Como Ter Saúde Mental Na Quarentena - Usando A Química Do Cérebro A Seu Favor

COMO TER
SAÚDE MENTAL
NA QUARENTENA
USANDO A QUÍMICA DO
CÉREBRO A SEU FAVOR
UNIVERSO CURADORIA www.universocuradoria.com.br

Tudo o que significa aprender e memorizar
modifica o nosso cérebro.
--- Francisco Mora,

Doutor em Neurociências pela
Universidade de Oxford, no livro
"Continuum: Como funciona o cérebro?"

SUMÁRIO
Apresentação 4
Introdução 5
O antigo normal 6
Olá, incertezas! 7
E o cérebro social? 8
Ainda somos tribais 9
O pensar individual 10
Mindfulness 11
Um carrossel de
encrencas 12
Interrompa a espiral
de pânico 15
Para praticar 20
Dopamina 21
Crescimento
pós-traumático 22
O vilão da história 24
Para praticar 26
Oxitocina 28
Diminua a calibragem
do radar 29

SUMÁRIO
Questione a performance 30
Modo camaleão is on 31
Quando o predador
é invisível 34
Para praticar 36
Serotonina 38
A vida não é um concurso 39
A cauda do pavão 40
Multitarefa, você? 41
Para praticar 42
Conclusão 43
Persevere 44
Referências científicas 46
Ficha técnica 47
Aviso de direitos autorais

Todo o conteúdo deste e-book, exceto as fotografias, é protegido por direitos autorais. São
proibidas a reprodução total e parcial, a distribuição e a radiodifusão sem a prévia autorização
da empresa. Citações são permitidas, desde que devidamente creditadas. Eventuais infratores
serão detectados e responderão de acordo com a lei brasileira.

PÁGINA 4
APRESENTAÇÃO
Este livro pretende ser um guia prático e objetivo para
todos aqueles que, com a quarentena imposta pela
pandemia do novo coronavírus, perceberam mudanças
significativas em seus níveis de ansiedade e tristeza.
Longe de esgotar o tema ou de substituir a presença de

um acompanhamento personalizado para as necessidades
de cada um, ele tenta transformar a neurociência da
felicidade em tópicos compreensíveis e que possam ser
facilmente aplicados na vida diária. Com a implementação
de pequenas tarefas, é esperado que o leitor sinta uma
significativa elevação no seu nível de bem-estar, o que
trará benefícios também para aqueles que fazem parte do
seu círculo parental e social.
Que todos nós possamos ultrapassar este momento

levando conosco a lição tranquilizadora de que não
estamos nem estaremos sozinhos, mesmo quando o
ambiente nos impuser temporariamente o contrário.
Boa leitura,
--- Cintia Macena, autora da obra

e founder da Universo Curadoria

PÁGINA 5
INTRODUÇÃO

PÁGINA 6
O ANTIGO
NORMAL
2020. Sua vida ia bem

até fevereiro.
Ou não ia bem, mas
fluía com todos os
problemas conhecidos:
ansiedade com o
trabalho, brigas em
família, dívidas, a
“insuportabilidade”
do chefe, tudo isso
sendo afogado num
copo no final da sexta-
-feira, o dia fatídico em
que nada mais
importava a não ser
as próximas
48h de hiato de todo
aquele pandemônio.
A rotina, um inimigo bem
conhecido, parecia
fadada a se prolongar
indefinidamente.

PÁGINA 7
OLÁ, INCERTEZAS!
Até que surgiu um tal vírus que ninguém entendia
bem como funcionava. Pega no ar? Afeta as vias
respiratórias? Por que alguns têm uns sintomas e
outros não? Só os jovens sobrevivem? Veio de um
morcego, um macaco, um tamanduá? Respostas,
todas as respostas que o Google poderia dar
pareciam inúteis. Mas, o Google não sabe tudo?
Você, acostumado a procurar seus sintomas na

internet, viu-se tomado pelo pavor da ignorância e
do aniquilamento. A única solução possível: ficar
em casa. Em um mundo em que as pessoas são cada
vez mais nômades e param apenas para dormir,
você foi forçado a largar tudo e ir para a caverna se
esconder do predador – que, dessa vez, é invisível e
imprevisível.
LIDAR COM UMA ONÇA NO

MEIO DO MATO TERIA
SIDO MUITO MAIS FÁCIL.
--- Tarzan, aprendendo a se proteger do coronavírus

PÁGINA 8
E O CÉREBRO
SOCIAL?
O seu, o nosso cérebro

está orientado a
relações sociais. No
Neolítico, juntar-nos em
famílias foi uma forma
de escapar do perigo e de
garantir a sobrevivência,
em vez de cada um ficar
viajando por aí,
trepando em árvores
e se escondendo em
buracos para fugir de
leões. Foi assim que
a humanidade avançou.
Como escreveu o ilustre

poeta João Cabral de
Melo Neto, um galo
sozinho não tece uma
manhã; ele
precisará sempre de
outros galos.

PÁGINA 9
AINDA SOMOS TRIBAIS

E continuamos fazendo isso. Construímos casas
com alicerces para que não elas caiam com as
chuvas, enchemos essas casas de grades e cercas
elétricas para que não entrem ladrões, inserimos
senhas em nossos dispositivos para desencorajar
que alguém nos roube, cobrimos os berços com
mosquiteiros para que nossos filhos permaneçam
íntegros – tudo isso porque, em primeiro lugar, nós
vivemos em grupo e pensamos no grupo.

PÁGINA 10
O PENSAR INDIVIDUAL
Um galo sozinho não tece uma manhã, nem ergue
uma casa, nem fabrica em uma só tacada as grades,
as cercas, os mosquiteiros e os dispositivos que
utilizamos. Somos seres essencialmente sociais,
porque isso nos ajuda a vencer os desafios
ambientais. Dependemos uns dos outros, em uma
cadeia que vai tacitamente se apoiando dia após
dia, com a finalidade em comum de sobreviver.
Com a quarentena, o isolamento social instaurado,

cortaram-se vários vínculos que eram alimentados
diariamente e que contribuíam para a nossa
sensação de segurança, para a nossa autoimagem e
a impressão de que para tudo haveria uma solução.
O cérebro social foi convocado a pensar não em
grupo, mas em alternativas individuais - e isso, por
si só, já é um motivo sério de colapso.
LIMPAR A CASA TODA

SOZINHA POR MESES DE NOVO?
--- Branca de Neve, revoltada com suas origens

PÁGINA 11
MINDFULNESS

PÁGINA 12
UM CARROSSEL
DE ENCRENCAS
Não é com isso que estamos acostumados. Fomos
bombardeados progressivamente, desde a
Revolução Industrial, por trabalho repetitivo, por
cidades barulhentas, quentes e superiluminadas,
industrialização intensa, excesso de poluentes,
oferta constante de substâncias tóxicas (como
álcool e drogas), relacionamentos ultrarrápidos e
superficiais que ampliaram a sensação de vazio e
desconexão entre as pessoas; tudo isso levou,
inclusive, ao aumento dos índices de doenças
crônicas como diabetes, obesidade e hipertensão.

PÁGINA 13
Por mais que o nosso cérebro seja equipado para

promover a nossa sobrevivência, fazendo frente às
vicissitudes da vida, a velocidade dos
acontecimentos tem sido maior que a velocidade
da adaptabilidade dele: são muitas as situações
inesperadas, em um carrossel de encrencas do qual
o cérebro nem sempre consegue se safar a tempo.
Resta o estresse pós-traumático residual, que vai

se somando aos impactos diários trazidos por más
notícias trazidas pela imprensa, por dezenas de
notificações de celular e por compromissos
assumidos que muitas vezes exigem competências
que ainda não temos e nem conseguimos
desenvolver imediatamente.

PÁGINA 14
Estamos imersos em uma

fadiga existencial que
impede que o cérebro
transforme os desafios
em crescimento pós-
-traumático: superar
obstáculos se torna muito
difícil quando não há
tempo para a digestão
dessas vicissitudes que
enfrentamos.
É quando a corda
arrebenta e a resiliência
se despedaça,
comprometendo nossa
saúde mental.
Há uma boa notícia

para você: é possível sair
desse loop.
A má notícia é que não é
fácil.

PÁGINA 15
INTERROMPA A ESPIRAL
DE PÂNICO
Por mais que você não tenha pedido para participar
de uma pandemia, você precisa gerenciar como
sobreviver a ela. Se tudo ao seu redor está
diferente, a única saída é também pensar diferente,
o que implica repensar a forma como seus laços
sociais se mantêm e como você ainda pode cultivar
novas experiências mesmo em isolamento.
E SE EU ESCALAR UM PÉ DE
FEIJÃO NO QUINTAL?
--- João, entediado, repetindo erros na quarentena

PÁGINA 16
O cérebro tem uma certa "preguiça" de aprender

com experiências novas. Quando diante de uma
pandemia, as conexões neurais irão buscar
episódios recentes que se pareçam com ela e
gerarão comportamentos com base nessas
inferências.
A questão é que nenhum de nós viveu uma

pandemia nessas proporções, o que torna a tarefa
significativamente perdida antes mesmo da
largada. Com esse fracasso, sim, o cérebro
saudável tende a reconhecer que precisa aprender
novas formas de atuar no mundo, e começam então
as estratégias para dar conta do “incêndio”.
JÁ LI TODOS OS LIVROS DA
BIBLIOTECA DA FERA.
--- Bela, comprando e-books na Amazon
AGORA SÓ CABE 1 DE NÓS

NO TAPETE.
--- Jasmine, passando álcool em gel no Aladdin

PÁGINA 17
2020
Qual é o seu papel nisso tudo? Proporcionar ao

cérebro, repetidas vezes, oportunidades de
aprendizado. É difícil, mas funciona. Ficar sentado
em frente a um computador para ter aulas, por
exemplo, é uma dessas oportunidades
desconfortáveis no início, porém necessárias para
que aos poucos você aprenda a ter novos recursos
para agir no isolamento.
Você pode comprovar com pessoas que perderam

um membro, que, inicialmente, toda tarefa parece
impossível, mas com o passar do tempo as
conexões neurais se reorganizam de maneira que o
indivíduo se torne funcional novamente ao utilizar
outros membros.

PÁGINA 18
2020
Da mesma forma ocorre com aqueles que vão para

um país estrangeiro sem saber falar o idioma local;
a dedicação consciente e a repetição os adaptam. É
assim com todos. Isso é a adaptabilidade e a
verdadeira resiliência.
O que propomos aqui é que você perceba que com

as suas respostas emocionais o processo é
idêntico. Por mais que suas respostas atuais sejam
uma consequência da sua genética, da sua
personalidade e do seu ambiente, novas respostas
também podem ser aprendidas e implementadas,
"vestidas" como uma "segunda pele".
Para isso, é preciso que você enriqueça o seu meio

e proporcione a si mesmo, insistentemente, com

PÁGINA 19
2020
muita frequência, experiências capazes de

promover respostas emocionais melhores, ainda
que em isolamento social.
Veja, na página a seguir, o que funciona como

estratégia emergencial para reorientar o foco e
ativar em seu cérebro o modo gerenciamento de
estresse.
MAS... BAILE À DISTÂNCIA?

--- Cinderela, ganhando pijama e pantufas
da fada madrinha

PÁGINA 20
PARA PRATICAR
Autoconsciência – você pode conseguir ser mais

consciente de si mesmo por meio da meditação;
Caso não consiga meditar no silêncio, há playlists

no Spotify com mantras e músicas instrumentais;
Não é preciso estar sentado para meditar – você

pode ouvir mantras enquanto varre a casa ou tira o
lixo, por exemplo;
Baixe aplicativos como Calm, Cíngulo e Headspace,

que já possuem uma rotina de meditações guiadas
e técnicas de respiração;
Pare de buscar obsessivamente informações sobre

a pandemia nas redes sociais – estipule no máximo
uma hora do seu dia para fazer isso ou programe
seu celular para receber alertas das notícias mais
importantes. E ignore o resto.

PÁGINA 21
DOPAMINA

PÁGINA 22
CRESCIMENTO
PÓS-TRAUMÁTICO
Parece uma brincadeira de mau gosto ler isso, mas
é possível crescer após a adversidade. Não, não
estamos falando de autoajuda; é psicologia e o
conceito de crescimento pós-traumático.
Feche os olhos e lembre-se de uma situação que foi

extremamente desafiadora em sua vida há pelo
menos 10 anos. Cinco anos depois desse evento,
como eram seus sentimentos em relação a ela? E
atualmente? O sofrimento é igual? A situação
contribuiu para algum tipo de evolução pessoal ou
profissional?

PÁGINA 23
Ainda que mágoas persistam, a maioria das

pessoas responde a essas perguntas de forma
positiva, dando a entender que a moral da história
pode ser melhor que a história em si.
Não vamos incluir nisso, porém, os casos de luto

por morte, uma vez que lutos podem durar muito
mais que 10 anos e revolvem toda a bagagem
psíquica do indivíduo desde a infância.
FIQUEI MUITO MAIS MODERNA!

--- Rapunzel, nos stories, depois de cortar o cabelo
em casa

PÁGINA 24
O VILÃO DA HISTÓRIA
Quando você se sente arrastado por uma ocasião
totalmente fora do seu controle, o cortisol é
acionado.
Isso quer dizer que o seu corpo é inundado de

ansiedade e que, se isso não for contornado
rapidamente, o estresse se instalará no seu
organismo. Ele ocorre quando nós ficamos tão
preparados para o pior que nosso corpo começa a
falhar.
O estresse é neurotóxico – quanto mais

estressado você se torna, mais o seu cérebro fica
comprometido como um todo, especialmente o hi-

PÁGINA 25
2020
pocampo, que é uma região cerebral responsável

por uma série de funções cruciais para o bom
funcionamento de uma pessoa (com destaque para
as memórias e a inteligência).
O que é mais trágico do que isso? Que o estresse

prolongado é, segundo evidências científicas, um
dos principais fatores ambientais que levam os
indivíduos à depressão. Temos aí, então, uma
bomba-relógio prestes a explodir.
Como fugir disso, então? Não há outra saída senão

voltar o foco para paralisar os pensamentos
catastróficos e fazer a dopamina voltar a
trabalhar. Ou seja: pare e planeje recompensas.

PÁGINA 26
PARA PRATICAR
Sempre que os pensamentos acelerarem, repita

para si mesmo que a negatividade não será
produtiva;
Afaste-se de pessoas que alimentam pensamentos

negativos;
Firme sua atenção no momento presente (vale usar

as técnicas de meditação aqui);
Faça uma lista do que você sempre quis fazer

quando tivesse tempo – essa é a hora;
Priorize atividades que serão recompensadoras

após a pandemia (aprender uma nova habilidade,
como tocar um instrumento, treinar um novo
idioma on-line ou cozinhar);
Divida essas atividades em pequenas tarefas a

serem realizadas dia a dia;
Se não conseguir se concentrar por duas horas

seguidas, concentre-se por uma hora;
PÁGINA 27
PARA PRATICAR
Se não conseguir se concentrar por uma hora,

reduza para 30 minutos, ou diminua até conseguir
por pelo menos 1 minuto que seja;
Você provavelmente vai se sentir ridículo no início,

como se estivesse no primeiro dia de aula do
jardim de infância, mas não desista.

PÁGINA 28
OXITOCINA

PÁGINA 29
DIMINUA A CALIBRAGEM
DO RADAR
O cérebro está equipado para detectar predadores
a todo o tempo. Lutar para se proteger de um
predador invisível será uma tarefa perdida se você
entrar na espiral de ansiedade.
Nossa intenção, aqui, é diminuir o pânico – então

mantenha-se firme nas tarefas. Quando você
planeja um objetivo que será recompensador a
médio e longo prazo, a antecipação dessa
recompensa já é suficiente para garantir a atuação
da dopamina. O resultado? Motivação.

PÁGINA 30
QUESTIONE A
PERFORMANCE
Muitos daqueles que ficaram isolados não querem
retornar às suas atividades de trabalho e até de
lazer. Seria o “novo normal” ou sintomas de
estresse prolongado, cristalizados em depressão?
Basta um passeio pelas redes sociais, como

Facebook e Twitter, para constatar que
produtividade despencou na quarentena. Surgiram
perfis diversos sobre esse assunto e a pauta circula
livremente com diversas dicas de como aumentar a
performance; mas, será que é só isso? E como
performar bem após a perda de um ente querido?

PÁGINA 31
MODO CAMALEÃO
IS ON
Como dito anteriormente, na sociedade atual não
há tempo para recuperação. Por isso, tudo o que
podemos fazer é, se não há como mudar o
ambiente, mudar como nossos pensamentos
reagem a ele. E tem como?
VALE ATÉ SE VESTIR DE HOMEM,

SE FOR PRECISO.
--- Mulan, com máscara de tecido, polindo a espada

PÁGINA 32
É fácil ficar na areia movediça do cortisol quando

preso em casa, sem saber o que vai acontecer no
futuro nem como lidar com o que vem depois.
Quanto tempo por dia você permanece conectado,

buscando rumores no mundo externo? Recebemos
sinais de ameaça cada vez que ligamos a tevê ou
acessamos as redes sociais.
Aquilo que antes, evolutivamente, garantia a nossa

sobrevivência – o contato humano – foi abolido
como a maior dessas ameaças, invertendo a lógica
que sempre nos guiou. Solidão e incerteza: uma
receita perigosa para qualquer um.

PÁGINA 33
Em um contexto como esse, precisamos acionar

rapidamente gatilhos que neutralizem o cortisol e
baixem a sensação de ameaça, devolvendo o
conforto temporário. Embora pareça uma forma de
“viver no País das Maravilhas”, essa estratégia
tornou-se vital e decisiva para o enfrentamento da
pandemia de COVID-19.
LOUCA, EU? LOUCO É QUEM,

ALÉM DE TRANCADO,
SÓ ESPERA O PIOR.
--- Alice, agora no País dos Sensatos

PÁGINA 34
QUANDO O PREDADOR
É INVISÍVEL
Muitas pessoas se referem à depressão como um
“desequilíbrio químico”. É uma abordagem
simplista, porque há a predisposição genética e a
influência ambiental, porém a ideia de
desequilíbrio químico pode nos ajudar, por ora, a
prosseguir.
Se, em um momento de intensa ansiedade e

incerteza, precisamos reaprender a viver sem
nossas redes de apoio, não fará muito sentido
questionar como mudar a genética nem tentar
fugir do ambiente (em uma pandemia não há locais

PÁGINA 35
seguros, o inimigo é invisível); resta recorrer à

neuroquímica. Dos três, esse é o único fator que
pode ser transformado por nós ao adotarmos
hábitos melhores, independentemente das
circunstâncias a que chegamos.
No entanto, a pandemia trouxe desafios

significativos. Sem os grupos, preso em casa, você
deseja a validação social. Todos nós precisamos de
abraços, de proximidade, de oxitocina para o nosso
bem-estar. Como lidar com isso?
EU NÃO PRECISO DE NINGUÉM!

--- Pinóquio, chorando sozinho de madrugada,
enquanto ignora todo mundo há 4 meses
no WhatsApp
PÁGINA 36
PARA PRATICAR
Lembre-se de todas as vezes em que você desejou

estar sozinho e não pôde;
Reflita que quando tudo se restabelecer,

provavelmente você desejará ter tempo para si – e
não conseguirá;
Entre em contato com entes queridos e pergunte

se eles estão bem, se precisam de algo;
Seja positivo com essas pessoas, mesmo que elas

não retribuam – cada um tem sua própria maneira
de enfrentar o isolamento;
Entenda que as redes sociais ajudam, mas priorize

os contatos que são mais profundos e próximos,
como cônjuges, familiares e amigos, que estarão
em sua vida daqui a cinco ou dez anos;
Estimule essas pessoas a compartilharem os

objetivos delas durante o isolamento;

PÁGINA 37
PARA PRATICAR
É bem provável que você comece a ser procurado

também por essas pessoas periodicamente, o que
criará uma rede de suporte social.
AGORA, QUEM DORME O DIA

TODO É ELE.
--- Bela Adormecida, de conchinha com o príncipe

PÁGINA 38
SEROTONINA

PÁGINA 39
A VIDA NÃO É
UM CONCURSO
Em uma pandemia, é difícil se sentir badass. Você
está sozinho e todo mundo quer se salvar. Você até
quer ajudar, mas não pode se colocar em risco.
Com isso, naturalmente a serotonina "despenca".
Somos mamíferos competitivos, ansiosos por

mostrar nossas qualidades, nossas vantagens
evolutivas. Se você for até a janela da sua crush e
tentar fazer uma serenata, ela provavelmente não
atenderá – mas a polícia sim. Tudo o que resta a
você, por um tempo, é sufocar essa necessidade de
ser o melhor em tudo que faz.

PÁGINA 40
A CAUDA DO PAVÃO
Gostamos de ser reconhecidos. Boa parte do que
empreendemos é com a esperança de que alguém
veja e diga: bom trabalho! Em uma pandemia, essa
possibilidade é muito baixa. Todos estão
preocupados demais com outros assuntos.
Apesar disso, o ser humano, com sua extrema

adaptabilidade, tem encontrado formas de se
sentir admirado, em nome da serotonina. Ou você
não reparou todos os certificados de conclusão de
curso que têm sido postados no LinkedIn? Qualquer
semelhança com o pavão mostrando a cauda
quando quer conquistar um par não é mera
coincidência.

PÁGINA 41
MULTITAREFA, VOCÊ?
Há o risco de muitas tarefas serem “engatilhadas”
ao mesmo tempo durante a pandemia, em uma
tentativa de ser multitarefa e dar conta de tudo
para obter reconhecimento.
Por mais que essa seja uma conduta típica humana,

em um contexto tão incerto é necessário não se
sobrecarregar; senão, você pode terminar se
sentindo incapaz de concluir a maioria dos
desafios que escolheu e o tiro sairá pela culatra.

Quais as medidas práticas, então, para que o bem-
-estar real aumente sem gerar sobrecarga mental?

PÁGINA 42
PARA PRATICAR
Foque as recompensas em vez de focar as

ameaças;
Fuja de discussões na internet, em que tipicamente

é preciso provar que seu ponto de vista é superior;

Evite ridicularizar as pessoas que estão em
situação inferior à sua – a longo prazo, não irá
funcionar, porque só aumentará seu isolamento;

Use as redes sociais para postar seus projetos,
aqueles com os quais você está comprometido a
longo prazo;

Evite ser heroico – na tentativa de ser amado por
todos, a posição de mártir pode sugar você para
um torvelinho de negatividade, excesso de
informação e, claro, cortisol.
DOZE TRABALHOS? SÓ SE FOR

HOME OFFICE, DE 8 ÀS 18H.
--- Hércules, matando hidras pelo Zoom

PÁGINA 43
CONCLUSÃO

PÁGINA 44
PERSEVERE
Não existe saída milagrosa para reestruturar circuitos
neurais, muito menos para alterar o temperamento de
uma pessoa quando confrontada com o perigo iminente,
senão a disciplina e a prática consciente. Sabendo disso,
cada um de nós pode adotar hábitos mais produtivos
diante de situações que não pode mudar, transformando o
caos em uma rotina que, de alguma forma, agregará ao eu
futuro.
Este livro foi criado com o propósito de mostrar ao leitor

que é possível contornar os momentos de desamparo
trazidos pela quarentena do novo coronavírus. As técnicas
apresentadas aqui foram derivadas de pesquisas
neurocientíficas recentes e empreendidas por grandes
autores da área que estão citados a seguir, na seção de
referências científicas.
Convidamos aos leitores a acompanhar nossas postagens

nas redes sociais e nossas próximas publicações sobre
neurociência. Esperamos que, em um futuro próximo,
todos possamos comungar e dialogar sobre os benefícios
das práticas comportamentais que consideram a química
cerebral como caminho mais curto para a felicidade.
Instagram: @universocuradoria
Facebook: www.facebook.com/universocuradoria

PÁGINA 45
DICA FINAL
LEMBRE-SE DE QUE, SE O
AMBIENTE MUDA, VOCÊ PODE
(E DEVE) MUDAR JUNTO
COM ELE.

PÁGINA 46
REFERÊNCIAS
CIENTÍFICAS
BREUNING, Loretta Graziano. Meet your happy chemicals.

System Integrity Press, 2012.
BREUNING, Loretta Graziano. Beyond cynical: transcend your
mammalian negativity. Inner Mammal Institute, 2013.
BREUNING, Loretta Graziano. Habits of a happy brain: retrain
your brain to boost your serotonin, dopamine, oxytocin, &
endorphin levels. Simon and Schuster, 2015.
BREUNING, Loretta Graziano. The science of positivity: stop
negative thought patterns by changing your brain chemistry.
Simon and Schuster, 2016.
DAMASIO, António. E o cérebro criou o homem. São Paulo:
Companhia das Letras, 2011.
DAMASIO, António. O erro de Descartes: emoção, razão e o
cérebro humano. Editora Companhia das Letras, 2012.
MORA, Francisco; SEGOVIA, Gregorio; DEL ARCO, Alberto. Aging,
plasticity and environmental enrichment: structural changes and
neurotransmitter dynamics in several areas of the brain. Brain
Research Reviews, v. 55, n. 1, 2007.
MORA, Francisco. Continuum: Como funciona o cérebro? Artmed
Editora, 2016.
MORA, Francisco. Neuroeducación. Alianza Editorial, 2017.
SELIGMAN, Martin. Flourish: A visionary new understanding of
happiness and well-being. Simon and Schuster, 2012.

PÁGINA 47
FICHA TÉCNICA
Texto: Cintia Macena

Fotos: Pexels
Realização: Universo Curadoria
Publicado em 20 de julho de 2020, em formato PDF, no site

www.universocuradoria.com.br e em plataformas parceiras.
Para sugestões, críticas e mais informações sobre o tema

abordado, envie um e-mail para oi@universocuradoria.com.br
Estamos comprometidos com os seguintes Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável da ONU:

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--- Cintia Macena, autora da obra

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2020. Sua vida ia bem

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Você, acostumado a procurar seus sintomas na

LIDAR COM UMA ONÇA NO

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O seu, o nosso cérebro

Como escreveu o ilustre

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AINDA SOMOS TRIBAIS

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Com a quarentena, o isolamento social instaurado,

LIMPAR A CASA TODA

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Resta o estresse pós-traumático residual, que vai

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Estamos imersos em uma

Há uma boa notícia

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O cérebro tem uma certa "preguiça" de aprender

A questão é que nenhum de nós viveu uma

AGORA SÓ CABE 1 DE NÓS

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Da mesma forma ocorre com aqueles que vão para

O que propomos aqui é que você perceba que com

Para isso, é preciso que você enriqueça o seu meio

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muita frequência, experiências capazes de

Veja, na página a seguir, o que funciona como

MAS... BAILE À DISTÂNCIA?

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Autoconsciência – você pode conseguir ser mais

Caso não consiga meditar no silêncio, há playlists

Não é preciso estar sentado para meditar – você

Baixe aplicativos como Calm, Cíngulo e Headspace,

Pare de buscar obsessivamente informações sobre

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Feche os olhos e lembre-se de uma situação que foi

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Ainda que mágoas persistam, a maioria das

Não vamos incluir nisso, porém, os casos de luto

FIQUEI MUITO MAIS MODERNA!

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Isso quer dizer que o seu corpo é inundado de