétrico para movimentação

Fonte: www.freedoon.com.br

O sistema informatizado utilizado possui uma estrutura desorganizada e confusa. O


sistema ainda não apresenta velocidade na entrega das informações, e muitas vezes podem
ocorrer travamentos prejudicando as rotinas dos suprimentos.
Outra fraqueza do sistema está relacionada a fidelidade das informações, pois não há
segurança dos dados para tomada de decisão. Para ajuste da fraqueza software de gestão sugere-
se a implantação do sistema ERP MV2000, que possui ferramentas que permitem a eficácia da
gestão de suprimentos. Entre os benefícios pode se citar os listados abaixo.

• Aperfeiçoa a identificação dos procedimentos glosados, facilitando a conciliação dos


extratos dos convênios e recuperando receita de contas rejeitadas indevidamente.
• Assegura o correto ciclo de compras, eliminando os desperdícios e aumentando a
eficiência na gestão de materiais, sejam produtos, equipamentos, medicamentos ou
serviços.
• Aumenta o capital de giro e reduz custos com a otimização do processo de compras
baseado em níveis de estoque e histórico de consumo.
Para a implantação desse sistema, se faz necessário a troca de todos os terminais
(máquinas, computadores e servidores) e implantação de leitores de códigos de barras. Levando
esse ponto em consideração, o custo para implantação fica em torno de R$1.000.0000,00.
Apesar dos elevados valores de implantação deve se levar em consideração a relação
custo/benefício, na qual o software citado irá proporcionar agilidades operacionais, financeiros
e também teria o ganho de algumas funções como rastreabilidade do produto. Destaca-se ainda
que a empresa MV2000 possui programas de benefícios para instituições filantrópicas e permite
financiamentos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo inicial do projeto foi demonstrar os processos de Logística de Suprimentos


Hospitalares, com a finalidade de avaliar os possíveis gargalos operacionais e desenvolver
propostas de soluções aos problemas encontrados.
Através do desenvolvimento de pesquisas teóricas e práticas com estudo de caso, pode-
se concluir que a logística é função vital nas organizações, sejam elas produtoras de bens ou
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serviços. Em instituições hospitalares filantrópicas a administração é um grande desafio uma vez


que o hospital é uma organização muito complexa em suas atividades, sejam elas técnicas,
administrativas ou de apoio.
A logística está associada ainda com eficiência e eficácia dos processos de
armazenagem, movimentação de materiais, controles de estoque e distribuição física. Esses
processos demonstram a relevância de uma logística bem executada que garanta os produtos
certos e no tempo certo. Em um hospital essas atividades assumem papel que impacta
diretamente no atendimento aos pacientes, uma vez que é indispensável ter produtos
estratégicos em um pronto socorro, para um momento de urgência.
Durante o desenvolvimento do estudo de caso ficou evidente a importância da
estruturação de processos logísticos bem definidos, os quais permitem que a organização
hospitalar estudada consiga atingir o sucesso operacional e o equilíbrio orçamentário.
Após finalização de estudos teóricos e práticos, é possível identificar a importância da
presença do tecnólogo em logística, pois ele é capacitado para gerenciar, estruturar e
operacionalizar funções a fim de contribuir para efetividade dos processos que envolvem a rede
de suprimentos.
Sugere-se futuros trabalhos para implantação das propostas aqui mencionadas e a
demonstração dos resultados obtidos.

REFERÊNCIAS
BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5ª ed.
Porto Alegre/SC: Bookman, 2006.

BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas,1993.

BARBIERI, José Carlos. MACHLINE, Claude. Logística Hospitalar: Teoria e Prática. São
Paulo: Saraiva, 2006.

CHING, Hong Yuh Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada – Supply Chain.
2º ed. São Paulo: Atlas,2001.

SBROCCO, Emília. Logística Hospitalar: Salvando Vidas. Site especializado em


informações logísticas. Disponível em <http://www.guialog.com.br/ARTIGO201.htm>.
Acesso em: 10/02/2019 às 14h45m.

VIANA, J. J. - Administração de Materiais: Um enfoque prático, 1 edição, editora Atlas,


São Paulo, 2010

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