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paradigmas científicos
(dominante e emergente) em
Boaventura de Sousa Santos
Breve Biografia
O Nasceu em Coimbra-Portugal, em 15 de Novembro de 1940. Doutor em
Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973),
O Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
O É Diretor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra,
Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa e
membro do Núcleo Democracia, Cidadania e Direito (DECIDe) do CES.
O Dirige o projecto de investigação ALICE - Espelhos estranhos, lições
imprevistas, definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências
o mundo e é financiado pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC), um dos
mais prestigiados e competitivos financiamentos internacionais para a
investigação científica.
O Autor de livros em português, inglês, francês, espanhol e italiano.
O Temas: Epistemologia, sociologia do direito, teoria pós-colonial, democracia,
interculturalidade, ciência, globalização, movimentos sociais, direitos humanos
www.boaventuradesousasantos.pt
OBJETIVOS DE UM DISCURSO
SOBRE AS CIÊNCIAS
Reflexão crítica sobre as características fundamentais
do paradigma teórico dominante da ciência:
1) Teoria representacional da verdade;
2) Privilégio das explicações causais da realidade
(leis científicas);
3) Dissociação rígida entre ciências naturais e
ciências humanas;
4) Limites do rigor científico;
5) Objetividade X Neutralidade.
O .Análise da crise da ciência produzida sob o paradigma
dominante.
O Esboço dos contornos do paradigma científico que
nasce da transição paradigmática.
O . Contexto de Transição Paradigmática –
aprofundamento da ciência leva ao questionamento e à
transformação científica
O Incerteza e perplexidade levam ao retorno das questões
simples: Russeau –
O O progresso da ciência e das artes contribuirá para
purificar ou corromper os nossos costumes?
O Do Século XVIII ao Século XX - Qual o progresso
científico que queremos? O filtro das ciências
enriquece ou empobrece as nossas vidas?
O Pretensão totalitária – Nova visão de vida e do
mundo empunhada por Copérnico, Kepler,
Galileu, Newton, Descartes e Bacon. Critérios
epistemológicos para traçar segregações (o
epistemicídio):
O A) Ciência X Senso Comum;
O B) Homem X Natureza;
O C) Sujeito X Objeto. Matemática: lógica
perfeita do conhecer (Descartes). Conhecer é
quantificar e reduzir a complexidade
O Primado da Causalidade – A legislação sobre o
mundo. Irrelevância do tempo absoluto e do
espaço absoluto.
O O resultado será repetido independentemente
dessas condições. Ordem e estabilidade do
mundo.
O Mundo-máquina previsível, regido por leis
físicas e matemáticas.
O CARACTERÍSTICAS DO PARADIGMA
DOMINANTE Mecanicismo social:
O 1º) Explicar a realidade social como uso dos
métodos e princípios epistemológicos das ciências
naturais (p. ex. positivismo naturalista de Comte;
física social e fato social de Durkheim).
O 2º) Os obstáculos das ciências sociais seriam
removidos com tempo e dinheiro suficientes.
O 3º) Compreender a realidade social por meio de
métodos próprios das ciências sociais, com
enfoque qualitativo/compreensivo (p. ex. Max
Weber);
O 4º) Ainda opera no âmbito da distinção homem X
natureza, mas busca métodos diferenciados.
O Paradigma Dominante
Cada método é uma linguagem; cada método só esclarece o que lhe convém.
A distinção entre sujeito/objeto tomou outras proporções; a distância teve que ser
encurtada.
O.
Fim da diferença entre ciências sociais e naturais.
Novas disciplinas são criadas para resolver problemas produzidos pelas antigas.
O Conclusão do autor
O Ambas as concepções de ciência social aludidas pertencem ao paradigma da
ciência moderna, ainda que a concepção mencionada em segundo lugar
represente um sinal de crise e contenha alguns dos componentes da transição
para o outro paradigma científico.
O A ciência pós-moderna, ao sensocomunizar-se, não
despreza o conhecimento que produz tecnologia,
mas entende que, tal como o conhecimento se deve
traduzir em autoconhecimento, o desenvolvimento
tecnológico deve traduzir-se em sabedoria de vida.
O É essa que assinala os marcos da prudência à nossa
aventura científica.
O A prudência é a insegurança assumida e
controlada. Tal como Descartes, no limiar da
ciência moderna, exerceu a dúvida em vez de a
sofrer, nós, no liminar da ciência pós-moderna,
devemos exercer a insegurança em vez de a sofrer.
REFERÊNCIA
SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as
Ciências na transição para uma ciência. 5. ed. - São
Paulo : Cortez, 2008.