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Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª. Ana Karoliny Ferrari
F375e
Ferrari, Ana Karoliny
Estradas e pavimentos. / Ana Karoliny Ferrari. – Indaial:
UNIASSELVI, 2021.
200 p.; il.
ISBN 978-65-5663-486-9
ISBN Digital 978-65-5663-487-6
1. Projeto de estradas. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da
Vinci.
CDD 620
Impresso por:
Apresentação
Caro aluno, bem-vindo ao livro de Estradas e Pavimentos. Este livro
lhe ajudará a obter conhecimentos relacionados ao tema, com objetivo de
tornar um profissional qualificado e completo. O livro apresentará leituras
complementares a fim de aprofundar os conceitos, além de exercícios para
fixar o que foi estudado. O livro está dividido em três unidades.
Bons estudos!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 64
TÓPICO 1 — SUPERELEVAÇÃO....................................................................................................... 69
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 69
2 CONCEITO DE SUPERELEVAÇÃO............................................................................................... 69
2.1 CÁLCULO DE SUPERELEVAÇÃO............................................................................................ 70
2.2 VALORES LIMITE......................................................................................................................... 72
2.3 VALORES MÁXIMOS DO COEFICIENTE DE ATRITO.......................................................... 74
2.4 RELAÇÃO ENTRE SUPERELEVAÇÃO E RAIO...................................................................... 75
2.5 CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DA SUPERELEVAÇÃO.......................................................... 76
2.6 DISTRIBUIÇÃO............................................................................................................................. 81
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 87
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 88
TÓPICO 2 — SUPERLARGURA........................................................................................................ 91
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 91
2 CONCEITO.......................................................................................................................................... 91
3 ELEMENTOS E CÁLCULO DA SUPERLAGURA ...................................................................... 92
3.1 DIMENSÕES DE VEÍCULO PADRÃO....................................................................................... 94
3.2 DISTRIBUIÇÃO DA SUPERLARGURA.................................................................................... 96
3.2.1 Alargamento simétrico da pista.......................................................................................... 96
3.2.2 Alargamento simétrico da pista.......................................................................................... 96
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 98
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 99
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 132
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 198
UNIDADE 1 —
REDES VIÁRIAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
ELABORAÇÃO DE PROJETO E
ANÁLISES PRELIMINARES
1 INTRODUÇÃO
3
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
4
TÓPICO 1 — ELABORAÇÃO DE PROJETO E ANÁLISES PRELIMINARES
Já cortes de terra com elevadas cotas podem atingir o lençol freático exi-
gindo, assim, obras de drenagem. Solos moles podem exigir contenção com talu-
des ou estabilização de aterros, causando também serviços onerosos.
2.1.3 Hidrologia
O número de interferências no projeto por rios, canais e córregos também
é ponto imprescindível em um planejamento de traçado. Recomenda-se reduzir
ao mínimo o número de travessias. Os custos das obras de artes, como pontes e
de drenagem possuem custos elevados (PONTES FILHO, 1998).
2.1.4 Desapropriações
A equipe responsável pela construção de uma obra trabalha no intuito de
liberar áreas necessárias para implantação de obras para construção e passagem
das vias. Nessa perspectiva, para que seja possível a realização dos projetos de
obras e serviços de engenharia em algumas áreas é utilizado o instrumento da
desapropriação. A desapropriação é o ato administrativo pelo qual o poder pú-
blico, com o objetivo principal de transferir um bem para o acervo patrimonial
do Estado, seja por necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, por
meio de processo de indenizações.
5
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
3 FASES DE PROJETO
As principais fases de projeto compreendem reconhecimento, exploração
da área, anteprojeto e projeto definitivo.
6
TÓPICO 1 — ELABORAÇÃO DE PROJETO E ANÁLISES PRELIMINARES
3.2 EXPLORAÇÃO
Nessa fase de exploração são empregados métodos e instrumentos mais pre-
cisos para determinação de outros fatores importantes para o traçado. São desenvolvi-
dos, nessa fase, outros estudos mais profundos como: tráfego, hidrologia e geotecnia.
3.3 ANTEPROJETO
Essa fase é precedida pelo levantamento e análise de dados. Para escolha
do anteprojeto, também é necessário ter conhecimento dos aspectos sociais, eco-
nômicos e de interesse da comunidade local.
Como ponto de partida, pode-se iniciar com uma reta que une os pontos extre-
mos do projeto e analisar os problemas que aparecem no traçado, como cortes e aterros
com alto volume, rios, desapropriações inviáveis, material de difícil escavação, entre
outros. A identificação dos problemas facilita a escolha do traçado e surgem pontos no
qual a estrada deverá passar. Esses pontos podem ser considerados pontos obrigados,
no qual acomodam melhor o traçado, conforme a Figura 2. Esses pontos podem ser
áreas que contornam elevações íngremes, travessias já adequadas para ferrovia, apro-
veitamento de obras existentes, entre outros (PIMENTA; OLIVEIRA, 2004).
7
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
ATENCAO
8
TÓPICO 1 — ELABORAÇÃO DE PROJETO E ANÁLISES PRELIMINARES
• a visibilidade deve ser assegurada em todo o traçado, principalmente nos pontos críti-
cos, como em cruzamentos e nas curvas horizontais e verticais;
• devem ser minimizados ou evitados os cortes em rocha;
• devem ser compensados os cortes e os aterros.
Trechos retos também devem ser evitados, pois a monotonia pode causar
sonolência e desatenção aos motoristas (PIMENTA; OLIVEIRA, 2004).
• terraplenagem;
• drenagem;
• obras de arte;
• pavimentação e materiais empregados;
• relocação de serviços públicos locais;
• iluminação pública;
• sinalização;
• obras complementares;
• desapropriação, necessidade de compra de direitos de acesso e de reassenta-
mento da população afetada pela faixa do empreendimento;
• paisagismo;
• obras temporárias para a manutenção do tráfego durante a construção;
• custo do projeto de engenharia rodoviária e supervisão na fase de construção;
• custos de operação e manutenção ao longo da vida útil do empreendimento.
9
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
10
TÓPICO 1 — ELABORAÇÃO DE PROJETO E ANÁLISES PRELIMINARES
4.2 JURISDIÇÃO
A classificação quanto à jurisdição pode ser definida como: federal, esta-
dual, municipal e vicinal.
4.3 FUNÇÃO
Para detalhar e definir o traçado da curva, também é necessário conhecer
a função que a rodovia exercerá na região que será executada. Quanto à função,
as rodovias podem ser classificadas em: arteriais, coletores e locais.
11
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
13
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Terreno suave.
b) ( ) Terreno plano.
c) ( ) Terreno montanhoso.
d) ( ) Terreno ondulado.
e) ( ) Terreno sem aclive.
14
Assinale a alternativa CORRETA:
15
16
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DE
UMA ESTRADA
1 INTRODUÇÃO
2 VELOCIDADES
17
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
(EQ 1.1)
Em que:
E = extensão da estrada, em km;
t = tempo de percurso, horas;
Vp = velocidade de projeto, em km/h.
18
TÓPICO 2 — CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DE UMA ESTRADA
19
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
3 VEÍCULO DE PROJETO
As características físicas dos veículos que realizam o tráfego na via in-
fluenciam e são condicionantes às características do dimensionamento geométri-
co e estrutural (DNER, 1999). Define-se veículo de projeto como um veículo teóri-
co de uma categoria, no qual as características físicas e operacionais representam
as características gerais da maioria dos veículos comerciais. O veículo influencia
em diversos fatores, como:
No geral, existem quatro classes básicas de veículos que podem ser adotados
como veículo de projeto: VP, CO, SR e O. Esses veículos são representados na Figura 5.
20
TÓPICO 2 — CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DE UMA ESTRADA
Designação
do veículo VP CO O SR
Características
21
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
Cada veículo tem também seu raio mínimo de giro, associado a sua lar-
gura, distância entre eixos e comprimento total do veículo. As Figuras 6, 7, 8 e 9
apresentam a trajetória de cada tipo de veículo.
Para um veículo VP, como pode ser visto, o raio mínimo da roda externa
dianteira, no início da curva, deve ser de 7,3 m, enquanto a roda traseira, no fim
da curva, de 4,7 m.
22
TÓPICO 2 — CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DE UMA ESTRADA
Para um veículo CO como pode ser visto, o raio mínimo da roda externa
dianteira, no início da curva, deve ser de 12,8 m, enquanto a roda traseira, no fim
da curva, de 8,7 m. Ambos os raios são muito superiores à situação anterior.
23
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
Por fim, para o veículo tipo SR, o raio mínimo da roda externa dianteira
é ainda maior que os demais, precisando de 13,7 m, enquanto a roda traseira, no
fim da curva, de 6,0 m.
4 DISTÂNCIA DE VISIBILIDADE
Entre os aspectos associados à segurança, a estrada precisa oferecer visibi-
lidade para que o motorista consiga desviar ou parar diante de qualquer obstácu-
lo que apareça no percurso. Para isso, o projetista deve sempre procurar soluções
que garantam esse parâmetro (ODA, 2002).
Todos os veículos que fazem parte do tráfego devem ser vistos a uma distância
suficientemente segura, tanto em planta como em perfil. Quanto melhor a visibilidade,
mais segura a estrada pode ser considerada. Distância de visibilidade é definida como
a extensão da estrada que pode ser vista à frente. Sendo assim, alguns valores mínimos
devem ser respeitados quanto à distância de visibilidade de parada (ou frenagem) e
distância de visibilidade de ultrapassagem (PIMENTA; OLIVEIRA, 2004).
24
TÓPICO 2 — CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DE UMA ESTRADA
d1 = V . tr (EQ 1.2)
Em que:
(EQ 1.4)
Em que:
(EQ 1.5)
(EQ 1.6)
25
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
(EQ 1.7)
(EQ 1.8)
Em que:
Df = distância de frenagem, em m.
Sabe-se que quando uma estrada tem seu trecho em rampa, a componente
da massa dos veículos também deve ser considerada. Assim, a distância de fre-
nagem será menor em subida e maior em caso de descida. Considerando i a incli-
nação da rampa (sendo i positivo nas rampas ascendentes e negativo nas rampas
descendentes), a distância d2 é calculada pela equação:
26
TÓPICO 2 — CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DE UMA ESTRADA
(EQ 1.9)
(EQ 1.10)
27
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
(EQ 1.11)
(EQ 1.13)
Os valores adotados para o cálculo das quatro distâncias podem ser obti-
dos a partir da Tabela 5.
28
TÓPICO 2 — CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DE UMA ESTRADA
V (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100
Du (m) 180 270 350 420 490 560 620 680
FONTE: Pontes Filho (1998, p. 70)
5 VOLUME DE TRÁFEGO
O objetivo de se avaliar o volume de tráfego é obter, através de métodos
sistemáticos de coleta, informações sobre os elementos fundamentais a esse, como
dados sobre os motoristas, pedestres, veículos, via e meio ambiente.
29
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
30
TÓPICO 2 — CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DE UMA ESTRADA
A contagem de fim de semana inicia por volta das 18h de sexta-feira e fi-
naliza às 6h de segunda-feira. Já a de 24 horas vai de meia-noite à meia-noite. Não
se recomenda, nesse caso, iniciar em horários como meio-dia, pois pode distorcer
a contagem, já que não considera os horários de pico da manhã do mesmo dia,
por exemplo. As contagens de 16 horas iniciam às 6h e terminam às 22h, conse-
guindo contemplar o maior fluxo diário. A de 12 horas é recomendada em áreas
industriais ou comerciais, iniciando às 7h da manhã e terminando às 19h.
Por fim, existe a contagens de horário de pico. Essa contagem é eficaz para
se avaliar a manutenção da pista e possíveis necessidades de ampliação. Costu-
mam ser realizadas entre 7h e 9h e das 17 às 19h.
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O tipo de veículo de projeto a ser utilizado como base também influencia nos
parâmetros. Ele pode ser do tipo VP, CO, SR e O. O tipo CO é o mais utilizado
no Brasil em projetos.
• Sem o estudo do volume do tráfego local, muitos parâmetros não podem ser
definidos. Para que os custos sejam programados e tornem o processo viáveis,
pesquisas devem ser realizadas, podendo ter contagens manuais ou automáticas.
32
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 80, 70 e 50.
b) ( ) 100, 100 e 80.
c) ( ) 100, 80 e 60.
d) ( ) 120, 100 e 80.
e) ( ) 80, 80 e 70.
33
IV- Inclinação da pista: inclinação das vias que influenciam na velocidade da
pista e, consequentemente, no volume de tráfego.
34
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
35
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
(EQ 1.14)
(EQ 1.15)
(EQ 1.16)
(EQ 1.17)
(EQ 1.18)
(EQ 1.19)
(EQ 1.20)
36
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
(EQ 1.21)
(EQ 1.22)
37
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
Em que:
38
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
A curva será locada por cordas com valores preestabelecidos, que, usu-
almente, utiliza-se 20 m. Esse valor sempre depende do raio da curva. Quanto
menor for o raio estipulado, menor será o comprimento da corda.
(EQ 1.24)
Em que:
(EQ 1.25)
(EQ 1.26)
(EQ 1.27)
(EQ 1.28)
39
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
(EQ 1.29)
(EQ 1.30)
(EQ 1.31)
(EQ 1.32)
(EQ 1.33)
(EQ 1.34)
Para o cálculo dos pontos notáveis da curva, usa-se a estaca como unidade
de comprimento. Pode-se utilizar 20 m como unidade (ou 50 m em anteprojetos).
Quando um ponto a ser localizado não corresponde a um número exato de esta-
cas, deve-se fazer uma conversão em metros dessa proporção.
Exemplo:
Resposta:
40
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
Para o restante de 0,59 m, deve-se aplicar a regra de 3, sendo que 1 inteiro está
para 20,0 m, enquanto 0,59 resultará na metragem desejada.
Assim:
311,85 m = [15 + 11,80 m).
Exemplo:
Com base na curva 1 estabelecida, calcular o raio da curva circular 2 (R2) da figu-
ra a seguir de forma que a tangente resultante entre PT1 e PC2 seja igual a 180,00
m. Considerar corda base e estaqueamento de 20,00 m e os seguintes elementos:
Curva 1:
AC1= 33° 05´
R1= 688,000 m
Curva 2:
AC2= 41° 20´
Distância PI1 ao PI2 = 739,10 m
Resposta:
41
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
42
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
R x L = K2 (EQ. 1.35)
Em que:
R = raio, em m.
L = comprimento da curva a partir da origem, em m.
K = parâmetro associado à clotoide, em m2.
R x p = K2 (EQ. 1.36)
Em que:
• Parábola cúbica: Não tem sido muito empregada na atualidade, pois não tem
seu desenvolvimento suficiente para ser distribuído ao longo da supereleva-
ção da pista. É apresentada pela equação.
43
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
y = K x3 (EQ. 1.36)
Em que:
Tem-se ainda a curva tipo elástica, que não será estudada. Essa curva tem
pouca aplicação por ser de difícil locação nos terrenos. Os quatro tipos são apre-
sentados na Figura 17.
44
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
Em que:
Para o cálculo dos parâmetros desse roteiro, pode-se utilizar as equações a seguir.
Para o cálculo do comprimento mínimo da curva, é levado em consideração a velocidade
em que um veículo percorre a curva de transição e o raio da curva, pela equação:
(EQ. 1.38)
Em que:
(EQ. 1.39)
(EQ. 1.40)
(EQ. 1.41)
46
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
ATENCAO
(EQ. 1.42)
Em que:
(EQ. 1.43)
(EQ. 1.44)
47
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
Em que:
θS – expresso em radianos.
(EQ. 1.45)
(EQ. 1.46)
(EQ. 1.47)
(EQ. 1.48)
(EQ. 1.49)
Por fim, tem-se a lotação dos pontos principais das curvas. As estacas TS,
SC, CS e ST são obtidas através das igualdades:
(EQ. 1.54)
Em que:
Ø = AC - 2 θS.
Para o cálculo de tangente (ou tangente total TT), pode-se utilizar a equa-
ção a seguir.
48
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
(EQ. 1.55)
5 SEÇÃO TRANSVERSAL
A seção transversal de uma via deve ser estudada, pois ela também ga-
rante segurança e conforto aos usuários. Apenas em planta, não se pode analisar
a qualidade de um traçado. Para isso, a definição da seção transversal é um fator
decisivo em um dimensionamento de via.
49
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
Como visto na figura anterior, a situação mais acima apresenta uma situ-
ação que é realizada um corte para alcançar o traçado desejado. Em seguida, uma
situação em que o aterro é realizado e, por fim, uma situação mista.
L = U + 2c (EQ. 1.56)
Sendo
L = largura da faixa.
U = largura do caminhão.
c = espaço adicional.
50
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
51
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
5.1.2 ACOSTAMENTOS
Os acostamentos são pistas adjacentes à pista de rolamento e são essenciais
com relação à segurança, pois objetivam oferecer um espaço em caso de paradas
de emergência. Recomenda-se que toda via tenha acostamentos, principalmente
quando há alto volume de tráfego.
52
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
5.1.4 GUIAS
As guias são elementos utilizadas na drenagem e para delimitar e prote-
ger as bordas do pavimento, como pode ser visto nas Figuras 23 e 24. São reco-
mendadas, principalmente, em vias urbanas. Devem ser evitadas em vias rurais.
De maneira geral, servem para separar a faixa de passeio da faixa de pavimen-
tação, auxiliando na orientação do tráfego, drenagem superficial e aumento da
segurança para os usuários das vias e pedestres.
53
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
54
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
TUROS
ESTUDOS FU
55
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
Nos trechos simples com duas faixas com dois sentidos, as pistas são
construídas com uma inclinação transversal sutil. A alternativa mais usada é a
inclinação oposta para as duas faixas, a partir do eixo da pista. O uso de uma in-
clinação de 2% é quase imperceptível, mas eficiente para a drenagem superficial.
Um exemplo disso pode ser visto na Figura 27. Para pistas pavimentadas, reco-
menda-se uma inclinação entre 2% e 5% e para não pavimentadas, entre 4% e 6%.
56
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
57
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Silvia Kawanami
Como sabemos, o Japão sofre com o grave problema de espaço físico, espe-
cialmente nas grandes metrópoles. Assim, como Tóquio, Osaka, a segunda maior
metrópole do Japão, aproveita meios incomuns para contornar esse problema.
O prédio foi concluído em 1992, possui 71,9 metros de altura e dois dos
seus 16 andares estão no subsolo, além de uma cobertura com um heliporto.
58
TÓPICO 3 — ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS
Um dos fatos mais interessantes é que a estrada não faz contato nenhum com
o edifício, apesar de passar por dentro dele. Ela é sustentada por suportes e estrutu-
ras engenhosas que ficam nas laterais do edifício. Com isso, não há os incômodos de
ruídos e vibrações por causa dos carros que passam entre a rodovia e o prédio.
59
UNIDADE 1 — REDES VIÁRIAS
Nesse meio tempo, algumas leis de planejamento da cidade e outras leis ne-
cessárias para este tipo de estrutura, também tiveram que ser revistas, em 1989, para
que a construção da rodovia pudesse ser realizada. Afinal, normalmente, as rodovias
são construídas no subsolo, sem a necessidade de passar através dos edifícios e tudo
tinha que ser bem-feito para evitar problemas tanto à estrada como ao prédio.
Não havia espaço para mudar o trajeto da rodovia e, sendo assim, o jeito
foi negociar e adaptar o projeto original do edifício com uma reentrância que lhe
tirou os três andares por onde pudesse passar o Hanshin Expressway. Além da
ajuda nos custos para a construção, os proprietários do prédio ainda ganham o
aluguel mensal referente aos andares usados pela via expressa.
Realmente, nesse caso, uma mão lavou a outra e ainda nos deu a oportuni-
dade de ver como é incrível as habilidades da engenharia urbana, capazes de criar
algo tão surpreendente e em sincronia como essa ponte que passa dentro do edifício.
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3nc9k4h>. Acesso em: 27 mar. 2021.
60
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A cada duas linhas retas adjacentes existe uma curva cujo raio é definido a
partir das condições de tráfego daquela via e das condições da superfície do
terreno da região. Essas curvas são classificadas em simples, compostas com
transição e compostas sem transição.
CHAMADA
61
AUTOATIVIDADE
1 Para uma via de tráfego de classe 1 e topografia local ondulada, qual a reco-
mendação de largura de tráfego mínima?
a) ( ) 3,20 m.
b) ( ) 3,60 m.
c) ( ) 3,50 m.
d) ( ) 3,40 m.
e) ( ) 3,80 m.
62
Ângulo AC = 32º.
Grau da curva circular G: 3º.
Velocidade de projeto: 86 km/h.
Estaqueamento realizado a cada 20 m.
Estaca PI = 1115 +7,40 m.
63
REFERÊNCIAS
AMERICAN ASSOCIATION OF STATE HIGHWAY AND TRANSPORTATION
OFFICIALS. A policy on geometric design of highways and streets. Washing-
ton: AASHTO, 2004.
CANNON, J. Novo estudo: impactos provocados por estradas vão além dos da-
nos ambientais. Mongabay, 12 abr. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2P1mW5w.
Acesso em: 23 mar. 2021.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1998.
(V. 2).
64
PASTANA, C. E. T. Pavimentos de estradas. 2010. Disponível em: https://bit.ly/
3v3QGxW. Acesso em: 27 mar. 2021.
65
66
UNIDADE 2 —
PROJETO GEOMÉTRICO DE
ESTRADAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – SUPERELEVAÇÃO
TÓPICO 2 – SUPERLARGURA
TÓPICO 4 – TERRAPLANAGEM
CHAMADA
67
68
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
SUPERELEVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Ao se definir a velocidade diretriz de uma estrada, é necessário que os
elementos geométricos dela, ao longo da sua extensão, apresentem condições que
permitam a manutenção dessa velocidade, além de garantir conforto e segurança
no trajeto (COSTA, 2020).
2 CONCEITO DE SUPERELEVAÇÃO
Quando esta força age sobre veículos com cargas, o usuário fica exposto
a um risco muito maior, comprometendo sua segurança, além de poder causar
riscos e avarias no carregamento, como pode ser visto na Figura 1 em uma curva
à direita. A mesma situação também ocorre em curvas à esquerda.
69
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
FONTE: A autora
70
TÓPICO 1 — SUPERELEVAÇÃO
Em que:
FC = força centrifuga.
Fa = força de atrito.
P = força peso do veículo.
Já no eixo y, temos:
Em que:
Lembrando que:
EQ. 1.4
Em que:
Fa = força de atrito.
f = coeficiente de atrito.
N = força normal.
EQ. 1.5
Em que:
EQ. 1.6
71
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
EQ. 1.8
EQ. 1.9
EQ. 1.10
EQ. 1.11
EQ. 1.12
EQ. 1.13
73
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
74
TÓPICO 1 — SUPERELEVAÇÃO
EQ. 1.14
Em que:
R = raio da curva, em m;
v = velocidade, em km/h;
e = superelevação, adimensional;
f = atrito, adimensional.
75
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
Velocidade diretriz
Superelevação máxima
30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
12% 20 45 70 105 145 195 245 315 400 490
10% 25 45 75 115 155 210 265 345 435 540
8% 25 50 80 125 170 230 290 375 475 595
6% 25 55 90 135 185 250 320 415 530 665
4% 30 60 100 150 205 280 355 465 595 755
FONTE: DNER (1999, p. 71)
Velocidade
30 40 50 60 70 80 90 ≥100
(km/h)
Raio (m) 450 800 1250 1800 2450 3200 4050 5000
FONTE: DNER (1999, p. 97)
76
TÓPICO 1 — SUPERELEVAÇÃO
77
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
78
TÓPICO 1 — SUPERELEVAÇÃO
EQ. 1.15
Em que:
79
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
Exemplo:
Solução:
A rodovia é uma classe II. Logo, seu emax é de 8%. O coeficiente de atrito máxi-
mo é 0,14. Logo:
A partir do raio mínimo, tem-se o raio projetado de 800 metros. Assim, calcula-
se a superelevação ideal.
Exemplo:
Calcular o menor raio que pode ser utilizado com segurança em uma curva
horizontal de uma rodovia de velocidade de projeto de 60 km/h, considerando
que a superelevação máxima é de 6%.
80
TÓPICO 1 — SUPERELEVAÇÃO
Solução:
Substituindo os valores:
Exemplo:
Solução:
2.6 DISTRIBUIÇÃO
Além do cálculo de superelevação ideal, sua distribuição deve ser realizada
de forma correta. Essa distribuição é um processo da variação da seção transversal
da estrada entre a seção nos trechos em tangente e a seção superelevada (nas
curvas). Essa transição deve ser feita de forma que não ocorram variações bruscas.
A distribuição pode ser realizada de várias formas. As mais comuns são:
81
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
Por fim, na terceira forma, em torno da borda externa (Figura 10), favo-
rece-se a aparência e estética da pista ao evitar a elevação dessa borda, sendo,
normalmente, a mais perceptível pelos usuários (PONTES FILHO, 1998).
83
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
84
TÓPICO 1 — SUPERELEVAÇÃO
VELOCIDADE (km/h)
SUPER- 50 60 70 80 90 100 110 120
ELEVAÇÃO α (%)
e (%) 0,66 0,60 0,54 0,50 0,47 0,43 0,40 0,37
VALORES DE Le (m)
2 11 12 13 14 15 17 18 19
4 22 24 27 29 31 33 36 39
6 33 36 40 43 46 50 54 58
8 44 48 53 58 61 67 72 78
10 55 60 67 72 77 84 90 97
12 65 72 80 86 92 100 108 117
Le min = 0,56. V 28 33 39 44 50 56 61 67
FONTE: Pontes Filho (1998, p. 187)
Velocidade
40 50 60 70 80 90 100
(km/h)
Lmin 1200/R 2550/R 4800/R 8450/R 14070/R 22650/R 35730/R
FONTE: Adaptada de DNER (1999)
EQ. 1.16
Em que:
85
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
EQ. 1.17
Em que:
EQ. 1.18
Em que:
86
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A distribuição pode ser realizada de três formas: giro em torno do eixo da pista,
giro em torno da borda interna da pista e giro em torno da borda externa da pista.
87
AUTOATIVIDADE
88
4 Em uma rodovia classe I, tem-se uma emáx = 10% e velocidade igual a 90 km/h.
Qual a superelevação ideal, sabendo que o raio da curva será de 900 m?
89
90
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
SUPERLARGURA
1 INTRODUÇÃO
Curvas mal projetadas podem causar danos ao tráfego e, até mesmo, cau-
sar prejuízos graves aos usuários. O comportamento do veículo em trechos em
curva é diferente do trecho em curva e, por isso, exige atenção e outros elementos
devem ser dimensionados e projetados. Além da superelevação, a superlargura
também é um parâmetro importante.
2 CONCEITO
Superlargura é um acréscimo da largura da pista, ao longo das curvas de con-
cordância horizontal com objetivo de garantir os afastamentos transversais necessários
para veículos trafegarem em segurança. A pista de uma rodovia é alargada a fim de
oferecer aos motoristas as mesmas condições de operação que trechos em tangente (PI-
MENTA; OLIVEIRA, 2004). O alargamento é empregado nas seguintes situações:
91
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
S = LT - LB EQ. 1.1
Em que:
S = superlargura da pista, em m.
LT = largura total da curva de pista com 2 faixas de tráfego, em m.
LB = largura básica da pista quando em tangente, em m.
GC = gabarito estático do veículo em curva, em m.
GL = folga lateral do veículo em movimento, em m.
GF = acréscimo pelo balanço dianteiro do veículo quando em curva, em m.
FD = folga dinâmica, em m.
92
TÓPICO 2 — SUPERLARGURA
EQ. 1.4
EQ. 1.5
Em que:
EQ. 1.6
93
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
EQ. 1.7
TABELA 9 – VALORES DE GL
EQ. 1.8
ATENCAO
94
TÓPICO 2 — SUPERLARGURA
EQ. 1.9
EQ. 1.10
Tipo de
V (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100
veículo
CO 130 160 190 220 260 310 360 420
Raio(m)
SR 270 300 340 380 430 480 540 600
FONTE: Pontes Filho (1998, p. 202)
ATENCAO
Para pistas com mais de duas faixas, o DNER recomenda multiplicar o valor da
superlargura por um fator.
Esse fator é de 1,25 para o caso de três faixas de tráfego. Já para quatro faixas, deve-se
multilplicar o valor calculado por 1,50.
AUTOATIVIDADE
Exercício 1:
Exercício 2:
Para um veículo tipo CO, calcule a superlagura de uma curva com as seguintes
características: raio de 350 m, largura básica de 7,20 m e velocidade de 100 km/h.
95
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
96
TÓPICO 2 — SUPERLARGURA
A linha central a ser demarcada não coincidirá mais com o eixo original de
projeto e, assim, resulta em deslocamento para o lado interno da curva (LEE, 2000).
ATENCAO
97
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
98
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Superelevação.
b) ( ) Superlagura.
c) ( ) Folga dinâmica.
d) ( ) Curva de transição.
e) ( ) Largura básica.
100
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
PERFIL LONGITUDINAL
1 INTRODUÇÃO
2 RAMPAS
As rampas são inclinações ao longo do perfil longitudinal. No geral, veí-
culos com passageiros conseguem vencer rampas de 4% a 5% quase sem perda de
velocidade, sendo que, em rampas de 3%, têm um desenvolvimento muito seme-
lhante a trechos em nível. Já caminhões possuem perdas de velocidade maiores,
em comparação. O tempo na trajetória de um caminhão, por exemplo, aumenta à
medida que cresce a relação peso/potência em um trecho em rampa.
101
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
NTE
INTERESSA
Classe de Topografia
projeto Plano Ondulado Montanhoso
0 3 4 5
I 3 4,5 6
II 3 5 6
III 3 5a6 6a7
IV 3 5a7 6a9
FONTE: Pimenta e Oliveira (2004, p. 99)
Trechos com rampa igual a 0% também são aceitáveis, desde que a incli-
nação transversal garanta o escoamento das águas superficiais.
102
TÓPICO 3 — PERFIL LONGITUDINAL
O valor crítico deve ser determinado em função de alguns fatores como: rela-
ção peso/potência do veículo-padrão, perda de velocidade do caminhão tipo em ram-
pa, velocidade de entrada na rampa e menor velocidade no qual um caminhão tipo
pode alcançar no fim da rampa sem prejudicar o tráfego (PIMENTA; OLIVEIRA, 2004).
103
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
FONTE: A autora
Temos que:
3 CURVAS VERTICAIS
As curvas verticais têm como objetivo garantir transições suaves entre
as rampas projetadas. Devem ser escolhidas e dimensionadas, oferecendo uma
adaptação ideal à topografia do terreno, garantindo a drenagem, não excedendo
as rampas máximas e permitindo boa visibilidade da pista aos usuários.
Uma curva vertical característica pode ser visualizada na Figura 20. A in-
terseção entre os greides retos é chamada de Ponto de Intersecção Vertical (PIV).
Os pontos de tangência são chamados de Ponto de Curva Vertical (PCV) e de
Ponto de Tangência Vertical (PTV). As curvas verticais podem ter formato de pa-
rábola de 2º grau, curva circular, elipse ou parábola cúbica. Uma curva vertical
característica do tipo parábola de 2º grau pode ser visualizada na Figura 20.
104
TÓPICO 3 — PERFIL LONGITUDINAL
105
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
E.Q. 1.2
E.Q. 1.3
E ainda:
E.Q. 1.4
Em que:
E.Q. 1.5
E.Q. 1.6
E.Q. 1.7
106
TÓPICO 3 — PERFIL LONGITUDINAL
E.Q. 1.12
Em que:
E.Q. 1.13
107
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
E.Q 1.14
E.Q 1.15
ATENCAO
108
TÓPICO 3 — PERFIL LONGITUDINAL
E.Q 1.16
Em que:
• É preferível que o greide das vias seja composto de rampas e curvas verticais
com grandes raios e não projeto com rampas muito extensas e curvas verticais
muito próximas.
• Rampas extensas causam problemas no tráfego devido caminhões pesados e
podem influenciar os motoristas e descer nos trechos em declive com veloci-
dades muito altas.
• Em curvas horizontais de pequeno raio, não devem ser locadas próximas ao
topo de curvas convexas, pois a percepção de mudança de direção ao moto-
rista pode ser diminuída.
• Estradas com dois sentidos de tráfego requerem espaços seguros para ultra-
passagem em intervalos não muito longos.
• Em curvas côncavas, a drenagem da pista requer atenção. Nos pontos mais
baixos, o escoamento da água deve ser previsto tanto no sentido transversal
como longitudinal.
• Rampas muito suaves também podem influenciar no escoamento de água.
Assim, inclinações inferiores a 1% devem ser evitadas.
• Curvas verticais de grande comprimento associadas à curva horizontal com
grande raio são favoráveis aos veículos, mas ao contrário, curva horizontal
em curva vertical deve ser evitada.
• Podem ser requeridas a utilização de programas que geram imagens tridi-
mensionais das vias para que a visualização da disposição das curvas seja
visualizada de forma mais fácil.
109
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• As curvas verticais têm como objetivo garantir transições suaves entre as ram-
pas projetadas. Devem ser escolhidas e dimensionadas oferecendo uma adap-
tação ideal à topografia do terreno.
110
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 5 metros.
b) ( ) 20 metros.
c) ( ) 30 metros.
d) ( ) 1 metro.
e) ( ) 50 metros.
2 As curvas verticais devem ter formatos específicos para que sejam aceitá-
veis. Com relação à forma geométrica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) 7,7% e ascendente.
b) ( ) 1,5% e convexa.
c) ( ) 1,5% e côncava.
d) ( ) 7,7% e convexa.
e) ( ) 7,7% e côncava.
111
112
TÓPICO 4 —
UNIDADE 2
TERRAPLENAGEM
1 INTRODUÇÃO
2 CÁLCULO DE VOLUME
Conforme visto na Unidade 1, a seção transversal de uma estrada garante se-
gurança e conforto aos usuários. Apenas em planta, não se pode analisar a qualidade
de um traçado. Para isso, a definição da seção transversal é um fator decisivo em um
dimensionamento de via. Os levantamentos topográficos requerem cálculos a fim de
transformá-los em uma forma mais útil e fácil para se determinar distâncias, volumes
de terraplanagem, volumes e áreas de terra. Além disso, com o conhecimento desses
dados, é possível um planejamento e projeto de construções com maior precisão.
O cálculo de volumes de uma estrada deve ser realizado entre duas seções
consecutivas. Se as suas seções forem de corte, tem-se uma seção de corte. Caso
sejam aterro, tem-se um volume de aterro. Pode-se também ter uma seção mista
(PIMENTA; OLIVEIRA, 2004).
Existem três métodos muito comuns para esse cálculo de volume: método
da seção transversal, método da área unitária e método da área de curva de nível
(GHILANI; WOLF, 2013). Será apresentado o método da seção transversal.
113
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
E.Q 1.1
Em que:
Uma forma simplificada é pelo método das áreas médias quando as seções
transversais são iguais, assim:
E.Q 1.2
Em que:
114
TÓPICO 4 — TERRAPLENAGEM
Exemplo:
Solução:
115
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
O material escavado nos cortes deve ser aproveitado nos aterros. Esse
aproveitamento é conhecido como compensação de volumes. Nem sempre isso
pode ser realizado quando o material não tem a qualidade requerida. Nesse caso,
o material descartado é chamado de bota-fora. Quando o volume escavado é
maior que o utilizado também pode-se denominar dessa forma.
Exemplo:
116
TÓPICO 4 — TERRAPLENAGEM
Solução:
3 CÁLCULO DE ÁREAS
O cálculo das áreas das seções transversais precisa ser calculado. Quando
a seção é em corte ou aterro, calcula-se diretamente a área do polígono. Quando
a seção é mista, deve-se calcular separadamente a área de corte e a área de aterro
(PIMENTA; OLIVEIRA, 2004).
117
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
118
TÓPICO 4 — TERRAPLENAGEM
A equação utilizada é:
(EQ. 2.7)
Sendo:
(EQ. 2.8)
Sendo:
Tomando como base a Figura 27, o valor E compreende das ordenadas y0 e y8.
Já o valor I, deve-se somar a 3ª ordenada a partir da extremidade, ou seja, y2, y4 e y6. De
forma análoga, o valor P deve somar a partir da 2ª ordenada (em relação à extremidade).
119
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
4 DIAGRAMA DE MASSAS
Para que os volumes de corte e aterro tenham um equilíbrio ao longo do
traçado de uma rodovia, deve-se analisar os volumes acumulativas ao longo da
trajetória. Para isso, utiliza-se o Diagrama de Massas ou também chamado de
Bruncker. A representação gráfica é apresentada na Figura 28.
Deve-se adotar uma escala vertical que representa os volumes e uma es-
cala horizontal que representam as distâncias entre os pontos. Na parte superior
do diagrama, cada trecho de corte e de aterro já teve seu volume calculado pre-
viamente. Na parte inferior do diagrama, é apresentado o diagrama de massas
definida pela linha de Bruncker. O ponto A’ vertical marca o início. Logo em se-
guida, na vertical do número 1, marca-se o volume V1 na escala preestabelecida,
ou seja, marcando o ponto 1’. Em seguida, continua-se marcando na vertical do
número 2 o volume V2 acumulado com o volume anterior. E, em cada vertical,
prossegue-se acumulando os volumes (no caso específico, todos de corte). Os
volumes acumulados acima da linha de referência são considerados como corte.
Os volumes abaixo da mesma linha são considerados corte.
120
TÓPICO 4 — TERRAPLENAGEM
Cada coluna tem uma função e deve ser completada da seguinte forma:
121
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
E.Q 1.4
Em que:
Fh = fator de homogeneização.
γcompact = massa específica aparente seca após compactação.
γcorte = massa específica aparente seca no corte.
M = Momento de transporte.
V = volume natural do solo, em m³.
dM = distância média de transporte.
122
TÓPICO 4 — TERRAPLENAGEM
Em que:
123
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
Exemplo:
Solução:
Exemplo:
Deve-se projetar uma rodovia seguindo o greide em destaque da figura a
seguir. Considerando o diagrama a seguir, responda:
124
TÓPICO 4 — TERRAPLENAGEM
Solução:
Para a letra a, temos que considerar a linha principal que limita o volume a ser
transportado (através do greide), resultando assim em 6. 10³ m³.
Já para a letra b, deve-se observar o volume a ser transportado para que a área
obedeça ao greide da linha de equilíbrio, assim, tem-se 6. 10 m³ + 4.10³ = 10. 10³ m³.
Para a letra c, considera-se ainda o 3º trecho. Deve-se considerar todos os valo-
res em que serão movimentados para se obter o greide requerido. Logo, 6. 10³
+ 4.10³ + 4. 10³ + 2. 10³ = 16.10³ m³.
Para a letra d, deve-se calcular a distância média de transporte para cada tre-
cho: para o primeiro, considerando 6 estacas de 20 m, tem-se 120 m; para o
2º, considerando 4 estacas, tem-se 80 m; para o 3º, considerando 4,2 estacas,
tem-se 84 m e, por fim, no quatro trecho, considerar 2 estacas de 20 m = 40 m.
A partir disso, o momento de transporte é: MT = (6. 120 + (10-6). 80 + 4. 84 + 2.
40). 10³ = 1456. 10³.
125
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Kamila Amorin
126
TÓPICO 4 — TERRAPLENAGEM
127
UNIDADE 2 — PROJETO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS
O TÚNEL EM NÚMEROS:
128
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• O material escavado nos cortes deve ser aproveitado nos aterros. Esse apro-
veitamento é conhecido como compensação de volumes.
CHAMADA
129
AUTOATIVIDADE
2 Quanto ao material escavado não tem qualidade suficiente para ser utiliza-
do em aterro ou quando o seu volume é superior ao aterro a ser construído,
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Empréstimo.
b) ( ) Bota-fora.
c) ( ) Compensação lateral.
d) ( ) Compensação longitudinal.
e) ( ) Momento de transporte.
130
Custo de escavação é de 3,30 R$/m³ o custo de transporte é de 1,70 R$/(m³.km),
a distância de bota-fora é de 280 m e a distância de empréstimo de 430 m.
FONTE: A autora
131
REFERÊNCIAS
ALVAREZ. A. A. M. et al. Topografia para arquitetos. Rio de janeiro: Ed. Booklink
Publicações Ltda., 2003.
132
PIMENTA, C. R. T.; OLIVEIRA, M. P. Projeto geométrico de rodovias. 2. ed. São
Carlos: Rima, 2004.
133
134
UNIDADE 3 —
SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – SOLOS
CHAMADA
135
136
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
SOLOS
1 INTRODUÇÃO
Os solos são constituídos por partículas e água (ou outro líquido) e ar nos seus
espaços intermediários. De maneira geral, todos se originaram da decomposição de
rochas. A decomposição é decorrente de, ao longo dos anos, de processos e agentes
físicos e químicos. Assim, o conjunto desses processos leva à formação dos solos que
são diferenciadas justamente pela sua composição química e tamanho de partículas.
2 CONCEITOS
Outro conceito pode ser apresentado como formação natural, com estrutural
solta ou removível e de espessura variável. O solo é resultado dos agentes de intem-
perismo, que podem ser físicos, químicos, físico-químicos e biológicos (DNIT, 2010).
137
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
138
TÓPICO 1 — SOLOS
NOTA
A formação dos solos é influenciada por, pelo menos, cinco fatores prin-
cipais: a natureza da rocha originária, clima regional, o agente intempérico de
transporte; a topografia local e os processos orgânicos. Assim, também pode-se
dividir solos como: residuais, transportados, orgânicos e pedogênicos. Os solos
residuais são provenientes da decomposição e alteração das rochas “in situ”. Sua
composição depende do tipo e da composição mineralógica da rocha original que
lhe deu origem (DNER, 2006). São subdivididos em horizontes e se organizam da
superfície para o fundo e um tipo comum é apresentado na figura a seguir.
139
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
A-1 A2 A-7
A A
Classificação
A -1 A - 1 A3 A-2 A-2 A-2 A - A - 4 A- 5 A - 6 - 7 -5
em grupos
-A -B -4 -5 -6 2- 7 A-7
6
Granulometria
% passando
na peneira
Máx.
Nº 10
50
Máx. Máx. Máx.
Nº 40
30 30 51
Máx. Máx. Máx. Máx. Máx. Máx. Máx. Min. Min. Min. Min.
Nº 200
15 25 10 35 35 35 35 36 36 36 36
Índice de Máx. Máx. Máx. Máx. Máx. Máx.
0 0 0 0 0
grupo 4 4 8 12 16 20
Fragmentos de
Materiais Pedregulho ou areias Solos Solos
pedras, pedregu-
constituintes siltosos ou argilosos siltosos argilosos
lho fino e areia
140
TÓPICO 1 — SOLOS
Comportamen-
to Excelente a bom Sofrível a mau
como subleito
FONTE: Adaptada de DNIT (2006, p. 56)
• Grupo A-1: esse grupo possui um solo de mistura bem graduada de fragmen-
tos de pedra ou pedregulhos, areia grossa, areia fina e um aglutinante de solo
não plástico ou fracamente plástico. O grupo A-1 ainda possui subgrupo A-1-A
e A-1-B. O primeiro inclui os materiais contendo, principalmente, fragmentos
de pedra ou pedregulho, com ou sem material fino bem graduado, funcionan-
do como aglutinante. Já o segundo, A-1-B contém materiais constituídos, prin-
cipalmente, de areia grossa, com ou sem aglutinante de solo bem graduado.
• Grupo A-2: grande variedade de materiais. Classificam-se os solos com 35% ou
menos passando na peneira nº 200, mas que não podem se enquadrar como A-1
ou A-3, devido ao teor de finos que contêm, ou a plasticidade, ou ambos exceden-
do os limites estabelecidos para os citados grupos. Também existem subgrupos,
como o A-2-4 e A-2-5, que incluem solos contendo 35% ou menos, passando na
peneira nº 200, com uma porção menor retida na peneira nº 40, possuindo as ca-
racterísticas dos grupos A-4 ou A-5. Pode-se citar: pedregulho e areia grossa, em
que o teor de silte e o índice de plasticidade ultrapassam os limites estabelecidos
para o Grupo A-1, e ainda areia fina com silte não plástico excedendo os limites
do Grupo A-3. Tem-se ainda os subgrupos A-2-6 e A-2-7, com solos semelhantes
aos descritos nos subgrupos A-2- 4 e A-2-5-, exceção feita da porção de finos que
contem argila plástica com características dos grupos A-6 ou A-7.
• Grupo A-3: pode-se citar areia fina de praia ou de deserto, sem silte ou argila,
misturas de areia fina mal graduada e quantidades limitadas de areia grossa
e pedregulho depositados pelas correntes.
• Grupo A-4: solos siltosos não plástico ou moderadamente plástico, possuin-
do, geralmente, 5% ou mais passando na peneira nº 200. E também solo fino
siltoso com até 64% de areia e pedregulho retidos na peneira nº 200.
• Grupo A-5: muito semelhante ao grupo A-4, porém com material diatomáceo
ou micáceo.
• Grupo A-6: solos argilosos, plástico, tendo, geralmente, 75% ou mais de material
passando na peneira nº 200; solos finos argilosos, podendo conter até 64% de
areia e pedregulho retidos na peneira nº 200. Materiais desse grupo tem como
característica variações elevadas de volume entre os estados seco e úmido.
• Grupo A-7: próximo ao grupo A-6, mas com alto índice de liquidez. Possui
dois subgrupos, no qual o A-7-5 tem solos com índice de plasticidade mode-
rado em relação ao limite de liquidez, podendo ser altamente elástico e sujeito
a elevadas mudanças de volume e o A-7-6 com elevados índices de plasticida-
de em relação aos limites de liquidez.
141
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
142
TÓPICO 1 — SOLOS
4 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
Para execução de infraestrutura de uma rodovia, um dos principais parâ-
metros técnicos considerados nos projetos é o tipo de solo disponível na região.
Características geotécnicas importantes dos solos utilizados podem ser obtidas
em laboratório, realizando as análises de granulometria e limites de consistência.
143
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
ATENCAO
(EQ. 1.1)
144
TÓPICO 1 — SOLOS
Em que:
v = velocidade de queda;
γs = peso específico do material da esfera, em g/cm³;
γw = peso específico do fluido, em g/cm³;
µ = viscosidade do fluido, em gs/cm²,
D = diâmetro da esfera, em cm.
Exemplo:
145
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
Solução:
146
TÓPICO 1 — SOLOS
Para solos argilosos, o cinzel deve ser passado uma única vez pressionado
a posta contra a concha, abrindo uma canelura regular. Para solos arenosos, o cin-
zel deve ser passado várias vezes, alcançando uma ranhura de modo progressivo.
147
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
A concha deve ser, então, golpeada contra a base em queda livre. Quando
as bordas inferiores da ranhura se unirem ao longo de 1,0 cm, o número de golpes
deve ser anotado. A parte da amostra onde ocorreu a união deve ser retirada da
concha e colocada em um recipiente para se medir a umidade. Em seguida, o pro-
cedimento deve ser repetido, adicionando-se novamente água à amostra, homoge-
neizando por, no mínimo, três minutos. A operação dos golpes na concha deve ser
repetida, pelo menos, três vezes, obtendo-se o número de golpes para os intervalos
de 25-35, 20-30 e 15-25 golpes. A partir dos resultados, pode-se apresentá-los de for-
ma gráfica associando os teores de umidades e a quantidade de golpes. O limite de
liquidez, expresso em teor de umidade, é definido com o valor da abcissa, a partir
de um gráfico umidade x golpes, da reta que corresponde à ordenada de 25 golpes.
IP = LL – LP (EQ 1.2)
Em que:
IP = índice de plasticidade.
LL = limite de liquidez.
LP = limite de plasticidade.
148
TÓPICO 1 — SOLOS
Em que:
a = % do material que passa pela peneira no 200, menos 35. Se a % obtida na dife-
rença for maior que 75, adota-se 75, se for menor que 35, adota-se 35.
b = % de material que passa na peneira nº 200, menos 15. Se a % obtida nessa di-
ferença for maior que 55, adota-se 55, se for menor que 15, adota-se 15.
c = valor do limite de liquidez, menos 40. Se o LL for maior que 60, adota-se 60, se
for menor que 40, adota-se 40.
d = valor do índice de plasticidade menos 10, se o índice de plasticidade for maior
que 30, adota-se 30, se for menos que 10, adota-se 10.
4.3 COMPACTAÇÃO
O ensaio de compactação do solo é um dos mais importantes para o con-
trole de qualidade de aterro de solos compactados. É possível identificar a densi-
dade ótima do solo, limite que otimiza o empreendimento com relação ao custo e
desempenho estrutural. O ensaio mais comum é conhecido como ensaio de Proc-
tor Normal, padronizada pela NBR 7182 – Solo: ensaio de compactação (ABNT,
2020). O ensaio pode ser realizado conforme necessidade, podendo ser com cilin-
dro metálico pequeno (Proctor) ou cilindro metálico grande (CBR). Consideran-
do o assunto de engenharia de estradas, o ensaio de compactação, seguindo as
normativas rodoviárias, também pode ser seguido através da Norma do DNIT
ME 164/2013 (DNIT, 2013) utilizando amostras não trabalhadas.
No ensaio de Proctor, compacta-se uma amostra de solo dentro de um reci-
piente cilíndrico. Podem ser realizadas diversas energias de compactação, podendo
ser normal, intermediária e modificada. Cada energia varia o número de camadas a
serem realizadas e o número de golpes por camada. Para Proctor com energia nor-
mal, são três camadas sucessivas com ação de 25 golpes de um soquete com 2,5 kg.
Todo esse processo deve ser realizado cinco vezes, ou seja, terão cinco
pontos de umidade, sendo dois abaixo do ramo seco, um próximo à umidade óti-
ma a ser encontrada e dois no ramo úmido da curva, conforme a Figura 9. Assim,
é possível associar a curva da umidade com o peso específico do solo.
149
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
(EQ 1.3)
Sendo:
150
TÓPICO 1 — SOLOS
bleito) ou 55 golpes para Energia Modificada (para materiais de base e sub-base).
Além da compactação, na parte final do ensaio, ocorre um ensaio de penetração
em prensa. A leitura de um extensômetro apresenta os encurtamentos do diâme-
tro associados às cargas aplicadas.
DICAS
151
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• O solo é uma junção de corpos naturais, no qual é constituído por partes sóli-
das, líquidas e gasosas e formado por materiais minerais e orgânicos.
• Um perfil de solo completo possui cerca de cinco tipos de horizontes, que são
chamados de horizontes principais e identificados como: O, A, E, B e C.
152
AUTOATIVIDADE
a) ( ) C.
b) ( ) O.
c) ( ) B.
d) ( ) E.
e) ( ) A.
a) ( ) O matacão tem suas partículas com tamanho entre 0,60 mm e 2,0 mm.
b) ( ) A argila tem suas partículas com tamanho inferior a 2,0 mm.
c) ( ) O silte tem partículas menores que a areia.
d) ( ) A ordem correta com relação ao tamanho das partículas é: matacão,
silte, argila e areia.
e) ( ) O pedregulho tem tamanho das partículas superior ao matacão.
a) ( ) Limite de contração.
b) ( ) Limite de plasticidade.
c) ( ) Limite de liquidez.
d) ( ) Limite de Atterberg líquido.
e) ( ) Limite de Atterberg plástico.
153
154
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
BASES DE PAVIMENTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
2 CAMADAS DE PAVIMENTOS
Um pavimento é constituído por diversas camadas com espessura finita,
apoiadas em uma fundação. A Figura 10 apresenta uma situação simplificada.
2.1 REVESTIMENTO
O revestimento é a camada capaz de receber as cargas, sejam estáticas ou
dinâmicas, sem sofrer muita deformação plástica ou elástica, no geral, são divi-
didos em duas ou mais camadas devido à técnica e aos custos. Assim, dentro da
camada de revestimento pode-se ter (BALBO, 2007):
156
TÓPICO 2 — BASES DE PAVIMENTAÇÃO
Com relação aos materiais, as bases e as sub-bases são feitas de solo esta-
bilizado, misturas de solos e agregados, brita graduada, concretos, entre outros.
157
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
2.4 REFORÇO
O reforço do subleito é uma camada constante que tem como função me-
lhorar as qualidades e regularizar a espessura da sub-base e aumentar a tolerân-
cia às pressões aplicadas no pavimento. É estabilizada granulometricamente e
executada sobre um subleito devidamente compactado e regularizado.
2.5 SUBLEITO
O subleito é o terreno de fundação em que será apoiado todo o pavimen-
to. Deve ser considerado e estudado até as profundidades em que atuam signifi-
cativamente as cargas impostas pelo tráfego.
3 CLASSIFICAÇÃO DE PAVIMENTOS
Baseado no tipo de material e tipo de deformabilidade, pode-se classificar
o pavimento em três tipos: pavimento flexível, rígido e semirrígido.
158
TÓPICO 2 — BASES DE PAVIMENTAÇÃO
159
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
4 MATERIAIS
Os materiais utilizados nas camadas de pavimento devem ter suas pro-
priedades conhecidas para garantir desempenho desejado nas vias. Entre os ma-
teriais que se pode citar, estão os agregados e os aglutinantes.
DICAS
160
TÓPICO 2 — BASES DE PAVIMENTAÇÃO
161
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
5 DIMENSIONAMENTO
Para dimensionamento de pavimento flexível, pode-se optar pelo Método
do DNER (1981). O pavimento é dimensionado em função do número equivalente
N de tráfego em um eixo padrão. Considerando o volume médio diário de tráfego,
pode-se calcular pela equação:
(EQ. 1.4)
162
TÓPICO 2 — BASES DE PAVIMENTAÇÃO
Em que:
O volume total de tráfego durante um período pode ser conhecido pela equação:
(EQ. 1.6)
Em que:
163
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
Em que:
164
TÓPICO 2 — BASES DE PAVIMENTAÇÃO
Coeficiente de
Componentes dos pavimentos equivalência
estrutural (k)
Base ou revestimento de concreto betuminoso 2,00
Base ou revestimento pré-misturado a quente, de graduação densa 1,70
Base ou revestimento pré-misturado a frio, de graduação densa 1,40
Base ou revestimento por penetração 1,20
Base granular 1,00
Sub-base granular 0,77 (1,00)
Reforço do subleito 0,71 (1,00)
Solo-cimento com resistência à compressão a 7 dias, superior a
1,70
45kg/cm²
Solo-cimento com resistência à compressão a 7 dias, entre 45kg/
1,40
cm² e 28kg/cm²
Solo-cimento com resistência à compressão a 7 dias, entre 28kg/
1,20
cm² e 21 kg/cm²
Bases de solo-cal 1,20
FONTE: Adaptada de DNER (1981, p. 15)
• Revestimento: KR.
• Base: KB.
• Sub-base: KS.
• Reforço: KRef.
165
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
Em que:
166
TÓPICO 2 — BASES DE PAVIMENTAÇÃO
Exemplo:
Solução:
167
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
5 x 2 + B x 1≥ 30
B ≥ 20 cm
h20 ≥ 18 cm
168
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
169
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Camada de revestimento.
b) ( ) Camada de reforço.
c) ( ) Cama de nivelamento.
d) ( ) Camada de ligação.
e) ( ) Camada de rolamento.
170
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
MISTURAS E CONTROLE
TECNOLÓGICO
1 INTRODUÇÃO
2 MISTURAS ASFALTICAS
As misturas podem ser de três formas principais: as misturas usinadas,
misturas in situ e misturas asfálticas recicladas. Todas essas misturas apresentam
subdivisões com suas características e particularidades.
2.1.1 A quente
Uma das misturas mais utilizadas no Brasil é o concreto betuminoso usi-
nado a quente (CBUQ). É resultado de uma mistura de agregados e cimento as-
fáltico com temperaturas predeterminadas (BERNUCCI et al., 2010).
DICAS
Na Europa, muito estudos foram realizados na CPA com relação a sua acústica.
Comparando-se esse material, pode proporcionar uma redução do ruído entre 3 e 5 dB e
até superiores em condições particulares (BAUGHAM et al., 2002).
172
TÓPICO 3 — MISTURAS E CONTROLE TECNOLÓGICO
O tipo SMA pode ser visto na Figura 22. Essa é uma mistura em que, de-
vido ao alto índice de agregados graúdos, na superfície há canais que facilitam o
escoamento, embora, diferente do CPA, o SMA é uma camada impermeável. O
SMA é aplicado em vias com alta passagem de caminhões, com grandes carrega-
mento e descarregamentos de cargas, pontes, pistas de aeroportos, entre outros.
173
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
2.1.2 A frio
As misturas a frio são produzidas em central, espalhadas e compactadas
sem a necessidade de aquecimento prévio dos materiais utilizados (BRANCO;
PEREIRA; SANTOS, 2011).
174
TÓPICO 3 — MISTURAS E CONTROLE TECNOLÓGICO
Outra vantagem desse material que tem destaque é com relação a ser mui-
to utilizado em regiões remotas. Se o material utilizado fosse a quente, poderia
ocorrer o risco de o ele chegar ao local de execução sem sua temperatura ótima.
DICAS
O asfalto a frio, entre suas vantagens, pode ser aplicado em dias com chuva
ou em buracos com água. Enquanto as misturas a quente esfriam rapidamente em contato
com a água, o material a frio não possui resfriamento repentino e não há interferência na
sua aderência com o material aplicado.
175
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
NOTA
176
TÓPICO 3 — MISTURAS E CONTROLE TECNOLÓGICO
Em que:
177
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
As misturas dos agregados a frio nas usinas são as mais simples por não
precisarem de controle de temperatura. As usinas estacionárias de maior capaci-
dade pode ser silos com comportas reguláveis, que descarregam diretamente em
uma correia transportadora os agregados e os ligantes em uma dosagem já esta-
belecida. As usinas do tipo móvel são montadas sobre um chassi único e devido a
sua funcionalidade podem ser colocadas em operação em poucas horas.
178
TÓPICO 3 — MISTURAS E CONTROLE TECNOLÓGICO
180
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
181
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Reciclagem.
b) ( ) Recapeamento.
c) ( ) Fresagem.
d) ( ) Frenagem.
e) ( ) Tratamento prévio.
a) ( ) Gap granded.
b) ( ) SMA.
c) ( ) CPA.
d) ( ) CA.
e) ( ) AAUQ.
182
TÓPICO 4 —
UNIDADE 3
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
183
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
184
TÓPICO 4 — MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO
NOTA
185
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
• fadiga: ruptura devido à passagem das cargas dos veículos por muitos ciclos;
• retração: ocorre, principalmente, em situações de temperaturas muito baixas
(Figura 32);
• defeitos construtivos: devido à dosagem incorreta dos materiais das camadas
ou pela execução incorreta;
• deslocamento do solo: os movimentos verticais também são causadores das
fendas, originados dos recalques do solo, aumento da umidade, entre outros.
As fendas podem ser ainda classificadas em: classe 1, com abertura não
superior a 1 mm, classe 2, abertura superior a 1 mm e classe 3 com abertura supe-
rior a 1 mm e, também, desagregação ou erosão junto às bordas da pista.
ATENCAO
187
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
4 TÉCNICAS DE RESTAURAÇÃO
Os pavimentos, mesmo com dosagem e execução correta, degradam-se
ao longo do tempo devido ao tráfego e às ações climáticas. A restauração de um
pavimento pode ser de cunho funcional ou estrutural.
188
TÓPICO 4 — MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO
189
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
5 GESTÃO
A gestão no campo rodoviária é primordial na manutenção e operação
nessa área da construção civil. A gestão deve ser realizada desde a fase de projeto
até mesmo durante o funcionamento da via ao longo da sua vida útil.
• Custos de projetos.
• Custos de construção.
• Custo de conservação.
190
TÓPICO 4 — MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO
191
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Glauco Lucena
Caminho solar
192
TÓPICO 4 — MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO
FIGURA – SUPERFÍCIE DE VIDRO COM CÉLULAS FOTOELÉTRICAS (1) E CIRCUITOS ELÉTRICOS (2)
Plástico armado
Asfalto poroso
193
UNIDADE 3 — SOLOS E PAVIMENTAÇÃO
194
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• O diagnóstico de patologias deve ser feito com relação uma avaliação funcio-
nal e estrutural.
CHAMADA
195
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Fissura.
b) ( ) Trinca.
c) ( ) Afundamento.
d) ( ) Ondulação.
e) ( ) Panela.
a) ( ) SMA.
b) ( ) Mistura asfáltica a frio.
c) ( ) Brita graduada.
d) ( ) Concreto asfáltico.
e) ( ) Produto selador.
196
4 As fendas, entre os defeitos de pavimento existentes são as mais comuns. Elas
podem ser causadas por diversos fatores. Quais os fatores principais conhecidos?
197
REFERÊNCIAS
ABDOU, M. R.; BERNUCCI, L. L. B. Pavimento ecológico: uma opção para
a pavimentação de vias de grandes cidades. 2016. Disponível em: https://bit.
ly/3n34mGR. Acesso em: 30 mar. 2021.
198
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM (DNER). So-
los: determinação do limite de liquidez: método de referência e método expedito.
1994a. Disponível em: https://bit.ly/3efr4rm. Acesso em: 31 mar. 2021.
199
MALANCONI, M. Considerações sobre misturas de solos tropicais estabili-
zados quimicamente para uso como camada de pavimento urbano. 2013. 96 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana) – Programa de Pós-graduação em
Engenharia Urbana da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2013.
PINTO, C. S. Curso Básico de mecânica dos solos. São Paulo, Oficina de Textos, 2012.
200