UFCD 3479

PROCURA TURÍSTICA
E
OFERTA TURÍSTICA

FORMADOR JOSÉ TAVEIRA

OBJETIVOS

Identificar e caracterizar as diversas componentes da

procura e oferta turística.
PRODUTO TURÍSTICO

O que é?
 CONTEÚDOS
Procura turística:
• Noção e formas da procura turística;
• Característica fundamental da procura turística;
• Fatores determinantes da procura turística;
• Dimensão e características da procura turística;
• Diferentes características e motivações do turista;
• Tendências de evolução e a emergência de novos tipos de turismo;
• Perspetivas da procura internacional.
Vamos por partes…
Um produto
é um objeto que se cria através de um certo processo de
fabricação. Pode-se tratar de algo construído à mão ou
recorrendo a máquinas. Em geral, o produtor tem o objetivo
de comercializar as suas criações no mercado.
Turístico, por sua vez, é aquilo
que está relacionado com o
turismo. Este conceito refere-se à
atividade que uma pessoa realiza
quando percorre uma cidade ou
país que não o seu, seja com fins
de lazer, culturais, de negócios,
etc.
Com estes antecedentes, podemos definir o
conceito de produto turístico, sendo que
este não se refere só a um produto no sentido
material, pois abarca tanto os bens físicos
como os serviços que caracterizam um
determinado destino e que fazem parte da
experiência que um turista vive nesse lugar.
Tangíveis:
• Ruínas arqueológicas;
• Museus;
• Monumentos;
• Pontes.
Intangíveis:

• Hospitalidade do povo;
• Rituais;
• Cultura.
As suas características são dadas pela
interação e a combinação entre todos
estes componentes, de características
bastante diversas entre elas. Pode-se
dizer que o produto turístico inclui todos
os elementos que permitem o
desenvolvimento da atividade turística.
Procura Turística
Assenta nas diversas quantidades
de bens e serviços que os
visitantes adquirem num dado
momento. Deste modo, a procura
turística é o conjunto dos bens e
serviços que as pessoas que se
deslocam adquirem para realizar
as suas viagens.
Pode assumir as seguintes formas:
• Física;
• Monetária;
• Geográfica;
• Global;
Física:
A procura física é, portanto,
constituída pelos fluxos turísticos, que
se medem pelas chegadas às
fronteiras de cada país e pelas
pernoitas, quer tenham origem no
próprio país quer não.
Física:
Deslocações dos indivíduos. Nestes
termos, é dada pelo número de
pessoas que se deslocam para locais
diferentes daqueles em que residem e
onde realizam as suas atividades
profissionais remuneradas.
Monetária:
A procura turística é dada pelo valor do
conjunto dos consumos realizados pelos
visitantes de origem externa e interna, ou
seja, pelo valor das quantidades de bens e
serviços que adquirem em razão das suas
deslocações e que se medem pelas receitas
turísticas.
Geográfica:
Do ponto de vista geográfico, a procura
turística expressa as origens e os destinos.
Define as localidades onde se geram os
movimentos turísticos (origens) e os locais
para onde se dirigem com vista à
satisfação das suas necessidades
(destinos).
Global:

A procura global de um país é

avaliada pela “taxa de partida” que
exprime a participação da sua
população nas viagens.
Global:
Procura turística global originada
num país – é a procura aí
gerada, quer se destine a viajar
para o estrangeiro, quer no
interior do próprio país.
Existem ainda dois grandes grupos
da procura turística

EFETIVA
& POTENCI
POTENCIAL
AL
Procura efetiva
É constituída pelo número de
pessoas que num
determinado período
participa na atividade
turística, ou seja, que viajam
por razões turísticas.
Procura potencial
é a parte da população que, num
determinado momento, não viaja por
qualquer motivo, mas que tem condições
para viajar no futuro quando se verificar
alterações das situações que, no período
considerado, impediram a realização da
viagem (motivos profissionais,
familiares, saúde, etc.)
Características fundamentais

• Crescimento constante;
• Heterogeneidade;
• Concentração.
CRESCIMENTO CONSTANTE

• Evolução constante é uma

característica geral da
procura turística que se
traduz por uma expansão
global e universal.
CRESCIMENTO CONSTANTE
• Ao longo das últimas cinco
décadas registaram-se
períodos de aceleração das
taxas de crescimento da
procura turística internacional,
porém, também se registaram
afrouxamentos significativos,
mas a tendência geral é a de
crescimento.
HETEROGENEIDADE
• As razões que levam as
pessoas a viajar (motivações)
são extremamente
diversificadas conduzindo a
situações diferentes.
HETEROGENEIDADE
• As pessoas viajam por motivos de
carácter meramente pessoal, por motivos
sociais (imitação, afirmação social) ou
por motivos profissionais (realização de
negócios, participação em congressos) e
familiares (visita a amigos e parentes),
entre outros.
HETEROGENEIDADE
• A gama de motivos tende a aumentar e
constantemente surgem razões adicionais
que levam as pessoas a viajar, resultando
numa grande variedade de tipos de
turismo e de produtos. É um processo
também inerente à democratização do
turismo e que acompanha a alteração dos
modos de vida.
CONCENTRAÇÃO

• Tempo;
• Espaço;
• Atrativos.
CONCENTRAÇÃO NO TEMPO

• Na generalidade dos destinos

turísticos a distribuição da
procura turística ao longo do
ano é muito desigual
conduzindo a períodos de
grande procura (estação alta) e
períodos de reduzida procura
(estação baixa).
CAUSAS

• Condições climatéricas.
As pessoas escolhem para
viajar o bom tempo e as
condições climatéricas
que satisfaçam as suas
motivações: procura de
neve e desportos de
Inverno, sol e mar.
CAUSAS
• Regimes e épocas de férias. As épocas de
férias dos trabalhadores e dos estudantes e a
sua distribuição ao longo do ano determinam
as épocas em que as pessoas viajam. As férias
escolares determinam as épocas em que não
só os jovens têm disponibilidade de tempo
para viajar como também as dos pais com
filhos em idade escolar e o regime de férias
laborais influencia fortemente a eleição dos
períodos de férias por parte dos trabalhadores.
CAUSAS
• Condições sociais. A moda, o espírito
de imitação e os encontros de amigos
e família durante as férias levam a que
se escolham as férias por motivos
idênticos e nas mesmas épocas do ano
que, por via da regra, coincidem com a
época alta.
CAUSAS
• Hábitos. Os hábitos adquiridos ao longo do
tempo relativamente à escolha da altura do
ano para passar férias acabam por se
transformar num fator que influencia a
sazonalidade. Muitas pessoas habituam-se a ir
de férias em certas épocas e passam a eleger
sempre essas mesmas épocas efetuando as
reservas nos meios de alojamento de uns
anos para os outros.
 CONCENTRAÇÃO NO ESPAÇO

• A União Europeia, por exemplo, despende em

turismo mais de 40% do total das despesas
mundiais e recebe um terço das receitas
turísticas também mundiais. A Europa, no seu
conjunto, continua a ser a zona do mundo com
maior concentração turística, não só em termos
de destino como também de origem.
CAUSAS

• A concentração no espaço tem como causa

principal o nível de desenvolvimento
económico. É nos países mais desenvolvidos
economicamente, cujas populações
desfrutam de mais elevados níveis de
rendimento e de melhores condições de vida
que se originam as maiores correntes
turísticas.
 CONCENTRAÇÃO EM ATRATIVOS

• Apesar da grande diversidade de motivos

da viagem, a procura turística continua a
ser fortemente concentrada em atrativos
tais como: o mar, as montanhas e as
grandes cidades, onde se situam os
principais centros culturais que
concentram os atrativos mais procurados
pelos turistas e é para aí que se dirigem
as correntes turísticas mais fortes.
CONCENTRAÇÃO EM ATRATIVOS

• Desde os anos 80 que se tem vindo a

registar uma fragmentação cada vez
maior da procura, dando origem a uma
maior segmentação com a
consequente criação de novos e mais
diversificados produtos turísticos, no
entanto, os atrativos que atraem o
maior número de turistas continuam a
ser os três já mencionados.
FATORES DETERMINANTES
DA
PROCURA TURÍSTCA
• Fatores Socioeconómicos
• Fatores Técnicos
• Fatores Psicossociológicos
FACTORES
SOCIOECONÓMICOS
Todos os fatores de carácter económico ou social que
impedem, permitem ou influenciam a decisão de viajar.
Entre eles destacam-se:
• os rendimentos;
• os preços;
• a demografia;
• a duração do lazer.
RENDIMENTOS
Este fator pode permitir ou impedir
que o indivíduo viaje. Tudo irá
depender do valor do seu rendimento.
Permitindo que o indivíduo viaje,
poderá então decidir que tipo de
viagem fará e para onde.
PREÇOS
A variação dos preços influencia a
procura turística, ou seja: quando os
preços aumentam a procura
turística diminui e quando os
preços diminuem a procura
aumenta.
PREÇOS
Em relação ao nível geral de preços (preço do conjunto de bens e
serviços adquiridos pelas famílias) podemos distinguir duas situações,
consoante nos posicionemos no mercado de origem ou no mercado de
destino:

• Quando no mercado de origem se regista um aumento geral dos

preços, aumentam também os gastos no consumo de bens de
primeira necessidade provocando a redução do
rendimento/orçamento disponível para viajar, conduzindo assim à
diminuição da procura turística.
• Quando no mercado de destino se regista um aumento geral dos
preços, este provocará uma diminuição da procura turística,
afastando os consumidores turísticos do destino o que
consequentemente diminuiu a sua procura.
DEMOGRAFIA
Do ponto de vista demográfico, a
procura turística é determinada pela
taxa de partida ou propensão à viagem.
Este indicador mostra-nos que alguns
dos países com menor população
mundial são aqueles que possuem uma
maior propensão à viagem, o que se
deve a fatores económicos mas também
a alterações demográficas:
DEMOGRAFIA
• O declínio das taxas de natalidade tem
reduzido o tamanho das famílias. Esta
redução, acompanhada do aumento da
participação da mulher na vida profissional,
tem como efeito o aumento do rendimento
disponível para a realização de viagens, o
que aumenta a procura turística.
DEMOGRAFIA
• Já há algumas décadas que nos países mais
desenvolvidos economicamente se regista um declínio
da taxa de natalidade que, associada à diminuição da
taxa de mortalidade, provoca o envelhecimento da
população dando origem a um novo segmento de
mercado (turismo sénior).
DURAÇÃO DE
LAZER
A diminuição do tempo de trabalho e o consequente aumento do tempo
livre é um facto comum a todos os países em resultado do progresso
social e do desenvolvimento tecnológico mas também de um desejo
humano: à medida que aumentam os ganhos reais por hora de trabalho
as pessoas abdicam de aumentos adicionais de rendimentos para
disporem de mais tempo livre. A partir de certos níveis de rendimento,
as pessoas trocam o rendimento por lazer preferindo diminuir o seu
tempo de trabalho a obterem mais rendimento.
FACTORES TÉCNICOS
É no domínio dos transportes que o progresso
tecnológico exerce maior influência sobre a
procura turística. Também as novas
tecnologias das telecomunicações e da
informação constituem uma área de progresso
técnico que favorece o aumento da procura
turística (facilidades nas reservas, nos
pagamentos, nas informações, etc.).
FACTORES TÉCNICOS
Os fatores técnicos incluem os meios e os
processos técnicos e tecnológicos que
facilitam as deslocações ou permitem a
realização de viagens. Ao garantir melhores
condições de vida e ao proporcionar novas
bases de desenvolvimento económico e
social, todo o desenvolvimento tecnológico
influencia, direta ou indiretamente, a
procura turística.
FACTORES
PSICOSSOCIOLÓGICOS
O comportamento dos consumidores é influenciado
por fatores psicossociológicos que determinam os
gostos de cada, as preferências e os atos de consumo
turístico. Incluem-se aqui os sociais, pessoais e
culturais.
FATORES SOCIAIS
• A viagem corresponde à necessidade
individual de evasão, isto é, constitui uma
forma de romper com a rotina da vida
quotidiana, com o stress da vida urbana e
com as condições do trabalho em
ambientes fechados. O turismo é , para
muitas pessoas, um ato de libertação das
frustrações/stress da vida moderna.
FATORES PESSOAIS
• Os fatores pessoais resultam de desejos
e de aspirações profundamente
enraizados na natureza humana e que
são despertados pelas condições de vida.
As pessoas que têm um trabalho
rotineiro e que habitam em locais
despersonalizados vivendo em
isolamento, sentem necessidade de
mudar de ambiente, necessidade que é
satisfeita ao viajar.
FATORES CULTURAIS
• Os atuais padrões culturais, a maior
informação e a difusão de imagens de outros
países, de outras paisagens e de
acontecimentos e manifestações artísticas,
desportivas, culturais e socas exercem uma
grande influência sobre a decisão de viajar e
nas viagens, conduzindo a uma
predisposição para viajar.