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1 TURISMO ................................................................................................... 4
2 CONCEITO DE TURISMO.......................................................................... 4
8 AGROTURISMO ....................................................................................... 14
9 DEFINIÇÃO: ............................................................................................. 14
10 PRINCÍPIOS DO AGROTURISMO........................................................ 16
1
18.2 b) Necessita de reduzidos volumes de investimentos em relação a
outros segmentos: ................................................................................................. 36
24 AGROINDÚSTRIA ................................................................................. 46
26 SISTEMAS ............................................................................................ 50
27 NORMATIZAÇÃO .................................................................................. 50
28 CERTIFICAÇÃO .................................................................................... 52
29.1 1) Entenda....................................................................................... 57
32 ESTRUTURA DE MERCADO................................................................ 60
2
35 TURISMO CULTURAL .......................................................................... 65
36 ARTESANATO ...................................................................................... 67
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 71
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1 TURISMO
2 CONCEITO DE TURISMO
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para definir essa atividade. Na década de 40, Hunziker e Krapf, citados por Ignara
(2003. p.12), definiam turismo como: […] o conjunto das inter-relações e dos
fenômenos que se produzem como consequências das viagens e das estadas de
forasteiros, sempre que delas não resultem um assentamento permanente nem que
eles se vinculem a alguma atividade produtiva.
Em 1963, reúne-se em Roma a Conferência das Nações Unidas sobre o
Turismo e as Viagens Internacionais para tentar um consenso sobre o conceito de
turismo. Dessa forma, se elabora o primeiro conceito de turismo:
Atividade desenvolvida por uma pessoa que visita um país diferente daquele
de sua residência habitual, com fins distintos do de exercer uma ocupação
remunerada, e por um período de tempo de pelo menos 24 horas
Esse conceito sofrerá várias modificações ao longo dos anos, incorporando,
principalmente elementos provenientes das pesquisas quantitativas. Atualmente a
Organização Mundial do Turismo – OMT assim define a atividade do turismo:
O turismo é um fenômeno social, cultural e econômico, que envolve o
movimento de pessoas para lugares fora do seu local de residência habitual,
geralmente por prazer. (NACIONES UNIDAS / UNWTO, s/d, p. 1).
Uma definição bem mais recente foi proposta por Mathieson e Wall, citados por
Ignara (2003. p.13), para os quais o turismo poderia ser considerado como: […]
movimento temporário de pessoas para locais de destinos externos a seus lugares de
trabalho e moradia, às atividades exercidas durante a permanência desses viajantes
nos locais de destino, incluindo os negócios realizados e as facilidades, os
equipamentos e os serviços criados, decorrentes das necessidades dos viajantes.
Uma das definições brasileiras mais conhecidas de turismo é a do pesquisador
Mario Carlos Beni, que entende o turismo como [...] “um elaborado e complexo
processo de decisão sobre o que visitar, onde, como e a que preço” (Beni, 2007, p.
35).
Em termos da legislação, pode-se considerar a Lei nº 11.771 de 17 de setembro
de 2008, que dispõem sobre a Política Nacional do Turismo e o define como:
“atividades realizadas por pessoas físicas durante viagens e estadas em lugares
diferentes do seu entorno um período inferior a 1 ano, com finalidades de lazer,
negócios ou outros”.
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Também há o entendimento de que o turismo possui ciclos de vida próprios,
com fases diferentes e sequenciadas. Para Butler (1980), as destinações turísticas
tem um ciclo de vida próprio. A partir de um entendimento orgânico, o autor afirma que
há, primeiramente, um estágio de exploração da localidade. Nesse estágio o futuro
destino não possui infraestrutura específica ao atendimento dos viajantes que, em
pequenos números, não alteram o ambiente físico e social e geram pouca ou nenhuma
importância econômica para a localidade.
O segundo estágio apresentado por Butler (1980) é chamado de engajamento
ou envolvimento, pois é nesse momento que surgem algumas facilidades aos
viajantes e se inicia o processo de difusão do local.
O estágio seguinte é o de desenvolvimento. Nessa fase o mercado local, por
meio de propaganda feita em centros emissores de turistas, divulga produtos e
serviços destinados a atender à crescente demanda e, assim, a localidade se define
como um destino turístico. Nessa fase é comum que o número de turistas exceda o
número de habitantes do local.
O quarto estágio é o de consolidação, caracterizado pela diminuição do
crescimento do número de turistas e da manutenção e estabilidade do número
absoluto de visitantes – que ainda é maior do que o número de habitantes. Butler
(1980) aponta o quinto estágio como uma fase de estagnação caracterizada pela
percepção dos problemas (ambientais, sociais e econômicos) relacionados ao
elevado número de turistas em relação aos recursos disponíveis no local. Para o autor,
os problemas criados pelo turismo afastam os turistas, fazendo com que o destino
“saia da moda”. (SCÓTOLO; PANOSSO NETTO, 2014, p.41).
6
Fonte: blogdeacebedo.blogspot.com.br
7
Fonte: guia.folha.uol.com.br
8
Nos anos de 1920, a próspera capital paulista vivia uma Belle Époque, com a
inauguração de luxuosos hotéis e de imponentes palacetes, em meio a um processo
de embelezamento da cidade (Figura 3). Bons exemplos dessa fase são o Hotel
Terminus, na Avenida Prestes Maia, com mais de 200 quartos, e o Hotel Esplanada,
com 250 quartos. Construído ao lado do Teatro Municipal, o Esplanada tornou-se o
ponto de encontro da elite paulistana. Outro marco da época é o Hotel Central, na
Avenida São João, o primeiro hotel de quatro pavimentos na cidade (CNC, 2007, p.
27).
Passados cinco séculos desde o desembarque dos primeiros estrangeiros nas
terras brasileiras, o Turismo representa hoje o terceiro produto de exportação na
balança comercial brasileira, abaixo apenas da soja em grão e do minério de ferro,
com uma arrecadação em torno de US$ 4 bilhões somente com a entrada de turistas
estrangeiros. No setor doméstico, os desembarques totalizaram 24,3 milhões de
passageiros nos primeiros sete meses do ano, indicando um aumento de quase 20%
Com relação ao ano anterior. Hoje, a cadeia produtiva do turismo continua a
fazer história e a promover o desenvolvimento do Brasil. (CNC, 2007).
O turismo, uma prática social que se consolida com a modernidade, é apontado
como um dos fenômenos mais importantes de nosso tempo, acessível a cada vez
mais pessoas ávidas por viajar pelas mais diversas motivações — desfrutar momentos
de prazer, realizar negócios, cuidar da saúde ou participar de eventos num lugar
distante do habitual. Trata-se de um fenômeno histórico complexo que causa impactos
na economia, no planejamento e na gestão de localidades, nas condições de
mobilidade, nas políticas de preservação ambiental, nas relações de hospitalidade e
alteridade (CASTRO, 2013, p.2)
Apesar da recente popularização mundial da prática do turismo, o turismo rural
e pesquisas sobre tal modalidade, tem origem no final do século XIX na Europa
(Áustria e Suíça), porém, assim como outras modalidades de turismo dessa época,
estava restrito às elites. Em virtude do desenvolvimento econômico pautado na
industrialização e das conquistas trabalhistas nos países europeus, ambos ocorridos
na década de 1950, a partir do fim da Segunda Guerra, o turismo rural desponta como
atividade planejada, com destaque para a França, Espanha e Itália.
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4 TIPOS E FORMAS DE TURISMO
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Fonte: Gonçalo Lopes, 2010
6 TURISMO RURAL
Conforme afirma Sousa (2000), o turismo no meio rural é uma atividade que
deve ser economicamente sustentável, ecologicamente correta, socialmente justa e
verdadeiramente rural.
A visão simplista do rural como agrícola vai ficando totalmente superada, pelo
menos como campo de análise, já que novas funções vão sendo consolidadas e
incorporadas nas estratégias de reprodução de muitas das famílias que habitam esse
espaço. (ELESBÃO, 2007, p. 58).
O deslocamento de pessoas das áreas urbanas para as rurais, possuem
aspectos motivadores. A motivação que ocasiona o deslocamento do turista ao mundo
rural está ligada ao imaginário rural dos urbanos e à busca por espaços com valores
ecológicos, simbólicos e culturais a apreciar, bem como por lugares autênticos, com
belas paisagens, com níveis mais baixos de poluição, ruídos e agitação que as
cidades, no intuito de resgatar a nostalgia da vida próxima à natureza, a memória e
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as raízes históricas no passado, de obter novas experiências e conhecimentos.
(FUCKS; SOUZA, 2010, p. 100).
O Turismo Rural caracteriza-se por satisfazer as necessidades de todos os
envolvidos, ou seja, de quem oferece e de quem recebe, promovendo uma alternativa
de desenvolvimento para as comunidades rurais por meio da diversificação dos polos
turísticos, como oportunidade de novas fontes de renda, de diminuição do êxodo rural,
como intercâmbio cultural e consciência ecológica. (SANTOS, 2004, p. 30).
A especificidade do Turismo Rural é a produção agropecuária da propriedade
rural convertida em produto turístico.
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8 AGROTURISMO
9 DEFINIÇÃO:
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Fonte: demalaecuia.net
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10 PRINCÍPIOS DO AGROTURISMO
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11 A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA
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Fonte: br.pinterest.com
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Essas atividades não-agrícolas fazem com que o rural assuma novas funções.
Dentre as “novas funções” do campo que ganham cada vez mais destaque estão as
atividades de lazer, como o turismo em área rural, segundas residências e
aposentadorias rurais.
Entretanto, as relações entre o rural e o urbano não foram sempre,
historicamente, definidas pela heterogeneidade ou pela polaridade, mas sim pelo tipo
de sociedade, agrária ou urbana que vivia em determinado espaço.
Mesmo os conceitos que se poderiam pensar os mais precisos e objetivos são
calcados nas representações várias existentes sobre o aspecto da realidade que se
pretende conceituar. Assim, por exemplo, o conceito de rural utilizado nas pesquisas
do IBGE (PNADs, Censos...) é o seguinte: o que o município define como rural em
seu plano diretor.
Ora, o plano diretor do ordenamento espacial dos municípios é elaborado por
uma equipe de técnicos, mas é submetido à aprovação das câmaras municipais. Ou
seja, são critérios políticos que definem, em última análise, o que é urbano e o que é
rural.
E os políticos não decidem com base em critérios racionais, mas com base na
tradição e nas representações que eles têm do que é o rural, já que esta história de
fazer conceitos precisos e objetivos é um problema das ciências sociais e não da
política. Concluindo, podemos dizer que o conceito de rural está passando por uma
reelaboração (SIQUEIRA; OSÓRIO, 2001, p. 77).
Diversos autores escreveram sobre o turismo rural. Você saberia definir o que
é “meio rural”? Considera-se território rural um espaço físico, geralmente contínuo,
compreendendo cidades e campos (terrenos fora do perímetro urbano em que
geralmente predominam as atividades agrícolas ou as pastagens de gado),
caracterizados por critérios multidimensionais, como: ambiente; economia; sociedade;
cultura; política e instituições; uma população que, como em todos os lugares do Brasil
e do mundo, possui grupos sociais diferentes e se relaciona e interage com o meio.
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Fonte: www.smartkids.com.br
Tais critérios fazem com que os territórios rurais se diferenciem dos territórios
urbanos, principalmente pela destinação da terra, ou seja, pelo uso que se faz dela,
notadamente direcionado para as práticas agrícolas, e pela noção de ruralidade, ou
seja, o valor que a sociedade contemporânea atribui ao meio rural e que contempla
as características mais gerais desse meio: a produção; a paisagem e a biodiversidade
(a variedade de espécies animais e vegetais); a cultura e um modo de vida típicos,
identificados pelas atividades agrícolas, pela cultura comunitária e pela identificação
com os ciclos da natureza. Também podemos definir turismo no meio rural como:
"Todas as atividades praticadas no meio não urbano, que consistem em
atividades de lazer no meio rural em várias modalidades definidas com base na oferta:
agroturismo; turismo ecológico ou ecoturismo; turismo de aventura; turismo de
negócios; turismo de saúde; turismo cultural; turismo esportivo, atividades estas que
se complementam ou não". (GRAZIANO DA SILVA et al., 1998: 14).
A base do conceito é a dimensão econômica, o rural se caracteriza por um
determinado tipo de atividade: a produção de alimentos através da criação de plantas
e de animais. A esta atividade econômica, estão vinculados todos os outros traços
que caracterizariam o rural, como a diferença ambiental, já que no rural o contato com
a natureza é direto e constante, e a própria atividade econômica que lhe é peculiar é
realizada ao ar livre (SIQUEIRA; OSÓRIO, 2001).
21
Fonte: meioambiente.culturamix.com
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14 CARACTERIZAÇÃO DO TURISMO RURAL
A paisagem rural – também composta pelo ser humano, sua cultura, suas
práticas sociais e de trabalho – é um dos principais fatores de atratividade do Turismo
Rural. As principais características dessa atividade referem-se a elementos,
condições e aspectos que compõem a paisagem rural e configuram a ruralidade e
seus principais atrativos. Conhecer essas características é fundamental para se
entender a real diferença entre o chamado Turismo no Espaço Rural e o Turismo
Rural (LOTTICI KRAHL, 2003, p.49 e 50). Elas podem ser abordadas sob a
seguinte síntese:
a) Quanto à escala
.
Fonte: noticias.uol.com.br
23
b) Quanto à localização
Fonte: romanticoschales.com.br
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Segundo Perkins e Zimmerman (1995), o empoderamento é uma construção
que liga forças e competências individuais com sistemas naturais e organizacionais
de ajuda. Importará, portanto, desenvolver comportamentos proativos de mudança
social, envolvendo organizações e recursos em torno da construção de comunidades
responsáveis. O caminho será o da intervenção social e comunitária com indivíduos e
organizações, consubstanciada em projetos de desenvolvimento, de combate à
exclusão social, de promoção de direitos, desenhados no, e para, os âmbitos local e
regional (GONÇALVES et al, 2013).
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O desenvolvimento da atividade rural tem que começar com a conscientização
de que é importante preservar e cuidar, para que se possa explorar deixando que
gerações futuras possam também preservar, cuidar e explorar. Percebemos que a
atividade rural vem sendo desenvolvida muitas das vezes, sem a consciência da
importância da preservação e o cuidado de causar o mínimo dando ao meio ambiente.
Sabemos que atualmente todos procuram meios de agregar valores aos seus
produtos, buscar novas fontes de renda a sua produção, sobreviver das suas
atividades, mas, sem esquecer-se da importância da preservação daquilo que
exploram, para que continue sustentável.
Desta forma, a quatro elementos-chave que configuram a sustentabilidade
(economia, cultura, sociedade e meio ambiente) devem envolver o turismo nas áreas
rurais com uma importância redobrada, nutrindo e enriquecendo o desenvolvimento
da atividade turística, ao mesmo tempo em que se configuram na matéria-prima da
atividade, isto é, nos próprios recursos que favorecem e influenciam na demanda para
o meio rural (Figura 12).
27
A limitação das capacidades de carga dos atrativos – naturais e
socioculturais;
a atuação sobre as infraestruturas e equipamentos, adaptando-as aos
recursos turísticos a fim de preservá-los contra possíveis agressões, dentre
outros.
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Fonte: www.mda.gov.br
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ampliando os índices de dominação, exploração, degradação e alienação, já tão
comuns na sociedade atual.
As populações rurais da que trabalham no agroturismo buscam reinserção
econômica, social, política e até tecnológica, pela sua reafirmação, redefinição e
atualização de seus modos de vida e construção de alternativas.
Fonte: www.mda.gov.br
Fonte: www.noticiasjp.com
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e das tradições. Essas são reinterpretadas e reconfiguradas no presente, porém,
mantendo-se o substrato que lhe deu origem (SILVA, 2010, p. 3).
32
17.2 Estrutura e funcionamento da unidade de produção
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esse destino oferece. Ele primeiro decide se deseja praticar atividades de aventura ou
vivenciar atividades rurais, ou ainda, visitar monumentos históricos e culturais etc.,
entre as inúmeras possibilidades. Na sequência, ele opta pelo destino turístico que
proporcione as atividades e experiências escolhidas.
Existe outro tipo de oferta turística: a oferta turística técnica. Ela é composta
pelos equipamentos e serviços existentes no destino, que dão suporte para o
desenvolvimento da atividade turística, como: meios de hospedagem, meios de
alimentação fora do lar, agências de turismo receptivo, manifestações culturais,
artesanato, serviços de apoio ao turista, entre outros.
Oferta Oferta
Circuito
turística turística
turístico
diferencial técnica
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Existe uma tendência atual na busca do natural, do orgânico, do particular,
fatores que contribuem para a valorização do Turismo Rural. Dessa forma, os
elementos que o caracterizam devem ser estimulados visando se aprimorar as
atividades, os produtos e serviços ofertados pelas propriedades rurais.
A paisagem, a natureza, a cultura, o modo de vida das comunidades
tradicionais; os processos produtivos, a proximidade e a hospitalidade são os
principais fatores de atratividade do Turismo Rural. Neste sentido, é preciso identificar,
na região e no âmbito das propriedades rurais, os atrativos capazes de materializar
as expectativas e os desejos dos turistas. É preciso, ainda, explorar algumas
possibilidades oferecidas pelo Turismo Rural, as quais devem ser convertidas em
vantagens práticas:
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18.3 c) Propriedades rurais geralmente estão localizadas próximas aos núcleos
emissores:
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O perfil do turista que procura pelo turismo rural, enquadra-se como
mediocêntricos: pessoas motivadas pela quebra da rotina, busca pelo descanso,
aventura, gastronomia e tratamento de saúde; e experimentais: desejam conhecer e
experimentar modos de vida diferentes. As características destes perfis é a busca por
vivenciar novos jeitos de vida, e também a quebra da rotina, fatores encontrados nas
propriedades rurais, que desenvolvem a atividade turística. Outro fator que caracteriza
os turistas que buscam por esta atividade é o contato com a natureza (Mtur, 2010).
A atividade turística de vivência é geradora de novas experiências pessoais e
sensoriais. Ela promove o encontro com a história, com a cultura, com os valores,
sabores, momentos e àquele sentimento bucólico ao qual só o campo nos remete.
Nesse sentido, Sun Tung e Ritchie, (2011, p.1369) afirmam que o papel central dos
planejadores do turismo é: ''Facilitar o desenvolvimento de um ambiente (ou seja, o
destino) que aumenta a probabilidade de que os turistas podem criar suas próprias
experiências memoráveis de turismo”. Os autores ainda definiram experiência turística
como.
Uma avaliação individual subjetiva (afetiva, cognitivo e comportamental) de
eventos relacionados à sua atividade turística que começa antes (ou seja,
planejamento e preparação), durante (ou seja, no destino), e depois da viagem (ou
seja, o recolhimento). (Sun Tung e Ritchie, 2011, p. 1369).
Fonte: www1.folha.uol.com.br
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Por fim, o turismo no mundo rural e suas nuances vem apresentando
considerável crescimento e pode ser uma alternativa para a sustentabilidade e
sobrevivência dos pequenos agricultores, pois incentiva a diversificação das
atividades no campo e gera trabalho para os membros da família, mas não se deve
esquecer que uma atividade como esta deve ser bem planejada, com participação de
todos os atores envolvidos, para evitar impactos irreversíveis à natureza, e,
principalmente no que diz respeito à cultura e tradições locais.
21 ESTRUTURA TURÍSTICA
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22 SERVIÇOS OFERECIDOS E ATIVIDADES PRATICADAS PELO VISITANTE
O meio rural oferece uma série de serviços e atividades aos seus visitantes.
Neste item, apresentam-se alguns serviços e equipamentos turísticos, bem como
atividades turísticas que podem ser desenvolvidas nas propriedades rurais ou na
região:
a) Serviços e equipamentos turísticos: serviços, edificações e instalações
indispensáveis ao desenvolvimento da atividade turística e que existem em função
dela:
Hospedagem – estabelecimentos que oferecem alojamento e serviços
necessários ao conforto do hóspede. No Turismo Rural, as maiores frequências
são fazenda-hotel/ hotel-fazenda, hospedagem domiciliar (quarto nas
propriedades rurais, cama e café, alojamento) e pousada;
Alimentação – pode ser oferecida por restaurantes tradicionais ou por
propriedades rurais, que geralmente oferecem café colonial, almoço e jantar
com pratos típicos, degustação de produtos caseiros;
Guiamento, condução e recepção – atendimento e orientação ao turista
individual ou em grupo, via centro de informações turísticas, agências e
operadoras de turismo receptivo, guias ou condutores locais (muitas vezes os
próprios agricultores, artesãos ou proprietários rurais);
Transporte no local – serviços específicos para deslocamento no
destino: ônibus de excursão, vans, traslados, bem como veículos rurais
(passeio de trator, de charrete).
b) Atividades que podem ser praticadas pelo visitante: atividades cuja prática
estão relacionadas ao meio rural, encontradas nas propriedades rurais brasileiras:
Atividades agropecuárias
Agricultura – cultivo de espécies vegetais úteis para a alimentação
humana e animal ou como matéria-prima para indústria têxtil, farmacêutica etc.
Plantação de cereais, frutas, hortaliças, leguminosas etc.;
Criação de animais – inclui todos os tipos de manejo de animais:
bovinocultura, caprinocultura, ovinocultura, suinocultura, piscicultura etc.
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Atividades de transformação – referem-se à transformação de matéria-
prima vegetal, animal ou mineral: produção agroindustrial (compotas, doces,
bebidas, farinhas, panificação, laticínio, ervas, polpas) ou manual (facas, panos
e bordados, mesas, instrumentos musicais);
Atividades ecoturísticas – atividades de interação com a natureza, que
incentivem o comportamento social e ambientalmente responsável: trilhas,
observação da fauna (pássaros, borboletas, jacarés, peixes) e da flora
(espécies vegetais nativas, parques, etc.), caminhadas na natureza, trilhas,
banhos de cachoeiras e rios, cicloturismo;
Aventura – atividades recreativas e não competitivas que envolvem
riscos controlados e assumidos: arvorismo, bóia-cross, rapel, tirolesa,
montanhismo, mountain-bike, trekking, turismo fora de estrada;
Atividades interativas com gado – abrangem atividades que envolvam a
interação do homem com cavalo, jumento, burro, boi, carneiro etc para
desempenho de alguma lida no campo ou para lazer, esporte e aventura:
ordenha, cavalgadas, campeadas, torneios, comitivas, tropeadas ou outras
denominações regionais, passeios de carroça, rodeio, hipismo;
Pesca – compreende a prática da pesca amadora: pesque-pague, pesca
em rios, lagos, represas;
Atividades esportivas – compreendem os jogos e disputas competitivas,
com a presença de normas definidas: corrida de moto, de bicicleta, de aventura,
rali, canoagem, caça e tiro;
Atividades pedagógicas – atividades de cunho educativo que auxiliam
no processo ensino-aprendizagem, comumente promovidas por escolas e
realizadas pelos respectivos grupos de estudantes. É o chamado Turismo Rural
Pedagógico, um recurso motivador de aprendizagem, capaz de auxiliar na
formação dos alunos - reforçando conceitos como o de cidadania, consciência
ambiental e patrimonial – e de fornecer experiências de vida em grupo: aulas
práticas interpretativas do ambiente, palestras informativas, vivências e
experiências variadas nos ambientes visitados, incluindo participação em
colheitas, ordenhas, trato de animais;
Atividades culturais
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Manifestações populares – acontecimentos ou formas de expressão
relacionados à música, dança, teatro, artes plásticas, literatura, folclore, saberes e
fazeres locais, práticas religiosas ou manifestações de fé: rodas de viola, folia de reis,
crenças, catira, rezas, novenas, “contação de casos”;
Fonte: g1.globo.com
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23 QUALIDADE DE SERVIÇOS NO AGROTURISMO
Fonte: www.booking.com
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diretamente à atividade do turismo em área rural, e algumas iniciativas neste sentido
começam a ser discutidas e implementadas em alguns lugares (Figura 22).
A qualidade de serviço percebida pelo cliente pode ser considerada como um
julgamento sobre a superioridade desse serviço que é o resultado das diferenças entre
as expectativas e as percepções do cliente (Parasuraman et al., 1985;
Grönroos, 1990). Cronin e Taylor (1922; 1994) defendem que a qualidade do
serviço deveria estar baseada nas percepções do cliente relativamente aos serviços
prestados. Para Albrecht e Bradford (1992) a qualidade representa a capacidade que
um serviço tem para satisfazer uma necessidade, para resolver um problema ou para
fornecer valor acrescentado.
Apesar das várias definições sobre o que qualidade realmente significa, um
denominador comum sobressai: a satisfação das necessidades dos clientes. Assim,
pode concluir que a qualidade está fortemente relacionada com a satisfação dos
clientes e está é alcançada quando as expectativas dos clientes igualam ou superam
as suas experiências e percepções (MOREIRA, 2010).
O Plano Nacional do Turismo (PNT) para 2003 a 2007, desenvolvido pelo
ministério do turismo, traz em seu conjunto de programas um pacote voltado para a
questão da qualidade, denominado macro programa de qualidade do produto turístico.
Abrangem duas vertentes, uma delas relacionada à normatização da atividade
turística e outra, referente a um programa de qualificação profissional.
A ABRATURR — Associação Brasileira do Turismo Rural desenvolveu um
programa de capacitação com foco na qualidade, que foi incorporado pelo Ministério
do Turismo e foi apresentado no documento Diretrizes para o Desenvolvimento do
Turismo Rural no Brasil (2003). Este documento propõe como sua quinta diretriz a
capacitação voltada para a preparação de agentes e atores envolvidos na atividade
para atuarem voltados para a qualidade. Indica como estratégias a identificação das
diferentes necessidades de capacitação; a avaliação de programas, metodologias e
possíveis parceiros; a elaboração conjunta de políticas, programas e projetos
específicos de profissionalização; a promoção de 47 cursos de qualificação e
aperfeiçoamento profissional; o apoio e promoção de cursos e seminários de
capacitação em desenvolvimento local e regional; o apoio e promoção de eventos
locais, regionais, nacionais e internacionais.
45
24 AGROINDÚSTRIA
Fonte: www.emater.pr.gov.br
46
agroindústrias familiares com as exigências dos grandes circuitos de mercado,
pautada pela padronização e regularidade no fornecimento (SIVEIRA, 2010).
Junto a isso, vieram exigências sanitárias buscando a legalização dos
empreendimentos de processamento artesanal de alimentos, através de investimento
em instalações e equipamentos, exigidos pela legislação sanitária vigente.
A pressão da legislação sanitária vigente leva a um processo de substituição
de procedimentos artesanais de produção por procedimentos industriais, onde o
fundamento é a padronização do produto, a garantia de que aquela marca não
apresenta variação nem em qualidade, nem em características do produto, devido a
procedimentos técnicos e operações de máquinas sob rígido controle, enquanto o
artesanal é o império do como fazer, da variável humana, da diferenciação (Silveira;
Heinz, 2005).
Nesse contexto, surge o problema com a inflexibilidade da legislação diante de
uma pequena escala de produção e um consumo quase imediato, situação da
produção artesanal desenvolvida na agricultura familiar. Associando qualidade a
estrutura física, a legislação condena esta produção artesanal à informalidade, pois
seria necessário um investimento necessário para sua regularização, além de suas
possibilidades e interesse.
E, justamente nas pequenas unidades de processamento de alimentos, “a
qualidade dos alimentos (...) está mais ligada à qualidade da matéria prima, à saúde
e higiene das pessoas que manipulam os alimentos, à higiene das instalações, ao
fluxograma operacional dos trabalhos da agroindústria etc.” (PREZZOTTO, 2002, p.9).
Diante de tal realidade, “a questão fundamental é quais critérios de qualidade
devem ser adotados em circuitos locais e regionais de produção, distribuição e
consumo, considerando que seu contexto é diverso da base epistêmica de que parte
a legislação sanitária” (SILVEIRA & ZIMERMANN, 2004, p. 219).
Dessa forma, uma série de estratégias implementadas no sentido de buscar a
viabilização econômica das propriedades rurais e que, ao mesmo tempo, podem
aumentar a atratividade turística de determinados territórios, a saber:
-Beneficiamento e processamento mínimo de matérias-primas de origem
animal ou vegetal, transformando-as em embutidos, conservas, produtos lácteos,
compotas, bebidas, artigos de vestuário, decorativos, utilitários etc. Esses processos
47
agregam valor e qualidade à produção agropecuária ou ao extrativismo, além de servir
como aproveitamento do excedente.
Fonte: www.sul21.com.br
48
25 AGROINDUSTRIA: PRODUTOS ORGÂNICOS
Fonte: www.portaldoagronegocio.com.br
49
c) Os procedimentos complexos de importação e questões envolvendo os
procedimentos de avaliação da conformidade como a certificação de produtos e a
acreditação de OC’s de produtos precisam ser reconhecidos pelos compradores;
d) Os efeitos dos subsídios e de outras medidas de apoio nos PAR sobre a
competitividade dos produtos orgânicos dos PBR, que competem com produtos
orgânicos produzidos localmente ou regionalmente, são problemas preocupantes;
e) A preferência dos consumidores dos PAR pelos produtos locais e o
reconhecimento da garantia da conformidade ligada a reputação de marcas
comerciais locais é uma realidade nos PAR, principalmente em alguns países da
União Europeia (UE);
f) É preciso distinguir analiticamente duas categorias de sistemas de AO: a
produção orgânica certificada, inspecionada, verificada e atestada como tal e a
produção orgânica de fato (BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO, 2007).
26 SISTEMAS
27 NORMATIZAÇÃO
50
dois ou três anos (IFOAM, 2002). Após discussão por nove anos, ao fim da década
de 1990, a Comissão do Codex Alimentarius (Codex Alimentarius Commission – CAC)
estabeleceu diretrizes internacionais para produção vegetal e processamento de
produtos da agricultura orgânica, e para produção animal em 2001 (CAC/GL 32, 1999,
rev. 2001).
A legislação brasileira estabelece três instrumentos para garantir a qualidade
dos alimentos: a certificação por auditoria, os sistemas participativos de garantia e o
controle social para a venda direta sem certificação.
Os agricultores que buscarem a certificação por auditoria ou participativa
poderão utilizar o selo oficial nos seus produtos. O selo é fornecido por organismos
de avaliação de conformidade credenciados pelo Ministério da Agricultura. Eles são
os responsáveis pelo acompanhamento e fiscalização dos produtos.
Os grupos de agricultores familiares que quiserem atuar na venda direta
recebem uma declaração de cadastro emitida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento - Mapa. O governo federal tem estimulado, em parceria com
entidades públicas e privadas, a difusão da agricultura orgânica com cursos de
capacitação, promoção de feiras orgânicas para o escoamento dos produtos e
certificação da produção. A certificação garante a origem e a forma produtiva do
alimento que chega ao consumidor, atestando que a produção está em harmonia com
o meio ambiente.
Assim, para que possam comercializar seus produtos no Brasil com
"Orgânicos", os produtores devem se regularizar de uma das formas a seguir:
Obter certificação por um Organismo da Avaliação da Conformidade
Orgânica (OAC) credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - MAPA; ou
Organizar-se em grupo e cadastrar-se junto ao MAPA para realizar a
venda direta sem certificação.
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28 CERTIFICAÇÃO
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O sucesso da utilização da estratégia de certificação de frutas, legumes e
verduras depende da capacidade de monitoramento, poder de exclusão e reputação
da organização externa escolhida para garantir a conformidade com os padrões
adotados pelo varejo moderno. O domínio dos supermercados na comercialização de
alimentos e a crescente concentração do varejo, com grandes redes internacionais
adquirindo supermercados brasileiros, têm levado à internacionalização de padrões,
o que pode induzir ao entendimento de que, em pouco tempo, a certificação deixará
de interessar apenas a produtos exportáveis e assumirá importância também para os
produtos de consumo interno. Ou seja, quem não produzir com qualidade não
conseguirá espaço para seu produto, nem mesmo no mercado interno (MACHADO,
2002, p. 64).
Para conseguir a certificação é preciso seguir alguns passos e se adequar as
modificações exigidas atualmente pela legislação brasileira.
Fonte: www.projetosegundafeira.com.br
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Desde 2011 foram oficializados três diferentes formar de “certificar” o produto
orgânico. Reparem nas aspas, pois cada tipo tem, como resultado, diferentes formas
de mostrar ao consumidor que o produto é orgânico (Figura 27).
A primeira forma foi denominada Certificação, que nada mais é do que uma
forma de avaliar a qualidade dos produtos orgânicos. O mecanismo da certificação se
dá por meio de empresas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. Essas
empresas realizam inspeções e auditorias, seguindo procedimentos básicos
estabelecidos por normas reconhecidas internacionalmente e, é claro, adequadas à
legislação em vigor. Um desses procedimentos básicos é não ter nenhum tipo de
ligação com o processo produtivo que estão avaliando (CERVEIRA, 2015).
A segunda forma é denominada Sistemas Participativos de Garantia
(SPG), caracterizados pelo controle social e pela responsabilidade solidária, podendo
abrigar diferentes métodos de geração de credibilidade adequados a diferentes
realidades sociais, culturais, políticas, territoriais, institucionais, organizacionais e
econômicas. O controle social é feito por intermédio da geração de credibilidade,
necessariamente reconhecido pela sociedade, organizado por um grupo de pessoas
que trabalham com comprometimento e seriedade. Ele é estabelecido pela
participação direta dos seus membros (consumidores, produtores) em ações coletivas
para avaliar a conformidade dos fornecedores aos regulamentos técnicos da produção
orgânica, ou seja, avaliar o comprometimento dos produtores com as normas exigidas
para esse tipo de produção. Já a responsabilidade solidária acontece quando todos
os participantes do grupo se comprometem com o cumprimento das exigências
técnicas para a produção orgânica e responsabilizam-se de forma solidária nos casos
de não cumprimento delas (CERVEIRA, 2015).
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Fonte: www.toninhovespoli.com.br
29 INDICAÇÃO GEOGRÁFICA
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savoir-faire). O Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI é a instituição que
concede o registro e emite o certificado (BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
2015).
A Indicação Geográfica (IG) é usada para identificar a origem de produtos ou
serviços quando o local tenha se tornado conhecido ou quando determinada
característica ou qualidade do produto ou serviço se deve a sua origem. No Brasil,
existem duas espécies ou modalidades de Indicação Geográfica: “Indicação de
Procedência (IP)” e “Denominação de Origem (DO)”. (BRASIL. MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, 2015).
A Lei da Propriedade Industrial 9.279 de 14 de maio de 1996 – LPI/96,
considera indicação geográfica a indicação de procedência e a denominação de
origem, dando ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI, a competência
para estabelecer as condições de registro das indicações geográficas no Brasil (INPI,
2015).
A indicação de procedência refere-se ao nome do local que se tornou
conhecido por produzir, extrair ou fabricar determinado produto ou prestar
determinado serviço (INPI, 2015).
A denominação de origem refere-se ao nome do local, que passou a designar
produtos ou serviços, cujas qualidades ou características podem ser atribuídas a sua
origem geográfica (INPI, 2015)
A relação entre Indicação Geográfica e território é apresentada por Jeziorny
(2009, p. 148): “Concluímos que as indicações geográficas e o território formam uma
espécie de simbiose, pois não existe indicação geográfica sem o território, ao passo
em que o próprio território pode se desenvolver por meio da construção de uma
indicação geográfica”. Assim, a IG se constitui, segundo as normas brasileiras, em um
ato declaratório que, de acordo com sua tipologia, será uma Indicação de Procedência
ou uma Denominação de Origem.
É possível entender, então, que, quando um território possui um produto ou
serviço com diferencial e que este possa ser declarado como IG, são gerados
impactos não somente aos produtores e à cadeira produtiva ligada ao produto com
IG, mas para todo território circundante. Assim, os produtos que possuem Indicação
Geográfica são capazes de gerar um incremento no preço de venda e, com isso,
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contribuir para a agregação de renda e ainda corroborar economicamente o
desenvolvimento territorial.
Agora vamos entender passo a passo como proceder para solicitar a Indicação
Geográfica segundo o Guia básico de indicação geográfica, do Instituto Nacional de
Propriedade Industrial – INPI.
29.1 1) Entenda
Com a documentação pronta e a Guia paga, você pode fazer o pedido na sede
do INPI, no Rio de Janeiro (Rua Mayrink Veiga, 9 - térreo), ou na representação do
INPI em seu estado na representação do INPI em seu estado. Você também pode
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fazer a solicitação por via postal, com aviso de recebimento. O endereço é Rua
Mayrink Veiga, 09, 21º andar - Centro do Rio de Janeiro - CEP é 20090-910.
29.5 5) Acompanhe
Fonte: loja.ibge.gov.br
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Os processos de comercialização e distribuição de produtos orgânicos são
complexos. Eles envolvem processos de limpeza, classificação, embalagens
informativas e distribuição pulverizada para atingir os consumidores que ainda estão
se formando, além de driblar os grandes atacadistas cujo critério tem, em grande
parte, base em quantidade e preço.
O Ministério da Agricultura divulgou, em janeiro de 2016, números sobre o
mercado de orgânicos no País. Em 2014, a agricultura orgânica movimentou cerca de
R$ 2 bilhões e a expectativa é que, em 2016, esse número alcance R$ 2,5 bilhões,
segundo o setor (BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2016). Em 2015, o
faturamento do setor foi estimado em R$ 2,5 bilhões.
Nas últimas cinco temporadas, o lucro com produtos considerados saudáveis
dobrou e atingiu a marca de US$35 bilhões. “A estimativa é de que este mercado
continue com o crescimento na ordem de 35- 40% ao ano. O setor está em plena
ascensão e deve permanecer assim no futuro”, avalia Ming Liu, Coordenador
Executivo do Organics Brasil.
Principal responsável pela comida que chega às mesas das famílias brasileiras,
a agricultura familiar responde por cerca de 70% dos alimentos consumidos em todo
o País. O pequeno agricultor ocupa hoje papel decisivo na cadeia produtiva que
abastece o mercado brasileiro: mandioca (87%), feijão (70%), carne suína (59%), leite
(58%), carne de aves (50%) e milho (46%) são alguns grupos de alimentos com forte
presença da agricultura familiar na produção (BRASIL. MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, 2015).
Atualmente, há 11.084 produtores no Cadastro Nacional de Produtores
Orgânicos, gerenciado pelo Mapa. O banco de dados é liderado pelos estados do Rio
Grande do Sul (1.554), São Paulo (1.438), Paraná (1.414) e Santa Catarina (999). A
área de produção orgânica no Brasil abrange 950 mil hectares. Nela, são produzidas
hortaliças, cana-de-açúcar, arroz, café, castanha do Brasil, cacau, açaí, guaraná,
palmito, mel, sucos, ovos e laticínios. O Brasil exporta para mais de 76 países. Os
principais produtos exportados são açúcar, mel, oleaginosas, frutas e castanhas
(BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2015).
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31 PREÇOS DOS ORGÂNICOS
32 ESTRUTURA DE MERCADO
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Fonte: aguadachuva.files.wordpress.com
33 AGROINDÚSTRIA DO QUEIJO
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Brasil. A Agroindústria Rural de Pequeno Porte se insere como uma alternativa para
reversão das condições sociais desfavoráveis no meio rural através da agregação de
valor.
A pequena indústria traz a possibilidade de gerar renda e ocupação. Moreira
Júnior (1999) citado por Bortoli Neto e Moreira Júnior (2001) apresenta a empresa
familiar como uma organização em que tanto a gestão administrativa quanto a
propriedade são controladas, na sua maior parte, por uma ou mais famílias, e dois ou
mais membros participam da força de trabalho, principalmente os integrantes da
diretoria.
Fonte:economia.uol.com.br
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do estado: Serro, no Nordeste; Serra da Canastra, na região central; Salitre/Alto
Parnaíba, ou Serra do Oeste; e Araxá, no Triângulo Mineiro.
A Serra da Canastra localiza-se na região sudoeste de Minas Gerais, na qual
estão inseridos os municípios onde é produzido o típico queijo da Canastra: Bambuí,
Madeiros, Piumhi, São Roque de Minas, Tapiraí, Vargem Bonita e Delfinópolis – e
reúnem perto de 1.500 produtores, de acordo com a Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural – Emater – MG (Figura 33).
Fonte: economia.uol.com.br
Juntos, esses sete municípios produzem uma média de 6.000 toneladas por
ano, em uma área de 7.452 km². Cerca de 30 desses produtores já estão cadastrados
para ter o selo de inspeção do Instituto Mineiro de Agropecuária e do Sistema
Brasileiro de Inspeção (Sisbi). Equivalente ao SIF (Secretaria de Inspeção Federal),
esse selo permite a venda em todo o território nacional, mas não a exportação
(TIEPPO, 2015).
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A marca - Região do Queijo da Canastra, que contempla a iguaria tombada
como Patrimônio Cultural e Imaterial Brasileiro, e certificada pelo Instituto Nacional de
Propriedade Industrial (INPI) com o selo Indicação Geográfica (IG), na modalidade
Indicação de Procedência (IP), que garante sua origem, já é conhecida em todo o
país.
34 MERCADO MINEIRO
Fonte: www.abiq.co
35 TURISMO CULTURAL
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caracterizam o modo de ser e de viver de um povo com suas características
singulares. Explicitando melhor, Barreto (2000) diz que:
O turismo cultural no sentido mais amplo seria aquele que não tem como
atrativo principal um recurso natural. As coisas feitas pelo homem constituem a oferta
cultural, portanto turismo cultural seria aquele que tem como objetivo conhecer os
bens materiais e imateriais produzidos pelo homem. (BARRETO, 2000, p. 21).
Fonte: www.turismo.pr.gov.br
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ideias e criações que ele pode assimilar ou não, em seu contato com novas realidades
e convivências diferentes (CAMPOS et al, 2012).
Fonte: www.flickr.com
36 ARTESANATO
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realizada pelo SEBRAE (1999), a identidade de um país é, em grande parte medida,
construída com elementos recorrentes em seus produtos e serviços, sejam estes de
origem industrial ou artesanal.
Fonte: www.nordestecerrado.com.br
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Dentre os atrativos culturais o artesanato vem se destacando
consideravelmente no setor turístico por ser um produto de grande valor histórico-
cultural. Conforme Ribeiro (2003), a primeira mais importante condição de atração
turística é sem dúvida, a beleza e a diversidade ambiental e cultural de locais
receptivos e as regiões brasileiras manifestam o que tem de mais rico e diversificado
destes aspectos (FRANÇA, 2005).
Liberdade e diversidade são atributos do trabalho criativo, são também palavras
que podem definir nosso tempo. A esses valores agregamos a qualidade.
Entendendo-se está como sinônimo de pesquisa e inovação no conceito, na forma e
na escolha de materiais e de técnicas, é também qualidade de execução, respeito à
ecologia e uma dose de poesia. Podemos dizer que, hoje, também faz parte da
qualidade uma atenção às raízes culturais do próprio país, ou região (FRANÇA, 2005).
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extensionista, e considerando as relações de gênero, raça e etnia são um dos
objetivos do trabalho artesanal.
Segundo pesquisa do Sebrae sobre o perfil do artesão brasileiro, 41% possuem
ensino médio completo, 20% ensino fundamental completo e 20% ensino superior
completo (Figura 37).
Quanto a profissão principal, 60% dos entrevistados tem o artesanato como
principal fonte de renda. E no tocante a participação familiar no empreendimento, 33%
conta com essa colaboração.
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BIBLIOGRAFIA
RIBEIRO, M. Turismo rural em Portugal. In: ALMEIDA, J. A.; RIEDL, M., FROEHLICH,
J.M., (Ed). Turismo rural e desenvolvimento sustentável. Santa Maria: Departamento
de Extensão Rural/UFSM, 1998. p. 169-190
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