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BIOMAS

Bioma é conceituado no mapa como um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído


pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional,
com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que
resulta em uma diversidade biológica própria.

BIOMAS DO MUNDO
Tundra
Localiza-se no Círculo Polar Ártico. Compreende Norte do Alasca e do Canadá,
Groelândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Sibéria.

Recebe pouca energia solar e pouca


precipitação, esta ocorre geralmente sob
forma de neve e o solo permanece a maior
parte do ano gelado. Durante a curta
estação quente (2 meses) ocorre o degelo
da parte superior, rica em matéria orgânica,
permitindo o crescimento dos vegetais. O
subsolo fica permanentemente congelado
(permafrost). Tundra

A Tundra caracteriza-se por apresentar poucas espécies capazes de suportar as


condições desfavoráveis. Os produtores são responsáveis por capim rasteiro e com
extensas áreas cobertas por camadas baixas de liquens e musgos. Existem raras plantas
lenhosas como os salgueiros, mas são excessivamente baixas (rasteiras).

As plantas completam o ciclo de vida num espaço de tempo muito curto: germinam
as sementes, crescem, produzem grandes flores (comparadas com o tamanho das
plantas), são fecundadas e frutificam, dispersando rapidamente as suas sementes. No
verão a Tundra fica mais cheia de animais: aves marinhas, roedores, lobos, raposas,
doninhas, renas, caribus, além de enxames de moscas e mosquitos.

Taiga
Também chamada de floresta de coníferas ou floresta boreal. Localiza-se no norte do
Alasca, Canadá, sul da Groelândia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia e Sibéria e na
parte oeste da América do sul.

Partindo-se da Tundra, à medida que se desloca para o sul a estação favorável torna-
se mais longa e o clima mais ameno. Em consequência disso a vegetação é mais rica,
surgindo a Taiga.

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Na Taiga, os abetos e os pinheiros formam
Biomas

uma densa cobertura, impedindo o solo de


receber luz intensa. A vegetação rasteira
é pouco representada. O período de
crescimento dura 3 meses e as chuvas são
poucas. Os animais são representados por
aves, alces, lobos, martas, linces, roedores
etc. Floresta de Coníferas

Floresta Temperada (Floresta Caducifólia ou Floresta Decídua)


Predomina no hemisfério norte, leste dos
Estados Unidos, oeste da Europa, leste da
Ásia, Coréia, Japão e partes da China. A
quantidade de energia radiante é maior e
a pluviosidade atinge de 750 a 1.000mm,
distribuída durante todo o ano. Nítidas
estações do ano.

Neste Bioma, a maioria dos arbustos e


árvores perde as suas folhas no outono e os
animais migram, hibernam ou apresentam
adaptações especiais para suportar o frio
Floresta Temperada intenso.

As plantas são representadas por árvores dicotiledôneas como nogueiras, carvalhos,


faias. Os animais são representados por esquilos, veados, muitos insetos, aves
insetívoras, ursos, lobos etc.

Floresta Tropical (Floresta Pluvial)


A floresta tropical situa-se na região
intertropical. A maior área é a Amazônia,
a segunda nas Índias Orientais e a menor
na Bacia do Congo (África). O suprimento
de energia é abundante e as chuvas
são regulares e abundantes, podendo
ultrapassar 3.000mm anuais. A principal
característica da floresta tropical é a sua
estratificação. A parte superior é formada
por árvores que atingem 40m de altura,
formando um dossel espesso de ramos e
folhas. No topo a temperatura é alta e seca. Floresta Tropical

Debaixo desta cobertura ocorre outra camada de árvores, que chegam a 20m de altura,
outras a 10m e 5m de altura. Este estrato médio é quente, mais escuro e mais úmido,
apresentando pequena vegetação. O estrato médio caracteriza-se pela presença de
cipós e epífitas. A diversificação de espécies vegetais e animais é muito grande.

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Pradaria (Campos)

Biomas
É um Bioma que se caracteriza por
apresentar um único estrato de vegetação.
O número de espécies é muito grande,
mas representado por pequeno número de
indivíduos de cada espécie. A localização
dos campos é muito variada: centro-oeste
dos Estados Unidos, centro- leste da
Eurásia, parte da América do Sul (Brasil,
Pradaria Argentina) e Austrália.

Durante o dia a temperatura é alta, porém a noite a temperatura é muito baixa. Muita
luz e vento, pouca umidade. Predominam as gramíneas. Os animais, dependendo da
região, podem ser: antílopes americanos e bisões, roedores, muitos insetos, gaviões,
corujas etc.

Deserto
Os desertos apresentam localização muito
variada e se caracterizam por apresentar
vegetação muito esparsa. O solo é muito
árido e a pluviosidade baixa e irregular,
abaixo de 250 mm de água anuais.
Durante o dia a temperatura é alta, mas à
noite ocorre perda rápida de calor, que se
irradia para a atmosfera e a temperatura
torna-se excessivamente baixa. As plantas
que se adaptam ao deserto geralmente Deserto
apresentam um ciclo de vida curto. Durante
o período favorável (chuvoso) germinam as sementes, crescem, florescem, frutificam,
dispersam as sementes e morrem.

As plantas perenes como os cactos apresentam sistemas radiculares superficiais que


cobrem grandes áreas. Estas raízes estão adaptadas para absorver as águas das chuvas
passageiras. O armazenamento de água é muito grande (parênquimas aquíferos). As
folhas são transformadas em espinhos e o caule passa a realizar fotossíntese.

Os consumidores são predominantemente roedores, obtendo água do próprio alimento


que ingerem ou do orvalho. No hemisfério norte é muito comum encontrar- se, nos
desertos, arbustos distribuídos uniformemente, como se tivessem sido plantados em
espaços regulares. Este fato explica-se como um caso de antibiose, isto é, os vegetais
produzem substâncias que eliminam outros indivíduos que crescem ao seu redor.

Savana
Savana é nome dado a um tipo de cobertura vegetal constituída, em geral, por gramíneas
e árvores esparsas. A topografia geralmente é plana com clima tropical, apresentando
duas estações bem definidas, sendo uma chuvosa e uma seca. As Savanas ocorrem,

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principalmente, na zona intertropical
Biomas

do planeta, por esse motivo recebe


uma enorme quantidade de luz solar.
 A
espécie de savana mais conhecida
é a africana, no entanto, há outras:
savanas tropicais (africana), savanas
subtropicais, savanas temperadas,
savanas mediterrâneas, savanas
pantanosas e savanas montanhosas.

As savanas do tipo tropical e


subtropical são encontras em todos
os continentes, apresentando duas
estações bem definidas (uma quente
e outra chuvosa). Os solos dessas
áreas são relativamente férteis, neles
Savana
se fixam gramíneas, geralmente
desprovidas de árvores. A África possui savanas com esses aspectos, com destaque
para as do Serengueti. Savanas temperadas são identificadas em médias latitudes e em
todos os continentes, são influenciadas pelo clima temperado, cujo verão é relativamente
úmido e o inverno seco. A vegetação é constituída por gramíneas.

Savanas mediterrâneas são vegetações que ocorrem em regiões de clima mediterrâneo.


Nessas áreas o solo é pobre, germinando sobre a superfície arbustos e árvores de
pequeno porte, essa composição corre sério risco de extinguir diante da constante
intervenção humana, principalmente pela extração de lenha, criação de animais,
agricultura, urbanização e etc.

Savanas pantanosas são composições vegetativas que ocorrem tanto em regiões


de clima tropical como subtropical dos cinco continentes. Esse tipo de savana sofre
inundações periódicas. BIOMAS BRASILEIROS

Savanas montanhosas é um tipo de


vegetação que ocorre fundamentalmente
em zonas alpinas e subalpinas em distintos
lugares do globo, em razão do isolamento
AMAZÔNIA
geográfico, abriga espécies endêmicas.
CAATINGA

BIOMAS BRASILEIROS
CERRADO
Em outras palavras, um bioma é formado
por todos os seres vivos de uma
PANTANAL

determinada região, cuja vegetação tem


bastante similaridade e continuidade, com MATA

um clima mais ou menos uniforme, tendo ATLÂNTICA

uma história comum em sua formação. PAMPA

Por isso, toda sua diversidade biológica


também é muito parecida.
O Brasil possui Distribuição dos biomas brasileiros

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enorme extensão territorial e apresenta climas e solos muito variados. Em função dessas

Biomas
características, há uma evidente diversidade de biomas, definidos sobretudo pelo tipo
de cobertura vegetal.

Caatinga
Há aproximadamente 260 milhões de anos,
toda região onde hoje está o semiárido
foi fundo de mar, mas o bioma caatinga
é muito recente. Há apenas dez mil anos
atrás era uma imensa floresta tropical,
como a Amazônia. Para conhecer bem
esse bioma do semiárido brasileiro, basta
fazer uma visita ao Sítio Arqueológico
da Serra da Capivara, no sul do Piauí. Ali
estão os painéis rupestres, com desenhos
de preguiças enormes, aves gigantescas,
tigres-dente-de-sabre, cavalos selvagens
e tantos outros. No Museu do Homem
Americano estão muitos de seus fósseis.
Com o fim da era glacial, há dez mil anos
atrás, também acabou a floresta tropical.
Caatinga Ficou o que é hoje a nossa caatinga.

A caatinga ocupa 10% do território brasileiro, estendendo-se pelos estados Bahia,


Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e o norte de
Minas Gerais.

Nos períodos sem chuva, cerca de 8 meses por ano, ela “adormece” e suas folhas
caem. Depois, com a primeira chuva, ela como que ressuscita. É a essa lógica que seus
habitantes têm que se adaptar. Portanto, aqueles que ainda acham essa região inviável,
ou a têm como um deserto, demonstram um profundo desconhecimento da realidade
brasileira.

Floresta Amazônia
“Pulmão do Mundo”, “Planeta Água”,
“Inferno Verde”, são alguns dos chavões
mundialmente conhecidos a respeito da
Amazônia. A Amazônia ocupa 4.196.943
km2, cerca de 49,29% do território brasileiro.
Ocupa a totalidade de cinco unidades da
federação (Acre, Amapá, Amazonas, Pará
e Roraima), grande parte de Rondônia
(98,8%), mais da metade de Mato Grosso
(54%), além de parte de Maranhão (34%)
e Tocantins (9%). Floresta Amazônia

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A área total desmatada na Amazônia aumentou 51% nos últimos 20 anos, aponta um
Biomas

levantamento feito em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Dados relativos ao ano passado indicam que a maior região florestal do planeta tem
um total de 754.840 quilômetros quadrados desmatados. Isso representa 15% da área
total da Amazônia, e 20% da área florestada. A área total já desmatada na Amazônia
corresponde a cerca de três vezes o tamanho do estado de São Paulo. Originalmente, a
Amazônia brasileira tinha cerca de 4 milhões de km² de florestas.

As precipitações pluviométricas são geralmente superiores a 1.800 mm/ano, e a


temperatura é estável no decorrer do ano, situando-se 25ºC e 28ºC. A floresta amazônica
possui vários estratos, ou andares formados pelas copas das árvores. Dentre as árvores
mais altas estão castanheira-do-pará e a seringueira.

A Amazônia guarda a maior diversidade biológica do planeta e escoa 20% de toda água
doce da face da Terra. Seu início se deu há 12 milhões de anos atrás, quando os Andes se
elevaram e fecharam a saída das águas para o Pacífico. Formou-se um fantástico Pantanal,
quase um mar de água doce, coberto só por águas. Depois, com tantos sedimentos, a
crosta terrestre tornou a emergir e, aos poucos, formou-se o que é hoje a Amazônia que
está ameaçada por sua devastação.

Mata Atlântica (Floresta pluvial costeira)


O Bioma Mata Atlântica ocupa 1.110.182
km2, ou seja, 13,04% do território nacional.
Cobre inteiramente três estados - Espírito
Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina - e
98% do Paraná, além de porções de outras
11 unidades da federação.

Esta floresta possui árvores com folhas


largas e perenes. A altura média do andar
superior varia entre 30 e 35m, porém a
maior densidade da vegetação é do andar
mais baixo, composto pelos arbustos. Mata Atlântica

A Mata Atlântica é o exemplo mais contundente do modelo desenvolvimento predatório


desse país. Foi ao longo dele que se saqueou o pau Brasil e depois se instalaram os
canaviais, tantas outras monoculturas, além do complexo industrial. Quem vive onde
já foi esse bioma muitas vezes nem conhece seus vestígios, tamanha sua devastação.
Era também o mais rico bioma brasileiro em biodiversidade. Ainda é em termos de
Km2. Hoje é o mais devastado de nossos biomas. Restam aproximadamente 7% de sua
cobertura vegetal. São manchas isoladas, muitas vezes sem comunicação entre si. Há
quem fale em apenas 5%.

Cerrado
O Bioma Cerrado ocupa 2.036.448 Km2, ou seja, 23,92% do território brasileiro. Ocupa
a totalidade do Distrito Federal, mais da metade dos estados de Goiás (97%), Maranhão
(65%), Mato Grosso do Sul (61%), Minas Gerais (57%) e Tocantins (91%), além de
porções de outros seis estados.

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O Cerrado é o mais antigo bioma

Biomas
brasileiro. Fala-se que sua idade é de
aproximadamente 65 milhões de anos. É
tão velho que 70% de sua biomassa está
dentro da terra. Por isso, se diz que é uma
“floresta de cabeça prá baixo”. Por isso,
para alguns especialistas, o Cerrado não
permite qualquer revitalização. Uma vez
devastado, devastado para sempre.

A destruição de sua cobertura vegetal


está comprometendo suas nascentes,
rios e riachos. Ao se eliminar a vegetação, Cerrado
também se está eliminando os mananciais.
Um rio como o São Francisco tem 80% de suas águas com origem no Cerrado. Hoje se
fala que é necessária uma moratória para se preservar o que resta do Cerrado.

A vegetação é esparsa formada por pequenas árvores e arbustos, muitos deles com
casca espessa. O solo, na estação das chuvas, é relativamente rico em gramíneas, que
secam na época da estiagem. O clima é quente com temperaturas médias entorno
de 26ºC e índices pluviométricos entre 1.100 e 2.000 mm por ano, com chuvas
concentradas no verão.

O Cerrado é ainda a grande caixa d’água brasileira. É do Planalto Central que se


alimentam bacias hidrográficas que correm para o sul, para o norte, para o oeste e para
o leste.

O Cerrado guarda ainda uma fantástica biodiversidade, porém, 57% do Cerrado já


foram totalmente devastados e a metade do que resta já está muito danificada. Sua
devastação é muito veloz, chegando a três milhões de hectares por ano. Nesse ritmo,
estima-se que em 30 anos já não existirá.

Cerrado, onde diversidade e preservação são inversamente proporcionais

Ele ocupa 13 Estados, aproximadamente


24% do território do Brasil – área que
corresponde a cerca de dois milhões de
km² – e é considerado o berço das águas,
já que nele estão localizados 3 grandes
aquíferos que abastecem grande parte
do País: Guarani, Urucuia e Bambuí. Você
sabe de quem estamos falando? Acertou
quem pensou no BIOMA CERRADO, a
savana mais rica do mundo (achou que era a africana?). Se levarmos em consideração as
alterações que a ocupação humana realizou na natureza, o cerrado fica atrás apenas da
Mata Atlântica e mesmo com tanta devastação, ele é considerado um dos 25 hotspots
de biodiversidade no Mundo!

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O bioma abriga aproximadamente 850 espécies de aves, 251 de mamíferos, 12 mil
Biomas

espécies de plantas nativas, cerca de 900 espécies ameaçadas de extinção e é lar também
de tantas outras espécies de animais e plantas e de mais de 12 milhões de pessoas que
correspondem aos povos tradicionais do local.

Infelizmente, hoje muitas áreas do Cerrado estão ocupadas por vegetações que não são
nativas e correspondem a – quase sempre – pastagens. Associada ao desmatamento,
a fragmentação da vegetação dificulta o restabelecimento da biodiversidade do bioma.
Aproximadamente 20% das espécies nativas e endêmicas – que só ocorrem naquele
local – do Cerrado não ocorrem mais nas áreas protegidas, e cerca de 140 espécies de
animais que são encontradas lá, estão ameaçadas de extinção.

O problema persiste na falta de informação sobre a importância da conservação do


bioma Cerrado, e na falta de monitoramento na região. Em uma pesquisa realizada
neste ano, 2017, verificou-se que nas áreas que a vegetação nativa regenerou – área
que anteriormente era utilizada como plantação de eucalipto – espécies nativas de
mamíferos podem ser encontradas da mesma maneira que na porção de Cerrado
maduro (que não sofreu impacto significativo nas últimas décadas). Isso demonstra a
importância da recuperação das áreas desmatadas e principalmente da preservação do
bioma, já que a proteção favorece a regeneração.

As maiores causas da degradação nos últimos anos são a expansão agrícola e a


exploração de lenha para ser transformada em carvão na região. Com toda a diversidade
existente nesse bioma, apenas 8,2% do seu território está legalmente protegido por
unidades de conservação, sendo que desta porcentagem, apenas 2,85% são unidades
de proteção integral, ou seja, que não permitem o uso direto dos seus recursos naturais
e que o objetivo maior é a preservação da natureza. Para que mais espécies não sejam
extintas no bioma, é necessário que políticas de preservação – como as existentes
na Amazônia – sejam rapidamente ampliadas ao Cerrado. De acordo com um artigo
publicado na renomada revista Nature, se medidas não forem tomadas, o Cerrado pode
ter a maior extinção de plantas da história até 2050.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente, RevistaBiotropica,Revista Nature.

Pantanal
O Pantanal sugere animais, rios, peixes, matas e qualquer coisa ainda parecida com
o Paraíso. É um bioma geologicamente novo. O leito do rio Paraguai ainda está em
formação. O Pantanal é a maior planície inundável do mundo e apresenta uma das
maiores concentrações de vida silvestre da Terra. Situado no coração da América do Sul,
o Pantanal se estende pelo Brasil, Bolívia e Paraguai com uma área total de 210,000
km2. Aproximadamente 70% de sua extensão encontra-se em território brasileiro, nos
Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Não há um grande número de espécies vegetais sendo poucas espécies endêmicas,


isto é, exclusivas da região.

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O desafio é manter suas características e também manter sua população em condições

Biomas
dignas de vida. O caminho do turismo é uma possibilidade real e também um perigo.
A pesca esportiva predatória é um exemplo. Pelo seu estado de conservação, sua rica
biodiversidade e as particularidades de seu ecossistema, o Pantanal é considerado uma
das 37 últimas Grandes Regiões Naturais da Terra.

Pampa
O Pampa gaúcho é bastante diferente dos
demais biomas brasileiros. Dominado por
gramíneas, com poucas árvores, sempre
foi considerado mais apropriado para a
criação do gado. Entretanto, em 2004
foi reconhecido pelo Ministério do Meio
Ambiente como um bioma. Na verdade,
sua biodiversidade havia sido ignorada
por quase trezentos anos. Foi a porta de
entrada para o gado através da região
sul. A outra foi pelo vale do São Francisco,
através dos currais de gado. Pampa Gaúcho

O único estado brasileiro com esse bioma é o Rio Grande do Sul. Ocupa 63% do território
do Rio Grande. Ele também se estende pelo Uruguai e Argentina.

Agora o Pampa sofre uma ameaça muito mais grave: a introdução do monocultivo de
Pinus e Eucaliptos. Mais uma vez portanto, se propõe um tipo de desenvolvimento
econômico inadequado às características de um bioma.

POR QUE O BRASIL DESMATA TANTO?


Temos atualmente mais de 7 bilhões de pessoas no mundo. E a população não para
de crescer... Junto com a população, é necessário que cresça também a produção e o
armazenamento de alimentos, a construção de abrigos, o combate às doenças, etc. E
para que essa demanda seja atendida, os recursos precisam ser produzidos ou retirados
de algum lugar, geralmente da natureza. As alterações feitas no ambiente físico podem
afetar as atividades econômicas, a saúde humana e principalmente a comunidade
biológica e os recursos naturais. A diminuição dos recursos naturais vem ocorrendo
no mundo inteiro e suas principais causas são incêndios, corte de árvores para uso
comercial, utilização de terras com agropecuária, ou mesmo fenômenos naturais. A
perda da cobertura florestal, por causas como as citadas anteriormente ou outras, é
chamada de desmatamento.

Talvez você nunca tenha parado pra pensar, mas o desmatamento causa problemas
ambientais e sociais. No Brasil por exemplo, a diminuição dos ambientes naturais tem
efeitos diretos nas populações tradicionais que dependem desses recursos para a sua
sobrevivência. Mas se é importante preservar a natureza, por que desmatar?

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O desmatamento acontece no Brasil principalmente por conta da falta de proteção de
Biomas

nossos recursos naturais e da baixa eficácia de nossa legislação e fiscalização ambiental.


Em nosso País, o principal responsável pelo desmatamento é a pecuária: possuímos mais
bois do que habitantes (207,7 milhões de habitantes contra 214 milhões de cabeças
de boi). Ocupando mais de 20% do território brasileiro, cerca de 3 vezes mais área do
que a agricultura ocupa, a pecuária é responsável por mais de 80% do desmatamento
no Brasil. Para dar lugar ao boi, é necessário realizar o corte da floresta, que dá lugar à
pastagem, e por isso o estrago torna-se tão grande.

A ação antrópica vem acelerando cada vez mais a taxa de extinção das espécies,
alcançando atualmente o título de principal agente no processo. Como que isso aconteceu?
Principalmente com a degradação e fragmentação de ambientes naturais, abertura de
grandes áreas para uso agropecuário, extrativismo desordenado e sem manejo, expansão
urbana, poluição, incêndios florestais, construção de hidrelétricas e áreas de mineração.

O Brasil ainda tem outro agravante: as pessoas conhecem apenas a Amazônia e


desconhecem os demais biomas. Como conservar aquilo que não se conhece? O País
está entre os 10 países que mais emitem gases do efeito estufa no mundo e já desmatou
grande parte da sua vegetação nativa. Infelizmente, todos os nossos biomas sofrem com o
desmatamento, e um deles em proporções maiores que na Amazônia.

Mata Atlântica
De acordo com dados divulgados pelo INPE (Instituto de Nacional de Pesquisas
Espaciais) e Fundação SOS Mata Atlântica em maio deste ano (2017), o desmatamento
na mata atlântica cresceu quase 60% em um ano (referente a 2015-2016). Foram
desmatados aproximadamente 290 km², nos 17 estados em que o bioma está presente,
representando um aumento de 57,7% em relação ao período anterior (2014 - 2015).

Cerrado
Entre 2013 e 2015, o Cerrado perdeu quase 19 mil km² de vegetação nativa e isso é
equivalente a três vezes o tamanho do Distrito Federal. No Cerrado, a maior causa da
degradação da vegetação é a expansão agrícola e a exploração de lenha. Infelizmente
o bioma não possui nenhuma política de preservação dos seus recursos.

Pantanal
No Pantanal, a vegetação é retirada para a implantação de pastagens exóticas para a
pecuária, provocando a perda de recursos naturais e a diminuição na biodiversidade. De
acordo com dados do ano de 2009, o bioma já teve cerca de 20% da sua área original
reduzida por conta do desmatamento e da ocupação humana.

Amazônia
Na Amazônia foram desmatados 7.893 km² entre 2015 e 2016. Os dados apontam
a redução de 1% quando comparado ao ano anterior, e se formos comparar o ano
de 2016 ao de 2004, pode ser observada uma redução de 72%. Parece um número

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bastante expressivo, não acham? Mas entre 2010 e 2015 foram registrados mais de

Biomas
4.200 casos de atividades ilegais, sendo que a degradação da vegetação é o problema
mais recorrente e prejudicial.

Caatinga
Da sua área original, o bioma já perdeu praticamente a metade para o desmatamento –
46% – segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. A principal causa para índices
tão altos é o consumo da lenha nativa, que é explorada de forma ilegal e insustentável.

Pampa
Neste bioma, os principais agravantes foram a introdução e expansão de monoculturas
de pastagens com espécies exóticas, fazendo com que, de acordo com dados registrados
em 2008, restassem apenas 36,03% da vegetação nativa original.

Você já parou para pensar nos principais impactos que isso pode causar?

Desafios Do Brasil
Em comparação aos últimos anos, o desmatamento em 2016 alcançou uma redução de
59,3%, e mesmo assim é um problema grave. O Brasil assumiu uma meta ainda maior
com o Acordo de Paris (2015): o País deverá reduzir suas emissões dos gases de efeito
estufa, e tem o compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2030, promovendo o
manejo florestal sustentável.Para que isso realmente aconteça, ações que promovam
o uso sustentável dos recursos naturais conciliando a proteção ambiental, são
fundamentais.

Para que isso aconteça, precisamos de mais informações, já que somos escassos
de dados sobre o desmatamento no Brasil (deixando claro que o Brasil não possui
somente a Amazônia). Iniciativas que promovam o monitoramento de todos os biomas
seriam fundamentais para conscientizar e promover novas ações. O desmatamento
ilegal deve ser autuado e punido, e processos de regularização fundiária em áreas que
poderiam ser conservadas, devem ser suspensos. Feito isso, precisamos proteger o
meio ambiente que ainda possuímos e destinar recursos para que isso aconteça.

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Devemos vetar e protestar contra a redução de unidades de conservação e outras áreas
Biomas

que protegem o ambiente, como as polêmicas decisões que mexeram com o Brasil nos
últimos meses. Vamos proteger nosso País e o que ele tem de mais precioso!
Fonte:Amazônia, Governo do Brasil, Ministério do Meio Ambiente, Unisinos, WWF.

ANOTAÇÕES

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