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ENGENHARIA DE TRÁFEGO
apostila:
ANÁLISE DE CAPACIDADE DE
INTERSEÇÕES EM NÍVEL
Os conceitos, definições e metodologias que aqui serão usados foram estabelecidos pelo
Transportation Research Board (TRB), organismo americano responsável pela edição do
Highway Capacity Manual, conhecido como HCM. A primeira versão do HCM data de 1950 e
desde então esta publicação é a principal referência bibliográfica sobre capacidade viária em
todo o mundo. Em 1965 o TRB publicou a segunda edição do manual, substituída pela terceira
edição em 1985. Em 1994 foi lançada uma versão atualizada de terceira edição, cujo conteúdo
foi utilizado na elaboração dessa apostila. Cabe destacar que outras versões foram lançadas em
1997 e 2000. Paralelamente, a McTrans (http://mctrans.ce.ufl.edu/) editou o HCS (Highway
Capacity Software), programa computacional que se destina a realizar as análises descritas no
HCM.
• Fluxo (ou volume) - Entende-se por fluxo (ou volume) o número total de veículos que
passa num determinado ponto ou seção de uma faixa ou via durante um dado intervalo de
tempo. O fluxo pode ser expresso em termos de períodos anuais, diários, horários ou de
frações de hora.
• Taxa de fluxo - Taxa de fluxo é a taxa horária equivalente ao fluxo dos veículos que
passam por um dado ponto ou seção de uma faixa ou via durante um dado intervalo de
tempo menor que uma hora, normalmente 15 minutos, que é considerado o menor intervalo
durante o qual o fluxo se mantém estável.
• Fator de hora de pico (FHP) - É a razão entre o volume horário total e a taxa de fluxo
máxima dentro da hora de pico.
• Capacidade - É a máxima taxa de fluxo permitida em uma seção de via ou outra facilidade
durante um período de tempo dado, sob condições prevalecentes da via, do tráfego e do
controle de tráfego.
• Nível de serviço - É uma medida qualitativa que expressa as condições de uma corrente de
tráfego e a forma como são percebidas por usuários. São estabelecidos seis níveis de
serviço, caracterizados para as condições operacionais de uma via de fluxo ininterrupto (ver
fotos 1 a 6, reproduzidas do HCM 2000); os níveis de serviço de outras facilidades são
definidos de forma análoga:
B: A presença de outros usuários já se faz notar, mas ainda está dentro do fluxo estável; a
seleção de velocidade é praticamente livre, mas a liberdade de manobra é menor que no
nível de serviço A (foto 2);
1
E: As condições operacionais se encontram na capacidade ou próximas dela; as
velocidades são reduzidas, porém relativamente uniformes; estas condições operacionais
são instáveis (foto 5).
2
Tabela 1 - Indicadores de capacidade e nível de serviço
TIPO DE FACILIDADE INDICADOR DE UNIDADE
DESEMPENHO
"Freeways":
segmentos básicos densidade ucp/km-fx
áreas de entrelaçamento velocidade média no espaço km/h
junções de rampa taxa de fluxo ucp/h
Rodovias multi-faixas densidade ucp/km-fx
velocidade de fluxo-livre km/h
Rodovias de duas faixas atraso percentual %
Interseções semaforizadas atraso médio de parada s/veíc.
Interseções com regra de prioridade atraso médio total s/veíc.
Artérias velocidade média no espaço km/h
Transporte coletivo fator de carga pass./assento
Áreas de pedestres espaço m²/pedestre
2. CARACTERÍSTICAS DO FLUXO
Embora também possa ser adotado em sua dimensão espacial, o headway será entendido aqui
como o intervalo de tempo entre a passagem de dois veículos consecutivos de uma corrente de
tráfego em uma seção determinada de via. Considere, a título de ilustração, a situação
representada no gráfico da Figura 1, em cujo eixo das abcissas aparecem os veículos
enfileirados na aproximação considerada. A ordenada representa, para cada veículo, o tempo
decorrido desde a passagem do veículo anterior até a sua própria passagem pela linha de
3
parada. No caso do veículo 1, este tempo começa a ser contado no início do verde do semáforo.
Percebe-se que o headway tende a se estabilizar num valor h a partir de uma certa altura da
dissipação da fila (no caso, a partir do veículo 6).
headway (s)
t
1
t
2
t
3 t
4 t
h 5
veículos
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 em fila
Os tempos t i , que excedem o headway h, ocorrem por causa dos tempos de reação dos
conjuntos motorista/veículo à mudança da indicação luminosa. O somatório dos tempos t i
corresponde ao que se conhece por tempo perdido no início do verde, t p . Além da parcela t p ,
g 1
4
ao tempo subtraído do início do verde semafórico, sendo uma boa aproximação considerar o
valor do verde efetivo, g ef , igual ao do verde semafórico, g, apenas deslocado de 2 ou 3
segundos.
2.4. Brechas
Chama-se de brecha, também aqui no sentido temporal, o intervalo entre o final da passagem de
um veículo e o início da passagem do veículo seguinte de uma corrente de tráfego numa
determinada seção de via. A brecha difere do headway apenas pelo tempo consumido durante a
passagem do veículo pela seção de via considerada.
Este conceito é usado no caso de interseções controladas por regras de prioridade, gerando
outras três definições:
• brechas aceitáveis - são as brechas disponíveis suficientemente grandes para que possam
ser usadas para as manobras na interseção pelos veículos da corrente de tráfego secundária.
2.5. Atraso
Uma vez que é difícil estimar consistentemente a velocidade desejada, costuma-se adotar como
atraso o valor referente às paradas, chamado de atraso individual de parada e computado como
o tempo em que o veículo não está em movimento. O atraso médio de parada é o somatório dos
atrasos individuais de parada dividido pelo volume de veículos na aproximação no mesmo
intervalo de tempo.
5
3. CAPACIDADE DE INTERSEÇÕES SEMAFORIZADAS
- condições geométricas
- condições de tráfego
- condições de sinalização
6
3.1. Módulo de entrada de dados
O analista deve registrar os seguintes conjuntos de dados, que serão usados nos procedimentos:
• Geometria - Incluem-se aqui, para cada aproximação, os seguintes dados: greides, número
e largura das faixas, movimentos que acontecem em cada faixa, existência ou não de
estacionamento ao longo do meio-fio, existência ou não de faixas de acumulação e suas
respectivas extensões, existência ou não de ilhas para canalização dos fluxos, existência ou
não de pontos de parada de ônibus.
R p = P(C/g) 3.1
onde:
Rp é a razão do pelotão;
P é a percentagem de todos os veículos da corrente de tráfego que chega durante o
tempo de verde;
C é o tamanho do ciclo; e
g é o tempo de verde efetivo para o movimento.
7
Tabela 2 - Tipos de chegada de veículos em aproximações
de interseções semaforizadas
TIPO DE FAIXA DA DEFAULT QUALIDADE DA
CHEGADA RAZÃO DE Rp PROGRESSÃO
PELOTÃO, R p
1 ≤ 0,50 0,333 muito ruim
2 >0,50 e ≤0,85 0,667 desfavorável
3 >0,85 e ≤1,15 1,000 chegadas aleatórias
4 >1,15 e ≤1,50 1,333 favorável
5 >1,50 e ≤2,00 1,667 muito favorável
6 >2,00 2,000 excepcional
O primeiro passo que deve ser dado em relação aos volumes é convertê-los em taxas de fluxo,
considerando os 15 minutos mais carregados da hora de pico. Este processo é realizado através
da divisão do volume horário pelo fator de hora de pico, FHP, ou simplesmente pela
multiplicação por 4 do maior valor encontrado para o volume de 15 minutos dentro da hora de
pico.
O segundo passo é a determinação dos grupos de faixas. Um grupo de faixas é uma ou mais
faixas de uma aproximação que serve a um conjunto homogêneo de movimentos. A divisão da
aproximação em grupos de faixas é um processo relativamente simples e óbvio, mas que
merece algumas considerações:
• um conjunto, ainda que unitário, de faixas exclusivas para um determinado giro deve se
constituir num grupo de faixas separado; e
• movimentos cujos verdes não coincidem tanto no começo como no fim determinam grupos
de faixas diferentes.
Há ainda o caso dos giros à esquerda permitidos. Entende-se por giro à esquerda permitido
aquele que ocorre simultaneamente com o fluxo oposto, ou seja, as manobras de giro à esquerda
ocorrem nas brechas do movimento veicular de sentido contrário. (Observação importante: no
caso dos giros à direita, que não se encaixam na situação tratada aqui, eles são protegidos
quando acontecem em estágios diferentes daqueles que dão permissão para a travessia de
pedestres conflitante na transversal e permitidos quando os dois fluxos têm verde
simultaneamente, condição que dá preferência à travessia de pedestres).
Quando uma aproximação com mais de uma faixa inclui uma faixa que pode ser usada tanto
para o giro à esquerda permitido como para o movimento em frente, é necessário identificar se
as condições reais permitem realmente o compartilhamento da faixa ou se na prática a faixa é
usada exclusivamente pelos giros à esquerda, a qual é referida como "faixa de giro à esquerda
de fato". Essas faixas não podem ser identificadas até que a proporção de retornos à esquerda
seja calculada. Se a proporção calculada de giros à esquerda na faixa compartilhada é igual ou
8
excede 1,0 (100%), a faixa compartilhada pode ser considerada uma "faixa de giro à esquerda
de fato".
Finalmente, o terceiro passo do módulo diz respeito à distribuição do fluxo entre as faixas.
Num grupo com várias faixas, a distribuição da demanda não se dá de maneira uniforme entre
elas. O fator de utilização de faixas, U, usado apenas quando se tem interesse em conhecer a
pior entre duas ou mais faixas de um mesmo grupo, é dado pela equação 3.2.
U = (v g1 N ) / v g 3.2
onde:
U é o fator de utilização de faixas;
v g1 é a taxa de fluxo não ajustada sobre a faixa com o maior volume no grupo
considerado;
N é o número de faixas no grupo;
vg é a taxa de fluxo não ajustada no grupo considerado.
Quando não são conhecidos as condições existentes ou a distribuição do tráfego nas faixas,
pode-se usar os valores contidos na Tabela 3.
Conhecido o valor de U, a taxa de fluxo ajustada na pior faixa do grupo, será dada por:
v = v gU 3.3
onde:
vg é a taxa de fluxo não ajustada no grupo considerado.
9
3.3. Módulo de fluxo de saturação
S = S 0 N f l f VP f g f e f b f a f gd f ge 3.4
onde:
N é o número de faixas do grupo de faixas;
l − 12
fl = 1 + 3.5
30
para 8≤ l ≤16 pés, se l > 16 pés, usar duas faixas
10
f vp é o fator de ajuste devido à percentagem de veículos pesados na corrente de tráfego,
dado pela seguinte Tabela 5.
100
f HV = 3.6
100 + % HV ( ET − 1)
para 0 ≤ %HV ≤100 e assumindo, em geral, ET = 2
%G
fg = 1− 3.7
200
para -6 ≤ %G ≤ 10
11
fe é o fator de ajuste para a existência de estacionamento na via, dado pela Tabela 7.
fb é o fator de ajuste para o bloqueio provocado pelas paradas de ônibus para embarque
e/ou desembarque, dado pela Tabela 8.
N − (14,4 N b / 3600
fb = 3.9
N
para 0 ≤ N b ≤ 250; e f b ≥ 0,05
fa é o fator de ajuste devido à área em que se localiza a interseção, dado pela Tabela 9.
12
f gd é o fator de ajuste devido às manobras de giro à direita existentes no grupo de faixas,
dado pela Tabela 10.
13
f ge é o fator de ajuste para as manobras de giro à esquerda no grupo de faixas, dado pela
Tabela 11.
Os casos 2, 5 e 7 da tabela acima, que tratam de giros à esquerda permitidos, são tratados
segundo procedimentos especiais que serão descritos a seguir.
Nos casos 2 e 5, o fator de ajustamento para a faixa a partir da qual os giros à esquerda são
feitos ( f m ) é determinado através da seguinte equação:
g f gu 1
f m = + 3.10
g g 1 + Pl ( E e1 − 1
onde:
gf é o tempo de verde compreendido entre o início do verde e a chegada do primeiro
veículo que fará o giro à esquerda (s);
• faixa compartilhada; giro permitido: g f = G exp(−0,882GEC ) −tp
0 , 717
3.11
• faixa exclusiva; giro permitido: g f = 0,0
G é o tempo de verde para a fase permitida (s);
C
GEC é o númetro de giros à esquerda no ciclo (vpc); GEC = v ge 3.12
3600
v ge é a taxa de fluxo ajustada de giros à esquerda (vph);
tp é o tempo perdido por fase (s);
14
C é o tamanho do ciclo (s).
gu é o tempo de verde durante o qual os veículos que fazem conversão à esquerda
selecionam brechas no fluxo oposto não saturado;
g u = g − g q → quando : g q ≥ g f
g u = g − g f → quando : g q < g f
v olc ⋅ q ro
gq = −tp 3.13
0,5 − (v olc (1 − q ro ) / g o )
volc (1 − q ro )
Sendo que: ≤ 0,49
go
0,0 ≤ g q ≤ g
vo ⋅ C
volc = 3.14
3600 ⋅ N o
g
q ro = 1 − R po o 3.15
C
Pe = Pge 1 +
(N − 1)g 3.16
( f s g u +4,5)
f s = (875 − 0,625Vo ) / 1000 fs ≥ 0
15
Quando uma faixa exclusiva-permitida está envolvida, Pe = Pge = 1,0
f ge =
[ f m + 0,91(N − 1)] 3.17
N
Quando uma única (ou dupla) faixa de giro à esquerda exclusiva-permitida é envolvida, então
f ge = f m , sendo que o valor mínimo prático de f m é: f m ≥ 2(1 + Pe ) / g
Para o caso 7, que trata de aproximações com somente uma faixa, com aproximações opostas de
somente uma faixa, o procedimento para calcular o fator de ajustamento para os giros à
esquerda, considerando que as variáveis possuem as mesmas denominações que as apresentadas
para o caso anterior, é o seguinte:
g f g diff 1 gu 1
f ge = f m = + + 3.18
g g 1 + Pge ( E e 2 − 1) g 1 + Pge ( E e1 − 1)
onde : [
g diff = max (g q − g f ),0 ]
f ge ≥ 2(1 + Pge ) / g
Cálculo de g f :
16
Cálculo de g q :
g q = 4,943volc − tl para 0 ≤ g q ≤ g
0 , 762 1, 061
q ro 3.20
Cálculo de g u :
g u = g − g q → quando : g q ≥ g f
g u = g − g f → quando : g q < g f
E e 2 = (1 − PFo ) / Pgeo
n
3.22
onde:
Pgeo é a proporção de giro à esquerda na aproximação oposta;
PFo é a proporção de veículos em frente e girando à direita na aproximação oposta,
calculada como: 1 − Pgeo
n é o número máximo de veículos no fluxo oposto que chegam durante g q − g f ,
calculado como: ( g q − g f ) / 2 n ≥ 0.
Com esses valores calculados, encontra-se então, o valor de f ge , usando a equação (3.18)
vi
Yi = 3.23
Si
Parte-se então para o cálculo da capacidade de cada grupo de faixas através da fórmula:
g efi
ci = S i 3.24
C
vi
Xi = 3.25
ci
17
O parâmetro de capacidade da interseção, X c , é calculado a partir das taxas de ocupação dos
grupos de faixas críticos que a compõem. Entende-se por grupo de faixas crítico aquele que tem
o maior valor de Y em cada estágio semafórico, quando os movimentos de cada grupo de faixas
ocorrem em apenas um estágio. Quando um mesmo grupo de faixas tem verde em mais de um
estágio, é necessária uma análise um pouco mais complexa. Considere o exemplo da Figura 3,
que apresenta o diagrama de estágios para uma interseção com seis grupos de faixas. Pode-se
notar que os movimentos dos grupos 3 e 4 têm verde em mais de um estágio. É impossível,
portanto, comparar as taxas de ocupação Y3 e Y5 para definir o movimento crítico do estágio 2,
por exemplo. O mesmo acontece com os estágios 3 e 4. A solução para estes casos é comparar
os somatórios de graus de saturação que completam o ciclo e adotar como grupos de faixas
críticos aqueles que perfizerem o maior valor de ∑ Yi . No caso do exemplo, são comparados os
valores de:
X1 + X 3 + X 6
X2 + X3 + X6
X1 + X 5 + X 4
X2 + X5 + X4
O maior valor encontrado entre os quatro identificará os grupos de faixas críticos da interseção.
1
Estágio 1 Estágio 2
4
6
5
3
2
Estágio 3 Estágio 4
18
n
C
XC =
C −tp
∑Y
i =1
Crít .i 3.26
O cálculo do nível de serviço implica na estimativa do atraso médio em parada dos veículos em
cada grupo de faixas . Este atraso é dado pela fórmula:
d = d 1 DF + d 2 3.27
0,38 C [1 − (g / C )]
2
d1 = 3.28
{1 − (g / C )[Mín (X ,1,0)]}
{ [
d 2 = 173 X 2 (X − 1) + (X − 1) + mX / c
2
]
0,5
} 3.29
onde:
d é o atraso parado (s/ ucp);
d1 é o atraso uniforme (s/ ucp);
d2 é o atraso incremental (s/ucp);
DF é o fator de ajustamento para o atraso, em função da qualidade da progressão e do tipo
de controle;
X é o grau de saturação ( X = volume / capacidade );
C é o tamanho do ciclo (s);
c é a capacidade do grupo de faixas (ucp/h);
g é o tempo de verde efetivo para o grupo de faixas (s); e
m é o termo de calibração do atraso incremental, representando o efeito do tipo de
chegada e o grau de formação de pelotões.
19
Tabela 13 - Fator de ajustamento para o atraso uniforme
FATOR DE AJUSTAMENTO PARA O TIPO DE CONTROLE (CF)
INTERSEÇÕES NÃO INTERSEÇÕES COORDENADAS
TIPO DE SEMÁFORO
COORDENADAS
tempo fixo 1,0 PF, como calculado abaixo
semi-atuado
grupo de faixas atuado 0,85 1,0
grupo de faixas não atuado 0,85
PF, como calculado abaixo
atuado (todos os grupos de 0,85considerado como semi-
faixas atuados) atuado
FATOR DE AJUSTAMENTO PARA A PROGRESSÃO (PF)
PF = (1 − P) f p / (1 − g / C )
TAXA DE VERDE (g / C ) TIPO DE CHEGADA
1 2 3 4 5 6
0,20 1,167 1,007 1,000 1,0003 0,833 0,750
0,30 1,286 1,063 1,000 0,986 0,714 0,571
0,40 1,445 1,136 1,000 0,895 0,555 0,333
0,50 1,667 1,240 1,000 0,767 0,333 0,000
0,60 2,001 1,395 1,000 0,576 0,000 0,000
0,70 2,556 1,653 1,000 0,256 0,000 0,000
fp 1,00 0,93 1,00 1,15 1,00 1,00
Rp 0,333 0,667 1,000 1,333 1,667 2,000
m 8 12 16 12 8 4
Notas: 1- a tabulação é baseada em valores default de fp e Rp;
2- P = RP g / C (não pode exceder a 1,0);
3- PF não pode exceder a 1,0 para os tipos de chegada 3 até 6.
Em seguida, os valores encontrados para os atrasos médios em parada por grupo de faixas
devem ser agregados, para fornecer primeiro a estimativa do atraso médio em parada por
aproximação, d A , depois o atraso médio em parada para toda a interseção, d I , conforme as
fórmulas:
n m
∑d v i i ∑d A vA
dA = i =1
n
(3.30) e dI = A =1
m
(3.31)
∑v
i =1
i ∑v
A =1
A
O nível de serviço, então, seja para um grupo de faixas, para uma aproximação ou para toda a
interseção, será dado pela Tabela 14.
20
4. CAPACIDADE DE INTERSEÇÕES CONTROLADAS POR
REGRAS DE PRIORIDADE
Interseções controladas por regras de prioridade são aquelas em que as aproximações, em nível,
têm estabelecidas, através de sinalização apropriada, a ordem de prioridade de uso por parte dos
diversos movimentos conflitantes. A sinalização, do tipo "PARE" ou "DÊ A PREFERÊNCIA",
estabelece qual das vias é a principal e qual é a secundária. Restam, porém, as definições sobre
a ordem de prioridade com que os movimentos podem utilizar as brechas da(s) corrente(s) de
tráfego principal(is). Esta ordem de prioridade é função do número de movimentos conflitantes
com cada manobra: quanto menos os movimentos conflitantes, maior a prioridade da manobra.
Assim, a ordem de prioridade de uso das brechas disponíveis pelos movimentos secundários,
como pode ser visualizado na figura 4, é a seguinte:
Os volumes são sempre usados em ucp/h. Assim, deve ser usada a Tabela 15 para fazer a
conversão dos volumes. No caso de ser desconhecida a composição veicular do tráfego, sugere-
se usar os valores da última linha da tabela.
Quanto à geometria, deve-se conhecer o número e a utilização das faixas de cada aproximação,
a existência ou não de elementos de canalização e os greides das aproximações.
21
4.2. Tráfego conflitante
1 2
3 4
movimento secundário
movimento prioritário em relação ao considerado
22
Tabela 16 - Tráfego conflitante com os movimentos secundários
MOVIMENTO, DIAGRAMA VOLUME CONFLITANTE,
Vi Vc i
V
giro à direita a f
partir da 1 *
VC i = Vd + V f
**
secundária 2
V V
d i
V
i
V
giro à esquerda a f
VC i = Vd +Vf
***
partir da
principal V
d
V
d
b
V
f
1 *
V V
b
VC i = Vd a + V f a + Vea +
em frente na e
a
e
b 2
secundária V
+ Vd b + V fb + Veb
***
f
a
V
d
a
V
i
V
V o
o 1 *
d
V VC i = Vd a + V f a + Vea +
d
b
2
giro à esquerda a V
f 1 *****
partir da V V
b + Vd b + V f b + V eb +
secundária e e 2
( )
a b
V 1
+ Vo + Vo d
f ****
a
V
d
2
a
V
i
(*) Esta parcela deve ser eliminada nos casos em que a via principal tem uma faixa exclusiva para o
giro à direita, e / ou quando este movimento for controlado por placa do tipo "PARE" ou "DÊ A
PREFERÊNCIA";
(**) Em geral, este movimento inclui apenas o volume da faixa mais à direita.
(***) Esta parcela deve ser eliminada quando este movimento for controlado por placa do tipo "PARE"
ou "DÊ A PREFERÊNCIA".
(****) Esta parcela pode ser eliminada nos casos em que a via principal tem várias faixas.
(*****) Esta parcela deve ser eliminada nos casos em que a via principal tem uma faixa exclusiva para o
giro à direita, e / ou quando este movimento for controlado por placa do tipo "PARE" ou "DÊ A
PREFERÊNCIA", e / ou quando a via principal tem várias faixas
23
4.3. Brechas críticas
Brechas críticas são definidas como o mínimo intervalo de tempo que permite que um veículo
na via secundária entre na corrente principal.
Os valores das brechas críticas e dos intervalos de tempo entre a partida de dois veículos
consecutivos da corrente secundária são dados na Tabela 17. É importante considerar que esses
valores foram definidos a partir de dado obtidos em vias onde a velocidade média na
aproximação das vias principais é de aproximadamente 30 mph (50 km/h).
A capacidade potencial para um dado movimento pode, ainda, ser calculada pelo uso da
seguinte equação:
∑ VCy to
−
y
3600 4.1
3600
cpi e
tf
Onde:
cpi é a capacidade potencial para o movimento secundário i (ucp/h);
Vc y é o volume da corrente de tráfego conflitante y (vph);
t o = t g − (t f / 2) ;
tg é a brecha crítica (s); e
tf é o intervalo de tempo (é o tempo decorrido entre a partida de um veículo da via
secundária e o veículo seguinte da fila (s).
24
Figura 5 - Capacidade potencial baseada no volume conflitante e no tipo de
movimento
25
4.5. Ajustes de capacidade
V gd
Po , gd = 1 − 4.2
c m gd
Esses movimentos também não sofrem nenhuma impedância de outros movimentos, logo:
c m ge = c p ge . Estes movimentos também exercem influência sobre movimentos em frente a
partir da aproximação oposta da via secundária, interessando, assim, a probabilidade da
corrente da via principal girando à esquerda estar operando em situação livre de filas, essa
probabilidade é expressa pela seguinte equação:
V ge
Po , ge = 1 − 4.3
c m ge
Como já dito, esses movimentos vão sofrer impedância dos movimentos girando à esquerda a
partir da via principal, logo sua capacidade de movimento depende do cálculo do fator de
ajustamento da capacidade, que é denotado por e é calculado pela seguinte equação:
f f = ∏ ( Po, ge ) 4.4
ge
Assim, a capacidade de movimento para os movimentos em frente na via secundária pode ser
( )
calculada da seguinte maneira: c m , f = c p , f f f . De forma análoga à que aparece na equação
4.2, a probabilidade de o movimento em frente na via secundária ocorrer sem enfrentar fila é
dada por:
26
Vf
Po , f = 1 − 4.5
cm f
Esses movimentos vão sofrer impedância dos movimentos girando à esquerda a partir da via
principal, dos movimentos em frente na via secundária e dos movimentos girando à direita a
partir da via secundária. Assim, para o cálculo do fator de ajustamento da capacidade deve-se
inicialmente calcular p', que é dado pela equação 4.6 ou encontrado no gráfico da Figura 6.
p"
p ' = 0,65 p " − + 0,6 p " 4.6
p +3
"
onde:
p " = (Po , ge )(Po, f ) 4.7
Sendo que:
27
p' é o fator de ajustamento da impedância para os movimentos de à esquerda da via
principal e em frente da via secundária;
Po , ge é a probabilidade de situação livre de fila para os movimentos conflitantes de giro à
esquerda a partir da via principal;
Po , f é a probabilidade de situação livre de fila para o movimento conflitante em frente a
partir da via secundária.
As capacidades dos movimentos são assim estimadas como se cada movimento tivesse uma
faixa exclusiva. Na realidade, as faixas são compartilhadas por diversos movimentos. Assim, a
capacidade considerando o compartilhamento de faixas de rolamento é calculada pela fórmula
abaixo:
Ve + V f + Vd
ccomp = 4.9
Ve Vf Vd
+ +
cm e cm f cm d
onde:
Ve é o volume do giro à esquerda;
Vf é o volume do movimento em frente;
Vd é o volume do giro à direita;
c m e é a capacidade do giro à esquerda;
c m f é a capacidade do movimento em frente; e
c m d é a capacidade do giro à direita.
O nível de serviço pode, então, ser selecionado a partir da Tabela 20, onde o atraso médio total
para um movimento é calculado pela equação 4.10 ou encontrado no gráfico da Figura 7,
geralmente considerando um período típico de análise de 15 minutos.
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Figura 7 - Atraso médio total
3600 Vi
V Vi
2
c c
+ m i
3600 − 1
m i
D= + 900 T i − 1 + 4.10
c
cm i cm i mi 450 T
onde:
D é o atraso médio total (s/ veíc.);
Vi é o volume para o movimento i (vph);
cm i é a capacidade do movimento i (ucp/h); e
T é o período de análise (h) (para um período de 15 min., T = 0,25).
O atraso médio total para uma aproximação como um todo pode ser calculado pela média dos
atrasos estimados para cada movimento individual da aproximação:
Dd Vd + D f V f + DeVe
DA = 4.11
V d + V f + Ve
onde:
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D A é o atraso médio total para a aproximação (s / veíc.);
Dd , D f , De são os atrasos médios totais calculados para os movimentos de giro à direita,
em frente e de giro à esquerda, respectivamente (s / veíc.); e
Vd , V f , Ve são os volumes ou taxas de fluxo dos movimentos de giro à direita, em
frente e de giro à esquerda na aproximação, respectivamente (vph).
5. BIBLIOGRAFIA
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