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DeVry | UNIFAVIP

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IPOJUCA


COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA

ALDIERES FRANÇA DE OLIVERA

GERENCIAMENTO/COORDENAÇÃO DE PROJETOS ATRAVÉS DO BIM 4D:


(BIM – Building Information Modeling)

CARUARU
2015
Aldieres França de Oliveira

GERENCIAMENTO/COORDENAÇÃO DE PROJETOS ATRAVÉS DO BIM 4D:


(BIM – Building Information Modeling)

Trabalho de conclusão do curso de Engenharia


Civil, pelo Centro Universitário do Vale do
Ipojuca UNIFAVIP-DeVry, como requisito para
obtenção do grau de bacharel.
Orientador: Prof. M.Sc. Geovani Almeida da
Silva.

CARUARU
2015
Catalogação na fonte -

Biblioteca do Centro Universitário do Vale do Ipojuca, Caruaru/PE

O455g Oliveira, Aldieres França de.


Gerenciamento coordenação de projetos através do bim 4d:
(bim 2013 building information modeling) / Aldieres França de
Oliveira. – Caruaru: DeVry | UNIFAVIP, 2016.
61 f.: il.
Orientador (a): Prof. MSc. Geovani Almeida da Silva.
Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Civil) – Centro
Universitário do Vale do Ipojuca.

1. Projeto. 2. Qualidade. 3. Velocidade. 4. Resultados. 5.


Planejamento. I. Título.

CDU 624[16.2]

Ficha catalográfica elaborada pelo setor de Processamento técnico


Aldieres França de Oliveira

GERENCIAMENTO/COORDENAÇÃO DE PROJETOS ATRAVÉS DO BIM 4D:


(BIM – Building Information Modeling)

Trabalho de conclusão do curso de Engenharia


Civil, pelo Centro Universitário do Vale do
Ipojuca UNIFAVIP-DeVry, como requisito para
obtenção do grau de bacharel.
Orientador: Prof. M.Sc. Geovani Almeida da
Silva.

_____________________________________
M.Sc. Geovani Almeida da Silva

_____________________________________
M.Sc. Fred Rodrigues Barbosa

_____________________________________
Dr. João Manoel de Freitas Mota

CARUARU
2015
Dedico este trabalho meus pais e meus avós,
por estar sempre o meu lado, mim dando
força para seguir em frente, e poder chegar
até este momento de defesa.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser uma fonte inspiradora em todos os momentos.


A minha família e em especial os meus pais e minha irmã.
A meu orientador Geovani Almeida por acreditar no potencial da pesquisa e por seu
esmero durante esta árdua caminhada do trabalho.
A professora Iracleide por sua paciência nas correções de meu TCC.
A todos os professores que tive, por contribuírem de alguma forma para que eu
pudesse chegar até onde estou.
“A estrada vai além do que se vê...”
Marcelo Camelo
RESUMO

A falta de competitividade das empresas e escritórios de projeto no mercado brasileiro, seja


pela demora na concepção dos novos projetos, quanto na falta de clareza de detalhes
construtivos apresentados em modelos bidimensionais, nos propomos a pesquisar uma
alternativa que eleve à qualidade e velocidade com que os novos projetos sejam
desenvolvidos, com a utilização de ferramentas BIM, e observar quais os resultados podem
ser entregues a investidores, construtores e projetista. Uma vez que a integração entre todos os
agentes com auxílio de sistemas computacionais facilita a integração e disseminação dos
dados da construção entre os seus envolvidos. Tendo o objetivo de auxiliar o desenvolvimento
de novos estudos, projetos e planejamento virtual para a construção civil. De modo a ofertar
um produto final de maior qualidade aos consumidores finais, construtores, incorporadores e
investidores do setor provendo maior rentabilidade de seus processos. Pois com um bom
planejamento e gerenciamento de projetos com maior quantidade de detalhes e informações,
auxiliam na redução de retrabalhos, melhorias na execução dos serviços e consumo racional
das matérias primas. Utilizando como exemplo a indústria da manufatura que aplica começou
a aplicar um processo semelhante desde antes da virada do século para, concepção e
fabricação de seus produtos. Pois o BIM não fica limitado apenas produção dos projetos mais
a todo o ciclo de vida do empreendimento, facilitando a troca de informações entre modelos,
banco de dados, investidores, projetistas, executores e consumidores, já que o processo de
modelagem não trata apenas geometrias vazias, mais um conjunto de informações pertinentes
ao empreendimento.

Palavras-chaves: PROJETO. QUALIDADE. VELOCIDADE. RESULTADOS.


PLANEJAMENTO. INFORMAÇÕES. BIM.
ABSTRACT

The lack of competitiveness companies and project offices in the Brazilian Market, both in the
delay the design of new projects, as in the lack of clarity constructive details submitted in
two-dimensional models, we propose to search for an alternative that raises to quality and
speed with which the new projects are developed, with the use tools BIM (Building
Information Model), and observe which results can be delivered to investors, builders and
draftsman. Since it integration between all agents with the aid of computers systems facilitates
the integration and dissemination of construction data between the involved. With the
objective assisting the development of new studies, projects and virtual planning for the
civilian construction. In order to provide an end product of higher quality for final consumers,
builders, developers and investors of the sector, providing higher profitability in your
processes. Because with good planning and project management with large amount of details
and information, help in reducing reworks, improvements on the execution of the services and
rational consumption of the raw materials. Using as an example the manufacturing industry
that began to apply a similar process since before the turn the century for the design and
manufactures of your products. Because the BIM is not just limited for the production the
projects but the whole life cycle the enterprise, facilitating the exchange information between
models, database, investors, draftsman, performers and consumers, since the modeling
process is not empty geometries but a several information to the enterprise.

Keywords: PROJECT. QUALITY. SPEED. RESULTS. PLANNING. INFORMATION.


BIM
INDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Possibilidades do BIM ......................................................................................................... 17


Figura 2 - Metodologia de trabalho BIM .............................................................................................. 18
Figura 3 - Tempo entre os sistemas CAD e BIM.................................................................................. 20
Figura 4- Forma tradicional compara a metodologia BIM de trabalho ................................................. 25
Figura 5 - Padronização de dados nas plataformas BIM ....................................................................... 31
Figura 6 - Ganhos na utilização do BIM .............................................................................................. 33
Figura 7 - Ciclo de aplicação e operação do BIM................................................................................. 35
Figura 8 – Implantação e gestão de informações .................................................................................. 38
Figura 9 - Características térmicas dos materiais ................................................................................. 44
Figura 10 - Detalhes das paredes externas ............................................................................................ 44
Figura 11 - Geração de perspectiva e corte com BIM .......................................................................... 46
Figura 12 - Incoerência de projeto ........................................................................................................ 47
Figura 13 - Saída de dados ................................................................................................................... 48
Figura 14 - Execução das paredes ........................................................................................................ 49
Figura 15 - Planejado x Executado ....................................................................................................... 50
Figura 16 - Planejamento unidade isolada ............................................................................................ 58
Figura 17 - Planejamento para execução simultânea ............................................................................ 58
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Área dos ambientes ........................................................................................................... 56


Quadro 2 - Janelas ............................................................................................................................... 56
Quadro 3 - Paredes .............................................................................................................................. 56
Quadro 4 - Pisos .................................................................................................................................. 57
Quadro 5 - Portas ................................................................................................................................ 57
Quadro 6 - Telhado ............................................................................................................................. 57
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12

1.1 Problema ....................................................................................................................... 12


1.2 Hipótese ........................................................................................................................ 12
1.3 Objetivos ....................................................................................................................... 13
1.3.1 Geral.............................................................................................................................. 13
1.3.2 Específico...................................................................................................................... 13
1.4 Justificativa ................................................................................................................... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 15

2.1 Histórico do BIM .......................................................................................................... 15


2.2 O que é BIM ................................................................................................................. 16
2.3 Cenário de integração do BIM na construção ............................................................... 21
2.4 Padronização ................................................................................................................. 30
2.5 Brasil X Mundo. ........................................................................................................... 31
2.6 Aplicabilidade do BIM ................................................................................................. 34

3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 39

3.1 Classificação da pesquisa.............................................................................................. 39


3.2 Método .......................................................................................................................... 39
3.3 Sujeito ........................................................................................................................... 40
3.4 Instrumentos de coleta de dados ................................................................................... 40
3.5 Organização e análise de dados .................................................................................... 41

4 ANÁLISE E RESULTADOS DOS DADOS ............................................................... 42

4.1 Projeto base ................................................................................................................... 42


4.2 Elementos do projeto .................................................................................................... 42
4.3 Modelagem e resultados obtidos................................................................................... 43
4.3.1 Arquitetura .................................................................................................................... 45
4.3.2 Dados para planejamento .............................................................................................. 47
4.3.3 Planejamento do empreendimento ................................................................................ 49

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 51

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 53

APÊNDICE – DADOS EXTRAIDOS ..................................................................................... 56

APÊNDICE – PLANEJAMENTO ........................................................................................... 58


APÊNDICE – PROJETO DA RESIDÊNCIA ESTUDADA ................................................... 61
12

1 INTRODUÇÃO

1.1 Problema

Devido à falta de competitividade das empresas e escritórios de projeto no mercado


brasileiro, seja pela demora na concepção dos novos projetos, quanto na falta de clareza de
detalhes construtivos apresentados em modelos bidimensionais, nos propomos a pesquisar
uma alternativa que eleve à qualidade e velocidade com que os novos projetos sejam
desenvolvidos, além de uma maneira de integração entre investidores, projetistas e
construtores, de uma forma que todos possam ter acesso em tempo real às informações de
andamento dos projetos, execução, manutenção e reforma dos empreendimentos do setor da
construção civil de um modo coeso.
De acordo com o cenário de mercado, em que a metodologia de trabalho Building
Information Modeling – BIM (em tradução literal Modelagem da Informação da Construção)
pode auxiliar aos investidores, construtores e projetistas na melhoria dos processos que
envolvem a concepção, execução, manutenção e todo o ciclo de vida de um empreendimento
da construção civil, e qual a visão de outros países sobre esta metodologia de trabalho, como
vem sendo aceita e como podemos/devemos tirar proveito da mesma em nossos processos
construtivos.

1.2 Hipótese

Partindo do princípio que o BIM ou Modelagem de Informação da Construção, não


tratasse apenas de um software, banco de dados, cronograma ou qualquer coisa do tipo, que
seja tratado de maneira isolada, mais sim da integração entre os agentes envolvidos, por meio
de um sistema computacional que reúna todas as informações em coletâneas de dados
disponíveis a todos em qualquer lugar, seja nos computadores, telefones ou correio eletrônico,
de uma forma que facilite a tomada de decisões e intervenções nos métodos da concepção do
projeto, para geração de melhores resultados no planejamento e execução das edificações.
Para o presente estudo utilizaremos como base de referência em softwares os
disponíveis na plataforma da empresa americana Autodesk, por serem disponibilizados em
versão estudantil de forma gratuita por três anos, tempo suficiente para a concepção do
presente trabalho.
13

1.3 Objetivos

Apresentar uma visão prática do que a Modelagem de Informação da Construção


pode auxiliar no desenvolvimento de novos estudos, projetos e planejamento virtual, para a
construção civil, de uma forma integrada entre projetistas, construtores, incorporadores e
investidores, com a utilização de ferramentas computacionais que possibilitem a modelagem
das informações, extração de quantitativos, da edificação virtual para melhor tomada de
decisões quanto aos rumos do empreendimento.

1.3.1 Geral

Demonstrar como a adoção dos sistemas BIM pode ser útil para a compatibilização e
integração entre os projetos de arquitetura e engenharia, com o objetivo de ofertar produtos
finais com maior qualidade e menor passivo de erros e falhas por falta de integração entre as
equipes de projeto, levantamento dos quantitativos de serviços básicos para os
empreendimentos, bem como o cronograma dos serviços de superestrutura básica a
residências de uma forma conjunta.

1.3.2 Específico

Realizar ampla revisão bibliográfica sobre a metodologia BIM e caracterizar o


percentual de redução de custos gerada por sua aplicação.
Identificar na metodologia BIM uma forma de interação entre os projetistas,
incorporadores e executores.
Demonstrar o cenário atual na utilização de ferramentas BIM no Brasil e no mundo.
Criar um cronograma virtual de uma obra, para auxiliar o acompanhamento dos
serviços realizados no canteiro de obra.

1.4 Justificativa

Demonstrar uma forma de auxiliar escritórios de projetos, construtores,


incorporadores e investidores de interagirem com o maior aproveitamento de seu tempo,
minimizar custos com retrabalhos nos canteiros de obras e uma maneira de qualificar cada dia
mais os colaboradores participantes da concepção e execução dos empreendimentos da
14

indústria da construção civil, além de esta sempre em busca de novas tecnologias e métodos
construtivos, que visem mitigar os erros seja por falta de detalhes nos projetos, ou falhas
construtivas não previstas devido aos modelos de execução bidimensionais.
Desta forma, poder ofertar um produto final de maior qualidade ao consumidor com
redução de custos e tempo na concepção das obras para as construtoras e incorporadoras, o
qual pode oferecer uma maior rentabilidade aos seus investidores, com a redução de
retrabalhos provocados por incompatibilidade entre os projetos, ou falta de clareza nos
detalhes construtivos e de planejamento inseridos no memorial descritivos e projetos das
obras, para as novas construções, assim possibilitar uma maior lucratividade, menor risco aos
investidores mesmo durante os tempos de crise no setor imobiliário.
15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Histórico do BIM

O processo de desenvolvimento da economia vem inserindo novos conceitos de


administração, gerenciamento, anseio pela qualidade tanto de consumidores, que estão
aprendendo a reivindicar seus direitos, como de produtores que cada dia mais, se preocupa
com concorrências, aceleradas pelas tendências de globalização da economia. Recebendo
influência deste processo, a indústria da construção civil começou a dar destaque às questões
envolvidas com a qualidade, no entanto, as características mais marcantes ainda são as falhas
no gerenciamento, baixa produtividade, grande perda de tempo e materiais, o que contribui
para que o valor de desperdício mantenha-se próximo do histórico de 30%. No entanto,
empresas de vanguarda que se propõe a buscar qualidade começam a demostrar resultados
promissores, tais como: aumento da produtividade e redução dos desperdícios (ZORDAN,
1997).
Desta forma, pode-se notar que, com um bom planejamento e gerencia de projetos
que contem cada vez mais detalhes e informações pertinentes à execução dos
empreendimentos além do ganho, na mitigação de retrabalhos, se podem aperfeiçoar os
serviços com uso racional de materiais e maior celeridade, o que vem a atender um mercado
consumidor cada vez mais exigente e concorrido por conta do cenário de globalização da
construção civil.
Durante o inicio do século 21, a indústria da construção passou por uma mudança em
seu método 2D1 para projetos e construções, utilizados por séculos, mudando para uma
abordagem digital em três dimensões, com a modelagem de informação da construção (BIM),
este método envolve a criação e uso de modelos 3D 2 para criação, desenvolvimento e tomada
de decisões em projetos, semelhante aos protótipos digitais utilizados pela indústria de
manufatura por décadas, em meio à recessão na economia global o BIM foi ganhando espaço
na indústria da construção, já que a concorrência tanto para engenheiro, arquitetos,
construtores e fabricantes é grande e a exigência dos consumidores/investidores por prazos
menores e custos mais baixos é cada vez maior (AUTODESK, 2015).
Seguindo o exemplo, do que a indústria de manufatura que já vinha aplicando a
concepção de seus produtos, com a criação de modelos 3D virtuais, durante a virada do século

1
2D – Desenhos produzidos em duas dimensões
2
3D – Desenhos produzidos em três dimensões
16

21 a construção civil passou a adotar modelos 3D durante a modelagem e execução de seus


empreendimentos, por observar as vantagens que este modelo pode trazer para o setor, já que
os resultados obtidos pelas empresas de manufatura já apontavam boas vantagens para a
implementação desta tecnologia, que reduzia os trabalhos de documentação, assim acelerando
os processos de elaboração de projetos, melhorando o planejamento das frentes de serviços e
otimizando os resultados para a redução dos custos das obras.

2.2 O que é BIM

De acordo com Loturco (2009), o sistema BIM facilita a racionalização de materiais,


redução de mão de obra, para tanto é preciso um sistema consistente e abrangente, é melhor
simplificar e descentralizar a coleta de dados, desta forma os indicadores são gerados pelos
dados obtidos no canteiro de obra, com os dados inseridos por gestores das obras de forma
amostral, essa coleta e armazenamento dos dados ocorre através da internet em um banco de
dados das empresas, como ocorrido na Gafisa, à alimentação dos ocorre após cada medição
que podem ser diárias, semanais, mensais ou por eventos isolados, desta forma as equipes
envolvidas na gestão podem prever a compra de insumos, montagem de folha de pagamento
dentre outras atividades ligadas à obra.
Desta forma o sistema BIM não se mostra limitado apenas à concepção de projetos,
mais para o acompanhamento de todas as etapas, com a integração das equipes
multidisciplinares das empreiteiras, fomentando não só dados sobre métodos construtivos,
mais também para pagamento de pessoal, equipes de compras e gerencia, e integração entre
vários canteiros de obra da mesma construtora.
Segundo Prates (2010) ao entrevistar Fernando Augusto Coreia da Silva diretor
técnico da Sinco Engenharia, o sistema BIM é mais do que uma tecnologia em três
dimensões, mais sim interoperabilidade, ou seja, a capacidade que o modelo tem para alinhar
um conjunto de dados gerado por vários provisionais de áreas distintas, utilizando as mais
diversas ferramentas para produzi-los, a modelagem em 3D continua como a característica
mais famosa do sistema, sua utilização vai muito além de um efeito estético, são informações
que ficam para sempre, gerando um fluxo de responsabilidades que pode auxiliar em setores
como o de seguros, pendências jurídicas, e outros, quando os projetos são gerados em um
sistema convencional, os projetos de arquitetura, recebem posteriormente o complemento dos
projetos de hidráulica, elétrica, estrutura e diversos outros, já com a modelagem em BIM, a
ideia é que diversos programas criados com diferentes objetivos possam trocar informações
17

entre si e apontem soluções integradas automaticamente, por exemplo, quando o tubo


hidráulico passa por dentro de um elemento estrutural, a modelagem aponta automaticamente
esta incoerência, estes desenhos ainda podem conter indicações sobre materiais, orçamento e
cronograma.

Figura 1 - Possibilidades do BIM

Fonte: Prates, 2010

Assim, observa-se que o sistema BIM de modelagem, mostra não apenas uma visão
tridimensional agradável aos olhos dos que a utilizam, mesmo que esta seja sua marca mais
famosa, mais este modelo auxilia na compatibilização entre projetos, quando aponta as
interferências de um sistema sobre o outro, como um tubo passando por dentro de um
elemento estrutural e oferece ainda informações sobre materiais, valores e cronograma para os
modelos a serem executado, como exemplificado pela figura acima.
De acordo com a Autodesk (2015), BIM é uma forma de conceber, projetar, planejar,
construir e operar edificações, por meio de modelos 3D inteligentes, que comparados aos
tradicionais 2D que não trazem informação, estes modelos dão a todos os envolvidos um
melhor entendimento do processo, guiando a todos para resultados melhores e mais
previsíveis da edificação, assim o BIM é mais que um CAD 3D sem informações, eles
utilizam bancos de dados para integra informações e relacionamentos entre os modelos.
A base de fomento do BIM é a introdução de informações em modelos
tridimensionais, dando inteligência aos mesmos, com troca de informações entre os
18

envolvidos desde a concepção até o fim de vida da edificação, com a interação e cooperação
entre todos que estejam envolvidos no ciclo de vida da edificação, um exemplo desta
interação pode ser observado na figura a seguir.

Figura 2 - Metodologia de trabalho BIM

Fonte: AUTODESK, 2015; Resumo de negocio BIM 04 – Permanecendo competitivo.

Para Suzuki, 2015, o BIM deve ser utilizado para aproximar investidores,
construtores/incorporadores e projetistas, de modo a oferecer aos investidores uma forma de
acompanhamento em tempo real do que estão investindo seu dinheiro, sem que se gerem
surpresas ao final dos processos construtivos, esta visualização deve acontecer através de um
modelo tridimensional, paramétrico (interativo), já que vivemos em um mundo tridimensional
e não em um plano bidimensional como os projetos são apresentados, o que por diversas
vezes provoca erros na execução, tais como uma linha de chamada pode vir a ser interpretada
como um furo a ser executado em uma parede ou laje.
Esta visão aponta uma forma de interação e troca de informações mais rápidas e
precisas entre os envolvidos no ciclo de vida da construção, de modo que as tomadas de
decisão por quais quer que seja as partes não venha a afetar os dados inseridos por outros, já
que os modelos tridimensionais modelados pelas varias disciplinas dos projetos, possam
observar em que suas alterações e concepções podem influenciar nas demais disciplinas,
evitando as falhas que normalmente podem ocorrer por conta das representações
bidimensionais.
19

SUZUKI, 2015 apud EASTMAN ET AL. 2008, tratasse de uma tecnologia


promissora desenvolvida especificamente para o setor da construção civil, que permite a
criação de um modelo virtual da edificação, ou seja, a construir virtualmente antes mesmo de
sua locação no canteiro de obras, este modelo contém toda a geometria e dados executivos do
empreendimento assim que é finalizado, servindo como referência para todo o ciclo de vida
do empreendimento.
Esta evolução para o setor da construção civil possibilita que os agentes envolvidos
não apenas interajam entre se, mais também poção visualizar cada processo a ser executado
em sua devida ordem, e em sua devida data, já que os modelos digitais contém informações
como estrutura, arquitetura, instalações elétricas e hidráulicas, cortes e furos executados em
cada ponto da obra, o que por sua vez serve para os projetos de reforma e manutenção das
edificações.
A essência do BIM começa com a modelagem digital das edificações em três
dimensões, estes modelos contem muito mais que um simples conjunto de geometria e
texturas agradáveis, expostas sobre ele para uma melhor visualização, um modelo verdadeiro
consiste nos equivalentes virtuais das peças da construção real da edificação, estes elementos
possuem todas as características físicas e logicas de suas partes reais, estas peças inteligentes
são o molde digital dos elementos físicos da construção, como paredes, pilares, janelas,
portas, escadas, entre outros, o permite simular a construção e entender seu comportamento
no ambiente computacional antes do início real de sua construção, com a evolução das
tecnologias os modelos BIM estão cada dia mais perto dos clientes, proprietários, operadores,
construtores e demais envolvidos na construção, o que leva estes modelos a níveis mais
exigentes de mercado, o que não pode ser ignorado por profissionais de projeto
(GRAPHISOFT, 2015).
Em sua essência a modelagem da informação da construção não trata de um modelo
geométrico vazio, que seja apenas agradável aos olhos das pessoas que o utilizam, mais sim
um conjunto de informações documentais do comportamento do modelo a ser construído no
mundo real, fora das plataformas de simulação virtual onde estes modelos são moldados e
analisados, por equipes e softwares de várias disciplinas em conjunto, o que agrega maior
valor a seus produtos, com obtenção de melhores resultados e eficiência dos empreendimentos
construídos após serem modelados e simulados no ambiente virtual.
BIM e CAD representam duas abordagens distintas para construção de projetos e
documentação o “Computer Aided Design”, é similar ao processo tradicional “papel e lápis”,
de forma que os desenhos bidimensionais são criados por meio eletrônico como linhas,
20

hachuras e textos, etc., similares aos antigos projetos desenhados a lápis sobre o papel, sendo
independentes uns dos outros, tornando as alterações manuais para cada desenho, como as
aplicações “Building Information Modeling”, são semelhantes ao processo de construção real,
ao invés de criar desenhos sem informações e soutos em duas dimensões, às edificações são
modeladas a partir de elementos reais como paredes, portas e janelas, etc., permitindo assim
que o modelo seja criado tal qual a edificação real, com todos os dados armazenados em um
modelo digital da construção, permitindo alterações em tempo real de todos os elementos do
desenho e acompanhamento, o que impacta diretamente nos prazos para alteração de projetos
como na figura a seguir (GRAPHISOFT, 2015).

Figura 3 - Tempo entre os sistemas CAD e BIM

Fonte: http://www.graphisoft.com/archicad/open_bim/about_bim/ 2015

As aplicações que servem de passe para utilização da modelagem de informação da


construção, requerem uma dedicação maior antes da concepção do processo de modelagem, já
que antes de qualquer desenho é preciso ser criado, é importante a configuração do sistema
com as informações sobre o que vai ser construído e de que forma se deseja construir, no
entanto quando as informações de tipo de parede, porta, janelas entre outras são fornecidas de
modo coerente antes da modelagem todo o restante do processo de criação e documentação é
dado de forma interativa como atualização de informações em tempo real de todo o projeto e
não apenas de um desenho como nos sistemas CAD convencionais que rementem aos tempos
em que os desenhos eram concebidos com papel e lápis.
21

2.3 Cenário de integração do BIM na construção

Para Azevedo (2009), o setor da construção exige cada vez mais sustentabilidade, e
passa a exigir cada vez mais de todas as fases de intervenção (projetos, planejamento,
execução e operação), do projeto a concepção, assim a metodologia BIM contribui de forma
importante para atingir patamares de perfeição mais elevados, controlando melhor os prazos
de execução e os custos, o BIM como é um conceito que fundamentalmente envolve a
modelagem das informações da construção, criando um modelo digital integrado de todas as
especialidades (arquitetura, elétrica, hidráulica, estrutura, etc.), que abrangem todo o ciclo de
vida da edificação, em um modelo tridimensional paramétrico com interoperabilidade que são
essenciais ao suporte do conceito, a criação destes desenhos em 3D paramétricos com
inteligência, opera sobre uma base de dados digitais, onde qualquer alteração realizada nesta
base reflete em alterações em todas as peças desenhadas que compõem o projeto, diferente
dos desenhos em 2D que não armazenavam nenhuma informação ou relação paramétrica, os
novos projetos que adotam a metodologia BIM permitem a integração durante o período de
vida do empreendimento de construção entre arquitetos, engenheiros e proprietários,
facilitando a troca e consulta de informações entre todos.
Haja vista que os dados paramétricos ficam a disposição de todos os envolvidos com
o ciclo de vida da obra, em uma base de dados virtual, onde os profissionais podem realizar
alterações de uma forma mais rápida e sem causar interferências nas demais matérias de
projetos envolvidos no empreendimento, deste modo os clientes podem opinar e ter uma
visualização mais intuitiva do que esta para ser executado em seus objetos de consumo, com o
auxilio dos modelos tridimensionais, o que auxilia também as todas de decisão na parte do
planejamento, já que é possível a visualização de cada etapa da obra em detalhes (estrutura,
elétrica, hidráulica dentre outras), além de um quantitativo gerado de modo automático pelos
sistemas que usam a tecnologia BIM.
Azevedo (2009), afirma que o modelo BIM é um grande recurso longo e
compartilhado para uma edificação ou instalação desde a concepção dos primeiros desenhos,
durante a construção, e mantido por todo o período que a construção ou reforma durar, onde
as alterações com reformulações ou acréscimos sejam gravadas no banco de dados, até o fim
de sua vida útil e eventual demolição, no entanto alguns identificam o BIM como apenas uma
modelação visual 3D, embora essa descrição seja importante e verídica, é uma forma
limitadora, e um conceito mais coerente é que o modelo deve conter todas as informações
pertinentes à execução da obra, gráficas e não gráficas como informações dos materiais a
22

serem utilizados no empreendimento, parâmetros normativos e outros pertinentes, o objetivo


preliminar é mitigar os desperdícios causados por repetição de trabalho e reformulação por
falta de compatibilização dos projetos, a integração entre as partes gráficas e não gráficas em
um só local atribui muito mais valor a este tipo de modelo de informação da construção,
agindo como um recurso que pode ser consultado por várias pessoas evitando os custos de
duplicação e repetição de trabalhos, no processo operacional tendesse a eliminar o
desperdício, servindo como motivação para parte dos proprietários e outros interessados em
resultados, buscando incorporar melhorias aos edifícios incorporados uma melhor
metodologia de trabalho que evite as repetições, as características chaves do BIM são
mencionadas como sendo:
• Um formato eletrônico – inteiramente criado no computador;
• Objetos paramétricos – as linhas não são apenas um conjunto de linhas e formas, mais sim
uma coleção tridimensional de objetos inseridos virtualmente no modelo;
• Agrupamento de informações – além das representações físicas dos objetos, os dados
incorporados são associados a estes modelos ou vinculados, tais como especificação de
processos, fabricantes, garantias e outras informações;
• Interoperabilidade – com informações advindas de várias fontes, é possível compartilhar
abertamente e maneira intuitiva as informações em diversos formatos.
Mesmo tratando-se de um processo longo e duradouro, como citado por Azevedo
(2009), o BIM demonstra que pode ser aplicado não só a concepção de modelos
tridimensionais, mais a toda parte de planejamento e interação entre os agentes responsáveis
pela execução e planejamento dos empreendimentos da construção, já que sua modelagem é
vinculada a todo o processo de uma forma paramétrica, onde ao alterar um dado em um objeto
tridimensional, todos os dados em plantas bidimensionais, quantitativos de serviços e valores
são modificados de forma integrada pelos sistemas escolhidos para a sua modelagem e
acompanhamento, graças à interoperabilidade oferecida pela sua metodologia de trabalho.
A forma de trabalho do BIM consiste em uma modelagem tridimensional das
edificações, de forma a se obter uma construção da edificação no ambiente virtual, que serve
para acompanhar a edificação real ao longo de seu ciclo de vida, podendo ser denominada até
de edifício virtual (HIPPERT, 2010 apud AYRES, SCHEER, 2007). Assim o modelo
eletrônico da construção não contém apenas informações visuais, tais como: cores de
ambientes, mais sim informações sobre os materiais e serviços que devem ser executados na
fase de concepção da obra.
23

No modelo de construção eletrônica ficam contidas informações pertinentes à obra,


quantidade de serviços a serem executados no empreendimento. Já as maquetes eletrônicas
convencionais contêm apenas linhas, faces e pilares sem dados que possam auxiliar na
execução dos serviços (HIPPERT, 2010).
O BIM representa um salto no uso da tecnologia da informação para a construção
civil, as tecnologias envolvidas no processo permitem o registro das informações da
construção do projeto até sua demolição, atendendo a todos os sujeitos envolvidos no
processo, as informações são dispostas em uma geometria 3D contendo informações
paramétricas dos componentes e armazenadas em um banco de dados, a disponibilização
destas informações auxilia a utilização de aplicativos de análise e simulação, permitindo o uso
de ferramentas como o IPD3 (Integrated Project Delivery), o sistema de modelagem de
informações da construção subsidia o fomento a modelagem colaborativa da edificação onde
cada profissional adiciona dados específicos de sua disciplina, automatizando as tarefas
documentais e detecção de interferências, sendo que sua maior contribuição é a integração dos
projetos, visto como um sistema estratégico para o crescimento sustentável do setor da
construção, já que os ganhos com qualidade de projeto e planejamento reduzem os erros,
prazos, desperdícios e ainda ampliam a capacidade dos projetistas, aumentando a eficiência da
mão de obra nos canteiros, no entanto para que um empreendimento possa ser beneficiado por
está tecnologia, a empresa deve dispor de mão de obra especializada de nível superior e
devidamente treinado sobre os novos conceitos apresentados por ela, para tanto a experiência
adquirida no mercado seria de grande valia, mas ainda existem poucas construtoras e
escritórios que adotam esta tecnologia como rotina, para isso o papel das universidades na
formação de novos profissionais esta ligado aos novos desafios impostos pelo BIM
(SANTOS; BARISON, 2011).
A integração promovida pela tecnologia da informação na modelagem da construção
tem por objetivo não apenas a integração e monitoramento dos projetos, mais também a
obtenção de dados mais precisos para analises de métodos e modelos construtivos, esta
interação permite que falhas decorrentes da falta de comunicação entre as equipes
multidisciplinares envolvidas sejam mitigadas, evitando retrabalhos que são onerosos para os
empreendimentos, só que para tanto as universidades devem cooperar com a formação de
profissionais para empregar estas tecnologias nas construtoras, já que poucas empresas
adotam esta tecnologia como rotina de trabalho de seus profissionais e canteiros de obras.

3
IPD – Entrega de Projetos Integrados em sua tradução literal para o português
24

Segundo Santos e Barison (2011), existem importantes experiências com a utilização


de Modelagem de Informação da Construção em instituições de ensino de Engenharia Civil e
Arquitetura, principalmente em países onde esta tecnologia já está mais presente nas obras.
Para o professor William Kymmel da California State University apud Santos (2011), as
limitações e obstáculos que um curso possa enfrentar ao inserir o BIM em sua grade
curricular, estão na dificuldade do aprendizado das ferramentas, incompreensão dos conceitos,
o próprio ambiente acadêmico, rápida evolução das novas tecnologias, falta de professores
especializados, dentre outras. No Brasil o cenário não é diferente, as maiores partes dos
professores dos cursos ligados ao setor da construção, são de uma geração sem habito de usar
as tecnologias da informação, e apresentam dificuldades para assimilar estas tecnologias e
integrar as mesmas ou currículo acadêmico, raramente os cursos de administração, engenharia
e arquitetura são interligados, o relacionamento curricular entre gerencia, construção e
projetos são praticamente inexistentes.
Tanto no Brasil como no exterior os centros universitários encontram dificuldades na
implantação das tecnologias de Modelagem de Informação da Construção tanto pela falta de
professores especializados, quanto pela estrutura das instituições de ensino falta de
comunicação entre as grades curriculares dos cursos voltados a administração e gestão obras,
arquitetura e engenharia civil e outros ligados a construção civil.
A entrega de projetos integrados ou IPD (Integrated Project Delivery) resulta em
uma menor perca de informações nas diversas fases do projeto, gerando um passivo cada vez
menor de erros, reduz esforços das equipes de projeto, em relação às quebras que existe na
entrega de projetos não integrados, os quais são mais passiveis a falhas e erros, já que
praticamente não existe troca de informação entre os participantes, desta forma os
proprietários tem menor participação nas disciplinas de projeto, planejamento e execução dos
empreendimentos, com a utilização do BIM pelas empresas este processo é totalmente
integrado e os investidores tem maior integração de todo o processo de vida das obras, além
de resultar em projetos e obras mais eficientes e com maior qualidade já que os métodos
tradicionais de concepção de projeto, planejamento, construção, operação, manutenção e
reforma das edificações em relação à utilização do BIM desde a sua concepção inicial, são
distintas, onde nos métodos tradicionais o processo passa por várias quebras, em quanto à
utilização do BIM oferece um processo linear e continuo de informações a todos os
projetistas, construtores e investidores, (EASTMAN et. al, 2011; página 152 e 153).
Assim na forma de trabalho utilizando sistemas integrados, obtemos uma melhor
forma de gerencia/concepção de projetos, planejamento e obras, na indústria da construção
25

civil, com o compartilhamento de informações entre todos os integrantes das matérias


envolvidas na concepção dos empreendimentos da construção civil, como maior organização
dos dados e acessibilidade de informações aos investidores como pode ser observado no
diagrama a seguir extraído do BIM Handbook second edition, onde as quebras de processo do
método antigo são comparadas com a linearidade da utilização da modelagem de informação
da construção durante a vida de um empreendimento.

Figura 4- Forma tradicional compara a metodologia BIM de trabalho

Fonte: BIM Handbook second edition, página 153

No sistema BIM, quando o edifício virtual é modelado, utilizando ferramentas


computacionais como (Scia Engineer, Allplan, Revit, Bentley Architeture, Archicad, Tekla
Strutures, Cype dentre vários outros), as informações pertinentes a sua representação gráfica,
analises construtivas, tempo de execução da mão-de-obra e quantificação, passam pela fase de
concepção, execução, instalação e entrega do empreendimento ou simplesmente com processo
reverso, compreendendo da fase de desmonte até o fim da remoção. Podem ser encontradas
26

no modelo, informadas alimentadas pelo usuário dos sistemas, por exemplo, como da
modelagem de um edifício simples, basicamente por paredes, telhado, forro, portas e janelas
as demais informações pertinentes à execução do projeto são gerados parametricamente.
Neste universo tecnológico o Archicad é tido como uma ferramenta 5D4, uma vez que além
de informações 3D ele permite a alimentação de dados da obra e seu acompanhamento em
tempo real, assim a quantificação de todo o processo e orçamento, oferece opções de
conversão do modelo em vários formatos, como por exemplo *.TXT5 que é de domínio
público (CAD, 2012).
Neste formato de projeto, a maquete eletrônica não contém apenas uma simples
visualização da edificação física a serem concebidas, mais informações de métodos e
materiais, evitando incompatibilidades entre projetos, já que os dados são lançados de forma
parametrizada, possibilitando a alteração das informações em qualquer plano de trabalho,
possibilitando automaticamente a atualização nos demais locais de trabalho que compõem
todo o projeto.
De acordo com Ferraz e Morais (2012, página 8), atualmente o conceito BIM já
encontrasse bem difundido, das evidencias de suas vantagens em relação a outras formas de
modelação mais tradicionais e dos fornecedores de aplicativos e consultores continuarem a
promovê-lo como uma ferramenta para melhorar a eficiência da construção, grande parte das
organizações ainda não utilizam completamente por aguardarem evidências de retorno sobre o
investimento que a adesão ao processo acarreta os investimentos não pode ser considerados
apenas económicos já que a utilização deste processo influencia os hábitos dos individuais e
em suas práticas de trabalho instituídas, mesmo com as vantagens que não se restringem
apenas a redução de custos de mão-de-obra ou tempo necessário à realização das atividades
mais também com o aumento da qualidade de construção, causando grandes impactos em
especial na indústria de pré-fabricados, já que aumenta o rigor e maximiza os recursos, em
uma indústria fragmentada e distribuída.
O aumento do rigor nos processos de projeto e modelagem com a utilização dos
sistemas BIM, contribui não apenas para o aumento na qualidade dos projetos, mais também
para o máximo aproveitamento dos recursos da indústria da construção, por este e outros
motivos tanto produtores de softwares e construtores vem divulgando cada dia mais esta
tecnologia, mesmo assim alguns empresários ainda esperam evidencias de retorno dos

4
5D – Utilização de ferramentas consideras de cinco dimensões (projeto geométrico, quantitativos,
tempo e orçamento)
5
TXT – Formato de texto comum a computadores
27

investimentos para que possam investir tanto financeiramente quanto em qualificação de


pessoal e adequação de seus espaços de trabalho.
O método Building Information Modeling é um conjunto de informações que são
geradas e mantidas durante o ciclo de vida de um edifício, esse sistema exige desenhos com
representações gráficas rigorosas, para uma boa análise construtiva, quantificação de
trabalhos e mão-de-obra, vindos da fase inicial de um empreendimento até a conclusão da
obra, até mesmo, até o fim da vida útil da edificação com o seu processo de desmonte
(PAIXÃO, 2013).
Segundo Leusin (2013), a aplicação da metodologia de trabalho BIM, tende a reduzir
e simplificar o processo de licenciamento “habite-se” para obras através do uso de tecnologia
da informação, já que a etapa de licenciamento de obras é um dos maiores gargalos para a
produção de edificações, com prazos geralmente longos e grande burocracia, ao integrar
dados de municípios em uma base de dados nacional, a tendência é reduzir o prazo da
tramitação de projetos, minimização de conflitos na tramitação, maior clareza e transparência
no processo, modelagem de dados do mercado estadual em tem tempo real, a difusão da
tecnologia com a definição de um padrão nacional e seu sistema de classificação de
componentes da construção, tende a melhorar a qualidade dos projetos, facilitar o
gerenciamento das obras e o controle de custos, está tecnologia é baseada em uma
representação conceitual integrada da edificação, diferente do modelo de elaboração de
projetos anterior baseada em 2D ou 3D da geometria como pouca ou sem nenhuma descrição
do processo produtivo.
Assim o poder público tende a auxiliar na padronização dos sistemas construtivos e
de projetos, visando à redução de custos para as obras, agilizando processos burocráticos de
licenciamentos das construções, monitorar o mercado imobiliário, reduzir conflitos de na
tramitação entre os órgãos de licenciamento e fiscalização, para criar uma maior transparência
neste processo, além de integrar as etapas da construção para facilitar a execução e
gerenciamento dos projetos.
O rigor dos desenhos se fazem necessários para a geração de informações vitais ao
empreendimento, gerando os quantitativos de serviços e mão-de-obra, já que é o ponto chave
para acompanhamento da execução do empreendimento, assim com o orçamento e estimativa
de finalização da obra.
De acordo com Sasaki (2014), a empresa americana Autodesk, está fornecendo ao
Exército brasileiro, um sistema segundo a qual deve revolucionar as obras de infraestrutura no
país, partindo do objetivo de eliminar projetos feitos em papel, trocando-os por modelo em
28

3D digitais, já que a ideia das Forças Armadas é montar uma central de informação, para
acelerar o acesso aos desenhos, orçamentos e modelos de empreitadas que apresentem grande
relevância, como, portos, rodovias e ferrovias. Assim, para o início da execução de uma
empreitada o exército não dependerá de tantos papeis, mas de uma ampla rede de
comunicação de dados para que se possa garantir total acesso as informações pertinentes a
cada serviço de infraestrutura projetando ou executado.
O Computer Aided Design - CAD6, ferramenta para desenho computacional utilizada
para facilitar o desenho técnico, pode ser utilizado em todas as áreas onde se faz necessário a
utilização de representações gráficas com celeridade e alta definição (WIKIPÉDIA, 2014).
Este conceito faz parte da base do BIM, uma vez que é utilizado de um conjunto de
informações bidimensionais para um modelo eletrônico do projeto a ser executado.
O setor da construção, passar por desafios em todo o processo de concepção dos
projetos até a manutenção das estruturas ou edificações construídas, vários estudos,
iniciativas, tecnologias e processos buscam corrigir pontualmente cada problema em suas
áreas especificas, desta forma o BIM busca uma solução que envolva todo processo gerencial,
com a integração das equipes envolvidas desde a concepção de projetos, fornecedores,
construção, usuários, manutenção dentre outros, com esta metodologia que vem sendo
aplicada em diversas partes do mundo e que se encontra em fase de implantação tanto no setor
privado setor público brasileiro (RODRIGUES, 2014).
Assim a metodologia BIM visa não apenas a integração de equipes para a concepção
de projetos ou gestão de obras, mais também a solução de problemas patológicos e de
manutenabilidade, das edificações, de uma forma geral, disponibilizando dados construtivos
para que os usuários finais possam realizar de maneira adequada e preventiva, as devidas
manutenções das estruturas.
Ao permitir uma fácil visualização do modelo eletrônico da obra, espera-se que o
BIM integrado ao planejamento possam gerar cronogramas mais reais, gerando maior
confiabilidade das informações contidas nos modelos, dando as equipes de planejamento de
explorar várias formas de execução, possibilitando entre as formas de execução existentes a
que mais se adequa a melhor estratégia de ação a ser adotada para a obra (NAKAMURA,
2014).
Desta forma, as soluções BIM tendem a eliminar erros em orçamentos comuns pela
falta de informações de projetos, uma vez que as informações pertinentes à concepção da obra

6
CAD – Desenho assistido por computador em tradução literal
29

estão diretamente ligadas aos projetos em um modelo de informações digitais analíticas, que
ainda possibilitam a escolha de um método menos oneroso ou o mais seguro para a execução
das tarefas compostas pelo conjunto da obra.
Para a Pormade (2015), o BIM vai além de suas três dimensões habituais de um
sistema CAD de desenhos normais, oferecendo outras dimensões de trabalho, como o
cronograma de trabalho de obras, estimativa de custos do empreendimento. Alguns modelos
BIM trazem informações contidas em suas bibliotecas, introduzindo um conceito n
dimensional aos projetos. Mostra que um sistema de bibliotecas BIM tem como vantagem
principal todos os desenhos modelados em três dimensões, e carregam junto informações
técnicas dos produtos por meio do conceito “product data – dados do produto”. Nestes
modelos estão contidos os principais dados do produto, assim como medidas, site do
fabricante, materiais utilizados entre outras informações pertinentes para a construção de
projetos e execução das obras.
Deste modo a interação multidisciplinar nos projetos e a interação entre os vários
profissionais envolvidos na concepção de projetos, execução de obras e os consumidores
finais que determinam o comportamento do mercado tornasse cada vez mais fácil e precisa, já
que informações vão além da geometria dos sistemas tradicionais. As bibliotecas não apenas
servem para acelerar o processo de concepção dos desenhos, mais para enriquecer cada vez
mais os modelos BIM, facilitando a união de informações sobre os materiais e processos
construtivos, oferecendo informações executivas, medidas precisas e referências do próprio
fabricando para auxílio na hora de adquirir os produtos para utilização nas obras.
Informações da economia no setor de construção civil demonstram ganhos nos
últimos sete anos, vindos de acréscimo nos lançamentos ano após ano, ganho em receita
liquida das empresas de capital aberto, implicando em alta nos custos e perdas em lucros. O
que demonstra de forma clara a necessidade de programas e tecnologias para aumentar a
eficiência e produtividades destas empresas, por conta do atual cenário econômico de altos
custos de produção e desvalorização dos imóveis, criando um ambiente técnico-econômico
favorável a pratica de novas tecnologias. Neste meio se especula sobre a implantação da
Modelagem de Informações de Construção, por empresas de engenharia e arquitetura, uma
vez que em funcionamento o sistema disponibiliza uma visão sistêmica e uma integração
entre todas as especialidades envolvidas no projeto, tornando os trabalhos dinâmicos
reduzindo a possibilidade de erros (ASSESSORIA DE IMPRENSA ABRASIP-MG, 2015).
Com a exigência do mercado, e as dificuldades impostas pelo cenário atual da
economia, com elevação de custos e redução do retorno dos investimentos imobiliários, é
30

cada vez mais importante à redução de erros provocados por projetos, desta forma a
implantação de novas tecnologias de Modelagem de Informação da Construção por empresas
de projeto torna-se uma necessidade, por proporcionarem uma visão sistemática e uma
integração entre todas as especialidades envolvidas no projeto mitigando as falhas que possam
ocorrer nesta fase ou decorrentes da falta de detalhes e informações nesta etapa da obra.
Suzuki 2015, fala que a falta de definições ou o simples entendimento do projeto de
um empreendimento, pode dificultar a visualização do empreendimento, demora na aprovação
de projetos por órgãos competentes, gerada por uma baixa qualidade nos projetos, falta de
mão de obra especializada para a elaboração, planejamento, execução e outros serviços
atrelados à construção das edificações, não permitem um acompanhamento real, do que de
fato esta acontecendo em cada etapa de vida da obra, gerando atrasos, retrabalhos, aumentos
dos custos com insumos e mão de obra, além de uma baixa produtividade nos canteiros, desta
forma o BIM ao ser inserido no ciclo de vida do empreendimento podemos gerar um modelo
digital de todo o processo de concepção, construção, manutenção, reforma e até demolição
quando for o caso.
Assim a falta de definições ou entendimento dos projetos apresentados tanto para a
liberação de licença como para execução dos serviços nas obras, gera atrasos na execução dos
empreendimentos, este modelos bidimensionais também não permitem um planejamento
preciso e acompanhamento em tempo real do que acontece na concepção dos projetos e
serviços executados na obra, essa falha ocorre geralmente pela falta de pessoal qualificado
para a elaboração e concepção dos projetos, no entanto com a união de todas as informações e
disciplinas necessárias para os projetos, reunidas em bancos de dados acessíveis a todos os
envolvidos neste processo, como proposto pela modelagem de informações da construção,
tanto as falhas de execução como a lentidão para aprovação dos projetos tende a ser reduzida,
dando mais celeridade ao processo de um modo geral.

2.4 Padronização

A buildingSMART (2015), criou dois padrões compartilhados e abertos de seu


programa de normas, a criação destas normas segue um processo rigoroso e foi aprovado pelo
Comitê Internacional de Padrões, o objetivo foi criar uma visualização de transferência com
IFC4, o desenho deve fornecer informações de edifícios, com suporte para a edição dos
elementos interligados, os aplicativos que possuem este código de programação devem
oferecer possibilidades para a edição de elementos da construção física, um exemplo seria a
31

entrega dos projetos de um arquiteto para um engenheiro para a implementação de


informações de uma disciplina especifica onde a geometria do projeto necessite ser alterada
para atender alguma exigência imposta pelo cálculo estrutural.
Esta padronização de código fonte para os sistemas BIM, busca a interoperabilidades
entre os vários programas do mercado, para que os profissionais que utilizem determinados
softwares não precisem estudar outros sistemas, ou que isso seja uma desculpa para a não
adoção da modelagem de informações da construção por algum profissional, além de permitir
a interação dos dados inseridos em cada disciplina de projeto alterem imediatamente as
demais, e ao encontrar algum conflito entre sistemas estruturais ou não estes possam ser
analisados em conjunto e seja tomada a decisão de alteração da determinada disciplina em
conjunto, para mitigar as falhas de projeto.

Figura 5 - Padronização de dados nas plataformas BIM

Fonte: http://www.buildingsmart-tech.org/

2.5 Brasil X Mundo.

De acordo com Prates (2010), quando comparamos o Brasil em função de outros


países, em principal com os Estados Unidos, os projetos em BIM ainda ocorrem de maneira
incipiente, sendo que podem sofrer um impulso por conta das grandes obras previstas para os
projetos esportivos e de infraestrutura dos próximos anos, apresentamos um atraso de cerca
de, 15 anos em relação a países mais desenvolvidos na integração da cadeia produtiva da
construção civil, sendo que um dos primeiros desafios que temos é qualificar os projetistas
para a nova forma de trabalho, em certos casos transpassar barreiras culturais, como os que
32

estão, há mais tempo no mercado e que foram, obrigados em algum momento a passar da
prancheta para o computador, a comparação entre CAD convencional e a modelagem BIM
não é dirigir um carro menor e um carro maior, mas entre estar no comando de um avião com
manche e outro com joystick, por outro ponto de vista, aceitasse que a falta de informação é o
maior entrave, mais que uma resistência consciente, já que a maior parte dos agentes de
mercado ainda não sabe de que se trata, não conseguem enxergar a verdadeira abrangência do
que este processo traz para o setor, não basta apenas capacitar, mais é preciso investimento
em softwares que podem gerir as diferentes etapas do projeto e da obra, em equipamentos que
ainda devem ser mais potentes que os usados atualmente nos projetos concebidos em CAD
2D, o que gera custos que os escritórios de menor porte não estão dispostos a pagar, outro
problema apontado por empresas é a falta de bibliotecas virtuais para aquisição de itens
inseridos na modelagem, nos Estados Unidos, onde o sistema é utilizado há mais tempo, é
possível conseguir todas as informações de peças sanitárias, componentes elétricos e outros
equipamentos para modelagem em BIM, já no Brasil é preciso programar os componentes, já
que as especificações podem mudar de um país para outro.
Em mercados maiores como o Norte Americano, a utilização da modelagem BIM é
mais aceita e difundida entre construtoras e projetistas, já o Brasil ainda demonstra certa
resistência, seja pela falta de conhecimento, falta de bibliotecas, investimentos em capacitação
de projetistas, aquisição de computadores mais potentes, softwares para interação dos
trabalhos nas várias disciplinas do projeto e da obra, sendo aceito que um dos pontos que
estes profissionais não conseguem visualizar é que a diferença entre está trabalhando no CAD
convencional e a modelagem BIM, é parecida com a de guiar um carro de acionamento a
manivela e guiar um superesportivo atual.
Para Radüns e Praiva (2013), o BIM cria um modelo digital da edificação através do
processo integrado que abrange todas as disciplinas na viabilização do empreendimento e que
abrange todo o ciclo de vida do empreendimento, no Brasil este conceito começa a serem
adotadas em obras verticais concebidas com recursos privados, obras que utilizam BIM
contam com redução de: 22% nos custos de construção, 33% no tempo de projeto e execução,
33% nos erros de documentação, 38% menos reclamações após a entrega da obra e 44%
menos retrabalho, no entanto a adoção deste conceito para obras horizontais, como, rodovias,
ferrovias, pontes e outros, aonde o investimento vem principalmente do poder público ou de
parcerias público-privada, sua aplicação é bem moderada, até o momento apenas algumas
grandes licitações exigiram o uso do BIM, como Petrobras, Companhia de Desenvolvimento
Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro e o Instituto Nacional de Propriedade Industrial,
33

sendo visível a necessidade da adoção de uma ferramenta que possua o controle do ciclo de
vida dos sistemas de infraestrutura, já que tratam se de obras públicas e demandam de grandes
valores monetários, desta forma a filosofia BIM se adequa perfeitamente na forma de um
modelo eletrônico, agregando mais qualidade, e melhora nos serviços de infraestrutura
prestados a população, além de contribuir para o crescimento econômico com o aumento da
produtividade e redução nos custos de produção, tempo gasto com atividades não produtivas e
desperdícios de água, energia e combustíveis, agregando ainda proteção aos recursos naturais.
O sistema integrado de modelagem, planejamento e execução oferecido pelos
sistemas BIM, possibilitam uma significativa redução nos prazos e custos tanto para pequenos
como grandes empreendimentos, sejam eles verticais ou horizontais, reduzindo os retrabalhos
por falta de compatibilização ou informações pertinentes a execução dos mesmos nos projetos
e na documentação entregue para a sua execução, oferecendo um melhor controle e
planejamento dos investimentos, gerando maior qualidade nos serviços prestados pelas
empresas aos usuários finais, e ainda auxiliam na preservação ambiental e melhoria nos
resultados econômicos, com a redução dos trabalhos e utilização dos recursos naturais,
algumas vantagens do sistema podem ser expressas de uma melhor forma na figura a seguir.

Figura 6 - Ganhos na utilização do BIM

Fonte: Radüns e Praiva (2013) apud McGraw-Hil Construction (2012)


34

Para Santos (2013), o Brasil seguindo o exemplo do Governo dos Estados Unidos da
América, o DENIT – Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes pretendia
ainda em 2013 passar a exigir nos seus editais de licitação que os novos projetos de estradas e
obras de arte fossem modelados atendendo os parâmetros da tecnologia BIM, o que possibilita
a inclusão mais detalhada da modelagem do terreno, fluxo de águas das chuvas e seu impacto
sobre as rodovias, o que não ocorreu já que as empresas interessadas em participar das
licitações pediram um maior prazo para adoção da tecnologia a fim de capacitarem os seus
quadros técnicos, assim como o próprio DENIT precisava de capacitação e requalificação de
sua mão-de-obra técnica, o sistema BIM visa aumentar principalmente, dentro do processo
licitatório um maior rigor no acompanhamento de execução dos serviços prestados, outra
expectativa é que se possa economizar até 30% de tempo na fase de concepção do projeto, por
conta da geração automática de quantitativos o que deixa mais tempo livre ao corpo técnico,
das empresas e do DENIT, para análise da concepção do projeto.
Assim, nota-se que a tecnologia BIM não fica restrita apenas a obras civis como
casas e prédios, mais podendo ser aplicado em outras áreas de engenharia, uma vez que há
economia de tempo nas tarefas que são geradas de forma automática, reduzindo o que os
trabalhos da equipe de projetos, melhorando a qualidade na concepção e elaboração dos
empreendimentos.

2.6 Aplicabilidade do BIM

Segundo pesquisas de Radüns e Pravia (2013) os benefícios da adoção do sistema de


modelagem de informação da construção para as fases de projeto, execução, operação e
desativação de empreendimentos horizontais podem ser entendidos como um ciclo,
representado na figura a seguir, onde cada fase envolve algumas dimensões de trabalho do
BIM, sendo descritas como:
a) Dimensão 2D: conferir as características e condições reais do ambiente e seus espaços
reais, bem como de sua vizinhança, para que não haja interferências na vizinhança (RADÜNS
E PRAVIA 2013).
b) Dimensão 3D: criação de um modelo virtual do empreendimento, com inclusão das
coordenadas geográficas e melhor localização para instalação do mesmo, diversos locais
quando disponíveis podem ser comparados, facilitando a tomada de decisão para a instalação,
35

por meio da observando fatores ambientais e financeiros de cada local (RADÜNS E PRAVIA
2013).
c) Dimensão 4D: envolve o planejamento, que pode ser realizado por meio de uma profunda
analise do projeto executivo, observando de que maneira o empreendimento pode interferir no
meio onde será implantado e otimizar o desempenho global do investimento, tudo isso
realizado de forma digital, evitando as falhas na fase de execução, nos casos de alteração
durante a execução ainda podem ser implementadas as As-Built7 para adequação a alterações
no método executivo (RADÜNS E PRAVIA 2013).
d) Dimensão 5D: os quantitativos e insumos são gerados de forma automática pelo sistema,
isso quando o banco de dados de insumos é bem configurado e detalhado, assim os custos
totais do empreendimento são gerados instantaneamente, possibilitando a analise entre os
sistemas a serem adotados, reduz os erros no orçamento e fomenta de informações os centros
de compra (RADÜNS E PRAVIA 2013).
e) Dimensão 6D: criação de um banco de dados com acesso em tempo real para todos os
envolvidos, contendo informações de, materiais, equipamentos, produtos, quantidades, custos
e métodos executivos deixando o projeto com uma ampla quantia de informações, que podem
ser consultadas nas demais fases do empreendimento, ajudando na padronização dos projetos
(RADÜNS E PRAVIA 2013).

Figura 7 - Ciclo de aplicação e operação do BIM

Fonte: Radüns e Praiva (2013)

7
As-Built – versão final de projetos que são entregues ao final do processo construtivo
36

Este ciclo demonstrado para obras horizontais é similar ao de obras verticais, com a
integração dos projetos e serviços de cada disciplina que compõe o empreendimento, onde a
partir de uma ideia bidimensional no papel, passamos para uma modelagem tridimensional
onde os detalhes construtivos são mais facilmente compreendidos e enriquecidos com
informações, a integração da quarta dimensão ao projeto é compreendida como adição de uma
linha do tempo, onde cada fase, etapa ou serviço da obra pode ser visto em uma estrutura
virtual por meio de figuras ou animação, que por sua vez pode fornecer informações de
quantitativos e valores gerados em cada etapa de vida da obra em sua quinta dimensão, já na
sexta dimensão os valores agregados são referentes à distribuição e acesso facilitado de todos
os integrantes as informações executivas, temporais, materiais, serviços entre outras, de todos
os envolvidos no ciclo de vida do empreendimento (RADÜNS E PRAVIA 2013).
Estas interações proporcionadas em cada fase do ciclo de vida de empreendimentos
rodoviários podem ser aplicadas, a edificações residenciais, com o objetivo de reduzir os
prazos para entrega, elaboração e estudo de projetos da AEC, melhorar o desempenho das
equipes multidisciplinares formadas, obter planejamentos mais coesos e cada vez mais
precisos.
Para Hamed (2015) o sistema de modelagem BIM pode ser dividido em sete partes,
descritas da seguinte forma:
a) 3D – BIM (modelagem); tem por finalidade modelar os dados com base nas informações
fornecidas pelos interessados na construção, assim como proprietários, arquitetos,
engenheiros, fabricantes, fornecedores entre outros, para a criação de uma visualização
tridimensional para permitir a estes colaboradores participarem das tomadas de decisão sobre
as modificações que devem ou não ser realizadas no empreendimento, auxilia na melhoria de
visualização do projeto, entendimento, comunicação entre as partes envolvidas e facilita a
interoperabilidade entre técnicos e investidores (HAMED, 2015).
b) 4D – BIM (agenda); envolve as atividades de planejamento local da construção, esta
dimensão permite aos participantes extrair e visualizar o progresso de suas atividades por
meio do ciclo de vida do projeto, esta tecnologia pode resultar no melhor controle sobre a
detecção de conflitos ou a complexidade de alterações que possam ocorrem durante a
execução do projeto, fundamental para otimização do planejamento e controle dos processos
construtivos e de produção (HAMED, 2015).
c) 5D – BIM (estimando); utilizado para composição de orçamento e análise do custo das
atividades, associa as dimensões 3D e 4D para proporcionar aos integrantes do processo a
37

visualização do andamento das atividades e custos ao decorrer do tempo, sua utilização pode
fornecer previsões orçamentárias mais precisas, permite a construção de empreendimentos
mais eficientes com menores custos (HAMED, 2015).
d) 6D – BIM (sustentabilidade); auxilia na análise do consumo de energia, com maior
complexidade e precisão, permite o acompanhamento do consumo energético durante a
construção possibilitando a adoção de instalações de alto desempenho, com a integração do
sistema é possível obter redução no consumo global de energia em edificação (HAMED,
2015).
e) 7D – BIM (manutenção); é uma ferramenta utilizada por gestores para operação e
manutenção de sistemas durante todo o ciclo de vida do empreendimento, permitindo aos
integrantes visualizar dados relevantes como especificações, manutenção e manuais de
equipamentos, data de prazo de garantia, proporciona gerenciamento de subcontratos ou
fornecedores, facilita manutenção durante todo ciclo de vida da construção, se adequa a
norma de desempenho das edificações ABNT NBR 15575 de 2013 (HAMED, 2015).
Estas dimensões auxiliam o gerenciamento e coordenação dos projetos em níveis de
informação e etapas executivas durante obra, manutenção e até demolição quando for o caso,
onde cada etapa depende das tarefas anteriores, de modo a se obter um modelo preciso e
coeso do empreendimento a ser planejado, construído e gerido, o que fica mais claro com a
figura a seguir. Mesmo estas dimensões interagindo e proporcionando grande ganho de
qualidade para o empreendimento final, grupos de estudo e fóruns apontam implementação de
mais dimensões além das citadas, onde se discutem modelagem e planejamento da parte de
acompanhamento e segurança do trabalho, no entanto ainda não existem publicações
cientificas disponíveis até o presente momento que possam servir de base para estudos.
38

Figura 8 – Implantação e gestão de informações

Fonte: https://hashtagbim.wordpress.com/2015/10/12/bim-do-3d-ao-7d/
39

3 METODOLOGIA

3.1 Classificação da pesquisa

Aplicação da tecnologia de modelagem da construção com a exploração do


referencial teórico para montagem de um estudo de caso onde se busca ver o real ganho ou
perca de tempo na elaboração de projetos com a integração das diversas equipes, sejam de
arquitetura, instalações, estrutura, orçamento entre outras que se façam necessárias para a
montagem de um bom produto (projeto) final.
Conhecimento de uma nova metodologia de trabalho, que vem crescendo ao redor do
mundo bem como, e motivações de investidores do setor público e privado buscando a
redução de prazos e custos de obras, criando um sistema construtivo mais organizado e limpo,
para propiciar um ambiente de trabalho com maior salubridade para os colaboradores, reduzir
os retrabalhos ou alterações de projeto por falta de planejamento ou de comunicação entre as
equipes de projeto envolvidas para o andamento dos empreendimentos da construção civil.

3.2 Método

Para o desenvolvimento dos estudos foi realizado ampla pesquisa bibliográfica


acerca do assunto, bem como a comparação entre a teoria e a prática em um projeto de
habitação popular com o uso da metodologia BIM em sua concepção.
Para a comparação entre o referencial teórico e a modelagem BIM foi adotado como
softwares o Revit versão educacional desenvolvido pela Norte Americana AUTODESK como
parâmetro para a pesquisa, este sistema específico de Modelagem de Informação da
Construção, é voltado para profissionais de projeto e construção, com o intuito de transformar
ideias em produtos mais rentáveis, utilizando uma visão de coordenadas baseada em modelos,
contendo, ferramentas que auxiliam na concepção de arquiteturas, malhas e estruturas em uma
única interface.
Além de ser disponibilizado para estudos de forma gratuita o sistema da Norte
Americana Autodesk comtempla em uma interface amigável para iniciantes as ferramentas
necessárias à concepção de projetos de modelagem da construção suficientes para a geração
do BIM.
40

3.3 Sujeito

Modelagem de informação da construção, aplicado a produção e concepção de


projetos para a construção civil, com a extração de informações para a elaboração do
orçamento e planejamento de obras, além das executivas e gerenciamento de métodos a serem
adotados para as etapas várias etapas da obra.

3.4 Instrumentos de coleta de dados

Ampla pesquisa bibliográfica acerca do assunto, modelagem e extração de


informações de um modelo eletrônico de informações da construção e observação dos
quantitativos obtidos em projeto com os executados em canteiro de obras, do mapa de
concretagem da obra, além do resumo de compras de esquadrias e acabamentos.
Durante a execução da obra, coletar dados de mapeamento de concretagem nas
unidades habitacionais, além de consumo de telhado térmico, revestimentos e outros, para
comparar o consumo dos mesmos com os dados obtidos da modelagem eletrônica das casas,
para observar se o consumo real com as percas naturais do processo construtivo, são próximas
as projetadas no modelo eletrônico ou não.
Para Azevedo, (2011) o método mais pratica para controlar e comparar os custos de
uma obra é por meio da apropriação de custos, no entanto poucas empresas ainda realizam
este trabalho em suas obras, este método de apropriação de custos e a forma pela qual a
empresa obtém controle total controle dos custos com os seus serviços, podendo avaliar tanto
o desempenho quanto a produtividade de suas equipes, esta apuração de serviços executados
com objetivo de obtenção de dados e conhecimento exato de quantidades de material e mão
de obra, fornecem o tempo real gasto para cada serviço executado, estas informações colhidas
no canteiro servem a composição de custo unitário real de serviços e avaliação da
produtividade.
Desta forma a observação dos dados oriundos do canteiro de obras devem fomentar
os quantitativos exatos da pesquisa bem como obter um comparativo entre o modelado com
auxílio do BIM e consumo real da obra.
41

3.5 Organização e análise de dados

Realização de ampla pesquisa bibliográfica acerca do assunto, modelagem eletrônica


de um modelo da construção para produção das demais informações contidas no presente
trabalho, compatibilização entre projetos e documentação construtiva de forma paramétrica,
extração de informações do modelo eletrônico utilizando a parametrização do modelo.
Os demais dados da pesquisa serão obtidos do consumo in loco dos insumos durante
a obra das unidades habitacionais, o banco de dados montado com os dados servira para
comparação entre os valores esperados no projeto e valores reais, representados em forma de
gráficos e tabelas para fácil compreensão entre os dados extraídos do BIM e os coletados
durante a execução das obras.
42

4 ANÁLISE E RESULTADOS DOS DADOS

Para a montagem e modelagem do estudo foi considerado o modelo de uma


edificação térrea, que atende os requisitos para financiamento do programa Minha Casa
Minha Vida do Governo Federal, voltado para famílias com renda mensal de até seis salários
mínimo, como disponível no endereço eletrônico da Caixa Econômica Federal (CEF, 2015),
em área urbana da cidade de Santa Cruz do Capibaribe – PE.

4.1 Projeto base

Partido do projeto arquitetônico cedido para estudos pela empresa GMS


Empreendimentos Imobiliários LTDA, sediada na cidade Santa Cruz do Capibaribe – PE teve
início a modelagem de uma unidade tomada como base, para o centro de dados do projeto de
pesquisa.
Projeto arquitetônico básico, entregue a empresa no formado bidimensional, para
levantamento de quantitativos, custos, documentação de materiais a serem adotados, tomada
de decisões sobre as frentes de trabalho que devem compor o empreendimento, composto por:
• Planta de locação e situação
• Planta baixa da unidade
• Cortes
• Fachadas

4.2 Elementos do projeto

Após conversa informal com a diretoria da empresa, as características recebidas


sobre o método construtivo foram as seguintes:
• Fundação
o Escavação de valas manuais
o Alvenaria com bloco cerâmico para fechamento do caixão de aterro da
fundação
o Aterro apiloado para regularização dos terrenos e nivelamento 20 cm acima
do nível da sarjeta
o Placa de fundação tipo radie em concreto armado de 25 MPa
43

• Paredes de concreto
o Externa com 10 cm de espessura
o Internas com 8 cm de espessura
o Parede de divisa entre os banheiros 13 cm de espessura
o Concreto nas paredes de 25 MPa com slamp mínimo de 24 +/- 2 cm
• Esquadrias
o Janelas de alumínio com fechamento de vidro
o Portas da área externa em alumínio
o Portas da área interna em madeira
• Revestimento
o Piso cerâmico em toda residência
o Texturização interna e externa
• Coberta
o Utilização de painéis sanduiche termo acústico
o Estrutura tubular de alumínio ou chapa galvanizada

4.3 Modelagem e resultados obtidos

Os principais itens modelados durante o trabalho de pesquisa foram:


• Placa de fundação
Introdução das características físicas e térmicas do concreto as quais já estão
disponíveis nas bibliotecas técnicas de materiais disponíveis no sistema de
modelagem assim como podemos observar na figura a seguir, além dos espaços
entre as telas de aço soldadas e determinação da altura efetiva da placa com base
nos projetos de estrutura do empreendimento.
44

Figura 9 - Características térmicas dos materiais

Fonte: Autor

• Paredes
Introdução das características físicas e térmicas do concreto, além dos espaços
entre as telas de aço soldadas e espessura das paredes de cada ambiente que
variam de acordo com suas solicitações e finalidades, interna ou externa, a figura
a seguir demonstra como os elementos são configurados de modo a fornecer
informações construtivas durante o processo de execução das obras.

Figura 10 - Detalhes das paredes externas

Fonte: Autor
45

• Esquadrias
o Postas
Blocos de famílias ajustados à realidade do projeto, as mesmas já se
fazem presentes na biblioteca de recursos do próprio software.
o Janelas
Blocos de famílias ajustados à realidade do projeto, as mesmas já se
fazem presentes na biblioteca de recursos do próprio software.
• Coberta
Definição de características técnicas dos materiais, bem como declividade e
posicionamento das mesmas, toda a coberta fica apoiada sobre as paredes de
concreto e com barras de alumínio ainda a serem decididas pela empresa, por este
impasse construtivo imposto pela construtora apenas será modelado a coberta
termo acústica sem os seus suportes.

4.3.1 Arquitetura

Durante o processo de desenhos bidimensionais que são a parte tradicional da


elaboração de projetos da AEC, os sistemas computacionais responsáveis pela interação de
Modelagem de Informação da Construção, vão realizando as tarefas de modelagem da
maquete eletrônica do empreendimento, assim como a geração de cortes e outros detalhes,
como visualizado na figura a seguir, mais para garantir uma boa obtenção de dados no final
do processo, são imprescindíveis uma configuração dos elementos que vão compor o sistema
construtivo, da edificação que esteja sendo modelada.
46

Figura 11 - Geração de perspectiva e corte com BIM

Fonte: Autor

Os ambientes podem ser modelados e visualizados como em um ambiente real dentro


do computador, o que possibilita ao cliente entender o que está comprando sem que a obra
tenha sido se quer iniciada, uma vez que detalhes como mobiliário e encaminhamento por
dentro do imóvel podem ser gerados pelo sistema e visualizados em diversas plataformas
eletrônicas, no caso de uma obra especifica sem repetições como casas e edificações
industriais para clientes específicos, isso tende a reduzir os retrabalhos com quebra de paredes
após sua conclusão por não deixarem o ambiente como o imaginado pelo proprietário quando
visualizou o seu projeto no papel em uma forma 2D.
Outro auxílio importante dos sistemas BIM para a modelagem de ambientes, é a
possibilidade do encontro de conflito entre os sistemas construtivos, tal como uma esquadria
prevista em projeto em um local inadequado, como podemos observar no exemplo a seguir,
onde havia uma janela com visão de dentro do banheiro para o quarto social, uma falha quase
imperceptível no projeto bidimensional, já na analise tridimensional, é mais perceptível e fácil
de identificar esse tipo de acontecimento antes que o mesmo chegue até o canteiro de obras e
seja executado.
47

Figura 12 - Incoerência de projeto

Fonte: Autor

Esta demonstração é apenas o básico do que a modelagem pode oferecer aos


projetos, já que ao modelar estruturas mais complexas podemos observar interferências entre
as estruturas aporticadas, tubulações elétricas, dutos de ar-condicionado, água, esgoto e gás e
etc.

4.3.2 Dados para planejamento

Os modelos criados em softwares com que operam com a plataforma BIM, são mais
do que desenhos 2D sem informação ou maquetes eletrônicas bonitas para facilitar a venda
dos produtos da AEC, eles geram de forma integrada, dados para quantificação de serviços
como na figura a seguir, de modo a facilitar o planejamento e execução dos empreendimentos,
além de realizarem o próprio planejamento e acompanhamento da obra, com a integração
entre diferentes programas.
48

Figura 13 - Saída de dados

Fonte: Autor

Os dados obtidos desta modelagem estão disponíveis no apêndice deste documento,


sedo estes divididos em cinco quadros contendo informações sobre:
• Área dos ambientes
• Janelas
• Paredes
• Pisos
• Portas
Como o projeto e modelado com objetos virtuais que representam os elementos da
obra real, seus quantitativos são mais precisos que os obtidos manualmente das plotagem de
projetos CAD convencionais, no caso de área e volume de paredes, por exemplo, todas as
aberturas de portas e janela são automaticamente descontadas, o que gera o volume real de
concreto a ser utilizado, caso o sistema adotado fosse o convencional de alvenaria em blocos
cerâmicos, os coeficientes de perda deveriam ser majorados para garantir a perda gerada por
baixo nível de industrialização do procedimento.
49

4.3.3 Planejamento do empreendimento

Por conta de solicitação da direção da empresa que forneceu os projetos não foi
possível à utilização dos dados reais de planejamento do empreendimento, no entanto com os
dados obtidos em palestras sobre sistemas similares de construção e outras obras visitadas na
região foi possível estimar a velocidade de execução partindo de obras similares em parede de
concreto, não foi considerado a execução dos serviços de acabamento, tais como pintura das
paredes, forro de PVC nos banheiros, piso cerâmico e outros.

A divisão do empreendimento para execução foi dividida da seguinte forma:

• Placa de fundação – previsão para concretagem em um dia, com cura de três dias para
retomada das montagens das formas.
• Paredes – estimativa de uma semana para a montagem das telas, instalação dos eletro
dutos, instalação hidro sanitária, montagem das formas e concretagem das paredes como
na figura a seguir.

Figura 14 - Execução das paredes

Fonte: Autor

• Coberta – A previsão de coberta inicial eram os painéis mistos compostos por alumínio e
poliuretano, com isso sua estimativa para instalação entre mobilização, instalação e
50

desmobilização de equipamentos e pessoal seria em torno de um dia de serviço, o qual


deve ser executado após sete dias corridos da concretagem, para que o concreto já tenha
maior resistência para não ser danificado pela fixação dos equipamentos de montagem da
estrutura.
• Esquadrias – adotadas na obra física e para composição do cronograma, são os quites
porta pronta, no caso das externas para a sala e cozinha em alumínio aparafusadas na
parede de concreto, as demais de quartos e banheiros com grade e folha de padeira,
aparafusadas sobre o concreto.
• Instalação de equipamentos hidro sanitários – instalação e montagem de vazo sanitário,
lavatório, pia de cozinha entre outros, uma vez que as instalações hídricas são realizadas
antes mesmo da concretagem.
A simulação da linha do tempo “time line” foi criada tanto para a produção de apenas
uma unidade habitacional como para um conjunto de cinco unidades, para que se possa
compreender de melhor forma como o planejamento virtual da obra pode ser realizado tanto
em projetos mais simples como em empreendimentos mais complexos, tal como na imagem a
seguir onde pode ser visualizada a etapa de construção cada casa em relação às outras.
Outra ferramenta importante do planejamento é o acompanhamento da obra, poder
acompanhar de fato o que foi planejado com o que foi executado, na figura a seguir temos a
exemplificação do que de fato foi executado ao lado direito junto ao que havia sido planejado
para o dia da medição.

Figura 15 - Planejado x Executado

Fonte: Autor
51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a adoção de sistemas computacionais integrados, que permitem a modelagem


real dos elementos de uma construção, observou-se ganho de produtividade e compatibilidade
entre os projetos arquitetônicos, os quais servem de base para as demais disciplinas integradas
ao sistema construtivo das edificações, já que dados como área de ambientes e perímetro são
responsáveis por determinação de potência luminosa e quantidade de tomas, assim como
referenciado pela ABNT NBR 5410 de 2004, além da possibilidade da inserção de
características dos materiais que devem vir a compor cada elemento, a fim de permitir a
simulação e experimentação de características de durabilidade, qualidade e segurança como
os itens presentes na ABNT NBR 15575 de 2013, que determina a eficiência mínima para
cada item que compõe uma habitação projetada ou executada a partir de sua data de início de
vigência.
Partindo da modelagem integrada, é possível obter um conjunto de documentação
coesa com os dados inseridos na planta baixa, garantindo maior qualidade e velocidade nas
plantas de cortes e fachadas, descrição mais precisa dos materiais a ser empregado na
produção de cada elemento da construção, o que é de extrema importância para os projetistas
e executores de obra, outra informação importante é a geração do modelo tridimensional
virtual da edificação, na qual o cliente “comprador, incorporador ou investidor” pode passear
por dentro do empreendimento sem que o terreno que vai receber a obra tenha sido se quer
limpo para a demarcação das escavações.
O planejamento virtual permite além de uma linha de tempo similar as tradicionais
criadas no papel, com planilhas que muitas vezes são mal interpretadas pelos engenheiros e
encarregados de obras, demonstra de modo real como devem ser seguidas as etapas da obra
com a execução de cada serviço ou etapa do empreendimento em um modelo virtual similar
ao real, que ainda permite a visualização de conflitos entre as disciplinas em execução e até
mesmo a ordem das tarefas a serem executadas, evitando a compra de materiais que deveriam
ser comprados mais próximos ao fim da obra e acabem sendo comprados no início por
descuido ou falha em um planejamento criado da forma antiga no papel.
Com tamanha precisão proporcionada pela tecnologia de modelagem de informações
da construção, interoperabilidade entre os sistemas e velocidade proporcionada, já não
podemos mais ignorar as evoluções computacionais empregadas a AEC, uma vez que estas
ferramentas auxiliam desde a compatibilização dos projetos das tarefas que compõem a
construção, visualização e melhor planejamento dos serviços a serem executados no canteiro,
52

de modo a reduzir os retrabalhos por incompatibilidade ou planejamento de armazenamento


de materiais dentro de canteiros de obra com espaço reduzido.
53

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenho_assistido_por_computador
56

APÊNDICE – DADOS EXTRAIDOS

Quadro 1 - Área dos ambientes


Área dos ambientes
Nome Acabamento da parede Acabamento do forro Acabamento do piso Perímetro Área Volume

Área de serviço Cerâmica Telhado temo acústico


Cerâmica 7,2 2,79 m² 6,70 m³
Quarto social Pintura acrilica Telhado temo acústico
Cerâmica 12,92 10,43 m² 25,04 m³
Cozinha Cerâmica Telhado temo acústico
Cerâmica 9,9 6,13 m² 14,70 m³
Hall Pintura acrilica Telhado temo acústico
Cerâmica 5,28 1,74 m² 4,18 m³
BWC - social Cerâmica PVC Cerâmica 6,42 2,51 m² 6,03 m³
Sala Pintura acrilica Telhado temo acústico Cerâmica 18,55 16,81 m² 40,35 m³
BWC - suíte Cerâmica PVC Cerâmica 6,42 2,51 m² 6,03 m³
Suíte Pintura acrilica Telhado temo acústico Cerâmica 14,71 11,46 m² 27,51 m³
Varanda Pintura esmaltada Telhado temo acústico Cerâmica 10,78 5,84 m² 14,00 m³

Fonte: Autor

Quadro 2 - Janelas
Janelas
Família Marca de tipo Altura Altura da extremidade Altura do peitoril Largura

Janela de correr - 2 Painéis 19 1 2,1 1,1 1,5


Janela de correr - 2 Painéis 19 1 2,1 1,1 1,5
Janela de correr - 2 Painéis 19 1 2,1 1,1 1,5
Janela de correr - 2 Painéis 19 1 2,1 1,1 1,5
Janela de correr - 2 Painéis: 4

Janela pivotante horizontal - 2 Painéis 20 0,5 2,1 1,6 0,5


Janela pivotante horizontal - 2 Painéis 20 0,5 2,1 1,6 0,5
Janela pivotante horizontal - 2 Painéis: 2
Total geral: 6

Fonte: Autor

Quadro 3 - Paredes
Paredes
Altura desconectada Comentários Comprimento Largura Material: Volume Material: Área Volume Área

Aço, 45-345
2,4 P08 2,59 0,12 0,03 m³ 5,18 m² 0,62 m³ 5,22 m²
2,4 P09 10,71 0,12 0,17 m³ 33,32 m² 4,00 m³ 33,32 m²
2,4 P01 3,39 0,12 0,04 m³ 8,65 m² 1,04 m³ 8,70 m²
2,4 P12 9,15 0,12 0,13 m³ 25,86 m² 3,10 m³ 25,86 m²
2,4 P10 10,65 0,12 0,15 m³ 29,13 m² 3,50 m³ 29,13 m²
2,4 P07 3,39 0,12 0,05 m³ 9,28 m² 1,11 m³ 9,33 m²
2,4 P02 2,59 0,12 0,02 m³ 3,37 m² 0,40 m³ 3,40 m²
2,4 P04 2,59 0,12 0,03 m³ 6,62 m² 0,79 m³ 6,66 m²
2,4 P03 3,39 0,12 0,05 m³ 9,03 m² 1,08 m³ 9,07 m²
2,4 P11 2,95 0,12 0,04 m³ 7,12 m² 0,85 m³ 7,12 m²
2,4 P06 1,98 0,12 0,03 m³ 6,62 m² 0,79 m³ 6,65 m²
2,4 P05 3,39 0,13 0,05 m³ 9,79 m² 1,27 m³ 9,84 m²
Aço, 45-345: 12 0,77 m³ 153,98 m²
Concreto, Moldado no local - Cinza
2,4 P08 2,59 0,12 0,60 m³ 10,40 m² 0,62 m³ 5,22 m²
2,4 P09 10,71 0,12 3,83 m³ 66,64 m² 4,00 m³ 33,32 m²
2,4 P01 3,39 0,12 0,99 m³ 17,35 m² 1,04 m³ 8,70 m²
2,4 P12 9,15 0,12 2,97 m³ 51,73 m² 3,10 m³ 25,86 m²
2,4 P10 10,65 0,12 3,35 m³ 58,27 m² 3,50 m³ 29,13 m²
2,4 P07 3,39 0,12 1,07 m³ 18,61 m² 1,11 m³ 9,33 m²
2,4 P02 2,59 0,12 0,39 m³ 6,77 m² 0,40 m³ 3,40 m²
2,4 P04 2,59 0,12 0,76 m³ 13,28 m² 0,79 m³ 6,66 m²
2,4 P03 3,39 0,12 1,04 m³ 18,09 m² 1,08 m³ 9,07 m²
2,4 P11 2,95 0,12 0,82 m³ 14,24 m² 0,85 m³ 7,12 m²
2,4 P06 1,98 0,12 0,76 m³ 13,27 m² 0,79 m³ 6,65 m²
2,4 P05 3,39 0,13 1,22 m³ 19,62 m² 1,27 m³ 9,84 m²
Concreto, Moldado no local - Cinza: 12 17,80 m³ 308,27 m²
Total geral: 24 18,57 m³ 462,25 m²
57

Fonte: Autor

Quadro 4 - Pisos
Piso
Material estrutural Perímetro Resistência térmica (R) Volume Área

Concreto 20MPa 35,74 0,1320 (m²·K)/W 10,04 m³ 74,38 m²


Fonte: Autor

Quadro 5 - Portas
Portas
Marca de tipo Altura Família e tipo Função Largura

17
17 2,13 M_Folha única: 0813 x 2134mm Interior 0,81
17 2,13 M_Folha única: 0813 x 2134mm Interior 0,81
17 2,13 M_Folha única: 0813 x 2134mm Interior 0,81
17 2,13 M_Folha única: 0813 x 2134mm Interior 0,81
17:04
22
22 2,13 Porta de entrada única com revestimento: 900 x 2100mm Exterior 0,9
22 2,13 Porta de entrada única com revestimento: 900 x 2100mm Exterior 0,9
22:02
Total geral: 6

Fonte: Autor

Quadro 6 - Telhado
Telhado
Absorção Material: Descrição Material: Volume Material: Área Área

0,1 0,70 m³ 70,22 m² 70,22 m²


0,1 Compensado, grade de revestimento 1,05 m³ 70,22 m² 70,22 m²
0,1 Moldura de madeira, com isolamento 3,51 m³ 70,22 m² 70,22 m²
Total geral: 3 5,27 m³ 210,67 m²

Fonte: Autor
58

APÊNDICE – PLANEJAMENTO

Figura 16 - Planejamento unidade isolada

Fonte: Autor

Figura 17 - Planejamento para execução simultânea

Fonte: Autor
59

APÊNDICE – PROJETO DA RESIDÊNCIA ESTUDADA

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