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ao Turismo
Prof. Vinicius De Lucca Filho
2012
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Vinicius De Lucca Filho
910
D366g De Lucca Filho, Vinicius
Geografia aplicada ao turismo / Vinicius De Lucca Filho. Indaial :
Uniasselvi, 2012.
211 p. : il
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO............................................ 1
VII
UNIDADE 2 – ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO........................................................ 69
VIII
3.3 A ISO 14000...................................................................................................................................... 150
4 OUTRAS CERTIFICAÇÕES UTILIZADAS NO SETOR TURÍSTICO.................................... 150
4.1 O PROGRAMA HÓSPEDE DA NATUREZA............................................................................. 150
4.2 CERTIFICAÇÃO PARA TURISMO DE AVENTURA............................................................... 152
4.3 CERTIFICAÇÃO E EVENTOS...................................................................................................... 153
4.4 CERTIFICAÇÃO E ALIMENTAÇÃO.......................................................................................... 154
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................155
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................156
IX
X
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO
TURISMO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. Ao final de cada um deles você
encontrará atividades que o/a ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O que é “Geografia do Turismo”? Quais as relações entre a geografia e o
turismo? Tais temas serão tratados no presente tópico.
2 A GEOGRAFIA DO TURISMO
A geografia tem vivenciado, nestas últimas décadas:
3
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
Autores Temas
JAFARI E RITCHIE - Identificação e análise de regiões turísticas funcionais.
(1981) - Previsão do volume de viagens entre origens.
- A temática da distribuição da atividade turística no espaço
(comportamentos da demanda, estratégias de localização, prob-
lemas de distância etc.).
- A temática da produção espacial turística (representação, per-
CAZES (1992) cepção, formas, modelos de ordenação, paisagens construídas
etc.).
- A temática sobre a articulação espacial do sistema turístico
com o sistema local (processo de turistificação, impactos no
território etc.).
Em leitura mundial:
- Na Alemanha: prioridade a aspectos morfológicos (paisagem) e
sociais.
VERA et al. (1997) - Na França: turismo internacional, modelos de pequena e grande
escala.
- Nos Estados Unidos e Reino Unido: recreação em áreas rurais
e naturais e generalização dos temas de planejamento.
- Territórios sem turismo.
KNAFOU (1999) - - Turismo sem territórios.
- Territórios turísticos.
4
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE GEOGRAFIA
5
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
[...]
[...]
6
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE GEOGRAFIA
7
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
Vieira e Pereira (1997) nos mostram que tal método possibilita conhecer
uma sociedade em sua totalidade e em suas frações, e tal perspectiva reintroduz
na geografia uma interpretação totalizadora manifestada nos escritos de Marx
(as “múltiplas determinações”), que amplia as possibilidades das análises, pois
considera o estudo dialético entre elementos naturais e humanos e insere estes
elementos em diversas escalas (mundial, nacional, regional, local), o que permite
compreender que uma determinada realidade tem sua explicação num universo
mais amplo. (VIEIRA E PEREIRA, 1997).
É importante salientar que tanto uma forma de análise quanto outra não
despreza a importância dos diferentes problemas que envolvem a atividade.
8
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou:
9
AUTOATIVIDADE
10
UNIDADE 1
TÓPICO 2
TURISMO E ESPAÇO
1 INTRODUÇÃO
Como visto no tópico anterior, “a geografia estuda um espaço específico
– o espaço geográfico. Para estudá-lo, desenvolveu, ao longo de sua história, um
conjunto de teorias e conceitos que permitem compreender o mundo em que
vivemos em diferentes escalas, tanto no tempo quanto no espaço” (CAVALCANTI,
2003 apud ALMEIDA; GUERRERO; FIORI, 2007, p. 8).
2 CONCEITOS ESSENCIAIS
Precisamos conhecer alguns conceitos para seguirmos adiante.
11
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
12
TÓPICO 2 | TURISMO E ESPAÇO
TUROS
ESTUDOS FU
13
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
Vale conferir o que fala Urry (2001 apud SÁ, 2005, p. 2) sobre ações
preparadas exclusivamente para o turismo – inventadas ou pouco autênticas – são:
14
TÓPICO 2 | TURISMO E ESPAÇO
c) Turismo em espaços rurais: a prática do turismo rural tem uma relação direta,
na maioria das vezes, com a vontade do homem da cidade de retornar às suas
origens. A atual população urbana é fruto de diversos processos de migração
que ocorreram durante as etapas de industrialização, em diferentes locais,
e que, como bem sabemos, não aconteceram de forma homogênea e nem
finalizaram por completo.
15
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
16
TÓPICO 2 | TURISMO E ESPAÇO
b) descrição da topografia;
k) análise dos recursos hídricos: quantos e quais são; qual a utilização desses
recursos (irrigação, abastecimento, produção de energia, atividades de lazer),
verificação da presença de vegetação ciliar, fauna aquática, assoreamento e
substâncias poluentes;
ATENCAO
Pela quantidade e tipo de variáveis a serem analisadas, pode-se constatar que tais
análises devem ser realizadas por equipes multidisciplinares. Além disso, cabe sempre ressaltar
que cada análise tem validade para determinado espaço geográfico em determinado período.
17
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico:
18
AUTOATIVIDADE
19
20
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
“A informação tem uma grande importância para o setor turístico” (DE
LUCCA FILHO, 2005, p. 31). Ela serve tanto para os possíveis turistas (aqueles
que estão escolhendo o destino), para os turistas que já decidiram o seu destino,
os destinos que estão a caminho do destino e para o turista que já está no destino.
[...]
2 REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS
Antes das representações cartográficas, é necessário conhecer o conceito
de “escala”:
22
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
23
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
0 50 100 150 KM
FONTE: O autor
24
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
25
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
26
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
- representação plana;
- geralmente em escala pequena;
- área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas
etc.), político-administrativos;
- destinação a fins temáticos, culturais ou ilustrativos.
FIGURA 7 – MAPA
27
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
- representação plana;
28
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
Representação Conceito
É o conjunto de fotos de uma determinada área, recortadas e
montadas técnica e artisticamente, de forma a dar a impressão de
que todo o conjunto é uma única fotografia. Pode ser de três tipos:
1) Controlado - é obtido a partir de fotografias aéreas submetidas
a processos de correção para que a imagem resultante
corresponda exatamente à imagem no instante da tomada da
foto. Essas fotos são então montadas sobre uma prancha, onde
se encontram plotados um conjunto de pontos que servirão de
controle à precisão do mosaico. Os pontos lançados na prancha
MOSAICO têm que ter o correspondente na imagem. Esse mosaico é de
alta precisão.
2) Não controlado - é preparado por meio do ajuste de detalhes
de fotografias adjacentes. Não existe controle de terreno e as
fotografias não são corrigidas. É de montagem rápida, sem
precisão. Para alguns tipos de trabalho ele satisfaz.
3) Semicontrolado - são montados combinando-se características
do mosaico controlado e do não controlado. Por exemplo,
usando-se controle do terreno com fotos não corrigidas; ou fotos
corrigidas, mas sem pontos de controle.
29
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
Mas como colocar a Terra, que é esférica, no papel, que é plano? “Para
solucionar esse problema, foram criadas as projeções cartográficas. Projeções
cartográficas são operações matemáticas utilizadas para representar a superfície
esférica da Terra em uma superfície plana” (ALMEIDA; GUERRERO; FIORI,
2007, p. 21).
30
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
Azul é usado para representar água, frio, úmido, valores numéricos positivos.
31
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
Tipos de mapas
32
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
33
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
3 GEOPROCESSAMENTO
A recente popularização das técnicas de geoprocessamento tem feito
surgir algumas confusões na atribuição dos termos Geoprocessamento e
Sistemas de Informações Geográficas (SIG) [...].
34
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
3.1 O GPS
Segundo Rocha (2003), GPS é a abreviatura de NAVSTAR GPS (NAVigation
System with Time And Ranging Global Positioning System).
Letham (2001 apud BETTONI, 2009, p. 75) cita três benefícios pessoais
agregados a um GPS:
Guiar alguém até um destino contido num mapa, calcular sua posição
atual e registrar sua posição inicial para um possível retorno ao mesmo ponto da
Terra posteriormente. O mesmo autor entende que o emprego desse aparelho
no lazer pode ser altamente atrativo, citando alguns exemplos: excursionismo
(chance de se perder em uma caminhada é muito menor, pela precisão do
aparelho), viagem de carro (orientação em qualquer via), rally (orientação em
trilhas), viagens em caiaque ou canoa (orientação em rios), entre outros.
35
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
36
RESUMO DO TÓPICO 3
Com o estudo deste tópico:
37
AUTOATIVIDADE
Você faz uso de mapas quando viaja? Quais os principais elementos que você
observa? É um instrumento necessário para suas viagens?
38
UNIDADE 1
TÓPICO 4
CLIMA E TURISMO
1 INTRODUÇÃO
Chuva, frio, sol, nuvens, calor, umidade, neve. Tudo está muito relacionado
com a atividade turística. No Tópico 4 abordaremos a questão climática e a
atividade turística.
Não há dúvida de que as relações entre turismo e clima são muito próximas,
certo? Vamos abordar tais questões com maior profundidade a partir de agora.
2 CLIMA
39
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
Tempo e clima não são sinônimos. O tempo é o estado físico das condições
atmosféricas em um determinado momento e local.
1. temperatura;
2. umidade;
3. pressão atmosférica;
4. radiação solar.
40
TÓPICO 4 | CLIMA E TURISMO
1. latitude;
2. altitude
3. massa de ar;
4. continentalidade/maritimidade;
5. correntes marítimas;
6. vegetação;
7. relevo.
41
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
42
TÓPICO 4 | CLIMA E TURISMO
Clima Características
Durante o ano inteiro apresenta altos índices de evaporação
e temperaturas que variam entre 24ºC e 27ºC. A amplitude
Equatorial térmica (variação entre a temperatura mínima e a máxima)
é baixa durante o ano inteiro. Apresenta pluviosidade alta,
atingindo mais de 2000 mm por ano.
Apresenta elevados índices pluviométricos (entre 1000 mm
Tropical e 2000 mm por ano), com duas estações bem definidas: seca
e chuvosa.
As temperaturas variam regularmente ao longo do ano,
com média acima de 10°C. Apresenta quatro estações bem
definidas. É dividido em temperado oceânico (inverno
Temperado
menos rigoroso devido à influência da umidade oceânica)
e temperado continental (menor influência dos mares e
oceanos, provocando maiores amplitudes térmicas).
Marcado por verão quente e chuvas distribuídas pelo ano
Subtropical todo. As temperaturas podem chegar a 0ºC em alguns dias
do outono e do inverno.
43
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
Um outro termo, que você já conhece, tem uma relação grande com o
clima: a sazonalidade. A maioria dos destinos litorâneos depende do clima para
o incremento da demanda no turismo. Em casos excepcionais, como no Caribe,
muitos meios de hospedagem – e outros integrantes da oferta turística – chegam a
fechar as portas durante os períodos de tempestades e furacões. Vale a pena lembrar
ainda dos destinos atingidos por tsunamis. A demanda, ao menos por um certo
44
TÓPICO 4 | CLIMA E TURISMO
45
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
O clima de uma região tem uma profunda relação com a atividade turística
– e a partir do clima, muitas questões relacionadas com a segmentação do turismo
surgem.
46
TÓPICO 4 | CLIMA E TURISMO
LEITURA COMPLEMENTAR
47
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
48
TÓPICO 4 | CLIMA E TURISMO
A linha de contato que separa terras e águas, seja dos grandes blocos
continentais, seja de pequenas ilhas, pode se apresentar de forma muito variada,
desde escarpas abruptas até planícies abertas e restingas, limitadas por praias
que, frequentemente, apresentam grande beleza paisagística, além de oferecerem
variadas opções de lazer.
49
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
50
TÓPICO 4 | CLIMA E TURISMO
que divagam por essa área horizontalizada extravasam suas calhas, compondo
um imenso lago e lagoas menores, deixando emersas algumas áreas mais
elevadas. Essas condições favorecem uma excepcional concentração de nutrientes,
permitindo a existência de uma das maiores riquezas faunísticas do planeta.
À guisa de conclusão
51
RESUMO DO TÓPICO 4
Com o estudo deste tópico:
52
AUTOATIVIDADE
Relacione dez destinos turísticos brasileiros nos quais o turismo possui sua
atratividade relacionada diretamente com os elementos ou fatores climáticos.
53
54
UNIDADE 1
TÓPICO 5
RELEVO E TURISMO
1 INTRODUÇÃO
Neste momento apresentaremos a você como se dá a caracterização do
turismo, por meio das diversas formas da superfície da crosta terrestre. Estas
formas interferem na gestão do turismo dos diversos destinos turísticos do
mundo, pois espelham a organização socioeconômica destes destinos. Assim,
a tomada de decisão do gestor de turismo, no cenário público ou privado,
deve interpretar a paisagem geográfica, com foco ao relevo, para identificar as
possibilidades turísticas do local.
2 CONCEITO DE RELEVO
No Ensino Fundamental ou no Ensino Médio, todo mundo conhece o
tema “relevo”. É provável que você se lembre!
55
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
3 O RELEVO BRASILEIRO
A primeira classificação do relevo brasileiro foi elaborada nos anos 1940,
por Aroldo de Azevedo. Em 1958 é substituída pela tipologia do grande geógrafo
Aziz Ab’Sáber (falecido em 2012), que acrescenta duas novas unidades de relevo.
Uma das classificações mais recentes (1995) é a de Jurandyr Ross (PORTAL SÃO
FRANCISCO, 2012).
Depressões são áreas mais baixas do que as áreas ao seu redor, pois elas
estão sempre fazendo fronteira com planaltos. Na divisa entre eles costumam
surgir escarpas (“paredões”) (IBGE, 2012).
TIPOS DE DEPRESSÃO
estabelecidas nas regiões de contato entre estruturas
Periférica:
sedimentares e cristalinas.
estabelecidas em áreas mais baixas em relação aos
Interplanáltica:
planaltos que as circundam.
margeiam as bordas de bacias sedimentares, escul-
Marginal:
pidas em estruturas cristalinas.
TIPOS DE PLANALTOS
constituídos por rochas sedimentares e circundados
Em bacias sedimentares:
por depressões periféricas ou marginais.
56
TÓPICO 5 | RELEVO E TURISMO
57
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
4 TURISMO E RELEVO
Seja pelas paisagens existentes em determinadas regiões, pela aventura
ou pela motivação de atingir um objetivo, como um pico de uma montanha, por
exemplo, os relevos possuem papel significativo em relação aos atrativos turísticos.
4.1 MUNDO
Principalmente pelo desafio, muitos turistas escalam montanhas pelo
mundo. A cadeia montanhosa do Himalaia é uma das mais famosas, por conter
o Monte Everest, o mais alto do mundo, com quase 9.000 metros de altitude. O
Himalaia passa por cinco países: Índia, China, Butão, Nepal e Paquistão, tem mais
de 400 km de comprimento e quase 2 km de largura (foto).
Mas vamos falar outros nomes que talvez você conheça, começando pelo
Aconcágua. Ele fica em Mendoza, na Argentina, e faz parte da Cordilheira dos
Andes. É o ponto mais alto do mundo localizado fora da Ásia. Várias expedições
de aventureiros do mundo todo, em especial das Américas, chegam todos os
anos ao Aconcágua.
FIGURA 10 – JUNGFRAU-ALETSCH
FIGURA 11 – JUNGFRAU-ALETSCH
59
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
Um momento: quem disse que turismo na montanha tem que ser duro?
Reparem na figura a seguir, um hotel em Cortina D’Ampezzo.
60
TÓPICO 5 | RELEVO E TURISMO
61
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
Altura
Pico Localização Características
(metros)
62
TÓPICO 5 | RELEVO E TURISMO
63
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
64
TÓPICO 5 | RELEVO E TURISMO
Mas a serra não está somente relacionada aos destinos citados acima.
Você já esteve ou já ouviu falar de Bonito, no Mato Grosso do Sul? Bonito fica na
Serra da Bodoquena, local em que fica o Parque Nacional da Serra da Bodoquena.
65
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
66
RESUMO DO TÓPICO 5
Com o estudo deste tópico:
67
AUTOATIVIDADE
68
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos e ao final de cada um deles você
encontrará atividades que o/a ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.
69
70
UNIDADE 2
TÓPICO 1
ESPAÇO URBANO
1 INTRODUÇÃO
O que é “turismo urbano”? É o que acontece num espaço urbanizado.
Mas o que é um espaço urbanizado? Já sabemos que o espaço geográfico é a
natureza modificada pelo homem. Pode-se dizer que o turismo urbano é aquele
realizado nas cidades. Nele estão inseridos o turismo cultural – e em muitos casos
o religioso –, o de negócios, o de eventos e outros.
71
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
72
TÓPICO 1 | ESPAÇO URBANO
ELEMENTO CARACATERIZAÇÃO
são os locais por onde as pessoas se deslocam na cidade
e, muitas vezes, são os elementos predominantes na sua
Vias imagem, em virtude da organização dos elementos em suas
estruturas e pela observação que as pessoas podem fazer da
cidade à medida que se deslocam nelas.
são elementos lineares que representam rupturas na estrutura
Limites física da cidade, podendo ser naturais ou desenvolvidos
pelos homens.
Bairros são regiões urbanas percebidas pelos cidadãos como lugares.
representam pontos estratégicos na cidade por onde as
Cruzamentos pessoas se deslocam e que podem, também, se transformar
em símbolos
configuram-se como referências externas ao observador,
Elementos marcantes
representando pontos de direção.
3 A CIDADE
A cidade é um fato histórico, geográfico e social. Surgiu muito recentemente,
no final da pré-história, há cerca de 6.000 anos.
73
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
74
TÓPICO 1 | ESPAÇO URBANO
75
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
4 EQUIPAMENTOS URBANOS
Segundo a NBR 9284 (ABNT, 1986, p. 1), define-se equipamento urbano:
“todos os bens públicos ou privados, de utilidade pública, destinados à prestação
de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante
autorização do poder público, em espaços públicos e privados.”
- Circulação e transporte.
- Cultura e religião.
- Esporte e lazer.
- Infraestrutura.
- Sistema de comunicação.
- Sistema de energia.
- Sistema de iluminação pública.
- Sistema de saneamento.
- Segurança pública e proteção.
- Abastecimento.
- Administração pública.
- Assistência social.
- Educação.
- Saúde.
● Uso institucional social: creches, asilos, retiros, centros de ação social, centro
médico, hospitais, postos de saúde, pronto socorro, clínicas de recuperação,
maternidade, SPAs etc.
77
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
UNI
As áreas verdes públicas podem ser áreas de lazer, mas nem toda área de lazer
é verde. As áreas verdes devem constituir um sistema de integração do espaço urbano com
o sistema viário.
Para os grandes espaços de uso público não faz sentido termos jardins
sofisticados com alto custo de manutenção. Para esses espaços, por meio de
árvores, o verde atinge seus objetivos mais amplos dentro de custos baixos: com
vegetação de grande porte conseguem-se locais de menos ou mais sombras,
espaços mais abertos ou mais abrigados de ventos fortes, poeira, ruídos.
78
TÓPICO 1 | ESPAÇO URBANO
SERVIÇOS
DESCRIÇÃO
PÚBLICOS
Energia
elétrica e contribui para a segurança dos equipamentos sociais, do tráfego
iluminação noturno de veículos e pessoas nos logradouros públicos.
pública
79
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
Conservação
assegurar condições de tráfego nas vias públicas, transpor obstáculos
de
como rios, vales; proporcionar conforto através da diminuição de
logradouros
poeira, ruído.
públicos
80
TÓPICO 1 | ESPAÇO URBANO
5 MOBILIÁRIO URBANO
São aqueles “objetos” que fazem parte das utilidades urbanas, como
lixeiras, fontes, bancos, floreiras, árvores, entre outros, e que podem ter função
somente estética na paisagem urbana.
● Coletor de lixo.
● Sanitários.
81
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
● Bebedouros.
● Floreiras.
● Caixas de correio.
● Playground: brinquedos.
82
RESUMO DO TÓPICO 1
No primeiro tópico da unidade você viu alguns conceitos e elementos
de espaços urbanos que servirão para os próximos tópicos da unidade. Além
disso, pudemos destacar:
83
AUTOATIVIDADE
84
UNIDADE 2 TÓPICO 2
TURISMO URBANO
1 INTRODUÇÃO
Falamos no tópico anterior sobre o espaço urbano, as cidades, os
equipamentos e o mobiliário urbano. Vamos entrar no turismo urbano? Mas o
que é turismo urbano? Conheceremos os conceitos de turismo urbano, além do
papel do turismo na chamada “regeneração urbana”.
85
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
Trazendo para a questão turística, o turismo poderia ser pensado como uma
forma de urbanização orientada para o consumo de bens, de serviços e de lazer.
Já uma “cidade com turistas” integra o turismo como mais uma atividade,
não de uma maneira monofuncional, mas sim polifuncional e multifuncional,
evitando, assim, os riscos de uma economia urbana de excessiva dependência à
atividade turística. Neste tipo de cidades o turismo é entendido como um efeito
colateral. O primeiro objetivo será sempre construir uma cidade habitável e o
resultado será atrair turistas que colaborem nesse objetivo.
86
TÓPICO 2 | TURISMO URBANO
Já ouvimos que “uma cidade boa para o turista deve ser uma cidade
boa para a população local”, certo?
Mas o que é um turista urbano? Pérez (2009) faz uma analogia com o
imigrante, dizendo que este último viaja muitas vezes para servir; já o turista,
para ser servido.
Cruz e Pinto (2008) nos contam que a relação entre cidade e turismo
esteve até há pouco tempo focada como espaço apenas emissor de turistas. Tal
pensamento foi formado nos anos 1950 e 1960, em virtude da urbanização do
mundo, com o estilo de vida urbano se tornando maioria na Europa e em parte
da América do Norte. O turismo era visto como uma fuga do urbano – que estava
ligado às indústrias, ao estresse.
Vamos ver o que Henriques (2003 apud CRUZ; Pinto, 2008, p.10) nos conta
sobre algumas tendências da atividade turística:
87
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
FONTE: Baseado em Henriques (2003, p. 44-45 apud CRUZ; PINTO, 2008, p. 10)
88
TÓPICO 2 | TURISMO URBANO
Pense num centro histórico. Pode ser São Paulo, Rio de Janeiro, Recife,
Fortaleza ou ainda outra grande cidade brasileira. Além de construções antigas
– geralmente uma empresa, uma praça, o comércio antigo, muitos veículos,
paisagem cinzenta, podemos pensar também em pichações, usuários de drogas,
sem-teto, certo? Concordamos que todo centro histórico guarda muita história e,
para o turista – especialmente o turista “de experiência” –, é “um prato cheio”.
Nesta parte vamos falar um pouco sobre as revitalizações de centros urbanos.
89
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
[...]
[...]
[...]
[...]
90
TÓPICO 2 | TURISMO URBANO
[...]
91
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
[...]
● Melhorar o ambiente físico dos centros das cidades para torná-los mais
atrativos.
92
TÓPICO 2 | TURISMO URBANO
93
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
94
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico abordamos:
95
AUTOATIVIDADE
96
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico iremos abordar alguns tipos de turismo urbano. Optamos
pelos principais em termos de movimentação no mundo, como o cultural, o
religioso e o de eventos.
2 TURISMO CULTURAL
Vamos falar de cultura? Mais especificamente de turismo cultural?
Quando se fala de turismo cultural, este é realizado, principalmente, nas cidades,
certo? Portanto, pode ser considerado um tipo de turismo urbano.
Gallicchio (2001, p. 61) afirma que “ao turismo cultural com perspectiva
antropológica importa a identidade e o cotidiano local, promovendo o
intercâmbio e a experiência como uma espécie de estranhamento, de aventura
exótica”, viabilizando uma interação cultural.
97
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
98
TÓPICO 3 | TIPOS DE TURISMO URBANO
UNI
99
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
100
TÓPICO 3 | TIPOS DE TURISMO URBANO
101
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
6. a cobrança de um preço justo pelo acesso aos bens culturais, de modo que
sua exploração turística não fique direcionada apenas aos turistas de maior
poder aquisitivo.
102
TÓPICO 3 | TIPOS DE TURISMO URBANO
3 TURISMO DE EVENTOS
Os eventos estão no nosso cotidiano. Uma pequena quermesse, uma festa
típica, uma competição esportiva, um grande congresso.
103
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
104
TÓPICO 3 | TIPOS DE TURISMO URBANO
[...]
105
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
São Paulo realiza quase 90 mil eventos ao ano, segundo o São Paulo
Convention & Visitors Bureau. São 6,5 milhões de turistas anualmente, 57%
dos quais vêm a negócios, permanecendo na cidade, em média, 2,24 dias e
movimentando cerca de R$ 5,5 bilhões. Segundo a ABIH-RJ – Associação
Brasileira da Indústria de Hotéis -, os eventos no Estado do Rio de Janeiro
respondem por 66% da ocupação hoteleira local. Em 2001 a cidade sediou 67,5
mil eventos, tendo os gastos dos participantes com alimentação, transporte,
hospedagem, lazer e compras atingido R$ 4,8 bilhões. (REVISTA DOS
EVENTOS, 2005).
[...]
4 TURISMO RELIGIOSO
Apesar de poder ser considerado uma forma de turismo cultural, pois
está arraigado em aspectos históricos, o turismo religioso possui características
próprias. Alguns destinos eminentemente religiosos se sobressaem no mundo,
como o Vaticano, Jerusalém, Santiago de Compostela e Lourdes. No Brasil,
podemos lembrar rapidamente de Aparecida do Norte (SP), Nova Trento (da
Santa Paulina, em Santa Catarina), Juazeiro do Norte (do Padre Cícero, no Ceará)
e Bom Jesus da Lapa (BA) entre outros.
106
TÓPICO 3 | TIPOS DE TURISMO URBANO
107
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
108
TÓPICO 3 | TIPOS DE TURISMO URBANO
109
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico:
● Devemos ter uma visão crítica das questões. O turismo religioso atrai fiéis – ou
simplesmente turistas – em todo o mundo.
110
AUTOATIVIDADE
111
112
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Vamos falar sobre imagem. O ser humano possui imagens – mesmo que
inconscientemente – para tudo: produtos, serviços, pessoas, destinos.
Lynch (1982) observa que cada pessoa tem uma imagem individual da
cidade que, de alguma forma, se assemelha com sua imagem pública.
Referindo-se à percepção do cidadão, o autor afirma que este sempre
se envolve com alguma parte do ambiente citadino e que, portanto,
sua percepção será influenciada por suas memórias e sentidos (CRUZ,
2010, p. 27).
Existe uma diferença entre dizer que uma cidade funciona e dizer
que ela é atraente. Usamos o termo atrações para nos referir às características
físicas e eventos que atraiam cidadãos, novos moradores, visitantes, negócios
e investidores. Uma cidade que pretende ter seu desenvolvimento calcado no
turismo tem que possuir atrativos.
2 IMAGEM
Entende-se como imagem da cidade os aspectos físicos e culturais que
causam boa ou má impressão a seus habitantes e/ou visitantes.
Construir uma boa imagem de uma cidade não é uma simples tarefa de
marketing. Existem algumas atrações que podem contribuir para a construção da
imagem positiva de uma cidade.
113
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
114
TÓPICO 4 | IMAGEM DA CIDADE E TURISMO
3 CITYMARKETING
Segundo Sánchez (1999, p.115), “citymarketing” constitui-se na orientação
da política urbana à criação ou ao atendimento das necessidades do consumidor,
seja este empresário, turista ou o próprio cidadão”.
115
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
116
TÓPICO 4 | IMAGEM DA CIDADE E TURISMO
Para Vainer (2000), a cidade é uma mercadoria e como tal é vendida num
mercado em que concorre com outras cidades. Daí a importância da criação de
imagens positivas. A crítica do autor e de seus parceiros na organização da obra
“A Cidade do Pensamento Único”, Arantes e Maricato (2000), vai no sentido de
que o mercado e as relações público-privado acabam por privilegiar a visão de
mercado no processo de planejamento – e consequentemente sobre os resultados
concretizados. Segundo Vainer (2000), o discurso do planejamento estratégico,
a produtividade e a competitividade, próprias da economia global, constituem
a nova questão urbana em contraposição à questão urbana relacionada com o
crescimento desordenado, o consumo coletivo e os movimentos sociais urbanos.
Neste novo contexto, as cidades devem enfrentar questões semelhantes às
vividas pelas empresas: a necessidade de competir entre si.
4 A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM
[...]
117
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
118
TÓPICO 4 | IMAGEM DA CIDADE E TURISMO
O assunto foi abordado por Yázigi apud Bignami (2002, p. 51) quando
afirmou que “a promoção turística não é só uma questão de publicidade, mas,
sobretudo, de construções em longo prazo”.
LEITURA COMPLEMENTAR
O turismo enquanto prática humana, por mais que seja tida como uma
das atividades econômicas mais promissoras da atualidade, é, essencialmente,
uma prática cultural, pois educa, influencia e transforma pessoas e contextos.
119
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
uma característica que lhe é peculiar, o turismo, para existir, está cada vez mais
abrangendo inúmeros e diversos setores da economia, promovendo o surgimento
de outros, transformando dinâmicas organizacionais em todos os contextos
sociais, econômicos, políticos e culturais. Por esta característica, ao mesmo tempo
em que reproduz as contradições do sistema capitalista, também as sublima, na
medida em que surge como mecanismo de desenvolvimento local e de melhoria
da qualidade de vida.
Como nos afirma Velho (apud LAGO, 1996, p. 17), a cultura não é,
em nenhum momento, uma entidade acabada, mas sim uma linguagem
permanentemente acionada e modificada por pessoas que não só desempenham
“papéis” específicos, mas que têm experiências existenciais particulares.
120
TÓPICO 4 | IMAGEM DA CIDADE E TURISMO
uma pobreza extrema, mas que, por outro lado, também dispõe de um grande
potencial turístico pelas vastíssimas áreas de litoral consideradas como “vazios
litorâneos” e inúmeras belezas naturais exóticas quase intocadas.
Esse processo resultou em uma cidade que foi se constituindo pela nítida
separação entre os bairros dos ricos (Cidade Alta e Ribeira) e os bairros dos pobres
(Rocas, Paço da Pátria e Alecrim). Os primeiros ocupavam as áreas mais nobres da
cidade e se caracterizavam por uma infraestrutura urbana moderna, decorrente
das aspirações das elites locais (composta pelas oligarquias rurais e uma burguesia
emergente) que almejavam acompanhar as tendências manifestas em cidades da
Europa e nas capitais de outros estados brasileiros. (OLIVEIRA, 2000). Já os bairros
mais populares vão se transformando em áreas periféricas da cidade.
Com essa forma de ocupação do espaço, resultou que a cidade foi sendo
também estratificada do ponto de vista cultural.
A cultura erudita como parte das manifestações das elites locais e mais
aberta às influências estrangeiras vai se consolidando como hegemônica e se
consubstanciando na própria expressão do novo projeto urbanístico da cidade,
caracterizado, como nos afirma Furtado (2005), por “um novo estilo de morar: com
ruas largas e arejadas, distantes das classes populares e das condições ambientais
que afetavam na época a parte antiga da cidade”. Assim, surge todo um aparato
público que vai permitir que as elites desfrutem de sua cultura. A construção
do Teatro Municipal no início do século XX (1904) representa o momento áureo
desse processo, acompanhado da fundação do Liceu, do Instituto Histórico e
Geográfico do Rio Grande do Norte, dentre outros.
121
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
122
TÓPICO 4 | IMAGEM DA CIDADE E TURISMO
Dessa forma, como nos afirma Furtado (2005, p. 122), “ao se produzir
para sua elite, a cidade já se preparava para a chegada de uma atividade que
se apropriaria de sua beleza natural, bem como de seu espaço produzido
socialmente”.
As duras críticas referentes aos impactos que esse projeto causaria numa
faixa de 8,5 km de litoral ocupada por um conjunto de dunas e ecossistema
de mata atlântica de vital importância para a cidade, assim também como os
impactos que causariam às duas comunidades litorâneas Mãe Luíza e Guanabara
– surgidas entre o litoral e os bairros de Petrópolis e Tirol –, apesar de resultar
em algumas adaptações, não alteraram o objetivo final, que era integrar Natal ao
circuito turístico nacional e internacional. (CAVALCANTI, 1993).
123
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
124
TÓPICO 4 | IMAGEM DA CIDADE E TURISMO
Referências
GASTAL, Suzana. “Turismo & Cultura: por uma relação sem diletantismos”. In:
GASTAL, Suzana (Org.). Turismo: nove propostas para um saber-fazer. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2001 (Coleção Comunicação, 4).
125
UNIDADE 2 | ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO
126
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico estudamos que:
127
AUTOATIVIDADE
128
UNIDADE 3
TURISMO E SUSTENTABILIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. Ao final de cada um deles você
encontrará atividades que o/a ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.
129
130
UNIDADE 3
TÓPICO 1
TURISMO E SUSTENTABILIDADE
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos muito se tem falado sobre sustentabilidade. Proteção
ao meio ambiente, consumo responsável. Ações aparecem em nossos cotidianos;
cobranças pelo uso de sacolas plásticas, diminuição dos gases que provocam a
destruição da camada de ozônio, entre outras coisas. As primeiras coisas que
aparecem na maioria das mentes quando o assunto é “sustentabilidade” são:
natureza, ecologia, verde, matas, certo?
2 CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE
Existem diversos conceitos para o termo “sustentabilidade”. Segundo o
Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo - USP (2012, s.p),
sustentabilidade é:
131
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
a) sustentabilidade social: tem por objetivo uma distribuição de renda entre ricos
e pobres de forma menos desigual;
132
TÓPICO 1 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
133
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
FONTE: Adaptado de: Beni (2004, s.p); Ramos; Silva; Vieira Filho (2006, p. 6-7); Rocha (2011, p.
383)
134
TÓPICO 1 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
135
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
3 TURISMO SUSTENTÁVEL
O clichê de que o turismo é uma “indústria sem chaminés” ainda é
utilizado, mas, convenhamos, não deve ser utilizado, pois um dos efeitos
negativos da atividade é a poluição.
136
TÓPICO 1 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
137
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
138
TÓPICO 1 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
139
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
Com relação aos impactos negativos dos eventos, percebe-se que muitos
deles possuem relação com questões sustentáveis (em todas as suas dimensões).
Como aponta De Lucca Filho (2012), encontram-se na literatura questões sobre a
inflação, a criminalidade (PAGE; BARGER; MAYER, 2001; THOMPSON, 1999),
a falta de compromisso com os aspectos socioambientais, o não cumprimento
das leis em vigor, os gastos de manutenção dos equipamentos construídos, as
desapropriações (OLDS, 1998), corrupção (via superfaturamento), especulação
imobiliária, a retirada de população de rua das regiões próximas dos corredores
de transporte ou próximos dos locais do evento (SHAPCOTT, 1998) (ocorrido nas
Olimpíadas de Atlanta em 1996) e o desperdício de dinheiro público (ou o mau
uso do mesmo), a apropriação do esporte e da cultura por parte de organizações
privadas – e a consequentemente mercantilização de manifestações culturais –
entre outras.
140
TÓPICO 1 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
4 A CAPACIDADE DE CARGA
Segundo o Centro de Estudios Ambientales y Politicas (1992 apud
SOLDATELLI, 2004, p. 1), “o conceito de capacidade de carga teve sua origem
baseada em técnicas de manejo de vida silvestre, utilizadas para estimar e indicar
em termos quantitativos o nível ótimo de utilização de um determinado sistema,
sem causar a degradação do mesmo”.
141
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
QUADRO 15 – METODOLOGIAS
Componente Descrição
Biofísicos: são aqueles relacionados aos recursos naturais;
levam em conta os impactos do turismo sobre a população local;
Socioculturais:
Itajaí (1.879 pessoas por dia, que permanece até hoje). Outro exemplo é o voucher
único, de Bonito (MS), que permite conter um número maior do que o possível na
localidade em determinado período, ou ainda, Fernando de Noronha (PE), que
pode receber no máximo 675 pessoas por dia.
DICAS
Para saber mais sobre os projetos realizados na Ilha de Porto Belo, sugerimos
a leitura de: RUSCHMANN, Dóris; ROSA, Rafaela. A sustentabilidade como estratégia de
desenvolvimento em empreendimentos turísticos: o caso da Ilha de Porto Belo/SC. In:
SEMINÁRIO DE PESQUISA EM TURISMO DO MERCOSUL, UCS, 2006, Anais... Caxias do Sul,
RS, jul. 2006.
c) Aspecto técnico:
c1) dificuldade de encontrar técnicos especializados;
c2) tempo (pode levar décadas);
c3) recursos financeiros para as despesas de equipamentos e honorários.
● Pode parecer utopia que uma comunidade consiga demover um grande grupo
a realizar determinados investimentos. Porém, um planejamento turístico
adequado e sustentável deve ter a participação de todos os envolvidos, de
forma participativa.
144
AUTOATIVIDADE
145
146
UNIDADE 3
TÓPICO 2
CERTIFICAÇÃO E TURISMO
1 INTRODUÇÃO
Como saber se aquele destino ou empreendimento é sustentável? É bom
quando compramos algum produto e sabemos que ele é de qualidade, certo? A
certificação pode servir, em muitos casos, como uma garantia de qualidade. É
isso que iremos trabalhar no Tópico 2 do caderno: a certificação e o turismo.
2 CARACTERÍSTICAS DA CERTIFICAÇÃO
As normas para a qualidade se originaram durante a Segunda Guerra
Mundial, devido a uma necessidade de padronização entre as forças aliadas,
que precisavam ter equipamentos compatíveis uns com os outros, mesmo sendo
de diferentes países. Além disto, a qualidade dos suprimentos, principalmente
armamentos e munições, era fundamental para o sucesso. Assim, essas primeiras
normas eram totalmente voltadas para o controle do produto final.
A certificação não deve ser realizada pela empresa que vende e nem pela
que compra. Pela que compra os testes são outros, podendo ser exigida uma
certificação, de um terceiro.
A certificação pode ser a partir da própria empresa que quer ser certificada,
com objetivos de mercado (voluntária) ou obrigatória (compulsória), quando exigida
pelo governo, por associação ou, ainda, por um comprador para efetuar a compra.
147
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
Outros selos conhecidos são o selo Procel, que indica o nível de consumo
de energia elétrica de determinado aparelho e a certificação de madeira de
reflorestamento da FSC.
3 VANTAGENS DA CERTIFICAÇÃO
Certificar exige investimentos das organizações. Dinheiro, tempo, esforço.
Muitas vezes a certificação demora meses, até anos, pois é um processo que prevê
adequações, melhorias, um processo contínuo. Mas será que certificar vale a pena?
148
TÓPICO 2 | CERTIFICAÇÃO E TURISMO
Mas quando falamos em certificação, uma das primeiras coisas que vem à
mente são as normas ISO, não? Vamos abordá-las.
149
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
151
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
152
TÓPICO 2 | CERTIFICAÇÃO E TURISMO
153
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
Política de sustentabilidade
• Identificação e avaliação de problemas.
• Identificação e engajamento dos acionistas.
• Objetivos, metas e planos.
• Atuação contra os princípios do desenvolvimento de sustentabilidade.
• Controles operacionais.
• Competência e treinamento.
• Gestão da cadeia de suprimentos.
• Comunicação.
• Monitoramento e medição.
• Ação corretiva e preventiva.
• Auditoria de sistemas de gestão.
• Análise da gestão.
(EMPRESA VERDE, 2011).
154
RESUMO DO TÓPICO 2
● Verificar que a certificação possui cada vez mais importância, tendo em vista o
mercado cada vez mais competitivo, as exigências por parte dos compradores
– cada vez mais bem informados e com visão socialmente responsável.
155
AUTOATIVIDADE
156
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Existe uma relação direta entre a sustentabilidade, tema central do
caderno, com a responsabilidade social das empresas turísticas? Sim! E neste
tópico você terá a oportunidade de apreender sobre a responsabilidade social
das empresas turísticas, a sua relação com a sociedade e com o ambiente em que
ela está inserida. As empresas turísticas deverão não somente se preocupar em
analisar sua capacidade de oferta e demanda, mas também se comprometer a
desenvolver projetos e campanhas comunitárias, melhorando assim sua imagem
no mercado. E mais do que isso. A organização focada somente no lucro perde
espaço nos mercados, no mundo todo. O consumidor – cada vez mais – compra
de quem possui envolvimento com a comunidade, não usa trabalho escravo, se
preocupa com o meio ambiente e com as questões culturais regionais. A atitude
mais ética e responsável das empresas mostra que elas não se preocupam somente
com o lucro, mas também com o seu exercício de cidadania empresarial.
157
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
NOTA
A atitude mais ética e responsável das empresas mostrará que elas não se
preocupam somente com o lucro, mas também com o seu exercício de cidadania
empresarial. E este exercício implica a adoção de códigos de conduta que, bem
vivenciados, conduzem as empresas a conquistar credibilidade no mercado e a ter
bons negócios em longo prazo, pois o comportamento socialmente responsável é
mais sustentável do que o comportamento oportunista.
158
TÓPICO 3 | RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS TURÍSTICAS
ATENCAO
159
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
160
TÓPICO 3 | RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS TURÍSTICAS
NOTA
161
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
A norma prevê ainda que os objetivos e metas tenham relação com (ABNT,
2004, p. 4-5):
162
TÓPICO 3 | RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS TURÍSTICAS
Indo além da ISO 16001, a ISO 26000, lançada em 2010, cobre todos
os elementos corporativos de responsabilidade social (social, econômica e
ambiental), composta por sete temas centrais em relação à participação das partes
interessadas. Já a SA 8000 abrange o domínio de responsabilidade social (trabalho
e condições de trabalho), tais como: “práticas de trabalho, discriminação, saúde e
segurança, remuneração, jornada de trabalho, disciplina e sistema de gestão para
recursos humanos”. (BUREAU VERITAS, 2012, s.p).
• Responsabilidade.
• Transparência.
• Comportamento ético.
• Consideração pelas partes interessadas.
• Legalidade.
• Normas internacionais.
• Direitos humanos.
163
RESUMO DO TÓPICO 3
● As empresas atualizadas não devem ter o foco somente no lucro, mas também
na luta em favor da melhoria da qualidade de vida das comunidades em que
estão inseridas (e não somente na visão economicista e liberal do “eu gero
empregos e pago impostos”).
164
AUTOATIVIDADE
165
166
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
O consumo é parte da vida humana. Produtos e serviços sempre foram
e sempre serão consumidos por nós. A atividade turística também é uma forma
de consumo – sendo bens materiais ou imateriais. Mas não consumimos bens e
serviços por si sós. Consumimos imagens, símbolos. A produção e o consumo
conscientes têm tudo a ver com a sustentabilidade. Nos últimos anos, uma outra
forma de olhar o turismo – e especialmente o seu consumo - é o turismo de
experiência.
2 CONSUMO
Sem uma produção mais limpa e um consumo mais responsável, é
impossível termos uma economia mais sustentável. E é difícil alterar os padrões de
produção e consumo de uma hora para outra, certo? Sem dúvida. Em centenas de
anos – e mais especificamente no século XX, com o incremento da industrialização
e da produção em série – e também pelo aumento do número de assalariados, o
consumo médio de produtos, de uma maneira geral, aumentou.
167
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
E
IMPORTANT
Nos últimos anos o Estado brasileiro tem construído uma legislação que
vai ao encontro de tais questões, como, por exemplo:
168
TÓPICO 4 | DO CONSUMO AO TURISMO DE EXPERIÊNCIA
NOTA
O Instituto Akatu é uma ONG que conta com o apoio de dezenas de grandes
empresas. O Instituto prega – e tem como slogan - o consumo consciente para um futuro
sustentável.
3 GLOBALIZAÇÃO E TURISMO
É necessário abordarmos a questão da globalização para discutirmos as
questões de consumo e, posteriormente, a economia da experiência. Embora
a troca de mercadorias entre povos seja comum há centenas, até milhares de
anos, em alguns momentos da história da humanidade ela é mais frequente,
como nos momentos de dominação/colonização, com as grandes navegações e,
ultimamente, com a revolução informacional e com o incremento tecnológico nos
transportes.
169
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
170
TÓPICO 4 | DO CONSUMO AO TURISMO DE EXPERIÊNCIA
A pausterização não faz bem ao turismo! Tudo igual? Será que valerá a
pena viajar se tudo ficar cada vez mais parecido?
4 TURISMO DE EXPERIÊNCIA
Sentiu? Guardou na memória? É inesquecível? Bem mais que um serviço
bem prestado, eis o turismo de experiência.
NOTA
171
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
172
TÓPICO 4 | DO CONSUMO AO TURISMO DE EXPERIÊNCIA
Determinantes
da Qualidade em A experiência através do turismo na hotelaria
Serviços
173
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
174
RESUMO DO TÓPICO 4
175
AUTOATIVIDADE
176
UNIDADE 3
TÓPICO 5
REDES E TURISMO
1 INTRODUÇÃO
Cooperação? Como atuar em rede? O que são alianças estratégicas? Vamos
conhecer o conceito, os tipos e as principais alianças entre empresas relacionadas
com turismo. As alianças são formas de cooperação entre empresas – algumas
vezes até concorrentes – para gerar alguns benefícios mútuos, principalmente
redução de custos e economia na produção.
2 REDES
Conceituando redes, Castells (1999, p. 447) diz que:
177
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
Para Lins (2000 apud DE LUCCA FILHO, 2003, p. 28), “clusters são
concentrações geográficas de empresas, pertencentes a um mesmo setor ou a
setores conexos, que, beneficiadas por atividades de apoio e pela presença de
instituições, geralmente atuam de forma especializada e complementar”.
Uma atração, por si, não faz um roteiro. São necessários vários
equipamentos encadeados, ligados uns aos outros, formando uma
cadeia, que, no turismo, pertencem a classes econômicas distintas, como
hotéis, restaurantes, lojas comerciais, artesanato, prestadores de serviços
de transportes, guias, o que caracteriza um cluster uma cadeia produtiva.
179
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
Indispensável. Empresas
Definição das políticas
Não existe. e governo alinhados nos
de ação e marco legal.
objetivos.
Estratégia para o
A longo prazo, em conjunto e
desenvolvimento. A curto prazo e
individual. Empresas e cluster
Planejamento individual.
com objetivos mundiais.
estratégico.
Educação, capacitação Algumas
Em conjunto e individual.
e cultura. individualmente.
Execução e promoção. Individual. Em conjunto e individual.
Avaliação e
Não existe. Detalhada e obrigatória.
retroalimentação.
Certificação da
Não existe. Se exige.
sustentabilidade.
Agências e articulações
Agências no exterior. Embaixada do país.
próprias do cluster.
Investigação, I+D. Individual. Em conjunto e individual.
Participação social. Não existe. Exigida e planejada.
Fomento e incentivo a
Altamente planificada e
investimentos nacionais Individuais.
articulada em todo o mundo.
e estrangeiros.
Se trabalha com metodologia
Enfoque e planejamento
Não existe. e técnicos específicos
intersetorial.
(horizontal e verticalmente).
180
TÓPICO 5 | REDES E TURISMO
- Gestão compartilhada.
- Participação mútua em custos.
- Definição de programas e produtos de promoção turística que
superem modos tradicionais de fazê-la.
- Elaboração e promoção de produtos que conjuguem sua oferta com
sua própria rentabilidade.
- Percepção de que todo projeto de desenvolvimento local/regional
desencadeia um processo de reconstrução/re-apropriação de um
determinado território, entendido este como o espaço apropriado. Este
processo implica uma nova ordenação territorial. O que se propõe é
que essa reordenação territorial seja sustentável e alavancada a partir
dos interesses coletivos da comunidade local e da região.
- Pretende-se que esse processo de nova ordenação sustentável venha
a traduzir-se num novo padrão de desenvolvimento, obedecendo
não mais à racionalidade da acumulação e do consumismo, mas
principalmente da qualidade de vida a curto, médio e longo prazo.
3 ALIANÇAS ESTRATÉGICAS
Hamel e Doz (1999, p. 23 apud DE LUCCA FILHO, 2004) conceituam
aliança como sendo “uma associação, de curta ou longa duração, entre duas ou
mais companhias que tenham interesses comuns. Em uma aliança, as empresas
cooperam em função de uma necessidade mútua e compartilham habilidades e
riscos para atingir um fim comum”.
181
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
182
TÓPICO 5 | REDES E TURISMO
183
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
184
TÓPICO 5 | REDES E TURISMO
LEITURA COMPLEMENTAR
Marie Fava
A passagem de trem é prática e pode ser flexível, perfeita para quem quer
viajar, mas ainda não tem certeza de exatamente para aonde ir (sim, é possível
decidir na hora dependendo do tipo de bilhete comprado).
185
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
Vai para o leste? Evite o trem. As estações e trilhos ainda são muito
inferiores quando comparados aos da Europa ocidental. Se gosta de emoções
fortes, faça a viagem de Praga a Budapeste, mas não assuste se alguns passageiros
apresentarem comportamento suspeito e estiverem portando garrafas de vodca
e absinto. Prefira fazer essa viagem de dia. À noite, além da “bagunça” a bordo,
há o risco de o trem ser parado diversas vezes para fiscalizações, pois o tráfico de
drogas e imigrantes ilegais é intenso.
Onde comprar?
- Espanha - Renfe
- França - SNCF
- Itália - Trenitalia
- Alemanha - Bahn
- Suíça - SBB
- Inglaterra - Raileurope (para passagens do Eurostar com origem em Londres).
A Raileurope tem ainda uma versão em português, para facilitar a vida do
brasileiro.
Viajar de trem, principalmente se for sua primeira (e talvez única) vez, pode
ser uma experiência magnífica nas primeiras horas. Apesar da modernidade e
do conforto, é praticamente impossível não chegar extremamente cansado e com
dores musculares após uma viagem de trem noturno de, por exemplo, oito horas.
186
TÓPICO 5 | REDES E TURISMO
O avião é uma boa aposta para quem tem pouco tempo de viagem e
pretende conhecer o maior número de países possível. Para isso, não deixe
para comprar o tíquete na última hora. Tenha um roteiro planejado e compre
as passagens com meses de antecedência pela internet. É possível, por exemplo,
viajar de Londres a Berlim por 9,99 euros (R$ 26 aproximadamente). Uma viagem
de Londres a Roma, em uma simulação feita pela Virgin, encontrou passagens de
ida e volta por 13 euros por pessoa.
Onde comprar?
Pegadinha
187
UNIDADE 3 | TURISMO E SUSTENTABILIDADE
FONTE: FAVA, Marie. Europa de trem ou avião? Saiba avaliar quando cada uma das possibilidades
é mais vantajosa. Disponível em: <http://turismo.ig.com.br/destinos-internacionais/2012-05-14/
pela-europa-de-trem-ou-aviao.html>. Acesso em: 20 maio 2012.
188
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico vimos:
189
AUTOATIVIDADE
190
REFERÊNCIAS
ABIH. Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. Programa hóspedes da
natureza. Disponível em: <http://www.abih.com.br\principal/hospedes_
natureza.php>. Acesso em: 22 mar. 2007.
ALMEIDA, Regina Araújo de; GUERRERO, Ana Lúcia; FIORI, Sérgio Ricardo.
Geografia e cartografia para o turismo. São Paulo: IPSIS, 2007.
191
ANDRADE, José Vicente de. Turismo: fundamentos e dimensões. São Paulo:
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