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Resumos de Economia do Turismo

Conceitos – Procura Turística

Economia do Turismo= estudo da forma como as sociedades utilizam os recursos turísticos para
produzir produtos turísticos e como os distribuem entre os seus membros.

Questão central da economia: Escassez

Economia= Recursos limitados → Necessidades limitadas

3 problemas fundamentais da economia:

• Que produtos produzir?


• Como produzir?
• Para quem produzir?

3 problemas fundamentais da economia do turismo:

• Que produtos turísticos produzir?


• Como produzir e quem deve produzir?
• Para quem distribuir?

A analise económica do turismo deve incorporar obrigatoriamente as características da


atividade turística:

• Carater compósito dos consumos


• Deslocação temporária
• Centralidade do consumidor
• Recursos livres (bens públicos)

RELEMBRAR:

Turismo: Deslocação, Fora do ambiente habitual, motivo: não exercer uma atividade
remunerada no local visitado, Duração máxima de 1 ano.

Motivos: profissionais e por pessoas (lazer, recreio, saúde e educação).

Visitantes → excursionistas, turistas

Turismo: → abordagens/definições pela procura

→ abordagens/definições pela oferta (definições conceptuais e técnicas)

Definição conceptual: Turismo inclui atividades praticadas pelos indivíduos durante as suas
viagens e permanências em locais situados fora do seu ambiente habitual por um período
contínuo que não ultrapasse um ano, por motivos de lazer, negócios ou outros.

Definição técnica: Delimitação da duração da estada, motivos específicos de visita e “ambiente


habitual”.
Sistema turístico:

- Conjunto de elementos com ligação entre si

- Procura  →oferta

- Sistema aberto

- Ambiente cultural/ económico/ político/ ambiental que interferem na procura, na oferta e na


ligação existente entre estas.

Agentes que fazem parte do mercado turístico:

• Estado (contribui para proteger os bens públicos)


• Consumidores
• Produtores de bens e serviços

Origem dos visitantes:

Turismo doméstico→ consumo turístico doméstico (ou interno): Resulta das viagens efetuadas
pelos residentes ao interior do seu país de residência.

Turismo emissor → consumo turístico emissor: Resulta das viagens efetuadas pelos residentes
para outros países que não onde residem

Turismo recetor → consumo turístico recetor: resulta das viagens efetuadas por visitantes não
residentes, para e no interior da economia de compilação.

Economia de compilação: Engloba o consumo interior e parte do emissor que fica na economia
portuguesa= consumo interior turístico.

Origem/Destino Portugal Outro país


Portugal Consumo turístico doméstico Consumo turístico emissor
Outro país Consumo turístico recetor -

Consumo turístico doméstico + Consumo turístico emissor= Consumo turístico nacional

Consumo turístico recetor + Consumo turístico emissor= Consumo turístico internacional

Consumo turístico doméstico + Consumo turístico recetor= Consumo interior turístico

Consumo turístico → transações monetárias e não monetárias (alojamento de familiares e


amigos, troca de residência, residência secundaria).

• Todas as despesas realizadas durante a viagem


• Todas as despesas realizadas antes da viagem com a condição de estarem diretamente
relacionadas com a viagem.
• Todas as despesas efetuadas após a viagem, estando ligadas com a mesma.
Critérios de classificação do consumo turístico:

• Local onde é realizado


• Período relativamente à viagem em que o consumo é realizado
• “Unidade” que efetua a despesa
• Tipo de bens e serviços consumidos

Consumo turístico

• Região de origem dos visitantes


• Região de transito
• Região de destino dos visitantes

Classificação do consumo turístico de acordo com o período em relação à viagem em que é


realizado:

• Antes da viagem
• Durante a viagem
• Depois da viagem

Classificação do consumo turístico de acordo com a “Unidade” que efetua a despesa turística:

• Visitante
• Unidade produtiva
• Administração Pública e Instituições sem fios lucrativos ao serviço das famílias
• Família residente no local diferente do visitante

→Tipos de bens e serviços consumidos antes da viagem:

• Bens duráveis de consumo turístico (bicicletas, veículos, mapas, livros, equipamento


desportivo, e recreativo, malas)

- Finalidade e unicamente turística

- Utilidade publica

• Bens não duráveis de consumo turísticos: (alimentação, tabaco, filmes, fotografias,


produtos de higiene)
• Serviços de consumo turístico (Reparação de veículos, camaras de vídeo)

→ Bens e serviços consumidos durante a viagem:

• Transportes, alimentação e bebida, alojamento, pacotes turísticos (grande parte do que


integra os pacotes são consumidos durante a viagem)

Exercício: Quantificar o consumo


• Quantificar o consumo interior turístico - Portugal
Antes Durante Depois
Turismo doméstico X X X
Turismo emissor X X
Turismo recetor X
• Quantificar o consumo interior turístico regional – Região Centro

Antes Durante Depois


Turismo Doméstico X X X
Turismo Emissor –
X X
Outras regiões
Turismo Emissor –
X X
Outros países
Turismo Recetor –
X
Outras regiões
Turismo Recetor –
X
Outros países

• Quantificar o consumo interior turístico de Portugal em consequência do turismo da


Região Centro

Antes Durante Depois


Turismo Doméstico X X X
Turismo Emissor –
X X X
Outras regiões
Turismo Emissor –
X X
Outros países
Turismo Recetor –
X X X
Outras regiões
Turismo Recetor –
X
Outros países

Exemplo 1
Turismo doméstico Turismo emissor Turismo recetor
Maria (P) António (P) Elisabeth (A)
Algarve Londres Lisboa
50€ 20€ 50€ Antes
100€ 200€ 500€ Durante
10€ 0€ 15€ Depois

(1) Qual o consumo turístico interior?

Consumo Turístico doméstico + Consumo Turístico recetor (durante)

(=) Maria + Elisabeth (Só o que está durante) (=) 50 + 100 + 10 + 500= 660€

(2) Consumo interior turístico?

Consumo Turístico Interior + Consumo do Turismo emissor (antes e depois)

(=) 660€ + António (só que é feito antes e depois) + 20 + 0= 680€


(3) Total do consumo turístico recetor

Elisabeth (=) 50 + 500 + 15 = 565€

(4) Consumo Turístico Nacional

Consumo turístico doméstico + consumo turístico emissor

Maria + António

(=) 50 + 100 + 10 + 20 + 200 + 0 = 380€

(5) Consumo Turístico internacional

Consumo Turístico recetor + Consumo Turístico emissor

(=) Elisabeth + António= 50 + 500 + 15 + 20 + 200 + 0= 785€

Para quantificar a procura turística:

→ Consumo turístico: feito por visitantes, residentes, turismo de negócios, administração


publica (Estado), instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias. Todas as despesas
efetuadas por um visitante ou a favor de um visitante.

- Quem faz a despesa

- Quem consome o produto (podem ser a mesma identidade) + (são atividades diferentes)

→ Formação Bruta de Capital Fixo ou Investimento turístico (FBCFT): é um agregado que diz
respeito ao conjunto de despesas feitas pelos agentes de oferta para oferecer uma determinada
atividade turística à procura. Engloba:

- Infraestruturas

- Investimento efetuado pelos ramos de atividade do turismo em ativos fixos corpóreos não
específicos do turismo

- Ativos fixos especificamente produzidos pelo turismo

→ Consumo turístico coletivo: corresponde a todas as despesas efetuadas pelo Estado a favor
do turismo (campanhas promocionais, planificação, agências de informação controlo de
visitantes, despesa civil pela proteção dos visitantes).

Consumo turístico efetivo – faz parte da procura turística

Consumo intermedio – faz parte da oferta turística (Ex: um hotel para oferecer aos clientes tem
de comprar produtos a outras unidades produtivas por exemplo bens e serviços).

“Exercício Inquérito”
→ Quantificar o consumo turístico na região centro no ano 2018

- Despesa feitas pelos visitantes → inquérito por questionário a uma amostra de visitantes.

1º Definir se as perguntas referem as despesas feitas:

→ por pessoa/ dia ou total

→ por grupo/ dia ou total


2º Quando o questionário é aplicado?

→ Não tendo uma base de sondagens, tem de ser aplicado durante a viagem.

3º Perguntas:

• Nº de pessoas do grupo
• Duração da estada
• Euro ou moeda de origem do visitante
• Local de residência
• Compram um pacote turístico? Onde? O que inclui? Quanto gastou?

Conceitos oferta turística e balança turística


• Bens económicos (e serviços) → preço de mercado (paga-se para usufruir) Ex: hotéis,
restaurantes e transportes.
• Bens livres (importantes para o desenvolvimento turístico) → não têm preço de
mercado. Ex: Ria de Aveiro

Nem tudo o que a hotelaria, restauração, transportes, museus “produzem” faz parte da
produção turística, X% e produção turística e Y% é a produção não turística.

Procura turística
→ bens e serviços → consumo turístico

- Apenas os bens e serviços usufruídos por visitantes ou a favor de um visitante faz parte do
consumo turístico.

Será o turismo uma indústria?


Análise do texto: Tourism Industry

• Bunkart – Turismo é uma grande indústria fragmentada


• Kaiser e Helber, Kadt, Kaul – Turismo não é uma indústria, é um conjunto de várias
indústrias com diferentes ligações aos turistas
• Leiper – Importante partir para da definição de indústria (conjunto de organização cuja
produção de bens e serviços é para satisfazer as necessidades dos visitantes, sendo que
as organizações têm de cooperar)

Produto turístico global/ produto holístico: visitantes avaliam o produto turístico global, ou seja,
todos os bens e serviços que fizeram parte da viagem (transporte, restauração, alojamento) e
não só um destes componentes, por isso é importante que as organizações cooperem entre si.

No sentido restrito: Turismo não é uma indústria, mas sim existem várias indústrias que
fornecem bens e serviços para os visitantes usufruírem. A diversidade de compras dos visitantes
faz com que o Sistema Nacional de Contas não exista um setor designado por Turismo, havendo
necessidade de uma conta Satélite do Turismo (precisamos da conta paralela às contas nacionais
para quantificar o consumo turístico, ou seja a CST).

CONTUDO, vários autores defendem a existência de uma indústria turística que incorpora várias
atividades económicas como atrações; alojamento; transportes; organização de viagens e
organização de destinos.
Num sentido mais amplo, todas as componentes (atividades produtivas) têm uma função
comum que é disponibilizar uma oferta para as necessidades da procura turística → Indústria
Turística

Tipos de recursos numa economia:

• Livres
• Económicos

- Terra → Renda ou produção agrícola (especialmente os seus atributos, como terrenos)

- Trabalho → salário (empresas privadas + organizações publicas)

- Capital → lucro (púbico + privado)

Futuro – fator “trabalho” vai diminuir de importância

- Fator “Capital” vai aumentar de importância

Destino turístico

Existem duas noções diferentes de destino turístico:

Segundo Cooper, o destino corresponde aos focos de equipamentos e serviços planeados para
satisfazer as necessidades dos turistas.

Segundo Mill e Morrison, corresponde ao conjunto de atrações e serviços para serem utilizados
pelos visitantes, cujo sucesso em atrair, servir e satisfazer esses visitantes depende de todo o
conjunto e não das suas componentes isoladas

Um destino turístico compreende elementos naturais, elementos construídos e elementos


socioculturais.

No entanto, é de salientar que existe dificuldade em transformar definições conceptuais em


definições técnicas, dificuldade em delimitar em termos de geografia os destinos, Usa-se, por
exemplo, as NUT III para fazer essa delimitação

• Dificuldade em transformar definições conceptuais em definições técnicas, dificuldade


em delimitar em termos geográficos os destinos. Usa-se, por exemplo as NUTS III para
fazer esta delimitação.

Tentativas de definições técnicas de oferta turística: (o que é a oferta


turística e o que não é?)
Smith (1988) – 1ª Tentativa

• Categorizou os bens e serviços consumidos pelos visitantes em 2 grupos:

- Grupo 1 – Bens e serviços que estão fortemente relacionados com o turismo pelo que não
sobreviveriam sem esta atividade

- Grupo 2 – Bens e serviços que são consumidos tanto por visitantes como por residentes

• Para categorizar estes 2 grupos utilizou os seguintes critérios:

- Classificação Industrial Standard (SIC) → lista de todas a as atividades económicas


- Percentagem das receitas obtidas através das vendas a visitantes.

Conta Satélite do turismo – 2ª Tentativa

Todos os bens e serviços → bens e serviços específicos (característicos e conexos)

→ bens e serviços não específicos

Função: Uma conta satélite é usada para medir a dimensão económica dos sectores que não
estão definidos no Sistema de Contas Nacionais.

Definição de Conta Satélite do Turismo (CST): A CST é o “conjunto de definições e


classificações integradas em quadros organizados de forma lógica e coerente, que permite
visualizar toda a magnitude económica do turismo, tanto sob o ponto de vista da procura
como da oferta
• Bens e serviços específicos: conjunto dos produtos característicos do turismo e dos
produtos conexos
• Bens e serviços não específicos: conjunto de bens e serviços que podem ser consumidos
esporadicamente pelos visitantes, mas não se manifestam de interesse considerável na
análise do turismo em termos económicos.
• Bens e serviços característicos: aqueles que na maior parte dos países deixariam de
existir, em quantidades significativas, ou cujo consumo diminuiria na ausência do
turismo, e para os quais é possível obter dados estatísticos.
• Bens e serviços conexos: aqueles que são consumidos pelos visitantes em quantidades
significativas para os visitantes e/ou quem os fornece, mas que não estão incluídos na
lista de produtos característicos do turismo.

Para delimitar os bens específicos e não específicos:

- Teve-se como base a SICTA (Classificação Internacional Padrão de atividades turísticas)

SICTA (CITAT)

• Foi organizada pela OMT


• Estrutura conceptual fundamental que serve como linha orientadora para o
desenvolvimento de um sistema estatístico consistente e compreensivo para o turismo.

→ Classificação das atividades

• T – Se recebe os seus rendimentos principalmente dos visitantes


• P – Quando os agentes turísticos não representam a fonte primaria dos réus recursos.
• Percentagem das vendas: High→ +60%; Medium→ entre 20% e 60%; Low→ -20%

TOTAL DAS VENDAS VENDAS POR %VENDAS POR


VISITANTES VISITANTES
A 10000 9000 (9000/10000)x100=
90%→High
B 20000 10000 (10000/20000)x100=
50% → Medium
C 5000 500 (500/5000)x100= 10
→ Low

Nota: Bens e serviços têm uma ligação com as atividades económicas. Ex: uma refeição é um
serviço, mas a restauração é uma atividade económica.
Cálculo da produção turística
PT=PACT + PNT – PTR

PACT= Produção das Atividades Características do Turismo

PNT= Produção de outras atividades consumidas pelos visitantes

PTR= Produção do Turismo consumida pelos Residentes

• Produção turística ou produção dos ramos de atividade características do turismo


• VAT ou VARAT= Valor acrescentado dos ramos de atividade turística (de todos os
produtores turísticos)
• Emprego turístico ou emprego dos ramos de atividade característicos do turismo

Diferença entre produção e VA (Valor Acrescentado)

Hotel → produção de bens e serviços (10000€)


→ Inputs primários

- Capital

- Terra

- Trabalho

→ Inputs intermédios/ consumo intermedio (2000€)

-Outputs de outras atividades (Ex: batata, alface, cenoura, para fazer uma refeição)

VA= 10000 – 2000= 8000 → o que o hotel acrescentou à economia

O VA indica a parte que cada atividade possui no processo de produção de um país é igual ou
inferior à produção.

Emprego
Turismo é uma indústria de mão de obra e de trabalho intensivo → grande impacte na criação
de emprego

• Indicadores de avaliação:

- Número de empregos

- Número total de horas trabalhadas

- Emprego equivalente a tempo completo


Exemplo
Atividades P. Total VAB Emprego % vendas
visitantes
ACT Hotelaria 5000 3000 1000 90%
Restauração 1000 700 500 50%
Transportes 2000 1200 700 30%
O.A 10000 7000 3000 5%

Produção

PACT (Produção Total das Atividades Características do Turismo)= Produção Total: 5000 + 1000
+ 2000= 8000€

PT (Produção Turística) = Produção Turística: 5000 x 0,9 + 1000 x 0,5 + 2000 x 0,3 + 10000 x
0,05= 6100€

Valor Acrescentado

VARAT (Valor Acrescentado dos Ramos das Atividades Turísticas) = 3000 + 700 + 1200= 4900€

VAT= 3000 x 0,9 + 700 x 0,5 + 1200 x 0,3 + 7000 x 0,05= 3760€

Emprego (Emprego das Atividades Características do Turismo)

ET (Emprego do Turismo)= 1000 x 0,9 + 500 x 0,5 + 700 x 0,3 + 3000 x 0,05= 1510€

ERAT (Emprego das Atividades Características do Turismo) = 1000 + 500 + 700 = 2200€

Balança turística
Balança de pagamentos – documento contabilístico para a economia nacional que abrange os
fluxos, regista-se o que Portugal compra e o que vende

• Balança corrente:

Bens (mercadorias)

Serviços → Transportes, viagem e turismo, seguros (Balança turística)

Rendimentos

Transferências correntes

• Balança de capital
• Balança financeira

Balança turística do país X

• Receitas turísticas (RT)


• Despesas turísticas (DT)

BT= RT – DT

Se for positivo: recebemos mais do que o que mandamos lá para fora.


Se for negativo: manda mais dinheiro (visitantes) do que recebe. Muitos países nórdicos, como
Alemanha são propícios a ter um saldo negativo, países especialmente emissores.

Se for 0: recebemos em igual quantidade que emitimos visitantes.

Balança de viagens e turismo

Regista-se apenas uma parte dos fluxos monetários turísticos associados ao turismo
internacional. Uma parte considerável das despesas do visitante é gasto em transporte, e esta
despesa não é contabilizada na Balança turística e sim na Balança de transportes. As despesas
que as empresas fazem num país que não o seu para satisfazerem às necessidades do visitante
são registados na Balança de mercadorias e não na Balança turística (Exportação no país de
origem e importação na balança do país visitado). E registam-se as importações e exportações.

Quando um visitante regressa ao seu país de origem e quer consumir produtos do país que
visitou, o seu país para responder as suas necessidades tem de importar esses produtos do local
visitado.

Os visitantes têm um papel importante para as exportações de bens e serviços dos países.

Características dos produtos turísticos:

• Intangível
• Perecível
• Heterogéneo
• Inseparável (local do consumo= local de produção)

Revisão de conceitos económicos:

• Recursos escassos, necessidades ilimitadas → geram escassez


• Impossibilidade de os bens disponíveis poderem satisfazer todas as necessidades
existentes diz-se escassez.

Necessidades: estado de carência que deverá ser satisfeito, com as seguintes características:

• Múltiplas: uma vez que são muitas, diferentes e ilimitadas


• Substituíveis: uma vez que diferentes bens podem satisfazer a mesma necessidade
• Concorrentes: uma vez que a satisfação de umas dificulta ou impede a satisfação de
outras
• Sociáveis: uma vez que a intensidade de carência vai diminuindo à medida que é
satisfeita, até desaparece temporariamente

Classificação das necessidades:

• Importância

- Primarias: necessidades fundamentais essenciais para a sobrevivência

- Secundarias: necessidades importantes, mas não fundamentais

• Custo

- Não económicos: não é necessário depender de qualquer quantidade de dinheiro para a


satisfazer
- Económicos: Necessário gastar dinheiro para satisfazer a necessidade

• Número de pessoas que as sentem:

- Individuais: sentidas por um único indivíduo

- Coletivas: Sentidas pelos indivíduos, mas que resultam da vida social

Necessidades são satisfeitas através do consumo de um bem ou um serviço

2 áreas distintas da Economia:

• Macroeconomia: Estuda o comportamento da economia como um todo, ou seja,


preocupam-se com os grandes agregados económicos e com agregação dos
comportamentos individuais.
• Microeconomia: Estuda o comportamento individual dos agentes económicos

Econometria – estuda problemas económicos através de métodos estatísticos

Agentes económicos:

• Famílias
• Empresas
• Governo
• Exterior

Todos os indivíduos são racionais uma vez que optam sempre pela alternativa que conduz à
maximização dos benefícios, tendo em conta a limitação dos recursos. Assim a decisão de um
individuo é sempre feita de acordo com o Princípio do custo benefício.

Hipótese de comportamento de racionalidade económica

• Conhecem todas as alternativas possíveis


• Possuem informação para comparar as alternativas
• Ordenam as alternativas
• Escolhem a alternativa preferida

O mercado é composto pela procura e pela oferta

Utilidade – representa a satisfação que os consumidores retiram de determinado consumo.

A sua representação analítica representa: U = F (Q)

Bem A

Bem B U = ua(A) + ua(B) + ua(C)

Bem C

Ubis – medida para analisar a utilidade do consumo de determinados bens e serviços

Utilidade marginal (diferença entre a Umarginal e a Utotal) – variação que ocorre quando é
consumida uma unidade adicional ao bem (acréscimo que ocorre na utilidade total).

Lei da Utilidade Marginal decrescente: À medida que aumenta o consumo de determinado bem,
o sacrifício que estamos dispostos a fazer para o obter será menor.
Procura
Procura: quantidade de um produto que um consumidor ou um comprador estaria disposto a
comprar, a um dado preço, num determinado período.

Lei da procura: Quando o preço de um produto aumenta, mantendo tudo o resto constante
(ceteris paribus), os consumidores procuram menos desse produto

Lei da procura

D →inclinação negativa

→ Quando preço aumenta, a procura diminui

Oferta:
Tipos de bens:

• Económicos: São escassos é-lhes atribuído um valor monetário ou de trabalho para que
possam ser utilizados
• Livres: Não lhes é atribuído um valor monetário (ar, agua do mar, serras, praias)

Tipos de bens:

• Bens económicos
• Mal económico
• Bem neutral

Bem económico:

Pode classificar-se de acordo com:

• A natureza: materiais e imateriais


• A função: Consumo (outputs)

- Produção (inputs) → incorporados no fabrico de outros bens

→ A duração: duradouros e não duradouros

→ A relação recíproca: substitutos e complementares

→ A relação com o rendimento do consumidor

- Bem normal (variação no rendimento provoca variação na procura no mesmo sentido).

- Bem inferior (variação no rendimento provoca variação na procura no sentido oposto).

Produção: atividade económica destinada a criar bens e serviços.

Para produzir é necessário:

• Capital (K)
• Trabalho (L)
• Recursos naturais

Função de produção: relação entre o nível de produção máxima e os fatores produtivos


utilizados no processo produtivo.

P = F(x,y,z), onde x e y e z são fatores produtivos.

Restrição: custo dos fatores produtivos.

Custo de oportunidade: é o valor da melhor opção de que se prescindiu para realizar a opção
escolhida, ou seja, é o valor da opção de que se prescinde. (Ex: cupão de férias, aluguer de
apartamentos).

Outros tipos de custos:

- Custos fixos (Ex: contas de telefone, água, luz. Não varia em função da produção)

- Custos variáveis (Ex: custo das matérias-primas)

- Custos totais → custos fixos + custos variáveis

Lei da Oferta

→ Inclinação positiva

→ P aumenta, Qs aumenta

Equilíbrio de mercado: verifica-se no preço e quantidade com que a oferta e a procura se


equiparam.

S
-------- E

Porque existem imperfeiçoes no mercado?

Condições de custos e economias de escala:

• Mercado com poucas e grandes empresas, nível de produção muito elevado e custos de
produção baixos → entrada de novas empresas difícil
• Economias de escala → interesse em concentração

Barreiras legais à entrada de novas empresas:

• Regulamentação do governo (definir o número de empresas que operam num mercado)


• Patentes em certas tecnologias de produção

Informação assimétrica:
• Desenvolvimento por parte de algumas potenciais empresas relativamente aos
processos de produção e qualidade dos produtos existentes.

Diferenciação do produto:

• Diferentes consumidores → segmentação do mercado → poucas empresas em cada


segmento

Análise economia da procura turística


Conceito de Procura: Quantidade de qualquer bem ou serviço que os indivíduos desejam e
podem adquirir a um determinado preço, num conjunto de possíveis preços, durante um
determinado período de tempo

Conceito de Procura turística: Quantidade de um produto turístico que as pessoas estão


dispostas a adquirir a um determinado preço e num determinado período de tempo

Componentes da procura turística:

• Consumo turístico: Toda a despesa total de consumo efetuada por um visitante ou por
sua conta, para e durante a sua viagem e permanência no local de destino.
• Consumo turístico coletivo (CTC): Todas as despesas das autoridades publicas em certos
serviços coletivos não mercantis, utilizados pelos visitantes e pelas atividades produtivas
que os servem.
• Formação bruta de capital fixo (FBCF): Ativos fixos produzidos especificamente para o
turismo, adquiridos pelos ramos de atividade do turismo e por produtores externos à
mesma.

Na ausência de componentes da procura, são utilizadas variáveis proxy (variáveis que não
medem a totalidade) para medir a procura turística.

Indicadores para a quantificação da procura turística:

• Consumo turístico (uma parte apenas, sem CTC e FBCF)


• Turismo Internacional

- Número de chegadas – Turismo Recetor

- Número de partidas – Turismo Emissor

• Dormidas (turismo doméstico + turismo recetor)


• Número de hospedes por mercado (turismo doméstico + turismo recetor)

O que relaciona as dormidas com os hospedes é a estada media

Estada média= Nº Dormidas/ Nº Hóspedes

Nota: o facto de a procura turística ser intangível dificulta o comportamento de tomada de


decisão.
• Balança turística

- Importações: Turismo Emissor → Despesas do turismo internacional

Exportações: Turismo Recetor → Receitas do turismo internacional

Tomada de decisão em turismo:

Caracterizada por uma grande complexidade porque:

• Recai sobre um produto complexo (decisão de longo prazo)


• Representa uma compra com elevado risco
• Fortemente influenciada por outras pessoas
• Significado emocional elevado (elevado envolvimento na decisão)
• Elevados números de insegurança ligados à intangibilidade
• Necessidade de recolher uma grande quantidade de informação

Estudo a nível macro → fatores que influenciam a procura turística de Portugal, como destinos
turísticos, o que influenciou as dormidas totais.

Estudo a nível micro → analise de cada pessoa que visitou e o que influenciou as despesas que
fez no turismo (Ex: Despesas per capita)

OU SEJA:

A escolha de um produto turístico é, então, o processo de tomada de decisão em turismo. Na


maior parte dos casos, tomamos serviços em que a intangibilidade é a principal característica,
ou seja, eu não posso experimentar um produto antes de o adquirir, o que faz com que seja um
processo de insegurança associado à aquisição do produto turístico. Há um grande
envolvimento emocional que com que faz que tomemos precauções antes de adquirir o serviço.
A nível económico e imaginando que o produto turístico é uma viagem turística, conseguimos
identificar dois momentos:

1º momento: Pondera-se todas as alternativas e decide-se a escolha de um produto turístico ou


escolha de outros produtos turísticos. Neste momento, confronta-se os produtos turísticos com
outros produtos. Por exemplo, a escolha do produto turístico, pode ser uma viagem turística.

2ª momento: Depois da escolha do produto, é necessário a escolha do destino. Nesta etapa, os


produtos turísticos e os outros produtos turísticos são concorrentes. Para chegar a uma decisão,
surgem várias perguntas às quais temos de dar resposta, como por exemplo o tipo de viagem,
isto é , se é organizada ou independentemente, o destino, o alojamento, quanto vamos gastar
na viagem, qual a sua duração, quais as atividades, quais os transportes, qual o grupo de viagem,
e irá acontecer.

Determinantes da procura turística:

• Fatores que determinam se uma pessoa irá realizar uma viagem


• Fatores que determinam o tipo de viagem

→ Fatores que determinam que tipo de viagem irá ser realizada segundo Swarbrooke e Horner
(2001)

• Fatores internos:
- Motivações, personalidade, rendimento disponível, saúde, compromissos familiares e
profissionais, experiência, hobbies e interesses, estilo de vida e atitudes e perceções.

• Fatores externos:

- Características do destino, estímulos, fatores políticos, económicos e sociais.

Comportamento por fases:

1- Se compra um produto turístico ou se compra outro (produtos turísticos concorrem com


outros produtos, Ex: tecnologia, automóveis)

2- Se comprar um produto turístico tem de decidir que produto turístico comprar. Os produtos
turísticos concorrem com outros.

• Características desse produto. (Onde? Quando? Por quanto tempo? Quanto se vai
gastar, se podem ser afetados por fatores internos ou externos?)

Fatores económicos que influenciam a procura turística de acordo com Bull (1996)

• Variáveis económicas associadas à região de origem (A)

- Rendimento y → Distribuição do rendimento (muitos países têm muitas desigualdades)

- Política fiscal (imposto) e controlo dos gastos turísticos (impedir que os residentes gastem
muito noutros países).

• Variáveis económicas associadas à região de destino (B)

- Nível geral de preços

- Nível de concorrência de oferta

- Quantidade dos produtos turísticos

• Variáveis económicas associadas à ligação região de origem (A) e a região destino (B) (C)

- Taxa de cambio

- Tempo/custo de viajar (depende das possibilidades, da distância, combustíveis)

- Publicidade do destino na região emissora

- Comparação dos preços entre a região emissora e a região do destino

Como é feita a comparação?

- Preços relativos

IPC Portugal/ IPC de Espanha

(Se o numerador for maior que o denominador o destino torna-se atrativo, a procura turística
diminui)

IPC Espanha/ IPC Portugal

Valor do quociente aumenta, aumenta o numerador, a procura turística também aumenta.


A função procura turística
PTt,i= f(x1,x2,…xk)

onde t= tempo e i= região

X1 →Tempo disponível (quanto o tempo disponível, a procura turística aumenta)

• O tempo de ferias é o mais relevante


• Se há um aumento do número de dias de ferias, a procura turística aumenta
• Número de dias de trabalho aumenta, a procura turística diminui
• Tempo livre semanal tem alguns efeitos positivos na procura turística (+viagens
internas, +viagens internacionais de certa duração)

Sociedade atual: caracterizada por falta de tempo livre:

• Cuidar dos familiares


• Aumento de insegurança no trabalho
• Local de residência e de trabalho é diferente
• Várias atividades de lazer
• Número de mulheres a exercer uma atividade profissional

→ Turismo compete com outras atividades em relação ao tempo livre

X2→ Rendimento Disponível

Y (aumenta)= PT (aumenta) → nem sempre, depende do tipo do produto comercializado

Y (aumenta)= PT → produto turístico normal. PT necessários e de luxo (elasticidade)

Y (aumenta) PT (diminui) → produto turístico inferior (overtourism, destinos de baixa qualidade,


destinos próximos)

→ Possíveis variáveis a utilizar para representar o rendimento disponível dos visitantes:

• Rendimento disponível total nominal


• Rendimento disponível real per capita
• Rendimento disponível total real
• Rendimento disponível nominal per capita
• Proxy (PNB)

Para o rendimento disponível é necessário recorrer a:

EPTy= Elasticidade rendimento da PT= (Δ /PT/PT) / (Δ Y/Y)

→ EPTy > 0 → Produto turístico normal

• Se 0 e 1 → PT necessário
• Se > 1 → PT de luxo

→ EPTy < 0 → Produto turístico inferior


Exercício
EPTy= (PT2017-PT2016/PT2016) / (Y2017-Y2016/Y2016) = ((5,4 -5) / 5) / ((110-100/100))= 0,8

EPTy= 0,8 → Destino turístico necessário. Quando Y aumenta, a PT aumenta 0,8%

PT Portugal, 2019 por parte do mercado francês.

Y → rendimento do mercado francês

→ Para quantificar a evolução total:

• PIB: Quantificado em preço


• PNB: Nominal: preços correntes

Real: preços constantes → o mais adequado


Pode ser:

• Total
• Per-capita (PIB real total)

Exemplo
• Destino com grande número de viagens de negócio: o mais adequado é usar o PIB ou
PNB, pois são as entidades produtivas que pagam as viagens.
• Destino com grande número de viagens de lazer e recreio: o mais adequado é usar o
rendimento disponível por famílias per capita.

Fatores que podem influenciar a procura turística:

Tipo de produto:

• Viagens de lazer e recreio: (maior elasticidade) dependem muito do rendimento


• Viagens VFA (2ª maior elasticidade)
• Viagens de negócios (com a menor elasticidade) independentemente do rendimento
estas viagens têm de acontecer

Nota: Quanto menos dependem do rendimento menor é a elasticidade

Países de origem/destino

- Depende do tipo de relação país de origem – destino

- Destinos próximos são considerados inferiores, elasticidade negativo

Variável utilizada para representar a procura turística:

PTportugal,2019,F

Receitas, Dormidas e Estada média

→ a tendência é que as receitas tivessem uma tendência maior do que na estada media

Variável utilizada para representar o rendimento

• Se a elasticidade for maior na procura do que no rendimento a elasticidade é muito


maior que 1
• Se a elasticidade for maior no rendimento do que na procura, a elasticidade é muito
menor que 1, mas positiva
• Se o rendimento aumentar, a procura turística mantém-se, a elasticidade é 0

Tempo disponível, rendimento disponível e idade

- O paradoxo do ócio

→ quando se é jovem tem-se tempo, mas não se tem Y

→ quando se é adulto, não se tem tempo para viajar embora haja Y

→ quando se é sénior há tempo, mas não há Y


X3 → Nível de preços

Dentro da variável preço há 3 variáveis (1, 2, 3)

Preços dos produtos que temos de analisar para ver melhores hipóteses

• Voo Custo dos transportes (Origem e Destino) (1)


• Alojamento
• Atrações Custos dos bens e serviços no destino (2)
• Alimentação
• Transportes

Como somos consumidores racionais temos de analisar o preço dos bens substitutos → Custo
dos produtos substitutos (3)

Elasticidade procura-preço

Quanto há uma variação no preço o que vai acontecer à procura turística?

E,PT,PR= |(ΔPT/PT) / (ΔPR/PR)|

E,PT,PR= 0 → perfeitamente inelástica ou rígida

--------------- P2

--------------- P1

PT1 PT

E,PT,PR entre 0 e 1 → Inelástica

E= 0,5 o preço sobe 1% a PT diminui 0,5

-------- P2 =

----------------- P1 → Variação na PT é menor do que no Preço

PT2 PT1 PT

E,PT,PR = 1 → Elasticidade unitária (Variam na mesma produção)

-------- P2 → Preço aumenta 1%, PT diminui 1%

----------------- P1 → Preço diminui 1%, PT aumenta 1%

PT2=PT1 PT
E,PT,PR > 1= Elástica

-------- P2 → Preço aumenta 1%, PT diminui mais do que 1%

-------------------- P1 → Preço diminui 1%, PT aumenta mais do que 1%


→ PT varia mais do que o preço

PT2 PT1 PT

Nota: Atenção à distância entre P1, P2 e PT1 e PT2

Exercício
T=0 T=1
2016 2017
PT 3200 3600
P 180 160

ΔPT 3600-3200
PT 3200
E= E= = 1,13 →Elástica, P diminui 1%, PT aumenta 1,13%
ΔP 160-180
P 180

Fatores que influenciam a elasticidade procura preço

Existência de produtos substitutos:

1) PA PB →PA aumenta, PT do PB aumenta

2) PA →A elasticidade é maior onde existem produtos substitutos

Tipo de produtos:

PA →10€ →0,1% → A elasticidade é tanto maior quanto maior o valor obtido

PB →100€ →80€

Importância do produto no orçamento familiar:

Quanto maior a importância do produto no orçamento familiar maior a elasticidade procura-


preço.

Tempo:

Quanto mais tempo maior a elasticidade, pois há a possibilidade de procurar alternativas


X4→ Taxa de câmbio (Influencia apenas o turismo internacional (recetor e emissor)

Witt e Witt – Argumentam que na maioria dos casos os turistas têm uma melhor conhecimento
das taxas de cambio do que do nível de preços do país de destino.

• Analisar o papel que a taxa de câmbio tem


• Alterações na taxa de câmbio vão influenciar de forma diferente o turismo emissor e
recetor

Exercício:
Pacote nos US comprado por portugueses

$ -- € Portugal → US

T0= 1€ → 1,5$

Pacote turístico X= 1000$ (Qual o valor que o pacote turístico tem em €?)

1€------1,5$ X= 1000/1,5= 666,67€

X-------100

T1= No entanto se: 1€----1,6$ →625€

Verificamos mais barato, por isso o destino torna-se mais atrativo. Turismo emissor irá
aumentar.

T2= No entanto se: 1€----1,4$ → 724,29€

O preço do pacote aumenta. Turismo emissor de Portugal vai diminuir para os US

Pacote em Portugal comprado pelos US

$---€ US→Portugal

T0= 1€ →1,5$

Pacote turístico Y=500€

1€----1,5$ X= 500 x 1,5= 750$

500€---X

T1= 1€----1,6$

Pacote turistico Y=500€

1€----1,6$ X= 500 x 1,6= 800$ (Preço do pacote aumentou. Turismo recetor diminuiu. Valorização do €)

500€---X

T2= 1€----1,4$

Pacote turistico Y=500€

1€----1,4$ X= 500 x 1,4= 700$ (Preço do pacote diminuiu. Turismo recetor aumenta

500€---X
→ Turismo emissor aumenta

€ → valorização do € face a outra moeda → Turismo recetor diminui

€→ desvalorização do € face a outra moeda → Turismo emissor diminui

→ Turismo recetor aumenta

Taxa de cambio é importante porque:

• Influencia na taxa real dos produtos


• Por uma questão de perceção
• Boa determinante

X5 → População (dimensão) →Variável demográfica

Como tem sido utilizado nos modelos de previsão?

Espanha Portugal

Aumento da população Número de visitantes de Espanha, espera-se

um aumento no número de visitantes de Espanha

→ População entra nos modelos de uma forma indireta, utilizando o rendimento per capita
(incluindo assim esta variável demográfica)

Outros fatores

Composição/ estrutura da população

• Relaciona-se com o paradoxo do ócio


• A estrutura da população influencia o fluxo turístico
• Diferentes propensões em termos de idade (jovens, adultos, idosos)
• Alguns autores defendem que quanto mais velha é a população maior será a
probabilidade de um país emissor emitir um maior número de turistas
• Forma de introduzir esta variável no modelo: Percentagem da população idosa

Imigração e Emigração

• Quando por exemplo, os espanhóis vêm trabalhar para Portugal, ou seja, aumenta a
imigração, os familiares e amigos dos espanhóis podem vir visitar Portugal, fazendo
assim parte do fluxo turístico (ou vice versa). Turismo recetor aumenta.

X6 → Variável dependente desfasada (variável proxy)

• Pode ser justificável por questões de persistência dos hábitos dos turistas
• Segundo Witt e Witt (1995) também pode ser justificável por questões relacionadas
com uma certa rigidez do lado da oferta

Variáveis que explicam a procura turística:

• Variável explicada
• Determinada
• Dependente
Variáveis que afetam a procura turística:

• Variável explicativa
• Determinantes
• Independentes

Exemplo
Anos Dormidas espanhóis Dormidas espanhóis desfasadas (1 ano)
2010 500 --- (*)
2011 700 500
2012 600 700
2018 --- …
(*) Nenhum pois não há valores de 2009. É sempre o número de dormidas no ano anterior

Ex: as dormidas de 2012 são afetadas pelas de 2011, há uma certa persistência de hábitos dos
turistas.

X7 → Clima

Variáveis que podemos operacionalizar:

Temperatura media→ Se a temperatura aumenta, a procura turística aumenta em viagens de


sol e praia, mas por exemplo se a temperatura aumentar já não é atrativo para a realização de
desportos de inverno.

O turismo tem grandes influências nas alterações climáticas e vice-versa:

• Questões ambientais que tem grande influência na procura turística


• Qualidade do ar → fator de competitividade de um destino

X8 → Despesas efetuadas pelos Organismos Oficiais do Turismo num determinado destino

→ Relação direta com a procura turística

X9 → Variáveis Dummy

• Incendio Eventos de vários tipos que vão


• Eventos Desportivos interferir na atividade de um destino
• Guerras

Para representar o evento:

Valor 1: fenómeno presente

Valor 0: fenómeno ausente

→ Criar tantas variáveis dummy quantos os acontecimentos (podem ter bons ou maus efeitos)

EXPO 1998 EURO 2004


1995 0 0
1996 0 0
1997 0 0
1998 1 0
… 0 0
2004 0 1
Métodos de previsão da procura turística
Métodos de previsão:

Métodos Quantitativos:

• Extrapolativos ou series temporais: é necessária uma variável que represente a procura


turística, essa variável é analisada num determinado período de tempo e depois fazem-
se previsões com os dados passados. Os fatores que influenciaram o passado vão ser os
mesmos que vão influenciar o futuro
• Causais: tem-se uma causa e um efeito; a variável influenciada é a procura turística. É
suposto se conhecer os fatores que influenciam a procura turística e a intensidade
destes para podermos prever. (Ex: quando os preços variam o que acontece à procura
turística?)
• Métodos de previsão são importantes para uma melhor gestão e planeamento da
atividade turística
• O objetivo não é a previsão, mas sim indicar a direção futura da procura
• Realizar previsões é fundamental, a nível macro e micro, permitindo limitar a incerteza
e reduzir o risco no investimento
• A previsão está associada uma margem de erro, mas com a utilização de metodologias
corretas e com certos cuidados as previsões conseguem ser viáveis.
• As previsões devem ser constantemente revistas

Métodos Qualitativos: São os mais usados quando existe grande instabilidade num ambiente
em que os fluxos variam muito

→ Integração de compra do consumidor:

• Tentar chegar ao potencial visitante e perceber se ele vai ou não consumir um produto
turístico
• Custos muito elevados neste método, principalmente a nível macro pois é muito
complicado chegar a certos potenciais visitantes

→ Outros métodos (opinião de grupo de peritos, avaliação da probabilidade subjetiva e Delphi)

• Assume-se que existem determinadas pessoas que conseguem fazer previsões sobre a
procura (peritos)
• Baseiam-se na opinião de peritos, que têm informação privilegiada sobre o que estamos
a estudar

Exemplo de peritos: (Setor publico ou privado)

• Residentes-pessoas que trabalham na indústria (restauração, hotelaria, agências,


operadoras turísticas, transportes)
• Agentes públicos-representante da Câmara Municipal
• Universidades que estudam fenómenos

Processo de métodos

(1) Para saber que elementos escolher para fazer parte do grupo de peritos recorrem-se às
instituições que representam o setor. (idêntico em todos os métodos)

• Setor de restauração – ARESP – Associação da Restauração e similares de Portugal


• Setor hotelaria – Associação de hotéis de Portugal e Associações Regionais

(2) Colocar questões aos peritos (diferencia dos métodos)

(3) Pedir respostas (diferencia dos métodos)

(4) Obter previsões (diferença dos métodos)

→ Método “Opinião de grupo de peritos” ou yury of executive opinion

• Técnica mais simples, apesar de ter desvantagens


• É colocada a questão de serem dados com valores estatísticos anteriores
• Faz-se o somatório dos valores apresentados, divide-se pelo número de peritos e a
media é o valor da previsão

Vantagens:

• Simplicidade
• Não são necessárias competências especificas para participar no grupo
• Não necessita de muitos dados históricos

Desvantagens

• Seniores tendem a dominar a opinião do grupo (devido a sua posição ou conhecimento)


• Peritos falam todos e muitas vezes inibem-se por pensarem que não são detentores de
tanto conhecimento

→ Método de avaliação de probabilidade subjetiva (Subjective probability Assessment)

• Consiste em solicitar os elementos do grupo de peritos a apresentação de uma


distribuição de probabilidades para a variável que irá ser objeto de estimação
• São fornecidos dados de valores anteriores e depois é feita uma distribuição de
probabilidades por parte dos peritos
• Probabilidade atribuída individualmente, o que reduz a influência

Desvantagem:

• Respostas dos peritos podem ser influenciadas pelos valores já apresentados

Exemplo 1: Temos casos históricos relativos às dormidas. Os peritos distribuem


probabilidades dos acontecimentos ocorridos, sendo que a sua soma tem de ser 100%

Exemplo 2:
Nuno Nádia Isa Gui
16 15 15 … …
17 17 15 … …
18 25 20 … …
20 23 25 … …
21 25 25 … …
Previsão da Nádia= 16 x 0,15 + 17 x 0,15 + 18 x 0,2 + 20 x 0,25 + 21 x 0,25 = xNádia

Previsão do Nuno= 16 x 0,15 + 17 x 0,17 + 18 x 0,25 + 20 x 0,23 + 21 x 0,25 = xNuno

Previsão= (xNádia + xNuno + xIsa + xGui)/4


→Método Delphi

Consiste num tipo de especial de inquérito para prever a ocorrência de um evento de médio
e/ou longo prazo e suas estimações para a probabilidade de determinadas condições se mantêm
no futuro. A solução mais desejável surge do conhecimento coletivo aos especialistas.

O principal objetivo é fornecer uma indicação da probabilidade de um determinado fenómeno


acontecer dentro de um determinado período. Para valores fora da amplitude interquartil, o
representante deve justificar a sua resposta. O objetivo é a diminuição da amplitude interquartil,
havendo cada grau de consenso, atingido pelos especialistas. No máximo deverão ser 3 rondas

Questionário específico para colocar a questão

• Grupo de peritos entre os 15 a 20 elementos


• São realizadas várias rondas

→ Ronda 1: O perito escreve um valor para a previsão

Nuno 18,8 → Calcula-se a média e obtém-se o


Nádia 19,5 valor da previsão a 1ª ronda.
Isa 20,1
Gui 19,02 Calcular a amplitude interquartil

→ 2ª Ronda: novo questionário que contem os valores da 1ª ronda. Os peritos ou mantêm o


valor da 1ª ronda ou mudam o valor, se o valor estiver fora da amplitude interquartil têm que
justificar. Recolhe-se a informação e volta-se a calcular a media e a amplitude interquartil.

• Podem ser necessárias mais rondas. Não devem ser feitas mais rondas quando se sente
que os peritos querem desistir. O preferível são 2 rondas

Objetivo: Diminuir a amplitude interquartil para se chegar ao resultado mais consensual possível

Não se devem utilizar métodos qualitativos quando:

• Não existem dados históricos suficientes


• As series temporais existentes não são adequados
• O ambiente está a alterar-se rapidamente
• Expetativa de grandes impactes

Vantagens e desvantagens dos métodos qualitativos:

Vantagens:

• Não necessitam de grandes recursos financeiros


• Não requerem grandes conhecimentos em termos estatísticos

Desvantagens:

• Dependem dos avaliadores (tendência humana e desejo para o futuro)


Métodos Qualitativos:

Extrapolativos:

- Método de Naive

- Médias Móveis

→ Essencial calcular o erro de previsão

PTA→ Procura Turística Atual

PTP→ Procura Turística Prevista

Et = PTAt – PTPt

Exemplo
PTA PTP E
2015 1000 1100 -100
2016 1200 1150 50
2017 1100 1200 -100
2018 1400 1300 100

→ Erro Absoluto da Média

• Importante para decidir que método de previsão utilizar (utilizar módulos):

(1/4) x (100 + 50 + 100 + 100) = (350/4) = 87,5 Erro Previsto

→ Importante ver os erros de previsão de cada modelo

Exemplo:
Método 1: 87,5

Método 2: 5 → O preferível seria o modelo 2, pois minimiza o erro

Método 3: 200

→ Método de Naive

PTA Naive 1 eNaive 1 Naive 2 eNaive2


2013 5000 - - - -
2014 5100 5000 |100| - -
2015 5200 5100 |100| 5202 |-2|
2016 5250 5200 |50| 5302 |-52|
2017 5200 5250 |-50| 5300 |-100|
2018 5100 5200 |-100| 5250 |-50|
Média Erro - - 80 51
Absoluto

• Naive 1

PTPt = PTAt-1 → PT no ano seguinte é igual à PTA do ano anterior


Erro Absoluto Naive 1 = (1/5) x (100 + 100 + 50 + 50 + 100) = 80 (dividir por 5 pq 2013 não tem dados)

• Naive 2

PTPt = PTAt-1 x (PTAt-1/PTAt-2) → PTP2018= PTP2017 x (PTP2017/PTP2016)

PTP2015= 5100 x (5100/5000)= 5202

Erro Médio Absoluto Naive 2= (1/4) x (2 + 52 + 100 + 50) = 51

→ Naive 2 tem menor erro, então iriamos usar este modelo para a previsão (51)

PTP2019= 5100 x (5100/5200)= 5002

→ Aplicar o modelo Naive 1 e Naive 2 para estimar as dormidas para 2017 para o mês de janeiro

DHx 2014 DHx 2015 DHx 2016 DHx 2017


Janeiro 500 510 600 X
Fevereiro 600 700 800
Março 800 900 1000

Dezembro
• Naive 1 (PTPt= PTAt-1)

PTP2017,j= PTA2016,j (=) DP2017,j= 600

• Naive 2 (PTPt= PTPt-1 x (PTAt-1 / PTAt-2))

DP2017,j= (DA2016,j x (DA2016,j / DA2015,j)) (=) 600 x (600 / 510)= 706

Método das médias móveis: Médias simples, é atribuído o mesmo peso a todas as variáveis a
utilizar

Ano Nº de quartos vendidos


2013 5000
2014 5100
2015 5200
2016 5250
2017 5200
2018 5100
2 períodos: PTP = (PTA2018 + PTA2017) / 2
2019
→ (5100 + 5200) / 2= 5150

3 períodos: PTP2019= (PTA2018 + PTA2017 + PTA2016) / 3 → (5100 + 5200 + 5250) / 3 = 5183

4 períodos: PTP2019= (PTA2018 + PTA2017 + PTA2016+PTA2015)/4 →(5100+5200+5250+5200) / 4= 5188


Qual o método que vou utilizar? (2, 3 ou 4 períodos)

• Método que no passo anterior minimizou os erros


• Fazer cálculos dos erros do passado e a media do erro absoluto

Médias móveis
2 Período 3 Período 4 Período
Estimativa et Estimativa et Estimativa et
2013 - - - - - -
2014 - - - - - -
(5100+5000)/2=
2015 150 - - - -
5050
2016 5150 100 5100 150 - -
2017 5225 -25 5183 17 5138 62
2018 5225 -125 5217 -117 5188 -88
Erro Absoluto Médio 2 períodos= (1/2) x (150 + 100 + 25 + 125) = 100

Erro Absoluto Médio a 3 períodos= (1/3) x (150 + 17 + 117) = 95

Erro Absoluto Médio a 4 períodos= (1/4) x (62 +88) = 75

→ É considerável usar o método dos 4 períodos, pois o erro é menor

→ Normalmente são os métodos de 3, 4 períodos que são mais viáveis, pois ao fazermos com
muitos períodos estamos a invocar dados demasiados longínquos

Métodos causais
Temos sempre uma variável que é a causa e a outra que é o efeito. A causa irão ser as
determinantes e o efeito a sua variável dependente, ou seja, procura turística. Para os métodos
causais , iremos recorrer ao método de regressão linear simples , se tivermos apenas uma
variável explicativa

Modelo linear

→Simples: uma variável independente que influencia a dependente

→Múltipla

• Variáveis independentes – determinantes (fatores que influenciam a procura turística.


Ex: preço, rendimento…)
• Variáveis dependentes – determinada (procura turística. Ex: número de dormidas…)

Modelo de regressão linear

PTt,i= α + BXt + et

Onde; α é a constante, B variável independente, e são os resíduos

B se for:

• Positivo → varia no mesmo sentido


• Negativo → varia no sentido oposto
• Quanto maior o coeficiente maior a influencia na variável dependente

R2→ deve estar o mais próximo possível de 1 para a previsão ser vais viável.
• Poder explicativo do modelo
• Proporção de explicação da variação da variável dependente

Modelo de regressão linear múltipla

• Várias variáveis independentes (TD, Y, PR, P C)

PTt,i= α + B1TDt,1 + B2Yt,i + B3PRt,i + B4Pt,i + B5t,i + et

Onde t= num determinado tempo; i= numa determinada região

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