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Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. André Barbosa
Prof. Edilson Pereira
B238m
Barbosa, André
ISBN 978-65-5663-950-5
ISBN Digital 978-65-5663-946-8
CDD 380
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico, aperte o cinto para iniciar a disciplina de
Mobilidade Urbana. Ao longo dos estudos deste livro, serão apresentados
conceitos, fundamentos e ferramentas para que você possa compreender e
identificar as dinâmicas da mobilidade no meio urbano, proporcionando,
dessa maneira, subsídios para o planejamento e para os projetos urbanos que
contribuem com o desenvolvimento equilibrado das cidades.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 73
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 142
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 231
UNIDADE 1 —
CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO
HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, estes serão os principais temas que abordaremos no Tópico 1
do seu livro didático.
3
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
Além das informações dos fatos do mundo a sua volta, as teorias de Harari
(2018) chegam até a fofoca. Enquanto animal social, o homem precisava cooperar
entre os seus, para assegurar a reprodução e a própria sobrevivência, mas, para
que isso pudesse ocorrer, ele deveria saber, entre aqueles do bando, quem era
honesto, quem estava saindo com quem, quem era inimigo de quem e quem não
era confiável. Dessa maneira, eles puderam expandir o número de indivíduos dos
grupos e se ajudar mutuamente, com mais consistência.
DICAS
4
TÓPICO 1 — FORMAÇÃO DAS CIDADES E MOBILIDADE URBANA
5
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
6
TÓPICO 1 — FORMAÇÃO DAS CIDADES E MOBILIDADE URBANA
7
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
2.2.8 Estado
Está relacionado às políticas públicas, devido a todas as ações tomadas em
várias áreas, como na saúde e na educação, por exemplo, inclusive, no transporte
público e no trânsito.
ATENCAO
NOTA
FONTE: BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm. Acesso em:
24 abr. 2021.
8
TÓPICO 1 — FORMAÇÃO DAS CIDADES E MOBILIDADE URBANA
9
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
10
TÓPICO 1 — FORMAÇÃO DAS CIDADES E MOBILIDADE URBANA
11
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
12
TÓPICO 1 — FORMAÇÃO DAS CIDADES E MOBILIDADE URBANA
DICAS
14
TÓPICO 1 — FORMAÇÃO DAS CIDADES E MOBILIDADE URBANA
15
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
17
AUTOATIVIDADE
18
3 A mobilidade urbana faz parte da composição das nossas cidades, e está
associada à facilidade com que as pessoas e os bens se deslocam no espaço
urbano. O resultado dessa interação, entre os deslocamentos de bens e de
pessoas, molda a mobilidade urbana, que pode ser na cidade, na metrópole
ou uma aglomeração urbana. Classifique V para as sentenças verdadeiras e F
para as falsas:
19
20
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, prepare-se para se aprofundar no tema. No Tópico 2,
elucidaremos as seguintes questões: De onde viemos e para onde vamos? Essa
poderia ser uma pergunta filosófica, mas, como estamos tratando de mobilidade
urbana, a pergunta mais adequada seria: de onde viemos e como chegamos? Ou,
então, de onde viemos e como voltaremos?
Se você decidir sair da sua casa e ir para o trabalho, por exemplo, quais
os modos de transporte que você utiliza? Quanto tempo você levaria para chegar
ao trabalho? Qual o sistema de transporte que você utilizaria nesse seu trajeto?
Outro exemplo: quando você faz as suas compras ou utiliza algum serviço, como
chegam até você, ou, então, como você vai até eles? Quais os meios de transporte
que foram utilizados para que isso acontecesse? Quais sistemas de transporte
foram necessários? Quanto tempo esse deslocamento levou?
21
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
Bicicleta
Privado Motocicleta Código de trânsito, apenas
Automóvel
Ônibus
Trem
Metrô Código de trânsito
Público coletivo
VLT e regulamentação do serviço
APM
Bonde
Normas da marinha
Público coletivo Embarcações
e regulamentação do serviço
TUROS
ESTUDOS FU
23
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
FONTE: <https://monaretas.wordpress.com/2017/05/28/historia-do-ciclismo-brasileiro/>.
Acesso em: 15 mar. 2021.
24
TÓPICO 2 — FORMAS DE DESLOCAMENTO, CAPACIDADES E USOS
Até 1990, a quantidade de motocicletas, no país, era de, apenas, 1,5 milhão.
Algumas eram importadas, e, outras, produzidas no país, mas o uso delas servia,
basicamente, para o lazer da classe mais alta. As vendas dobraram durante os
anos de 1995 e 2000, chegando a 500 mil unidades por ano, dobrando, novamente,
durante o ano de 2005. Em 2007, esse número subiu para 1,6 milhão de unidades.
Contudo, durante o ano de 2018, a produção anual reduziu para 1,04 milhões de
motocicletas, se comparada aos períodos citados anteriormente (ABRACICLO,
2008; 2019).
2.2.2 Automóvel
Podemos concluir que, provavelmente, Santos Dumont, identificado como
um dos precursores da aviação no mundo, trouxe o primeiro automóvel para o
Brasil. Ele teve vários modelos, e, em 1890, adquiriu o primeiro, cuja marca era a da
Peugeot. Entretanto, em 1891, com um veículo da marca Daimler, Santos Dumont
desembarcou no porto de Santos e iniciou a era dos automóveis no país. Apaixonado
por máquinas modernas, o inventor, também, contribuiu com o aperfeiçoamento
dos motores à explosão, e promoveu corridas de automóveis na França.
25
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
26
TÓPICO 2 — FORMAS DE DESLOCAMENTO, CAPACIDADES E USOS
2.2.3 Ônibus
Analisaremos um veículo muito conhecido das cidades brasileiras, o
ônibus. É uma forma utilizada para transportar várias pessoas. No mundo, o
transporte coletivo, através do ônibus, surgiu no século XIX, por volta de 1826,
na cidade de Nantes, na França.
27
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
era a capital do país, período no qual o Brasil estava sob a regência de Araújo Lima,
já que Dom Pedro II, ainda, era uma criança de, apenas, 12 anos de idade. Esses
ônibus possuíam dois andares e eram puxados por tração animal (JABUR, 2020).
28
TÓPICO 2 — FORMAS DE DESLOCAMENTO, CAPACIDADES E USOS
DICAS
29
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
2.2.4 Trólebus
A primeira vez que esse sistema foi implantado no Brasil foi no dia 22 de
abril de 1949, fazendo a linha entre o bairro da aclimação e a praça João Mendes,
na cidade de São Paulo, completando 70 anos em 2019. Na década de 60, a cidade
já possuía mais de 60km de linha e rede aérea. Similar aos ônibus, a diferença é
que é movidos à energia elétrica, cuja rede aérea direciona a energia ao veículo
por meio de hastes eletrificadas.
O período entre as duas fases citadas anteriormente foi marcado por uma
estagnação.
30
TÓPICO 2 — FORMAS DE DESLOCAMENTO, CAPACIDADES E USOS
2.2.6 Metrô
O primeiro metrô do mundo foi inaugurado em 1863, na cidade de
Londres, na Inglaterra, e era movido a vapor. Os gases dele eram recolhidos por
um vagão e soltos, depois, nos túneis. No Brasil, o primeiro metrô foi inaugurado
mais de 100 anos depois, em 14 de setembro de 1974, na cidade de São Paulo.
32
TÓPICO 2 — FORMAS DE DESLOCAMENTO, CAPACIDADES E USOS
2.2.7 Monotrilho
O primeiro monotrilho foi desenvolvido na Rússia, em 1820, pelo inventor
Ivan Elmanov. Entretanto, o primeiro monotrilho construído para passageiros foi
o de Londres, no Reino Unido, por Henry Palmer, em 1821.
De acordo com o nome, significa único trilho. Esse sistema se apoia sobre
uma viga de concreto ou de aço que não possui trilhos, e de seção retangular.
Sobre ela, giram as rodas de pneus de borracha. Em cada lateral, existem dois
trilhos de energia, pelos quais acontece a alimentação do veículo. Há modelos nos
quais as rodas podem estar encaixadas dentro do carril. O custo da implantação
é mais barato quando comparado com o metrô.
34
TÓPICO 2 — FORMAS DE DESLOCAMENTO, CAPACIDADES E USOS
DICAS
2.2.8 APM
O APM vem da sigla, em inglês, Automated People Mover, que significa
sistema de transporte automático de passageiros. Possui baixa capacidade de
transporte, entre 5.000 e 15.000 passageiros por linha, sentido e hora. Funciona
continuamente, e sob segregação total no deslocamento (CNT, 2016).
35
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
2.2.9 VLT
O VLT é visto como uma evolução dos bondes, que foram muito utilizados
durante o século XIX, ao redor do mundo.
36
TÓPICO 2 — FORMAS DE DESLOCAMENTO, CAPACIDADES E USOS
2.2.10 Bonde
Os primeiros bondes foram implantados, no Brasil, em 1859, completando,
em 2021, 162 anos. De acordo com Pires (2012), até a década de 1960, o país tinha
a rede de bondes mais complexa e maior do mundo.
Dos bondes que, por aqui, circularam, alguns eram produzidos no Brasil,
e outros vinham de vários lugares do mundo, como Inglaterra, Alemanha, Suíça,
Canadá, Estados Unidos, dentre outros países. A cidade do Rio de Janeiro foi a
primeira a implantar um sistema de bondes, por meio de tração animal, entre
1956 e 1959.
37
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
38
TÓPICO 2 — FORMAS DE DESLOCAMENTO, CAPACIDADES E USOS
39
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
40
TÓPICO 2 — FORMAS DE DESLOCAMENTO, CAPACIDADES E USOS
3.2 AUTOMÓVEL
Na sequência, vem o automóvel. A capacidade média dele é de cinco
pessoas. Contudo, é muito comum encontrarmos, apenas, uma pessoa utilizando
o veículo. De repente, o motorista se transforma em uma tonelada, e essa tonelada
acaba gerando um impacto muito maior no meio urbano e no meio ambiente, se
fossem, apenas, 70kg (homens) ou 60kg (mulheres).
3.3 ÔNIBUS
O microônibus pode transportar entre 15 e 25 passageiros sentados. Os
ônibus padron (similares aos comuns), de 45 (sentados) até 80 passageiros, no total.
Os ônibus articulados, de 65 (sentados) até 160. Por fim, os ônibus biarticulados,
de 80 (sentados) até 220.
3.5 EMBARCAÇÕES
No caso dos deslocamentos aquaviários, podem variar, de acordo com o
modelo e o tipo de embarcação, passando de algumas dezenas para, até, 2.000
passageiros por transporte.
41
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
42
TÓPICO 2 — FORMAS DE DESLOCAMENTO, CAPACIDADES E USOS
Com relação ao PIB (Produto Interno Bruto) per capita, as cidades com
mais de um milhão de habitantes produziram R$ 43.419,00. Já as de 60 a 100 mil,
ficaram com o menor valor produzido, de R$ 25.325,00.
4.1.2 Mobilidade
Segundo o relatório, os municípios que compõem o Simob/ANTP fizeram,
durante o ano de 2018, 67,0 bilhões de viagens, 223 milhões por dia. 28 bilhões
delas ficaram para as feitas anualmente, a pé e com bicicletas; 20,3 bilhões para o
transporte individual e motorizado dos autos e das motocicletas. Já o transporte
coletivo ofereceu 18,8 bilhões de viagens.
43
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
A diferença, por porte dos municípios, foi maior para o transporte não
motorizado, com foco no uso da bicicleta e nos deslocamentos a pé. Para as
cidades maiores, a taxa ficou em 36,1%, e, para as menores, em 49,5%.
44
TÓPICO 2 — FORMAS DE DESLOCAMENTO, CAPACIDADES E USOS
Com exceção das pessoas com deficiência e das com mobilidade reduzida,
o deslocamento a pé permite uma distribuição muito mais democrática quando
comparada a outros meios de deslocamento. Contudo, quando introduzimos
os meios mecanizados para o transporte, existe um desequilíbrio na balança.
Os fatores sociais e políticos desse processo estão relacionados às diferenças
econômicas e pessoais de cada indivíduo, e trazem, consequentemente, um
desequilíbrio do consumo do espaço.
45
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
46
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
47
AUTOATIVIDADE
48
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
5 Como base nos dados do Relatório de 2018, obtidos pelo Sistema de Informações
da Mobilidade, da ANTP, quanto aos sistemas de transporte e aos usos deles,
descreva as distâncias percorridas e o consumo de energia gerado.
49
50
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, você está chegando à última estação da primeira unidade
do seu livro didático. Neste tópico, abordaremos alguns pontos importantes
da mobilidade urbana, como os desafios que são encontrados, os fatores que
influenciam, a forma urbana e a influência dela na mobilidade, e o acesso
equitativo à cidade.
51
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
DICAS
53
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
No início do século XXI, o diesel subiu 90%, entre os anos de 2003 e 2014,
influenciado por políticas de preço, e gerou o aumento do custo da operação dos
transportes, como do ônibus, porém, o impacto na gasolina foi menor, subindo
50% no mesmo período para os automóveis, reduzindo o custo operacional. A
queda do custo real da gasolina foi de 18%, e do outro lado, o diesel, subiu 1%,
comparado a 2003. O preço médio da tarifa, nas grandes cidades, teve alta de 35%
acima da inflação (1994 e 2013) (ANTP, 2017).
55
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
Entre 2006 e 2016, 53% do valor total arrecadado foi contingenciado pelo
Ministério das Cidades (R$ 1,59 bilhão), cujo objetivo principal foi o de assegurar
o superávit primário das contas nacionais, sustentando o pagamento dos juros
aos detentores da dívida pública.
56
TÓPICO 3 — DESAFIOS, FATORES E FORMA URBANA DA MOBILIDADE
57
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
58
TÓPICO 3 — DESAFIOS, FATORES E FORMA URBANA DA MOBILIDADE
Para que este foco seja ajustado é importante que levemos em consideração
a forma construída da cidade, otimizando a densidade urbana e principalmente
aos mecanismos que reforcem os sentimentos de pertencimento e localidade por
parte dos seus habitantes.
59
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
DICAS
61
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
O grupo dos idosos são os que saem menos, isto pode estar atrelado à
aposentadoria ou a sua mobilidade reduzida, mesmo havendo um incentivo do
turismo voltado para os idosos.
Além desses fatores, existe a renda que impacta no bolso de quem precisa
se deslocar no espaço urbano. Muitas famílias de baixa renda, por exemplo, gastam
basicamente todos os seus recursos com o transporte coletivo, para outras, elas são
privadas deste serviço por falta de condições. Outro ponto que pode fazer a diferença
nos deslocamentos é se o indivíduo recebe vale-transporte, aliviando desta maneira
seu orçamento financeiro e permitindo outros tipos de deslocamentos.
Essa oferta serve para todos os tipos de serviços e produtos. Se a oferta por
trabalho for grande a pessoa terá mais liberdade de escolha, optando por um trabalho
que será acessado mais rápido e com custo menor. Mas se não houver muita oferta a
pessoa estará submetida ao transporte e acessos existente à essa função.
Os dois extremos não são muito saudáveis para as cidades, não é preciso
possuir uma alta densidade construída vertical como Xangai, com objetivo de
reduzir o consumo de energia e os deslocamentos. Fazer uso de baixas densidades
construídas, associadas às densidades moderadas e às medias, provoca efeitos
mais positivos na redução do consumo de energia e nas distâncias percorridas
pelo transporte.
66
TÓPICO 3 — DESAFIOS, FATORES E FORMA URBANA DA MOBILIDADE
67
UNIDADE 1 — CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E MOBILIDADE URBANA
LEITURA COMPLEMENTAR
O que ficou claro como problema, desde logo, é a ausência de uma escala
intermediária: o lugar do comércio, da agitação da vida na rua, do encontro e
do conflito. Tudo, enfim, que deu munição ao falso mito de que Brasília não tem
esquinas. Essa escala intermediária, no entanto, estava prevista no plano de Costa.
Chamada de “gregária”, ela devia existir como um anel em torno da plataforma
rodoviária – o encontro entre os eixos –, e assumiria uma forma vernacular, com
alusões à rua do Ouvidor e às vielas venezianas, formada por galerias cobertas
e pátios internos. Ocorre que, como sabemos, isso não saiu do papel. Tanto por
razões de praticidade, quanto porque era o elemento menos desenvolvido do
plano de Costa. Dicotômico em essência, o seu desenho não chegou a incorporar
convincentemente a escala intermediária, que tanta falta ainda faz a Brasília.
Mas esse não foi um atributo – ou um problema – específico do seu projeto.
Como toda a revisão crítica já mostrou, o propósito explícito de “matar a rua
tradicional” estava na base da cartilha urbana modernista (consensual entre
todos os planos apresentados ao concurso de Brasília), que figurou a cidade como
um parque de lazer pontuado por edifícios, para dentro dos quais se deslocaria
toda a sociabilidade urbana, dando origem assim, ainda que de forma bastarda, à
tipologia do shopping-center. Apesar de sua abstração maquinista, o urbanismo
moderno reagia à confusão fervilhante da metrópole industrial, sendo atraído
pelo bucolismo do modelo das cidades-jardim, que a partir dos anos 1950
começava a suburbanizar as grandes cidades, de braços dados com a proliferação
do automóvel individual. Contudo, chegada aos seus 50 anos de idade, Brasília
sobrevive à intensa polêmica entre modernos e pós-modernos, da qual foi vítima
por tanto tempo. Na prova dos nove de sua experiência concreta, a avaliação
68
TÓPICO 3 — DESAFIOS, FATORES E FORMA URBANA DA MOBILIDADE
Guilherme Wisnik
69
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
70
AUTOATIVIDADE
71
3 Os recursos públicos, que geralmente são escassos, deveriam estar focados no
sistema de transporte público. Entretanto, os investimentos no sistema viário
beneficiam na maioria das vezes somente o automóvel, e este por sua vez,
não é impactado pelos custos gerados por este sistema à sociedade. Dessa
maneira, os investimentos do transporte público ficam quase exclusivamente
à disposição do investimento do mercado financeiro, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
72
REFERÊNCIAS
ABRACICLO. Dados do Setor Duas Rodas: 2020. Abraciclo, 2020.
73
CNM. Doze anos de dedução sobre a Cide retirou R$ 4 bilhões de Estados
e municípios; STF julga inconstitucional. 2020. Disponível em: https://bit.
ly/3A8BK3H. Acesso em: 15 mar. 2021.
CNT. Funset: Por que remediar se podemos prevenir? Brasília: CNT, 2019.
DOMINGOS, C. Seu carro passa 95% do tempo parado. 2017. Disponível em:
https://exame.com/blog/oportunidades-disfarcadas/seu-carro-passa-95-do-
tempo-parado/. Acesso em: 3 mar. 2021.
REDAÇÃO ITAJAÍ NAVAL. Maior ferry boat da história passa a integrar frota
da NGI Sul. 2020. Disponível em: https://cutt.ly/5EZ9gDi. Acesso em: 3 mar. 2021.
75
SOUZA, M. Transporte público é mais caro para o brasileiro. 2019. Disponível
em: https://www.mobilize.org.br/noticias/11399/transporte-publico-pede-
transparencia-e-subsidio.html. Acesso em: 3 mar. 2021
WOMACK, J. P.; ROOS, D.; JONES, D. T. A máquina que mudou o mundo. 2. ed.
Rio de Janeiro: Campus, 1992.
76
UNIDADE 2 —
CONSUMO, PROBLEMAS E
LEGISLAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
77
78
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Podemos observar, conforme ressalta Vasconcellos (1998), que o espaço
criado pela ação humana é fruto dos nossos anseios sociais, e se pudermos
controlar esse processo de criação, então, teremos poder sobre essas aspirações. As
concepções sociais estão subordinadas ao dinheiro, ao tempo, e, consequentemente,
ao espaço. As regras acabam sendo ditadas por aqueles que ajudam a definir esses
elementos. Para que o espaço destinado à mobilidade urbana exista e seja mantido,
são gerados custos para a manutenção e para a ampliação desses sistemas.
2 CONSUMO DA MOBILIDADE
Os lugares que possuem intervenção humana, como a Serra da Capivara, no
interior do Piauí, que possuem pinturas rupestres datadas de cerca de 29 mil anos,
segundo a pesquisa liderada pela arqueóloga Niéde Guidon, são considerados
paisagens antrópicas (SANTIAGO; SIQUEIRA, 2014). As áreas urbanas são
um exemplo clássico da antropização humana. Dentro desse quadro, encontra-
se a mobilidade, que permite que a cidade seja moldada, pois, através dela, o
homem se movimenta e transporta as ferramentas, os produtos e os serviços dele,
transformando o que está ao seu redor. O consumo está presente nesse processo,
e a mobilidade urbana consome espaço, tempo e recursos naturais.
79
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
TUROS
ESTUDOS FU
Guarde esta dimensão (100 x 100 m), pois será aprofundada no Tópico 3, da
Unidade 3, deste livro didático. Analisaremos questões importantes, de escala humana, no
planejamento urbano para a mobilidade urbana.
Esse espaço poderia estar sendo utilizado para outras finalidades, como
para a agricultura, por exemplo. O Brasil, sendo um país com grande extensão
territorial, não sofre com a questão do espaço de terra, mas em países menores
e populosos, o impacto é maior. Contudo, mesmo para países como o Brasil,
as cidades dispersas geram grande consumo de tempo, energia e uma emissão
maior de gases poluentes com o transporte para longas distâncias.
2.1.1 Calçadas
Segundo Gold (2003), 50% das vítimas fatais dos acidentes de trânsito
são pedestres atropelados. Esse é um dado muito importante ao considerarmos
que os deslocamentos a pé são feitos, também, entre as conexões com os demais
modos de transporte no meio urbano.
Um motivo que leva a esse modelo, nas cidades brasileiras, pode estar
relacionado ao fato de que, na grande maioria delas, a responsabilidade da
construção das calçadas é transferida ao proprietário do imóvel, por onde a
calçada passa na frente, associado aos fatos da falta de fiscalização e da aplicação
de taxas elevadas como forma de multa. O resultado é a inexistência ou a baixa
qualidade dos passeios.
Um estudo feito por Gold (2004), sobre 117 quarteirões de cinco regiões da
cidade de São Paulo, apresentou os seguintes pontos:
81
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
• 96,6% dos quarteirões apresentaram rampas que passavam sobre toda a extensão
da calçada para acesso dos veículos, mas elas deveriam estar localizadas dentro
do terreno. As inclinações dessas rampas eram muito superiores a 2%, o
permitido da calçada.
2.1.2 Vias
As vias servem para a circulação de veículos e de pessoas, e é dividida entre
a calçada e o leito carroçável, que inclui a passagem das bicicletas. As vias precisam
assegurar a fluidez, a segurança e o conforto dos usuários, através do projeto das
82
TÓPICO 1 — CONSUMO E CUSTOS DA MOBILIDADE URBANA
83
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
84
TÓPICO 1 — CONSUMO E CUSTOS DA MOBILIDADE URBANA
pode ser por falta de condições financeiras para utilizar o transporte coletivo,
assim, são obrigadas a fazer os percursos caminhando). As distâncias percorridas,
também, aumentam, conforme a renda.
NOTA
Aí está mais um dado que devemos nos ater quando projetamos os espaços
urbanos voltados para a mobilidade. Se as pessoas percorrem cerca de 1 km caminhando,
significa que elas precisarão de qualidade física para os espaços que contemplem essas
proporções, e isso inclui calçadas de qualidade, atratividade, segurança, conforto, fachadas
ativas, espaços de transição suaves (áreas que vão das calçadas até as edificações) etc.
87
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
88
TÓPICO 1 — CONSUMO E CUSTOS DA MOBILIDADE URBANA
89
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
90
TÓPICO 1 — CONSUMO E CUSTOS DA MOBILIDADE URBANA
91
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
NOTA
CUSTO
MODO
PRIVADO SOCIAL PÚBLICO
Manutenção da Manutenção da
A PÉ calçada por parte do calçada em vias
proprietário do lote principais
Manutenção de vias
BICICLETA Manutenção
e sinalização
Poluição, Manutenção de vias
MOTOCICLETA Manutenção
acidentes e sinalização
Poluição, Manutenção de vias
AUTOMÓVEL Manutenção
acidentes e sinalização
Poluição, Manutenção de vias
ÔNIBUS Manutenção
acidentes e sinalização
Manutenção do
TREM E METRÔ Manutenção
sistema
FONTE: Adaptado de Vasconcellos (2018)
93
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
94
TÓPICO 1 — CONSUMO E CUSTOS DA MOBILIDADE URBANA
95
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
DICAS
Para uma cidade de 200 mil habitantes, os custos de construção das vias
chegariam a 111% do orçamento. Outros gastos, como fiscalização do trânsito,
varrição das vias, sinalização e iluminação do sistema, fazem parte de outras
despesas, e, se as considerarmos, o custo de R$ 6,2 milhões/ano (2,2% do orçamento),
com a manutenção, pode bater de R$ 8 a 10 milhões/ano (3% do orçamento).
96
TÓPICO 1 — CONSUMO E CUSTOS DA MOBILIDADE URBANA
LOCAL /
360 252.000.000,00 90 5.040.000,00 1,8
COLETORA
97
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
98
AUTOATIVIDADE
1 Vasconcellos (1998) ressalta que o espaço criado pela ação humana é fruto
dos nossos anseios sociais, e se pudermos controlar esse processo de
criação, então, teremos poder sobre essas aspirações. As concepções sociais
estão subordinadas ao dinheiro, ao tempo, e, consequentemente, ao espaço.
As regras acabam sendo ditadas por aqueles que ajudam a definir esses
elementos. Para que o espaço destinado à mobilidade urbana exista e seja
mantido, são gerados custos para a manutenção e para a ampliação desses
sistemas, assim, assinale a alternativa CORRETA:
99
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
1 INTRODUÇÃO
Podemos afirmar que o Brasil é muito dependente dos combustíveis de
origem fóssil, pois os estudos do IEMA (2019) reforçam o predomínio dessa matriz
energética nos transportes, além das questões já apontadas por outras referências,
como a mobilidade urbana alicerçada no transporte individual motorizado, que
cresce todos os anos. Esses dois fatores evidenciam o motivo do aumento de
emissões de gases de efeito estufa (GEE) nas últimas décadas.
NOTA
101
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
102
TÓPICO 2 — PROBLEMAS E IMPACTOS ECONÔMICOS NA MOBILIDADE URBANA
Outro ponto que deve ter uma atenção especial é o combustível. Quando
adulterado, é capaz de entupir a bomba da gasolina, corroer as peças de injeção
eletrônica por causa dos solventes, e comprometer o motor em função do acúmulo
de resíduos nos cilindros, afetando, até mesmo, a bomba de óleo.
NOTA
103
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
104
TÓPICO 2 — PROBLEMAS E IMPACTOS ECONÔMICOS NA MOBILIDADE URBANA
105
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
No Brasil, a estimativa é a de que, por ano, morrem 50 mil pessoas por causa
do ar contaminado. As pesquisas do patologista Paulo Saldiva, professor da faculdade
de Medicina da USP, concluem que o paulistano perde, em média, um ano e meio
da expectativa de vida por causa da poluição do ar, e os efeitos para o morador da
capital são os mesmos do que fumar quatro cigarros todos os dias. Durante a greve
de caminhoneiros, que ocorreu no fim do mês de maio, no sétimo dia de paralização,
houve uma redução de 50% da poluição do ar na cidade de SP (FELIN, 2018).
A poluição do ar causa mais da metade de todas as mortes infantis
por infecção respiratória inferior aguda em crianças menores de
5 anos, em países de renda média baixa. A exposição à poluição do
ar está ligada a uma ampla gama de resultados adversos à saúde
em crianças, incluindo mortalidade infantil, asma, distúrbios do
neurodesenvolvimento e câncer infantil. Ao “prescrever” ar puro
para as crianças, os formuladores de políticas podem protegê-las dos
efeitos duradouros da exposição à poluição do ar (OMS, 2018).
106
TÓPICO 2 — PROBLEMAS E IMPACTOS ECONÔMICOS NA MOBILIDADE URBANA
107
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
NOTA
DICAS
109
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
110
TÓPICO 2 — PROBLEMAS E IMPACTOS ECONÔMICOS NA MOBILIDADE URBANA
111
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
O IPEA (2012), também, sugere que deveria existir uma inspeção veicular
ambiental (similar à que existe em SP), unificada à inspeção técnica, em conjunto
com o surgimento de postos para coletar e para tratar do descarte de maneira
a reciclar os veículos. Outras ferramentas, como incentivos fiscais para novos
veículos, deveriam ser partes integrantes desse processo, mas esses mecanismos
só funcionam sob o amparo da criação de leis.
O IPEA (2020) aponta que as más condições dos veículos influenciam nos
acidentes de trânsito, e a criação de um sistema de reciclagem automotiva poderia
impulsionar a economia do país pós-pandemia, além de fomentar a indústria
automobilística com novos veículos, contribuir com o meio ambiente e promover
uma segurança reforçada no trânsito. O processo alavancaria um aumento da
geração de emprego nos setores de reciclagem e de produção de veículos, e faria
a redução da poluição atmosférica. Nos Estados Unidos, são gerados US$ 25
bilhões por ano, e são empregadas até 100 mil pessoas com esse método. O Brasil
poderia alcançar até 30% desses números.
112
TÓPICO 2 — PROBLEMAS E IMPACTOS ECONÔMICOS NA MOBILIDADE URBANA
três metros de altura. Hoje, a legislação obriga o descarte correto dos pneus por
parte dos fabricantes, reciclando-os de várias maneiras, desde pisos para parques
infantis até material para compor o pavimento das vias.
FONTE: <https://www.oikotie.com.br/mangaratiba?lightbox=dataItem-j336zlyt>.
Acesso em: 24 abr. 2021.
113
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
3 ACIDENTES DE TRÃNSITO
Vamos analisar os números dos acidentes de trânsito. Em torno de 1,2
milhão de pessoas, ao redor do mundo, morre em função de acidentes de
trânsito, principalmente, nos países com renda baixa ou média (mais de 90%).
A OMS prevê uma perda anual de mais de US$ 500 bilhões (BACCHIARI;
BARROS, 2011).
NOTA
115
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
116
TÓPICO 2 — PROBLEMAS E IMPACTOS ECONÔMICOS NA MOBILIDADE URBANA
ACIDENTES
ACIDENTES
COM
SEM VÍTIMAS COM VÍTIMAS
FATALIDADE
ATENDIMENTO 151,94 238,22 342,96
CUSTOS
INSTITUCIONAIS DANOS
301,41 100,11 310,10
E DANOS PATRIMONIAIS
PATRIMONIAIS
TOTAL 453,35 383,33 653,06
FONTE: Adaptado de IPEA (2015)
118
TÓPICO 2 — PROBLEMAS E IMPACTOS ECONÔMICOS NA MOBILIDADE URBANA
ACIDENTES
NOTA
119
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
AUTOMÓVEIS MOTOCICLETAS
REGIÕES
20,7 32,9 33,8 1,9 6,3 6,8
METROPOLITANAS
FONTE: Pinheiro e Frischtak (2015, p. 47)
120
TÓPICO 2 — PROBLEMAS E IMPACTOS ECONÔMICOS NA MOBILIDADE URBANA
121
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
NOTA
122
TÓPICO 2 — PROBLEMAS E IMPACTOS ECONÔMICOS NA MOBILIDADE URBANA
123
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
124
AUTOATIVIDADE
125
3 A poluição sonora é um problema de saúde pública mundial. Ela é causada
por sons (ruídos) que ultrapassam os níveis que afetam a audição humana.
Os ruídos urbanos geram problemas à saúde e podem causar infarte,
além de oferecer riscos à saúde mental. Classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
126
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos as legislações sancionadas nos
últimos anos que têm o objetivo de promover a qualidade de vida das pessoas,
principalmente, em relação à mobilidade urbana.
127
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
ATENCAO
3.1 MUNICÍPIOS
Os municípios tiveram que abraçar várias obrigações, desde administrativas;
funções a cumprir; e missões políticas, com o objetivo de solucionar as demandas
entre o Estado e a sociedade.
129
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
No Capítulo VII, Art. 90, §1º, quando a sinalização de trânsito for insuficiente
ou incorreta, os responsáveis pela implantação da sinalização de determinada via
responderão pela falta, pela informação insuficiente ou pela colocação inadequada.
130
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO DA MOBILIDADE URBANA
NOTA
NOTA
132
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO DA MOBILIDADE URBANA
133
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
ATENCAO
134
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO DA MOBILIDADE URBANA
LEITURA COMPLEMENTAR
Saúde
135
UNIDADE 2 — CONSUMO, PROBLEMAS E LEGISLAÇÃO
Essas são repercussões graves na saúde que, geralmente, não são vistas
como consequência do transporte. Isso comprova que o trânsito é uma questão de
saúde pública e que medidas devem ser tomadas para que os dados monitorados
sejam revertidos ou mitigados.
Qualidade de vida
136
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO DA MOBILIDADE URBANA
137
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
138
AUTOATIVIDADE
I- Não se deve gerir, além de planejar o tecido urbano das cidades, de forma
que atenda aos interesses públicos, abarcando a função social da cidade.
Também, deve-se compatibilizar os planos-diretores municipais com os
planos setoriais de transporte e mobilidade urbana.
II- Gerenciar a implantação de novos empreendimentos públicos e privados,
de forma que minimizem os impactos na estrutura urbana e na mobilidade
urbana da cidade. Priorizar o acesso dos pedestres aos espaços públicos,
reduzindo o conflito de fluxos entre os tipos de mobilidade.
139
III- Promover espaços, priorizando os automóveis e as motocicletas, com
tratamento urbanístico adequado e com sinalização e orientação eficientes.
Direcionar a execução de obras viárias para os modos não motorizados
coletivos de transporte, mas, principalmente, proporcionar, aos municípios
e aos órgãos municipais responsáveis pelo transporte, pelo trânsito e pela
mobilidade, o desenvolvimento e a capacitação institucionais.
( ) Ele estabelece que 10% do valor arrecadado com multas de trânsito seja
destinado aos programas de segurança e de educação de trânsito.
( ) O novo CTB define que, após a liberação da primeira carteira de habilitação,
esta terá a primeira validade de um ano, e, caso o condutor não tenha
cometido nenhuma infração grave, gravíssima, ou seja reincidente em
infração média, poderá ter acesso à carteira definitiva, com a renovação
especificada, de acordo com cada particularidade.
( ) O código define que a arrecadação com as cobranças de multas deverá
ser aplicada, exclusivamente, para a sinalização, para as engenharias
de tráfego e de campo, para o policiamento, para a fiscalização e para a
educação no trânsito.
140
5 Concluiremos que a regulação do transporte público urbano é um conjunto
de regras que instrumentalizam a prestação de serviços públicos por
empresas privadas. O principal objetivo é o de proteger a sociedade e
as políticas dela. Essa regulação serve para definir regras para os novos
agentes que atuarem no meio público para o desenvolvimento de projetos
e para a operacionalização da infraestrutura. Comente a respeito da relação
público/privada e das condições de regulamentação do poder público.
141
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 10152: Acústica: Níveis de pressão sonora em ambientes internos a
edificações. Rio de Janeiro, 2017.
BBC NEWS BRASIL. Como a poluição sonora pode prejudicar seu coração.
2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-56650056.
Acesso em: 9 maio 2021.
CZERWONKA, M. Maio amarelo: quase 19% das mortes no trânsito brasileiro são
pedestres. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3mutwOy. Acesso em: 9 maio 2021.
ECYCLE. Poluição dos carros: entenda seus perigos. 2016. Disponível em:
https://www.ecycle.com.br/poluicao-de-carros/. Acesso em: 9 maio 2021.
G1. Rodízio estimula o uso de carros em SP, diz especialista. 2008. Disponível
em: https://glo.bo/3a9RzN9. Acesso em: 15 abr. 2021.
GEHL, J. Cidade para pessoas. Tradução Anita Di Marco. 3. ed. São Paulo:
Perspectiva, 2015.
143
GOLD, P. A. Qualidade das calçadas em São Paulo. São Paulo, 2004.
GRINGO. Rodízio SP: entenda o rodízio de carros em São Paulo [Tabela 2021]. 2021.
Disponível em: https://www.gringo.com.vc/rodizio-sp/. Acesso em: 9 maio 2021.
IPEA. Estimativa dos custos dos acidentes de trânsito no Brasil com base na
atualização simplificada das pesquisas anteriores do Ipea. Brasília: IPEA, 2015.
144
POLITIZE. Poluição sonora: crime ambiental. 2019. Disponível em: https://www.
politize.com.br/poluicao-sonora-crime-ambiental/. Acesso em: 24 maio 2021.
145
146
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
147
CHAMADA
148
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Consideramos que diversos estudos internacionais, especialmente,
nos Estados Unidos e no Canadá, exploram as maneiras através das quais a
estruturação urbana das cidades e o uso do solo afetam a mobilidade das pessoas,
em especial, para os percursos a pé. Esses estudos demonstram a interconexão
entre a configuração física, o relevo e o uso do solo com os deslocamentos a pé.
149
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
Vale salientar que circular pela cidade, diante desse fato, coloca o pedestre
em uma posição desfavorável e insegura, haja vista que um erro do condutor pode
causar danos a ele e a outras pessoas, que, hoje, são considerados a ponta mais
frágil do sistema de transporte. Ao contrário do condutor, o pedestre, quando
comete um erro, acaba por prejudicar a si mesmo, apenas (AGUIAR, 2003).
150
TÓPICO 1 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
151
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
152
TÓPICO 1 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
aos motoristas. No entanto, para contribuir, também, sob o aspecto da saúde, uma
cidade, para ser caminhável, precisa convidar os pedestres a caminharem. Gehl (2015)
cita o exemplo da cidade de Melbourne. Através do processo de renovação urbana,
todo o projeto teve o objetivo de estimular as pessoas a caminharem, e, para isso,
as calçadas foram alargadas, uma nova pavimentação foi implantada, utilizando
materiais locais para criar atmosferas de pertencimento e de reconhecimento do
lugar, e novos mobiliários urbanos, com bons materiais, tiveram que ser instalados.
Após a implantação do projeto, observou-se um aumento de 39% de pessoas
caminhando nas ruas durante o dia, e, de noite, esse movimento dobrou, graças a
uma preocupação com a implantação de uma boa iluminação pública.
3 CAMINHABILIDADE
Perceberemos, segundo Pereira (2020), que os deslocamentos a pé têm
chamado, cada vez mais, a atenção de urbanistas e de pesquisadores, pois
entendem que o processo influenciador da dinâmica do caminhar pode se
tornar uma grande oportunidade para a mobilidade urbana de muitas cidades,
incentivando a caminhada e apresentando vários benefícios para quem a realiza
e para o espaço urbano, como vimos. Entretanto, para que isso ocorra, de fato,
é necessário entender as motivações que fazem as pessoas caminharem a pé,
assim, inúmeros estudos vêm sendo conduzidos, nas últimas décadas, a fim de
investigar a caminhabilidade nas cidades.
153
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
154
TÓPICO 1 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
155
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
Por volta do século IV a.C., com o surgimento dos veículos sobre rodas,
pode-se perceber um aumento de movimentos gerando certo congestionamento,
assim, dessa maneira, foi necessário criar uma separação entre o nível de circulação
de pessoas e de veículos, surgindo, então, o primeiro registro das calçadas.
156
TÓPICO 1 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
FONTE: <https://www.portoribeiro.com/pichacoes-de-pompeia-cidade-romana-abandonada/>.
Acesso em: 15 maio 2021.
157
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
é flexível quanto ao horário e ao trajeto; não exige tanto espaço para circular;
não precisa de estacionamento, dentre outras vantagens. Além de ser o sistema
de transporte mais democrático que existe, independentemente da idade ou da
classe social.
Gehl (2015) cita o exemplo de Veneza, na Itália. Por lá, é muito comum ver
as pessoas caminhando, diariamente, por longos trechos, algo em torno de quinze
a vinte mil passos em um único dia comum. Apesar de parecer muito, não se pensa
assim, pois o ganho por caminhar entre fachadas convidativas e um belo espaço
urbano elimina essa percepção. Além disso, os principais pontos de atração não
estão muito além de duzentos a trezentos metros de distância um do outro, por
isso, a importância de um espaço urbano mais diversificado e conectado.
160
TÓPICO 1 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
DICAS
161
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
VARIÁVEL ABORDAGEM
Acessibilidade Calçada com piso tátil e rampas
Atratividade visual Uso lindeiro agradável
Barreiras Obstáculos
Condições externas Proteção de intempéries
Larguras das ruas e velocidade dos veículos
Desenho urbano Facilidade de acesso aos demais meios de transporte
Tamanho das quadras
Mobiliário urbano
Infraestrutura para Sinalização
pedestres Vegetação
Iluminação
162
TÓPICO 1 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
NOTA
163
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
164
TÓPICO 1 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
É claro que a velocidade é relativa, pois inúmeros são os fatores que estão
ligados a ela, e já vimos, na unidade anterior, que a idade, o peso, e, até mesmo,
a cultura, podem interferir no modo de se deslocar, além das características
tipológicas e topológicas, como a declividade, o clima e a densidade. Entretanto,
todos os estudos concluem que, mesmo considerando toda essa diversidade de
variáveis, ainda assim, as pessoas têm se deslocado a pé com velocidade média de
4 km e 6,5 km por hora. Dados como esses comprovam e reafirmam os equívocos
das políticas públicas e dos investimentos em alguns modais de transporte
predominantes (ZABOT, 2013).
165
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
166
TÓPICO 1 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
nas três esferas, econômica, social e ambiental, o mesmo deve acontecer nos sistemas
de transporte, e, dessa maneira, delinear uma mobilidade urbana sustentável, e
que esses pressupostos sejam condicionantes no processo de planejamento.
167
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
DICAS
refletir verdadeiramente, com mais atenção sobre as cidades, pois ela busca uma
cidade mais igualitária, e de acesso a todos. Nesse contexto, pode-se concluir que
a acessibilidade vai além de, apenas, proporcionar acesso, pois é, na verdade, uma
medida de inclusão social.
169
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
170
AUTOATIVIDADE
171
III- Independentemente da motivação que as pessoas tenham ao caminhar,
seja para trabalhar, passear, ou ir ao comércio local, a caminhabilidade
não busca identificar, nessa experiência, o nível de satisfação das pessoas
ao caminharem.
173
174
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos os principais impactos e desafios
promovidos ao meio ambiente em função da mobilidade urbana. No sentido
de preservar e de mitigar os impactos gerados, estudaremos a importância e
a utilização dos corredores ecológicos, o uso de um paisagismo adequado, a
utilização do conceito das cidades-esponja e da drenagem urbana sustentável,
de maneira a reduzir os números de deslocamentos motorizados, as distâncias
dos deslocamentos dentro das cidades, distribuir os modais no meio urbano, e a
importância da eficiência e da inovação da tecnologia.
175
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
176
TÓPICO 2 — MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO
177
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
Para termos uma proporção dos impactos gerados por projetos executados
sem a devida atenção, citamos o exemplo das cidades do Estado de Santa Catarina,
que estão determinando o corte de árvores de nome científico Spathodea Campanulata
(conhecida como mijinho, bisnagueira ou tulipeira-do-gabão). Originária da África,
essa planta foi muito utilizada como planta ornamental no país, principalmente,
nas cidades de SC. Entretanto, ela possui uma substância, nas flores dela, que pode
ser tóxica para as abelhas nativas e para os beija-flores. Uma lei estadual de 2019
proíbe a venda e a produção dessa planta no Estado. Contudo, alguns municípios
foram além, e instituíram leis para retirar essas plantas das cidades, que estavam
prejudicando, também, a economia da apicultura (CATUCCI, 2021).
178
TÓPICO 2 — MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO
DICAS
FONTE: <https://www.ntcbrasil.com.br/blog/sustentabilidade-o-que-sao-pontes-verdes-e-qual-
sua-importancia/>. Acesso em: 24 abr. 2021.
179
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
2.3.1 Cidades-Esponja
As cidades-esponja têm uma relação profunda com os recursos hídricos,
ao contribuir com a conservação da água, com o melhor aproveitamento, com a
qualidade e com os ciclos naturais dentro da cidade. Para tanto, o projeto paisagístico
não deve estar atrelado aos moldes antigos, e deve ser um elemento preponderante
para o equilíbrio dos recursos hídricos e da qualidade de vida das pessoas nas áreas
urbanas. Assim como a agricultura sintrópica procura se espelhar na natureza para
produzir os alimentos, o paisagismo e o projeto das cidades-esponja devem imitar a
natureza, ao respeitar os períodos de cheias dos rios, reter a maior parte das chuvas,
utilizando parte dessa água no abastecimento da cidade e retardando a chegada aos
córregos e aos rios, através do solo coberto por vegetação (ZHANG, 2017).
FONTE: <https://www.archdaily.com.br/br/934001/curso-de-projeto-urbano-de-infraestrutura-
verde>. Acesso em: 9 jul. 2021.
180
TÓPICO 2 — MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO
181
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
2.7 EFICIÊNCIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICAS
O processo rápido de urbanização, de vários países em desenvolvimento,
pode ser uma oportunidade para os investimentos nos transportes que gerem
baixa emissão de carbono. Infelizmente, a vida útil dos veículos, nesses países,
182
TÓPICO 2 — MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO
pode ser superior a 15 anos, com exceção de países, como Índia, Brasil e China, que
possuem indústrias automobilísticas. Mesmo com a implementação de veículos
com novas tecnologias, o processo pode ser um pouco lento.
3 PLANEJAMENTO DA MOBILIDADE
Vasconcellos (2018) apresenta o Planejamento da Mobilidade como uma
técnica utilizada para definir o uso da estrutura viária por pessoas e por veículos.
Esse processo deve ser costurado com o sistema legal, como com o código de
trânsito; com a engenharia de tráfego, que regula como a circulação deve ser
utilizada; com a educação, voltada às questões de ensino e de treino para o uso
do sistema viário; e com a fiscalização, para que exista o respeito às leis.
183
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
DICAS
FONTE: <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/plano-diretor/texto-da-
lei-ilustrado/>. Acesso em: 24 abr. 2021.
184
TÓPICO 2 — MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO
Para os pedestres, esse nível deve ser medido através da qualidade das
calçadas e da sinalização, voltadas para esse grupo. Nos países em desenvolvimento,
é muito comum encontrarmos semáforos que não são voltados para contemplar,
também, o pedestre, que deveriam possuir focos específicos.
185
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
Acessibilidade/fluidez
Macro acessibilidade Qualidade dos meios de transporte e das vias
Micro acessibilidade Distância, a pé, para acessar o veículo e o destino
186
TÓPICO 2 — MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO
3.3.1 Placas
Dividem-se em dois posicionamentos:
• Posicionamento vertical:
o Regulamentação: São redondas, com fundo branco. Os símbolos e as letras
estão em vermelho e preto. Têm a função de indicar algo obrigatório ou
proibido de se fazer. Quando não são seguidas, o motorista pode sofrer
alguma autuação.
o Advertência: São quadradas, em 45 graus (losangos), com fundo amarelo.
Os símbolos e as letras estão em preto, e se localizam em pontos perigosos,
para evitar acidentes.
o Orientação: São em forma retangular, com fundo verde. Os símbolos e
as letras estão em branco, e indicam um caminho a seguir. Nas rodovias,
geralmente, possuem fundo azul.
187
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
• Posicionamento horizontal:
188
TÓPICO 2 — MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO
4 PROCESSO DE PLANEJAMENTO
Através das três ferramentas de planejamento, cada município tem
condições de se organizar, aplicar ações e recursos em relação à mobilidade
urbana, de acordo com os quadros a seguir:
ÁREA FUNÇÃO
189
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
Planejamento geral
Projeto de circulação e estacionamento
Operação cotidiana
Planejamento da
Fiscalização
mobilidade
Controle
Avaliação
Administração
FONTE: Vasconcellos (2018, p. 153)
Planejamneto Técnicos
Projeto Técnicos
Veículos
Operação Técnicos, operadores Radiocomunicação
Sinalização de emergência
Material didático
Técnicos, psicólogos,
Educação Equipamentos de exposição
educadores, sociólogos
e de comunicação
Equipamentos de pesquisa
Controle Técnicos
e de levantamento de dados
Avaliação Técnicos, estatísticos
FONTE: Vasconcellos (2018, p. 154)
191
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
DICAS
192
TÓPICO 2 — MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO
193
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
194
TÓPICO 2 — MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO
NOTA
Nos Estados Unidos, durante a primeira metade do século XX, era possível
encontrarmos bebedouros destinados, exclusivamente, para pessoas pretas, além de
escolas e de outros espaços que as separavam devido à cor da pele. O uso de rampa
e de escada aplica o mesmo princípio de segregação. O uso exclusivo a rampas auxilia,
inclusive, outros grupos, como idosos (que possuem mobilidade reduzida), surdos (pois
deixam as mãos livres para se comunicar), pessoas com obesidade, pais com carrinho de
bebê, lactantes, gestantes, crianças pequenas etc. Esse é o verdadeiro princípio do desenho
universal, inclusão. Infelizmente, o brasileiro tem a “cultura do degrau” para se deslocar, pois
busca resolver os desníveis por meio de escadas para a maioria das situações.
5.2 SEGURANÇA
Vasconcellos (2018) aponta alguns caminhos para a melhoria da segurança:
196
TÓPICO 2 — MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO
197
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
5.5.1 Fiscalização
A fiscalização, extremamente necessária para a mobilidade urbana,
necessita sofrer mudanças do ponto de vista comportamental, focando nos
problemas que afetam a segurança das pessoas, por conta das irregularidades
da legislação, como agressões aos pedestres, velocidades excessivas, direção sob
o uso de álcool, manutenção dos veículos e condições físicas de funcionamento.
A constituição de tribunais de justiça específicos, também, agilizaria os processos.
198
TÓPICO 2 — MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO
199
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
200
AUTOATIVIDADE
201
3 A teoria das cidades-esponja é muito difundida na China, e um grupo
de arquitetos paisagistas e urbanistas ecológicos já trabalha em projetos
utilizando esse conceito. Ele deve ser aplicado através do planejamento da
paisagem no meio urbano, ao desenvolver a maior quantidade de espaços
verdes naturais, a fim de reduzir a poeira das cidades, contribuir com a
redução dos ruídos, dos gases de efeito estufa, reter parte do CO2 no solo e
manter o oxigênio adequado das cidades. Com relação às cidades-esponja,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
202
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Chegamos na estação final dos seus estudos. Apesar de ser o último tópico
do seu livro didático, ele não é o menos importante, pois lhe permitirá uma
aproximação mais forte com a escala humana e com as particularidades dela.
203
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
Para Gehl (2015), por décadas, a dimensão humana tem sido um tópico do
planejamento urbano esquecido e tratado a esmo, enquanto várias outras questões
ganham mais força, como a acomodação do vertiginoso aumento do tráfego de
automóveis. Além disso, as ideologias dominantes do planejamento – em especial,
o modernismo – deram baixa prioridade ao espaço público, às áreas de pedestres
e ao papel do espaço urbano como local de encontro dos moradores da cidade.
Por fim, gradativamente, as forças do mercado e as tendências arquitetônicas
afins mudaram o foco, saindo das inter-relações e dos espaços comuns da cidade
para os edifícios individuais, os quais, durante o processo, tornaram-se, cada vez
mais, isolados, autossuficientes e indiferentes.
DICAS
Aproveite para se aprofundar nesse tema interessante. Leia o livro de Jan Gehl,
intitulado de Cidade para Pessoas.
204
TÓPICO 3 — CIDADE PARA PESSOAS E ANÁLISE URBANA
Outro fator pode estar relacionado ao que Jane Jacobs (2011) comenta
a respeito dos olhares que cuidam. Como há muitas fachadas permeáveis, ao
conseguirem se observar, elas acabam fazendo parte da segurança dos espaços.
206
TÓPICO 3 — CIDADE PARA PESSOAS E ANÁLISE URBANA
FONTE: Os autores
207
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
FONTE: Os autores
208
TÓPICO 3 — CIDADE PARA PESSOAS E ANÁLISE URBANA
DICAS
FONTE: <https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=461490>;
<https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=398394>.
2.5.1 Calçadas
A seguir, entraremos em contato com um exemplo correto para situações
nas quais o nível da rua é menor do que o nível do prédio. Em contrapartida, logo
após, é possível identificarmos um problema quando a inclinação da calçada é
maior que 2%, levando o cadeirante a fazer um grande esforço ao atravessá-la.
FONTE: Os autores
209
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
210
TÓPICO 3 — CIDADE PARA PESSOAS E ANÁLISE URBANA
211
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
O processo pode ser de baixo para cima, ou de cima para baixo. A primeira
situação marca presença quando se aplicam os conceitos a uma cidade existente,
implantando dados de sensores, câmeras de monitoramento, redes sociais e
informações integradas a uma única plataforma, dentre outros. A segunda
situação se mostra quando a cidade (ou bairro) é construída, totalmente, do zero,
com a estrutura inteligente necessária, como é o caso de Songdo, na Coreia do
Sul. Na cidade de águas de São Pedro, é possível agendar, de forma on-line, uma
consulta com o médico do setor público, e os prontuários são digitalizados, não
havendo mais necessidade de papéis. A cidade brasileira é um exemplo de cidade
inteligente construída de baixo para cima.
A OMS (2005) argumenta que, até 2025, 120 países terão as taxas de
fertilidade total abaixo do nível de reposição (média 2,1 crianças por mulher).
Hoje, o número atual é de 70 países, ou seja, o número de idosos está crescendo,
substancialmente, no planeta, e a maior parte deles vive nos países em
desenvolvimento. O Brasil será o sexto país em número de idosos até 2025.
213
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
NOTA
214
TÓPICO 3 — CIDADE PARA PESSOAS E ANÁLISE URBANA
Uma cidade amiga do idoso se torna, também, amiga dos demais grupos,
por se beneficiarem da implementação dessas ferramentas no meio urbano.
Todos os tipos de piso tátil tenham contraste de luminância, para que uma
pessoa de baixa visão consiga perceber a diferença, e não que sejam utilizadas
cores vivas como se fossem obras de arte, ou uma propaganda política que mostre
que a prefeitura, também, preocupa-se com as pessoas com deficiência.
215
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
DICAS
Existe regulamentação do
10 0
transporte coletivo?
Legal
Existe lei que controla o uso e a
10 0
ocupação do solo na cidade?
216
TÓPICO 3 — CIDADE PARA PESSOAS E ANÁLISE URBANA
As calçadas e os cruzamentos
estão adequados às necessidades
10 5 0
dos idosos e das pessoas com
deficiência?
Média geral
FONTE: Vasconcellos (2018, p. 200-202)
PONTOS AVALIAÇÃO
2 A pé 1 TRABALHO
Você
2 Ônibus 6 TRABALHO
2 Carro 4 TRABALHO
Cônjuge
2 Bicicleta 2 ACADEMIA
Filho 2 A pé 0,7 ESCOLA
FONTE: Adaptado de Vasconcellos (2018)
A pé 1,7
Ônibus 6
Carro 4
Bicicleta 2
TOTAL 13,7
FONTE: Adaptado de Vasconcellos (2018)
218
TÓPICO 3 — CIDADE PARA PESSOAS E ANÁLISE URBANA
RISCO
EMISSÃO DE
CONSUMO DE ACIDENTES,
CONSUMO POLUENTES
DE ENERGIA ÍNDICE
DE ESPAÇO LOCAIS E DO
MODO (GEP/ RELATIVO
(M² X KM)/ EFEITO ESTUFA
PASSAGEIRO- ENTRE MODOS
PASSAGEIRO (G/PASSAGEI-
KM) POR PASSAGEI-
RO-KM
RO-KM)
A pé 0 1 0 2
Ônibus 15 1,2 46 1
Carro 73 7,7 162 2,9
Táxi 110 10 211 2,9
Moto 22 5 219 13,2
Bicicleta 0 3 0 7,3
Obs.: GEP (Gramas Equivalentes de Petróleo)
FONTE: Vasconcellos (2018, p. 208)
219
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
4 MUDANÇA DE ATITUDES
Aproveitaremos este título para estimulá-lo a repensar nas suas atitudes.
Quando você encontrar os resultados dos consumos de energia, de espaço e as
emissões dos transportes utilizados durante um dia rotineiro na sua residência,
sugerimos que altere os resultados mais negativos por novos modos de transporte,
que tenham menos consumo e impactos ao meio ambiente. Feita essa mudança,
refaça os seus cálculos e compare a redução (%) com o seu modo de vida anterior.
220
TÓPICO 3 — CIDADE PARA PESSOAS E ANÁLISE URBANA
Provavelmente, você já deve ter escutado, lido ou visto algo a respeito dos
acidentes que envolvem crianças. Existem vários casos de crianças que voaram
para fora do veículo, por não estarem acomodadas de maneira correta no banco
de trás. Proteja a sua família e aqueles que lhe são caros, praticando esses
cuidados ou divulgando essas informações.
222
TÓPICO 3 — CIDADE PARA PESSOAS E ANÁLISE URBANA
LEITURA COMPLEMENTAR
Nabil Bonduki
225
UNIDADE 3 — MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL E PLANEJAMENTO URBANO
9. Como, nem sempre, esses requisitos podem ser atendidos, os conflitos familiares
crescem, gerando separações ou reforçando a tendência de os casais morarem
separados. Em 2020, os divórcios cresceram 15% em relação a 2019, aumentando
a demanda por moradias.
10. Com o home office, o deslocamento moradia-trabalho se torna eventual,
permitindo flexibilização do local da habitação e reduzindo o tempo e o custo
do transporte.
11. Muitas famílias, nos estratos médios e altos de renda, podem morar longe
do local do trabalho, em condomínios fora da cidade, na praia ou no campo.
Cerca de 10% dos moradores dos bairros nobres de São Paulo passaram a
quarentena fora da cidade e se acostumaram. A custos mais baixos, podem ter
uma casa maior, com generosas áreas livres. A dispersão urbana e a segregação
social-territorial se aprofundam.
12. O comércio virtual se torna mais frequente, afetando lojas físicas e shopping
centers, que entram em crise com a perda da clientela e da receita. Em
compensação, os centros logísticos de distribuição de apoio ao comércio
online crescem.
13. Ao trabalharem em casa, as pessoas circulam mais nos bairros delas,
fortalecendo relações de vizinhança e as redes de solidariedade local. Isso
pode gerar um novo impulso do comércio e dos serviços locais.
14. Já os bairros centrais, que concentram os empregos no setor terciário, perdem
atratividade. A redução dos escritórios amplia a disponibilidade e derruba o
valor do aluguel de imóveis e de áreas corporativas, cuja vacância alcançou,
estima-se, até 22,4% no último trimestre, em São Paulo. O comércio e os
serviços do entorno, como restaurantes, perdem parte da clientela.
15. Outrora pujantes, esses bairros podem se tornar decadentes, caso não se
transformem em áreas de uso misto, com mais habitações. Facilitar o retrofit,
para converter os edifícios comerciais em residenciais, é indispensável.
16. A moradia se torna local de entretenimento. Além da TV, plataformas digitais
pagas (Netflix, Globo Play etc.), espetáculos teatrais online e lives musicais
ampliam o acesso doméstico à cultura, substituindo cinemas, teatros e casas
de show. Equipamentos de projeção e telas grandes exigem salas maiores e
mais reservadas.
17. Espaços culturais e de gastronomia, como teatros, cinemas, casas noturnas, bares
e restaurantes, sofrem forte redução na frequência e perdem sustentabilidade
econômica com o prolongado isolamento, o entretenimento na moradia e o
delivery. Sem programas de apoio, podem fechar definitivamente, abalando a
vida cultural da cidade.
18. Esse setor é, ainda, impactado pela redução do turismo de negócios e
de eventos. Reuniões de trabalho, congressos profissionais e simpósios
acadêmicos tendem a se manter virtuais, afetando a infraestrutura criada para
atendê-los. O turismo de lazer é menos atingido.
226
TÓPICO 3 — CIDADE PARA PESSOAS E ANÁLISE URBANA
CHAMADA
227
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Sempre que você for utilizar o seu conhecimento, a sua criatividade, a sua
observação técnica da mobilidade urbana na cidade, lembre-se do diagrama
da pirâmide inversa do tráfego, a partir do qual o pedestre vem, sempre, em
primeiro lugar.
228
AUTOATIVIDADE
2 Jan Gehl (2015) nos lembra de que o Homo Sapiens é um mamífero ereto de
orientação horizontal, frontal e linear, que caminha horizontalmente, e pode
chegar a, até, 5 km/h caminhando. As cidades antigas surgiam, geralmente,
a partir de assentamentos humanos, e os espaços eram construídos a partir
das dimensões deles. As alturas das edificações respeitavam as limitações
do corpo, e a cidade toda era baseada na locomoção do homem. A partir
dos estudos de Gehl (2015), analise as sentenças a seguir:
I- O ser humano consegue identificar que é uma pessoa a uma distância entre
50 e 70 metros (a partir dessa distância, fica bem mais difícil de distinguir).
II- Mensagens curtas podem ser trocadas a 20 e 25 metros, e começamos a
interpretar uma pessoa a 25. A distância mágica de um teatro é de 35
metros, assim, o conhecido “sussurro de palco” consegue ser escutado
até essa distância, em função da projeção da voz dos atores. Ainda, as
expressões deles são reforçadas com a maquiagem.
III- Caminhamos, geralmente, com a cabeça inclinada a 15°. De maneira
confortável, ao olharmos para cima, entre 50° e 55°, e, para baixo, em
função dos obstáculos, entre 70° e 80°.
229
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 Os ciclistas andam, em média, 3km a 5km em um único sentido, mas, para que
a mobilidade urbana usufrua desse sistema, é importante desenvolvermos
espaços que facilitem o uso, como a existência de bicicletários, banheiros
com chuveiros e postos de manutenção e/ou estações para reparos rápidos.
De acordo com os critérios do manual do DNIT IPR-740, classifique V para
as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
4 A OMS (2005) argumenta que, até 2025, 120 países terão as taxas de fertilidade
total abaixo do nível de reposição (média 2,1 crianças por mulher). Hoje, o
número atual é de 70 países, ou seja, o número de idosos está crescendo,
substancialmente, no planeta, e a maior parte deles vive nos países em
desenvolvimento. O Brasil será o sexto país em número de idosos até 2025.
Cite o resultado do estudo desenvolvido pela OMS (2008), em trinta e cinco
cidades ao redor do mundo, em relação à Cidade Amiga do Idoso.
5 A mudança começa por cada um de nós, não devemos nos esquecer de que
todos nós somos pedestres, precisamos nos respeitar e respeitar, sempre,
o pedestre. Os veículos maiores precisam proteger os mais vulneráveis,
mesmo que eles estejam desrespeitando alguma lei de trânsito. Essa regra
está amparada no CTB, a respeito da convivência no trânsito, e cada um de
nós tem uma função, mas cabe, às autoridades de trânsito, punirem aquele
que desrespeita as leis, e essa função não é nossa (VASCONCELLOS, 2018).
Quanto ao Planejamento da Mobilidade, cite a pirâmide inversa do tráfego,
seguindo do mais prioritário ao menos prioritário.
230
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