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e Ambiental
2012
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Jorge Luis Bonamente
Prof. Arildo João de Souza
711
P613e Bonamente, Jorge Luis
Planejamento urbano e ambiental / Jorge Luis Bonamente e Arildo
João de Souza. Indaial : Uniasselvi, 2012.
186 p. : il
1. Planejamento urbano.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
Apresentação
Ao iniciarmos a disciplina de Planejamento Urbano e Ambiental,
queremos levá-lo a compreender a origem e a evolução das cidades ao longo
da historia até se transformarem nas metrópoles e megalópoles existentes na
atualidade.
Bons estudos!
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – PROCESSO EVOLUTIVO URBANO........................................................................ 1
VII
3.5.1 Índices urbanísticos................................................................................................................. 41
3.5.2 Limites das zonas territoriais................................................................................................. 44
3.6 PARCELAMENTO DO SOLO........................................................................................................ 45
3.6.1 Definições mais usuais em parcelamento do solo.............................................................. 47
3.6.2 O que um bom parcelamento do solo deve realmente ter?............................................... 49
3.6.3 Quadras e lotes em parcelamentos do solo.......................................................................... 51
3.6.4 Parcelamentos do solo: normas municipais......................................................................... 52
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 54
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 56
VIII
4.6. OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR......................................................... 101
4.7 TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR................................................................. 102
4.8 OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS............................................................................ 102
4.9 ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA.............................................................................. 103
4.10 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA............................................................................................ 104
4.11 INCENTIVOS E BENEFÍCIOS FISCAIS E FINANCEIROS.................................................... 104
4.12 DESAPROPRIAÇÃO.................................................................................................................... 104
4.13 SERVIDÃO ADMINISTRATIVA................................................................................................ 105
4.14 LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS.......................................................................................... 105
4.15 TOMBAMENTO........................................................................................................................... 106
4.16 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO............................................................................................. 106
4.17 ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL (ZEIS)............................................................. 106
4.18 CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO............................................................................. 107
4.19 REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA............................................................................................. 107
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 108
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 113
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 115
IX
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 175
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 176
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 177
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta primeira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles, você encontrará atividades que contribuirão para fixar os conteúdos
explorados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
ASPECTOS HISTÓRICOS DA
URBANIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Qualquer exame, ainda que superficial, da prática e da teoria concernentes
ao desenvolvimento das atividades ligadas ao planejamento urbano brasileiro,
revelará uma situação de crise. As cidades brasileiras, em sua maioria, apesar dos
progressos técnicos e científicos alcançados, prescindem ainda de cartografias
adequadas e de dados estatísticos confiáveis. Faltam também técnicos experientes
e qualificados em planejamento urbano e uma maior conscientização da
população quanto à questão urbana. Credite-se isso ao fato da ausência de canais
reivindicatórios eficientes e políticas urbanas apenas no papel, sem efetividade na
aplicação prática. Temos uma cidade real, à margem da legislação, e uma cidade
ideal, que está presente na maioria dos planos diretores municipais (ROLNIK,
1997). Ainda que as demandas do cidadão não sejam levadas em conta, que as
políticas urbanas estejam presas apenas no papel e que o quadro sociopolítico
apresente-se confuso, sempre ocorre o aparecimento de uma luz no fim do túnel.
3
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
4
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA URBANIZAÇÃO
5
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
TUROS
ESTUDOS FU
Você verá mais tarde, na Unidade 2, do que trata e o que é o Estatuto da Cidade!
3PLANEJAMENTOURBANOCOMPARTICIPAÇÃO:OBAIRRO
A participação popular em qualquer processo, quer de cunho eleitoral, de
planejamento urbano ou de qualquer outra forma, vem refletida no conhecimento
prévio das regras do jogo em que ela, população, venha a se inserir. É como se
fosse um jogo de cartas, como bem observa Carlos Nélson dos Santos (1988), em
seu livro “A Cidade Como um Jogo de Cartas”, especialmente no capítulo “A
cidade como um jogo”: não pode haver participação sem que se conheçam as
regras do jogo urbano. Se a maioria dos participantes estiver alheia ao processo,
pelo desinteresse típico de quem primeiramente preocupa-se com a própria
sobrevivência ou com a participação dando-se de forma manipulada, de modo
a conferir legitimação às propostas econômicas e políticas de grandes grupos
detentores do capital, chega-se a um estágio de desconfiança com relação a
qualquer processo que se diga “participativo”.
6
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA URBANIZAÇÃO
NOTA
7
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
8
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA URBANIZAÇÃO
NOTA
9
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
NOTA
10
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA URBANIZAÇÃO
Poucos dos que leem estas páginas sequer concebem o que são estes
pestilentos viveiros humanos, onde dezenas de milhares de pessoas se
amontoam em meio a horrores que nos trazem à mente o que ouvimos
sobre a travessia do Atlântico por um navio negreiro. Para chegarmos
até elas é preciso entrar por pátios que exalam gases venenosos e
fétidos, vindos das poças de esgoto e dejetos espalhados por toda parte
e que amiúde escorrem sob nossos pés; pátios, muitos deles, onde o sol
jamais penetra, alguns sequer visitados por um sopro de ar fresco e
que raramente conhecem as virtudes de uma gota d’água purificante.
É preciso subir por escadas apodrecidas, que ameaçam ceder a cada
degrau e, em alguns casos, já ruíram de todo, com buracos que põem
em risco os membros e a vida do incauto. Acha-se o caminho às
apalpadelas, ao longo de passagens escuras e imundas, fervilhantes
de vermes. E então, se não forem rechaçados pelo fedor intolerável,
poderão os senhores penetrar nos pardieiros onde estes milhares de
seres, que pertencem, como todos nós, à raça pela qual Cristo morreu,
vivem amontoados como reses. Paredes e tetos estão negros com as
acreções da imundície que sobre eles se foi acumulando ao longo dos
anos de abandono. Imundície que transpira pelas fendas do forro
de tábuas, escorre pelas paredes, está em toda parte. O que atende
pelo nome de janela é apenas metade disso, entuchada de farrapos ou
tapada com tábuas que impedem a entrada da chuva e do vento.
12
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA URBANIZAÇÃO
13
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
NOTA
14
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA URBANIZAÇÃO
Além destes modelos, muitas outras propostas, que não lograram tanta
publicidade, também buscaram a organização coletiva em detrimento da liberdade
individual, visando resolver de forma pública os aspectos da vida familiar e social.
Nascem das condições inaceitáveis geradas pelas disfunções da cidade proveniente
da Revolução Industrial. Estes sonhadores propõem a criação de novas estruturas
urbanas que são denominadas de utopias, no sentido de serem ideias inatingíveis,
sem resolver, no entanto, os problemas que lhe deram origem.
UNI
Faça uma pesquisa e descubra outras propostas ditas utópicas. Será que vale a
pena sonhar com novos modelos de cidades? Descubra!
15
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
urbano no Brasil, pelo menos nos últimos anos, tem se esforçado para agir como
mediador do conflito social pelo solo urbano instaurado. O foco do planejamento
urbano atual desloca-se do regulamento das práticas de comando e controle
convencionalmente presentes na aplicação dos instrumentos de uso e ocupação
do solo para o tratamento dos processos especulativos de produção do espaço
urbano, com as decisões sendo tomadas através de um processo democrático no
qual os urbanistas passam a ocupar o lugar de condutores de processo ao invés
de um projeto autoral de cidade ideal. Em contraponto a esta tendência, há o que
se convencionou chamar de planejamento urbano estratégico, que procura tratar
as cidades sob a lógica da guerra fiscal e de sua localização na suposta nova rede
de cidades globais.
16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
17
• A cidade medieval surge nos primeiros cinco séculos depois da queda do
Império Romano e suas funções essenciais eram a troca, a informação, a vida
cultural e o poder, dentro de muros construídos para proteger as cidades das
invasões dos bárbaros.
18
AUTOATIVIDADE
1 Para onde estão indo nossas cidades? A globalização tem afetado as cidades?
O que você acha? Faça uma pesquisa e anotações sobre sua posição.
2 Por que o bairro é uma escala interessante para se trabalhar com as questões
urbanas e de planejamento urbano?
5 Faça uma pesquisa sobre outros modelos urbanos utópicos de cidades e traga
para a sala de aula para discutir com seus colegas.
19
20
UNIDADE 1
TÓPICO 2
PLANO DIRETOR
1 INTRODUÇÃO
O Plano Diretor, conforme o art. 182, parágrafo 1º, da Constituição Federal
Brasileira (BRASIL, 1988), é um documento de natureza técnica e política que tem
por objetivo direcionar o crescimento físico-territorial e socioeconômico dos núcleos
urbanos do município, ordenando sua expansão e estimulando as principais
funções e atividades urbanas (habitação, trabalho, educação, saúde etc.).
21
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
NOTA
NOTA
23
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
Na Câmara dos Deputados esta proposta de lei foi designada como Projeto
de Lei n° 775/83, e depois de longa tramitação chegou ao Senado Federal, sendo
alvo de inúmeros projetos substitutivos, dentre os quais o do Senador Pompeu
de Souza, o de n° 181/1989, que, mais tarde, de volta à Câmara dos Deputados, se
transformaria no PL n° 5.788/1990, que, depois de 12 anos, se transformou no que
hoje é conhecido como Estatuto da Cidade. Apesar de não ter sido aprovado, dois
de seus artigos foram incorporados parcialmente ao texto constitucional de 1988
através de uma emenda popular contendo cerca de 150 mil assinaturas.
24
TÓPICO 2 | PLANO DIRETOR
25
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
LEITURA COMPLEMENTAR
Claudio Leal
— Você não rasga o retrato de família, mesmo que você não goste do
nariz de um tio. Porque esse retrato é você mesmo. A cidade é como um retrato
de família.
Leia a entrevista:
Terra Magazine - As grandes cidades brasileiras caminham para ser
megacidades. O que deve ser priorizado pelo homem público?
26
TÓPICO 2 | PLANO DIRETOR
Jaime Lerner - Acho que, além dos problemas normais que todas as
cidades têm - de educação à saúde, atenção às crianças, segurança, saneamento -,
existem hoje três pontos que são fundamentais, não só para cada cidade, mas para
a humanidade. São problemas essenciais para essas cidades e a responsabilidade
perante o futuro: a mobilidade, a sustentabilidade e a coexistência, a
sociodiversidade. Bom, primeiro a mobilidade. Nós estamos vivendo, nas grandes
cidades, um estado de perplexidade. Todo mundo apavorado com o número de
carros, a incapacidade que as cidades têm em dar resposta à mobilidade.
Por quê?
Porque as cidades que fizeram redes completas de metrô, elas fizeram
há cem anos, quando era mais barato trabalhar no subsolo. Hoje é impossível
uma cidade ter a rede completa. O que vai acontecer? Algumas cidades vão ter
algumas linhas. Vou dar um exemplo: São Paulo tem quatro linhas de metrô. Mas
84% dos deslocamentos são na superfície. Então, apesar de achar que o futuro está
na superfície, eu não procuro provar qual é o sistema melhor. O que não é bom
é esperar uma rede completa que nunca vai existir. Às vezes ficam esperando 30
anos por uma linha.
27
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
atuar. Alguns compromissos têm que existir daqui pra frente em todas as cidades
do mundo. Primeiro, usar menos o automóvel. Não é “não usar o automóvel”.
Usar menos. Se você analisar sua carteira de motorista, está escrito: “permitido
para carro a passeio” (risos). As grandes cidades serão obrigadas a melhorar seus
sistemas de transporte público.
Como trazer a moradia pra mais perto do trabalho em cidades como Rio
de Janeiro, São Paulo? Dá pra resolver?
Resolve, resolve. Veja bem. Qual é a grande revolução que aconteceu nas
cidades? As cidades não se transformaram em paisagens do Flash Gordon ou
do Blade Runner. A grande revolução foi a redução da escala dos geradores de
emprego e o wireless. Claro que vão existir ainda as grandes petroquímicas, mas
os grandes geradores de emprego hoje são os serviços, a indústria da alimentação
- que está mais decomposta, não é mais enorme -, a indústria do vestuário…
Cada vez você tem mais esses geradores de emprego decompostos, que podem
conviver perfeitamente com a cidade. Isso permite, qualquer que seja sua renda,
morar mais perto do trabalho. Outra coisa: a cidade é uma estrutura de vida,
28
TÓPICO 2 | PLANO DIRETOR
São Paulo tem um cinturão mais seguro e fora dele não há as mesmas
garantias… O Rio tem mais integração, mais coexistência. É que a gente só sinaliza
a má coexistência, não a boa coexistência. O que acontece na praia…
29
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
Há o problema da acessibilidade.
A acessibilidade é difícil. Se você contar as estações em que tem que
trocar… Pegue em Paris, o melhor metrô do mundo. Se você tiver que pegar a
estação Montparnasse, Châtelet ou République, você fica andando 20 minutos
embaixo da terra. Quando você contar o tempo de grande circulação, tá bom,
na superfície é mais lento. Mas, em compensação, as integrações são feitas em
questão de segundos. Acredito seriamente que é possível metronizar a superfície.
Tenho discutido isso em algumas cidades do mundo. A tendência é os metrôs
andarem mais rápido, cortarem estações… Como em Londres, o mais antigo do
mundo, que está apresentando problemas. Ajudar as estações com a superfície,
a reintegração com a superfície, um sistema ajudar o outro. É fundamental. Bem,
e tem outra coisa: os franceses transformaram a bicicleta em transporte público.
Eles criaram o veículo individual sem ser dono. Eu estou trabalhando no protótipo
de um carro sem dono. Um carro que você possa colocar na cidade, assim como
a bicicleta. Tudo isso tem que ser pensado, numa cidade, se quiser resolver o
problema de mobilidade.
Eu digo o seguinte: você não rasga o retrato de família, mesmo que você
não goste do nariz de um tio. Porque esse retrato é você mesmo. A cidade é
como um retrato de família. Na hora de cortar e destruir as nossas diferenças,
perdemos a nossa ligação, a nossa identidade. E a identidade é um componente
de qualidade de vida muito importante.
30
TÓPICO 2 | PLANO DIRETOR
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
• Sua elaboração, para cidades com mais de 20 mil habitantes, é uma exigência
constitucional, conforme o art. 182, parágrafo 1º, da Constituição Federal
Brasileira.
32
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 30 mil habitantes.
b) ( ) 20 mil habitantes.
c) ( ) 40 mil habitantes.
d) ( ) 60 mil habitantes.
e) ( ) 50 mil habitantes.
33
34
UNIDADE 1
TÓPICO 3
2 DEFINIÇÕES
35
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
O plano diretor não serve para ficar parado em uma prateleira, ele deve
ser instrumento de trabalho, constantemente manuseado pelos funcionários
responsáveis por sua execução e também pela comunidade em geral.
36
TÓPICO 3 | ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR E AS LEGISLAÇÕES QUE REGULAMENTAM O PLANEJAMENTO
URBANO MUNICIPAL
Esta equipe, por permanecer na cidade mesmo depois que o plano diretor
estiver pronto e por conhecer a realidade local, terá as condições ideais para
elaborar um plano diretor adaptado às necessidades do seu município, fazendo
dele um efetivo instrumento do processo de planejamento.
39
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
40
TÓPICO 3 | ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR E AS LEGISLAÇÕES QUE REGULAMENTAM O PLANEJAMENTO
URBANO MUNICIPAL
3.4. POSTURAS
3.5 ZONEAMENTO
O Código de Zoneamento classifica as atividades em diversas categorias
de uso e define sua adequação ou não às áreas da cidade definidas como zonas
residenciais, comerciais ou industriais no mapa de zoneamento. Esta lei fixa também
o número mínimo de vagas de estacionamento necessárias para cada imóvel.
a) Taxa de ocupação
É o quociente entre a projeção da área construída sobre o terreno
relacionada com a área total do lote. Determina a área máxima que a projeção
horizontal de uma edificação pode ocupar no terreno em que esta se implanta. A
taxa de ocupação é expressa em percentual.
41
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
Projeção da Edificação -
Taxa de Ocupação - x%
Coef. de Aproveitamento
Potencial Edificável =
4x área do terreno
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TÓPICO 3 | ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR E AS LEGISLAÇÕES QUE REGULAMENTAM O PLANEJAMENTO
URBANO MUNICIPAL
Afastamento
lateral
Afastamento Afastamento
de fundos frontal
Alinhamento
Rua
FONTE: Santa Catarina (1990, p. 27)
d) Gabaritos
Correspondem ao número máximo de pavimentos a ser adotado, sendo
definidos os pés-direitos mínimo e máximo conforme as diferentes atividades,
objetivando a otimização da infraestrutura e dos serviços urbanos disponíveis no
parcelamento.
FIGURA 4 – GABARITOS
Gabarito
43
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
• não se admitem usos incompatíveis dentro de uma mesma zona, como por ex:
usos industriais altamente poluidores x usos residenciais;
• a intensidade de ocupação deve ser aproximadamente uniforme dentro da
mesma zona, para todos os usos;
• os níveis de incômodo gerados para diferentes atividades, como um bar dentro
de uma área residencial, devem ser mantidos sob controle para evitar danos à
vizinhança;
• um uso pode ser gerador de uma maior ou menor capacidade de fluxo e,
consequentemente, causar danos a uma atividade, devendo estar localizado
junto a uma ou outra determinada via. Como exemplo, considere-se uma
creche, que é um uso que deve estar, se possível, longe de vias com grande
fluxo de veículos, dado ao ruído e ao perigo de uma criança atravessar a rua
para chegar aos braços da mãe com segurança. Outro exemplo é o de um posto
de saúde, cujo acesso deve ser facilitado à população e próximo de paradas de
ônibus, dado o fluxo de pessoas, notadamente as mais humildes, que fazem
uso daquele serviço público e que se utilizam de transporte coletivo para
locomoção.
Cabe ressaltar que o zoneamento não tem a mera função de apenas ordenar
os espaços ou controlar densidades. Acrescenta-se a função de compatibilizar o
crescimento urbano com a oferta possível de serviços públicos diante da escassez
de recursos municipais. Quanto às vantagens de um correto zoneamento urbano,
temos as seguintes:
44
TÓPICO 3 | ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR E AS LEGISLAÇÕES QUE REGULAMENTAM O PLANEJAMENTO
URBANO MUNICIPAL
• as áreas parceláveis;
• as áreas não parceláveis ou de edificação restrita, como os terrenos alagadiços
sujeitos a inundações, as encostas com declividade superior a 30%, as faixas de
domínio de rodovias, ferrovias, dutos e redes de transmissão;
• as relações entre as áreas públicas (repassadas ao poder público) e as de uso do
loteador quando da apresentação/aprovação dos projetos de loteamento;
• os requisitos gerais para aprovação de loteamentos, desmembramentos ou
remembramentos de lotes;
• dimensionamento e hierarquização de vias;
• tamanho de lotes, destacando-se o lote mínimo, que é igual a 125 m2 de área,
com cinco metros de testada, tanto na esfera federal, salvo maiores exigências
do poder público municipal;
• percentual de áreas que deve ser transferido ao patrimônio público no ato
de lotear, como reserva mínima de área necessária para implantação de
equipamentos comunitários e urbanos;
NOTA
Cabe observar que este percentual, estabelecido pela Lei Federal nº 6.766/79,
que regulamenta o parcelamento do solo urbano e que era obrigatoriamente de 35%, teve
este dispositivo legal alterado pela Lei Federal nº 9.785/99, transferindo aos municípios e às
respectivas legislações de parcelamento do solo municipais a responsabilidade pela definição
deste índice.
NOTA
46
TÓPICO 3 | ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR E AS LEGISLAÇÕES QUE REGULAMENTAM O PLANEJAMENTO
URBANO MUNICIPAL
a) Loteamento
NOTA
b) Desmembramento
47
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
Loteamento
Desmembramento
c) Unificação ou remembramento
É a união de lotes ou parte deles.
FIGURA 7 – REMEMBRAMENTO
Remembramento
Desmembramento
48
TÓPICO 3 | ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR E AS LEGISLAÇÕES QUE REGULAMENTAM O PLANEJAMENTO
URBANO MUNICIPAL
d) Condomínio
O condomínio, segundo o jurista Hely Lopes Meirelles (1994, p. 17), “é
o direito de propriedade de duas ou mais pessoas sobre partes ideais de uma
mesma coisa indivisa (pro indiviso)”. Há uma disposição de quotas pertencentes
a cada condômino que são ideais, uma vez que cada condômino poderá dispor
delas como titular de uma determinada fração do terreno (1/2, 1/5, 1/6 etc.) sem,
entretanto, identificá-la espacialmente. É como ser sócio de um clube ou de uma
empresa com as respectivas cotas, sendo muito utilizado em partilhas familiares
para que não haja retalhamento do patrimônio familiar, representado muitas
vezes por um único terreno.
49
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
NOTA
50
TÓPICO 3 | ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR E AS LEGISLAÇÕES QUE REGULAMENTAM O PLANEJAMENTO
URBANO MUNICIPAL
lote. Entretanto, nossa legislação ainda é mais voltada para o sistema de acesso que
privilegie os veículos do que as pessoas: basta observar nas legislações municipais
as dimensões mínimas para largura das vias, que são superdimensionadas em
alguns casos. Não há nenhuma preocupação com a escala do desenho urbano das
cidades (DEL RIO, 1990; MASCARÓ, 1989; MASCARÓ, 1994).
51
UNIDADE 1 | PROCESSO EVOLUTIVO URBANO
52
TÓPICO 3 | ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR E AS LEGISLAÇÕES QUE REGULAMENTAM O PLANEJAMENTO
URBANO MUNICIPAL
53
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
• O plano diretor não serve para ficar parado em uma prateleira, ele deve ser
instrumento de trabalho, constantemente manuseado pelos funcionários
responsáveis por sua execução e também pela comunidade em geral.
54
• A lei de edificações ou obras determina os parâmetros construtivos para a
execução de obras e edificações no município.
• Os lotes, pela atual legislação federal, devem ter áreas mínimas de 125,00
m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frentes mínimas (testadas) de
5 (cinco) metros, respeitando-se ainda se a legislação municipal determinar
maiores exigências.
55
AUTOATIVIDADE
56
5 Quais são as principais legislações urbanísticas que um plano diretor deve
conter?
57
58
UNIDADE 2
INFRAESTRUTURA URBANA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta segunda unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles, você encontrará atividades que contribuirão para fixar os conteúdos
explorados.
59
60
UNIDADE 2
TÓPICO 1
SISTEMAS INFRAESTRUTURAIS
1 INTRODUÇÃO
O espaço urbano é constituído pela combinação de áreas edificadas
e áreas livres. Além delas, também fazem parte do espaço urbano as redes de
infraestrutura (MORETTI, 1997; MASCARÓ, 1994; SANTOS, 1988; RODRIGUES,
1986). “O sistema de redes de infraestrutura de uma cidade pode ser dividido,
para sua melhor compreensão, em vários subsistemas, conforme suas funções”
(STUCHI, 2005, p. 7), em:
a) Sistema viário.
b) Sistema sanitário.
c) Sistema energético.
d) Sistema de comunicações.
61
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
2 SISTEMA VIÁRIO
O sistema viário consiste no conjunto mais caro dos sistemas urbanos,
sendo responsável por aproximadamente 75% dos custos de urbanização e por
25% do solo urbano (MASCARÓ, 1989). Uma vez implantado, é o subsistema que
mais dificuldade apresenta para aumentar sua capacidade, logicamente devido à
questão de espaço físico. Deve ser projetado de forma a adaptar-se às curvas de nível,
evitando movimentações de terra, por cortes e aterros desnecessários, facilitando o
escoamento das águas pluviais (das chuvas) e do esgoto sanitário, por gravidade.
NOTA
Curva de nível origina-se com a finalidade de escolher uma linha imaginária que,
unida em dois pontos distintos, forma a mesma altitude. Com ela conseguimos organizar
mapas topográficos, pois é a partir destas observações que conseguimos as informações
necessárias tridimensionais de um relevo.
17%
11%
62
TÓPICO 1 | SISTEMAS INFRAESTRUTURAIS
63
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
NOTA
64
TÓPICO 1 | SISTEMAS INFRAESTRUTURAIS
paralelo à via ocupa uma faixa de 2,50m, e o estacionamento a 45º ou 90º ocupa
5,50m, ou seja, duas vezes mais, além de obstruir o trânsito quando sair da vaga
onde estava estacionado. Com estas dimensões básicas, podemos dimensionar a
pista de uma rua conforme os seus sentidos de tráfego, o número de faixas e a
presença ou não de estacionamento.
65
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
NOTA
66
TÓPICO 1 | SISTEMAS INFRAESTRUTURAIS
• vias arteriais ou interurbanas, ligando duas cidades separadas por área rural
ou dois polos de uma área em conurbação, como, por exemplo, a que liga as
cidades de Florianópolis e São José, em Santa Catarina. Podem ser de três tipos:
autoestradas, expressas e vias comuns;
NOTA
• vias principais, que são aquelas que conciliam a fluidez do tráfego com o acesso
às propriedades vizinhas à via e com o transporte coletivo. Diferentemente das
arteriais, aqui a velocidade não é importante;
• vias coletoras, ou de segunda grandeza, coletam e distribuem o tráfego por
bairros, alimentando as principais;
• vias locais são aquelas que dão acesso direto às áreas residenciais, comerciais e
industriais;
• vias especiais são aquelas destinadas ao uso exclusivo para o transporte
coletivo, bicicletas ou pedestres.
67
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
Coletora
Arterial
Coletora
Principal
3 SISTEMA SANITÁRIO
O sistema sanitário compõe-se dos subsistemas da rede de abastecimento
de água potável, da rede de esgotos sanitários e da rede de drenagem pluvial. É
fato comum que, em muitas das cidades brasileiras, a rede pluvial acumule, além
da coleta das águas da chuva, também a função de rede coletora de esgotos.
NOTA
68
TÓPICO 1 | SISTEMAS INFRAESTRUTURAIS
69
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
FONTE: O autor
70
TÓPICO 1 | SISTEMAS INFRAESTRUTURAIS
4 SISTEMA ENERGÉTICO
No Brasil utilizam-se principalmente redes de energia elétrica, fornecida
principalmente por hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), e
também redes de gás encanado (Rio de Janeiro como exemplo), o que pode causar
alguns riscos na manutenção de vias, podendo haver explosões, exemplificada na
charge a seguir:
A rede elétrica pode ser aérea ou subterrânea, sendo esta última solução
a mais cara, de melhor efeito visual e de menos interferência com a arborização
urbana. Mesmo nas urbanizações mais precárias, é a primeira rede de infraestrutura
a ser implantada, já que não depende de movimentação de terras.
71
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
5 SISTEMA DE COMUNICAÇÕES
É constituído pela rede de telefonia e pela rede de televisão por cabo.
A telefonia celular e a comunicação por satélites complementam o sistema de
comunicações, sem, contudo, necessitar de redes físicas. Com a informática, a
rede de telefonia assumiu importância estratégica para o desenvolvimento
econômico. A explosão do consumo levou a praticamente todos os lares a
comunicação telefônica e digital, embora existam áreas de sombreamento ou de
subatendimento, devido ao excesso de linhas, prejudicando a população.
72
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
• A densidade urbana tem relação direta com a infraestrutura: não deve ser baixa
demais, encarecendo os custos e inviabilizando econômica e financeiramente
sua implantação e manutenção; nem alta demais, colapsando as redes que
não irão suportar a demanda, de modo que os custos sejam absorvidos pela
população beneficiada.
• O sistema viário consiste no conjunto mais caro dos sistemas urbanos, sendo
responsável por cerca de 75% dos custos de urbanização e por 25% do solo
urbano. É o subsistema que mais dificuldade apresenta para aumentar sua
capacidade. Deve ser projetado de forma a adaptar-se às curvas de nível,
evitando movimentações de terra, facilitar o escoamento das águas das
chuvas e do esgoto sanitário, de preferência por gravidade, prevendo ainda
estacionamentos, faixas diferenciadas e pavimentação.
73
• O sistema energético utiliza-se de redes de energia elétrica, fornecida
principalmente por hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), e
também redes de gás encanado.
• A rede elétrica pode ser aérea ou subterrânea, sendo esta última solução mais
cara, de melhor efeito visual e de menor interferência sobre a arborização
urbana.
74
AUTOATIVIDADE
75
76
UNIDADE 2 TÓPICO 2
SUSTENTABILIDADE URBANA
NAS CIDADES
1 INTRODUÇÃO
Qual é o verdadeiro caminho da evolução de nossas cidades? Qual
das expressões, desenvolvimento ou crescimento, mais se aplica à análise
desapaixonada do fato de que vivemos uma expansão urbana jamais vista nas
últimas décadas? Pode-se falar em qualquer tipo de sustentabilidade possível
(mesmo que entendida nos termos de atender às necessidades do presente, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras também atenderem as suas) ante
a convivência diária com uma multidão de excluídos, cujo contingente de milhões
de miseráveis e de desempregados, à guisa de sobrevivência, não se apercebem
ou pouco podem, ou querem, se importar com a espessura da camada de ozônio,
com a cor vermelha do rio, com a fuligem da indústria mais próxima ou com a
qualidade do ar decorrente do “progresso” econômico, preocupados que estão
apenas com o próximo almoço?
Ainda que, nos dizeres de Joan Martínez Alier (1998, p. 24-25), esta seja
uma simples visão pós-materialista, típica da América do Norte, ou citando Lester
Thurow, que, em sua obra A sociedade de soma zero, cita que “os indivíduos
pobres simplesmente não se interessam pelo meio ambiente”.
77
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
78
TÓPICO 2 | SUSTENTABILIDADE URBANA NAS CIDADES
79
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
NOTA
Ilha de calor (ou ICU, ilha de calor urbana) é um fenômeno que se dá sobre
regiões urbanas em altitudes relativamente maiores do que nas regiões fora da cidade, regiões
rurais ou periféricas. Isto acontece geralmente devido às condições do vento e à umidade do
ar que se direcionam ao centro urbano.
80
TÓPICO 2 | SUSTENTABILIDADE URBANA NAS CIDADES
81
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
NOTA
Raízes pivotantes: uma raiz principal que penetra verticalmente no solo, e desta
partem raízes laterais que se ramificam também.
Raízes fasciculadas: conjunto de raízes finas que partem de um único ponto da planta, todas
têm mais ou menos um mesmo grau de desenvolvimento.
3.2.1 Árvores
No caso da utilização de árvores, pode-se optar por espécies com sistemas
de persistência foliar durante o inverno, escolhendo entre as caducifólias (perdem
suas folhas), semicaducifólias (perdem parte de suas folhas) e perenifólias
(mantêm suas folhas).
82
TÓPICO 2 | SUSTENTABILIDADE URBANA NAS CIDADES
3.2.2 Arbustos
Se o espaço físico disponível for restrito, pode-se optar pela utilização
de arbustos ao invés de árvores, fazendo uso de espécies de pequeno ou médio
porte, que ajudam na redução de ruídos.
83
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
84
TÓPICO 2 | SUSTENTABILIDADE URBANA NAS CIDADES
85
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
86
TÓPICO 2 | SUSTENTABILIDADE URBANA NAS CIDADES
87
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
LEITURA COMPLEMENTAR
Washington Novaes
Pois não é que, enquanto o eleitor se pergunta, aflito, em quem votar para
resolver os dramáticos problemas das nossas insustentáveis grandes cidades,
um pequeno país de 450 mil habitantes – a África Equatorial – anuncia (Estado,
10/6) que até 2025 terá construído uma nova capital “inteiramente sustentável”
de 40 mil casas para 140 mil habitantes, toda ela só com “energias renováveis”,
principalmente a fotovoltaica? Mas como afastar as dúvidas do eleitor brasileiro
que pergunta por que se vai eliminar uma “florestal equatorial” – tão útil nestes
tempos de problemas climáticos – e substituí-la por áreas urbanas?
Bem ou mal, o tema das “cidades sustentáveis” entra na nossa pauta. Com
Pernambuco, por exemplo, planejando todo um bairro exemplar em matéria de
água, esgotos, lixo, energia, telecomunicações, em torno do estádio onde haverá
jogos da Copa de 2014, inspirado em Yokohama (Valor, 24/6), conhecida como
“a primeira cidade inteligente do Japão”. E até já se noticia que o Brasil ocupa
o quarto lugar no ranking de “construções sustentáveis” no mundo, depois de
Estados Unidos, China e Emirados Árabes – já temos 52 certificadas e 474 “em
busca do selo”, por gastarem 30% menos de energia, 50% menos de água (com
reutilização), reduzirem e reciclarem resíduos, além de só utilizarem madeira
certificada e empregarem aquecedores solares.
Mas cabe repetir o que têm dito vários pensadores: é preciso mudar o olhar;
nossas políticas urbanas se tornaram muito “grandes”, distantes dos problemas do
cotidiano do cidadão comum; ao mesmo tempo, muito circunscritas, são incapazes
de formular macropolíticas coordenadas que enfrentem os megaproblemas. No
caso paulistano, por exemplo, é preciso ter uma política ampla e coordenadora das
questões que abranjam toda a região metropolitana; mas é preciso descentralizar
a execução e colocá-la sob a guarda das comunidades regionais/locais. Não
custa lembrar que há alguns anos um grupo de professores da Universidade de
São Paulo preparou um plano para a capital paulista que previa a formação de
conselhos regionais e subprefeituras, com a participação e decisão de conselhos
da comunidade até sobre o orçamento; mas as discussões na Câmara Municipal
levaram a esquecer o macroplano e ficar só com a criação de novos cargos.
Por aí não se vai a lugar nenhum – a não ser a problemas mais dramáticos.
FONTE: NOVAES, Washington. O que pode levar a uma cidade sustentável? Disponível em:
<http://www.ecodebate.com.br/2012/07/30/o-que-pode-levar-a-uma-cidade-sustentavel-artigo-
de-washington-novaes/>. Acesso em: 12 set. 2012
89
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
90
• É importante a sequência correta antes de qualquer plantio ser realizado, com
a planta sendo encontrada antes do plantio, na forma de raiz nua, saco de
aniagem ou vaso.
91
AUTOATIVIDADE
3 Espécies com que tipo de raízes devem ser priorizadas na arborização urbana?
92
UNIDADE 2 TÓPICO 3
ESTATUTO DA CIDADE
1 INTRODUÇÃO
O Estatuto da Cidade, criado pela Lei n° 10.257 (BRASIL, 2001), regulamentou
os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, estabelecendo diretrizes gerais de
política urbana. Entrou em vigor a 9 de outubro daquele ano, visando melhorar a
qualidade de vida dos cidadãos brasileiros, através de uma adequada realização e
preservação da função social da cidade e da propriedade urbana.
Já o artigo 183, por sua vez, estabelece que todo cidadão que possuir, como
sua, área urbana de até 250 metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente
e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirirá
o seu domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural. Este artigo abriu a possibilidade de regularização de extensas áreas de
nossas cidades ocupadas por favelas, vilas, alagados ou invasões, bem como
loteamentos clandestinos espalhados pelas periferias urbanas, transpondo estas
formas de moradia para a cidade denominada formal.
FONTE: Adaptado de: <http://www.fec.unicamp.br/~labinur/Estatuto_comp.html>. Acesso em:
20 set. 2012.
94
TÓPICO 3 | ESTATUTO DA CIDADE
95
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
96
TÓPICO 3 | ESTATUTO DA CIDADE
97
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
98
TÓPICO 3 | ESTATUTO DA CIDADE
99
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
100
TÓPICO 3 | ESTATUTO DA CIDADE
101
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
103
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
NOTA
O valor venal é um parâmetro que o poder público tem para poder calcular o
preço sobre diversos bens. Poderíamos simplificar a base do cálculo de certos tributos em
acertos judiciais e/ou administrativos. Vários são os critérios a serem utilizados, dependendo
do gênero e espécie, área, posição, tipologia, enfim, vários são os métodos utilizados para
este fim.
4.12 DESAPROPRIAÇÃO
Procedimento através do qual o poder público impõe a perda do direito
à propriedade sobre determinado bem, que passa ao patrimônio da entidade
expropriante. Justificam a desapropriação por utilidade ou necessidade pública
os casos previstos no Decreto-lei no 3.365/41, o qual regulamenta também o
respectivo procedimento, tanto na via administrativa quanto na via judicial.
104
TÓPICO 3 | ESTATUTO DA CIDADE
NOTA
105
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
4.15 TOMBAMENTO
O tombamento é uma restrição ao direito à propriedade, tendo por objetivo
proteger o patrimônio cultural. O proprietário submete-se aqui a sacrifício parcial
de seu direito definido pelas limitações administrativas. A inscrição do bem no Livro
de Tombo - daí o nome tombamento - será fruto de procedimento administrativo,
buscando preservar aquelas características físicas do bem que estão associadas à
história, às artes, ou a qualquer outro aspecto relacionado à cultura da sociedade.
Aplicam-se as normas legais dispostas no Decreto-lei federal no 25/37. Neste mesmo
diploma legal são tratadas questões específicas ao procedimento administrativo
promovido pela União, estados, municípios e o Distrito Federal, que devem ter
suas regras próprias, observando as regras gerais mencionadas.
106
TÓPICO 3 | ESTATUTO DA CIDADE
107
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
LEITURA COMPLEMENTAR
108
TÓPICO 3 | ESTATUTO DA CIDADE
na região dado pelo zoneamento, igual a 4,0, poderá ser substancialmente elevado,
em função do uso a ser instalado e da área onde se localiza o terreno, de acordo com
o que se deseja incentivar. Os recursos auferidos devem ser destinados a obras de
melhoria urbana, à recuperação e reciclagem dos próprios públicos em geral, ao
pagamento de eventuais desapropriações realizadas no perímetro da Operação
Urbana Centro ou à restauração de imóveis tombados, condicionados ao seu
posterior ressarcimento. Não há propriamente um projeto para o Centro incluído
na operação. A concepção presente na maneira como a operação foi desenhada é
a atração de investimentos com oferta de potencial. As propostas de participação
são submetidas à apreciação da Comissão Executiva da Operação Urbana Centro,
constituída por representantes de secretarias municipais e diversas entidades que
atuam na região central, composição esta e atribuições já definidas na lei, que
igualmente apontou para os aspectos a serem considerados na análise técnica
precedente. A operação urbana Centro, em 5 anos de vigência, aprovou apenas
uma proposta de construção nova com índices alterados (um Shopping Cultural,
do Grupo Silvio Santos, no bairro do Bexiga) e uma regularização, totalizando
R$ 940.000. Além destas, duas transferências de potencial de imóveis tombados
foram realizadas.
109
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
110
TÓPICO 3 | ESTATUTO DA CIDADE
111
UNIDADE 2 | INFRAESTRUTURA URBANA
foram delimitadas algumas áreas para serem foco dessas operações urbanas, de
interesse do município, de caráter cultural, como o Centro e a Estação de Trem
originária da cidade; e de caráter ambiental, como por exemplo cabeceiras de
córregos ocupadas.
112
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
• O artigo 183, por sua vez, estabelece que todo cidadão que possuir, como sua,
área urbana de até 250 metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e
sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirirá o seu
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
113
• A gestão democrática da cidade está presente no Estatuto da Cidade, prevendo
a criação de órgãos colegiados de política urbana nas três esferas federativas;
a realização de debates, audiências e consultas públicas; a promoção de
conferências sobre assuntos de interesse urbano; e a iniciativa popular de
projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano.
114
AUTOATIVIDADE
115
116
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e em cada um deles você encontra-
rá atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
117
118
UNIDADE 3
TÓPICO 1
IMPACTOS AMBIENTAIS DA
URBANIZAÇÃO NO MEIO
FÍSICO E BIÓTICO
1 INTRODUÇÃO
Sabemos que toda atividade humana é potencialmente impactante no
meio físico e biótico, seja no corte de uma árvore, até a devastação de uma floresta,
a poluição de um rio, a poluição do ar etc.
Segundo Tofler (2007), a civilização humana passa por três grandes ondas
de desenvolvimento: a primeira onda inicia com a descoberta da agricultura,
até meados do século XVIII, com o surgimento da Revolução Industrial, onde
o principal meio de produção estava baseado na posse de terra, fixando a maior
parte das pessoas no campo, evitando assim a formação de muitas cidades.
NOTA
119
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
Hoje, passados quase três séculos desde que teve início a Revolução Industrial,
é possível constatar que o fenômeno da urbanização, ou seja, quando a maior parte da
população de um país passou a morar nas cidades, seguiu o rastro da industrialização.
Os países de economia industrializada tiveram um rápido crescimento urbano, iniciado
desde 1750; enquanto países de economia agrária continuavam e ainda continuam
mantendo grande parte de sua população no campo, como ocorre, com países da
África subsaariana, países da Ásia, como Bangladesh, entre outros.
120
TÓPICO 1 | IMPACTOS AMBIENTAIS DA URBANIZAÇÃO NO MEIO FÍSICO E BIÓTICO
121
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
2.1 DESMATAMENTO
Para se expandir, a cidade necessita avançar sobre a vegetação nativa, seja
esta formada por florestas, cerrado, restingas, mangues etc.
122
TÓPICO 1 | IMPACTOS AMBIENTAIS DA URBANIZAÇÃO NO MEIO FÍSICO E BIÓTICO
123
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
124
TÓPICO 1 | IMPACTOS AMBIENTAIS DA URBANIZAÇÃO NO MEIO FÍSICO E BIÓTICO
125
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
126
TÓPICO 1 | IMPACTOS AMBIENTAIS DA URBANIZAÇÃO NO MEIO FÍSICO E BIÓTICO
127
RESUMO DO TÓPICO 1
128
AUTOATIVIDADE
129
130
UNIDADE 3
TÓPICO 2
GESTÃO DO PATRIMÔNIO
CULTURAL E AMBIENTAL
1 INTRODUÇÃO
Planejar a cidade, para que se torne sustentável, não será uma tarefa fácil
para planejadores e gestores do presente e do futuro.
a) as formas de expressão;
b) os modos de criar, fazer, viver;
c) as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
d) as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais.
132
TÓPICO 2 | GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL
E
IMPORTANT
133
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
134
TÓPICO 2 | GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL
135
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
136
TÓPICO 2 | GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL
137
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
138
TÓPICO 2 | GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL
quem o recebe”. Portanto, o exemplo tem que partir de cada um, especialmente
daqueles que em função da responsabilidade que exercem na sociedade, sejam
educadores, gestores públicos etc., não podem cobrar da sociedade quando suas
palavras não são avalizadas pelo exemplo moral.
4.1 SUSTENTABILIDADE
O conceito de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável começou
a ser construído na conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento Humano, realizada em Estocolmo entre os dias 5 a 16 de
junho de 1972, durante a primeira iniciativa da comunidade internacional para
discutir os impactos das atividades humanas no meio ambiente:
[...]
139
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
NOTA
Ante o exposto, fica claro que não é mais possível ignorar a questão
ambiental, especialmente quando se fala em planejamento urbano.
140
TÓPICO 2 | GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL
141
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
142
TÓPICO 2 | GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL
Outro grave problema ambiental que afeta a vida social, com grandes
prejuízos à economia, é representado pelas enchentes, problemas estes em que o
poder público costuma culpar os rigores da natureza, como o excesso de chuva,
como o que ocorreu em Blumenau-SC em 2008, com grandes desbarrancamentos
de encostas mal conservadas ou ocupadas irregularmente, e a enchente de 2011,
também em Blumenau.
143
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
O mais curioso é que existe toda uma legislação que disciplina e regulariza
todo o uso do espaço urbano e rural, porém a realidade na maioria das cidades
brasileiras ainda é a de rios poluídos por esgotos domésticos e dejetos industriais,
ausência de tratamento de esgotos, poluição do ar, caos no trânsito por ausência
de transporte público confortável e eficiente.
144
TÓPICO 2 | GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL
Cabe aos gestores e planejadores dizer o que e como pode ser feito para
evitar catástrofes, como os desbarrancamentos por ocasião das enchentes de 2008
em Blumenau.
145
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
Nos bairros carentes, o esgoto é jogado nas ruas e corre a céu aberto.
146
TÓPICO 2 | GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL
Comece educando a si mesmo, separando seu lixo, não jogando lixo na rua,
não derrubando árvores. Feito isso, comece a educar aqueles que estão à sua volta
a fazer o mesmo.
São ações como esta que mudam uma sociedade, e você pode ser o agente
desta transformação.
147
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
Uma primeira indagação a ser feita é: o século XXI significa o fim das
cidades ou o século das cidades? Segundo projeção da ONU, em 2025 teremos
61% da população mundial vivendo em cidades. Em 1975 este índice era de 37%.
Das 21 maiores metrópoles do mundo, 14 estão em países subdesenvolvidos. Esse
percentual deverá aumentar 89% em 2025. Ou seja, as projeções indicam uma
multiplicação das grandes cidades nas regiões pobres, num cenário radicalmente
diferente de 50 anos atrás, quando apenas 100 aglomerações urbanas tinham mais
de 1 milhão de habitantes, e a maioria delas localizava-se em países ricos. Ainda
segundo a ONU, em 2025 haverá 527 grandes cidades, sendo 2/3 delas localizadas
nos países menos desenvolvidos.
148
TÓPICO 2 | GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL
149
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
150
TÓPICO 2 | GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL
A cidade do futuro deverá contar cada vez mais com redes de articulação
entre o poder público e o chamado Terceiro Setor (sem fins lucrativos, voltado
para questões sociais, composto por ONGs, entidades, associações, movimentos
e até algumas pequenas empresas ou cooperativas denominadas cidadãs). Em São
Paulo, por exemplo, a ONG “Associação Viva Centro” coordenou o trabalho que
envolveu pintura, ajardinamento, recuperações de fontes e operação de limpeza no
piso da Vale do Anhangabaú. O Banco de Boston deu apoio financeiro e a Procter
Gamble, uma gigante da indústria química, doou os produtos para a limpeza.
151
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
152
RESUMO DO TÓPICO 2
a) as formas de expressão;
b) os modos de criar, fazer, viver;
c) as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
d) as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais.
• A ONU, através da ECO 92, Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, aprovou o seguinte conceito de desenvolvimento
sustentável: atender às necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades.
153
• Fazendo cumprir a legislação ambiental e as leis de zoneamento urbano,
Estatuto da Cidade, zoneamento ambiental, poder público e população em
geral estarão prevenindo tragédias como as que ocorreram em Santa Catarina,
no Rio de Janeiro, em Alagoas etc.
154
AUTOATIVIDADE
155
156
UNIDADE 3
TÓPICO 3
INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
AMBIENTAL
1 INTRODUÇÃO
Nas diversas seções anteriores deste Caderno de Estudos, estudamos o
histórico de desenvolvimento das grandes aglomerações urbanas: sua origem,
expansão e consequências. Discutimos, também, as questões envolvendo o
planejamento urbano em si, sem focar, no entanto, na questão ambiental.
157
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
NOTA
158
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL
É claro e notório, sendo isto de domínio público, que o ser humano, por
falta de conhecimento das teias ecológicas que sustentam a vida na Terra, e movido
principalmente pela ganância ou a busca de lucro fácil, é capaz de destruir em
meses o que a natureza levou milhares de anos para construir.
159
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
ATENCAO
TIPOS DE ZONEAMENTO
160
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL
E
IMPORTANT
161
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
162
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL
163
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
164
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL
DECRETA:
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E PRINCÍPIOS
165
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
CAPÍTULO II
DA ELABORAÇÃO DO ZEE
Art. 6-A. O ZEE para fins de reconhecimento pelo Poder Público Federal
deverá gerar produtos e informações nas seguintes escalas: (Incluído pelo
Decreto nº 6.288, de 2007).
166
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL
167
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
168
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL
CAPÍTULO III
DO CONTEÚDO DO ZEE
169
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
170
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL
CAPÍTULO IV
DO USO, ARMAZENAMENTO, CUSTÓDIA E PUBLICIDADE DOS DADOS
E INFORMAÇÕES
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 18. O ZEE, na forma do art. 6o, caput, deste Decreto, deverá ser analisado
e aprovado pela Comissão Coordenadora do ZEE, em conformidade com o
Decreto de 28 de dezembro de 2001.
Art. 19. A alteração dos produtos do ZEE, bem como mudanças nos limites
das zonas e indicação de novas diretrizes gerais e específicas, poderão ser
realizadas após decorrido prazo mínimo de dez anos de conclusão do ZEE, ou
de sua última modificação, prazo este não exigível na hipótese de ampliação
do rigor da proteção ambiental da zona a ser alterada, ou de atualizações
decorrentes de aprimoramento técnico-científico.
171
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
§ 2º Para fins deste artigo, somente será considerado concluído o ZEE que
dispuser de zonas devidamente definidas e caracterizadas e contiver
Diretrizes Gerais e Específicas, aprovadas na forma do § 1o.
§ 3º A alteração do ZEE não poderá reduzir o percentual da reserva legal
definido em legislação específica, nem as áreas protegidas, com unidades
de conservação ou não.
172
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL
DICAS
173
UNIDADE 3 | PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS CIDADES
174
RESUMO DO TÓPICO 3
- Participativo
- Equitativo
- Sustentável
- Holístico
175
AUTOATIVIDADE
176
REFERÊNCIAS
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Janeiro: IPLANRIO/Instituto de Planejamento Municipal / Zahar, 1987.
177
______. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá
outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L6938.htm>. Acesso em: 22 set. 2012.
CAPRA, Fritjof. Conexões Ocultas: ciência para uma vida sustentável. São
Paulo: Cultrix, 2005.
COSTA, Luis Carlos. Plano diretor, ideias e cuidados. Revista Projeto, São
Paulo, n. 127, p. 110-114, dez. 1989.
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da urbanização In: ______. O município no século XXI: cenários e perspectivas.
São Paulo: Fundação Prefeito Faria Lima – CEPAM, 1999.
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GERAL. Saneamento básico de SC é o segundo pior do país.
Diário Catarinense, Florianópolis, 21 out. 2008. Disponível
em: <http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.
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2011.
GRAZIA, Grazia de. Reforma Urbana e o Estatuto da Cidade. In: ______. Gestão
Urbana e de Cidades. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro/Lincoln Institute
of Land Policy, 2001.
180
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