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‡
Rodrigo Carlos Silva de Lima
Universidade Federal Fluminense - UFF-RJ
rodrigo.uff.math@gmail.com
‡
1
Sumário
2
Capı́tulo 1
Demonstração.
Demonstração.
3
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 4
a + bi r = a2 + b2 = | f (t)dt| então
a
∫ b ∫ b
iθ −iθ
u f (t)dt = re e =r=| f (t)dt|
a a
por propriedade de linearidade da integral e pela integral acima dar um resultado real,
tem-se
∫ b ∫ b ∫ b ∫ b ∫ b
uf (t)dt = Re uf (t)dt = Re[uf (t)]dt ≤ |uf (t)|dt = |f (t)|dt
a a a a a
pois |u| = 1.
é contı́nua.
g ′ (c) = f (c).
Demonstração.
Definição 3 (Caminho fechado). Um caminho é dito fechado quando o ponto final é igual
ao ponto inicial.
−γ(t) = γ(b + a − t)
Definição 8 (Caminho suave por partes). Dizemos que γ : [a, b] → A é suave por partes
se existe uma partição P = {a = t0 < t1 < · · · < tn = b} de [a, b] tal que a restrição
γ|[tk ,tk−1 ] é suave.
tem-se que
∑
n
V (γ, P ) = |∆γ(tk−1 )| ≤ M.
k=1
∑
n ∑
n ∫ tk
V (γ, P ) = |∆γ(tk−1 )| = | γ ′ (t)dt| ≤
k=1 k=1 tk−1
n ∫
∑ tk ∫ b
|γ ′ (t)|dt = |γ ′ (t)|dt
k=1 tk−1 a
∫ b
a integral é cota superior então temos V (γ) ≤ |γ ′ (t)|dt.
a
Como γ ′ é contı́nua e portanto uniformemente contı́nua em compactos, dado ε > 0
existe δ1 > 0 tal que |s − t| < δ1 implica |γ ′ (s) − γ ′ (t)| < ε. Existe δ2 > 0 tal que
|P | = max{tk − tk−1 } < δ2 ( a norma da partição ) implica
∫ b ∑
n
| |γ ′ (t)|dt − |γ ′ (vk )|∆tk−1 | < ε
a k=1
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 7
Logo temos
∫ b ∑n ∫ tk ∑n ∫ tk
′ ′ ′
|γ (t)|dt ≤ ε+ | γ (vk )−γ (t)dt|+ | γ ′ (t)dt| ≤ ε+ε(b−a)+V (γ, P ) ≤ ε(1+b−a)+V (γ)
a k=1 tk−1 k=1 tk−1
∑
n ∫ tk
onde na integral | γ ′ (vk ) − γ ′ (t)dt| usamos desigualdade com a continuidade uni-
tk−1
k=1
∫ b ∫ b
′
forme. Logo temos também que |γ (t)|dt ≤ V (γ) e V (γ) ≤ |γ ′ (t)|dt então
a a
∫ b
|γ ′ (t)|dt = V (γ).
a
∑
|I − ψ(sk )[γ(tk ) − γ(tk−1 )]| < ε
Demonstração.
tal integral existe pois f (γ(t)).γ ′ (t) é contı́nua em [a, b] (γ ′ (t) é contı́nua, f é contı́nua,
logo a composição e o produto são contı́nuas, implicando que o resultado é uma função
contı́nua. )
∫ ∫ ∫
α1 ψ1 + α2 ψ2 = α1 ψ1 + α2 ψ2 .
γ1 γ1 γ1
∫ ∫ ∫
psi1 = α1 ψ1 + α2 ψ1 .
α1 γ1 +α2 γ2 γ1 γ2
Demonstração.
∫ b ∑
n
ψdγ = ψdγ.
a k=1
Demonstração.
∫ ∫ b ∫ b
ψ(z)dz := ψdγ = ψ(γ(t))γ ′ (t)dt.
γ a a
Pelo teorema do valor médio aplicado ao caminho Γ, existe sk ∈ [tk−1 , tk ] tal que
Γ(tk ) − Γ(tk−1 )
Γ′ (sk ) = .
tk − tk−1
∫ b ∫ b
| ψdΓ − ψ(t)Γ′ (t)dt| ≤
a a
∫ b ∑
n ∑
n ∑
n
| ψdΓ − ψ(sk )∆Γ(tk−1 )| + | ψ(sk )∆Γ(tk−1 ) − ψ(sk )Γ′ (sk )∆tk−1 |+
a k=1 k=1 k=1
∑
n ∫ b
ε ε
| ψ(sk )Γ′ (sk )∆tk−1 − ψ(t)Γ′ (t)dt| < +0+
k=1 a 2 2
onde o segundo elemento na desigualdade é nulo, pois substituindo Γ′ (sk ) pelo valor dado
ε
pelo TVM os somatórios de cancelam, os outros valores podemos tomar menores que
2
por definição da integral.
Isso significa que ∫ ∫
b b
ψdγ = ψ(t)γ ′ (t)dt.
a a
(Foi feita para o caso da função ser suave em [a, b], para uma função suave por partes
precisamos modificar).
∫
1 1
Exemplo 1. Seja γ(t) = e , n ∈ N , γ : [0, 2π] → C, calcule
int
dz. é contı́nua sobre
γ z z
o caminho suave, então
∫ ∫ 2π
1
dz = e−int ine−int dt = n2πi.
γ z 0
Com um pouco mais de teoria não precisarı́amos calcular a integral, o resultado conta
o número de vezes que o caminho circula o ponto 0.
∫ iz
e
Exemplo 2. Seja I(r) = dz onde γ : [0, π] → C com γ(t) = reit , mostre que
γ z
lim I(r) = 0.
r∞
Temos que
∫ ∫ π ireit it ∫ π
eiz e rie it
dz = it
dt = eire idt ≤
γ z 0 re 0
∫ π ∫ π
|e−rsen(t) |dt =
it
|eire |dt =
0 0
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 10
separamos a integral em três, escolhendo δ > 0 suficientemente pequeno tal que as inte-
ε
grais ”das pontas”na expressão a seguir tenham valor menor que
3
∫ δ ∫ π−δ ∫ π
= e−rsen(t) dt + e−rsen(t) dt + e−rsen(t) dt ≤
0 δ π−δ
ε ε
+ (π − 2δ)e−rsen(c) +
3 3
onde usamos o T V M para integrais na integral ”do meio”, o termos e−rsen(c) pode ser
ε
tomado menor que com r suficientemente grande, pois sen(c) é limitado inferiormente
3
no intervalo [δ, π − δ].
Corolário 1. Temos
∫ ∫ b ∫ b
f= (f ◦ γ)dγ = f (γ(t))γ ′ (t)dt.
γ a a
Demonstração.
∫
1
Exemplo 3. Seja γ(t) = 1 + e para t ∈ [0, 2π] calcule
it
dz.
γ z2 − 1
Expandimos a expressão em fração parcial
1 1 1 1
= ( − )
z2 −1 2 z−1 z+1
Corolário 2.
∫ ∫ 1 ∫ 1 ∫ z2
f (z)dz = f ((1−t)z1 +tz2 )(z−z1 )dt = (z−z1 ) f ((1−t)z1 +tz2 )dt = f (z)dz
[z1 ,z2 ] 0 0 z1
Definição 15 (Cı́rculo). Dado z0 ∈ C e r > 0, o caminho suave γ : [0, 2π] → C dado por
γ(θ) = z0 + reiθ é o cı́rculo de centro z0 e raio r, γ é um caminho fechado que também
pode ser denotado por |z − z0 | = r
∫ ∫ 2π
f (z)dz = ir f (z0 + reiθ )dθ.
|z−z0 |=r 0
Exemplo 4. Seja γ : z(t) = t + it2 , calcular a integral de f (z) = z para t ∈ [0, 1].
∫ ∫ ∫ ∫ 1
1
′
1 1
t2 t3 t4
f (z)dz = f (z(t))z (t)dt = 2
(t+it )(1+2it)dt = t+3it −2t dt = +i − =
2 3
γ 0 0 0 2 3 2 0
= i.
√
Exemplo 5. Calcular a integral de f (z) = z ao longo da curva γ : z(θ) = reiθ do ponto
0 até 2π.
∫ ∫ 2π ∫
2π √ iθ 2 √ 3iθ
√ 2π
3iθ
f (z)dz = re 2 r.i.eiθ dθ = ir r
e dθ = ir re 2 = 2
Γ 0 0 3 0
√ √
2r r 4r r
= (cos(3π) + isen(3π) − 1) = − .
3 3
Observe que f não é holomorfa em z = 0.
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 12
plexa.
Considere nas propriedades a seguir γ : [a, b] → C um caminho suave, f, g funções
contı́nuas.
Propriedade 11 (Linearidade).
∫ ∫ ∫
a.f (z) + b.g(z)dz = a. f (z)dz + b. g(z)dz
γ γ γ
Demonstração.
∫ ∫ b ∫ b ∫ b
′ ′
a.f (z)+b.g(z)dz = [a.f (γ(t))+b.g(γ(t))]γ (t)dt = a. f (γ(t))γ (t)dt+b. g(γ(t))γ ′ (t)dt =
γ a a a
∫ ∫
= a. f (z)dz + b. g(z)dz.
γ γ
∫ ∫
Propriedade 12. | f (z)dz| ≤ |f (z)|dz.
γ γ
Demonstração.
∪
n
Propriedade 13. Seja γ = γk então
k=1
∫ ∫ n ∫
∑
f (z)dz = ∪
n
f (z)dz = f (z)dz.
γ γk k=1 γk
k=1
Demonstração. Vamos provar para dois caminhos, para n segue por indução do caso
n = 2 Em [a, b] vale (γ + β)(t) = γ(t) então (γ + β)′ (t) = γ ′ (t) em [b, b + d − c] tem-se
(γ + β)′ (t) = β(t − b + c) daı́ (γ + β)′ (t) = β ′ (t − b + c) logo
∫ ∫ b ∫ b+d−c
′
f (z)dz = f (γ(t))γ (t)dt + f (β(t − b + c))β ′ (t − b + c)dt =
γ+β a b
∫ ∫ d
= f (z)dz + f (β(t))β ′ (t)dt =
γ c
∫ ∫
= f (z)dz + f (z)dz.
γ β
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 13
Exemplo 6. Dado o cı́rculo γ(t) : reiθ tem-se γ ′ (t) = ireiθ com |γ ′ (t)| = r, daı́ o
comprimento é dado por
∫ 2π
r dt = 2πr.
0
Propriedade 14.
∫ ∫
f (z)dz = − f (z)dz.
−γ γ
∫ ∑
n ∫ ∑
n
| f− f (γ(vk ))∆γ(sk−1 )| + | − f− f (γ(vk ))∆γ(sk−1 )|
γ k=1 −γ k=1
porém o somatório
∑
n ∑
n
− f (γ(vk ))∆γ(sk−1 ) = f (γ(vk ))(γ(sk−1 ) − γ(sk−1 )) =
k=1 k=1
∑
n ∑
n
= f (γ(vk ))(γ(−tn−k+1 ) − γ(−tn−k )) = f (γ(−[−vk ]))(γ(−tn−k+1 ) − γ(−tn−k )) =
k=1 k=1
∑
n
= f ((−γ)(−vk ))((−γ)(tn−k+1 ) − (−γ)(tn−k ))
k=1
o que implica
∫ ∑
n
ε
|− f− f ((−γ)(−vk ))((−γ)(tn−k+1 ) − (−γ)(tn−k ))| <
−γ k=1
2
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 14
ε
por definição de integral, a outra parcela também pode ser tomada menor que , logo
2
∫ ∫
| f − (− f )| ≤ ε
γ −γ
∫
1.3.1 (z − z0 )n dz
γ
∫
Exemplo 7. Calcular a integral (z − z0 )n dz para n ∈ Z onde γ é uma circunferência
γ
de raio r centrada em z0 com 0 ≤ t ≤ 2π. Usando z − z0 = reit , r > 0, 0 ≤ t ≤ 2π tem-se
γ ′ (t) = ireit logo a integral fica como
∫ 2π ∫ 2π
it n it n+1
(re ) (ire )dt = i.r (eit(n+1) )dt
0 0
se n = −1 temos
∫ 2π ∫
i dt = 2πi = (z − z0 )n dz
0 γ
se n ̸= −1 tem-se
∫ 2π 2π
i.rn+1
i.r n+1
(eit(n+1) )dt = (cos((t)(n + 1)) + isen((t)(n + 1)) ) = 0.
0 n+1 0
∑
n
|∆γ ◦ φ(sk−1 )| ≤ V (γ) < +∞ ⇒
k=0
v(γ ◦ φ) ≤ V (γ).
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 15
Definição 19. Seja φ : [a, b] → G caminho retificável, definimos |γ| : [a, b] → R como
|γ|(t) = V (γ|[a,t] ).
∑
n
V (γ|[a,t] ) = sup{ |∆γ(tk−1 )|, T = {τ0 , · · · tn } partição de[a, t]}.
k=1
Demonstração.
Propriedade 18. Para todo ε > 0 existe um caminho poligonal (que é suave por partes)
Γ : [a, b] → A tal que Γ(a) = γ(a), Γ(b) = γ(b) e
∫ ∫
| f− f| < ε
γ Γ
Demonstração.
Vejamos o primeiro caso Seja A = B(c, r), tomamos um disco B(c, d) = B de raio
d(, )
menor dentro de tal bola, onde d = r − (ver qual deve ser essa distância). Tomando
2
a restrição f |B : B → C, f é contı́nua em um compacto, logo é uniformemente contı́nua.
Seja δ > 0 tal que |z − w| < δ ⇒ |f (z) − f (w)| < ε. Sendo γ : [a, b] → A uniformemente
contı́nua, existe partição p = {a = t0 < · · · < tn = b} tal que s, t ∈ [tk−1 , tk ] ⇒
δ
|γ(s) − γ(t)| < e temos por definição de integral
2
∫ ∑
n
| f− f (γ(vk ))∆γ(tk−1 )| < ε.
γ k=1
Seja
[(tk − t)γ(tk−1 ) + (t − tk−1 )γ(tk )]
Γ(t) =
∆tk−1
vale Γ(tk ) = γ(tk ), Γ(tk−1 ) = γ(tk−1 ) e
γ(tk ) − γ(tk−1 )
Γ′ (t) = .
tk − tk−1
Como Γ é suave por partes temos
∫ ∫ b n ∫
∑ tk
′
f= f (Γ(t))Γ (t)dt = f (Γ(t))Γ′ (t)dt =
Γ a k=1 tk−1
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 17
substituindo a derivada de γ
∑
n ∫
γ(tk ) − γ(tk−1 ) tk
= f (Γ(t))dt
k=1
tk − tk−1 tk−1
∫
f = g(γ(b)) − g(γ(a)).
γ
Demonstração.
Caso γ seja suave por partes, temos
∫ ∫ b ∫ b
′
f= f (γ(t))γ (t)dt = (g ◦ γ)′ dt = g(γ(b)) − g(γ(a)).
γ a a
O caso geral.
∀ε > 0 existe Γ suave por partes tal que
∫ ∫
| f − f| < ε
γ Γ
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 18
∫
e f = g(γ(b)) − g(γ(a)) ⇒
Γ
∫
| f − [g(γ(b)) − g(γ(a))]| < ε
γ
logo
∫
f = g(γ(b)) − g(γ(a)).
γ
∫
f = 0.
γ
∫ b
g(t) = φ(s, t)ds
a
∫ b
′
g (t) = φ(s, t)t ds
a
Demonstração.
∫ 2π
eis
ds = 2π
0 eis − z
para todo z com |z| < 1.
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 19
eis zeis
f (s, t) = ⇒ f t (s, t) = .
eis − tz (eis − tz)2
se ∫ ∫
2π 2π
′ zeis
g(t) = f (s, t)ds ⇒ g (t) = ds
0 0 (eis − tz)2
zi zeis
a função h(s) = é uma primitiva de (com derivada em relação a s
eis − tz (eis − tz)2
a derivada anterior foi em relação a t), pois
zeis
h′ (s) =
(eis − tz)2
∫ 2π
e vale que h′ (s)ds = h(2π) − h(0) = 0 pois h(2π) = h(0), a exponencial complexa
0
eis assume mesmo valor em 2π e 0.
Logo sendo g ′ (t) = 0 temos g(t) = c, constante para todo z ∈ C. Mas
∫ 2π
g(0) = f (s, 0) ds = 2π
0 | {z }
1
logo ∫ 2π
g(t) = f (s, t)ds = 2π ∀t ∈ [0, 1]
0
∫ 2π
eis
em especial g(1) = ds = 2π.
0 eis − z
Então ∫ ∫ ∫
f (z)dz = (udx − vdy) +i (udy + vdx)
γ γ γ
| {z } | {z }
A B
em B, tem-se
=0
∫ ∫ ∫ z }| {
∂u ∂v
(udy + vdx) = [ − ] dxdy = 0
γ ∂x ∂y
K |{z}
∂v
∂y
logo
∫ 2π ∫ 2π
′
g (t) = φt (s, t)ds = h′ (s)ds = h(2π) − h(0) = 0 ⇒ g é constante.
0 0
∫ 2π
g(t) = c ∈ C ∀t ⇒ g(1) = g(0) = φ(s, t)ds
0
∫ 2π ∫ 2π
f (z))eis eis
g(0) = − f (z)ds = f (z)( ds − 2π) = 0
0 eis − z 0 eis − z
∫ 2π
eis
pela propriedade anterior em que mostramos ds − 2π = 0.
0 eis − z
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 22
Propriedade 23. Seja γ caminho retificável em C e suponha Fn , F {γ} contı́nuas tal que
lim Fn = F uniformemente então
∫ ∫ ∫
lim Fn = lim Fn = F,
γ γ γ
Demonstração. Como lim Fn = F para qualquer ε > 0 existe n ∈ N tal que para
ε
n > n0 tem-se |Fn (w) − F (w)| < ∀w ∈ {γ}
V (γ)
daı́ temos que
∫ ∫ ∫
ε
| Fn − F| ≤ |Fn − F ||dw| ≤ V (γ) = ε
γ γ γ V (γ)
disso temos o desejado
∫ ∫ ∫
lim Fn = lim Fn = F.
γ γ γ
Propriedade 24. Seja f analı́tica em Br (a) então f possui expansão em série de potências
∑∞
1
f (z) = ak (z − a)k , z ∈ B(a, r) onde an = Dn f (a) e o raio de convergência da série
k=0
n!
é s com s ≥ r.
Demonstração.
Seja 0 < r < R, Br (a) ⊂ BR (a), se γr (t) = a + reit , t ∈ [0, 2π] temos
∫ ∫ ∑
∞
1 f (w) 1 f (w)(z − a)k
f (z) = dw = dw
2πi γr w−z 2πi γr k=0 (w − z)k+1
pois
1 ∑ z−a k
∞
1 1 1
= = ( )
w−z w − a 1 − w−a
z−a
w − a k=0 w − a
por série geométrica. Vamos mostrar que a sequência
∑
n
f (w)(z − a)k
Fn (w) =
k=0
(w − a)k+1
converge uniformemente
|f (w)||z − a|k M |z − a| k
≤ ( )
|w − a|k+1 r r
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 23
∑
∞ ∫
(z − a)k f (w)
f (z) = dw
k=0
2πi γ (w − a)k+1
∫
1 f (w)
tomamos ak = dw e obtemos assim a série
2πi γ (w − a)k+1
∑
∞
f (z) = ak (z − a)k .
k=0
∑
∞
Corolário 4. Se f : A → C é analı́tica e a ∈ A aberto então f (z) = ak (z − a)k ∀z ∈
k=0
B(a, r), onde r = dist(a, ∂A). Pois basta aplicar o teorema para f |B(a,r) .
∫
n n! f (w)
f (a) = dw
2πi γ (w − a)n+1
onde γ(t) = a + re , t ∈ [0, 2π].
it
∫
n n! f (z)
n(γ, a)f (a) = dz
2πi γ (z − a)n+1
com a ∈ B \ |γ|.
Demonstração.
∫
eiz
2
dz onde γ = eit , t ∈ [0, 2π]. O valor da integral é 2πif ′ (0) onde f (z) = eiz
γ z
logo é −2π.
∫
dz
onde γ(t) = a + reit , t ∈ [0, 2π]. Tal integral resulta em 2πi.
γ z − a
∫
sen(z)
3
dz onde γ = eit , t ∈ [0, 2π]. O valor da integral é
γ z
f (z) = ez − e−z , daı́ f n−1 (z) = ez + (−1)n e−z em 0 resulta 1 + (−1)n . Logo a integral
é
2πi[1 + (−1)n ]
.
(n − 1)!
∫
dz 1
1 n onde n ∈ N e γ(t) = e , t ∈ [0, 2π]. Temos que
it
pertence a bola
γ (z − 2 ) 2
B(0, 1) logo podemos aplicar o teorema de Cauchy
∫
dz 2πi0n−1
=
γ (z − 21 )n (n − 1)!
pois i e −i são elementos da bola B(0, 2), dai usando o Teorema de Cauchy podemos
perceber que as integrais possuem mesmo valor.
∫
sen(z)
Calcule a integral dz onde γ(t) = eit , t ∈ [0, 2π].
γ z
∫
0! sen(z)
dz = f 0 (0) = sen(0) = 0
2πi γ z
∏
m−2
1
− s)z m −(m−1)
1
m−1
f (z) = (
s=0
m
∏
m−2
1 − ms (−1)m−1 ∏
m−2
(−1)m ∏
m−2
f m−1 (1) = ( )= (ms − 1) = (ms − 1)
s=0
m mm−1 s=0 mm−1 s=1
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 26
∫
z2 + 1
Exemplo 11. Calcular 2 + 4)
onde γ(t) = reit onde r > 0.
γ z(z
O primeiro caso é de r < 2, onde temos
∫
0! z2 + 1 1
2
= f 0 (0) =
2πi γ z(z + 4) 4
z2 + 1
onde f (z) = logo
(z 2 + 4) ∫
z2 + 1 πi
= .
γ z(z 2 + 4) 2
Caso r > 2, usamos fração parcial , onde temos
z2 + 1 3 1 1 1
= ( + )+
2
z(z + 4) 8 z − 2i z + 2i 4z
2i, −2i, 0 pertencem ao interior da bola B(0, r), as integrais contam o número de voltas
ao redor de cada ponto multiplicado por 2πi, que resulta em 2πi, logo a integral resulta
em
3 1
2πi( 2 + ) = 2πi.
8 4
Propriedade 26 (Estimativa de Cauchy). Se f é analı́tica em B(a, R) e |f (z)| ≤ M ∀z ∈
B(a, r) então
n!M
|f n (a)| ≤ .
rn
Demonstração. Tomamos 0 < r < R e vale B(a, r) ⊂ B(a, R), γr = a + reit ,
t ∈ [0, 2π].
∫ ∫
n! f (w) n! f (w)
|f (a)| =
n
| dw| ≤ | |d|w| ≤
2π γr (w − a) n+1 2π γr (w − a)n+1
n! M n!M
n+1
2πr = n .
2π r r
−
No limite r → R temos o desejado.
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 27
Exemplo 12. Seja f analı́tica em B(0, 1) e suponha |f (z)| ≤ 1 para |z| < 1, então
|f ′ (0)| ≤ 1.
Usamos a estimativa de cauchy
n!M
|f n (a)| ≤
rn
|f ′ (0)| ≤ 1.
logo existe r > 0 tal que |z| ≥ r implica |f (z)| < 1, isso implica que a função é limitada,
então f é constante, pois é inteira, o que é absurdo pois começamos com um polinômio
não constante. Por isso deve existir a ∈ C tal que p(a) = 0.
Exemplo 13. Exemplo de funções inteiras não constantes, logo ilimitadas: ez , cos(z), sen(z).
Exemplo 14. Toda função inteira é sobrejetiva? Não, por exemplo ez : C → C é inteira
e não sobrejetiva, pois nunca temos ez = 0.
1. f é nula.
Demonstração.
1. 1) ⇒ 2), basta tomar qualquer a ∈ A como a função é nula todas derivadas também
são nulas.
f s (a) ̸= 0
∑
∞ ∑
∞
f (z) = ak (z − a) = (z − a)
k s
ak+s (z − a)k
k=s
|k=0 {z }
g(z)
com g(a) = as ̸= 0, existe B(a, r) com g(z) ̸= 0 ∀z ∈ B(a, r), existe sequência
(yn ) ∈ B(a, r) com yn ̸= a e
g(yn ) = 0 o que é absurdo, o que contradiz a escolha de g, então vale que f n (a) =
0 ∀n ∈ N.
Exemplo 16. Seja g(z) = f (z) − ez , g é analı́tica, f restrita à R é ex , então temos que
o conjunto {z ∈ C | g(z) = 0} tem ponto de acumulação em R ⊂ C, então g(z) = 0 e
f (z) = ez , então tal função é única.
Demonstração. Se uma delas não se anula, então a outra deve obrigatoriamente ser
uma função nula. Suponha que f se anule em um ponto a ∈ A e não seja nula, então a
é um zero isolado e deve valer g(z) = 0 ∀z ∈ B(a, r), para algum r, logo o conjunto dos
termos em que g se anula tem ponto de acumulação em A e daı́ g é função nula.
Propriedade 28. Sejam f analı́tica no disco B(a, r) e γ uma curva fechada retificável
em B(a, r). Então f possui primitiva em B(a, r) e
∫
f =0
γ
Demonstração.
∑
∞
f (z) = ak (z − a)k , ∀z ∈ B(a, r)
k=0
∑∞
ak
g(z) = (z − a)k+1 , ∀z ∈ B(a, r)
k=0
k + 1
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 30
Propriedade 29. Seja f : G → C não nula, analı́tica no aberto conexo G. Então para
cada a ∈ G com f (a) = 0 existem n ≥ 1 e g : G → C analı́tica com g(a) ̸= 0 e
1 k
e ak = f (a), definimos g : G → C por
k!
∞
∑
ak+n (z − a)k se z ∈ B(a, r)
g(x) = k=0
f (z)
se z ∈ G \ {a}.
(z − a)n
Propriedade 30 (Zeros como pontos isolados). Seja f : G → C analı́tica no aberto G,
suponha f não constante e seja a ∈ G com f (a) = 0, então existe B(a, r) ⊂ G tal que
f (z) ̸= 0∀z ∈ B(a, r) z ̸= a.
Demonstração. Sabemos que f (z) = (z − a)n g(z) com g(a) ̸= 0 pela continuidade de
g, existe B(a, r) ⊂ G tal que g(z) ̸= 0 ∀z ∈ B(a, r) implica que f (z) = (z − a)m g(z), ∀z ∈
B(a, r), com z ̸= a temos (z − a)m ̸= 0 e z ∈ B(a, r) implica g(z) ̸= 0 então com as duas
condições temos f (z) ̸= 0
onde ωr (t) = a + reit , t ∈ [0, 2π] (o caminho é suave), tomando o módulo temos
∫ ∫ 2π
1 f (w) 1 f (a + reit )ireit
|f (a)| = | dw| = | dw| =
2π γr w − a 2π 0 reit
∫ 2π
1
= | f (a + reit )dt| ≤ |f (a)|
2π 0
isso implica que
∫ 2π ∫ 2π
1 1
|f (a)| = |f (a + re )|dt ⇒
it
|f (a)| − |f (a + reit )| dt = 0
2π 0 2π 0 | {z }
≥0
a função integrada é contı́nua logo segue que |f (a)| = |f (a + reit )|∀t ∈ [0, 2π], isso implica
que f é constante.
Propriedade 32. Sejam A uma região, f : A → C analı́tica, tal que |f (a)| ≤ |f (z)| ∀z ∈
A, então ou f (a) = 0 ou f é constante.
∫ ∫ 1
1 dz 2πinre2πint
= dt = n.
2πi γ z−a 0 re2πint
∫
1 dz
Logo conta o número de voltas que o caminho γ dá em torno do ponto a.
2πi γ z−a
∫
1 dz
se a proposição for verdadeira para qualquer γn temos = xn , sendo
2πi γn z − a
convergente e sequência de∫ números inteiros ela deve ser constante a partir de um certo
1 dz
termo, o que implica | ∈ Z. Basta então mostrar o resultado para caminhos
2πi γ z − a
suaves por partes, digamos para um caminho σ : [0, 1] → C, o que vamos fazer agora.
Definimos
∫ ∑ n ∫ tk ∫ t
σ ′ (s)
t
σ ′ (s) σ ′ (s)
g(t) = ds = ds + ds
0 σ(s) − a k=0 tk−1
σ(s) − a tk σ(s) − a
∫
dz ′ σ ′ (t)
vale que g(0) = 0, g(1) = , g é derivável (logo contı́nua), vale g (t) = ,
σ z −a σ(t) − a
temos que
n(γ, a) = −n(−γ, a)
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 33
∫ ∫
dz dz
−n(−γ, a) = − = = n(γ, a).
−γ z−a γ z−a
∫ ∫ ∫
dz dz dz
n(γ + σ, a) = = + = n(γ, a) + n(σ, a).
γ+σ z−a γ z−a σ z−a
Exemplo 18. γ(t) = a + re2πint e −γ(t) = a + re2πin(1−t) vale n(γ, a) = −n(−γ, a).
pois a curva é fechada, mas tal manipulação não vale em todos os casos pois ln não é
analı́tica em todo C.
∫
e−t
Exemplo 20. Calcular dt onde γ : |t| = 3, ( circunferência de raio 3). −2 ∈ int(γ)
γ t+2
e f dada por f (t) = e−t é holomorfa em int(γ) então podemos aplicar a F IC o resultado
com z = −2 dando
∫
2 e−t
2πie = .
γ t+2
Primeiro passo pode ser fatorar z 3 + z = z(z 2 + 1) = z(z + i)(z − i) depois tomar as frações
parciais
1 1 1 1
= − −
z3 +z z 2(z + i) 2(z − i)
então
∫ ∫ ∫ ∫
cos(z) cos(z) 1 cos(z) 1 cos(z)
dz = dz − dz − dz
|z|=2 z3 + z |z|=2 z 2 |z|=2 (z + i) 2 |z|=2 (z − i)
usamos a fórmula integral de Cauchy
∫
f (z)
2πif (t) = dt
γ z−t
∫
cos(z)
2πicos(t) = dt
γ z−t
então o resultado é
1 1 1 1
= √ ( − )
z2
+z+2 i 7 (z − z2 ) (z − z1 )
√ √
1 7 8 √
como |z1 | = |z2 | = + = = 2 < 2 então as raı́zes estão dentro de |z| = 2 e
4 4 4
aplicamos a fórmula integral de Cauchy
∫ ∫ ∫
1 1 1 1 1
dz = √ ( − ) = √ (2πi − 2πi) = 0.
2
|z|=2 z + z + 2 i 7 |z|=2 (z − z2 ) |z|=2 (z − z1 ) i 7
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 35
d d
como z, z0 ∈ / Γ consideramos d > 0 tal que d < d(z0 , Γ) e |z − z0 | < . Então |t − z| >
2 2
d
e |t − z0 | > implicando
2
1 2 1 4
< e < 2
|t − z| d |t − z0 |2 d
por outro lado φ é contı́nua então existe M > 0 tal que |φ(t)| ≤ M logo
∫
g(z) − g(z0 ) 1 φ(t) 4M c(Γ)|z − z0 |
| − |≤
z − z0 2πi Γ (t − z0 )2 d3
logo tomando o limite tem-se
∫
′ 1 φ(t)
g (z) = .
2πi Γ (t − z0 )2
Corolário 10. Nas condições do teorema anterior, g possui derivadas contı́nuas de todas
as ordens e vale
∫
n n! φ(t)
D g(z) = dt.
2πi Γ (t − z)n+1
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 36
∫
−1
Exemplo 23. Encontre z 2 dz onde
γ
com f (z) = ez tem-se f 4 (z) = ez logo f (4) (0) = 1 o resultado da integral dá
∫
ez 2πi πi
5
dz = = .
|z|=1 z 4! 12
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 37
∫
cos(z)
= −2πi.
|z|= 13 − 1)
z 2 (z
Teorema 7 (Teorema de Morera). Seja f : Ω → C contı́nua e Ω um domı́nio simplesmente
∫
conexo. Se f (z)dz = 0 para toda γ fechada em Ω, então f é holomorfa em Ω.
γ
∫
Demonstração. Como a integral f (z)dz = 0 para todo caminho fechado, então
∫ z γ
φ′ (z) = f (z) ∀z ∈ Ω
|f (z0 ) − f (0)| ≤ 0
Propriedade 36. Seja f uma função inteira. Suponha que existam, uma constante
M > 0, r > 0 e n ≥ 1 tal que
|f (z)| ≤ M |z|n
Demonstração. Sabemos que uma função inteira converge em todo C, com série de
potência do tipo
∑
∞
ak z k = f (z).
k=0
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 39
onde B é limitada em |z| > r para r suficientemente grande, pois o limite z → ∞ aplicado
em B resulta em an . B não é constante, por hipótese de f não ser polinômio de grau
até n, sendo analı́tica não é limitada em C, como ela é limitada no compacto |z| ≤ r, ela
não deve ser limitada para |z| > r daı́, podemos tomar a diferença |A| − |B| tão grande
quanto quisermos, o que contraria a hipótese de |A + B| ser limitada para |z| > r.
Demonstração. Seja f : C \ |γ| → C, com f (c) = n(γ, c), que possui imagem em
Z. Se f for contı́nua, então f deve ser constante em cada componente conexa de C \ |γ|.
Vamos provar então que f é contı́nua, vamos mostrar que , dado ε > 0 existe δ > 0 tal
que |b − c| < δ implica |f (b) − f (c)| < ε. Seja r = dist(c, |γ|) > 0
∫ ∫
1 dz dz
|f (b) − f (c)| = | − |=
2π γ z − b γ z−c
∫ ∫
1 (b − c)dz |b − c| dz
= | |= | |≤
2π γ (z − b)(z − c) 2π γ (z − b)(z − c)
r r r
tomando δ < temos |z − b| > , |z − c| > ( z é ponto da curva γ)
2 2 2
|b − c|2V (γ)
<ε
r2 π
que pode ser tomado arbitrariamente pequeno, tomando |b − c| suficiente pequeno.
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 40
∫ ∫
φ(w) φ(w)
D( dw) = m dw.
γ (w − z)m γ (w − z)m+1
Demonstração. ∫
φ(w)
Temos Fm : C \ |γ| → C com Fm (z) = dw. Primeiro vamos mostrar que
γ (w − z)m
Fm é contı́nua.
∫
1 1
|Fm (z) − Fm (a)| = | φ(w)[ − ]dw| =
γ (w − z)m (w − a)m
∫ ∑
m−1
1 1 1
= φ(w)[ − ][ ]dw =
γ w − z w − a k=0 (w − a) (w − z)m−1−k
k
∑
m−1
usamos a identidade a − b =m m
am−1−k bk
k=0
∫ ∑
m−1
1 1
= | φ(w)(z − a)[ ][ ]dw ≤
γ (w − z)(w − a) k=0 (w − a) (w − z)m−1−k
k
∑
m−1 ∫
1
|a − z| | φ(w)[ ]dw ≤
k=0 γ (w − a)k+1 (w − z)m−k
r r
r = dist(a, |γ|), δ < , |z − w| >
2 2
2
≤ δM m( )m+1 V (γ) < ε
r
pois podemos tomar δ suficientemente pequeno.
Agora provamos que a função é derivável, temos
Fm (z) − Fm (a) ∑ ∫
m−1
1
| |= | φ(w)[ ]dw.
z−a k=0 γ (w − a)k+1 (w − z)m−k
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 41
∑∫
m−1
1
∫
1
= φ(w)[ ]dw = m φ(w)[ ]dw = mFm+1 (z)
k=0 γ (w − a)m+1 γ (w − a)m+1
como querı́amos mostrar.
Corolário 11.
∏
s−1
s
D fm (z) = ( m + k)Fm+s (z),
k=0
isto é,
∫ ∏
s−1 ∫
s φ(w) φ(w)
D( dw) = ( m + k) dw)
γ (w − z)m
k=0 γ (w − z)
m+s
∫
1 f (z)
n(γ, a)f (a) = dz.
2πi γ z−a
Demonstração. Ideia de prova: Definimos g : G \ |γ| com
∫ ∫ ∫
f (z) − f (a) f (z) f (z)
g(a) = dz = dz − f (a) dz =
γ z−a γ z −a γ z−a
∫
f (z)
= dz − f (a)2πin(γ, a)
γ z −a
vamos estender g para todo plano C e mostrar que g é limitada e portanto constante,
pelo teorema de Liouville, depois vamos mostrar que a constante é zero.
Vamos agora a demonstração.
Seja φ : G × G com
f (z) − f (w) , z ̸= w
φ(z, w) = z−w
f ′ (z), z = w
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 42
φ é contı́nua e para cada w ∈ G fixo a função que associa z com φ(z, w) é analı́tica.
Estendemos g para o domı́nio G, da seguinte forma
∫
g(z) = φ(z, w)dw se z ∈ G
γ
logo g é limitada, |z| > r ⇒ |g(z)| < 1 e por teorema de Liouville g é constante, g(z) =
c ∀z, como
c = lim g(z) = 0
z→∞
∑
m
n(γk , w) = 0 ∀w ∈ C \ G,
k=1
∪
m
então se a ∈ G |γk | vale
k=1
∑
m ∑m ∫
1 f (z)
n(γk , a)f (a) = dz
k=1 k=1
2πi γk
z − a
para w ∈ C \ G então
m ∫
∑
f = 0.
k=1 γk
∑
m ∑m ∫ ∑m ∫
1 g(z) 1
0= n(γk , a)g(a) = dz = f dz
k=1 k=1
2πi γk z − a k=1
2πi γk
∑
m
n(λk , w) = 0 ∀w ∈ C \ G,
k=1
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 44
Demonstração.
Disso segue
∫
g(z) − g(z ′ ) 1
| − f (z ′ )| = (f − f (z ′ ))dz ⇒
z−z ′ |z − z ′ | [z ′ ,z]
g(z) − g(z ′ ) 1
| −f (z ′ )|leq sup{|f (w)−f (z ′ )|, w ∈ [z ′ , z]}|z−z ′ | = sup{|f (w)−f (z ′ )|, w ∈ [z ′ , z]}
z−z ′ |z − z ′ |
como podemos tomar triângulos arbitrários, fazemos z → z ′ e daı́ temos
g(z) − g(z ′ )
lim | − f (z ′ )| = 0
z→z ′ z−z ′
o que implica g ′ (z) = g(z) ∀z ∈ B(a, r). O fato de g ser primitiva analı́tica de f implica
f ser analı́tica.
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 45
como a integral é nula para qualquer caminho triangular em G então pelo teorema de
Morera f é analı́tica em G.
1.6 Homotopia
1.
Γ(s, 0) = γ0 (s), Γ(s, 1) = γ1 (s) ∀s ∈ [0, 1].
2.
Γ(0, t) = Γ(1, t), ∀t ∈ [0, 1],
isto é, os caminhos são fechados. Cada t em Γ(s, t) simboliza um caminho e cada s
a posição em um desses caminhos, isto é, temos um caminho
γt (s) = Γ(s, t)
para t fixo .
Demonstração.
1. Vale a reflexividade γ0 ∼ γ0 , basta tomar Γ(s, t) = γ0 (s)∀s, t ∈ [0, 1], que é contı́nua.
2. Simetria. Se γ0 ∼ γ1 existe Γ que leva γ0 até γ1 , daı́ definimos β(s, t) = γ(s, 1 − t),
que é contı́nua, vale β(s, 0) = γ(s, 1) = γ1 (s), β(s, 1) = γ(s, 0) = γ0 (s)
γ0 (0) = γ1 (0) = a
γ (1) = γ (1) = b
0 1
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 48
Dizemos que γ0 e γ1 são homotópicos com pontos finais fixados, se existe Γ : [0, 1] ×
[0, 1] → G (contı́nua?), satisfazendo
γ(0, t) = a, Γ(1, t) = b.
Demonstração.
Demonstração.
Demonstração.
Demonstração.
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 49
Demonstração.
Propriedade 48. Seja P (z) de grau n e r > 0 tal que P não se anula em {z | |z| > R},
se γ(t) = reit , t ∈ [0, 2π] então
∫
p′ (z)
= 2πin.
γ p(z)
∏
n
Demonstração. Podemos escrever p(z) = (z − ak ), daı́ podemos deduzir que
k=1
p′ (z) ∑ 1
n
=
p(z) k=1
z − ak
Temos que
∫
zn 2πi
= n(γ, 1)f n−1 (1) =
γ (z − 1)n (n − 1)!
o número de voltas da curva em torno do ponto 1 é de uma volta e a derivada
Dn−1 z n = (n)!z
= 2πin.
1
onde γ é uma curva retificável em C, que não passa por ±i. Escrevemos 2 =
z +1
1 1 1
( − ) logo a integral fica como
2i z − i z + i
∫ ∫
dz 1 dz 1
= ( − )=
2
γ z +1 2i γ z − i z + i
2πi
= (n(γ, i) − n(γ, −i)) = kπ
2i
onde k é inteiro, então a integral resulta em um múltiplo de π .
∑
n
aplicando a soma temos
k=1
∑
n ∑
n
f (γ(tk )) − f (γ(tk−1 )) ≤ M |γ(tk ) − γ(tk )| ≤ M V (γ)
k=1 k=1
logo
V (f ◦ γ, P ) ≤ M V (γ, P ) ≤ M V (γ)
Propriedade 51. Seja G = C \ {0}, então toda curva fechada em G é homotópica a uma
curva fechada cujo traço está contido em {z | |z| = r}, r > 0 ∈ R.
rγ0 (s)
Demonstração. Seja γ0 : [0, 1] → G dada, definimos γ1 (s) = e daı́ temos
|γ0 (s)|
|γ1 (s)| = r ,Γ(s, t) = tγ1 (s) + (1 − t)γ0 (s), que é contı́nua, temos Γ(s, 0) = γ0 (s) e
γ(s, 1) = γ1 (s), ainda mais
Γ(0, t) = tγ1 (0) + (1 − t)γ0 (0) = tγ1 (1) + (1 − t)γ0 (1) = Γ(1, t)
pois vale
rγ0 (0) rγ0 (1)
γ1 (0) = = = γ1 (1).
|γ0 (0)| |γ0 (1)|
Logo os caminhos são homotópicos.
Demonstração.
f (z) − f (a)
Dada f : G → C analı́tica e g : G → G com g(z, a) = , z ̸= a e
z−a
g(a, a) = f ′ (a), fixado a, h(z) = g(z, a) é analı́tica. Tomamos uma curva γ fechada
retificável com n(γ, w) = 0 para w ∈ C \ G então pelo teorema de Cauchy temos
∫ ∫
f (z) − f (a)
0 = h(z) = dz ⇒
γ γ z−a
∫ ∫
f (z) f (a)
= = 2πif (a)n(γ, a).
γ z −a γ z −a
CAPÍTULO 1. BÁSICO DE INTEGRAÇÃO EM VARIÁVEIS COMPLEXAS 52
pois tomando g(t) = f (tz + (1 − t)w), derivando temos g ′ (t) = (z − w)f ′ (tz + (1 − t)w)
g(1) − g(0) f (z) − f (w)
daı́ a integral fica = . Disso segue que
z−w z−w
∫ 1 ∫ 1
′ ′
|g(z, w) − g(a, a)| = | f (tz + (1 − t)w) − f (a)dt| ≤ εdt = ε
0 0
∑
∞
e daı́ f (a) = a0 , f (z) − f (a) = ak (z − a)k , portanto
k=1
f (z) − f (a) ∑
∞
h(z) = = ak (z − a)k−1
z−a k=1
que é analı́tica, em z = a também temos que é analı́tica pois vale h(a) = f ′ (a), f e f ′ são
analı́ticas.