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Art - Sele 16
Art - Sele 16
Artigo Original
RESUMO – OBJETIVO. Avaliar a deglutição orofaríngea de pacientes fase faríngea: estase em valécula (83,9%), redução da elevação
submetidos a protocolo de preservação de laringe no Hospital do laríngea (74,2%), atraso no início da deglutição faríngea (51,6%) e
Câncer AC Camargo. estase em hipofaringe (45,2%). A deglutição funcional foi observada
MÉTODOS. De 43 pacientes com carcinoma epidermóide de em 35,5% dos pacientes, 54,8% tinham disfagias discretas ou
laringe e hipofaringe tratados com quimioterapia semanal moderadas e 9,6% disfagias severas.
(paclitaxel 30 mg/m2 e cisplatina 20 mg/m2) concomitante à radio- CONCLUSÃO. A associação de quimioterapia e radioterapia para
terapia externa fracionada (180 cGy/dia, dose total 7040 cGy), preservação laríngea resulta em alterações da deglutição, na maior
foram avaliados 31 pacientes. A avaliação consistiu de video- parte discretas a moderadas. Alguns pacientes, entretanto, evolu-
fluoroscopia. Os resultados foram classificados de acordo com em com disfagia severa, em que a alimentação por via oral não é
alterações de motilidade orofaríngea, estases, aspiração e severi- possível.
dade da disfagia.
RESULTADOS. Alterações de fase preparatória e oral: estase em UNITERMOS: Deglutição/fisiologia. Preservação de órgãos. Câncer de
cavidade oral (58%) e aumento do tempo de trânsito oral (32,3%); cabeça e pescoço. Quimioterapia. Radioterapia.
fracionada (180 cGy/fração/dia) numa dose doenças neurológicas, sinais clínicos de recor- A avaliação da deglutição foi realizada
total de 7040 cGy. rência tumoral no sítio primário, disfunções com equipamento radiológico do modelo
Desses 43 pacientes, 31 aceitaram volun- gastroentereológicas, e também não haviam 1600E, GE Medical Systems, Milwaukee,
tariamente realizar a avaliação da deglutição. realizado fonoterapia para deglutição ou voz. Wis, por uma fonoaudiológa e um médico
Inicialmente foi realizado um levantamento de Quanto ao estadiamento de acordo com a radiologista. Para a análise da deglutição, fo-
prontuários no Serviço de Arquivo Médico e classificação TNM da UICC (2002), a amostra ram consideradas as primeiras videofluo-
Estatística (SAME), onde foram coletados da- do estudo constou de 13 pacientes T3N0, três roscopias realizadas após a conclusão do pro-
dos de identificação (sexo, idade, RGH, entre T3N1, dois T3N2a, dois T3N2b, seis T4N0, tocolo de preservação de laringe. Todas as
outros), diagnóstico médico, diagnóstico dois T4N1, dois T4N2a e um T4N2b. Não avaliações seguiram o mesmo protocolo de
laringológico, queixas quanto à deglutição e à houve casos com metástase a distância no mo- exame utilizado pela instituição: o foco da
voz e tratamentos realizados. As característi- mento da admissão. imagem fluoroscópica foi definido anterior-
cas principais dos pacientes são descritas na Durante o período de tratamento, nove mente pelos lábios, superiormente pelo pala-
Tabela 1. A faixa etária variou de 39 a 73 anos pacientes necessitaram realizar traqueos- to duro, posteriormente pela parede poste-
(média de 59 anos), sendo 27 homens e 4 tomia. Seu tempo de uso variou de 6 dias a 12 rior de faringe, inferiormente pela bifurcação
mulheres. Todos foram submetidos à avalia- meses (média de 40 dias). A gastrostomia foi entre o esfíncter esofágico superior e a aber-
ção videofluoroscópica da deglutição entre 1 utilizada em um paciente e a sonda enteral foi tura da via aérea aproximadamente no nível
dia e 14 meses após a conclusão do tratamento necessária para suporte nutricional em 13, e da sétima vértebra cervical. Os pacientes
radioquimioterápico. Nenhum paciente apre- seu tempo de uso variou entre 5 dias e 17 foram posicionados em pé, orientados a de-
sentava no momento do exame história de meses (média de 50 dias). glutir o material oferecido após comando
verbal. Foram realizadas deglutições nas vi- assistiram no mesmo momento às gravações Estatísticas descritivas de freqüências
sões lateral e ântero-posterior e as imagens dos exames dos pacientes e juntas classificaram absolutas e relativas foram utilizadas para des-
gravadas em fita de VHS. O material utilizado as alterações observadas nas fases prepara- crever as variáveis categóricas. As variáveis
constituiu-se de bário líquido (5 e 20 ml) tória-oral, oral e faríngea de acordo com os numéricas ou contínuas foram representadas
misturado com água numa proporção de 1:1 achados propostos por Robbins, Logemann e pelas medidas de tendência central e de varia-
para a consistência líquida; para a consistência Kirshner (1985). bilidade. As associações entre avaliações com
líquido-pastosa (5ml) utilizou-se o bário líqui- Para a graduação das penetrações e aspira- relação às variáveis categóricas foram verifi-
do; para a pastosa (5 ml) utilizou-se bário ções laríngeas utilizou-se a escala de penetra- cadas através do teste de freqüências exato de
pasta; e para sólida, um pedaço de bolacha ção e aspiração proposta por Rosenbek et al. Fisher e a avaliação das disfagias segundo o
waffle misturada ao bário pasta. (1996) (Quadro 1). Para a análise do grau das tempo, em meses, pós-tratamento, pelo teste
A análise dos exames foi realizada por três disfagias foi utilizada a escala proposta por não paramétrico de Kruskal-Wallis, consideran-
fonoaudiólogas com experiência na área, que O’Neil et al. (1999) (Quadro 2). do-se nível de significância de 5% (p< 0.05).
Tabela 2 – Distribuição das freqüências quanto às alterações observadas nas fases RESULTADOS
preparatória-oral, oral e faríngea Todos os pacientes selecionados para esse
Variável Categoria Freqüência (%) estudo apresentaram resposta completa ao
Sim Não tratamento, sem presença de tumor detec-
Alterações de fase preparatória-oral ECO 9 (29%) 22 (71%)
tável à avaliação na época em que foi realizada
PPB 5 (16%) 26 (84%) a videofluoroscopia.
AFB 4 (13%) 27 (87%) A Tabela 2 apresenta as alterações obser-
IO 1 (3%) 30 (97%) vadas na fase preparatória oral, com presen-
Alterações de fase oral ATTO 10 (32%) 21 (68%) ça de estases em nove casos (29%), seguida
RMAPL 1 (3%) 30 (97%) de perda prematura do bolo em cinco casos
RCLP 3 (9,7%) 28 (90,3%) (16,1%). Na fase oral, as estases mantive-
ECO 18 (58) 13 (42%) ram-se como a alteração mais observada (18
Alterações de fase faríngea ATTF 3 (9,7%) 28 (90,3%) casos, 58%).
AFL 3 (9,7%) 28 (97,3%) É na fase faríngea que foram encontradas
AFVL 7 (22,6%) 24 (77,4%) as maiores alterações: a) estase em valécula
ERP 5 (16%) 26 (84%) (26 casos, 83,9%); b) redução da elevação
EA 10 (32%) 21 (68%) laríngea em 23 casos (74,2%); c) atraso no
REL 23 (74%) 8 (26%) início da deglutição faríngea em 16 casos
EV 26 (84%) 5 (16%) (51,6%). As estases em parede posterior de
EPPF 14 (45%) 17 (55%) faringe, em base de língua e em aritenóides
EBL 13 (42%) 18 (58%) foram observadas em 14 (45,2%), 13
AIDF 16 (52%) 15 (48%) (41,9%) e 10 (32,3%) casos, respectivamen-
Nº total da amostra: 31 pacientes te. As menores ocorrências observadas fo-
• ECO – estase em cavidade oral; PPB – perda prematura do bolo; AFB – alteração na formação do bolo; IO – incontinência oral.
• ATTO – aumento do tempo de trânsito oral; RMAPL – redução do movimento ântero-posterior de língua; RCLP – redução do contato de ram penetração nasal e redução do contato
língua x palato; ECO – estase em cavidade oral. de língua com a faringe (um caso cada, 3,2%)
• ATTF – aumento do tempo de trânsito faríngeo; AFL – alteração de fechamento laríngeo; AFVL – alteração de fechamento de vestíbulo (Tabela 2).
laríngeo; ERP – estase em recessos piriformes; EA – estase em aritenóides; REL – redução de elevação laríngea; EV – estase em valécula;
EPPF – estase em parede posterior de faringe; EBL – estase em base de língua; AIDF – atraso no início da deglutição faríngea. A Figura 1 apresenta a distribuição dos paci-
entes quanto às penetrações e/ou aspirações
laríngeas de acordo com a escala de Rosenbek et
Figura 1 – Presença de penetração e/ou aspiração laríngea (Rosenbek et al., 1996) em pacientes al. (1996). Em 16 casos (51%) a classificação
submetidos ao protocolo de preservação de órgãos obtida foi “boa”, com o restante se dividindo nas
outras categorias. A avaliação final das disfagias é
apresentada na Figura 2, baseada na escala de
9
O’Neil et al. (1999). No grupo estudado, 11
silente (grau 8)
Tabela 5 – Avaliação das disfagias segundo o tempo (em meses) pós-tratamento A casuística do estudo foi composta por 31
pacientes com tumores avançados de laringe
Avaliação final Medidas ou hipofaringe, sendo a maior parte deles
das disfagias N Variação Mediana Média (dp) P*
tumores transglóticos (14 casos, 45,16%).
Bom 11 1 dia – 10 2,9 3,6 (2,9) 0,2128 Todos os pacientes, independentemente da
Regular 17 6 dias – 15,4 5,1 5,8 (4,0) queixa, foram avaliados, diferentemente dos
Ruim 3 2,9 – 7,4 4,4 4,9 (2,3)
estudos anteriores que avaliaram apenas
*Teste de Kruskal-Wallis
pacientes com disfagia grave3,4,5,6,9-13. O grupo
de estudo realizou a avaliação entre um dia e
Tabela 3 – Distribuição das freqüências de avaliação das penetrações/aspirações laríngeas 14 meses após o término do tratamento (mé-
dia de quatro meses). Durante o período do
Variável Categoria Avaliação das P*
penetrações/aspirações laríngeas
tratamento, nove (29%) pacientes da amostra
necessitaram de uso da traqueostomia, cujo
Níveis 1 a 5 Níveis 6 a 8
período variou entre 6 dias e 12 meses (média
Estadiamento T T3 13 (68%) 7 (58%) 0,705 de 40 dias). A gastrostomia foi utilizada em um
T4 6 (32%) 5 (42%) paciente e o uso de sonda nasoenteral para
Local do tumor Laringe 17 (89%) 8 (67%) 0,174 alimentação foi necessário em 13 (45,2%), e
Hipofaringe 2 (11%) 4 (33%) seu período de uso variou entre cinco dias a
Recidiva local Não 11 (58%) 11 (92%) 0,101 sete meses (média de 50 dias). No momento
Sim 8 (42%) 1 (8%) da avaliação, 10 pacientes (32,6%) ainda esta-
Óbito Não 15 (79%) 8 (67%) 0,676 vam utilizando sonda nasoenteral, mas ne-
Sim 4 (21%) 4 (33%) nhum utilizava-se de gastrostomia.
*Teste exato de Fisher Em nosso estudo, apesar dos tumores se
localizarem em regiões mais inferiores (laringe
Tabela 4 – Distribuição das freqüências de avaliação das disfagias
e hipofaringe), foram observadas alterações da
deglutição em todas as fases do processo,
Variável Categoria Avaliação das disfagias P* variando quanto à freqüência de ocorrências.
Nível bom Nível regular/ruim Na fase preparatória-oral, a estase em cavida-
Estadiamento T T3 7 (64%) 13 (65%) 0,999 de oral foi a alteração de maior ocorrência,
T4 4 (36%) 7 (35%) com nove casos (29%). Essa alteração se justi-
Local do tumor Laringe 9 (82%) 16 (80%) 0,999 fica pela redução na sensibilidade orofaríngea
Hipofaringe 2 (18%) 4 (20%) e/ou pela xerostomia advindas da radioterapia.
Recidiva local Não 5 (46%) 17 (85%) 0,038 De acordo com Lazarus9, isso ocorre pois a
Sim 6 (54%) 3 (15%)
radioterapia atinge também regiões adjacentes
Óbito Não 9 (82%) 14 (70%) 0,676
Sim 2 (18%) 6 (30%) de laringe e base de língua, alterando dessa
*Teste exato de Fisher
forma os tecidos normais.
Na fase oral, as estases em cavidade oral
foram as alterações observadas com maior
diferença significativa com os casos que cirúrgico convencional, mas permitindo a ma- freqüência: em 18 casos (58%). Também fo-
permaneceram sem recorrência (p=0,101) nutenção do órgão4,15-18. Entretanto, esta pre- ram observados 10 casos (32,3%) em que
(Tabela 3). servação da anatomia não garante a preserva- ocorreu o aumento no tempo de trânsito oral.
Entre os pacientes que não apresenta- ção de uma função adequada6. Um dos efeitos da radioterapia mais observa-
ram recidiva local, 17 (77,3%) tiveram ava- A partir da década de 1990, inicia-se o dos na fase crônica é a fibrose da musculatura
liação final da disfagia classificada como boa questionamento sobre a qualidade de vida que leva à redução da mobilidade e justifica o
ou regular; já entre os pacientes que apre- tomando também como base a deglutição6,9-14,19. aumento do tempo da deglutição, também
sentaram recidiva local, seis (66,7%) tive- Nesses estudos com pacientes portadores de relatado na literatura6,7,9,13,19. Estes achados
ram a avaliação da disfagia classificada como câncer de cabeça e pescoço, embora com também podem estar associados à xeros-
ruim (Tabela 4). casuísticas pequenas e diferenças metodo- tomia, redução de sensibilidade orofaríngea e
lógicas, são apontadas dificuldades na deglu- alteração da formação do bolo na fase prepa-
DISCUSSÃO tição, como redução da elevação laríngea, ratória oral.
Os estudos realizados com protocolos de alteração na formação do bolo, inabilidade Como esperado, na fase faríngea foram
preservação de órgãos vêm demonstrando no transporte faríngeo do bolo alimentar, encontradas as maiores freqüências de altera-
taxas de sobrevida semelhantes ao tratamento penetrações e aspirações laríngeas. ções (Tabela 3) devido ao fato de o tratamento
se concentrar nessa região. Essas alterações oral normal); regular (via oral modificada); SUMMARY
podem ser agrupadas e justificadas como de- ruim (via oral suspensa). Observamos 11 paci- SWALLOWING AFTER CHEMOTHERAPY
correntes de dois fatores, a saber: alterações entes (35,5%) com nível bom de deglutição AND RADIOTHERAPY FOR LARYNGEAL AND
decorrentes de redução na sensibilidade (nível 6), ou seja, embora possam apresentar HYPOPHARYNGEAL CARCINOMAS
(estases, principalmente em valécula e parede estases e discreto aumento do tempo de trân- The main goals of the larynx preservation
posterior de faringe, e atraso no início da sito oral ou faríngeo, normalmente realizam a protocol are eradication of cancer and
deglutição faríngea) e alterações decorrentes limpeza espontaneamente e conseguem ali- preservation of a functional larynx with
de redução na mobilidade (estases, alteração mentar-se via oral em todas as consistências. maintenance of respiration, phonation and
de fechamento de vestíbulo, redução da ele- No grupo, não foram observadas diferenças swallowing. Few studies, however have
vação laríngea). Em nosso estudo, foi observa- significativas quanto ao tempo de intervalo addressed functional outcomes.
da a estase em valécula, parede posterior de entre radioterapia e videofluoroscopia, apesar OBJECTIVE. Functional evaluation of
faringe, e em recessos piriformes em 26 casos do grupo “bom” tender a ter tempo inferior. oropharyngeal swallowing in patients enrolled in
(83,9%), 14 casos (45,2%) e 5 casos (16,1%), Cerca de metade dos pacientes (17 casos,
respectivamente. Esses dados são semelhan-
a larynx preservation protocol at the Hospital do
54,8%) foi julgada com nível regular de Câncer AC Camargo.
tes aos relatados nos estudos de Lazarus8, com deglutição (sete pacientes no nível 5, sete nível
nove pacientes, que comparados com um gru- METHODS. Evaluation of swallowing was
4 e três nível 3), com maior grau de estases, performed by videofluoroscopy in 31 patients,
po controle apresentaram alterações de fase dificuldade no clareamento orofaringolaríngeo
oral e faríngea na deglutição. A elevação focusing on: oropharyngeal motility disorders,
e presença de penetrações/aspirações, já res- stasis, laryngeal penetration, aspiration and
laríngea reduzida foi a alteração de mobilidade
tringindo a alimentação de algumas consistên- severity of dysphagia.
com maior ocorrência (23 casos 74,2%), alte-
cias, mas ainda mantendo alimentação via oral, RESULTS. Swallowing analysis: 5 patients
ração também vista nos achados de Kotz6,
com necessidade de manobras de proteção. showed inefficient bolus preparation, 14 had
com 15 pacientes.
Na classificação das penetrações e aspira- Três pacientes (9,7%) apresentaram nível changes in the bolus propulsion; 23 patients had
ções laríngeas, os pacientes foram agrupados ruim de disfagia, necessitando de via alternati- a reduced laryngeal elevation, 26 presented with
em quatro grupos de acordo com a escala de va de alimentação. stasis in the valecula and 14 with stasis in
Rosenbek et al. (1996), sendo bom (graus 1 e No grupo estudado, não houve diferença hypopharynx. Nine patients presented silent
2), regular (graus 3, 4 e 5), ruim (graus 6 e 7), significativa quando comparados o grau de aspiration. We detected functional swallowing in
e silente (grau 8). Alguns estudos anteriores penetração/aspiração e a severidade da 11 patients; mild dysphagia in 7; mild/moderate
citam grande índice de penetrações e/ou aspi- disfagia com o estadiamento, o local do tumor, in 7; moderate in 3 and severe dysphagia in 3.
rações laríngeas6,9,13,20. De acordo com a clas- recidivas ou óbito. CONCLUSION. larynx preservation results in
sificação utilizada, podemos observar que os Todos os pacientes que apresentaram re- changes of swallowing, ranging in their majority
pacientes concentram-se no grupo bom, ou cidivas locais não tinham falecido até a data do from discrete to moderate. Some patients,
seja, não têm ou quando apresentam penetra- último seguimento (agosto/03), e os que fale- however, developed severe dysphagia, and oral
ção laríngea, limpam espontaneamente as ceram não apresentaram recidivas. Isto é, os feeding was not possible. [Rev Assoc Med Bras
estases (Figura 1). Nesses pacientes, a redução que apresentaram recidivas podem ter tido 2005; 51(2): 93-9]
da sensibilidade parece não exercer grande um tempo maior para esta ocorrência, que
influência, ou talvez o aumento do tempo de pode ser atribuído ao estado geral do paciente. KEY WORDS: Swallowing physiology. Organ
trânsito faça com que o indivíduo se “prepare” preservation. Head and neck cancer.
melhor e evite a penetração/aspiração larín- CONCLUSÃO Chemotherapy. Radiotherapy.
gea. Três pacientes (9,6%) apresentaram nível Este estudo descreve a função de
de penetração/aspiração regular, ou seja, deglutição de pacientes submetidos ao proto- REFERÊNCIAS
apresentavam a entrada do alimento até a colo de preservação de laringe e hipofaringe a 1. Crespo A. Propedêutica da laringe. In:
altura de pregas vocais, com ou sem resíduos. curto prazo (média de quatro meses após o Carrara-de Angelis E, et al. A atuação da
Três pacientes (9,6%) apresentaram deglu- fonoaudiologia no câncer de cabeça e pescoço.
término do tratamento). Novos estudos são São Paulo: Lovise; 2000. p.53-7.
tição classificada em nível ruim, com aspira- necessários para analisar a evolução desses 2. Kowalski LP, Miguel REV, Ulbrich FS. Câncer
ções, com ou sem resíduos, e sintomáticas. pacientes após um período maior. Além disso, de laringe . In: Carrara-de Angelis E, Furia CLB,
Nove pacientes (29%) apresentaram aspira- estas análises foram realizadas baseando-se Mourão LF, Kowalski LP. A atuação da
ções silentes, indicando alteração da sensibili- fonoaudiologia no câncer de cabeça e
em avaliações do ponto de vista do fono- pescoço. São Paulo: Lovise; 2000. p.97-104.
dade laríngea, decorrente da radioterapia ou audiólogo. Sugerimos avaliações dentro da 3. Hirsch SM, Caldarelli DD, Hutchinson JC, et al.
da dessensibilização que ocorre em função da perspectiva do paciente para a compreensão Concomitant chemotherapy and split-course
aspiração crônica. do quanto as alterações analisadas interferem radiation for cure and preservation of speech
and swallowing in head and neck cancer.
Para classificar as disfagias, agrupamos os na qualidade de vida dos mesmos. Laryngoscope. 1991;101:583-6.
pacientes em três grupos seguindo a escala 4. Robbins KT, Fontanesi J, Wong FSH, Vicario D,
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Acute and chronic changes in swallowing and Vermund H, Gollin FF. Treatment of advanced Aceito para publicação: 18/10/04
quality of life following intra arterial cancer of the head and neck . Cancer
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