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MENORES E O PAPEL DO PM
A falta de infra-estrutura das famílias e de apoio de programas que possam ajudar o menor, já
nos primeiros dias de sua vida, é a carência básica de seu mais elementar direito, a
alimentação. Isto já determina naturalmente o que será a criança em termos de
funcionamento intelectual, vez que a subalimentação, a desnutrição na infância,
comprovadamente, já o condena para o resto de sua vida a uma situação de inferioridade
intelectual, que o levará fatalmente, a enfrentar dificuldades, que as crianças oriundas de
famílias mais abastadas não enfrentarão.
A questão social não é a única que marginaliza essa camada da sociedade. Ao contrário outros
fatores se fazem presentes, tais como a própria família da criança, desemprego de seus pais,
falta de moradia, mendicância, miserabilidade, na verdadeira acepção da palavra. Como
colorário, quase sempre os pais entregam-se aos vícios, principalmente o álcool. Desenvolvem,
a partir daí, verdadeiras sessões de horror com seus filhos e para piorar, muitas vezes os
violentam sexualmente.
Se é verdade que o grande contingente, para não dizer a maioria, de menores que cometem
atos infracionais encontram-se entre os de baixa renda, ou de nenhuma, comprovando que
são o carro chefe da origem do aumento da criminalidade, pois que a sociedade hodierna não
lhes reserva qualquer oportunidade, e mesmo que lhes desse chance a sua precária
alimentação, ao longo dos anos, não lhes permite competir ‘em pé de’ igualdade com os que
tiveram uma infância saudável. É verdade, também que a classe social mais privilegiada
enfrenta os mesmo problemas, só que aos contrário, pois esta combalida estrutura familiar
perdeu a autoridade para com os seus filhos que viraram vítimas de uma legião de miseráveis
que estão à sua espreita e cada vez mais aperta-lhes o cinto do horror.
As estatísticas comprovam que o problema se agrava a cada dia que passa. Extirpar as causas
não está nas mãos da Polícia Militar, no entanto não quer dizer que deva ficar inerte. O seu
envolvimento, não só repressivo, é medida, hoje, absolutamente necessária. Um claro
exemplo disse é o PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência),
Projeto Formando Cidadão, um sucesso em todas as cidades onde foi implantado, mas não
basta. É preciso organizar a sociedade e buscar mais soluções. Deve envidar todos os esforços
para desenraizar esse mal que ameaça destruir as crianças, jogando-as de vez, no poço da
miséria humana. Isso é papel do oficial que com sua liderança pode organizar a sociedade.