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Indaial – 2019
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Ângela da Veiga Beltrame
Prof. Ricardo Wagner Ad-Víncula Veado
Prof.ª Regina Luiza Gouvea
B453b
ISBN 978-85-515-0344-7
CDD 574.9
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico!
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA,
O SOLO E OS SERES VIVOS................................................................................... 1
TÓPICO 3 – A BIOSFERA..................................................................................................................... 27
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 27
2 CONCEITO E LIMITES DA BIOSFERA......................................................................................... 27
3 AS FONTES DE ENERGIA DA BIOSFERA................................................................................... 28
4 OS FLUXOS DE ENERGIA E NUTRIENTES NA BIOSFERA:
OS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS................................................................................................... 30
4.1 HOMEOSTASE EM ECOSSISTEMAS E GEOSSISTEMAS . .................................................... 34
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 37
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 39
TÓPICO 4 – A ATMOSFERA................................................................................................................ 41
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 41
2 O SIGNIFICADO DO CLIMA.......................................................................................................... 41
3 OS PADRÕES CLIMÁTICOS E AS PLANTAS............................................................................. 43
4 OS EFEITOS DO CLIMA SOBRE OS SERES VIVOS................................................................. 45
RESUMO DO TÓPICO 4...................................................................................................................... 48
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 49
VII
6.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS DO BRASIL............................................................................. 62
6.2.1 Tipos de Solos do Brasil........................................................................................................ 62
6.2.2 Sugestão de práticas.............................................................................................................. 71
6.3 PROFUNDIDADE E ESPESSURA DOS HORIZONTES E CAMADAS DE SOLO.............. 72
6.4 COR DOS HORIZONTES OU CAMADAS DE SOLO.............................................................. 73
6.5 COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA....................................................................................... 75
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 81
RESUMO DO TÓPICO 5...................................................................................................................... 83
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 84
TÓPICO 1 – A PALEOBIOGEOGRAFIA........................................................................................... 87
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 87
2 O ESTUDO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E A SUA
IMPLICAÇÃO NA BIOGEOGRAFIA............................................................................................. 87
2.1 PALEOSSOLOS E SEDIMENTOS................................................................................................ 90
2.2 ANÁLISE POLÍNICA OU PALINOLOGIA................................................................................ 90
2.3 DATAÇÃO RADIOMÉTRICA...................................................................................................... 91
2.4 PALEONTOLOGIA........................................................................................................................ 91
2.5 DENDROCRONOLOGIA............................................................................................................. 92
2.6 VARVES EM VARVITOS................................................................................................................ 92
2.7 REFÚGIOS FLORESTAIS............................................................................................................... 92
2.8 PALEOMAGNETISMO.................................................................................................................. 93
2.9 FÓSSEIS VIVOS............................................................................................................................... 93
3 A DERIVA CONTINENTAL E O SEU SIGNIFICADO BIOGEOGRÁFICO.......................... 94
4 BREVE DESCRIÇÃO DA EVOLUÇÃO BIOGEOGRÁFICA
NAS ERAS GEOLÓGICAS............................................................................................................... 96
4.1 O ARQUENO.................................................................................................................................. 98
4.2 PROTEROZOICO OU PRÉ-CAMBRIANO................................................................................ 98
4.3 A ERA PALEOZOICA.................................................................................................................... 99
4.3.1 Cambriano.............................................................................................................................. 99
4.3.2 Ordoviciano............................................................................................................................ 100
4.3.3 Siluriano.................................................................................................................................. 101
5.3.4 Devoniano............................................................................................................................... 101
4.3.5 Carbonífero............................................................................................................................. 104
4.3.6 Permiano................................................................................................................................. 105
4.4 A ERA MESOZOICA...................................................................................................................... 107
4.4.1 Triássico.................................................................................................................................. 108
5.4.2 Jurássico.................................................................................................................................. 111
4.4.3 Cretáceo................................................................................................................................... 113
4.5 A ERA CENOZOICA..................................................................................................................... 115
4.5.1 Terciário................................................................................................................................... 116
4.6 QUATERNÁRIO............................................................................................................................. 119
4.6.1 Pleistoceno.............................................................................................................................. 119
4.6.2 Holoceno................................................................................................................................. 120
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 121
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 124
VIII
TÓPICO 2 – ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS......................................................... 125
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 125
2 AS PRIMEIRAS IDEIAS SOBRE O APARECIMENTO DA VIDA........................................... 125
2.1 A ADAPTAÇÃO............................................................................................................................. 134
2.2 O ISOLAMENTO GENÉTICO E GEOGRÁFICO...................................................................... 136
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 138
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 140
IX
2.2 DOMÍNIO DAS REGIÕES SERRANAS TROPICAIS ÚMIDAS OU DOS
"MARES DE MORROS", RECOBERTOS POR FLORESTAS PLUVIAIS................................ 218
2.3 DOMÍNIO DAS DEPRESSÕES INTERMONTANAS SEMIÁRIDAS, COM INSELBERGS
E DRENAGEM INTERMITENTE E RECOBERTAS POR CAATINGAS............................... 222
2.4 DOMÍNIO DAS TERRAS BAIXAS EQUATORIAIS, EXTENSIVAMENTE
FLORESTADAS DA AMAZÔNIA............................................................................................... 225
2.5 DOMÍNIO DOS PLANALTOS DAS ARAUCÁRIAS................................................................ 227
2.6 DOMÍNIO DAS PRADARIAS MISTAS DO SUDESTE DO RIO GRANDE DO SUL........... 230
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 233
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 235
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 253
X
UNIDADE 1
A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O
CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 3 – A BIOSFERA
TÓPICO 4 – A ATMOSFERA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Antes de conhecer o objeto, os objetivos e o conceito da Biogeografia é
importante compreender o surgimento desta ciência. Então, vamos conhecer
quando surgiram as primeiras abordagens e o período em que ela se firmou como
ciência?
DICAS
Por volta dos anos de 1930, a abordagem sistêmica é preconizada por Ludwig
Von Bertalanffy e R. Defay, com aplicações na Biologia e na termodinâmica. Para conhecer
um pouco mais sobre a teoria que apresenta aplicação em várias áreas do conhecimento,
consulte a obra de Bertalanffy (1973), intitulada Teoria Geral dos Sistemas.
2 OBJETO E OBJETIVOS
O objeto de um estudo é o eixo central de uma investigação e os objetivos
estabelecem a finalidade da pesquisa, a meta que se espera alcançar com o
desenvolvimento do estudo. Então, atentem-se para o objeto e objetivos da
Biogeografia.
3
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
4
TÓPICO 1 | OBJETO, OBJETIVOS E CONCEITO DA BIOGEOGRAFIA
E
IMPORTANT
5
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
6
TÓPICO 1 | OBJETO, OBJETIVOS E CONCEITO DA BIOGEOGRAFIA
ATENCAO
DICAS
Conheça uma analogia desde a criação do universo até os dias atuais acessando
o site http://www.ufjf.br/fisicaecidadania/conteudo/big-bang/.
Para realizar essa analogia, foi utilizado um calendário cósmico baseado na obra do astrônomo
Carl Sagan, em que todo o tempo cósmico foi reduzido a um ano. Essa também é uma dica
para quem trabalha ou atuará em sala de aula, pois, nesse calendário, cada mês do ano
representa um pouco mais de um bilhão de anos, e nos 12 meses estão representados 14
bilhões de anos, a idade do universo. Acesse o site e faça essa viagem!
7
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
Você conhece uma espécie que possui muita flexibilidade para se adaptar
às mudanças ambientais?
A espécie humana tem muita flexibilidade, não somente pela sua própria
capacidade fisiológica, mas também por dispor de técnicas (Figura 2). Foram os
usos dessas técnicas que permitiram uma transformação na paisagem natural, e a
velocidade com que tais técnicas se inovam permite que as mudanças possam ser
mais velozes e intensas, podendo afetar a estabilidade dos ecossistemas.
FONTE: <https://exame.abril.com.br/mundo/oms-ressalta-impacto-da-mudanca-climatica-na-
saude/>. Acesso em: 21 set. 2018.
8
TÓPICO 1 | OBJETO, OBJETIVOS E CONCEITO DA BIOGEOGRAFIA
NOTA
Elementos bióticos são aqueles relativos aos organismos vivos, como plantas e
animais, enquanto elementos abióticos são relativos aos aspectos físicos, químicos ou físico-
químicos do meio ambiente, como a luz, a temperatura, o vento etc.
9
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
FIGURA 3 – CUPINZEIROS
FONTE: <http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/nosso-campo/noticia/2017/02/
cupinzeiros-ocupam-espaco-que-e-do-gado.html>. Acesso em: 21 set. 2018.
10
TÓPICO 1 | OBJETO, OBJETIVOS E CONCEITO DA BIOGEOGRAFIA
FONTE: <http://ciclovivo.com.br/vida-sustentavel/bem-estar/e-book-gratuito-ensina-como-criar-
corredores-de-plantas-em-centros-urbanos/>. Acesso em: 22 set. 2018.
NOTA
FONTE: <http://ciclovivo.com.br/vida-sustentavel/bem-estar/e-book-gratuito-ensina-como-
criar-corredores-de-plantas-em-centros-urbanos/>. Acesso em: 22 set. 2018.
11
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
12
TÓPICO 1 | OBJETO, OBJETIVOS E CONCEITO DA BIOGEOGRAFIA
Por essa razão é importante conhecer pessoas que vivam nas proximidades
desses biótopos. Elas, de modo geral, têm algum conhecimento dos hábitos dos
animais. Os lugares mais indicados para se encontrar um animal ou ave são os
ecótonos, uma faixa de transição entre ecossistemas diferentes — que não deve
ser confundido com zonas de conflito ou de tensão ecológica, quando uma ou
mais espécies tentam se impor sobre outras, em clara competição pelo espaço.
13
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
14
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
15
• A Biogeografia é dividida em dois ramos: a Fitogeografia, que estuda a
distribuição espacial e as formas de dispersão das plantas na biosfera; e a
Zoogeografia, que analisa as formas de distribuição e dispersão dos animais.
16
AUTOATIVIDADE
1 O que estuda a Biogeografia e quais são os dois principais ramos em que ela
é dividida?
17
18
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos assuntos relacionados ao ecossistema e ao
geossistema.
2 ECOSSISTEMA E GEOSSISTEMA
A unidade funcional da biosfera, na visão da Ecologia, é o ecossistema.
Na visão geográfica, o espaço acha-se integrado à biosfera e é constituído por
geossistemas (DUVIGNEAUD, 1980, p. 99; TROPPMAIR, 2002, p. 100), formados
por um mosaico de ecossistemas.
E
IMPORTANT
19
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
FONTE: <http://www.universiaenem.com.br/sistema/faces/pagina/publica/conteudo/texto-html.
xhtml?redirect=98260458224460877914207452922>. Acesso em: 22 set. 2018.
20
TÓPICO 2 | A POSIÇÃO DA BIOGEOGRAFIA NA CIÊNCIA GEOGRÁFICA
Gaviões
Ratos
Aves Costeiras
Tico-tico
Camundongo Patos
Musaranho Peixes 2
Garça
Gafanhoto
Peixes 1 Molusco
marinho
Plantas terrestres
e de pântanos
Plantas marinhas
e algas
FONTE: <http://www.universiaenem.com.br/sistema/faces/pagina/publica/conteudo/atividade.
xhtml?redirect=228535220920039610162044746&e=9>. Acesso em: 22 de set. 2018.
21
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
GEOSSISTEMA
AÇÃO ANTRÓPICA
FONTE: <http://biogeografia-ufsm.blogspot.com/2010/06/teoria-geossistemica-aplicada-ao-
estudo.html>. Acesso em: 22 set. 2018.
22
TÓPICO 2 | A POSIÇÃO DA BIOGEOGRAFIA NA CIÊNCIA GEOGRÁFICA
23
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
24
AUTOATIVIDADE
25
26
UNIDADE 1
TÓPICO 3
A BIOSFERA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, nesse tópico abordaremos temas referentes à Biosfera,
como conceito, limites, fontes de energia, fluxos de energia e nutrientes (ciclos
biogeoquímicos).
27
FIGURA 8 – OS LIMITES DA BIOSFERA
ATMOSFERA
A
FER
OS
BI
ERA
LITOSF
RA
FE
ROS
D
HI
FONTE: <https://blog-mundo-biologia.blogspot.com/2014/05/a-biosfera-definicoes-e-limites.html>.
Acesso em: 8 set. 2018
28
FIGURA 9 – A BIOSFERA E OS SEUS SUBSISTEMAS
Atmosfera
Atmosfera Hidrosfera
Litosfera Hidrosfera
• 56 x 1026 calorias são irradiadas por minuto pelo Sol nas formas seguintes:
◦ radiação ultravioleta (comprimento de onda menor que 0,4 µm) - total de 9%
recebido pela Terra;
◦ radiação visível (de 0,4 a 0,7 µm) - total de 41%;
◦ radiação infravermelha (maior que 0,7 µm) - total de 50%;
◦ a Terra intercepta 2,55 x 1018 cal - meio milionésimo do total, mas cerca de
30 mil vezes mais energia do que o total anual que a humanidade produz e
consome;
◦ constante solar: total de energia que incide numa superfície de 1 cm2 do topo
da atmosfera por minuto. Equivale, aproximadamente, a 2 cal/cm2/min. A
energia solar gasta 9,5 minutos para percorrer os 150 milhões de quilômetros
entre a Terra e o Sol.
29
4 OS FLUXOS DE ENERGIA E NUTRIENTES NA BIOSFERA: OS
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
A transferência de energia na cadeia alimentar é unidirecional. O percurso
se inicia com os organismos autótrofos, que fabricam o seu próprio alimento
através da fotossíntese; passa pelos consumidores, seres heterótrofos que
necessitam buscar em outros seres a energia para sobreviver; e decompositores
que se alimentam da matéria orgânica em decomposição.
30
Na fotossíntese, a energia solar, ou energia dispersa, é transformada
em matéria ou energia concentrada. A primeira lei da Termodinâmica explica
essa transformação, que é chamada de Lei da Conservação da Energia. Esse
processo constitui a primeira etapa da fabricação de matéria na biosfera, por
isso é denominada de produção primária e representa a quantidade de tecidos
orgânicos produzida pelas plantas.
E
IMPORTANT
Vamos ver como ela se dispersa? A dispersão da biomassa é feita por três
caminhos:
• como matéria orgânica morta, que vai ser degradada pelos decompositores,
na forma de restos vegetais, e na forma de outros produtos exportados (pólen,
sementes, gases, líquidos etc.);
• serapilheira, restos vegetais decompostos, que serão transformados em húmus
pelos saprófagos — isso constitui o ciclo curto;
• transformação dessa matéria orgânica em nutrientes por fungos e bactérias.
31
E
IMPORTANT
32
TÓPICO 3 | A BIOSFERA
Fixação
Nitrogênio na atmosfera (N2)
Plantas
Bactérias
desnitrifi-
cantes
Bactérias
fixadoras de N2 nos Nitratos
nódulos de raízes de (NO3-)
leguminosas Decompositores
(fungos e bactérias
aeróbicas e anaeróbicas)
Bactérias
Amonificação Nitrificação nitrificantes
Amônia Nitritos
(NH4+) (NO2-)
Bactérias fixadoras Bactérias
de N2 no solo nitrificantes
FONTE: <https://sequestrarcarbono.com/2016/06/09/mudancas-climaticas-o-ciclo-do-
nitrogenio/>. Acesso em: 22 set. 2018.
33
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
34
TÓPICO 3 | A BIOSFERA
35
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
36
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
37
• A ciclagem dos nutrientes é mais conhecida como ciclos biogeoquímicos,
porque deles fazem parte tanto componentes bióticos quanto abióticos. Os
ciclos biogeoquímicos são de dois tipos: ciclos gasosos, cujo reservatório é a
atmosfera, e ciclos sedimentares, em que a crosta terrestre é o reservatório.
• Os nutrientes variam em quantidades usadas pelos seres vivos, por essa razão
foram classificados em duas categorias: os macronutrientes e os micronutrientes.
38
AUTOATIVIDADE
39
40
UNIDADE 1
TÓPICO 4
A ATMOSFERA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, trataremos sobre o significado de clima, os padrões climáticos
e as plantas, e os efeitos do clima sobre os seres vivos.
2 O SIGNIFICADO DO CLIMA
O clima é o mais ativo fator da natureza. Ele influencia o bem-estar do
homem, desde efeitos diretos do tempo meteorológico às mudanças climáticas.
Todos os seres vivos dependem diretamente do clima.
41
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
78% de nitrogênio
Atmosfera
Calor
Terra
Ondas curtas
aquecem o Ar aquecido
chão sobe na estufa
42
TÓPICO 4 | A ATMOSFERA
DICAS
Por essa razão os físicos propõem que os termos efeito estufa e gases do efeito
estufa sejam trocados para efeito da atmosfera. Além disso, consideram injustificado
supor que o homem pode proteger o clima controlando quantidades/traços de
dióxido de carbono e outros gases na atmosfera. Essa teoria moderna ainda não
está incluída nos anais da ciência atual, porque a contestam flagrantemente, mas
é vista com atenção pelos cientistas.
43
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
FONTE: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-14-Representacao-esquematica-da-
circulacao-termohalina-apelidada-com_fig9_301553846>. Acesso em: 22 set. 2018.
A altitude afeta os climas. A temperatura do ar, como vimos, cai 0,6°C para
cada 100 metros de ascensão. As condições da encosta, como o grau de inclinação
— que interfere na distribuição do calor nela —, a elevada insolação e a exposição
aos ventos alteram esse quadro. Contudo, nas regiões montanhosas situadas nos
trópicos e nos subtrópicos, como o Himalaia e os Andes, a fauna e a flora diferem
muito em relação às regiões mais quentes.
44
TÓPICO 4 | A ATMOSFERA
45
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
46
TÓPICO 4 | A ATMOSFERA
dos polos e o deserto alpino era a cobertura das altas montanhas. Schimper
criou o termo formações climáticas para distribuir a vegetação no planeta e
formações locais ou edáficas para os grupos de áreas menores.
47
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• A altitude afeta os climas. A temperatura do ar, como vimos, cai 0,6°C para
cada 100 metros de ascensão.
48
AUTOATIVIDADE
3 Por que razão os físicos têm proposto que os termos “efeito estufa” e “gases
do efeito estufa” sejam trocados por efeito da atmosfera?
49
50
UNIDADE 1
TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
O solo é o substrato que sustenta grande parte da vida na Terra.
Corresponde à parte superficial não consolidada do manto de intemperismo.
51
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
52
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
FONTE: Os autores
53
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
4 O PERFIL DE SOLO
À medida que os fatores de formação do solo interagem e a pedogênese
se desenvolve, o material de origem vai sofrendo diferenciações, mais ou menos
paralelas à superfície. Definem-se camadas ou horizontes pedológicos. O conjunto
destes, compreendidos numa sequência vertical desde a superfície até o material
de origem, denomina-se perfil de solo.
54
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
HORIZONTE DESCRIÇÃO
Camada de húmus superficial; matéria orgânica
Oi pouco fragmentada, na qual as estruturas
vegetais originais são diferenciáveis.
Camada de fermentação; matéria orgânica
O Oe
parcialmente decomposta.
Horizontes de atividade
Camada úmida; matéria orgânica bem biológica e eluviação
Oh transformada, sem vestígios vegetais máximas.
macroscópicos discerníveis.
Horizonte de coloração escura, com alto teor
A A
orgânico misturado com minerais.
Horizonte de cor clara, com baixo teor orgânico
E
E devido à alta eluviação.
EB Camada de transição.
BBE Camada de transição.
Camada escura de acumulação de argila, óxidos
B B de ferro, com máxima expressão da estrutura Horizontes de eluviação;
maciça e/ou prismática. acumulação de argila,
húmus ou óxidos de ferro
BC Camada de transição. transportados das camadas
Material intemperizado pouco afetado pela superiores.
C C pedogênese, com relíquias da rocha alterada,
podendo apresentar evidências de gleização.
R R Rocha alterada.
55
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
FONTE: <https://agrofert.app/index.php/principal-noticias/5-evento-tecnico-apresenta-resultados-
de-pesquisas-e-contribui-para-melhoria-da-producao-agricola>. Acesso em: 23 set. 2018.
56
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
• Relevo regional: observar formas de topos das elevações, forma e largura dos
vales, forma e extensão das vertentes, amplitude de variação dos declives e,
quando houver, descrever microrrelevos. Nesse caso, pode-se tirar uma foto
ou fazer um croqui do relevo para que as informações não se percam.
• Litologia e material originário: observando-se possíveis afloramentos,
pedregosidade, presença de cascalhos e matacões.
• Sinais de erosão: descrever, se ocorrer, erosão, caracterizando suas frequências
e profundidades.
• Vegetação original: de que tipo existente ou se foi retirada, há quanto tempo etc.
• Uso atual: se possível, informar o tempo de uso do solo da área a ser analisada
e que perturbações sofre (queimadas, pastoreio, mecanização etc.).
• Tipo de perfil em análise: corte de estrada, barranco, trincheira, tradagens etc.
57
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
58
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
59
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
60
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
e) Molissolos (moll/mole, macio): são solos com horizontes bem definidos, alta
concentração de carbonato de cálcio (portanto, são básicos), parte superior
escura com concentração média a alta de matéria orgânica. Desenvolvem-se
geralmente sob cobertura de campos ou pastagens de latitudes médias, em
condições semiáridas ou subúmidas. Predominam nas áreas das pradarias
norte-americanas, dos pampas sul-americanos e das estepes da Europa e Ásia.
f) Oxissolos (oxi/óxidos): são solos muito antigos e, portanto, intemperizados,
com horizontes espessos, pouco definidos e bem drenados. Desenvolvem-
se em condições de clima equatorial, tropical e subtropical, sobre superfícies
geologicamente antigas (do Pleistoceno ou anteriores). Ocorrem em extensas
regiões da África e parte tropical e equatorial da América do Sul.
g) Ultissolos (ulti/últimos): são solos com horizonte subsuperficial bastante
intemperizado, argiloso e ácido, requerendo adição de fertilizante para cultivo.
Desenvolvem-se em regiões de floresta, sob clima com leve a pronunciado
déficit hídrico sazonal, sob clima subtropical úmido e clima tropical seco
e úmido. As chuvas sazonais provocam forte lixiviação do perfil, sendo o
horizonte B bem drenado. Ocorrem em porções representativas no Sudeste do
EUA e da China, Bolívia, Sul do Brasil, África central e ocidental, Nordeste da
Índia e da Austrália.
h) Vertissolos (verti/inverter): são solos que se expandem e se contraem,
respectivamente, com o aumento e diminuição da umidade, formando
rachaduras profundas e largas, em função da alta concentração de argilas
expansíveis. Desenvolvem-se sob climas tropicais e subtropicais. Ocorrem na
Índia, Centro-Oeste da África (Sudão) e na Austrália Oriental.
i) Inceptissolos (incep/incipiente, incompleto): são solos jovens, com horizontes
pouco desenvolvidos. Desenvolvem-se sob condição úmida, com pelo menos
90 dias úmidos consecutivos, sob clima de tundra latitudinal e altitudinal,
geralmente associados a relevos jovens ou sobre sedimentos. Ocorrem da zona
equatorial às latitudes médias. São exemplos os terrenos de várzea de rios como
do Amazonas, do Mississipi, do Congo, do Nilo, do Ganges, dentre outros.
j) Espodossolos (espodo/horizonte espódico): solos que sofreram eluviação de
coloides do horizonte superficial, que é, portanto, mais claro e bem drenado,
com iluviação do horizonte inferior (processo de podolização). Geralmente são
ácidos, pobres em nutrientes e húmus. Desenvolve-se em ambientes úmidos a
superúmidos, sob coberturas florestais de latitudes médias, correspondendo à
área de abrangência das florestas de coníferas do Hemisfério Norte.
k) Solos de altitude: o aumento da altitude implica em consideráveis mudanças
climáticas, de vegetação e de relevo, como já mencionado em capítulo anterior.
Mesmo que o material de origem e o tempo cronológico sejam os mesmos,
a combinação dos fatores citados desenvolverá solos de tipos diferentes,
especialmente em função das variações altitudinais.
61
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
ATENCAO
62
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
FONTE: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/
CONTAG01_7_2212200611538.html>. Acesso em: 22 set. 2018.
FONTE: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/bioma_caatinga/arvore/
CONT000g798rt3o02wx5ok0wtedt3n5ubswf.html>. Acesso em: 22 set. 2018.
63
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
FIGURA 16 – CHERNOSSOLOS
FONTE: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens>.
Acesso em: 22 set. 2018.
FONTE: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/
CONTAG01_9_2212200611539.html>. Acesso em: 22 set. 2018.
64
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
FIGURA 18 – GLEISSOLO
FONTE: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens>.
Acesso em 22 de set. 2018.
65
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
FIGURA 19 – LATOSSOLO
FONTE: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens>.
Acesso em: 22 set. 2018.
FIGURA 20 – LUVISSOLOS
FONTE: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens>.
Acesso em: 22 set. 2018.
66
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
FIGURA 21 – NEOSSOLO
FONTE: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens>.
Acesso em: 22 set. 2018.
67
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
FIGURA 22 – NITOSSOLO
FONTE: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens>.
Acesso em 22 de set. 2018.
68
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
FIGURA 23 – ORGANOSSOLO
FONTE: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens>.
Acesso em: 22 set. 2018.
FIGURA 24 – PLANOSSOLO
FONTE: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens>.
Acesso em 22 set. 2018.
69
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
FIGURA 25 – PLINTOSSOLO
FONTE: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens>.
Acesso em: 22 set. 2018.
FIGURA 26 – VERTISSOLO
FONTE: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens>.
Acesso em: 22 set. 2018.
70
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
Solum
(96cm)
Solo
(170cm)
71
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
E
IMPORTANT
72
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
FONTE: <http://www.si-rna.com/munsell-soil-color-chart-10yr-page/munsell-soils-archaeology-
c-a-r-t-9-coloriages/>. Acesso em: 25 maio 2018.
Bem, você deve estar se perguntando como fazer a seleção correta da carta
de cores, certo? Então, vamos entender como funciona!
FONTE: <http://2engenheiros.com/2017/01/20/munsell-e-as-cores-do-solo/>.
Acesso em: 25 maio 2018.
74
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
0
900 10
0
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0
700 30
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Muito argilosa
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10
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30
20
10
00
75
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
Como pode ser observado, cada lado do triângulo representa uma escala
de zero a 1000 g.kg-1, de argila, silte e areia. Para encontrar a classe de uma
textura de uma amostra de solo, imagine setas tracejadas que seguem umas em
direção às outras. No ponto onde as setas se encontram está marcado o tipo de
classe textural da amostra, conforme mostra a Figura 33, em que 500 g.kg-1 de
argila, 250 g.kg-1 de silte e 250 g.kg-1 de teor de areia, classifica a amostra como
um solo argiloso.
0
900 10
0
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0
700 30
)
Muito argilosa
kg -1
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Franco-argilosa argilossiltosa 0
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Franco-argiloarenosa
0
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Franco
Franco-siltosa 0
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10
10
90
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70
60
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20
10
00
76
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
DICAS
77
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
E
IMPORTANT
O grupo deverá descrever, sem ver, o conteúdo de cada caixa. Que consistência tem,
se é molhado ou não, se é fofo ou rígido, se sujou as mãos, se reconhece a amostra (como
no caso da arenosa, por exemplo), se há pequenos pedaços de alguma outra coisa como
gravetos ou pedrinhas que, na verdade, constituem restos dos grãos minerais das rochas que
se transformaram nos solos estudados. Enfim, toda a informação que possam levantar sobre
a amostra deve ser anotada para que os grupos construam um perfil de cada amostra.
Uma sugestão é usar amostras iguais em mais de uma caixa para aguçar a percepção
das crianças não apenas quanto ao que é diferente, mas também quanto ao que é igual.
Nessa etapa pode ser usada uma diferenciação muito importante para estudar os
materiais naturais: quando a sensação ao tato é de aspereza, ou quando se percebe grãos
entre os dedos, temos areia, e quando a sensação é de algo liso, como talco, temos então a
argila, que é importante componente do solo.
Discussão Coletiva
• Amostra 1:
◦ Seca.
◦ Áspera.
◦Machuca as mãos se esfregar com força nela.
78
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
Ao final, pode ser interessante abrir as caixas para que as crianças verifiquem as
amostras agora usando também os olhos para observar as cores; isso pode ajudar a descobrir
a composição e enriquecer ainda mais as informações disponíveis sobre cada amostra.
Síntese Escrita
A síntese escrita aqui pode ser feita através de uma explicação do conteúdo de cada caixa,
acompanhada de todas as impressões do grupo e da tabela. São estes os principais pontos
abordados durante a aula e todos devem estar presentes no registro.
Discuta com as crianças a importância deste registro ser feito com cuidado para que possam
retomá-lo em outros momentos, já que haverá outras experiências com o mesmo tema.
Se a idade e o nível de alfabetização das crianças permitir, pode-se também pedir que tenham,
no caderno, onde costumam fazer as anotações referentes ao experimento, as mesmas
informações discutidas coletivamente e expostas no painel coletivo.
79
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
Quanta
Quanta Quanto
Quanto ar matéria
Caixas Características água mineral
contém? orgânica
contém? contém?
contém?
Seca.
Não suja.
Caixa 1 Áspera.
(areia) Machuca as mãos
se esfregar.
Fácil de pegar.
Pegajosa.
Caixa 2
Suja as mãos e é
(solo de
difícil de limpar.
textura
Dura, a mão não
argilosa)
entra dentro dela.
Fofo.
Caixa 3
Tem pedacinhos
(solo com
de alguma coisa no
presença
meio.
de matéria
Suja um pouco as
orgânica)
mãos.
80
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
LEITURA COMPLEMENTAR
EROSÃO DO SOLO
Como a formação dos solos envolve um longo tempo, eles não podem
ser renovados rapidamente depois de terem sido erodidos. Há certo equilíbrio
entre a erosão natural moderada dos solos, feita pelo escoamento da água e
pelos ventos, e a lenta formação de novos solos. Se o solo se forma e erode em
taxas aproximadamente semelhantes, sua espessura permanece constante. Se ele
erode mais lentamente do que se forma, sua espessura aumenta. Se erode muito
mais rapidamente do que se forma, o novo solo não tem oportunidade de se
desenvolver e o solo existente é rapidamente perdido.
81
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
solo arável em cada hectare de terra cultivada são perdidas anualmente. Somente
nos Estados Unidos, 2 bilhões de toneladas da camada arável são perdidas pela
erosão a cada ano – duas vezes a quantidade do solo formado no mesmo período.
FONTE: PRESS, F. et al. Para entender a Terra. 4.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
82
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
• A classificação dos solos não é tarefa fácil. Requer muito conhecimento teórico
interdisciplinar e prática de campo, já que o solo é produto da combinação
de cinco fatores, em diversas intensidades. A classificação será tanto mais
generalista quanto menos detalhada for a escala de estudos.
83
AUTOATIVIDADE
84
UNIDADE 2
A PALEOBIOGEOGRAFIA,
EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS
SERES VIVOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – A PALEOBIOGEOGRAFIA
85
86
UNIDADE 2
TÓPICO 1
A PALEOBIOGEOGRAFIA
1 INTRODUÇÃO
Você já sabe que a Biogeografia estuda a distribuição dos seres vivos no
espaço organizado e que as causas da presente distribuição dos seres vivos não
estão apenas nos fatores atuais, mas também são encontradas na evolução da
Terra ao longo das eras geológicas.
Vamos ver quais são os aspectos no estudo da evolução dos seres vivos a
serem considerados?
87
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
FONTE: <http://www.lavras24horas.com.br/portal/estudo-na-ufla-promove-a-reconstrucao-do-
clima-da-amazonia-a-partir-de-aneis-de-crescimento-de-arvores/>. Acesso em: 4 out. 2018.
88
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
E
IMPORTANT
Cada ano de vida de uma árvore é indicado nos anéis. O anel mais externo
aponta a idade atual do espécime. Os anéis refletem as condições climáticas de
uma determinada época. Temperatura e umidade adequadas indicam uma longa
estação de crescimento, o que resulta em anéis largos. Períodos de seca e de frio
indicam anéis estreitos e um curto período de crescimento.
Por outro lado, sabemos que épocas secas estão, em geral, relacionadas
com climas frios, e épocas úmidas, com climas quentes.
89
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
90
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
FONTE: Os autores
2.4 PALEONTOLOGIA
O estudo dos fósseis desvenda muita coisa do passado da Terra. Por
exemplo, pode-se identificar o clima da época em que vivia o fóssil, desde que
se conheçam as suas características. No Estado do Acre, estudando fósseis de
animais pastadores dos gêneros Tapirus (anta), Tayassu (cateto ou queixada),
Glyptodon (gliptodonte, um ancestral do atual tatu), Toxodon (preguiça) e Dasypus
(tatu), Ranzi (2000) identificou um ambiente de savana de idade pleistocênica
onde hoje cresce a floresta amazônica.
91
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
2.5 DENDROCRONOLOGIA
O estudo dos anéis de crescimento de árvores permite conhecer a sua
idade e as condições climáticas a que estiveram submetidas durante o período de
crescimento. As sequoias são as mais longevas espécies de plantas da Terra — a
sua idade pode ultrapassar 5 mil anos. A Sequoia sempervirens é uma dessas
decanas da natureza (SALGADO-LABOURIAU, 2001, p. 50). Molion (1995)
mostrou um jacarandá amazonense de 600 anos, cujos anéis indicavam todas as
variações climáticas ocorridas nesse período.
FIGURA 2 – VARVITO
FONTE: <http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Procesosambientales/
Edafologia/01.pdf>. Acesso em: 8 out. 2018.
2.8 PALEOMAGNETISMO
Quando as rochas magmáticas se resfriam, deixam marcados nelas
vestígios da direção do campo magnético terrestre. Rochas magmáticas com mais
de 1 bilhão de anos permitiram indicar a posição do território brasileiro no Pré-
Cambriano (BICUDO, 2002).
FONTE: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/12/16/o-genoma-da-ginkgo-biloba/>.
Acesso em: 8 out. 2018.
93
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Vamos conhecer em quais fatos ele se apoiou para formar sua teoria? As
evidências observadas por Wegener são:
E
IMPORTANT
94
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
FONTE: <https://www.cprm.gov.br/publique/media/gestao_territorial/geoparques/coluna_
white/mesossaurus.html>. Acesso em: 7 out. 2018.
FONTE: <https://www.blogs.unicamp.br/paleoblog/tag/flora-de-glossopteris/>.
Acesso em: 12 jan. 2019.
95
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
96
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
Holoceno
Quaternário Desenvolvimento do Homem
Pleistoceno
1,8
Plioceno "Idade dos Mamíferos"
Cenozóico
Mioceno
Terciário Oligoceno
Eoceno
Paleoceno
Extinção dos dinossauros
65,5
e muitas outras espécies
Fanerozóico
Cretáceo
Mesozóico
145,5
"Idade dos
Jurássico Primeiras plantas com flores
199,6 Répteis"
Primeiros pássaros
Triásico Dinossauros dominantes
245
Permiano "Idade dos Extinção de trilobitas e muitos animais marinhos
299 Anfíbios" Primeiros répteis
Carbonífero Grandes pântanos de carvão
359 Anfíbios abundantes
Paleozóico
Devoniano
Primeiros insetos fósseis
416
Siluriano Primeiras plantas terrestres
443
Primeiros peixes
Ordoviciano
488 "Idade dos Trilobitas
Cambriano Invertebrados" Primeiros organismos com conchas
542
Primeira fauna de metazoários grandes
Proterozóico
4566
Origem do Sistema Solar
FONTE: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-4-Escala-do-Tempo-Geologico-com-
indicacao-de-alguns-eventos-importantes-na_fig3_318891164>. Acesso em: 29 set. 2018.
97
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
4.1 O ARQUENO
O Arqueano começou há 4,6 bilhões de anos e terminou há 2,5 bilhões de
anos, correspondendo a 45,66% do tempo geológico total.
E
IMPORTANT
98
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
4.3.1 Cambriano
A transgressão marinha do período anterior indica o começo deste período
há cerca de 570 Ma. A fauna marinha invadiu as plataformas rasas inundadas na
transgressão e, daí, bem mais tarde, deixaria os oceanos para colonizar as terras
baixas.
99
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
4.3.2 Ordoviciano
Segundo período da era Paleozoica, durou de 505 milhões a 438 milhões
de anos (1,57% do tempo geológico).
100
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
4.3.3 Siluriano
O Siluriano iniciou-se há 438 milhões de anos e terminou há 410 milhões
de anos, tempo equivalente a 0,6% do tempo geológico. Cerca de 400 milhões
antes deste período, os continentes de Laurência, Sibéria e Báltica iniciaram um
movimento que os levou a coalescer e, no final do Siluriano, dar origem à Laurásia.
Esse mecanismo foi chamado de orogênese caledoniana (FONT-ALTABA;
ARRIBAS, 1964) e resultou nas montanhas Caledonianas, na Escandinávia, as
terras altas escocesas, a Groenlândia e os Apalaches. O movimento orogenético
prosseguiu até o Devoniano.
O final do período foi marcado por uma crescente aridez, que substituiu
a umidade até então reinante.
5.3.4 Devoniano
Durou de 410 milhões até 350 milhões de anos. Foi, talvez, o mais
importante período do ponto de vista biogeográfico — plantas vasculares e
animais invertebrados deixaram em definitivo a proteção dos oceanos e ganharam
as terras baixas litorâneas. O Devoniano é chamado de a idade dos peixes, porque,
nele, os peixes tiveram importante desenvolvimento.
Mas nem tudo era fator limitante nas zonas litorâneas — havia luz em
abundância, oxigênio e comida existiam em quantidades suficientes, desde que
as plantas se adaptaram às condições subaéreas.
101
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
102
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
FIGURA 9 – PANGEA
Eurasia
North
America
Pangea
South Africa
America
India
Australia
Antarctica
FONTE: <https://redhistoria.com/historia-de-la-tierra-el-supercontinente-pangea/>.
Acesso em: 12 jan. 2019.
103
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
4.3.5 Carbonífero
Iniciou-se há 355 milhões de anos e prevaleceu até 270 milhões de anos.
No Carbonífero Inferior, a glaciação iniciada no período anterior atingiu as
latitudes médias de todo o globo terrestre. No Carbonífero Superior, Gondwana
chocou-se com Laurásia (ou Laurência) e Báltica, e se uniram para formar o
supercontinente de Pangea (SALGADO-LABOURIAU, 1994). Disso resultaram
os montes Apalaches, na América do Norte, e os Urais, na Rússia. Observe a
seguir a imagem ilustrativa do ambiente terrestre do período Carbonífero:
FONTE: <https://redhistoria.com/historia-geologica-de-la-tierra-el-periodo-carbonifero/>.
Acesso em 12 jan. 2019.
104
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
4.3.6 Permiano
O Permiano transcorreu entre 270 milhões até 220 milhões de anos,
correspondendo a 0,87% do tempo geológico. O fato que marcou o período foi a
grande extinção de espécies ocorrida ao seu fim.
NOTA
FONTE: <https://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/maior-evento-de-extincao-
da-terra-durou-60-mil-anos/>. Acesso em: 12 jan. 2019.
105
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
PERMIAN TRIASSIC
250 million years ago 200 million years ago
JURASSIC CRETACEOUS
145 million years ago 65 million years ago
PRESENT DAY
FONTE: <https://pubs.usgs.gov/gip/dynamic/historical.html>. Acesso em: 8 out. 2018.
106
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
107
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
4.4.1 Triássico
O primeiro período dessa era durou de 220 milhões de anos a 180 milhões
de anos. Foram 60 milhões de anos de constantes inovações. As mais importantes
dessas novidades foram o desmantelamento de Pangea e o reflorescimento da
vida no planeta, depois da extinção do Permiano. No Triássico Inferior, o clima
era seco e frio, os oceanos estavam recuados e os continentes ainda eram áridos.
108
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
DICAS
Prezado acadêmico!
• http://www.ace.mmu.ac.uk/resources/gcc/5-2-2-2.html.
• http://www.palaeos.com/Vertebrates/Units/270Archosauromorpha/270.000. html.
109
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
FIGURA 13 – LABIRINTODONTE
FONTE: <https://aminoapps.com/c/pre-historia-amino/page/blog/dinoremake/YjN3_
glIbu0pQobpMeEv3dJ6kwd6qLzopz>. Acesso em: 12 jan. 2019.
110
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
A chegada dos répteis gigantes pode ter sido uma das causas de uma
grande extinção da fauna de pequeno e médio portes, característica do Triássico,
no final do período. Os grandes dinossauros começavam a dominar a Terra.
FIGURA 14 – CYNOGNATHUS
FONTE: <https://www.deviantart.com/willemsvdmerwe/art/Cynognathus-
crateronotus-775075776>. Acesso em: 11 dez. 2018.
5.4.2 Jurássico
Durou 180 milhões a 135 milhões de anos. Na entrada do Jurássico, o
clima umedeceu e aqueceu, e o planeta tomou uma feição tropicalizada. O clima
era quente e úmido, o que favoreceu uma rápida expansão da fauna e da flora.
Os pequenos mamíferos adaptaram-se com grande facilidade às alterações
ambientais. Não podiam enfrentar os grandes répteis e, por isso, agiam nas
sombras — tinham hábitos noturnos, em sua maioria.
111
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
112
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
4.4.3 Cretáceo
Durou de 135 milhões a 70 milhões de anos. Período de intensas mudanças
geológicas e biogeográficas na Terra. A separação da América do Sul e da África
interrompeu a dispersão da flora e da fauna no sentido longitudinal. Com o
movimento da África para o norte, o mar de Thetys desapareceu.
113
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
DICAS
• http://web.ukonline.co.uk/a.buckley/dino.htm.
• http://www.solarnavigator.net/archaeology/dinosaurs.htm.
• http:// www.solarnavigator.net/archaeology/dinosaurs.htm.
4.5.1 Terciário
O Terciário é formado por cinco épocas: Paleoceno (70-54 milhões de anos),
Eoceno (54-34 milhões de anos), Oligoceno (34-22 milhões de anos), Mioceno (22-
11 milhões de anos) e Plioceno (11-2 milhões de anos). O Quaternário tem duas
épocas: Pleistoceno (2-1 milhão de anos) e o Holoceno (1 milhão de anos).
• I Paleoceno
• II Eoceno
116
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
• III Oligoceno
NOTA
117
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
FIGURA 16 – HOPLOPHONEUS
• IV Mioceno
Os campos, que se expandiam por causa do clima frio eram povoados por
grandes herbívoros. O estreito de Bhering tornou-se importante rota de trânsito
entre a América do Norte e a Eurásia. Os mamutes, vindos da África, cruzaram
a Sibéria e estabeleceram-se na América do Norte. O Caribe era salpicado de
incontáveis pequenas ilhas, que foram povoadas por animais e por pássaros.
• V Plioceno
4.6 QUATERNÁRIO
O Quaternário é formado por duas épocas: Pleistoceno (1,6 milhão-12 mil-
10 mil anos) e o Holoceno (12.000-10.000 até a época atual).
4.6.1 Pleistoceno
Primeira época da era Cenozoica, o Pleistoceno iniciou-se há 1,6 milhão de
anos e durou até 12 mil-10 mil anos, no fim da última glaciação. A fauna e a flora
da Terra eram muito semelhantes às atuais, exceto pelo porte. O Pleistoceno teve
uma sucessão de glaciações intercaladas com interglaciais.
4.6.2 Holoceno
O Holoceno é a época atual, que começou no fim da glaciação, há cerca de
11.500 anos. A temperatura continua em ascensão e as florestas úmidas podem
expandir-se em latitudes maiores. Não há, por enquanto, o período de extinção
de seres vivos e as que ocorrem hoje devem-se, em sua maior parte, ao homem.
120
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• O estudo dos climas do passado tem que ser feito tomando como base as
condições ambientais atuais para permitir comparações. Uma espécie atual
exige condições ambientais que lhe sejam adequadas.
• O estudo dos climas do passado tem que ser feito tomando como base as
condições ambientais atuais, para permitir comparações. Uma espécie atual
exige condições ambientais que lhe sejam adequadas.
• Um claro retrato dos climas pretéritos está impresso nos anéis de crescimento
de algumas espécies de árvores de climas temperados. Neles, o desenrolar das
estações do ano pode ser acompanhado ano a ano.
• Os anéis de crescimento ilustram períodos de até 3 mil anos nas árvores atuais
e mais de 5 mil anos em fósseis de plantas.
121
• O deslocamento dos continentes teve reflexos em todo o planeta e mudou a
sua face, ao originar oceanos e mares, alterar o clima mundial e levar a uma
incomensurável mudança nas formas de vida em todo o mundo.
• O final do período siluriano foi marcado por uma crescente aridez, que
substituiu a umidade até então reinante.
122
• Ao passo que as plantas vasculares invadiam as terras emersas, nos mares
vazios esponjas e corais — de idade cambriana e ordoviciana — junto aos
braquiópodos ocupavam os nichos vazios.
• O surgimento da Pangea alterou o clima em todo o planeta, o que pode ter sido
a causa principal das extinções no final do período. Recuos e avanços do mar
foram comuns e, nas regressões, a flora marinha, exposta à radiação solar, foi
exterminada. Sem as plantas, muitas espécies de animais se extinguiram.
• O Permiano Médio foi dominado por um clima seco, quando muitos pântanos
costeiros secaram.
124
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico abordaremos temas relacionados à origem e evolução dos
seres vivos; o aparecimento da vida, a quimiossíntese, a atmosfera primitiva, o
ambiente na Terra primitiva e a fotossíntese. Estudaremos também a teoria da
Evolução (Darwinismo e o Neodarwinismo), as ideias modernas da evolução, a
adaptação e o isolamento genético e geográfico.
A religião cristã defende que a vida foi criada por um ser sobrenatural.
Esta corrente de pensamento passou a ser denominada de Criacionismo. Para
aceitar seus dogmas é preciso crer na existência de um ser divino. Visto que
essa corrente se apoia em teorias religiosas e não em fundamentos científicos.
Pois como comprovar cientificamente a existência do ser divino? Essa é uma
discussão teórica milenar entre a Ciência, Religião e Filosofia. Desta forma, a
existência do ser divino encontra-se apoiada na fé pessoal de cada um. Diante
disso, dependendo de sua crença religiosa você pode defender ou não a teoria do
Criacionismo.
Orgel (1988, p. 15) volta ao ataque e diz que as radiações — raios cósmicos,
raios-X, ultravioletas, gama etc. — que percorrem o cosmo, destruiriam “[...]
qualquer material organizado com base no carbono, hidrogênio, nitrogênio e
oxigênio”.
126
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
O mais correto, por conseguinte, é aceitar que a vida evoluiu aqui mesmo.
As provas que apoiam essa ideia são inúmeras, como veremos.
127
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Apesar de todo o seu saber, Cuvier foi o principal responsável por uma,
não muito breve, estagnação da ciência no século XVIII. Ele explicava a existência
dos fósseis graças a catástrofes, como o dilúvio, que exterminaram todos os
animais. Findado o período da catástrofe, a criação divina repovoava a Terra. Sua
ideia foi chamada de catastrofismo e teve muitos adeptos. Cientistas renomados
seguiam as pegadas de Cuvier, como o biólogo suíço-americano Louis Agassiz
(1797-1873), o paleontólogo francês Alcide d’Orbigny (1802-1857), o zoólogo
inglês Richard Owen (1804-1892) e muitos outros.
Vamos conhecer um pouco mais sobre esta teoria? No início do século XX,
poucos cientistas deram prosseguimento às pesquisas sobre a origem da vida.
Mesmo no século XIX, cientistas como Thomas Huxley, grande defensor das
ideias de Darwin (1825-1895), e James Tyndall, outro cientista inglês, em 1874,
chegaram à mesma ideia, de que a vida poderia ter surgido na combinação de
substâncias inorgânicas. Suas deduções não tiveram eco, unicamente devido a
Pasteur e seu experimento.
NOTA
A primeira atmosfera da Terra era formada por amônia (NH3), metano (CH4),
dióxido de carbono (CO2), ácido clorídrico (HCl), gás sulfídrico (H2S), dióxido de enxofre
(SO2) e vapor d'água.
Miller sugeriu então que, sob certas condições e contando com uma fonte
de energia permanente, esses gases, na Terra primitiva, reagiam e formavam
moléculas mais complexas. As chuvas encarregavam-se de levar para os oceanos
as moléculas formadas na atmosfera.
130
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
ácidos nucleicos, por seu lado, passaram a comandar todas as funções internas dos
coacervados, que, a partir dessa época, podiam se multiplicar e, pois, aumentar
sua população.
131
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
NOTA
A teoria darwinista não explica como uma nova espécie surge, tampouco
a neodarwinista clareia os fatos. Para Gould (1992, p.13), “devem existir outros
fatos além da explicação neodarwinista para solucionar os mistérios da evolução”.
132
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
Portanto, as ideias de Darwin não tinham qualquer base científica. Mas tal
era a sua coerência, que serviu de modelo para o desenvolvimento da Biologia.
133
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
2.1 A ADAPTAÇÃO
A adaptação é a resposta de uma população às condições ambientais em
que vive, graças à pressão exercida pela seleção natural, de acordo com o que
sustenta o neodarwinismo.
ATENCAO
134
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
ATENCAO
135
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Mas as mutações genéticas podem se dar sem que haja influência ambiental.
A adaptação do organismo a novas condições tem tanto origem genética quanto
comportamental. Muitas vezes, a velocidade e a capacidade de adaptação salvam
a espécie. Muitas plantas, por exemplo, nascem em solos estéreis de zonas de
mineração. Se a adaptação é lenta, a espécie pode se ajustar ao novo ambiente.
136
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
Quando uma espécie é isolada de outras por uma barreira e origina novas
espécies, diz-se que houve uma especiação alopátrica (pátria diferente).
137
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A criação especial é a ideia defendida pela religião cristã. Nesse ponto de vista,
a vida foi criada por um ser sobrenatural, não houve qualquer tipo de evolução
e os animais de hoje são exatamente como eram no momento da criação. Essa
ideia não tem qualquer fundamento científico e não se apoia na ciência.
• A primeira atmosfera da Terra era formada por amônia (NH3), metano (CH4),
dióxido de carbono (CO2), ácido clorídrico (HCl), gás sulfídrico (H2S), dióxido
de enxofre (SO2) e vapor d'água. A volatilização dos compostos, antes retidos
nos interstícios dos planetesimais foi chamada de desgaseificação.
138
• A oxigenação da água dos mares foi um passo fundamental para a vida na
Terra. Desde o surgimento da fotossíntese em diante — há cerca de 2 bilhões de
anos — até a transição do período Pré-Cambriano para o Paleozoico, o planeta
presenciou uma significativa expansão de seres aeróbicos. Nessa época, a
concentração de oxigênio equivalia a 1 centésimo da atual, mas foi o bastante
para a explosão populacional que ocorreu naquele período.
139
AUTOATIVIDADE
140
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos a distribuição dos seres vivos, as espécies e suas
formas de dispersão, as espécies exóticas, as interações entre os seres vivos, o
relevo, as teorias, os ciclos climáticos e os refúgios brasileiros atuais (importância
da preservação).
141
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Uma espécie dotada dessa habilidade poderá ocupar vastas áreas, porque
seu genótipo lhe permite. É chamada de cosmopolita.
142
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
144
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
145
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
“Cerca de 60% das espécies haviam sido transportadas pelo mar, 32% por
correntes aéreas e 8% por pássaros” (MOTTERSHEAD, 1984, p. 16).
Outro exemplo ocorreu na ilha de Surtsey (Islândia), uma ilha de 2,5 km2
e com 172 metros na parte mais alta, surgida na erupção de um vulcão submarino
em 14 de novembro de 1963. Cinco anos mais tarde, em 1968, a população de
animais e plantas já era considerável.
146
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
147
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
148
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
149
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
151
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Alguns lugares nos cumes das montanhas ficaram livres do gelo durante
as eras glaciais e tornaram-se refúgios para animais e plantas. São chamados de
nunataks e “mantêm espécies de animais e plantas que se diferenciaram de outras
áreas” (MIELKE, 1989, p. 185). Muitos invertebrados e coleópteros sobreviveram
nos nunataks.
Como toda teoria, esta também recebe críticas pela não aceitação de
indicadores de interpretações de dados e modelos por parte de alguns autores,
conforme exposto por Haffer e Prance (2002) e Viadana (2002). Entretanto, este último
salienta que nenhuma crítica apresenta sustentação teórica e científica convincente.
152
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
153
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
154
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
155
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
157
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
territorial das espécies vegetais e animais antes retraídas”. Assim, um refúgio não
é necessariamente um centro de dispersão, embora o contrário seja verdadeiro.
Por conta da existência dos centros de dispersão, certos biomas se conservam
durante períodos que lhe são adversos.
Müller (1979, p. 175) reforça essa ideia ao dizer que “uma área só terá
importância como centro de dispersão se as condições ambientais em seu interior
não provocarem a extinção das comunidades que a habitam”. E completa: “[...] as
áreas de dispersão são zonas de refúgio em sua origem”.
158
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
expansão das caatingas no final do Pleistoceno (entre 23.000 e 13.000 anos A.P.),
quando estas ocuparam territórios inter e subtropicais no Brasil. Segundo Ab'Sáber
(1988, p. 40), é possível identificar áreas diferenciadas no contato entre os domínios
morfoclimáticos e fitogeográficos brasileiros, que se apresentam em forma de
composições e mosaicos e, por isso, propõe o desuso do termo “complexo do
Pantanal”, uma vez que “[...] a região possui um mosaico integrado de paisagens
e espaços geoecológicos perfeitamente visualizáveis e cartografáveis”. Em razão
da sua situação geográfica atual, entre três grandes domínios fitogeográficos, ele
caracteriza o Pantanal mato-grossense como “[...] uma imensa depressão-aluvial-
tampão e ao mesmo tempo, como um receptáculo de componentes bióticos
provenientes das áreas circunvizinhas”, comportando-se como “[...] um delicado
espaço de tensão ecológica, em termos fitogeográficos” (AB’SÁBER, 1988, p. 40).
159
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
160
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Portanto, a teoria social crítica na Geografia tem afirmado que o espaço, assim
como o tempo, não pode ser compreendido indissociavelmente de um elemento
estruturante da própria sociedade. Para os geógrafos marxistas esse elemento
seria dado pela economia (mais exatamente modo de produção e classes sociais),
e na proposta legada por M. Santos (1997; 1999) pela técnica. O entendimento da
Geografia como uma ciência social passa a exigir novas demandas da Biogeografia
no sentido de explicar a natureza incorporada ou recriada pelo homem.
161
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A dispersão feita pelo homem sempre foi importante. Em todos os lugares para
onde foi, ele levou consigo não só espécies domesticadas – cão, aves, gato, gado
etc. – e plantas diversas, mas também espécies selvagens, como o pardal, ou
comensais (que convivem com ele), como o rato e a barata.
162
• A propagação da abelha africana (Apis mellifera adansonii), no Brasil, deveu-se
a um acidente. Em 1956, 70 rainhas africanas foram levadas para a cidade de
Rio Claro (SP), com a finalidade de melhorar a produção de mel, que é alta na
espécie. No ano seguinte, um funcionário deixou cair ao chão uma colmeia e
as abelhas se dispersaram. Em poucos anos, cruzaram fronteiras e invadiram
todos os países das Américas do Sul e Central. No início dos anos 80, haviam
invadido os EUA, onde se encontram até hoje.
• A Teoria dos Refúgios foi desenvolvida por Edward Forbe, em 1846. É este
um dos temas principais na Biogeografia atual, no entanto, apenas a partir da
década de 1930 ela passou a ser considerada com mais profundidade, quando
se realizaram estudos na África, na Austrália, na Malásia, na Nova Guiné e na
América do Sul.
163
AUTOATIVIDADE
164
UNIDADE 3
TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS,
BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
165
166
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Já sabemos que a Biogeografia é o ramo das ciências biológicas que se
dedica a compreender a distribuição geográfica dos organismos. Os seres vivos
se movimentam na biosfera e os padrões de distribuição não são aleatórios, ou
seja, não são casuais, mas dependem de vários fatores abióticos e bióticos, que
interagem atualmente ou que interagiram no passado, para constituir conjuntos
de habitats.
2 TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS
Os territórios biogeográficos possuem extensões continentais e se
distinguem pelo número elevado de endemismos, geralmente em nível de
ordens e de famílias. Os reinos subdividem-se em Regiões Biogeográficas,
com endemismos ao nível de subfamílias e de gêneros. Por sua vez, as regiões
biogeográficas subdividem-se em Domínios ou Províncias Biogeográficas,
compreendendo áreas com elevado número de endemismo ao nível de gêneros e
espécies. Os domínios subdividem-se em Setores ou Distritos Biogeográficos, que
correspondem a territórios restritos com elevado número de endemismos ao de
espécies ou de gêneros, se estes últimos possuírem poucas espécies (LACOSTE;
SALANON, 1973; VALDÉS, 1985).
E
IMPORTANT
167
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
168
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
169
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Cerrado
Ecotono Cerrado-Caatinga
Caatinga
Transecto Cerrado/Transição/Caatinga
Localidades de Amostragem
E
IMPORTANT
Ecótono é uma região que resulta do contato entre dois ou mais biomas
fronteiriços. No caso da Figura 1, a área de contato fica entre os biomas Cerrado e Caatinga.
170
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
1 – Holártico 3 – Australiano
1a – Região Paleártica 3a – Região Australiana
1b – Região Neártica 3b – Região Oceânica
3c – Região Neozelandesa
Os reinos biogeográficos,
2 – Paleotropical 3d – Região Havaiana
segundo MÜLLER (1979).
2a – Região Etiópica
Sem escala.
2b – Região Malgache 4 – Netropical
2c – Região Oriental 5 – Arquinótico
Faixas de transição
171
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
NOTA
172
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
173
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
174
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
E
IMPORTANT
175
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
FONTE: <https://www.worldatlas.com/articles/what-was-the-gondwana-supercontinent.html>.
Acesso em: 30 abr. 2019.
Da mesma forma que no Polo Norte, a Antártica não tem um ciclo diário
dividido em 24 horas. De setembro a março, o Sol paira sobre o horizonte, o
que corresponde ao verão austral – o dia no Polo Sul. De março a setembro ele
desaparece lentamente, à medida que o outono avança e o inverno o sucede.
Quando a primavera retorna, ele ascende no horizonte para clarear nos próximos
seis meses. O Sol nunca fica no zênite nos polos e nunca sobe muito além do
horizonte. Por essa razão, os polos recebem muito pouca radiação solar e este é
um dos fatores das baixas temperaturas.
176
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
177
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
178
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
179
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
As massas de ar que atuam nos climas das baixas latitudes têm regiões-
fonte variadas: podem ser continentais tropicais, tropicais marítimas e equatoriais
marítimas e continentais. As regiões-fonte encontram-se tanto nas zonas tropicais
quanto nas subtropicais e incluem a zona de convergência intertropical, o cinturão
dos ventos alísios e partes das células subtropicais de alta pressão.
180
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
de área core ou área nuclear. A área nuclear apresenta as características típicas, que
são reflexo dos seus fatores naturais, mas que, à medida que se afasta do centro,
vão se alterando gradativamente, para mais adiante dar lugar à outra paisagem.
Essas áreas de transição compõem corredores que interligam e envolvem as áreas
nucleares. Elas resultam de processos diferentes, que originaram vegetação, solos
e formas de relevo particulares (AB'SÁBER, 1977a).
FONTE: <http://www.geoimagens.com.br/buscar-imagens/mata-dos-cocais/carnaubas-2/>.
Acesso em: 30 abr. 2019.
181
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
3 OS BIOMAS
Os reinos biogeográficos compreendem os biomas, embora os critérios de
delimitação estejam baseados mais na forma das plantas submetidas a um tipo
climático existente atualmente do que propriamente no nível de endemismo, na
sua evolução e nas áreas de dispersão dos seres vivos.
Os biomas estão reunidos em quatro grupos principais, também chamados
biócoros. São eles: florestas, savanas, estepes (pradarias, campos) e desertos.
182
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
OCEANO PACÍFICO
PACÍFICO
OCEANO
ÍNDICO
Tundra
Taiga
Floresta Temperada
Floresta Tropical
Campos
Savana
Deserto
FONTE: <https://www.picswe.com/pics/mundi-mapa-biomas-terrestres-7e.html>.
Acesso em: 30 abr. 2019.
183
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
FONTE: <https://revistagalileu.globo.com/galileu-e-o-clima/noticia/2018/09/plantas-estao-
crescendo-cada-vez-mais-no-artico-mas-isso-nao-e-bom.html>. Acesso em: 30 abr. 2019.
184
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
FIGURA 7 – PERMAFROST
FONTE: <https://planetaterrasustentabilidade.blogspot.com/2018/03/emissoes-de-metano-do-
permafrost-e-das.html>. Acesso em: 30 abr. 2019.
185
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
FIGURA 8 – TAIGA
FONTE: <https://www.worldatlas.com/articles/what-and-where-are-the-taiga-forests.html>.
Acesso em: 30 abr. 2019.
186
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
A forma cônica das árvores impede que a neve se acumule nos galhos.
Isso evita que quebrem com seu peso. Se houver água suficiente, a
fotossíntese se faz sempre, exceto no inverno, quando a água congela.
A forma acicular das folhas diminui a superfície de contato com o ar,
o que reduz a evapotranspiração no verão e na primavera preserva a
água nas células (SIMMONS, 1982, p. 130).
187
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
188
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
189
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
191
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
192
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
A fauna, originalmente muito rica, praticamente não existe mais, por causa
das atividades humanas, em que se inclui caça predatória desmedida realizada
nos séculos XIX e XX. Reservas biológicas foram criadas na América do Norte e
Eurásia com o fim de proteger o que restou da fauna e da flora.
193
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
FONTE: <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.
php?foto=652&evento=7>. Acesso em: 30 abr. 2019.
194
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
NOTA
Deserto rochoso ou hamada – aparece nos topos e escarpas de planaltos onde o vento
removeu a areia e expôs a rocha subjacente, que forma uma superfície com blocos de rochas
espalhados por uma extensão variável. Óxidos de manganês e de ferro dão às rochas uma
cor escura, conhecida como verniz do deserto. Depósitos de sal sob as rochas impedem
o crescimento da vegetação. Apenas espécies xero-halófitas resistem às adversidades
ambientais da hamada e colonizam as fendas das rochas.
Deserto arenoso (erg ou areg) – são formações arenosas, de cor avermelhada, devido ao
óxido de ferro, existentes nas áreas de bacias, nas quais a areia, transportada pelo vento, se
deposita. Quando o vento apresenta uma direção predominante, formam-se dunas do tipo
barcana. Os ergs ocupam uma área pouco extensa. No Saara, os ergs ocupam apenas 30%
de sua superfície. As dunas são boas armazenadoras de água, que infiltra até o lençol, que é
formado de água doce. As dunas móveis não têm vegetação sobre elas e se movimentam ao
sabor dos ventos. As fixas são colonizadas por gramíneas do gênero Ziziphus spp., que junto
a alguns arbustos, seguram a areia e originam pequenas dunas, chamadas de nebka.
Vales secos (wadi ou oued) – em períodos mais úmidos do Pleistoceno formaram-se rios
estreitos, que secaram e deram origem a uma rede de vales pelos quais escoa a água das
chuvas muito fortes. Nos vales mais largos a vegetação não cresce, porque as enchentes
eventuais são muito fortes e arrancam as plantas do solo, levando-as para jusante. Mas
nas margens cresce uma cobertura vegetal, halofítica ou não. A tamarindo (Tamarix spp.),
uma halófita, encontra aí boas condições de crescimento. Nos locais em que se dá alguma
lixiviação nas chuvas, o sal é removido ou reduzido a um mínimo, e espécies não halófitas,
como Retama spp. e Caligonum spp., podem crescer. Rios subterrâneos não são raros nas
regiões cársticas e, então, há umidade bastante para o crescimento de densos bosques de
espécies não halófitas.
195
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Oásis – são áreas em que a água doce do lençol aflora em quantidade suficiente para permitir
uma densa vegetação, muitas vezes, de espécies hidrófitas. Normalmente, são circundadas
por depressões que contêm grandes concentrações de sal, para as quais o excesso de água
escoa, torna-se salobra e evapora, aumentando, pois, a quantidade de sal na superfície que
rodeia os oásis. São os lugares mais densamente povoados dos desertos, unicamente porque
têm água. Por isto, a vegetação primária tem diminuído e dado lugar para plantas cultivadas.
FONTE: WALTER, H. Vegetação e zonas climáticas. São Paulo: EPU, 1986, p. 117.
O uso da terra nas regiões vizinhas aos desertos tem trazido inúmeros
problemas ambientais. Na África, as populações saarianas praticaram, ao longo
dos séculos, agricultura e pecuária primitivos, cujos reflexos transformaram-
se, hoje, em processos de desertificação. Uma das regiões mais atingidas pelo
avanço do deserto é o Sahel. A pecuária pode estar na base da desertificação desta
196
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
197
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Walter (1986) e Rizzini (1976) concordam que a maioria das plantas dos
desertos é mesófita e não xerófita. Há plantas que evitam a seca e as que resistem
à seca, com menor ou maior capacidade (WALTER, 1986). “O que distingue o
xerófito do mesófito é a capacidade que ele tem de utilizar a água”, diz Rizzini
(1976, p. 262).
198
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
199
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
FONTE: <https://blogdoenem.com.br/vegetacao-americana-geografia-enem/>.
Acesso em: 30 abr. 2019.
200
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
201
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
FIGURA 13 – SAVANA
FONTE: <https://veja.abril.com.br/ciencia/savana-era-paisagem-dominante-quando-homem-
aprendeu-a-andar/>. Acesso em: 30 abr. 2019.
Walter (1986, p. 76) define a savana como uma "[...] comunidade vegetal
homogênea, do ponto de vista ecológico, caracterizada pela presença de vegetais
lenhosos esparsos, em meio a prados relativamente secos". É bom frisar que o
termo seco não se aplica ao cerrado brasileiro.
Walter (1986, p. 86), por seu lado, distinguiu quatro tipos de savanas
africanas, segundo a origem:
203
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
204
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
FONTE: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2019/01/como-os-cupins-
ajudam-florestas-equatoriais-sobreviverem-mudancas-climaticas>. Acesso em: 30 abr. 2019.
205
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
As árvores são sempre altas, de troncos lisos, sem galhos, que só aparecem
no topo para formar as copas, sempre largas. As raízes, normalmente, são
tabulares e servem para a sustentação da árvore e para absorver prontamente
os nutrientes provindos da reciclagem da matéria orgânica. As folhas são largas,
com uma nervura central bem definida, que ajuda no escoamento da água.
206
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
TURO S
ESTUDOS FU
207
RESUMO DO TÓPICO 1
208
• Ao sul da floresta boreal, a floresta semidecídua ocupa uma área menor que a
taiga. Situada entre 50° e 30° de latitude norte, na zona temperada da América
do Norte, do leste da Ásia, da Europa Ocidental e Central. No Hemisfério Sul
ela aparece no litoral do Chile, na Patagônia, numa estreita faixa no litoral
sudeste da Austrália, na Nova Zelândia e no extremo sul da África do Sul.
• Nas costas ocidentais dos continentes, nas latitudes de 30° e 45°, entre a floresta
temperada decídua e os desertos quentes, a vegetação de certas regiões é dita
mediterrânea não necessariamente por estar à margem do Mar Mediterrâneo,
mas porque guardam entre si uma similaridade acentuada quanto à topografia,
clima e elementos biogeográficos. São apenas cinco regiões em todo o mundo,
que apresentam características tão marcantes que constituem uma transição
entre aqueles dois biomas. As regiões mediterrâneas aparecem no litoral do
Mar Mediterrâneo, na Califórnia, no sul do Chile e nos extremos meridionais
da África do Sul e da Austrália.
209
AUTOATIVIDADE
1- Reino Holártico.
2- Reino Paleotropical.
3- Reino Australiano.
4- Reino Neotropical.
5- Reino Arquinótico.
210
( ) Pinguim-imperador; pinguim-de-adélia; Deschampsia Antactica; Colobanthus
crassifolius.
( ) Macacos; saguis; tamanduás; lhama; vicuña; guanaco; beija-flores;
perdizes; tucanos; cactos; bromélias; seringueira.
( ) Ornitorrinco; canguru; coala; casuar; Gênero Eucalyptus.
( ) Girafa; hipopótamos; hiena; gorila; chimpanzé; leão; elefante; zebras;
avestruz; gerânios; ébano; árvore produtora de alcaloide; galinhola.
( ) Ursos; cães; lobos; coiotes; cervos e alces; búfalo; bisão; castores; ouriço;
gambás; quatis; saracura; urogalo; papagaio-do-mar; cegonha; cucos;
rouxinóis; abutres; esturjão; perca; salmão e truta; arbustos e árvores como
as avelanzeiras; choupo; álamo; ranúnculos; amoreiras.
211
212
UNIDADE 3
TÓPICO 2
PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS
1 INTRODUÇÃO
Todo o complexo mecanismo climático, edáfico e geomorfológico
anteriormente descrito foi a mola que empurrou e manteve a evolução das
paisagens nos trópicos. A paisagem geográfica integrada resulta de um jogo de
fatores interconectados, que estendem a sua influência por uma área de tamanho
variado ao longo de um tempo determinado. A evolução da paisagem depende
tanto de fatores locais quanto de fatores externos a ela.
Vamos conhecê-las?
OCEANO
PACÍFICO
tropical-atlânticas florestadas
IV. Caatinga Depressões intermontadas e
interplanáticas semiáridas
V. Araucárias Planaltos subtropicais com
araucárias
VI. Pradarias Coxilhas subtropicais com
pradarias mistas
Faixas de transição (Não diferenciadas)
FONTE: <http://geografia.hi7.co/brasil---mapas-de-biomas--ecossistemas--dominios-
morfoclimaticos-56c3cffc6011d.html>. Acesso em: 21 maio 2019.
E
IMPORTANT
O autor possui uma vasta produção bibliográfica, iniciada em 1948, período inicial de seus
trabalhos formado especialmente por trabalhos acadêmicos voltados para a geomorfologia
e geologia. Os primeiros temas voltados ao meio ambiente e ecologia surgem no final da
década de 1960 e início da década de 1970, se acentuando na década de 1980. O século XXI
é marcado pelo início de uma série de artigos de uma página na Scientific America Brasil, e
participação em temas relacionados à preservação ambiental, compreendendo problemas
climáticos, e publicação de livros que podem ser considerados de monumentais.
FONTE: <http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Attila/1s2018/
excursoes/A_Obra_de_Aziz_Ab'Saber.pdf>. Acesso em: 21 maio de 2019.
FONTE: <http://www.geoimagens.com.br/buscar-imagens/cerrado/vegetacao-caracteristica-
do-cerrado-2/>. Acesso em: 30 abr. 2019.
215
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Segundo Ferri (1971, p. 254), a água pode levar até seis meses para alcançar
o lençol, o que mostra que o movimento descendente avança estação seca adentro:
216
TÓPICO 2 | PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS
217
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
FONTE: <http://educacao.globo.com/geografia/assunto/geografia-fisica/dominios-
morfoclimaticos.html>. Acesso em: 30 abr. 2019.
219
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Alonso (1977, p. 91) enfatiza que “nas encostas voltadas para leste e sul das
serras do Mar e Mantiqueira, a floresta é pluvial, mas nos seus reversos (sombra
de chuva, a sotavento), a floresta é subcaducifólia”.
220
TÓPICO 2 | PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS
Segundo Rizzini (1979, p. 73), “muitas espécies são comuns à floresta dos
níveis mais altos — floresta ombrófila densa montana — e à floresta dos níveis
mais baixos — floresta ombrófila densa baixo-montana”.
221
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
FIGURA 18 – CAATINGA
FONTE: <http://educacao.globo.com/geografia/assunto/geografia-fisica/dominios-
morfoclimaticos.html>. Acesso em: 30 abr. 2019.
222
TÓPICO 2 | PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS
(mEc) e da frente polar. Outro fator que pode também estar na origem
da semiaridez é a temperatura baixa da água do oceano. A corrente de
Benguela, que margeia o litoral ocidental da África, é empurrada para
oeste pelo movimento anti-horário do anticiclone do Atlântico e, no
litoral dos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte, a água mais fria
tem menores evaporação e condensação. Com isto, caem os índices
pluviométricos. Em Cabeceiras, na Paraíba, foi registrado o menor
índice de chuvas no Brasil – 278,1 mm/ano (SILVA, 1972, p. 217).
FONTE: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/bioma_caatinga/arvore/
CONT000gdhgdwhv02wx5ok0rofsmqv90tsmc.html>. Acesso em: 30 abr. 2019.
223
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
FONTE: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/bioma_caatinga/arvore/
CONT000gdhgdwhv02wx5ok0rofsmqv90tsmc.html>. Acesso em: 30 abr. 2019.
224
TÓPICO 2 | PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS
225
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
FONTE: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2018/07/lado-obscuro-
amazonia-floresta-amazonica-indios-trafico-drogas-desmatamento-extracao-ilegal-madeira-brasil>.
Acesso em: 30 abr. 2019.
muito semelhante à dos igapós, porque permanece inundada por muito tempo, e
a uma várzea alta, em que a inundação é curta e a vegetação é muito parecida com
a da terra firme”. Rizzini (1979, p. 55) “distingue a flora das matas de várzea dos
rios de água branca, que transportam muitos sedimentos erodidos das margens,
da flora das matas de várzea dos rios de água preta, que não transportam
sedimentos”.
227
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
FONTE: <http://www.geoimagens.com.br/buscar-imagens/mata-de-araucarias/mata-de-
araucarias-9/>. Acesso em: 30 abr. 2019.
A fase da sucessão da araucária mostra que ela está, aos poucos, sendo
substituída pela floresta pluvial subtropical. Klein (1978, p. 13) enfatizava que "na
submata destes pinhais, o pinheiro não apresenta possibilidades de regeneração.
Tudo indica que estamos assistindo a uma lenta, mas segura expansão da floresta
subtropical em detrimento dos pinhais, que, paulatinamente, vêm perdendo
terreno". Klein (1960, p. 38) já chamava a atenção para esse fato ao observar que
"[...] em grandes extensões as associações da mata pluvial vêm subindo pelos
vales dos rios, substituindo todas as espécies características do pinheiro [...] (que)
cairá também, vítima da invasão da mata pluvial".
228
TÓPICO 2 | PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS
229
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
231
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
232
RESUMO DO TÓPICO 2
233
• O domínio das depressões intermontanas semiáridas, com inselbergs e
drenagem intermitente e recoberta por caatingas, é considerada uma região
de contrastes. O Nordeste brasileiro começa a mostrar a sua complexidade
no clima, que é o que mais se destaca, não só por conferir individualidade à
região, como também, por ser o principal elemento do qual decorrem as demais
características do relevo, da vegetação e da rede fluvial.
• Na caatinga, como há falta de água, as plantas têm que economizá-la. Por isto,
os estômatos se fecham durante as horas quentes do dia, reduzindo, pois, a
fotossíntese. Dessa forma, não há produção excessiva de carboidratos — como
se dá no cerrado — e as plantas, por conseguinte, não os acumulando, não são
esclerófitas.
234
AUTOATIVIDADE
235
( ) Tem clima sazonal, com chuvas de verão que mantêm uma drenagem
perene. A estiagem dura de quatro a cinco meses, predominantemente no
inverno. As chuvas variam entre 1.100 e 1.600mm/ano.
( ) Estende-se na região equatorial e subequatorial, ocupando uma superfície
de mais de 2,5 milhões de km2. São planícies de inundação labirínticas
e meândricas, tabuleiros de vertentes convexas e morros mamelonares
baixos, que aparecem nos relevos cristalinos, junto a relevos residuais de
pães-de-açúcar, inselbergs no Quaternário.
( ) São recobertos pela conífera Araucaria angustifolia, com altitudes entre
500 e 1.300 metros, clima subtropical úmido, verões brandos e invernos
suaves, com neve eventual e rara. A amplitude térmica anual é acentuada.
As temperaturas são fortemente influenciadas pelas altitudes.
( ) A paisagem é aplainada, com encostas suaves e longas, tendo nos vales
florestas-galerias subtropicais. Os solos são variados: paleossolos claros
desenvolvidos em climas frios e paleossolos vermelhos evoluídos em
climas quentes, o que gerou uma grande quantidade de tipos de solos,
destacando-se as classes brunizem, grumossolo e planossolo.
( ) Este domínio corresponde à região dos mares de morros de origem
ígnea e metamórfica, forma uma faixa que se estende ao longo do litoral
oriental do reino Neotropical e ocupa uma área de mais de 1 milhão de
quilômetros quadrados.
( ) É considerada uma região de contrastes. O Nordeste brasileiro começa a
mostrar a sua complexidade no clima, que é "[...] o que mais se destaca,
não só por conferir individualidade à região, como também, por ser o
principal elemento do qual decorrem as demais características do relevo,
da vegetação e da rede fluvial" (SILVA, 1972, p. 215). A tudo isso somam- se
os aspectos humanos, estreitamente ligados e praticamente dependentes
do clima semiárido.
236
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Como visto anteriormente, os fatores físicos e bióticos interferem na vida
dos organismos e estes também intervêm nas variáveis naturais.
Uma das mais importantes mudanças que se dão nos ecossistemas e nos
geossistemas é a sucessão vegetal ou ecológica. Do ponto de vista biogeográfico,
a sucessão ecológica dirige a expansão espacial das plantas e da fauna que as
acompanha. É, na verdade, um processo muito complexo, que procura levar os
ecossistemas e os geossistemas a um equilíbrio final. Temos duas forças atuando
na sucessão – uma, de origem biológica, alicerçada nas relações ecossistêmicas,
e outra, de origem geográfica, que leva as plantas a ocupar o espaço geográfico e
dar-lhe uma forma.
237
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Líquenes e
Rocha musgos
nua
Carvalhos
Pinheiros Vidoeiros
Ervas e Matagal Abetos
pequenos com arbustos
arbustos
E
IMPORTANT
240
TÓPICO 3 | DINÂMICA DA VEGETAÇÃO: SUCESSÃO E CLÍMAX
244
TÓPICO 3 | DINÂMICA DA VEGETAÇÃO: SUCESSÃO E CLÍMAX
245
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
246
TÓPICO 3 | DINÂMICA DA VEGETAÇÃO: SUCESSÃO E CLÍMAX
LEITURA COMPLEMENTAR
Júlio Bernardes
Espécies
FONTE: BERNARDES, J. Espécies da fauna variam durante a regeneração de mata. Agência USP
de Notícias, São Paulo, maio 2011. Disponível em: <http://www.usp.br/agen/?p=58382>. Acesso
em: 30 jul. 2019.
248
RESUMO DO TÓPICO 3
• Uma das mais importantes mudanças que se dão nos ecossistemas e nos
geossistemas é a sucessão vegetal ou ecológica.
• A sucessão vegetal ocorre em três tipos de hábitats — numa rocha exposta, num solo
recém-desenvolvido ou recém-exposto às intempéries ou numa área desmatada.
249
AUTOATIVIDADE
251
252
REFERÊNCIAS
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