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Diamantina
2021
Ana Maria Costa Nogueira
Diamantina
2021
ANA MARIA COSTA NOGUEIRA
Estudos Estruturais por Dinâmica Molecular do Peptídeo Antimicrobiano Piscidina-4
(ecPis-4s)
Diamantina
Superbugs are an universal problem nowadays, because they are capable to resist common
drugs present at market. The antimicrobial peptides are a kind of treatment agains these
patogens, because their structures interact with the microorganism phospholipid bilayer and
break it. Studies on isolation and caracterization of AMP means of action are each more
recurrent in academy. It’s usual its get structured when entering in contact with the bacterial
cell membrane, but in aqueous environment the AMP doesn’t show a well defined secondary
structure, because of it intermolecular interaction with water. Opposite to that, the ecPis-4s
maintain the α-hélice conformation amid that solvent. The purpose of this study is to analyze,
through molecular dynamic simulation, the veracity and the reasons refferent to the non-
unwinding of the ecPis-4s in aqueous environment. Whereas, maintaining it helical structure,
the kinetic in it mechanism of action is increased and, differently of the common AMP, that
usually need to create hydrogen bonds for folding when interacting with the patogen, the ecPis-
4s mechanism looks more spontaneous when sparing an exotermic stage. In the simulation
performed a ecPis-4s was placed in a cubic box with water inside, in order to analyze the
interresidual and interatomic interactions.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
2 OBJETIVO .......................................................................................................................... 12
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................... 13
4 METODOLOGIA ............................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 43
11
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVO
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura 1 - Equilíbrio químico de formação da ligação peptídica (rosa), por condensação, entre um
aminoácido contendo o grupo R¹ e outro contendo o radical R²
Fonte: Autora
Glutamato Glu E
Metionina Met M
Isoleucina Ile I
Lisina Lys K
Glutamina Gln Q
Arginina Arg R
Serina Ser S
Triptofano Trp W
Fonte: Autora
Em um peptídeo, o resíduo de aminoácido na extremidade de um grupo α-amino
livre é denominado N-terminal; aquele ligado a outra extremidade, grupo carboxila livre, é
conhecido como C-terminal (NELSON & COX, 2018). Quando comparados às proteínas, os
peptídeos são considerados quimicamente mais versáteis, pois podem ser amidados ou
esterificados em suas carboxilas terminais, acetilados em seus grupos amino terminais,
fosforilados ou sulfatados em um ou mais resíduos, além de poderem ser lineares, semicíclicos
ou cíclicos (MACHADO, 2004).
Os peptídeos ou proteínas podem ser comumente classificados a partir de seus
elementos estruturais, que se dividem, de maneira geral, em estruturas primária, secundária ou
terciária (FIG. 3). A estrutura primária pode ser definida pelas ligações de aminoácidos em uma
cadeia polipeptídica. Assim, a sequência desses aminoácidos define a diferença entre os
peptídeos (NELSON & COX, 2018).
Figura 3 – Níveis de estrutura nas proteínas. A estrutura primária é uma sequência de aminoácidos
unidos por ligações peptídicas; o polipeptídio resultante dá origem a estrutura secundária,
representada pela α-hélice; a hélice compõe a estrutura terciária do polipeptídio dobrado; o
agrupamento da estrutura terciária é conhecido, por alguns autores, como estrutura quaternária.
Figura 5 - Estrutura secundária do tipo α-hélice; as ligações pontilhadas representam as interações do tipo
Ligação de Hidrogênio, entre os oxigênios e hidrogênios da cadeia principal polipeptídica.
Uma reação química ocorre com a temperatura constante e variação da energia livre
de Gibbs (ΔG), determinada pela variação da entalpia ΔH, que reflete o tipo e número de
ligações químicas, a formação e quebra de interações; e da entropia ΔS, que representa a
variação de desordem no sistema. Tem-se que ΔG = ΔH – TΔS, em que, por definição, ΔH é
negativo para reações exotérmicas (que liberam calor) e ΔS é positivo para reações que
aumentam a desordem. O ΔG negativo implica em um sistema espontâneo (FREDERIK et al.,
2016). A estabilidade da proteína ou peptídeo pode ser definida como a tendencia de manter
sua conformação nativa. O ΔG para o estado enovelado é em torno de 20kJ/mol, já no estado
desenovelado, 65kJ/mol. Como consequência, o segundo estado é caracterizado por um alto
grau de entropia conformacional. Essa entropia, somada as interações das ligações de
hidrogênio e dos outros grupos da cadeia e do solvente, tendem a manter o estado não enovelado
(NELSON & COX, 2018). A tabela 1 mostra a diferença entre variação da energia livre de
Gibbs, em relação ao ΔG da Ala (referência, pois apresenta maior facilidade em manter a
conformação α-hélice em analises experimentais), necessária para que os resíduos de
aminoácidos assumam uma conformação α-hélice.
Tabela 1 – Tendência dos resíduos de aminoácidos em assumir conformação α-hélice. ΔΔG° é a diferença
de variação de energia livre de Gibbs, relativa à alanina, necessária para que os resíduos de aminoácido
assumam uma conformação α-hélice.
Aminoácido ΔΔG° Aminoácido ΔΔG°
Ala 0 Asn 3,0
Phe 2,0 Asp 2,5
Gli 1,3 Glu 1,4
His 2,6 Met 0,88
Leu 0,76 Ile 1,4
Val 2,1 Lys 0,63
Pro >4 Gln 1,3
The 2,4 Arg 0,3
Cis 3,0 Ser 2,2
Tir 2,0 Trp 2,0
Fonte: J W Bryson et al., 1995, retirado do NELSON & COX, 2019
sistema químico em termos atômicos (ROCHA, 2001). Existem diversos tipos de interações
químicas, entre elas estão as ligações de hidrogênio, interações cátion-π, interações π-π e pontes
salinas.
3.2.1 Interação Cátion-π
Figura 6 – Interação cation-π de um grupo positivamente carregado, o amônio, e a núvem rica em elétrons
de um anel aromático, a uma distância molecular d.
A interação entre dois anéis atomáticos foi proposta com base em uma componente
de força de dispersão e uma hidrofóbica, bem como uma componente eletrostática. Há
observação de uma preferência orientacional adotada pelos anéis aromáticos ao interagirem
entre si, provocado pela componente de força eletrostática. A interação aromática-aromática foi
estudada em uma estrututa α-hélice, observando a interação da posição i de um aminoácido com
a posição i + 4 (ou múltiplos de 4, devido a quantidade de resíduo de aminoácido por volta de
hélice). Analisado o resíduo Phe na primeira posição e outro resíduo Phe na i + 4, notou-se que
houve estabilização de -0,1 a -0,8 kcal/mol. Foi observado inclinação da face de aresta e
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deslocamento dos resíduos a partir da interação (FIG 7). A distância média observada para essa
interação interresidual é de 0,528 nm a 0,552 nm para interações face borda na conformação α-
hélice(WATERS, 2004).
Figura 7 – Preferência de orientação adotada pelos resíduos de aminoácido Phe302 e Phe310 ao fazerem
uma interação intramolecular do tipo aromática-aromática, em uma estrutura α-hélice na posição i e i+8.
(1HPM, 299-312).
A ponte salina é a interação entre dois resíduos de aminoácidos que possuem cargas
opostas entre si, em suas cadeias laterais. A associação entre resíduos carregados, formando a
ponte salina, estabiliza a molécula se a interação entre os resídos é forte o suficiente para superar
a dessolvatação, visto que, em meio aquoso, íons são solvatados pela água. Estudos mostram
que ainda que um resíduo carregado tenha grande penalidade energética pela dessolvatação, ao
associar-se a própria estrutura da molécula, sua interação com outro resíduo carregado ou com
os átomos carregados do esqueleto do peptídeo, compensa o ganho energético. Isso ocorre
porque existe menor seletividade do solvente, devido a diferença das constantes dielétricas da
água e o núcleo do peptídeo (KUMAR, 2012).
ordenamento das moléculas de água, contudo o efeito energético desse fenômeno é menos
significativo ao tratar-se de solutos apolares (NELSON & COX). As ligações de hidrogênio
têm uma componente dipolar, mas uma sobreposição parcial entre orbitais, confere a essa
interação um caráter parcial de ligação covalente.
convencionais, que atuam por inibição de proteínas específicas dos microrganismos, os PAM,
ao atacarem os patógenos, rompem suas membranas celulares, causando vazamento do material
intracelular. Visto isso, há a proposição que associa o efeito lítico de PAM a sua habilidade de
induzir poros na membrana (ZASLOFF, 2019).
Figura 8 - Ataque do PAM a membrana celular das bactérias. É mostrado a associação anfipática do
PAM a bicamada fosfolipídica da bactéria, seguida pelo rompimento ou invasão do seu núcleo pelo
peptídeo.
A Simulação de Dinâmica Molecular (DM) é uma ferramenta que pode ser usada
como alternativa para otimização de custo, análise e tempo de uma pesquisa em relação à
modelos tradicionais de experimentos laboratoriais. A DM possibilita a determinação das
posições de átomos de uma molécula em uma escala pequena, em tempo estabelecido por meio
de uma simulação computacional, o que é difícil através de técnicas experimentais (SCHLICK,
2010).
A DM leva em consideração para os cálculos as equações de Newton para
movimento dos átomos, em curtos intervalos de tempo. Há uma definição da trajetória e energia
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das partículas analisadas que determinam o comportamento que a molécula assumirá de acordo
com as condições de contorno propostas na simulação. Entre elas estão o campo de força e
condições periódicas de contorno, que fornecem ao sistema fronteiras, possibilitando a análise
um ambiente atômico infinito (SOARES, 2009; TAVARES, 2016; HORA 2016).
As equações de Newton são resolvidas simultaneamente em todos os passos da
dinâmica e a temperatura e pressão da simulação são controlados, mantendo-se constantes. Ao
decorrer do processo o sistema tende a um estado de equilíbrio; isso nem sempre representa o
seu mínimo global de energia. Através da análise da trajetória de equilíbrio, é possível visualizar
o sistema como um todo e prever fenômenos em nível molecular (VAN DER SPOEL, 2006).
A DM permite o avanço, retrocesso, pausa temporal para análises e fornece, também, a
quantidade de interações intermoleculares, distância média entre os átomos, energias potenciais
e de interações, dentre vários outros recursos. (JENSEN, 2008; TRSIC & PINTO, 2009).
4 METODOLOGIA
Figura 10 – Estrutura de menor energia determinada por meio de RMN na presença de micelas SDS-d25.
Em azul estão representados os átomos de nitrogênio e em vermelho os átomos de oxigênio.
Na DM, os átomos presentes não estão isolados, mas interagindo uns com os outros.
Esses podem ter interações entre si e, assim, são sujeitos a forças interatômicas e
intermoleculares. Para o cálculo dessas forças usa-se uma função matemática chamada de
campo de força. Ela atua através de um conjunto de equações que reproduzem aspectos reais
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Figura 11 – Condições periódicas de contorno para caixa cúbica contendo o peptídeo (esferas verdes) e as
moléculas de solvente (esferas azuis).
Figura 12 – Imagem da simulação por DM mostrando a caixa cúbica contendo o peptídeo e as moléculas
de água (azul).
Fonte: Autora
alta energia pode gerar mudanças conformacionais nas moléculas e, em alguns casos, resultar
em uma fragmentação das moléculas na simulação. Para reduzir a energia global do sistema e
evitar tais problemas, é utilizada uma ferramenta de minimização de energia, usando o
algoritmo Steepest descente minimization. Essa, por sua vez, leva a DM a um estado global
mais estável (VERLI, 2014).
Para primeira minimização, contendo apenas uma molécula do PAM, utilizou-se
um tempo de 4477 ps para minimização de energia. A Gráfico 1 mostra a redução de energia
(kJ/mol) da simulação até o ponto em que o sistema se estabiliza, próximo a 5000 ps,
aproximando-se da tangente da curva. Isso faz com que a elevada energia presente pelas forças
de interação intermolecular do próprio sistema, não interfiram nas interações do solvente com
o ecPis-4s. Foram usados 7 íons Cl- para neutralizar o peptídeo.
Fonte: Autora
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4.4 Ensembles
Ensemble é uma palavra de origem francesa que significa “conjunto”. Esse é o nome
de uma condição de simulação usada na DM, definida como o conjunto de elementos que se
mantem constantes durante a simulação. Entre as opções do ensemble pode se controlar o
número de partículas, volume, energia total. Além disso, é possível manipular separadamente
a temperatura (T), pressão (P) ao invés da energia total (E). É exequível também, graças a essa
ferramenta, realizar cálculos a NVT (número de partículas, volume e temperatura constantes);
NPT (número de partículas, pressão e temperatura constantes) (HUANG, 1990).
Fonte: Autora
As pressões das simulações foram feitas na condição NPT, ao tempo de 100 ps para
simulação. O intuito foi manter a pressão constante na faixa de 1 bar, para não haver
interferência da conformação do ecPis-4s em relação a variação de pressão. Segue o gráfico da
pressão (bar) versus tempo (ps) da simulação. É possível observar que a curva varia, com média
em 1 bar (Gráfico 3), implicando que a pressão não influenciará a conformação do peptídeo
durante a simulação.
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Fonte: Autora
4.5 Outros Detalhes Sobre a Simulação de Dinâmica Molecular do PAM ecPis-4s em Água
1,0 nm. O algoritmo LINCS (HESS, 1997) foi utilizado para restringir o comprimento das
ligações. O método de integração Leap-Frog (HOCKNEY, 1974) foi usado com um intervalo
de tempo de 2 fs. Condições periódicas de contorno em xyz foram empregadas para a eliminação
dos efeitos de bordas da caixa de simulação. A simulação foi realizada com o pacote
computacional GROMACS (ABRAHAM, 2015) versão 5.0.4. Os softwares VMD (Visual
Molecular Dynamics) (HUMPHREY, 1996) e Grace (GRACE, 2020) foram utilizados para as
observações visuais da dinâmica do sistema e as plotagens gráficas, respectivamente.
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Gráfico 4 - Variação do RMSD pelo tempo de simulação de 100 ns do PAM ecPis-4s. A linha
vermelha indica a curva média de variação do RMSD.
Fonte: Autora
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Fonte: Autora
Gráfico 5 – Gráficos das distâncias entre os resíduos de aminoácidos ao decorrer da simulação. A linha
vermelha representa a curva de variação da distância no decorrer do tempo de simulação.
Fonte: Autora
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Os pares analisados foram: Phe 1 – His 4; Phe 2 – Arg 3; Arg 3 – Phe 8; Phe 8 –
Trp 9; Trp 9 – Lys 10; Phe 16 – Arg 17; Phe 16 – Arg 20. A escolha dos aminoácidos foi com
base nas cadeias laterais que possuem e a suas posições, visando a possíveis interações
interresiduais em átomos distantes de 3 a 4 resíduos entre si ou lado a lado. Por exemplo, no
caso da Phe 2 – Arg 3, é possível perceber que a fenilalanina (Phe) possui uma cadeia lateral
composta por um anel aromático apolar, já a arginina (Arg) apresenta um grupo positivamente
carregado em sua estrutura, dado os dipolos formados pela alta diferença de eletronegatividade
entre os átomos de N e C, N e H e a carga positiva. Logo é previsto como possível interação
cátion-π entre esses resíduos.
Analisando os gráficos do Gráfico 5, nota-se que os pares de aminoácidos matem
uma distância interresidual quase constante em torno de 0,54nm, correspondente a esperada na
α-hélice. Os pares analisados nos gráficos que apresentaram maior variação da distância entre
si no decorrer do tempo foram Arg 3 – Phe 8, Phe 8 – Trp 9, Phe 16 – Arg 17 e Phe 16 – Arg
20. É possível perceber que todos eles apresentam o aminoácido fenilalanina que, por sua vez,
possui um anel benzênico apolar. Esse pode fazer interações interresiduais do tipo cátion-π
(variação média da distância de 0,528 a 0,552nm) e π-π, o que, por sua vez, pode ajudar a
manter a estrutura α-hélice, ainda que o Phe tenha ΔΔG° que sugira o desenovelamento.
Uma característica importante que difere a Phe dos outros resíduos presentes na
ecPis-4s é a falta de flexibilidade oferecida pelo anel aromático, que apresenta caráter parcial
de dupla ligação entre seus átomos. Observa-se na Figura 15 que o grupo fenila apresenta
estrutura plana, cujos carbonos são hibridizados como sp2. Isso implica que cada carbono se
liga ao outro através dos orbitais sp2 e os terceiros orbitais p ficam paralelos (Figura 19-b) e
sobrepõem-se com os orbitais adjacentes. Assim é formada uma nuvem eletrônica continua
acima e abaixo do plano do anel (Figura 15-c). Os elétrons deslocalizados oferecem à estrutura
um caráter de ligação dupla em todo o ciclo. Logo, como as ligações π, diferentes das σ,
oferecem ao anel uma inflexibilidade.
Figura 15 – Características do anel benzílico. A letra b corresponde aos orbitais p paralelos aos orbitais
adjacentes sp2. A letra c mostra as nuvens eletrônicas acima e abaixo do anel.
Fonte: Autora
Através da Figura 20 é possível verificar uma distribuição entre os resíduos de
aminoácidos seguindo o esquema de cores: verde representa a presença de anel aromático; rosa
indica a presença de carga positiva; preto representa cadeia aberta apolar; azul representa cadeia
polar. Apesar de a His estar representada como um resíduo de aminoácido que possui carga
positiva, no caso da simulação, sua carga líquida é nula, o que reflete o pH do meio em que se
determinou a estrutura. As interações interresiduais entre os grupos confeririam a eles uma
estabilidade, que contribui, juntamente com as ligações de hidrogênio da própria estrutura da
hélice, a manter a conformação inicial do peptídeo.
Observa-se a presença de poucas cadeias laterais apolares não aromáticas na
estrutura na ecPis-4s. Nota-se, pela Figura 16, que a região que o peptídeo se desnovelou
corresponde à C-terminal, na qual encontram-se essas moléculas apolares. Outro fator
importante são as possíveis interações interresiduais do tipo cátion-π, entre os grupos rosa
(exceto a histidina) e o grupo verde e π-π entre o grupo verde.
Obtiveram-se previsões de interações intermoleculares. A proximidade entre os
resíduos serve para fazer uma triagem, mas ela não caracteriza uma interação propriamente dita.
Uma abordagem geométrica mais consistente deveria levar em consideração as distâncias entre
os grupos que interagem entre si e não apenas dos resíduos como um todo. Além disso, para
um estudo posterior, é relevante levar em consideração parâmetros angulares referentes a esses
grupos e para uma caracterização de interações mais completa, seria necessário realizar cálculos
quânticos em partes específicas da molécula, para averiguar se os orbitais envolvidos são
passíveis de interação.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É possível observar que o ecPis-4s não se comporta como os outros PAM em meio
aquoso, pois não apresentam desestruturação considerável da conformação α-hélice. A
estabilidade conformacional dar-se pelas interações interresiduais, devido a posição dos
resíduos de aminoácidos estrutura. Para posterior estudo é possível fazer a análise
computacional de mais de uma molécula de ecPis-4s para observar possível aglomeração entre
eles. Além disso, é proposto levar-se em consideração parâmetros angulares referentes a esses
grupos e para uma caracterização de interações mais completa, realizar cálculos quânticos (HF
ou DFT) em partes específicas da molécula, para averiguar se os orbitais envolvidos são
passíveis de interação.
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