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O PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) NO MUNICÍPIO DE

BOA VISTA – RR

Nome do aluno: Raiany Sousa e Sousa


Valdenir Correa Lopes
Nome do Orientador: Luiza Maria Bessa Rebelo
Nome do Tutor Presencial: Cláudia Melo Oliveira Ferreira
Nome dos Tutores a Distância: Marcela Fróes
Boa Vista – Roraima
RESUMO:
No panorama da administração pública estão as ações voltadas ao beneficiamento da população
em geral ou até mesmo de grupos específicos, as chamadas políticas públicas. Como objeto
deste estudo está a política pública voltada à agricultura familiar, o Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA). Quanto aos procedimentos metodológicos utilizou-se de pesquisas
bibliográficas e do estudo de caso. A pesquisa bibliográfica foi feita por meio de artigos
científicos, dissertações e conteúdo na internet e estudo de caso foi feito como pesquisa de
campo realizada por meio de questionário elaborado com questões fechadas e expostas em
escala LIKERT, levantando-se dados a partir dos técnicos da unidade executora do programa
pelo município de Boa Vista/RR e de nove agricultores familiares que lhe são beneficiários ,
com intuito de identificar qual a percepção do ponto de vista da unidade executora do Programa
de Aquisição de Alimentos da cidade de Boa Vista, bem como os agricultores beneficiários a ela
vinculada, tem quanto ao alcance das finalidades do Programa. Pela análise dos resultados, foi
possível observar um panorama satisfatório em relação grau de percepção, do ponto de vista dos
agricultores familiares beneficiados e da unidade executora do PAA na cidade de Boa Vista –
RR, em relação ao alcance das finalidades do programa.
Palavras chave: Políticas públicas, programa de aquisição de alimentos, Boa Vista/RR

THE FOOD ACQUISITION PROGRAM (PAA) IN THE COUNTY OF BOA


VISTA-RR

ABSTRACT
In the panorama of public administration are the actions aimed at the beneficiation of the
population in general or even of specific groups, the so-called public policies. As object of this
study is the public policy focused on family agriculture, the Food Acquisition Program (PAA).
As for the methodological procedures, we used bibliographical research and the case study. The
bibliographic research was done through scientific articles, dissertations and content on the
internet, and a case study was done as a field research carried out by means of a questionnaire
elaborated with closed questions and exposed in LIKERT scale, raising data from the
technicians of the unit of the program by the municipality of Boa Vista / RR and nine
beneficiary family farmers, in order to identify the perception from the point of view of the unit
executing the Food Acquisition Program of the city of Boa Vista, as well as the beneficiary
farmers, has as to the achievement of the objectives of the Program. By the analysis of the
results, it was possible to observe a satisfactory panorama in relation to the degree of perception,
from the point of view of the beneficiary family farmers and the PAA executing unit in the city
of Boa Vista - RR, in relation to the scope of the program 's objectives.
Keywords: public policies, Food Acquisition Program, Boa Vista/RR

1. INTRODUÇÃO
As políticas públicas são, em sua maioria, uma resposta às pressões populares
que reclamam a falta de atenção por partes de seus governantes. Esta falta de atenção
gera um cenário de desenvolvimento desigual, em que apenas uma parte da sociedade,
minoria privilegiada, se beneficia com a política vigente. Tratando-se de Brasil, as
políticas públicas têm, neste cenário, um papel de suma importância, que é o de
equilibrar essas disparidades sociais no país. O Brasil é um país que exporta a maior
parte de sua produção agrícola, fato que o leva a uma priorização de uma agricultura
patronal, supervalorização do agroexportador em detrimento da agricultura familiar.
Apesar da pouca importância dada a agricultura familiar, é notória a sua relevância na
organização de configuração do espaço agrário nacional, uma vez que a produção das
grandes empresas do agronegócio é voltada para o mercado externo, deixando o
mercado interno desabastecido. Esse mercado vem sendo suprido, como aduz Salcedo,
2013, pela agricultura familiar.
Uma política pública que vem contribuindo para mudança neste cenário e
ganhando cada vez mais espaço é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que é
objeto deste estudo onde procurou-se responder: A unidade executora do Programa de
Aquisição de Alimentos da cidade de Boa Vista e os agricultores familiares a ela
vinculada têm qual percepção quanto ao alcance das finalidades desse Programa? O
objetivo geral visa identificar a percepção, sob a ótica da Unidade Executora do
programa e dos agricultores beneficiados no município de Boa Vista-RR, das finalidades
do Programa de Aquisição de Alimentos. Os objetivos específicos são: analisar se há
diferenças significativas na percepção do alcance das finalidades do PAA entre os
agricultores familiares beneficiados e a unidade executora da cidade de Boa Vista -RR, e
conhecer o grau de percepção, do ponto de vista dos agricultores familiares beneficiados
e da unidade executora do PAA na cidade de Boa Vista – RR, em relação ao alcance das
finalidades do programa.
O PAA tem como um dos objetivos a produção da agricultura familiar desde o
ano de 2003. Contudo, apesar de ter sido criado há mais de 15 anos e ser um programa
nacional, algumas cidades o implantaram há pouco tempo como é o caso de Boa Vista,
capital do estado de Roraima, onde o PAA foi implantado no início de 2019. Sabendo da
importância do programa para a agricultura familiar no contexto das políticas públicas
aliado ao fato do presente estudo ser explicitado sob a perspectiva do ciclo político, mas
especificamente a fase de avaliação desse ciclo, onde os estudos são escassos como
explana Salgado,2016, este se mostra relevante e propício. Como contribuição teórica,
visa ainda contribuir para construção de conhecimento sobre o assunto no meio
acadêmico e, como reforça Salgado, 2016, proporcionar, com base em conhecimentos
absorvidos de uma realidade local, aporte no acompanhamento e avaliação da política
pública programa de aquisição de alimentos.
O trabalho está dividido em fundamentação teórica como base do trabalho,
métodos utilizados para o seu desenvolvimento. No quarto tópico, é apresentado a
análise dos resultados, seguido da conclusão e referências bibliográficas.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para compor a seguinte fundamentação teórica, fez-se mister conceituar Políticas
públicas e sua implementação, bem como sua cronologia voltadas à agricultura familiar,
pelo ciclo de políticas públicas e a fase da avaliação nesse ciclo, logo após abordar-se-á
o Programa de Aquisição de Alimentos, suas finalidades e as unidades executoras em
Boa Vista-RR e, finalmente, a unidade executora do município de Boa Vista-RR – A
Secretaria de Agricultura e Assuntos Indígenas – SMAAI.

2.1 Políticas Públicas e suas Implementação


As políticas públicas são primordiais para vários segmentos da sociedade e é
igualmente importante sua eficaz implementação por parte da administração pública.
Diversos são os conceitos para políticas públicas, contundo, no presente trabalho adotar-
se-á a definição dada por Lima (2007, p.4), na qual políticas públicas se traduzem em:
[...] conjunto de ações governamentais ou de intervenção estatal, articuladas a
interesses coletivos e voltadas para atender as demandas sociais e a garantia
do exercício do poder político, configurando um compromisso público que
visa dar conta de questões sociais e políticas em diversas áreas. [...] processo
político onde se dá a negociação de atores institucionais e sujeitos políticos
diversos em momentos e circunstâncias diferentes.

Complementando a definição dada, converge para o mesmo sentido, com o discorrido


por discorrido por Madeira (2014, p. 46),
O circuito de elaboração e implementação das políticas públicas é, portanto,
produto das tensões latentes em cada sociedade e fonte de permanente
aprendizado institucional. Afinal, as políticas públicas, ao permitirem a
ampliação das habilidades e capacidades dos indivíduos, famílias e grupos,
podem ser elemento importante para a melhoria da compreensão dos
processos pelos quais passa cada sociedade. Consequentemente, podem ser
um elemento para ampliação da participação política e social, bem como para
maior defesa e ampliação da igualdade e solidariedade social, tanto entre as
gerações atuais como entre estas e as futuras gerações, como princípio e pilar
da estruturação da sociedade, fomentando alterações nas instituições estatais
fundamentais aos processos de desenvolvimento.

2.2 Políticas Públicas Voltadas à Agricultura Familiar: cronologia


Um dos atores que a política pública abarca são os vinculados à agricultura
familiar que surgiu no país, de acordo com Lima (2017), em meados dos anos noventa
justamente como sujeito de políticas públicas. Em 1996, ainda consoante Lima (2017),
houve a criação do Pronaf e com ele o reconhecimento da agricultura familiar que seria,
a partir daquele momento, o protagonista social. Sendo assim surgiram políticas
agrícolas que impulsionariam a produção doméstica através de apoio financeiro para a
produção dos agricultores familiares em suas propriedades rurais (via crédito rural, o
seguro agrícola entre outros procedimentos que visavam resolver questões que
envolviam dívidas da população rural). No ano de 1999, conforme site do MDA (2018)
foi instituído o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) que constituiu um papel
de reconhecimento por parte do Estado brasileiro no que tange à agricultura familiar. Tal
Ministério foi fundido em 2016 com o Ministério de Desenvolvimento Social (BRASIL,
2016) e atualmente titula-se como Secretaria Especial do Desenvolvimento Social,
subordinado ao Ministério da Cidadania, conforme Medida Provisória 870 de 1º de
janeiro de 2019.
Em 2003, houve a criação do Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar
e Combate à Fome (MESA) pela Lei 10.683, de 28 de maio de 2003, sendo um dos
expoentes a criação do Programa Fome Zero, que enfatizava o meio rural e semeou
políticas para este. Outro marco temporal importante ocorreu em 2006 com a criação da
Lei da Agricultura Familiar (Lei nº 11.326 de 2006) que estabeleceu diretrizes para a
operacionalização das políticas voltadas a esta e reconheceu os pequenos produtores
familiares como uma categoria socioeconômica no meio rural. A Lei 11.326/06
considera agricultores familiares os que tem até quatro módulos fiscais, utilize mão de
obra de componentes da família, tenha um percentual mínimo da qual advenha sua renda
de atividades oriundas de seu estabelecimento e gerencie seu empreendimento com sua
família. Atualmente, a agricultura familiar é um importante segmento para o
desenvolvimento do Brasil e soma 4,4 milhões de famílias agricultoras, representando
84% dos estabelecimentos rurais brasileiros respondendo por 38% da produção
agropecuária em números brutos (MDA,2018). De outro modo,
mais do que produzir alimentos em quantidade, a agricultura familiar também
passou a ser reconhecida pela sua contribuição à soberania e segurança
alimentar e nutricional, tornando-se uma opção estratégica para tentar reverter
uma verdadeira epidemia na saúde pública, a qual se expressa nas inúmeras
doenças que decorrem das drásticas transformações nos padrões de consumo
alimentar. Esse reconhecimento está no centro de uma nova geração de
políticas para a agricultura familiar, a qual se expressa, sobretudo, nos
mercados institucionais (NIEDERLE et al, 2014)
O entendimento de Niederle et al. (2014), também pontua a necessidade de
aprimorar os meios de avaliação e análise dos programas de intervenção pública.

2.3 Ciclos de Polícias Públicas


Com base no conceito de políticas públicas adotado neste trabalho, depreende-se
como ciclo das políticas públicas, as fases compreendidas em:
[..] percepção e definição de problemas [..] momento em que um problema
é identificado e geralmente ganha relevância política por meio da mídia e de
outras formas de comunicação política e social (FREY, 2000); [..] definição
de agenda [..] decide efetivamente se um tema será inserido na pauta política;
[..] elaboração de programas e decisão, conforme definido por Souza
(2006), refere-se a etapa em que os governos transformam seus propósitos e
plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou
mudanças na sociedade; [..] implementação [..] execução de atividades que
permitem que ações sejam implementadas com objetivo de cumprir as metas
definidas no processo de formulação das políticas (SILVA; MELO, 2000) [..]
A última fase do ciclo político é a avaliação que pode ser entendida como a
análise sistemática do processo ou dos resultados de um programa ou de uma
política [..] (SALGADO, 2016, grifo nosso).
Os autores Silva e Melo (2000) evidenciam que a avaliação se mostra como um
processo de aprendizado em face a uma política pública. Esta fase será demostrada
tópico seguinte.

2.4 Avaliação no Ciclo das Políticas Públicas


Como pontuam Costa e Castanha (2003), é possível a partir da avaliação,
fornecer aos formuladores de políticas sociais, bem como aos gestores responsáveis por
essas políticas, dados importantes para tornar essas políticas mais eficazes para a gestão
pública, orientando-os para eventuais correções ou até suspensão de tais políticas. A
avaliação não necessariamente tem que ocorrer no final do processo político, podendo
passar por diferentes estágios do processo a fim de adaptar o programa propiciando uma
reformulação contínua da política (FREY, 2000).
Essa utilização do modelo do ciclo de políticas públicas, especificamente a fase
da avaliação, foi aqui demostrado para a melhor compreensão e identificação da atuação
de diversos atores e suas influências no processo de avaliação do programa de aquisição
de alimentos (PAA).
2.5 Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Conforme dissertado por Lima (2017), o PAA surgiu incitado pela ação da
sociedade civil e instituições. Criado pela lei nº 10.696 de julho de 2003 em seu artigo
19 e alterado por outros dispositivos legais que serão explanados no quadro abaixo:
Quadro 1. Evolução da legalidade do Programa de Aquisição de alimentos.
LEI/DISPOSITIVO
ANO CONTEÚDO DESCRICIONAL
LEGAL
2003 LEI Nº 10.696, DE 2 Dispõe sobre a repactuação e o alongamento de dívidas oriundas de
DE JULHO DE 2002 operações de crédito rural, e dá outras providências.
2011 LEI Nº 12.512, DE 14 Institui o Programa de Apoio à Conservação Ambiental e o Programa de
DE OUTUBRO DE Fomento às Atividades Produtivas Rurais; altera as Leis n.º 10.696, de 2 de
2011. julho de 2003, 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e 11.326, de 24 de julho de
2006. (Capítulo III)
2012 DECRETO Nº 7.775, Regulamenta o art. 19 da Lei nº 10.696, de 2 de julho de 2003, que
DE 4 DE JULHO DE institui o Programa de Aquisição de Alimentos, e o Capítulo III da Lei nº
212. 12.512, de 14 de outubro de 2011, e dá outras providências.
2013 DECRETO Nº 8.026, Altera o Decretos nº 7.775, de e4 de julho de 2012, que regulamenta o
DE 6 DE JUNHO DE Programa de Aquisição de Alimentos; nº 5.996, de 20 de dezembro de
2013. 2006, que dispõe sobre a criação do Programa de Garantia de Preços para a
Agricultura Familiar; nº 7.644, de 16 de dezembro de 2011, que
regulamenta o Programa de Fomento às Atividade Produtivas Rurais; e dá
outras providências.
2014 DECRETO Nº 8.293, Altera o Decreto nº 7.775 de 4 de julho de 2012, que dispõe sobre o
DE 12 DE AGOSTO Programa de Alimentos.
DE 2014.
2017 DECRETO Nº 9.214, Altera o Decreto nº 7.775, de 4 de julho de 2012, que regulamenta o art. 19
DE 29 DE da Lei nº 10.696, de 2 de julho de 2003, que institui o Programa de
NOVEMBRO DE Aquisição de Alimentos, e o Capítulo III da Lei nº 12.512, de 14 de
2017. outubro de 2011.
Fonte: Adaptação de legislações envolvendo PAA – elaborado pelos autores.
O PAA é uma política pública que fora instituída pelo Governo Federal,
contando com Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) e
do Congresso Nacional, no ano de 2003, por meio da Lei nº 10.696, revogada pela Lei nº
12.512 em 2011. Desta forma, pode-se aludir que tais dispositivo tem a finalidade
assegurar o direito fundamental a alimentação (Emenda Constitucional nº 64, 2010),
permitindo o acesso à alimentação adequada, além fomentar a reconstrução de redes de
comercialização locais e regionais permitindo fornecimento do próprio agricultor
familiar para rede sócio assistencial, rede pública e filantrópica de ensino, geralmente
creches, entidades assistenciais (REIS, 2017).
De acordo com a lei que o criou, o PAA divide-se nas seguintes modalidades:
Quadro 2: Modalidades do PAA
MODALIDADES DE EXECUÇÃO DO PROGRAM DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS
I – Compra com Doação Simultânea – compra de alimentos diversos e doação simultânea às unidades recebedoras
e, nas hipóteses definidas pelo GGPAA, diretamente aos beneficiários consumidores, com objetivo de atender a
demandas locais de suplementação alimentar de pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional;
II – Compra Direta – compra de produtos definidos pelo GGPAA, com o objetivo de sustentar preços;
III – Incentivo à Formação de Estoques e ao Consumo de Leite – compra de leite que após ser beneficiado, é doado
às unidades recebedoras e, nas hipóteses definidas pelo GGPAA, diretamente aos beneficiários consumidores co o
objetivo de atender a demandas locais de suplementação alimentar de pessoas em situação de insegurança alimentar
e nutricional;
IV – Apoio à Formação de Estoques - apoio financeiro para a constituição de estoques de alimentos por
organizações fornecedoras, para posterior comercialização e devolução de recursos ao Poder Público;
V – Compra Institucional – compra da agricultura familiar, por meio de chamada pública, para o atendimento de
demandas de gêneros alimentícios ou de materiais propagativos, por parte de órgão comprador e, nas hipóteses
definidas pelo GGPAA, para doação aos beneficiários consumidores;
VI – Aquisição de Sementes – compra de sementes, mudas e materiais proativos para alimentação humana ou
animal de beneficiários fornecedores para doação a beneficiários ou fornecedores
Fonte: Decreto Nº 7.775, de 4 de julho de 2012, adaptado pelos autores.
Por meio dessas modalidades o programa pode atender tantos os beneficiários
fornecedores que se enquadrem nos critérios, como os beneficiários consumidores que
de fato tem acesso aos alimentos proporcionados pelo PAA. O programa complementa o
Pronaf, com a comercialização dos alimentos produzidos pela agricultura familiar. Já
com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), governos estaduais e
municipais, o programa compra alimentos da agricultura familiar sem licitação (é
exceção à Lei 8.666 de junho de 1993, que normatiza licitações e contratos da
administração pública, (PERACI e BITTENCOURT, 2010).

2.6 Finalidades do Programa de Aquisição de Alimentos


O Decreto nº 7.775, de julho de 2012, veio para regulamentar o art. 19 da Lei nº
10.696, de 2 de julho de 2003, lei essa que institui o Programa de Aquisição de
Alimentos, cujas finalidades são as seguintes:
Finalidade I: “incentivar a agricultura familiar, promovendo a sua inclusão
econômica e social, com fomento à produção com sustentabilidade, ao processamento, à
industrialização de alimentos e à geração de renda”. Delgado et al. (2005) afirma que o
PAA inovou ao criar instrumentos de crédito com garantia de compra para fomento da
produção. Almeida et al. 2018 pontuam que o PAA tem sido complementar na renda
agrícola para agricultores já integrados aos meios de comercialização. Como forma de
potencializar os benefícios do PAA, é preciso ampliar integração das políticas públicas e
diálogo entre as secretarias de agricultura, educação, assistência social e saúde bem
como aumentar os recursos destinados (TURPIN, 2009). Colocando a visão dos
técnicos operadores do programa PAA, Silva e Ferreira (2016) colocam que é afirmado
por 85,3% desses técnicos entrevistados a insuficiência do envolvimento do governo
para que os objetivos do PAA sejam mais bem programados e tenham um alcance
maior.
A finalidade II vem para “incentivar o consumo e a valorização dos alimentos
produzidos pela agricultura familiar;” se demonstra relevante, pois Muller et al. (2012)
afirmam que o programa foca a comercialização dos alimentos oriundos da agricultura
familiar em consonância com outras políticas. Ele tem incentivado a diversificação da
produção e valorização de produtos locais ao passo que alia a oferta com uma demanda
diversificada (GRISA et al., 2009). A terceira finalidade objetiva “promover o acesso à
alimentação, em quantidade, qualidade e regularidade necessárias, às pessoas em
situação de insegurança alimentar e nutricional, sob a perspectiva do direito humano à
alimentação adequada e saudável”. Aqui vem o aspecto da Segurança Alimentar e
Nutricional (SAN) que se trata de um direito humano básico para a sobrevivência dos
indivíduos. Seu conceito determina que é preciso garantir o acesso físico e econômico
aos alimentos de modo regular e permanente, proporcionando assim uma vida digna e
saudável (Gonçalves, 2013). Silva e Ferreira, 2016 ainda assinalam que, em seu
trabalho, 98% dos respondentes afirmaram que houve garantia de segurança alimentar
em decorrência do PAA.
A finalidade IV visa “promover o abastecimento alimentar por meio de compras
governamentais de alimentos, inclusive para prover a alimentação escolar e o
abastecimento de equipamentos públicos de alimentação e nutrição nos âmbitos
municipal, estadual, distrital e federal, e nas áreas abrangidas por consórcios públicos.
As escolas podem ser contempladas com os alimentos doados no âmbito do PAA como
complementação da alimentação escolar, onde, o município opta por adquirir mais
alimentos do PAA para abastecer a rede pública de ensino sendo relevante por abordar
os alunos da primeira infância, bem como a zona rural ou periferias dos centros urbanos
onde os maiores índices de insegurança alimentar e nutricional se manifestam (SÍCOLI,
2017). Essa complementação acontece porque já existem programas específicos para a
alimentação advinda da agricultura familiar com destino as escolas. (FNDE,2019)
A finalidade V visa “constituir estoques públicos de alimentos produzidos por
agricultores familiares” e de acordo com o MDS (2014) a formação de estoques
estratégicos serve para a distribuição à população carente por meio através de
restaurantes comunitários, cozinhas comunitárias, bancos de alimentos e ainda para
formação de cestas de alimentos que são distribuídas a grupos populacionais. A sexta
finalidade expressa, objetiva “apoiar a formação de estoques pelas cooperativas e demais
organizações formais da agricultura familiar; o presente artigo não abordará a questão de
cooperativas, por não se enquadrar na pesquisa empírica. A sétima finalidade pretende
“fortalecer circuitos locais e regionais e redes de comercialização”. A proposta aqui se
traduz em destacar o que é produzido pela agricultura familiar criando uma identidade
regional que agregue valores como sustentabilidade e fonte de saúde aos alimentos
(RIBEIRO, 2014). No entanto, ainda de acordo com Ribeiro, 2014 é relevante pontuar
que o PAA tem algumas limitações, sendo uma delas de acordo com Grisa et al. (2009,
p. 16) “descompasso entre o crescimento do número de agricultores que buscam acessar
o PAA e a sua oferta orçamentária”, que em outras palavras significam poucos recursos
financeiros com a limitação da cota anual por agricultores beneficiados de R$ 6.500,00,
no caso da compra com doação simultânea (Brasil,2012) e um público muito amplo para
ser atendido o que não contribui para o fortalecimento da rede de comercialização.
A oitava finalidade pretende “promover e valorizar a biodiversidade e a produção
orgânica e agroecológica de alimentos, e incentivar hábitos alimentares saudáveis em
nível local e regional;” ao que Grisa et al. (2009) colocam que existe um oferecimento
de incentivo de preço de até 30% para os produtos com atestado de produção segundo
tais sistemas de manejo o que denota o interesse do programa em alcançar essa
finalidade. E por fim, a nona finalidade busca “estimular o cooperativismo e o
associativismo”, revela a cooperativa como uma saída para os agricultores fora do
circuito comercial. Cyntrão, 2008, ressalta que participar de uma cooperativa ou
associação não indica necessariamente que o agricultor teve atendida todas as suas
necessidades, mas indica que ele se encontra em um processo de organização, já que, por
meio do grupo, teoricamente, terá mais força para reivindicar seus direitos.
Quanto a execução do PAA, estruturalmente, o programa, como explana Reis
(2017), está a encargo das unidades gestoras e executoras. A unidade gestora do PAA é o
Ministério da economia em conjunto com a Secretaria Especial de Desenvolvimento
Social. As unidades executoras estão na próxima imagem e são as que de fato adquirem
produtos dos beneficiários fornecedores. Na figura 1 abaixo, está demostrado as
entidades que se vinculam ao PAA.
Figura 1: Entidades que se vinculam ao PAA

Fonte: Decreto Nº 7.775, de 4 de julho de 2012, adaptado pelos autores.

Essas entidades são responsáveis pela funcionalidade do Programa de aquisição


de alimentos no que lhes couber. Na cidade de Boa Vista-RR existem três unidades
executoras: Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB-RR), Secretaria do Estado
da Agricultura, Pecuária e abastecimento em Roraima, SEAPA-RR e a Secretaria
Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, SMAAI, sendo essa última, foco desse
trabalho.

2.7 Unidade Executora do Programa de Aquisição de Alimentos PAA em Boa Vista


– Roraima
Em Boa Vista, capital do estado de Roraima, estão sediadas três unidades
executoras do Programa de Aquisição de Alimentos. A Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) que é uma empresa pública com sede em Brasília, vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A Companhia foi criada
por meio da Lei n. º 8.029, de 12 de abril de 1990, que autorizou a fusão de três
empresas públicas: a Companhia de Financiamento da Produção (CFP), a Companhia
Brasileira de Alimentos (Cobal) e a Companhia Brasileira de Armazenamento
(Cibrazem). Suas atividades foram iniciadas em 1º de janeiro de 1991, com capital 100%
do Tesouro Nacional. A empresa está presente em todas as regiões brasileiras, com
superintendências nos 26 estados e no Distrito Federal (CONAB, 2019). Em 2 de julho
de 2003, conforme Memória Conab, 2017 a empresa passa a ter competências de
Instituição e regulamentação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) (Lei nº
10.696 e Decreto nº 4.772). A modalidade atual exercida pela unidade é a Compra com
Doação Simultânea, na qual há a aquisição de alimentos de organizações fornecedoras
constituídas por beneficiários fornecedores, com vistas à doação para unidades
recebedoras que atendam beneficiários consumidores. No estado de Roraima foi
instituído a superintendência da CONAB em 30 de julho de 2008 e inaugurada no ano
de 2009, segundo Globo, 2009.
No âmbito estadual, Secretaria do estado da Agricultura, Pecuária e abastecimento
em Roraima, SEAPA-RR foi criada pela Lei nº 499 de 19 de julho de 2005 e uma de
suas competências é auxiliar o Governo na formulação da política estadual da
agricultura, abastecimento, irrigação e desenvolvimento rural (RORAIMA, 2005). Em 3
de dezembro de 2013 a SEAPA passa a ser executora do programa pelo Estado de
Roraima como diz o texto da lei estadual 936 de 3 de dezembro de 2013 (RORAIMA,
2013). Já no município de Boa Vista, capital de Roraima, tem-se a Secretaria Municipal
de Agricultura e Assuntos Indígenas, SMAAI será neste artigo, a unidade executora
abordada

2.8 Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas – SMAAI


De acordo com o decreto 7.775 de 2012, dentre os caracterizados como
unidades executoras do Programa de Aquisição de Alimentos estão os órgãos ou
entidades da administração pública municipal direta e indireta (BRASIL,2012). No
município de Boa Vista, capital de Roraima, essa incumbência ficou a encargo da
Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas – SMAAI, criada a partir da
Lei 1.756 de 20 de dezembro de 2016 (BOA VISTA, 2016) tendo como meta, segundo
Boa Vista, 2019, promover o desenvolvimento agropecuário na capital. No capítulo VI
do decreto 7.775/2012 é mencionado o termo de adesão ao programa do qual a unidade
executora deve assinar combinado a unidade gestora, representando a união. Conforme
Brasil, 2018 em 23 de abril de 2018 o termo de adesão nº 2291/2018, processo
71000.011757/2018-12 que habilita o município de Boa Vista a ser executor do PAA é
assinado pelo Secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Caio Tibério
Dornelles da Rocha representando o Ministério do Desenvolvimento Social e por Maria
Teresa Saenz Surita Guimarães, Prefeita Municipal de Boa Vista – RR, com a vigência
de sessenta meses. A modalidade a ser executada foi a compra com doação simultânea.
Conforme o quadro 3, tem-se os detalhes desse programa.
Quadro 3: Detalhamento do PAA para Boa Vista –RR
nº mínimo de limite % mínimo de % mínimo de % mínimo de
beneficiários financeiro de beneficiários beneficiárias beneficiários
UF Município fornecedores pagamentos a fornecedores fornecedoras fornecedores de
fornecedores mulheres produtos
pelo governo prioritários orgânicos ou
federal agroecológicos
R$
RR BOA 62 400.000,00 40% 40% 5%
VISTA
Fonte: Portaria Nº 38, de 17 de maio de 2018, adaptado pelos autores.

Em 13 de agosto de 2018 como menciona, Boa Vista (2018) foi informado que
os agricultores que desejassem participar do programa de aquisição de alimentos, que se
dirigissem à sede da Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas
(SMAAI). Em 17 de janeiro de 2019 a SMAAI começou a executar o programa pelo
município de Boa Vista, atendendo mais de 60 agricultores familiares e alcançando doze
entidades beneficiadas para qual serão doados frutas, legumes, hortaliças dentre outros.
Boa Vista, 2019.

3. METODOLOGIA
Quanto aos procedimentos operacionais foram realizadas pesquisas
bibliográficas e o estudo de caso realizado na sede da SMAAI, na sede da Coopercinco,
onde alguns dos cooperados são beneficiados do programa, na Feira do produtor em Boa
Vista. A pesquisa bibliográfica foi feita por meio de artigos científicos, dissertações e
conteúdo na internet disponíveis sobre o assunto conforme aduz Marconi e Lakatos
(1992). O estudo de caso foi feito como pesquisa de campo realizada por meio de
questionário elaborado com questões fechadas e expostas em escala LIKERT que é
aquela onde os respondentes emitirão seu grau de concordância (COSTA; SILVA
JUNIOR, 2014) onde, com intuito de reforçar o entendimento será usado a resposta 1
para discordo totalmente, 2 para discordo, 3 para indiferente, 4 para concordo e 5 para
concordo totalmente com a afirmação do instrumento de coleta de dados
(SOUZA,2017). A abordagem da pesquisa é qualitativa e teve como critério de
amostragem a saturação teórica. Para tanto se buscou na literatura estudos que ajudam
determinar um valor para essa amostragem, onde, no estudo de Thiry Cherques,2009 foi
recomendado um mínimo de seis e mais duas observações.
Sendo assim, esses questionários foram aplicados com nove agricultores
familiares da cidade de Boa Vista – RR, beneficiários do programa no âmbito do
município de Boa Vista-RR e pelos técnicos (na ocasião de pesquisa, haviam três
técnicos) que atuam na pela Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas
(SMAAI), haja visto, como já mencionado, a abordagem da pesquisa é qualitativa. Ao
ser solicitada, a SMAAI forneceu os nomes dos agricultores familiares e seus
respectivos contatos telefônico, através dos quais realizou-se as tratativas. Realizado
contato com um deles para a realização da pesquisa, ele informou que estaria à
disposição dos pesquisadores na sede da Cooperativa Agropecuária dos Cincos Polos –
COOPERNICO, da qual estava como membro na época desta pesquisa. Na data marcada
foi-se a sede da COOPERCINCO e, na ocasião, o presidente dela afirmou que parte
significativa dos agricultores cooperados estavam na relação fornecida pela SMAAI. As
questões ficaram agrupadas em bloco de título “aplicabilidade do PAA tendo em vista
suas finalidades”. A pesquisa ocorreu no período de 24 a 31 de maio de 2019. Quanto aos
objetivos foi realizada uma pesquisa de nível descritiva, visando conhecer a política
pública PAA e identificar, a partir de exposição dos fenômenos, a percepção das
finalidades do PAA bem como demonstrar a aplicabilidade dessa política pública
envolvendo agricultores familiares da cidade de Boa Vista – RR, beneficiários do
programa e, como unidade executora, a Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos
Indígenas - SMAAI. Foi utilizado como base para esta pesquisa o artigo " O Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA) como política pública voltada a agricultura familiar ",
dos autores Adrico Silveira Junior, Raiany Sousa e Sousa e Zuleide Possidônio Torres,
SENAR- Polo de Boa Vista, 2018.

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS


Para buscar a percepção que o trabalho se propôs a compreender, a pesquisa
foi realizada por meio de questionário em que os respondentes assinalaram o grau de
percepção sobre os objetivos do PAA. O questionário consta de oito indagações
referentes as oito finalidades do PAA descritas no decreto 7.775 e foi respondido por
três membros que compõem a equipe técnica do PAA na SMAAI, unidade executora do
programa no município de Boa Vista, conforme a tabela 1 e por nove agricultores
beneficiados, escolhidos conforme critério descrito na metodologia, de um universo de
sessenta e cinco agricultores conforme tabela 2. Para realizar a análise do grau de
percepção, considerou-se aqui conforme assinala Souza (2017) a escala de 5 pontos,
tendo-se, portanto, 1) discordo totalmente (totalmente insatisfeito), 2) discordo
(insatisfeito), 3) indiferente (ou neutro), 4) concordo (satisfeito) e 5) concordo
totalmente (totalmente satisfeito). De modo a simplificar a conclusão, será considerada
“insatisfatória” a reposta abaixo de 3 e “satisfatória” acima de 3 explanado na tabela 1 e
2.

Tabela 1 - Respostas do gestor e dos técnicos que atuam no PAA, no município de Boa Visa – SMAAI

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

Com relação a primeira finalidade I, a unidade executora avaliou este primeiro


item como satisfatório (67%), e apenas um (33%) optou pela neutralidade. O resultado
não foi satisfatório em unanimidade, concordando com os autores Silva e Ferreira, 2016,
ao pontuarem que o programa poderia ter um alcance maior. No segundo item, a unidade
executora avaliou como satisfatório (100%). Este resultado demostra que tal finalidade
está sendo atendida em sua integralidade, e é favorável ao que foi exposto por Grisa,
2009, e Muller, 2012, que o PAA tem a finalidade de valorizar os produtos locais,
comercializando os alimentos oriundos da agricultura familiar.
Na terceira finalidade do PAA foi avaliada como totalmente satisfatória (100%).
O aspecto do direito humano no que tange ao acesso de alimentação regular como
exposto pelo autor Gonçalves, 2013, se mostrou bem avaliado nessa pesquisa. A quarta
finalidade foi avaliada como insatisfatória (100%) pela unidade executora. O dado vai ao
encontro com o fato de já haver no município de Boa Vista um programa que abastece a
alimentação escolar por alimentos produzidos pela agricultura familiar – o PNAE
(FNDE,2019).O quinto objetivo do PAA, obteve avaliação totalmente insatisfatória
(100%) pela unidade executora, pois, conforme conta no diário oficial da união, 2018, a
modalidade executada é a compra com doação simultânea e não a de Apoio à Formação
de Estoques.
A sexta finalidade obteve avaliação totalmente insatisfatória (100%) por parte da
unidade executora, corroborando com o pensamento de Ribeiro, 2014 que alude para o
fato de o programa ainda conter limitações com o valor disponibilizado anualmente ao
beneficiário e por não abranger um público maior. A finalidade VII, “obtive avaliação
insatisfatória (100%) pela unidade executora, uma vez que, o percentual de fornecedores
de produtos orgânicos e de apenas 5% como posto na Portaria 38 de 2018.A última
finalidade avaliada obteve resultado totalmente insatisfatório por parte da unidade
executora pois, ainda conforme Portaria 38 de 2018, a unidade atua com agricultores
individualmente.
Percebeu-se com esses dados obtidos pela unidade executora que esse primeiro
ciclo faz parte de um programa experimental, inicial, e algumas deficiência precisa ser
corrigidas. No panorama geral, o alcance das finalidades demostrou-se 62,50%
insatisfatória (entre insatisfatório e totalmente insatisfatório) no ponto de vista da
unidade executora. Corrigindo as distorções a saber, o fato da SMAAI não constituir
estoque público de alimentos e nem se vincular com associações ou cooperativas,
ficando isso a encargo da unidade executora CONAB – RR além da própria delimitação
percentual já se ser pequena no caso de produtos orgânicos e da execução paralela do
Programa Nacional de Alimentação escolar que já abastece as escolas no município de
Boa Vista, o grau de satisfação apresenta-se em 66,6% (33,3% satisfeitos e 33,3%
totalmente satisfeitos). A tabela 2, mostra a pesquisa abordada com os agricultores
familiares.
Tabela 2 - Respostas dos agricultores beneficiados com o PAA no município de Boa Vista.
Fonte: dados da pesquisa, 2019.
No que tange a primeira finalidade, o resultado foi que 88% (8/9) dos
agricultores beneficiados consideram satisfatório este primeiro objetivo (22%
satisfatório e 66% totalmente satisfatório), e apenas um respondente (11%) assinalou
neutro, assim como o resultado do segundo item que apresentou-se em 88% (8/9)
totalmente satisfatório e apenas um respondente (11%) assinalou neutro. Quando da
entrega das respostas, os respondentes ao serem questionados sobre o porquê de tais
notas, as respostas dos agricultores respondentes concordam com o que diz Ghizelini,
2010, isto é, demonstram a capacidade do PAA de ser um referencial para que os
agricultores e suas organizações sejam valorizados e reconhecidos enquanto atores, haja
visto que o Programa tem oportunizado a participação destes na gestão e
operacionalização do mesmo, assim como na corresponsabilização da execução de
políticas públicas. E este processo tem sido responsável, em certa medida, pelo
reconhecimento e legitimidade dos agricultores e suas organizações enquanto atores.
No terceiro objetivo do PAA referente a promoção ao acesso à alimentação, em
quantidade, qualidade e regularidade necessárias, às pessoas em situação de insegurança
alimentar e nutricional, sob a perspectiva do direito humano à alimentação adequada e
saudável, O resultado foi que 88% (22% satisfatório e 66% totalmente satisfatório), dos
beneficiários agricultores avaliaram como satisfatório, sendo que (11%) deixaram em
branco. Esse resultado vai ao encontro ao resultado de Silva e Ferreira, 2016 que
também assinalou a garantia da segurança alimentar com o programa. No início da
pesquisa, o entendimento era de que os agricultores tinham uma visão mais fechada do
processo, somente na produção, contudo, no decorrer da pesquisa, viu-se o contrário. Os
agricultores beneficiados são conscientes de seu papel nesse processo, no qual entendem
que colocar produtos de qualidade é essencial para a continuidade do Programa, bem
como estimula a busca de conhecimento técnico para aplicar nos seus cultivos. A quarta
finalidade foi avaliada como satisfatória pelos agricultores beneficiados (33%
satisfatório e 66% totalmente satisfatório), pois eles têm conhecimento que seus
produtos alcançam entidades beneficiadas conforme Boa Vista, 2019.
A quinta finalidade do PAA avaliada pelos agricultores participantes ficou
dividida, sendo 33% insatisfatória (entre 22% totalmente insatisfeitos e 11%
insatisfeitos), 22% neutro e 44% satisfatória (entre 22% totalmente satisfeitos e 22%
satisfeitos). Outra vez esse fato é explicado pela categoria da modalidade do programa
ser a “compra com doação simultânea e não a de Apoio à Formação de Estoques. Brasil,
2018. A finalidade seis obteve dos agricultores beneficiados um resultado dividido em
totalmente insatisfatória 11%, indiferente 11%, satisfatória 44% (22% satisfatória e 22%
totalmente satisfatória) e 33% deixaram em branco. Isto posto, concordando Ghizelini,
2010, o PAA não é responsável por transformar estruturalmente a realidade dos
agricultores, de suas organizações e a realidade dos espaços locais, mas representa um
instrumento público que possibilita referenciar e qualificar o debate sobre o modelo de
desenvolvimento a partir da relação rural-urbano e o reconhecimento da agricultura
familiar enquanto ator social, econômico e político nos espaços locais.
A promoção e valorização da biodiversidade e a produção orgânica e
agroecológica de alimentos, e incentivar hábitos alimentares saudáveis em nível local e
regional, obteve, e pelos agricultores participantes, 22% indiferente, 77% satisfatório
(55% totalmente satisfatória e 22% satisfatória). Esse resultado se mostra como o mais
contrastante em face da unidade executora. O percentual mínimo apresentado pela
Portaria 38/2018 foi de 5% para produção orgânica e os respondentes que responderam
como totalmente satisfatórios foram cinco agricultores (55%) que corresponde a 8% do
universo estudado (62 agricultores). Pode ter acontecido que esses cinco respondentes
(8%) são justamente os que representam a produção orgânica sendo esse valor (8%)
insatisfatório para a unidade executora (SMAAI).
O último objetivo avaliado, obteve resultado em 11% como indiferente e 88%
satisfatório (11% satisfatório e 77% totalmente satisfatório), o qual se mostrou oposto da
unidade executora, a SMAAI. Esse fenômeno se deu por conta de, embora muitos desses
agricultores fornecerem a SMAAI de maneira individual, paralelamente eles são
cooperados também de Cooperativas a exemplo da COOPERCINCO. No entendimento
dos agricultores que responderam o questionário, se o agricultor trabalha só, sem está
associado a outros agricultores ou cooperativado, não terá condições de competir no
mercado. Estando associado ou cooperativado, o agricultor terá mais força para
competir, em consequência de ter mais ajuda, tais como: conhecimento técnico
contratado pelas associações ou cooperativas, maquinários/equipamentos (agrícolas) e
mais representatividade para reclamar direitos juntos aos órgãos pertinentes.

5. CONCLUSÃO
O presente artigo pautou-se identificar a percepção, sob a ótica da Unidade
Executora do programa e dos agricultores beneficiados no município de Boa Vista-RR,
das finalidades do Programa de Aquisição de Alimentos. No que se refere a análise para
saber se existem diferenças significativas na percepção do alcance das finalidades do
PAA entre os agricultores familiares beneficiados e a unidade executora da cidade de
Boa Vista –RR, no geral, quantos a percepções de ambos, a Unidade Executora
considerou que as finalidades do PAA, no âmbito municipal ainda não estão sendo
alcançadas, enquanto que os agricultores, numa análise global, as avaliaram como
satisfatórias.
As principais diferenças de percepções deram-se nas finalidades IV, V, VI, VII e
VIII, as quais obtiveram percepções opostas, sendo avaliadas como insatisfatória por
parte da Unidade Executora, e satisfatória pelos agricultores beneficiados.
Para finalizar, de forma alguma, a pesquisa esgota quaisquer discussões sobre o
tema, pelo contrário, buscou contribuir para discussões, expondo a análise dos autores
responsáveis pelo presente trabalho.
Como sugestão para futuros estudos, sugere-se realizar uma análise econômica
que busque identificar, a partir do valor (cota) anual (R$ 6.500,00 por agricultor), a
capacidade do Programa em provocar ascensão econômica/social do agricultor, uma vez
que a cota atual é, financeiramente, pequena.

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brasileiras-s%C3%A3o-exemplo-mundial/a-16978799-0 > 2013. Acessado em: 10 abr.
2019.
SALGADO, Rafael Junior dos Santos Figueredo, 1989-Sl64i IMPLEMENTAÇÃO DO
PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA): A TRAJETÓRIA DE
OPERACIONALIZAÇÃO DO PAA INSTITUCIONAL NA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA-MG/ RAFAEL JUNIOR DOS SANTOS FIGUEIREDO
SALGADO VIÇOSA, MINAS GERAIS, 2016. Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em
Administração, para obtenção do título de Magister Scientiae.
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL. PAA começa a ser executado em
Boa Vista Disponível em:<http://mds.gov.br/area-de-imprensa/noticias/ultimas-
noticias?b_start:int=432>. Acesso em: 10/07/2019.
SÍCOLI, Juliana Lordello. As contribuições do Programa Nacional de Alimentação
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da agricultura familiar e a promoção do direito humano à alimentação adequada e
saudável. São Paulo, 2017. Tese (Doutorado) Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo.
SILVA, Telma Coelho; FERREIRA, Palloma Rosa. O Programa de Aquisição de
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Editora Unijuíano 14 nº 33.jan. /mar. 2016.
SILVA JUNIOR, Severino Domingos da; COSTA, Francisco José. Mensuração e
Escalas de Verificação: uma análise Comparativa das Escalas de Likert e Pharse
Completion. IN: PMKT – Revista Brasileira de Pesquisas de Marketing, Opinião e
Mídia (ISSN 2317-=123 On-line), São Paulo, Brasil, V. 15, p. 1-16, outubro, 2014.
Disponível em:<www.revistapmkt.com.br>. Acesso em: 26/04/2019.
SILVA, P. L. B.; MELO, M. A. B. O processo de implementação de políticas públicas
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NEPP/UNICAMP, Campinas, n. 48, 2000, p. 1-16.
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Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Curso Técnico em Agronegócio da Rede E-
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SOUZA, Rainério Avelar de. A influência da satisfação, qualidade percebida, confiança
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2017. Disponível em:<
https://fpl.edu.br/2018/media/pdfs/mestrado/dissertacoes_2017/dissertacao_rainerio_ave
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dimensionamento. Revista Brasileira de Pesquisas em Marketing (PMKT), 9 (1), 20-27.
APÊNDICES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO
AMAZONAS FACULDADE DE ESTUDOS
SOCIAIS CENTRO DE EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA DEPARTAMENTO DE
ADMINISTRAÇÃO
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

O objetivo desta pesquisa é obter informações sobre o programa de aquisição de alimentos para compor o artigo
científico de conclusão de curso. Os dados serão analisados de forma global. Sua colaboração é fundamental para o
êxito deste trabalho.
Questionário
BLOCO I - aplicabilidade do PAA tendo em vista suas finalidades. Para esse bloco serão considerados as finalidades
que envolvem aplicabilidade do programa descritas em letra de lei.

3.1 Avalie aplicabilidade do PAA tendo em vista suas finalidades, considerando grau de 1 a 5, sendo 1 para menor e 5
para maior Impacto.

Percepção da aplicabilidade do PAA Grau de percepção


1 2 3 4 5
Vê o incentivo a agricultura familiar, promovendo a sua
inclusão econômica e social, com fomento à produção com
sustentabilidade, ao processamento, à industrialização de
alimentos e à geração de renda;
Vê o incentivo de consumo e a valorização dos alimentos
produzidos pela agricultura familiar;
Vê a promoção ao acesso à alimentação, em quantidade,
qualidade e regularidade necessárias, às pessoas em situação
de insegurança alimentar e nutricional, sob a perspectiva do
direito humano à alimentação adequada e saudável;
Vê a promoção ao abastecimento alimentar por meio de
compras governamentais de alimentos, inclusive para prover a
alimentação escolar e o abastecimento de equipamentos
públicos de alimentação e nutrição nos âmbitos municipal,
estadual, distrital e federal, e nas áreas abrangidas por
consórcios públicos;
Vê a constituição de estoques públicos de alimentos produzidos
por agricultores familiares;
Vê o fortalecimento de circuitos locais e regionais e redes de
Vê a promoção e valorização da biodiversidade e a produção
orgânica e agroecológica de alimentos, e incentivar hábitos
alimentares saudáveis em nível local e regional
Vê o estímulo ao cooperativismo e o associativismo

 Representante da agricultura familiar

 Representante da SMAAI – Setor PAA (Programa de aquisição de alimentos).

OBRIGADO POR SUA COLABORAÇÃO.


UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO PÚBLICA

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