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ESTUDO LITARÁRIO V CICLO 2021 1

Professor: Marlúcia Aleixo de Oliveira

Bárbara Dias de Oliveira; Catarina Cerqueira Lima e Rebeca Gonçalves Melo

Série: 3º D - Vespertino

Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães

I Atividade da Disciplina

de Língua Portuguesa (Literatura)


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CONTEÚDOS

1. A Semana de Arte Moderna

1.1 - Antecedentes

1.2 - Evento

1.3 - Repercussão

2. I Geração Modernista No Brasil

2.1 - Contexto Histórico

2.2 - Características Gerais

2.3 - Revistas

2.4 - Correntes

2.5 - Participantes
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1. A Semana de Arte Moderna

1.1 Antecedentes:

A Semana de Arte Moderna ocorreu em um momento em que o país passava por diversas

modificações sociais, políticas e econômicas. Entre os fatos marcantes pode-se citar o

crescimento do capitalismo, a consolidação da república e o crescimento da elite paulista,

acostumada com os padrões estéticos europeus mais tradicionais. Esse foi o cenário em que

surgiu a manifestação artístico-cultural que mudaria os rumos da arte brasileira. Alvo de

críticas por parte de alguns e ignorada por outros, a Semana de Arte Moderna foi a ebulição

de ideias livres dos padrões tradicionais. Seu caráter nacionalista buscava uma identidade

própria e uma forma livre de se expressar.

A Semana de Arte Moderna nasceu no contexto da República Velha, controlada pelas

oligarquias cafeeiras e pela política do café com leite. Os artistas da Semana de 22, em sua

maioria, eram descendentes dessa oligarquia, o que facilitou a realização do evento, que teve

o apoio do governador de São Paulo. Com uma posição social que favorecia viagens e estudo

na Europa, os artistas brasileiros puderam trazer os modelos artísticos europeus para o Brasil.

Caracterizada como o desejo de experimentar diferentes caminhos e não propriamente definir

um único ideal moderno, a Semana de 22 reuniu artistas, escritores, músicos e pintores que

buscavam inovações estéticas. Eles realizaram uma manifestação artística, política e cultural

contestando os padrões vigentes de maneira irreverente.


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1.2 Evento:

A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Theatro

Municipal de São Paulo entre os dias 13 a 18 de fevereiro de 1922. O evento reuniu diversas

apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras - pintura e escultura -

e palestras.

Os artistas envolvidos propunham uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora

inspirada nas vanguardas europeias. Juntos, eles visavam uma renovação social e artística no

país e que foi deflagrada pela "Semana de 22". O evento chocou grande parte da população e

trouxe à tona uma nova visão sobre os processos artísticos, bem como a apresentação de uma

arte “mais brasileira”.

O evento chocou grande parte da população e trouxe à tona uma nova visão sobre os

processos artísticos, bem como a apresentação de uma arte “mais brasileira”. Houve um

rompimento com a arte acadêmica, inaugurando assim, uma revolução estética e o

Movimento Modernista no Brasil.

Alguns artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922:

Mário de Andrade (1893-1945)

Oswald de Andrade (1890-1954)

Graça Aranha (1868-1931)


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Victor Brecheret (1894-1955)

Plínio Salgado (1895-1975)

Anita Malfatti (1889-1964)

Menotti Del Picchia (1892-1988)

Ronald de Carvalho (1893-1935)

Guilherme de Almeida (1890-1969)

Sérgio Milliet (1898-1966)

Heitor Villa-Lobos (1887-1959)

Tácito de Almeida (1889-1940)

Di Cavalcanti (1897- 1976)

Guiomar Novaes (1894-1979)


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1.3 Repercussão:

A crítica ao movimento foi severa, as pessoas ficaram desconfortáveis com tais apresentações

e não conseguiram compreender a nova proposta de arte. Os artistas envolvidos chegaram a

ser comparados aos doentes mentais e loucos. Com isso, ficou claro que faltava uma

preparação da população para a recepção de tais modelos artísticos.

Monteiro Lobato foi um dos escritores que atacou com veemência as ações da Semana de 22.

Anteriormente, ele já havia publicado um artigo criticando as obras de Anita Malfatti, em

uma exposição da pintora realizada em 1917.

“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas (..) A

outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de

teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como

furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se dêem como novos, precursores de uma

arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e

com a mistificação(...) Essas considerações são provocadas pela exposição da senhora

Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no

sentido das extravagâncias de Picasso e companhia.”


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2. I Geração Modernista no Brasil

2.1 Contexto Histórico:

O modernismo foi um movimento artístico e literário que surge em muitos países no final do

século XX. Ele nasce no período denominado entre guerras, visto que a Primeira Guerra

Mundial ocorreu de 1914 a 1918 e a segunda de 1939 a 1945.

No Brasil, o período vigente é a primeira fase da República, chamado de República Velha

(1889-1930). Esse contexto esteve marcado pelas oligarquias cafeeiras (São Paulo) e as

oligarquias do leite (Minas Gerais). Nesse momento, as oligarquias dominavam a cena

política se alternado no poder e impedindo a eleição de indivíduos de outros estados.

Ademais, a queda da bolsa de Nova York, em 1929, resultou numa grande crise mundial

refletida nas sociedades de diversos países.

Esse evento foi responsável pelo início da Segunda Guerra Mundial e os governos

totalitários que surgiram na Europa: nazismo, fascismo, franquismo e salazarismo.


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2.2 Características Gerais:

Nacionalismo crítico e ufanista;

Valorização do cotidiano;

Resgate das raízes culturais brasileiras;

Críticas à realidade brasileira;

Renovação da linguagem;

Oposição ao parnasianismo e ao academicismo;

Experimentações estéticas;

Renovações artísticas;

Ironia, sarcasmo e irreverência;

Caráter anárquico e destruidor;

Uso de versos livres e brancos.


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2.3 Revistas:

As principais revistas desse período eram:

Klaxon (1922);

Estética (1924);

A Revista (1925);

Terra Roxa e Outras Terras (1927);

Revista de Antropofagia (1928), fundada por Oswald de Andrade.


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2.4 Correntes:

Entre as novas correntes artísticas estavam o Futurismo, o Cubismo, o Dadaísmo, o

Expressionismo, o Surrealismo; todas elas, vindas nas malas de artistas brasileiros em visita à

Europa ou divulgadas pela imprensa, influenciaram o Modernismo no Brasil.

FUTURISMO:

Valorização da velocidade e dinamismo;

Exaltação à tecnologia;

Ligação ideológica com o fascismo;

Ruptura com o passado;

Utilização da publicidade e tipografias;

Tendência a justificar a violência através do militarismo.

CUBISMO:

Geometrismo: representação da realidade por meio de figuras geométricas.

Antitradicionalismo: rompe com os conceitos de harmonia, proporção, beleza e perspectiva.

Fragmentação das formas e distorção da realidade. Isso permite maior abstração sobre os

atributos estéticos da obra, ao mesmo tempo em que recusa a ideia de arte enquanto pura

imitação da natureza. Sobre isso, Georges Braque afirmou:

"Não se imita aquilo que se quer criar."


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DADAÍSMO:

Rompimento com os modelos tradicionais e clássicos;

Espírito vanguardista e de protesto;

Espontaneidade, improvisação e irreverência artística;

Anarquismo e niilismo;

Busca do caos e desordem;

Teor ilógico e irracional;

Caráter irônico, radical, destrutivo, agressivo e pessimista;

Aversão à guerra e aos valores burgueses;

Rejeição ao nacionalismo e ao materialismo;

Crítica ao consumismo e ao capitalismo.

EXPRESSIONISMO:

Contraste e intensidade cromática;

valorização do universo psicológico, sobretudo de sentimentos densos, como a angústia e

solidão;

Dinamismo e vigor;

Técnica abrupta e "violenta" na pintura, com grossas camadas de tinta;

Valorização de temas sombrios, trágicos.

SURREALISMO:

Pensamento livre;

Expressividade espontânea;

Influência das teorias da psicanálise;

Criação de uma "realidade paralela";


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Criação de cenas irreais;

Valorização do inconsciente.
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2.5 Participantes:

Além do “Grupo dos Cinco” composto por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti

Del Picchia, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, outros artistas se destacaram nessa fase:

Manuel Bandeira (1886-1968): escritor, professor, crítico de arte e historiador brasileiro. De

sua obra poética destacam-se: A Cinza das Horas (1917), Libertinagem (1930) e a Lira dos

Cinquent'anos (1940).

Graça Aranha (1868-1931): escritor e diplomata brasileiro, sua obra de maior destaque é

“Canaã” (1902).

Victor Brecheret (1894-1955): escultor ítalo-brasileiro. O “Monumento às Bandeiras” (1953),

na cidade de São Paulo é, sem dúvida, sua obra mais importante.

Plínio Salgado (1895-1975): escritor, político e jornalista brasileiro e fundador do movimento

nacionalista radical denominada “Ação Integralista Brasileira (1932), sua obra mais

emblemática do período é “O Estrangeiro”, publicada em 1926.

Ronald de Carvalho (1893-1935): poeta e político brasileiro, publicou em 1922 “Epigramas

Irônicos e Sentimentais”.

Guilherme de Almeida (1890-1969): escritor, jornalista e crítico de cinema brasileiro,

publicou em 1922 a obra “Era Uma Vez…”.

Sérgio Milliet (1898-1966): escritor, pintor e crítico de arte brasileiro, publicou em 1927 a

obra “Poemas Análogos”.


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Heitor Villa-Lobos (1887-1959): maestro e compositor brasileiro, Villa Lobos é considerado

o maior expoente da música moderna no Brasil. De suas composições com traços modernos

destaca-se “Amazonas e Uirapuru” (1917).

Cassiano Ricardo (1895-1974): escritor e jornalista brasileiro. De sua obra destaca-se o

poema indianista e nacionalista, publicado em 1928, “Martim Cererê”.

Tácito de Almeida (1889-1940): escritor, jornalista e advogado brasileiro, foi colaborador da

Revista Klaxon onde publicou diversos poemas. Em 1987, foi publicado uma seleção de

poemas na obra: “Túnel e Poesia Modernista 1922/23”.

Di Cavalcanti (1897- 1976): pintor brasileiro, considerado um dos mais importantes

representantes da primeira fase modernista. Foi ilustrador da capa do “Catálogo da Semana

de Arte Moderna”, destacando-se com sua obra “Pierrot” (1924).

Lasar Segall (1891-1957): nascido na Lituânia mudou-se para o Brasil em 1923. Foi pintor e

escultor de influência expressionista, sendo suas obras mais representativas: o “Retrato de

Mário de Andrade” (1927) e "Auto-retrato" (1933).

Alcântara Machado (1901-1935): escritor, jornalista e político brasileiro, destaca-se sua

coletânea de contos intitulada “Brás, Bexiga e Barra Funda”, publicada em 1927.

Vicente do Rego Monteiro (1899-1970): poeta, pintor e escultor brasileiro, dentre suas obras

temos: “Mani Oca (O nascimento de Mani)” (1921) e “A Crucifixão” (1922).

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