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Curso Profissional Técnico Turismo

TIAT
Turismo – Informação e Animação Turística

Módulo 1
Conceitos e Fundamentos de Turismo
O Técnico
de
Turismo
 O Técnico de Turismo é um profissional que participa na definição,
gestão e aplicação de políticas de desenvolvimento turístico,
definindo, promovendo e comercializando produtos turísticos ou
acompanhando e animando grupos de turistas.
Perfil Profissional: 
 No final dos três anos de formação, os técnicos diplomados possuem competências para:

 Informar os turistas sobre o património histórico e cultural de


Portugal;

 Elaborar circuitos turísticos;

 Informar os potenciais viajantes sobre alojamentos, transportes,


restaurantes e outros motivos de interesse turístico;

 Conduzir o grupo de turistas em território nacional;

 Desenvolver ações de promoção e divulgação turística;

 Receber e atender turistas nacionais e estrangeiros.


Módulos
 1º ANO

 Conceitos e Fundamentos do Turismo


2 Procura e Motivações Turísticas
3 Organização do Acolhimento Turístico
4 Potencialidades dos Destinos Turísticos
 5 Turismo – Património Local e Regional 33

 6 Técnicas de Informação Turística 24

 7 Itinerários e Destinos Turísticos 36

 8 Animação em Turismo 36

 9 Marketing do Turismo 36

 10 Legislação Turística 36

 11 Qualidade nos Destinos Turísticos 24

 12 Animação em Destinos Turísticos 33

 13 TIC Aplicada ao Turismo 33


Baseado na Procura - Uma atividade relacionada com a deslocação
TEMPORÁRIA de pessoas para fora das suas áreas habituais de residência
e trabalho.

Baseado na Oferta - Conjunto de atividades de negócios que direta ou


indiretamente fornecem bens ou serviços que suportam as atividades de lazer
e negócio realizadas pelas pessoas fora dos locais de residência habitual .
1.1 Noção de Turismo

A Organização Mundial de Turismo (OMT), desde 1991 , define o turismo

como:

“Conjunto de atividades desenvolvidas por pessoas

durante as viagens em locais situados fora do seu

ambiente habitual por um período

consecutivo que não ultrapasse um

ano, por motivos de lazer, de negócios

e outros.”
Os viajantes podem ser classificados em função dos
motivos da visita que efetuam:

 Visitante – toda a pessoa que se desloca para fora do


seu local habitual de residência com um objetivo que
não seja o de realizar uma atividade remunerada.

 Turista – todo o visitante que permanece pelo menos


uma noite no local visitado.

 Excursionista- todo o visitante que não pernoita no


local visitado.
1.2 Classificações do Turismo

O turismo pode classificar-se:


a)Segundo a origem dos visitantes;
b)Segundo a duração da permanência;
c)Segundo as repercussões na balança de pagamentos;
d)Segundo a organização da viagem;
e)Segundo a qualidade e caraterização socioeconómica;
f)Segundo a natureza dos meios de viagem utilizados;
g)Segundo o grau de liberdade administrativa;
h)Segundo as motivações.
:

 O Que é o Turismo?
 https://www.youtube.com/watch?v=wCaRMFXagT84

 Tipos de Turismo:
 https://www.youtube.com/watch?v=7TP1JiTCpFo

 7 dias em Portugal:
 https://www.youtube.com/watch?v=J5X3KqRehQs
A duração da permanência depende de:

 Duração das férias;


 País de origem;
 Objetivo da viagem;
 Condições existentes no local visitado (condições
naturais, investimentos realizados, capacidade criativa);

 motivações.
1.2 Tipos de Turismo
Turismo de Recreio – praticado por pessoas que viajam para “mudar de
ares”, por curiosidade, para ver coisas novas, desfrutar de novas paisagens,
das atrações que oferecem os destinos turísticos.
Turismo de Saúde e bem-estar –

os visitantes pretendem obter um

relaxamento físico e mental, um beneficio para a saúde, a recuperação de


uma doença ou a recuperação de um desgaste provocado pela agitação da
vida moderna e intensidade do trabalho. .
Turismo de Saúde e bem-estar

https://www.youtube.com/watch?v=rZ87ce_DFRw

 https://www.youtube.com/watch?v=Rmwr5XSHuRA

 https://www.youtube.com/watch?v=Tqo_7NR2-0I
Turismo Cultural – Incluem-se no turismo cultural as viagens provocadas
pela motivação de ver coisas novas, de aumentar os conhecimentos ,
conhecer a vida e os hábitos de outros povos, civilizações e culturas
diferentes, do passado e do presente.

https://www.youtube.com/watch?v=nDLQcfbGyOU

https://www.youtube.com/watch?v=YiA7D5-RyWI
Turismo de negócios – Este tipo de turismo engloba reuniões,

viagens de incentivos , conferências , feiras e exposições.

Este tipo de turismo assume um elevado significado para os destinos

visitados, na medida em que, por norma, as viagens são organizadas

fora das épocas de férias, chamada época alta, e pagas pela empresa

ou pela instituição a que os viajantes pertencem.

Estes turistas possuem um elevado poder de compra, o que torna este

tipo de turismo muito benéfico para a economia das empresas

turísticas e para os destinos.


https://www.youtube.com/watch?v=UAk9HIDXOHA
https://www.youtube.com/watch?v=T2wVqoFb9zE
Turismo desportivo
Estas deslocações são justificadas pela participação num evento desportivo.

https://www.youtube.com/watch?v=1uPIgNFZkMY

https://www.youtube.com/watch?v=6B2Nl1160HU

http://penaaventura.com.pt/
Turismo político
Justificado pela participação em acontecimentos ou
reuniões de carácter político. Representa um fluxo
significativo de pessoas, já que por razões de promoção
mediática estes encontros trazem comitivas grandes de
jornalistas e assessores dos políticos.
Turismo étnico e de carácter social

viagens realizadas para visitar amigos, familiares e


organizações, para participar na vida das populações locais, e as viagens
realizadas por razões de prestígio social.
Turismo religioso
Pode afirmar-se que existem dois grandes grupos:
 As religiões em que a peregrinação faz parte da prática
religiosa (católicos, muçulmanos e budistas).
Turismo no espaço rural
A motivação passa pelo contacto com a Natureza, com a
paisagem, o clima, o repouso e descanso que os destinos
rurais permitem obter.
 
Pode assumir cinco formas: turismo de habitação, turismo
rural, agroturismo, turismo de aldeia, casas de campo.
 
http://www.hotelquintadomarco.com/pt/
2. Evolução Histórica do
Turismo
 2.1 – Do século II a. C ao século XV
 2.2 – do século XVI ao século XVIII
 2.3 – Do século XIX ao século XXI

História do turismo: (partes 1 e 2)

https://www.youtube.com/watch?v=ZFHDq_CB3D8

https://www.youtube.com/watch?v=DsckWYeoCEA
Romanos e Gregos
 Os romanos criaram maior rede de estradas (100.000 km),
alguns dos traçados ainda hoje são utilizados;

 possibilidade de viajar mais de 100 km por dia utilizando mudas


de cavalos;

 Junto dos templos gregos existiam facilidades para pernoitar e


diversões como teatros e estádios para eventos atléticos;
Romanos e Gregos
 Desenvolveu-se o espírito de hospitalidade, que passou a ser um ato honroso, e institui-se a obrigação
de receber com benevolência os estrangeiros que chegassem a uma cidade;

 Com os romanos desenvolveram-se os Hospes (estalagens), os Hospitium (Hotéis) e os Hospitalia


(Estalagens Públicas);

 Heródoto, o pai da História e o primeiro grande escritor de viagens percorreu toda a Grécia, norte de
África, Sicília, Éfeso na Turquia, Babilónia, Egipto, Líbia e Síria. Os seus livros descrevem os países que
visitou e os seus costumes.
Atrações turísticas da
idade clássica
 romanos e gregos viajavam para visitar os templos e as sete maravilhas
do mundo (Pirâmides de Gize, Jardins Suspensos da Babilónia, Estátua
de Zeus em Olímpia, Mausoléu de Halicarnasso, Templo de Artémis em
Éfeso, Colosso de Rodes e o Farol de Alexandria);

 Jogos Olímpicos, Píticos, Ístmicos e Nemeus ofereciam grande número


de atracões (produções teatrais, banhos termais, competições atléticas
e festivais);
Idade Média
 As viagens tinham como principal razão as peregrinações sendo
célebres as que se dirigiam a Santiago de Compostela, em
Espanha, Canterbury, em Inglaterra, à Terra Santa, na Palestina e
a Meca, na Arábia;
 No século XIV, existiam já guias de viagem que forneciam aos
peregrinos informações detalhadas sobre as regiões que tinham
de atravessar e os tipos de alojamento que poderiam utilizar;
 Para apoiar as peregrinações à Terra Santa foram criadas
diversas Ordens que construíram centros de assistência aos
viajantes; ex: Templários
 Com as Descobertas iniciadas pelos portugueses e
continuadas pelos espanhóis, franceses, ingleses e
holandeses chegou uma nova era para o mundo das
viagens;
A partir de meados do século XVIII produzem-se grandes mudanças,
tanto do ponto de vista tecnológico, como do ponto de vista
económico, social e cultural, que introduzem alterações significativas
nas viagens.

Nesta época popularizam-se as viagens de recreio, entre as camadas


sociais mais abastadas, como forma de aumentar os conhecimentos,
procurar novos encontros e experiências.
 Em França desenvolve-se a construção de estradas
e de redes de comunicação necessárias à circulação
de toda a espécie de carruagens puxadas a cavalo:
diligências, coches, carroças, etc.

 Os diplomatas, estudantes e membros de famílias


ricas inglesas faziam a Grand Tour (viagem de três
anos, pela Europa, com paragens obrigatórias em
Paris, Florença, Roma ou Veneza). Pela primeira vez
passam a designar-se as pessoas que viajam como
turistas;
 Muitos dos grandes escritores da época dedicam alguns dos seus livros
às viagens (Montesquieu “Lettres Persanes, Goethe “Viagem em
Itália”, Stendhal “Mémoires d’un Touriste”, Victor Hugo “Le Rhin”);

 Multiplicam-se os guias turísticos que fornecem informações e


conselhos úteis (Ebel “Manuel dés Voyageurs en Suisse”, Hans Ottokar
Reichard “ Guide des Voyageurs en Europe”, “Conseils aux Touristes”,
“Le Guide d’Espagne et Portugal”;
Do século XIX ao século XX
 O movimento dos ingleses para o continente europeu influencia o
desenvolvimento dos transportes, da hotelaria e da restauração;

 No século XIX, o progresso da ciência, a revolução industrial, a


multiplicação das trocas, o desenvolvimento dos transportes, em particular
do comboio e a transmissão de ideias com a generalização da publicação
de jornais, dão um novo impulso às viagens que começam a encontrar a
sua verdadeira identidade: um meio de as pessoas se interessarem
pelas particularidades de cada povo, pelas tradições, pelo
exotismo e por outros modos de vida e novas culturas;
 Surgem os primeiros hotéis alguns de cadeias ainda hoje existentes como a
Pullman e a Ritz;

 Thomas Cook inventou o turismo organizado. A primeira viagem

organizada foi num comboio alugado por Thomas Cook,


entre Leicester e Loughborough, destinada aos participantes
de um congresso de médicos.
 As viagens organizadas de Thomas Cook, o lançamento de uma nota
circular, antecessora dos travellers cheques, marcaram uma das mais
importantes etapas na história do turismo e estão na origem do turismo
dos nossos dias;
 Em 1840 nasce a primeira organização de
viagens em Portugal, a Agência Abreu;

 A primeira década do século XX caracterizou-se


por transformações e inovações que alteraram
profundamente os modos de vida: a descoberta do
telégrafo e do telefone, o alargamento da rede de
caminhos de ferro, a extensão das redes de
estradas…
 O tempo de trabalho diminui e alcança-se o direito ao
repouso semanal pelo que o conceito de lazer surge
como uma nova noção;

 O turismo transforma-se num fenómeno da sociedade,


influencia o comportamento das pessoas e começa a
alcançar uma dimensão económica sem precedentes;
 Em Portugal surge, em 1911, a
Repartição de Turismo de Portugal;
 Após a I Guerra Mundial e as evoluções
aeronáuticas a ela ligadas, surgem as primeiras
companhias aéreas comerciais (1918 Deutsche
Lufthansa);

 Estão criadas as condições para o arranque do turismo


enquanto atividade económica, porém a eclosão da II
Guerra Mundial faz atrasar o seu avanço.
IDADE CONTEMPORÂNEA

 O desenvolvimento dos transportes, o reconhecimento do direito às férias pagas,

a criação de organizações nacionais e internacionais destinadas a promover o

turismo e as novas ideias levaram a que, a partir do inicio do século XX, o turismo

passasse a ser considerado como uma atividade económica relevante.

 Até ao início da II Guerra Mundial, o turismo alcançou dimensões significativas para, a


partir daí, ter praticamente desaparecido. Só a partir dos anos 50 e aliado à fase de
progresso económico e social é que o turismo se desenvolveu e consolidou.
1945 a 1973
 Ascensão de um grande número de países à independência;
 Produção mundial aumentou à média anual de 5%;
 Crescimento de rendimento real por habitante de 3%;
 Trocas internacionais multiplicaram-se por seis;
 Os créditos internacionais, o capital, a tecnologia e a mão-
de-obra registaram uma enorme mobilidade;
 Emergência de grandes multinacionais;
 Constituição de grupos económicos (CEE);
 Aumento dos dias de férias pagas dos trabalhadores;
 Lançamento dos primeiros satélites e primeira viagem à
Lua;
Efeitos produzidos a nível
do turismo
 A nível da procura registou-se um aumento do tempo livre, um
aumento do rendimento, uma transformação nas motivações
(necessidade de diversificação e diferenciação – necessidade de
compensar os desequilíbrios psicológicos ligados à vida
profissional pela evasão ao meio);

 A nível da oferta as viagens aéreas conheceram um


desenvolvimento rápido e as viaturas individuais tornaram-se mais
correntes. Os organizadores de viagens iniciaram a produção em
série de produtos de massa (período fordista) tendo por base os
transportes por avião fretado e as cadeias de hotéis do litoral. Foi
a célebre época dos 3 S: Sun, Sea and Sand.
3. O Turismo em Portugal
 Fatores que favoreceram o desenvolvimento do turismo
 condições naturais
 condições climatéricas
 elevado grau de competitividade em termos de preços
 sentido de hospitalidade do seu povo
 peculiaridade da nossa cultura

Fatores que condicionaram (dificultaram) o desenvolvimento do turismo


 conceção política dominante durante muitos anos (isolacionismo do
Estado Novo, Conservadorismo)
 situações avessas às mudanças e pouco propensas à modernidade
 atraso dos meios de transporte
 atraso das vias de comunicação
 inexistência de uma iniciativa privada esclarecida e informada
Etapas de Desenvolvimento do
Turismo Português

Infância Adolescência Maioridade Maturidade

1900 1950 1964 1973


 1950 – Entradas 76 mil
 1963 – Entradas: 514 mil
3.3 Maioridade – Entre 1964 e 1974

 O ano de 1964 marca o início do verdadeiro desenvolvimento do turismo português:


 consolidação da recuperação económica dos países industrializados afetados pela guerra
 seguiu-se um boom económico
 generalização do automóvel
 generalização das férias pagas
 desenvolvimento explosivo do trânsito aéreo
 1964 – ultrapassou-se, pela primeira vez, o milhão de entradas, tendo forte contributo os seguintes
fatores:
 Surgem os grandes empreendimentos turísticos que polarizam as atenções e concentram os
investimentos:
 Algarve Madeira Tróia
 O país não estava preparado, nem soube preparar-se, quer no que respeita aos circuitos de
distribuição, quer em infraestruturas surgindo assim os primeiros desequilíbrios estruturais.
 Em 1963, o distrito de Lisboa concentrava quase 30% da capacidade hoteleira
 O Algarve e a Madeira dispunham apenas de 5 e 3,3% respetivamente, da capacidade hoteleira.
 Tratava-se de um turismo altamente concentrado no distrito de Lisboa e
fortemente dependente de três mercados, do ponto de vista externo:
 Reino Unido
 França
 Estados Unidos da América
 Construíram-se os aeroportos do Funchal e do Algarve permitindo
estabelecer relações aéreas com os principais centros emissores
 Criação do Centro de Formação Turística e Hoteleira destinado a
superintender na formação profissional.
 O turismo, que, até aí, não tinha sido objeto de qualquer planeamento,
passa a ser enquadrado nos Planos de Fomento
 Multiplicam-se os empreendimentos desligados de uma conceção de
desenvolvimento regional e sem infraestruturas adequadas
 resultam os primeiros desgastes do ambiente e do património natural
….
 Em 1973, as entradas de estrangeiros ultrapassaram os 4 milhões
 A Alemanha, a Espanha, a França, o Reino Unido e os Estados Unidos da
América passam a ser os primeiros clientes de Portugal
 a oferta hoteleira aumentou significativamente: com 59 mil camas, em
1964, atinge as 86 mil, em 1973, passando o Algarve a deter cerca de
16% da capacidade hoteleira e a Madeira 9,5%.
 O distrito de Lisboa baixa a sua participação no conjunto da capacidade
hoteleira para 27%.
 desenvolvem-se novas formas de alojamento (aldeamentos turísticos,
apartamentos, motéis) e novas formas de exploração (títulos de férias,
multipropriedade).

 A procura dominante caracteriza-se pela busca do sol, do mar e das praias


de areia fina que existem em abundância no país

 Abandono do turismo do interior e dos valores turísticos em que as regiões


do interior são particularmente ricas: termalismo, cultura, gastronomia,
paisagens.

 O turismo, em Portugal, passa a ser sinónimo de


«litoral».
.4 Maturidade - A partir de 1974
 em finais de 1973, com a eclosão da crise da energia, operam-se grandes transformações a nível económico que deram origem a uma crise
económica internacional;

 os desequilíbrios ecológicos provocados por deficiente aproveitamento dos recursos naturais e os novos comportamentos do consumidor que
influenciam, profundamente, a procura turística.

 Simultaneamente, em Portugal, dá-se, em 1974, a revolução de 25 de Abril provocando grandes transformações económicas, sociais e políticas e
ocasionando o afluxo de grandes massa de desalojados das ex-colónias que passam a ocupar os alojamentos hoteleiros.

 As entradas reduziram-se para metade do ano anterior.


 as receitas externas que, em 1973, haviam ultrapassado os 13,5 milhões de contos baixaram para 9,2 milhões;
 a nível institucional operaram-se algumas modificações de relevo:

 criação da Secretaria de Estado do Turismo;


 Em 1979, as entradas de estrangeiros atingiram novo máximo

proporcionando 46 milhões de contos de receitas externas;

 Em dez anos triplicaram as entradas de turistas;

 no período 1980 a 1992, Portugal registou a nível europeu as mais elevadas taxas

de crescimento

 este crescimento foi gerador de euforias utópicas e produziu efeitos perversos e

desenvolveu o espírito do lucro fácil (Albufeira, p.ex.)

 mas também no âmbito da procura se registaram alguns desequilíbrios: a origem

dos turistas que visitam Portugal concentrou-se excessivamente nos mercados

britânico e espanhol, o que tornou o turismo português bastante vulnerável.


concentração territorial

 só o Algarve detém mais de 40% da oferta turística nacional e em conjunto com a Costa de
Lisboa, absorve 70% de todas as dormidas de estrangeiros;
concentração em atrativos e motivações
 é o sol e o mar que servem de base essencial à oferta e aposta-se fundamentalmente nas
motivações que estão na origem da procura do sol e do mar
um dos desafios mais prementes com que o turismo português se passou a defrontar é, então, o
da diversificação;
o seu equilíbrio e o seu crescimento sustentado dependem fortemente:
 da diversificação de mercados;
 de produtos e de motivações a par da adoção de estratégias empresariais baseadas na inovação;
 no desenvolvimento e na resposta às motivações e necessidades dos clientes.
Com o fim de adotar uma nova estratégia para o desenvolvimento do turismo foi lançado, em
meados da década de oitenta, um Plano Nacional de Turismo que tinha como objetivos:

 contribuir para a atenuação dos défices cambiais;

 contribuir para atenuar os desequilíbrios e assimetrias regionais;

 contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos portugueses;

 contribuir para a proteção do património natural e valorização do património cultural.


 Em 2007 foi lançado o PENT, Plano Estratégico Nacional do Turismo, que
serve de base à concretização de ações definidas para o crescimento
sustentado do turismo nacional nos próximos anos e orientar a atividade
do Turismo de Portugal IP, entidade pública central do sector.
A maturidade do Turismo Português
4. O Turismo numa Perspetiva sistémica
 4.1 Fatores socioculturais e Políticos
 O TURISMO
  é um fenómeno que estabelece relações não só com as atividades
humanas mas também com o ambiente que o rodeia
  os turistas influenciam e são influenciados, de forma mais ou menos
intensa, por ações e fatores económicos, sociais, políticas, sanitários,
culturais, ambientais, entre outros.
 quais as atividades nas quais o turismo exerce maiores influências e
maior interdependência?
 Na imagem podemos ver então os sistemas com os quais o turismo
estabelece interações fundamentais:
Mas o que é
o Sistema de
Turismo?

Conjunto de elementos interrelacionados,


coordenados de forma organizada, para alcançar o
sucesso da atividade turística
4.2 Componentes de um sistema
turístico

 Procura turística
 Oferta turística
 Destinos
 Transportes
 Informação e promoção
 Empresas e serviços turísticos
 Organizações
O Sistema Turístico
 ESTRUTURA QUE MOSTRA A INTERAÇÃO ENTRE A OFERTA TURÍSTICA NO DESTINO, OS
ELEMENTOS DE LIGAÇÃO ENTRE A OFERTA E A PROCURA TURÍSTICA.

Procura Componentes de Oferta do Destino


ligação
1. Determinantes 1. Transportes 1. Atrações

2. Motivações 2. Intermediários de viagens 2. Serviços / Equipamentos /


Estruturas
3. Comportamentos de Compra 3. Intermediários de marketing 3. Infraestruturas

Características do Sistema Turístico


Turismo é um Humano, espacial e temporal

Sistema … Aberto, que recebe influências de outros sistemas (por exemplo económico e
educacional)
Caracterizado por conflitos e cooperações internas e externas

Composto por vários subsistemas

Com perda de controlo e coordenação em vários dos seus elementos constitutivos

Fonte: Vanhove, N. (2005)


COMPONENTES DO PRODUTO TURÍSTICO

Infraestrutur
ae
equipamento
s

Preço Recursos

Produto
Turístico

Imagem da Bens e
marca Serviços

Serviços
Gestão
auxiliares

Fonte: Ignarra, 2003.


4.3 Os Recursos Turísticos

Recursos Naturais Recursos Criados pelo ser


Humano
Clima – sol, neve Arte
Fauna e Flora História
Paisagem Monumentos
Praias Parques Temáticos
Montanhas Tradições

4.4 o Turista

 Visitante temporário que permanece mais de 24 horas


no local visitado, fora da sua residência habitual.
5. Turismo e
Desenvolvimento
 Desenvolvimento e Sustentabilidade
 Desenvolvimento / Crescimento Turístico
  
 Estes dois conceitos estão intimamente relacionados e um não existe sem
o outro. Isto é, não teremos desenvolvimento sem crescimento turístico
assim como o crescimento turístico não será relevante se não permitir a
seguir o desenvolvimento turístico.

 O crescimento é definido como sendo um aumento de longo prazo na


capacidade de fornecer, de modo crescente, bens económicos diversos à
população.

 Contrariamente ao crescimento, que implica o aumento sustentado e


duradouro da produção, investimentos, rendimentos e consumo, a noção
de desenvolvimento centra-se nos aspetos qualitativos: melhoria do
bem-estar da população, no seu conjunto, e do seu estado social de
forma sustentável.
 Em pleno século XXI o turismo ganhou o estatuto de maior
atividade económica do mundo. Como tal, o meio ambiente
está a assumir um lugar central no desenvolvimento turístico,
fazendo com que os investidores do sector atribuam a
prioridade à preservação do património natural. Além de uma
atividade economicamente poderosa o turismo é, também, um
fator importante de desenvolvimento sustentável, na medida
em que tem o poder para aprimorar o meio ambiente, prover
fundos para a sua conservação e proteção e defender a cultura
e a história. Contudo, sem um apropriado planeamento
também pode ter uma ação contrária.
 O futuro passará pela conjugação do económico com o ambiental, ou
seja, a viabilidade de um sem a sustentabilidade do outro é indesejável
e a lucratividade turística depende da harmonia entre as duas
componentes. Este artigo contribui para a compreensão de algumas
ideias importantes que servem de base para a área da economia e
sociedade, em geral, e do ambiente, em particular. Vamos começar por
apresentar um enquadramento histórico e conceptual da
sustentabilidade ambiental, económica e social, para depois nos
debruçarmos com maior incidência no turismo sustentável.
(PDF) Turismo e Sustentabilidade. Available from:
https://www.researchgate.net/publication/265069321_Turismo_e_Suste
ntabilidade
[accessed Oct 16 2018].
 ​O conceito de qualidade tem sido amplamente debatido, existindo
várias abordagens para a sua aplicação. Na gestão em turismo, este
objetivo visa garantir que os serviços e produtos turísticos fornecidos
correspondem ou superam as expectativas dos turistas. Em mercados
cada vez mais competitivos, a preocupação com a qualidade do serviço
tem crescido de forma significativa.

 Do mesmo modo, o conceito de sustentabilidade tem ganho relevância


para o turismo. O ano de 2017 foi considerado pela Organização das
Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional do Turismo Sustentável.

 De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), entre janeiro


e agosto de 2017, 901 milhões de turistas cruzaram as fronteiras
internacionais -  mais 56 milhões de turistas do que no período
homólogo em 2016. Esta organização mundial prevê ainda que, em
2030, o número total de turistas internacionais atinja 1,8 mil milhões. ,
económicos e socioculturais.
 As diretrizes de desenvolvimento de turismo sustentável e da
qualidade e as práticas de gestão baseadas nestes conceitos são
aplicáveis a todas as formas de turismo, em todos os tipos de destinos.

 Em Portugal, as políticas de sustentabilidade materializam-se


na Estratégia Turismo 2027, o referencial para o desenvolvimento de
políticas públicas e estratégias empresariais no setor do turismo para a
próxima década.​

 O Turismo de Portugal, enquanto Autoridade Turística Nacional, em


articulação com o Instituto Português da Qualidade (IPQ), tem,
no âmbito da qualidade, um papel fundamental, no sentido de apoiar e
enquadrar as iniciativas do setor privado.
6. Indicadores da Atividade Turística

 Oferta e Procura
 Número de Chegadas
 Número de dormidas
 Chegadas de hóspedes
 Receitas e despesas
 Capacidade de alojamento(CA)
 Estada Média(EM)
 Taxa de Sazonalidade (TS)
 Taxa de Partida(TP)
 Índice de Saturação Turística(IST)
 Taxa de Ocupação Hoteleira (TO)
PORTUGAL CRESCE EM TODOS OS
INDICADORES TURÍSTICOS EM OUTUBRO
Por Publituris a 15 de Dezembro de 2017 as 15:31
 A atividade turística em Outubro registou crescimentos em todos os
indicadores, somando um total de dois milhões de hóspedes, 5,3
milhões de dormidas e 323,5 milhões de euros de proveitos, segundo os
dados revelados esta sexta-feira, 15 de Dezembro, pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE).

 O Centro e o Alentejo foram as regiões que apresentaram maiores


subidas, crescendo 20,4% e 16,3%, respetivamente.
Sintese do Módulo 1
 Conceito de Turismo
 Tipos de Turismo:
Recreio – Étnico e de carater social – religioso – saúde e bem estar – politico – no espaço rural –
negócios – desportivo – cultural .

 História do Turismo –Do século II a. C ao século XV - do século XVI ao século XVIII - Do século
XIX ao século XXI
 Grandes alterações no Turismo entre 1945 e 1973:
A nível da procura:
 Um aumento do tempo livre.
 um aumento do rendimento.
 uma transformação nas motivações (necessidade de diversificação/ diferenciação/evasão.
A nível da oferta:
 desenvolvimento rápido das viagens aéreas.
 as viaturas individuais tornaram-se mais correntes.
 Os organizadores de viagens iniciaram a produção em série de produtos de massa (período
fordista) tendo por base os transportes por avião fretado e as cadeias de hotéis do litoral.
 Foi a célebre época dos 3 S: Sun, Sea and Sand.
Síntese do Módulo 1
 As fases do Turismo em Portugal
 Infância
 Adolescência
 Maioridade
 Maturidade
 no âmbito da procura se registaram alguns desequilíbrios: a origem dos turistas que visitam Portugal
concentrou-se excessivamente nos mercados britânico e espanhol, o que tornou o turismo português
bastante vulnerável.
 só o Algarve detém mais de 40% da oferta turística nacional e em conjunto com a Costa de Lisboa,
absorve 70% de todas as dormidas de estrangeiros;
 é o sol e o mar que servem de base essencial à oferta e aposta-se fundamentalmente nas motivações
que estão na origem da procura do sol e do mar
 Falta de diversificação que condiciona o seu equilíbrio e o seu crescimento sustentado .
 Falta de produtos e de motivações e de estratégias empresariais baseadas na inovação;
 Com o fim de adotar uma nova estratégia para o desenvolvimento do turismo foi lançado, em meados
da década de oitenta, um Plano Nacional de Turismo que tinha como objetivos:
 contribuir para a atenuação dos défices cambiais;
 contribuir para atenuar os desequilíbrios e assimetrias regionais;
 contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos portugueses;
 contribuir para a proteção do património natural e valorização do património cultural.
 O turismo  é um fenómeno que estabelece relações com as atividades
humanas mas e com o ambiente que o rodeia.
 Turismo é um sistema aberto, que recebe influências de outros sistemas
(por exemplo político e sanitário).
 O preço, os recursos, as infaestruturas e os equipamentos são componentes
do produto turístico.
 Podemos considerar recursos turísticos as paisagens, as praias, os
monumentos e as tradições.
 Os transportes, os intermediários de viagens e os intermediários de marketing
são componentes de ligação entre procura e oferta turística.
 Em pleno século XXI o turismo ganhou o estatuto de maior atividade
económica do mundo. Como tal, o meio ambiente está a assumir um lugar
central no desenvolvimento turístico, fazendo com que os investidores do
sector atribuam a prioridade à preservação do património natural. Além de uma
atividade economicamente poderosa o turismo é, também, um fator importante
de desenvolvimento sustentável, na medida em que tem o poder para
aprimorar o meio ambiente, prover fundos para a sua conservação e proteção e
defender a cultura e a história. Contudo, sem um apropriado planeamento
também pode ter uma ação contrária. O futuro passará pela conjugação do
económico com o ambiental, ou seja, a viabilidade de um sem a
sustentabilidade do outro é indesejável e a lucratividade turística depende da
harmonia entre as duas componentes.

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