Você está na página 1de 38

I.

O TURISMO: ASPECTOS CONCEPTUAIS


1.1. Conceitos de Turismo

 ALGUMAS DEFINIÇÕES DE TURISMO

 É o conjunto de relações e fenómenos originados pela


deslocação e permanência de pessoas fora do seu local
habitual de residência, desde que tais deslocações e
permanências não sejam utilizadas para o exercício de uma
actividade lucrativa principal

Association Internationale des Experts Scientifiques du Tourisme (AIEST)

1
I. O TURISMO: ASPECTOS CONCEPTUAIS
1.1. Conceitos de Turismo
 ALGUMAS DEFINIÇÕES DE TURISMO

 O turismo compreende as actividades desenvolvidas pelas


pessoas ao longo de viagens e estadas em locais situados
fora do seu enquadramento habitual, por um período
consecutivo que não ultrapasse um ano, para fins
recreativos, de negócios, ou outros.

Organização Mundial do Turismo / World Tourism Organization (OMT


/WTO), 1991.
Definição também adoptada pela ONU.

2
I. O TURISMO: ASPECTOS CONCEPTUAIS
1.1. Conceitos de Turismo

 O QUE É O TURISMO?

 Um dos mais relevantes sectores da actividade


económica

 Contribui para a criação de riqueza e melhoria do


bem estar dos cidadãos

3
I. O TURISMO: ASPECTOS CONCEPTUAIS
1.1. Conceitos de Turismo
 criação de produção e emprego

 investimento e inovação (promoção)

 estimula o desenvolvimento de infra-estruturas colectivas

 favorece a preservação do ambiente

 favorece a recuperação do património histórico e cultural

 favorece o desenvolvimento regional

 satisfaz necessidades dos indivíduos

4
I. O TURISMO: ASPECTOS CONCEPTUAIS
1.1. Conceitos de Turismo
 A actual dimensão mundial do turismo, como actividade
económica, é impressionante. De acordo com o World Travel
& Tourism Council (WTTC), em 1999, o turismo e viagens
representaram :

 11,7% da economia mundial

 10,9% do consumo mundial

 11,7% do investimento total

 10,5% do emprego global

5
I. O TURISMO: ASPECTOS
CONCEPTUAIS
1.1. Conceitos de Turismo

 Características fundamentais do Turismo:

Deslocação
Deslocação

Permanência
Permanênciapouco
poucoprolongada
prolongada

 Deslocação
Deslocação ee permanência
permanência não
não utilizadas
utilizadas para
para
actividade
actividadelucrativa
lucrativaprincipal
principal

6
I. O TURISMO: ASPECTOS
CONCEPTUAIS
1.1. Conceitos de Turismo

Definições da Organização Mundial do Turismo (OMT)

 Visitante

 Turista

 Excursionista

7
I. O TURISMO: ASPECTOS
CONCEPTUAIS
1.1. Conceitos de Turismo
Definições da Organização Mundial do Turismo (OMT)

VISITANTE
Todoaquele
Todo aqueleque
quesesedesloca
deslocatemporariamente
temporariamenteparapara
fora da
fora da sua
sua residência
residência habitual,
habitual, quer
quer seja
seja no
no seu
seu
própriopaís
próprio paísou
ouno
noestrangeiro,
estrangeiro,por
poruma
umarazão
razãoque
que
não seja
não seja aa dede aíaí exercer
exercer umauma profissão
profissão
remunerada
remunerada

8
I. O TURISMO: ASPECTOS
CONCEPTUAIS
1.1. Conceitos de Turismo

Definições da Organização Mundial do Turismo (OMT)

TURISTA

Visitante temporário
Visitante temporário que
que permanece
permanece no
no local
local
visitadomais
visitado maisde
de24
24horas
horas

9
I. O TURISMO: ASPECTOS
CONCEPTUAIS

Definições da Organização Mundial do


Turismo (OMT)

EXCURSIONISTA

Visitante temporário
Visitante temporário que
que permanece
permanece no
no local
local visitado,
visitado,
forada
fora daresidência
residênciahabitual,
habitual,menos
menosde
de24
24horas
horas

10
CLASSIFICAÇÕES E TIPOS DE
TURISMO
Atendendo às suas causas, influências e factores que intervêm nas deslocações
das pessoas.

Segundo a origem dos visitantes


 Turismo doméstico ou interno
deslocações dos residentes de um país , viajando apenas dentro do próprio
país
 Turismo receptor (inbound tourism)
abrange as visitas a um país por não residentes
 Turismo emissor (outbound tourism)
visitas de residentes de um país a outro país

11
CLASSIFICAÇÕES E TIPOS DE TURISMO
Estas três formas básicas podem ser combinadas de
vários modos:
 Turismo interior
turismo realizado dentro das fronteiras de um país e
compreende o turismo doméstico e o receptor
 Turismo nacional
movimento dos residentes de um dado país e
compreende o turismo doméstico e o turismo emissor
 Turismo internacional
abrange unicamente as deslocações que obrigam a
atravessar uma fronteira e compreende o turismo
receptor e emissor

12
CLASSIFICAÇÕES E TIPOS DE TURISMO

Segundo a organização da viagem

 Turismo individual
 Turismo de grupo

13
TURISMO DE MASSAS E
TURISMO DE MINORIAS:
A QUALIDADE NO TURISMO

O turismo hoje é uma actividade popular e


massificada:

- Incremento do rendimento individual / férias pagas


- Aumento da escolaridade e cultura
- Desenvolvimento das ideologias liberais
- Desenvolvimento tecnológico
- Aumento do peso da classe média
- Esbatimento das diferenças sociais e culturais

14
TURISMO DE MASSAS E
TURISMO DE MINORIAS:
A QUALIDADE NO TURISMO

As diferentes motivações e os diferentes


comportamentos permitem distinguir Turismo
de massas e Turismo de minorias

Turismo
Turismode deminorias
minorias// turismo
turismoalternativo
alternativo
Turismo
Turismorealizado
realizadoporporpequenos
pequenosgrupos
gruposouou
indivíduos
indivíduos// famílias
famíliasisoladas,
isoladas, caracterizado
caracterizadopor
porum
um
princípio
princípiode
deselecção
selecçãoeconómica
económicae/ou
e/oucultural.
cultural.

15
TURISMO DE MASSAS E
TURISMO DE MINORIAS:
A QUALIDADE NO TURISMO

Turismo
Turismo de
de massas
massas

Turismo
Turismo realizado
realizado pelas
pelas pessoas
pessoas dede menor
menor nível
nível
de
de rendimentos,
rendimentos, viajando
viajando em
em grupos,
grupos, com
com gastos
gastos
reduzidos
reduzidoseepermanência
permanênciade decurta
curtaduração.
duração.

16
TURISMO DE MASSAS E
TURISMO DE MINORIAS:
A QUALIDADE NO TURISMO

Consequências e impactos do crescente grau de


massificação do turismo :

 intensificação da utilização das infra-estruturas e


equipamentos turísticos
 excessiva utilização dos espaços  destruição
 perversão da calma e repouso
 degradação dos monumentos e centros históricos
 destruição do património natural mais sensível

17
TURISMO DE MASSAS E
TURISMO DE MINORIAS:
A QUALIDADE NO TURISMO

Outras características do turismo de massas:

- os motivos prendem-se com a necessidade de evasão e


com o efeito de imitação
- época de férias em Julho e Agosto
- alojamento em estabelecimentos hoteleiros de menor
categoria e em meios complementares de alojamento :
parques de campismo, quartos particulares ...
- orientado para os centros de maior concentração
turística

18
TURISMO DE QUALIDADE
VERSUS QUALIDADE DO
TURISMO

 QUALIDADE DO TURISMO
Condição essencial para o desenvolvimento do turismo

- qualidade dos alojamentos


- qualidade dos transportes
- qualidade da utilização dos espaços
- qualidade do enquadramento natural
- qualidade dos equipamentos complementares
- qualidade dos recursos humanos

19
TURISMO DE QUALIDADE
VERSUS QUALIDADE DO
TURISMO

 CONCEITO DE QUALIDADE

 qualidade é um conceito relativo, cada segmento


de mercado tem os seus padrões ( p.ex. um
parque de campismo pode oferecer tanta qualidade
como um hotel de 5 estrelas )

20
TURISMO DE QUALIDADE
VERSUS QUALIDADE DO
TURISMO
 QUALIDADE
QUALIDADE
 ““ééooajustamento
ajustamentodos
dosprodutos
produtoseeserviços
serviçosàs
àsexigências
exigênciasda
daclientela
clientela
““

 “é
“éatender
atenderàs
àsnecessidades
necessidadesdos
dosclientes
clientesfazendo
fazendobem
bemas
ascoisas
coisasàà
primeira
primeira““
 ““ooproduto
produtomelhor
melhorééooque
queaamaioria
maioriados
dosclientes
clientesquer
quercomprar”
comprar”
 ““ééaaaptidão
aptidãode
deum
umproduto
produtoou
ouserviço
serviçopara
parasatisfazer
satisfazeras
as
necessidades
necessidadesdodocliente,
cliente,dando-lhe
dando-lhesatisfação
satisfação““

21
TURISMO DE QUALIDADE
VERSUS QUALIDADE DO
TURISMO

Qualidade é igual à satisfação


das necessidades e
exigências dos consumidores
É um conceito dinâmico -> tem de acompanhar a evolução
das preferências dos consumidores

22
MOTIVAÇÕES
TURÍSTICAS
O sucesso de um negócio turístico
depende, em grande parte, da capacidade
de resposta, às necessidades e
preferências dos consumidores.

é fundamental conhecer os consumidores

23
MOTIVAÇÕES
TURÍSTICAS
H.P. Gray (1970) – primeiros estudos sobre as motivações
turísticas. Identifica duas razões principais para viajar:

 Wanderlust (desejo de vaguear)


Característica básica da natureza humana que leva a deixar as coisas que
são familiares e procurar lugares e culturas diferentes.

 Sunlust ( desejo de sol )

Depende da existência, noutro lugar, de amenidades diferentes ou


melhores das que estão disponíveis na área de residência.

24
MOTIVAÇÕES
TURÍSTICAS

Crompton (1979)

Motivação básica  Quebra de rotina

 Motivações específicas (sócio-psicológicas):


 Escape do meio vivido
 Exploração e avaliação de si próprio
 Relaxamento/repouso
 Prestígio
 Aumento das relações sociais
 Saúde
 …

25
MOTIVAÇÕES
TURÍSTICAS

Leiper (1984)

 Lazer Recreativo (restabelece)


 Restabelece descanso (recuperação da fadiga mental e física)
 Restabelece relaxamento ( recuperação da tensão )
 Restabelece divertimento ( recuperação do “aborrecimento”)

 Lazer Criativo ( produz algo de novo)

26
MOTIVAÇÕES
TURÍSTICAS

 Organização Mundial do Turismo (OMT/WTO)

Classifica as motivações em duas categorias que estão na origem


das imagens que se fazem de um destino

 Motivações de tipo racional : confiança, segurança,


poupança, tradição, conformismo

 Motivações do tipo afectivo : curiosidade, novidade,


afectividade, liberdade, amizade.

27
MOTIVAÇÕES
TURÍSTICAS

 L. Cunha (1997)

 Motivações constrangedoras : negócios, reuniões,


saúde, estudos

 Motivações libertadoras : férias, desportos, repouso,


cultura,...

 Motivações mistas

28
MODELO
PSICOCÊNTRICO-
ALOCÊNTRICO
S. PLOG
Plog classifica as pessoas em diferentes tipos psicológicos e constrói
uma nova tipologia do carácter dos turistas.

 Alocêntricos

 Curiosos, com desejo de aventura


 Atracção pelo desconhecido
 Preferem áreas não turísticas
 Alto nível de actividade
 Gostam de contactar pessoas de outras culturas
 Gostam de liberdade e flexibilidade nos locais de destino

29
MODELO
PSICOCÊNTRICO-
ALOCÊNTRICO
S. PLOG

Plog classifica as pessoas em diferentes tipos


psicológicos e constrói uma nova tipologia do carácter
dos turistas.

 Cêntricos

 fraco pendor pela aventura


 procura os destinos mais em voga
 descontracção e prazer: simples diversão e entretenimento
 Clima, sol , termas

30
MODELO
PSICOCÊNTRICO-
ALOCÊNTRICO
S. PLOG
Plog classifica as pessoas em diferentes tipos psicológicos e constrói
uma nova tipologia do carácter dos turistas.

 Psicocêntricos

 concentrados nos pequenos problemas pessoais


 inibidos, ansiosos, passivos
 pouco interesse pelo mundo exterior
 quanto aos destinos turísticos preferem os que já conhecem ou os
mais frequentados
 preferem viagens organizadas
 destinos que não perturbem o seu modo de vida

31
MEDIDAS E INDICADORES
ESTATÍSTICOS NO
TURISMO

A actividade turística não se limita ás


deslocações de pessoas entre vários países e
regiões.

É necessário avaliar os efeitos múltiplos


produzidos pelo turismo.

COMO?

32
MEDIDAS E INDICADORES
ESTATÍSTICOS NO TURISMO

INFORMAÇÃO

RELATIVAMENTE À PROCURA: RELATIVAMENTE À OFERTA:


RELATIVAMENTE À PROCURA: RELATIVAMENTE À OFERTA:

nºvisitantes/turistas
visitantes/turistas nº
nºdedeestabelecimentos
estabelecimentosee
nº categoria
nºhóspedes
nº hóspedes categoriadosdosalojamentos
alojamentos
nºdormidas
dormidas nº
nºdedequartos,
quartos,camas
camas
nº recursos
origemdos
origem dosvisitantes
visitantes recursosturísticos
turísticos
meiosde detransporte
transporte infra-estruturas
infra-estruturasbásicas
básicas
meios animação
utilizados
utilizados animação e ocupaçãode
e ocupação de
motivosda daviagem
viagem tempos livres
tempos livres
motivos empresas
característicaspessoais
características pessoaisee empresasde de
profissionais comercialização
comercializaçãoturística
turística
profissionais investimentos realizados
receitaseedespesas
receitas despesas investimentos realizados
... ...
...
...

33
MEDIDAS E INDICADORES
ESTATÍSTICOS NO TURISMO

ENTRADAS
 Considera-se como entrada cada chegada à fronteira de um
visitante que não resida nesse país. É um indicador bastante
limitado e insuficiente para, por si só, sustentar qualquer tipo de
análise, visto revelar os seguintes inconvenientes:

• contagem feita por estimativa ( apenas são registados os visitantes fora


da EU )
• contagem múltipla

• engloba turistas e excursionistas

• a análise baseada apenas nas entradas não considera os efeitos do

turismo: a procura de bens e serviços prestados

34
MEDIDAS E INDICADORES
ESTATÍSTICOS NO TURISMO

DESPESAS TURÍSTICAS
 As despesas turísticas são, de acordo com as estatísticas de
turismo da OMT, “as despesas de consumo totais feitas por um
visitante, incluindo as despesas para, e durante, a sua viagem e
estadia no destino”
 Viagens
 Alojamento
 Refeições e bebidas
 Animação, cultura e actividades desportivas
 Compras
 Outras despesas

35
MEDIDAS E INDICADORES
ESTATÍSTICOS NO TURISMO

CAPACIDADE DE ALOJAMENTO
 É o potencial turístico existente num país ou região, que permite
avaliar o número de dormidas que os meios de alojamento
oferecem num determinado momento ou período. É um indicador
importante por constituir a base da oferta turística.

 obtém-se multiplicando o nº de camas, quartos ou


lugares existentes pelo número de dias do período
considerado.
 Mede o potencial da oferta e não o seu número
efectivamente disponível.

36
Turismo, lazer e recreio
TEMPO LIVRE TEMPO DE TRABALHO

TEMPO REALMENTE LIVRE TEMPO SEMI-LIVRE

LAZER Necessidades vitais (obrigações


 repouso / inactividade sociais, domésticas e biológicas)
 hobbies  habitação
 ler, tv, etc.  trabalho
 desporto  deslocações
 desenvolvimento pessoal,
cultural, profissional

 Recreio/ Turismo

Lazer – corresponde ao tempo realmente livre


Recreio – conjunto de actividades exercidas durante o tempo livre
Turismo – distingue-se do recreio porque implica necessariamente uma
deslocação enquanto o recreio pode ou não dar origem a uma viagem

37
Turismo, lazer e recreio

Lazer – corresponde ao tempo realmente livre


Recreio – conjunto de actividades exercidas durante o tempo livre
Turismo – distingue-se do recreio porque implica necessariamente uma
deslocação enquanto o recreio pode ou não dar origem a uma viagem

Assim oo turismo
Assim turismo pode
pode ser
ser considerado
considerado comocomo
uma forma
uma forma particular
particular de
de lazer
lazer ee recreação,
recreação,
distinguindo-sepela
distinguindo-se pelacomponente
componenteda daviagem
viagemee
duraçãoda
duração damesma
mesma

38

Você também pode gostar