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A visão de Jardel Nilton na Teoria da Justiça Rawlsiana.

A teoria do filósofo político norte americano, John Rawls, sendo


inovadora quanto à visão ética das relações humanas, introduzindo um
pensar eqüitativo verticalizado no que se refere ao tratamento isonômico
das liberdades individuais, merece nosso aplauso pontual no que tange à
correcção do conceito de Justiça.
Inquestionável é hodiernamente o concepção de que garantir
igualdade é tratar os desiguais conforme suas peculiaridades afim de
reduzir-lhes a desigualdade.
Sob esse prisma o filósofo norte americano acertadamente cravou um
marco importantíssimo a guiar as políticas públicas.
Por outro lado, a assimilação de sua visão étnica de desigualdades
por sociedades que não vivem conflitos dessa natureza poderá produzir
efeitos, ao nosso ver, catastróficos do ponto de vista social.
Políticas públicas desarrazoadamente protecionistas, sob argumento
de redução de desigualdades históricas, ao invés de garantir equidade,
traduzem, na verdade obras repugnantes de injustiça social.
Promover ampliação de liberdades, direitos e garantias individuais de
um em detrimento de iguais direitos de outro, que se encontra em mesma
condição social daquele, sob alegação de cunho étnico, político e ou
religioso é, talvez, uma das maiores perversidades humanas camufladas em
argumentos de justiça social.
Franquear acesso à educação superior e ou cargos públicos ou
qualquer outro benefício a qualquer indivíduo obstacularisando
oportunidade ao seu semelhante de galgar igual benesse, ou pior,
restringindo-lhe acesso, motivando-se em critérios de cor de pele ou etnia é
podar sonhos, golpear aspirações, espezinhar a dedicação e o esforço
individual é plantar no coração lesado o sentimento de revolta e no seio
social a insana discórdia entre “raças”, é segregar concidadãos, é
institucionalizar o apartheid.
Não há desigualdade plausível de ser reparada por políticas públicas
de favorecimento no fato de uma pessoa não possuir a mesma pigmentação
na pela ou descender de etnias distintas.
A equidade vertical pregada pelo pensador John Rawls, somente terá
sua aplicação justa quando atacar verdadeiras desigualdades de fato,
fundadas em limitações reais ao exercício das liberdades.
Desfavorecido é aquele que concorre a par e passo uma vaga ou
benefício com alguém notoriamente privilegiado de berço, que gozou de
melhores oportunidades de se preparar para aquele embate pessoal. Ou
ainda, o infausto agraciado pelo sorte de ter uma limitação física ou mental
que o impeça de disputar a par e passo com igualdade de chances a
conquista do intento.
Aqui merece emprego os ensinamentos do mestre Rawls, devendo o
Estado e a sociedade organizada promover meios de reduzir-lhes as
desigualdades, sem contudo criar novas, desta vez de ordem inversa.

Como citar:
SIQUEIRA, Jardel Nilton - A visão de Jardel Nilton na Teoria da
Justiça Rawlsiana, Unaí, MG: FACTU 2010.

Jardel Nilton Siqueira é Analista de Políticas


Públicas e Gestão Governamental do Governo do
Distrito Federal, Acadêmico de Direito na
Faculdade de Ciência e Tecnologia de Unaí -
FACTU, Policial Militar da reserva do Estado de
Minas Gerais, Técnico em Segurança Pública com
formação pela 197ª Cia Esp do 28ºBPM PMMG.

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