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TAVARES, Adriana de Menezes. City tour. Aleph, São Paulo. 2002.

Coleção
ABC
A importância dos roteiros turísticos torna-se especialmente significativa em ambientes urbanos de
grande porte. Nesses locais, a grande variedade da oferta turística e a sua disposição espacial de forma quase
aleatória" dificultam o consumo da cidade como produto turístico.
Para facilitar o desenvolvimento da atividade turística nas cidades, grande parte delas oferece roteiros por sua
área. Estes são mais conhecidos como city tours e contribuem para explicitar os principais atrativos existentes e
facilitar a localização dos turistas no espaço urbano.
Os city tours possuem como importante função facilitar o consumo do produto turístico, principalmente
em localidades complexas onde seus componentes estejam desarticulados.
Não se pode esquecer que o turista está deslocado de seu ambiente usual e, portanto, não possui a
desenvoltura de um morador em relação ao espaço onde se encontra.
Em decorrência de tal fato, muitos turistas sentem dificuldade em explorar a localidade visitada em toda a sua
complexidade.
Essa localidade, antes desconhecida e com seus componentes desarticulados, torna-se de fácil consumo
quando inserida nos roteiros. A visita aos principais atrativos e as informações transmitidas mostram aos turistas
aspectos específicos da comunidade visitada, da cultura, das tradições, da história, dos nomes de ruas, dos locais
de interesse, dos horários de visitação, da disposição espacial dos atrativos, oferecendo uma visão dos melhores
aspectos locais.
Em ambientes complexos, o objetivo principal do City tour é mostrar a cidade e seus principais
diferenciais ao turista, aguçando assim seu interesse para conhecer cada um dos atrativos individualmente. Nos
city tours os atrativos são organizados de forma que seja possível perceber suas características significativas no
local visitado. Como exemplo pode ser citado um roteiro de caráter histórico, que permite ao turista perceber e
entender o crescimento e a evolução da cidade que está visitando. Isso pode ser feito pela organização coerente e
cronológica das informações e das visitas a locais de relevância política, social e histórica.
Os city tours mostram o que a cidade tem de melhor para oferecer. Com a realização desses roteiros as
agências visam aumentar a permanência do turista na cidade, o que, conseqüentemente, acaba por incentivar que
este consuma mais e também que efetue maiores gastos e gere mais divisas na localidade receptora, pois muitos
desses atrativos não possuem diferencial suficiente para motivar visitas internacionais ou mesmo nacionais de
longas distâncias, mas podem tornar-se ótimas opções de lazer, uma vez que o turista já se encontre na localidade.

DIFERENTES NOMENCLATURAS E SEUS ASPECTOS OPERACIONAIS

Na prática, elaborar roteiros turísticos significa organizar as visitações da melhor forma possível de
acordo com as possibilidades técnicas, levando em consideração os interesses do turista ou grupo de turistas.
Para que o estudo do turismo seja efetuado de forma aprofundada, permitindo a integração entre teoria e
prática, é de fundamental importância que os termos e as nomenclaturas utilizados no mercado estejam de acordo
com a literatura específica e, para isso, é necessário que esses termos e conceitos sejam definidos de forma clara.
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Elaborar roteiros turísticos significa organizar da melhor forma possível seus componentes. Mas quais são seus
componentes e quais são seus aspectos operacionais específicos?
A seguir, os roteiros turísticos serão classificados segundo alguns critérios: local de elaboração, agente
organizador; organizados ou espontâneos, comercializados ou não.
O critério referente ao local de elaboração classifica os roteiros em emissivos e receptivos.
a) Roteiros emissivos - são os elaborados por operadoras, agências ou publicações do pólo
emissor atendem às expectativas gerais ou individuais dos,turistas e utilizam-se de atrativos importantes
com força suficiente para motivar as viagens. Não há muita preocupação, nesses roteiros, com os
possíveis impactos causados ou com a geração de renda na comunidade receptara. A agência tem maior
preocupação com o atendimento_ às expectativas de seus clientes do que com a preservação dos
atrativos visitados.
b) Roteiros receptivos - são os elaborados por operadoras ou agências do pólo receptor. São
pensados em relação à adaptação entre as expectativas gerais ou individuais dos turistas e às
possibilidades da oferta existente. As agências preocupam- se em melhorar a qualidade dos serviços
oferecendo diversificação dos atrativos, desde que eles mantenham seu poder de atração. Por ter origem
na própria comunidade receptora, esses roteiros atendem às expectativas dos turistas com ingredientes
de interesse, porém possuem certa preocupação com a geração de renda para seus parceiros (por
exemplo, entrada de museus e parques, consumo de alimentos e bebidas, compra de souvenires, etc.)
Em relação aos agentes organizadores, os roteiros podem ser elaborados por órgãos públicos

(como a Anhembi Turismo e a Secretaria de Esportes e Turismo . do Estado de São Paulo), pela
iniciativa privada (agências de viagens, operadoras, especialistas ligados às editoras de guias turísticos
impressos, às revistas de viagem e a programas de televisão), ou individualmente pelos próprios turistas.
Independentemente de corno foram elaborados, na prática, os roteiros podem ser efetuados por
conta própria ou por intermédio de agências e operadoras que, nesse caso, podem contar com o
acompanhamento de guias de turismo.
Praticamente todas as publicações importantes no mercado e que possuam ênfase turística, como os
Guias Fodor's, Frommer's, Ben Box Handbook, ou os nacionais Publifolha Guia "O melhor do Brasil" e Revista
Viagem, elaboram um ou mais roteiros de visitação como sugestões para seus leitores.
Esses roteiros são elaborados com base nos atrativos existentes, sua disposição espacial e o tempo de
yisitação necessário, ou melhor. indicado, para cada local.
Elaborados apenas como sugestões, esses roteiros podem ser alterados a qualquer momento pelos turistas
conforme suas conveniências e seus interesses, ou quando, em razão de algum motivo de força maior - chuva,
trânsito intenso e outros - houver dificuldades de concluí- lo. Desse modo o turista prescinde da agência de
turismo e do acompanhamento de guia, mas não da publicação ou do guia impresso.
A liberdade de escolha individual permite também maior flexibilidade no momento de elaborar os

roteiros , não existindo rigidez em relação ao tempo de permanência, ao local onde serão feitas as refeições, aos
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horários de início e término do roteiro e das visitas , de chegada e saída dos locais e, nem mesmo, se o roteiro
será cumprido integralmente como sugerido, ou somente de forma parcial.
Ao contrário dos roteiros sugeridos para práticas individuais, os roteiros comercializados devem
considerar aspectos operacionais como: horários de saída e chegada e de refeições, tempo de permanência nos
locais visitados, entre outros itens, Esses produtos turísticos comercializados não apresentam, portanto, a
flexibilidade dos roteiros efetuados por conta própria.
Esses aspectos também devem considerar as condições verificadas em relação aos funcionários
envolvidos nesse processo. Corno é possível comercializar um roteiro turístico sem pensar no horário de início e
de término que deve ser informado, previamente, aos guias, motoristas e também aos passageiros? Como
organizar todas as visitações previstas de forma a não atrasar ou inviabilizar as refeições previstas? Ou, ainda,
como propor visitas a museus e a outros atrativos sem considerar o tempo de visitação necessário e seus horários
de funcionamento?
Ao elaborar um roteiro turístico a ser comercializado deve-se levar em conta, também, que o motorista e o
guia de turismo são profissionais que precisam conhecer,com antecedência, a escala e os locais a serem visitados,
para planejar as informações a serem transmitidas, assim como o itinerário a ser percorrido, os locais de parada,
de alimentação e de estacionamento do veículo.
Para sua comercialização, deve-se pensar na elaboração de roteiros com base em motivações genéricas, já
que serão oferecidos de forma regular a um público bastante eclético. Os roteiros podem possuir motivações mais
específicas, mas é importante frisar que, no mercado, motivações mais específicas possuem procura mais
reduzida do que roteiros genéricos.
O caráter amplo dos roteiros exige que sejam feitas divisões que tomem possível aprofundar o estudo do
tema. O conhecimento da estrutura dos roteiros e da dinâmica necessária para sua elaboração também pode
contribuir para que, posteriormente, sejam organizadas políticas de desenvolvimento do setor de forma integrada.
Os roteiros turísticos possuem características diversas e a combinação de seus componentes interfere na
nomenclatura utilizada". No mercado turístico os roteiros oferecidos apresentam diferentes nomenclaturas, e esta
pesquisa identificou dez utilizadas no Brasil'? para referir-se aos roteiros turísticos:forfait, excursão(l),
excursão( 2) , pacote, city tour, by night, city tour panorâmico, city tour monumental e city tour motivacional.
Elas diferem, entre si, de forma geral, conforme características operacionais específicas. Porém, como já
mencionado, é também possível encontrar nomenclaturas idênticas para produtos diferentes, sendo utilizadas
conforme a empresa que os elaboram, agências ou operadoras 15 •
Os aspectos operacionais relativos à comercialização de roteiros turísticos, com prazo para reserva,
cálculo de custos, maleabilidade do roteiro, determinação de data de início, entre outros, estão intimamente
vinculados às características destes. Esses aspectos operacionais referentes aos pacotes de viagens diferem das
exigi das para os forfaits e excursões, e o mesmo ocorre para pacotes e city tours.
a)Forfaits - termo utilizado por agências e operadoras nacionais para roteiros que são elaborados de
acordo com as expectativas e os interesses do consumidor final- o turista. São roteiros que, embora
comercializados, levam em consideração aspectos específicos de cada turista, suas motivações, seu tempo
disponível para permanência, o número de pessoas, os focos de interesse, a qualidade desejada dos serviços, a

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disponibilidade de gastos, etc. Devem ser elaborados especificamente para cada cliente, cada destino e época de
viagem. Por esses motivos, é muito difícil vender o mesmo foifait para dois ou mais clientes diferentes.
b) Excursão (1) - são roteiros elaborados pela agência ou operadora de turismo de acordo com
expectativas médias averiguadas no público consumidor. As excursões são sempre organizadas para ser efetuadas
em grupos que, na enorme maioria dos casos, vêm a se conhecer no início da viagem. São roteiros relativamente
complexos, contando com visitações em diversas localidades. Tecnicamente, não existe período mínimo de estada
nem número mínimo de locais para visitação, mas, no mercado, são comuns excursões com mais de três dias e
mais de duas localidades importantes, além dos atrativos menores existentes no percurso. As excursões possuem
diversos componentes como: programação de lazer e de alimentação, hospedagem, roteiros menores pelas
localidades visitadas, comumente chamados de city tours, ou visitas pela cidade.
c) Excursão (2) - algumas pessoas também chamam de excursão passeios curtos de ida e volta, com
permanência de um dia ou menos para uma única localidade. Nesse caso, são em geral efetuados em ônibus
fretados e oferecidos para grupos que possuam algum tipo de contato entre si, amigos, escolas, empresas, entre
outros. Para a OMT, o termo excursionista é utilizado para designar visitantes que permaneçam por menos de 24
horas em uma localidade 18. Apesar disso, a nomenclatura excursão é utilizada usualmente no mercado turístico
com sentido bastante divergente, ou seja, para roteiros complexos e com pernoite conforme mencionado no
tópico Excursão (1).
d) Pacotes - a nomenclatura pacote de viagem é utilizada para roteiros de organização muito similares às
excursões, porém bem menos complexos. São organizados para ser efetuados em grupos. que, na maioria dos
casos, também não se conhecem. Tecnicamente não existe número máximo específico de localidades visitadas,
mas os pacotes raramente ultrapassam duas cidades visitadas. Os pacotes são em geral organizados visando
permanecer por mais tempo em uma localidade e conhecer menos locais do que nas excursões. Ao contrário
delas, os pacotes centralizam seus fluxos em cidades que possuam forte atratividade, não visitando atrativos
menores em suas proximidades. Nos pacotes aéreos, em geral, os turistas permanecem por uma semana em uma
única localidade e utilizam-se de vôos fretados, também conhecidos como vôos charters'". O pacote é composto
por um conjunto de itens relacionados e comercializados como um todo, e não se permite ao turista nenhuma
alteração de itens, como inclusão ou exclusão de noites, inversão de passeios, etc.; essa rigidez operacional
permite grande redução de custos do produto. A
elaboração e comercialização de pacotes turísticos, em virtude de seus custos bastante reduzidos, foi uma das
grandes responsáveis pela popularização do turismo interno no Brasil.
Como parte integrante dos forfaits, das excursões e dos pacotes existem roteiros menores que visam
permitir um melhor conhecimento dos locais visitados. É denominado city tour o passeio de reconhecimento
efetuado em uma cidade. São chamados também de visita à cidade ou sightseeing, porém, no Brasil, a
nomenclatura mais comum é city touro
Os city tours são normalmente elaborados e oferecidos pelas agências e operadoras de receptivo e pelos
órgãos oficiais de turismo, mas podem também ser efetuados e elaborados por conta própria ou por publicações
voltadas para o turismo. Porém, nesses casos, os passeios contam com estrutura operacional bastante
diferenciada,como já visto.

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Esse tipo de roteiro é normalmente oferecido em cidades mais populosas e desenvolvidas, cujos atrativos
estejam dispostos de forma complexa em seu território. Nesses locais uma explicação contextualizada pode
facilitar a sua apreciação. Esse passeio percorre as principais atrações da localidade, fornecendo informações
sobre o seu contexto social, econômico e cultural. Pelo fato de apresentar a cidade ao turista, permite que ele se
familiarize com o espaço local. Um city tour tem como objetivo mostrar a cidade ao turista e despertar nele a
curiosidade para, de acordo com suas preferências, conhecer melhor e explorar posteriormente os locais
visitados.Os city tours em geral não possuem motivações , muito específicas, já que são orientados para um
público bastante diversificado.
Há ainda diferenciações dos city tours, que podem ser divididos em: básico, by nights, panorâmicos,
monumentais e por motivação. Esses diversos tipos somente aparecem na programação de agências para grandes
.cidades que possuam oferta turística variada, formada por componentes de grande atratividade que permita a
elaboração de roteiros diferentes entre si.
a) Básico - são city tours que visitam os principais pontos turísticos da cidade. Em geral esse roteiro é
efetuado em veículo motorizado, carro ou ônibus, de acordo com o tamanho do grupo de turistas. Esse tipo de
city tour é genérico, não enfatizando nenhuma motivação em específico, sendo considerado um dos primeiros
produtos a serem oferecidos aos turistas. Em seu itinerário pode prever visitação a alguns dos atrativos e somente
passagem externa de outros, conforme a necessidade ou possibilidade. Mescla as caracterís ticas dos city tours
panorâmicos e monumentais. É direcionado para todos os tipos de turistas, mas sobretudo para os que têm
dificuldades em relação à locomoção na cidade em decorrência da diferença com a língua local ou à segurança.
b) By nights - são city tours efetuados à noite. Normalmente incluem os principais monumentos
iluminados da cidade e terminam a noite com parada predeterminada em um restaurante, uma casa noturna, urna
casa de shows ou um teatro. Nesse tipo de passeio o turista tem visão noturna da cidade com segurança e
conforto. Em sua quase totalidade, esses roteiros são efetuados em veículo motorizado, carro ou ônibus, de acordo
com o tamanho do grupo de turistas. O by night é urna opção de lazer segura, especialmente em áreas urbanizadas
onde as formas de entretenimento noturnas são um grande chamariz para o turismo, mas que , ao mesmo tempo,
constituem um grande risco para o turista desacompanhado. Também é direcionado para todos os tipos de turistas,
mas é sobretudo procurado por passageiros da terceira idade, ou mulheres desacompanhadas.
c) Panorâmicos - são city tours efetuados em veículos e que não prevêem paradas para visitas internas
em praticamente nenhum dos atrativos. Também esses roteiros são efetuados, em sua quase totalidade, em veículo
motorizado, carro ou ônibus, de acordo com o tamanho do grupo de turistas. Fornecem informações gerais,
permitindo que o turista tenha uma visão geral da cidade e de seu contexto histórico, social e cultural . O passeio
permite que o turista identifique e localize os principais atrativos existentes, os dias e horários de funcionamento e
mostra, também, atrativos de menor destaque que podem ser visitados posteriormente.
d) Monumentais - são passeios que percorrem os principais atrativos mais expressivos de uma cidade.
Esse tipo de city tour, normalmente, seleciona um número menor de atrativos e prevê, em sua organização, a
parada para visitação interna à maioria deles. Em virtude da freqüente distância entre os atrativos, esses roteiros
são efetuados, em sua quase totalidade, em veículo motorizado,carro ou ônibus, de acordo com o tamanho do

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grupo de turistas. Embora também forneça informações gerais sobre a cidade, esse passeio está mais vinculado
aos atrativos de hierarquias
superiores e não tem como intenção identificar atrativos de menor destaque, como acontece no city tour
panorâmico.
e) Motivacional - são city tours direcionados para públicos com interesses específicos e não para o
público em geral. Diferentemente dos demais tipos de city tours, esses roteiros podem ser efetuados em veículo
motorizado, carro ou ônibus, de acordo com o tamanho do grupo de turistas, ou a pé. Os atrativos são
selecionados por possuírem características similares, e os roteiros podem ser históricos, estes com a intenção de
mostrar a evolução ou enfatizar certo momento histórico da localidade visitada; culturais, que têm como intenção
mostrar aspectos culturais do local permitindo visitas a museus, galerias, edifícios históricos; roteiros de compras,
que incluem visitas aos principais centros de compras, às ruas comerciais e aos shoppings centers; e outros.
Os city tours oferecidos pelas agências de viagens dividem-se em passeios de meio dia que têm duração
média de três a quatro horas, e passeios de um dia com duração de seis a oito horas.
A elaboração de city tours para comercialização necessita de algumas verificações específicas, de acordo
com a natureza do passeio, para que este transcorra com tranqüilidade. Assim como o profissional que elabora o
city tour deve ter a já mencionada ampla formação humanística, o guia local acompanhante também deve ter
formação adequada para garantir a boa execução do passeio.
O guia é o principal contato entre a empresa prestadora,de serviços e o turista. É o encarregado de
fornecer todas as informações pertinentes ao passeio. As informações de base histórica devem ser sólidas, mas
precisam, de acordo com as características de cada grupo, ser intercaladas com anedotas e curiosidades de
forma a tomar o passeio um entretenimento interessante e divertido qualquer que seja a ênfase do city
touro
Para iniciar a elaboração de um city tour, convém fazer um levantamento dos atrativos que
possam despertar maior interesse do público em geral. Após detectar e localizar os diversos pontos de
interesse existentes,porém antes de ordenar a visitação, algumas questões devem ser analisadas:
Localização espacial dos atrativos - os atrativos que estiverem localizados de forma muito
dispersa pela cidade possivelmente serão descartados, a não ser que possuam grande destaque na cidade
visitada, o que justificaria um desvio no caminho. A distância entre os atrativos e a distância a ser
percorrida são dados que influenciam principalmente a elaboração de custos (combustível, aluguel de
veículos para transporte, bem corno seu desgaste, etc.) do city tour, e também, a análise do tempo gasto
para percorrê-la. A distância entre os atrativos visitados é, certamente, um importante fator a ser
considerado. Na maioria das vezes os atrativos, principalmente históricos/culturais (como edifícios,
monumentos, marcos, entre outros), encontram-se dispersos conforme a formação histórica da cidade,
não seguindo uma ordem cronológica, de interesse ou de importância, estando em locais onde, na época
de sua construção, houve interesse ou necessidade daquele edifício ou monumento. No caso de existirem
dois atrativos muito interessantes, porém que estejam muito distantes entre si, convém inserir um ou
outro atrativo no trajeto entre os dois.
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Percurso - algumas ruas e avenidas não permitem o tráfego de ônibus" por serem muito estreitas,
íngremes, sem saída e por não possuírem espaço suficiente para manobras; não permitem ainda a parada
e o estacionamento de veículos. Além disso, túneis e pontes muito baixos podem impedir o acesso de
ônibus. A elaboração de um city tour deve considerar os impedimentos em relação ao acesso do meio de
transporte. Caso o passeio esteja sendo feito a pé, é necessário verificar o percurso para não incluir a visitação a
um atrativo que se encontre em locais de difícil acesso a pé, devido às avenidas com trânsito intenso e à falta de
local para travessia, como é o caso do Obelisco e do Monumento às Bandeiras, ambos no Parque do Ibirapuera,
na cidade de São Paulo. Também deve-se evitar passar por locais que estejam com o entorno muito degradado,
como a presença de favelas, mendigos, muros pichados, entre outros.
Condições de trânsito - as condições de trânsito são de fundamental importância na definição dos
atrativos que serão ou não incluídos no roteiro. Avenidas constantemente congestionadas e áreas inundáveis
devem ser evitadas. As condições de trânsito não podem ser totalmente previstas, mas a ocorrênc ia normalmente
observada é importante na definição e previsão de horários de saída e chegada, bem como nos horários
intermediários e no tempo de visitação previstos para cada atrativo.
Horários - cada atrativo possui normas para sua visitação. Convém conhecer previamente os dias e
horários de visitação para organizar o city tour. Deve-se levar o turista somente em horários adequados e não
muito próximos ao seu fechamento,o que permitirá margem de erro em caso de atrasos e garantirá a visitação ao
atrativo. não se deve deixar a visita a um mirante para fotos como o último ponto de visitação em um city tour de
dia todo, pois em caso de ocorrer algum atraso no itinerário, corre-se o risco de chegar ao local ao cair da noite, o
que poderá impedir as tão esperadas fotos. É importante também conhecer o tempo de visitação necessário para
cada local, pois isso definirá os pontos de interesse que serão percorridos, visitados, bem como a ordem de
visitação e os horários de saída e chegada, e paradas para almoço e descanso.
Para elaborar um city tour, além dos aspectos operacionais mencionados, é necessário conhecer bem o
local a ser visitado e, antes, estudar e analisar outros aspectos como os históricos, culturais, artísticos, folclóricos
ou sociais. Dessa forma, torna-se possível organizar a visitação aos pontos da cidade de modo que possam ser
compreendidos em seu contexto, no aspecto que se quiser enfatizar ao turista.

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