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Vários estudos elaborados ao longo dos últimos anos sobre o turismo determinaram diversas
definições, mas segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT):
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• Estas atividades implicam a viagem e, normalmente, algum meio de transporte para o
destino;
• O destino é o espaço de concentração das facilidades que suportam aquelas
atividades.
A definição de turista ou de turismo não tem sido tarefa fácil nem pacífica em virtude da
dificuldade em enquadrar no mesmo conceito realidades, por vezes, muito distintas, mas com
pontos comuns inseparáveis e gerando fenómenos semelhantes, mas nem sempre produzindo
resultados iguais.
Surge aqui uma distinção importante. A distinção entre visitante e turista, que habitualmente
se confundem, mas que têm uma diferença essencial.
Os visitantes são todos os que chegam às fronteiras e, por isso, é habitual falar em
«chegadas», mas só são turistas os que permanecem mais de 24 horas.
A diferença entre eles não é meramente estatística: os excursionistas, que adicionados aos
turistas constituem o grupo de visitantes, não se utilizam dos alojamentos e limitam as suas
visitas à proximidade das fronteiras.
( os visitantes =excursionistas + turistas)
Pela definição das Nações Unidas, que é a normalmente seguida internacionalmente,
verifica-se facilmente que ela comporta os seguintes elementos na definição de turista:
● A deslocação de uma pessoa de um país para outro diferente daquele em que tem a
residência habitual;
● Um motivo ou uma razão de viagem que não implique o exercício de uma profissão
remunerada;
● Uma permanência no país visitado superior a 24 horas;
● A adoção do conceito de residência por contraposição ao da nacionalidade.
Chegados a este ponto é possível assentar nos seguintes conceitos de acordo com a
definição da ONU:
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● Visitante – Pessoa que se desloca temporariamente para fora da sua residência
habitual, quer seja no seu próprio país ou no estrangeiro, por uma razão que não seja a
de aí exercer uma profissão remunerada.
● Turista - Visitante temporário que permanece no local visitado mais de 24 horas.
● Excursionista - Visitante temporário que permanece menos de 24 horas fora da sua
residência habitual.
Existem várias classificações do turismo que se podem fazer tomando como base as suas
causas e influências e atendendo aos fatores que interferem nas deslocações de pessoas, tais
como a sua origem, os meios de transporte utilizados, o grau de liberdade administrativa, a
época da deslocação, etc..
As três formas básicas podem ser combinadas de vários modos, resultando dessas
combinações as seguintes categorias de turismo:
• Turismo interior abrange o turismo realizado dentro das fronteiras de um país e
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compreende o turismo doméstico e o recetor;
• Turismo nacional refere-se aos movimentos dos residentes de um dado país e
compreende o turismo doméstico e o turismo emissor;
• Turismo internacional por abranger unicamente as deslocações que obrigam a
atravessar uma fronteira, consiste no turismo recetor e emissor.
Nota: os movimentos turísticos no interior de cada país são, regra geral, de dimensão
superior aos fluxos internacionais.
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A capacidade de atração e retenção de uma região depende de muitos fatores, por
exemplo:
- condições naturais existentes (paisagem, fauna, flora, praias, termas, neve, …),
- investimentos realizados (infraestruturas, alojamento, animação, parques de atração, …
- capacidade criativa (demonstrações culturais, informações sobre a zona, organização de
atividades para entretenimento e ocupação de tempos livres).
As saídas de residentes desse país têm um efeito passivo sobre a balança por provocarem
uma saída de divisas.
Divide-se em:
● Turismo de Exportação – Venda de bens e serviços turísticos a turistas estrangeiros
(entrada de divisas externas).
● Turismo de Importação – Os turistas saem para o estrangeiro e levam para lá
dinheiro nacional. ( saída de divisas).
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4 . Segundo a organização da viagem
O turismo, interno ou internacional, de acordo com a forma como é organizada a viagem, pode
ser dividido em turismo individual e turismo coletivo ou de grupo.
● Turismo Individual realiza-se quando alguém faz uma viagem cujo programa é fixado
pelo viajante, podendo modificá-lo livremente, com ou sem intervenção de uma
entidade distribuidora de viagens.
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Elementos do turismo coletivo:
● organização prévia;
● oferta de um conjunto de prestações;
● preço fixo.
O turismo começou por ser fundamentalmente individual, mas, sobretudo a partir da década de
sessenta (século XX), com o aparecimento dos voos fretados (charter flights), o acesso às
viagens pela generalidade das populações e a intervenção de organizações empresariais de
grande dimensão, as viagens organizadas passaram a ganhar cada vez maior importância.
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● Turismo Aéreo – avião;
Turismo dirigido – se existir regulamentação que limite a liberdade de deslocação dos turistas
As abordagens sobre o turismo podem ser muito diversas, como por exemplo:
a. Meio de fuga da rotina diária e ocupação de tempos livres, tempo de lazer e de recreio;
b. Fator de ocupação de espaço com implicações sociais, culturais e ambientais;
c. Forma de gerar riqueza, aumentando oportunidades de emprego.
De uma forma simples, pode-se dizer que a atividade turística é um fenómeno que começa
na deslocação de pessoas, com consequências ambientais, sociais, culturais e
económicas.
Deste modo, é necessário fazer-se uma abordagem a todas estas componentes através de
uma visão do turismo enquanto sistema.
Noção de Sistema
Sistema é o conjunto de elementos inter-relacionados, coordenados de forma unificada e
organizada, para alcançar determinados objetivos.
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Existe num sistema uma forte relação entre os seus vários elementos, de forma que a
modificação de um elemento trará implicações a nível geral.
Sistema Turístico
O Sistema Turístico é uma atividade formada por um conjunto de elementos que
estabelecem conexões interdependentes entre si de carácter funcional e espacial , como
por exemplo as zonas de proveniência dos visitantes (emissoras), as zonas de destino
(recetoras), as rotas de trânsito e todas as atividades que produzem os bens e serviços
turísticos .
Este conjunto é constituído por vários elementos que formam as estruturas internas do sistema
(subsistemas).
As zonas emissoras causam os fluxos turísticos, que são constituídos por pessoas que, nas
suas deslocações são influenciados por diversos fatores: rendimentos, condições de vida,
tempo livre, nível cultural, categoria social, etc.
Entre zonas emissoras e recetoras, os fluxos turísticos criam ligações, pela utilização de
transportes e estabelecimentos de restauração e de alojamento por parte dos turistas. Nas
regiões que os recebem, os turistas provocam também impactos de natureza sociocultural,
ambiental e económica .
A emissão e receção de turistas são o resultado das relações entre os elementos que
constituem os sistemas emissores e recetores que formam subsistemas do turismo.
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- Humano, espacial e temporal;
- Aberto, que recebe influências de outros sistemas (ex. sistemas
económico e educacional)
- Caracterizado por conflitos e cooperações internas e externas;
- Composto por vários subsistemas;
- Com perda de controlo e coordenação em vários dos seus elementos
constitutivos.
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2. Tipos de Turismo
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2.1. Turismo de Recreio
Praticado pelas pessoas que viajam para “mudar de ares”, por curiosidade, ver coisas novas,
desfrutar de novas paisagens, das atrações que oferecem os destinos turísticos.
Este tipo de turismo é peculiarmente heterogéneo porque a simples noção de prazer muda
conforme os desejos, o cunho, o carácter ou o meio em que cada pessoa vive.
Alguns autores estabelecem uma diferença entre «turismo cultural» e «turismo histórico»,
reservando o primeiro para as relações das pessoas com os estilos de vida old style e, o
segundo, para as atrações provocadas pelas “glórias do passado”.
Estas deslocações são justificadas pela participação num evento desportivo. A motivação pode
ser ativa (participar num evento) ou passiva (assistir ao evento), mediante a atuação do turista.
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Atualmente, a preferência pelas férias ativas assume uma importância crescente, o que obriga
a que os centros turísticos se equipem com meios adequados à prática desportiva.
Este tipo de turismo assume um elevado significado para os destinos visitados na medida em
que, por norma, as viagens são organizadas fora das épocas de férias, chamada época alta, e
pagas pela empresa, ou pela instituição a que os viajantes pertencem. Estes turistas possuem
elevado poder de compra, o que torna este tipo de turismo muito benéfico para a economia das
empresas turística e para os destinos.
Viagens realizadas para visitar amigos, familiares e organizações, para participar na vida em
comum com as populações locais, as viagens realizadas por razões de prestígio social.
Alguns autores defendem a inclusão das visitas que os emigrantes fazem ao país de origem e
outros as viagens que têm por fim observar as expressões culturais ou modos de vida dos
“povos exóticos”, incluindo as visitas às casas dos nativos, observação de danças e cerimónias
bem como a possibilidade de assistir aos rituais religiosos ou culturais.
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3. O Turismo no Mundo
Embora o turismo, tal como o definimos atualmente se tenha iniciado na segunda metade do
século XIX, constitui um fenómeno típico do século XX, especialmente se o considerarmos
como atividade económica e social.
Considera-se ainda que o desejo de conhecer outros povos e estabelecer relações com outras
civilizações foi sempre uma constante na história do Homem, por motivos religiosos, políticos,
comerciais, de expansão territorial ou simples curiosidade, assim, a história do Homem está
profundamente ligada às deslocações e às viagens.
As viagens eram, até esta época, difíceis e arriscadas, uma vez que as estradas se
encontravam em mau estado, os meios de transporte eram inadequados e existiam muitos
perigos, nomeadamente de cruzadas.
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As atividades comerciais na Idade Média eram constituídas em sua grande maioria pelas
feiras, que formavam verdadeira espécie de comércio internacional. Além do comércio, traziam
junto de si a cultura e política dos povos, tanto europeus como do Oriente.
Durante todo o século XIII e XIV, o que chamava a atenção dos habitantes eram os eventos,
visto que, no período de realização dos mesmos, as estalagens, pousadas e outros meios de
hospedagem ficavam lotados, gerando grande movimentação económica. Muitos, sem
interesse de realizar comércio, aproveitavam as feiras para passeio e como forma de
descontração.
A partir de meados do século XVIII, produzem-se grandes mudanças, tanto do ponto de vista
tecnológico, como do económico, social e cultural que introduzem alterações significativas no
sector das viagens. É nesta época que se popularizam as viagens de recreio como forma de
aumentar os conhecimentos, procurar novos encontros e experiências.
Na segunda metade do século XVIII, algumas pessoas viajava por toda a Europa e realizavam
estadas de longa duração. Os diplomatas, estudantes e membros das famílias ricas inglesas
faziam a Grand Tour, viajando por Paris, Florença, Roma, Veneza, Alemanha, Suíça e
mediterrâneo.
Com a Grand Tour, nasce o conceito de turismo e, pela primeira vez, começam a designar-se
as pessoas que viajam por turistas, embora não se desenvolvesse da forma como o turismo é
conhecido atualmente.
Nesta altura, multiplicam-se os guias turísticos que fornecem informações e conselhos aos
viajantes. O vasto movimento dos ingleses para o continente europeu começou a influenciar o
desenvolvimento dos transportes, da hotelaria e da restauração.
Ainda no século XVIII ocorreu a “revolução termal”, quando a medicina comprova o valor da
água para a saúde. Nessa época houve uma intensa codificação de toda atividade lúdica e de
recreação. Os jogos de sorte e azar ganham espaço cada vez maior na sociedade,
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conseguindo, por fim, apoio estatal ao ter a sua legalização. Com a legalidade dos jogos de
fortuna e azar nascem os casinos.
Em 1841, nasce o turismo organizado com Thomas Cook. As suas iniciativas de criar viagens
organizadas marcaram uma das mais importantes etapas na história do turismo e estão na
origem do turismo moderno. Atualmente, a agência por ele criada continua a ser uma das
maiores organizações turísticas do mundo.
Ao longo do século XIX, diversas foram as viagens realizadas, sempre em busca de cultura e
recreio, e os europeus passaram a visitar novos destinos. Observa-se, neste período, um
suave processo de democratização do turismo, ou seja, as viagens tornaram-se mais
acessíveis para o segmento da classe média da população.
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O tempo de trabalho diminui e alcança-se o direito ao repouso semanal, pelo que o conceito
de lazer surge como uma nova noção.
Entretanto, o avião e o automóvel fazem a sua entrada no mundo das viagens, embora de
utilização reservada às elites. Estavam, assim, criadas as condições para a universalização do
turismo e para o seu crescimento como atividade económica. Surgem, também, as primeiras
estruturas de turismo.
Contudo, a II Grande Guerra representou nova estagnação para o turismo mundial. Toda a
atividade turística foi paralisada em função da guerra, uma vez que a Europa, o maior centro do
turismo até então, era o palco principal das hostilidades.
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Os poderes públicos passaram a compreender o turismo não apenas numa perspetiva
económica, mas especialmente numa perspetiva social, política, ecológica, cultural e educativa.
Isto é, passa a ser entendido como uma forma de responder às necessidades humanas e
encetaram políticas de desenvolvimento de equipamentos e promoção do turismo dos
nacionais no interior dos seus territórios.
Foi assim que na segunda metade do século XX, a atividade turística se expandiu pelo mundo
inteiro e o número de agências de viagens aumentou consideravelmente.
O turismo na atualidade
A análise da evolução da procura turística, avaliada pela chegada de turistas e todos os países
do mundo e pelos respetivos gastos (receitas turísticas), permite destacar a conclusão de que
se tem registado um crescimento contínuo desde 1950.
A procura turística internacional não se reparte igualmente por todas as zonas do mundo.
Algumas revelam grande capacidade de atração dos fluxos turísticos enquanto que outras têm
uma fraca participação nessas correntes.
A evolução registada nos últimos anos revela alterações significativas da procura turística que
podem sintetizar-se do seguinte modo:
a. Planetarização – Até à década de 60 o turismo era um fenómeno tipicamente
europeu e norte-americano, mas nos últimos anos transformou-se a um fenómeno
universal;
b. Menor concentração – A procura turística tem-se orientado para destinos diferentes
do passado, tendo-se alterado e diversificados os principais destinos;
c. Direção: A procura turística começou por ser direcionada de Norte para o Sul da
Europa em busca de sol e mar, e do ocidente (América do Norte) para o oriente
(Europa), mas na atualidade, reparte-se por todas as direções. A geografia da
procura turística alterou-se profundamente deixando de ter um sentido preciso.
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De acordo com o plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT), podemos identificar as
seguintes tendências de evolução da procura, que irão acentuar-se nos próximos anos:
Aumento dos gastos com a estadia e redução dos gastos com a viagem
● No que diz respeito à composição da despesa dos turistas, prevê-se que se mantenha a
tendência observada nos últimos anos de crescimento da despesa com a estadia em
detrimento da despesa com a viagem.
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motivações de viagem. Neste contexto, é cada vez mais importante a oferta de um
conjunto alargado de produtos que dê resposta a uma procura diversificada.
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4. Os Impactos do Turismo
4.1. Impactos Económicos
Estas receitas podem ser realizadas em moeda forte, universalmente aceite e sem restrição de
câmbios ou em moeda fraca a qual por vezes é objeto de transferências condicionadas, não
contando com aceitação universal.
Em alguns países, onde o Turismo tem um peso considerável como rendimento do Estado não
se efetuam contribuições diretas. Empresas e trabalhadores não são sujeitos a impostos. As
receitas são geradas de forma indireta através de taxas sobre bens e serviços.
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● Indireto é o caso do referido hotel poder socorrer-se de outras empresas que explorem o
sector da lavandaria ou dos transportes (táxis) o que representará a criação de postos
de trabalho de forma indireta.
O Turismo é, sem dúvida, um agente de mudança, o que também se aplica aos aspetos
socioculturais.
Os turistas permanecem no país recetor por pouco tempo trazem consigo os seus valores e
expectativas.
Os turistas, sobretudo os que praticam um turismo de massas, viajam protegidos por uma
“bolha ecológica” – uma infraestrutura de facilidades baseada em standards europeus que são
criados até nos países mais pobres, que recria o meio ambiente e os costumes do país de
origem. Em muitos países estes turistas não demonstram sensibilidade para com os habitantes
locais, nem para com a sua cultura. Ofendem sem disso ter consciência.
Qualquer país que recebe grande número de turistas acaba por se confrontar com uma reação
a esta situação.
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● Esperança por parte dos residentes de atingir o nível de vida dos visitantes;
● Mudanças no campo político, religioso e moral;
● Aumento da delinquência por aumentarem também as oportunidades para exercer
essas atividades;
Um dos fatores chave na relação residente / visitante pode ser o volume. Com o aumento do
volume de turistas (conceito desenvolvido por Doxey) à medida que os visitantes aumentam, as
comunidades poderão atingir um ponto a partir do qual a irritação aumenta.
Vejamos, então, de uma forma mais desenvolvida algumas das consequências sociais e
culturais que o Turismo poderá acarretar:
Impactos Sociais
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Crime:
Neste caso também se podem encontrar argumentos explicativos de uma possível ligação
entre o Turismo e o Crime.
1. A densidade da população durante a época alta;
2. A localização da estância em relação à fronteira internacional;
3. O rendimento per capita dos residentes e dos turistas apresentar grandes diferença o
que encoraja o roubo;
Jogo:
A legalização do Jogo e a sua regulamentação foi feita com os seguintes objetivos:
● Gerar atividade turística;
● Gerar emprego e ativar a economia local;
● Aumentar as fontes de rendimento, através dos impostos lançados sobre esta atividade
e das condições em que se fazia a concessão de exploração.
Apesar das objeções levantadas pela polícia local, pelas organizações religiosas e outros
grupos de pressão locais afirmando que esta nova situação atrairia as organizações criminosas
tipo Máfia, prostituição e violência.
Religião:
As peregrinações foram as viagens mais realizadas pelos homens desde a Antiguidade. As
peregrinações aos grandes templos egípcios e gregos foram relatadas pelos contemporâneos.
Mais recentemente tornaram-se famosas as viagens realizadas pelos muçulmanos a Meca e
Medina, pelos cristãos a Roma, Fátima, Lurdes e Santiago de Compostela.
Os fiéis das grandes religiões ressentem-se, porém, das visitas realizadas pelos não crentes,
pelos turistas provenientes de espaços culturais e religiosos diferentes, acusando-os de
desvirtuarem a componente religiosa do local.
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O Conselho Mundial das Igrejas em 1970 propôs que para obviar a violência dos impactos se
adotassem as seguintes medidas:
1. Educação da população local do país recetor. Incluiria uma reorientação das atitudes
para que desempenhassem o seu papel de forma responsável;
2. As igrejas e os países recetores devem manter relações que levem os visitantes a dividir
com os locais as ansiedades e problemas pessoais de forma amigável;
3. Assegurar aos turistas renovadas experiências como seres humanos, promover a
perceção das coisas menos percetíveis e promover uma renovação do pensamento
religioso.
Língua:
A língua é um instrumento de comunicação e parte dos atributos sociais e culturais de qualquer
povo.
Podemos avaliar os impactos do Turismo, neste domínio, tentando avaliar as relações entre o
crescimento turístico e as mudanças linguísticas ocorridas. Estas podem ocorrer pelos
seguintes motivos:
Através do “demonstration effect” – os residentes são muitas vezes levados pelos turistas a
interessarem-se por assuntos que ultrapassam os seus problemas locais. Aspirações de atingir
um estatuto idêntico aos turistas pode levar os residentes a adotarem a língua ou alguns
termos utilizados pelos visitantes.
Através do contacto social direto – este tipo de influência exige comunicação direta o que
ocorre sobretudo com os trabalhadores ligados a serviços com relação direta ou indireta com o
Turismo. Estes têm por vezes tendência para abandonar a sua língua materna e adotar a dos
turistas.
Saúde:
1. O desejo de melhorar a estada física, mantendo assim a saúde é uma motivação
importante para a prática do Turismo;
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2. A qualidade da saúde pública do país recetor melhora e enriquece o produto turístico;
3. As doenças podem ser contraídas pelos turistas num local e transportado para outro, por
vezes para o país de origem.
Impactos culturais
As mudanças culturais são induzidas por fatores internos e externos à cultura. A mudança
cultural, que ocorreria mesmo na ausência do Turismo é resultado das seguintes relações:
● A modificação do nicho ecológico ocupado pela sociedade;
● O contacto entre duas sociedades com culturas diferentes;
● A evolução da mesma sociedade;
As mudanças culturais introduzidas pelo Turismo ligam-se com a segunda razão de mudança,
ou seja, o contacto entre duas sociedades com culturas diferentes. Os intercâmbios culturais
entre turistas e comunidade recetora contribuem para promover a compreensão mútua.
O tipo de turistas
A tipologia de turistas de Cohen e de Plog, mais uma vez, ilustram a forma como decorre as
relações. Os alocêntricos (Plog) e drifter’s e explorer’s desenvolvem relações mutuamente
enriquecedoras. A forma como este tipo de turistas encaram a comunidade tentando
conhecê-la e participar da sua vida é gratificante para ambas as partes.
Psicocêntricos e “organised and individual man tourists” confinam o seu itinerário ao proposto
pelo Tour Operator e mantêm-se no seu ghetto onde tudo é familiar. Os contactos são formais
reduzidos à prestação de serviços e os próprios espetáculos culturais (música, dança) são
feitos para turistas, tal como o artesanato.
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A duração da estada, o tempo de contacto entre os dois grupos, o espaço físico e social
partilhado, a compatibilidade e o desejo de ambos os grupos de dividir os seus valores,
atitudes e experiências.
Arte Popular:
Os antropólogos estão de acordo ao atribuir a mudança nas formas de arte tradicionais a três
razões fundamentais:
● Desaparecimento dos artesãos, dos modelos e das técnicas particularmente aqueles
que executavam peças com significado religioso e mítico;
● Crescimento da degeneração. Desenvolve-se um tipo de artefactos sem qualidade,
produzidos em massa;
● Por vezes a esta fase segue-se outra de regeneração com o aparecimento de artesãos
de talento que reintroduzem modelos tradicionais e de grande significado para a
comunidade como resposta e reação à fase anterior.
Gastronomia:
A cozinha tradicional das regiões recetoras tem sido secundarizada a favor da cozinha
internacional, embora nos últimos tempos os turistas tendam a desejar experimentar os pratos
locais. Mais uma vez isto também se prende com o tipo de turistas que visita determinada
região.
Arquitetura:
A Arquitetura utilizada em grande número de estâncias é idêntica em qualquer parte do mundo
e inspira-se em modelos internacionais criados pela civilização ocidental em meados do século,
sendo em muitos casos imitações desvirtuadas desses modelos de modernismo ou mais
recentemente do pós-modernismo.
Vestuário:
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A forma dos turistas se vestirem é por vezes considerada pouco respeitosa pela comunidade
recetora, sobretudo quando aqueles visitam lugares que a comunidade considera sagrados (ex:
proibições da Catedral de Sevilha).
O Turismo também teve um papel importante na reintrodução dos trajes típicos das regiões
recetoras. Os espetáculos para turistas ajudaram a manter esses elementos da cultura
tradicional.
Quanto mais curta é a visita, maiores são as distorções. A expropriação da cultura local e a
exploração das populações locais representando ou retratando a sua cultura é um fenómeno
mundial.
O Turismo como outras atividades humanas, executadas em larga escala, podem ter
consequências adversas para a terra, a vegetação e a vida animal nos locais onde ocorrem.
Os problemas ambientais são agora temas centrais do planeamento, muito poucos projetos
são analisados, sem um estudo de impactos ambientais. A qualidade do meio ambiente é um
assunto central do desenvolvimento turístico pois o turismo depende de forma dramática
daquele. Existe uma longa lista de danos ambientais causados pelos motivos mais
diversificados que adiante se analisam.
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