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Geral e Urbana
Prof. Fabricio Estevo da Silva
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Fabricio Estevo da Silva
S586e
ISBN 978-65-5663-943-7
ISBN Digital 978-65-5663-939-0
CDD 577
Impresso por:
Apresentação
Este livro procura apresentar princípios, conceitos e simplificações
acerca dos estudos de ecologia enquanto ciência que busca compreender o
mundo real. A ecologia é de interesse prático desde o Início da história da
humanidade, ou seja, desde que a espécie humana iniciou o seu processo de
utilizador dos recursos naturais. O desafio é aprender a ver o ambiente e a
sociedade como um sistema único.
Esperamos que você utilize a obra como um texto básico sobre o tema
ecologia. Trata-se de uma compilação das principais literaturas sobre o assunto
com especial menção aos trabalhos dos irmãos Howard Thomas Odum e
Eugene Pleasants Odum, considerados como os principais expoentes da
ecologia moderna por agregaram em seus trabalhos pesquisadores de diversas
áreas do conhecimento científico, e responsáveis pela ampla popularização do
pensamento holístico nos estudos de ecologia dos ecossistemas. A literatura
referência deste nosso trabalho é o livro “Fundamentos de Ecologia” de
autoria de Eugene P. Odum e Gary W. Barrett, indicado também para o
aprofundamento dos seus estudos sobre ecologia.
Bons estudos!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que
está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em
nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por
exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 64
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 177
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 281
UNIDADE 1 —
ELEMENTOS DA ECOLOGIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
PROPÓSITO DA ECOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
3
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
A ecologia enquanto ciência data do início do ano de 1900, mas somente nas
últimas décadas a palavra se tornou parte do vocabulário geral. No início, o campo
era claramente dividido em linhas taxonômicas (como ecologia vegetal e ecologia
animal), mas os conceitos de comunidade biótica (CLEMENTS; SHELFORD, 1939),
de cadeia alimentar (LINDEMAN, 1942), ciclagem de material (HUTCHINSON,
1944), e os estudos sobre lagos interiores (JUDAY, 1940), entre outros, ajudaram a
estabelecer a teoria básica de um campo unificado de ecologia geral.
Todas essas ramificações denotam cada vez mais o papel ativo do ser
humano no ordenamento do planeta Terra. Elas tendem a exemplificar melhor o
papel consciente do homem em relação tanto aos ambientes naturais e construídos
quanto à esfera da vida em sociedade.
NTE
INTERESSA
4
TÓPICO 1 — PROPÓSITO DA ECOLOGIA
5
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
TUROS
ESTUDOS FU
6
TÓPICO 1 — PROPÓSITO DA ECOLOGIA
NOTA
7
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
dutividade em águas com teor muito baixo de nutrientes. Dessa forma, a produ-
tividade e diversidade dos recifes de coral são propriedades emergentes somente
no nível das comunidades dos recifes e que não estão presentes individualmente
ao nível de organismo.
5 PROCESSOS DE CONTROLE
Ao passo que se espera que cada nível na hierarquia ecológica tenha
propriedades emergentes e coletivas únicas, existem funções básicas que operam
em todos os níveis (ODUM; BARRETT, 2008). O comportamento dos organismos,
o desenvolvimento ontogenético, a diversidade biológica, a cadeia energética,
evolução das espécies, a integração entre os distintos grupos (organismos,
populações, comunidades) e a regulação são chamados de funções transcendentes.
Algumas dessas funções (energética, por exemplo) operam do mesmo modo
por toda a hierarquia, pois representa a transferência de energia desde os níveis
inferiores até os níveis hierárquicos superiores.
Por outro lado, as flutuações nos níveis acima dos organismos estão mais
sujeitas a influências externas (comportamento pulsante), tais como: alterações
no clima, desastres naturais, predação, poluição, entre outros, que são fatores
mais determinantes para estabelecer o tamanho e o desenvolvimento destes
níveis superiores (“fluxo da natureza” – Homeorese).
9
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
6 INTERFACES DA ECOLOGIA
Para Odum (1983), a ecologia é uma disciplina ampla, com vários níveis
e, portanto, pode estabelecer interfaces com disciplinas mais tradicionais, e que
tendem a ter foco mais estreito. Uma destas interfaces com grande importância na
atualidade é a economia ecológica. Outras áreas que recebem bastante atenção,
especialmente na gestão de recursos, são agroecologia, biodiversidade, ecologia
da conservação, engenharia ecológica, saúde do ecossistema, ecotoxicologia, ética
ambiental e ecologia da restauração.
7 MODELOS DE ESTUDOS
A partir desse momento a ecologia será discutida em nível de ecossistema:
começaremos pela descrição de versões simplificadas que engloba somente as
propriedades e funções mais importantes ou básicas. As versões simplificadas
do mundo real são chamadas de modelos, é apropriado introduzir esse conceito
aqui. Um modelo (por definição) é a formulação que imita um fenômeno do
mundo real e por meio do qual se pode fazer previsões. Na sua forma mais
simples, os modelos podem ser verbais ou gráficos. No entanto, para que tenham
uma aplicação importante do ponto de vista econômico, por exemplo, os modelos
devem ser estatísticos ou matemáticos.
11
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
12
TÓPICO 1 — PROPÓSITO DA ECOLOGIA
13
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
14
TÓPICO 1 — PROPÓSITO DA ECOLOGIA
15
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• As alterações que ocorrem nos organismos e em níveis abaixo são do tipo ponto
de viragem controladas pela homeostase.
16
AUTOATIVIDADE
17
( ) Uma destas interfaces com grande importância na atualidade é a economia
ecológica.
( ) O capital econômico geralmente é expresso e quantificado em unidade de
energia.
( ) O capital natural é definido como os benefícios e serviços fornecidos às
sociedades humanas pelos ecossistemas naturais.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
18
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
SISTEMAS ECOLÓGICOS
1 INTRODUÇÃO
19
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
2 CONCEITO DE ECOSSISTEMA
Durante a primeira parte do século XX, diversos novos conceitos surgidos
levaram o estudo da ecologia a novas direções. Uma delas foi a percepção de que
as relações alimentares reúnem os organismos em uma única entidade funcional.
O primeiro entre os proponentes desse novo ponto de vista ecológico, durante os
anos 1920, foi o ecólogo inglês Charles Elton. Elton (1927) argumentava que os
organismos que viviam no mesmo lugar não apenas apresentavam tolerâncias
semelhantes aos fatores físicos no ambiente, mas também integrariam uns com
os outros e, o mais importante, o faziam de uma forma sistemática de relações
alimentares que chamou de teia alimentar.
20
TÓPICO 2 — SISTEMAS ECOLÓGICOS
herbívoros assimilam menos ainda dessa energia porque as plantas usam uma
fração desta energia incorporada para manter o seu metabolismo e não para
converter essa energia em biomassa vegetal, razão pela qual uma porção menor
de energia encontra-se indisponível para os herbívoros. O mesmo pode ser dito
sobre os consumidores dos herbívoros e sobre cada nível acima que segue na
cadeia alimentar.
21
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
22
TÓPICO 2 — SISTEMAS ECOLÓGICOS
O limite do sistema pode ser natural ou pode ser arbitrário (o que for
conveniente ou de interesse). Em geral, fronteiras naturais, ou fronteiras políticas
como os limites das cidades, são fronteiras convenientes, mas os limites também
podem ser arbitrários (ODUM, 1983). No modelo, a caixa não é tudo para o
ecossistema, porque se fosse um recipiente impenetrável, seu conteúdo vivo não
sobreviveria a esse Isolamento por muito tempo. Um ecossistema funcional ou do
mundo real deve ter uma entrada e, na maioria dos casos uma forma de exportar
a energia e os materiais processados.
Agora vamos olhar dentro dessa “caixa preta” (o ecossistema) que está no
centro da figura 7, para ver em detalhes como ela está organizada e descobrir o
que acontece com todas essas entradas. Para cada módulo do diagrama (Figura
7) atribui-se uma forma distinta quem indica sua função geral de acordo com
uma linguagem de energia de H. T. Odum, conforme introduzida no Tópico 1
desta Unidade (Figura 4). A comunidade é representada como uma teia alimentar
de produtores “P” (entendidos como produtores primários ou organismos
autotróficos) e consumidores “C” (organismos heterotróficos), ligados por fluxos
apropriados de energia, ciclos de nutrientes e depósitos “S” (ou estoque). As teias
alimentares serão discutidas no Tópico 3 da Unidade 1.
23
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
24
TÓPICO 2 — SISTEMAS ECOLÓGICOS
25
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
26
TÓPICO 2 — SISTEMAS ECOLÓGICOS
4 GRADIENTES E ECÓTONOS
A biosfera é caracterizada por uma série de gradientes, ou zonação, de
fatores físicos. São exemplos os gradientes de temperatura desde o Ártico ou a
Antártica até os trópicos, e desde o cume da montanha até o vale; gradientes
de umidade do úmido para o seco ao longo dos principais sistemas de tempo;
e gradientes de profundidade desde a margem até o fundo em corpos de água
(ODUM; BARRETT, 2008). As condições ambientais, incluindo os organismos
adaptados a essas condições, mudam gradualmente ao longo de um gradiente,
mas é frequente ocorrer pontos de mudança abrupta, conhecidos como ecótonos.
Um ecótono é criado pela justaposição de diferentes habitats ou tipos de
ecossistemas. O conceito pressupõe a existência de interação ativa entre dois ou
mais ecossistemas do que resulta em ecótonos tendo propriedades inexistentes
em ambos os ecossistemas adjacentes (NAIMAN; DÉCAMPS, 1990). Ecótonos
são lugares onde muitas espécies atingem os limites de suas distribuições. Assim,
os ecótonos representam as fronteiras entre diferentes comunidades fechadas.
27
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
Segundo Holland (1988 apud MILAN; MORO, 2016), o ecótono é uma zona
de transição entre sistemas ecológicos adjacentes com uma série de características
definidas exclusivamente por escalas espaciais e temporais e pela intensidade das
interações entre sistemas ecológicos adjacentes. HOLLAND (op. Cit.) considera
ainda que regiões de descontinuidade dentro de um ecossistema uniforme podem
assumir a função ecológica e as características de ecótonos. A aceitação literal desse
ponto de vista amplia extraordinariamente a definição inicial de ecótonos como
zonas de transição entre sistemas ecológicos adjacentes, colocando o conceito de
ecótonos em escalas muito diversas, desde grandes unidades biogeográficas até
micro-habitats.
28
TÓPICO 2 — SISTEMAS ECOLÓGICOS
conceito mais inclusivo do que borda, uma vez que abrange todo o gradiente de
transição entre dois ecossistemas. Exemplificam que um campo e uma floresta
estão separados por uma linha (borda, edge) e a área sob efeito desta borda, para
dentro do campo e para dentro da floresta, por exemplo, constitui o ecótono.
Para Cadenasso e Pickett (2000), uma vez que bordas são definidas como
limites entre tipos distintos de ambientes (habitat/não habitat ou fragmento
natural/matriz antrópica), sua identificação depende de como os fragmentos são
definidos dentro da paisagem. A definição de fragmento pode ocorrer em uma
ampla noção de escala, variando desde a escala local até continental.
29
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
5 DIVERSIDADE DO ECOSSISTEMA
A diversidade do ecossistema pode ser definida como diversidade
genética, diversidade das espécies, diversidade do habitat e diversidade dos
processos funcionais que mantém os sistemas complexos (ODUM; BARRETT,
2008). Existem dois componentes da diversidade: (1) o componente “riqueza” ou
“variedade”, que pode ser expresso como o número de “tipos” de componentes
(espécies, variedades genéticas, categorias de uso da terra e processos bioquímicos)
por unidade de espaço; e (2) abundância relativa ou componente de repartição
das unidades individuais entre os diferentes tipos. A manutenção de diversidade
de moderada a alta é importante não somente para assegurar que todos os
nichos-chaves funcionais, estejam operando, mas, especialmente, para manter a
redundância e a resiliência no ecossistema, em outras palavras, para precaver-se
contra momentos estressantes (como temporais, incêndios, doenças ou mudanças
de temperatura), que ocorreram mais cedo ou mais tarde.
30
TÓPICO 2 — SISTEMAS ECOLÓGICOS
H = - � Pi log Pi
Uma vez calculado o valor (H), a uniformidade, “e”, pode ser calculada
dividindo-se o log do número de espécies por “H”. O índice de Shannon e também
razoavelmente independentemente do tamanho da amostra e tem distribuição
normal, contanto que os valores de “N” sejam inteiros (HUTCHESON, 1970),
portanto métodos estatísticos rotineiros podem ser usados para testar a
significância das diferenças entre as médias. A biomassa ou produtividade, que
31
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
32
TÓPICO 2 — SISTEMAS ECOLÓGICOS
34
TÓPICO 2 — SISTEMAS ECOLÓGICOS
35
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
NTE
INTERESSA
36
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Teia alimentar foi o conceito elaborado por Charles Elton que descreveu as
comunidades biológicas em termos de suas relações alimentares como um
princípio de organização dominante na estrutura da comunidade.
• O termo ecossistema foi desenvolvido e utilizado pela primeira vez por Artur
Tansley, para incluir os organismos e todos os fatores abióticos em um habitat.
• Entre 1950 e 1968, Ludwig von Bertalanffy utilizou a abordagem holística para
desenvolver a Teoria Geral dos Sistemas baseada em três princípios básicos:
Expansionismo; Pensamento Sintético; e Teleologia.
37
• Os ecossistemas podem ser considerados cibernéticos porque são ricos em
redes de informação, incluindo fluxos de comunicação físicas e químicas que
ligam todas as partes e dirigem ou regulam o sistema como um todo.
38
AUTOATIVIDADE
39
( ) O ecótono é uma zona de transição entre sistemas ecológicos adjacentes.
( ) Ecótonos podem ser zonas abruptas de variação de vegetação no espaço,
como ocorre quando as temperaturas de crescem conforme a elevação
aumenta a montanha acima.
( ) Bordas, ecótonos e fronteiras são sinônimos, representam a realidade que
divide os ecossistemas.
a) ( ) V – V – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
40
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
ENERGIA NO ECOSSISTEMA
1 INTRODUÇÃO
2 AS LEIS TERMODINÂMICAS
A energia inicialmente entra no reino biológico do ecossistema via
fotossíntese e produção vegetal, o que proporciona energia para os animais e
micro-organismos não fotossintetizadores. A energia é definida como a capacidade
de executar trabalho (ODUM; BARRETT, 2008),
41
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
42
TÓPICO 3 — ENERGIA NO ECOSSISTEMA
Quando a luz é absorvida por algum objeto, que como resultado se torna
mais quente, a energia da luz se transforma em outro tipo de energia: a energia
térmica. A energia térmica compreende as vibrações e movimentos das moléculas
que compõem um objeto. Absorção diferencial dos raios do sol pela terra e água
forma áreas quentes e frias, que resulta no fluxo de ar que pode tocar Moinhos de
Vento e executar trabalho, como bombear água contra força da gravidade. Nesse
caso, a energia da luz é modificada em energia térmica na superfície da Terra, e
depois em energia cinética do movimento do ar, o que completa o trabalho de
puxar água. A energia não é destruída pela elevação da água; pelo contrário, ela
se torna energia potencial, pois a energia latente inerente a elevação da água pode
ser transformada em algum outro tipo de energia ao permitir que a água caía de
volta ao seu nível original.
43
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
Por exemplo: 627 000 pode ser representado como: 6,27 .10⁵; ou, pode se
usar o seguinte formato nos programas de computação: 6.27 E5, onde E5 (5 ex-
ponencial) significa multiplicar 10 * 5. Isto é o mesmo que adicionar 5 zeros. Esta
última notação é usada na Figura 10 para indicar o fluxo de joules. Uma boa ma-
neira de ver como os materiais, energia ou dinheiro fluem dentro de um sistema,
é escrever seus valores nos caminhos do diagrama. Por exemplo, os números nas
linhas de fluxo na Figura 10 são as proporções de fluxo de energia por ano.
sumidouro de calor não estão disponíveis para realizar mais trabalho porque a
energia se encontra demasiadamente dispersa. A energia que se dispersa é energia
utilizada, não é energia desperdiçada; sua saída do sistema é parte inerente e
necessária de todos os processos, biológicos ou qualquer outro.
3 RADIAÇÃO SOLAR
Os organismos que estão na superfície da Terra ou perto dela são
constantemente irradiados pela radiação solar e térmica das ondas longas
advindas das superfícies do entorno. Ambas contribuem para o ambiente climático
(temperatura, evaporação da água, movimento do ar e da água). A radiação solar
que atinge a Terra consiste em três componentes: luz visível, e dois componentes
invisíveis (ondas curtas ultravioletas e ondas longas infravermelhas). Por causa de
sua natureza diluída e dispersa, somente uma fração muito pequena (no máximo
5%) da luz visível pode ser convertida pela fotossíntese em energia muito mais
concentrada da matéria orgânica para os componentes bióticos do ecossistema
(ODUM; BARRETT, 2008).
45
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
4 PRODUTIVIDADE
As plantas, algas e algumas bactérias captam a energia luminosa e a
transformam em energia de ligações químicas nos carboidratos. Esse processo
é chamado de produção primária e sua taxa é quantificada como produtividade
primária. A fotossíntese une quimicamente dois compostos inorgânicos comuns,
o dióxido de carbono (CO₂) e a água (H₂O) para formar o açúcar glicose (C₆H₁₂O₆),
com a liberação de oxigênio (O₂). O balanço químico total da reação é:
47
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
48
TÓPICO 3 — ENERGIA NO ECOSSISTEMA
50
TÓPICO 3 — ENERGIA NO ECOSSISTEMA
51
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
52
TÓPICO 3 — ENERGIA NO ECOSSISTEMA
53
UNIDADE 1 — ELEMENTOS DA ECOLOGIA
Segundo Odum (1971), para a energia solar fazer o trabalho que hoje é
realizado pelo petróleo, ela deve ter seu nível melhorado em milhares de vezes.
Em outras palavras, a luz solar (altamente dispersa) não faria funcionar um
automóvel ou uma geladeira a menos que fosse concentrada no mesmo nível
da gasolina ou da eletricidade. A energia solar pode ser usada diretamente,
sem melhoria de seu nível, para realização de tarefas de baixa qualidade, como
aquecimento domiciliar. Equiparar a qualidade da fonte do uso reduziria o
atual desperdício de combustíveis fósseis e daria mais tempo às sociedades para
mudar para outra possível fonte de energia concentrada. Em outras palavras, o
petróleo deveria ser reservado para fazer funcionar maquinário, não queimado
em fornos para aquecer uma casa quando o sol poderia fazer pelo menos parte
deste trabalho.
54
LEITURA COMPLEMENTAR
1 INTRODUÇÃO
55
símbolo de interação (5 gramas por dia, neste caso). Produção líquida é a produção
realmente observada quando produção e algo de respiração ocorrem ao mesmo
tempo. Na Figura 1, a taxa bruta de produção de biomassa é 5 gramas por dia e a
taxa de respiração é 3 gramas por dia. A produção líquida é igual a produção bruta
menos a respiração. Portanto, a produção líquida é 2 gramas por dia.
3 FATORES LIMITANTES
56
FIGURA 3 – O SOL É O FATOR LIMITANTE NO PROCESSO DE FOTOSSÍNTESE
58
FONTE: ODUM, H. T. et al. Ambiente, Avaliação Energética, Economia, Micro-computadores,
e Políticas Públicas. Programa de Economia Ecológica, Phelps Lab, Universidade da Florida,
Gainesville, Julho de 1987. Tradutores e adaptadores da versão para Internet em português:
Laboratório de Engenharia Ecológica e Informática Aplicada (LEIA). Disponível em: http://www.
unicamp.br/fea/ortega/eco/index.htm. Acesso em: 1° jul. 2021.
59
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• As plantas assimilam não mais do que 1/3 da energia luminosa absorvida pelos
pigmentos fotossintéticos.
• A produção primária das plantas, algas e algumas bactérias forma a base das
cadeias alimentares ecológicas.
60
• A quantidade de energia que alcança cada nível trófico depende da produção
primária líquida na base da cadeia alimentar e das eficiências das transferências
de energia em cada nível trófico acima.
• eMergia pode ser definida como a soma da energia disponível já usada direta
ou indiretamente para criar um serviço ou produto.
61
AUTOATIVIDADE
62
( ) A produção primária independe de variações na luz e na temperatura.
( ) As plantas e os outros autótrofos fotossintetizadores formam a base
de todas as cadeias alimentares, sendo então chamados de produtores
primários do ecossistema.
( ) devido à grande quantidade de nutrientes, a maior produtividade
terrestre do planeta está localizada nas regiões temperadas e nos polos.
a) ( ) V – V – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
63
REFERÊNCIAS
AHL, V.; ALLEN, T. F. H. Hierarchy theory: a vision, vocabulary, and
epistemology. New York: Columbia University Press, 1996.
FORMAN, R. T. T.; GODRON, M. Landscape ecology. John Wiley & Sons Ltd.
New York, 1986.
64
GOTELLI, N. J.; SIMBERLOFF, D. The distribution and abundance of tallgrass
prairie plants: A test of the core-satellite hypothesis. American Naturalist, v.
130, p. 18-35, 1987.
HALL, C. A. S.; DAY Jr., J. W.; ODUM, H.T. A Circuit Language for Energy and
Matter. p. 37-48. In: HALL, C. A. S.; DAY Jr., J. W. (Eds.). Ecosystem Modeling
in Theory and Pratice: An Introduction with Case Histories. University Press of
Colorado, 1977.
JUDAY, C. The annual energy budget of an inland lake. Ecology, v. 21, p. 438-
450, 1940.
65
LEOPOLD, A. Game Management. New York: Charles Scribner’s Sons, 1933.
66
ODUM, H. T. Systems Ecology. New York: John Wiley & Sons Ltd, 1983.
ODUM, H. T. Environment, power and society. New York: John Wiley & Sons
Ltd, 1971.
PATTEN, B. C.; AUBLE, G. T. System theory and the ecological niche. American
Naturalist, v. 117, p. 893-922, 1981.
SALT, G. A comment on the use of the term emergent properties. The American
Midland Naturalist, Chicago, v. 113, p. 145-161, 1979.
WATT, K. E. F. How closely does the model mimic reality? Memoirs of the
Entomological Society of Canada, v. 31, p. 109-111, 1963.
67
68
UNIDADE 2 —
COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• entender que energia e matéria são dois componentes essenciais dos ecos-
sistemas, entretanto, o primeiro é apena consumido dentro dos sistemas
biológicos, enquanto o segundo pode ser reciclado e até regenerado;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
69
CHAMADA
70
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
1 INTRODUÇÃO
71
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
72
TÓPICO 1 — CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
73
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
74
TÓPICO 1 — CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
75
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
O ciclo do enxofre foi escolhido para ilustrar: (1) as conexões entre o ar,
a água e a crosta terrestre, porque existem ciclagens ativas dentro e entre cada
um desses estoques; (2) o papel-chave desempenhado por microrganismos; e (3)
as complicações causadas pela poluição industrial do ar. O ciclo do carbono e o
ciclo hidrológico são cruciais para vida e vem sendo afetados cada vez mais pelas
atividades humanas.
76
TÓPICO 1 — CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
77
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
NTE
INTERESSA
78
TÓPICO 1 — CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
(456 Tt/ano) pela energia exigida para evaporar 1 g de água (2,24 kj). O produto,
aproximadamente 10²¹ kj por ano (cerca de 32 bilhões de megawatts), representa
cerca de 1/4 da energia total da radiação do Sol que atinge a Terra. A condensação
de vapor de água para formar precipitação libera a mesma quantidade de energia
como calor. A evaporação e a precipitação estão intimamente ligadas porque
a atmosfera tem uma capacidade limitada de reter vapor de água; qualquer
aumento na evaporação de água para atmosfera cria um excesso de vapor e causa
um igual aumento de precipitação.
80
TÓPICO 1 — CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
81
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
82
TÓPICO 1 — CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
ameaça global, mas está se tornando um preocupante poluente das áreas urbanas
quando o ar fica estagnado. As concentrações de CO acima de 100 ppm não são
incomuns em áreas de intenso tráfego de automóveis (um estresse que pode
resultar em doenças circulatórias e respiratórias).
83
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
84
TÓPICO 1 — CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
85
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
86
TÓPICO 1 — CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
88
TÓPICO 1 — CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
4.3.1 Amonificação
Inicialmente, o nitrogênio reduzido (orgânico) é encontrado nas proteí-
nas. As plantas obtêm nitrogênio do solo, ou como amônia ou como nitrato, que
elas devem então reduzir para uma forma orgânica. Deste ponto, o primeiro pas-
so no ciclo do nitrogênio é a amonificação. A amonificação envolve a decompo-
sição de proteínas em seus componentes aminoácidos por hidrólise e a oxidação
do carbono naqueles aminoácidos. Isso resulta na produção de amônia (NH₃). A
amonificação é executada por todos os organismos. Embora o carbono seja oxida-
do, liberando energia, o átomo de nitrogênio propriamente dito não é oxidado, e
assim sua energia potencial não muda durante a amonificação.
NO₃⁻ → NO₂⁻ → NO
NO → N₂O → N₂
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UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
90
TÓPICO 1 — CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
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UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
92
TÓPICO 1 — CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
93
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
95
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
assimilar carbono pelas vias análogas a fotossíntese nas plantas verdes. Nesta, as
reações o enxofre assume o lugar do átomo de oxigênio na água como um doador
de elétrons. Em consequência, o enxofre elemental (S) se acumula, a menos que
os sedimentos estejam expostos à aeração o à água oxigenada, em cujo ponto o
enxofre pode ser oxidado ainda mais por bactérias químioautotróficas aeróbicas,
como Thiobacillus, para sulfeto e sulfato.
97
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
Ambos os ciclos, de nitrogênio e enxofre, vêm sendo cada vez mais afetados
pela poluição industrial do ar. Os óxidos gasosos de nitrogênio (N₂O e NO₂) e
enxofre (SO₂), diferentes de nitratos e sulfatos, são tóxicos em diversos graus.
Normalmente, eles são apenas etapas temporárias em seus respectivos ciclos
(na maioria dos ambientes estão presentes em concentrações muito baixas). A
queima de combustível fóssil, entretanto, aumentou muito a concentração desses
óxidos voláteis no ar, em especial nas áreas urbanas e nos arredores de usinas
termoelétricas, a ponto de afetar de modo prejudicial importantes componentes
bióticos e processos do ecossistema. Quando plantas, peixes, aves ou micróbios
são envenenados, os homens também são afetados. Esses óxidos constituem cerca
de 1/3 dos poluentes atmosféricos industriais liberados no ar dos Estados Unidos.
A aprovação da “Lei do Ar Limpo”, lei federal norte americana (Clean Air Act de
1970, aperfeiçoada em 1990), que estreitou os padrões de emissão, apenas reduziu
o levemente os volumes.
cobre é, em grande parte, causada pelo SO₂. Além disso, tanto os óxidos de enxofre
como os óxidos nítricos interagem com o vapor da água para produzir gotículas
diluídas dos ácidos sulfúrico e nitroso (H₂SO₄ e H₂NO₃ respectivamente) que
caem em forma de chuva ácida, em um desenvolvimento alarmante (LIKENS;
BORMANN, 1974a; LIKENS et al., 1996; LIKENS, 2001a).
99
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
100
• O nitrogênio tem muitas formas reduzidas e oxidadas, e consequentemente
segue muitos caminhos através dos ecossistemas. Quantitativamente, a maior
parte do nitrogênio segue o ciclo que leva do nitrato, através do nitrogênio
orgânico (após assimilação pelas plantas), da amônia, do nitrito (após nitrificação
por bactérias) e então de volta a nitrato (após nitrificação adicional). Os últimos
dois passos são executados por certas bactérias na presença de oxigênio.
101
AUTOATIVIDADE
102
( ) O elemento químico nitrogênio é essencial para todas as formas de vida e
seus produtos.
( ) A fixação de nitrogênio é um processo particularmente caro em termos
de energia, pois é necessária muita energia para quebrar a tripla ligação
molecular de N₂.
( ) A produção e utilização de fertilizantes nitrogenados vem aumentando a
biodiversidade e reduzindo o número de pragas e doenças no mundo.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
103
104
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
105
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
NTE
INTERESSA
106
TÓPICO 2 — VARIAÇÕES NO AMBIENTE FÍSICO E A CICLAGEM DE NUTRIENTES
108
TÓPICO 2 — VARIAÇÕES NO AMBIENTE FÍSICO E A CICLAGEM DE NUTRIENTES
NTE
INTERESSA
dos continentes. A corrente fria do Peru no Oceano Pacífico oriental, que se move
para o norte a partir do Oceano Antártico ao longo das costas do Chile e Peru,
criam ambientes frios e secos ao longo da costa oeste da América do Sul, na sombra
de chuva das Montanhas Andinas, em toda a extensão até o equador. Como
resultado, as costas setentrionais do Chile e do Peru possuem alguns dos desertos
mais secos da Terra. Inversamente, a corrente quente do Golfo, originando-se a
partir do Golfo do México, transporta um clima ameno para bem longe no norte
da Europa ocidental e Ilhas Britânicas.
Mais para o norte, fora dos trópicos, os climas passam a estar sob a influência
dos ventos ocidentais que sopram nas latitudes intermediárias. Nestas regiões, as
temperaturas, assim como a precipitação, variam entre o inverno e o verão. Em
algumas regiões temperada (em torno de 30° N), devido às condições geográficas,
a estação chuvosa de concentra apenas no verão (Deserto de Chihuahua no
México); em outras regiões, o inervo apresenta as maiores precipitações 9sul da
Califórnia e o deserto de Mojave); e ainda há regiões que apresentam um padrão
combinado de chuvas tanto no verão quanto o inverno (deserto de Sonora).
Alguns dos efeitos mais impressionantes dos eventos El Niño são evidentes
no arquipélago de Galápagos, cujas ilhas se distribuem pela linha do equador
a cerca de 1000 km de distância da costa oeste do Equador (país). O clima de
Galápagos é fortemente influenciado pela Corrente do Peru, que traz água fria e
112
TÓPICO 2 — VARIAÇÕES NO AMBIENTE FÍSICO E A CICLAGEM DE NUTRIENTES
NTE
INTERESSA
113
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
NTE
INTERESSA
114
TÓPICO 2 — VARIAÇÕES NO AMBIENTE FÍSICO E A CICLAGEM DE NUTRIENTES
7.1 INTEMPERISMO
O intemperismo é a alteração física e química do material rochoso próximo
à superfície da terra. Esta atividade ocorre onde quer que águas superficiais
penetrem. O repetido congelamento e derretimento da água nas fendas quebra
fisicamente a rocha em pedaços menores expõe uma grande área da sua superfície
115
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
118
TÓPICO 2 — VARIAÇÕES NO AMBIENTE FÍSICO E A CICLAGEM DE NUTRIENTES
119
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
NTE
INTERESSA
120
TÓPICO 2 — VARIAÇÕES NO AMBIENTE FÍSICO E A CICLAGEM DE NUTRIENTES
121
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
123
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
124
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
125
• Os ecossistemas tropicais pobres em nutrientes são capazes de manter
alta produtividade sob condições naturais por meio de uma variedade de
mecanismos de conservação de nutrientes. Esses mecanismos evolutivos
proporcionam a ciclagem mais direta das plantas de volta para as plantas
126
AUTOATIVIDADE
127
( ) O resfriamento adiabático é atingido a partir de altitudes superiores a
5.000 m, ou seja, a altitude aproximada da linha de neve nas montanhas.
( ) Em áreas montanhosas, a inclinação da terra e a sua exposição ao sol
influenciam a temperatura e o teor de umidade do solo.
( ) As temperaturas em ambientes montanhosos tropicais são muito variáveis
o que dificulta a sobrevivência de muitas plantas e animais nestas regiões.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
128
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
129
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
água e deixam o solo através do lençol de água e por fim nas correntes, onde
podem ser medidos com facilidade. Quando um solo alcança o equilíbrio, como
pode acontecer em áreas não perturbadas, a perda de um elemento do sistema é
igual ao fluxo de entrada por intemperismo deste elemento. Além de ganhos de
outras fontes, como a precipitação. Desse modo, é possível estimar a entrada do
intemperismo é a partir de informações sobre os fluxos de entrada e perda total
por precipitação.
131
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
132
TÓPICO 3 — REGENERAÇÃO DOS NUTRIENTES
intensiva. O teor de carbono de solos não perturbados era de 8,8 kg/m² numa
pradaria do Canadá de 3,4 kg/m² na caatinga no Brasil e 5,1 kg/m² numa
floresta úmida a venezuelana. Depois de 65 anos de cultivo, o teor de carbono
do solo canadense havia reduzido em 51%, o que equivale a um declínio com
uma taxa exponencial de 1% por ano. Em contraste, o teor de carbono do solo
brasileiro havia diminuído em 40% após seis anos de cultivo (9% ao ano) e o solo
venezuelano em 29% depois de três anos de cultivo (11% por ano). Este resultado
sugere que os solos cultivados de regiões temperadas retêm matéria orgânica 10
vezes mais tempo que os solos tropicais, e, portanto, proporcionam um estoque
mais persistente de nutrientes minerais que pode ser liberado lentamente por
decomposição.
133
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
134
TÓPICO 3 — REGENERAÇÃO DOS NUTRIENTES
135
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
136
TÓPICO 3 — REGENERAÇÃO DOS NUTRIENTES
137
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
138
• A produtividade primária dos sistemas marinhos é geralmente limitada pela
disponibilidade de nutrientes. Os nutrientes limitantes podem ser o silício ou o
ferro no mar aberto, onde ambos elementos tendem a deixar a coluna de água
na forma de sedimentos: o silício nas conchas das diatomáceas e o ferro em
complexos precipitados com outros elementos, como o fósforo.
139
AUTOATIVIDADE
140
água doce flutua sobre a água salgada mais densa. Esta última situação
acontece em estuários, nas bordas do gelo em derretimento e quando a
chuva extremamente densa. Com base no exposto, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – V – V.
141
142
TÓPICO 4 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
143
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
limites de tolerância nos quais várias plantas e animais podem existir são bem
conhecidos. São de especial utilidade o que se pode chamar de teste de estresse,
feitos em laboratórios e em campo, nos quais organismos são submetidos a uma
série de amplitudes experimentais de condições (BARRETT; ROSENBERG, 1981).
Tal abordagem fisiológica tem ajudado os ecólogos a entender a distribuição
dos organismos na natureza; no entanto, isso é só uma parte da história. Todos
os requisitos físicos podem estar bem dentro dos limites de tolerância de
um organismo, o qual, ainda pode falhar por causa de interações biológicas,
como competição ou predação. Os estudos em ecossistemas intactos devem
acompanhar os estudos experimentais em laboratório, que isolam indivíduos das
suas populações e comunidades.
145
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
146
TÓPICO 4 — FATORES DE REGULAÇÃO NOS ECOSSISTEMAS
147
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
148
TÓPICO 4 — FATORES DE REGULAÇÃO NOS ECOSSISTEMAS
TUROS
ESTUDOS FU
5.1 TEMPERATURA
Comparada com a amplitude de milhares de graus conhecidos que ocor-
rem no universo, a vida como conhecemos pode existir somente dentro de uma
pequena faixa de cerca de 300 °C (de -200 °C até 100 °C). A maioria das espécies
e das atividades estão restritas a uma faixa ainda mais estreita de temperatura.
Alguns organismos, especialmente em um estágio de repouso, podem existir a
temperaturas muito baixas, enquanto alguns microrganismos, principalmente
bactérias e algas, podem viver e se reproduzir em nascentes hidrotérmicas, nas
quais a temperatura está próxima do ponto de ebulição. A tolerância superior de
temperatura para as bactérias de nascentes hidrotérmicas é de 80 °C para ciano-
bactéria, comparada com os 50 °C para os peixes e insetos mais tolerantes. Em ge-
ral, os limites superiores são mais críticos que os inferiores, apesar de muitos or-
ganismos funcionarem de forma mais eficiente em direção aos limites superiores
de suas amplitudes de tolerância. Amplitude de variação da temperatura tende
a ser menor em água do que em terra, e os organismos aquáticos geralmente têm
amplitudes mais estreitas de tolerância à temperatura que os animais terrestres.
A temperatura, portanto, é importante como fator limitante.
150
TÓPICO 4 — FATORES DE REGULAÇÃO NOS ECOSSISTEMAS
permitem não somente medir em lugares de difícil acesso, mas também registrar
contínua e automaticamente as medidas. Além disso, os avanços na radiotelemetria
tornam possível transmitir informações de temperatura do corpo de um lagarto no
fundo de sua toca ou de uma ave migratória voando alto na atmosfera.
5.2 LUZ
A luz coloca os organismos no cerne de um dilema: a exposição direta do
protoplasma à luz causa morte, embora a luz do Sol seja a fonte fundamental de
energia e sem a qual a vida não poderia existir. Consequentemente, muitas das
características estruturais e comportamentais dos organismos estão preocupadas
em resolver esse problema. De fato, como observado na discussão sobre hipótese
de Gaia (Unidade 1), a evolução da biosfera tem envolvido a “adaptação” da
radiação solar que a atinge, de modo que os comprimentos de onda úteis possam
ser explorados, ao passo que os perigosos possam ser mitigados ou evitados. A
luz, portanto, não é só um fator vital, é também um fator limitante, tanto no seu
nível máximo como no mínimo. Não há, talvez, outro fator de maior interesse
para os ecólogos.
aves e mamíferos, mas não em outras espécies do mesmo grupo (entre mamíferos,
por exemplo, a visão de cor é bem desenvolvida somente em primatas). A taxa
de fotossíntese varia com diferentes comprimentos de onda. Em ecossistemas
terrestres, a qualidade da luz solar não variar o suficiente para ter um efeito
diferencial importante na taxa de fotossíntese, mas quando a luz penetra na água,
os vermelhos e os azuis são filtrados por atenuação, e a luz esverdeada resultante
é pouco absorvida pela clorofila. As algas marinhas vermelhas (Rhodophyta), no
entanto, apresentam pigmentos suplementares (ficoeritrunas), capacitando-as a
usar essa energia e a viver em profundidades maiores do que seria possível para
as algas verdes.
153
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
A maioria dos estudos mostra que células em divisão rápida são as mais
sensíveis à radiação (o que explica por que a sensibilidade diminui com a idade).
Assim, qualquer componente que passar por crescimento rápido pode ser afetado
por níveis baixos de radiação, independentemente das relações taxonômicas.
Os efeitos das doses crônicas de baixo nível são mais difíceis de medir, porque
podem estar envolvidos efeitos genéticos, assim como somáticos de longo prazo.
154
TÓPICO 4 — FATORES DE REGULAÇÃO NOS ECOSSISTEMAS
5.4 ÁGUA
A água é uma necessidade fisiológica para toda a vida, e do ponto de
vista ecológico, um fator limitante nos ambientes terrestres e aquáticos nos quais
a quantidade pode flutuar muito ou a alta salinidade provoca a perda de água
dos organismos por osmose. A chuva, a umidade, o poder de evaporação do ar
e o suprimento disponível de água superficial são os principais fatores medidos.
5.4.1 Chuva
A chuva é determinada principalmente pela geografia e pelo padrão de
grandes movimentos do ar ou de sistemas de condições meteorológicas. A distri-
buição de chuvas durante o ano também é um fator limitante muito importante
para os organismos. Por exemplo, a situação proporcionada por uma chuva com
volume de 890 mm, uniformemente distribuída ao longo do tempo, é bem diferente
da fornecida por 890 mm de chuva que cai durante uma parte restrita do ano. Nesse
último caso, plantas e animais devem ser capazes de sobreviver a longas secas (e
a enchentes súbitas). A chuva tende a ser distribuída de forma desigual entre as
estações nas regiões tropicais e subtropicais, muitas vezes resultando em estações
bem definidas de chuva e seca. Nos trópicos, esse ritmo sazonal de umidade regula
as atividades sazonais (em especial a reprodução) dos organismos, tanto quanto o
ritmo sazonal da temperatura e da luz regula os organismos que vivem nas zonas
temperadas. Nos climas temperados, a chuva tende a ser mais uniformemente dis-
tribuída ao longo do ano, apesar das muitas exceções.
155
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
5.4.2 Umidade
A umidade representa quantidade de vapor de água no ar. A umidade
absoluta é a quantidade real de água no ar expressa como peso de água por
unidade de ar (gramas por quilograma de ar, por exemplo). Como a quantidade
de vapor de água que o ar pode reter (na saturação) varia com a temperatura e
a pressão atmosférica, a umidade relativa representa a porcentagem de vapor
de água realmente presente, comparada com a densidade de saturação sob
condições existentes de temperatura e pressão. Em geral, umidade relativa tem
sido a medida mais usada no trabalho ecológico, apesar de o inverso da umidade
relativa, déficit da pressão de vapor (diferença entre a pressão parcial de vapor de
água na saturação e a pressão de vapor real), ser muitas vezes referido como uma
medida das relações de umidade, porque a evaporação tende a ser proporcional
ao déficit de pressão de vapor em vez de proporcional à umidade relativa.
156
TÓPICO 4 — FATORES DE REGULAÇÃO NOS ECOSSISTEMAS
157
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
158
TÓPICO 4 — FATORES DE REGULAÇÃO NOS ECOSSISTEMAS
159
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
160
TÓPICO 4 — FATORES DE REGULAÇÃO NOS ECOSSISTEMAS
161
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
162
TÓPICO 4 — FATORES DE REGULAÇÃO NOS ECOSSISTEMAS
163
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
164
TÓPICO 4 — FATORES DE REGULAÇÃO NOS ECOSSISTEMAS
porque ela não é exposta a luz solar, ao fluxo intenso, ou a qualquer outro processo
natural de purificação que limpa a água superficial. Agora, as cidades nos corações
industriais não podem usar mais água subterrânea local para o abastecimento
por causa da contaminação; precisam bombeá-la a um preço elevado.
6.1 POLUIÇÃO DO AR
A poluição do ar fornece o sinal de retroalimentação negativa que pode
salvar a sociedade industrializada da extinção porque (1) fornece um sinal claro
de perigo que é facilmente percebido por todos; e (2) quase todos contribuem (ao
dirigir um carro, usar eletricidade, comprar um produto, e assim por diante) e
sofrem com ela. Uma solução holística deve evoluir, porque tentativas de parte
a parte para lidar com qualquer poluente (abordagem de uma solução para cada
problema) não são apenas ineficientes, elas só deslocam o problema de um lugar
ou ambiente para o outro.
165
UNIDADE 2 — COMPONENTES DO ECOSSISTEMA
6.3 PESTICIDAS
Aplicações cada vez mais intensas de inseticidas e outros pesticidas na
agricultura resultaram na contaminação do solo e da água. Essa ameaça à saúde
dos ecossistemas e dos humanos pode logo ser reduzida pela simples razão de
que é a dependência exclusiva de venenos químicos falhou em obter controle em
longo prazo, mas acabou produzindo altos e baixos no rendimento da produção.
Os sistemas alternativos de controle de pragas têm sido desenvolvidos e podem
reduzir brevemente a necessidade de aplicações maciças do que são, na realidade,
venenos muito perigosos.
166
TÓPICO 4 — FATORES DE REGULAÇÃO NOS ECOSSISTEMAS
167
LEITURA COMPLEMENTAR
SISTEMAS AGRÍCOLAS
1 INTRODUÇÃO
168
Dois séculos atrás, a maioria das fazendas eram altamente autossuficientes
com operações familiares. Um granjeiro produzia de acordo com a própria
necessidade e somente vendia alguns produtos. Agora, a maioria das pessoas nas
cidades compram seus alimentos de mercados altamente diversificados. Estes
mercados obtêm alimentos de muitas fazendas intensivas diferentes, cada uma
delas especializada e com produção em massa de alguns produtos para venda.
a) cultivo de raízes (batata, mandioca, cenoura etc.) que são os alimentos principais
em muitos países de latitudes tropicais;
b) cultivo de grãos (milho, trigo, aveia, cevada, arroz, centeio) alimentos de maior
produção em latitudes temperadas e em climas de monções; e
c) produção de carne (gado, carneiros, aves etc.), comum em países com economia
altamente desenvolvida e em muitos países frios.
2 PASTAGENS DE GADO
169
FIGURA 1 – DIAGRAMA DE UM SISTEMA DE PASTO: FONTES, FLUXOS DE ENERGIA,
SUMIDOURO DE CALOR, BALANÇO DE ENTRADAS E SAÍDAS E RECICLAGEM
170
Alguns fosfatos provêm da água de chuva, e o fosfato adicional da
aplicação de fertilizante com superfosfato (que é fabricado com fosfato de
rocha). Os níveis de nitrato se suplementam com fertilizante de nitrogênio e pelo
crescimento de trevos fixadores de nitrogênio nos pastos. Em algumas áreas,
traços dos elementos cobalto e molibdênio devem ser adicionados para prevenir
enfermidades nutricionais do gado.
3 AGRICULTURA AUTOSSUFICIENTE
171
FIGURA 3 – DIAGRAMA DA GRANJA TAYLOR, UM AGROECOSSISTEMA DE RELATIVA AUTOSSU-
FICIÊNCIA
172
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Não somente algo de menos pode ser um fator limitante, mas também algo em
excesso. Os organismos têm um mínimo e um máximo ecológico e a amplitude
entre esses dois extremos representa os limites de tolerância. Indivíduos
reprodutivos, sementes, ovos, embriões, plântulas e larvas geralmente
possuem limites de tolerância mais estreitos que as plantas e animais adultos
não reprodutivos.
• A luz é fator vital e também um fator limitante, tanto no seu nível máximo
como no mínimo. Do ponto de vista ecológico, a qualidade, a intensidade e a
duração da luz são importantes. Animais e as plantas respondem a diferentes
comprimentos de onda de luz.
173
• Os maiores estoques de água subterrânea estão em aquíferos, muitas vezes
compostos de rocha calcária, areia ou cascalho, limitados por rochas ou argila.
O esgotamento e a contaminação por substâncias químicas tóxicas são uma
ameaça real para esse suprimento valioso.
174
AUTOATIVIDADE
175
( ) Os organismos medem o tempo de suas atividades sazonais nas zonas
temperadas é o comprimento do dia ou fotoperíodo.
( ) As radiações ionizantes recebidas, principalmente do espaço são a
principal causa dos danos da radiação à vida na Terra.
( ) Os organismos aquáticos geralmente têm amplitudes mais estreitas de
tolerância à temperatura que os animais terrestres.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
176
REFERÊNCIAS
ADKISSON, P. L. et al. Controlling cotton's insect pests: A new system. Science,
v. 216, p. 19-22, 1982.
177
HUTCHISON, G. E. Nitrogen and biogeochemistry of atmosphere. American
Scientist, v. 32, p. 178-195, 1944.
JORDAN, C. F.; HERRERA, R. Tropical rain forest: Are nutrients really critical?
American Naturalist, v. 117, p. 167-180, 1981.
ODUM, H. T; ODUM, E. P. Energy Basis for Man and Nature. New York:
McGraw-Hill Book Company, 1982.
178
ODUM, H. T. Systems Ecology. New York: John Wiley & Sons, 1983.
ODUM, H. T. Environment, power and society. New York: John Wiley & Sons,
1971.
WALSH, J. J.; STEIDINGER, K. A. Saharan dust and Florida red tides: The
cyanophyte connection. Journal of Geophysical Research - Oceans, v. 106, n.
11, p. 597-612, 2001.
180
UNIDADE 3 —
UNIDADES DE ECOLOGIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
181
182
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
2 PROPRIEDADES DA POPULAÇÃO
Conforme descrito em Odum (1953) e Odum e Barrett (2008), define-se
população como qualquer grupo de organismos da mesma espécie que ocupam
um espaço particular e funcionam como parte de uma comunidade biótica que,
por sua vez, é definida como um conjunto de populações que funciona como
uma unidade interativa por meio de transformações metabólicas coevoluídas
183
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
184
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
185
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
aumentar como a potência 3/4 do seu peso. Uma relação similar parece existir em
plantas, apesar de as diferenças estruturais entre plantas e animais tornar difícil a
comparação direta. As relações entre peso corpóreo (ou volume) e respiração, por
indivíduo e por unidade de peso são mostradas na Figura 1. A curva mais baixa
(Figura 1B) é importante porque mostra como a taxa metabólica específica de peso
aumenta conforme o tamanho do indivíduo diminui. Várias teorias a respeito
dessa tendência, frequentemente chamada de lei da potência 3/4, tiveram foco
em processos de difusão (os organismos maiores têm menos área de superfície
por unidade de peso, por meio da qual os processos de difusão podem ocorrer).
Y = Y° Mᵇ
186
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
187
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
189
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
2.4 NATALIDADE
Natalidade é a capacidade de uma população de crescer por meio
da reprodução. Equivale à taxa de nascimentos na terminologia do estudo da
população humana (demografia). De fato, é um termo amplo que cobre a produção
de novos indivíduos de qualquer organismo, tenha ele nascido, germinado, sido
chocado, ou surgido por divisão. A natalidade máxima (às vezes chamada de
absoluta ou fisiológica) é a produção máxima teórica de novos indivíduos sob
condições ideais (sem fatores limitantes, sendo a reprodução limitada somente
por fatores fisiológicos) e é uma constante em uma dada população. A natalidade
ecológica ou efetiva se refere ao crescimento populacional sob uma condição
ambiental de campo específica ou real. Não é uma constante para uma população,
e pode variar com a composição do tamanho e a idade da população e com as
condições físicas ambientais. A natalidade é geralmente expressa como uma taxa
determinada pela divisão do número de novos indivíduos produzidos por uma
unidade específica de tempo (taxa de natalidade bruta ou absoluta) ou dividindo-
se o número de novos indivíduos por unidade de tempo por uma unidade de
população (taxa de natalidade específica).
190
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
2.5 MORTALIDADE
A mortalidade quantifica as mortes dos indivíduos na população. É mais ou
menos a antítese da natalidade. Equivale à taxa de mortes na demografia humana.
Da mesma forma que a natalidade, a mortalidade pode ser expressa como número
de indivíduos que morre em um certo período (mortes por unidade de tempo), ou
como uma taxa específica relacionada a unidade da população total ou qualquer
parte dela. A mortalidade ecológica ou efetiva (a perda de indivíduos sobre dada
a condição ambiental) como a natalidade ecológica, não é uma constante, e varia de
acordo com as condições de população e ambiente. A mortalidade mínima teórica
(constante para uma população), representa a perda mínima sob condições ideais
ou não limitantes. Mesmo sob as melhores condições, os indivíduos morreriam de
velhice determinada por sua longevidade fisiológica, que, lógico, é muitas vezes
maior que a longevidade ecológica média. Muitas vezes, a taxa de sobrevivência é
de maior interesse que a taxa de mortes. Se a taxa de mortes for expressa como uma
fração, “M”, então a taxa de sobrevivência é: (1 – M).
191
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
192
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
pulsante, estável, mostrará uma distribuição mais uniforme das classes etárias;
e uma população em declínio terá uma grande proporção de indivíduos velhos,
como ilustram as pirâmides etárias na figura 3. Uma população pode passar por
mudanças na estrutura etária sem mudar seu tamanho. Existem evidências de
que as populações têm uma distribuição etária “normal” ou estável para a qual
a distribuição etária real tende, como foi proposto primeiro por Lotka (1925), a
firmar-se em bases teóricas. Quando se atinge uma distribuição etária estável,
os aumentos incomuns na natalidade ou mortalidade resultam em mudanças
temporárias, com retorno espontâneo à situação estável. Conforme as nações
passam de condições pioneiras de densidades expandindo rapidamente às
condições maduras de populações estáveis, a porcentagem de indivíduos em
classes etárias mais jovens diminui. Essa mudança de estrutura etária, com um
aumento na porcentagem de indivíduos mais velhos, tem impactos profundos
nas considerações de estilo de vida e econômicas, como os custos de benefícios
com cuidados médicos e assistência social.
193
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
194
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
195
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
196
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
197
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
198
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
199
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
200
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
201
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
202
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
203
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
Durante os anos de 1960 e 1970, Chitty (1960, 1967), Krebs e Myers (1974) e
Krebs (1978) sugeriram que as derivas genéticas são responsáveis por diferenças
no comportamento agressivo e na sobrevivência observadas em fases diferentes
do ciclo de roedores (Figura 8) uma situação similar à das raças fortes e fracas da
lagarta-de-tenda (WELLINGTON, 1960).
205
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
206
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
207
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
densidade e, por essa razão, são considerados um dos principais agentes que
impedem a superpopulação. Os fatores climáticos muitas vezes, mas não sempre,
agem de maneira independente de densidade, ao passo que os fatores bióticos,
como competição, parasitas ou patógenos muitas vezes, mas não sempre, agem
de maneira dependente da densidade.
208
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
209
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
8 PADRÕES DE DISPERSÃO
Os indivíduos em uma população podem estar dispersos de acordo
com quatro tipos gerais de padrões de dispersão: (1) aleatório; (2) regular; (3)
agregado; e (4) agregado regular. Todos esses tipos são encontrados na natureza.
A distribuição aleatória ocorre quando o ambiente é muito uniforme e não há
tendência a se agregar. A dispersão regular ou uniforme pode ocorrer quando a
competição entre os indivíduos é severa ou quando há antagonismo positivo que
promove espaçamento uniforme; e, claro, esse é também o padrão frequente em
plantações e florestas de monocultura. Agregados em vários graus (indivíduos
associados em grupos) representam, de longe, o padrão mais comum. No
entanto, se os indivíduos de uma população tendem a formar grupos de um certo
tamanho, por exemplo, manadas de animais ou clones vegetativos em plantas, a
distribuição dos grupos pode ser tanto aleatória como agregada em um padrão
regular. A determinação do tipo de dispersão é importante na seleção dos métodos
de amostragem e análises estatísticas.
210
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
tenderia a dar uma densidade muito alta ou muito baixa quando o número da
amostra fosse multiplicado para obter a população total. Assim, as populações
agregadas necessitam de amostras maiores e técnicas de amostragem mais cuida-
dosamente planejadas do que as não agregadas.
211
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
claro, seria mais aplicável à vegetação ou animais sedentários, mas poderia ser
usado para determinar o espaço entre colônias ou domicílios de animais como
tocas de roedores ou ninhos de aves.
212
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
213
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
suas atividades a uma área chamada de área de ação. Se essa área for defendida
ativamente, de modo a haver pouca ou nenhuma sobreposição de uso de espaço
por indivíduos antagonistas, pares etc., é chamada de território. A territorialida-
de parece ser mais pronunciada em vertebrados e em certos artrópodes que têm
padrões de comportamento reprodutivo complicado, envolvendo construção de
ninhos, postura de ovos e cuidado e proteção de jovens.
215
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
cantando alto. O fato de que a área defendida por aves seja muitas vezes maior no
início do ciclo de nidificação do que mais tarde, quando a demanda por alimento
é maior, e o fato de que muitas espécies de aves, peixes e répteis territorialistas
não defendem a área de alimentação sustentam a ideia de que o isolamento e o
controle reprodutivo têm maior valor de sobrevivência para a territorialidade que
o isolamento de um suprimento alimentar.
216
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
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UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
218
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
TUROS
ESTUDOS FU
Schoener (1971), Cody (1974), Pyke et al. (1977) e Stephens e Krebs (1986),
ao reverem como uma repartição e uma otimização de energia podem ser
analisadas para determinar estratégias ótimas de alimentação ou forrageamento,
sugerem que o problema é análogo à análise custo-benefício em economia, com o
benefício sendo a aptidão aumentada e os custos sendo energia e tempo exigidos
para assegurar futuros rendimentos reprodutivos. Forrageamento ótimo é
definido como o retorno máximo possível de energia sob um dado conjunto de
condições de forrageamento e habitat. Um predador, por exemplo, sofre pressão
seletiva para aumentar a razão entre energia utilizável menos o custo de energia
219
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
para obter uma presa ou tempo necessário para procurar, perseguir e consumir
a presa. Pode-se aumentar a energia disponível para reprodução, em teoria (1)
selecionando a presa maior ou mais nutritiva, ou a presa mais fácil de capturar;
(2) reduzindo o tempo e o esforço de busca e perseguição.
Desenvolvimento
rápido Desenvolvimento lento
Reprodução prematura Reprodução atrasada
A seleção favorece
Tamanho corporal Tamanho corporal grande
pequeno Poucos descendentes
Muitos descendentes
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TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
Solbrig (1971) notou que estrategistas “r” e “K” podem ser encontrados
dentro da mesma espécie. O dente-de-leão comum (Taraxacum officinale), por exem-
plo, tem diversas linhagens ou variedades que diferem na mistura de genótipos
que controlam a alocação de energia. Uma linhagem cresce principalmente em áre-
as perturbadas e produz mais sementes menores que amadurecem no início da
estação, comparada com outra linhagem encontrada em áreas menos perturbadas
que aloca mais energia nas folhas e hastes e produz menos sementes que amadure-
cem tarde. A última linhagem obscurece a variedade mais fecunda quando as duas
estão crescendo juntas em um bom solo. Assim, a linhagem 1 é uma colonizadora
mais eficiente de solo novo e se qualifica como estrategista “r”, a linhagem 2 é uma
competidora mais eficiente ou estrategista “K”.
221
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
12 GENÉTICA DE POPULAÇÕES
Uma compreensão da genética de populações e seleção natural é
necessária para entender como as populações evoluem e como as comunidades e
ecossistemas mudam no decorrer do tempo. A genética de populações e a seleção
natural escoram a área de estudo frequentemente chamada biologia evolutiva
ou ecologia evolutiva. A genética de populações é o estudo das mudanças na
frequência gênica e genotípica dentro de uma população. Seleção natural é um
processo evolutivo por meio do qual as frequências das características genéticas
em uma população mudam como resultado da sobrevivência diferencial e do
sucesso reprodutivo dos indivíduos que têm essas características. O registro
da história da vida na Terra documenta que os atributos e características dos
organismos, populações de espécies mudam ao longo do tempo. Esse processo é
chamado de evolução.
Com relação à forma que a seleção natural assuma, ela não pode provocar
uma mudança evolutiva, a menos que haja uma variação genética na população.
A seleção natural, expressa pelas mudanças em frequências genotípicas e
fenotípicas nas populações, é um mecanismo de adaptação ao ambiente. A base
da adaptação ao ambiente local é a variabilidade genética dos s da população.
As fontes de variabilidade estão embutidas nos genes, especificamente nas
moléculas de DNA. Como a informação genética está contida na molécula do
DNA, portanto, qualquer variação genética que ocorra é causada por mudanças
no DNA. As principais fontes de variabilidade genética são as recombinações
reprodutivas de genes fornecidas por pais em populações bissexuadas e
mutações herdáveis no gene ou cromossomo. O DNA é um modelo a partir do
qual uma célula reproduz proteínas e outros ácidos nucleicos. Os genótipos de
todos os indivíduos formam o patrimônio genético de uma população porque
cada indivíduo tem uma composição genética única. A seleção natural, agindo
nessa variabilidade genética, resulta em aumento de aptidão dentro do ambiente
natural. A aptidão é geralmente medida como o sucesso reprodutivo total da vida
de um indivíduo. Todos os genes e todos os indivíduos numa população formam
seu patrimônio genético, que representa toda a variação genética da população.
Quando todos os indivíduos se acasalam aleatoriamente numa população, então
222
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
223
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
Outro exemplo mostra como uma barreira geográfica que isola subpopula-
ções uma da outra pode influenciar a variação genética. O sagui-selado (Sanguinus
fusciocollis) está distribuído ao longo de ambos os lados do Rio Juruá no oeste da
Bacia Amazônica no Brasil. Na área da parte baixa do rio, onde ele é largo, as popu-
lações de sagui em ambos os lados da margem são geneticamente distintas. Próxi-
mo à cabeceira, onde o rio é mais estreito e seu curso sinuoso pode cortar áreas de
ambos os lados da bacia, os genótipos típicos das populações da margem direita do
rio também aparecem na margem esquerda. Portanto, a variação genética é comum
nas populações e que os organismos têm adaptações que efetivamente gerenciam
essa variação para reduzir suas consequências potencialmente negativas no ajus-
tamento individual. A variação genética também proporciona matéria bruta para
a mudança evolutiva, que prossegue à medida que a seleção natural aumenta a
frequência de genótipos mais ajustados numa população.
224
TÓPICO 1 — ECOLOGIA DE POPULAÇÕES
Embora reste muito para ser aprendido, está claro que as populações
têm relações dinâmicas evolutivas com seus ambientes, particularmente com
os componentes biológicos de seus ambientes (competidores, predadores e
patógenos) que estão também evoluindo em resposta a outros tipos de organismos.
As interações entre as diferentes espécies podem exercer efeitos poderosos na
demografia e na genética das populações, influenciando a evolução e a dinâmica
populacional das espécies e determinando se as espécies podem coexistir umas
com as outras.
225
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
226
• Em ambientes não adensados, a pressão de seleção favorece a espécie com
um alto potencial reprodutivo seleção tipo “r”. Em contraste, condições de
adensamento favorecem organismos com menor potencial de crescimento,
mas melhores capacidades de usar recursos escassos e competir por eles
seleção tipo “k”.
227
AUTOATIVIDADE
2 Uma população tem diversas propriedades que, embora mais bem expressa
como variáveis estatísticas, são propriedades únicas do grupo e não são
características dos indivíduos no grupo. Várias medidas e termos especiais
são aplicáveis apenas a populações ou grupos de populações específicas.
Com base nestas definições, analise as sentenças a seguir:
228
( ) Uma taxa pode ser obtida dividindo-se a mudança em alguma quantidade
pelo período de tempo que passou durante a mudança.
( ) O ponto de inflexão indica que após esse ponto da curva sigmoide de
crescimento, a taxa de aumento começa a acelerar até o crescimento
máximo.
( ) Quando o ambiente é ilimitado a taxa específica de crescimento se torna
constante e máxima para as condições microclimáticas existentes.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
229
230
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
EOLOGIA DE COMUNIDADES
1 INTRODUÇÃO
231
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
Cada lugar na terra (cada pradaria, lago, rocha na fronteira do mar, entre
outros ambientes) é compartilhado por muitos organismos coexistências. Essas
plantas, animais e micróbios estão conectados uns aos outros por suas relações
de alimentação e outras interações formando um todo complexo frequentemente
232
TÓPICO 2 — EOLOGIA DE COMUNIDADES
233
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
3.1 COEVOLUÇÃO
A coevolução é um tipo de evolução de comunidade (uma interação
evolutiva entre organismos na qual a troca de informações genéticas entre os
participantes e mínima ou ausente). A coevolução é evolução conjunta de duas
ou mais espécies não intercruzantes que têm uma estreita relação ecológica, como
as plantas e os herbívoros, grandes organismos e seus microrganismos simbiontes
ou os parasitas e seus hospedeiros. Como existem pressões seletivas recíprocas,
a evolução de uma espécie na relação depende, em parte, da evolução da outra.
236
TÓPICO 2 — EOLOGIA DE COMUNIDADES
237
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
238
TÓPICO 2 — EOLOGIA DE COMUNIDADES
que coexistem com ela numa associação particular. Tal comunidade aberta não
tem fronteiras, portanto, seus limites são arbitrários em relação as distribuições
geográficas e ecológicas de suas espécies-membro, que podem estender suas
abrangências independentemente para dentro de outras associações.
239
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
espécie acerca de uma comunidade, ela tem um poder maior do que a análise
de ecossistema para discriminar a estrutura da comunidade. Contudo, como a
estrutura da comunidade é difícil de definir e medir, diferentes análises de teias
alimentares frequentemente produzem diferentes resultados. Por exemplo,
podemos questionar se uma estrutura de teia alimentar mais complexa leva a
uma estabilidade dinâmica maior. Uma resposta razoável poderia ser: quando os
predadores têm presas alternativas, os tamanhos de suas populações dependem
menos da flutuação nos números de uma espécie de presa específica; e onde a
energia pode tomar muitas vias através de um sistema, a quebra de uma via
meramente desvia mais energia para outra. Ambos os fatores contribuíram para
o aumento na estabilidade da comunidade. Contudo, é também razoável sugerir
que, conforme as comunidades se tornam mais diversas, as espécies exercem
maior influência umas nas outras através de suas várias interações; estas conexões
biológicas por sua vez podem criar persistentes retardos de tempo nos processos
populacionais, que tendem a desestabilizar diversos sistemas.
240
TÓPICO 2 — EOLOGIA DE COMUNIDADES
241
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
242
TÓPICO 2 — EOLOGIA DE COMUNIDADES
S = cAz
243
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
D=
244
TÓPICO 2 — EOLOGIA DE COMUNIDADES
H =∑ log
245
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
“C” sendo uma constante, que reflete a eficiência da outra espécie. Essa
equação é conhecida como equação logística semelhante ao utilizada nos estudos
de população, exceto pela adição do último termo, “menos os efeitos prejudiciais
da outra espécie”. Existem vários resultados possíveis para esse tipo de interação.
Se a eficiência competitiva, “C”, for pequena em ambas as espécies, de modo que
os efeitos redutores interespecíficos sejam inferiores aos efeitos intraespecíficos
(autolimitantes), a taxa de crescimento e talvez a densidade final de ambas as
espécies poderá ser reduzida levemente; mas as duas espécies provavelmente
poderão ser capazes de viver juntas, porque os efeitos interespecíficos redutores
serão menos importantes do que a competição dentro das espécies. Também, se
as espécies exibirem um crescimento exponencial, com fatores autolimitantes
ausentes da equação, a competição interespecífica poderia fornecer a função
niveladora que falta para a forma de crescimento da própria espécie. Entretanto
se “C” for grande, a espécie que exercer o maior efeito irá eliminar seu competidor
ou o pressionará em direção ao outro habitat. Dessa forma, em teoria, as espécies
cujas exigências são similares não podem viver juntas porque, provavelmente,
será desenvolvida uma forte competição que causará a eliminação de uma delas.
246
TÓPICO 2 — EOLOGIA DE COMUNIDADES
como mutualismo. Se, por outro lado, os efeitos benéficos apenas aumentam
o tamanho ou a taxa de crescimento da população, mas não necessariamente
para o crescimento e a sobrevivência, a relação é chamada protocooperação.
Tanto no mutualismo como na protocooperação, o resultado é semelhante; o
crescimento das duas populações é zero ou menor que zero sem a presença da
outra população. Quando um equilíbrio é alcançado, as duas populações pulsam
juntas, geralmente em uma proporção específica.
250
TÓPICO 2 — EOLOGIA DE COMUNIDADES
251
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
Os efeitos indiretos das espécies uma sobre a outra podem ser tão
importantes como a suas interações diretas e podem contribuir para a rede de
mutualismo. Quando as cadeias alimentares funcionam dentro de uma cadeia
alimentar, os organismos em cada ponta de uma série trófica, por exemplo, o
252
TÓPICO 2 — EOLOGIA DE COMUNIDADES
253
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
de cordilheiras de solo arenoso que ocorrem ao longo do lado norte dos rios nas
Grandes planícies, no sul dos Estados Unidos. O habitat, nesse caso, consiste
principalmente em complexos físicos ou abióticos. Em outro caso, como por
exemplo os percevejos aquáticos, o habitat inclui objetos vivos e não vivos. Dessa
forma, o habitat de um organismo ou de um grupo de organismos assim como
de uma população, pode incluir outros organismos além do ambiente a biótico.
254
TÓPICO 2 — EOLOGIA DE COMUNIDADES
255
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
256
TÓPICO 2 — EOLOGIA DE COMUNIDADES
A questão de como lidar com as partes versus o todo vem há muito tempo
confundindo os filósofos e a sociedade. Cientistas de todas as disciplinas estão
divididos em relação à questão do reducionismo versus holismo. A dificuldade em
lidar simultaneamente com a parte e o todo é talvez mais bem refletida no conflito
entre o bem individual e o bem público. Numerosas abordagens econômicas e
políticas planejadas para lidar com os conflitos foram sugeridas ou tentadas, mas
até agora houve pouco sucesso. Nos sistemas humanos, governantes vão e voltam
durante anos alternando entre uma forte atenção ao individual e a ênfase ao bem-
estar público assim, as partes (individual) e o todo (público) ganham atenção,
mas não ao mesmo tempo.
257
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
258
AUTOATIVIDADE
259
( ) A vegetação específica de cada área representa uma comunidade distinta
separada das outras comunidades por transições vegetacionais bem
definidas (comunidade fechada).
( ) Na comunidades vegetais muitas espécies têm distribuições ecológicas
sobrepostas e ecótonos bem definidos.
( ) O conceito de contínuum estabelece que as populações de plantas e animais
substituem-se umas às outras ao longo de gradientes de condições físicas.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) F – V – V.
c) ( ) V – F – V.
d) ( ) F – F – V.
260
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
DESENVOLVIMENTO DO ECOSSISTEMA
1 INTRODUÇÃO
261
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
262
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO DO ECOSSISTEMA
sucesso continuado das espécies pioneiras que as causam, mas tornam o ambiente
mais adequado para as espécies que se seguem, as quais então excluem aquelas
responsáveis pelas mudanças iniciais. Nesse sentido, o caráter da comunidade
muda com o tempo.
263
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
264
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO DO ECOSSISTEMA
Num habitat que pega fogo frequentemente, muitas espécies têm sementes
resistentes ao fogo ou coroas radiculares que germinam ou brotam logo após
um incêndio e rapidamente restabelecem suas populações. Outras espécies se
dispersam lentamente, ou crescem lentamente após o assentamento, e, portanto,
se estabelecem somente mais tarde na sere.
4.1 FACILITAÇÃO
A facilitação incorpora a visão da sucessão como uma sequência de
desenvolvimento, na qual cada estágio pavimenta o caminho para o próximo,
assim como uma estrutura se segue à outra estrutura à medida que o organismo
se desenvolve. As plantas colonizadoras capacitam as espécies de clímax para
a ocupação futura. Por exemplo, espécies que abrigam bactérias fixadoras
de nitrogênio em suas raízes, para o desenvolvimento dos solos, facilitam o
assentamento de plantas que tem limitações em nitrogênio.
265
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
4.2 INIBIÇÃO
A inibição de uma espécie pela presença de outra é um fenômeno comum
tal qual estudado com respeito à competição e à predação. Uma espécie pode
inibir uma outra comendo-a, reduzindo os recursos ao nível abaixo daquele
que a outra precisa para subsistir ou confrontando-a com químicos nocivos ou
comportamento antagonista. No contexto da sucessão, as espécies de clímax, por
definição, inibem as espécies características dos estágios iniciais; estas últimas
não conseguem invadir uma comunidade clímax exceto após uma perturbação.
Como a inibição está tão intimamente relacionada com a substituição de espécies,
ela forma uma parte integral da sucessão ordenada desde os estágios iniciais
de uma sere até o clímax. Quando a inibição está atuando, a sucessão segue o
assentamento de uma espécie ou outra somente através da morte e da substituição
de indivíduos já estabelecidos. Assim, a mudança sucessional se move em direção
à predominância de espécies de vida mais longa exclusivamente devido ao acaso.
4.3 TOLERÂNCIA
Através do mecanismo de tolerância, uma espécie pode invadir um novo
habitat e se estabelecer independentemente da presença ou ausência de outras
espécies, dependendo somente de sua própria capacidade de dispersão e das
situações físicas do ambiente. A exclusão competitiva então forma a sere que se
segue, isto é, as durações de vida e capacidades competitivas dos colonizadores
determinam suas posições e dominância dentro da sere. Sob um mecanismo de
tolerância, os estágios iniciais da sucessão são dominados por competidores que
têm ciclos de vida curtos, mas que se estabelecem rapidamente. Os competidores
superiores constituem as espécies de clímax, mas podem crescer mais lentamente
e não expressar sua dominância da sere até que outros já tenham amadurecido e
se reproduzido.
266
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO DO ECOSSISTEMA
267
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
268
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO DO ECOSSISTEMA
269
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
270
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO DO ECOSSISTEMA
271
UNIDADE 3 — UNIDADES DE ECOLOGIA
272
LEITURA COMPLEMENTAR
1 INTRODUÇÃO
2 PADRÃO DE VIDA
273
TABELA 1 – PADRÃO DE VIDA PARA DIFERENTES PAÍSES EM 1980
3 CAPACIDADE DE SUSTENTAÇÃO
274
4 EFEITO DA DIMINUIÇÃO DE RECURSOS NA POPULAÇÃO
275
FIGURA 3 – ÍNDICE DE INVESTIMENTO DOS ESTADOS UNIDOS EM 1980
276
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
277
• Os clímaces cíclicos são frequentemente criados por condições físicas
extremas, como o congelamento e ventos fortes e ocorrem em locais em que
as espécies possam se estabelecer em associações com outras espécies.
278
AUTOATIVIDADE
2 Dois fatores determinam quando uma espécie se estabelece numa sere: (1)
quão prontamente ela invade um habitat perturbado ou recém-formado; e
(2) sua resposta para as mudanças que ocorrem no ambiente ao longo do
curso da sucessão. Com base nas definições dos enfoques das modalidades
de Engenharia, analise as sentenças a seguir:
279
( ) O fogo é uma característica importante de muitas comunidades clímax,
favorecendo espécies resistentes a ele excluindo as espécies que de outra
forma dominariam.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
280
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