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Ano: 2019
1
Raíssa Quintino de Paula Xavier
Análise Criminal I
1ª Edição
2019
Curitiba, PR
2
Editora São Braz
Rua Cláudio Chatagnier, 112
Curitiba – Paraná – 82520-590
Fone: (41) 3123-9000
Revisão de Conteúdos
Murillo Hochuli Castex
Revisão Ortográfica
Juliano de Paula Neitzki
Desenvolvimento Iconográfico
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério
FICHA CATALOGRÁFICA
3
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz!
4
Sumário
Prefácio ................................................................................................................. 06
Aula 1 – Introdução à análise criminal ................................................................... 07
Apresentação da Aula 1 ........................................................................................ 07
1.1 Introdução ................................................................................................ 07
1.2 Definições e conceituações ...................................................................... 10
1.3 Análise criminal passo a passo ................................................................. 12
1.4 As dificuldades da análise criminal no Brasil ............................................. 13
1.5 O papel do analista criminal ...................................................................... 14
1.6 Análise criminal e seu campo de aplicação ............................................... 16
Resumo da Aula 1 ................................................................................................. 18
Aula 2 – A importância da análise criminal ............................................................. 19
Apresentação da Aula 2 ........................................................................................ 19
2.1 Análise criminal e a nova perspectiva de policiamento ............................. 20
2.2 Dever do Estado de prestar segurança pública ........................................ 20
2.3 A importância da polícia ........................................................................... 22
2.4 Nova perspectiva de policiamento e a análise criminal ............................. 23
2.5 Focalização das ações e o trabalho do analista criminal ........................... 24
2.6 A dinâmica do trabalho do analista criminal .............................................. 25
2.7 Focalização das ações ............................................................................. 25
2.7.1 Valorização de uma perspectiva local de ação ...................................... 26
2.7.2 Focalização de tipos criminais específicos para intervenção ................. 26
2.8 Análise criminal x alocação de recursos ................................................... 28
Resumo da Aula 2 ................................................................................................. 30
Aula 3 – Estatística................................................................................................. 32
Apresentação da Aula 3 ........................................................................................ 32
3.1 Princípios básicos da estatística ............................................................... 32
3.1.1 Conceitos .............................................................................................. 32
3.2 Fases do método estatístico ..................................................................... 34
3.3 Método probabilístico ............................................................................... 35
3.3.1 Amostragem casual ou aleatória simples .............................................. 36
3.3.2 Amostragem proporcional estratificada ................................................. 37
3.3.3 Amostragem sistemática ....................................................................... 38
3.3.4 Amostragem por conglomerados ou agrupamento ................................ 38
3.4 Métodos não probabilísticos ..................................................................... 39
5
3.4.1 Amostragem acidental .............................................................................. 39
3.4.2 Amostragem intencional ........................................................................... 39
3.4.3 Amostragem por quotas ........................................................................... 39
3.5 Vertentes básicas ........................................................................................ 40
3.5.1 Vertentes da produção de conhecimento de segurança pública ............... 40
3.5.2 Análise criminal estratégica ...................................................................... 40
3.5.3 Análise criminal tática ............................................................................... 41
3.5.4 Análise criminal administrativa ................................................................. 41
3.5.5 Coleta de informações .............................................................................. 42
3.6 Tipos de coleta de dados ............................................................................. 42
Resumo da Aula 3 ................................................................................................. 43
Aula 4 – Instrumentos para realização da análise criminal .................................... 45
Apresentação da Aula 4 ........................................................................................ 45
4.1 Métodos de abordagem .............................................................................. 45
4.2 Análise de conteúdo ................................................................................... 46
4.3 Estudo de caso ........................................................................................... 46
4.4 Avaliação de impacto ................................................................................. 46
4.5 Realização de survey ................................................................................. 48
4.6 Análise de dados secundários .................................................................... 48
4.7 Construção de questionário ........................................................................ 48
4.8 O contexto social da aplicação do questionário .......................................... 49
4.9 Estrutura lógica do questionário ................................................................. 49
4.10 Formulação das perguntas do questionário .............................................. 51
4.11 Fontes de dados e informações de segurança pública ............................. 53
4.12 Pesquisa de vitimização ........................................................................... 55
4.13 Fontes de informações de dados socioeconômicos e urbanos ................. 57
Resumo da Aula 4 ................................................................................................. 59
Resumo da disciplina ............................................................................................ 61
Índice Remissivo ................................................................................................... 63
Referências ........................................................................................................... 66
6
Prefácio
7
Aula 1 – Introdução à análise criminal
Apresentação da aula 1
1.1 Introdução
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fossem elas vítimas ou testemunhas, para posteriormente sistematizar tais
dados e utilizá-los para consultas e análises.
Pesquise
O manual Análise Criminal – Nível Multiplicadores,
publicado pelo SENASP, apresenta conhecimentos relativos
à identificação de parâmetros temporais e geográficos do
crime, a fim de auxiliar a detectar a atividade da delinquência.
Seguindo uma proposta de metodologia inovadora, o
material objetiva a formação de agentes multiplicadores dos
conhecimentos adquiridos. Disponível em:
https://acervodigital.ssp.go.gov.br/pmgo/bitstream/12345678
9/351/31/Manual%20-
%20Curso%20Multiplicador%20de%20An%C3%A1lise%20
Criminal%20-%20SENASP.pdf
Vocabulario
A locução latina modus operandi é utilizada para definir a
maneira por meio da qual uma pessoa ou uma associação,
empresa, organização ou sociedade, trabalha ou realiza
suas ações.
Foi assim que a análise criminal começou a ter emprego fundamental nas
operações policiais de diversos países, especialmente na Inglaterra e nos
Estados Unidos, cujo objetivo era mapear os locais de maior e menor incidência
de determinados crimes no âmbito das cidades.
Em meados dos anos 1960, a análise criminal passou a se consolidar nos
Estados Unidos, sendo implantadas unidades de análise criminal em alguns
departamentos de polícia cujo trabalho era identificar o modus operandi de
9
alguns casos e determinar eventual vinculação de criminosos conhecidos com
crimes cometidos em determinada área.
Desde então, a análise criminal foi se popularizando, encontrando
respaldo até mesmo na própria população, que passou a criar o Policiamento
Comunitário, e foi também alvo de diversos artigos e manuais.
Análise Criminal
Fonte: https://crimetechweekly.com/wp-content/uploads/2016/05/crime-analysis.jpg
10
A ausência de cultura técnica no tocante à existência de uma base
de dados que a sustente.
11
possibilitando um melhor planejamento no tocante à segurança pública, pois faz
parte da Inteligência.
Desse modo, seu objetivo é apoiar as decisões estratégicas dos órgãos
de polícia na área operacional e tática, possibilitando melhor aproveitamento de
recursos humanos e financeiros, com a finalidade de prevenir e reduzir a
criminalidade. Logo, trata-se aqui de um trabalho realizado tanto de maneira
preventiva quanto de maneira repressiva, elaborado com base em dados
concretos de estatística.
12
1.3 Análise criminal passo a passo
Vocabulario
O termo cediço é utilizado para designar algo ou um fato que
é de conhecimento geral.
13
1.4 As dificuldades da análise criminal no Brasil
14
Para Refletir
A análise criminal enfrenta alguns problemas de aplicação
em razão da falta de investimento para melhoria das áreas
citadas acima. Porém, é interessante que esses recursos
sejam alocados para realizar essas melhorias, gastando mais
agora para minimizar gastos no futuro, ou seria melhor gastar
nas ações já existentes de combate ao crime (ex: compra de
armamento, contratação de efetivo, treinamentos etc)?
Analista criminal
Fonte: http://images.centerdigitaled.com/images/03_Camden+013s.jpg
Todos os processos por ele realizados têm como objeto coletar e oferecer
informações sobre padrões de crimes e suas correlações de tendências e os
resultados por ele obtidos servirão de base para a elaboração do planejamento
e distribuição de recursos públicos em razão da necessidade para a prevenção
15
e supressão de eventos criminosos. Cabe, então, ao analista criminal, o árduo
papel de interpretar um universo de informações, não estando restrito, assim,
apenas à coleta destas.
Via de regra, o trabalho do analista criminal hoje se limita à tabulação de
registros sobre crimes. Porém, em alguns casos se verifica a estatística acerca
de dados sobre vitimização e elementos urbanos e populacionais vinculados a
ocorrências criminais.
Em determinados casos, sua função pode ir além das normais em matéria
de análise criminal, sendo ele solicitado para participar de reuniões, elaborar
pareceres, realizar funções de assessoria, auxiliar na criação ou monitoramento
de políticas públicas etc. Portanto, o analista criminal pode ser desde o policial
atuante em delegacia, como o funcionário em nível de planejamento estratégico.
Entretanto, por se tratar de um instrumento inovador, a demanda por
especialização na área ainda é pequena, não havendo, desse modo, muitos
profissionais capacitados à realização correta do trabalho. Assim, cumpre frisar
que o analista criminal possui uma importância muito grande no tocante ao
sucesso das operações realizadas pelos órgãos de segurança pública, visto que
influencia de maneira direta no processo da tomada de decisão acerca da melhor
maneira de solucionar o problema.
Ou seja, o analista é o profissional que possui maior conhecimento acerca
tanto dos dados quanto de possíveis fontes de dados, sendo então
imprescindível para o aperfeiçoamento das análises.
Importante
É preciso ter em mente que não é o analista criminal que irá
resolver os problemas da criminalidade, pois ele não possui
poder de decisão. O seu trabalho é fornecer alternativas de
combate ao crime, apresentar os dados estatísticos acerca da
dinâmica de ocorrência dos crimes, realizando mapeamento
criminal das áreas que conclui necessitarem de maior atenção
policial. É, portanto, o responsável pelas estatísticas fáticas,
possuindo o dever de comunicar seus superiores com maior
brevidade possível, apresentando soluções viáveis frente aos
recursos disponíveis.
16
Porém, mesmo que não tenha o poder de decisão direto, seu parecer e
as estatísticas por ele realizadas possuem grande influência na tomada de
decisão, se tornando, assim, um profissional importantíssimo para os órgãos
policiais.
As informações sistematizadas pelo analista criminal é que irão contribuir
para que os órgãos de polícia possam realizar o trabalho de maneira mais
eficiente, seja no tocante à garantia da ordem pública, seja na resposta à prática
criminal.
É óbvio que não é um trabalho fácil, pois envolve diversos processos,
tendo sempre como objetivo encontrar padrões de crimes e suas correlações de
tendências. Para isso, não basta apenas conhecimento técnico acerca de
estatísticas e programas computacionais, mas também uma visão apurada para
vislumbrar as particularidades das fontes que tem à disposição e trabalhar com
os dados obtidos. Afinal, o trabalho realizado pelo analista criminal não se limita
só ao planejamento de ações futuras pelos órgãos de segurança pública, mas
também diz respeito às ações de patrulhamento diário, melhores meios de
realizar uma investigação, melhoria nas operações especiais e unidades táticas.
Embora possa ser considerado um trabalho de bastidor, o trabalho do
analista criminal é de extrema importância, pelo fato de possuir caráter
norteador, segundo o qual irá guiar a tomada de decisão, influenciando, assim,
que os órgãos públicos possam decidir pela melhor opção quando optarem por
realizar algum tipo de ação ou política de segurança.
Portanto, o trabalho do analista deve ser realizado com seriedade;
atenção aos detalhes e eventuais atualizações referentes aos dados
consultados; comprometimento; pesquisa; conhecimento acerca das melhores
fontes a serem utilizadas, bem como dedicação. Afinal, é o trabalho que irá
determinar qual a melhor opção para solucionar um problema e como os
recursos públicos podem ser melhor aplicados.
17
quase nenhuma valia se não puder ser corroborada, comparada ou relacionada
à outra, visando assim encontrar seu verdadeiro significado, que é o mais
importante em matéria de análise criminal.
Pode-se dizer que a análise criminal é um instrumento auxiliar de
previsão, pois é um conjunto de premissas que, quando feitas corretamente,
permitirão uma previsão mais próxima da realidade. Afinal, se as premissas
forem incorretas, o resultado também o será, não importando quantos dados ou
fatos foram considerados para a realização da pesquisa.
O campo de aplicação da análise criminal, pode-se dizer que está descrito
em duas dimensões principais:
Importante
O objetivo da análise criminal pode ser descrito, então, como o
de apoiar as decisões estratégicas policiais nas áreas
operacionais e táticas, aprimorando a utilização de recursos
materiais e humanos, além de auxiliar na prevenção e redução
da criminalidade.
18
Existem divisões de análise especializadas, de modo que algumas são
responsáveis pelo exame sistemático dos boletins de ocorrência referentes à
determinados tipos penais, podendo, assim, vislumbrar a hora, local,
semelhanças entre as ocorrências e demais elementos que possam contribuir
para a delimitação do modus operandi e, consequentemente, promover a
identificação dos autores dos delitos.
É com base nesses dados que a análise criminal auxilia as políticas de
segurança pública e justiça criminal, objetivando sempre otimizar os recursos
utilizados para fins de prevenção de crimes e punição dos autores, fazendo com
que as verbas destinadas à segurança pública sejam utilizadas de maneira
assertiva.
Ademais, quando se utiliza a análise criminal, as atividades realizadas
pelos órgãos de segurança pública passam a não ser só de repressão do crime,
mas também de prevenção, visto que é possível detectar áreas de maior
incidência criminal, permitindo, assim, o deslocamento de esforços para essas
áreas.
Portanto, o campo de aplicação da análise criminal é amplo, melhorando
o funcionamento dos órgãos de segurança pública e justiça criminal, criando
mecanismos mais efetivos de prevenção e repressão do crime, rompendo,
assim, com a tradicional ação da polícia, porque possibilita a integração de ações
policiais com ações sociais.
Após a explanação realizada, é possível concluir que a análise criminal
possui papel determinante para órgãos de segurança pública e justiça criminal,
sendo que o seu campo de aplicação visa ao fornecimento de informações para
os referidos órgãos, bem como fornece alternativas para a otimização dos
recursos destinados à segurança pública. Do mesmo modo, é visível que a
importância do analista criminal dentro dos órgãos policiais é sedimentada, visto
que seu trabalho influencia de maneira direta a tomada de decisão.
Resumo da aula 1
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ações e políticas públicas de maneira mais assertiva, que atendam a demanda
do local no qual irão incidir.
É dessa forma que a análise criminal, além de contribuir para parte da
solução do grande problema que é a criminalidade, também contribui para que
os trabalhos de prevenção e repressão possam ser realizados de maneira mais
efetiva, maximizando os resultados, mesmo com poucos recursos disponíveis.
Nesse sentido, o papel do analista criminal se faz importantíssimo, pois é
por meio do trabalho por ele realizado que as informações serão sistematizadas
de modo a alcançarem uma conclusão o mais perto possível da realidade.
Embora não seja de responsabilidade do analista criminal, diretamente, a
tomada de decisão, o resultado de seu trabalho, suas conclusões e pareceres é
que irão influenciar de maneira incisiva a tomada de decisão, fazendo com que
alcance maior efetividade em matéria de segurança pública.
Portanto, é visível que a análise criminal é um instrumento necessário
para a prevenção e repressão da criminalidade, buscando sempre atender as
demandas sociais de maneira assertiva, alocando maiores recursos em áreas
de maior demanda, garantindo, assim, a ordem pública e a boa utilização dos
recursos públicos.
Atividade de Aprendizagem
Elabore um texto discorrendo acerca da importância da análise
criminal para as ações de políticas de segurança pública,
mencionando também acerca do papel desenvolvido pelo
analista criminal.
Apresentação da aula 2
Esta aula tem por objetivo avaliar a análise criminal frente à nova
perspectiva de policiamento, demonstrando como a maneira de fazer segurança
pública vem mudando ao longo dos anos.
20
Desse modo, serão apresentados também os benefícios da realização
focalizada das ações, buscando encontrar a verdadeira causa de um problema
e a melhor solução para ele.
No tocante às soluções para os problemas de segurança pública, será
abordado o tema de alocação de recursos, que está diretamente ligado à análise
criminal, visto que ela possibilita melhor alocação de recursos, permitindo que as
ações ou políticas de segurança pública sejam realizadas de maneira a melhor
utilizar as verbas públicas disponíveis.
21
Além disso, em termos nacionais, a Constituição Federal de 1988 prevê
em seu texto a segurança pública como sendo dever do Estado. Observe:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
I - polícia federal;
IV - polícias civis;
22
cabe ao Estado implantar mecanismos e investir em soluções que resolvam os
problemas de segurança pública, sejam elas de prevenção ou de repressão.
23
2.4 Nova perspectiva de policiamento e a análise criminal
24
Afinal, a lógica do policiamento tradicional era de que o trabalho policial era
realizado apenas com fins de repressão, agindo apenas quando o crime já havia
ocorrido, dando assistência à vítima, investigando para encontrar o autor e
encaminhá-lo ao judiciário para punição.
Todavia, o papel da polícia vem se modificando, tomando outras formas,
agindo também de maneira preventiva, buscando garantir a segurança pública
de outros modos além do tradicional.
É nesse sentido que a análise criminal se faz importante e necessária,
pois possibilita aos agentes de polícia e órgãos de segurança pública planejarem
suas ações de maneira mais efetiva, visto que estarão de posse de dados que
transmitem a real situação.
A análise criminal permite que sejam encontrados os locais onde,
estatisticamente, há maior incidência de crimes, quais as regiões que
necessitam de maior atuação policial, quais são os tipos de crimes que ocorrem
com maior frequência nestas regiões etc. Em posse dessas informações, os
órgãos de segurança pública e justiça criminal podem planejar melhor o
deslocamento de pessoal, as patrulhas a serem feitas, bem como encontrar
soluções preventivas por meio de ações e/ou políticas de segurança pública.
Também é por meio dos dados obtidos por intermédio da análise criminal
que os órgãos de segurança pública e justiça criminal podem adequar o
orçamento disponível, alocando recursos nos locais que mais necessitam, ao
passo que podem optar por soluções mais efetivas, que maximizem os recursos
públicos.
Sendo assim, a análise criminal é um instrumento-chave para esta nova
perspectiva de policiamento, tendo em vista que possui meios para coletar
informações importantes, não só em matéria de repressão, mas também de
prevenção e de melhor utilização de recursos. É por meio da análise criminal que
as políticas e ações públicas poderão atingir maior eficiência, mesmo com a
quantidade limitada de recursos públicos disponíveis.
25
específico. Para isso, é necessário primeiramente explanar acerca da dinâmica
do trabalho do analista criminal.
Desse modo, todas essas etapas devem ser cumpridas quando o analista
recebe os dados coletados ou analisa dados provenientes de banco de dados
de segurança pública. Conforme dito anteriormente, um bom analista é aquele
que procura diversas fontes para realizar seu trabalho, não esquecendo de incluir
nele também as fontes provenientes de instituições privadas realizadoras de
pesquisa acerca da temática segurança pública e justiça criminal.
26
2.7.1 Valorização de uma perspectiva local de ação
Focalizar uma perspectiva local de ação faz com que a instituição da qual
o analista faz parte seja bem informada, eficiente e capaz de utilizar seus
recursos de modo a reduzir a criminalidade.
Para que esta perspectiva seja colocada em prática, o analista deve
conversar com os policiais para saber mais como eles desenvolvem seu
trabalho, participar de maneira direta nas atividades realizadas pelos órgãos de
segurança pública, manter relacionamento com empresas de segurança pública
para trocarem informações, trabalhar em rede com analistas criminais de regiões
vizinhas, realizar a coleta de informações diretamente com o agressor e a vítima,
bem como contribuir para a criação de novos meios para aprimorar a coleta de
informações.
Ou seja, é importante que o analista criminal desempenhe seu trabalho
de maneira dinâmica, sempre buscando pelo aprimoramento dos meios de
coleta e processamento de dados, assim como não deixe de considerar outras
fontes além das oficiais. Isso porque são fontes complementares, que auxiliam
para que os resultados alcançados sejam mais próximos da realidade.
27
Portanto, partindo do princípio de que cada tipo penal possui causas
particulares, é imprescindível que o analista as avalie separadamente,
permitindo, assim, a melhor compreensão do fenômeno criminal estudado.
Um exemplo que elucida a importância da focalização dos tipos criminais
específicos são os crimes cometidos contra as mulheres.
28
este método permitirá que o objeto de estudo seja focado, concentrado, e os
resultados provenientes sejam condizentes com o que se busca.
Para Refletir
Quais são as vantagens de realizar a análise criminal?
29
Ao analisar o gráfico, é visível que os estados são os que mais
despendem recursos para segurança pública. Também é possível verificar que
os gastos vêm aumentando a cada ano, desde 2012, tendo o seu ápice no ano
de 2015. Antes disso, os gastos oscilavam, ora aumentavam, ora diminuíam.
Entretanto, o aumento dos gastos não refletiu na diminuição da criminalidade.
Em razão da escassez de recursos e de suas limitações, é preciso
repensar a maneira com que se planeja e executa projetos concernentes a
políticas de segurança pública. Ou seja, não significa que apenas investir mais
dinheiro/recursos em segurança pública irá reduzir as taxas de criminalidade,
pois é necessário, primeiramente, investir com inteligência.
É aí que o trabalho do analista criminal transmite sua importância. Isso
porque, em virtude dos dados coletados e das análises realizadas, que o analista
criminal irá transmitir seu parecer, apresentando às autoridades policiais qual
poderia ser a melhor solução para determinado problema e a relação custo-
benefício.
A análise criminal, então, tem muito a contribuir para o melhor
aproveitamento dos recursos, utilizando-os da melhor maneira possível, fazendo
"mais com menos", pois coleta e sistematiza dados que traduzem a realidade
acerca da criminalidade, podendo, assim, alocar recursos onde mais se fazem
necessários.
Conclui-se, com base em todo o explanado nesta aula, que o trabalho do
analista criminal contribui muito para a segurança pública, não só porque busca
soluções para os problemas enfrentados, como também apresenta opções de
acordo com o melhor custo-benefício, utilizando melhor o dinheiro investido
nesta área.
Ademais, quando o analista desempenha seu papel com seriedade,
buscando focar nas ações, separando ao máximo as variáveis, consegue
resultados mais próximos possíveis da realidade, encontrando a raiz do
problema e podendo vislumbrar assim uma solução para ele.
Portanto, o profissional que se dedica a este estudo, embora não possua
autoridade direta para tomar decisões, possui conhecimento específico para
identificar quais as melhores medidas a serem tomadas, seus possíveis
resultados, podendo apontar qual será a mais vantajosa.
30
É importante lembrar que nem sempre a solução que requeira menos
recursos públicos é a melhor, pois não basta apenas economizar, mas sim usar
de maneira inteligente o dinheiro público. Logo, quando há uma medida cujo
gasto apresente perspectiva de maior eficiência, deve-se analisar se esta
medida não deveria ser tomada, pensando não só na economia, mas também
na otimização.
Resumo da aula 2
31
No tocante à focalização das ações, dois pontos foram destacados:
valorização de uma perspectiva local de ação e focalização dos tipos criminais
específicos para intervenção.
Quanto à valorização de uma perspectiva local de ação, demonstrou-se
que quanto mais o analista criminal se mantém atualizado sobre os dados em
uma perspectiva local, mais informada estará sua instituição. Para que ele se
mantenha atualizado, foi exposta a necessidade de dialogar com policiais,
participar ativamente de atividades realizadas por órgãos de segurança pública
e justiça criminal, manter diálogo com empresas de segurança pública para troca
de informações, trabalhar em rede com analistas criminais de outras regiões,
realizar a coleta de informações diretamente com o agressor e com a vítima,
quando possível, e contribuir para a criação de novos meios que aprimorem o
processo de coleta de informações.
Já no que tange à focalização dos tipos criminais específicos, explanou-
se a necessidade de o analista criminal analisar o fenômeno da criminalidade
dividindo-o em grupos. Ou seja, não apenas o tipo penal em si, mas suas
especificidades, como no caso dos crimes cometidos contra as mulheres
utilizado como exemplo.
Por fim, foi comentado acerca da relação da análise criminal com a
alocação de recursos, em que foi demonstrada a importância da análise criminal
para melhor aproveitamento dos recursos públicos disponíveis, frisando que os
dados coletados pelo analista auxiliam na elaboração do planejamento
orçamentário e de recursos humanos.
Atividade de Aprendizagem
Discorra acerca da relação da análise criminal com o melhor
aproveitamento dos recursos governamentais e como esta
contribui para a otimização dos gastos públicos.
32
Aula 3 – Estatística
Apresentação da aula 3
3.1.1 Conceitos
33
dados acerca de todos os indivíduos que compõem uma
população, a depender do tamanho;
34
Dado estatístico: é um dado numérico considerado matéria-prima
sobre a qual se aplicará o método estatístico.
1ª fase
• Definição do problema: ou seja, saber exatamente qual será o objeto da
pesquisa;
2ª fase
• Planejamento: definir quais fontes serão utilizadas e como será realizado
o levantamento das informações (se censitário ou por amostragem), quais
dados serão obtidos, qual será o cronograma e os custos para a realização
da pesquisa;
3ª fase
• Coleta de dados: é a fase operacional, na qual os registros serão
sistematizados. Os dados coletados podem ser de dois tipos: primários ou
secundários.
35
possui maior facilidade de recusa por parte do entrevistado, o que faz com que
a pesquisa demore a ser concluída. Já os questionários podem ser muito
demorados e ter sua média de participação muito baixa, mas é vantajoso, pois
não há a influência do entrevistador no momento das respostas.
Os dados secundários, por sua vez, são aqueles obtidos por meio de algo
já disposto, e provém da coleta direta de dados.
4ª fase
•Apuração dos dados: é o momento em que os dados serão resumidos por meio de
contagem e agrupamento, sendo condensados e tabulados.
5ª fase
•Apresentação dos dados: existem duas formas de apresentação de dados: a forma
tabular, que consiste em uma apresentação numérica dos dados em linhas e colunas
ordenadas, segundo as normas do Conselho Nacional de Estatística; e a forma gráfica,
que consiste em uma apresentação geométrica dos números, permitindo a visualização
mais clara e rápida dos resultados. É importante esclarecer que estas formas de
apresentação não se excluem mutuamente.
6ª fase
•Análise e interpretação de dados: a última e mais importante fase, na qual haverá a
realização de cálculos de medidas e coeficientes, cuja principal finalidade é descrever o
fenômeno pesquisado (na estatística descritiva). Quando se tratar de estatística indutiva,
a interpretação dos dados será feita com base na teoria da probabilidade.
Por exemplo: sendo N uma população, cada membro terá 1/N chances de ser
selecionado.
36
Nos itens a seguir, serão apresentados os métodos probabilísticos
utilizados para realizar a seleção dentro de uma amostragem, obtendo, assim, a
amostra que será utilizada na pesquisa.
37
Tabela de Números Aleatórios
Fonte: http://www.xn--concurseiroestatstico-87b.com/2016/11/tabela-de-numeros-aleatorios_21.html
38
3.3.3 Amostragem sistemática
39
3.4 Métodos não probabilísticos
40
3. Por fim, fixar quotas para cada entrevistador que irá selecionar os
entrevistados, de tal modo que a amostra contenha a proporção determinada na
fase anterior.
41
É focada em formular políticas públicas, produzir conhecimento com
intuito de reduzir a criminalidade, realizar o planejamento e desenvolvimento de
soluções para a criminalidade, realizar interação com outras secretarias para o
trabalho de construção de políticas de segurança pública, direcionar
investimentos de maneira assertiva, formulando também o plano orçamentário,
controlar e acompanhar as ações e projetos, assim como formular relatório de
desempenho.
42
3.5.5 Coleta de informações
43
sistematizar os dados coletados e transformá-los em informações úteis para os
órgãos de segurança pública.
Para que a análise estatística seja realizada de maneira correta,
primeiramente os dados nela utilizados devem ser coletados de maneira que não
sejam manipulados, distorcidos ou influenciados. Assim como os métodos para
definição da amostra se mostram importantíssimos, pois eles irão determinar se
aquela amostra pode ou não representar a população como um todo, ou seja, se
podem ser generalizados. Isso porque a escolha do método, se probabilístico ou
não, tem influência direta, visto que um se trata de probabilidade e o outro de
dedução.
Quanto à categorização da análise criminal, não há dúvidas de que cada
vertente possui diferente função e importância, tendo em vista que uma obtém
resultados a longo, outra a médio e a outra a curto prazo, possibilitando, assim,
que a pesquisa seja feita de forma geral, abrangendo tanto necessidades
imediatas como futuras.
Logo, o objetivo da presente aula foi demonstrar que a análise criminal
está intimamente ligada à matemática e à estatística, sendo estes os
instrumentos-base para sua realização e que, por essa razão, devem ser
entendidos, estudados e aprimorados sempre que possível.
Resumo da aula 3
44
tabulados; apresentação dos dados, seja de forma tabular, que consiste em uma
apresentação numérica dos dados em linhas e colunas ordenadas, ou de forma
gráfica, que consiste em uma apresentação geométrica dos números; análise e
interpretação de dados: realização de cálculos de medidas e coeficientes, cuja
principal finalidade é descrever o fenômeno pesquisado.
Posteriormente, foi explicado acerca dos métodos probabilísticos, os
quais garantem cientificamente a aplicação das técnicas estatísticas, cujo
objetivo é fazer afirmações tendo como base um conjunto de valores
representativos de um universo. Para que possam ser utilizados, é exigido que
cada elemento tenha uma chance de ser selecionado.
No mesmo tópico, foram explicados e exemplificados os seguintes
métodos probabilísticos: amostragem aleatória simples, amostragem casual,
amostragem sistemática e amostragem por agrupamentos.
Posteriormente, foi ampliado o estudo acerca dos métodos não
probabilísticos, no qual as escolhas dos elementos da amostra são feitas de
maneira deliberada. Os métodos que podem ser utilizados, que foram
exemplificados em tópicos separados, são: amostragem acidental, amostragem
intencional e amostragem por quotas.
Trabalhou-se, então, com as vertentes básicas, com foco nas vertentes
de produção de conhecimento de segurança pública, descrevendo as categorias
de análise criminal estratégica, tática e administrativa, apresentando seus
objetivos e meios de utilização.
Ao final, iniciou-se o tópico de coleta de informações, discorrendo sobre a
importância da coleta de dados para análise criminal, visto que é o principal
instrumento para o analista realizar seu trabalho, bem como os tipos de coleta
que podem ser realizadas (direta, indireta, contínua, periódica e ocasional).
Este último tópico levará à próxima aula, na qual serão abordados os
métodos de abordagem, a construção de um bom questionário e suas
características, assim como será desenvolvido o tópico de fontes de dados de
informações de segurança pública.
45
Atividade de Aprendizagem
Com base no conteúdo apresentado, diferencie as vertentes de
produção de conhecimento de segurança pública, explicando a
utilidade de cada uma, fornecendo exemplos.
Apresentação da aula 4
46
4.2 Análise de conteúdo
47
O grupo chamado tratado é aquele no qual se implementou a
política ou ação, e o grupo controle é aquele que não a
experimentou.
48
4.5 Realização de survey
49
conceito, pois são eles que irão determinar qual a maneira para transformar os
conceitos a serem investigados em perguntas.
A forma do questionário, por sua vez, no que tange a maneira com que
será aplicado e do número de perguntas que poderá conter, se determina pelo
tamanho da amostragem que será coletada. É importante salientar também que
o tamanho da amostra será determinado pela quantidade de recursos
disponíveis, sejam eles materiais, humanos ou referentes a prazos para
apresentação dos resultados.
50
Nesse sentido, existem algumas recomendações que, se seguidas,
podem auxiliar no processo, são elas:
51
ser elaboradas com o intuito de estabelecer relação de confiança, evitando
abordar assuntos burocráticos como nome, gênero, estado civil, que são
informações que demandam um leve grau de confiança para serem respondidas
de forma a não fazer o entrevistado sentir-se invadido.
As questões também devem obedecer a uma ordem lógica de
aproximação, iniciando por um assunto mais abrangente até chegar em um
assunto mais reduzido. Por exemplo, quando o objetivo é realizar uma pesquisa
acerca da segurança pública em determinado bairro, primeiro é preciso iniciar
questionando sobre o estado, depois sobre a cidade, para só então questionar
acerca do bairro.
Por último, sempre deixar as questões acerca de uma mesma temática
juntas, mantendo a estrutura do questionário coerente e organizada, facilitando,
assim, a resposta por parte do entrevistado.
52
Formulação do questionário
Fonte: https://st.depositphotos.com/1010613/4869/i/450/depositphotos_48698337-
stock-photo-businessman-preparing-checklist.jpg
53
constrangê-lo, explicando que é normal não possuir todas as respostas sempre,
naturalizando a situação.
As perguntas podem ser classificadas em:
Escalar nominal;
Escalar ordinal;
Escalar intervalar.
54
Isso porque, apenas as informações administrativas acerca de segurança
pública e justiça criminal se mostram ineficientes para que se compreendam
todos os fenômenos relacionados à criminalidade e violência, havendo, então, a
necessidade de dar relevância às condições de vida da população.
Os dados comumente utilizados são aqueles fornecidos pela polícia,
Ministério Público, Tribunais e pelo sistema prisional, utilizados diariamente para
fins de administração dos procedimentos de rotina. Entretanto, apenas os dados
oriundos da polícia é que se encontram organizados em banco de dados, embora
hoje a Justiça esteja se informatizando via processo digital.
Esses dados policiais, todavia, não possuem todas as informações
necessárias, pois não incluem informações sociodemográficas, não sendo
possível, então, sem elas, avaliar as políticas de segurança pública.
Importante
São características das bases de dados fornecidas pelos
órgãos de segurança pública:
55
b) Dados de seguradoras, que podem ser utilizados de maneira
complementar para analisar tendências de furtos e roubos de veículos. A
problemática se encontra no fato de que nem todos os veículos que estão em
circulação possuem seguro;
c) Dados datasus/Ministério da Saúde, que por possuírem uma crítica
mais detalhada, por si só, já permitem que se possuam informações mais
detalhadas acerca de homicídios do que os registros policiais. Também
apresentam alguns problemas, visto que há demora na divulgação dos
resultados, justamente por causa da crítica detalhada, mas, mesmo assim, é
uma fonte muito importante para validar os registros da polícia por meio de
confronto de informações.
56
Atualmente, muitos países realizam pesquisas de vitimização em tempos
regulares, por meio de amostragem de população.
Pesquisa de vitimização
Fonte: https://assets-dossies-ipg-
v2.nyc3.digitaloceanspaces.com/sites/3/2018/03/datafolhafbsp_relatoriopesquisavcm0
32017_info1-1024x901.jpg
57
Por essas razões, faz-se necessária a realização da pesquisa de
vitimização, que pode ter maior abrangência, podendo atingir resultados muito
mais próximos da realidade, diferentemente da mera utilização dos dados de
registros oficiais.
Atualmente, devido às campanhas incentivando a denunciar casos de
crimes de violência doméstica e agressão sexual, o número de denúncias em
relação a esses crimes aumentou, demonstrando que a conscientização da
população foi um fator incidente, assim como o acesso à informação e a criação
de departamentos que facilitem a denúncia.
O objetivo principal da pesquisa de vitimização é mensurar os crimes
ocorridos e não registrados, bem como descobrir a razão que levou a vítima a
não registrar a ocorrência. Além disso, essa pesquisa pode fornecer algumas
informações adicionais que são essenciais para o planejamento de políticas
públicas de segurança, sendo elas: o perfil das vítimas e dos agressores; as
circunstâncias em que o crime ocorreu; a relação entre a vítima e agressor; o
custo direto ou indireto que a vítima e também a sociedade tiveram com a
ocorrência do crime; o grau de exposição dos diferentes grupos sociais à
criminalidade; a experiência da vítima com os agentes de segurança pública; a
visão da população acerca da atuação do Estado no que tange à segurança
pública; os níveis de eficácia das ações de policiais frente ao controle da
criminalidade; percepções coletivas sobre o crime.
Portanto, conclui-se então que a pesquisa de vitimização, embora
necessite de maior utilização de recursos financeiros, tem inúmeros benefícios
que, no custo-benefício, fazem com que ela valha a pena. Os resultados obtidos
por ela retratam de maneira mais próxima à realidade, visto que abrange um
segmento não alcançado pelos registros oficiais da polícia, sendo vista como
uma pesquisa complementar de altíssima importância.
58
Censo Demográfico
Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo/censo_demografico.jpg
Pesquise
Em alguns sites, é possível encontrar informações sobre a
situação da segurança pública. Procure acessar cada um
deles e descobrir os recursos disponíveis:
1. Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas:
www.ipeadata.gov.br;
59
Diante do que foi explanado nesta aula, é possível concluir que os
métodos de abordagem, quando aplicados corretamente, possibilitam a
realização da pesquisa de maneira idônea e concreta. Ademais, esses métodos
se complementam entre si, fazendo com que a pesquisa seja a mais completa
possível.
A aplicação de alguns desses métodos exige a realização de questionário,
o qual será o instrumento pelo qual a pesquisa será realizada, possibilitando ao
entrevistador conhecer a opinião do entrevistado acerca de determinado
assunto.
Para que um questionário seja elaborado de maneira efetiva e cumpra seu
papel corretamente, é necessário atentar-se à linguagem, que deve ser
compatível com o público-alvo da pesquisa, bem como com a clareza com que
as perguntas devem ser feitas, para que o entrevistado possa compreendê-las
rapidamente e sentir-se apto a respondê-las.
Além do questionário em si, a abordagem realizada pelos entrevistadores
deve ser feita de maneira educada, com cortesia, para estimular que o
entrevistado queira participar da pesquisa. Quanto mais participantes, mais
acuidade terá a pesquisa, pois captará mais dados passíveis de confronto.
Com relação às fontes utilizadas para coletar dados, é possível vislumbrar
a existência de diversos institutos que se dedicam à realização de pesquisas,
fornecendo dados que podem ser utilizados para fins de análise criminal.
A pesquisa de vitimização pode ser vista como uma fonte complementar,
pois seus resultados atuam sob tópicos não integrados no sistema de registros
oficiais, visto que consegue captar informações acerca de crimes ocorridos e que
não foram denunciados pelas vítimas.
Portanto, conclui-se que a presente aula teve como intuito apresentar os
métodos de abordagem utilizados, demonstrar a importância da formulação de
um bom questionário e da realização da pesquisa de vitimização, instrumentos
que auxiliam na realização da análise criminal, bem como a complementam.
Resumo da aula 4
60
avaliação de impacto e avaliação de dados secundários. Todos esses métodos
são utilizados na medida de suas necessidades e de acordo com o perfil da
pesquisa a ser realizada.
Também foi abordada a melhor maneira de construir um questionário, de
formular as perguntas que nele irão constar, fazendo com que o entrevistado
seja cativado a responder e incentivado a fornecer informações corretas. É
sempre importante lembrar que a linguagem utilizada e a abordagem do
entrevistador têm papel essencial para o sucesso da pesquisa, visto que irão
atrair o entrevistado e facilitar para que ele responda às questões.
Ainda no tocante ao questionário, foi explicada a diferença entre
perguntas abertas e perguntas fechadas, desenvolvendo quais situações cada
uma deve ser aplicada, sendo as perguntas fechadas utilizadas em situações em
que o prazo para conclusão é pequeno e há grande número de entrevistados,
possibilitando, assim, maior coleta de respostas.
Por fim, foi desenvolvido o tópico de fontes de dados de segurança
pública, no qual demonstrou-se que apenas os dados oficiais de registro policial
não são suficientes para realizar uma pesquisa sobre segurança pública e justiça
criminal. Em razão disso, demonstrou-se que é imprescindível utilizar-se de
dados complementares, em conjunto com a pesquisa de vitimização, para que
os resultados a serem obtidos retratem de maneira mais apurada a realidade
sobre a situação da segurança pública.
Atividade de Aprendizagem
Discorra acerca da importância da pesquisa de vitimização,
abordando suas características e objetivos.
61
Resumo da disciplina
62
Índice Remissivo
Introdução ................................................................................................. 07
(Avanços; ciência; tecnologia)
63
(especificações; ramificações; roubos)
Estatística................................................................................................. 32
(Conceitos; princípios; segurança pública)
Conceitos .............................................................................................. 32
(Amostra; população; variável)
64
Análise criminal tática ............................................................................... 41
(Atividades criminais; operadores; subsídios)
65
Referências
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IBGE. Características da vitimização e do acesso à justiça no Brasil. Rio de
Janeiro, 2010. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/cont
eudo/artigos/administracao/principios-de-estatistica/35898. Acesso em março
de 2019.
67
PORTAL DA EDUCAÇÃO. Análise criminal e suas principais características.
Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/
direito/analise-criminal-e-suas-principais-caracteristicas/63017. Acesso em
fevereiro de 2019.
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