Você está na página 1de 2

Correndo atrás do trem

Em uma excursão, mesmo que não se queira ou não se consiga realizar todos os
passeios propostos pelo guia, é prudente aos turistas solicitar informações sobre os locais
de visitação, principalmente em países estrangeiros, de outros idiomas, crenças e
costumes.
O caso a seguir ilustra a situação vivida por algumas turistas que recusaram o passeio
oferecido pelo guia para viverem sozinhas uma experiência única. Como não tinham
dinheiro suficiente para comprar o passeio proposto, resolveram fazê-lo por conta própria,
pois sairia mais barato. Com vergonha da situação, partiram sem perguntar nada ao guia
sobre o local.
Anne, Beatriz e Carol tinham se conhecido em uma daquelas excursões pela Europa
que visitam diversos países em poucos dias. Quando em Paris, resolveram conhecer o
palácio de Versalhes sem o guia, pelos motivos já expostos. Munidas de guias turísticos,
mapas, máquinas fotográficas, passaportes, dólares e roupas confortáveis, puseram-se a
caminho. Na estação de metrô, estudaram o trajeto que deveriam percorrer: mudariam três
vezes de linhas metroviárias para depois embarcarem no trem que as levaria ao destino.
Após muita risada decorrente das trapalhadas nas baldeações, pois nenhuma das três
falava francês, chegaram à estação de trem, que marcava o horário preciso da chegada do
veículo. As turistas desceram as escadas que levavam à estação e pararam para aguardar a
chegada da locomotiva. Na hora marcada, viram o trem aproximar-se com velocidade. O
veículo tinha poucos vagões e parava na extremidade oposta da estação, não no final, onde
as amigas o esperavam.

Carol desconfiou e gritou:


-Corram que ele não vai parar!

E lá se foram as três brasileiras correndo atrás do trem, até o alcançarem no início da


longa estação. As amigas não sabiam disso e riram muito ao entrar no último vagão, onde
conheceram outros brasileiros que acharam graça do acontecimento.

Por fim, as três moças chegaram ao destino, onde passaram o dia. Depois,
voltaram sem problemas até a estação em que quase perderam o "curtinho" na vinda, como
mais tarde o chamaram. Ao chegarem, depararam com um grupo de turistas brasileiros,
devidamente acompanhados pelo guia. Para evitar problemas, resolveram ficar próximas a
eles, certas de estarem, dessa vez, no lugar certo, tendo em vista que havia um guia a lhes
orientar. Mas qual não foi a surpresa quando Carol gritou novamente:

- Corram que ele não vai parar de novo!


E lá se foram as três, mais uma vez, correndo estação afora, rindo até não
poder mais, pois o grupo, tão bem orientado, vinha todo correndo atrás, com guia e
tudo.
Como no último vagão estavam exatamente os mesmos brasileiros que
haviam conhecido na ida, as moças ainda foram obrigadas a ouvir:
- Gostaram tanto do esporte que até conseguiram adeptos!
Todos riram. O guia brasileiro confessou que aquela era sua primeira
viagem ao local e pensou estar no lugar certo da estação.
Na volta ao hotel, apesar do cansaço, Anne, Beatriz e Carol tiveram uma boa
história para contar ao grupo e ao guia, o qual as aconselhou a, da próxima vez, não ter
vergonha de procurá-lo para que ele pudesse orientá-las de forma correta.
Infelizmente, é bastante comum, em períodos de alta temporada, que guias
inexperientes sejam recrutados para liderar viagens por locais que não conhecem. Nesse
tipo de situação, geralmente ocorrem
problemas facilmente percebidos pelos turistas. O ideal é que o guia já
tenha visitado o local algumas vezes e que estude, em detalhes. pormenores da
viagem antes de realizá-la.

Questões para reflexão e debate

1) Um guia está liderando um grupo em local que não conhece .De quem é a
responsabilidade no caso de erros: do guia ou da empresa contratante?

2) O benefício justifica o risco?

3) De que modo a percepção de qualidade do cliente fica abalada?

4) Na posição do guia, você orientaria o grupo a correr atrás do trem? Por quê?

Você também pode gostar